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“... introduziu a questão da estrutura do sistema em níveis de
complexidade... seria a questão da integralidade, seria ter acesso em
tempo integral, em qualquer nível, que inicialmente era vedada e com
a constituição de 88, passa a ser universal, integral, pra corresponder
com conceito de verticalidade...” (Valete de Copas).
O referido relatório tem sido considerado um dos primeiros documentos
através do qual se propõe pensar na criação de Sistemas Nacionais de Saúde e de
modo específico as políticas públicas. Originário da Inglaterra, no ano 1920, o
sistema de saúde propõe uma organização hierarquizada dos serviços de saúde por
nível de complexidade (os centros primários de atenção à saúde, os centros
secundários de atenção à saúde e os hospitais de ensino) em uma área geográfica
definida, organizados com bases populacionais e influenciou diversos sistemas de
saúde do mundo, inclusive o brasileiro
(39-41)
.
Não podemos deixar de destacar na entrevista acima, o entendimento
passado sobre a atenção integral, ou integralidade como é citado, “amarrado”, à
universalidade.
O trecho da entrevista a seguir, demonstra a influência das diversas
referências no debate da saúde, no período do Movimento Sanitário e,
conseqüentemente, a influência no entendimento e discussão da integralidade.
“... esse conceito de integral, de atenção integral é uns dos
conceitos tradicionais do sistema de saúde, dos sistemas públicos de
saúde, o Brasil não inventou, (...) boa parte das diretrizes que
estavam na Inglaterra, na União Soviética, em Cuba, no Chile, nos
países que estavam implantando políticas publicas nos sistemas
nacional de saúde. E o conceito de integral vem dos anos 30, 20 lá
na Inglaterra, que é a idéia de um sistema que fundisse a prevenção
com clínica, realizasse o atendimento preventivo básico até o mais
sofisticado. O conceito de integralidade ele é ligado a idéia do
sistema, não o sistema fragmentado como é o do publico/privado,
área curativa/área saúde publica do governo, área curativa
assistencial do mercado, como é nos EUA até hoje e que era no
Brasil. Então ele se propõe a integração sanitária, universalidade,
são conceitos antigos. O SUS inovou na descentralização, na gestão
participativa, controle social, mas os outros todos, inclusive
integralidade, a gente herdou. A hierarquização, regionalização, essa
história no Brasil, são conceitos dos anos 30, 40. Isso entra na 8ª
conferência com esse sentido: de assegurar as pessoas o que fosse
necessário; ter um sistema com base na necessidade de saúde, pra
isso tem que ter todas as ofertas possíveis, necessárias, tem
prevenção, teto em pesquisa, cirurgia, fisioterapia, prevenção
comunitária, que essa a idéia dela, da intervenção global...” (Gastão
Wagner de Sousa Campos).