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o Nestorianismo
, porque criticavam a Igreja devido ao seu modo de disseminar a
doutrina. Porém, quando os movimentos anti-heréticos voltaram a agir, a partir do
século XII, os castigos e as punições passaram a ser mais rigorosas. Nesse segundo
momento, as críticas dos valdenenses
, dos cátaros
e dos Irmãos do Espírito Livre
colocavam em evidência o modo de vida dos representantes da igreja. Como punição,
eles foram excomungados, perseguidos pela Santa Inquisição e exterminados
. Como
consequência, a partir do século XIII, as perseguições aos movimentos opositores se
intensificaram.
Na Europa medieval, os clérigos definiram as categorias que deveriam ser
perseguidas pela Santa Inquisição: os hereges sexuais – homossexuais, prostitutas,
Foi uma seita religiosa cristã, considerada herética e cismática pelo catolicismo. O nome advém de
Donato de Casa Nigra, bispo da Numídia e posteriormente de Cartago). Surgiu nas províncias do Norte de
África na Antiguidade Tardia. Iniciou-se no início do século IV e foi extinta no final do século VII. Os
autores que mais influenciaram os donatistas, em termos de doutrina religiosa, foram São Cipriano,
Montano e Tertuliano. Assim como o Novacionismo, fundado pelo Antipapa Novaciano no século III, os
donatistas eram rigorosos, e sustentavam que a Igreja não devia perdoar e admitir pecadores, e que os
sacramentos, como o batismo, administrados pelos traditores (cristãos que negaram sua fé durante a
perseguição de Diocleciano em 303-305 e posteriormente foram perdoados e readmitidos na Igreja) eram
inválidos.
Doutrina herética cristã, nascida no século V, segundo a qual há em Jesus Cristo duas pessoas
distintas, uma humana e outra divina, completas de tal forma que constituem dois entes independentes. A
doutrina surgiu em Antioquia e manteve forte influência na Síria, e é sustentada ainda hoje pela Rosacruz
e outras doutrinas ligadas à gnose. O seu surgimento deu-se dentro das disputas cristológicas que
abalaram o Cristianismo nos séculos III, IV e V, sendo proposto por Nestório, monge oriundo de
Alexandria, que assumiu o bispado de Constantinopla. Isto o levou a opor-se a Cirilo de Alexandria, bispo
daquela cidade, que defendia a tese da unidade entre a pessoa humana e divina de Cristo. No Concílio de
Éfeso, no ano de 431, discutiu-se sobre o título com o qual se devia referir a Maria, se somente
cristotokos (mãe de Cristo, a dizer, de Jesus humano e mortal), como defendiam os nestorianos, ou de
theotokos (mãe de Deus, ou seja, também do Logos divino), como defendiam os partidários de Cirilo.
Resolveu-se adotar como verdade de fé a doutrina proposta por Cirilo, concedendo a Maria o título de
Mãe de Deus, e os nestorianos foram considerados hereges.
Heresia surgida no fim do século XII com Pedro Valdo, comerciante de Lion, renunciou à grande
fortuna que possuía e iniciou sua pregação dos Evangelhos. Eles defendiam que o cristão, para salvar-se,
não necessitava de sacerdotes, bastando-lhe a oração e o respeito aos ensinamentos bíblicos. A leitura da
Bíblia era um preceito fundamental cujo cumprimento ficava a cargo dos "pastores", homens que sem
abandonar suas atividades comuns, agiam na comunidade como conselheiros morais e comentadores da
Bíblia. Tiveram importância, sobretudo, na região do Languedoc, influenciando os albigenses. Sua
principal base doutrinária era a chamada Confissão de 1120, o documento mais antigo da Reforma
Protestante, embora não se tenha ideia das condições ou dos autores que o elaboraram, constituiu-se num
marco demarcatório para a formação de uma tradição confessional reformada.
Do grego "puro", foi um movimento cristão, considerado herético pela Igreja Católica, do final do
século XI até meados do século XIV. Suas ideias tem fortes paralelos com o gnosticismo do início da era
cristã. Os historiadores indicam sua formação a partir da expansão das crenças dos bogomilos (Reino dos
Búlgaros) e dos paulicianos (Oriente Médio). Os sacerdotes cátaros, que denominavam-se "bons cristãos"
ou "bons homens" e "boas mulheres", levavam vidas simples e castas. Desprovidos de quaisquer posses
materiais, buscavam afastar-se ao máximo do mundo, que consideravam corrupto. Eram considerados
bons homens a partir do momento em que recebiam o consolamentum, um rito que representava de
maneira simbólica sua morte com relação ao mundo. LOPEZ, Luis Roberto. Op. cit. p. 23-24.