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DANIELLE DA SILVA OLIVEIRA
ALTERAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE SALINIDADE DO SOLO EM
DUAS ÁREAS DE PRODUÇÃO DE MELÃO
MOSSORÓ - RN
2010
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DANIELLE DA SILVA OLIVEIRA
ALTERAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE SALINIDADE DO SOLO EM
DUAS ÁREAS DE PRODUÇÃO DE MELÃO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi - Árido, como
parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Irrigação e
Drenagem.
ORIENTADOR: Prof. D.Sc. Neyton de Oliveira Miranda
MOSSORÓ - RN
2010
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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
Bibliotecário: Sale Mário Gaudêncio
CRB-15/476
O48a Oliveira, Danielle da Silva.
Alteração de características de salinidade do solo em duas áreas de
produção de melão / Danielle da Silva Oliveira. -- Mossoró, 2010.
54 f.
Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem: Área de
concentração em Salinidade) Universidade Federal Rural do
Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Orientador: Profº. D. Sc. Neyton de Oliveira Miranda.
1. Cucumis melo L. 2. Produtividade. 3. Qualidade de frutos.
Título.
CDD: 635.611
DANIELLE DA SILVA OLIVEIRA
ALTERAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DE SALINIDADE DO SOLO EM
DUAS ÁREAS DE PRODUÇÃO DE MELÃO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi - Árido, como
parte das exigências para obtenção do
título de Mestre em Irrigação e
Drenagem.
Aprovada em ____/____/_______
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Neyton de Oliveira Miranda
Orientador
__________________________________________
Prof. Dr. José Francismar de Medeiros
__________________________________________
Dr.José Simplício de Holanda
MOSSORÓ
2010
Com extrema gratidão aos meus pais,
Vera e Elias Alves. Que foram o
alicerce para minha vida.
DEDICO
“A maior conquista de um homem é superar seus próprios obstáculos.”
Willian Douglas
AGRADECIMENTOS
- À Deus pela graça concedida a cada dia através da fé, perseverança e paciência;
- À minha família, pelo apoio ao longo de todos esses anos, em especial a minha irmã
Ana Paula, que em muito contribuiu para meu crescimento profissional e intelectual;
- À Jedaias Martins, pelo companheirismo e amor demonstrados neste período;
- Ao professor Dr. Neyton Miranda, pela dedicação e orientação a este trabalho e por
todos os anos de convívio universitário que nunca hesitou em me ajudar no que foi
preciso;
- Ao professor José Francismar de Medeiros, pelo apoio dado durante todo o curso e
execução deste trabalho, e pela co-orientação;
- Ao REUNI, que viabilizou a minha participação no curso, fornecendo uma bolsa de
mestrado;
- À UFERSA, pelas condições oferecidas para o ensino de pós-graduação;
- À W.G. Agropecuária, na pessoa do Engº Agrº Wilson Galdino de Andrade;
- À professora Dra. Cibely, que muito me auxiliou durante a execução das análises de
solo, tirando dúvidas e por sempre se mostrar disponível;
- Aos meus colegas de mestrado e de trabalho Ricardo Callegari e Gleydson Góes, por
todo apoio oferecido ao longo do curso;
- À minha amiga e colega de casa Karla Diana, que dividiu comigo opiniões durante o
curso;
- Ao professor Wladimir Batista Figueiredo que me orientou durante o estágio
supervisionado, contribuindo para a minha formação acadêmica;
- À todos os professores do programa de pós graduação: Celsemy Maia, Sérgio Levien,
Paulo César Moura, ..que foram os precursores para a obtenção do titulo de mestre;
- Aos meus colegas de turma: Silereudo, Aécio, Haroldo e Júlio;
- Enfim, a todos que de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização deste
trabalho, meus agradecimentos.
RESUMO
OLIVEIRA, Danielle da Silva. Alteração de características de salinidade do solo em
duas áreas de produção de melão. 2010. 54f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e
Drenagem) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN,
2010.
A produção de melão, que é moderadamente sensível à salinidade, com águas contendo
elevados teores de sais motivou a realização deste trabalho, visando quantificar
alterações nas características de salinidade do solo durante um ciclo em duas áreas de
produção, além de verificar se estas alterações influenciaram características de produção
e de qualidade de frutos. Para isto, acompanhou-se um ciclo de produção comercial de
melão, híbrido Iracema, fertirrigado por gotejamento, em duas áreas da W.G
Agropecuária Ltda., em Baraúna-RN. A amostragem foi realizada em malha com
espaçamento regular de 20 m, totalizando quarenta parcelas, nas quais foram coletados
os frutos para determinações de produtividade (número, produtividade e pesos médios
dos frutos dos tipos exportação, mercado nacional e comerciável) e qualidade (teor de
sólidos solúveis (TSS), firmeza e espessura da polpa). As características do solo
determinadas, no início e no fim do ciclo, foram pH, Condutividade Elétrica do extrato
de saturação (CEes), teores de Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
e Na
+
, Percentagem de Sódio Trocável
(PST) e as relações Ca:Mg, Ca:K e Mg:K. Para analisar os dados utilizou-se a estatística
descritiva para levantamento exploratório; correlação de Spearman e análise de
regressão para identificar causas da variabilidade em produtividade e qualidade. Os
valores de características de salinidade do solo no início do ciclo influenciaram mais a
produtividade e qualidade dos frutos de melão do que no final do ciclo. O teor de Mg
2+
e a CEes do solo não aumentaram do início para o fim do ciclo do meloeiro, nas duas
áreas estudadas. O teor de Ca
2+
no solo aumentou apenas na área Bismarck, onde seu
teor no final do ciclo apresentou efeito positivo sobre a firmeza e espessura da polpa dos
frutos. Número e produtividade de frutos dos tipos exportação e comerciáveis da área
Bismarck tiveram efeito positivo do valor final da relação cálcio:magnésio do solo, que
aumentou 23,7 % em relação ao inicial. O teor de Na
+
e a PST do solo das duas áreas
aumentaram ao redor de quatro vezes, do início para o final do ciclo. Apenas os valores
no fim do ciclo na área Sumidouro apresentaram efeitos positivos: o Na
+
favoreceu
número e produtividade de frutos dos tipos exportação e comerciáveis e a PST
favoreceu as produtividades dos mesmos tipos. O peso médio de frutos do tipo
exportação e comerciáveis e o teor de sólidos solúveis na área Sumidouro tiveram efeito
negativo do valor final de pH do solo, que aumentou ao redor de 5% nas duas áreas.
Palavras-chave: Cucumis melo L., produtividade, qualidade de frutos
ABSTRACT
OLIVEIRA, Danielle da Silva. Alteration of soil salinity characteristics in two melon
production areas. 2010. 54p. Dissertation (Master degree in Irrigation and Drainage) -
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2010.
Production of melon, which is moderately sensible to soil salinity, using water with high
content of salts, inspired this work, which objectives were to quantify alterations on
some soil salinity parameters during one crop cycle in two melon production areas,
besides verifying the influence of such alterations on yield and quality of fruits. To
accomplish this task, one cycle of commercial fertirrigated melon production was
monitored in two different areas of W.G Farm, in Baraúna, RN, Brazil, where was
grown the melon hybrid „Iracema‟. Sampling was carried out in a grid scheme, with a
20 x 20 m regular spacing, which resulted in 40 plots. In each plot fruits were collected
for yield determinations (number, yield and fruit mean weight of export, national and
marketable fruits) and quality determinations (soluble solid content (TSS), pulp
firmness and thickness). Soil characteristics determined in the beginning and in the end
of crop cycle were pH, Electrical Conductivity of Soil Saturated Paste Extract (CEes),
contents of Ca
2+
, Mg
2+
, K
+
and Na
+
, Exchangeable Sodium Percentage (ESP) and the
ratios Ca:Mg, Ca:K
and
Mg:K. Data analysis included descriptive statistics; Spearman
correlation and regression analysis for identification of variability sources of yield and
quality. Melon fruit yield and quality had higher influence of initial values of soil
salinity parameters than of final values. Soil Mg
2+
contents and CEes did not showed
increase during melon cycle in both areas. Ca
2+
content increased only at Bismarck area,
where its final values showed positive effects on fruit pulp firmness and thickness. Ca
2+
to Mg
2+
ratio of Bismarck area increased 23,7 % and its final values showed positive
effect on number and yield of export type and marketable fruits. Na
+
contents and ESP
on both areas showed increase around four times, from beginning to cycle end, but only
final values of Sumidouro area showed positive effects: Na
+
benefited number and yield
of export type and marketable fruits, and ESP benefited yield of the same types.
Increase in soil pH was around 5% on both areas, but only at Sumidouro the final values
showed negative effects on mean weight of export type and marketable fruits, and on
TSS.
Keywords: Cucumis melo L., yield, fruit quality
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 -
Caracterização química e frações granulométricas das duas áreas
cultivadas com melão, estudadas em Baraúna, RN. 2008...........................
23
TABELA 2 -
Caracterização química da água dos poços usados para irrigação das duas
áreas cultivadas com melão, estudadas em Baraúna, RN.
2008..............................................................................................................
25
TABELA 3 -
Estatística descritiva do número de frutos de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN,
2009..............................................................................................................
29
TABELA 4 -
Estatística descritiva da produtividade de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN,
2009.............................................................................................................
30
TABELA 5 -
Estatística descritiva do peso médio de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN,
2009..............................................................................................................
31
TABELA 6 -
Estatística descritiva de características de qualidade de frutos do híbrido
de melão Iracema cultivado nas duas áreas estudadas na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna-RN,
2009..............................................................................................................
31
TABELA 7 -
Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de cálcio (cmol
c
dm
-3
) no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de
produção.......................................................................................................
33
TABELA 8 -
Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de magnésio no solo
(cmol
c
dm
-3
) e suas correlações significativas nas duas áreas de
produção.......................................................................................................
34
TABELA 9 -
Estatística descritiva da relação cálcio : magnésio iniciais e finais no solo
e suas correlações significativas nas duas áreas de
produção.......................................................................................................
35
TABELA 10 -
Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de potássio (cmol
c
dm
-3
)
no solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na
Fazenda WG Agropecuária em Baraúna-RN,
2009.......................................................................................................
37
TABELA 11 -
Estatística descritiva da relação cálcio:potássio iniciais e finais no solo e
suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda
WG Agropecuária em Baraúna - RN,
2009.......................................................................................................
38
TABELA 12 -
Estatística descritiva da relação magnésio:potássio iniciais e finais no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na
Fazenda WG Agropecuária em Baraúna - RN,
2009.......................................................................................................
39
TABELA 13-
Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de sódio (cmol
c
dm
-3
) no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na
Fazenda WG Agropecuária em Baraúna-RN, 2009.....................................
41
TABELA 14-
Estatística descritiva dos valores iniciais e finais de PST (%) no solo e
suas correlações significativas nas duas áreas de
produção.......................................................................................................
42
TABELA 15-
Estatística descritiva do pH inicial e final do solo e suas correlações
significativas nas duas áreas de produção....................................................
44
TABELA 16-
Estatística descritiva da condutividade elétrica do extrato de saturação do
solo (ds m
-1
) no início e no fim do ciclo e suas correlações significativas
nas duas áreas de produção na Fazenda WG Agropecuária em Baraúna-
RN, 2009......................................................................................................
46
SUMÁRIO
12
14
14
15
16
17
18
21
23
23
24
24
25
26
26
26
27
27
29
29
32
48
49
12
1 INTRODUÇÃO
O excesso de sais no solo é prejudicial ao desenvolvimento das plantas e reduz a
produtividade agrícola. Cada espécie cultivada apresenta nível diferente de tolerância à
salinidade do solo. Os sais reduzem a capacidade da planta absorver água, interferem
nos seus processos fisiológicos e são tóxicos para determinadas espécies (LIMA, 1997).
Estimativas feitas pelo Ministério do Meio Ambiente, em 1998, apontavam
2.093 ha salinizados e 750 ha em risco de salinização, pertencentes aos projetos
públicos de irrigação no Nordeste (SANTOS e CAMARA, 2002). No mundo,
aproximadamente 50% dos 250 milhões de hectares irrigados apresentam problemas de
salinização, sendo 10 milhões de hectares abandonados anualmente (BERNARDO,
1997).
As principais fontes de água para a irrigação na Chapada do Apodi o
subterrâneas, cuja captação é feita do arenito Açu, em poços com cerca de 1000 m de
profundidade, e do calcário Jandaíra, com profundidade em torno de 100 m.
Atualmente, o tipo de poço mais utilizado é aquele que explora o aqüífero calcário,
apresentando elevados valores de pH e de concentração de íons bicarbonatos. As águas
do aqüífero calcário apresentam concentrações de sais relativamente elevadas, podendo
ser superior a 2000 mg L
-1
(3,0 dS m
-1
), ficando sua utilização condicionada à tolerância
das culturas à salinidade e ao manejo da irrigação, para evitar a salinização dessas áreas
(MEDEIROS, 1992; OLIVEIRA & MAIA, 1998)
A qualidade das águas dos poços utilizadas para a irrigação pode variar no
tempo e no espaço, sabendo-se que na época de estiagem seus níveis de sais são mais
elevados. Nesta época a temperatura e a evapotranspiração na região são mais altas, e é
maior a necessidade de água pelas culturas, a fim de atender às suas necessidades
fisiológicas, sendo afetadas, portanto, com maior intensidade. Isto demonstra a
importância do conhecimento da qualidade da água para evitar os problemas
conseqüentes (COSTA, 1982; LARAQUE, 1989; MEDEIROS, 1992; SILVA JÚNIOR
et al., 1999).
A alcalinidade excessiva das águas destinadas à fertirrigação pode criar uma
série de inconvenientes, que vão desde o entupimento dos emissores, pela precipitação
de carbonatos e fosfatos, até a redução da disponibilidade de micronutrientes para as
culturas (EGREJA FILHO et al., 1999).
13
Segundo Oliveira & Maia (1998), as determinações de pH e condutividade
elétrica (CE) da água fornecem subsídios para se avaliar a possibilidade de precipitação
de sais e a indução da salinidade em função da prática da irrigação; a relação de
adsorção de sódio (RAS) assume papel preponderante, posto que a combinação de CE e
RAS serve para avaliar os perigos que a água oferece, respectivamente, em termos de
indicação de salinidade e aumento dos teores de sódio na solução do solo e,
consequentemente, problemas de infiltração de água.
No Nordeste do Brasil o meloeiro é cultivado, no mínimo, em cinco classes de
solos: latossolos, argissolos, neosolos, vertissolos e cambissolos. A ultima classe
destaca-se por ser a mais representativa, ocupando extensas áreas da Chapada do Apodi
(BRAGA SOBRINHO et al., 2008), que se estende do Rio Grande do Norte até o Ceará,
e que representa mais de 60% dos solos do distrito irrigado do Baixo Açu, RN. São
solos rasos, desenvolvidos a partir do calcário, situados em relevo plano, onde a
vegetação é de caatinga hiperxerófila. Quimicamente, possuem alta soma de bases
trocáveis, podendo representar mais de 90% de saturação da capacidade de troca de
cátions. Normalmente são alcalinos, com pH às vezes acima de 8,0 e fósforo assimilável
muito baixo (menor que 5 mg kg
-1
). Naturalmente têm sido constatadas deficiências de
micronutrientes, principalmente zinco e, embora possa conter mais de 200 mg kg
-1
de
potássio, tem sido constatada deficiência desse nutriente, inclusive em melão, pelo
desequilíbrio existente na relação entre os cátions K:Ca:Mg, com os altos teores de
cálcio, causando inibição competitiva na absorção do potássio e, às vezes, até do
magnésio (CRISÓSTOMO et al., 2002).
Sabendo-se que o meloeiro é uma planta moderadamente sensível à salinidade,
os objetivos deste trabalho foram de quantificar o aumento nos valores de parâmetros de
salinidade do solo durante um ciclo em duas áreas de produção de melão, além de
verificar se este aumento influenciou sobre características de produção e de qualidade
dos frutos.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 IMPORTÂNCIA DA CULTURA DO MELÃO
O melão (Cucumis melo L.) é muito apreciado e tem grande aceitação no mundo,
cuja área cultivada tem se expandido. Em 2004, esta área era de cerca de 1.162.136
hectares, produzindo 21.588.746 toneladas de frutos com média no ano de 18,57 t ha
-1
,
sendo a China o maior produtor, com 33,4% da produção mundial, seguida pela
Turquia, Irã, Estados Unidos e Espanha (FAO, 2003). No Brasil, a base agrícola da
cadeia produtiva das frutas abrange 2,2 milhões de hectares, gera milhares de empregos
diretos e indiretos e um PIB agrícola de US$ 11 bilhões devido a uma produção superior
a 34 milhões de toneladas. Segundo o Anuário Brasileiro de Fruticultura (2010), apenas
2% das frutas frescas produzidas no Brasil são exportadas, evidenciando um grande
mercado interno para frutas in natura em forma de polpa e suco.
O melão é uma cultura de grande importância econômica para a Região
Nordeste do Brasil, havendo dados de que esta região contribuiu com 95% da produção
nacional (IBRAF, 2006; IBGE, 2004). Os principais pólos de produção de melão no
englobam a próxima a Mossoró e Assú, no Estado do Rio Grande do Norte e o Baixo
Jaguaribe, localizado no Estado do Ceará (BRAGA SOBRINHO et al., 2008). A
produção brasileira de melão ocorre no período de entressafra da Espanha, o maior
produtor europeu, havendo espaço de setembro a março para o Brasil suprir o mercado
externo. Os dados do IBRAF (2006) ressaltam a importância do agronegócio do melão e
a importância dessa cultura como geradora de emprego e renda para a Região Nordeste.
Segundo o Anuário Brasileiro de Fruticultura (2010), a fruticultura brasileira no
período de 2008-2009 teve queda de 12,13% no volume exportado, totalizando 780.413
toneladas, e redução de 22,75% no faturamento, que foi de US$ 559,5 milhões. O
melão, primeiro no ranking das frutas exportadas pelo Brasil, sofreu forte queda em área
e produção. Em 2008, a produção brasileira de melão foi de 340.464 toneladas, com
área plantada de 15.788 ha. Naquele ano, o Rio Grande do Norte possuía uma área total
plantada com frutas de 43.750 ha, as quais produziram 655.558 toneladas.
Em 2008, o Brasil colheu 340.464 t de melão em 15.788 ha, 31,26% a menos do
que em 2007 (495.323 t). Os principais produtores foram CE, RN, BA e PE. O CE
15
liderou a produção e as vendas externas de frutos, com produção de 170.424 t em 2008
e exportação de 108.705 t em 2009. Em 2009, os quatro Estados exportaram US$
122.094.688 e um volume de 183.911.976 kg. Nos anos de 2008 e 2009 as exportações
brasileiras de melão caíram de 211.789.635 kg para 183.911.976 kg (-13,16%). No
mesmo período, o faturamento caiu de US$ (FOB) 152.131.031 para 122.094.688
(-19,74%). Em 2009, o RN foi o maior exportador de frutas frescas do Brasil, com
exportações de 126.949.172 kg e valor exportado em US$ (FOB) de 76.204.264,
segundo (ANUÁRIO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 2010).
2.2 ASPECTOS AGRONÔMICOS
No Rio Grande do Norte e Ceará o melão é irrigado por gotejamento, através do
qual se faz a fertirrigação, utilizando água de poços rasos (aqüífero no calcário
Jandaíra), de baixa qualidade, ou de poços profundos (aqüífero no arenito Assu), sem
excesso de sais, mas com elevado custo de captação (NEGREIROS et al., 2003). Os
solos principais são Cambissolos, Latossolos Vermelho-Amarelos eutróficos e
distróficos, Argissolos Vermelho-Amarelos, Argissolos argilúvicos, Neossolos
Quatzarênicos e Neossolos Flúvicos eutróficos (CRISÓSTOMO et al., 2002).
Em geral, na região de Mossoró/Baraúna, o período de cultivo do melão inicia
em junho-julho, estendendo-se até fevereiro, podendo-se plantar durante todo ano em
áreas de solo de textura mais arenosa, mesmo com possíveis problemas fitossanitários
no período chuvoso, normalmente de janeiro a maio (SILVA e COSTA, 2003). Segundo
Costa e Silva (2003), o mercado de sementes de melão é muito dinâmico, havendo
disponibilidade de novos híbridos e cultivares a cada momento. O tipo predominante na
produção Brasileira é o “Valenciano Amarelo”. Outros tipos são produzidos em menor
escala, os quais apesar do alto valor de comercialização no mercado externo apresentam
maior exigência quanto ao transporte e armazenamento pós-colheita. Os grupos de
maior importância cultivados no Brasil são o Cucumis melo L, var inodorus Naud, do
qual fazem parte os tipos “Amarelo”, “Pele de Sapo” e “Honeydew”; o Cucumis melo L,
var reticulatus Naud, do qual fazem parte os tipos “Cantaloupe” e “Gália” e o Cucumis
melo L, var cantaloupensis Naud, representado pelo tipo “Charentais”.
16
2.3 ASPECTOS PRODUTIVOS
Apesar do excelente desempenho da cultura na região, existem problemas
de manejo de solo, água e planta que precisam ser pesquisados para melhorar a
rentabilidade dos produtores e diminuir o impacto ambiental da produção
(NEGREIROS et al., 2003). A produtividade dia alcançada na região, 20,4 Mg ha
-1
em 2001 (CRISÓSTOMO et al., 2002), é considerada baixa em relação à obtida nos
principais países exportadores. Da mesma maneira, a qualidade dos frutos produzidos,
apesar de atender aos requisitos básicos do mercado internacional, está abaixo da média
dos países concorrentes. Segundo Silva & Costa (2003) isto impede a obtenção de
melhores preços nos maiores mercados consumidores.
O estudo dos aspectos produtivos da cultura do melão tem sido enfatizado,
contribuindo para o aumento da utilização dos insumos agrícolas. Porém, o mercado
internacional obriga a produzir segundo estritos requerimentos de qualidade. A
qualidade dos frutos de melão pode ser definida por critérios nutricionais, higiênicos,
tecnológicos e sensoriais, que influenciam a aceitação pelo consumidor, além de
resistência ao manuseio, transporte e armazenamento que, em síntese, determinam o
preço recebido pelo produto (MENEZES, 1996). O mercado europeu exige frutos muito
firmes com conteúdo médio de sólidos solúveis totais acima de 9 %. O fruto deve estar
suficientemente desenvolvido e em estádio de maturação satisfatório para suportar as
condições de transporte e manuseio, de modo que chegue ao local de destino em
condição satisfatória. À medida que o fruto passa do momento ideal de colheita o
conteúdo de sólidos solúveis totais vai aumentando, porém sua firmeza vai diminuindo,
o que não seria problema quando o fruto se destina a mercados mais próximos
(MENEZES, 1996; MENEZES et al., 2000).
O conteúdo de sólidos solúveis totais (SST) no suco extraído da polpa é uma
das características mais estudadas e usada como principal critério para estabelecer
padrões de qualidade nas regulamentações do mercado. Ele indica amadurecimento,
pois exibe correlação positiva com o conteúdo de açúcares e, por isto, pode dar idéia da
doçura da fruta, atributo sensorial mais importante para aceitação pelo consumidor.
Dependendo do país, os valores mínimos de SST estão entre 8 e 10% (SANTOS
JÚNIOR, 2002). Em geral, melões colhidos com menos de 9% são considerados não
comercializáveis porque SST não aumenta após a colheita (MENEZES et al., 2000).
17
Diante da grande variabilidade no campo, o conteúdo de SST isoladamente pode não ser
representativo do estádio de maturação, segundo Scott e MacGillivray (1940) apud
Menezes (1996), que afirmam existir variações no SST entre talhões e até entre frutos
da mesma planta.
A firmeza da polpa é um importante atributo de qualidade em frutos porque
indica propriedades mecânicas de resistência fundamentais no manuseio, transporte e
armazenamento (MENEZES et al., 2001). Frutos com maior firmeza são mais
resistentes às injúrias mecânicas durante o transporte e a comercialização
(GRANGEIRO et al., 1999a). O fruto de melão deve ter polpa espessa e
consequentemente uma cavidade interna pequena, que proporciona maior resistência ao
manuseio e transporte, impedindo o deslocamento da placenta, fator que acelera a
deterioração do fruto. São considerados frutos de polpa espessa aqueles com espessura
entre 4 e 5 cm (PAIVA et al, 2000; PAIVA et al., 2003).
2.4 QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO
No Nordeste do Brasil existem milhares de poços cujas águas podem ser
utilizadas para a irrigação, representando um importante insumo na cadeia produtiva; no
entanto, o uso de água dequalidade pode trazer danos ao meio ambiente, com sérios
reflexos socioeconômicos (SILVA JÚNIOR et al., 1999).
A água encontrada na natureza pode conter impurezas que inviabilizam o seu
emprego para fins de irrigação, se não for devidamente tratada. As impurezas dependem
da procedência da água e podem estar em suspensão ou dissolvidas. Em dissolução
podem ser encontrados gases, sais, metais pesados e agrotóxicos; as impurezas em
suspensão podem ter origem mineral, como areia, silte e argila, ou orgânica, como
matéria morta e organismos vivos. A matéria orgânica morta pode ter origem animal ou
vegetal, como folhas, galhos e outros detritos. Dentre os organismos vivos presentes na
água, destacam-se bactérias, vírus e protozoários. (MAROUELLI et al., 2003)
A qualidade da água é um dos fatores que pode ocasionar efeito negativo ao
desenvolvimento das culturas e afetar a produção, visto que a água é o maior
constituinte dos tecidos vegetais, podendo constituir mais de 90% de algumas plantas.
As águas do aqüífero calcário, utilizadas para produzir melão na região de Mossoró,
18
apresentam concentrações de sais relativamente elevadas, podendo ser superior a 2000
mg L
-1
(3,0 dS m
-1
). Como estas águas são de qualidade inferior, seu uso na agricultura
irrigada requer a adoção de um manejo mais criterioso, de maneira que, além da
aplicação de lâminas de irrigação e níveis de umidade adequados no solo, sua utilização
fica condicionada à tolerância das culturas à salinidade, de forma a se obter altas
produtividades com frutos de boa qualidade e com mínimos riscos de salinização dos
solos (MEDEIROS, 1992; OLIVEIRA e MAIA; 1998; MAROUELLI et al., 2001).
O excesso de sais na zona radicular tem, em geral, efeito deletério no
crescimento das plantas, que se manifesta por uma redução na taxa de transpiração e
crescimento. O excesso de sais reduz o desenvolvimento da planta em razão do aumento
de energia, que precisa ser desprendida para absorver água do solo, e ao ajustamento
bioquímico necessário para sobreviver sob estresse (RHOADES et al., 1992). Na
irrigação por gotejamento, o principal problema de qualidade de água está relacionado
com a obstrução de emissores pelas impurezas em suspensão, a formação de
precipitados e a atividade microbiológica (MAROUELLI et al., 2003).
2.5 EFEITO DA SALINIDADE DO SOLO NA PLANTA
Os problemas de salinidade do solo são decorrentes principalmente das
altas taxas de evaporação e da baixa precipitação pluviométrica, aliados ao manejo
inadequado da água de irrigação (OLIVEIRA et al., 2002). Segundo Ayers e Westcot
(1999) o fato que mais agrava os problemas de salinidade dos solos pela água de
irrigação é o uso indiscriminado das fontes de água, sem levar em consideração a
qualidade da água que está sendo usada.
A salinização do solo também está ligada à características físicoquímicas do solo
em seu estado natural e das técnicas de manejo aplicadas, sendo comum o surgimento
da salinidade em áreas irrigadas onde o manejo não visa a conservação da capacidade
produtiva dos solos, bem como onde uso excessivo de fertilizantes (SILVA FILHO
et al., 2000; D'ALMEIDA et al., 2005). Por outro lado, o uso de água salina na irrigação
em algumas regiões, principalmente semi-áridas, é uma alternativa importante para
incrementar a área irrigada e a produção das culturas (FERREIRA NETO et al., 2002).
No entanto, estas águas podem representar risco para a produção agrícola das culturas já
19
que em certos casos, promovem alterações nas condições físico-químicas do solo
(ALENCAR et al., 2003; VIANA et al., 2001; AMORIM et al. 2002).
O excesso de sais no solo reduz a disponibilidade de água para as plantas, além
de trazer problemas como o efeito de íons tóxicos específicos sobre a fisiologia vegetal,
a tal ponto que afeta a produtividade e a qualidade da produção (DIAS et al., 2003). A
remoção dos sais do solo é realizada, principalmente, pelas chuvas aliadas à drenagem
natural. Em regiões de baixa precipitação pluviométrica, como as Regiões Semi-Áridas,
os sais devem ser lixiviados por meio da aplicação de lâminas de água ligeiramente
superiores às necessidades da cultura. Em locais onde a drenagem natural do solo é
insuficiente para remover o excesso de água, deve-se construir sistemas de drenagem.
Na irrigação por gotejamento, os sais tendem a concentrar-se nas bordas do
bulbo molhado, principalmente próximo à superfície do solo. Segundo Keller e Bliesner
(1990), a aplicação diária de pequenas lâminas de irrigação, aliada à lixiviação
adequada, mantém a salinidade do solo no interior do bulbo molhado em níveis
mínimos, próximos à salinidade da água de irrigação. Contudo, os sais acumulados na
periferia do bulbo molhado podem adentrar à zona radicular, se houver alguma
precipitação durante o ciclo da cultura. Para minimizar o problema, deve-se operar o
sistema mesmo durante as chuvas, a fim de lixiviar os sais da zona radicular.
A irrigação com água acentuadamente calcária propicia altas concentrações na
solução do solo de HCO
3
, Ca
2+
e CaCO
3
precipitado, além de valores elevados de pH e
virtualmente nenhum H
+
e Al
3+
trocáveis. Assim, ao reduzir a concentração de Al
3+
na
solução do solo, ou ainda, se concomitante, houver contribuição percentual expressiva
de cátions como o sódio, potássio ou magnésio na água de irrigação ou no solo, haverá
tendência à dispersão da estrutura dos solos, devido ao aumento da dupla camada difusa
(DCD), provocada por esses cátions de grande raio hidratado e de elevada energia de
hidratação, principalmente quando o teor total de cátions no solo for baixo (EMERSON,
1983; JUCKSCH, 1987; SO e AYLMORE, 1995).
O meloeiro é como uma planta moderadamente sensível à salinidade, pois sua
produtividade não é afetada por valores de condutividade elétrica do extrato de
saturação do solo (CEes) de até 2,2 dS/m, enquanto que uma CEes de 16 dS/m reduz a
produtividade a zero. Sendo a maioria das culturas exploradas na região classificadas
como sensíveis a moderadamente sensíveis à salinidade, surge a necessidade urgente de
melhor caracterizar as águas utilizadas na irrigação, para se estabelecer o manejo
adequado das plantas, solo e sistemas de irrigação (MEDEIROS et al., 2000a).
20
Estudos realizados em Mossoró, RN, por Medeiros et al. (2000a), com o hibrido
de melão amarelo “Gold Mine”, concluíram que a aplicação de água com condutividade
elétrica (CEa) de 2,65 dS m
-1
reduziu a produtividade da cultura em 27 % e o número de
frutos em 19 % em relação à irrigação com água com condutividade elétrica de 0,55 dS
m
-1
. O melão amarelo, cultivar AF646, sofreu redução linear em sua produção quando a
salinidade da água passou de 0,6 para 4,5 dS m
-1
, tendo sido observado que, para cada
acréscimo de 1 dS m
-1
na CEa, houve uma redução de cerca de 9,5% no número de
frutos comerciais e de 10 % na produção comercial (SOUZA NETO et al., 2003).
Quanto ao efeito da salinidade da água sobre a qualidade dos frutos do meloeiro,
Medeiros et al. (2000b) não constataram efeito significativo da salinidade da água de
irrigação nos níveis de 0,6 até 4,5 dS/m sobre o teor de sólidos solúveis, a firmeza da
polpa, a acidez total titulável, o pH e as aparências internas e externas dos frutos.
Estudos realizados por Farias et al. (2003), mostram que a partir do 26º dia as
plantas de meloeiro irrigadas com água de baixa salinidade apresentaram maior índice
de área foliar e, de 26 a 40 dias, houve aceleração acentuada no desenvolvimento foliar,
em relação a níveis mais elevados de salinidade da água. O menor índice de área foliar
das plantas do meloeiro para os níveis de salinidade mais elevados reflete o efeito do
potencial osmótico da solução do solo, inibindo a absorção de água pela planta.
Segundo os mesmos autores, o índice de área foliar das plantas foi afetado pela
salinidade da água de irrigação, de forma diferenciada ao longo do ciclo.
A taxa de crescimento absoluto durante o ciclo do meloeiro para os diferentes
níveis de salinidade da água de irrigação foi estudada por Medeiros et al. (2007). Em
todos os níveis de salinidade da água, a maior velocidade de acúmulo de fitomassa seca
ocorreu entre 35 e 45 dias após plantio (fase de frutificação), neste período o aumento
da salinidade da água proporcionou redução nos valores da taxa de crescimento
absoluto; nos demais períodos não foi observada diferença estatística desta característica
quanto aos níveis de salinidade da água. O excesso de sais pode ter reduzido o
desenvolvimento da planta, devido ao maior gasto de energia para absorver água do
solo. A área foliar, fitomassa e taxa de crescimento absoluto foram afetados pela
salinidade da água, variando com a idade da planta.
21
2.6 ASPECTOS QUÍMICOS
Os aspectos relacionados com a qualidade química da água envolvem
salinidade e permeabilidade do solo, toxicidade para as plantas e obstrução de
emissores. Em geral, a concentração de sais dissolvidos na água de irrigação não é
prejudicial ao meloeiro. Os danos são devidos, em geral, aos sais que vão se
acumulando no solo e salinizando-o gradativamente. A irrigação com água ligeiramente
salina, desde que bem manejada e em solo com excelente drenagem, pode produzir
frutos mais doces, com alto teor de sólidos solúveis. Todavia, durante o crescimento
inicial, a planta é sensível à salinidade (CUENCA, 1989). As principais medidas para
prevenir ou minimizar problemas de salinidade são: instalar sistemas de drenagem em
solos sem boa drenagem natural; adotar práticas culturais para aumentar a infiltração e
reduzir a evaporação de água do solo, manejar adequadamente a irrigação e selecionar
cultivares mais adaptadas aos níveis de salinidade existentes.
Nas principais regiões produtoras de melão do Nordeste, parte da água utilizada
para irrigação é subterrânea de origem calcária, com teores de cálcio e bicarbonato
acima de 80 e 60 mmol
c
L
-1
, respectivamente (MAROUELLI et al., 2003). Na Chapada
do Apodi a principal fonte de água para a irrigação é subterrânea, captada do arenito
Açu, em poços com cerca de 1000 m de profundidade, ou do calcário Jandaíra, em
poços tubulares com profundidade em torno de 100 m. Atualmente, são mais utilizados
os poços que exploram o aqüífero calcário. Segundo Oliveira e Maia (1998), a água
deste último aqüífero apresenta maiores problemas do que as águas superficiais, devido
ao maior pH e à concentração de íons bicarbonatos. A alcalinidade excessiva da água
pode criar uma série de inconvenientes à fertirrigação, que vão desde a obstrução dos
emissores, pela precipitação de carbonatos e fosfatos, além da alcalinização de solo que
causa redução na disponibilidade de micronutrientes para as culturas (EGREJA FILHO
et al., 1999). A água rica em cálcio dificulta, principalmente, o manejo de fertilizantes
fosfatados; a obstrução pode ainda ocorrer pela oxidação de ferro e manganês, que é
favorecida por pH e temperaturas elevadas; além de que ferro e manganês em solução
podem também formar precipitados insolúveis quando na presença de sulfetos.
As determinações de pH e CEa (condutividade elétrica da água) fornecem
subsídios para se avaliar a possibilidade de precipitação de sais e a indução da
salinidade em função da prática da irrigação, segundo Oliveira e Maia (1998). O sódio,
22
quando em excesso na água, pode interagir com o solo, reduzindo sua permeabilidade e,
assim dificultar a infiltração de água e a oxigenação do solo, prejudicando o
desenvolvimento das plantas. Neste aspecto, a relação de adsorção de sódio (RAS)
assume papel preponderante, posto que a combinação de CE e RAS permite avaliar os
perigos que a água oferece, respectivamente, em termos de indicação de salinidade e
aumento dos teores de sódio na solução do solo e, consequentemente, problemas de
infiltração. O uso da RAS, como proposto originalmente pelo Laboratório de Salinidade
de Solo dos Estados Unidos (RICHARDS, 1954) tem sido, no entanto, freqüentemente
criticado, por subestimar o risco de sodicidade e por não levar em consideração outros
íons (HCO
3-
e CO
3
2-
); por isto, são sugeridos métodos de cálculo alternativos, como a
RAS ajustada (RASaj) e a RAS corrigida (RAScor) (AYERS e WESTCOT, 1999).
Em baixa concentração salina (CEa < 0,75 dS cm
-1
), o percentual dos íons de
Ca
2+
na água encontram-se em seus maiores níveis, próximo aos teores do Na
+
; no
entanto, à medida em que a concentração salina da água se eleva (CEa > 0,75 dS cm
-1
) o
nível percentual do Na
+
tende a crescer, enquanto os íons de Ca
2+
decrescem, tornando
as águas cada vez mais sódicas e menos cálcicas (Silva Junior et al, (1999).
23
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 LOCALIZAÇÃO DOS EXPERIMENTOS
O trabalho foi desenvolvido em duas áreas de produção comercial de melão da
W.G Agropecuária Ltda., em Baraúna-RN, ambas em Cambissolo Háplico Ta eutrófico
(CX), segundo SiBCS (EMBRAPA, 2006). O clima é do tipo BSwh‟ de Köppen: seco,
muito quente, com estação chuvosa no verão, atrasando-se para o outono, temperatura
média anual e temperatura do mês mais frio maior do que 18
o
C, precipitação pluvial
média anual de 500 a 600 mm. Pela classificação de Thornthwaite, o clima é do tipo
DdA‟a‟, semi-árido, com pequeno ou nenhum excesso de água durante o ano, e
megatérmico (CARMO FILHO e OLIVEIRA, 1989). Algumas características químicas
e físicas do solo das duas áreas estão apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Caracterização química e frações granulométricas das duas áreas cultivadas
com melão, estudadas em Baraúna, RN. 2008
Características
Unidade
Área Sumidouro
Área Bismarck
pH em água
-
7,41
7,27
Acidez trocável
cmol
c
dm
-3
1,22
2,13
Ca
cmol
c
dm
-3
5,72
6,17
Mg
cmol
c
dm
-3
2,04
2,42
K
cmol
c
dm
-3
0,73
0,56
Na
cmol
c
dm
-3
0,20
0,20
P
mg dm
-3
118,18
112,78
N
g kg
-1
1,19
1,13
Areia grossa
g kg
-1
400
390
Areia fina
g kg
-1
200
220
Areia
g kg
600
610
Silte
g kg
230
160
Argila
g kg
170
230
A área denominada Sumidouro”, localizada na sede da empresa, nas
coordenadas geográficas 5º06‟50” de latitude sul e 37º39‟04” de longitude oeste, foi
24
semeada em 12/08/2008 e colhida em 01/11/2008. A área denominada Bismarck,
localizada no lado esquerdo da rodovia RN 015, Baraúna-Quixeré, nas coordenadas
geográficas 5º04‟08” de latitude sul e 37º38‟47” de longitude oeste, foi semeada em
05/09/2008 e colhida em 25/11/2008.
3.2 PREPARO DA ÁREA
O solo das duas áreas apresentou cobertura abundante de vegetação espontânea
seca. O preparo do solo consistiu da seguinte ordem de implementos e operações: grade
aradora para triturar a vegetação; subsolador/escarificador com 5 hastes retas, ponteiras
de 8 cm de largura, espaçamento de 35 cm entre hastes, a uma profundidade de 35 cm;
grade destorroadora; sulcador a 20 cm de profundidade; adubação de fundação; grade
niveladora de discos fechando o sulco, com rolo nivelador traseiro para formar o
canteiro. Após a formação dos canteiros, foi realizada a colocação de filme de
polietileno preto para cobertura do solo (mulching).
3.3 IMPLANTAÇÃO DA CULTURA
O híbrido de melão amarelo „Iracema‟ foi conduzido conforme tecnologia recomendada
para a região, citada em CRISÓSTOMO et al. (2002) e BRAGA SOBRINHO et al.
(2008). A semeadura foi realizada em bandejas de isopor com 128 células, devidamente
esterilizadas, contendo substrato composto por fibra de coco, sendo as mudas
transplantadas manualmente doze dias após semeadura (DAS), com uma planta por
cova no espaçamento de 2,0 x 0,4 m, seguindo o espaçamento entre gotejadores. Após
uma semana foi realizado o replantio. No início do ciclo foi utilizada cobertura
temporária (até 25 DAS) da parte aérea com manta de tecido-não-tecido. Os tratamentos
fitossanitários seguiram a recomendação da empresa. As capinas foram realizadas
manualmente sempre que necessário.
25
3.4 IRRIGAÇÃO
O sistema de irrigação empregado era localizado por gotejamento, utilizando
tubos gotejadores com emissores espaçados de 40 cm e vazão esperada de 1,5 L h
-1
a 98
kPa de pressão na extremidade das mangueiras. O manejo da irrigação foi baseado em
dados de evapotranspiração obtidos pela empresa e Kc recomendado para o cultivo na
região, disponíveis em Crisóstomo et al. (2002) , e uma eficiência de aplicação de 80%.
A quantidade de água aplicada, nas duas áreas, foi de 5075 m
3
ha
-1
da semeadura até 70
DAS, equivalente a uma lâmina bruta de 507,5 mm. A água dos poços que abasteciam
as duas áreas, classificada como C
2
S
1
(RICHARDS, 1954), possuía as características
apresentadas na tabela 2.
Tabela 2. Caracterização química da água dos poços usados para irrigação das duas
áreas cultivadas com melão, estudadas em Baraúna, RN. 2008
Características
Unidade
Área Sumidouro
Área Bismarck
pH
-
6,85
7,10
Condutividade Elétrica
dS m
-1
1,31
1,13
Ca
mmol
c
L
-1
9,15
8,55
Mg
mmol
c
L
-1
2,60
2,05
K
mmol
c
L
-1
0,10
0,06
Na
mmol
c
L
-1
2,87
1,93
Cl
mmol
c
L
-1
6,20
4,70
CO
3
mmol
c
L
-1
0,00
0,00
HCO
3
mmol
c
L
-1
6,20
5,85
RAS
-
1,15
0,85
Dureza
mg L
-1
587,50
530,00
Cátions
mmol
c
L
-1
14,70
12,60
Ânions
mmol
c
L
-1
12,40
10,55
3.5 ADUBAÇÃO NAS DUAS ÁREAS
A adubação de fundação foi realizada no sulco, antes do plantio, e constou da
aplicação de 40 kg ha
-1
de N e 200 kg ha
-1
de P
2
O
5,
sob a forma de MAP. O restante dos
26
nutrientes foi aplicado parceladamente, via fertirrigação, a qual constou da aplicação de
137 kg ha
-1
de N através das de fonte de ácido nítrico e uréia, totalizando 177 kg ha
-1
;
136 kg ha
-1
de P
2
O
5
via ácido fosfórico, totalizando 336 kg ha
-1
; 275 kg ha
-1
de K
2
O via
cloreto de potássio; 1,7 kg ha
-1
de boro, via ácido bórico, 20 kg ha
-1
de MgO juntamente
com 40 kg ha
-1
de S
,
ambos através do sulfato de magnésio.
3.6 ESQUEMA EXPERIMENTAL
O esquema experimental de ambas as áreas seguiu uma malha de amostragem com
espaçamento regular de 20 m, na qual cada da malha centralizava uma parcela com
20 m
2
, totalizando quarenta parcelas, nas quais foram coletados os frutos para
determinações de produtividade e qualidade. Uma amostra composta de solo de cada
parcela foi coletada no início e no fim do ciclo e levadas ao Laboratório de Análises de
Água e Solo do Departamento de Ciências Ambientais da UFERSA-RN para realizar as
análises necessárias. Antes do plantio, o solo das parcelas foi amostrado na camada de 0
a 20 cm, para caracterização química (pH, CE e teores de macro e micronutrientes) e
física (frações granulométricas e densidade de partícula).
3.7 ANÁLISES DE SOLO
As amostras de solo foram secas ao ar e passadas em peneiras de 2 mm,
obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA) utilizada para análises químicas, realizadas
conforme metodologia da EMBRAPA (1997). O pH do solo e a condutividade elétrica
em água (CE
1:2,5
) foram determinados potenciometricamente por meio de eletrodo
combinado e condutivímetro imerso em suspensão solo-água, na relação 1:2,5; estimou-
se a condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (CEes) aplicando-se aos
dados de CE
1:2,5
o modelo obtido por regressão linear (CEes = 5,91 CE
1:2,5
- 0,013 , R
2
=0,96); os cátions trocáveis (Ca
2+
, Mg
2+
) foram extraídos com solução de KCl e
quantificados por titulação com EDTA, enquanto Na
+
e K
+
foram extraídos através de
27
solução de HCl e H
2
SO
4
(Mehlich 1) e determinados por espectrofotometria de chama
(EMBRAPA, 1997). Após as análises foram calculadas as relações Ca:Mg, Ca:K, Mg:K
e PST, conforme a equação PST = 100 Na CTC
-1
.
3.8 COLHEITA E PÓS-COLHEITA
Após a colheita os frutos de melão foram distribuídos em caixas capazes de
receber até 13 kg (dimensões de 55 cm x 36 cm x 17,5 cm) e separados, por funcionário
especializado da empresa, em tipo exportação, tipo mercado nacional e refugo, sendo
refugados aqueles com evidentes defeitos de forma, tamanho, danos, cor e sanidade. De
cada tipo foram determinados o número e o peso de frutos por parcela, além do peso
médio dos frutos. A produção de frutos comerciáveis foi considerada a soma dos tipos
exportação e mercado nacional.
Para as determinações de qualidade foram retirados quatro frutos comerciáveis de
cada parcela. As metodologias empregadas foram as mesmas utilizadas por MENEZES
et al. (2000), PAIVA et al. (2003) e GRANGEIRO et al. (1999). As características
avaliadas foram: a) firmeza de polpa (FP), expressa em Newtons, determinada em cada
metade do fruto pela resistência à penetração utilizando-se um penetrômetro com haste
de ponta cilíndrica com oito mm de diâmetro; b) sólidos solúveis totais (SST), expresso
em porcentagem, determinados por meio de refratômetro digital com compensação
automática de temperatura, usando o suco retirado de uma fatia do fruto; c) Espessura
de polpa, determinada com paquímetro em cada metade do fruto.
3.9 ANÁLISES ESTATÍSTICAS
As variáveis de produção e qualidade de frutos, além dos valores no início e no
fim do ciclo, de pH, CE, PST e teores no solo de Ca, Mg e Na, foram inicialmente
analisadas por meio da estatística descritiva, para visualizar o comportamento geral dos
dados e identificar possíveis valores discrepantes. As análises de correlação e de
regressão simples foram realizadas visando identificar possíveis causas da variação das
28
variáveis dependentes de produção (massa por fruto, número de frutos produções de
frutos de cada tipos) e de qualidade (espessura e firmeza de polpa e teor de sólidos
solúveis) entre variáveis independentes, que foram os valores, no início e fim do ciclo,
de pH, CE, PST e teores no solo de Ca, Mg e Na. Foram excluídos valores considerados
discrepantes, os quais não se mostraram coerentes com os vizinhos e excederam os
limites de dados não discrepantes citados por Queiroz et al. (1999).
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 VARIÁVEIS DO MELOEIRO
O número médio de todos os tipos de frutos de melão na área Sumidouro
(Tabela 3) seguiu a distribuição normal e foi superior ao da área Bismarck (Teste t
p<0,05), atingindo valores maiores do que o dobro para os tipos exportação (NEXP) e
comerciáveis (NCOM). Os coeficientes de variação entre 16 e 34% são considerados
médios e as maiores amplitudes foram observadas na área Sumidouro, a qual também
apresentou os maiores valores máximos. A amplitude observada entre valores de todas
as variáveis do meloeiro indicam a existência de regiões no campo com baixa
produtividade e qualidade dos frutos e variabilidade importante de fatores relacionados,
da qual se pode tirar proveito através do manejo localizado (JOHNSON et al., 1998).
TABELA 3 - Estatística descritiva do número de frutos de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN, 2009
NEXP
1
NNAC
NCOM
Unidades
Área
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Média
16906 a
7359 b
7323 a
4423 b
24484 a
11672 b
Mínimo
8750
1875
2500
1250
16250
5000
Máximo
24375
11875
11875
7500
35625
16875
Amplitude
15625
10000
9375
6250
19375
11875
CV(%)
2
24,13
36,11
34,63
30,08
16,08
27,93
W
3
0,96
ns
0,96
ns
0,98
ns
0,96
ns
0,96
ns
0,97
ns
1
NEXP = número de frutos tipo exportação por hectare; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional por
hectare; NCOM = número de frutos comerciáveis por hectare;
2
CV = Coeficiente de variação.
3
W = valor do teste de
normalidade Shapiro Wilk;
ns
não significativo a 5% de probabilidade. Médias de cada local seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
A produtividade de frutos de melão tipo exportação (PEXP) obteve dia de
27,08 Mg ha
-1
na área Sumidouro, maior (Teste t p<0,05) do que 12,51 Mg ha
-1
da
Bismarck. Os coeficientes de variação foram de 22,11 e 33,94%, respectivamente
(Tabela 4). Estes resultados foram superiores (Teste t p<0,05) aos de produção de frutos
tipo mercado nacional (PNAC), cujas médias foram de 13,16 Mg ha
-1
na área
Sumidouro e de 9,11 Mg ha
-1
na Bismarck. Em contraste, MIRANDA (2005) observou
30
valores de PEXP do melão amarelo Goldex inferiores aos de PNAC, acarretando menor
quantidade de frutos comerciáveis (PCOM) e menor rentabilidade do agricultor.
TABELA 4 - Estatística descritiva da produtividade de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN, 2009
PEXP
1
PNAC
PCOM
Mg ha
-1
Área
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Média
27,08 a
12,51 b
13,16 a
9,11 b
40,65 a
21,39 b
Mínimo
15,18
3,31
3,84
2,86
28,08
9,54
Máximo
38,62
21,75
26,76
16,06
55,59
31,76
Amplitude
23,43
18,44
22,92
13,20
27,50
22,22
CV(%)
2
22,11
33,94
38,40
31,42
15,50
25,52
W
3
0,97
ns
0,98
ns
0,97
ns
0,99
ns
0,96
ns
0,97
ns
1
PEXP = produtividade de frutos tipo exportação; PNAC = produtividade de frutos tipo mercado nacional; PCOM =
produtividade de frutos comerciáveis;
2
CV = Coeficiente de variação.
3
W = valor do teste de normalidade Shapiro
Wilk;
ns
não significativo a 5% de probabilidade. Médias de cada local seguidas de letras diferentes diferem pelo teste
t (P<0,05).
A Produtividade de Frutos Comerciáveis (PCOM) apresentou médias de 40,65
Mg ha
-1
na área Sumidouro (Tabela 4), bem superior (Teste t p<0,05) aos 21,39 Mg ha
-1
da área Bismarck, com CV de 15,5% e 25,52%, respectivamente. Segundo Paiva et al.
(2003) os produtores esperam produtividade do melão acima de 25 Mg ha
-1
, para ter
lucro, mas, alguns híbridos superam 40 Mg ha
-1
. Em Carnaubais (RN), obteve-se
produtividade comerciável de até 41 Mg ha
-1
para o melão amarelo Gold Mine em
condições experimentais, com CV de 32% (ARAÚJO, 2000). É importante ressaltar a
grande amplitude dos valores de todos os tipos, a qual indica influência da variabilidade
de características do ambiente.
O peso médio dos frutos comerciáveis em geral varia entre 1,1 e 1,8 kg, de
acordo com Gurgel (2000), demonstrando que os valores médios entre 1,64 e 1,74,
obtidos na área Sumidouro (Tabela 5), estão dentro dos padrões aceitáveis, mesmo
tendo o seu valor máximo atingido valores ao redor de 2,0 kg. O autor afirma que a
preferência dos consumidores europeus é por frutos cujo tamanho permita ser
consumido de uma vez. Quanto à área Bismarck, além do peso médio de todos os
tipos, entre 1,73 e 2,07 kg, ter sido superior à área Sumidouro (Teste t p<0,05), os
valores dos comerciáveis superaram os aceitáveis, com média de 1,84 kg por fruto e
valor máximo de 2,31 kg. Isto pode ser atribuído ao menor número de frutos obtidos
nesta área. Na região de Mosso-RN alguns trabalhos também obtiveram valores
31
médios de PMCOM ao redor de 1,8 kg por fruto de melões amarelos (ARAÚJO, 2000;
PAIVA et al., 2000).
TABELA 5 - Estatística descritiva do peso médio de cada tipo do híbrido Iracema
cultivado nas duas áreas de produção, WG Agropecuária, Baraúna-RN, 2009
PMEXP
1
PMNAC
PMCOM
kg por fruto
Área
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Média
1,64 b
1,73 a
1,74 b
2,07 a
1,66 b
1,84 a
Mínimo
1,28
1,34
1,48
1,54
1,40
1,48
Máximo
1,96
2,32
2,07
2,68
1,99
2,31
Amplitude
0,68
0,97
0,59
1,14
0,59
0,83
CV(%)
2
10,87
11,00
9,22
12,53
8,53
8,81
W
3
0,95
ns
0,92
**
0,95
ns
0,98
ns
0,96
ns
0,96
ns
1
PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; PMNAC = peso médio de frutos tipo mercado nacional; PMCOM =
peso médio de frutos comerciáveis; CV =
2
Coeficiente de variação.
3
W = valor do teste de normalidade Shapiro
Wilk;
ns
não significativo; ** significativo a 1% de probabilidade. Médias de cada local seguidas de letras diferentes
diferem pelo teste t (P<0,05).
Os frutos apresentaram médias de espessura de polpa (ESPOLP) de 3,50 cm e
3,30 cm no Sumidouro e no Bismarck respectivamente (Tabela 6), sendo que nenhum
valor obtido atingiu os 4,05 cm obtidos por Miranda (2005) com melões amarelos. A
importância da maior espessura de polpa é que a cavidade das sementes é menor,
tornando os frutos mais resistentes ao manuseio e transporte (PAIVA et al., 2000).
Quanto aos coeficientes de variação obtidos, de 5,66 e 8,37%, que caracterizam baixa
variabilidade, foram semelhantes aos obtidos por Miranda (2005).
TABELA 6 - Estatística descritiva de características de qualidade de frutos do híbrido
de melão Iracema cultivado nas duas áreas estudadas na Fazenda WG Agropecuária em
Baraúna-RN, 2009
ESPOLP
1
(cm)
FIRMEZA
(N)
TSS
(%)
Área
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Sumidouro
Bismarck
Média
3,50 a
3,30 a
21,36 a
22,11 a
9,03 a
8,21 b
Mínimo
3,10
2,75
17,93
17,80
7,70
6,70
Máximo
3,89
3,95
26,29
26,25
10,80
9,40
Amplitude
0,79
1,20
1,88
1,90
3,10
2,70
CV(%)
2
5,43
8,37
10,44
9,11
8,80
8,10
W
3
0,97
ns
0,97
ns
0,93
*
0,95
ns
0,96
ns
0,98
ns
1
ESPOLP = espessura da polpa; FIRMEZA = firmeza de polpa; TSS = teor de sólidos solúveis;
2
CV = Coeficiente
de variação.
3
W = valor do teste de normalidade Shapiro Wilk;
ns
não significativo; * significativo a 5% de
probabilidade. Médias de cada local seguidas de letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
Os valores médios de firmeza de polpa obtidos, ao redor de 22 N nas duas áreas
(Tabela 6), não atingiram os valores mínimos aceitos por ocasião da colheita para
32
melões amarelos, que devem estar entre 24 e 40 N, de acordo com FILGUEIRAS et al.
(2000), estando, desta maneira, mais sujeitos a danos durante o transporte e o
armazenamento. Trabalhos desenvolvidos na região de Mossoró-RN com vários
híbridos de melão amarelo obtiveram valores de firmeza de polpa entre 20 e 35 N
(GURGEL, 2000), entre 27 e 35 N (MEDEIROS et al., 2000; RODRIGUES, 2002) e de
40 N (GRANGEIRO et al., 1999).
Os teores médios de sólidos solúveis (TSS) foram superiores (Teste t p<0,05) na
área Sumidouro (9,03%), do que na área Bismarck (8,21%), respectivamente (Tabela 6).
Estas médias e os valores nimos observados indicam que as duas áreas apresentaram
quantidade significativa de frutos abaixo dos teores aceitáveis para melões amarelos,
entre 9,0 e 12%, segundo FILGUEIRAS et al. (2000). Comercialmente, segundo
RIZZO e BRAZ (2001), frutos de melão com TSS entre 12 e 15 % são considerados de
excelente qualidade e teores ao redor de 9% são considerados aceitáveis. Na região de
Mossoró-RN foram obtidos valores de TSS para melão amarelo Gold Mine, ao redor de
10% (MEDEIROS et al., 2000) e 12% (RODRIGUES, 2002). A amplitude dos
parâmetros de qualidade, obtidos neste trabalho, indica a existência de regiões no campo
com frutos fora dos padrões aceitos no mercado, possivelmente devido à variabilidade
importante de fatores relacionados, os quais, se manejados de forma localizada segundo
Johnson et al. (1998), podem melhorar a qualidade dos frutos de melão na área como
um todo e melhorar a rentabilidade do agricultor.
4.2 VARIÁVEIS DO SOLO
O teor de cálcio no solo das duas áreas, ao redor de 6 cmol
c
dm
-3
, são
considerados altos por Malavolta et al. (1997). Na área Sumidouro (Tabela 7), os teores
médios de Ca
2+
no solo diminuíram significativamente (Teste t, p<0,05) do início para o
fim do ciclo do meloeiro, apesar da adição de Ca
2+
pela água de irrigação. Neste
sentido, observa-se através das correlações obtidas, que os teores de Ca
2+
no solo no
início e final do ciclo tiveram pouca influência sobre as variáveis de qualidade e
produtividade do meloeiro, devendo-se observar que, apesar de significativa, a
diminuição no teor de Ca
2+
foi de apenas 5,71%. Os coeficientes de correlação de 0,26 e
0,30 e os coeficientes de determinação das regressões de 0,12 e 0,22, respectivamente,
33
dos teores finais de Ca
2+
com o NCOM e PCOM, indicam que os efeitos mais
importantes foram positivos.
TABELA 7 - Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de cálcio (cmol
c
dm
-3
) no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna-RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Ca
i
Sumidouro
6,13 a
4,70
7,40
2,70
11,27
0,97
ns
Ca
f
5,78 b
5,00
6,80
1,80
7,54
0,97
ns
Correlações
Regressões
a
B
R
2
p>F
Ca
i
x NEXP = 0,26
+
Ca
f
x PCOM = 0,26
+
Ca
f
x NCOM = 0,35
*
-
-
-
-
13,89
4,58
0,12
0,030
3,60
3,60
0,22
0,003
Ca
i
Bismarck
6,06 b
4,90
7,60
2,70
10,40
0,97
ns
Ca
f
7,12 a
6,00
8,10
2,10
8,60
0,93
*
Correlações
Ca
f
x FIRMEZA = 0,27
+
Ca
f
x ESPOLP = 0,30
+
Os subscritos
i
e
f
indicam os teores iniciais e finais de cada nutriente. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste t a 5% de probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
+
significativo a 10% de
probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PCOM = produtividade de frutos comerciáveis; NCOM =
número de frutos comerciáveis; ESPOLP = espessura de polpa.
Na área Bismarck (Tabela 7), cujo teor de Ca
2+
no solo também é considerado
alto, observou-se aumento significativo (Teste t, p<0,05) de 17,5% deste teor do início
para o fim do ciclo. Segundo Medeiros et al. (2003) as águas utilizadas para irrigação na
região apresentam valores altos de Ca
2+
e HCO
3
-
. No caso da cultura do melão, uma
aplicação de 350 mm de água por ciclo, assumindo que todo HCO
3
-
se precipita no solo
como CaCO
3
, resultaria na incorporação ao solo através destas águas de 1,5 Mg ha
-1
de
calcário por ciclo, o que explica a alcalinidade dos solos irrigados na região. Na área
Bismarck, os coeficientes de correlação indicaram pequena influência do teor de Ca
2+
sobre o desempenho da cultura, mas observa-se tendência de os teores ao fim do ciclo
favorecerem firmeza (0,27) e espessura da polpa (0,30). Isto concorda com Mallick et
al. (1984) que atribuem ao cálcio influência sobre a qualidade dos frutos devido à sua
função na anatomia, além da sua combinação com pectina para formar pectato de cálcio
na parede celular, resultando em frutos com polpa firme e consistente. O coeficiente de
variação mais baixo ao final do ciclo pode confirmar que a adição via água de irrigação
promove distribuição mais uniforme dos teores de Ca
2+
no solo das duas áreas.
Os teores de Mg
2+
observados, entre 2 e 3 cmol
c
dm
-3
, são considerados altos,
segundo Malavolta et al. (1997). Eles foram semelhantes nas duas áreas estudadas
34
(Tabela 8) e não diferiram do início para o fim do ciclo (Teste t, p<0,05), apesar da
contribuição da água de irrigação.
TABELA 8 - Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de magnésio no solo
(cmol
c
dm
-3
) e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda
WG Agropecuária em Baraúna-RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Mg
i
Sumidouro
2,10 a
1,00
3,60
2,60
30,20
0,97
ns
Mg
f
2,24 a
1,20
3,70
2,50
25,30
0,97
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Mg
i
x NEXP = -0,39
**
Mg
i
x PMEXP = 0,34
*
Mg
i
x NCOM = -0,28
+
Mg
i
x PMCOM = 0,32
*
Mg
i
x FIRMEZA = -0,29
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Mg
i
Bismarck
2,57 a
0,80
3,40
2,60
19,45
0,93
*
Mg
f
2,46 a
0,70
4,00
3,30
28,34
0,99
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Mg
i
x PMEXP = 0,31
*
Mg
i
x
PNAC = -0,27
+
Mg
f
x PCOM = -0,28
+
-
-
-
-
-16,38
-2,93
0,15
0,01
-
-
-
-
Os subscritos
i
e
f
indicam os teores iniciais e finais de cada nutriente. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PMEXP = peso
médio de frutos tipo exportação; NCOM = número de frutos comerciáveis; PMCOM = peso médio de frutos
comerciáveis; PNAC = produtividade de frutos tipo mercado nacional; PCOM = produtividade de frutos
comerciáveis.
Na área Sumidouro foi maior a influência sobre a cultura do teor de Mg
2+
do solo
no início do ciclo. As correlações foram negativas sobre número de frutos tipo
exportação e comerciável (-0,39 e -0,28) e, conseqüentemente, foram positivas sobre o
peso médio destes frutos, nas duas áreas (0,34 e 0,32). Apesar destas correlações e da
correlação negativa (-0,29) dos teores de Mg
2+
no início do ciclo sobre a firmeza dos
frutos na área Sumidouro, não se observou regressões significativas dos teores de Mg
2+
.
Os efeitos observados podem indicar que altos teores de Mg
2+
no solo inibiram a
absorção de potássio pelas plantas de melão, concordando com Crisóstomo et al (2002).
A influência do teor de Mg
2+
no solo da área Bismarck sobre o desempenho da
cultura foi menos evidente (Tabela 8), havendo correlação negativa (-0,27) do teor de
Mg
2+
no início do ciclo com a produtividade do tipo mercado nacional e do teor ao fim
do ciclo com a produtividade comerciável (-0,28). A regressão do teor inicial de Mg
2+
com a produtividade do tipo mercado nacional foi significativa (R
2
= 0,15).
35
A relação cálcio:magnésio do solo da área Sumidouro (Tabela 9) não diferiu do
início para o fim do ciclo (Teste t, p<0,05), devendo-se observar que os coeficientes de
variação ficaram ao redor de 30% e que as médias desta relação foram próximas a 3:1,
considerada ideal para o meloeiro por Silva et al. (2005).
TABELA 9 - Estatística descritiva da relação cálcio:magnésio iniciais e finais no solo e
suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna - RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Ca
i
:Mg
i
Sumidouro
3,02 a
1,11
5,69
4,58
33,55
0,96
ns
Ca
f
:Mg
f
2,72 a
1,43
4,43
3,00
27,78
0,96
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Ca
i
:Mg
i
x NEXP = 0,36
**
Ca
i
:Mg
i
x PMEXP = -0,32
*
Ca
i
:Mg
i
x PMCOM = -0,31
*
Ca
f
:Mg
f
x NCOM = 0,32
*
Ca
f
:Mg
f
x PMEXP = -0,29
+
Ca
f
:Mg
f
x PMCOM = -0,27
+
12,90
1,30
0,11
0,05
-
-
-
-
-
-
-
-
18,62
2,23
0,19
0,007
-
-
-
-
-
-
-
-
Ca
i
:Mg
i
Bismarck
2,36 b
1,53
3,28
1,75
17,20
0,98
ns
Ca
f
:Mg
f
2,92 a
1,67
4,69
3,02
25,61
0,95
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Ca
i
:Mg
i
x PMEXP = -0,30
*
Ca
i
:Mg
i
x PNAC = 0,28
+
Ca
i
:Mg
i
x NNAC = 0,27
+
Ca
f
:Mg
f
x NEXP = 0,34
*
Ca
f
:Mg
f
x PEXP = 0,33
*
Ca
f
:Mg
f
x NCOM = 0,28
+
Ca
f
:Mg
f
x PCOM = 0,33
*
Ca
f
:Mg
f
x ESPOLP = 0,32
*
-
-
-
-
2,04
2,80
0,14
0,03
1,51
1,16
0,10
0,05
-
-
-
-
7,35
1,86
0,10
0,05
-
-
-
-
-
-
-
-
2,95
0,12
0,11
0,05
Os subscritos
i
e
f
indicam os valores da relação no início e no fim do ciclo. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PEXP =
produtividade de frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; NCOM = número de frutos
comerciáveis; PCOM = produtividade de frutos comerciáveis; PMCOM = peso dio de frutos comerciáveis; PNAC
= produtividade de frutos tipo mercado nacional; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; ESPOLP =
espessura de polpa.
Os valores da relação Ca:Mg no início do ciclo apresentaram correlação
significativa positiva (0,36) com o número de frutos tipo exportação e de forma negativa
com os pesos médios de frutos dos tipos exportação e comerciável (-0,32 e -0,31). Os
valores ao fim do ciclo, que apresentaram menor coeficiente de variação e amplitude de
valores, causaram influência semelhante aos iniciais. Foram obtidas regressões
significativas dos valores iniciais da relação Ca:Mg da área Sumidouro com NEXP (R
2
= 0,11) e dos valores finais com NCOM (R
2
= 0,19).
36
Observa-se que existiram amostras na área Sumidouro com valores de relação
Ca:Mg inferiores ou superiores aos considerados ideais (Tabela 9). Valores superiores
indicam predomínio de Ca
2+
e inferiores indicam predomínio de Mg
2+
. Nos dois casos, o
predomínio de um pode implicar em inibição da absorção do outro. Sob este enfoque, o
predomínio do Ca
2+
no início do ciclo teria favorecido o número de frutos tipo
exportação (correlação 0,36) e no final teria favorecido o número de frutos comerciáveis
(correlação de 0,32). No entanto, este predomínio teria influências negativas sobre os
pesos médios dos frutos dos tipos exportação (correlações de -0,32 e -0,29) e
comerciáveis (correlações de -0,31 e -0,27), tanto no início como no final do ciclo, o
que é conseqüência do maior número de frutos. Segundo Crisóstomo et al (2002), altas
concentrações de Ca
2+
e K
+
podem inibir a absorção de Mg
2+
, diminuir sua translocação
da raiz à parte aérea, e causar sua deficiência. Isto acontece porque estes cátions
competem pelos mesmos sítios de absorção na raiz, de maneira que o cátion em maior
concentração na solução do solo tem absorção preferencial em detrimento dos outros.
Na área Bismarck, o aumento significativo (Teste t, p<0,05) na relação Ca:Mg
do solo (23,7%) do início para o fim do ciclo (Tabela 9), demonstra maior aumento dos
teores médios de Ca
2+
no solo do que dos teores de Mg
2+
, como mostram as Tabelas 7 e
8. O predomínio do Ca
2+
em relação ao Mg
2+
trouxe, em geral, influência positiva sobre
o desempenho da cultura, tanto dos valores no início como no fim do ciclo. Isto é
reforçado pelas regressões significativas dos valores iniciais com PNAC (R
2
= 0,14) e
NNAC (R
2
= 0,10) e dos valores finais com PEXP (R
2
= 0,10) e ESPOLP (R
2
= 0,11). A
tendência de que a correlação negativa (-0,30) da relação Ca:Mg inicial sobre PMEXP
seja devida ao predomínio do Ca
2+
é reforçada pelas correlações positivas do Mg
2+
apresentadas na Tabela 8.
As implicações das relações entre cátions trocáveis, como Ca
2+
e Mg
2+
, no solo
foi revisada por Quaggio (2000), que concluiu que a relação não teria importância para
o crescimento ou produção das plantas. Nos casos em que relações extremas afetam as
plantas, não seria por efeito direto da relação Ca:Mg sobre o crescimento ou a produção,
mas sim por deficiências de Ca
2+
ou de Mg
2+
. Em estudo de solos do Perímetro Irrigado
Califórnia, em Sergipe, Gomes et al. (2003) constataram que o aumento da
concentração de sais no solo apresentou correlação positiva com a relação Ca:Mg e
relataram que o aumento de teores de Ca
2+
e Mg
2+
poderia ser devido à elevada aplicação
de fertilizantes e, ou, decorrente da elevação do lençol freático.
37
Os teores de K
+
no solo acima de 0,50 cmol
c
dm
-3
, como os observados nas duas
áreas são considerados muito altos (MALAVOLTA et al., 1997) e diminuíram do início
para o fim do ciclo (teste t, P<0,05). Na área Sumidouro, a diminuição foi de 15% e na
Bismarck foi de 26%. Observa-se pelos parâmetros estatísticos (Tabela 10) que esta
diminuição não foi uniforme, porque houve aumento em CV, amplitude dos valores e
do valor máximo da área Sumidouro. Chaves et al (2009) observaram que a presença de
K
+
no solo em profundidades até 60 cm era conseqüência das lixiviações advindas da
camada superior ao longo do tempo e isto foi confirmado na última coleta, em época
seca e de uso intenso da irrigação, pelo decréscimo no teor de K
+
em duas
profundidades, indicando uma provável lixiviação provocada pela lâmina de irrigação.
TABELA 10 - Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de potássio (cmol
c
dm
-3
)
no solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna-RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
K
i
Sumidouro
0,79 a
0,55
1,03
0,48
14,49
0,98
ns
K
f
0,67 b
0,50
1,27
0,77
19,03
0,84
**
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
K
i
x NNAC = -0,43
**
K
i
x PNAC = -0,42
**
K
i
x NCOM = -0,31
*
K
i
x PMCOM = -0,26
+
K
i
x TSS = -0,26
+
K
i
x FIRMEZA = 0,35
*
K
i
x ESPOLP = 0,39
**
15832
-10428
0,16
0,01
28,11
-18,87
0,18
0,007
57473
-21978
0,14
0,02
2,03
-0,48
0,10
0,04
-
-
-
-
3,54
1,65
0,14
0,02
3,02
0,58
0,12
0,03
K
i
Bismarck
0,68 a
0,52
0,87
0,35
10,90
0,98
ns
K
f
0,50 b
0,25
0,78
0,53
26,96
0,97
ns
Correlações
K
i
x NEXP = 0,28
+
Os subscritos
i
e
f
indicam os teores iniciais e finais de cada nutriente. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste t a 5% de probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
+
significativo a 10% de
probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PNAC
= produtividade de frutos tipo mercado nacional; PMCOM = peso médio de frutos comerciáveis; NCOM = número
de frutos comerciáveis; ESPOLP = espessura de polpa; TSS = teor de sólidos solúveis;
As correlações e regressões do K
+
(Tabela 10) predominaram na área Sumidouro
e apenas para teores no início do ciclo. Foram observadas correlações negativas de K
+
com sólidos solúveis (-0,26), número (-0,43) e produtividade (-0,42) do tipo mercado
nacional, e com número (-0,31) e peso médio de frutos (-0,26) do tipo comerciável.
Segundo Crisóstomo et al. (2002), em plantios de meloeiro em solos de origem calcária
do RN e CE, irrigados com água rica em Ca
2+
, mesmo com aplicações elevadas de K
2
O,
38
pode-se observar deficiência de K
+
para a cultura, devido à inibição competitiva da
absorção de K
+
por altos teores de Ca
2+
no solo. A ausência de efeitos do teor de K
+
ao
fim do ciclo seria devida à diminuição do seu teor durante o ciclo. Quanto à firmeza
(0,35) e espessura de polpa (0,39) tiveram influencia positiva dos teores no início do
ciclo. Com exceção de TSS da área Sumidouro, para as outras variáveis com
correlações significativas também foram obtidas regressões significativas com K
+
, cujos
coeficientes de determinação ficaram entre 0,10 (PMCOM) e 0,18 (PNAC).
O valor da relação Ca:K (Tabela 11) aumentou do início para o fim do ciclo nas
duas áreas (Teste t, P<0,05). Na área Sumidouro o aumento de 12% é explicado pela
diminuição no teor de K
+
(15%), de maneira que o valor médio da relação ao final do
ciclo foi semelhante ao considerado ideal por Silva et al. (2005), que seria 9:1. Mesmo
assim, existiu grande amplitude de valores, demonstrando que na área havia tanto locais
com relação Ca:K abaixo da citada como locais com relação bem superior.
TABELA 11 - Estatística descritiva da relação cálcio:potássio iniciais e finais no solo e
suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna - RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Ca
i
:K
i
Sumidouro
7,99 b
5,67
12,45
6,78
19,12
0,87
**
Ca
f
:K
f
8,97 a
4,56
12,91
8,35
18,94
0,98
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Ca
i
:K
i
x NNAC = 0,27
+
Ca
i
:K
i
x PNAC = 0,26
+
Ca
i
:K
i
x PCOM = 0,31
*
Ca
i
:K
i
x NCOM = 0,27
+
Ca
f
:K
f
x PCOM = 0,35
*
Ca
f
:K
f
x NCOM = 0,27
+
-
-
-
-
-
-
-
-
17,89
0,81
0,10
0,05
25996
1758
0,16
0,01
17,18
0,81
0,11
0,04
-
-
-
-
Ca
i
:K
i
Bismarck
9,05 b
6,22
11,45
5,23
12,89
0,98
ns
Ca
f
:K
f
15,27 a
9,06
26,04
16,98
25,34
0,94
ns
Correlações
Ca
f
:K
f
x NNAC = 0,32
*
Os subscritos
i
e
f
indicam os valores da relação no início e no fim do ciclo. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PNAC =
produtividade de frutos tipo mercado nacional; NCOM = número de frutos comerciáveis; PCOM = produtividade de
frutos comerciáveis.
Na área Bismarck, houve um grande aumento (69%) na relação Ca:K do início
do ciclo, quando ela era semelhante à considerada ideal, para o final do ciclo, quando a
relação ficou bem superior à preconizada. Nesta área, além da diminuição do K
+
(26%),
houve contribuição do aumento do teor de Ca
2+
no final do ciclo (17,5%).
39
As correlações e regressões (Tabela 11) demonstram que os efeitos da relação
Ca:K predominaram na área Sumidouro, todos positivos e, na maioria, devidos a valores
no início do ciclo, tendo ocorrido sobre número e produtividade de frutos dos tipos
mercado nacional e comerciável, enquanto que valores ao final do ciclo influenciaram
apenas número e produtividade de frutos comerciáveis. A evidência de que maior
relação Ca:K favoreceu parâmetros de produção, apóia afirmação de MALAVOLTA et
al. (1997) de que teores elevados de cátions monovalentes (K
+
) na solução do solo
possam induzir deficiência dos divalentes (Ca
++
), retidos mais fortemente no solo.
A relação magnésio:potássio apresentou aumento significativo (Teste t, P<0,05),
do início para o fim do ciclo, de 22% na área Sumidouro e de 40% na Bismarck. Este
aumento foi devido, principalmente à diminuição do teor de K
+
nas duas áreas. Na área
Sumidouro a relação Mg:K no final do ciclo passou a ser pouco superior a 3:1, citada
por Silva et al. (2005). No entanto, a relação na área Bismarck, que era favorável ao
Mg
2+
, no final do ciclo ficou bem superior à considerada ideal.
TABELA 12 - Estatística descritiva da relação magnésio:potássio iniciais e finais no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna - RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Mg
i
:K
i
Sumidouro
2,79 b
1,15
5,59
4,44
37,10
0,90
**
Mg
f
:K
f
3,41 a
1,93
7,25
5,32
33,13
0,87
**
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Mg
i
:K
i
x NEXP = -0,38
**
Mg
i
:K
i
x PMEXP = 0,40
**
Mg
i
:K
i
x NNAC = 0,44
**
Mg
i
:K
i
x PNAC = 0,40
**
Mg
i
:K
i
x PMCOM = 0,41
**
Mg
i
:K
i
x FIRMEZA = -0,43
**
-
-
-
-
1,40
0,08
0,15
0,02
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
5,47
-0,22
0,19
0,0001
Mg
i
:K
i
Bismarck
3,87 b
1,09
5,78
4,69
24,27
0,98
ns
Mg
f
:K
f
5,43 a
1,04
12,57
11,53
40,25
0,97
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Mg
i
:K
i
x PMEXP = 0,32
*
1,46
0,07
0,12
0,04
Os subscritos
i
e
f
indicam os valores da relação no início e no fim do ciclo. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PMEXP = peso
médio de frutos tipo exportação; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PNAC = produtividade de frutos
tipo mercado nacional; PMCOM = peso médio de frutos comerciáveis.
As correlações e regressões demonstram os efeitos da predominância do Mg
2+
em favor os tipos mercado nacional e comerciável e demonstram que este predomínio
pode ter prejudicado a qualidade dos frutos, que é muito influenciada pelo K
+
, como
40
confirmado pelo efeito negativo sobre o número de frutos tipo exportação, que devem
ser os de melhor qualidade e também sobre a firmeza dos frutos. Segundo
CRISÓSTOMO et al. (2002), K
+
, Ca
2+
e Mg
2+
competem pelos mesmos sítios de
absorção na raiz, de maneira que o cátion em maior concentração na solução do solo
tem absorção preferencial em detrimento dos outros.
O teor de Na
+
no solo teve comportamento semelhante nas duas áreas,
destacando-se aumento significativo (Teste t p<0,05) de 275% na área Sumidouro e de
371 % na área Bismarck, do início para o fim do ciclo (Tabela 13). No período, também
se observou grande diminuição nos coeficientes de variação (de 65 para 18%),
demonstrando haver distribuição uniforme no campo do Na
+
contido na água de
irrigação. Segundo SANTOS (2000), em solos de regiões áridas e semi-áridas, mais
sujeitos a problemas por acúmulo de sais, é mais importante avaliar a porcentagem de
Na
+
em relação aos demais cátions do que os teores absolutos de Na
+
.
Na área Sumidouro (Tabela 13) o teor inicial de Na
+
apresentou poucos efeitos
sobre a cultura, identificados através das correlações, das quais a mais notável foi com
PMEXP (0,36), com regressão significativa (R
2
= 0,21). Segundo Malavolta et al.,
(1997) o Na
+
substitui em parte o K
+
em funções não específicas, como as propriedades
osmóticas, quando o mesmo estiver deficiente. Os teores finais de Na
+
no solo
apresentaram mais correlações e regressões significativas¸ tendo influenciado
positivamente os números de frutos dos tipos exportação e comerciável (correlações de
0,32 e 0,33) e, principalmente, as produtividades destes tipos, que tiveram boas
correlações (0,40 e 0,43) e regressões cujos coeficientes de determinação foram de 0,15
para o tipo exportação e de 0,20 para os frutos comerciáveis.
Na área Bismarck (Tabela 13) predominaram as correlações e regressões
significativas os teores iniciais de Na
+
. As correlações foram em geral negativas sobre
os números de frutos de cada tipo, sendo de -0,30 para NEXP, de -0,47 para NNAC,
cuja regressão apresentou R
2
de 0,17, e de -0,43 para NCOM, cuja regressão apresentou
R
2
de 0,18. Entretanto, as correlações foram positivas para os pesos médios dos frutos,
sendo de 0,37 para PMEXP, cuja regressão apresentou R
2
de 0,23, de 0,27 para
PMNAC e de 0,37 para PMCOM, cuja regressão apresentou R
2
de 0,18. Isto demonstra
que os maiores teores de Na
+
no solo causaram diminuição no número de frutos e, como
conseqüência, frutos maiores. Como resultado destes efeitos, observa-se influência
negativa sobre as produções de frutos nacionais, com correlação de -0,37 e regressão
com R
2
de 0,13, e comerciáveis, com correlação de -0,40 e regressão com R
2
de 0,12.
41
Segundo Viana et al. (2001) a salinização do solo causa desequilíbrio nutricional,
porque o excesso de sais (Na
+
e Cl
-
) na solução do solo leva a um distúrbio na absorção
de nutrientes como Ca
2+
, K
+
, Mg
2+
e Na
+
, alterando suas concentrações na planta. A
desordem nutricional pode causar desenvolvimento abaixo do normal, devido em
grande parte, à influência sobre os processos metabólicos da planta.
TABELA 13 - Estatística descritiva dos teores iniciais e finais de sódio (cmol
c
dm
-3
) no
solo e suas correlações significativas nas duas áreas de produção na Fazenda WG
Agropecuária em Baraúna-RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
Na
i
Sumidouro
0,08 b
0,00
0,19
0,19
64,70
0,94
*
Na
f
0,30 a
0,20
0,43
0,23
17,75
0,96
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p<F
Na
i
x PMEXP = 0,36
*
Na
i
x PMCOM = 0,25
ns
Na
i
x FIRMEZA = -0,27
+
Na
f
x NEXP = 0,32
*
Na
f
x PEXP = 0,40
**
Na
f
x PCOM = 0,43
**
Na
f
x NCOM = 0,33
*
1,48
1,83
0,21
0,004
1,56
1,19
0,13
0,03
-
-
-
-
-
-
-
-
12,75
48,66
0,15
0,02
22,12
63,26
0,20
0,005
16,37
28,19
0,12
0,04
Na
i
Bismarck
0,07 b
0,01
0,15
0,14
51,31
0,94
*
Na
f
0,33 a
0,21
0,50
0,29
18,77
0,95
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
Na
i
x
NEXP = -0,30
+
Na
i
x PMEXP = 0,37
**
Na
i
x NNAC = -0,47
**
Na
i
x PNAC = -0,37
**
Na
i
x PMNAC = 0,27
+
Na
i
x PCOM = -0,40
**
Na
i
x NCOM = -0,43
**
Na
i
x PMCOM = 0,37
**
Na
f
x PMNAC = -0,29
+
-
-
-
-
1,55
2,53
0,23
0,001
5,51
-16,71
0,17
0,009
11,00
-31,79
0,13
0,03
-
-
-
-
25,39
-54,57
0,12
0,03
14,36
-37,63
0,18
0,006
1,70
2,19
0,18
0,006
-
-
-
-
Os subscritos
i
e
f
indicam os teores iniciais e finais de cada nutriente. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PEXP =
produtividade de frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; NCOM = número de frutos
comerciáveis; PCOM = produtividade de frutos comerciáveis; PMCOM = peso médio de frutos comerciáveis; PNAC
= produtividade de frutos tipo mercado nacional; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PMNAC = peso
médio de frutos tipo mercado nacional.
Os valores de PST nas duas áreas apresentaram aumento significativo (Teste t
p<0,05) ao redor de 330 % do início para o fim do ciclo (Tabela 14), acompanhando o
aumento dos teores de sódio no solo. Com base nos valores máximos (4,23 %) e
mínimos (0,00 %) da PST das amostras de solo (Tabela 14), verificou-se grande
amplitude de variação dos dados. No entanto, de acordo com Pizarro (1985) solos com
42
PST < 7 seriam não sódicos, parâmetro que corresponde aos solos das duas áreas
estudadas, conforme pode ser constatado pelos valores médios encontrados na análise
descritiva dos dados mostrados na Tabela 14.
TABELA 14 - Estatística descritiva dos valores iniciais e finais de PST (%) no solo e
suas correlações significativas nas duas áreas de produção.
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
PST
i
Sumidouro
0,74 b
0,00
1,61
1,61
62,17
0,95
ns
PST
f
3,16 a
2,09
4,23
2,14
15,58
0,98
ns
Correlações
Regressões
a
B
R
2
p>F
PST
i
x PMEXP = 0,39
**
PST
i
x PMCOM = 0,27
+
PST
i
x TSS = 0,26
+
PST
f
x PEXP = 0,29
+
PST
f
x PCOM = 0,34
*
1,47
0,21
0,21
0,004
1,55
0,14
0,13
0,03
-
-
-
-
14,81
3,88
0,10
0,05
23,65
5,40
0,16
0,01
PST
i
Bismarck
0,60 b
0,09
1,31
1,22
49,71
0,96
ns
PST
f
2,62 a
1,84
3,45
1,61
13,49
0,97
ns
Correlações
Regressões
a
B
R
2
p>F
PST
i
x NEXP = -0,34
*
PST
i
x PEXP = -0,28
+
PST
i
x PMEXP = 0,39
**
PST
i
x NNAC = -0,47
**
PST
i
x PNAC = -0,36
*
PST
i
x PMNAC = 0,30
*
PST
i
x PCOM = -0,42
**
PST
i
x NCOM = -0,47
**
PST
i
x PMCOM = 0,40
**
PST
f
x PMNAC = -0,28
+
9,37
-3,07
0,11
0,04
-
-
-
-
1,56
0,28
0,19
0,04
5,58
-2,09
0,17
0,007
10,98
-3,47
0,11
0,04
-
-
-
-
25,93
-7,33
0,15
0,02
14,66
-4,93
0,21
0,003
1,70
0,26
0,17
0,01
-
-
-
-
Os subscritos
i
e
f
indicam os valores de PST no início e no fim do ciclo. Médias iniciais e finais seguidas de letras
diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a 5% de
probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PEXP =
produtividade de frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; NCOM = número de frutos
comerciáveis; PMCOM = peso médio de frutos comerciáveis; PNAC = produtividade de frutos tipo mercado
nacional; PCOM = produtividade de frutos comerciáveis; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PMNAC
= peso médio de frutos tipo mercado nacional; TSS = teor de sólidos solúveis.
Da mesma maneira que o sódio, os coeficientes de variação de PST eram
elevados no início do ciclo e se tornaram baixos no fim (de 62% para 13%), sugerindo a
distribuição uniforme do sódio por toda a área. Na área Sumidouro os valores iniciais de
PST apresentaram correlações positivas com os pesos médios de frutos, principalmente
tipo exportação (0,39) e comerciáveis (0,27), destacando-se a correlação e a regressão
de PST com o peso médio de frutos tipo exportação (R
2
= 0,21). Os valores finais de
PST obtiveram correlações positivas com as produtividades dos tipos exportação (0,29)
e comerciáveis (0,34), inclusive com regressões significativas (R
2
de 0,10 e 0,16).
43
Na área Bismarck (Tabela 14), somente os valores iniciais de PST do solo
apresentaram correlações e regressões significativas. Apesar da PST ter correlação
positiva com os pesos médios dos frutos (PMEXP =0,39; PMNAC=0,30 e
PMCOM=0,40), provavelmente isto se deveu à influência negativa sobre os números de
frutos dos três tipos (NEXP=-0,34; NNAC=-0,47 e NCOM=-0,47), e resultou em
prejuízo às produtividades dos três tipos (PEXP=-0,28; PNAC=-0,36 e PCOM=-0,42).
As correlações e regressões mais significativas foram aquelas que envolveram os
números de frutos (R
2
de 0,11 para NEXP; 0,17 para NNAC e de 0,21 para NCOM).
O pH do solo também teve comportamento semelhante nas duas áreas (Tabela
15), com elevação significativa (Teste t p<0,05) ao redor de 5% em seus valores, sem
alteração no coeficiente de variação. Isto demonstra que a composição química da água
de irrigação utilizada tende a alcalinizar o solo e que esta alcalinização aconteceu de
forma homogênea na área. Segundo Maia et al. (2001), o aumento no pH do solo com
os anos de cultivo é devido aos elevados teores de carbonato e bicarbonato na água de
irrigação, principalmente as de poço tubular. Assim, a aplicação dessas águas ao solo
tem um efeito no seu pH, que pode ser calculado em relação ao equivalente a carbonato
de cálcio com poder relativo de neutralização total (PRNT) de 100 %.Apesar amplitude
de valores observada (entre 7,14 e 7,52) demonstrar alcalinidade fraca, de acordo com
Filgueira (2000), a faixa ideal de pH do solo para o meloeiro está em torno de 6,0 a 7,5
e a cultura não tolera solos ácidos.
Na área Sumidouro (Tabela 15) o pH inicial do solo apresentou correlações
significativas com todos os parâmetros de produção de frutos do tipo exportação,
havendo correlação positiva importante com o número de frutos (0,50) e a
produtividade deste tipo (0,37), enquanto que o peso médio de frutos para exportação
apresentou correlação negativa (-0,30). A regressão do pH inicial do solo com o número
de frutos do tipo exportação foi uma das mais significativas encontradas (R
2
= 0,28),
enquanto as regressões com PEXP e PMEXP apresentaram R
2
de 0,16 e 0,10,
respectivamente. Quanto aos frutos comerciáveis, também se observou correlação
positiva do pH inicial com o número de frutos (0,38), cuja regressão apresentou R
2
de
0,14, e correlação negativa com o peso médio dos frutos (0,36), cuja regressão
apresentou R
2
de 0,11. Quanto à qualidade dos frutos de melão nesta área, o pH inicial
apresentou correlação positiva com a firmeza de polpa (0,42), cuja regressão apresentou
R
2
de 0,11, e correlação negativa com TSS (-0,36), demonstrando que valores elevados
de pH inicial prejudicaram a maturação dos frutos do meloeiro.
44
TABELA 15 - Estatística descritiva do pH inicial e final do solo e suas correlações
significativas nas duas áreas de produção.
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
pH
i
Sumidouro
7,15 b
6,82
7,48
0,66
3,04
0,97
ns
pH
f
7,52 a
6,88
7,90
1,02
3,04
0,95
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
pH
i
x NEXP = 0,50
**
pH
i
x PEXP = 0,37
**
pH
i
x PMEXP = -0,30
*
pH
i
x PNAC = -0,30
+
pH
i
x NCOM = 0,38
**
pH
i
x PMCOM = -0,36
*
pH
i
x TSS = -0,36
*
pH
i
x FIRMEZA = 0,42
**
pH
f
x PMEXP = -0,38
**
pH
f
x PMCOM = -0,40
**
pH
f
x TSS = -0,30
*
pH
f
x FIRMEZA = 0,25
ns
-72,52
12,49
0,28
0,007
-72,22
13,88
0,16
0,01
4,50
-0,40
0,10
0,05
-
-
-
-
-36,11
8,50
0,14
0,02
4,04
-0,33
0,11
0,04
-
-
-
-
-13,30
4,86
0,15
0,01
4,91
-0,43
0,18
0,007
4,66
-0,40
0,23
0,002
20,35
-9,17
-1,49
4,06
0,16
0,15
0,01
0,01
pH
i
Bismarck
7,14 b
6,46
7,68
1,22
4,53
0,95
ns
pH
f
7,42 a
6,69
7,83
1,14
4,23
0,86
**
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
pH
i
x PMEXP = -0,52
**
pH
i
x PMNAC = -0,30
*
pH
i
x PMCOM = -0,50
**
pH
f
x ESPOLP = 0,29
+
3,73
-0,28
0,27
0,001
-
-
-
-
3,53
-0,24
0,22
0,004
-
-
-
-
Os subscritos
i
e
f
indicam os valores de pH do solo no íncio e no fim do ciclo. Médias iniciais e finais seguidas de
letras diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de probabilidade.
* significativo a
5% de probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de frutos tipo exportação; PEXP =
produtividade de frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; NCOM = número de frutos
comerciáveis; PMCOM = peso médio de frutos comerciáveis; PNAC = produtividade de frutos tipo mercado
nacional; PMNAC = peso médio de frutos tipo mercado nacional; TSS = teor de sólidos solúveis; ESPOLP =
espessura de polpa.
Os valores finais de pH na área Sumidouro (Tabela 15) apresentaram poucos
efeitos significativos, sendo mais destacados as correlações negativas com o PMEXP
(-0,38) e PMCOM (-0,40), cujas regressões foram significativas (R
2
= 0,18 e 0,23).
Quanto à qualidade dos frutos, os valores finais de pH apresentaram correlação negativa
com TSS (-0,30), cuja regressão apresentou R
2
de 0,16, e correlação positiva com a
firmeza dos frutos (0,25), cuja regressão apresentou R
2
de 0,15, demonstrando, nestes
casos, influência semelhante à dos valores iniciais. Segundo Faria et al. (2009) a
alcalinização dos solos pode induzir a dispersão das argilas, acarretando conseqüências
como a indisponibilidade dos nutrientes Fe, B, Cu, Zn, N, S e P; elevação da densidade
45
aparente; redução da macroporosidade, porosidade total, armazenamento de água,
aeração, condutividade hidráulica e permeabilidade do solo ().
Na área Bismarck (Tabela 15) existiram poucas indicações de que a alteração do
pH tenha influenciado a cultura. As correlações mais importantes foram negativas e
obtidas para o peso médio de todos os tipos de frutos (PMEXP = -0,52; PMNAC= -0,30
e PMCOM= -0,50). As regressões do pH inicial com os pesos médios dos tipos
exportação (R
2
= 0,27) e comerciável (R
2
= 0,22) estão entre as mais significativas
obtidas neste trabalho.
Os valores médios de condutividade elétrica do extrato de saturação do solo
(CEes) variaram ao redor de 1,05 a 2,41 dS m
-1
,
enquanto que Gurgel et al. (2003)
obtiveram salinidades do solo (CEes) entre 2,06 a 2,84 dS m
-1
quando irrigaram com
água de baixa e alta salinidade, respectivamente, no primeiro ciclo de melão, e 2,59 a
3,82 dS m
-1
no segundo ciclo. Os valores apresentaram diminuição significativa (Teste t
p<0,05) de 39% na área Sumidouro e de 28 % na área Bismarck (Tabela 16). A
diminuição observada nos coeficientes de variação foi de 33 para 17% na área
Sumidouro, indicando que a fertirrigação teve tendência de uniformizar este parâmetro
do solo, ao mesmo tempo os valores máximos diminuíram de 4,77 para 2,06 dS m
-1
.
Segundo Pizarro (1985) o limite de tolerância para a cultura do melão é de 2,2 dS m
-1
.
Na área Sumidouro praticamente somente os valores iniciais de CEes
apresentaram efeitos sobre os parâmetros estudados, podendo-se observar na Tabela 16
que os valores máximos, naquela área, chegaram a 4,77 dS m
-1
, valor que segundo
Ayers e Westcot (1976) pode afetar o desenvolvimento das plantas. Segundo estes
autores quando a condutividade elétrica for igual a 4 dS m
-1
a salinidade do solo pode
provocar decréscimos na produtividade de 25% e de 50% quando igual a 6 dS m
-1
. O
número de frutos tipo exportação apresentou correlação negativa (-0,30) e os do tipo
nacional apresentaram correlação positiva (0,27) com a CEes inicial. Os pesos médios
dos frutos dos tipos exportação (0,47) e comerciáveis (0,45) apresentaram boas
correlações positivas com a CEes inicial do solo, sendo que os coeficientes de
determinação das regressões foram de 0,21 para PMEXP e de 0,15 para PMCOM.
46
TABELA 16 - Estatística descritiva da condutividade elétrica do extrato de saturação do
solo (ds m
-1
) no início e no fim do ciclo e suas correlações significativas nas duas áreas
de produção na Fazenda WG Agropecuária em Baraúna-RN, 2009
Local
Média
Mínimo
Máximo
Amplitude
CV (%)
W
1
CEes
i
Sumidouro
2,41 a
1,11
4,77
3,66
33,04
0,96
ns
CEes
f
1,46 b
0,99
2,06
1,07
16,86
0,97
ns
Correlações
Regressões
A
B
R
2
p>F
CEes
i
x NEXP = -0,30
+
CEes
i
x PMEXP = 0,47
**
CEes
i
x NNAC = 0,27
+
CEes
i
x PNAC = 0,27
+
CEes
i
x PMCOM = 0,45
**
CEes
i
x TSS = 0,49
**
CEes
i
x FIRMEZA = -0,61
**
CEes
f
x FIRMEZA = 0,44
**
-
-
-
-
1,33
0,70
0,21
0,005
-
-
-
-
-
-
-
-
1,45
0,50
0,15
0,01
7,97
2,67
0,21
0,003
25,05
-8,64
0,30
0,005
17,14
16,61
0,17
0,01
CEes
i
Bismarck
1,46 a
0,70
2,47
1,77
36,44
0,92
**
CEes
f
1,05 b
0,70
1,88
1,18
24,91
0,94
ns
Correlações
Regressões
A
b
R
2
p>F
CEes
i
x PMEXP = 0,51
**
CEes
i
x PMCOM = 0,47
**
1,52
0,81
0,17
0,01
1,67
0,68
0,14
0,02
CEesi e CEesf = condutividade elétrica do estrato de saturação do solo no início e no vim do ciclo. Médias iniciais e
finais seguidas de letras diferentes diferem pelo teste T a 5% de probabilidade. ** significativo a 1% de
probabilidade.
* significativo a 5% de probabilidade.
+
significativo a 10% de probabilidade. NEXP = número de
frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; PMCOM = peso médio de frutos
comerciáveis; PNAC = produtividade de frutos tipo mercado nacional; NNAC = número de frutos tipo mercado
nacional; TSS = teor de sólidos solúveis.
Quanto à qualidade dos frutos da área Sumidouro, é interessante observar os
efeitos contrários da CEes inicial do solo, cuja correlação foi negativa para a firmeza
dos frutos (-0,61) e positiva (0,49) para TSS (Tabela 13). Neste sentido, observou-se
que a regressão com a firmeza dos frutos foi a mais significativa encontrada neste
trabalho (R
2
= 0,30), enquanto que TSS apresentou R
2
de 0,21. Os valores finais da
CEes do solo somente apresentaram efeito sobre a firmeza dos frutos, com boa
correlação (0,44) e regressão significativa (R
2
= 0,17). Estudos realizados por Medeiros
et al. (2000b), quanto ao efeito da salinidade da água sobre a qualidade dos frutos do
meloeiro, constataram que não houve efeito significativo da salinidade da água de
irrigação nos níveis de 0,6 até 4,5 dS/m sobre o teor de sólidos solúveis, a firmeza da
polpa, a acidez total titulável, o pH e as aparências internas e externas dos frutos.
Na área Bismarck foram poucos os efeitos observados da CEes do solo sobre a
cultura, e exclusivamente dos valores iniciais (Tabela 13). Foram obtidos valores
destacados de correlações positivas com entre a CEes inicial e o peso médio dos frutos
do tipo exportação (0,51) e comerciável (0,47), sendo que as regressões apresentaram
47
R
2
de 0,17 e 0,14, respectivamente. Em estudo de Aragão et al. (2009) com três
cultivares de melão amarelo submetidos a quatro níveis de CEes, a salinidade do solo
produziu efeito negativo para todas as características avaliadas a partir de 2 dS m
-1
nas
três cultivares, tendo a AF 682 se mostrado menos tolerante às concentrações salinas,
quando comparada as demais cultivares.
48
5 CONCLUSÕES
A produtividade e qualidade dos frutos de melão foram mais influenciadas pelos
valores iniciais do que pelos valores finais dos parâmetros de salinidade do solo.
O teor de Mg e a CEes do solo não aumentaram do início para o fim do ciclo do
meloeiro, nas duas áreas estudadas.
O teor de cálcio no solo aumentou na área Bismarck, onde seu teor no final do
ciclo apresentou efeito positivo sobre a firmeza e espessura da polpa dos frutos.
Número e produtividade de frutos dos tipos exportação e comerciáveis da área
Bismarck tiveram efeito positivo do valor final da relação cálcio:magnésio do solo, que
aumentou 23,7 % em relação ao inicial.
Os teores de sódio e a PST do solo das duas áreas aumentaram ao redor de
quatro vezes, do início para o final do ciclo.
O peso médio de frutos do tipo exportação e comerciáveis e o teor de sólidos
solúveis na área Sumidouro tiveram efeito negativo do valor final de pH do solo, que
aumentou ao redor de 5% nas duas áreas.
49
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