conclusões, quando o assunto é planejar cidades, até porque, não é mais usual
planejar uma cidade inteira, tal como realizado em Brasília ou Goiânia, seja por
questões financeiras, seja por questões político-ideológicas.
Hoje, podemos dizer que nos países que possuem uma vasta cultura e
tradição de planejamento urbano, o mesmo torna-se interdisciplinar, ao congregar
as mais diferentes áreas profissionais, na sua elaboração. Aos arquitetos, soma-se
uma gama de cientistas sociais, inclusive geógrafos, além de biólogos e
especialistas em Direito Urbano, integrados na missão de promover um melhor
futuro ao meio urbano de que se propõe. (SOUZA, 2002:55-6).
No caso brasileiro não podemos concluir da mesma maneira, já que é hábito,
relacionar o planejamento urbano somente com a arquitetura. E mais, é comum no
Brasil, ainda associarmos Urbanismo como sinônimo de planejamento urbano, o
que constitui um grave equívoco. À guisa de exemplificação, SOUZA (2002:56)
ratifica:
É sintomático, (...) que o livro Maniére de penser l'urbanisme, de
Charles-Édouard Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier,
principal figura do urbanismo modernista, tenha sido publicado no
Brasil sob o título Planejamento Urbano (cf. LE CORBUSIER, 1984).
Este é um duplo equívoco, pois não apenas os arquitetos (ou, mais
particularmente, arquitetos-urbanistas) constituem tão-somente um
dos vários grupos de profissionais potencialmente ligados ao
planejamento urbano, mas, além disso, devido à sua formação,
praticam uma modalidade específica de planejamento urbano.
Urbanismo e planejamento urbano não são, portanto, sinônimos,
nem o primeiro esgota o segundo. Infelizmente, mesmo planejadores
comprometidos com um pensamento socialmente crítico, quando
arquitetos, costumam, no Brasil, confundir as duas coisas.
Não podemos, entretanto, discordar, que constitui tradição do campo
arquitetônico, a essência do Urbanismo, diferentemente do planejamento urbano,
congregando na sua confecção engenheiros, sociólogos, geógrafos, estatísticos...
Na defesa da arquitetura, como ciência que possui o direito de melhor explorar o
Urbanismo, LE CORBUSIER (1984:14) exprime:
O urbanista nada mais é que o arquiteto. O primeiro organiza os
espaços arquiteturais, fixa o lugar e a destinação dos continentes
construídos, liga todas as coisas no tempo e no espaço por meio de
uma rede de circulações. E o outro, o arquiteto, ainda que
interessado numa simples habitação e, nesta habitação, numa mera
cozinha, também constrói continentes, cria espaços, decide sobre
circulações. No plano do ato criativo, são um só o arquiteto e o