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observar, aperceber-se, recordar-se, e expressões como: dar-se conta, ter em mente,
levar em conta e similares). Tal classificação é demonstrada nos exemplos a seguir:
(D1.C.16-16) ... e PUDEMOS PERCEBER que os referidos contos eram ricos o suficiente para a
exemplificação de nossos estudos, ... (p.107).
(D3.C.10-45) OBSERVAMOS que ao se pensar a vida de egressos após uma qualificação profissional, a
pergunta inicial feita por muitos é se eles conseguiram emprego ou alguma ocupação (p.111).
(D6.I.40-123) RESSALTO, ainda, o valor do expressionismo alemão, como uma postura estética de
Allen na construção de seu filme, ... (p.126).
(D8.I.10-198) Quando PRESSUPOMOS que nossos cineastas escolheram arquétipos heroicizados [...],
não negamos em nenhum momento que esses tipos [...] existem ou existiram (p.15).
- Verbos implicativos:
“São os predicados que envolvem a noção de condição necessária e suficiente,
que apenas determina se o estado-de-coisas descrito na oração completiva ocorre ou
não” (NEVES, 2000).
Os predicados implicativos podem ser de quatro tipos diferentes; entretanto,
apenas três manifestam a evidencialidade: a) afirmativos (conseguir, chegar a, lembrar,
lembra-se, preocupar, preocupar-se com, inquietar-se com, ter a desgraça de,
aproveitar a ocasião de, dar-se o trabalho de, ocorrer, acontecer, residir, advir e
similares); b) negativos (não + implicativos afirmativos, esquecer-se de, recusar-se a,
evitar, abster-se de, deixar de); c) causativos – são verbos implicativos menos
perfeitos, ou implicativos simples – (afirmativos: fazer, causar, forçar, provocar,
assegurar, provar, mostrar, cuidar, implicar, significar e similares; negativos: impedir,
proibir, dissuadir, desencorajar e similares). Abaixo se especificam alguns exemplos:
(D1.I.10-10) RESIDE, pois, em Victor Bravo uma “retórica do outro” ao tomar como regra para a
instauração, e até para a construção do fantástico, a existência de dois mundos, de dois espaços ou de
duas realidades [...] e o iminente choque entre os mesmos (p.12).