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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
JORGE ALBERTO ORELLANA ARAGÓN
A LEI DE ZIPF E OS EFEITOS DE UM TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO:
CASO DA GUATEMALA
Porto Alegre
2009
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JORGE ALBERTO ORELLANA ARAGÓN
A LEI DE ZIPF E OS EFEITOS DE UM TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO:
CASO DA GUATEMALA
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Economia da Faculdade de
Ciências Econômicas da UFRGS, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Economia Aplicada..
Orientador: Prof. Dr. Sabino Porto Júnior.
Porto Alegre
2009
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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Responsável: Biblioteca Gládis W. do Amaral, Faculdade de Ciências Econômicas da
UFRGS
O66l Orellana Aragón, Jorge Alberto
A Lei de Zipf e os efeitos de um tratado de livre comércio: caso da
Guatemala / Jorge Alberto Orellana Aragón – Porto Alegre, 2009.
114 f.: il.
Orientador: Sabino Porto Júnior.
Dissertação (Mestrado em Economia) - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Faculdade de Ciências Econômicas, Programa de Pós-
Graduação em Economia, Porto Alegre, 2008.
1. Crescimento econômico : Guatemala. 2. Crescimento urbano :
Guatemala. 3. Geografia econômica : Guatemala 4. Liberalização
comercial : Guatemala. I. Porto Júnior, Sabino II. Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. Faculdade de Ciências Econômicas. Programa de Pós-
Graduação em Economia. III. Título.
CDU 338.1(728.1)
JORGE ALBERTO ORELLANA ARAGÓN
A LEI DE ZIPF E OS EFEITOS DE UM TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO:
CASO DA GUATEMALA
Dissertação submetida ao Programa de Pós-
Graduação em Economia da Faculdade de
Ciências Econômicas da UFRGS, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Economia Aplicada.
Aprovada em: Porto Alegre, 12 de dezembro de 2008.
Prof. Dr. Leonardo Monastério
UFPel
Profa. Dra. Maria Alice Lahorgue
UFRGS
Prof. Dr. Luiz Augusto Estrella Faria
UFRGS
AGRADECIMENTOS
Durante estes últimos anos tive a satisfação e o privilégio de viver em Porto
Alegre com o propósito de estudar o programa de mestrado com o intuito de obter uma
pós-graduação em economia. Foi uma época de intensas experiências pessoais e de
aprendizagem que marcaram em minha vida um passo indescritível que repercutirá no
futuro profissional. No decorrer desse período, muitas pessoas fizeram parte desta etapa
e ajudaram-me em todos os sentidos para iniciar e finalizar esta dissertação. Por essa
razão, quis numas poucas linhas, dedicar algumas palavras de sincero agradecimento
por toda a ajuda que, de uma ou outra forma, me brindaram durante esta fase tão
importante da minha vida.
Quis expressar minha gratidão em primeiro lugar a meus pais que me prestaram
seu apoio incondicional, a minha irmã, cunhado e tios pelo estímulo oferecido desde o
primeiro momento em que tomei a decisão de cursar o mestrado no Brasil. Seus
conselhos e suporte fizeram que os tivesse presente comigo através de conversas
telefônicas e correios, me incentivando a seguir adiante. Agradeço em especial a meu
orientador, Professor Dr Sabino Porto Junior as lições que na disciplina Economia
Regional foram de ajuda fundamental para a decisão da escolha do tema deste trabalho.
Seus comentários sempre atinados, idéias, observações e a atenção a mim dedicada em
todas as etapas para preparar este trabalho foram essenciais para a conclusão deste.
Aos meus queridos amigos e colegas Adriano, Oswaldo, Hudson, Tanara,
Esmeralda, Rodrigo, Juliana, Carla, Arthur e Nina por sua valorosa ajuda, entendimento
e apoio durante as horas difíceis de angústia e desespero nas quais me apoiaram, deram
seu conselho, paciência e sustento para superar minhas quedas acadêmicas e falta de
entusiasmo, durante os dias difíceis que se passaram e de onde recebi sempre o afeto e
alento para seguir adiante. A minha apreciada amiga Mônica pelas conversas e apoio
que sempre tivemos sobre diferentes temas tornando os meus dias mais prazerosos no
PPGE e por sua paciência em me escutar em meus momentos difíceis. Ao meu colega e
amigo Cristiano por sua ajuda crucial em explicar-me e dar-me clareza no trabalho.
Ademais agradeço a minhas amigas Aline, Eliane, Ana Georgina e Isabel um
reconhecimento especial por sua colaboração na revisão de textos, e por sua valiosa
ajuda na tradução do idioma. Não deixaria de agradecer também a meus amigos da
Guatemala Edgar, Álvaro, Hector, Luisa Fernanda e Rodolfo que estiveram sempre
presentes através dos constantes telefonemas, conversas, notícias e que com seu
entusiasmo e episódios me alentaram e fizeram com que me sentisse mais próximo do
meu país durante o tempo da minha estadia em POA.
Ao Dr. Tomás Barrientos e Nadia por sua ajuda decisiva na coleta de dados no
Instituto Nacional de Estatística da Guatemala (INE) e Juan Antonio no Banco de
Guatemala (BANGUAT) pelas constantes e oportunas respostas às informações
solicitadas e pela rapidez de seus envios e a todos aqueles que de uma ou de outra forma
responderam meus telefonemas. Não poderia deixar de agradecer a meus queridos
amigos Renato e Estela, bem como a Carlos e Rosangela, quem tão bondosamente
acolheram-me na ocasião da minha chegada a Porto Alegre, brindando-me sua ajuda
irrestrita e ilimitada e seu carinho quando mais o precisei. Assim mesmo, a minha
compatriota Gladys, valiosa amiga, por sua amizade, ajuda e afeto.
Também quero destacar e agradecer a colaboração sempre espontânea e eficiente
que recebi das secretárias do PPGE, especialmente a Iara, quem sempre com seu sorriso
e gentileza atenderam minhas inquietudes e a da Faculdade de Ciências Econômicas da
UFRGS por me facilitar o acesso à base de dados, jornais e revistas acadêmicas e cartas
para qualquer tramite. Também a Ana Lúcia da PROPG/UFRGS e aos amigos da
fotocopiadora que sempre me atenderam eficientemente.
E por último, mas não menos relevante e importante, meu profundo
agradecimento ao Governo do Brasil, ao CNPq e CAPES que me proporcionaram o
financiamento que me deu a oportunidade de estudar e cumprir como um sonho
irrealizável, a meta de cursar meu mestrado em economia aplicada na prestigiosa
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A TODOS, OBRIGADO.
“Meu coração, até hoje, teve a dita
de conhecer o amor? que simpleza!
Nunca soube ate agora o que é beleza [...]
William Shakespeare
“As cidades sempre foram as fogueiras da civilização,
onde luz e calor são irradiados pela escuridão.”
Theodore Parker
RESUMO
Nos últimos 50 anos, registrou-se na América Central um dos processos de integração
econômica e regional mais antigos do continente americano. O comércio intra-regional
aumentou e dinamizou-se significativamente a partir da formação, em 1960, do
Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), assim como processos de integração de
acordos bilaterais, regionais e multilaterais de livre comércio. A partir desses acordos,
surge uma nova perspectiva para estudar os efeitos do comércio internacional, segundo
a Nova Geografia Econômica (NGE), a qual tenta explicar como a evolução da
distribuição do tamanho das cidades pode ser representada por uma distribuição de
Pareto, que deriva numa regularidade empírica chamada Lei de Zipf, que brinda uma
explicação de como interagem as forças de aglomeração nos centros urbanos, que
favorecem a atividade econômica e o comércio internacional em geral. Esta dissertação
procura investigar a maneira como as mudanças na política comercial geraram impacto
sobre a ordem no tamanho das cidades e a influência no crescimento econômico da
Guatemala. Para esse propósito, foi estimado o coeficiente de Pareto no período
compreendido entre 1921-2002, e como um valor agregado na proposta original, foram
introduzidas duas não-linearidades na distribuição e uma medida de apoio, como o
Índice Hirschman-Herfindahl, para medir o grau da concentração urbana. Por outra
parte, foi utilizado um modelo de taxas de variação para medir o impacto de abertura
comercial no período de 1960-2002 sobre o crescimento econômico resultante.
Portanto, pode-se enfatizar que alterações no tamanho da amostra podem conduzir a
diferentes interpretações. Os resultados obtidos apontam um leve crescimento na
desigualdade e divergência, apesar do índice de concentração urbana mostrar uma queda
gradual desde o ano de 1964, na época MCCA, até o ano de 2002. No caso do período
de 1973-2002, pode-se verificar a Lei de Gibrat, que indica ser o crescimento das
cidades independente do seu tamanho. Também se verifica a hipótese de que a
concentração urbana tem uma relação inversa com a abertura comercial, e que ela está
correlacionada de forma positiva com o crescimento econômico no período de 1921-
1964. Com esses resultados, pode-se mostrar o caminho futuro da evolução do
crescimento urbano, onde as maiores cidades reduziram o seu crescimento e as médias e
pequenas cidades cresceram a um ritmo mais acelerado que os grandes centros,
impulsionadas pelo crescimento do comércio internacional.
Palavras-chave: Cidades. Distribuição de Pareto. Lei de Zipf.
RESUMEN
En los últimos 50 años, se registró en Centro América uno de los procesos de integración
económica y regional más antiguos del continente. El comercio intra-regional aumento y se
dinamizo significativamente a partir de la formación, en 1960, del Mercado Común
Centroamericano (MCCA), así como a los procesos de integración como acuerdos
bilaterales, regionales y multilaterales de libre comercio. A partir de esos acuerdos, surge
una nueva perspectiva para estudiar los efectos del comercio internacional, la Nueva
Geografía Económica (NGE) la cual intenta explicar como la evolución de la distribución
del tamaño de las ciudades puede ser representada por una distribución de Pareto, que se
deriva en una regularidad empírica llamada la Ley de Zipf, que brinda una explicación de
como interactúan las fuerzas de aglomeración en los centros urbanos y que favorecen a la
actividad económica en el comercio internacional en general. Esta disertación busca
investigar como los cambios en la política comercial generaran un impacto sobre el orden
en el tamaño de las ciudades y esto a su vez como influencia en el crecimiento económico
de Guatemala. Para ese propósito, fue estimado el coeficiente de Pareto en el período
comprendido entre 1921-2002 y como un valor agregado en la propuesta original, fueran
introducidas dos no-linealidades en la distribución y una medida de apoyo, como el Índice
Hirschman-Herfindahl, para medir el grado de concentración urbana. Por otra parte, fue
utilizado un modelo de tasas de variación para medir el impacto de apertura comercial en el
período de 1960-2002 sobre el crecimiento económico resultante. Por lo tanto, se puede
enfatizar que alteraciones en el tamaño de la muestra pueden conducir a diferentes
interpretaciones. Los resultados obtenidos apuntan un leve crecimiento en la desigualdad y
divergencia, a pesar de que el índice de concentración urbana muestra una caída gradual
desde el año de 1964, en la época del MCCA, hasta el año de 2002. En el caso del período
de 1973-2002, se puede verificar la Ley de Gibrat, que indica que el crecimiento de las
ciudades es independiente de su tamaño. También se verifica la hipótesis de que la
concentración urbana tiene una relación inversa con una apertura comercial y que está
correlacionada de forma positiva con el crecimiento económico en el período de 1921-1964.
Con estos resultados, se puede mostrar el camino futuro de la evolución del crecimiento
urbano, donde las mayores ciudades reducirían su crecimiento y las medianas y pequeñas
ciudades crecerán a un ritmo más acelerado que los grandes centros, impulsadas por el
crecimiento del comercio internacional.
Palabras-clave: Ciudades. Distribución de Pareto. Ley de Zipf.
ABSTRACT
Over the last 50 years, in Central America was developed one of the oldest processes of
economic and regional integration of the American Continent. Since the establishment in
1960 of the Central American Common Market (CACM), intra-regional trade significantly
increased under multilateral, bilateral and regional free trade agreements of the integration
process. Today, a new perspective exists in the study of the effects of international trade
offered by the New Economic Geography (NEG) that seeks to explain the evolution and
distribution of the size of the cities that can be represented by Pareto’s distribution, derived
from a well-known empirical regularity known as the Zipf’s Law, which promotes an
explanation of how the agglomeration forces in the urban centers interact in favor of
economic activity and international trade. This dissertation tries to investigate the way in
which the changes in trade policy generate changes in the order of the size in the cities, thus
influencing the economic growth of Guatemala. To this purpose Pareto’s coefficient was
estimated for the period between 1921 and 2002 and it was considered as an aggregated
value and therefore the original proposal of two not-linealities were introduced in the
distribution as support, as the Hirschman-Herfindahl Index to measure the degree of the
urban concentration. On the other hand, a model of variation rates was used during the 1960
and 2002 period to measure the trade impact of the trade opening on the resulting economic
growth. Therefore, a model of variation rates was used to measure the impact of the trade
opening on the resulting economic growth during the 1960-2002 period. For that reason, it
is possible to emphasize the alterations in the size of the sample that can achieve different
interpretations. The results obtained point to a slight growth in inequality and divergence,
even though the index of urban concentration shows a gradual fall from 1964 during the
CACM period up to 2002; which otherwise means that small cities grew at a smaller rate
than the larger cities did. In the case of the 1973-2002 period, it is possible to verify
Gibrat’s Law which indicates that the growth of the cities is independent to its size. Also
the hypothesis is verified that the urban concentration has an inverse relation with the trade
opening and that the urban concentration is correlated in a positive form with the economic
growth during the 1921-1964 period. With these results it is possible to show the future
way of the evolution of urban growth where major cities would reduce its growth, and the
middle and small cities will grow further at a more accelerated rate than the major cities
driven by the growth of international trade.
Keywords: Cities. Pareto Distribution. Zifp’s Law.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 2.1 –
Variação do PIB Guatemalteco 1960-2005........................................ 24
Gráfico 3.1 –
Coeficiente de Pareto na Guatemala 1921-2004................................. 81
Quadro 2.1 –
Estado das negociações dos Tratados bilaterais de Livre Comércio
e outras aproximações comerciais entre a Guatemala e o resto do
mundo..................................................................................................
37
Quadro 3.1 –
Características das forças de aglomeração......................................... 44
Quadro 4.1 -
Cidades Intermédias por região........................................................... 78
LISTA TABELAS
Tabela 4.1 –
Expoentes de Pareto (α) 1921-2004..................................................... 76
Tabela 4.2 –
Regressão do modelo de taxas de variação.......................................... 85
Tabela 4.3 –
Coeficiente de Correlação de Pearson..................................................
89
LISTA DE SIGLAS
AGEXPRONT Associação de Produtores de Produtos não Tradicionais
ALCA Área de Livre Comércio das Américas
ASIES Asociación de Investigación y Estudios Sociales
BANGUAT Banco de Guatemala
BCIE Banco Centro-Americano de Integração Econômica
BM Banco Mundial
CADESCA Comitê de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e Social da
América Central
CAUCA Código Aduaneiro Uniforme Centro-Americano
CBI Iniciativa da Bacia do Caribe
CCP Câmara de Compensação de Pagamentos
CEE Comunidade Econômica Européia
CELADE Centro Latino Americano e o Caribe de Demografia
CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe de Nações
Unidas
CIEN Centro de Investigaciones Económicas Nacionales
FED Reserva Federal dos Estados Unidos
FEGUA Ferrovias de Guatemala
FMI Fundo Monetário Internacional
GATT Acordo Geral sobre os Impostos Aduaneiros e Comércio
ICC Iniciativa de la Cuenca del Caribe
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IHH Índice Hirschman-Herfindahl
INE Instituto Nacional de Estatística
IUSI Imposto único sobre imóveis
ICAITI Instituto Centro-Americano de Investigação e Tecnologia Industrial
ICAP Instituto Centro-Americano de Administração Pública
IED Investimento Estrangeiro Direto
IRCA Empresa de Ferrovias Internacionais da Guatemala
MCCA Mercado Comum da América Central
MERCOSUL Mercado Comum de America do Sul
NAFTA North American Free Trade Agreement
NGE Nova Geografia Econômica
NMF Nação Mais Favorecida
ODECA Organização de Estados Centro-Americanos
PAECA Plano de Ação Econômica para a América Central
PAI Plano de Ação Imediata
PIB Produto Interno Bruto
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
POT Plano de Ordenamento Territorial
PRES Plano de Reordenamento Econômico e Social
RD-CAFTA Dominican Republic and Central America Free Trade Agreement
RIN Reservas Monetárias Internacionais
SAC Sistema Arancelario Centro-Americano
SELA Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe
SIB Superintendência de Bancos
SIECA Secretaria de Integração Econômica da America Central
USITC Comissão de Comércio dos Estados Unidos da América
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 16
2 DESCRIÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO
COMERCIAL DA GUATEMALA..............................................................................
19
2.1. BREVE DESCRIÇÃO ECONÔMICA DA GUATEMALA...................................
19
2.1.1 Crescimento Econômico na Guatemala..............................................................
20
2.1.2 Caracterização da Economia Guatemalteca...................................................... 21
2.2 DESEMPENHO ECONÔMICO NO PERÍODO DE 1960-2007............................
23
2.2.1 Nascimento do MCCA e Auge Econômico (1960-1980).................................... 24
2.2.2 Um Período de Recessão Econômica (1981-1986)............................................. 25
2.2.3 Crescimento Econômico Moderado (1987-1998)............................................... 26
2.2.4 Período de Desaceleração do Crescimento Econômico (1999-2003)................ 27
2.2.5 Período de Aceleração do Crescimento Econômico (2004-2007)..................... 28
2.3 POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO COMERCIAL DA GUATEMALA.....................
29
2.3.1 Algumas Considerações Históricas..................................................................... 29
2.3.2 Abertura Regional: Mercado Comum da América Central (MCCA).............
31
2.3.3 Acordos Preferenciais Bilaterais......................................................................... 35
3 MODELOS DA NOVA GEOGRAFIA ECONÔMICA, CRESCIMENTO
ECONÔMICO E ABERTURA COMERCIAL.........................................................
38
3.1 NOVA GEOGRAFIA ECONOMICA (NGE)..........................................................
38
3.2 MODELOS DE GEOGRAFIA ECONÔMICA URBANA: LEI DE ZIPF..............
40
3.2.1 Modelos de Distribuição do Tamanho das cidades............................................
40
3.2.2 Variação do Expoente de Pareto......................................................................... 47
3.2.3 Crescimento Econômico e Urbanização............................................................. 58
3.3 ABERTURA COMERCIAL.....................................................................................
63
3.3.1 Liberalização Comercial...................................................................................... 63
3.3.2 Modelos de Impacto dos Tratados de Livre Comércio sobre o crescimento
econômico.......................................................................................................................
67
3.3.3 Comércio Internacional e Aglomeração............................................................. 72
4 CORRELAÇÃO ENTRE ABERTURA COMERCIAL E MODELOS DE
CRESCIMENTO URBANO.........................................................................................
74
4.1 TESTE AOS MODELOS DE ZIPF..........................................................................
74
4.2 TESTE AO MODELO DE ABERTURA COMERCIAL........................................
85
4.3 TESTE DE CORRELAÇÃO.....................................................................................
88
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 92
REFERÊNCIAS.............................................................................................................
95
APÊNDICE A: Tabelas do Coeficiente de Pareto e Índice Herdindahl
Hirschman......................................................................................................................
102
ANEXO A: Tabela: Guatemala a distribuição da população................................... 112
ANEXO B: Mapa: As cidades intermédias de Guatemala........................................ 113
ANEXO C: Mapa: Taxa de Crescimento Urbano -1950 – 1964................................
114
1 INTRODUÇÃO
Depois de um longo processo de negociação entre Guatemala, El Salvador,
Honduras, Nicarágua e Republica Dominicana, chegou-se a um acordo com a aprovação
dos Congressos de cada um desses países sobre um Tratado de Livre Comércio com os
Estados Unidos. Esse processo é uma das etapas da iniciativa conhecida como Área de
Livre Comércio das Américas (ALCA), que foi impulsionada pelos Estados Unidos, a
partir de 1994, e tinha como idéia central criar uma zona de Livre Comércio nas
Américas para o ano de 2004.
Para o caso específico da Guatemala, a aprovação desse tratado deixa-a como o
principal sócio comercial, que Estados Unidos constitui 56% do total do comércio
exterior e, assim, é capaz de ampliar os benefícios da chamada Iniciativa da Bacia do
Caribe” Iniciativa de la Cuenca del Caribe” (CBI)
1
, que se aproxima sua finalização.
Além disso, uma importância particular em determinar-se os efeitos sobre o
crescimento urbano e regional, pois, nos últimos anos, está-se verificando uma mudança
significativa no tamanho das populações das principais capitais dos departamentos
guatemaltecos, devido à emigração, dirigida principalmente aos Estados Unidos, e a
realocação de indústrias no interior do país. Portanto, é importante ressaltar a iminente
vigência do Tratado de Livre Comércio dos Estados Unidos (RD-CAFTA)
2
, fator que
poderia ocasionar algumas mudanças nas populações urbanas.
O objetivo geral foi investigar no presente trabalho, de maneira empírica, como
a vigência de um Tratado de Livre Comércio pode afetar o tamanho das cidades (a
população das áreas urbanas) e como isso influencia o crescimento econômico geral da
Guatemala.
1
Iniciativa criada pela administração republicana de Ronald Reagan em 1983, para favorecer os países
da América Central e o Caribe, com a eliminação das tarifas para importação de certos produtos
destinados ao mercado dos Estados Unidos.
2
Entenda-se pelas siglas: “RD-CAFTA” em inglês: “Dominican Republic and Central America Free
Trade Agreement”. Inicialmente, o tratado entraria em vigor a partir de 1º de janeiro de 2006. Mas, por
por uma disputa entre os negociadores da agência de comércio dos Estados Unidos (USITC) e
negociadores do Ministério de Economia da Guatemala sobre supostos acordos verbais com caráter
de vínculo para modificar as leis de propriedade intelectual e medidas fitossanitárias, a vigência
do tratado foi suspensa temporariamente até de junho de 2006, data que efetivamente entrou em
vigor.
17
Como trabalhos relacionados com os temas, estão os seguintes: no caso da Nova
Geografia Econômica (NGE) destacam-se Fujita, Krugman e Venables (2002), Gabaix
(1999, 2000), Gabaix e Fujita (2002), Gabaix e Ionnides (2003), Henderson (2000,
2003), Ades e Glaeser (1994), Ottaviano (2001), Venables (2003), Meardon (2001),
Brakman, Garretsen, Joeri Gorter, Van der Horst e Schramm (2005), Overman e
Ioannides (2000) e Machado (2003). Por outra parte, os trabalhos empíricos de Rosen e
Resnick (1980) e, principalmente, o trabalho de Soo (2004), que aplica para o caso
específico da Guatemala, Monastério (2002), que faz um estudo no Estado de Rio
Grande do Sul e Oliveira (2004). Referente a trabalhos relacionados com os efeitos de
um tratado de livre comércio sobre crescimento encontra-se: Azevedo (2004), que
trabalha sobre o Mercosul, e especificamente para a Guatemala estão os trabalhos de
Naranjo (2003), Rodríguez (2005) e Banco de Guatemala (2006).
Considerando o caso da Guatemala, não existem trabalhos relacionados com a
NGE referentes a abertura comercial. Portanto, foi relevante efetuar um estudo
delimitando as especificidades econômicas e urbanas próprias, assim como tentar
encontrar alguma correlação entre a regra da ordem das cidades, um tratado de livre
comércio ou abertura comercial e os efeitos das forças de aglomeração sobre a
concentração urbana e o crescimento.
Dessa forma, a fim de verificar como a abertura comercial influenciou na
evolução do crescimento urbano na Guatemala, estabeleceu-se, para esta investigação,
uma orientação baseada em três etapas.
No Capítulo 2 foi efetuada uma breve descrição econômica da economia
guatemalteca, além da exposição do desempenho econômico no período de 1960-2007.
Também foi efetuada uma revisão histórica da Política de Integração Comercial da
Guatemala, especificamente a experiência desse país dentro do contexto da Abertura
Regional: Mercado Comum Centro-Americano e Acordos Preferenciais Bilaterais.
No Capítulo 3 é apresentada uma discussão introdutória em torno dos modelos
da Nova Geografia Econômica (NGE), que servem para explicar empiricamente a regra
da ordem das cidades, concentrando-se, especialmente, na regularidade empírica
conhecida como a Lei de Zipf. Além disso, apresenta-se uma breve discussão e
exploração em torno a estudos empíricos, e depois se discute um índice para calcular
concentração urbana e procurar uma relação com o crescimento econômico.
18
Finalmente, apresentam-se os modelos que servem para avaliar modelos de
Impacto dos Tratados de Livre Comércio sobre o crescimento econômico e a
concentração urbana e a abertura comercial. Contudo, esta base teórica e empírica
possibilitará a realização da aplicação empírica proposta.
Na última fase, no Capítulo 4, são apresentados os resultados dos modelos
diferentes de Zipf e os agregados de não-linearidade, assim como a aplicação de um
modelo para avaliar os efeitos no crescimento econômico da vigência de um tratado de
livre comércio. Também são apresentados os resultados entre o coeficiente de
correlação, o coeficiente de Pareto e os indicadores de abertura comercial e de
concentração urbana.
O objetivo dessa análise foi avaliar a verificação da regra da ordem das cidades,
os efeitos de uma abertura comercial e sua correlação com a variação do coeficiente de
Pareto, além das implicâncias sobre as forças centrípetas e centrífugas. Seguem, por
último, no Capitulo 5, as considerações finais, onde são expostos, discutidos e
interpretados os resultados que a presente investigação atingiu.
19
2 DESCRIÇÃO ECONÔMICA E A POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO
COMERCIAL DA GUATEMALA
Nas seções seguintes serão apresentados alguns aspectos gerais sobre a
economia da Guatemala e suas experiências de integração comercial.
2.1 BREVE DESCRIÇÃO ECONÔMICA DA GUATEMALA
A situação estrutural, como país em geral, para a Guatemala
3
, no ano de 2005,
foi a seguinte: a população total é de 12.700.611 habitantes, como indica o Instituto
Nacional de Estatística (INE), 2005. Desse total, a porcentagem de pobres é de 51%,
expressados em números são 6.805,8 milhões de habitantes, é de extremamente pobres,
15,7%, que constituem 2.001 milhões de habitantes.
O ingresso per capita anual atinge US$ 4.313,00, que está situado em 66%
inferior à media mundial. Por outro lado, o índice de alfabetização é da ordem de 69,1%
da população e a taxa bruta de educação primária, secundária e terciária é de 66%. A
expectativa de vida ao nascer é de 67,6 anos. No caso do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), tem a posição 118 de 177 países, o mais baixo da América Central.
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO-PNUD-,
2005)
Enquanto o índice de Gini é de 0,54 pontos comparados com a desigualdade é o
maior que atinge na América Latina de 0,41 pontos e, por último, como aponta o
PNUD, (2005), no Índice de Competitividade Global (ICG) fica no posto 80 de 131,
como assinalam Benitez e Brunner (2006).
A economia da Guatemala está dominada pelo setor privado, que gera
aproximadamente, 85% do PIB. A agricultura contribui com 13% do PIB e constitui
75% das exportações.
3
Guatemala (do náhuatl Quauhtlemallan, "lugar de muitas árvores"). República de América Central
limita ao oeste e norte com México, ao este com Belize e o golfo de Honduras, ao sudeste com
Honduras e El Salvador, e ao sul com o oceano Pacífico. O país tem uma superfície total de 108,889
km². Sua capital é a cidade de Guatemala da Assunção.
20
A moeda é o quetzal
4
e a maioria da manufatura é de produtos leves e
processamento de alimentos, dirigida aos mercados domésticos dos Estados Unidos e da
América Central, sendo 18,5 % da indústria. (BANCO DA GUATEMALA -
BANGUAT-, 2006).
Como indica o BANGUAT (2006), durante os últimos anos, o turismo e a
exportação de têxteis e produtos agrícolas não tradicionais como vegetais de inverno,
frutas e flores foram incrementados, enquanto as exportações mais tradicionais como o
açúcar, a banana e o café seguem representando uma grande porção do mercado de
exportação.
2.1.1 Crescimento Econômico na Guatemala
No período compreendido entre o último meio século, período compreendido
entre 1950-2000, a economia guatemalteca cresceu a uma taxa média anual de 4%, e o
produto per capita cresceu em média 1,3% ao ano, como menciona o BANGUAT
(2006). De acordo com o nível de rendimento per capita, a Guatemala é considerada por
organismos financeiros internacionais, tais como o Fundo Monetário Internacional
(FMI) e Banco Mundial (BM), um país de rendimento médio.
Considerando os resultados obtidos por Bernanke e Gürkaynak (2001) e fazendo
uma comparação com países da América Latina, com níveis relativamente similares em
desenvolvimento, tais como Brasil, Costa Rica, México, República Dominicana, Chile,
Colômbia e, recentemente, El Salvador, pode-se concluir que o desenvolvimento
econômico da Guatemala foi relativamente mais baixo, mas, mesmo assim, está acima
da média da América Latina
5
.
4
O quetzal o nome da ave símbolo nacional e que também corresponde à moeda usada pela Guatemala e
foi criada no ano 1924.
5
“[...] A economia guatemalteca se consolidou numa fase de crescimento acelerado iniciada em 2004.
Segundo projeções preliminares do Banco de Guatemala (BANGUAT), o PIB em termos reais cresceu
5.7% em 2007, taxa similar à registrada em América Latina e o Caribe e inferior em quase um ponto
percentual da região de America Central. Não obstante não se atinge ainda a taxa de crescimento
econômico de 6% estabelecida nos Acordos de Paz [...]” (ASIES, 2008)
21
2.1.2 Caracterização da Economia Guatemalteca
Durante a década de cinqüenta, a Guatemala somou-se ao modelo promovido
pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). A visão da
CEPAL era baseada em dois conceitos econômicos básicos: termos de troco
6
, e
heterogeneidade estrutural
7
como explica Estrella Faria (2007).
O Estado guatemalteco tinha como instrumento da política econômica o c ontrole
estratégico sobre algumas das principais variáveis macroeconômicas, tais como a taxa
de câmbio, as taxas de juros e os preços de alguns produtos da cesta básica. O modelo
econômico que se impulsionava era conhecido como “substituição de importações”,
com o objetivo de melhorar a posição externa do país. Tinha também o objetivo de
fomentar o emprego através de incentivos diretos, tais como uma política de
desenvolvimento industrial, utilizando para isso, principalmente, a política fiscal e
comercial. Dito modelo foi sustentado no processo de integração econômica da América
Central, que se iniciou nos anos sessenta e, posteriormente, foi conhecido como
“Mercado Comum da América Central” (MCCA).
A partir do final dos anos oitenta, a Guatemala começou a mudar para um
modelo baseado numa maior abertura comercial com o resto do mundo e, a princípios
da década de noventa, iniciou um processo de reconversão da sua economia baseada
numa política comercial mais de acordo com a “Ronda do Uruguai” de 1986.
6
“[...] Os termos de troca para o pensamento CEPALINO considerava que as diferenças nas
elasticidades de renda da demanda eram o suposto fundamental. De acordo com a análise, o nível de
renda média mundial” dos países industrializados, que demandavam bens agrícolas básicos
(commodities) produzidos pela América Latina com o uso intensivo de “mão de obra”, era o que levava
as diferenças tenderem a piorar os termos de troca. Essa análise econômica tinha uma origem
keynesiana e as conseqüências lógicas eram um baixo crescimento econômico ou estagnação. Portanto,
o remédio proposto pela CEPAL foi diversificar as exportações e propiciar as manufaturas de produtos
com uma elasticidade maior que 1. Entre os anos 40 e 50 do século passado, esse pensamento foi
impulsionado pelos economistas que pertenciam a CEPAL, tais como Raul Prebisch e Celso Furtado
[...]” (ESTRELLA FARIA, 2007).
7
“[...] A heterogeneidade estrutural ou dualismo foi explicado a partir da seguinte análise: Existem
dois setores: (1) Setor moderno ligado às exportações e outro; (2) Setor tradicional de subsistência.
Nesse modelo de desenvolvimento, criava-se um padrão de vida dos trabalhadores, tanto para o setor
moderno quanto para o tradicional, que tinha relação com um círculo vicioso e que nesse
fenômeno se reproduzia permanentemente. Portanto, o fenômeno da industrialização só acontece
normalmente por um “shock exógeno”, mas, existe outra alternativa, que é que o governo promova
um modelo proposto de substituição de importações, o qual seguiria a seguinte seqüência: Uma
revolução do mercado interno implicaria um aumento da urbanização que, a sua vez, modificaria os
padrões de consumo e provocaria uma industrialização induzida [...]” (ESTRELLA FARIA, 2007).
22
Como amostra dessa mudança, a política cambial mudou de forma definitiva: o
tipo de câmbio e a taxa de juros deixaram de ser regulados pela autoridade monetária
até o ano de 1989. Os preços da cesta básica de produtos foram liberados em 1986,
concluindo-se o processo em 1991. Depois, eliminaram-se gradualmente os impostos às
exportações contidos no Sistema Centro-Americano (SAC)
8
, mudando e atualizando as
leis alfandegárias contidas nos sucessivos Códigos Aduaneiros Uniformes Centro-
Americanos (CAUCA) em suas diferentes versões I, II e III, e emitiram-se leis para o
fomento das exportações não tradicionais, apoiadas pela Associação de Produtores de
Produtos não Tradicionais (AGEXPRONT).
No caso do setor fiscal de políticas expansivas de gastos do governo,
habitualmente os déficits fiscais foram financiados pela autoridade monetária até finais
dos anos oitenta.
Essa prática era utilizada pelos governos como resultado dos desequilíbrios
fiscais recorrentes e a dinâmica inconsistente
9
da política monetária, levando ao
esgotamento das reservas monetárias internacionais líquidas, dos cofres do Banco da
Guatemala, as quais foram negativas entre 1982-1989. Para evitar que no futuro os
governos seguissem utilizando essa nefasta política monetária, no ano de 1994 emitiu-se
uma norma constitucional pela qual se proibiu à autoridade monetária o direito ao
financiamento do déficit fiscal. Por outro lado, no setor externo ocorreu um déficit em
conta corrente da Balança de Pagamentos com caráter estrutural, que atingiu cifras
recordes nos anos de 1992, de 7,0%, 1981, de 6,7%, 1987, de 6,6%, e 1985 de 6,4%.
As principais fontes de financiamento do déficit em conta corrente utilizadas pelos
governos sucessivos até os anos oitenta foram as Reservas Monetárias Internacionais
(RIN) e o Endividamento Público Externo. Mas isso mudou a partir dos anos noventa,
quando o Fluxo de Capital Privado foi sua principal fonte de financiamento e as
reservas aumentaram consideravelmente atingindo níveis recordes.
8
Documento oficial onde são apresentados todos os produtos classificados e com todos os registros das
tarifas para importação (ou em espanhol: partidas arancelarias) para os países da América Central,
com suas devidas percentagens de impostos.
9
Como parte da teoria monetária “Novo-clássica”, baseiase em três concepções básicas: 1) Neutralidade
no curto prazo da moeda (super-neutralidade da moeda), inconsistência dinâmica das políticas ativistas,
e a necessidade das autoridades assentarem suas ações em termos de credibilidade como indicam
Sachs e Larrain (1994).
23
O processo de redução de tarifas para importação (em espanhol: desgravación
arancelaria) e o projeto de modernização do sistema financeiro nacional iniciou-se no
princípio dos anos noventa, concluindo-se as novas leis financeiras. Vale a pena
destacar que a economia guatemalteca, comparada com a maioria dos países da América
Latina, não experimentou processos inflacionários muito severos ou hiperinflações,
principalmente nos anos oitenta. No período de análise, que são os últimos 50 anos,
pode-se ressaltar dois picos inflacionários significativos: o primeiro em 1985, de 31,5%
e o segundo em 1986, de 25,7%, os quais foram associados, principalmente, aos
excedentes de liquidez existentes na economia, originados pelos altos déficits fiscais
recorrentes descritos anteriormente, e as políticas expansivas de gasto não sustentável.
Mas, a inflação mais alta foi registrada em dezembro de 1990 (em torno de 60%),
devido a uma política monetária expansiva e inconsistente. No entanto, a partir dos anos
noventa, a política monetária geralmente restritiva de linha monetarista
10
, e a obsessão
na redução do déficit fiscal permitiram atingir taxas de inflação menores e reduzir
consideravelmente a volatilidade.
2.2 DESEMPENHO ECONÔMICO NO PERÍODO DE 1960-2006
Considerando a divisão feita pelo BANGUAT
11
, e levando em conta o critério
de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) significativo, apresenta-se a taxa de
crescimento econômico para o período 1960-2006. No Gráfico 2.1 identificam-se cinco
subperíodos importantes no desenvolvimento da atividade econômica guatemalteca que
são apresentados numa linha de tendência
12
.
10
Os monetaristas rejeitam a idéia de que a noção da política monetária deva ser utilizada para
propósitos de estabilização a curto prazo. Portanto, reconhecem os monetaristas que os nexos entre o
dinheiro e o produto são “longos e variáveis” e pouco confiáveis para propósitos de estabilização a
curto prazo de acordo a Sachs e Larrain (1994).
11
Banco da Guatemala (BANGUAT) - é o nome do Banco Central da Guatemala que foi fundado no ano
de 1948.
12
A equação que melhor explica o comportamento como tendência do PIB é uma de forma polinômica:
PIB = 0.0024x2 - 0.1781x + 6.268, R
2
= 0.1346.
24
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
1960
1963
1966
1969
1972
1975
1978
1981
1984
1987
1990
1993
1996
1999
2002
2005
PIB Polinómica (PIB)
Porcertagem
Anos
Gráfico 2.1: Variação do PIB Guatemalteco – 1960-2005
Fonte: Banco da Guatemala– BANGUAT (2006)
2.2.1 Nascimento do MCCA e Auge Econômico (1960-1980)
Esse período caracterizou-se principalmente pelo nascimento do MCCA e pelas
altas taxas de crescimento econômico, mas também, notavelmente, muito instáveis. Foi
um período em que se atingiram as taxas de crescimento mais altas da história
econômica guatemalteca
Durante o período compreendido entre os anos de 1963-1968, foram atingidas as
taxas de crescimento de 9,5% e 8,8%, respectivamente. Mas, a meados da década de
setenta o quadro começa a mudar, experimentou-se a primeira crise do petróleo, no ano
de 1974, devido ao incremento dos preços do petróleo imposto pela Organização dos
Países Produtores de Petróleo (OPEP).
Tal fato deteriorou a relação de termos de intercâmbio, como indica o Banco da
Guatemala (2006), onde se reduziram em 12% e ocasionando uma grande queda na
atividade econômica, atingindo a baixa taxa de crescimento de, aproximadamente,
2,0%, em 1975. No ano de 1976, a Guatemala sofreu um terremoto, que provocou
muitas perdas humanas e danos na infra-estrutura.
25
Observou-se uma séria recessão econômica, que se retroalimentou pelo conflito
bélico interno, que durava quase 20 anos. A segunda crise do petróleo, no ano de
1979, e uma fuga em massa de capitais privados em 80, foram eventos que
manifestaram uma forte queda do investimento privado doméstico, que foi, em 1979, de
-12.3%, e no em 1980, de -22,4%. O início de um período de significativo incremento
da dívida externa manifestou-se no período compreendido entre os anos de 1978-1985:
o saldo da dívida externa cresceu aproximadamente US$ 2.000 milhões e ficou
conhecido como a crise da dívida externa.
2.2.2 Um Período de Recessão Econômica (1981-1986)
Esse período qüinqüenal caracterizou-se pela continuidade e aprofundamento da
crise econômica. Observaram-se taxas negativas de crescimento econômico, de -3.5%
no ano de 1982 e de -2.5% no ano de 1983, além de ser um período com instabilidade
política, manifestado pelo golpe de estado no ano de 1982, e a continuidade do conflito
bélico interno. A maioria empréstimos a taxas variáveis foram feitos a uma baixa taxa
de juros estipulada pelo governo, caindo os créditos externos e os fluxos de
investimento. Mas, com as altas abruptas consideráveis das taxas de juros
13
, além de
políticas fiscais excessivamente expansivas, regimes comerciais fechados, e
supervalorização do regime de câmbio e fuga de capitais, o colapso do financiamento
externo e a deterioração dos termos de intercâmbio levando a uma queda na demanda
agregada.
Portanto, o incremento da taxa de juros derivou uma crise de dívida
internacional, resultante do aumento do montante das dívidas. Além disso, nessa etapa,
iniciou-se a prolongada crise cambial e a redução das reservas monetárias internacionais
(RIN).
13
[...] as taxas de juros mundiais cresceram bruscamente como conseqüência dos programas
antiinflacionários nos países industrializados, encabeçados pelas políticas do presidente Paul Volcker,
da Reserva Federal dos Estados Unidos (FED), com base a uma política monetária contrativa, cujo
objetivo primordial era conter a inflação. Ao mesmo tempo, os termos de intercâmbio se deterioraram
para o mundo devedor ao cair os preços das matérias-primas [...] (SACHS e LARRAIN, 1994),
26
A partir da última etapa desse período recessivo, produziu-se o início do
processo democrático, quando em 1984, foi feita a nova constituição e as eleições
gerais, em 1986. A partir disso, pôs-se em andamento o Plano de Reordenamento
Econômico e Social (PRES), o que teve como objetivo primordial recuperar o ritmo de
crescimento da economia, eliminar gradualmente a regulação de preços da cesta básica
(preço máximo) e estabilizar o regime de câmbio nominal.
2.2.3 Crescimento Econômico Moderado (1987-1998)
Esse terceiro período de crescimento para a Guatemala tem como características
principais as seguintes: a recuperação do crescimento econômico sustentado a partir de
1987 com um crescimento do PIB na ordem de 3,5%; depois, consegue-se a
estabilização macroeconômica a partir do ano 1991, atingindo um crescimento de 3,6%;
redução e estabilização da inflação; e, estabilização do tipo de câmbio nominal, que teve
muita variabilidade durante o último qüinqüênio
14
. Iniciou-se o processo democrático e
de reconciliação nacional e firmaram-se os Acordos de Paz em 1996, e como resultado
desses acordos, registrou-se um significativo aumento do Investimento Estrangeiro
Direto (IED), em 1996 de US$ 76,8 milhões, até atingir US$ 672,8 milhões, em 1998.
A partir disso, a Guatemala conseguiu sair da prolongada crise cambial e de
reservas monetárias internacionais. Nesse período, implementaram-se as principais
reformas econômicas: liberalização do regime de câmbio e da taxa de juros, abertura
comercial e financeira.
Adotaram-se políticas de fomento às exportações, eliminaram-se os impostos às
exportações e, além disso, emitiu-se o Decreto Lei 24-89 para fomento da atividade
maquiadora, que tem um importante sucesso como fonte de emprego de empresas
estrangeiras de origem asiática, principalmente de países como o Taiwan e a Coréia.
14
A partir do ano 1983 se registrou uma desvalorização cambial severa depois de seguir nos últimos
quarenta anos um regime de paridade fixa. A paridade frente ao dólar americano com o quetzal
foi de $. 1.00: Q. 1.00 até o ano 1985. A partir de ali a taxa de cambio se foi depreciando ate atingir
no ano 1991 de $ 1.00: Q 5.04, tendo uma perda dos 80% de seu valor de cambio.
27
Assim, concretizou-se o processo de privatização de ativos do Estado, em um
contexto no qual a economia guatemalteca se beneficiou de um ambiente internacional
favorável (baixas taxas de juros internacionais, entrada de capital externo e da inserção
em novos mercados internacionais, o que acelerou o crescimento, principalmente, das
exportações de produtos não tradicionais).
2.2.4 Período de Desaceleração do Crescimento Econômico (1999-2003)
Esse período foi caracterizado pelas condições externas relativamente
desfavoráveis como: a queda dos preços internacionais do café
15
e a desaceleração da
atividade econômica mundial. Na ordem econômica interna, iniciou-se o processo de
saneamento do sistema bancário (intervenção em três bancos), desacelerou-se o ritmo de
crescimento do crédito bancário no setor privado, e intensificou-se a divergência de
critérios entre os setores público e privado quanto aos objetivos de médio prazo do país.
Outro aspecto relevante nesse quarto período foi que se aprovou a terceira
reforma monetária e financeira, que inclui a nova Lei Orgânica do Banco da
Guatemala”, proporcionando maior clareza no objetivo fundamental da política
monetária, autonomia operativa do Banco Central e autonomia econômica e financeira e
transparência e rendimento das contas.
Além disso, modificou-se a “Lei de Supervisão Financeira” que fortalece as
funções da Superintendência de Bancos (SIB)
16
. Por outro lado, também foi criada a
nova “Lei de Livre Negociação de Divisas”, que legaliza a intermediação financeira em
moeda estrangeira. Ao mesmo tempo, entra em vigor a “Lei de Bancos e Grupos
Financeiros”, que proporciona o regulamento moderno para o funcionamento de grupos
financeiros e os mecanismos de sua supervisão consolidada, de acordo com as práticas
internacionais, como os acordos de Basiléia I e II.
15
O café é uns dos principais produtos de exportação. A qualidade do café guatemalteco de exportação é
muita reconhecida nos mercados internacionais. Por tanto quando registra quedas nos preços
internacionais como um “commoditie”, tende diminuir os ingressos de divisas e afetar
negativamente a balança comercial.
16
Superintendência de Bancos (SIB) é a instituição autônoma e descentralizada encarregada de realizar as
funções de supervisão do sistema financeiro guatemalteco.
28
Por último, a nova “Lei Monetária” que tenta adequar o marco legal às
mudanças que se geraram nos mercados financeiros internacionais no que diz respeito
às espécies monetárias e à conversibilidade da moeda nacional e à livre mobilidade de
capitais. Cabe indicar que a referida reforma constitui a mais importante reforma
financeira do país.
2.2.5 Período de Aceleração do Crescimento Econômico (2004-2007)
Durante o período compreendido entre os anos de 2004-2007 acelerou-se a taxa
de crescimento econômico, o que permitiu, finalmente, superar a taxa de crescimento da
população. Para poder explicar o auge econômico dos últimos dois anos associam-se,
entre outros, os seguintes fatores:
a) A sintonia das políticas monetária e fiscal alcançada pela coordenação e
melhor entendimento entre o ministro da fazenda e o presidente do Banco da
Guatemala;
b) O meio externo relativamente favorável, assim que o DR-CAFTA entrou em
vigor, e por último;
c) O crescimento econômico positivo dos principais sócios comerciais.
Para terminar um fato interessante que indica Aguirre sinalando uma ligação
entre o crescimento da população e crescimento econômico na Guatemala:
O modelo neoclássico de crescimento explica melhor o
comportamento da economia da Guatemala entre 1960-2006. Tanto
o investimento como a tecnologia tiveram um impacto positivo no
crescimento da economia. O crescimento da população não e
significativo, mas a taxa de fertilidade, sim. Logo, como a
Guatemala é um país agrícola têm uma indústria em geral com uso
intensivo de mão-de obra; a força laboral tem que ser um ator
importante na produção. Portanto, as fontes de pobreza não têm a
origem no tamanho da população. [...] A velocidade de
envelhecimento da população esta mais acelerada (de 130 anos em
1982 ate 59 em 2006). Isso resulta uma grande Preocupação para a
Guatemala, que aumenta as pressões na situação fiscal e geram
um impacto negativo no ingresso per capita. Aguirre (2007, p. 9)
29
2.3 POLÍTICA DE INTEGRAÇÃO COMERCIAL DA GUATEMALA
Nas seções seguintes serão apresentados alguns aspectos sobre a historia da
integração comercial da Guatemala com America Central.
2.3.1
Algumas considerações históricas
Como indicam Ramirez (2000) e Borges (1974), as primeiras iniciativas para
consolidar uma integração nos países da América Central aconteceram antes de sua
conformação como estados soberanos e republicanos, no ano de 1811. Tal sonho
viabilizou a possibilidade da integração mediante a configuração de uma estrutura
política federativa como passo prévio ao desenvolvimento de outro tipo de relações
mais profundas
17
. Mas vale a pena ressaltar que na região da América Central, a idéia
da unificação já era discutida antes que se conseguisse a independência no ano de 1821,
uma vez adquirida essa independência, acreditava-se em um projeto possível, no ano de
1823, concordando perfeitamente com a idéia integradora do projeto bolivariano.
18
Depois de várias tentativas de construir associações ou alianças com países situados
geograficamente fora do Istmo centro-americano, foi criada a “República Federal da
América Central”, que teve vida no período compreendido entre os anos de 1824 a
1838. Os Estados Unidos reconheceram a Federação desde 1824 e em conseqüência
assinaram, em 1826, um tratado de comércio e boas relações diplomáticas, que foi
referendado depois por outros países, tais como a Colômbia e o México.
17
“[...] No período em que governou o imperador Agustín de Iturbide no México (1821-1823), antigo
virreinato da Nova Espanha no mês de janeiro de 1822, a cidade de Guatemala e Quetzaltenango
decidiram unir-se com o México. Mas, com a resistência para adotar essa decisão, El Salvador solicitou
a adesão com os Estados Unidos ou uma intervenção contra o México, pela pretensão do
imperador Iturbide de anexar América Central ao México [...]” (RAMIREZ, 2000).
18
“[...] Durante as guerras de independência nos países latino-americanos apresentaram-se diversas
iniciativas que propunham a integração de toda a região em diversos níveis, devido ao caráter
desagregador do movimento independentista, que havia sido separado em múltiplas repúblicas, desde
os antigos virreinatos reunidos baixo a monarquia hispânica. Alguns dos personagens deste período
foram os líderes independentistas, como Francisco de Miranda, Simón Bolívar, Bernardo O’Higgins,
Antonio José de Sucre, Miguel Hidalgo e Costilla e José de São Martín. [...]” (RAMIREZ, 2000).
30
A partir disso, a Federação Centro-Americana, teve vida até o ano de 1838, da
qual se dissolveram as Províncias Unidas da América Central. Entre as razões que
explicam a desintegração da Federação da América Central, encontra-se a ausência de
interdependência causada pelo excessivo centralismo herdado do império espanhol e sua
posterior luta entre o centralismo dos conservadores e a perspectiva dos liberais que
apoiavam a Federação, levando à destruição da União. Porem, todas fracassaram pela
própria natureza da crise da independência e conseqüentemente com as disputas
políticas, as guerras civis, as intervenções estrangeiras e o receio das classes dirigentes
de perder o poder.
Especificamente, com relação aos acordos ou convênios de caráter econômico,
que tinham por objetivo uma incipiente integração, as referências no caso de acordos
mais antigos que se têm são as seguintes:
a) No ano de 1916 foi assinado o “Tratado de Livre Comércio entre Honduras e
El Salvador”;
b) No ano de 1939 foi realizada a primeira Conferência Centro-Americana e
subscreve-se um “Tratado de Confraternidade sub-regional”;
c) No ano de 1941 foi assinado o “Tratado de Livre Comércio entre El Salvador
e Guatemala”;
d) No ano de 1951, os Tratados de Livre Comércio e Integração Econômica
acrescentaram-se às relações entre El Salvador e Guatemala e entre El Salvador
e Nicarágua. Também constituiu-se a “Organização de Estados Centro-
Americanos” (ODECA), instância que agrupa uma diversidade de instituições de
cooperação inter-regional
19
.
A partir dessa situação de aproximação nas relações regionais e a criação de
instituições regionais foram determinadas que, em 1958, se confirmasse o Tratado
Multilateral de Livre Comércio e Integração Econômica, que entraria em vigor em 10
anos, e o Convênio Centro-Americano sobre Equiparação de Tarifas de Importação e
seu protocolo.
19
Como instituições da ODECA estão: (1) O Conselho Superior Universitário Centro Americano
(CSUCA) que foi criado no ano 1948, (3) O Instituto de Nutrição da América Central e do Panamá
(INCAP) que foi criado no ano 1949. Também foram criadas: Os Conselhos Executivo,
Legislativo, de Educação e Cultura, de Defesa e Economia, O Tribunal de Justiça.
31
2.3.2 Abertura Regional: Mercado Comum da América Central (MCCA)
A vigência do tratado para criação do Mercado Comum da América Central
(MCCA) inicia-se na data de 4 de junho de 1961 para Guatemala, El Salvador e
Nicarágua, em 27 de abril de 1962 para Honduras, e 23 de setembro de 1963 para Costa
Rica. O MCCA tem sua origem no Tratado Geral de Integração Econômica Centro
Americana (1960). De acordo com os artigos I e II do Tratado, os países centro-
americanos se comprometiam em estabelecer um mercado comum em cinco anos,
adotar uma tarifa de importação centro- americana uniforme e estabelecer um livre
comércio para os produtos originários dos respectivos territórios, com algumas
exceções. O MCCA foi notificado em 1961 ante o GATT como um acordo de união
aduaneira. O objetivo proposto no início era a criação, no prazo máximo de cinco anos,
de um mercado comum que tivesse como primeira etapa a constituição de uma união
aduaneira.
No período compreendido entre 1960-1969 é agregado um Programa
Multilateral no processo de integração econômica. Este baseia-se em três instituições
fundamentais:
(1) O conselho Econômico, composto pelos Ministros da Economia;
(2) O Conselho Executivo;
(3) A Secretaria Permanente do Tratado Geral de Integração Econômica Centro-
Americana (SIECA).
Além do anterior, criam-se outros organismos institucionais específicos como o
“Banco Centro-Americano de Integração Econômica” (BCIE). Com isso, consegue-se
formalizar as linhas de crédito e a Câmara de Compensação de Pagamentos (CCP)
20
.
Também são fundados o Instituto Centro-Americano de Investigação e Tecnologia
Industrial (ICAITI) e o Instituto Centro-Americano de Administração Pública (ICAP).
20
A Câmara de Compensação de Pagamento (CCP) foi uma Instituição de compensação multilateral para
facilitar transações intra-regionais mediante o pagamento em moeda nacional; canal de meios de
pagamento remetidos pelos bancos centrais.
32
Como explica Rosenthal (2003), “Os resultados mais evidentes deste processo
de integração regional se expressam no crescimento do comércio intra-regional, o qual
passa de 30 milhões de dólares, no ano 1960, a 136 milhões no ano 1965 e,
sucessivamente, aumentando para 286 milhões em 1970, em 536 milhões em 1975 e,
finalmente, para mais de 1.100 milhões no ano de 1980.
Dessas quantidades monetárias, 90% estava representado pelas manufaturas.
Isso tem como conseqüência que o coeficiente de industrialização passará de 12 % em
1960 a 16% em 1970 e 17% em 1980. As exportações intra-regionais chegaram a
representar, dependendo de cada país centro-americano, entre 20% e 25% das
exportações totais”.
Mas, infelizmente, devido à mistura de interesses e de agentes econômicos e
políticos que participaram desse processo, o resultado foi que objetivos e metas não se
cumprissem, como a conformação de uma tarifa externa comum suspensa pela saída de
Honduras do processo de integração. Saída que foi originada pelo conflito bélico
suscitado entre Honduras e El Salvador, em 1969, que, mais tarde, foi conhecida como a
“A Guerra do Futebol”.
Além do anterior, pela influência dos interesses dos capitais externos e, em
particular, das empresas multinacionais, não se pôde levar a cabo a criação das
“indústrias de integração”
21
.
A crise dos anos oitenta, conhecida como “Crise da Dívida”, foi pior na América
Central pelos processos de guerra civil, pois não tiraram incentivos para
investimento, como provocaram o retrocesso do intercâmbio comercial intra-regional e
os acordos e instrumentos adotados para fortalecer a integração.
Mas, finalmente, diversas iniciativas estabeleceram-se entre os presidentes
centro-americanos para reativar o processo de conformação do MCCA. No ano de 1980,
assinou-se a “Declaração de São José”, tendo por objetivo coordenar as ações de
ministros e de vice-ministros para a reestruturação do MCCA.
21
“[...] Os regimes de indústrias de integração definem-se como todas aquelas compostas por uma ou
mais plantas de manufatura, que requerem ter acesso a todo o mercado centro-americano para
funcionar ao menos em sua capacidade mínima. Haviam concedido o privilégio do comércio livre. Os
protocolos especiais estabeleciam a capacidade mínima e a localização das plantas por países, os níveis
de qualidade e as garantias de abastecimento mínimo. Dessa forma, possibilitaram-se especializações e
economias de escala, que deram por resultado o crescimento do comércio intra-indústrias [...]”
(GUERRA BORGES, 1975).
33
No ano de 1983, o Sistema Econômico Latino-Americano e do Caribe (SELA)
aprovou a formação do Comitê de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e Social da
América Central (CADESCA) para facilitar o processo de integração e as ações do
“Grupo de Contadora”. No mesmo ano de 1983, cria-se o Grupo Regional de
Coordenadores para a Cooperação Financeira Externa. Em 1984, concluiu-se a primeira
reunião de países membros do Tratado Geral de Integração Econômica com a
Comunidade Européia e os países do Grupo de Contadoria.
Das conquistas dessa reunião destaca-se a assinatura, em 1985, do Acordo de
Cooperação entre a Comunidade Econômica Européia CEE e o Istmo centro-americano.
Após negociar-se por dez anos um novo imposto externo, em 1986 entra em vigor o
Acordo Arancelario (Alfandegário) entre El Salvador, Guatemala, Nicarágua e Costa.
Rica. Tal acordo não se operacionalizou, já que limitava os programas de ajuste e
estabilização que começavam a ser aplicados nos países centro-americanos, com o
objetivo de reativar as economias centro-americanas submergidas numa forte crise.
Apesar do decadência do comércio intra-regional, durante a segunda metade dos
anos oitenta tentou-se voltar a dar solidez às instituições orientadas expressamente a
reativar o processo de integração. Para começar, reestrutura-se a Secretaria de
Integração Econômica Centro-Americana (SIECA) e aprova-se o Plano de Ação
Imediata (PAI), em 1988, plano de emergência para a reativação do processo de
integração proposto pelos vice-presidentes da América Central.
A Assembléia das Nações Unidas aprova o Plano Especial de Cooperação
Econômica para a América Central, na que estariam incluídas resoluções que
incorporavam o assinalado no PAI. No ano de 1988, Honduras solicita que se estude a
possibilidade de multilateralizar os Acordos Bilaterais que têm com os países membros
do mercado comum centro-americano, o que significou nos fatos a solicitação de
regressar ao MCCA.
Como indica Ramirez (2000) em 1990, subscreve-se de parte dos Presidentes
reunidos no processo de Esquipulas a Declaração de Antigua e o Plano de Ação
Econômica para a América Central (PAECA). Os objetivos explícitos desse Plano eram:
a) A reestruturação, o fortalecimento e a reativação da integração econômica
regional;
34
b) A evolução para um sistema produtivo integrado ao nível da região;
c) Um delineamento da problemática da dívida externa;
d) Uma melhor distribuição dos custos sociais de necessário ajuste das
economias. A assinatura destes objetivos, pelos presidentes da América Central,
dará como resultado uma série de esforços encaminhados a fortalecer a
integração Centro-Americana.
Não obstante, a concepção que conseguiu-se expressar em propostas concretas é
a de visualizar um esquema de integração que não seja complementar à dinâmica
mundial e, a partir dos anos noventa, concretamente, ao processo que os economistas
marxistas denominam como a “mundialização”.
Por motivos ideológicos e políticos, o mercado entrou em crise em 1983,
chegando quase a paralisar-se. No ano de 1990, aprova-se o Plano de Ação Econômica
para a América Central (PAECA), em que se previa a revitalização da integração da
América Central. Em 1993, aprovou-se o Protocolo ao Tratado Geral de Integração
Centro-Americana, cujo objetivo era atingir a união econômica centro-americana.
A partir disso, os avanços na liberalização do comércio no mercado centro-
americano foram muito substanciais. Praticamente, todos os produtos produzidos no
MCCA têm um imposto zero, mais de 90% dos registros das tarifas de importação
estão conformizados e aplica-se o mesmo Imposto Externo Comum. As vendas a outros
países do MCCA (excluindo as exportações de maquila. Sistema de produção que tem
mão-de-obra barata, como a China) representam mais de 40% das exportações totais em
relação às importações procedentes de países do MCCA.
Comparando com outros processos de integração regional tais como o Mercosul,
como indica Azevedo (2003), foram muito mais complicados devido aos conflitos entre
o interesse nacional e as normas do Bloco. Os membros optaram, invariavelmente, por
mudar as “regras do jogo”, negociando com outros membros para adiar sua aplicação e
agregando mais buracos e escapatórias ao acordo, ou bloqueando a execução das
normas do bloco, não interiorizando-as na legislação nacional. A diferença foi a recente
influência decisiva dos Estados Unidos no processo de negociação do RD-CAFTA, que
possibilitou uma dinâmica que em outros processos não era factível.
35
2.3.3 Acordos Preferenciais Bilaterais
Nos últimos anos, os países da América Central começaram a fazer negociações
bilaterais de livre comércio com outros países, as quais se resumem no QUADRO 2.1
Especificamente no caso da Guatemala, foram assinados vários acordos de livre
comércio (bilateral, total ou parcial) com a Colômbia (1980), a Venezuela (1985), a
França (1988), Cuba (1999), o Panamá (1999), o Chile (1999), o México (2000), e
Taiwan (2005).
A Guatemala também participou ativamente nos diversos grupos de trabalho da
Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e assinou, também, vários acordos para
a proteção e promoção dos investimentos, particularmente com a França, em 1998.
O “Regionalismo Aberto”
22
é um conceito atinge varias áreas como indica
Azevedo (2003), que exportação das mercadorias, na maioria dos casos que implicam
substancialmente todo o comércio entre seus membros e setores do bloco, abrangendo
serviços e investimentos. É também bem mais profundo, no sentido que vai além da
supressão das barreiras fronteiriças, implicando as disciplinas comuns para os regimes
reguladores, que abordam tópicos tais como as barreiras técnicas e políticas de
concorrência.
No início do ano de 1984, a Guatemala também se beneficiou das preferências
comerciais unilaterais concedidas pelos Estados Unidos, como a chamada Iniciativa da
Bacia do Caribe (CBI), cujos benefícios também estão à disposição de vários outros
países e têm critérios de elegibilidade estabelecidos pelos Estados Unidos. Em virtude
da iniciativa, os Estados Unidos outorga um tratamento unilateral livre de impostos de
produtos selecionados que seguem “normas estritas de origem”. A Guatemala,
exitosamente, tomou vantagem das preferências comerciais concedidas pelos Estados
Unidos e isso explica uma proporção importante do crescimento das exportações
registrado durante os anos noventa por essas normas.
22
Identifica-se o regionalismo aberto com a possibilidade de "fazer compatíveis os compromissos
integradores regionais com os que perseguem crescentes níveis de competitividade internacional.
De acordo com a CEPAL, refere-se a tratar de conciliar os acordos especiais de caráter
preferencial com aqueles impulsionados pelos sinais do mercado, resultantes da liberalização
comercial em geral. Ainda que a forma de defini-lo” seja as políticas explícitas de integração s
serem compatíveis com as políticas que tendem a elevar a competitividade internacional e ainda
se complementem".
36
Por último, não se tem como previsão que o principal dos acordos subscritos no
RD-CAFTA terá como resultado melhorar os termos de intercâmbio comercial ou a
liberalização do comércio em geral per se, obtidos anteriormente pela CBI. Mas, os
efeitos principais do RD-CAFTA são a possibilidade de diversificar a cesta de produtos
de exportações do país - e assim, atingir uma expansão dos níveis do comércio -, um
ganho derivado da “vantagem de distância"
23
, uma melhora do clima de investimento,
que permita um crescimento mais rápido, e a redução da pobreza.
Em relação a diferença das iniciativas anteriores à liberalização do comércio e à
promoção dos investimentos, o DR-CAFTA, é suficientemente amplo e pode dizer-se
que seu estímulo é significativo, (livre acesso ao consumidor do mercado maior do
mundo), que proporciona um único incentivo para a aplicação de profundas reformas
econômicas. Em vez disso, o enorme potencial do crescimento incorporado no RD-
CAFTA deve-se a uma combinação de duas forças complementares: o tratado como um
ímã para o investimento e como um catalisador para as mudanças institucionais.
23
A “distância” entendida em termos mais amplos, que inclui a capacidade de responder rapidamente
às tendências de moda e demandas de entrega “Just in time, além da evidente proximidade
geográfica aos Estados Unidos.
37
Quadro 2.1 - Estado das negociações dos Tratados bilaterais de Livre
Fonte: Secretaria de Integração Econômica da América Central -SIECA- (2007)
Tipo de acordo Participantes
Estado de
negociação
Data de
subscrição Vigência
TLC e os protocolos América
Central e República
Dominicana
Costa Rica, El
Salvador, Guatemala,
Honduras, Nicarágua
e República
Dominicana.
Concluída
Parte
normativa
Concluída
16 de abril
de 1998
A Guatemala aprovou o TLC e
seu protocolo mediante decreto
26 -2000 publicado em 18 de
maio de 2000 e entrou em vigor
em 15 outubro de 2001.
TLC: América Central e Chile
Chile, Costa Rica, El
Salvador, Guatemala,
Honduras, Nicarágua.
Concluída
18 de
outubro de
1999
Ratificado e vigente a partir do
1º de janeiro de 2000.
TLC: El Salvador, Guatemala,
Honduras (CA-3) com México
El Salvador,
Guatemala, Honduras
e México.
Concluída
29 de junho
de 2000
Vigente a partir de 15 de março
de 2001.
TLC: América Central e
Panamá
Costa Rica, El
Salvador, Guatemala,
Honduras, Nicarágua
e Panamá.
Concluída
16 de maio
de 2001
Ratificado e vigente a partir do
1º de janeiro de 2002.
Acordo de alcance parcial de
Complementação econômica e
de preferências Alfandegárias
para: El Salvador, Honduras -
Comunidade Andina.
El Salvador,
Guatemala, Honduras,
Bolívia, Colômbia,
Equador, Peru e
Venezuela.
Concluída
13 de
setembro de
1997
TLC: entre El Salvador,
Honduras, Nicarágua
Guatemala e Taiwan.
El Salvador,
Honduras, Nicarágua
Guatemala e Taiwan.
Concluída
1º de janeiro
de 2006
Ratificado e vigente a partir de
1º de janeiro de 2006.
RD-CAFTA e República
Dominicana.
Costa Rica, El
Salvador, Guatemala,
Honduras, Nicarágua,
República
Dominicana e Estados
Unidos.
Concluída
1º de janeiro
de 2006
Ratificado e vigente a partir de
1º de junho de 2006.
38
3 MODELOS DA NOVA GEOGRAFIA ECONÔMICA, CRESCIMENTO
ECONÔMICO E ABERTURA COMERCIAL
Nas seções seguintes serão apresentados alguns aspectos gerais sobre a Nova
Geografia Econômica, urbanização e liberalização comercial.
3.1 A NOVA GEOGRAFIA ECONÔMICA (NGE)
Como define Meardon (2001), “A Nova Geografia Econômica” (NGE) é uma
entidade recente da literatura que trata de explicar como os recursos de produção
chegam a se concentrar espacialmente, por razões fora da norma "geográfica".
Diferentemente de outras explicações da distribuição geográfica da indústria, a literatura
não é inter-disciplinaria”.
A NGE é uma área de estudo dentro da economia regional propriamente dita,
mas, também trata de um descendente da teoria do comércio internacional, com os
modelos caracterizados pelos rendimentos crescentes, a mobilidade dos fatores e os
custos de transporte. Os modelos explicam a distribuição da indústria em termos da
oposição de uma força de aglomeração, a interação dos custos de transporte e retornos
crescentes à escala, com uma dispersão da força, normalmente a interação dos gastos de
transporte e uma parte fixa primeiramente ou saída do mercado.
De acordo com Brakman, Garretsen, Joeri Gorter, Van der Horst, Schramm
(2005), a proposta da NGE foi “que iniciou uma mudança no pensamento sobre a
política regional, talvez não se devesse seguir focalizando nas periferias menos
desenvolvidas, senão canalizar fundos para as aglomerações locais que têm uma
oportunidade realista para aferrar-se à atividade econômica”.
Como indicam Fujita, Krugman e Venables (2002) a iniciativa para o estudo da
NGE nasce como um esforço teórico apoiado na revolução dos trabalhos de Dixit e
Stiglitz (1977) sobre a concorrência monopolística que depois foi utilizada no campo de
organização industrial, comercio internacional e crescimento econômico.
39
Posteriormente seu estudo surge como conseqüência para dar uma explicação da
ineficácia da política regional de desenvolvimento. Para terminar, se estabelece fora a
NGE, um ramo da economia relativamente nova que incorpora as vantagens da
aglomeração e a localização de uma eleição formal dentro de um marco geral de
equilíbrio.
A política regional exige uma teoria que explica a localização da produção e do
consumo. Desde o início dos anos noventa, os economistas têm uma teoria a sua
disposição ao NGE, que une dentro de um marco geral coerente de equilíbrio os
conhecimentos mais profundos da teoria do comércio internacional e a economia
espacial.
As empresas e os trabalhadores estão sujeitos a forças de mercado centrípetas e
centrífugas. A lista de forças trabalhistas centrípetas e centrífugas que atuam nas
empresas, assim como os trabalhadores podem ampliar-se e se diferem entre os modelos
do NGE. O denominador comum dos modelos é, no entanto, que a localização das
decisões depende do equilíbrio dessas forças que, por sua vez, dependem do custo do
comércio.
A aglomeração de equilíbrio caracteriza-se por uma estrutura salarial espacial.
As vantagens da aglomeração se materializam em salários mais altos nas principais
regiões.
Por outra parte, a causalidade da seleção de localização é que o equilíbrio é
circular: as empresas e os trabalhadores preferem o núcleo central, que conta com o
mercado maior e acolhe a muitas empresas e trabalhadores. Portanto, se a aglomeração
dos equilíbrios é a regra, as disparidades regionais são difíceis de contra-restar com a
política regional tradicional.
Como indicam Brakman, Garretsen, Joeri Gorter, Van der Horst, Schramm
(2005), “uma explicação é que as regiões periféricas carecem de massa crítica para
manter-se dentro da atividade econômica. A política regional pode ter sucesso
temporariamente para atrair a atividade econômica para a periferia, mas, a longo prazo,
terminam no núcleo central.”
40
3.2 MODELOS DE GEOGRAFIA ECONÔMICA URBANA: LEI DE ZIPF
Nas seções seguintes serão apresentados modelos de crescimento urbano das
cidades desde a perspectiva da NGE.
3.2.1. Modelos de Distribuição do Tamanho das cidades
Alguns fenômenos naturais que podem ser representados por meio da
distribuição estatística de Vilfredo Pareto (1848-1923)
24
têm um amplo espectro ou
leque de opções começando pela freqüência de palavras, acesso a ginas de Internet,
na música clássica, até chegar à distribuição do tamanho das cidades.
Considerando que cada país tem cidades com diferentes tamanhos e, por sua vez,
cada cidade tem semelhanças e diferenças em seus respectivos sistemas urbanos,
entender como as cidades crescem é útil para saber como isso influencia no crescimento
da economia geral e regional dos países. Especificamente no caso das cidades, no
mundo existem poucas cidades populosas e muitas cidades com pouca população, e isso
faz com que a distribuição de Pareto possa ser aplicada.
Como Overman e Ioannides (2000) indicam, se observa que 80 anos a
distribuição das cidades dentro de um sistema urbano com freqüência é muito
aproximada à distribuição de Pareto e constitui uma forma de entender os processos
econômicos ou sociais que impulsionam a evolução dos tamanhos de cidade. Gabaix e
Ioannides (2003) concordam com a idéia de que a evolução da distribuição do tamanho
da cidade atraiu o interesse manifestado pelos pesquisadores durante um longo período
de tempo.
24
Pareto é famoso por sua observação de que, na Itália 20% da população é a que possui 80% da
propriedade, que posteriormente Joseph Juran e outros ganhariam fama como o principio de Pareto e
difundiriam baixo o conceito da distribuição de Pareto. O índice de Pareto é a medida da desigualdade
da distribuição da renda.
41
A existência de grandes cidades, a enorme dispersão no tamanho dos centros
urbanos, a notável estabilidade da hierarquia entre as cidades durante décadas inclusive
séculos e o papel da urbanização no desenvolvimento econômico são características
especialmente interessantes qualitativas da estrutura urbana em todo mundo.
Quando se tenta realizar uma descrição empírica de um sistema urbano é
possível verificar a chamada regra do rank size rule dos países. Como indica M
c
Cann
(2001), de acordo com as observações de vários países, uma distribuição do tamanho
das cidades entre os países aparece com certa regularidade. Para começar, pode-se
apresentar uma função de distribuição
25
de uma forma muito geral.
No caso de muitos países, as cidades podem chegar a ser pequenas, com
sucessivas cidades de maior tamanho que progressivamente chegam a ser maiores. O
resultado pode ser uma função de distribuição )(xF das áreas urbanas e que estão
classificadas ou ordenadas de acordo com o tamanho de cada área urbana individual, a
qual tenderá a ser induzida para a esquerda.
M
c
Cann (2001) explica: “As áreas urbanas extensas possuem importância crucial
no comportamento e desempenho total da economia, devido, de forma primaria, à
presença de economias aglomeradas. O resultado disso é que aquelas economias
urbanas e regionais põem uma grande ênfase no comportamento e desempenho destes
agrupamentos urbanos maiores, que são relativamente pequenos em número. Por essa
razão, as distribuições são medidas do lado direito da função de densidade
26
. Pelo que
foi anteriormente descrito é mais adequado utilizar uma função não linear.
Dentro das diversas teorias do crescimento urbano na literatura econômica, com
ênfase na economia regional, uma forma freqüente de explicar como acontecem essas
alterações nos tamanhos das cidades é através da Lei de Zipf, a qual é usada para referir-
se a idéia de que os tamanhos das cidades seguem essa mesma distribuição de Pareto.
25
De acordo com M
c
Cann (2001): Quaisquer observações econômicas podem ser escritas de uma forma
descritiva muito geral. Como f (x) mostra a freqüência com que a variável X toma o valor x em
uma amostra da população. Se X é contínua à distribuição acumulativa, a qual mostra o número
de observações não grandes como x, pode ser escrita assim (citado por Chiang 1984):
=
x
dxxfXF
0
)()(
26
Como indica M
c
Cann (2001): o total de números das áreas urbanas é dado por T, a função de
distribuição R(x) se define assim:
)](1[)( xFTxR
=
, onde: R(x) porquanto descreve o número
de áreas urbanas, as quais são tão grandes como um tamanho como x.
42
George Kingsley Zipf (1903-1950), filólogo e lingüista norte-americano,
melhorou o trabalho inspirador de Auerbach (1913), no qual propõe que as distribuições
dos tamanhos das cidades são muito mais amplas de acordo com a idéia original de
Pareto, mas, sempre mantendo a idéia original de que a mesma tem um expoente
α
igual a 1. Pela regularidade que essa lei se apresenta, a mesma ficou conhecida como a
Lei de Zipf, que simplesmente é o produto da população de qualquer cidade
multiplicado pela sua posição na ordenação de uma região ou território geográfico e o
produto será igual à população da maior cidade. Portanto, a segunda maior cidade tea
metade da população maior, e a terceira terá um terço, e assim sucessivamente.
Como destaca Gabaix (2000), a Lei de Zipf para as cidades é um dos fatos
empíricos mais conspícuos na economia, ou nas ciências sociais em geral. A
importância desta lei é que, pelo fato de ser empírica na atualidade recebe apoio muito
forte e constitui um critério mínimo de admissibilidade para qualquer modelo de
crescimento urbano
27
, ou de qualquer modelo de crescimento da cidade. Como indica
Oliveira (2004) existem, em geral, duas vertentes de pesquisa: as teóricas, que tentam
construir modelos que possam reproduzir a rule law a regra de ordem de tamanho e,
também, as empíricas, que tentam testar a veracidade da proposta de Zipf. Nas últimas
décadas, foram publicados documentos que têm a motivação de procurar explicações
empíricas para a Lei de Zipf. Entre os mais importantes estão as investigações de Rosen
e Resnick (1974), que foram feitas mais de 20 anos e estão baseadas em dados
demográficos de 1970. Por ultimo como sugere Machado (2003) posteriormente na
literatura empírica, destaca-se também o trabalho de Rosen e Resnick (1980) onde
estimam o coeficiente de Pareto para uma amostra de 44 países e descobrem que o
coeficiente médio para esse grupo atinge um valor de 1,136 e com um desvio de padrão
de ordem de 0,196. Como se ressalta o coeficiente é muito sensível à definição de
cidade e da amostra. Como um fato adicional Rosen & Resnick (1980) encontram
vestígios da existência de não linearidade na mostra de 44 países, mas terminam
concluindo que a rank size rule é uma ótima descrição de estruturas urbanas.
27
Como indicam Krugman e Fujita (2002), o modelo de Henderson (1974) é outra teoria de crescimento
econômico-urbana alternativa, que serve para explicar como as mudanças nas cidades
acontecem. Explica-se da seguinte forma: por um lado, existe uma tensão entre as economias externas
associadas à concentração geográfica de uma indústria em uma cidade, por outro lado,
deseconomias como custos relativos do trajeto da casa ao trabalho, associadas a grandes cidades.
O efeito líquido dessa tensão é que a relação do tamanho de uma cidade e a utilidade de um
residente representativo é representada como uma função cuja forma é de um U invertido.
43
Machado (2003) sinala que apesar do sucesso na relevância empírica da Lei de
Zipf, Fujita, Krugman e Venables (2002) observam o modelo esta apresenta uma falha e
limitações graves: não consegue produzir robustas distribuições de Pareto ou a
conhecida rank size rule e sua versão mais especifica a Lei de Zipf.
O relevante de essa distribuição dos tamanhos das cidades é a aplicabilidade de
essa regularidade empírica em qualquer estrutura urbana. Já no recente trabalho de Tong
Soo (2004), efetuaram-se vários modelos econométricos com dados mais recentes para
explicar como as mudanças dos centros urbanos podem ser explicadas pela Lei de Zipf.
No mesmo trabalho, esse autor aplica um “teste” para a Guatemala, lançando resultados
que permitem não corroborar empiricamente a Lei de Zipf.
Monastério (2004) explica que, de acordo com Zipf, existe uma força de
diversificação da forma em que se distribuem as cidades em decorrência da localização
da população nas proximidades das áreas fornecedoras de matérias-primas como forma
de minimização de custos e, outra força que é de unificação do espaço, a qual deriva da
minimização do custo de transporte das mercadorias de produtos finais para os
mercados de consumidores. Essas duas forças de aglomeração seriam contrapostas.
Por um lado, as forças de diversificação ou centrifugas conduzem a um número
crescente de cidades com população decrescente e, por outro lado, a força de unificação
ou centrípetas conduz para um número menor de cidades com população crescente.
Como explicam Lanasta, Perdiguero e Sanz (2000), as distribuições do tamanho
das cidades apresentam peculiaridades próprias quando se trata de distribuições
fortemente assimétricas. Em efeito, quando existem muitas cidades pequenas e poucas
grandes, o que acontece é que o número de cidades grandes em cada classe decresce
conforme aumenta a dimensão que caracteriza aquela classe.
A configuração espacial do equilíbrio que define o número e tamanho dos
núcleos urbanos pode ser entendida como o resultado de um processo que participam
dois tipos de forças opostas, como se explicou anteriormente: forças centrípetas ou de
aglomeração e forças centrifugas ou de dispersão. O equilíbrio espacial correspondente
é o resultado de uma complicada interação de forças que puxam e que tiram de
consumidores e empresas, até que possam procurar uma localização melhor.
44
Quadro 3.1. Características das forças de aglomeração
Fonte: Lanasta, Perdiguero e Sanz (2000, p. 5)
Com o resultado da tensão das duas forças pode-se deduzir o sistema hierárquico
das cidades, tão como se observa na realidade, no qual os diferentes núcleos têm
diferentes tamanhos e se especializam em determinado ramo que, por sua vez, é
diferente. O primeiro trabalho sobre a forma como crescem as cidades foi realizado por
Auerbach (1913). Para tal propósito, a forma da função foi modificada pela versão da
função de distribuição Receita Pareto (adaptada de Mills e Hamilton 1994) e referida
por Monastério (2004)
28
.
De acordo com as considerações de Zipf, esse fenômeno permite ter uma relação
linear quanto à relação entre o rank ou a ordem das cidades e o seu tamanho, que é
plotada em uma escala logarítmica dupla.
No qual parte da proposta que a distribuição do tamanho das cidades está
determinada por uma distribuição de Pareto, da seguinte forma como indica Oliveira
(2004):
α
Axy =
(1)
28
De acordo com Monastério (2004), é definido de maneira formal: R
i
=M (x
i
)
α
, onde: R
i
= o rank da
cidade i; x
i
= a população da cidade i; M = o tamanho da maior área metropolitana.
FORÇAS CENTRÍPETAS FORÇAS CENTRÍFUGAS
-
Vantagens Naturais (portos e pontos de
entroncamento)
- Externalidades pecuniárias
Mercado local ampliado
Mercado de trabalho conjunto
- Externalidades tecnológicas
- Fatores móveis dispersos
- Congestionamento e poluição
- Preço e Moradia/solo agrícola
- Custos de deslocamento
- Concorrência entre Empresas
45
A variável
x
indica o tamanho da população de uma cidade determinada e a
variável
y
será o número de cidades com uma população maior que
x
. Para o
coeficiente
A
é o valor de uma constante e o expoente de Pareto é
α
.
A idéia original nasce de uma distribuição acumulada de Pareto, onde o tamanho
da população de uma cidade é uma variável aleatória
X
, com um ato
x
, tal que a
probabilidade de descobrir uma cidade, menor do que
x
, está dada por uma função de
distribuição acumulada:
)(
α
x
A
xFxXob == 1)(Pr (2)
Depois, a probabilidade de descobrir uma cidade com população maior que
x
é
dada por:
)(
α
x
A
xFxXob == )(1Pr (3)
Tendo
)(1 xFy
=
, se tem que (1) obtendo os logaritmos das expressões se obtêm
para qualquer país, o tamanho das áreas urbanas pode ser calculado econometricamente
por meio da transformação logarítmica, a qual se apresenta:
xAy logloglog
α
=
(4)
O modelo utilizado e que será estimado no presente trabalho tem base na
equação (4) e resulta da seguinte forma:
itititit
xAy
ε
α
+
=
logloglog
(5)
46
onde:
i
= 1,...,
n
representam as cidades,
=
t
1921, 1950, 1964, 1981, 1999, 2000,
2001, 2002, 2003 e 2004 representam as datas dos censos e os períodos onde a
regressão é estimada e rodada, e
x
é a população de uma cidade específica,
y
representa o número de cidades com uma população maior que a mesma
x
, que
existe uma ordem específica das cidades neste modelo determinístico de geografia
econômica. As constantes ou parâmetros estimados no modelo são
A
e
α
e,
finalmente,
it
ε
significa o erro normalmente distribuído com uma média zero e
variância
2
ε
σ
constante.
Como indica Monastério (2000), naquela que ficou conhecida como a “Lei do
Zipf”, há a exigência de que
α
seja próxima a –1. Machado (2003) afirma que apesar da
polêmica em torno do exato valor dos coeficientes de Pareto, existe um consenso em
que qualquer modelo de economia regional e urbana deveria gerar resultados similares
com regularidade empírica da rank size rule. A pergunta principal sobre a evidência
empírica do tamanho das cidades é: Por que, em qualquer área, o número de cidades
grandes é baixo em relação ao número de cidades pequenas? Como diz Soo (2004), uma
das maiores regularidades que determinam a atividade da economia regional é como se
concentram as cidades. A idéia principal é como a distribuição do tamanho das cidades
pode aproximar-se da distribuição de Pareto. O modelo utilizado por Monastério (2000)
foi um log-linear
29
.
29
“[...] Em particular, se analisaram os seguintes modelos de regressão: 1. O modelo linear; 2. Modelos
semi-logarítmicos [...]”, e agrega: “[...] Consideram- se alguns modelos de regressão mais
comumente utilizados que podem não ser lineares nos parâmetros, mas pode ser lineares nas varáveis
[...], e continua: “[...] os supostos do modelo clássico de regressão linear se cumprem, os
parâmetros de (6.4.3) podem ser estimados pelo método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO)
considerando:
iii
uXY ++=
*
2
*
βα
(6.4.4). Onde
ii
YY ln
*
=
e
ii
XX ln
*
=
. Os estimadores MQO
obtidos,
α
serão
2
β
os melhores estimadores sem viés de
α
e
2
β
. Uma característica do modelo
log-log é que o coeficiente de
2
β
mede a elasticidade de
Y
com respeito à
X
[...]” (GUJARATI, 1998,
p. 163-164). Monastério (2004) utiliza a seguinte equação:
uXteconsRank
i
++= logtan)log(
α
.
47
3.2.2 A Variação do Expoente de Pareto
Como indica Soo (2004), o expoente de Pareto pode ser visto como uma medida
de desigualdade. O expoente com um valor maior e teria-se que entender como
as populações mais iguais nos sistemas urbanos (no limite se
=
α
, todas as cidades
tem o mesmo tamanho).
Para Brakman (2003), a Lei de Zipf se mantém e somente se (
1
=
α
), a maior
cidade é k vezes maior (como a cidade mais grande k).
Para interpretar a sinal
α
de um jeito intuitivo, a mesma deveria sempre ser
negativa, devido a que quanto maior é a população de um centro urbano menor será a
probabilidade ou a chance de encontrar uma cidade com uma população maior que a
sua. Também, por gica, a cidade sempre estará localizada numa posição menor no
ordenamento do tamanho das cidades. Por outra parte, o valor de
α
é maior, menor será
a desigualdade para distribuição das cidades, e quando tende
α
todas as cidades
da região possuem o mesmo tamanho. Do contrário, quando o valor de
α
é menor, é
maior a desigualdade na distribuição do tamanho das cidades, e quando
0
α
, então,
existira uma emigração completa ao centro urbano maior. Finalmente, se 1
=
α
,
consegue-se verificar a regra da ordem das cidades, onde o parâmetro
A
significa a
população do centro urbano maior na região do país de estudo.
Para avaliar a possibilidade de que não exista uma relação linear entre a ordem
das cidades de acordo com a proposta de Rosen e Resnick (1980):
itititit
xxAy
εβα
++=
2
)(loglogloglog
(6)
Para esta versão modificada, deve-se avaliar o parâmetro
β
, o qual teque se
determinar a sinal de
xy
log/log
2
, portanto, se
β
>0 interpreta-se que a curva que
relaciona a ordem e o tamanho das cidades tem uma forma convexa.
48
A interpretação é que existe uma maior população nos centros urbanos maiores e
as cidades menores são mais numerosas da proposta original conhecida como a Lei de
Zipf ou a regra da ordem do tamanho das cidades. Agora, pelo contrário, se , 0
<
β
a
interpretação seria que a que relaciona a ordem e o tamanho das cidades tem uma forma
côncava onde os maiores centros urbanos ou cidades são menos populosas e as cidades
menores são menos numerosas, de acordo à idéia de Zipf. E, por último, se
β
=0,
verificaria-se a Lei de Gibrat, onde a evolução no crescimento de uma cidade é
independente de seu tamanho.
Outro modelo de não-linearidade é proposto por Oliveira (2004) e adaptado de
Fan e Casetti (1994) e que, estimada uma não linearidade uma extensão da equação (5):
itititit
xAy
ε
α
+
=
logloglog
, o coeficiente de Pareto se expressa assim:
x
10
ααα
+=
, (7)
A forma final do modelo estimado é dada por:
itititititit
xxxAy
ε
α
α
+
+
+
=
loglogloglog
10
(8)
Para (7), o parâmetro mais importante é
1
α
, que o mesmo determina como o
tamanho da população de qualquer cidade influencia o expoente de Pareto.
Portanto, se
1
α
>0, o significado do anterior é que quanto maior o tamanho da
população menor é o valor absoluto do expoente de Pareto. Dito de outra forma, que a
desigualdade do tamanho das cidades cresce em relação direta com o tamanho da
população. Por último, se
0
1
<
α
a desigualdade no tamanho das cidades decresce com
o tamanho da população. Por conseguinte, existe uma distribuição mais desigual dos
tamanhos das cidades, maiores são as economias de escala, mais baixos são os custos de
transporte, menor é a participação da manufatura na economia e menor é a participação
da economia no comércio internacional. Porém, quanto maiores são as economias de
escala em cada indústria manufatureira, um número menor de cidades serão formadas e,
dessa forma, existirá uma maior diferença da média entre os tamanhos das cidades.
49
De forma similar, custos mais baixos de transporte implicam que os benefícios
da localização próximos à periferia agrícola serão reduzidos, portanto, poucas cidades
se formarão. Quando é menor a participação da indústria na economia, mais cidades
serão formadas pelo desejo de servir à periferia agrícola, as fábricas se realocarão
distantes das cidades existentes. Para tentar explicar as variações do valor, uma
possibilidade é o modelo de geografia econômica proposto por Krugman e Fujita
(2002). Esse modelo pode ser visto como um modelo de desigualdade da atividade
econômica.
Dessa forma, para certos valores a atividade se valora e se aglomera, enquanto
que para outros valores a atividade se dispersa. Os parâmetros fundamentais são o grau
dos retornos constantes à escala, os custos de transporte e outras barreiras ao comércio
internacional. Por sua vez, quando a magnitude do comércio internacional é muito
grande debilitam-se as forças de aglomeração, o que conduz a uma distribuição da
atividade econômica de forma mais eqüitativa.
Gabaix (2000) apresenta em seu trabalho que a maioria das condições naturais
nas Cadeias de Markov (processo idêntico de crescimento através dos tamanhos)
necessariamente conduz ao expoente 1. Considerando uma situação onde um número
fixo de cidades (veremos que nada muda com o número variável), é que, com o tempo,
tanto seu tamanho aumenta (e possivelmente retrocede), estocasticamente. Suponhamos
que só, ao menos para uma verdadeira faixa de tamanhos (normalizado), as cidades
seguem processos similares, isto é, seu processo de crescimento tem uma média e uma
variância comum, igual à taxa de crescimento da cidade principal.
Esta homogeneidade dos processos de crescimento com freqüência se denomina
como a Lei de Gibrat. De tal maneira que automaticamente, dentro do equilíbrio estável,
a distribuição das cidades nessa faixa seguirá a Lei de Zipf com uma potência de
expoente 1.
Gabaix (2000) afirma que este protagonismo e importância atual da Lei de Zipf
pode parecer surpreendente. Uma analogia para isso seria para o teorema central de
limite: se tomar uma variável de distribuição arbitrária (de variável finita) e calcular a
média de suas sucessivas realizações, devidamente normalizadas, significa que sempre
terá (assintoticamente) uma distribuição normal, independentemente das características
do processo inicial.
50
Assim mesmo, os dados que conduzem a qualquer que seja o crescimento das
cidades, seu papel econômico, etc., tão cedo como estes se integrem (pelo menos
durante verdadeira faixa) dentro da Lei de Gibrat, sua distribuição se convergirá para a
Lei de Zipf. Para isto é necessário trabalhar mais arduamente para que se estabeleça
totalmente, ainda que pareça que as análises empíricas tendem a apoiar a Lei de Gibrat.
Gabaix (2000) diz ainda, que é tranqüilizador, porque também tem um sentido, onde os
expoentes de Zipf nos permitem obter informação sobre a arqueologia dos processos de
crescimento nas cidades, e os expoentes 1 de Zipf sugerem que o processo que se seguiu
se aproximou à Lei de Gibrat.
Gabaix (2000) propõe numa interpretação bastante desconcertante de
regularidade para a Lei de Zipf dentro de um padrão bem mais fácil de explicar do que a
Lei de Gibrat. Neste sentido, mais trabalho empírico continua surgindo para explicar
por que a Lei de Gibrat funciona tão bem, isto é, por que as forças econômicas
tradicionais parecem ter muito pouco poder estatístico para desenhar a forma de
distribuição do tamanho da cidade em comparação com a mecânica de forças inerciais.
Gabaix (2000) argumenta que poderia ser razoável pensar que sua diferença não
depende do tamanho da cidade. Essa suposição de que a discrepância é independente do
tamanho da mesma cidade, seria verdadeiro na parte do extremo superior da
distribuição, porque os efeitos da diversificação industrial desapareceram.
Como afirma Gabaix (2000) o enfoque atual explica por que temos a Lei
de Zipf em países com estruturas econômicas e tradições muito diferentes, tais como a
China em meados do século XIX, a Índia a princípios do século vinte, e anteriormente
os princípios modernos vigentes dos Estados Unidos, e, de fato, a maioria dos países
para os quais se têm dados. Este fenômeno simplesmente deve-se à Lei de Gibrat pelo
fato de que as cidades na parte do extremo superior são similares aos processos de
crescimento populacional, ainda que estes presupostos possam ser um pouco mais
relaxados.
Por conseguinte, a tarefa da análise econômica reduz-se a explicar o
surpreendente que é a Lei de Zipf para a investigação mais cosmopolita que o que é a
Lei de Gibrat.
51
A forma mais simples de tentar explicar que acima do verdadeiro tamanho de
uma cidade, a maioria dos conflitos contribui com a diminuição do tamanho, tais como
os regionais (crises à atividade regional, ou com a inconveniência de seu clima), ou pela
crise política municipal (polícia mais eficiente, ou melhor educação, ou impostos mais
altos). A diferença do crescimento da cidade chega a uma plataforma na parte superior
do extremo da distribuição do tamanho, que faz que a Lei de Gibrat se mantenha neste
extremo superior.
Em seu trabalho Gabaix (1999) discute novamente a dicotomia anteriormente
apresentada. Sejam as cidades que se comportam com retornos constantes de escala na
parte superior do extremo da distribuição, ou a Lei de Gibrat deve-se a que por ser
endógena contrapor os efeitos das externalidades sem limites e as diferenças em
produtividade.
Isso se pode visualizar, por exemplo, como os grandes centros urbanos
geram maior produtividade que as pequenas cidades, ainda que sofram externalidades
negativas como os engarrafamentos ou congestionamento do trânsito, muita poluição,
altas taxas de criminalidades, inundações como no caso da cidade de São Paulo.
Por outra parte, a diferença das pesquisas que investigam regressões logarítmicas
do rank e do logaritmo do tamanho da cidade, no entanto Overman e Ionannides (2000)
usam um procedimento não paramétrico para calcular os expoentes de Zipf da média e a
variante das taxas de crescimento da cidade. Isto também permite provar a validade da
Lei de Gibrat para os processos de crescimento da cidade, apesar de que há variação nas
taxas de crescimento da população em função do tamanho da cidade. Mostram que as
cidades crescem com a mesma tendência da taxa de crescimento esperada e a mesma
variante da Lei de Gibrat onde o limite de distribuição de tamanho da cidade convergirá
a fim de obedecer à Lei de Zipf. A contribuição de Gabaix é importante porque se refere
à validade da Lei de Zipf como o limite de um processo estocástico. Mas a questão da
validade da mesma como uma regularidade empírica ultimamente descansará em
resultados econométricos confiáveis. Porém os resultados não paramétricos e a busca de
um importante termo quadrático num registro de regressão seguem propondo dúvidas
sobre a verdadeira validade da Lei de Zipf, inclusive como uma regularidade empírica.
52
Como indicam Overman e Ionnanides (2000) com relação aos resultados de
Gabaix, um exame econométrico pode suceder quer seja no tamanho da distribuição das
cidades quer seja no processo de crescimento das mesmas. um grande número de
estudos baseados no primeiro enfoque, pelo qual Overman e Ionnades tentam constituir
a primeira tentativa de utilizar o último enfoque para pôr à prova a validade da Lei de
Zipf. De acordo com suas conclusões, é necessário que um enfoque não se limite às
técnicas de regressão linear que efetivamente, assumem a existência de uma cidade
representativa e o ajuste da evolução de sua média. É por estas razões que Overman e
Ionnanides (2003) reconsideram os recentes trabalhos econométricos, os quais se
fundamentam na Lei de Zipf.
Overman e Ionnades (2000) têm duas conclusões importantes. Em primeiro
lugar, a Lei de Gibrat em geral mantém os processos de crescimento da cidade. Em
segundo lugar, a Lei de Zipf não se aproxima para uma ampla gama de tamanhos de
cidade. Os resultados sugerem que os valores do expoente de Zipf podem variar
consideravelmente nos tamanhos das cidades.
Segundo o sugerido por Gabaix, estas variações dos expoentes de Zipf podem
ser entendidas considerando a taxa média de crescimento e as diferenças nas taxas de
crescimento da condição do tamanho de cidade.
O método para o cálculo do expoente de Zipf de Overman e Ioannides (2000) é
bastante aplicável a outras situações onde as leis podem proporcionar uma boa descrição
dos dados. Como indicam o mais importante, é que também proporciona uma forma
para estimar os modelos geométricos de movimento Browniano, onde os parâmetros da
estrutura estocástica não são constantes.
Por outro lado, a importância da regra do tamanho da cidade ou rank size rule
sobre a distribuição dos tamanhos de cidade teve duas importântes implicações
literárias sobre o desenvolvimento do sistema urbano. A primeira levou à aceitação de
modelos simplistas que minimizam as forças econômicas e sociais importantes, mas que
são capazes de repetir a regularidade. A segunda foi, ter se relegado a trabalhar outros
aspectos da distribuição a um lugar distante secundário. O trabalho de Overman e
Ioannides (2000) se refere principalmente a esses outros aspectos de distribuição.
53
Overman e Ioannides (2000) sinalam, com respeito ao primeiro envolvimento,
os trabalhos recentes de uma série de teóricos, que desenvolveram uma mensagem da
NGE ressaltando os problemas que o tamanho de rank significou para o trabalho
teórico.
Estes autores destacaram a interação das forças de aglomeração e de
dispersão como fundamentos para determinar o tamanho das cidades. No entanto, como
agregam Overman e Ioannides (2000), também destacaram o fato de que quando se trata
da distribuição do tamanho das cidades, o problema que enfrentamos consiste nos dados
oferecem uma imagem incrivelmente ordenada, que é difícil de reproduzir em qualquer
possível (ou inclusive plausível) modelo teórico como indica Fujita, Krugman e
Venables (2002), além de Gabaix (1999), que propõe modelos capazes de gerar
regularidades na distribuição dos tamanhos de cidade.
Ao contrário, o trabalho de Overman e Ioannides (2000) examina a dinâmica da
intradistribuição. Surgem perguntas sobre como desenvolver as cidades em relação com
o resto do sistema urbano, tanto em termos de rank (ordinais) quanto da classificação de
tamanhos relativos. A segunda pergunta recebeu pouca atenção direta.
Os trabalhos empíricos sobre a regra do tamanho da cidade são essencialmente
focalizados como uma característica particular de distribuição dos tamanhos da cidade –
a forma dessa distribuição–. Overman e Ioannides (2000) propõem uma série de
técnicas para a caracterização desta distribuição de mobilidade intracomunitária. De
acordo como os mesmos, não se forma de como caracterizar esta distribuição da
intra-mobilidade como substituto das provas diretas, seja dos modelos econômicos seja
dos estocásticos do desenvolvimento do sistema urbano. Os modelos estocásticos geram
a forma de distribuição, mas somente a expensas da distribuição de intercâmbios
intracomunitários pouco dinâmicos, que podem ser de muito pouca informação a
respeito dos processos quando se fazem as estimações.
Overman e Ioannides (2000) estudaram uma série de aspectos sobre a
intradistribuição da mobilidade intracomunitária da distribuição do tamanho de cidade
dos Estados Unidos. Ao caracterizar a natureza da distribuição da intramobilidade,
poderia ajudar a conduzir duas diferentes vertentes teóricas que tratam de explicar a
evolução dos sistemas urbanos.
54
Gabaix e Ionnides (2003) examinam a evidência empírica sobre a evolução da
distribuição do tamanho de cidade nos Estados Unidos e de muitos países do mundo. As
predições da teoria econômica se originam envoltas de duas grandes vertentes. Estas
tradições convivem e não se consideram como mutuamente excludentes, então que
simplesmente são para servir como categoria para a organização da literatura. Uma está
relacionada com a economia urbana, que em particular, são os sistemas das teorias das
cidades. Uma segunda associa-se com a geografia econômica ou geografia analítica, de
maneira mais geral. Os autores indicam que a estrutura urbana reflete as forças
econômicas tão importantes como os retornos crescentes, possivelmente, a diversos
níveis (que produzem as forças centrípetas), a congestão (que produz forças
centrífugas), comércio (intra-cidade, inter-urbana e internacional) e não as interações do
mercado, todas as quais desempenham um papel importante nestas duas tradições.
Ambas tradições na literatura a respeito das predições que produz o tamanho da
distribuição são em verdadeiro sentido espacial e fazem insistência em diversos graus
das diferenças entre cidades em termos de especialização.
Gabaix e Ionnides (2003) insistem nas teorias e aplicações que examinam a
evolução do tamanho de cidade na distribuição do tamanho de uma economia
determinada como resultado das forças que conduzem ao aparecimento de novas forças
e a diminuição nas cidades existentes.
Devido a Lei de Zipf parecer ser uma regularidade empírica muito robusta ou
forte, as investigações de Gabaix (2003) reforçam tal idéia. Duas regularidades
empíricas são a Lei de Gibrat pelos meios e a lei pelas diferenças. Estas foram
estudadas menos sistematicamente, pelo que se justifica mais a validade da investigação
de sua estudo empírico (ainda que as avaliações iniciais parecessem mais favoráveis às
Leis de Gibrat).
Estas três leis oferecem um ponto de referência forte para medir as teorias da
evolução urbana e de organizar uma atualização da literatura. A solidez da Lei de Zipf
também serviu para atrair a atenção para a necessidade das micro-fundações.
Algumas de recentes variantes oferecem predições bem mais precisas e, em
particular, também explicam os desvios da Lei de Zipf que observamos pela excessiva
distribuição do tamanho de cidade. A literatura da NGE pode também o acomodar,
conquanto em modelos mais simples.
55
Como sugerem Gabaix e Ionnides (2003) não se sabe se esta adaptação pode
perdurar em modelos mais complexos. Mas em tanto se reative o interesse nestes temas,
suscita-se mais enriquecedora a investigação com as teorias de crescimento e
desenvolvimento urbano, mas, acredita-se que os diversos argumentos são de
importância e merecem atenção. Tais temas valiosos constituem a solidez da evolução
urbana, apesar da presença das forças estocásticas e o papel dos direitos econômicos da
integração e o comércio internacional.
Ades e Glaeser (1995) afirmam que existem também, fatores políticos que
podem influenciar no tamanho da distribuição dos tamanhos das cidades. A estabilidade
política e a duração de ditaduras são fatores que influenciam na concentração da
população na cidade capital de um país. Portanto, instabilidade política poderia implicar
uma distribuição mais desigual do tamanho das cidades (o menor expoente de Pareto).
Portanto, dever-se-ia pensar em uma hierarquia nas cidades onde a cidade de
cada grau tem uma hierarquia de tamanho maior que o tamanho menor das cidades
menores.
Existem outras variáveis que poderiam influenciar na distribuição do tamanho
das cidades. Entre essas estão o tamanho do país medido pelo tamanho da população, a
área do país e o Produto Interno bruto (PIB) e os possíveis efeitos de alocar-se em
diferentes continentes. Pode-se expressar o exposto anteriormente por meio da seguinte
equação:
itit
DUMMIESCONTROLPOLITICGEOG
µδδδδδα
+++++=
43210
(9)
Onde
it
α
é o expoente de Pareto, GEOG é o vetor de variáveis de geografia
econômica que compreendem: economias de escala, custo de transporte, atividades
econômicas não agrícolas e comércio e participação no PIB. POLITIC é o grupo de
variáveis de política, por exemplo, de GASTIL e o índice que mede o direito do cidadão
e sua liberdade civil e o gasto público total como proporção do PIB. O CONTROL é o
conjunto de variáveis que controlam o tamanho do país, as quais são o logaritmo do PIB
per capita constante em dólares ($). Por último, as DUMMIES são os conjuntos
variáveis por continente.
56
Como indicam Fujita, Krugman e Venables (2002), pode-se pode apresentar
uma forma alternativa sobre a lei de potências e sobre os tamanhos urbanos.
Considerando o limite superior descrito pela relação
α
= kSN , onde N é o número das
cidades com populações maiores que S. Pode se dizer que a densidade do tamanho das
cidades é
1
=
α
akSn , portanto a elasticidade da densidade das cidades é:
1=
α
n
S
ds
dn
.
Agregam Fujita, Krugman e Venables (2002) que a idéia de Simon (1940) é que
o processo pelo qual cresce a população urbana com o tempo por incrementos discretos
–denominados montes (lumps), e seja P a população em qualquer ponto no tempo,
medida em montes. Portanto faz-se a seguinte pergunta: Para onde vai um novo monte?
E aonde ele chegaria? Simon (1940) supõe que com alguma probabilidade
π
, ele vai
para um local anteriormente despovoado, isto é, ele cria uma nova pequena cidade. Com
a probabilidade
π
1 , ele junta-se com a cidade existente, com a probabilidade de que
qualquer cidade em particular receba o próximo monte proporcional à sua população.
De acordo a Fujita, Krugman e Venables (2002) com este modelo não existem
vantagens ou desvantagens pelo tamanho de uma cidade. Uma cidade será um grupo de
montes cuja taxa de crescimento esperado é independente de seu tamanho. O importante
do modelo é o seguinte: a distribuição dos tamanhos das cidades segue uma lei de
potências, o modelo de Simon (1940) prevê este resultado e fornece uma explicação de
porque a distribuição dos tamanhos permanece estável apesar das mudanças
tecnológicas e na estrutura econômica.
Fujita, Krugman e Venables (2002) supõem que com o tempo no modelo a
distribuição dos tamanhos das cidades converge a um estado fixo. Esta é a razão dos
tamanhos da cidade de tamanho
S
,
n
s
, e a população tende a uma constante. Portanto a
razão
n
s
/P
pode variar por três motivos: uma cidade de tamanho
S-1
pode expandir-se
em um monte, o que aumenta
n
s
; existem
n
s-1
destas cidades e a probabilidade disso
acontecer para somente uma delas é
PS
/)1)(1(
π
. Uma cidade de tamanho
S
pode
se expandir em um monte, com a probabilidade
PS
/)1(
π
,o que reduz
n
s.
57
A população geral é crescente, o que reduz n
s
/P. Se escrevemos a mudança
esperada em n
s
/P quando P aumenta, e formos verdadeiramente superficiais sobre a
natureza discreta da mudança em P, pode-se encontrar:
(
[ ]
SSS
s
nSnnS
P
dP
PnEd
=
)1()1)(1
1
)/(
1
2
ππ
(10)
Fujita, Krugman e Venables (2002) concluem que se a distribuição dos
tamanhos das cidades aproxima-se de um estado fixo, entretanto em longo prazo esta
mudança deveria ser 0, fornecendo uma relação no estado fixo entre o número de
cidades de tamanho S e S-1.
1)1(
)1)(1(
1
+
=
S
S
n
n
S
S
π
π
(11)
E pode ser reescrito assim
1)1(
)2(
1
1
+
=
Sn
nn
S
SS
π
π
(12)
Concentrando no limite superior da distribuição, para a qual S é grande: Neste
caso é possível aproximar-se de uma distribuição discreta dos tamanhos das cidades por
uma distribuição suave n(S), com:
1)1(
)2(
1
1
+
=
=
Sn
nn
n
dS
dn
S
SS
π
π
(13)
Portanto pode-se obter a elasticidade de n com respeito a S,
´
1
2
/
1
1
2
π
π
π
π
=
+
=
S
n
S
dS
dn
(14)
58
Ao final Fujita, Krugman e Venables (2002) o resultado é que a cola superior da
distribuição dos tamanhos de cidades é caracterizada por uma lei de potências com
expoente ).1/(1
π
α
=
As contribuições e melhorias deste modelo em relação aos
outros são:
a) Prevê uma lei de potências, como os modelos de sistema urbano;
b) O parâmetro que determina a lei de potências é a probabilidade de formar
uma nova cidade; e
e, c) O expoente 1, às vezes difícil de justificar, possui uma interpretação
natural, ele se obtém quando os incrementos à população urbana normalmente se
agregam à cidades existentes em vez de formar novas cidades.
3
.2.3 Crescimento Econômico e Urbanização
Como
Henderson (1999) indica: “A urbanização e o crescimento econômico nos
países em desenvolvimento andam juntos”. O coeficiente de correlação entre os países
de percentagem de urbanização num país e o PIB per capita (em logaritmos) é de
aproximadamente 0,85. A razão é clara, o desenvolvimento econômico implica a
transformação de um país de uma economia baseada na agricultura a uma economia
sustentada em sua base industrial. O delineamento é que existe um ótimo grau de
concentração urbana, obtido pelo comércio derivado da igualdade entre o benefício
social marginal e o custo do aumento da concentração urbana.
Quando se está por cima ou por baixo da concentração, é custoso em termos de
eficiência econômica e de uma taxa nacional de crescimento. Essa concentração
espacial também aumenta os efeitos da informação secundária num momento em que a
economia é "deficiente informação" e pode igualmente aumentar a acumulação de
conhecimento, como indica Henderson (2000), adaptado por Lucas (1988), e Black e
Henderson (1999).
59
Qualquer que seja o melhor grau de concentração urbana num dado momento no
tempo, existe uma suposição na literatura econômica que os países têm uma tendência
de excesso de concentração nas zonas urbanas, e isso é deteriora o crescimento
econômico.
Nos modelos, o tamanho das cidades não constitui em muitos casos um
equilíbrio estável. Mas existem modelos onde seus equilíbrios mesmo sendo sub-ótimos
podem se considerar como estáveis. No trabalho empírico de Hendenson (1999)
encontrou-se o seguinte:
a) Em toda economia, há os ganhos iniciais nas taxas de crescimento econômico
de crescente concentração dos níveis baixos, mas esses picos de benefícios e os
novos aumentos na concentração urbana trazem perdas. Isto é, hipoteticamente,
há um melhor grau de concentração urbana;
b) A raiz das investigações realizadas por Williamson-Hansen, inicialmente o
maior grau de concentração urbana aumenta à medida que um país começa
crescer a partir de níveis de ingresso muito baixos. Mas, então, com um maior
crescimento o grau desejado de concentração urbana diminui;
(c) O grau desejado de concentração urbana, em geral, diminui com o tamanho
do país.
Para medir o a concentração urbana foi utilizado o índice Hirschman-Herfindahl
que se construí a partir da somatória das participações ao quadrado de cada cidade de
um país na população urbana nacional. O único trabalho disponível é o estudo de Ades
e Glaeser (1994), onde a supremacia urbana é medida como a percentagem da cidade
maior da população urbana nacional. É importante destacar que o índice Hirschman-
Herfindahl está integrado a partir das participações de populações urbanas das cidades
ao quadrado, tendem a ser dominadas por uma maior participação (cidades grandes), se
o número de cidades é elevado. De acordo com Henderson (1999) seria de 0,25.
A média de supremacia da mostra de Henderson (1999) foi, ao longo dos países
e anos, de 0,30. Essa idéia de uma estreita correlação também conta com o apoio de
provas sobre a Lei de Zipf (GABAIX, 1999).
60
Esse índice é habitualmente utilizado para medir o grau de concentração dos
mercados na economia industrial, mas, para estimar o grau de concentração de uma
variável é utilizado o índice IHH (GALVIS, 2003).
2
)100*(
=
totJ
PPIHH
(15)
Supondo que a população de um país está formada por nj ,...,1
=
localidades e
cidades em particular )(
J
P o total da população urbana de um país
tot
P . O índice
atinge um valor máximo de 10.000 o valor está completamente concentrado numa
cidade, quando o valor tende a 0 não existe nenhuma concentração. Quando se
aproxima do 0 existe um maior peso nas localidades medianas e pequenas.
Como indica Venables (2003): “O desenvolvimento dos novos centros urbanos
provavelmente supõe retornos crescentes de escala, que surgem dos investimentos na
infra-estrutura e do agrupamento de externalidades entre as empresas. O que é mais
importante, ao igual que o crescimento formas espaciais de estrutura da economia,
assim também a estrutura espacial configura o processo de crescimento. As falhas do
mercado conduzem a um vel sub-ótimo da estrutura do tamanho da cidade, e que por
sua vez da um retorno da criação de emprego, que pode retardar o desenvolvimento e
talvez também criar a possibilidade de ser apanhado numa armadilha de baixo nível de
equilíbrio”.
É importante saber diferenciar entre a urbanização propriamente dita e a
concentração urbana, ou o grau em que os recursos urbanos se concentram em uma ou
em duas grandes cidades, em contraposição a serem divididas em muitas cidades.
Parte do interesse no processo de urbanização deve-se a que a urbanização e o
crescimento pareciam estar interconectados. De acordo com os cálculos de Venables
(2003), em qualquer ano o coeficiente de correlação dos países entre a percentagem de
urbanização num país, e, por exemplo, o PIB per capita (em logaritmos) é de
aproximadamente 0,85. Os economistas tendem a centrar-se no tema da concentração
urbana, ao invés da urbanização per se.
61
Grande parte do debate dessa literatura baseia-se na idéia de que, para um certo
nível de desenvolvimento urbano, há um nível ótimo de urbanização ou um nível ótimo
de concentração urbana, com perdas econômicas causadas pelos desvios desses níveis.
Mas indicam no marco da urbanização pode-se promover o crescimento econômico.
De acordo com o trabalho pioneiro de Henderson (2002), para examinar
quantitativamente se a urbanização promove o crescimento ou se graus ótimos de
urbanização ou concentração urbana, o autor tenta responder perguntas como: ¿Quanto
são custosas as perdas econômicas dos desvios de qualquer grau ótimo de concentração
urbana ou da urbanização?
Henderson (2002) afirma que existe um nível ótimo de urbanização ou um nível
ótimo de concentração urbana. Os resultados de seu trabalho mostram que o
crescimento da produtividade não está estritamente afetado pela urbanização per se, mas
se está afetado pelo grau de concentração urbana. Especificamente na concentração
pode-se mostrar de três formas:
a) Há um melhor grau de concentração urbana, em termos de maximizar o
crescimento da produtividade;
b) O maior grau varia com o nível de desenvolvimento e o tamanho dos países;
c) A concentração acima ou abaixo pode ser muito custosa e deteriorar em
termos de crescimento da produtividade. E conseqüentemente, também mostra
que o crescimento da produtividade nas empresas e no setor governo não está
forçadamente afetado pela urbanização per se e encontra-se pouco apoio para a
idéia de que a urbanização per se impulsione o crescimento econômico.
Vale a pena comentar os resultados do trabalho de Fay e Opal (1999), que
contrapõem a premissa que o crescimento econômico sustentado vai sempre
acompanhado pela urbanização. Mas, na África, a urbanização produziu-se sem
crescimento.
62
Nesse caso especifico, acontece que os incentivos da localização se distorcem,
possivelmente pelo processo de crescimento. A localização dos incentivos também pode
resultar maior que os custos sociais e ambientais necessários, que não são compensados
pelo aumento da produtividade e a riqueza que costuma acompanhar à urbanização.
Ottaviano e Martin (2001) indicam que a aglomeração econômica numa região
estimula o crescimento, que reduz o custo da inovação nessa região através de uma
externalidade pecuniária devido aos custos da transação.
O crescimento fomenta a aglomeração, que se expande o setor na origem da
inovação, pelo que as novas empresas tendem a se localizar próximas desse setor. A
aglomeração implica que toda a inovação e a maioria da produção realizam atividades
na região central. Além do anterior, Ottaviano e Martin (2001) afirmam que a
aglomeração espacial das atividades econômicas por um lado, e o crescimento
econômico pelo outro, são processos paralelos. De fato, o aparecimento e predomínio da
concentração espacial das atividades econômicas é um dos fatos que Kuznets (1966)
associa com o crescimento econômico moderno.
Como sugerem Ottaviano e Martin (2001) o crescimento, através da inovação, é
motivo da aglomeração espacial das atividades econômicas que, por sua vez, conduz a
um menor custo de inovação e um maior crescimento a fim de que se estabeleça uma
“causalidade circular” entre o crescimento e a concentração geográfica das atividades
econômicas.
O modelo proposto por Ottaviano e Martin (2001) considera algumas
características da NGE que se centra na presença de mecanismos de “causalidade
circular” para explicar a concentração espacial de atividades econômicas. Nesses
modelos, as forças centrípetas procedem de preferência pela variedade no consumo
(modelos de Krugman
30
) ou a diversidade em bens intermédios na produção (modelo de
Venables
31
). As forças centrífugas derivam-se da pressão que propõe a concentração
geográfica nos mercados dos fatores locais em onde as ofertas de preços dispersam a
demanda.
30
Nos modelos de Krugman os setores com rendimentos crescentes se utilizam cada vez mais num
insumo específico, com o fim de relaxar a pressão em seu mercado local interno, permitindo a
mobilidade entre as locações.
31
No modelo de Venables não existe uma especificação nos insumos utilizados pelos rendimentos
crescentes no setor. A pressão, portanto, pode aliviar-se sem mobilidade inter-locacional. Tudo
que se requer é a mobilidade inter-setorial na presença de enlaces verticais intra-setoriais nos
rendimentos crescentes do setor.
63
Quando os custos de transporte são suficientemente baixos, se estabelece um
processo de aglomeração. A Proposta de Ottaviano e Martin (2001) foi isolar o modelo
da conjuntura dos processos da aglomeração tanto de Krugman e Venables. Não
permitimos nem a mobilidade inter-locacional nem a mobilidade de mão-de-obra nem
os vínculos verticais intra-setoriais nos rendimentos crescentes do setor.
O enfoque foi relacionado com algumas contribuições existentes que tratam de
captar a dimensão espacial de desenvolvimento econômico mediante a fusão da NGE e
os modelos de crescimento endógeno. Do ponto de vista teórico, o trabalho de
Ottaviano e Martin (2001) originou interessantes conclusões tanto para a teoria do
crescimento como para a teoria da localização. A causalidade circular surge entre o
crescimento e a aglomeração: o crescimento traz aglomeração e este, por sua vez,
estimula um maior crescimento. A introdução da dinâmica do crescimento num modelo
geográfico também gera diferente dinâmica de localização. A aglomeração leva-se a
cabo no núcleo central no sentido da inovação de atividades, que a maioria das
atividades de produção encontra-se ali. Mas, como continuamente se criam novas
atividades econômicas no núcleo central, algumas empresas preferem trasladar-se e
produzir na periferia, onde a concorrência é menor.
3.3 ABERTURA COMERCIAL
Nas seções seguintes serão apresentadas as características e formas da
liberalização comercial.
3.3.1 Liberalização Comercial
Nessa dissertação apresenta-se a abertura ou liberalização comercial como
desejável per se e é o resultado de um processo de integração global iminente.
64
Como indica Jones
32
(1998), as questões mais importantes do crescimento e do
desenvolvimento se manifestarão pela evidência empírica dos fatos associados de países
extremos, como ricos e pobres. Como fatores estão o crescimento econômico do PIB e o
crescimento do volume do comércio internacional estreitamente relacionados.
Para Dean, Desai e Riedel (1994)
33
citado por o Centro de Investigaciones
Económicas Nacionales (CIEN) 2002, uma liberalização comercial é a forma como um
país pode se orientar na direção exterior. Essa definição pode ser interpretada a partir de
várias alternativas: Os países podem ser considerados mais orientados para fora, se suas
reformas comerciais implicarem uma aproximação à neutralidade, ou abertura.
Aproximar-se à neutralidade implica igualar (a média aritmética) os incentivos entre os
setores que competem com as exportações e importações. Então, uma maior abertura
significa um incremento na importância do comércio na economia nacional (como
porcentagem do PIB).
De acordo Greenaway (1993)
34
citado por CIEN (2002) a liberalização
comercial tem as seguintes formas:
a) Pode ser total ou parcial;
b) A eliminação pode ou não ter um caráter discriminatório;
c) A redução das barreiras comerciais pode ter um caráter de reciprocidade.
Por outro lado, um país faz uma liberalização comercial em forma unilateral se
o fizer independentemente dos outros sócios comerciais. Essa forma consiste
especificamente na redução de obstáculos ao comércio sem esperar contrapartida do
resto do mundo (redução nas barreiras discriminatórias, e sem reciprocidade, das
barreiras comerciais).
32
“[...] A relação entre comércio e desempenho ecomico é complicada. Algumas economias, como
Hong Kong, Cingapura e Luxemburgo floresceram como “centros comerciais” regionais. A razão de
intensidade do comércio dessas economias soma de exportações e importações divididas pelo PIB-
supera os 150%. A explicação é a importação de produtos não-acabados onde adicionam valor quando
terminam o processo de produção. Mas, o componente de intensidade de comércio, no caso do Japão,
caiu de 21%, em 1960, até chegar à 17% no ano de 1992, contrário ao crescimento do taxa per capita
e final.[...]” (JONES, 2000, p. 12 - 13)
33
DEAN, J.; DASAI, S.; Y RIEDEL, J. Trade Policy Reform in Developing Countries since 1985: A
Review of the Evidence, World Bank Discussion Papers, Washington DC, no. 267, 1994.
34
GREENAWAY, D. Liberalizing Foreign Trade Through Rose-Tinted Glasses, The Economic
Journal, 103, p. 208-222, 1993.
65
Uma estratégia de liberalização bilateral consiste em reduzir os obstáculos ao
comércio em forma discriminatória ante um sócio, mas exigindo reciprocidade do
outro país. No caso de procurar mais de dois sócios, poder-se-ia chamar plurilateral.
Então, liberalização comercial regional pode-se entender como abertura plurilateral
entre países que compartilham um âmbito geográfico, histórico, cultural ou econômico,
também conhecido como bloco comercial.
Dessa forma, a abertura comercial neste trabalho é interpretada como sinônimo
de abertura plurilateral, e a abertura bilateral como um caso específico de abertura
regional. Esses acordos de integração regional diferem no grau de coordenação que se
estabelece entre as políticas econômicas dos países membros, o grau de intensidade das
reduções aos impedimentos para o comércio e a cobertura dos acordos classificam-se
como: “acordos comerciais preferenciais”:
a) Acordos Preferenciais de Comércio. Consistem em que os sócios fixam
impostos, tarifas a importações preferenciais mais baixas, para o
intercâmbio de bens produzidos nos países membros signatários do
acordo;
b) Acordos de Livre Comércio. Consiste na eliminação das tarifas para
importação entre os países assinantes do acordo, mas cada país pode manter
sua própria política comercial com respeito ao resto do mundo;
c) União Aduaneira. Corresponde a um grau maior de integração, onde os
países membros não eliminam as tarifas de importação com respeito ao
resto do mundo;
d) Mercado Comum. É uma união aduaneira que inclui também a livre
mobilidade de fatores de produção (pessoas e capitais) entre os países que
formam parte do acordo;
e) União Econômica. Nesse caso existe além de todo o característico de um
mercado comum, uma coordenação das políticas econômicas dos países
membros (política fiscal, política monetária e cambiária etc.);
f) União Monetária. Por último, pode-se chegar a uma integração econômica
total, na qual os países são como regiões de um mesmo Estado. Neste caso,
existe uma única moeda comum dentro de uma área geográfica, é uma
política monetária cambiária, creditícia e de reservas internacionais com um
Banco Central comum.
66
Uma estratégia de liberalização comercial multilateral consiste na redução nos
obstáculos ao comércio acordados pelos países do mundo (na prática dos países
membros do OMC), depois das instâncias de negociações chamadas rodadas
35
.
Para Bhagwati, Panagariya e Srinivasan (1998)
36
citado por CIEN (2002),
indicam que no caso de uma redução uniforme das tarifas ao comércio, aplicada de
forma igual para os outros países, é trivial demonstrar que para um país pequeno é
desejável orientar-se ao livre comércio (mas não necessariamente até a situação de livre
comércio).
De acordo a Meade (1955)
37
citado por CIEN (2002), existem duas limitações na
análise de Viner (1950). Por uma parte não é suficiente determinar o impacto no bem-
estar a partir do conhecimento do montante de comércio criado e desviado, além disso, é
preciso determinar a magnitude da queda e o aumento dos custos devido a criação e
desvios de comércio. A outra consideração é que quando se elimina o pressuposto de
que a elasticidade é zero, pode ser que o efeito líquido no bem-estar seja um
incremento, apesar de que a integração produza unicamente desvios de comércio.
Para Wonnacott e Lutz (1989)
38
, Summers (1991)
39
e Krugman (1993)
40
citados
por CIEN (2002) existe outra proposição que se chama “hipótese de sócios naturais”,
que diz: quanto mais comercializarem os países entre eles, em relação ao resto do
mundo, é menos provável que a integração seja prejudicial.
Mas, existe uma crítica que diz que o importante não é o volume de comércio, e
sim o preço da produção a preços mundiais. Além disso, existem outros modelos tais
como o modelo de Mundell (1964), que apresenta que os termos de intercâmbio
internacional melhoram quando se faz uma redução discriminatória nas tarifas do
comércio.
35
O comércio mundial foi regulado pelo Acordo Geral sobre os Impostos Aduaneiros e Comércio
(GATT) desde o início do ano de 1947, mas a partir dos acordos da Ronda do Uruguai,
transformou-se na Organização Mundial do Comércio.
36
BHAGWATI, J.; PANAGARIYA, A; SRINIVASAN, T. Lectures on International Trade.
Cambridge: The MIT Press, 1998.
37
MEADE, J. The Theory of Customs Unions. Amsterdam: North-Holland, 1955.
38
WONNACOTT, P.; LUTZ, M. (1989). Is there a Case for Free Trade Areas? in Free Trade Areas
and U.S. Trade Policy, Washington DC: Institute for International Economy, 1989.
39
SUMMERS, L. Regionalism and the World Trading System, in Policy Implications of Trade
and Currency Zones, Kansas City, Federal Reserve Bank Kansas City, p. 295-301, 1991.
40
KRUGMAN, P. Regionalism versus Multilateralism: Analytical Notes, in New Dimensions in
Regional Integration. Cambridge, UK: Center of Economic Policy Research, Cambridge University
Press, p. 58-84, 1993.
67
3.3.2 Modelos de Impacto dos Tratados de Livre Comércio sobre o Crescimento
Econômico
Toda subscrição de um tratado de livre comércio tem efeitos sociais, políticos e
especialmente no âmbito econômico. A variável produção é a mais importante, dado
que partindo de como a produção pode ver-se alterada com a oferta agregada da
economia devido à redução dos níveis de proteção alfandegária.
De acordo com a teoria do comércio internacional, um país se beneficia do
intercâmbio que se estabelece com outros países, quando os “preços relativos” dos bens
que se trocam são diferentes e cuja base de diferença encontra-se em uma distinta
dotação de fatores que se utilizam no processo de produção. Uma diferença na dotação
de fatores implica uma diferença na fronteira de possibilidades de produção (FPP).
Considerando uma função de produção similar a de um agente econômico, sem
considerar os problemas de agregação, pode-se expressar essa função de produção
agregada resumida da seguinte forma:
),,( TLKfY
=
(16)
Onde o capital está composto pelo stock de maquinaria e equipe acumulada
durante o tempo, o qual pode ser medido pela Formação Líquida de Capital Fixo
(
FKNF
). Em teoria, incrementando o
FKNF
ou o investimento produtivo provocaria
um aumento nos níveis de produção. A Produtividade Marginal do Capital (PMgK )
pode ser positiva e parte-se do pressuposto de que é decrescente, dadas as características
da função de produção. Na medida em que aumenta o capital, tem que aumentar o
produto, e dependendo do tipo da função de produção o aumento do produto poderia ser
crescente, constante ou decrescente. Considerando uma função de produção Cobb-
Douglas homogênea de grau zero, à qual cumpre com os Retornos Constantes a Escala.
onde:
68
Y= Produto interno bruto a preços constantes (1958)
K= Capital tomado base FNCF equivalente ao acumulado em uma década,
K
0
= (0=1980); (Formação Bruta de capital
F
Bruta
t
kf
+ Formação Bruta de
capital
1t
kf
)
L
= Pessoas de segurança social
T
= Fator tecnológico T empregado
Para que aumente o produto deve acontecer as seguintes três situações: 1)
Incremento na dotação do fator de capital, incremento no fator de trabalho,
modificações na tecnologia. É factível que um aumento no produto seja originado pelo
aumento nas importações dos bens substitutos, cujo caso poderia afetar o fator de
trabalho. Mas, também, não se pode descartar um aumento na dotação de capital
originado pela ajuda externa ou investimento, mas o impacto poderia ser leve devido à
proporção do capital que se emprega nas atividades originariamente agrícolas em cujo
caso para Guatemala é 20% de total do capital no período 1960-1992.
Portanto, um aumento na dotação do trabalho implicaria um aumento na
produtividade do capital, e uma redução na produtividade do trabalho, e a participação
do capital se trocaria em função inversa para a elasticidade de substituição entre o
capital e o trabalho
41
.
De acordo com Rodriguez (2005) que faz um trabalho que se especifica no caso
da vigência do tratado de livre comércio (RD-CAFTA), um incremento de 1% no
estoque acumulado do capital
eYK
se terá um incremento do 1% no produto diante de
um aumento de 1% na dotação do trabalho,
eYL
. As elasticidades podem ser obtidas a
partir da equação:
gTLbkaaY
+
+
+
=
lnln10ln
(17)
onde:
1a =eYK ,b =eYL e
g
=eYT ,
1
=
+
+
gba
41
Considerando rendimentos constantes a escala, a elasticidade do trabalho é unitária. Isso implica que a
participação do capital e trabalho seguirá sendo constante a curto prazo. Então, a elasticidade na
produção é principal fator e a medição da elasticidade dos fatores
eYK
e
eYL
.
69
As estimativas partem da idéia sobre a elasticidade da produção e está associada
à razão produto e capital.
42
De acordo com as estimativas, dado que o setor agrícola
representa 30% do total do emprego, é possível inferir uma resposta entre 8% e 8,7%.
Portanto, se mostra certo impacto sobre o produto, levando em consideração que a
produção agrícola está destinada ao autoconsumo que pode subestimar a produção.
Por outro lado, é possível fazer uma estimativa por meio de um Modelo
Gravitacional do Comércio, o qual apresenta uma análise mais empírica dos padrões do
comércio que o modelo mais teórico citado anteriormente. O modelo gravitacional, em
sua forma básica, prediz o comércio baseando-se na distância entre países e a interação
do tamanho de suas economias. O modelo imita a Lei de Gravidade de Newton, que
também considera a distância e o tamanho físico entre dois objetos. Outros fatores como
o nível de ingresso, as relações diplomáticas entre países e as políticas comerciais são
incluídas em versões ampliadas do modelo.
Entre os trabalhos empíricos mais recentes está o de Azevedo (2002), que se
ocupa em examinar o grau sobre uma base de Nação Mais Favorecida (NMF) afeta a
liberalização comercial do bloco e a formação por si mesma contribuiu para ampliar o
intra-bloco comercial, sobretudo se as importações e exportações vão para além da
liberalização não discriminatória. Como se indica no trabalho o modelo identifica os
efeitos comerciais do bloco de países sobre o comércio intrabloco e as importações e
exportações globais, este último permite a dedução direta do “desvio da exportação”. Os
resultados sugerem, pelo que o MERCOSUL concerne, que a formação do bloco não
tenha um impacto significativo no comércio intrabloco, mas sim um impacto positivo
nas importações que afetam aos países não membros.
Naranjo (2003) propôs uma metodologia para estimar o efeito do DR-CAFTA
sobre o desemprego e o crescimento econômico. A análise trata toda a América Central
como uma unidade, em lugar de tentar desagregar a cada um dos países e parte da
hipótese que os efeitos do RD-CAFTA sobre a região serão similares aos efeitos no
caso do NAFTA.
42
De acordo as estimações de Rodriguez (2005) obter os seguintes resultado:
lnY=1.085+0.2k+0.341L+0.39t e R
2
=0.874 onde a produtividade do fator trabalho é 20% de
produtividade d capital. No caso de eYK = 0.30 a seguinte estimação da função de produção tem
os seguintes resultados: LPIB= 1.255+0.30Lk+0.468Lemp+0.232T onde R
2
=0.908. Nestas
equações reflitam a Produtividade do Capital em Guatemala.
70
Para sua estimação utiliza um modelo que mede o impacto sobre o comércio
internacional e o crescimento econômico. O modelo se estimou utilizando um painel de
dados que incluía 66 países, principalmente da região América Latina e América de
Norte, para os anos de 1970, 1980, 1990 e 2000. A equação estimada foi a seguinte:
(
)
IJTIJ
WIT
P
witwijijt
DYYdX
εδβββα
+++++= )ln()ln()ln(ln
321
(18)
onde:
ijt
X = exportações do país i ao país j no ano t;
ij
d = distância do país i ao país j;
wit
Y =Produto Interno Bruto do país no ano t para cada tipo w de relação comercial
(importado e exportador);
p
wit
Y = Produto Interno Bruto per capita do país no ano t para cada tipo w de relação
comercial (importador e exportador);
ij
D = O vetor de variáveis dicotômicas que tomam o valor de um nos seguintes casos:
quando o país compartilha uma fronteira com outro, quando os países compartilham um
mesmo idioma oficial, quando alguns grupos de países compartilham uma área
comercial comum.
Os descobrimentos mostram que o DR-CAFTA levaria um crescimento
adicional de 24% no comércio da região geraria um incremento na taxa de crescimento
anual de um 1,1%, e; reduziria a brecha do desemprego a respeito de sua taxa natural
em 0,39%.
E outro modelo foi proposto pelo BANGUAT (2007) que tem por objetivo
estimar o efeito que na taxa do crescimento econômico do país poderia se dar no
segundo semestre do presente ano, derivado de que o DR-CAFTA entrou em vigor em
primeiro de julho de 2006. Para o efeito, procedeu-se atualizar o modelo apresentado no
Ditame CT 4/2005 que contém a Política Monetária, Cambial e de Crédito: Avaliação a
Novembro de 2005 e Proposta para 2006, no qual se utilizou o modelo seguinte:
tttttt
IEDMXPIBPIB
εααααα
+++++=
543121
(19)
71
onde:
t
PIB
= taxa de variação do PIB real no ano t;
1
t
PIB
= taxa de variação do PIB real no ano t – 1;
t
X
= taxa de variação das Exportações de bens no ano t;
t
M
= taxa de variação das Importações de bens no ano t;
t
IED
= taxa de variação do Investimento Estrangeiro Direto no ano t;
i
α
= parâmetros a estimar (i = 1, 2,…, 5);
t
ε
= termo de erro no ano t
É importante mencionar que, em novembro de 2005, o modelo foi estimado com
base em dados anuais do período de 1990-2004, pelo que ao atualizá-lo se agregaram os
dados observados em 2005 e as projeções para 2006. Nesse sentido, no quadro seguinte
apresentam-se os resultados obtidos ao atualizar o exercício em referência.
Em dito trabalho foram tomadas as estimações efetuadas pela Comissão de
Comércio dos Estados Unidos da América (USITC), e pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI) com respeito ao crescimento das exportações e das importações.
Para o FMI as exportações aumentariam em 7,78% e as importações em 9,98%,
para USITC o aumento nas exportações seria de 3,46% e as importações de 4,19% A
estimativa realizada pelo Banco da Guatemala quanto ao incremento do Investimento
Estrangeiro Direto (IED) seria de 64,69%.
Considerando ambos cálculos, foram estimados no final os efeitos sobre o
crescimento considerando ambas estimações para o caso do USITC seria do ordem de
0,48%, e para o caso das estimações do FMI seria de 0,85%.
3.3.3 Comércio Internacional e Aglomeração
De acordo com Henderson (1999), os fatores determinantes da concentração
urbana de um país se apresentam quando a primazia da cidade é um porto, o aumento do
comércio conduz a um aumento da concentração urbana. Caso contrário, o aumento do
comércio leva à desconcentração interna como a abertura de mercados comerciais.
72
Em particular, o aumento na densidade da rede de estradas reduz
significativamente a concentração, com o efeito dos rendimentos crescentes.
No caso de Fujita e Mori (1996), consideram que se podem encontrar muitas
grandes cidades onde os portos não desempenham nenhum papel importante hoje em
dia, mas, seu crescimento foi iniciado no passado, pela boa vantagem de acesso à água
(por exemplo, Chicago e Paris). Por que se desenvolveram muitas grandes cidades nos
portos? Para os geógrafos, isso poderia ser uma questão trivial e a resposta esperada é
que isso se deve a que os portos representam a localização mais conveniente para as
exportações e importações. Mas, na opinião de Fujita e Mori (1996), o modelo
tradicional das cidades portuárias por localização urbana segundo os economistas
teóricos (por exemplo, Mills, 1972,; Goldstein e Moses, 1975; Schweizer e Varaiya,
1976; Schweizer e Varaiya, 1977) representa a contraparte geográfica da teoria
neoclássica do comércio baseado em vantagens comparativas.
Porque, para Fujita e Mori (1996), se só se tratasse de "cidades portuárias
neoclássicas”, essas deveriam ter desaparecido muito tempo, quando a vantagem
original (do acesso barato à água) foi de pouca importância. É evidente que sua
contínua prosperidade pode ser explicada se levarmos em conta o “efeito de
fechadura” de algum auto-reforço das forças de aglomeração. Em segundo lugar, ainda
que a aglomeração das forças no atual modelo tenha sido criada por meio da variedade
de produtos de bens de consumo, a variedade dos insumos intermédios e a força
trabalhista são igualmente importantes para explicar, na realidade, a formação de
cidades especializadas.
Venables (2003) indica que a desigualdade espacial nos países em
desenvolvimento deve-se às vantagens naturais de algumas regiões em relação a outras
e à presença das forças de aglomeração, que conduzem ao agrupamento de atividades. A
presença de retornos crescentes a escala nas cidades lugar às estruturas urbanas que
não são ótimas de tamanho.
Para Ades e Glaeser (1993), os fatores que explicam a concentração de uma
população urbana de uma nação numa única cidade são os impostos elevados, os altos
custos do comércio interno e os baixos níveis de comércio internacional, que aumentam
o grau de concentração.
73
Como predisseram Krugman e Livas (1992), os países com altas percentagens de
comércio no PIB ou as baixas barreiras e tarifas para importação (inclusive com uma
intensidade de um nível do comércio constante), rara vez têm sua população
concentrada numa cidade. A centralização urbana também cai nas redes do
desenvolvimento do transporte. Assim como citam Ades e Glaeser (1993), nos trabalhos
predecessores de Wheaton e Shishido (1981) e Rosen e Resnick (I980), mostram a
concentração urbana negativamente relacionada com a população do país. Também se
encontra que a primeira concentração é maior e que a seguinte, decresce o PIB per
capita. Para terminar, Ades e Glaeser (1993) estão em completa concordância com a
hipótese de Krugman e Livas (1992), sobre o fato de a concentração urbana estar
relacionada negativamente com o comércio internacional, o que se confirmado pelos
dados. Indicam que o comércio e as cidades estão conectados, mas pode ser que as
concentrações urbanas estejam causando baixos níveis de comércio, não que os baixos
níveis de comércio induzam à concentração. Mas, os fatores políticos como o tipo de
regime do governo são mais fortes que nossos resultados sobre o comércio. Mostram
uma sólida relação causal que vai desde a ditadura à centralização urbana.
A explicação que fornecem Brakman, Garretsen, Joeri Gorter, Van der Horst e
Schramm (2005) com relação ao aumento da aglomeração não é necessariamente mau.
A lógica do programa do mercado único descansa principalmente na exploração das
vantagens comparativas, o que implica uma mudança de atividade econômica entre os
Estados membros, de tal maneira que a localização da produção está em concordância
com a localização dos fatores da produção. Existem duas causas básicas da aglomeração
e que têm relação com o comércio internacional
43
: A causa da primeira natureza é a
terra, o clima, os cursos de água navegável, o trabalho imóvel, etc. Essas são as
dotações regionais que não podem ser mudadas facilmente . As causas da segunda
natureza referem-se a uma “circularidade” para eleger a localização. As empresas
querem estar onde estão os maiores mercados e, por sua vez, os grandes mercados, onde
muitas empresas estão localizadas, portanto, existe uma “causalidade circular” e o livre
comércio é crucial, onde os níveis intermediários à aglomeração tendem a ser estáveis.
43
As teorias de Heckscher-Ohlin do comércio internacional tratam sobre as causas de primeira natureza.
Sobre a base de dotações consegue-se entender por que as empresas numa região tendem a produzir uma
intensa mão-de-obra e outros bens de capital. Mais importante, as teorias de Heckscher-Ohlin só explicam
a especialização dos padrões e não a aglomeração da atividade per se.
74
4 CORRELAÇÃO ENTRE A ABERTURA COMERCIAL E MODELOS DE
CRESCIMENTO URBANO
Nas seções seguintes serão apresentados os resultados das correlações dos
modelos de abertura comercial y crescimento urbano.
4.1 TESTE A MODELOS DE ZIPF
Os dados dos censos foram obtidos pela Direção Geral de Estatística ou Instituto
Nacional de Estatística (DGEG/INE) da Guatemala, provenientes da Direção de Censos
e pesquisas nos livros onde estão os Censos Nacionais de População e Moradia. Os
dados dos censos utilizados correspondem às populações urbanas dos municípios para
os anos de 1921, 1950, 1964, 1973. 1981, 1994 e 2002. Também foram utilizados os
dados para os anos inter-censitários de 1999, 2000, 2001, 2003 e 2004 projetados em
conjunto pelo INE e pelo Centro Latino Americano e do Caribe de Demografia
(CELADE). Em todos os censos apresenta-se a população urbana mudando a partir do
censo 1950, com a realização de censos utilizando as recomendações das Nações
Unidas (ONU). O tipo de censo feito em 2002 é conhecido como o Censo de Direito ou
“de jure”, o que significa que cada pessoa se registrou ou declarou o lugar onde residia
no momento do censo. Os dados do censo de 1950 são diferentes dos demais censos de
1921, 1964, 1981, 1994 e 2002, especialmente no número de municípios devido a
algumas mudanças nos critérios entre as quais se podem mencionar as seguintes:
a) Uma delas é o conceito ou definição Estatística do que se entende por
município, em função do número de habitantes da região, características
urbanas, serviços tais como água, eletricidade, drenagens, infra-estrutura,
número de moradias, organização política e administrativa; Este conceito é
revisado e algumas vezes modificado na realização de cada Censo, o que pode
não corresponder à realidade em relação ao grau de desenvolvimento do país;
75
b) A outra razão é assunto de legislação e aceitação, quanto à criação de novos
municípios ou supressão, por não preencher os requisitos da nova definição ou
conceito por parte do Congresso da República da Guatemala, por exemplo, o
caso de Rashujá no departamento do Petén, recentemente. A mudança da
categoria faz-se de acordo com a Lei de Elevação da Categoria Municipal, no
caso de Censo 1950 a data foi do decreto de 7 abril de 1938.
No presente trabalho, são calculados por meio de método estatístico conhecido
como de mínimos quadrados ordinários (MQO) as regressões das equações (5), (6) e
(8). Por outra parte, com o objetivo de verificar a existência de heterocedasticidade nas
mesmas foi feito o teste de “White” com “termos cruzados” corroborando se não
existência. Portanto, a hipótese da existência foi rejeitada. As regressões obtidas,
apresentadas na Tabela 4.1, não mostram que a Lei de Zipf possa ser verificada. O
coeficiente α= -1,11, portanto a hipótese é rejeitada de que α=-1. A análise poderia
acontecer da seguinte forma: na década dos anos 20, a distribuição dos tamanhos das
cidades é mais igualitária até chegar a 1950, mas, depois desse ano, começa a tornar-se
muito mais desigual. Esse resultado é contrário às explicações de Gabaix (1991), que
propõe que a regra da ordem das cidades permanece estável ao longo de tempo.
Supondo que, pelo menos o extremo superior da distribuição, todas as cidades seguem
algum processo de crescimento proporcional (verificado empiricamente) e com diz o
autor: “Isto conduz a distribuição automaticamente converge à Lei de Zipf.”
76
Fonte: cálculos próprios em base aos nos censos do INE e projeções do CELADE
(1) * Anos em que foram feitos os Censos Nacionais de População e Moradia do INE.
Uma explicação que serve para poder entender como se um aumento na
desigualdade entre os centros urbanos poderia estar relacionada com o comércio
internacional, conforme os autores como Krugman e Livas Elizondo (1996), que no
caso da Guatemala está apresentado no capitulo 2, com a criação do MCCA.
Como indicam, a explicação está baseada nos modelos mais básicos da literatura
da economia internacional, onde as economias estão sob um regime de autarquia
econômica ou fechada onde o comércio de atividades econômicas se concentra em
poucas cidades com mercados maiores.
Pelo contrário, em processo de abertura ou economias abertas plenamente, as
atividades econômicas se localizam em lugares onde os mercados têm facilidade para o
comércio internacional e, portanto, mercados externos.
Tabela 4.1- Expoentes de Pareto (α) 1921-2004
Anos A α R
2
Ajustado N
1921* 11.30874 -0.962572 0.885100 339
(0.128262) (0.128262)
1950* 14.04643 -1.119049 0.840926 310
(0.231459) (0.027733)
1964* 11.17229 -0.895561 0.909961 322
(0.113455) (0.015748)
1973* 11.44644 -0.878409 0.927703 325
(0.104314) (0.013644)
1981* 11.62292 -0.882842 0.892941 326
(0.132446) (0.016983)
1994* 11.96084 -0.881020 0.924111 329
(0.114309) (0.013962)
1999 12.01348 -0.854452 0.929185 330
(0.110708) 0.013025
2000 12.09998 -0.865913 0.928415 330
(0.112669) (0.013276)
2001 12.10709 -0.864362 0.92915 330
(0.112153) (0.013179)
2002* 12.11108 -0.862437 0.929695 330
(0.111748) (0.013095)
2003 12.11588 -0.860639 0.930343 330
(0.111266) (0.013003)
2004 12.11958 -0.858734 0.930916 330
(0.110830) (0.012917)
77
Para a economia guatemalteca poderia ser uma explicação, porque,
praticamente, durante a metade do século passado a economia foi fechada, portanto, as
atividades econômicas foram concentrando-se na região do litoral do pacífico ou as
cidades situadas nas regiões central e noroeste que serão explicadas posteriormente com
mais detalhe. Mas, seguindo a base teórica do trabalho a explicação mais adequada
nasce da literatura desenvolvida na NGE, onde o aumento da desigualdade é devido as
forças centrípetas atuando e sobrepondo a força centrífuga, como se indica na Tabela
4.1, onde o coeficiente de Pareto é de 0,86
(
)
0
α
, portanto, apresentando uma
supremacia da cidade central. Como explicação mais fundamentada, é a redução de
custos de transporte no último século. Mas, no caso da Guatemala, a mesma
desigualdade não foi reduzida, pelo contrário, foi aumentada de acordo com os
resultados obtidos.
Considerando a medida de concentração urbana, o Índice Hirschman-Herfindahl
(IHH) no apêndice Tabela A.8, foi aumentando desde o censo de 1921 com 4,78
chegando a um patamar no censo de 1964 de 16,66, mas, depois foi caindo até chegar o
censo de 2002 em 7,41. Aparentemente, entre o efeito da vigência do Mercado Comum
da América Central (MCCA) na década dos anos sessenta, favoreceu as forças
centrífugas e verifica a hipótese de Krugman e Livas (1992) sobre o fato da
concentração urbana estar relacionada negativamente com o comércio internacional.
Isso se vê confirmado pelos dados.
Como explicam Krugman e Fujita (2002), a vinculação entre os custos de
transporte e a concentração das atividades aglomeradas em industrias não se comporta
como se fosse uma função monotônica. Quando acontece um barateamento de custos, as
atividades econômicas se dispersam mais (as forças de dispersão aumentam), devido a
existência de um aumento nos canais de distribuição, nos centros de abastecimento dos
produtos em qualquer região do um país. Ou pode acontecer o contrário, que os custos
sejam tão altos que levam para uma maior dispersão de atividades.
Neste ponto, vale a pena utilizar a classificação urbana dos tamanhos das cidades
da Guatemala que propõe Moran (2006). Consiste numa divisão geográfica de 7 regiões
com 16 cidades intermédias que constituem os principais centros de abastecimento de
produtos para o comercio interno e externo. A localização geográfica de cada uma pode
ser visualizada no Anexo A no Mapa.
78
De acordo ao IHH deveriam aumentar as populações urbanas nas cidades
situadas na região do Nordeste: Huehuetenango e Quiche que se situam próximas da
fronteira de México, devido á vigência do RD- CAFTA, como as cidades localizadas na
região central: Escuintla, Chimaltenango e Santa Lucia Cotzumalguapa, e finalmente no
noroeste especialmente Chiquimula que registram uma forte atividade comercial com o
El Salvador e Puerto Barrios próxima ao Porto Santo Tomás de Castilla.
REGIÃO CIDADES INTERMÉDIAS
CENTRAL Escuintla, Chimaltenango, Santa Lucia
Cotzumalguapa e Antigua Guatemala
(Santiago de los Caballeros)
NORDESTE
Huehuetenango, Quiche.
SUDESTE Quetzaltenango, Mazatenango, Retahuleu y
Coatepeque.
NORTE Cobán
SUDOESTE Jalapa, Jutiapa
NOROESTE
Chiquimula, Zacapa y Puerto Barrios.
PETEN
Neuma
Quadro 4.1 - Cidades Intermédias por região
Fonte: Moran (2007, p.7)
No caso da Guatemala, não existe uma rede de transporte geral ferroviário a
disposição que permita um meio alternativo, diferente do transporte de mercadorias por
meio de contêineres das alfândegas e portos de entrada. Como indica Cifuentes (2006) a
primeira estrada
44
pavimentada foi construída no período compreendido entre 1935
1938 no tramo da rodovia entre Guatemala e Amatitlan, e Assunção Mita e São
Cristóvão na fronteira com o Salvador. Neste período o coeficiente de Pareto aumenta
de -0,84 a -1,11, a força de diversificação cresce significativamente.
44
Conforme esse autor: “[...] de 5,366 quilômetros de estradas em 1937, setenta anos depois a rede na
Guatemala aumentou até atingir os 23,457 quilômetros [...]” (CIFUENTES, 2006).
79
Em 1951 se inicia a construção da rodoviária ao oceano Atlântico (CA-9) Norte,
para ligar os Portos de Barrios e Santo Tomas de Castilla e a cidade de Guatemala. O
efeito ocasionou uma menor dependência de transporte de mercadorias por meio de
trem. No período compreendido entre 1951- 1968, existiam três eixos principais que
cruzam o país dos quais dois se iniciam da região este até o oeste e um de norte até sul.
A primeira estrada foi a Interamericana CA-1, que começa desde a cidade da
Mesilla na fronteira com México, até São Cristoval na fronteira com El Salvador. No
eixo norte e sul foi construída a estrada inter-oceânica CA-9, que começa em Puerto
Barrios, passa pelo nordeste chegando até a capital da Guatemala, passa pela cidade de
Escuintla na região central e termina nos portos de São José e Quetzal. Por último o
tramo das estradas norte terminou de ser construído em 1959. Dessa forma, a migração
para a cidade de Guatemala aumentou. Isso se reflete neste período onde o coeficiente
de Pareto diminuiu até atingir -0,87. Logo, as forças de concentração neste período se
sobrepõem.
Por último, a Empresa de Ferrovias Internacionais da Guatemala (IRCA) foi
estatizada no ano de 1969, a qual passou a ser empresa estatal com o nome Ferrovias de
Guatemala (FEGUA). Como indica Moran (2006) depois de atingir uma quantidade de
4,2 milhões de passageiros em 1954, chega a menos de 293,000 em 1988. Pode ser
outra das razões porque aumentou a concentração urbana e a desigualdade entre as
cidades e não revertendo significativamente a tendência de urbanização até hoje porque
o coeficiente de Pareto não muda significativamente.
Por tanto se pode concluir que existe uma relação inversa entre a importância e
uso das estações Ferroviárias na medida em que se incrementa a rede de rodovias da
Guatemala.
Para observar geograficamente o comportamento da Taxa de Crescimento
Urbano 1950 – 1964 pode se recorrer ao Anexo B no Mapa de Cifuentes (2006) onde se
mostra neste período de abertura comercial, como a taxa aumentou significativamente
na região de Peten de 6,78-11,54%, mas cresceu levemente na região central 0,64-
1,69%, coincidindo com o comportamento do índice de IHH, mas esta variação não se
reflete no coeficiente de Pareto porque o mesmo muda levemente.
80
Coincidentemente com o desuso das Ferrovias, o ineficiente serviço de ônibus
municipal privado tanto na cidade capital como nas cidades intermédias adoece de falta
de ordenamento urbano e da ineficiente regulação dos entes das prefeituras como a
Empresa Municipal de Transito (EMETRA) da prefeitura da cidade da Guatemala. A
única forma de transporte massivo é por meio de ônibus municipais. Existe no litoral do
atlântico ou próximo ao principal porto de Santo Tomás de Castilla uma zona franca,
liberada de imposto, chamada “Zolic”, onde se produz muitos produtos para exportação.
Por outra parte, não existe um fácil e rápido acesso aos centros urbanos para os
trabalhadores. Atualmente, está-se realizando a gestão para obter um empréstimo para o
Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) e executar estudos para esse
porto voltar a ser um centro logístico para o comércio internacional. Além do anterior,
está apresentando-se no Congresso da República da Guatemala um projeto de lei que
permita declarar a região de Porto Barrios e Santo Tomás, ambos no Oceano Atlântico,
centros industriais e de serviços do Caribe, com o objetivo de atrair empresas nacionais
e da região, especializadas na área de cimento, fertilizantes, armazenagem e exportação.
Com a vigência do tratado de livre comércio DR-CAFTA é de prever que exista
uma mudança e migração dirigida aos centros urbanos que têm maior relacionamento
com o comércio internacional. Nesse sentido, poderia ser explicado pelo teorema
Stolper - Samuelson e o teorema de igualação de fatores
45
para explicar este fenômeno.
Considere os efeitos da integração entre uma economia de menor
desenvolvimento e outra mais desenvolvida. Como indica Stokey (1996), que verificou
empiricamente o teorema de igualação de fatores, assinala em seu trabalho que a
integração (ou qualquer volume de comércio substancial) tenderá a igualar os preços do
fator, pelo que o prêmio por habilidade na economia de menor desenvolvimento
baixará, reduzindo os incentivos para adquirir o capital humano.
45
Teorema de Stolper-Samuelson: Um incremento no preço relativo de um bem incrementa a renda real
do fator que se está utilizando intensivamente em sua produção e diminui a renda do outro fator.
O teorema refere-se ao fato de se impor uma tarifa sobre as importações, o preço relativo do fator
escasso aumenta, isto é, num país com abundância de mão-de-obra não qualificada, os
impostos protegem o capital e vão à contramão do salário. Nesse sentido, com a abertura
comercial, a relação w/r (salário real/PIB), e o salário real deveriam aumentar na Guatemala.
Teorema de Igualação de preços dos fatores: O “livre comércio” iguala as produtividades
marginais dos fatores de produção, isto é, suas retribuições relativas; desta maneira tende a
substituir, em parte, à mobilidade externa de fatores. No entanto, dita mobilidade não é perfeita,
o livre comércio gera uma tendência a igualar os preços relativos dos fatores, mas, na prática, isso não
é possível, seja por rigidez salarial ou por outras causas. A essência desse teorema é a
existência de um intercâmbio indireto de fatores entre os países através do comércio de bens que
eles produzem.
81
De acordo com Stokey (1996) a evidência sugere que isso não aconteceu
quando os países de menor desenvolvimento da Europa ocidental aderiram-se à União
Européia (UE). Mas, os fluxos de migração sugerem que as taxas salariais para todos os
tipos de trabalho são mais altas nos países desenvolvidos e que o diferencial é
especialmente maior para a mão-de-obra não qualificada. Comparando os resultados
obtidos nesse trabalho com o artigo de Soo (2004), o coeficiente de Pareto que foi
encontrado nesse estudo no ano de 1994 atinge -0,7287, onde foi considerada
unicamente uma amostra de 13 cidades. No caso do presente trabalho, o resultado foi de
-0,7324 para essas mesmas cidades (Tabela A.2). Mas, considerando uma amostra de
100 cidades o coeficiente aumenta a -1,1295, e 329 cidades o resultado diminui a -
0,8810. Com esse resultado, pode-se inferir que a distribuição das cidades na
Guatemala está muito alterada e mais igualitária do que foi estimado por Soo (2004).
Portanto, para obter uma estimativa mais exata, deve-se levar em consideração a
mudanças no tamanho da amostra, porque o coeficiente de Pareto, como indicam
Gabaix (1981) e Soo (2004), é muito sensível às variações. No apêndice do presente
trabalho são apresentados diferentes valores calculados para três possíveis cenários: 13,
100 e todas as cidades. Com respeito aos resultados, pode-se observar que os valores do
coeficiente de Pareto são maiores se atingem quando restritas as 100 maiores cidades,
mostrando que a desigualdade entre as cidades é menor entre os maiores centros
urbanos.
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
1920 1940 1960 1980 2000 2020
ANOS
CIDADES_13 CIDADES_100 CIDADES_TOTAIS
Expoente de Pareto
Gráfico 3.1: Coeficiente de Pareto na Guatemala 1921-2004
Fonte: cálculos próprios em base censos do (INE) e projeções do CELADE
82
Mas, também, como indica Oliveira (2004), quando se estabelecem restrições
sobre a amostra das cidades existe uma tendência que o coeficiente de Pareto aumente,
o que implica que a desigualdade tenderá a ser menor entre as 100 maiores cidades.
Porém, quando se revisa as demais amostras, como a das 13 maiores cidades, a
desigualdade aumenta, porque o coeficiente de Pareto é menor. Portanto, o resultado
está mostrando que as cidades maiores ainda não estão atingindo um patamar máximo e
esperar que não aconteça um movimento migratório manifestado numa dispersão para
outros centros urbanos importantes, como aconteceu na década dos anos sessenta com a
entrada em vigor do Mercado Comum de América Central (MCCA).
Contrariamente, quando se faz a estimativa com outro número de cidades não se
pode verificar que as cidades estejam atingindo um limite superior, porque o coeficiente
de Pareto diminuiu em ambos os casos quando se utilizam uma amostra de 13 e todas as
cidades do país.
Comparando com os resultados obtidos com os outros países centro-americanos,
como El Salvador no censo de 1992, o coeficiente de Pareto atingiu -0,66 e no censo de
2007 atingiu o tamanho ótimo de -1,06, confirmando a Lei de Zipf, portanto, não está
acontecendo uma dispersão. No caso da Costa Rica, se confirma uma força centrífuga
muito mais forte, acontecendo uma emigração a outros centros urbanos. O coeficiente
de Pareto para o ano de 1984 era de -1,11 e para o ano de 2006 atingiu -1,67. O caso
mais significativo pode ser encontrado na instalação da manufatura da empresa
multinacional Intel, desde o ano de 1998, onde são produzidos chips e constitui
aproximadamente 4,5% do PIB, ocasionando uma mudança tecnológica e um aumento
de 100% no Investimento Estrangeiro Direto (IED).
No caso da Nicarágua, também se confirma, devido a que o coeficiente de Pareto
aumenta de -0,75 até chegar a -0,97. Finalmente, no caso de Honduras, como a
Guatemala, o coeficiente diminui de –0,79 até chegar a -0,73, onde as forças de
aglomeração centrípetas se impõem e os principais centros urbanos, tais como
Tegucigalpa e São Pedro Sula, seguiram aumentando sua população e, portanto, sua
atividade econômica.
83
Analisando o caso da equação (6) e fazendo uma revisão como se indicou no
capítulo 2, na seção 3.2.2 quando 0
>
β
indicaria que a curva que relaciona o tamanho e
a ordem das cidades tem uma forma convexa, que significa que os centros urbanos
maiores são mais povoados e as menores cidades são mais numerosas do que a
regularidade empírica expressada que a Lei de Zipf justificaria. Quando 0
>
β
se
comporta como uma função crescente sugere que tem uma evolução temporal do
tamanho das cidades e tem um coeficiente de correlação positivo com sua dimensão
resultando, assim, um crescimento divergente geográfico manifestado em que as
maiores cidades crescem a uma taxa maior que as menores cidades. Pelo contrário, se
fosse o caso 0
<
β
, o crescimento resultante seria do tipo convergente, as menores
cidades crescem a uma taxa maior que as maiores cidades.
No caso de México, o coeficiente de Pareto atinge em 1990, -1.06 depois se
incrementa até chegar a -1,13 em 2000, e cai de novo em 2005, em -0,989. Para
verificar a Lei de Zipf no caso dos Estados Unidos, no ano 2000, alcança um valor de -
1,04. Por outra parte a Lei de Gibrat para Estados Unidos se verifica no ano 2000.
Por ultimo o grau de concentração urbana medido pelo IHH, vai caindo paulatinamente
em ambos países. No ano de 1980 Estados Unidos tinha um valor de 2,59 e em 2007
atinge um valor 1,81. Para o México em 1990 o valor atingia 6,93, mas depois em 2006
o valor era de 4,82. Este comportamento se deve a um maior grau de abertura comercial,
especialmente no caso de México com a vigência de 14 anos do Tratado Norte-
Americano de Livre Comércio ou NAFTA.
Para o caso da Guatemala, considerando todas as cidades, se demonstra que o
crescimento urbano é convergente. A diferença está nos resultados obtidos na equação
(5), onde se explica anteriormente que aumentou, considerando toda a mostra. De fato,
principalmente nos centros urbanos, existem vários municípios que foram crescendo
muito mais, exemplos bons são os municípios de Villa Nueva, Villa Canales e Mixco,
do departamento da Guatemala, que são cidades satélites onde pernoitam muitos
trabalhadores da capital. Comparando a população média, que no ano de 1964 era de
apenas 3473 habitantes, para uma população total de 4,209,820, e depois, no ano de
1994 era de 8825 para uma população total de 8,331,874.
84
Portanto, aumentou a média das cidades nesse período em 154,10%, mas, no
total, a população aumentou somente 97,91%, portanto, efetivamente, pode-se observar
um incremento no tamanho das cidades do interior, que cresceram mais que as grandes
cidades. Por assuntos políticos não se pode chegar a um consenso para produzir a área
metropolitana urbana comum no departamento da Guatemala para agregar aos
municípios de Mixco, Villa Nueva e Villa Canales como áreas conurbanas à cidade
capital. De conformidade com o Código Municipal, os planos de ordenamento territorial
são concorrência de cada município. Em todo caso se considera a prioridade de
coordenar com outras municipalidades o planejamento e ações em temas setoriais ou
pontuais como transporte, água, drenagem, resíduos sólidos e outros. O código
municipal contempla a ajuda mútua entre os municípios para esse propósito.
Por outro lado, aspectos que devem ser considerados, entre eles a
concorrência entre municípios para atrair moradia e investimentos produtivos geradores
de emprego de acordo com as potencialidades da cada município. É com este fim que a
Municipalidade da cidade da Guatemala impulsiona o "Plano 2020 Guatemala a Cidade
para Viver" e o “Plano de Ordenamento Territorial” (POT). O qual tem com objetivos:
brindar claridade e certeza jurídica melhorar a competitividade, gestão do meio
ambiente, e a qualidade de vida dos moradores da cidade capital e municípios
circundantes.
Como exemplo, temos a antiga disputa política entre o Prefeito Antônio Coro do
Município de Santa Catarina Pínula no departamento da Guatemala e o Prefeito Álvaro
Arzú da cidade capital, Nova Guatemala da Assunção pela concorrência da área
limítrofe de terreno que está em litígio. As propriedades são as mais valorizadas do
departamento e cada um quer cobrir o Imposto único sobre imóveis (IUSI) para
solicitar de seus antigos fundos para o desenvolvimento dos municípios.
Quando se faz o exercício para as 13 e as 100 maiores cidades que constituem a
porção superior da distribuição da ordem das cidades, seria utilizar as estimativas das
equações (6) e (8) os resultados indicam que não se cumpre a Lei Gibrat. Mas, no caso
de utilizar todas as cidades, os resultados são ambíguos cumprindo-se, em muitos casos,
a partir do censo de 1973, a Lei de Gibrat, que indica que existe uma independência
entre o crescimento de uma cidade e o tamanho ou, dito de outra forma, a Lei de Zipf
estaria em seu estado estacionário.
85
4.2 TESTES AO MODELO DE ABERTURA COMERCIAL
O modelo que foi utilizado para avaliar os efeitos de uma abertura comercial
sobre o crescimento foi o seguinte:
tttttt
IEDMXPIBPIB
εααααα
+++++=
543121
(19)
Cabe mencionar que o modelo foi estimado com base em dados anuais do
período compreendido entre os anos de 1960-2006. Nesse sentido, no quadro seguinte,
apresentam-se os resultados obtidos ao atualizar o exercício em referência.
Tabela 4.2- Regressão do modelo de taxas de variação
Fonte: cálculos próprios em base a dados de BANGUAT (2008)
Considerando o modelo que está expresso em primeira diferença, e para
melhorar o cálculo do efeito do DR-CAFTA no crescimento econômico, transformou-se
a equação (19) em:
ttt
wPIBPIB +=
12
α
(20)
Onde
ttttt
IEDMXw
εαααα
++++=
5431
portanto, para
1
+
t
, a equação (20)
converte-se na expressão:
1122121
)(
+++
++=+=
tttttt
wwPIBwPIBPIB
ααα
E, multiplicando, equivaleria a:
Variável Coeficientes
Estatístico t Probabilidade
)1(
PIB
0.364221 3.61859 0.000900
X
0.085046 3.874551 0.000400
M
0.061964 3.279247 0.002300
IED
0.001778 0.513167 0.611000
R
2
0.708222 F estatístico 21.84542
R
2
ajustado 0.675803 Probabilidade 0.000000
86
121
2
21
)(
++
++=
tttt
wwPIBPIB
αα
(21)
Por meio da equação anterior é possível estimar o efeito em
1+
t
PIB
no caso de
uma abertura comercial devido a uma mudança em
t
w
, assumindo que
1+t
w
permanece
constante. Esse efeito pode-se calcular por meio de:
2
1
α
=
+
t
t
w
PIB
(22)
Utilizando a equação anterior, também é possível calcular o efeito de um
incremento unitário nas Exportações (
t
X
), nas Importações (
t
M
) e no Investimento
Estrangeiro Direito (
t
IED
) sobre o crescimento econômico. Para calcular os efeitos
anteriores, deve-se fazer por meio da regra da cadeia:
32
11
αα
=
=
++
t
t
t
t
t
t
X
w
w
PIB
X
PIB
(23)
42
11
αα
=
=
++
t
t
t
t
t
t
M
w
w
PIB
M
PIB
(24)
52
11
αα
=
=
++
t
t
t
t
t
t
IED
w
w
PIB
IED
PIB
(25)
Assim, ter-se-ia o efeito sobre o crescimento econômico do
PIB
por um
incremento de um por cento nas exportações (
t
X
), nas importações (
t
M
) e no
Investimento Estrangeiro Direto (
t
IED
) da seguinte forma:
=
+
t
t
X
PIB
1
(0.364221) (0.085046) =0.0309755 (26)
=
+
t
t
M
PIB
1
(0.364221) (0.061964) = 0.0225686 (27)
=
+
t
t
IED
PIB
1
(0.364221) (0.001778) = 0.0006476 (28)
87
Considerando, por um lado, as estimativas efetuadas pela Comissão de
Comércio dos Estados Unidos da América (USITC) e pelo Fundo Monetário
Internacional (FMI), em ambos os casos a respeito do crescimento das exportações e das
importações e, por outro lado, a estimativa feita pelo Banco de Guatemala (BANGUAT)
com respeito ao crescimento para um ano de vigência do DR-CAFTA, os efeitos totais
teriam os seguintes valores:
a) Para o primeiro cenário, considerando os incrementos estimados pela USITC,
o aumento seria da seguinte ordem: as Exportações (
t
X
) aumentariam em
3,46% pontos porcentuais e as Importações (
t
M
) aumentariam em 4,09%, e a
previsão feita pelo Banco da Guatemala aconteceria um aumentou no
Investimento Estrangeiro Direto (
t
IED
) em 65,34%. Para fazer o cálculo sobre o
efeito da vigência do RD-CAFTA estaria dado por: (0.0309755*3.46) +
(0.0225686*4.09) + (0.0006476*65.34) = 0.241820002, Usando dois decimais
seriam 0,24 pontos porcentuais;
b) No segundo cenário, considerando os incrementos estimados pelo FMI, o
aumento seria da seguinte ordem: as Exportações (
t
X
) aumentariam em 7,78%
pontos porcentuais e as Importações (
t
M
) aumentariam em 9,20% e, o mesmo
que na anterior, a previsão feita pelo Banco de Guatemala, o Investimento
Estrangeiro Direto (
t
IED
) seria de 65,34%.
Para fazer o cálculo sobre o efeito da vigência do RD-CAFTA estaria dado por:
(0.0309755*7.78) + (0.0225686*9.20) + (0.0006476*65.34) = 0.490959826, e usando
dois decimais seriam 0,49 pontos porcentuais.
Comparando os resultados obtidos com os cálculos do BANGUAT (2006) para
USITC atinge a metade 0,24% em comparação 0,48% e no caso do FMI atinge 0,49%
menor ao 0,85%. A diferença poderia se dever ao período tomado como amostra. Para o
modelo do BANGUAT foi no período de 1990-2004 que a economia guatemalteca
experimenta a economia guatemalteca uma maior intensidade de comercio, e para o
nosso caso foi no período mais longo 1960-2006 onde começou uma maior abertura
comercial com a vigência do MCCA.
88
4.3 TESTES DE CORRELAÇÃO
Para determinar a correlação entre uma abertura comercial, como a vigência de
um tratado de livre comércio, e o tamanho das cidades realizou-se a prova de
correlação: “Coeficiente de Correlação de Pearson”
46
. Portanto, serão utilizados, para o
caso de Guatemala, os coeficientes de Pareto para 13, 100 e todas as cidades, e os
índices de abertura comercial e os termos de intercâmbio comercial.
As variáveis quantitativas que foram correlacionadas são o coeficiente de Pareto
(α) e os seguintes indicadores: (1) A razão de intensidade de comércio expressado como
a somatória entre as exportações e importações, divididas entre o Produto Interno Bruto
(PIB):
(
)
PIBMX /+
; (2) Termos de intercâmbio comercial; (3) A taxa de crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB) em geral; (4) efeito porcentual sobre a taxa do
crescimento econômico do PIB com a vigência de uma abertura comercial; e (5) O
Índice Hirschman-Herfindahl (IHH), a medida de concentração urbana.
Antes de fazer qualquer análise sobre a vigência de um Tratado de Livre
Comércio para o caso da Guatemala e sua relação com a ordem do tamanho das cidades
é importante lembrar que deve ser considerada toda a evidência histórica integradora
dos países centro-americanos. Essa evidência foi apresentada no capítulo 2, a qual não é
recente, porque nasceu a partir da época pós-independentista e onde foram manifestados
os interesses de ditos países em formar um bloco de países, cuja finalidade política era
aumentar o poder de negociação comercial e proteger-se de conflitos regionais. Isso,
finalmente, no século seguinte foi materializado com a criação do Mercado Comum da
América Central (MCCA), com seu nascimento na década dos anos sessenta.
46
Para calcular o Coeficiente de Correlação de Pearson foi utilizada a seguinte expressão:
YX
XY
r
σσ
σ
=
, onde
XY
σ
é a covariância de X e Y das variáveis quantitativas. (GUJARATI, 1997,
p. 76-77)
89
Ainda são percebidas alguns sucessos alcançados nessa época com a consecução
desse bloco econômico regional. Portanto, a Guatemala, muito tempo, foi muito
favorável e partidária a uma abertura comercial, levando-se em conta que é um país
pequeno e integrado ao comércio internacional.
Tabela 4.3 - Coeficiente de Correlação de Pearson )(r
Número de cidades
do Censo
A razão de
Intensidade de
Comércio e
(X+M)/PIB: α
Termos de
Intercâmbio
Comercial
RTI: α
Taxa de variação do
Produto Interno Bruto
(PIB): α
Taxa de
variação do
Produto
Interno Bruto
(PIB) devido
a uma
abertura
comercial: α
13 cidades 0.338566 -0.521529 0.444945 -0.491882
100 cidades 0.830224 -0.539865 0.390141 0.338732
Todas as cidades 0.776483 -0.722287 0.502868 0.352037
Fonte: cálculos próprios
(1) α = coeficiente de Pareto
Fazendo uma análise de cada um dos coeficientes da correlação acima:
a) No caso da correlação entre a razão de intensidade de comércio e o
coeficiente de Pareto, nos três casos é positiva quando foram realizados os
diferentes censos populacionais, indicando que existe uma relação “positiva
direta” entre ambas variáveis, portanto, quando uma variável aumenta a outra
também deve aumentar. Quando aumenta a razão de intensidade do comércio, o
coeficiente de Pareto deverá ser maior e, portanto, a desigualdade na distribuição
no tamanho das cidades, menor. Para o caso das 100 maiores cidades, tem um
nível alto de 0,83;
b) De acordo com a proposta da NGE, quanto a imposição de uma força de
aglomeração, as forças centrífugas forçaram a alocação de manufaturas em
outros centros urbanos, como portos e zonas francas liberadas do pagamento de
impostos, aproveitando o investimento nas vantagens naturais para a construção
de portos, entendido por Fujita e Mori (1996) como “cidades portuárias
neoclássicas”, e pontos fixos forçando as forças de aglomeração nessas áreas.
90
Também aconteceram externalidades pecuniárias com o mercado local ampliado
às empresas externas, mercado de trabalho conjunto muito mais flexível ao
existir uma maior quantidade de trabalhadores para diferentes especialidades, e
poderia acontecer um crescimento endógeno que permitiria que fossem
desenvolvidos investimentos e de externalidades tecnológicas que beneficiassem
outras empresas do setor;
c) No caso da correlação entre os termos de intercâmbio comercial (TIC)
47
e o
coeficiente de Pareto o sinal é negativo. Portanto, existiria uma relação inversa
entre ambas, quando aumenta os TIC, o coeficiente de Pareto diminui em certa
proporção. Portanto, um aumento ou uma melhora nos termos de intercâmbio
provocaria um aumento na capacidade de consumo na população, mas também
uma maior desigualdade nos centros urbanos. Portanto, as forças centrípetas
provocariam uma migração maior aos centros urbanos provocando um aumento
na concentração urbana. Assim, também, um mercado local ampliado a outras
atividades manufatureiras com relacionamento com o mercado internacional, um
mercado de trabalho em conjunto mais focalizado para as indústrias com firmas
exportadoras de bens;
d) Para o caso da correlação entre a Taxa de variação do Produto Interno Bruto
(PIB) e o coeficiente de Pareto a relação é positiva direta, considerando as três
amostras de cidades, atingindo 0,50 no caso de todas as cidades.
Especificamente, analisando o efeito sobre essa mesma taxa de crescimento
resultante de uma abertura comercial obtida da regressão do modelo da equação
(19), os resultados são ambíguos. Porque, no caso de unicamente 13 cidades, o
sinal é negativo -0,49, portanto, quando aumentou, devido à proporção da
abertura no PIB, o coeficiente de Pareto diminuiu, portanto, a distribuição das
cidades é menor e mais desigual. Os mercados locais das grandes cidades serão
menores devido à diminuição das forças centrípetas.
47
“[...] Os termos de intercâmbio comercial representam o preço das exportações de um país relativo
ao preço de suas importações
MX
PPTIC =
, onde
X
P
é um índice de um preço das exportações, o
mesmo se aplica para
M
P
. Portanto um aumento ou uma melhora nos termos de intercambio o que
significa que
X
P
subiu em relação à
M
P
que se traduz em que a mesma quantidade física de exportações
pode importar uma maior quantidade de bens. Além de uma elevação transitória no ingresso e a
poupança agregada aumentada pela estabilização no consumo [...]” (SACHS e LARRAIN, 1990, p.
162)
91
Mas, quando se muda o tamanho da amostra, o coeficiente de correlação tem
como resultado uma relação direta de 0,33, onde os centros urbanos das grandes
urbes tenderão a diminuir suas populações, devido à redução da desigualdade
resultante. Acontecera um deslocamento das atividades das cidades que ficam
próximas aos portos, um aumento dos fatores móveis dispersos, um aumento da
concorrência comercial devido à economia estar aberta as empresas estrangeiras.
Também e de se esperar um maior congestionamento nas rodoviárias e a
poluição ocasionara prejuízo na qualidade de vida, assim como aumentos nos
preço da moradia e no solo agrícola e aumentos nos custos de deslocamento;
e) O coeficiente de correlação entre o Índice Hirschman-Herfindahl (IHH) e o
coeficiente de Pareto, a medida de concentração urbana considerando todas as
cidades, atinge -0,35. Portanto, tem uma relação negativa quando aumenta a
concentração urbana, como indica o coeficiente de Pareto (
0
α
), as cidades
serão mais desiguais, acontecendo uma emigração às cidades com centros
urbanos maiores. Por outra parte, o coeficiente de correlação entre o IHH e o
PIB
per capita
(em logaritmos) atinge -0,99, uma relação inversa, conforme
aumenta a concentração urbana o PIB
per capita
diminui, mas, como no caso da
Guatemala, quando a concentração urbana diminuiu a partir do ano de 1964, o
PIB per capita aumentou. Nesse período, como foi exposto na seção 2.2,
aconteceu o nascimento do Mercado Comum da América Central (MCCA), e se
registraram as taxas de crescimento da ordem de 9,5%.
92
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A vigência de um Tratado de livre comércio pode afetar o tamanho das cidades
favorecendo uma queda na concentração urbana, portanto, o tamanho populacional das
cidades da Guatemala deve ser menos desigual. No caso da Guatemala, a concentração
urbana tem uma relação inversa com a taxa de crescimento do PIB per capita (em
logaritmos), portanto, pode favorecer o crescimento econômico geral da Guatemala. No
período tomado como amostra, 1964-2002, o coeficiente de correlação é muito alto.
Como indica a NGE, os mecanismos de “causalidade circular”, as forças centrífugas
derivam-se da pressão que propõe a concentração geográfica nos mercados dos fatores
locais, estabelecendo-se um processo de aglomeração e crescimento econômico.
De acordo com os resultados obtidos para o coeficiente de Pareto não existem
variações significativas na ordem do tamanho das cidades entre os censos do período
compreendido entre 1921-2002. Devido ao fato de que no ano de 1921 o coeficiente era
relativamente baixo, aumentou no ano de 1950 até atingir o valor muito próximo que
permite concluir que a regra do tamanho das cidades se aplica para as cidades
analisadas. Portanto, chegou-se à conclusão de que aconteceu uma importante mudança
no tamanho das cidades nesse período de quase 30 anos, pois se reduzia
significativamente a desigualdade no tamanho e as cidades, tendem a ficar mais
parecidas. As forças de aglomeração centrífugas dominaram e tinha-se a possibilidade
de poder verificar empiricamente a Lei de Zipf. Contudo, já em plena vigência do
Mercado Comum da América Central (MCCA) no início da década dos anos sessenta,
no ano de 1964, o coeficiente de Pareto se reduziu, portanto, nesse período,
diferentemente do passado, as forças de aglomeração centrípetas dominaram e, em
conseqüência, as cidades tornaram-se mais desiguais. Nos trinta anos seguintes
mantém o coeficiente de Pareto relativamente previsível e estável com leves oscilações
até o ano de 2004.
No caso em que variam os tamanhos das amostras, os resultados mudam.
Pesquisas empíricas realizadas anteriormente com amostras relativamente menores para
a Guatemala produzem resultados diferentes, portanto, o parâmetro de Pareto depende
muito do tamanho da amostra, como afirma Gabaix (2000).
93
No presente trabalho, a preocupação foi também a de examinar a possibilidade
da existência de não-linearidades entre a relação do tamanho e a ordem das cidades.
Para as regressões efetuadas, os resultados obtidos foram alentadores pois os
coeficientes são significativos.
Depois de aplicar diversos testes de distribuição incluindo a verificação da “Lei
de Gibrat” para ordem das cidades na Guatemala, que tinha ser por objetivo medir a
realocação da população no espaço urbano, pode-se considerar a possibilidade de que o
crescimento das cidades é independente de seu tamanho, especificamente no período
compreendido entre 1973-2004. Além disso, conclui-se que o crescimento das cidades
tem um comportamento convergente ou diversificado.
Como se verifica em todas as mostras utilizadas existe uma tendência clara a
concentração da atividade econômica nos maiores centros urbanos ou cidades
intermédias, portanto, nas três amostras, utilizadas as forças de aglomeração centrípetas,
conduzem a uma maior concentração urbana.
Por outra parte, quando se tentou testar a hipótese que indica se a concentração
urbana promove o crescimento econômico que coincide com Velásquez (2002)
48
,
utilizado-se o índice Hirschman-Herfindahl para medir os graus ótimos de urbanização
ou concentração urbana. No período compreendido entre 1921-1950 o índice se reduz,
coincidindo com o coeficiente de Pareto, porque as forças de aglomeração centrífugas
dominam e favorecem o aumento do tamanho das outras cidades menos populosas
durante esse período de quase 30 anos. Mas, no ano de 1964, com a vigência plena do
MCCA se registraram-se altas taxas de crescimento do PIB, aumentou-se
significativamente na concentração urbana atingindo este patamar, conseguindo
constatar plenamente a hipótese da NGE durante essa década. Depois, nos anos
seguintes, o valor do índice foi caindo paulatinamente sem parar até o ano de 2002.
48
“[...] pode se apreciar com clareza e compreender a dinâmica pela qual durante o período 1940- 1964 se
registra um desenvolvimento capitalista da economia guatemalteca junto ao crescimento urbano e a
urbanização, sem dúvida importante. Mas ainda entre os anos 1950 e 1980, os períodos de mais alto
crescimento capitalistas foram os compreendidos entre 1965 e 1970 e entre 1975 e 1980 [...]”
(VELASQUEZ, 2002)
94
A variação do expoente de Pareto está correlacionada com a razão de
intensidade de comércio existente de forma “positiva direta” entre ambas variáveis. No
caso de todas as cidades, o valor do coeficiente de correlação que se atinge é muito alto,
portanto, verifica-se a hipótese que quando aumenta o comércio internacional as cidades
tendem a ser menos desiguais. Esse resultado também é apoiado pelo índice de
Hirschman-Herfindahl que tem um valor positivo.
Por último, verifica-se a hipótese de que a concentração urbana está relacionada
negativamente com o comércio internacional. Porque, a concentração urbana tinha
caído nos últimos 40 anos, desde 1964 até 2004, e o grau de intensidade de comércio
aumentou. Com a plena vigência do RD-CAFTA, portanto, é previsível que o grau de
concentração urbana tenha a tendência de aumentar as forças centrífugas, e o aumento
do comércio exterior (a razão da intensidade do comércio) e do crescimento econômico.
Primazia da cidade como uma explicação, mesmo assim, não foi desenvolvida
adequadamente e não deixa de ser uma alternativa altamente factível que foi
apresentada pela NGE. Porque, no caso da Guatemala, os regimes ditatoriais militares
durante um período de 40 anos (1954-1986), com exceção do período 1968-1972 de
regime civil, poderia ser um terreno fértil para procurar outras explicações para as
mudanças nas cidades nos últimos 100 anos.
95
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2008.
102
APÊNDICE A- Tabelas do Coeficiente de Pareto e Índice Herdindahl e Hirschman
Tabela A.1- Estatística Descritiva da Guatemala
Valor Valor Desvio de Coeficiente de
Desvio
Variável
Anos n Mínimo
Máximo
Média Padrão Variação Médio
1921* 339
120 112086 1593.1003 6224.3416 3.9071 1399.5208
1950* 310
244 284276 6173.9194 16415.4555 2.6588 4224.8969
1964* 322
123 454433 3494.6149 25401.6061 7.2688 3932.2218
1973* 325
153 700504 5778.9538 39484.9807 6.8325 6781.1442
1981* 326
114 754243 6076.4509 41923.3006 6.8993 6619.9092
1994* 329
324 823301 8825.2036 47391.2019 5.3700 9579.9855
1999 330
476 1006953
12088.6779 58957.9982 4.8771 13104.0589
2000 330
498 1015303
11970.7086 59624.4494 4.9809 12997.7102
2001 330
516 1022000
12254.8822 60268.9918 4.9180 13310.0471
2002* 330
533 1027141
12546.5075 60860.3391 4.8508 13625.7140
2003 330
552 1030548
12841.1510 61393.9076 4.7810 13946.3904
População das cidades
2004 330
571 1030962
13139.0809 61823.2614 4.7053 14268.7687
1921* 339
4.7875 5.0496 6.7231 0.9464 0.1408 0.7472
1950* 310
5.4972 12.5577 8.3085 0.7918 0.0953 0.6218
1964* 322
4.8122 13.0268 7.1306 1.0302 0.1472 0.8011
1973* 325
5.0304 13.4596 7.5715 1.0607 0.1401 0.7962
1981* 326
4.7362 13.5335 7.7299 1.0355 0.1340 0.8031
1994* 329
5.7807 13.6211 8.1192 1.0559 0.1300 0.8177
1999 330
6.1654 13.8224 8.4297 1.0917 0.1295 0.8564
2000 330
6.2106 13.8307 8.4181 1.0768 0.1279 0.8389
2001 330
6.2461 13.8373 8.4414 1.0792 0.1278 0.8410
2002* 330
6.2785 13.8423 8.4649 1.0819 0.1278 0.8437
2003 330
6.3135 13.8456 8.4881 1.0846 0.1278 0.8462
Ln População
2004 330
6.3474 13.8460 8.5113 1.0873 0.1277 0.8488
1921* 339
0.0000 5.8260 4.8373 0.9683 0.2002 0.7244
1950* 310
0.0000 5.7366 4.7488 0.9663 0.2035 0.7236
1964* 322
0.0000 5.7746 4.7864 0.9672 0.2021 0.7239
1973* 325
0.0000 5.7838 4.7956 0.9674 0.2017 0.7240
1981* 326
0.0000 5.7869 4.7986 0.9675 0.2016 0.7241
1994* 329
0.0000 5.7961 4.8077 0.9677 0.2013 0.7241
Ln rank
1999-2004, 2002* 330
0.0000 5.7991 4.8107 0.9677 0.2012 0.7242
Fonte: cálculos próprios em base aos censos publicados no INE e o resto são projeções do CELADE
(1) *Ano do censo oficial do Instituto Nacional de Estatística (INE) da Republica da Guatemala
103
Fonte: cálculos próprios em base aos nos censos do INE e projeções do CELADE.
Tabela A.2 - Resultados obtidos para equação (6)
Cidades Anos A α R
2
Ajustado
N
1921* 8.877387 -0.795089 0.867695 13
(0.844798) (0.093610)
1950* 10.21330 -0.838772 0.688329 13
(1.724627) (0.170176)
1964* 7.995465 -0.643998 0.821466 13
(0.884990) (0.090522)
1973* 8.872373 -0.683684 0.911791 13
(0.672599) (0.064116)
1981* 8.396302 -0.647450 0.786977 13
(1.049984) (0.101565)
1994* 9.761984 -0.732482 0.941124 13
(0.607744) (0.055239)
1999 10.27127 -0.754857 0.948118 13
(0.604204) (0.053241)
2000 10.14134 -0.743233 0.955059 13
(0.551838) (0.048611)
2001 10.18107 -0.744760 0.956253 13
(0.546670) (0.048029)
2002* 10.21848 -0.746101 0.957161 13
(0.957161) (0.047591)
2003 10.25870 -0.747705 0.958889 13
(0.534049) (0.046680)
2004 10.29642 -0.749102 0.960205 13
População das 13 maiores cidades da Guatemala
(0.527381) (0.045981)
1921* 15.07774 -1.457578 0.916968 100
(0.348790) (0.044306)
1950* 19.26633 -1.706372 0.883961 100
(0.572889) (0.062452)
1964* 13.48906 -1.184066 0.920155 100
(0.294333) (0.035234)
1973* 13.14757 -1.082291 0.957989 100
(0.202084) (0.022895)
1981* 14.43094 -1.209977 0.914056 100
(0.335444) (0.037479)
1994* 14.18513 -1.129596 0.957005 100
(0.226666) (0.024186)
1999 14.66746 -1.135697 0.965786 100
(0.210422) (0.021593)
2000 12.94775 -0.964665 0.757598 100
(0.533967) (0.055120)
2001 12.95517 -0.962783 0.757722 100
(0.534209) (0.054994)
2002* 12.96094 -0.960665 0.756788 100
(0.535895) (0.055013)
2003 12.96042 -0.957980 0.755739 100
(0.537389) (0.055015)
2004 12.31168 -0.892046 0.703082 100
População de 100 maiores cidades da Guatemala
(0.571688) (0.058558)
104
Fonte: cálculos próprios em base aos censos do INE e projeções do CELADE
Tabela A.3 - Resultados obtidos para equação (6)
Cidades Anos A α β R
2
Ajustado N
1921* 37.94216 -6.751540 0.300138 0.978494 13
(4.065064) (0.830803) (0.041816)
1950* 120.9439 -20.95627 0.901819 0.965887 13
(12.29036) (2.231042) (0.099977)
1964* 38.71868 -6.365624 0.260514 0.988400 13
(2.572040) (0.477577) (0.021717)
1973* 31.61958 -4.724226 0.176613 0.989613 13
(2.639080) (0.467369) (0.020404)
1981* 48.21069 -7.673939 0.303905 0.957531 13
(6.301895) (1.109795) (0.047956)
1994* 27.44219 -3.777804 0.129646 0.970539 13
(5.613616) (0.964662) (0.041031)
1999 26.46692 -3.476205 0.113205 0.966528 13
(6.924563) (1.161251) (0.048271)
2000 23.60810 -3.009584 0.094417 0.968650 13
(6.485694) (1.089289) (0.045346)
2001 22.94606 -2.889809 0.089247 0.968072 13
(6.652904) (1.115760) (0.046388)
2002* 22.22452 -2.760749 0.083717 0.967259 13
(6.854836) (1.148052) (0.047672)
2003 21.60388 -2.648882 0.078909 0.967576 13
(6.949200) (1.162343) (0.048210)
2004 20.90448 -2.524511 0.073609 0.967488 13
População das 13 maiores cidades da Guatemala
(7.105194) (1.187007) (0.049181)
1921* 32.89423 -5.593167 0.236284 0.980655 100
(1.011257) (0.232421) (0.013222)
1950* 52.93112 -8.512012 0.340695 0.968134 100
(2.124666) (0.426437) (0.021284)
1964* 26.82237 -4.071818 0.153232 0.984471 100
(0.677903) (0.144921) (0.007645)
1973* 23.81157 -3.292161 0.112364 0.994127 100
(0.443032) (0.090858) (0.004599)
1981* 30.13977 -4.405178 0.159709 0.97888 100
(0.925620) (0.186117) (0.009256)
1994* 28.20426 -3.883324 0.133144 0.992876 100
(0.641111) (0.124999) (0.006025)
1999 27.64016 -3.606574 0.116094 0.991098 100
(0.788554) (0.149193) (0.006991)
2000 29.21781 -3.921532 0.131132 0.993078 100
(0.696608) (0.131763) (0.006166)
2001 29.18236 -3.904054 0.130107 0.993223 100
(0.695448) (0.131267) (0.006130)
2002* 29.20808 -3.897172 -3.897172 0.993167 100
(0.705737) (0.132914) (0.006194)
2003 29.15831 -3.876994 0.12839 0.993316 100
(0.704580) (0.132422) (0.006158)
2004 29.06109 -3.848569 0.126894 0.993282 100
População das 100 maiores cidades da Guatemala
(0.712821) (0.133705) (0.006206)
105
Fonte: cálculos próprios em base aos nos censos do INE e projeções do CELADE
Tabela A.4 - Resultados obtidos para equação (6) (continuação)
Cidades Anos A
α β
R
2
Ajustado N
1921* 4.746776 0.953452 -0.137106 0.936734 339
(0.407563) (0.116553) (0.008279)
1950* 0.740534 2.060582 -0.18824 0.90289 310
(0.967791) (0.228215) (0.013449)
1964* 7.204587 0.176429 -0.070828 0.934843 322
(0.372262) (0.098050) (0.006417)
1973* 7.309062 0.166925 -0.064627 0.950874 325
(0.346595) (0.085568) (0.005244)
1981* 6.185634 0.486103 -0.084586 0.929269 326
(0.435701) (0.107180) (0.006567)
1994* 6.241948 0.475524 -0.078993 0.954143 326
(0.401386) (0.093475) (0.005406)
1999 5.375186 0.666002 -0.08552 0.963998 330
(0.381593) (0.086009) (0.004809)
2000 5.840287 0.56704 -0.080575 0.959575 330
(0.403297) (0.090809) (0.005075)
2001 5.801971 0.574931 -0.080705 0.960379 330
(0.401615) (0.090192) (0.005027)
2002* 5.749898 0.585691 -0.08098 0.961124 330
(0.399997) (0.089599) (0.004981)
2003 5.698872 0.596224 -0.081248 0.961963 330
(0.397827) (0.088886) (0.004928)
2004 5.6437 0.607559 -0.081555 0.962767 330
População de todas cidades da Guatemala
(0.395668) (0.088181) (0.004876)
106
Fonte: cálculos próprios em base aos censos do INE e projeções do CELADE
Tabela A.5 - Resultados obtidos para equação (8)
Cidades
Anos A α
0
α
1
R
2
Ajustado N
1921* 14.86621 -1.496265 1.95E-06 9.70E-01 13
(1.107565) (0.128692) (3.33E-07)
1950* 36.93817 -3.586065 2.27E-06 0.972032 13
(2.708248) (0.277967) 2.25E-07
1964* 15.29431 -1.428192 5.60E-07 0.9833 13
(0.793925) (0.084788) (5.69E-08)
1973* 12.79151 -1.077408 1.83E-07 0.978304 13
(0.789565) (0.078542) (3.31E-08)
1981* 16.85156 -1.503090 3.42E-07 0.943429 13
(1.705023) (0.171715) (6.51E-08)
1994* 12.16448 -0.963416 8.71E-08 0.963894 13
(1.079084) (0.102543) (3.47E-08)
1999 12.19504 -0.934285 5.31E-08 0.960794 13
(1.203347) (0.110965) (2.95E-08)
2000 11.68950 -0.887836 4.33E-08 0.964023 13
(1.109092) (0.102337) (2.75E-08)
2001 11.59356 -0.876421 3.91E-08 0.96364 13
(1.120413) (0.103160) (2.74E-08)
2002* 11.48730 -0.864138 3.48E-08 0.963048 13
(1.135980) (0.104380) (2.76E-08)
2003 11.39137 -0.852881 3.08E-08 0.963508 13
(1.136685) (0.104244) (2.74E-08)
2004 11.27831 -0.840119 2.65E-08 0.963605 13
População das 13 maiores cidades da Guatemala
(1.145310) (0.104851) (2.75E-08)
1921* 18.3677 -1.889489 2.78E-06 0.987355 100
(0.196884) (0.025446) (1.20E-07)
1950* 25.23435 -2.375713 1.28E-06 0.981496 100
(0.350049) (0.038789) (5.65E-08)
1964* 16.04265 -1.498113 5.86E-07 0.993911 100
(0.110564) (0.013401) (1.71E-08)
1973* 14.75389 -1.270235 2.53E-07 0.995579 100
(0.086435) (0.009928) (8.81E-09)
1981* 17.31164 -1.539986 3.45E-07 0.988993 100
(0.164701) (0.018619) (1.34E-08)
1994* 15.95366 -1.324677 1.97E-07 0.987541 100
(0.167919) (0.018202) (1.28E-08)
1999 16.29913 -1.309054 1.38E-07 0.988759 100
(0.167711) (0.017503) (9.78E-09)
2000 16.29351 -1.313881 1.46E-07 0.986586 100
(0.183662) (0.019244) (1.07E-08)
2001 16.29431 -1.310312 1.42E-07 0.986665 100
(0.183954) (0.019226) (1.06E-08)
2002* 16.30914 -1.308094 1.40E-07 0.98649 100
(0.186304) (0.019421) (1.06E-08)
2003 16.3143 -1.304983 1.37E-07 0.986651 100
(0.186252) (0.019368) (1.05E-08)
2004 16.31339 -1.301301 1.34E-07 0.98669 100
População das 100 maiores cidades da Guatemala
(0.187124) (0.019413) (1.05E-08)
107
Fonte: cálculos próprios em base aos censos do INE e projeções do CELADE
Tabela A.6- Resultados obtidos para equação (8) (continuação)
Cidades Anos A
α
0
α
1
R
2
Ajustado N
1921* 11.17892 -0.941971 -6.46E-07 0.88699 339
(0.138665) (0.020679) (2.73E-07)
1950* 13.81752 -1.089824 -2.40E-07 0.842932 310
(0.257756) (0.031301) (1.21E-07)
1964* 11.21199 -0.901364 4.73E-08 0.910185 322
(0.121938) (0.017048) (5.32E-08)
1973* 11.46153 -0.880487 1.04E-08 0.92773 325
(0.113176) (0.014921) (2.99E-08)
1981* 11.62789 -0.883512 3.24E-09 0.892944 326
(0.142340) (0.018377) (3.36E-08)
1994* 11.87813 -0.870356 -4.09E-08 0.924706 329
(0.125147) (0.015433) (2.55E-08)
1999 11.85472 -0.834665 -6.08E-08 0.931239 330
(0.120489) (0.014329) (1.94E-08)
2000 11.96318 -0.848874 -5.05E-08 0.929859 330
(0.123513) (0.014709) (1.95E-08)
2001 11.96215 -0.846354 -8.46E-01 0.930742 330
(0.122993) (0.014610) (1.92E-08)
2002* 11.95679 -0.843312 -5.50E-08 0.931468 330
(0.122578) (0.014523) (1.89E-08)
2003 11.95175 -0.840343 -5.76E-08 0.932308 330
(0.122086) (0.014429) (1.87E-08)
2004 11.94441 -0.837123 -6.05E-08 0.933104 330
População de todas cidades da Guatemala
(0.121649) (0.014343) (1.85E-08)
108
Fonte: cálculos próprios em base aos censos publicados em Brinnkhoff (2008)
Tabela A.7 - Expoentes de Pareto
Cidades Anos A
α
R
2
Ajustado N
1992 9.549743 -0.664621 0.898026 64
EL SALVADOR (0.273927) (0.028443)
2007 13.79559 -1.024509 0.968517 64
0.243325 0.023459
1984 13.4101 -1.116577 0.923216 37
(0.524373) (0.054430)
COSTA RICA 2000 19.82769 -1.669128 0.862395 50
(0.968663) (0.096235)
2006 20.08289 -1.672152 0.869035 50
(0.955677) (0.093695)
1998 10.37646 -0.793194 0.963419 36
HONDURAS (0.259419) (0.026507)
2000 10.07094 -0.73172 0.946841 39
(0.287649) (0.028503)
1971 9.465814 -0.759783 0.961914 33
(0.247114) (0.027153)
NICARAGUA 1995 11.3793 -0.861222 0.966242 37
(0.275204) (0.027210)
2005 12.42693 -0.940156 0.959289 38
(0.333886) (0.032280)
1990 16.68893 -1.062005 0.930528 73
(0.434042) (0.034438)
1995 17.52234 -1.110631 0.914173 74
MÉXICO (0.512885) (0.040105)
2000 17.90239 -1.131359 0.90475 74
(0.557610) (0.043262)
2005 16.15438 -0.989885 0.790834 74
(0.777865) (0.059996)
1980 15.39866 -0.924335 0.881801 228
(0.267651) (0.022511)
1990 17.72984 -1.102396 0.927997 233
ESTADOS (0.243663) (0.020204)
UNIDOS 2000 17.3483 -1.047966 0.654942 268
(0.568196) (0.046639)
2007 18.16576 -1.107663 0.661941 268
(0.595190) (0.048535)
109
Fonte: cálculos próprios em base aos censos publicados em Brinnkhoff (2008)
Tabela A.8 - Resultados obtidos para equação (6)
Cidades Anos A
α β
R
2
Ajustado N
1992 -1.56011 1.661141 -0.11957 0.993162 64
EL SALVADOR (0.388008) (0.080179) (0.004104)
2007 -6.307514 2.758855 -0.176636 0.991338 64
(1.590924) (0.298686) (0.013933)
1984 17.1471 -1.861479 0.036831 0.925032 37
(4.150390) (0.822454) (0.040575)
COSTA RICA 2000 66.91984 -10.45594 0.407124 0.93835 50
(6.223140) (1.156541) (0.053502)
2006 66.30798 -10.20352 0.391145 0.938616 50
(6.367403) (1.170621) (0.053588)
1998 10.10803 -0.74089 -0.002511 0.963446 36
HONDURAS (1.743797) (0.336958) (0.016122)
2000 4.955872 0.250581 0.250581 0.959772 39
(1.524922) (0.289858) (0.013665)
1971 9.200153 -0.703576 -0.002921 0.961968 33
(1.314123) (0.274304) (0.014181)
NICARAGUA 1995 13.86745 -1.332082 0.021998 0.967966 37
(1.859529) 0.349152 (0.016264)
2005 18.61726 -2.082652 0.052148 0.966019 38
(2.371359) (0.434951) (0.019806)
1990 3.200896 1.029077 -0.080647 0.942768 73
(3.508483) (0.541355) (0.020843)
1995 -1.165547 1.757159 -0.109562 0.93338 74
MÉXICO (4.155434) (0.634844) (0.024216)
2000 -2.653446 2.002438 -0.118976 0.926243 74
(4.546091) (0.690024) (0.026157)
2005 -15.33546 3.924008 -0.190926 0.910038 74
(3.286952) (0.508163) (0.019684)
1980 -7.737864 2.941082 -0.160354 0.972241 228
(0.864373) (0.143186) (0.005923)
1990 -3.448945 2.332788 2.332788 0.971403 233
ESTADOS (1.143909) (0.184297) (0.007415)
UNIDOS 2000 4.256916 1.02751 -0.08184 0.663115 268
(5.193542) (0.819829) (0.032276)
2007 13.32376 -0.350323 -0.029458 0.662631 268
(6.601474) (1.029474) (0.039998)
110
Fonte: cálculos próprios em base aos censos publicados em Brinnkhoff (2008)
Tabela A.9 - Resultados obtidos para equação (8)
Cidades Anos A
α
0
α
1
R
2
Ajustado N
1992 8.031275 -0.490048 -3.83E-07 0.957739 64
EL SALVADOR (0.957739) (0.026351) (4.13E-08)
2007 10.68005 -0.700091 -4.39E-07 0.996143 64
(0.172013) (0.017590) (2.10E-08)
1984 14.54898 -1.241314 2.50E-07 0.930655 37
(0.781794) (0.083784) (1.31E-07)
COSTA RICA 2000 28.78305 -2.590626 1.00E-06 0.955497 50
(1.060918) (0.108143) (1.01E-07)
2006 28.70334 -2.547874 8.45E-07 0.955196 50
(1.068312) (0.107480) (8.89E-08)
1998 1.07E+01 -0.828583 3.85E-08 0.964692 36
HONDURAS (0.395507) (0.041855) (3.53E-08)
2000 9.723629 -0.694936 -3.11E-08 0.948742 39
(0.415164) (0.042647) (2.69E-08)
1971 9.851686 -0.805013 8.78E-08 0.965576 33
(0.322013) (0.036465) (4.92E-08)
NICARAGUA 1995 12.06104 -0.93233 5.32E-08 0.972577 37
(0.350005) (0.035537) (1.90E-08)
2005 13.46049 -1.045183 6.76E-08 0.969497 38
(0.420845) (0.041770) (1.97E-08)
1990 16.5491 -1.050409 -9.29E-10 0.930655 73
(0.585769) (0.047421) (2.59E-09)
1995 17.13164 -1.078648 -2.40E-09 0.914983 74
MÉXICO (0.699890) (0.055924) (2.92E-09)
2000 17.43447 -1.093352 -2.66E-09 0.905807 74
(0.765796) (0.060736) (2.98E-09)
2005 14.39817 -0.846751 -1.13E-08 0.81239 74
(0.963552) (0.0760629) (3.96E-09)
1980 14.05418 -0.804733 -2.14E-08 0.905681 228
(0.298580) (0.025637) (2.84E-09)
1990 16.77487 -1.019465 -1.17E-08 0.934804 233
ESTADOS (0.303266) (0.025644) (2.38E-09)
UNIDOS 2000 16.34613 -0.962339 -1.01E-08 0.659882 268
(0.761832) (0.063696) (5.13E-09)
2007 17.46573 -1.048393 -6.21E-09 0.663843 268
(0.824838) (0.068511) (5.07E-09)
111
Fonte: cálculos próprios em base aos censos publicados em Brinnkhoff (2008)
Tabela A.10- Grau de concentração urbana
PAÍS CENSOS INDICE HERFINDAHL-
ANUAIS HIRSCHMAN (IHH)
1984 2.468611
COSTA RICA 2000 5.562983
2006 5.580318
EL 1992 7.141112
SALVADOR 2007 3.812698
1980 2.596704
ESTADOS 1990 2.324380
UNIDOS 2000 1.893696
2007 1.817705
1921 4.784691
1950 2.595683
1964 16.668061
1973 14.627715
1981 14.863320
1994 9.042273
1999 7.489174
2000 7.798124
2001 7.610005
2002 7.411744
2003 7.208777
GUATEMALA
2004 6.991733
1974 19.420835
HONDURAS 1998 18.430050
2001 16.696744
1971 25.659417
NICARAGUA 1995 18.545451
2005 15.275473
1990 6.938736
MEXICO 1995 5.610312
2000 5.259623
2006 4.828907
112
ANEXO A-- Guatemala a distribuição da população
Tabela A.1.1 - Guatemala a distribuição da população
REGIÕES MUNICÍPIOS
MAIOR
DE 100
HAB.
MAIOR
DE 50
MIL
HAB.
MAIOR
DE 25
MIL
HAB.
MAIOR
DE
5 MIL
HAB.
MENOR
DE
5 MIL
HAB.
NUMERO DE
CIDADES
INTERMÉDIAS
REPÚBLICA 331 4 11 24 153 139 16
METROPOLITANA 17 3 5 3 5 1 0
NORTE 24 0 1 0 14 9 1
NORDESTE 34 0 1 2 12 19 3
SUDESTE 38 0 0 3 17 18 2
CENTRAL 45 0 2 4 34 5 4
SUDOESTE 109 1 1 9 46 52 4
NOROESTE 52 0 0 2 16 33 2
PETEN 12 0 0 1 9 2 0
Fonte: Moran (2006, p.4)
113
ANEXO B- Mapa das cidades intermédias de Guatemala
Fonte: Moran (2006, p.6)
114
ANEXO C-Mapa de taxa de crescimento urbano -1950 – 1964
Fonte: Cifuentes (2006, p.7)
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