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alunos que havia uma exposição sobre a
África na biblioteca da escola, e que no dia
seguinte fariam uma visita à exposição.
Informou ao grupo que a turma da 2ª série
ficou responsável por preparar o conteúdo
sobre a “Alimentação Afro-brasileira”. Esse
trabalho da 2ª série se somaria aos demais
trabalhos das outras séries da escola e que
no dia 20 de novembro de 2008 haveria uma
grande exposição sobre a África. A
exposição seria aberta à visitação pública.
A professora trouxe um texto pronto sobre a
alimentação afro-brasileira, escreveu o texto
no quadro de giz e solicitou aos alunos que
o lessem e copiassem
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. Cada aluno lia um
trecho do texto em voz alta. A professora
perguntou se havia alguma palavra com
significado desconhecido. Nenhum aluno se
manifestou e a professora seguiu a aula.
Na tarefa de sala de aula os alunos
pesquisaram no texto as contribuições dos
negros para a culinária brasileira. Fizeram
uma listagem e a ilustraram.
para os alunos e explicou que continuariam
o estudo iniciado no dia anterior. Solicitou
que os alunos fizessem a tentativa de leitura
do texto e orientou que circulassem as
palavras conhecidas por eles. Os alunos s2
e s4 não circularam nenhuma palavra,
demonstrando que não conseguiam ler.
O aluno s5 se concentrou na atividade e
pediu a ajuda da pesquisadora, perguntando
se a palavra “africana” era a mesma coisa
que África e se a palavra escravidão era a
mesma coisa que escravo.
Os alunos s1 e s3 fizeram a tentativa de
leitura, circulando algumas palavras que
sabiam ler. Por meio da leitura individual os
alunos não conseguiram chegar ao
significado do texto.
A professora apresentou o texto no
papelógrafo, fez sua leitura explicativa e
circulou quinze palavras, e, assim como a
professora ouvinte, solicitou que os alunos
fizessem um acróstico com a palavra
“Consciência Negra”.
Quadro 6: Demonstrativo da 2ª observação nas Escolas Regular e Especial
Escola Regular
A professora levou os alunos até a biblioteca
para visitar a exposição com o tema:
“Obrigado, África”.
Ao chegarem à biblioteca as crianças foram
reunidas e ouviram a explicação feita pela
bibliotecária que preparou a exposição. Na
entrada da biblioteca havia cartazes e
desenhos que contavam a história da vinda
dos negros para o Brasil nos navios
negreiros. A poesia de Castro Alves “Navio
Negreiro” estava fixada e ilustrada.
De volta à sala de aula, a professora fez um
texto coletivo
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no quadro de giz, de acordo
com os relatos orais dos alunos, e pediu que
Escola Especial
A professora trouxe o mapa para a sala de
aula e localizou, com a ajuda dos alunos, o
Brasil e a África, e ainda retomou o
conteúdo da aula anterior, lançando aos
alunos questões referentes ao que já
haviam aprendido sobre o tema: “Quem era
Zumbi?” “A África fica perto ou distante do
Brasil? ”Os escravos viviam felizes aqui no
Brasil?”
A professora surda continuou a conduzir a
aula nesse dia e fez com os alunos uma
dramatização da história da vinda dos
escravos para o Brasil. Dois alunos fizeram
o papel dos que roubavam os negros e três
Alimentação afro-brasileira: se você observar, muitas das receitas que nós costumamos comer são
de origem africana, ou seja, são comidas afro-brasileiras. O africano introduziu na cozinha o leite de
coco, o azeite de dendê, a pimenta-malagueta, comidas com base no milho, o quiabo, o feijão-preto.
A cozinha africana é pequena mas forte e fez valer seu tempero, os caldos verdes, e sua maneira
de cozinhar ensinou a usar a panela de barro e a colher de pau. Privilegia os assados e não as
frituras. A pimenta, o abacaxi, a banana, o tomate e técnicas de assados e cozidos foram
introduzidos pelos portugueses (brancos) e se misturaram à culinária africana.
Nós alunos da 2ª série C fomos visitar a exposição sobre as contribuições dos negros para a
formação da nossa cultura. Vimos e aprendemos muitas coisas: a história da vinda dos negros da
África para o Brasil nos Navios Negreiros, vinham nos porões sem água, sem ar e sem banheiro e
quase sem comida. Os negros doentes ou mortos eram jogados no mar. Contribuíram na religião
com os Orixás. Na alimentação tinha o feijão preto, amendoim, doces, cana-de-açúcar, canjica,
coco ralado, moedor de café, colher de pau, panela de barro e vários chás. Gostamos das bonecas
feitas de botão, das galinhas de angola, feitas de cabaça, colares feitos de papel, das máscaras
africanas.