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Perguntamos, então, para as professoras que já haviam trabalhado com crianças de
diferentes faixas etárias, quais os principais aspectos que marcavam cada grupo, diante do que
elas colocaram:
“Até os 3 aninhos eles brincam mais separados, na 3ª etapa eles começam a se
socializar mais.” (Professora Fátima, 3ª etapa)
“Eu acho que os mais velhos gostam mais de brincadeiras, assim, de correr, de
pular, de gritar, brincadeiras que estão ligadas ao movimento, eu acho. Agora
os pequenininhos, eles estão mais ligados à brincadeiras, assim, com brinquedo
afetivo, com fantoche, acho que prende mais os pequenos.” (Professora Helena,
5ª etapa)
“Eu vejo assim, se for uma brincadeira livre os pequenininhos tem mais aquela
questão de acalentar a bonequinha, fazer casinha, essas coisas... aí, vamos
supor, os maiores já têm outro tipo de brincadeira, eles brincam de casinha,
mas uma brincadeira de casinha diferente, como é que eu vou te explicar... é
mais situação cotidiana de casa, tipo, ir ao médico, usar telefone, alguma coisa
assim. Fazendo um recorte bem... acho que pela questão de maturidade deles
mesmo.” (Professora Isabel, 3ª etapa)
Alguns aspectos, próximos da teoria Histórico-cultural no que diz respeito às
diferentes etapas pelas quais as brincadeiras infantis passam até chegar ao jogo de papéis,
puderam ser observados na fala das professoras Paula e Cristina:
“É, a brincadeira de faz-de-conta é quase assim, aquela brincadeira de
casinha, eu percebo que assim, eles crescem e a brincadeira continua. Mas
muda que eles aceitam mais que um é mamãe outro é papai e enquanto eles
que são pequenos eles brigam pra ser a mesma coisa, né? Então “mamãe, não,
sou eu que sou”. E os maiores não. Uma é mamãe, outra é filhinha. E outra
coisa assim... os maiores dá pra brincar mais brincadeiras de regras, enquanto
que eles (CI1) não entendem, algumas brincadeiras de regras não dá pra
introduzir na minha faixa etária.” (Professora Cristina, CI2)
“Eu acho que as crianças maiores internalizam mais regras, entendeu?
Já diminuiu um pouco aquele monólogo coletivo, eles trocam ideias
entre si, uma aceita ser mãe, outra aceita ser filha. Com esses menores é
uma brincadeira, assim, como é que eu vou dizer, eles sentam juntos,
mas é uma brincadeira mais individual, eles são mais egocêntricos. Já os
maiores não. Por exemplo, um pode ser o professor, o outro o aluno, eles
definem os papéis, coisa que os menores não fazem.” (Professora Paula,
CI1)