Particular
Resumo tese/dissertação:
ESTA TESE APRESENTA UM REFLEXÃO ANALÍTICA DA PRÁTICA POLÍTICO-PEDAGÓGICA DO CENTRO DE DIREITOS
HUMANOS E EDUCAÇÃO POPULAR - CDHEP DA REGIÃO ADMINISTRATIVA DO CAMPO LIMPO - ZONA SUL DA CIDADE
DE SÃO PAULO. APRESENTA A TRAJETÓRIA DO CDHEP INTIMAMENTE LIGADA À AÇÃO SÓCIO-POLÍTICA DA IGREJA
CATÓLICA NA REGIÃO DO CAMPO LIMPO, NO CONTEXTO DA ESPANSÃO URBANA CAÓTICA DA CIDADE DE SÃO
PAULO, RESULTADO DO MODELO DE INDUSTRIALIZAÇÃO IMPLANTADO NO PAIS. IDENTIFICA ALGUNS FATORES
EXTERNOS E INTERNOS QUE INFLUENCIARAM SUA ATUAÇÃO PEDAGÓGICA JUNTO AOS MOVIMENTOS SOCIAIS DA
REGIÃO E QUE O LEVARAM, NA DÉCADA DE NOVENTA A DAR RELEVO PREFERENCIAL PARA A EDUCAÇÃO
POPULAR, CULMINANDO COM A CRIAÇÃO DE UMA ESCOLA DE LIDERANCAS. A TESE MOSTRA, AINDA, A INSERÇÃO
DO CDHEP NO ROL DAS ORGANIZAÇÕES DE ASSESSORIA POPULAR QUE COMPREENDEM E REFLETEM SOBRE A
CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR COMO PRÁTICA POLÍTICA-EDUCATIVA NA FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS
DOS MOVIMENTOS SOCIAIS. DESTACA A CONTRIBUIÇÃO DO CDHEP POR UM LADO, JUNTO AOS MOVIMENTOS
SOCIAIS NA CONCIENTIZAÇÃO DA CIDADANIA E NA POSSIBILIDADE DE OCUPAR UM ESPAÇO SOCIO-POLÍTICO, DE
MODO SUBSTANTIVO, NO CONTEXTO DA SOCIEDADE CIVIL CONTEMPORÂNEA E, POR OUTRO NA
RECONCEITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO POPULAR FRENTE ÀS INCERTEZAS E PERPLEXIDADES POSTAS PELA ATUAL
CRISE DOS PARADIGMAS.
30) MARIA DE FATIMA YASBECK ASFORA. A Força desarmada: presença da Comissão Pastoral da Terra nos conflitos
rurais.. 01/02/2004
2v. 285p. Doutorado. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - SERVIÇO SOCIAL
Orientador(es): NOBUCO KAMEYAMA
Biblioteca Depositaria: CFCH
Email do autor:
Palavras - chave:
MOVIMENTOS SOCIAIS;TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO;NORDESTE AGRÁRIO;
Área(s) do conhecimento:
SERVIÇO SOCIAL
Banca examinadora:
Anita Aline Albuquerque da Costa
HAROLDO BAPTISTA DE ABREU
NOBUCO KAMEYAMA
RENE LOUIS DE CARVALHO
YVES DO AMARAL LESBAUPIN
Linha(s) de pesquisa:
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação:
Idioma(s):
Português
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
O processo de modernização na agricultura brasileira, consolidado no decorrer da segunda metade do século vinte, ficou
caracterizado pela desigual estrutura de posse e propriedade da terra, bem como pela adoção de diversos mecanismos de
crédito, que privilegiaram a classe dominante. No Nordeste, além do forte impulso ocorrido na expansão do modo de produção
capitalista, verificamos que a redefinação da divisão regional do trabalho à escala nacional, comandada pela expansão
capitalista industrial do Centro-Sul com o incentivo do capital estrangeiro, concorreram para modelar duas importanttes
oligarquias agrárias: os "barões do açúcar" e os "coronéis", os grandes fazendeiros do algodão-pecuária, situados
respectivamente nas áreas do litoral, mata e no semi-árido. Quanto aos trabalhadores rurais, o processo de modernização
conservadora resultou em violências múltiplas, motivando o apoio de setores progressistas da Igreja Católica a partir dos
meados de 60, em plena ditadura militar. Desse modo, incentivados pelas idéias do Concílio Vaticano II, sacerdotes e leigos,
começaram a atuar como intelectuais orgânicos das classes subalternas, no sentido gramsciano, em defesa do homem do
campo, denunciando os arbítrios dos proprietários de terra. No Noderte, o processo representativo de uma nova forma de ser
Igreja pode ser reconhecido a partir de julho de 1966, quando quinze bispos, liderados por Dom Helder Camara, arcebispo de
Olinda e Recife, reforçaram e apoiaram o Manifesto de Ação Católica Operária, divulgado em março de 1966 e os relatórios da
Animação dos Cristãos no Meio Rural do Brasil e da Juventude Agrária Católica, JAC, também referentes àquele período. Em
contrapartida, as autoridades militares empreenderam diferentes níveis e formas de perseguições a esses grupos,
configurando uma crise entre Estado e Igreja, enquanto a prática de atividades do clero e de leigos progressistas, fazia surgir
atores sociais numa perspetiva que corresponderia à origem das Pastorais Rurais e posteriormente à formalização da
Comissão Pastoral da Terra, CPT. É nesse contexto dos conflitos agrários, que identificamos os recursos organizativos
utilizados pela comissão Pastoral da Terra como uma Força desarmada, cuja ênfase reside fundamentalmente no processo de
formação educacional dos trabalhadores; na Mística, inspirada na Teologia da Libertação; na busca da Justiça, sem odiar ou
injuriar o opressor e na articulação com entidades nacionais e internacionais, visando fortalecer as conquistas dos direitos
fundamentais da pessoa humana e semear a Esperança.