Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP – DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM ENTOMOLOGIA
A integridade ambiental e o tamanho do riacho afetam a diversidade e a
abundância de Trichoptera (Insecta) associada ao substrato rochoso em riachos de
montanha?
Marcos Carneiro Novaes
Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte
das exigências para obtenção do título de Mestre em
Ciências, Área: Entomologia.
RIBEIRÃO PRETO – SP
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
i
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FFCLRP – DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM ENTOMOLOGIA
A integridade ambiental e o tamanho do riacho afetam a diversidade e a
abundância de Trichoptera (Insecta) associada ao substrato rochoso em riachos de
montanha?
Marcos Carneiro Novaes
Orientador: Prof. Dr. Pitágoras da Conceição Bispo
Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte
das exigências para obtenção do título de Mestre em
Ciências, Área: Entomologia.
RIBEIRÃO PRETO – SP
2010
ads:
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
Marcos Carneiro Novaes
A integridade ambiental e o tamanho do riacho afetam a diversidade e a abundância de
Trichoptera (Insecta) associada ao substrato rochoso em riachos de montanha?
Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da
USP, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciências, Área:
Entomologia. vii+48pp.
Orientador: Prof. Dr. Pitágoras da Conceição Bispo
1. macroinvertebrados bentônicos, insetos aquáticos, qualidade ambiental, distribuição
espacial, fauna de riachos.
iii
Dedico este trabalho ao meu pai e minha mãe que sempre se esforçaram para que eu
tivesse uma vida confortável, e que me ensinaram que um homem não é nada sem
estudo.
iv
“Disse Deus: Haja Luz; e houve luz.”
(Gênesis 1:3)
v
SUMÁRIO
Resumo.............................................................................................................................1
Abstract............................................................................................................................2
Considerações iniciais......................................................................................................3
Capítulo I
1- Introdução....................................................................................................................5
2 - Trichoptera.................................................................................................................8
3 - Insetos aquáticos e qualidade ambiental................................................................10
Capítulo II
1 – Introdução................................................................................................................13
2- Materiais e Métodos..................................................................................................17
2.1. Área de Estudo..........................................................................................................17
2.2. Caracterização Ambiental.........................................................................................17
2.3. Coleta e Identificação taxonômica...........................................................................19
2.4. Análise dos dados.....................................................................................................20
3 – Resultados.................................................................................................................23
4 – Discussão...................................................................................................................25
5 - Referências bibliográficas........................................................................................30
Figuras............................................................................................................................39
Tabelas............................................................................................................................43
Anexo I............................................................................................................................47
vi
Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar ao meu querido amigo e orientador Professor
Doutor Pitágoras da Conceição Bispo, que bem além de mestre é um exemplo de vida a
ser seguido.
A amiga Elisa Yokoyama, muito obrigado pelos ensinamentos sobre
Trichoptera.
Em segundo lugar, agradeço aos queridos amigos Ricardo Cardoso Leite e
Gabriel Cestari Vilardi pela aprendizagem diária, não apenas ao que se refere
classicamente como estudo, pesquisa e atividades laboratoriais, mas pela diversão. Pelo
D.O.T.A. diário que tanto incomoda. Pelos esclarecimentos de RPG e Magic, ou em
suma, de como ser um nerd velho e chato. Obrigado também ao Lucas de Souza
Machado Costa, Thiago Vecchi e Noéle Renó pelo esforço e dedicação nas atividades
em campo.
O meu obrigado aos meus amigos Aurélio Fajar Toneto e Marcos Amoyr
Khnayfes pela descontração e FIFA semanais.
Aos queridos amigos Danilo, Leonardo e Thiago muito obrigado por me
acomodarem e me tratarem sempre tão bem. Qual casa tem uma TV LCD gigante com
home e PS 3 acoplados?! Obrigado pela amizade e carinho de sempre!
Também agradeço aos funcionários da USP e UNESP principalmente à Renata
Andrade, Vera e Gilberto Milani pela grande dedicação e disposição em sempre ajudar.
Meus sinceros agradecimentos à FAPESP pelo apoio financeiro referente ao
projeto “Ecologia e Taxonomia de Insetos Aquáticos de Riachos (proc. 04/09711-8),
vii
dentro do qual este trabalho foi realizado e a CAPES pela bolsa de estudos a mim
concedida.
A todos meus amigos labianos (todos mesmo!) os meus sinceros agradecimentos
e o pedido de desculpas por não citar todos vocês, por medo de me esquecer de alguém.
Aos amigos do Laboratório de Entomologia Aquática da FFCLRP-USP
discípulos do querido professor Claudio G. Froehlich.
Muito obrigado à minha família que sempre acreditou em mim. Aos meus
irmãos Lucas Carneiro Novaes e Bárbara Carneiro Novaes a quem tanto amo e não
meço esforços para que sempre fiquem bem. Aos meus pais Robinson Gonçalves
Novaes e Rosângela nica Aarão Carneiro Novaes que não medem esforços para que
eu esteja bem, e também as minhas avós Marias. Obrigado!
Agradeço também a minha querida e amada companheira Aline Louise que tanto
me faz bem.
E finalmente a meus sinceros amigos que embora não estejam perto, sempre me
fizeram bem e de alguma forma contribuíram para o que eu sou hoje.
1
Resumo. A fauna de Trichoptera em substrato rochoso foi coletada em 22 riachos da
Serra do Mar, Estado de São Paulo, com o objetivo de testar as seguintes hipóteses: 1) a
riqueza aumenta com o tamanho do riacho (vazão), a integridade ambiental e a
cobertura vegetal; 2) a abundância diminui com a cobertura vegetal e aumenta com o
tamanho do riacho e a condutividade; 3) riachos menores possuem menor diversidade
alfa e maior diversidade beta do que de riachos de maior porte; 4) a diminuição da
integridade ambiental reduz a diversidade de fauna (alfa e beta); 5) riachos próximos,
com integridade ambiental, tamanhos e cobertura vegetais semelhantes apresentam
composição faunística similares. Durante o presente trabalho, foram coletadas 7312
larvas de Trichoptera, distribuídas em 12 famílias, 27 gêneros. A riqueza estimada para
a região, através do todo Jacknife 2, foi de 39 gêneros. A cobertura vegetal, a
altitude, a distância geográfica e o status da ação antrópica tiveram relação significativa
com a composição da fauna de Trichoptera (Teste de Mantel), porém com baixa
explicabilidade. A regressão linear múltipla mostrou que o tamanho do riacho (vazão)
foi relacionado positivamente tanto com a riqueza quanto com a abundância. A
abundância do gênero Helicopsyche foi positivamente relacionada com tamanho e
negativamente relacionada com a integridade ambiental e cobertura vegetal. A
abundância do gênero Grumichella foi positivamente relacionada com o tamanho e a
integridade ambiental. Os riachos com vazões intermediárias apresentaram as menores
beta diversidades. Por outro lado, a beta diversidade não diferiu entre riachos com
diferentes índices de integridade ambiental.
Palavras-chave: Trichoptera, cobertura vegetal, altitude, coordenadas geográficas, ação
antrópica, diversidade.
2
Abstract. The fauna of Trichoptera in rock substrate was collected in 22 streams from
“Serra do Mar”, State of São Paulo, in order to test the following hypotheses: 1) the
richness increases with stream size (discharge), environmental integrity and vegetation
cover; 2) the abundance decreases with vegetation cover and increases with stream size
and conductivity; 3) alpha diversity is lower and beta diversity is higher in smaller
streams; 4) the decreasing of environmental integrity reduces the alpha and beta
diversity; 5) geographically closer streams, with similar environmental integrity, size
(discharge) and vegetation cover present similar faunal composition. During this study,
we collected 7312 larvae of Trichoptera, distributed in 12 families and 27 genera. The
estimated richness for the region, by Jacknife 2 estimator, was 39 genera. Vegetation
cover, altitude, geographical distance and status of antropic action had a significant
relationship with composition of Trichoptera (Mantel Test), however, these
relationships had low intensities. Multiple linear regression showed that stream size
(discharge) was positively related with richness and abundance. The abundance of the
genus Helicopsyche was positively related to stream size and negatively related to
environmental integrity and vegetation cover. The abundance of the genus Grumichella
was positively related to stream size and environmental integrity. The streams with
intermediate discharge had lowest beta diversity. On the other hand, the beta diversity
did not differ among streams with different environmental integrity.
Keywords: Trichoptera, vegetation cover, altitude, geographic coordinates, anthropic
action, diversity.
3
Considerações iniciais
A presente dissertação é apresentadas em dois capítulos. O primeiro capítulo se
refere a uma introdução geral sobre as características de ambientes lóticos e sobre a
ordem Trichoptera. Este capítulo está sendo apresentado pois a dissertação será
disponibilizada na internet pelo PPG em Entomologia, assim, está introdução geral pode
ser útil e ponto de partida para alunos de graduação que se interessem pelo assunto. No
segundo capítulo, são apresentados e discutidos os dados levantados durante o período
de mestrado.
4
CAPÍTULO I
Introdução Geral
5
1 – Introdução
As águas continentais são tradicionalmente divididas em ecossistemas lênticos e
lóticos. O ambiente lêntico é caracterizado pela estagnação das águas e é representado
por: lagos, represas, brejos e pântanos. O ambiente lótico é caracterizado pela
correnteza visível e é representado por córregos e rios. Segundo a classificação de
S
TRAHLER
(1957), os ambientes lóticos podem se classificados para fins de estudo, em
ordens, sendo que um riacho que tenha se originado da nascente, sem tributários, é
considerado de primeira ordem. Quando a confluência de dois riachos de ordem,
forma-se um riacho de ordem, e do encontro de dois riachos de ordem, forma-se
um riacho de ordem. Este raciocínio é seguido para toda a bacia a ser estudada.
Assim tem-se a regra de que dois riachos de ordem “n” originam um riacho de ordem
“n+1”. Embora esse sistema de classificação seja muito útil, vale ressaltar que esta é um
informação categórica, por isso riachos de mesma ordem podem ter tamanhos
diferentes. Neste contexto, e considerando a dificuldade de estabelecer as ordens nos
mapas a nossa disposição, utilizamos as ordens apenas para estabelecer o universo do
nosso trabalho (riachos de a ordens). Um vez que trabalhamos com riachos de
montanha com águas rápidas, usamos a vazão como expressão do tamanho
tridimensional do riacho (largura, profundidade e velocidade). A vazão deve ter um
correlação com a ordem, pois enquanto a última tem seus valores impactados pelo
número de tributários que um riacho recebe, o primeiro é impactado pelo volume de
água recebida da soma dos tributários a montante.
A variabilidade dos ecossistemas lóticos pode ser interpretada de acordo com
quatro dimensões principais: longitudinal, vertical, lateral e temporal (W
ARD
, 1989).
Quanto a variação longitudinal, o tamanho do riacho pode ser considerado um dos
6
principais fatores na estruturação das comunidades de organismos aquáticos. Riachos de
ordens distintas apresentam diferenças quanto a sazonalidade, fontes de energia,
disponibilidade de microhabitats e padrões de diversidade (V
ANNOTE
et al., 1980;
H
ILDREW
&
T
OWNSEND
, 1987).
Inúmeros animais exploram o ambiente aquático para sua sobrevivência, grandes
vertebrados como cobras, lagartos alguns mamíferos, aves e peixes, e inúmeros
invertebrados como insetos, crustáceos, moluscos e anelídeos. As espécies animais
ocupam praticamente todos os habitats dentro dos ambientes aquáticos (H
YNES
, 1970).
Estes organismos podem ocupar diferentes posições na coluna d´água, assim, os
organismos podem ocupar a interface água-ar, dependendo da tensão superficial da água
(neuston: organismos microscópicos, e pleuston: plantas superiores, animais, aguapés e
insetos), podem se movimentar livremente pela coluna d´água (nécton, principalmente
os peixes), ou podem estar associados a algum substrato (bentos, principalmente
macroinvertebrados, entre eles larvas de insetos aquáticos) (E
STEVES
, 1988). Além
disso, estes organismos também podem ocorrer em uma região denominada
“hiporreica”, na qual os organismos, principalmente pequenos invertebrados, adentram
as partículas maiores do substrato, vivendo enterrados abaixo da região bentônica
(H
YNES
, 1970; F
ERNÁNDEZ
&
P
ALACIOS
, 1989).
A entomofauna aquática possui um grande número de espécies, desde os vetores
de inúmeras doenças (mais conhecidos pela população humana), quanto os grupos de
pouco conhecimento, que geralmente passam a maior parte de suas vidas no ambiente
bentônico. É denominado inseto aquático todo o inseto que passa o maior período de
sua vida na dependência da água. Dentre estes, nos principais grupos de insetos
aquáticos bentônicos estão os membros das ordens dos Trichoptera, Plecoptera,
Ephemeroptera, Odonata, Megaloptera e alguns grupos de Diptera e Coleoptera. As
7
características estruturais e funcionais de um riacho, ou de qualquer outro ambiente
aquático, influenciam diretamente na distribuição dos insetos, haja vista, que estes
possuem diferentes limites de tolerâncias em relação aos fatores ambientais. Os insetos
aquáticos são importantes elos no fluxo de energia e dinâmica de nutrientes do ambiente
aquático (W
IGGINS
, 1996), tanto consumindo matéria orgânica (viva ou morta), quanto
servindo de presas ou hospedeiros para outros organismos aquáticos (B
RITTAIN
, 1982;
D
UDDIELD
&
N
ELSON
, 1993; G
IBERSON
et al., 1996; M
ALMQVIST
, 1993; W
IGGINS
,
1998).
Os insetos aquáticos, de acordo com seus hábitos alimentares, são encaixados
em cinco grupos funcionais, de acordo com C
UMMINS E
K
LUG
(1979): fragmentadores,
coletores, raspadores, perfuradores e predadores. Estas categorias podem ser
relacionadas com o tamanho das partículas de matéria orgânica que se encontram
disponíveis nos vários trechos de um ambiente lótico. Dessa forma os organismos
fragmentadores ingerem de preferência partículas de matéria grossa (CPOM - “coarse
particulate organic matter”) com diâmetro acima de 1mm, e liberam nutrientes na forma
de partículas de matéria orgânica fina (FPOM “fine particulate organic matter”), com
diâmetro de 1mm a 50m, e ultrafina (UPOM “ultrafine particulate organic matter”),
com diâmetro de 50m a 0,5m; este grupo é predominante em riachos com vegetação
ripária densa. Os coletores ingerem principalmente FPOM e UPOM. Os raspadores
aderem-se ao substrato ingerindo algas e a FPOM aderida a elas. Os perfuradores
ingerem os fluídos celulares de macrófitas (UPOM e DOM). Os insetos predadores
capturam suas presas e a sua proporção na comunidade não depende diretamente do
tamanho do ambiente lótico (C
UMMINS
&
K
LUG
, 1979; V
ANNOTE
et al.; 1980). Entre os
insetos aquáticos, de riachos de montanha, os tricópteros são aqueles que apresentam a
maior diversidade morfológica e comportamental.
8
2 - Trichoptera
Os tricópteros apresentam desenvolvimento holometábolo, com estágios
imaturos aquáticos. As larvas são encontradas nos mais variados tipos de águas
continentais. Os adultos de quase todas as espécies possuem asas, assemelhando-se em
muito as mariposas, sendo distinguidas destas principalmente por possuírem pêlos na
superfície das asas (R
ICHARDS
&
D
AVIES
, 1984). São geralmente de pequeno tamanho
(1,5 a 40mm de comprimento). A maioria dos adultos apresenta vôo fraco, sendo que
algumas fêmeas podem ter asas vestigiais em certas espécies. Os ovos desses
organismos são depositados na água e em objetos próximos a ela, em forma de massas,
contendo centenas de ovos cada. As fêmeas podem ainda submergir para colocar seus
ovos, podendo atingir profundidades de até nove metros (D
EUTSCH
, 1984).
A larvas de tricópteros são capazes de secretar seda de natureza protéica, usada
entre outros fins para construir suas casas, que talvez seja a sua característica mais
evidente (W
IGGINS
,
1998). As casas podem ter várias formas (espiraladas, cônicas,
deprimidas) e podem ser construídas com vários materiais como areia, fragmentos
vegetais, sementes ou a própria seda. A glândula de seda é homóloga a glândula salivar
do adulto. Existem ainda larvas que constroem suas casas presas as superfícies de
rochas, o que não permite que sejam levadas pela correnteza. As larvas de tricópteros
tem a capacidade de reconhecer e entrar em suas próprias casas quando as deixam por
determinado tempo, além de possuírem sensores nas unhas anais, que são importantes
na regulação do comprimento máximo das casas a serem construídas. Estes
comportamentos variam evidentemente dentro das várias famílias (W
IGGINS
, 1998). O
abdômen é quase totalmente membranoso, podendo ou não apresentar escleritos,
tubérculos, pêlos ou brânquias. Na extremidade apical do abdômen localizam-se as
9
pernas anais, terminando em unhas. No último instar a larva se fecha em um casulo
pupal e passa por uma metamorfose que se completa. Ao fim deste processo, o adulto
farado dentro do casulo pupal faz uma abertura com suas mandíbulas e nada até a
superfície. Em regiões tropicais, apesar de poucos estudos, espera-se que os tricópteros
sejam predominantemente bivoltinos ou multivoltinos (dois ou mais ciclos de vida
completos por ano, respectivamente) (W
IGGINS
, 1998; O
LIVEIRA
, 1996, 2006).
Os tricópteros são em geral encontrados em todos os tipos de ambientes
aquáticos, no entanto, a maior parte de sua diversidade está localizada em ambientes
lóticos de baixas (1ª e 2ª) e médias (3ª e 4ª) ordens com fundo rochoso. A correnteza é
importante para estas larvas, porque além de suprirem suas redes (produzidas por suas
glândulas de seda) com partículas alimentares, proporcionam uma alta oxigenação da
água (H
YNES
, 1970).
De acordo com C
UMMINS
(1974), W
IGGINS
(1977) e F
REEMAN
& W
ALLACE
(1984), as larvas de Trichoptera são um relevante grupo aquático devido a sua grande
importância na transferência energética através dos veis tróficos de muitos sistemas
aquáticos, tanto por servirem de presas para peixes ou outros macroinvertebrados
aquáticos, como por seus hábitos alimentares diversos: raspadores, coletores (filtradores
ou catadores), fragmentadores, perfuradores e predadores.
No Brasil, o estudo da fauna de Trichoptera teve um importante avanço,
sobretudo a partir da segunda metade da década de noventa. Até então, os trabalhos
eram basicamente de cunho taxonômico. P
APROCKI
et al. (2004) apresentam a listagem
para as espécies que ocorrem no Brasil. Informações sobre a distribuição espaço-
temporal de Trichoptera em riachos podem ser encontradas em trabalhos gerais sobre
macroinvertebrados aquáticos (U
IEDA
& G
AJARDO
, 1996; O
LIVEIRA
& F
ROEHLICH
1997; B
APTISTA
et al., 1998; B
ISPO
&
O
LIVEIRA
, 1998;
K
IKUCHI
&
U
IEDA
, 1998;
10
B
APTISTA
et al., 2001; R
IBEIRO
&
U
IEDA
, 2005; K
IKUCHI
& U
IEDA
, 2005).
Especificamente sobre biologia e ecologia de Trichoptera podemos citar O
LIVEIRA
&
F
ROEHLICH
(1996, 1997), O
LIVEIRA
(1996), H
UAMANTINCO
& N
EISSIMIAN
(1999,
2000), A
LMEIDA
&
M
ARINONI
(2000), M
ARINONI
& A
LMEIDA
(2000), O
LIVEIRA
et al.
(1999), O
LIVEIRA
&
B
ISPO
(2001), C
RISCI
et al (2004), B
ISPO
et al. (2004), S
HUVARTZ
et al. (2005), Y
OKOYAMA
(2005). Todos estes trabalhos permitiram uma visão mais
detalhada sobre a diversidade e a ecologia de Trichoptera.
3 – Insetos aquáticos e qualidade ambiental
A preservação de recursos hídricos é de suma importância para a sociedade
moderna (C
ALLISTO
et al., 2005; G
OULART
&
C
ALLISTO
, 2005). O biomonitoramento e
a avaliação ambiental são realizados principalmente através da aplicação de diferentes
protocolos de avaliação, índices biológicos e multimétricos. A utilização de
macroinvertebrados bentônicos em estudos de impacto ambiental ainda é bastante
incipiente no Brasil, apesar de ser amplamente utilizada em diversos países da Europa,
Estados Unidos e Canadá (R
OSENBERG
&
R
ESH
, 1993; B
ARBOUR
et al., 1999; G
OULART
&
C
ALLISTO
, 2003).
Os macroinvertebrados bentônicos (dos quais em riachos a maior parte são
insetos), os peixes e as algas são os grupos de organismos mais freqüentemente usados
em pesquisas sobre a qualidade da água; entretanto, os macroinvertebrados são os
grupos mais comumente utilizados (R
OSENBERG
& R
ESH
, 1993;
B
ARBOUR
et al., 1999).
As vantagens do uso destes organismos para o biomonitoramento e para a avaliação da
qualidade da água podem explicar sua popularidade, entre elas podemos citar: estão
presentes em uma grande quantidade de hábitats, ou seja, eles podem ser afetados por
11
perturbações em diferentes tipos de ambientes (R
OSENBERG
&
R
ESH
, 1993); possuem
baixa mobilidade, portanto, padrões de migração limitados (R
OSENBERG
&
R
ESH
, 1993;
B
ARBOUR
et al., 1999; C
ALLISTO
et al., 2005); há um grande número de espécies
envolvidas o que oferece uma gama de respostas aos estressores ambientais
(R
OSENBERG
&
R
ESH
, 1993); são organismos com ciclos de vida longos comparados
com outros grupos, o que permite compreender as mudanças temporais causadas pelas
perturbações (R
OSENBERG
&
R
ESH
, 1993; B
ARBOUR
et al., 1999). As larvas de
Trichoptera apresentam grande sensibilidade às perturbações ambientais, sendo mais
abundantes e diversificados em riachos preservados, características que os fazem bons
indicadores da qualidade ambiental.
Muitos estudos sobre a fauna de macroinvertebrados aquáticos frequentemente
tem buscado estabelecer fatores preditivos da sua diversidade e distribuição. Esta
abordagem nos permite principalmente, comparar a fauna de insetos aquáticos
submetida à ação antrópica com aquela esperada na ausência dessa perturbação. No
presente trabalho buscamos entender a relação dos fatores ambientais com a fauna de
Trichoptera de riachos.
12
CAPÍTULO 2
A integridade ambiental e o tamanho do riacho afetam a diversidade e a
abundância de Trichoptera (Insecta) associada ao substrato rochoso em riachos de
montanha?
13
A Integridade ambiental e o tamanho do riacho afetam a diversidade e a
abundância de Trichoptera (Insecta) associada ao substrato rochoso em riachos de
montanha?
1 – Introdução
Os ecossistemas lóticos possuem grande complexidade em diferentes escalas
espaciais e apresentam uma rica diversidade de insetos aquáticos. Os padrões de
diversidade, os seus mecanimos e processos geradores tem sido temas recorrentemente
discutidos em ecologia de comunidades de insetos aquáticos. Esta discussão tem
ganhado cada vez mais importância diante de um cenário de aumento da intensidade de
perturbações antrópicas, as quais tem diminuido a qualidade da água, a integridade
estrutural e consequentemente reduzido a diversidade de insetos aquáticos de riachos.
Tradicionalmente, a diversidade de insetos aquáticos em ambientes lóticos tem
sido avaliada considerando a dimensão longitudinal. Esta abordagem certamente é um
reflexo do conceito do Continuum Fluvial (V
ANNOTE
et al., 1980), o qual, apesar de ser
baseado principalmente em dados coletados na década de 1970 em ambientes
temperados, foi a primeira teoria que tentou integrar o conhecimento acumulado sobre
ecologia de ambientes lóticos até aquele momento. Segundo este conceito é esperado
que ambientes lóticos de tamanhos intermediários apresentem maior diversidade,
devido a sua maior heterogeneidade ambiental do que aqueles de tamanhos menores ou
maiores. Portanto, como discutido neste conceito, entre as características de um
ambiente tico, certamente o tamanho (ordem, vazão) é um dos principais fatores
14
determinantes da diversidade dos organismos aquáticos (V
ANNOTE
et al., 1980;
S
TATZNER
& B
ORCHARDT
, 1994; C
LARKE
, 2008)
Apesar de nos últimos 30 anos, a maior parte dos trabalhos focarem a variação
longitudinal, certamente está não é a melhor abordagem para o estudo de ambientes
lóticos, uma vez que estes formam uma rede hierárquica com grande variabilidade em
todas as escalas (H
EINO
, 2009). Devido a este fato, a análise da beta diversidade tem se
tornado um importante meio para se avaliar a diversidade de riachos. A beta
diversidade, a qual representa a variação da composição de táxons, tanto espacialmente
quanto temporalmente, além de permitir avaliar a mudança da composição entre os
riachos, também permite capturar informações sobre o padrão espacial da
biodiversidade (K
OLEFF
et al.,
2003). Altas taxas de mudança na composição de
espécies podem ocorrer onde táxons apresentam baixa habilidade de dispersão, ou em
regiões onde as mudanças ambientais são tão bruscas que geram descontinuidades
funcionais. Os dados da literatura mostram que os riachos menores apresentam
diversidade variável e em geral apresentam também baixa similaridade entre si
(C
LARKE
et al., 2008). Por conseguinte, apesar de riachos menores apresentarem menor
diversidade alfa (local) do que riachos de tamanho médio, estes podem ser responsáveis
por uma alta diversidade beta (comparativa), contribuindo de forma fundamental para a
diversidade gama (regional) de uma bacia ou região (C
LARKE
et al., 2008). Portanto,
uma abordagem hierárquica é fundamental para que pesquisadores e gestores possam
estabelecer estratégias de conservação mais efetivas.
Um dos grandes méritos do conceito do Continuum Fluvial, é que ele chama a
atenção para a relação da vegetação marginal com a dinâmica da biota de ambientes
lóticos (V
ANNOTE
et al., 1980). A vegetação marginal, sobretudo, em ambientes
aquáticos de menor porte, é um fator crítico na conservação dos organismos aquáticos.
15
A remoção da vegetação ripária destes ambientes, implica no aumento da erosão das
margens, na substituição da biota e na mudança da dinâmica funcional, um vez que um
ecossistema predominantemente heterotrófico (energia alóctone oriunda das folhas da
vegetação marginal) muda para um ecossistema predominantemente autotrófico
(energia autóctone, relacionada às algas dos riachos beneficiadas pela remoção da
vegetação ripária e consequentemente maior entrada de luz). Portanto, a remoção da
vegetação ripária pode homogeneizar as características ambientais, o que pode levar
riachos de tamanho diferentes apresentarem grande similaridade funcional e
consequentemente faunas similares.
A ordem Trichoptera apresenta uma grande diversidade ecológica que se deve
principalmente à capacidade das larvas utilizarem a seda que produzem de diversas
formas, por exemplo, para construção de redes de captura especializadas, abrigos fixos,
casas transportáveis, ou como linha de ancoragem para que espécies predadoras não
sejam carregadas pela correnteza. As larvas de Trichoptera desempenham papéis
importantes na cadeia de transferência de energia, tanto por servirem de presas para
peixes ou outros macroinvertebrados aquáticos, como por seus hábitos alimentares, os
quais incluem grupos coletores, raspadores, fragmentadores e predadores (C
UMMINS
&
K
LUG
, 1979; W
IGGINS
, 1998). Devido a grande diversidade funcional e de táxons,
Trichoptera pode ser considerado um material biológico adequado para testar teorias
ecológicas e os efeitos das atividades antrópicas sobre a biota aquática.
Inúmeros estudos sobre macroinvertebrados aquáticos frequentemente buscam
estabelecer fatores preditivos da diversidade e abundância da entomofauna aquática.
Esta abordagem tem ganhado importante espaço, principalmente porque permite
comparar a fauna de insetos aquáticos submetida à ação antrópica com a esperada na
ausência de tal perturbação. Nesse contexto, o presente trabalho pretende contribuir para
16
o entendimento dos fatores ambientais determinantes da fauna de Trichoptera, baseado
nos indivíduos imaturos, em riachos. Para isso, a fauna de Trichoptera associada à
rochas e a caracterização ambiental de 22 riachos da Serra do Mar, Estado de São Paulo,
foram levantadas com o objetivo de testar se os fatores ambientais (cobertura vegetal,
intensidade da ação antrópica, características estruturais) e características físicas e
químicas da água (vazão e condutividade) podem predizer as diversidades alfa e beta e
abundância de Trichoptera em riachos. Neste sentido testamos as seguintes hipóteses:
1) a riqueza aumenta com o tamanho (vazão), a integridade ambiental e a cobertura
vegetal; 2) a abundância diminui com a cobertura vegetal e aumenta com o tamanho
(vazão) e a condutividade (variável que pode indicar poluição orgânica) ; 3) riachos
com menor tamanho possuem menor diversidade alfa e maior diversidade beta do que
de riachos de maior porte; 4) a diminuição da integridade ambiental reduz a diversidade
de fauna (alfa e beta); 5) riachos próximos, com integridade ambiental, tamanhos e
cobertura vegetais semelhantes apresentam composição faunística similares.
17
2 – Materiais e métodos
2.1 Área de estudo
Este estudo foi realizado em riachos de montanha com fundos rochosos
localizados no Parque Estadual da Serra do Mar, nos núcleos Santa Virgínia, Cunha-
Indaiá e suas adjacências. Estes núcleos estão situados nos municípios de São Luís do
Paraitinga e Cunha, no Estado de São Paulo. O Parque Estadual da Serra do Mar foi
criado em 1977, possui 315mil ha e é a maior área de proteção da Mata Atlântica no
Estado de São Paulo (Fig. 1). O Parque inclui áreas de 23 municípios do litoral e do
Vale do Paraíba, constituindo um corredor florestal que conecta os remanescentes da
Mata Atlântica do Sul do Estado do Rio de Janeiro até o Estado do Paraná. O Parque
Estadual da Serra do Mar abriga nascentes que formam várias pequenas bacias com
vertentes oceânicas, além de importantes bacias que correm para o interior, entre as
quais as dos rios Paraíba do Sul e Tietê, além de outros mananciais. A região possui
riachos com acentuada declividade e que de uma forma geral apresentam substrato
rochoso.
2.2 Caracterização Ambiental
Anteriormente à amostragem, foi feita uma avaliação prévia para definir se cada
riacho estava localizado em área protegida ou estava sujeito a ações antrópicas.
Fotografias e deos foram feitos para auxiliar na avaliação da cobertura vegetal e do
status da ação antrópica que cada riacho estava sujeito.
18
Os riachos avaliados por este trabalho possuem muitos aspectos em comum,
como a presença de corredeiras com declividade acentuada, altas velocidades da água e
alta concentração de oxigênio. Tais características estão relacionadas com fluxos de
água turbulentos, que aumentam as características erosivas dos riachos que passam,
muitas vezes, a correr exclusivamente sobre o leito rochoso.
Em cada riacho, os fatores ambientais temperatura da água (
o
C), potencial
hidrogeniônico (pH), condutividade elétrica (µS.cm
-1
) e oxigênio dissolvido (mg.l
-1
),
foram registrados por meio de uma sonda multiparâmetros Horiba. A velocidade da
água (m.s-
1
) foi medida por uso de um fluxômetro Soft. A vazão (m
3
.s
-1
) foi calculada
através do produto da velocidade média da água pela área (largura x média das
profundidades) da secção feita no riacho (L
IND
, 1979). O tamanho do riacho
normalmente é representado pela ordem, no entanto, esta é uma informação categórica e
em alguns casos não é representativo do tamanho, devido a possibilidade de que riachos
com tamanhos diferentes sejam classificados com a mesma ordem. Neste sentido,
usamos a vazão como expressão do tamanho tridimensional do riacho (largura,
profundidade e velocidade). A vazão deve ter uma correlação com a ordem, pois
enquanto a última tem seus valores impactados pelo número de tributários que um
riacho recebe, o primeiro é impactado pelo volume de água recebida da soma dos
tributários a montante.
As coordenadas geográficas e a altitude (m) foram registradas com o auxílio de
um GPS Garmim. A cobertura vegetal foi representada por meio de uma escala com
cinco escores (1 - 0% a 20%; 2 - 20% a 40%; 3 40% a 60%; 4 60% a 80%; 5 80%
a 100%). O status da ação antrópica foi representado por três categorias: 1 - riachos em
área de proteção ambiental, 2 - riachos sob influência antrópica difusa, 3 - riachos
impactados pela atividade de pecuária. Uma adaptação do inventário de avaliação da
19
vegetação ripária, morfologia do canal e das características ambientais (RCE)
(P
ETERSEN
, 1992) foi utilizada para avaliar os riachos onde o estudo foi realizado
(Anexo 1). A caracterização ambiental e as coordenadas geográficas de cada riacho são
apresentados na Tabela I.
2.3 Coleta e identificação taxonômica
Os riachos amostrados no presente trabalho assemelham-se por possuírem
substrato rochoso com corredeiras onde a velocidade do fluxo é suficiente para provocar
turbilhonamento da água. Os riachos também estão localizados nas regiões de proteção
ambiental permanente ou na zona rural adjacente, sendo livres de poluição urbana e/ou
industrial.
As larvas de Trichoptera foram coletadas em outubro de 2006 e outubro e
novembro de 2007 em 22 riachos dos Núcleos Santa Virgínia e Cunha-Indaiá, Parque
Estadual da Serra do Mar e em suas adjacências (Fig. 2). Em cada riacho, um trecho de
aproximadamente 50 metros foi percorrido e unidades amostrais associadas a 25 rochas
(com aproximadamente 20cm de maior diâmetro) foram coletadas com o auxílio de um
puçá de malha 0,250 milímetros (M
ELO
&
F
ROEHLICH
, 2001).
O material coletado foi fixado em campo com álcool 80%, acondicionado e
etiquetado. Posteriormente foi triado sob lupa estereoscópica e conservado em álcool
80%. A fauna de Trichoptera foi separada e identificada em nível de gênero com o
auxílio de lupa estereoscópica e, quando necessário, microscópio óptico. Como material
de apoio para a identificação foram consultados os trabalhos de A
NGRISANO
&
K
OROBI
(2001), W
IGGINS
(1998) e P
ES
et al. (2005).
20
2.4- Análise dos dados
Os dados físicos e químicos da água, assim como os dados faunísticos, foram
logaritimizados [log(x+1)] antes das análises para reduzir o efeito de táxons dominantes
e raros.
As matrizes obtidas foram analisadas do ponto de vista multivariado através da
Análise de Correspondência Destendenciada (DCA - Detrended Correspondence
Analysis). A similaridade entre as amostras foi calculada utilizando-se o índice de
Morisita-Horn. O dendrograma foi obtido através do critério de agrupamento da
UPGMA (Unweighted Pair Group Method Arithmetic Averages) (L
EGENDRE
&
L
EGENDRE
, 1998) e as distorções geradas foram avaliadas pelo Índice de Correlação
Cofenética (R
OMESBURG
, 1984).
Matrizes representativas de diferentes hipóteses foram construídas para explicar
a similaridade faunística. Considerou-se como hipóteses, as distâncias baseadas nas
seguintes variáveis: distância geográfica, escores do protocolo de avaliação ambiental
(RCE), condutividade, a qual pode ser indicadora de poluição orgânica, a cobertura
vegetal, a altitude, o status da ação antrópica e a vazão. As matrizes das hipóteses foram
comparadas com a matriz de similaridade faunística com o auxílio do Teste de Mantel
(D
INIZ
-F
ILHO
&
B
INI
, 1996). O Teste de Mantel Parcial, excluindo os efeitos das
distâncias geográficas (S
MOUSE
et al., 1986), também foi utilizado para testar as
hipóteses acima
A riqueza de táxon da região foi estimada através do estimador Jacknife 2
(M
ELO
&
F
ROEHLICH
, 2001). Como a riqueza normalmente tem uma relação positiva
com a abundância, riachos que possuem uma maior abundância geralmente apresentam
maior riqueza, utilizamos os resíduos da regressão abundância- riqueza como medida da
21
riqueza padronizada, retirando-se desta forma a influência da abundância sobre a
riqueza.
Regressões múltiplas foram feitas com o objetivo de testar os efeitos das
variáveis (vazão, condutividade, escores do RCE e cobertura vegetal) sobre a
abundância, riqueza padronizada e abundância dos táxons com maior densidade (mais
de 1100 indivíduos) e distribuição (encontrados em mais de 15 riachos estudados. No
caso das regressões não incluímos o pH (5,80-7,06) e oxigênio dissolvido (6,38-9,83
mg.l
-1
), uma vez que para os intervalos de variação registrados, normalmente estes
fatores não afetam a fauna de insetos aquáticos. Conforme o Índice de Moran
(L
EGENDRE
&
L
EGENDRE
,
1998), os resíduos das análises de regressão não foram
autocorrelacionados espacialmente considerando o critério de Bonferroni, dessa forma
não foi necessária a utilização de filtros espaciais (P
ERES
-N
ETO
et al., 2006).
A diversidade beta foi representada pela forma complementar do Índice de
Morisita-Horn [1-Índice de Morisita (Maguran, 2004)]. Para testar se o tamanho (vazão)
e a integridade ambiental afetam a beta diversidade, os pontos de coleta foram
categorizadas em três grupos baseados nestas variáveis. Assim, dentro do universo
estudado, riachos foram classificados como tendo baixa (escores da RCE menor do que
180), média (escores entre 180 e 220) e alta integridade (escores acima de 220). O efeito
da integridade sobre a beta diversidade foi testado inicialmente através de uma
ANCOVA (utilizando a vazão como covariável). O mesmo foi feito para a vazão, neste
caso, os riachos foram categorizados da seguinte forma: riachos com baixa (abaixo de
0,1 m
3
.s
-1
), média (entre 0,1 e 0,5 m
3
.s
-1
) e alta vazão ( maiores que 0,5 m
3
.s
-1
); e a
integridade foi a covariável. Como em ambos os casos, as covariáveis não foram
significativas, refizemos as análises utilizando uma ANOVA . Uma análise de táxons
indicadores, feitas através do método descrito por D
UFRÊNE
&
L
EGENDRE
(1997), foram
22
realizadas na tentativa de identificar táxons característicos dos diferentes níveis de
impacto antrópico e de vazão.
Os softwares PC-ORD 4 (M
CCUNE
&
M
EFFORD
, 1999), NTSYS 2.1 (R
OHL
,
2000), SAM (R
ANGEL
et al., 2006) STATISTIC 6.0 (S
TATSOFT
, 2001) foram utilizados
durante as análises.
23
3 - Resultados
Durante o presente trabalho, nos 22 riachos amostrados, foram coletadas 7312
larvas de Trichoptera, distribuídas em 12 famílias e 27 gêneros (Tabela II). A riqueza
estimada pelo Jacknife de segunda ordem apontou para um total de 39 gêneros
esperados para toda região estudada. Os gêneros com maior abundância foram
Grumichella (31,7%), Helicopsyche (20,8%) e Smicridea (15,3%). Os gêneros
Austrotinodes, Barypenthus, Hydroptilla e Macronema foram representados apenas por
um indivíduo colecionado. Nessa coleta foi anotado o primeiro registro do gênero
Synoestropsis (9 indivíduos) no Estado de São Paulo.
A análise de agrupamento e a ordenação falharam em representar adequadamente a
estrutura da fauna de Trichoptera (Índice de Correlação Cofenético = 0,62), por isso o
dendrograma não foi apresentado. A ordenação segundo, a Análise de Correspondência
Destendenciada também teve dificuldade em resumir as informações da matriz de
dados, sendo que os dois primeiros eixos somados explicaram apenas 15,8%. Devido a
ausência de padrão e a baixa explicabililidade dos eixos, a ordenação também não é
apresentada. A dificuldade das análises em resumir os dados, indicam que este é um
sistema com alta dimensionalidade.
Os resultados dos Testes de Mantel realizados para testar se a condutividade, vazão,
status da ação antrópica, altitude, distância geográfica, cobertura vegetal e escores do
inventário RCE poderiam explicar a similaridade faunística são apresentados na Tabela
III. Dentre as hipóteses testadas a cobertura vegetal (r=-0,23; p=0,01), a altitude
(r=0,18; p=0,03), a distância geográfica (r=-0,27; p=0,03) e o status da ação antrópica
(r=-0,14; p=0,04) tiveram relação significativa com a composição da fauna de
Trichoptera estudada. As mesmas hipóteses continuaram apresentando relação
24
significativa com a composição da fauna de Trichoptera, mesmo após retirado o efeito
da distância geográfica através do teste de Mantel parcial, embora a explicabilidade, que
era baixa, se tornou ainda menor. Os valores dos Testes de Mantel e Mantel Parcial
estão representados na Tabela III.
A análise dos táxons indicadores testando a hipótese de que os tricópteros
respondem a diferentes classes de integridade ambiental apresentou apenas um táxon
indicador, o gênero Polyplectropus (valor indicador = 55,6; p = 0,0168) que foi
indicador do conjunto de riachos com os maiores índices para a íntegridade ambiental.
A mesma análise, testando a hipótese de que Trichoptera responde a diferentes classes
de vazão, apresentou o gênero Nectopsyche como indicador dos riachos estudados com
as maiores vazões (valor indicador = 73.0; p = 0,0272).
A regressão linear múltipla mostrou que dos fatores considerados (vazão,
condutividade, cobertura vegetal e escores do inventário RCE) apenas a vazão
(Beta=0,76; p=0,0007) está relacionada positivamente com a abundância. Para a riqueza
padronizada o teste também apontou uma relação positiva com a vazão (Beta=0,50;
p=0,02)(Tabela IV). A abundância do gênero Helicopsyche foi positivamente
relacionada com a vazão (Beta:0,77; p=0,0001), e negativamente relacionada com os
escores do inventário RCE (Beta=-0,91; p=0,0005) e com a cobertura vegetal (Beta=-
0,55; p=0,015). A abundância do gênero Grumichella foi positivamente relacionada
com a vazão (Beta=0,69; p=0,0002) e negativamente com os escores do inventário RCE
(Beta=-0,59; p=0,031). O gênero Smicridea não apresentou nenhuma relação com as
variáveis ambientais consideradas (Tabela IV).
Os riachos com vazões intermediárias apresentaram as menores beta diversidades
(F=4,9838; p=0,0316) (Fig. 3). Por outro lado, a beta diversidade não diferiu entre
riachos com diferentes índices de integridade ambiental (F=0,9632; p = 0,4041) ( Fig.4).
25
4 - Discussão
Os dados da composição faunística, por apresentarem baixa estruturação e
estarem sujeitos a uma alta dimensionalidade, não puderam ser resumidos
adequadamente pelos métodos multivariados (análise de agrupamento e ordenação)
(R
ODRIGUES
et al., 2002). De uma forma geral, é esperado que a fauna se apresente
melhor estruturada, quando os táxons são afetados de forma similar por poucos fatores.
Portanto, provavelmente a fauna de Trichoptera dos riachos se relacionam com os
fatores ambientais e bióticos de forma independente entre si. Este resultado mostra que
é pouco provável que a maior parte da variabilidade da fauna de Trichoptera possa ser
explicada por poucos fatores ambientais ou bióticos.
Vários estudos da fauna de insetos aquáticos demonstraram que os fatores
ambientais como o tamanho do riacho (vazão ou ordem), a cobertura vegetal e a
presença de atividades antrópicas e espaciais (e.g. dispersão) são importantes
determinantes da estrutura faunística de insetos aquáticos (B
ISPO
&
O
LIVEIRA
1998;
D
INIZ
-F
ILHO
et al. 1998; M
ELO
&
F
ROEHLICH
2001; B
ISPO
et al. 2006, S
IQUEIRA
&
T
RIVINHO
-S
TRIXINO
,
2005). Neste contexto, esperava-se que riachos com características
semelhantes e separados por menores distâncias geográficas apresentassem maiores
similaridades faunísticas. Os dados do presente trabalho corroboram apenas em parte
com este pressuposto, uma vez que a altitude, a intensidade da ação antrópica e da
cobertura vegetal e a distância geográfica foram relacionadas com a similaridade
faunística, no entanto, a intensidade dessas relações foram baixas. Por outro lado, a
integridade ambiental, a condutividade e a vazão não foram significativamente
relacionadas com a similaridade faunística. Estes resultados demonstram que apenas em
parte a similaridade faunística pode ser explicada pela semelhança entre os riachos.
26
Adicionalmente, foi detectado também a ocorrência de autocorrelação espacial, uma vez
que a distância foi ligeiramente relacionada negativamente com a similaridade
faunística. A fauna de insetos aquáticos apresentam baixa capacidade de dispersão e este
fenômeno poderia criar estruturação espacial, uma vez que riachos mais próximos
tenderiam ter faunas mais parecidas. Este fenômeno, juntamente com a variação
espacial gradual dos fatores ambientais, poderiam explicar o resultado obtido no
presente trabalho.
Os dados deste estudo revelaram que dentro do universo analisado (riachos de
primeira a quarta ordem) a diversidade alfa (riqueza padronizada) aumentou com o
tamanho do riacho, o que confirma a nossa hipótese inicial. A maior riqueza em riachos
de tamanho intermediário tem sido resultados comumente encontrados, e este padrão
tem sido atribuído a maior heterogeneidade ambiental destes trechos (V
ANNOTE
, 1980).
Em contrapartida, B
APTISTA
et al. (2001) apontam para uma considerável diminuição da
riqueza de Trichoptera em riachos de primeira a quarta ordens. A divergência do
presente estudo com o trabalho de B
APTISTA
et al. (2001) pode estar relacionada ao fato
dos trabalhos terem focado diferentes tipos de substratos. No presente trabalho, o
substrato foi sempre rochoso e sobre influência de corredeiras, enquanto no caso de
B
APTISTA
et al. (2001) além de rochoso em corredeira, outros substratos como folhas
em corredeira e em remanso e areia em remanso também foram amostrados.
A diminuição da integridade ambiental, da cobertura vegetal e da qualidade da
água podem ser importantes redutores da diversidade faunística. Neste sentido, era
esperado que a diversidade alfa (riqueza) aumentasse com o aumento da integridade
ambiental, da cobertura vegetal e da qualidade da água (aqui representada pela
condutividade, a qual pode indicar a ocorrência de poluição orgânica). Os nossos
resultados não confirmaram esta hipótese, um vez que estes fatores não foram
27
relacionados com a diversidade alfa (riqueza). Os riachos estudados no presente
trabalho, estavam sujeitos a diferentes intensidades de ação antrópica, então, uma
questão que permanece, é por que a riqueza não foi impactada pela qualidade ambiental.
Neste sentido, algumas hipóteses plausíveis podem ser levantadas, entre as quais
podemos citar: a) as corredeiras dos riachos amostrados apresentavam grande
velocidade da água e consequentemente altas taxas de oxigênio dissolvido, portanto,
este não foi um fator limitante para a fauna; b) a região amostrada é basicamente
dedicada a produção agropecuária de baixa intensidade, o que gera um tipo de
perturbação difusa não pontual que pode ter efeitos amenos sobre a fauna; c) na região
estudada as chuvas são constantes e podem ocasionar eventos perturbadores de
diferentes intensidades, os quais podem redistribuir a fauna e mascarar os efeitos
negativos das atividades antrópicas.
No presente estudo, observa-se do ponto de vista estrutural que os riachos
menores divergiram bastante entre si, principalmente do ponto de vista da cobertura
vegetal. Por outro lado, a divergência entre os riachos maiores foram menores no que
diz respeito a cobertura vegetal, uma vez que riachos de maior vazão são naturalmente
mais abertos, por possuírem suas margens mais afastadas umas das outras. Dessa forma,
as consequencias da remoção da cobertura vegetal em riachos de maiores vazões,
aparentemente, tem um efeito menos intenso sobre a dinâmica funcional se comparada a
mesma situação em riachos de menor vazão. Aliado a isso, riachos menores podem estar
submetidos a um conjunto de fatores locais que agem fortemente sobre a sua dinâmica,
os quais podem ser bem distintos entre eles. riachos com maiores vazões geralmente
refletem as características da bacia como um todo. Partindo dessas considerações, era
esperado que dentre os riachos abordados no presente trabalho, aqueles com maiores
vazões apresentassem menor diversidade beta entre si quando comparados com os de
28
menor vazão (C
LARKE
et al., 2008). Esta hipótese não foi confirmada, uma vez que
dentro do universo considerado, riachos maiores e menores apresentaram beta
diversidades similares. Neste mesmo contexto, a redução da integridade ambiental
poderia aumentar a semelhança entre os locais estudados, uma vez que riachos com
diferentes características ambientais podem se tornar parecidos devido a remoção da
vegetação ripária, entrada de nutrientes e acúmulo de sedimentos finos. Neste sentido,
era esperado que a beta diversidade fosse menor nos riachos com menor integridade
ambiental, hipótese que também não foi confirmada pelos resultados do presente
trabalho.
Em geral, como riachos maiores normalmente apresentam maior incidência
luminosa é esperado que a produtividade perifídica aumente proporcionalmente com o
tamanho do riacho. Neste sentido, é esperado que haja um aumento da abundância de
indivíduos em riachos maiores, sobretudo, de organismos raspadores. Os dados do
presente trabalho concordam com este pressuposto, uma vez que houve uma relação
positiva da abundância total com o tamanho do riacho (vazão). Adicionalmente, dos três
gêneros mais abundantes, Smicridea (coletor-filtrador), Helicopsyche (raspador) e
Grumichella (raspador, coletor), apenas os dois últimos apresentaram uma relação
positiva da abundância com o tamanho do riacho. O fato desta relação ter sido
significativa para os 2 gêneros raspadores e não para o gênero coletor, fortalece a visão
de que os grupos raspadores são mais beneficiados pelo aumento do tamanho dos
riachos do que outras categorias funcionais. Além da vazão, Grumichella e
Helicopsyche foram relacionados negativamente com a integridade do habitat, e no caso
de Helicopsyche também com a cobertura vegetal. Estes resultados indicam que, além
do tamanho do riacho, a remoção antrópica da vegetação ripária e a diminuição da
29
integridade beneficiaram estes grupos de Trichoptera raspadores, aumentando as suas
abundâncias.
De uma forma geral, os nossos dados revelam que a fauna de Trichoptera de
substrato rochoso em corredeiras de riachos de montanha apresenta-se pouco
estruturada, o que pode estar associada a complexidade de fatores que podem estar
atuando sobre a fauna, entre os quais os efeitos das microcorrentezas entre as pedras, a
redistribuição dos organismos em dias chuvosos e as interações bióticas. A diversidade
alfa (riqueza) e a abundância foram relacionadas com o tamanho do riacho,
demonstrando a importância deste fator para a fauna de insetos aquáticos de ambientes
lóticos. A identificação de perturbações difusas e de baixa intensidade, utilizando a
fauna de Trichoptera, se mostrou ineficaz, uma vez que nenhum dos fatores mensurados
(composição, diversidades alfas e betas, e abundância) foi relacionada à mudança na
integridade de habitat e com o vel de ação antrópica. Certamente o fato de termos
amostrado apenas corredeiras, onde a grande velocidade da água mantém uma alta
oxigenação, pode ter amenizado os efeitos negativos das atividades antrópicas sobre a
fauna de Trichoptera.
30
5 – Referências bibliográficas
A
LMEIDA
,
G.L.
&
L.
M
ARINONI
. 2000. Abundância e sazonalidade das espécies de
Leptoceridae (Insecta, Trichoptera) capturadas com armadilha luminosa no Estado
do Paraná, Brasil. Revta bras. Zool. 17(2):347-359.
A
NGRISANO
,
E.
B.
&
K
OROBI
,
P.
G. 2001. Trichoptera. p. 55-92.
FERNÀNDEZ,
H.
R.
&
DOMÍNGUEZ, E. 2001. Guia para la determinación de los Artrópodos
Bentónicos Sudamericanos. Universidad Nacional de Tucumán, Faculdad de
Ciencias Naturales e Instituto M. Lillo, Editorial Universitaria de Tucumán,
Tucumán, Argentina. X + 282 p.
B
APTISTA
,
D.
F
.;
B
USS
,
D.
F.;
D
ORVILLÉ
,
L.
F.
M.;
N
ESSIMIAN
,
J.
L. 1998. O Conceito de
Continuidade de Rios é válido para rios de Mata Atlântica no Sudeste do Brasil?
p. 209-222. In: N
ESSIMIAN
,
J.
L.
&
C
ARVALHO
, A. L. (Eds.) Ecologia de Insetos
Aquáticos. Rio de Janeiro, Oecol. Bras. Vol. V.
B
APTISTA
,
D.
F
.;
B
USS
,
D.
F.;
D
ORVILLÉ
,
L.
F.
M.;
N
ESSIMIAN
, J. L. 2001. Diversity and
Habitat Preference of Aquatic Insects along the Longitudinal Gradient of the
Macaé River Basin, Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Biologia 61 (2): 249
258.
B
ARBOUR
,
M.
J.;
G
ERRITSEN
,
J.;
S
NYDER
,
B.
D.;
S
TRIBLING
,
J.
B. 1999. Rapid
Bioassessment Protocols for Use in Streams and Wadeable Rivers: Periphython,
Benthic Macroinvertebrates and Fish, Ed. EPA 841-B-99-002. U.S.
Enviromental Protection Agency; Office of Water; Washington, D. C.
http://www.epa.gov/OWOW/monitoring/techmon.html
31
B
ISPO
,
P.
C.
&
O
LIVEIRA
,
L.
G.
1998. Distribuição espacial de insetos aquáticos
(Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera), em córregos de cerrado do Parque
Ecológico de Goiânia, Estado de Goiás. p. 175-189. In: NESSIMIAN, J. L. &
CARVALHO, A. L. (Eds.) Ecologia de Insetos Aquáticos. Rio de Janeiro, Oecol.
Bras. Vol. V.
B
ISPO
,
P.
C.;
O
LIVEIRA
,
L.
G.
;
B
ISPO
,
V.
L.
C.;
S
OUSA
,
K.
G. 2004. Environmental
factors influencing distribution and abundance of trichopterans in Central
Brazilian moutain streams. Studies on Neotropical Fauna and Environment 39
(3): 233-237.
B
RITTAIN
,
J.
E. 1982. Biology of mayflies. Annu. Rev. Entomol. 27: 119-147.
C
ALLISTO
,
M.;
G
ONÇALVES
,
J.
F.;
M
ORENO
,
P. 2005. Invertebrados Aquáticos como
Bioindicadores. IN: Goulart, E. M. A. (Eds.). Navegando o Rio das Velhas das
Minas aos Gerais, 555-567.
C
LARKE
,
A.,
N
ALLY
,
R.M.,
B
OND
,
N.,
L
AKE
,
A.P.S. Macroinvertebrate diversity in
headwater streams: a review. Freshwater Biology (53): 1707–1721
C
RISCI
-B
ISPO
,
V.
L.;
B
ISPO
,
P.
C.;
F
ROEHLICH
,
C.
G. 2004. Triplectides in empty cases of
Nectopsyche (Trichoptera: Leptoceridae), Intervales State Park, Brazil. Revista
Brasileira de Entomologia 48 (1): 133-134.
C
UMMINS
,
K.W. 1974. Structure and function of stream acossystems. BioScience
24(11):633-644.
C
UMMINS
,
K.
W.
&
K
LUG
,
M.
J. 1979. Feeding ecology of stream invertebrates. Annu.
Rev. Ecol. Syst. 10: 147-172.
D
EUTSCH
,
W.G. 1984. Oviposition of Hidropsychidae (Trichoptera) in a large river.
Can. J. Zool. 62:1988-1994.
32
D
INIZ
F
ILHO
,
J.A.F.
&
B
INI
,
L.M.
1996. Assessing the relationship between multivariate
community structure and enviromental variables. Marine Ecology Progress
Series (143): 303-306
D
INIZ
F
ILHO
,
J,
A,
F,
;
O
LIVEIRA
,
L,
G,
;
S
ILVA
,
M,
M, 1998, Explaining the beta
diversity of aquatic insects in cerrado streams from Central Brazil using multiple
Mantel test, Revista Brasileira de Biologia (58): 223- 231.
D
UFFIELD
,
R.
M.
&
N
ELSON
,
C.
H. 1993. Seasonal changes in the stonefly
(Plecoptera) component of the diet profile of trout in Big Hunting Creek,
Maryland, USA. Aquatic Insects 15 (3): 141-148.
D
UFRÊNE
,
M.
&
L
EGENDRE
,
P.
1997. Species assemblages and indicator species: the
need for a flexible assymetrical aproach. Ecological Monographs (67): 345-366
E
STEVES
,
F.
A. 1988. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro, Editora
Interciência/FINEP. XI + 575p.
F
ERNANDES
,
H.
R.
&
P
ALACIOS
,
A.N. 1989. La fauna intersticial hiporreica de dos rios
de montañas del noroeste de Argentina. Riv. Idrobiol. 28(3):231-246.
F
REEMAN
,
M.
C.
&
W
ALLACE
,
J.
B. 1984. Production of net-spinning caddisflies
(Hidropsychidae) and black flies (Simuliidae) on rock outcrop substrate in a small
southeastern Piedmont stream. Hidrologia 112:3-15.
G
IBERSON
,
D.
J.;
M
ACINNIS
,
A
.
J.
&
B
LANCHARD
,
M. 1996. Seasonal frequency and
positioning of parasitic midges (Chironomidae) on Pteronarcys biloba nymphs
(Plecoptera: Pteronarcyidae). J. N. Am. Benthol. Soc. 15(4): 529-536.
G
OULART
,
M.;
C
ALLISTO
,
M. 2003. Bioindicadores de qualidade de água como
ferramenta em estudos de impacto ambiental. Revista FAPAM 2(2): 153-164.
G
OULART
,
M.;
C
ALLISTO
,
M.
2005. Mayfly distribution along a longitudinal gradient in
Serra do Cipó, shoutheastern Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia 17(1): 1-13.
33
H
EINO
,
J. 2009. Biodiversity of Aquatic Insects: Spatial Gradients and Environmental
Correlates of Assemblage-Level Measures at Large Scales. Freshwater Reviews
2(1): 1-29
H
ILDREW
,
A.G.
&
T
OWNSEND
,
C.
R. 1987: Organization in Freshwater Benthic
Communities. p. 347-371. In: GEE, J. H. R. & GILLER, P. S. (Eds).
Organization of communities: Past and Present, Oxford, Blackwell Scientific
Publications.
H
UAMANTINCO
A.
A.;
N
ESSIMIAN
J.L. 1999. Estrutura e distribuiçâo espacial da
comunidade de larvas de Trichoptera em um tributário de primeira ordem do rio
Paquequer, Teresópolis, RJ. Acta Limnologica Brasiliensis 16(2): 1-16.
H
UAMANTINCO
A.
A.;
N
ESSIMIAN
J.L. 2000. Variation and life strategies of the
Trichoptera (Insecta) larvae community in a first order tributary of the Paquequer
river southeastern Brazil. Revista Brasileira de Biologia 60(1): 73-82.
H
YNES
,
H.
B.
N. 1970. The Ecology of Running Waters. Liverpool, Liverpool
University Press. XXIV + 555p.
K
IKUCHI
,
R.
M.
&
U
IEDA
,
V.
S. 1998. Composição da Comunidade de Invertebrados de
um Ambiente Lótico Tropical e sua Variação Espacial e Temporal. In: N
ESSIMIAN
,
J.
L.
&
C
ARVALHO
,
A.
L. - (Eds.) Ecologia de Insetos Aquáticos. Rio de Janeiro,
Oecol. Bras. (5): 157 – 173.
K
IKUCHI
,
R.
M.
&
U
IEDA
,
V.
S. 2005 Composição e Distribuição dos
Macroinvertebrados em Diferentes Substratos de Fundo de um Riacho no
Município de Itatinga, São Paulo, Brasil. Entomol. Vect. 12 (2):
193-231.
K
OLEFF
,
P.;
K.
J.
G
ASTON
;
J.
J.
L
ENNON
.
2003. Measuring beta diversity for presence-
absence data. Journal of Animal Ecology (72): 367–382.
34
L
EGENDRE
,
P.
&
L
EGENDRE
,
L. 1998. Numerical Ecology. Developments in
Environmental aeModelling, 20; New York, Elsevier. XV + 853p.
L
IND
,
O.
T. 1979.
Handbook of Common Methods in Limnology. London,
Cambridge The C. V. Mosby Company. 199p.
M
AGURRAN
,
A.
E. 1989.
Ecological Diversity and It’s Measurement. London,
Chapmam & Hall. 179p.
M
ALQMVIST
,
B. 1993. Interactions in stream leaf packs: effects of stonefly predator on
detritivores and organic matter processing. Oikos (66): 454-462
M
ARINONI
,
L.;
A
LMEIDA
,
G.
L. 2000. Abundância e sazonalidade das espécies
Hydropsychidae (Insecta:Trichoptera) capturadas em armadilha luminosa no
estado do Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17(1):
283-299.
M
CCUNE
,
B.
&
M
EFFORD
,
M.J. 1999. PC-ORD - Multivariate analysis of ecological
data, Version 4. MjM Software Design, Gleneden Beach.
M
ELO
,
A.
S.
&
F
ROEHLICH
,
C.
G. 2001. Macroinvertebrates in neotropical streams:
richness patterns along a catchment and assemblage structure between 2 seasons.
Journal of the North American Benthological Society 20(1):1-16.
O
LIVEIRA
,
L.
G. 1996. Aspectos da Biologia de Comunidades de Insetos Aquáticos
da Ordem Trichoptera Kirby, 1913, em Córregos de Cerrado do Município
de Pirenópolis, Estado de Goiás. Tese de Doutorado, PPG Zoologia, IB, USP.
O
LIVEIRA
,
L.
G. 2006. Cap. 15: Trichoptera. Pp. 161-174. In: Cleide Costa; Sérgio Ide;
Carlos Estevão Simonka. (Eds.). Insetos Imaturos: Metamorfose e
Identificação. Holos, Ribeirão Preto. pp. 1-249.
35
O
LIVEIRA
,
L.
G..;
B
ISPO
,
P.
C. 2001. Ecologia de comunidades das larvas de Trichoptera
Kirby (Insecta) em dois córregos de primeira ordem da Serra dos Pireneus,
Pirenópolis, Goiás, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 18(4): 1245-1252.
O
LIVEIRA
,
L.
G..;
F
ROEHLICH
,
C.
G. 1996. Natural history of three Hydropsychidae
(Trichoptera, Insecta) in a cerrado stream from northeastern São Paulo state,
Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 13(3): 755-762.
O
LIVEIRA
,
L.
G..;
F
ROEHLICH
,
C.
G. 1997. Diversity and community structure of aquatic
insects (Ephemeroptera, Plecoptera and Trichoptera) in a mountain stream in
Southeastern Brazil. Acta Limnol. Brasil. (9): 139-148.
O
LIVEIRA
,
L.
G..;
B
ISPO
,
P.
C.;
C
RISCI
,
V.
L.;
S
OUSA
,
K.
G. 1999. Distribuições de
categorias funcionais alimentares de larvas de Trichoptera (Insecta) em uma
região serrana do Brasil Central. Acta Limnologica Brasiliensis 11(2): 1-11.
P
APROCKI
,
H.;
H
OLZENTHAL
,
R.
W.;
B
LAHNICK
,
R.
J
. 2004. Lista de Trichoptera
(Insecta) para o Brasil. Biota Neotropica 4(1).
P
ERES
-N
ETO
,
P.R. 2006. A unified strategy for estimating and controlling spatial,
temporal and phylogenetic autocorrelation in ecological models. Oecologia
Brasiliensis (10): 105-119.
P
ES
,
A.
M.;
H
AMADA
,
N.
&
N
ESSIMIAN
,
J.
L. 2005. Chaves de Identificação de Larvas
para Famílias e Gêneros de Trichoptera (Insecta) da Amazônia Central, Brasil.
Revista Brasileira de Entomologia 49(2):181-204.
P
ETERSEN
,
R.
C. 1992. "The RCE: a Riparian, Channel, and Environmental Inventory
for Small Streams in the Agricultural Landscape." Freshwater Biology (27): 295
- 306.
36
R
ANGEL
,
T.F.L.V.B.,
D
INIZ
F
ILHO
,
J.A.F.
AND
B
INI
,
L.M., 2006. Towards an Integrated
Computational Tool for Spatial Analysis in Macroecology and Bogeograph.
Global Ecology and Biogeography (15): 321-327
R
IBEIRO
,
L.
&
U
IEDA
,
V.
S. 2005. Estrutura da comunidade de Macroinvertebrados
Bentônicos de um riacho de Serra em Itatinga, São Paulo, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia 22 (3): 613-618.
R
ICHARDS
,
O.W.
&
D
AVIES
,
R.G. 1984. Tratado de Entomologia Imm’s. Vol. I e II.
Ed. Omega S.A. Barcelona. 438p, 998p.
R
ODRIGUES
,
F.M.,
D
INIZ
-F
ILHO
,
J.A.F.,
B
ATAUS
,
L.A.M.
&
B
ASTOS
,
R.P. 2002.
Hypothesis testing of genetics similarity based on RAPD data using mantel tests
ad model matrices. Genetics and Molecular Biology 25(4): 435-439.
R
OHL
,
F.J. 2000. NTSYS 2.1: Numerical Taxonomy and multivariate analysis system.
New York, Exeter Software.
R
OMESBURG
,H.C. 1984. Cluster Analysis for Researchers. Lifetime Learning
Publications, Belmont, CA.
R
OSENBERG
,
D.
M.
&
R
ESH
,
V.
H. 1993. Freshwater biomonitoring and benthic
macroinvertebrates. Chapman & Hall, New York. 488p.
S
HUVARTZ
,
M.;
O
LIVEIRA
,
L.
G.;
D
INIZ
F
ILHO
,
J.
A.
F.;
B
INI
,
L.
M. 2005. Relações entre
distribuição e abundância de larvas de Trichoptera (Insecta) em córregos de
cerrado no entorno do parque Estadual da Serra de Caldas (Caldas Novas, Estado
de Goiás). Acta Scientiarum, Maringá 27(1): 51-55.
S
IQUEIRA
,
T.;
T
RIVINHO
-S
TRIXINO
,
S. 2005. Diversidade de Chironomidae (Diptera) em
dois córregos de baixa ordem na região central do Estado de São Paulo, através de
exúvias de pupa. Revista Brasileira de Entomologia 49(4): 531-534.
37
S
MOUSE
,
P.
E.;
L
ONG
,
J.
C.
&
S
OKAL
,
R.
R. 1986. Multiple regression and correlation
extensions of the Mantel test of matrix correspondence. Systematic and Zoology
35(4):627-632.
S
TATZNER
,
B.
B
ORCHARDT
,
D. (1994). Longitudinal patterns and processes along
streams: modelling ecological responses to physical gradients. In Aquatic
Ecology: Scale, Pattern and Process (Giller, P. S., Hildrew, A. G. Raffaelli, D. G.,
), pp. 113–140. Oxford : Blackwell.
S
TATSOFT
,
INC. 2001. Statistica, version 6.0. Tulsa, Stat Soft Inc.
S
TRAHLER
,
H.
N. 1957. Quantitative analysis of watershed geomorphology. Amer.
Geophys. Unio Trans. 33: 913-920.
U
IEDA
,
V.
S.;
G
AJARDO
,
I.
C.
S.
M. 1996. Macroinvertebrados Perifíticos encontrados
em poções e corredeiras de um riacho. Naturalia, São Paulo, 21: 31 – 47.
V
ANNOTE
,
R.
L.;
M
INSHALL
,
G.
W.;
C
UMMINS
,
K.
W.
L.;
S
EDELL
,
J.
R.
&
C
USHING
,
C.
E.
1980. The River Continuum Concept. Can. J. Fish. Aquat. Sci. 37: 130-137.
W
ARD
,
J.
V.
1989. The four dimension nature of lotic ecosystems. J. North. Am.
Benthol. Soc. 8: 2-8.
W
IGGINS
,
G.
B.1977. Larvae of the North American caddisfly genera (Trichoptera).
- Univ. of Toronto Press.
W
IGGINS
,
B.
A. 1996 Discriminant analysis of antibiotic resistance patterns in fecal
streptococci, a method to differentiate human and animal sources of fecal
pollution in natural waters. Appl. Environ. Microbiol. (62) 3997–4002.
W
IGGINS
,
G.
B. 1998. Larvae of the North American Caddisfly Genera
(Trichoptera). 2
nd
edition. Toronto, University of Toronto Press. IX + 457p.
38
Y
OKOYAMA
,
E. 2005. O efeito do mesohábitat sobre a distribuição de Trichoptera
(Insecta) em riachos da Serra do Mar, Estado de São Paulo. Trabalho de
conclusão de curso. FCLA, UNESP. p. 21.
39
Fig. 1. Mapa do Estado de São Paulo com destaque para o Parque Estadual da Serra do Mar e
a
s projeções dos Núcleos Santa Virgínia (NSV) e Cunha
-
Indaiá (NCI).
Fig. 1. Mapa do Estado de São Paulo com destaque para o Parque Estadual da Serra do Mar e
as projeções dos núcleos Santa Virgínia (NSV) e Cunha-Indaiá (NCI).
40
Fig. 2. Mapa mostrando a localização dos pontos de coleta no Parque
Estadual da Serra do Mar Núcleos Cunha-
Indaiá (NCI), Santa Virgínia
(NSV) e adjacências.
Fig. 2. Mapa mostrando os pontos de coleta no Parque Estadual da Serra do Mar Núcleos
Cunha-Indaiá (NCI) e Santa Virgínia (NSV).
41
Fig. 3. Gráfico mostrando a beta diversidade (1-
Morisita) para 22 riachos, distribuídos em três
categorias de vazão (pequena, média e grande), no Norte da Serra do Mar, Estado de São
Paulo, em outubro de 2006 e outubro-novembro de 2007.
1 2 3
Vazão
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Beta diversidade
Média Média ±EP Média±DP
42
Fig. 4. Gráfico mostrando a beta diversidade (1-
Morisita) para 22 riachos, distribuídos em três
categorias de integridade ambiental (baixa, média, alta), no Norte da Serra do Mar, Estado de São
Paulo, em outubro de 2006 e outubro-novembro de 2007.
1 2 3
Integridade
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Beta diversidade
Média Média±EP Média±DP
43
Tabela I. Coordenadas geográficas, valores do pH, oxigênio dissolvido (OD), altitude,
condutividade elétrica (COND), vazão (VA), cobertura vegetal (CV) (escala de 1=
ausente, 2 = pouca, 3 = média, 4 = grande e 5 = total) e valores dos escores de RCE
registrados em 22 riachos do Norte da Serra do Mar, Estado de São Paulo, em outubro
de 2006 e outubro-novembro de 2007.
1
Riachos localizados em áreas protegidas, sem nenhum vestígio de atividade antrópica
2
Riachos sob influência de atividade pecuária
3
Riachos sobre influência antrópica difusa
Riachos Coordenadas geográficas pH
OD
(mg.L
-1
)
Altitude
(m)
COND
(µS.cm
-1
)
VA
(m
3
.s
-1
)
(CV) RCE
P1
1
S 23
o
20'59'' W 45
o
01'13'' 6,47 9,70 847 10 0,952 3 265
P2
3
S 23
o
19'46'' W 45
o
11'14'' 6,50 9,54 888 11 0,155 3 145
P3
2
S 23
o
19'31'' W 45
o
01'38'' 6,52 9,83 890 12 0,062 1 138
P4
1
S 23
o
18'46'' W 45
o
0.7'13'' 6,30 9,18 907 12 0,054 5 250
P5
1
S 23
o
20'37'' W 45
o
0.7'44'' 6,30 9,13 912 60 0,028 5 250
P6
3
S 23
o
26'22'' W 45
o
14'53'' 5,80 9,42 794 12 0,166 3 215
P7
2
S 23
o
22'52'' W 45
o
13'34'' 6,80 9,65 833 16 0,287 1 165
P8
3
S 23
o
11'42'' W 44
o
59'08'' 6,70 8,84 1106 17 0,734 3 260
P9
3
S 23
o
12'35" W 45
o
00'35" 6,73 8,31 1063 16 2,384 3 160
P10
3
S 23
o
15'46'' W 45
o
02'46'' 6,98 9,08 1010 14 2,361 3 245
P11
1
S 23
o
16'53'' W 45
o
02'35'' 6,50 9,50 947 80 0,790 3 260
P12
1
S 23
o
14'21'' W 45
o
00'54'' 6,76 9,12 1053 90 0,027 5 255
P13
3
S 22
o
55'06" W 44
o
48'24" 6,97 6,38 980 58 0,371 4 245
P14
3
S 22°55'08" W 44°48'23" 7,06 7,78 986 18 0,024 3 205
P15
3
S 23°06'12" W 44°52'05" 6,63 8,50 1082 13 0,243 3 240
P16
3
S 23°09'06" W 44°50'48" 6,56 8,52 1274 10 0,012 2 160
P17
2
S 23°09'16" W 45°01'07" 6,86 8,45 968 30 0,118 2 163
P18
3
S 23°09'17" W 44°51'20" 6,64 9,73 1257 30 0,188 4 215
P19
2
S 23°06'56" W 45°00'20" 6,74 7,61 872 35 0,016 2 185
P20
3
S 23°09'01" W 44°49'14" 6,71 9,30 1440 10 0,014 3 165
P21
3
S 23°09'15" W 44°49'44" 6,52 9,16 1374 80 0,016 2 151
P22
3
S 23°09'04" W 44°50'49" 6,49 9,10 1270 13 0,015 4 200
44
Tabela II Composição e número de indivíduos de Trichoptera amostrados em 22 riachos na região Norte da
Serra do Mar, Estado de São Paulo, em outubro de 2006 e outubro-novembro de 2007
Táxons/Pontos 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Calamoceratidae
Phylloicus Muller, 1880 3 3 16 1
Ecnomidae
Austrotinodes Schmid, 1955 1
Glosossomatidae
Itauara Muller, 1888 9 16 4 1 23 161
8 3 2 2 14 2
Protoptilla Banks, 1904 1 6 1 137
Helicopsychidae
Helicopsyche Siebold, 1856 3 1 113 93 81 8 54 27 766
12 22 42 6 27 8 88 165
7
Hydrobiosidae
Atopsyche Banks, 1905 2 10 5 2 1 6 1 7 1 1 6 2 3 1 1 8
Hydropsichidae
Blepharopus Kolenati, 1859 3
Leptonema Guérin, 1853 2 2 2 2 2 1 1 4 2
Macronema Pictet, 1836 1
Smicridea McLachlan, 1871 24 190 86 3 3 19 243
74 116
90 62 2 24 4 5 31 4 17 13 16 26 64
Synoestropsis Ulmer, 1905 6 3
Hydroptilidae
Leucotrichia Mosely, 1934 10 142
1 37 40 513 9 156
Hydroptila Dalman, 1819 1
AffMetrichia Ross, 1938 28 7 43 2 164
12 12 210
16 5 2 1 18 7 3 40
Neotrichia Morton, 1905 3 1 2 2 3
Oxyethira Eaton, 1873 4
Zumatrichia Mosely, 1937 57 21 1 7
Leptoceridae
Grumichella Muller, 1879 358 60 221 1 22 841
10 209
8 1 338 18 14 9 18 192
Nectopsyche Muller, 1879 1 1 26 5 1 10 46 2 4 6 1 2 1 1 1
Oecetis Mosely, 1936 4 19 1 2 1 1
Triplectides Kolenati, 1859 1 1 3
Odontoceridae
Marilia Muller, 1880 1 1 3 2 1 10 1 2 5 1 1 8 3 1
Barypenthus Burmeister, 1839 1
Philopotamidae
Chimarra Stephens, 1829 4 2 43 1
Policentropodidae
Polyplectropus Ulmer, 1905 12 1 1 14 1
Sericostomatidae
Grumicha Muller, 1879 1 2 3 1
Xiphocentronidae
Xiphocentron Brauer, 1870 3
45
Tabela III. Análise de correlação entre as matrizes de similaridade de Morisita-Horn e
matrizes hipóteses, através do Teste de Mantel e Teste de Mantel Parcial com 5000
permutações.
Teste de Mantel
Matriz Hipótese r p
Ação Antrópica
-0,14 0,04
Altitude
0,19 0,02
Coordenadas Geográficas
-0,27 0,03
Cobertura Vegetal
-0,23 0,01
Integridade Ambiental
0,03 0,35
Condutividade
0,08 0,22
Vazão 0,11 0,26
Teste de Mantel Parcial*
Matriz Hipótese r p
Ação Antrópica
-0,16 0,02
Altitude
0,16 0,03
Cobertura Vegetal
-0,21 0,01
Integridade Ambiental
0,01 0,44
Condutividade
0,09 0,28
Vazão 0,08 0,34
Teste de Mantel Parcial*: excluindo a influência das coordenadas geográficas
46
Tabela IV. Resultados da análise de regressão múltipla dos atributos da fauna de
Trichoptera (abundância, riqueza* e abundância por gênero) e as variáveis: vazão,
condutividade, índice de integridade ambiental e cobertura vegetal.
Variáveis resposta
Beta
p
Abundância
Vazão 0,76
0,0007
Condutividade 0,18 0,32
Índice de Integridade Ambiental -0,47 0,07
Cobertura Vegetal -0,12 0,61
Riqueza*
Vazão 0,50
0,02
Condutividade 0,07 0,72
Índice de Integridade Ambiental -0,40 0,14
Cobertura Vegetal 0,20 0,45
Abundância de Helicopsyche
Vazão 0,77
0,0001
Condutividade 0,15 0,33
Índice de Integridade Ambiental -0,91
0,0005
Cobertura Vegetal -0,55
0,015
Abundância de Grumichella
Vazão 0,69
0,002
Condutividade -0,02 0,91
Índice de Integridade Ambiental -0,59
0,031
Cobertura Vegetal -0,26 0,29
Abundância de Smicridea
Vazão 0,40 0,07
Condutividade -0,07 0,72
Índice de Integridade Ambiental -0,77 0,20
Cobertura Vegetal 0,15 0,58
*Riqueza: riqueza padronizada
47
Anexo I
Protocolo de avaliação física de riachos para obtenção dos escores de integridade
ambiental dos riachos da Serra do Mar, Estado de São Paulo
1) Padrão de uso da terra além da zona de vegetação ribeirinha
1. cultivos agrícolas de ciclo curto (1)
2. pasto (7)
3. cultivos agrícolas de ciclo longo (15)
4. vegetação com espécies pioneiras (20)
5. floresta ombrófila íntegra (30)
2) Largura da mata ciliar
1. vegetação arbustiva e ciliar ausente (1)
2. mata ciliar ausente com alguma vegetação arbustiva (5)
3. mata ciliar bem definida de 1 a 5m de largura (10)
4. mata ciliar bem definida de 5 a 30m de largura (17)
5. mata ciliar bem definida com mais de 30 m de largura (22)
6. continuidade de mata ciliar com floresta adjacente (30)
3) Estado de preservação da mata ciliar
1.cicatrizes profundas com barrancos ao longo do seu comprimento (1)
2. quebra frequente com algumas cicatrizes e barrancos (10)
3. quebra ocorrendo em intervalos maiores de 50m (20)
4. mata ciliar intacta sem quebras de continuidade (30)
4) Estado da mata ciliar dentro de uma faixa de 10m
1. vegetação constituída de grama e poucos arbustos (1)
2. mescla de grama com algumas árvores pioneiras e arbustos (5)
3. espécies pioneiras mescladas com árvores maduras (10)
4. mais de 90% da densidade é constituída de árvores não pioneiras ou nativas
(15)
5) Dispositivos de retenção
1. canal livre com poucos dispositivos de retenção (1)
2. dispositivo de retenção solto movendo-se com o fluxo (5)
3. rochas e/ ou tronco presentes, mas preenchidos com sedimento (6)
4. canal com rochas e/ ou troncos firmemente colocadas no local (10)
6) Sedimentos no canal
1. canal dividido em tranças ou rio canalizado (1)
2. barreira de sedimento e pedras, areia e silte comuns (4)
3. algumas barreiras de cascalho e pedra bruta e pouco silte (6)
4. canal com rochas e/ ou troncos firmemente colocadas no local (10)
48
7) Estrutura do barranco do rio
1. barranco instável com solo e areia soltos, facilmente perturbável (1)
2. barranco com solo livre e uma camada esparsa de grama e arbustos (4)
3. barranco firme, coberto por grama e arbustos (6)
4. barranco estável de rochas e/ ou solo firme, coberto de grama, arbustos e
raízes (10)
8) Escavação sob o barranco
1. escavações severas ao longo do canal, com queda de barrancos (1)
2. escavações frequentes (3)
3. escavações apenas nas curvas e constrições (6)
4. pouca ou nenhuma evidência, ou restrita a áreas de suporte de raízes (10)
9) Leito do rio
1. fundo uniforme de silte e areia livres, substrato de pedra ausente (1)
2. fundo de silte, cascalho e areia em locais estáveis (5)
3. fundo de pedra facilmente móvel, com pouco silte (10)
4. fundo de pedras de vários tamanhos, agrupadas, com interstício óbvio (15)
10) Áreas de corredeiras e poções ou meandros
1. meandros e áreas de corredeiras/ poções ausentes ou rio canalizado (1)
2. longos poções separando curtas áreas de corredeiras, meandros ausentes (5)
3. espaçamento irregular (10)
4. distintas, ocorrendo em intervalos de 5 a 7 vezes a largura do rio (15)
11) Vegetação aquática
1. algas emaranhadas no fundo, plantas vasculares dominam o canal (1)
2. emaranhados de algas, algumas plantas vasculares e poucos musgos (4)
3. emaranhados de algas, algumas plantas vasculares semi-aquáticas ou
aquáticas ao longo da margem (6)
4. quando presente consiste de musgos e manchas de algas (10)
12) Detritos
1.sedimento fino anaeróbio, nenhum detrito bruto (1)
2. nenhuma folha ou madeira, matéria orgânica bruta e fina com sedimento (3)
3. pouca folha e madeira, detritos orgânicos finos, floculentos, sem sedimento
(5)
4. principalmente folhas e material lenhoso com sedimento (7)
5. principalmente folhas e material lenhoso sem sedimento (10)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo