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MARTA MARIA MARTINS GIAMATEI CONTENTE
ALTERAÇÃO DA TEMPERATURA DURANTE O PREPARO
CAVITÁRIO COM LASER Er:YAG EM ESMALTE DE DENTES
DECÍDUOS
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, para obtenção do Grau de Mestre
em Odontopediatria.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto
RIBEIRÃO PRETO
2009
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Contente, Marta Maria Martins Giamatei
Alteração da temperatura durante o preparo cavitário com
laser Er:YAG em esmalte de dentes decíduos.
Ribeirão Preto, 2009
57p.: il, 30 cm.
Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto/USP. Programa:
Odontopediatria.
Orientadora: Borsatto, Maria Cristina
1. Laser Er:YAG. 2.Dentes Decíduos. 3. Esmalte
4. Temperatura
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MARTA MARIA MARTINS GIAMATEI CONTENTE
ALTERAÇÃO DA TEMPERATURA DURANTE PREPARO O
CAVITÁRIO COM LASER Er:YAG EM ESMALTE DE DENTES
DECÍDUOS
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade
de São Paulo, para obtenção do Grau de Mestre
em Odontopediatria.
Data da defesa: / /____
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Dr(a).: ____________________________________________________
Julgamento:_____________ Assinatura:________________________________
Prof(a). Dr(a).: ____________________________________________________
Julgamento:_____________ Assinatura:________________________________
Prof(a). Dr(a).: ____________________________________________________
Julgamento:_____________ Assinatura:________________________________
__________________________DEDICO ESTE TRABALHO,
Aos meus pais Inês Giamatei Contente e Edgard Martins Contente, à
minha irmã Simone Martins Giamatei Contente e à minha tia Antonia
Maria Giamatei,
pelo amor e apoio incondicionais e porque sem eles não sou
ninguém.
A minha orientadora Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto
por ser um
exemplo de dignidade e honestidade num mundo que perdeu um pouco dos
seus valores.
Às Crianças,
por serem os seres mais puros, inocentes, espontâneos e cheios
de vida que conheço
. Em especial a: Lucas Henrique Ferrari Silva, Maria
Eduarda e Ana Carolina Lanfredi Matsumoto, Mariana Galhardo Lanfredi, Gabriel
Carvalho Lanfredi, Adriano Victor Ferrari Garcia, Larissa Ayumi e Augusto Kenzo
Yoshioka Lanfredi, Enrico Paes Torres Mantovani, Maria Luiza Gomes da Silva
Cavalcante, Michel Morais Marques Sawan e às crianças do Projeto “Criança
Feliz”,
porque em cada um destes rostinhos encontrei conforto e alegria nos
períodos mais complicados desta jornada
.
_______________________AGRADECIMENTOS EPECIAIS
A Deus pelo milagre da vida.
“Não tenho nada que me prove a existência de Deus e mesmo assim, Ele
continua sendo o Absoluto dos meus dias. Nunca choveu maná no quintal da
minha casa, e a imagem que tenho da Virgem Maria nunca derramou uma
lágrima. O que tenho aqui é esta mão machucada, este dedo sangrando, este
nó na garganta, este desconsolo, esta dor, estar cor e este olhar
desconcertante de Deus, me deixando sem jeito ao dizer que me ama.”
Pe. Fábio de Melo
Aos meus pais Inês Giamatei Contente e Edgard Martins Contente
Mãe e Pai, como eu sempre digo: “o nome de vocês não aparece no Google,
vocês não tem nenhum artigo publicado e nenhum cargo importante”, mas foi a
honestidade e a humildade de vocês que me ensinaram a ter caráter e força
para superar os obstáculos de cada dia. Obrigada por respeitarem minhas
decisões e participarem de maneira tão ativa em todas as fases da minha vida.
Agradeço a Deus todos os dias por ter nascido neste lar! Amo vocês, sempre, e
cada vez mais!
À minha tia-madrinha Antonia Maria Giamatei
Má, nem se eu juntasse toda a bondade do mundo encheria o tamanho do seu
coração. Sem você nada disso seria possível. Você é a segunda mãe que Deus
me deu de presente. Obrigada por me ensinar as primeiras letrinhas e por estar
sempre comigo muitas vezes deixando suas vontades de lado para satisfazer as
minhas. Não dá nem pra agradecer, porque não é possível agradecer o amor de
uma mãe!
À minha irmã Simone Martins Giamatei Contente
Si, VOCÊ a pessoa que eu mais adoro neste mundo! Sempre digo que se não
fosse sua irmã morreria de inveja. Obrigada por me compreender do início ao
fim! O brilho dos seus olhos e seu jeitinho de enxergar as coisas são sempre
uma motivação para tudo o que tenho que fazer. Obrigada por ouvir minhas
histórias, por rir do meu destrambelhamento, por ter paciência com meu mau
humor e por achar que tudo o que eu faço é bom! Te amo, só isso! O resto eu
nem sei dizer!
À minha orientadora Profa. Dra. Maria Cristina Borsatto
“Tua pessoa Maria, e a alma sempre boa sempre voa à Maria” – Marisa Monte
Maria, você foi muito mais que uma orientadora, você foi uma mãe. Meu
exemplo de pesquisadora. Não tenho como descrever o tamanho de minha
admiração por sua conduta ética, sua honestidade e sua disposição em ajudar
que nossos sonhos se tornem realidade. Obrigada por me ‘adotar’ entre os
seus, abrindo não só as portas da sua sala, mas também as da sua casa, da
sua família me permitindo passar momentos tão agradáveis. Obrigada por cada
segundo que pude passar ao seu lado! Não existem palavras para definir o que
sinto por você! Dá até vontade de gritar ‘Te amo, Mariaaaaaa!’
Aos meus amigos Carolina Paes Torres Mantovani, Jaciara Miranda
Gomes da Silva e Rodrigo Galo
A vontade que sinto neste momento é de colocar na capa do trabalho o nome
de vocês todos. Não tenho palavras pra descrever o tanto que vocês foram
importantes para mim durante este tempo em que convivemos juntos. Cada um
de vocês a seu modo, me apoiando, me ensinando e compartilhando comigo
cada instante.
Carol, obrigada por ter pego minha mão dias antes da formatura da graduação
e dito “Tia Martinha, daqui pra frente você é uma Borsalette!”. Neste dia eu
senti que minha vida não seria mais a mesma. Cada momento ao seu lado é
um presente de Deus! Nem sei o tanto que eu gosto de você! Você é um
exemplo de tudo!
Jaci, a vida na faculdade sem você não teria o mesmo sentido. Seu dinamismo,
sua garra e sua bondade contagiam qualquer um. Quero um dia poder retribuir
todo seu empenho. Tenho muito orgulho de te ter como amiga!
Digo, mesmo quando você estava em Portugal há milhas de distância sempre
foi muito presente. Obrigada não só pelo apoio na Análise Estatística e na
formatação deste trabalho, mas pela amizade sincera e sem barreiras! Você é
uma pessoa especial demais!
À amiga Fátima Rizóli,
Fá, conviver com você foi um dos melhores presentes que a FORP me deu. Sua
determinação, competência, honestidade e carinho me fizeram dar valor à cada
minutinho de minha vida. Obrigada pelo carinho!
Ao Fabrício Augusto de Lima Acadêmico do curso de Física Médica do
Departamento de Física e Matemática da FFCLRP-USP
Fabris, obrigada pelo empenho durante a execução da fase experimental deste
trabalho. Sua colaboração foi fundamental tanto na realização das medidas de
temperatura, quanto no tratamento e análise dos dados. Vejo em você um
futuro brilhante!
Ao amigo Lucas Adão Zanardi,
Bronco, você foi um irmão que Deus colocou no meu caminho. Sua força de
vontade e essa vontade de vencer servem de incentivo para eu levantar a
cabeça todos os dias e dizer “Eu vou conseguir!”. Obrigada pelo carinho desses
anos de convivência!
Aos amigos do curso de pós-graduação Rosângela Morais Marques Sawan,
Giselle De Angelo Souza Leite, Taiana Dias de Melo, Talitha de
Siqueira Mellara, Cíntia Guimarães Almeida, Cristina Bueno Brandão,
Rodrigo Alexandre Valério e César Penazzo Lepri
Todos vocês colaboraram de alguma forma para a realização deste sonho, seja
participando do desenvolvimento da metolodogia ou ouvindo um desabafo ao
telefone. A presença de cada um em minha vida é uma dádiva divina!
________________________________AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, na
pessoa do atual Diretor Prof. Dr. Osvaldo Luiz Bezzon e Vice-Diretor Prof.
Dr. Valdemar Mallet da Rocha Barros.
À Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo, na pessoa da atual Presidente Profa. Dra. Léa
Assed Bezerra da Silva, também coordenadora do curso de Pós-Graduação
em Odontopediatria.
Agradeço pelo determinismo em conseguir a excelência e o reconhecimento
deste curso.
Às funcionárias da seção de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Isabel Cristina Galino Sola e
Regiane Cristina Moi Sacilotto
Belzinha e Likiki, obrigada pela atenção e paciência em todos os momentos
deste curso de Mestrado. O apoio de vocês na fase final desta etapa foi
fundamental .
Ao Sr. Reginaldo Santana da Silva, do Departamento de Odontologia
Restauradora da FORP-USP
Reginaldo, obrigada pelo auxílio fundamental na execução dos procedimentos
experimentais e pela alegre convivência no Laboratório de laser.
Ao Prof. Dr. Jesus Djalma Pécora do Departamento de Odontologia
Restauradora da FORP-USP
Prof. Pécora, obrigada pela oportunidade de desenvolver a parte experimental
de meu trabalho no Laboratório de Laser da FORP-USP.
Ao Prof. Dr. Luciano Bachmann, do Departamento de Física e Matemática
da FFCLRP-USP
Pelo apoio, mesmo que indireto, durante a realização dos experimentos com os
equipamentos e
Software
para análise da variação da temperatura.
À Profa. Dra. Regina Guenka Palma Dibb, do Departamento de
Odontologia Restauradora da FORP-USP
Rê, obrigada por me permitir compartilhar de sua imensa sabedoria estando
sempre disposta a esclarecer todas as dúvidas.
Ao meu grande amigo Bruno Rodrigues Mandarini
A distância geográfica que nos separa não diminui em nada a cumplicidade de
nossa amizade. Obrigada por compartilhar comigo as alegrias e as tristezas
desta fase. É bom demais ser sua amiga!
Ao Prof. Dr. Heitor Panzeri e Profa. Dra. Fernanda de Carvalho Panzeri
Pires de Souza
Obrigada por me ensinarem a dar os primeiros passos no meio científico. O
carinho e o apoio de vocês durante a Iniciação Científica foi fundamental para
que eu chegasse até aqui.
À amiga Kranya Vitoria Díaz Serrano
Kran, mais do que minha professora você se tornou uma amiga. Obrigada pelos
conselhos, orientações e conversas.
Aos docentes do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e
Social da FORP-USP: Prof. Dr. Adilson Thomazinho, Profa. Dra. Aldevina
Campos de Freitas, Profa. Dra. Alexandra Mussolino de Queiroz, Profa.
Dra. Janete Cinira Bregagnolo, Prof. Dr. José Arnaldo Viana Cione, Prof.
Dr. José Tarcísio de Lima Ferreira, Profa. Dra. Kranya Victoria Díaz
Serrano, Profa. Dra. Léa Assed Bezerra da Silva, Profa. Dra. Maria
Bernadete Sasso Stuani, Profa. Dra. Maria da Conceição Pereira
Saraiva, Profa. Dra. Marlívia Gonçalves de Carvalho Watanabe, Profa.
Dra. Mírian Aiko Nakane Matsumoto, Prof. Dr. Paulo Nelson Filho, Profa.
Dra. Raquel Assed Bezerra da Silva, Prof. Dr. Ricardo Henrique Alves da
Silva, Profa. Dra. Sada Assed Prof. Dr. Wilson Mestriner Júnior
Agradecer os ensinamentos profissionais recebidos não é o bastante. Cada um
de vocês teve sua importância, não só na minha formação profissional, mas
também na minha formação como ser humano. Obrigada por fazerem parte da
minha história!
Ao Dr. Edmilson Bersani Oliveira
Obrigada por ter confiado a mim a saúde bucal das crianças do “Projeto Criança
Feliz”. Este foi sem dúvida meu melhor presente de aniversário em 2009.
Aos alunos da turma do curso de Mestrado e Doutorado do Departamento de
Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da FORP-USP: Ana Paula
Ramos Bernardes da Silva, Edélcio Garcia Júnior, Giselle de Angelo
Souza Leite, Lourdes Yanissely Garcia Olmedo, Marcela Perdiza,
Cristina Bueno Brandão, Olívia Santos de Oliveira Verardo, Remberto
Marcelo Argandoña Valdez, Rodrigo Machado da Silva, Rosângela
Morais Marques Sawan, Taiana de Melo Dias e Vanessa da rocha
Bernardini Maldonado, Cristhiane Ristum Bagatin Rossi, Soraya Cheier
Dib Gonçalves, Maria Angélica Hueb de Menezes Oliveira, Francisco
Wanderley Garcia de Paula e Silva.
Conviver com pessoas tão diferentes foi muito importante para meu
crescimento pessoal e profissional. Alguns de vocês se tornaram mais que
especiais e jamais vou esquecer os bons momentos que passamos juntos.
Sucesso a todos!
Aos funcionários do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e
Social e da Clínica de Pacientes Especiais da FORP-USP: Fátima Aparecida
Jacinto Daniel, icheli Cristina Leite Ravanholo, Filomena Lelli Placciti,
Benedita Viana Rodrigues, Carmo Eurípedes Terra Barreto, Gisele
Faria, José aparecido Neves do Nascimento, Marco Antônio dos
Santos, Nadir das Dores Gardin Felício, Renata Fernandes Rodrigues,
Vera Ribeiro do Nascimento, Mariângela de Oliveira e Renata Cristina
Rosa
Obrigada por todo o apoio dedicado dia após dia. Vocês também foram meus
mestres durante esta etapa.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para a concretização deste sonho,
meus sinceros agradecimentos.
______________________________________Resumo
CONTENTE, MMMG. Alteração da temperatura durante preparo cavitário com
laser Er:YAG em esmalte de dentes decíduos. 57p. [dissertação]. Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2009.
A proposta deste trabalho foi avaliar in vitro a alteração da temperatura durante o
preparo cavitário em esmalte de dentes decíduos utilizando-se diferentes energias e
freqüências do laser Er:YAG. Foram selecionados 40 molares decíduos humanos
hígidos, cujas raízes, quando presentes, foram removidas. As porções coronárias foram
seccionadas no sentido mésio-distal e a partir das superfícies vestibular e lingual de
cada dente, foram obtidos 80 fragmentos (3,5 mm largura, 3,5 mm de altura e 2,0 mm
espessura). Na porção dentinária de cada fragmento foram confeccionados dois
orifícios (profundidade média de 0,1 mm) para acomodar os termo-sensores. Após
estes procedimentos, os espécimes foram fixados com cera termoplástica para
escultura em orifícios confeccionados em placas de acrílico. Os conjuntos dente/placa
foram divididos aleatoriamente em grupos, de acordo com a energia e freqüência
utilizadas (n=10): G1 – 250 mJ/ 3 Hz, G2 – 250 mJ/ 4 Hz, G3 – 250 mJ/ 6 Hz, G4 –
250 mJ/10 Hz, G5 – 250 mJ/ 15 Hz, G6 – 300 mJ/ 3 Hz, G7 – 300 mJ/ 4 Hz e G8 – 300
mJ/ 6 Hz. Na superfície de esmalte previamente delimitada com fita isolante (4 mm
2
)
foram confeccionadas cavidades com (1,0 mm de profundidade, 2,0 mm de altura e
2,0 mm de comprimento) utilizando-se laser Er:YAG, focado a uma distância de 12
mm, sob refrigeração 1,5 mL/min. A temperatura aferida foi registrada por meio de um
microtermopar do tipo K interligado a uma placa de aquisição e a um computador
configurado com Software programado para fazer a leitura de temperatura a cada 3
segundos, do início da irradiação ao final do preparo. Os dados experimentais foram
analisados estatisticamente por ANOVA e teste de Mann-Whitney para averiguar a
influência da frequência e energia. O teste de Tukey (P0,05) foi utilizado para
múltiplas comparações. Os grupos com as energias de 250 e 300 mJ e frequência de 3
e 4 Hz foram semelhantes entre si e apresentaram os menores valores médios de
alteração de temperatura. A frequência de 250 mJ com 10 e 15 Hz, apresentaram os
maiores valores médios de temperatura acima do valor crítico aceitável (5,5 °C). Com
as energias de 250 e 300 mJ e 6 Hz os valores foram intermediários e menores que o
valor crítico aceitável. Assim, pode-se concluir que para o preparo cavitário em esmalte
de dentes decíduos pode-se indicar os parâmetros de 250 e 300 mJ com 6 Hz de
frequência. Além disso, houve uma relação direta entre o aumento da temperatura e o
aumento da frequêcia.
Palavras-chave: Laser Er:YAG, alteração da temperatura, esmalte, dentes decíduos.
______________________________________Abstract
CONTENTE, MMMG. Temperature rise occurred during the Er:YAG laser cavity
preparation of primary teeth enamel at different energies and pulse repetition
rates. 57p. [dissertação]. Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade
de São Paulo, Ribeirão Preto. 2009.
This study aimed to assess in vitro thermal alterations occurred during the Er:YAG
laser cavity preparation of primary teeth enamel at different energies and pulse
repetition rates. Forty sound human primary molars were selected and roots, when
present, were sectioned. Crowns were bisected longitudinally in a mesio-distal
direction, thus providing 80 fragments with standard dimensions of 3.5mm long x
3.5mm wide and 2mm thick. Two small orifices (0.1mm mean depth) were made at the
dentin surface, where thermocouples were attached. Afterwards, the fragments were
individually fixed with wax in a cylindrical Plexiglas® abutment. The specimens were
randomly assigned to eight groups, according to the Er:YAG laser energies and pulse
rates performed for cavity preparation (n=10): G1 – 250 mJ/ 3 Hz, G2 – 250 mJ/ 4 Hz,
G3 – 250 mJ/ 6 Hz, G4 – 250 mJ/10 Hz, G5 – 250 mJ/ 15 Hz, G6 – 300 mJ/ 3 Hz, G7 –
300 mJ/ 4 Hz and G8 – 300 mJ/ 6 Hz. To demarcate the ablation sit (4 mm2), a piece
of insulating tape was attached to the enamel surface. Then, cavities were done (2-mm
long/ 2-mm wide/1-mm thick) by an Er:YAG laser device, in non-contact (12mm) and
focused mode, with a fine water mist at 1.5mL/min. Temperature values were
registered by thermocouples type K connected to a portable USB-based data
acquisition module and to a computer configured to read the temperature rise every 3
seconds, from starting laser irradiation until the end of the cavity preparation. Data
were analyzed by two-way ANOVA and Mann-Whitney test using a factorial design with
energy and pulse rate as independent factors. Multiple comparisons among groups
were done by Tukey test (P0,05). The groups irradiated with 250 and 300mJ/ 3 and 4
Hz were statistically similar and showed the lower temperature rise means. The set
250mJ/10 and 15 Hz yielded the highest values of temperature, above the critical value
acceptable (5.5°C). The setting 250 and 300mJ and 6 Hz provide temperature with
mean values below the critical value acceptable, suggesting these parameters to
ablate the primary teeth enamel. Moreover, the temperature rise was directly related to
the increase of the pulse repetition rates employed.
Key-words: Laser Er:YAG, temperature rise, enamel, primary teeth.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO 14
PROPOSIÇÃO 22
MATERIAL E MÉTODOS 24
RESULTADOS 32
DISCUSSÃO 37
CONCLUSÃO 45
REFERÊNCIAS 47
ANEXOS 55
______________________________________
INTRODUÇÃO
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
15
Nos últimos anos, avanços científicos e tecnológicos significativos
ocorreram em todas as áreas da Saúde. Dentro deste contexto, na Odontologia
o modelo cirúrgico-restaurador baseado nos princípios preconizados por Black
(1908), vem sendo substituído por novos conceitos que visam primordialmente
a realização de procedimentos restauradores menos invasivos, a preservação
do tecido dentário sadio e a prevenção das doenças bucais. Assim, a utilização
de medidas preventivas associadas à conscientização da população quanto à
importância do controle da higiene bucal e da dieta, muito tem colaborado na
redução dos índices da doença cárie.
A evolução dos materiais restauradores foi acompanhada pelo
aprimoramento dos equipamentos odontológicos. No entanto, a despeito de
todo o desenvolvimento dos instrumentos cortantes rotatórios, o desconforto
causado pela vibração, pressão e ruído, associados ao emprego das peças de
baixa e alta-rotação constituem um problema que ainda afeta, de maneira
negativa, o comportamento dos pacientes, principalmente os odontopediátricos.
Assim, a irradiação laser tem sido amplamente pesquisada, pois consiste em
um novo método para o preparo cavitário e tratamento superficial do substrato
dentário com características diferentes que minimizam os efeitos indesejáveis
dos métodos convencionais (Pelagalli et al., 1997; Keller et al., 1998; Kato et
al., 2003).
Baseando-se no postulado da emissão estimulada de radiação proposta
por Einstein em 1917 (teoria atômica), e nos estudos pioneiros de Gordon et al.
(1955) e Schawlow e Townes (1958), o pesquisador norte-americano Theodore
Harold Maiman (1960) idealizou e desenvolveu a primeira fonte de emissão
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
16
estimulada de luz visível por meio da excitação de um cristal de rubi no interior
de uma câmara, constituindo um ressonador óptico. Um feixe de luz visível com
características especiais foi formado a partir de parte da radiação produzida que
atravessou um espelho parcialmente reflexivo. Para definir esse sistema de luz
foi proposto o termo LASER, acrônimo de Light Amplification by Stimulated
Emission of Radiaton – amplificação da luz por emissão estimulada de radiação
(Sulewski, 2000).
Os equipamentos de laser produzem uma luz com características
específicas. Essa luz é monocromática (possui frequência muito bem definida),
coerente (possui relações de fase bem definidas) e colimada (propaga-se como
um feixe unidirecional). Sua classificação está vinculada ao meio ativo que
pode ser sólido (cristal), líquido (corantes) ou gasoso (Hélio-Neônio, CO
2
) que
determina seu comprimento de onda diferenciando a interação com cada tecido
(Coluzzi, 2000). Atualmente, diversos tipos de laser, tais como, Dióxido de
Carbono, Argônio, Hélio-Neônio, e YAG (Yttrium-Aluminum-Garnet) têm sido
utilizados na Odontologia para tratamento de superfície ou preparo cavitário do
substrato dentário.
A interação laser-tecido depende de parâmetros de radiação como
comprimento de onda, densidade de energia (exposição radiante), duração e
taxa de repetição de pulsos; e das propriedades dos tecidos biológicos como
absorção, reflexão, transmissão e dispersão, características espaciais e
temporais e propriedades ópticas (Gimbel, 2000). Entretanto, os efeitos finais
da radiação laser nos tecidos dependem da distribuição da energia depositada.
O aumento da temperatura em cada ponto do tecido exposto é o resultado
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
17
desta distribuição e é fundamental na determinação da extensão das mudanças
morfológicas e de estrutura química do tecido irradiado (Wigdor et al., 1993).
Dentre os tipos de laser utilizados na Odontologia, o laser Er:YAG é o
que apresenta menores efeitos térmicos e melhor interação com os tecidos
dentários mineralizados (Wigdor et al., 1993). Este tipo de laser foi aprovado
pela FDA (Food and Drug Administration) em 1997, para a realização de
preparos cavitários e alteração dos tecidos dentários mineralizados, e somente
a partir de 1999 para uso em Odontopediatria. A interação satisfatória do laser
Er:YAG com os tecidos dentários mineralizados é atribuída ao seu comprimento
de onda (2,94 μm) que coincide com o pico máximo de absorção da água. Esta
emissão é também absorvida pelo grupo hidroxila (OH
-
) nos cristais de
hidroxiapatita (Hibst et al., 1988; Morioka, 1994), garantindo uma alta absorção
para todos os tecidos biológicos, dentre eles esmalte e dentina. O laser Er:YAG
possui comprimento de onda ressonante com a freqüência de vibração da
molécula de água presente nos tecidos dentários, enquanto que os demais
tipos de laser apresentam comprimento de onda próximos desta freqüência
(Bachmann e Zezell, 2005).
Paghdiwala (1988) foi o primeiro a investigar a capacidade do laser
Er:YAG em promover a ablação dos tecidos dentários mineralizados.
Empregando baixa densidade de energia obteve resultados favoráveis para a
remoção de esmalte e dentina, não sendo observadas fendas ou áreas de
carbonização e variação de temperatura de 4,3 ºC mesmo não utilizando
refrigeração.
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
18
O laser Er:YAG possui como meio ativo um cristal sólido de Ítrio-
Alumínio-Granada (Yttrium-Aluminum-Garnet) dopado com íons Érbio, que
quando estimulado por uma lâmpada de
flash
dentro de um ressonador
proporciona a emissão de uma radiação eletromagnética com comprimento de
onda de 2,94 μm. A remoção de esmalte e dentina pelo laser Er:YAG é feita por
um processo termomecânico conhecido como ablação, no qual a energia
aplicada é absorvida pela água dos compostos orgânicos hidratados dos
tecidos, que se aquece rapidamente até a temperatura de vaporização, fazendo
com que as moléculas de água aquecidas se expandam provocando um
aumento de pressão interna dos tecidos, causando micro-explosões que levam
à ruptura e eliminação do substrato em forma de partículas microscópicas
(Hibst e Keller, 1989). Durante a irradiação com laser Er:YAG a energia
incidente na estrutura dentária é suficiente apenas para produzir a vaporização
da água, sendo a maior parte desta energia consumida no processo de ablação
e apenas uma fração resulta em aquecimento da estrutura remanescente
(Paghdiwala, 1988; Hibst e Keller, 1989; Keller e Hibst, 1989; Keller e Hibst,
1995; Mehl et al., 1997).
Keller e Hibst (1989) e Cozean et al. (1997) afirmaram que o laser
Er:YAG é eficaz na ablação do tecido dentário, e como sua aplicação acontece
sob refrigeração com água, a temperatura não é elevada acima de 5,5 ºC,
considerada limite para a ocorrência de alterações pulpares irreversíveis (Zach e
Cohen, 1965).
O uso do laser Er:YAG na realização de preparos cavitários, além das
vantagens relacionadas ao conforto do paciente (Pelagalli et al., 1997;
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
19
Dostálová et al., 1998), modifica a estrutura química do esmalte dentário
reduzindo sua solubilidade ácida (Apel et al., 2002; Hossain et al., 2001),
proporcionando à superfície irradiada maior resistência ao desenvolvimento de
lesões de cárie (Hossain et al., 2000). No entanto, este laser apresenta como
limitação a necessidade de um maior tempo para a realização do preparo
cavitário (Dostálová et al., 1997; Keller et al., 1998), além da dificuldade na
estabilização do foco durante a irradiação (Dostálová et al., 1998).
Para a utilização correta do laser Er:YAG na irradiação dos tecidos
dentários, vários parâmetros, fundamentais para que se obtenha uma ablação
ideal e segura dos tecidos dentários mineralizados (Apel et al., 2002), foram
estabelecidos. Dentre estes parâmetros estão: densidade de energia (Monghini
et al., 2004; Wanderley et al., 2005), taxa de repetição do pulso por segundo
(Gonçalves et al., 2005), distância de irradiação do laser (Corona et al., 2005;
Souza-Gabriel et al., 2006; Lessa et al., 2007) e capacidade de ablação pela
perda de massa (Corona et. al. 2007; 2008; Borsatto et al., 2009, Ortolan et al.,
2009). A quantidade de energia empregada numa determinada área é a
densidade de energia, e desta forma, é inversamente proporcional ao diâmetro
do feixe de laser, isto significa que quanto mais estreito for o diâmetro do feixe,
maior será a densidade de energia na área irradiada para um valor fixo de
energia (Coluzzi, 2000).
A freqüência ou taxa de repetição de pulsos é o número de pulsos
emitidos por segundo e relaciona-se ao calor gerado, sendo assim, o aumento
da taxa de repetição de pulsos por segundo promove maior liberação de calor
(Keller e Hibst, 1995), e parte desse calor resulta em deposição de calor
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
20
residual (Fried et al., 2001), podendo causar áreas de fusão e recristalização, o
que altera a permeabilidade da superfície dentária (Armengol et al., 2000).
O uso do laser para remoção de lesões de cárie e preparos cavitários em
Odontopediatria pode ser justificado pelas vantagens que esta tecnologia
oferece como redução da dor, ruído e vibração quando comparados aos
instrumentos rotatórios de baixa e alta-rotação (Keller e Hibst, 1995; Cozean et
al., 1997), assim como a possibilidade de remoção conservadora para o
tratamento de pequenas lesões de cárie, muitas vezes dispensando o uso da
anestesia local (Frentzen et al., 1992; Matsumoto et al., 1996; Keller e Hibst,
1998). Além de preparos cavitários e remoção de lesões de cárie, o laser pode
ser usado na remoção de restaurações insatisfatórias (Jelinková et al., 1996),
condicionamento de fossas e fissuras para aplicação de selantes (Borsatto et
al., 2001, Borsatto et al., 2004), condicionamento dentinário, tratamentos
periodontais, cirurgia bucais, dessensibilização dentinária e fotopolimerização
de resinas compostas (Keller e Hibst, 1995; Aoki et al., 1998).
No entanto, mais estudos são necessários para investigar o efeito
térmico do laser Er:YAG sobre as estruturas dentais, uma vez que esta
informação é escassa na literatura (Glockner et al., 1998). De acordo com
Wigdor et al. (1993) o aumento de temperatura provocado pela irradiação do
laser Er:YAG causa pequenos danos aos tecidos adjacentes. Armengol et al.
(2000) demonstraram que utilizando o spray de água para refrigeração, em
diferentes profundidades de dentina de dentes permanentes, o grupo irradiado
com laser Er:YAG apresentou menores temperaturas quando comparado às
turbinas de alta-rotação. Castilho et al. (2007) compararam a alteração de
___________________________________________________________INTRODUÇÃO
21
temperatura na câmara pulpar de dentes decíduos preparados com broca em
alta rotação e irradiados com laser Er:YAG concluindo que, em ambos os
tratamentos, a temperatura não ultrapassou o valor crítico de 5,5 ºC. No
entanto, quando se utilizou o laser nos tempos de 30 e 60 segundos, as
temperaturas atingidas foram mais altas que aquelas obtidas para o grupo que
se utilizou alta-rotação.
Tendo em vista as implicações do laser Er:YAG sobre a estrutura
dentária, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas sobre as alterações
térmicas nestes tecidos. Logo, em função das diferenças estruturais e
morfológicas existentes entre dentes decíduos e permanentes, e frente à
escassez de estudos relacionados à utilização do laser Er:YAG em dentes
decíduos e conseqüentes alterações de temperatura no substrato dentário, é
imprescindível o desenvolvimento de pesquisas
in vitro
para maiores
esclarecimentos e padronização de parâmetros, afim de que esta tecnologia
seja aplicada de maneira segura na clínica odontopediátrica.
______________________________________
PROPOSIÇÃO
__________________________________________________________________PROPOSIÇÃO
23
A proposta deste trabalho foi avaliar
in vitro
a alteração da temperatura
durante o preparo cavitário, em esmalte de dentes decíduos, utilizando-se diferentes
energias e freqüências do laser Er:YAG.
___________________________ MATERIAL E MÉTODOS
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
25
Aspectos éticos
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(Processo número 2009.1.501.58.1 – CAAE número 0038.0.138.000-09) e os
dentes decíduos utilizados doados pelo Banco de Dentes Humanos da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
(Anexo).
Delineamento experimental
Os fatores de estudo envolvidos neste trabalho foram: esmalte em um
nível (hígido), energia em dois níveis (250 e 300 mJ) e freqüência de pulsos em
5 níveis (3, 4, 6, 10 e 15 Hz). A amostra do experimento foi constituída de 80
corpos de prova divididos em grupos, de acordo com a energia e freqüência
utilizadas (n=10): G1 – 250 mJ/ 3 Hz, G2 – 250 mJ/ 4 Hz, G3 – 250 mJ/ 6 Hz,
G4 – 250 mJ/10 Hz, G5 – 250 mJ/ 15 Hz, G6 – 300 mJ/ 3 Hz, G7 – 300 mJ/ 4
Hz e G8 – 300 mJ/ 6 Hz. O estudo foi realizado obedecendo-se um
delineamento em blocos completos casualizados, com dez repetições de cada
grupo experimental. A variável de resposta quantitativa foi a alteração de
temperatura em graus Celsius.
Seleção dos dentes e preparo dos corpos de prova
Molares decíduos humanos recém exfoliados foram examinados com
sonda exploradora n° 5 sob lupa estereoscópica (Carl Zeiss Jena) com aumento
de 20X, descartando-se aqueles com trincas ou anomalias de estrutura. Em
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
26
seguida, os 40 dentes selecionados foram limpos com curetas periodontais,
polidos com escovas de Robinson montadas em baixa-rotação embebidas em
pedra pomes e água, lavados e mantidos em solução salina a 0,9 % contendo
solução de azida de sódio a 0,4 % em temperatura de 4 °C (Fotos et al., 1990).
Previamente ao uso, os dentes foram lavados em água corrente por cerca de
20 minutos para eliminar possíveis traços da solução de armazenamento. Os
dentes foram fixados individualmente pela porção coronária com cera
termoplástica para escultura em placas de acrílico e levados à máquina de corte
(Minitom, Struers A/S, Copenhagen, Dinamarca) na qual a porção radicular,
quando presente, foi seccionada 1 mm abaixo da junção amelo-dentinária. A
seguir, as porções coronárias foram seccionadas no sentido mésio-distal e a
partir das superfícies vestibular e lingual de cada dente, foram obtidos
fragmentos de 3,5 mm largura, 3,5 mm de altura e 2,0 mm espessura de
esmalte e dentina. As dimensões dos espécimes foram determinadas utilizando-
se paquímetro digital (Myamoto, Tókio, Japão) e as espessuras dos espécimes
foram determinadas utilizando-se um especímetro (BioArt, São Carlos, Brasil).
As secções foram realizadas em baixa velocidade e sob refrigeração evitando-se
fratura ou superaquecimento das estruturas dentárias. Para padronizar a
espessura de esmalte/dentina, os fragmentos foram levados a uma politriz
(Politriz DP-9U2, Struers A/S, Copenhagen, Dinamarca) e submetidos a
desgaste com discos de lixa de carbureto de silício #600 (Norton/Saint-Gobain
Abrasivos Ltda., Guarulhos-SP, Brasil) sob refrigeração abundante, com o
objetivo de planificação e regularização das superfícies. Utilizando-se broca
#1/4 montada em alta rotação foram confeccionados na superfície dentinária
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
27
dois orifícios (profundidade média de 0,1 mm) para acomodar os termo-
sensores durante a irradiação dos espécimes. Após estes procedimentos, os
espécimes foram fixados com cera termoplástica para escultura em orifícios de
5,0 mm de diâmetro confeccionados nas placas de acrílico com o objetivo de
vedar qualquer espaço entre o fragmento dental e a placa. Os conjuntos
dente/placa foram divididos aleatoriamente em 8 grupos (n=10) que durante os
intervalos entre os procedimentos foram mantidos em água destilada a 4
o
C até
2 horas antes do início do experimento.
A área a ser irradiada foi delimitada por fita isolante (3M) com uma
janela central quadrada de 4,0 mm
2
(Figura 1). Na superfície de esmalte
delimitada de cada espécime foram confeccionadas cavidades com 1,0 mm de
profundidade, 2,0 mm de altura e 2,0 mm de comprimento, utilizando-se laser
Er:YAG (modelo Kavo Key Laser 2) com comprimento de onda de 2,94 μm
utilizando-se energias de 250 e 300 mJ. Cada grupo foi irradiado variando-se a
energia e a freqüência de pulso (Quadro1) e durante a irradiação, o spray de
água/ar foi ativado e a regulagem do fluxo de água foi mantida constante (1,5
mL/min). A refrigeração do tecido dental foi ajustada por meio de uma válvula
localizada na parte superior da peça de mão (#2051) conectada ao
equipamento laser, por meio de uma fibra óptica. O contra ângulo utilizado foi
2051, com diâmetro de saída de 0,63 mm, com feixe focalizado. O tempo de
irradiação de cada grupo foi baseado em estudo piloto que verificou o tempo
necessário para a confecção de cavidades com 1,0 mm de profundidade para
cada energia e frequência avaliados.
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
28
Quadro 1. Distribuição dos grupos de acordo com os parâmetros
Grupos
(n=10)
Energia
(mJ)
Freqüência
(Hz)
Tempo
(s)
G1 250 3 40
G2 250 4 30
G3 250 6 20
G4 250 10 15
G5 250 15 10
G6 300 3 40
G7 300 4 30
G8 300 6 20
Para análise da alteração de temperatura, foi utilizado um equipamento
composto por uma placa de aquisição USB-9211A (National Instruments
Corporation, Austin, Texas, USA.) e filamentos termo-sensores
(microtermopares Tipo K, Omega Engineering Inc. USA). A placa possui entrada
para 4 canais com resolução total de 24 bits e 12 Hz de taxa total máxima de
aquisição de dados. Os termopares foram confeccionados com o auxílio de uma
solda ponto de carbono e apresentavam diâmetro de 120 µm e 40 cm de
comprimento. O sistema foi conectado a um computador e utilizaram-se os
softwares
Measurement & Automation e VI Logger
, fornecidos pelo fabricante
da placa de aquisição, para coletar os dados. O sistema foi calibrado com a
participação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, IPT/SP. Os dois filamentos
termo-sensores foram inseridos nos nichos confeccionados na superfície
dentinária de cada espécime e para aumentar o contato térmico do termo-
sensor com os espécimes, foi utilizada uma pasta térmica a base de água
(Implastec, Votorantim, São Paulo, Brasil).
A distância de irradiação foi padronizada por um dispositivo que acopla a
caneta do laser mantendo-a fixa numa altura pré-estabelecida (modo focado =
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
29
12 mm), enquanto o conjunto dente/placa de acrílico foi posicionado numa
base ajustável que permite sua movimentação sincronizada nos eixos
xyz
, ou
seja, para direita e esquerda, para frente e para trás e para cima e para baixo.
Este aparato possibilitou a varredura completa e uniforme da superfície dentária
pelo feixe laser (Figura 2). A temperatura aferida foi registrada antes, durante e
após o término da realização do preparo cavitário, no entanto, foi considerada
apenas a variação de temperatura durante o tempo de irradiação.
Análise Estatística
Após análise da distribuição amostral, foi verificado que a mesma
apresentou-se homogênea e normal. Desta forma, os dados experimentais
foram analisados estatisticamente pela Análise de Variância (ANOVA) para dois
fatores de variação (freqüência e energia) a um critério (temperatura). Em
seguida, empregou-se o teste Tukey em nível de 5 % para múltiplas
comparações. A análise estatística foi realizada com o auxílio do software SPSS
para Windows, versão 12.0 (SPSS Inc., Chicago, IL, USA).
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
30
A B
D D
5 mm
FIGURA 1 – Preparo dos corpos de prova: A) Seleção dos molares decíduos
humanos; B) Remoção da porção radicular; C) Secção da coroa no sentido mesio-
distal; D) Obtenção dos fragmentos, medidos no especímetro e no paquímetro
digital; E) Planificação da superfície em politriz; F) Confecção de dois orifícios na
superfície dentinária; G) Janela central de 5 mm de diâmetro na placa de acrílico; H)
Fixação dos espécimes com cera termoplástica; I) Superfície de esmalte delimitada
com fita isolante; J) Superfície em dentina com orifícios para fixação dos termo-
sensores.
C
E
F
G
H I J
__________________________________________________________MATERIALEMÉTODOS
31
12mm
A B
C
D
E
F
G
H
FIGURA 2 – A) Laser Er: YAG (modelo Kavo Key Laser 2); B) Equipamento para
medida da temperatura conectado a um microcomputador; C) Pasta térmica; D)
Filamentos para confecção dos termo-sensores; E) Termo-sensor; F) Termo-sensores
inseridos nos orifícios na dentina; G) Irradiação do corpo de prova; I) Dispositivo
para padronizar a distância do laser Er:YAG.
______________________________________ RESULTADOS
__________________________________________________________________RES ULTADOS
33
Para análise da variação da temperatura foram utilizados em cada
espécime, dois filamentos termo-sensores conectados à mesma placa de
aquisição. Os dados obtidos de cada sensor foram submetidos à análise para
verificação de semelhança estatística entre si (teste
t
) no qual foi verificada
semelhança estatística entre eles. Sendo assim, por haver em todos os grupos
semelhança estatística entre os sensores, utilizou-se os valores médios de cada
um para análise estatística comparativa entre os grupos. A evolução da
variação de temperatura obtida pelos termo-sensores ligados ao espécime, em
ambiente com temperatura controlada, pode ser verificada pela Figura 3. Em
todos os espécimes a temperatura variou assim que a irradiação foi iniciada,
aumentando gradativamente até sua estabilização, e com a tendência de
retorno à temperatura inicial após o término da irradiação.
Figura 3 – Evolução dos valores médios da temperatura durante a irradiação dos espécimes
com laser Er:YAG
__________________________________________________________________RES ULTADOS
34
Comparação entre os grupos:
Após teste de homogeneidade e análise da distribuição amostral,
constatou-se que os dados apresentavam distribuição normal e homogênea.
Desta forma, os dados foram submetidos à Análise de Variância (Tabela 1).
Tabela 1 - Análise de variância: médias dos valores originais
Soma dos
quadrados
Grau de
liberdade
Médias F
p
Entre os
grupos
1629,886 7 232,841 47,523 ,000
Dentro dos
grupos
744,726 152 4,900
Total 2374,612 159
Para identificação das diferenças entre os grupos, utilizou-se o teste
complementar de Tukey como demonstrado na Tabela 2.
Tabela 2 – Valores médios de temperatura (ºC) de acordo com a energia e frequência
Frequência
Energia
3Hz 4 Hz 6 Hz 10 Hz 15 Hz
250 mJ
1,20 a 0,90 a 2,67 ab 8,97 c 8,94 c
300 mJ
1,30 a 1,38 a 3,72 b - -
Letras iguais significam similaridade estatística
Conforme observado na tabela 2, os grupos G1 (250 mJ/ 3 Hz), G2 (250
mJ/ 4 Hz), G3 (250 mJ/ 6 Hz), G6 (300 mJ/ 3 Hz) e G7 (300 mJ/ 4 Hz) foram
semelhantes estatisticamente. Entretanto, pode-se observar que com o
aumento da freqüência houve diferença estatisticamente significante entre os
grupos G4 (250 mJ/ 10 Hz), G5 (250 mJ/ 15 Hz) e G8 (300 mJ/ 6 Hz), sendo
__________________________________________________________________RES ULTADOS
35
que o grupo G8 (300 mJ/ 6 Hz) foi estatisticamente semelhante ao grupo G3
(250 mJ/ 6 Hz).
Comparação entre os picos de temperatura:
Os valores máximos de temperatura observados em cada sensor foram
submetidos à análise para verificação de semelhança estatística. A constatação
de distribuição normal entre os valores obtidos dos sensores 1 e 2 de cada
grupo, permitiu a realização de um teste paramétrico (teste
t
). Sendo todos os
valores tabulados dos sensores estatisticamente semelhantes entre si, pode-se
utilizar os valores dos picos de temperatura como se fossem um único sensor
em cada espécime.
Após avaliação do teste de homogeneidade, observou-se que a amostra
não apresentava distribuição homogênea, sendo assim, foram utilizados testes
não-paramétricos para comparação entre os valores dos picos de temperatura
por grupo. O teste de Kruskall-Wallis mostrou que havia diferença estatística
entre os grupos, e o teste complementar Mann-Whitney apontou quais grupos
eram diferentes entre si.
Conforme observado na Tabela 3, os picos de temperatura nos grupos
G1 (250 mJ/ 3 Hz), G2 (250 mJ/ 4 Hz), G6 (300 mJ/ 3 Hz) e G7 (300 mJ/ 4 Hz)
foram estatisticamente semelhantes. Os grupos G3 (250 mJ/ 6 Hz) e G8 (300
mJ/ 6 Hz) foram iguais entre si e diferentes dos demais, assim como os grupos
G4 (250 mJ/ 10 Hz) e G5 (250 mJ/ 15 Hz), foram também estatisticamente
iguais entre si e diferentes dos demais grupos.
__________________________________________________________________RES ULTADOS
36
Tabela 3 - Valores dos picos de temperatura (ºC) de acordo com a energia e frequência
Frequência
Energia
3Hz 4 Hz 6 Hz 10 Hz 15 Hz
250 mJ 2,44a 2,26 a 4,40 b 18,77 c 16,33 c
300 mJ 2,73 a 2,34 a 6,14 b - -
Letras iguais significam similaridade estatística
________________________________________ DISCUSSÃO
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
38
A importância do laser Er:YAG para o preparo cavitário em dentes
decíduos vem sendo cada vez mais discutida e aceita em função das vantagens
que esta tecnologia apresenta sobre os métodos convencionais.
Alterações de comportamento na clínica odontopediátrica são
rotineiramente observadas e estão relacionadas, principalmente, ao medo e
ansiedade demonstrados pelas crianças durante os procedimentos
restauradores, associados geralmente ao ruído e vibração produzidos pelas
peças de alta e baixa rotação, assim como, pela necessidade de anestesia local
(Kato et al., 2003; Monghini et al., 2004; Wanderley et al., 2005). Desta forma,
a utilização da tecnologia laser tem sido amplamente estudada por possibilitar a
realização de preparos minimamente invasivos proporcionando mínimo
desconforto ao paciente (Keller et al., 1998; Pelagalli et al., 1997; Kato et al.,
2003)
O tratamento do substrato dentário ou a confecção de preparos
cavitários com laser Er:YAG utilizando-se parâmetros corretos permite uma
ablação ideal e segura dos tecidos dentários mineralizados (Apel et al., 2002). A
ablação clinicamente adequada deste substrato depende da interação entre o
feixe de laser e a superfície a ser preparada, da energia empregada e do
número de pulsos (Mehl et al., 1997; Borsatto et al., 2001; Borsatto et al.,
2004, Corona et al., 2007, Parker, 2007), sendo a frequência utilizada o
parâmetro mais importante a ser considerado durante a realização de preparos
cavitários (Corona et al.,. 2008).
Diante do exposto, pesquisadores realizaram trabalhos com a proposta
de padronizar os parâmetros ideais em diferentes substratos objetivando
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
39
futuras aplicações clínicas (Armengol et al., 2000; Palma-Dibb et al., 2002;
Monghini et al., 2004; Attrill et al., 2004; Corona et al., 2007; Raucci-Neto et
al., 2007).
No entanto, são escassos na literatura, trabalhos sobre a interação do
laser Er:YAG com o esmalte de dentes decíduos, assim como, pesquisas que
avaliam o aumento de temperatura durante o preparo cavitário neste substrato,
o que dificulta a comparação dos resultados obtidos neste estudo. Associado a
este fato, as diferenças morfológicas e estruturais particulares dos dentes
decíduos podem interferir no mecanismo de ablação e, consequentemente, na
variação da temperatura durante a irradiação com laser Er:YAG.
O esmalte de dentes permanentes e de dentes decíduos possui analogias
em sua forma, estrutura e função, porém existem particularidades
embriológicas, anatômicas e fisiológicas. O esmalte do dente decíduo, ao ser
examinado em microscopia eletrônica de varredura, apresenta prismas que se
direcionam paralelamente entre si, em uma zona de aproximadamente 30
micrometros, denominada camada aprismática, que é uma continuação da zona
subjacente, de onde se pode individualizar as formações prismáticas, e na qual
os cristais adotam diferentes orientações. A mineralização dos dentes decíduos
é menor em relação aos dentes permanentes, além de apresentarem diferente
translucidez, o que pode estar associada à maior porosidade. No entanto, como
nos dentes permanentes, apresentam gradiente de mineralização com valor
mínimo situado no limite amelodentinário, sendo mais denso na superfície
externa do dente (Abramovich, 1999.
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
40
Uma das maiores preocupações em relação à tecnologia laser é a
elevação da temperatura das estruturas dentárias durante o processo de
ablação podendo causar alterações morfológicas acentuadas e danos térmicos
pulpares irreversíveis como relatado nos estudos de Keller e Hibst (1989). As
diferenças na composição dos dentes permanentes e decíduos indicam que
além dos parâmetros a serem utilizados para irradiação dos dentes decíduos
serem diferentes dos dentes permanentes (Monghini et al., 2004; Borsatto et
al., 2009), a temperatura durante a irradiação deste substrato pode apresentar
diferença quando comparada aos dentes permanentes.
Neste estudo, os maiores valores médios de aumento de temperatura
foram obtidos nos Grupos G4 e G5 (8,97 e 8,95 ºC), que pode estar relacionado
não apenas ao aumento da freqüência utilizada, uma vez que a maior ablação
do tecido promove a redução da espessura do fragmento aproximando o foco
do feixe laser ao termo-sensor (Glockner et al., 1998; Geraldo-Martins et al.,
2005), mas também ao aumento da energia depositada que, provavelmente,
promove maior geração de calor residual. Estes resultados estão de acordo com
a maioria dos trabalhos da literatura, que relatam que com o aumento da
freqüência há uma elevação gradativa da temperatura no substrato irradiado
(Keller e Hibst, 1989; Hibst e Keller, 1989, Li et al., 1992; Mehl et al., 1997;
Armengol et al., 2000; Geraldo-Martins et al., 2005; Brandão, 2009).
No entanto, é importante ressaltar que não é possível comparar os
resultados destes estudos com o do presente trabalho, uma vez que, existem
diferenças tanto em relação aos substratos quanto às etapas metodológicas.
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
41
Na análise dos resultados, pudemos constatar que utilizando as energias
de 250 e 300 mJ nas frequências de 3 e 4 Hz, as médias de temperatura não
alcançaram 1,5 ºC. Com as mesmas energias e 6 Hz de freqüência, houve um
aumento na temperatura média de até 3,72ºC. Estes valores estão muito
aquém do nível considerado crítico por Zach e Cohen (1965) que afirmaram que
a elevação da temperatura acima de 5,5 ºC durante 1 minuto poderia levar a
alterações pulpares irreversíveis. No entanto, com a energia de 250 mJ e as
freqüências de 10 e 15Hz, os valores médios de temperatura aumentaram
drasticamente alcançando valores de aproximadamente 9,0 ºC. Esta
temperatura supera os valores críticos, no entanto Mehl et al. (1997) e
Takamori (2000) afirmaram que na polpa de dentes saudáveis, a circulação
sanguínea e as estruturas periodontais proporcionam um certo grau de
dispersão de calor e por esta razão, os modelos de estudo
in vitro
constituem
apenas uma aproximação das condições reais da cavidade bucal.
Não foi possível a avaliação da temperatura durante a realização dos
preparos cavitários com energia 300mJ e freqüências de 10 e 15 Hz uma vez
que os espécimes eram perfurados logo no início da irradiação.
Em relação aos picos de temperatura, pudemos observar que nas
freqüências mais baixas (3, 4 e 6 Hz) estes não atingiram o valor crítico, com
exceção do grupo G8 (300mJ/6Hz), cujo pico foi de 6,14 ºC. Os picos de
temperatura nos grupos G 4 e G5 foram muito elevados, o que a princípio
contraindicaria a utilização destes parâmetros nos preparos cavitários
in vivo
.
Uma das desvantagens da utilização do laser no preparo cavitário em
relação a alta rotação é o tempo gasto durante este preparo. Portanto, ao
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
42
iniciar uma cavidade em esmalte de dentes decíduos pode-se indicar, baseado
neste estudo, parâmetros de 250 mJ/ 6 Hz e 300mJ/ 6Hz, com os quais o
tempo dispensado será de 20 segundos para a realização de um preparo com
1mm de profundidade. De acordo com alguns estudos, o aumento da
freqüência levaria a uma diminuição do tempo operatório (Li et al., 1992; Keller
e Hibst, 1995). Isto seria uma vantagem principalmente em Odontopediatria,
porém com o aumento da freqüência maiores serão os efeitos térmicos.
Um fator importante para reduzir a elevação da temperatura intrapulpar
e a ocorrência de possíveis danos térmicos durante o procedimento de
irradiação dos tecidos dentários mineralizados é a refrigeração (Visuri et al.,
1996; Raucci-Neto et al., 2007). Neste sentido, Hoke et al. (1990) mostraram
que a refrigeração com um filete de água melhorou não apenas o processo de
ablação, mas também o controle do aumento da temperatura que apresentou
pequena variação (2,2 ºC). Por outro lado, valores médios de variação da
temperatura intrapulpar superiores a 27 ºC durante a irradiação do substrato
dentário, sem refrigeração, foram obtidos por Burkes et al. (1992). Em estudo
desenvolvido por Geraldo-Martins et al. (2005) foram observadas,
macroscopicamente, a presença de lesões escurecidas sugestivas de
carbonização dentinária nos espécimes irradiados sem refrigeração.
A fim de evitar a ocorrência de danos térmicos às estruturas dentárias, o
fluxo de água do spray deve ser ajustado aos demais parâmetros utilizados
durante a irradiação com laser Er:YAG (Kim et al., 2003). No presente estudo,
a irradiação com laser Er:YAG foi realizada sob refrigeração e o fluxo de água
mantido em 1,5 mL/min. Neste sentido, Hibst e Keller (1989) recomendaram
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
43
que o fluxo de água seja ajustado entre 1 a 2 mL/min para baixas frequências e
energias de 150 a 250 mJ. De acordo com o trabalho de Armengol et al.
(2000), o fluxo de água mantido em 1,4 mL/min para energia 140 mJ e
freqüência 4 Hz seria ideal, uma vez que a utilização destes parâmetros não
promoveu injúrias térmicas significantes nas estruturas dentárias irradiadas. No
entanto, Colucci et al. (2008) relataram que quando o volume de água é
excessivo, há um maior consumo da energia de irradiação e a eficiência do
processo de ablação é reduzida.
Com os mesmos parâmetros de energia, freqüência e fluxo de água
ocorre maior ablação na dentina do que no esmalte devido às diferenças na
composição destes tecidos. Um baixo fluxo de água além de proporcionar um
aquecimento do elemento dental produz pouca ablação do esmalte (Hibst e
Keller, 1992). Por outro lado, um alto índice de água formará um “filme de
água” promovendo pouca ou nenhuma ablação do tecido. Por esta razão, o
aumento da temperatura superior a 5,5 ºC nos grupos G4 e G5 poderia ser
minimizado com o aumento do fluxo de água.
Os efeitos da elevação da temperatura são modulados também pela
condutividade térmica dos tecidos atingidos. O calor flui do tecido aquecido
para os tecidos adjacentes à região de incidência do feixe laser. A densidade e
o calor específico dos tecidos dentários, bem como os valores de difusão
térmica baseados na condutividade térmica foram reportados por Brown et al.
(1970). De acordo com Ciaramicoli (2004) a condução de calor ocorre mais
rapidamente no esmalte do que na dentina, sendo assim, é possível que o
___________________________________________________________________DISCUSSÃO
44
esmalte submetido a mudanças de temperatura, tende a alcançar uma nova
temperatura mais rapidamente que a dentina.
Os dados encontrados na literatura são conflitantes em vários aspectos,
principalmente no que se refere aos parâmetros de irradiação dos diferentes
tipos de laser. Este fato, associado à escassez de pesquisas envolvendo dentes
decíduos, dificultaram a análise e comparação dos resultados obtidos neste
estudo. Outro fator a ser considerado é a utilização de metodologias muito
distintas, dificultando ainda mais a comparação destes resultados, mesmo em
relação a dentes permanentes.
Desta forma, novos estudos devem ser realizados para se estabelecer os
parâmetros ideais nos diferentes substratos para que não sejam extrapolados
resultados de dentes permanentes para dentes decíduos, assim como em tecido
cariado fazendo com que a utilização desta tecnologia se torne futuramente
rotina na prática clínica.
________________________________________ CONCLUSÃO
___________________________________________________________________CONCLUSÃO
46
Considerando as condições específicas deste trabalho e com base nos
resultados deste estudo, pode-se concluir que:
- A temperatura, independente da energia utilizada, 250 e 300 mJ,
aumentou gradativamente, com o aumento da freqüência;
- Os maiores valores médios de temperatura foram encontrados
utilizando-se os parâmetros de 250 mJ/ 10 Hz e 250 mJ/ 15 Hz;
- Os parâmetros de 250 mJ/ 6 Hz e 300 mJ/ 6 Hz podem ser indicados
para o preparo cavitário em esmalte de dentes decíduos.
______________________________________ REFERÊNCIAS
____________________________________________________________REFERÊNCIAS
48
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root caries treatment in vitro. J Dent Res 1998;77:1404-1414.
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______________________________________________ ANEXO
AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da
presente obra, por qualquer meio convencional ou eletrônico,
desde que citada a fonte.
Marta Maria Martins Giamatei Contente
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