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1. INTRODUÇÃO
De acordo com cenário ambiental atual, vê-se diante de muitos impasses que têm feito
do nosso planeta um lugar cada vez mais inóspito para que seus habitantes vivam com
qualidade. Entre os temas que assolam a crise do meio ambiente na contemporaneidade, a
água tem suscitado várias questões, tanto com relação a seu mau uso – desperdício – quanto
com a sua poluição. Em ambas, preocupa-se com a sua escassez, em especial, no que diz
respeito à água indicada para consumo humano.
Tais questões, no entanto, não se restringem apenas a esses fatores. O Brasil, país que
contém ricas reservas hidrográficas, ainda convive com falhas em seu sistema de saneamento
básico e, muitas pessoas, apesar de ainda contarem com essa abundância, não consomem água
tratada dentro dos padrões específicos para o uso humano.
Em geral, as áreas mais afastadas dos centros urbanos são as que menos contam com
rede de água e esgoto, mas nada impede que poços sejam abertos aleatoriamente, em qualquer
ponto, e que essa água seja utilizada das mais diversas maneiras.
Aborda-se, neste estudo, a utilização da água por duas comunidades de Campos dos
Goytacazes, região norte do estado do Rio de Janeiro: Campo Novo e Venda Nova. Para a
análise da situação desses lugares, parte-se do contexto geral da situação mundial da água na
atualidade, passa-se pela América Latina, Brasil e, enfim, chega-se às regiões específicas.
Tomando-se por base a hipótese que as áreas estudadas têm elevado número de casos
de doenças de veiculação hídrica, assim como a não preocupação da população com relação
ao local para a abertura de poços e, baseados no fato que tais regiões não contam com
saneamento básico, esta dissertação tem, portanto, como objetivo geral, a proposição de
alternativas de tratamento de água para a população de Campo Novo e Venda Nova.
Se, em centros urbanos, existem vários agentes poluidores do solo e da água (postos
de combustíveis, cemitérios, lixão), a área rural da região de Campos dos Goytacazes conta
com outros aspectos que contribuem para a contaminação de seus mananciais superficiais e
subterrâneos (monocultura, saneamento in situ, drenagem).
Nesta dissertação, aborda-se como esses agentes poluidores (entre outros, como
acidentes que comprometeram a água do principal manancial da região – o rio Paraíba do Sul)
afetam os mananciais hídricos, prejudicando a saúde do ser humano.
Em pesquisa de campo, Campo Novo e Venda Nova tornaram-se nosso objeto de
estudo pela proximidade à Unidade de Pesquisa e Extensão Agro-Ambiental (UPEA) do