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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
RENATO LISBÔA MÜLLER
A INSERÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA NOS PLANOS DE
DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAIS PARA A CIDADE DE URUPEMA - SC
Balneário Camboriú
2010
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2
RENATO LISBÔA MÜLLER
A INSERÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA NOS PLANOS DE
DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAIS PARA A CIDADE DE URUPEMA - SC
Dissertação apresentada como requisito final para a
obtenção do título de Mestre em Turismo e Hotelaria
pela Universidade do Vale do Itajaí, Centro de
Ciências Sociais Aplicadas Comunicação, Turismo
e Lazer – Campus Balneário Camboriú.
Orientadora: Profa. Elaine Ferreira, Dra.
Balneário Camboriú
2010
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3
RENATO LISBÔA MÜLLER
A INSERÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA NOS PLANOS DE
DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAIS PARA A CIDADE DE URUPEMA - SC
Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre em
Turismo e Hotelaria e aprovada pelo Programa de Mestrado Acadêmico em Turismo
e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas
– Comunicação, Turismo e Lazer.
Área de Concentração: Planejamento e Gestão do Turismo e da Hotelaria
Balneário Camboriú, 10 de março de 2010.
Profa. Doris Ruschmann
Coordenadora do Mestrado em Turismo e Hotelaria - UNIVALI
Profa. Elaine Ferreira. Dra.
UNIVALI – Balneário Camboriú
Orientadora
Prof. Adriana Rosseto
UNIVALI – Itajaí
Membro
Profª. MSc Maria da Salete Sachew
UNC - Canoinhas
Membro
4
RESUMO
A importância que o turismo possui nos tempos atuais justifica o seu planejamento
nas localidades receptoras, o que deve ser feito pelo poder público, através das
diferentes esferas governamentais. A cidade de Urupema, na serra catarinense,
possui uma atividade turística incipiente. Porém, a responsabilidade dos órgãos
governamentais existe, na função de elaborar planos de desenvolvimento que
contemplem o turismo como instrumento gerador de emprego e renda para a
população local. Este trabalho investiga ações do governo estadual dirigidos à
região da serra catarinense, e também os planos de desenvolvimento municipal que
foram elaborados pelos gestores públicos municipais desde a emancipação do
município, no ano de 1989. O presente estudo foi realizado buscando conhecer os
planos de desenvolvimento elaborados pelas administrações municipais e pelo
governo do estado de Santa Catarina que contivessem ações voltadas para a cidade
de Urupema e região. Foram realizadas entrevistas com representantes do poder
público municipal, estadual, e também da iniciativa privada que estão ligados
diretamente ao setor turístico no município, bem como, buscou-se conhecer as
opiniões destes entrevistados sobre a importância do turismo para o
desenvolvimento municipal e da região serrana, além de saber se, nas suas opiniões
e as ações voltadas ao turismo de acordo com os planos de desenvolvimento foram
realizadas pelo poder público. Através dos indicadores utilizados, foi possível
verificar algumas melhorias em alguns setores e crescimento vegetativo em outros.
O resultado aponta para a inserção do turismo como elemento capaz de trazer
benefícios para a cidade, desde que haja planejamento municipal e estadual,
desenvolvendo ações pontuais, além de ações mais amplas que envolvam cidades
vizinhas, trazendo benefícios para a região.
Palavras-Chave: Plano de Desenvolvimento; Planejamento; Poder Público.
5
ABSTRACT
The current importance of tourism justifies its planning of the host communities,
which should be carried out by various levels of Government. The town of Urupema,
in the mountainous region of the State of Santa Catarina, has a fledgling tourism
activity. However, the government bodies have a responsibility to create and develop
plans that include tourism as a generator of employment and income for the local
population. This study investigates the actions developed by the State government
for the mountainous region of Santa Catarina, as well as the municipal development
plans that have been created by municipal administrators since the emancipation of
Urupema, in 1989. In order to investigate the development plans that included
actions for the town and the surrounding region, interviews were conducted with
representatives of the municipal and state government, as well as with
representatives of the private sector who are directly involved with tourism. Through
these interviews, we sought to discover the opinions of these representatives on the
importance of tourism for the development of the town and surrounding region, and
to find out whether, in the opinions of the respondents, the actions for the tourism
sector in the existing development plans were actually carried out by the government.
Through the indicators used, we observed improvements in certain areas and
stagnation in others. The result indicates the inclusion of tourism as an element
capable of bringing benefits to the town of Urupema, provided there is municipal and
state planning to develop specific actions, as well as wider actions involving
neighboring towns and bringing benefits to the wider region.
Keywords: Development Plan, Planning, Public Authority
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxograma da pesquisa...........................................................................19
Figura 2: Urupema vista da estrada para o Morro das Torres..................................22
Figura 3: Trajeto entre Urupema e Rio Rufino..........................................................24
Figura 4: Trajeto entre Painel e Urupema................................................................24
Figura 5: Micro região da serra catarinense.............................................................25
Figura 6: Tipos de planejamento..............................................................................30
Figura 7: Organograma do Ministério do Turismo....................................................39
Figura 8: Organograma da SDR de São Joaquim....................................................42
Figura 9: Diagnóstico elaborado pelo PDIL..............................................................81
Figura 10: Sinalização do governo do estado no Morro das Torres.........................92
Figura 11: Placas de sinalização turística no Morro da Torres.................................93
Figura 12: Sinalização feita pela prefeitura de Urupema..........................................94
Figura 13: Estrada de acesso ao Morro das Torres. ................................................96
Figura 14: Escada de acesso para a Cachoeira que Congela.................................97
Figura 15: Portal construído na entrada da cidade. .................................................98
Figura 16: Sinalização das trutas no Rio Caronas...................................................99
Figura 17: Truta no Rio Caronas..............................................................................99
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Objetivos estratégicos para o turismo na serra catarinense....................82
Quadro 2: Base da economia de Urupema............................................................101
Quadro 3: Dados da saúde em Urupema...............................................................101
Quadro 4: Dados da educação em Urupema.........................................................102
Quadro 5: Condições das estradas em Urupema. .................................................103
Quadro 6: Dados da telefonia em Urupema...........................................................103
Quadro 7: Dados da População Ocupada na Agropecuária. .................................104
Quadro 8: Dados da Estrutura Fundiária de Urupema...........................................105
Quadro 9: Dados da Produção Agropecuária. .......................................................105
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Produção pecuária da cidade...................................................................55
Tabela 2: Composição da Produção Vegetal em Urupema......................................55
Tabela 3: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema. ........................56
Tabela 4: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração............56
Tabela 5: Composição da Produção Pecuária em Urupema....................................58
Tabela 6: Composição da Produção Vegetal em Urupema......................................58
Tabela 7: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema. ........................59
Tabela 8: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração............60
Tabela 9: Composição da Produção Pecuária em Urupema....................................62
Tabela 10: Composição da Produção Vegetal em Urupema....................................63
Tabela 11: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema. ......................63
Tabela 12: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração..........63
Tabela 13: Composição da Produção Pecuária em Urupema..................................66
Tabela 14: Composição da Produção Vegetal em Urupema....................................67
Tabela 15: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema. ......................68
Tabela 16: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração..........68
Tabela 17: Composição da Produção Pecuária em Urupema..................................74
Tabela 18: Composição da Produção Vegetal em Urupema....................................75
Tabela 19: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema. ......................76
Tabela 20: Evolução da população de Urupema....................................................100
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................10
1.1 Justificativa .......................................................................................................13
2 METODOLOGIA....................................................................................................16
2.1 Levantamento de dados...................................................................................17
2.2 Tratamento e análise dos dados......................................................................19
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................21
3.1 A cidade de Urupema........................................................................................21
3.2 A Serra Catarinense..........................................................................................24
3.3 A atividade turística..........................................................................................26
3.4 Turismo e território...........................................................................................27
3.5 Planejamento.....................................................................................................28
3.6 Dimensões do plano de desenvolvimento......................................................33
3.7 Desenvolvimento sustentável..........................................................................34
3.8 O Poder público municipal...............................................................................36
3.9 Desenvolvimento regional................................................................................43
3.10 O poder público municipal.............................................................................48
4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE URUPEMA .......................53
5 RESULTADOS ......................................................................................................79
5.1 Informações obtidas em documentos.............................................................79
5.2 Informações obtidas através de entrevistas...................................................88
5.3 Evolução dos Indicadores de Pesquisa.......................................................100
5.4 Análise dos Resultados..................................................................................106
6 CONCLUSÃO......................................................................................................112
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................117
REFERÊNCIAS ......................................................................................................118
APÊNDICES...........................................................................................................122
ANEXOS.................................................................................................................171
10
1 INTRODUÇÃO
O turismo é uma atividade humana, exercida por motivações diversas. A atividade
turística ganhou força e importância após a Segunda Guerra Mundial; atualmente
muitas são as localidades que estão aproveitando as suas características naturais
e/ou culturais para atrair turistas e excursionistas e gerar empregos e renda para os
residentes das localidades onde o turismo ocorre. Dessa forma, a importância do
turismo é ressaltada, principalmente pela questão econômica, medida pelo fluxo de
dinheiro que os turistas gastam nos meios de hospedagem ou com alimentação,
transporte, combustíveis, na compra de artesanatos, roupas, ou com os diversos
serviços prestados por diferentes profissionais nas cidades que visitam.
Porém, o turismo além de gerar emprego e renda, acaba por gerar tamm,
conseqüências negativas para a localidade receptora, principalmente para o
ambiente natural. Este acaba sendo alterado em nome do desenvolvimento e do
progresso, o que traz preocupação, pois a natureza é considerada um dos mais
importantes elementos motivacionais, para atrair visitantes a uma determinada
espaço. Existem muitas publicações e autores que tratam da preservação ambiental
e da sua importância para a atividade turística, já que para muitos municípios os
elementos naturais são os únicos atrativos. A relação entre preservação ambiental e
atividade turística é citada por autores como Paulo Pires, Giovanni Seabra, Reinaldo
Dias, Kreg Lindeberg, Hector Ceballo-Lascurain, Elizabete Boo, entre outros. Todos
enfatizam que o turismo necessita de uma consciência ambientalista que tenha
como premissa a sustentabilidade da atividade, sem que haja a priorização da
questão econômica, prevalecendo perante as questões ambiental, social e cultural.
Na ânsia de transformar uma determinada propriedade em um local para atrair e
servir aos turistas, é comum que algumas pessoas derrubem parte da vegetação
natural, alterando a paisagem ao edificar novas construções para servir como
hospedagem ou como outra forma de estrutura de atendimentos aos visitantes, sem
que haja uma preocupação com a preservação do meio ambiente e com a
sustentabilidade do empreendimento que está sendo criado.
11
Cabe ao poder público, criar normas, através de leis e/ou decretos que regulem o
desmatamento e a destruição da vegetação existente e fazer cumprir as que
existem, da mesma forma que deve fiscalizar as ações que são realizadas nos
espaços naturais, principalmente em áreas que estão sob proteção legal, como
Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Áreas de Proteção Ambiental (APAs).
É obvio que não é possível impedir o desenvolvimento das cidades, pois com o
passar dos tempos a população mundial vem crescendo e, com isso, aumenta a
necessidade de se produzir mais alimentos e de se ter espaço físico para as
pessoas construírem suas residências, e as edificações que abrigam
estabelecimentos comerciais e industriais. A questão da moradia passa pela
necessidade de sobrevivência e tamm pela qualidade de vida e sustentabilidade.
Mas como evitar a destruição da natureza e fazer com que as pessoas consigam
sustentar suas famílias?
O sustento de muitas famílias de cidades interioranas, como é o caso de Urupema,
passa pela agricultura e pela pecuária, porém, essas atividades estão atravessando
um período de muitas dificuldades, fazendo com que algumas pessoas acabem
deixando a vida no campo e nas pequenas cidades, mudando para centros maiores,
em busca de uma vida melhor. Neste sentido apresenta-se o turismo como uma
ótima alternativa para a preservação da natureza que pode contribuir para a geração
de emprego e renda, mantendo as famílias em suas propriedades, dando-lhes um
ganho econômico através da preservação e do aproveitamento dos recursos
naturais para atrair visitantes às propriedades que possuam atrativos turísticos
relevantes.
Contudo, o planejamento das ações para a atividade turística, contidas em um plano
de desenvolvimento municipal e as execuções das mesmas são essenciais para que
o turismo aconteça de maneira que todas as partes envolvidas na atividade
consigam obter benefícios. Não se pode pensar somente na população local ou nos
empresários, da mesma forma que não se pode planejar o turismo pensando única e
exclusivamente nos turistas. Todos estes atores estão ligados ao turismo, de forma
direta ou indireta, logo, todos devem participar do planejamento e das ações
realizadas em uma destinação turística. Cabe ao poder público municipal, como
gestor administrativo, reunir o maior número possível de pessoas, organizações e
12
entidades para decidir o planejamento das ações que tragam o desenvolvimento à
cidade.
Neste trabalho de pesquisa estudou-se na cidade de Urupema, situada no planalto
serrano catarinense, a gestão do poder público municipal como responsável pela
elaboração do plano de desenvolvimento. O estudo buscou conhecer os planos de
desenvolvimento municipal e dos órgãos estaduais, verificando a inserção da
atividade turística como fator de ampliação da economia local e de melhoria da
qualidade de vida da população local.
Assim, seguem as seguintes perguntas de pesquisa:
De que forma os planos de desenvolvimento municipal contemplam a
inserção da atividade turística em Urupema?
De que maneira o poder público pode incluir o turismo nos planos de
desenvolvimento, como instrumento capaz de gerar benefícios á cidade de
Urupema?
O objetivo geral deste trabalho é:
Investigar a contribuição das políticas públicas das esferas estadual e
municipal nas ações de planejamento para o desenvolvimento da atividade
turística na cidade de Urupema.
Têm-se como objetivos específicos:
Verificar a forma com que os planos de desenvolvimento (municipal e
estadual) inserem o turismo como uma ferramenta de geração de emprego e
renda á população local;
Analisar os planos de desenvolvimento da esfera estadual, que sejam
direcionados aos municípios da serra catarinense, investigando as ações
planejadas especificamente para o turismo na cidade de Urupema e se as
mesmas foram implantadas ou não;
Verificar quais as ações foram planejadas para o desenvolvimento da
atividade turística na cidade.
13
1.1 Justificativa
O turismo é tido como uma das atividades econômicas de grande importância nos
tempos atuais, atraindo a atenção de muitas pessoas, empresas e organizações, por
ser abrangente, e ultrapassar fronteiras, o turismo envolve diferentes cidades,
estados e países. Vale então destacar que, cabe aos órgãos públicos dar uma
atenção especial à atividade turística, regulamentando o seu desenvolvimento, de
forma a maximizar os benefícios e minimizar os impactos negativos.
A atividade turística é bastante segmentada, variando de acordo com o perfil do
turista e com o potencial da localidade receptora. Assim, uma localidade pode utilizar
o turismo para atrair pessoas, com a realização de um evento ou por possuir em seu
território um ou mais atrativos naturais, razão pela qual foi chamado de “indústria
sem chaminés”, dando uma falsa idéia de que o turismo não polui, porém, a verdade
é que o turismo causa uma série de impactos negativos, se não for realizado com
organização e com um planejamento que anteveja os possíveis problemas que
possam surgir, e que permita que sejam feitas alterações e correções nas ações que
por ventura, tenham sido realizadas.
Dentre os prejuízos que o turismo gera em uma destinação, podem ser citadas
alterações na cultura da população local, como tamm o aumento da violência, do
custo de vida, entre outros. Também merecem atenção especial os impactos que o
turismo causa no ambiente natural de uma determinada localidade: poluição de
praias e rios, aumento da produção de lixo, destruição da flora e da fauna local.
O desenvolvimento do turismo se justifica quando os benefícios da atividade forem
superiores aos impactos negativos, e ainda assim, estes benefícios devem ser
estendidos ao maior número de moradores possíveis. Se o turismo gerar benefícios
somente à alguns empresários e não auxiliar a população autóctone, então a
atividade turística está sendo desenvolvida de forma errada. Nem sempre os
benefícios econômicos da atividade turística serão extensivos à toda população
local, mas quando a atividade turística ocorre de maneira planejada, a cidade
melhora a qualidade de vida para seus moradores locais, seja no saneamento
básico, atendimento de setores como saúde, transporte, sinalização, segurança,
entre outros. E as melhorias nestes aspectos afetarão toda a população autóctone.
14
Outro ponto importante que deve ser destacar é que o turismo deve contemplar
ações a serem executadas em diferentes prazos: curto, médio e longo prazo. O
imediatismo do lucro traz um risco à atividade, que pode ter seu ciclo de vida
abreviado. E se pensarmos que o turismo usufrui da paisagem e dos elementos
naturais, então, impreterivelmente, a atividade turística deve seguir as premissas do
desenvolvimento sustentável.
Assim, este trabalho se justifica pela importância de mostrar que necessidade da
existência de uma política pública de desenvolvimento, que traga em seu
planejamento, ações que visem a ocupação ordenada das áreas naturais de uma
localidade, sem que a paisagem seja modificada a ponto de diminuir a sua qualidade
e a beleza cênica. Da mesma forma, este planejamento deve conter ações que
permitam a realização da atividade turística, promovendo a economia no município,
aproveitando os recursos naturais e culturais, e utilizando estes recursos de acordo
com o princípio do desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento deste trabalho também se justifica por se entender que
planejamento do turismo, ser uma forma de promover o desenvolvimento de uma
determinada região, e por ter a capacidade de transformar a realidade de pequenas
cidades. Outro motivo que justifica a realização deste trabalho é o fato da cidade de
Urupema desde a criação do município em 1989 a os dias atuais, ter a sua
população diminuída. Dentre os motivos do decréscimo populacional estão, a falta
de emprego e trabalho, aliada ás dificuldades e aos problemas enfrentados pela
população que vive no meio rural, tendo como meio de sobrevivência a agricultura e
a pecuária. A inserção do turismo como uma atividade econômica em Urupema
pode frear o êxodo rural e manter a população no campo, dando a ela uma
alternativa de geração de trabalho e renda familiar.
Urupema é uma cidade que está situada na serra catarinense, sendo esta a região
mais fria do estado de Santa Catarina e uma das mais frias do Brasil. O fator
climático da região e do município e principalmente a presença constante do frio,
com ocorrências de geada e neve, atrai muitos turistas e visitantes à serra
catarinense. Aliado ao fator climático, o território serrano é composto por montanhas
de grande altitude como o Morro da Igreja em Urubici, com 1800 metros e o Morro
das Torres em Urupema com cerca de 1750 metros. Tamm é comum a ocorrência
15
floresta de araucária (Araucária angustifolia), que além de se constituir em uma
paisagem única, servem de habitat para algumas espécies de aves como as
curicacas (Theristicus caudatus) e as gralhas azuis (Cyanocorax caeruleus). Além
das espécies da fauna e da flora, a região possui vários rios, que abastecem as
cidades e seus moradores e formam diversas cachoeiras com potencial paisagístico
que podem ser incorporados à atividade turística. Por tudo isso, a serra catarinense
e a cidade de Urupema, podem se transformar em destinos turísticos, pois o
detentoras de recursos turísticos, que se forem devidamente trabalhados e
formatados, devem consolidar a vocação turística da região serrana.
Merece referência o fato de a cidade ser produtora de maçãs, cultura que em função
de fatores climáticos, apresenta uma grande variação na quantidade e na qualidade
da fruta. A produção de maçãs depende diretamente de fatores externos que não
podem ser controlados pelos produtores, como chuva, estiagem, frio, calor, geada e
chuva de granizo e, sempre que um destes fatores (mencionados anteriormente)
ocorre a ponto de danificar a qualidade e a quantidade da fruta e da produção,
acaba tamm prejudicando a safra e o rendimento dos respectivos produtores. Isso
faz com que a economia do município sofra uma queda, pois ela depende muito da
colheita da maçã, que gera, além de divisas aos cofres públicos, emprego e renda
aos moradores da cidade. E sempre que a produção de maçã sofre uma queda, a
geração de empregos também diminui, que muitos moradores trabalham nos
pomares durante a época de colheita.
O turismo pode gerar emprego na cidade de Urupema, durante vários meses do
ano, ao contrário da maçã, cuja colheita acontece uma vez por ano. Além disso,
Urupema não conta com uma empresa que faça o processo de embalagem das
maçãs produzidas e colhidas em seu território. A safra da maçã, quase que em sua
totalidade, segue para outras cidades que acabam por embalar e comercializar a
fruta como se ela tivesse sido plantada em seus domínios territoriais. Com isso, a
cidade perde divisas e tamm espaço na mídia, que as maçãs colhidas em
Urupema io servir como elementos de divulgação de municípios vizinhos no
cenário estadual e nacional.
16
2 METODOLOGIA
Este trabalho se caracteriza por ser um estudo de caso, com pesquisa qualitativa,
exploratória e descritiva. Segundo Yin (2005, p. 32), “um estudo de caso é uma
investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto da vida real”.
De acordo com Sampieri et all, (2006, p. 5), “[...] a pesquisa qualitativa está baseada
em métodos de coleta de dados sem medição numérica, como as descrições e
observações”. Esses autores tamm afirmam que “[...] um estudo qualitativo busca
compreender seu fenômeno de estudo em seu ambiente usual” e que esses estudos
“não pretendem generalizar de maneira intrínseca os resultados para populações
mais amplas” (SAMPIERI et al, 2006, p. 11). Para Oliveira (2005, p. 59), a
abordagem qualitativa “[...] tenta explicar a totalidade da realidade através da
complexidade dos problemas sociopolíticos, econômicos, culturais, educacionais, e
segundo determinadas peculiaridades de cada objeto de estudo”.
Segundo Dencker (1998, p. 151) a pesquisa exploratória:
Caracteriza-se por possuir um planejamento flexível, envolvendo em
geral levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas
experientes e análise de exemplos similares. As formas mais comuns
de apresentação das pesquisas exploratórias são, a pesquisa
bibliográfica e o estudo de caso.
Ainda para a autora, a pesquisa descritiva, “[...] procura descrever fenômenos ou
estabelecer relações entre variáveis. Utiliza técnica de coleta de dados, como o
questionário e a observação sistemática (DENCKER, 1998, p. 151). Para Schlüter
(2003, p. 77), “[...] os estudos descritivos permitem a utilização de qualquer técnica
de coleta de dados e são utilizados com maior freqüência nos estudos de casos e
questionários”. A pesquisa realizada buscou conhecer a relação entre os
documentos governamentais existentes para a cidade de Urupema e a evolução do
desenvolvimento da cidade, investigando a forma que o turismo é contemplado
nestes documentos e os benefícios que esta atividade pode trazer ao município,
gerando empregos, renda e melhorando a qualidade de vida da população local,
17
2.1 Levantamento de dados
O levantamento de dados de acordo com Marconi e Lakatos (2007) pode ser feito
através dos procedimentos: pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e contatos
diretos. Este trabalho utilizou os procedimentos citados anteriormente, buscando
informações em registros oficiais do poder público, como a Prefeitura Municipal de
Urupema, Governo do Estado de Santa Catarina, Associação dos Municípios da
Região Serrana (AMURES) e em outros trabalhos realizados, que pudessem
fornecer dados atuais e relevantes ao tema pesquisado.
A pesquisa bibliográfica buscou na literatura, argumentos que pudessem embasar
as questões investigadas. Foram examinados documentos oficiais do poder público
municipal e estadual, como de outras associações e entidades que continham
informações relevantes a este trabalho, como a AMURES e do Serviço de Apoio ás
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Da mesma forma, foi realizado contato direto com pessoas que pudessem servir de
fontes de informação pertinentes a este trabalho, através de entrevistas, que
segundo Dencker (1998, p. 137), “[...] é uma comunicação verbal entre duas ou mais
pessoas, com um grau de estruturação previamente definido, cuja finalidade é a
obtenção de informações de pesquisa”. Para Schlüter, (2003, p. 106), as entrevistas
classificam-se em “estruturadas e não estruturadas”. Para a autora, na entrevista
estruturada “[... o pesquisador tem uma lista de perguntas que tem de ser
formuladas na mesma ordem e nos mesmos termos” e as não estruturadas “[...]
consistem em uma conversa sem restrições entre o pesquisador e o entrevistado
sobre temas relacionados com o objeto de estudo” (SCHLÜTER, 2003, p. 106).
A técnica de pesquisa utilizada foi a do formulário, que segundo Schlüter (2003, p.
108), é utilizado [...] quando entrevistado e entrevistador estão próximos e as
respostas, além de imediatas, são registradas pelo entrevistador”, neste caso,
utilizou-se seis perguntas abertas, dando ao entrevistado, a oportunidade expressar
a sua opinião sobre o assunto perguntado, sem que houvesse interferência do
entrevistador.
18
A população foi composta por dezessete representantes do poder blico,
envolvidos no planejamento do desenvolvimento do município, incluindo o prefeito,
vice-prefeito, secretário de turismo, vereadores, empresários, representantes do
governo estadual - especificamente da Secretaria de Desenvolvimento Regional.
Também foi investigado o Terceiro Setor, representado por integrantes da AMURES
e do Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense, bem como, por outras
pessoas que estavam diretamente envolvidos com a elaboração dos planos de
desenvolvimento e pela atividade turística na cidade de Urupema. Portanto, foi uma
amostra intencional, que, de acordo com Braga (2007, p. 58), “[...] são escolhidos
elementos específicos que o pesquisador considera importante”. Sobre a amostra
intencional, Lakatos e Marconi (2007, p. 52), explicam que neste caso:
O pesquisador não se dirige à massa, isto é, a elementos
representativos da população em geral, mas àqueles que, segundo
seu entender, pela função desempenhada, cargo ocupado, prestígio
social, exercem as funções de líderes de opinião na comunidade.
Pressupõe que estas pessoas, por palavras, atos ou atuações, têm a
propriedade de influenciar a opinião dos demais.
A Figura 1, na página 19 (a seguir), mostra de forma ilustrativa, o processo de
pesquisa realizado neste trabalho, com as devidas etapas cumpridas pelo
pesquisador.
De forma complementar, foi necessário obter alguns indicadores que serviram de
base na comparação da evolução/desenvolvimento da cidade com o passar dos
anos, após a emancipação político-administrativa do município, que foram
pesquisados nos planos de desenvolvimento da cidade de Urupema e tamm em
documentos oficiais elaborados pelo governo do estado de Santa Catarina e
SEBRAE. Foram utilizados os seguintes indicadores: população, economia,
educação, telefonia, saúde, estradas, população ocupada na agropecuária, estrutura
fundiária, estrutura da produção agropecuária e uso dos solos.
A partir destes indicadores foi possível afirmar se o turismo, ao ser incorporado nos
planos de desenvolvimento de Urupema, pode trazer benefícios à cidade e melhorar
a qualidade de vida dos seus moradores, colaborando com a sustentabilidade
ambiental, social/cultural e econômica do município.
19
Os indicadores da pesquisa realizada foram analisados verificando as ações
previstas nos planos de desenvolvimento elaborados e investigando as
conseqüências da sua implantação ou a não realização das mesmas.
Revisão bibliográfica
Coleta de informações/dados
Documentos Entrevistas
Análise de dados
Respostas às perguntas da pesquisa
Figura 1: Fluxograma da pesquisa
Fonte: O autor, 2009.
2.2 Tratamento e análise dos dados
As informações obtidas na pesquisa foram classificadas de acordo com as variáveis
apresentadas, para obter uma melhor compreensão das questões analisadas. Para
Dencker (1998, p. 191), “[...] classificar é dividir o todo em partes, dando ordem a
elas e colocando cada uma em seu lugar”.
A apresentação dos resultados foi feita através de tabelas e quadros, mostrando a
evolução dos indicadores, ao longo das gestões municipais de governo. O uso de
tabelas e quadros se justifica, de acordo com Marconi e Lakatos (2007, p. 37), pois,
sua utilização “facilita ao leitor, a compreensão e interpretação rápida da massa de
dados, podendo este, apenas com uma olhada, aprender importantes detalhes e
relações”.
20
Por fim, foi feita uma análise, comparando os dados obtidos nos documentos com as
informações recebidas nas entrevistas, desta forma foi possível identificar se a
cidade tem apresentado uma alteração nos índices utilizados nessa pesquisa, que
tenham trazido uma melhoria na qualidade de vida dos moradores de Urupema.
21
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 A cidade de Urupema
1
O município de Urupema faz parte da Região Serrana Catarinense, limita-se com os
municípios vizinhos de Rio Rufino, São Joaquim, Painel e Urubici. Possui cinco
comunidades rurais: Cedro, Cedrinho, Bossoroca, Marmeleiro e Rio dos Touros. O
nome deriva da junção de duas palavras: Uru e Pema, que em tupi, significa uma
espécie de peneira de fibras, usada também como instrumento de pesca.
A população de Urupema é de aproximadamente 2536 habitantes, sendo 1317
residentes na área rural, e 1219 na área urbana. A área total do município de
Urupema é de 287 km², sendo que, deste total, apenas 5km² são de área urbana. A
altitude na área urbana (sede da cidade) é de 1425 metros, sendo considerada uma
das cidades mais frias do Brasil. O ponto mais alto da cidade é o Morro das Torres,
com 1750 metros, sendo considerado o segundo mais alto do estado de Santa
Catarina.
Em Urupema há duas unidades geomorfológicas distintas: as escarpas da Serra
Geral na divisa com os municípios de Rio Rufino, Painel e Urubici, e a presença de
campo e matas de araucária no restante do município. A composição aproximada do
relevo é a seguinte: 15% plano; 50% ondulado e forte ondulado; 35% montanhoso.
Esta situação de relevo associado ao afloramento de rochas, implica em pequeno
potencial para mecanização intensiva, estimando-se que aproximadamente 20% da
área total é possível de mecanização.
O clima de Urupema, segundo a classificação de Koppen, pode ser considerado
como chuvoso, com inverno e verão brandos. Segundo a EPAGRI de São Joaquim a
média das temperaturas mensais é de 19,2°C, enquanto que a média das
temperaturas mínimas mensais é de 10,7°C. A média mensal fica na casa dos
14,4°C, e a precipitação média anual e de 1789 mm. O mero de geadas que
1
Informações retiradas do site da Prefeitura Municipal de Urupema: Disponível em :
http://www.urupema.sc.gov.br.
22
ocorre variável, no entanto, é muito elevado. Também é comum a ocorrência de
neve, nos meses mais frios do ano.
Figura 2: Urupema vista da estrada para o Morro das Torres.
Fonte: Acervo do autor, 2008.
Os recursos hídricos existentes em Urupema podem ser considerados bons; os
principais rios que banham o município são o Lava-Tudo, Caronas, Divisa e seus
afluentes, todos bem distribuídos na extensão territorial, e com boa disponibilidade
de água. A qualidade dos mananciais de água também é razoável. Os grupos de
vegetações encontrados em Urupema são: Florestas da Encosta da Serra da Farofa
e Geral; Florestas de Araucária; Campos Limpos; Campos Sujos e os Banhados.
Urupema é um município essencialmente agrícola, destacando-se as seguintes
atividades: produção animal (bovinos de corte e leite, suinocultura, apicultura e
psicultura), fruticultura (macieira, pereira, uva vinífera, ameixeira e flores de corte),
batata, grãos (feijão e milho), silvicultura (reflorestamento com pinus, erva-mate,
eucalipto e araucária), produção orgânica (maçã, pêssego, ameixa, pêra, batata,
cebola, alho, cenoura, morango, feijão, ervilha, tomate e moranga), produção e
agregação de valor ao vime.
No episódio da fundação do povoado de Sant’Ana, a família Pereira de Medeiros”
veio para localidade juntamente com outras famílias que estavam fixadas em o
23
Joaquim, que na época pertencia à Lages. Com o passar do tempo, surgiu a
necessidade de agregamento da população, iniciando o pensamento da fundação de
um povoado. Para isso, de acordo com religiosidade do povo, seria necessária a
construção de uma igreja. Então, ela foi edificada no local conhecido como
“Morrinho”, terreno este, que foi doado pela família Pereira de Medeiros”, onde hoje
se encontra o atual perímetro urbano do município. A igreja original o existe mais,
porém, no seu lugar existe uma outra construção que foi erguida posteriormente.
Pela Lei Municipal n°170, de 27 de outubro de 1923, foi criado o Distrito de
Sant’Ana, no entanto, sua efetivação se deu somente em14 de julho de 1924. Em 31
de março de 1938, pelo Decreto Federal n° 86, o povoado foi elevado a categoria de
vila. A cidade conseguiu a sua emancipação político-administrativa, desmembrando-
se de São Joaquim, através da Lei 1105, de 4 de janeiro de 1988, e a instalação
do município se deu em 1° de junho de 1989.
A mudança no nome de Sant’Ana para Urupema não possui nenhuma explicação
oficial, entretanto, presume-se que tenha havido uma determinação dos Correios e
Telégrafos para fazer uma alteração, para evitar a coincidência com uma localidade
do Rio Grande do Sul. Isso teria acontecido por um Decreto Lei promulgado em fins
de 1943, para entrar em vigor em janeiro de 1944. Foram encontrados, a partir de
1944, registros públicos com o nome de Urupema.
O acesso á Urupema é feito através da SC 439, que liga Urupema á Lages,
passando pela cidade de Painel, trecho este que é conhecido como Rodovia das
Araucárias, ou pela mesma rodovia, até a cidade de Rio Rufino. Este trecho
encontra-se em processo de asfaltamento.
Abaixo é possível verificar o trajeto que liga Urupema, ás duas cidades acima
citadas, sendo que entre Urupema e Rio Rufino, a distância é de aproximadamente
dezoito quilômetros, enquanto que entre Urupema e Painel, são cerca de vinte e
cinco quilômetros.
24
Figura 3: Trajeto entre Urupema e Rio Rufino
Fonte:
Figura 4: Trajeto entre Urupema e Painel
Fonte:
3.2 A Serra Catarinense
A Serra Catarinense, também denominada de região serrana, é composta por 18
municípios, que ocupam uma área superior a 16.000 km², o que corresponde a 17%
do território catarinense; e sua população é superior a 280.000 habitantes, o que
representa a 5% do povo catarinense. Nesta região estão as mais altas montanhas
25
do estado barriga verde e do sul do Brasil. Essa condição de grandes altitudes gera
como conseqüência ser conhecida como a região mais fria do território nacional e a
temperatura média anual fica entre 13 e 14º. C.
A economia diversificada teve icio na atividade pecuária e extração de madeira.
Atualmente, outras atividades estão presentes, como fábricas de móveis, pré-
moldados, fabricação de papel e celulose, como também indústrias de alimentos e
bebidas, meta-mecânica, embalagens e autopeças. Na fruticultura, a principal
atividade é a cultura da maçã que ocupa 35,5% da área territorial, mas tamm há o
cultivo de kiwi, milho, feijão, tomate, fumo, batata e outros produtos agrícolas. Além
disso, o reflorestamento é uma atividade significativa na economia de muitas
cidades serranas. Por outro lado, o território sofre com sérios problemas sociais e
econômicos, tendo o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado de
Santa Catarina.
Figura 5: Micro região da serra catarinense.
Fonte: SANTUR, 2008.
A Região Serrana Catarinense é composta pelas seguintes cidades: Anita Garibaldi,
Bom Retiro, Bocaina do Sul, Bom Jardim da Serra, Campo Belo do Sul, Capão Alto,
Correia Pinto, Cerro Negro, Lages, Otacílio Costa, Palmeira, Ponte Alta, Painel, o
Joaquim, São José do Cerrito, Rio Rufino, Urubici e Urupema. Dentre estes
municípios, os mais conhecidos nos cenários estadual e nacional são: Lages, São
Joaquim, Bom Jardim da Serra e Urubici. A cidade de Lages conta com a maior
26
população e com a melhor infra-estrutura de equipamentos e serviços turísticos e é
conhecida no cenário nacional pela realização da Festa Nacional do Pinhão, além de
ser considerada como berço do turismo rural no Brasil. O município de São Joaquim
é um dos mais frios do nosso país, que além deste aspecto climático, é conhecido
por realizar a Festa Nacional da Maçã. A cidade de Bom Jardim da Serra tem força
no turismo por ter como principal atrativo a Serra do Rio do Rastro, que é a estrada
que liga a serra catarinense ao litoral sul do estado. Por fim, a cidade de Urubici se
destaca por ter o ponto mais habitável do sul do Brasil, que é o Morro da Igreja, que
fica junto ao cartão postal da cidade, que é a Pedra Furada. As demais cidades da
serra catarinense são menores no número de habitantes e também em infra-
estrutura de serviços aos turistas, mas que podem compor um roteiro regionalizado
de turismo, agregando atrativos turísticos e aumentando o tempo de permanência
dos turistas na rego.
3.3 A atividade turística
A atividade turística é realizada em muitas cidades, estados e países, que procuram
atrair visitantes, trazendo um ganho econômico para a economia local, e gerando
emprego e renda para a população autóctone. Assim sendo, o turismo cresce não só
em meros, mas tamm na importância quando se fala em planejamento e em
desenvolvimento de uma determinada localidade.
O turismo é estudado por diversas ciências e analisado sob diferentes formas, e em
função disso, muitos são os conceitos existentes para definir esta importante
atividade humana. É possível encontrar definições sob a perspectiva da economia,
geografia, sociologia e outras áreas. Da mesma forma, existem muitas organizações
e entidades que se dedicam a estudos e pesquisas em turismo, deliberando sobre
os aspectos que abordam elementos do turismo como as pessoas, as motivações,
os lugares turísticos, os impactos, e sobre tantos outros aspectos importantes. Neste
trabalho serão utilizados os conceitos de organizações oficiais de turismo como a
EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) e a OMT (Organização Mundial do
Turismo), por serem entidades com credibilidade nos estudo e pesquisas que
realizam.
27
O turismo é conceituado pela OMT (2003, p.20) como “[...] as atividades de pessoas
que viajam para lugares afastados de seu ambiente usual, ou que neles
permaneçam por menos de um ano consecutivo, a lazer, negócios ou por outros
motivos”. Para Cooper et all (2001, p. 43), a recomendação da Organização Mundial
do Turismo, “[...] a distância necessária para delinear o termo ambiente usual”, é de
160 km”. Tamm é importante diferenciar o turista do excursionista, que de acordo
com a OMT (2003, p. 18) diferem da seguinte forma: “turista é o visitante que
desfruta de pelo menos um pernoite em alojamento coletivo ou particular no lugar
visitado”; e o excursionista é aquele que não pernoita em alojamento no lugar
visitado”.
As conseqüências da atividade turística em uma destinação possuem “dois lados”. O
lado positivo refere-se à geração de emprego e renda, à melhoria da infraestrutura
de serviços, de sinalização, de saneamento básico, de telefonia, entre outros. Por
sua vez, o turismo também acarreta um lado negativo, trazendo aumento na
produção de lixo, de preços, de poluição sonora, de engarrafamentos, de violência e
de insegurança. E como o atividade humana que não cause impacto, é
necessário que haja um planejamento das ações e das conseqüências que serão
ocasionadas.
3.4 Turismo e território
Também é importante ressaltar que a ordenação do território é fundamental para
que o turismo ocorra em município de forma sustentável. A criação de leis, que
definam as áreas de reserva e estabelecem os limites entre áreas residenciais,
comerciais e industriais geram conseqüências diretas na atividade turística. Esta
situação é exemplificada por Vieira (2007, p. 102), ao afirmar que:
A construção de mais unidades hoteleiras, de estradas e acessos, de
parques de campismo, de um aeroporto, etc., tem sempre efeitos,
uns positivos e outros negativos, que embora com intensidades
diferentes, afectam mais ou menos irremediavelmente o território, os
recursos e todas as pessoas, na sua forma de viver, na sua
propriedade e sobretudo, naquilo que cada um entende que, para si,
significa qualidade da sua vida.
A atividade turística ao ser realizada em um local transforma-o de acordo com a
necessidade de seus visitantes e também, obedecendo a uma possibilidade de
28
transformação, de acordo com os aspectos geográficos, como clima, relevo, entre
outros. Essa apropriação do território pelo turismo, tamm chamada de
turistificação, gera conseqüências na paisagem. Para Cruz (2001, p. 14), “são três
os agentes de sua turistificação: os turistas, o mercado e os planejadores e
promotores territoriais”.
Embora a atividade turística faça uso de um território, transformando-o, podendo
alterar suas características naturais e culturais, nem todo o território sofre a
influência do turismo. As formas de relacionamento entre turismo e território o
abordadas por Knafou (1996), para o autor existem três tipos de relação entre o
turismo e o território: a) existência de territórios sem turismo; b) existência de turismo
sem território; c) existência de territórios turísticos.
O território de uma cidade deve ser usufruído pela população local e tamm pelos
visitantes, para tanto é necessário que haja uma definição de quais áreas serão
restritas e quais estarão abertas á visitação. Esta definição deve constar em um
plano de desenvolvimento do município. Planejar a atividade turística requer dos
administradores públicos uma visão ampla, que contemple o território como local de
usufruto diário da população autóctone e tamm como espaço de visitação de
visitantes e turistas. Desta forma, é essencial que haja a interdisciplinaridade no
planejamento, pois o plano de desenvolvimento municipal engloba todos os setores
da economia de um município.
3.5 Planejamento
Para que o turismo seja realizado com um mínimo de impacto negativo, deve-se
pensar antes de agir, ou seja, o planejamento se torna uma peça fundamental, quer
seja, por parte do poder público, como tamm por parte da iniciativa privada.
Para entender essa importância é necessário compreender o significado da palavra
planejamento, que de acordo com Molina (2005, p. 45) “[...] é um processo racional,
sistemático e flexível, cuja finalidade é garantir o acesso a uma situação
determinada, à qual não se poderia chegar sem ele”. A OMT (2003, p. 41) por sua
vez, afirma que “[...] planejar é organizar o futuro de forma a atingir certos objetivos”.
29
Outra definição, semelhante àquela elaborada pela OMT, é feita por Petrocchi (1998,
p. 19), que afirma que planejamento “[...] é a definição de um futuro desejado e de
todas as providências necessárias à sua materialização”. Para Pellegrini Filho (2000,
p. 210), o planejamento consiste na “[...] elaboração de trabalho com etapas, com
planos, métodos e programas definidos, visando ao melhor aproveitamento e à
exploração dos recursos disponíveis”.
De acordo com Dencker (2004, p. 1):
A finalidade do planejamento o se deve restringir à organização do
setor para atender apenas às necessidades do mercado (tendo como
objetivo o crescimento econômico baseado no lucro), mas
ultrapassar a dimensão econômica avançando no social,
contemplando relações de confiança e solidariedade, de
comprometimento e reciprocidade, em busca da hospitalidade (tendo
como objetivo o interesse comum).
A necessidade do planejamento do turismo é destacada tamm por Faveri e Beni
(2005, p. 130), ao afirmarem que:
O desenvolvimento (ou o crescimento) do turismo não pode se dar
de forma espontânea, isolada ou empiricamente. que se planejar
o desenvolvimento desse fenômeno, que envolve grande mero de
pessoas, mesmo que elas não o desejem ou não esperem se
envolver diretamente com ele.
O planejamento se divide em três tipos ou níveis, como aponta Petrocchi (1998),
sendo os seguintes: planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento
operacional, como pode ser observado na Figura 4, a seguir:
30
Figura 6: Tipos de planejamento.
Fonte: Petrocchi, 1998.
A diferença entre este três tipos de planejamento é feita da seguinte forma:
Planejamento estratégico abrange a organização como um
todo, acontece a longo prazo, em nível de alta administração.
Trata do diagnóstico, objetivo e estratégias;
Planejamento tático corresponde a um planejamento
departamental ou setorial a ser realizado em médio prazo por
uma média gerência, que analisa e planeja planos pontuais
setorizados;
Planejamento operacional corresponde ao planejamento de
algumas tarefas ou operações de curto prazo, podendo ser
orientado por uma supervisão ou gerência operacional.
(BOITEUX E WERNER, 2003, p. 9).
Segundo Hall (2004, p. 29), ”[...] o planejamento deve ser considerado um elemento
crítico para se garantir o desenvolvimento sustentável de longo prazo nos destinos
turísticos”. E o turismo, dentro de um contexto de um plano de desenvolvimento de
uma localidade, necessita do planejamento, para que as ões sejam previstas com
antecedência e possam ser implementadas de maneira que os objetivos sejam
atingidos.
É Pellegrini Filho (2000, p. 210), quem destaca a importância do planejamento na
atividade turística, ao afirmar que “no turismo, [...] a ausência de planejamento pode
acarretar efeitos irreversíveis, comprometendo a continuidade da atividade em
determinadas situações”. O planejamento turístico possui outras definições como a
de Molina (2005, p. 46), conceituando-o como “um processo racional, cujo objetivo
31
maior consiste em assegurar o crescimento e o desenvolvimento turístico”. Na visão
de Lohmann e Panosso Neto (2008, p. 129), o planejamento turístico:
É um processo que visa, a partir de uma situação dada, a orientar o
desenvolvimento turístico de um empreendimento, local, região,
município, estado ou país, tendo como meta alcançar os objetivos
propostos anteriormente ou durante a própria elaboração do
planejamento.
Para Boiteux e Werner (2003, p. 10), “[...] planejar um destino turístico significa
estruturá-lo para que a atividade possa gerar empregos, renda, consumo e,
consequentemente, aumentar a qualidade de vida do município”. De acordo com
Pellegrini Filho (2000, p. 210), no turismo, o planejamento é de fundamental
importância, pois a ausência de planejamento pode acarretar efeitos irreversíveis,
comprometendo a continuidade da atividade em determinadas situações”.
Segundo Medeiros (2003, p. 15):
Ao realizar-se qualquer ação de planejamento da atividade turística
deve-se ter como objetivos prioritários:
A melhoria na qualidade de vida da população local, através dos
benefícios econômicos gerados pela atividade turística;
A manutenção da qualidade do meio ambiente da qual a
população local e os visitantes dependem;
A possibilidade de participação ativa da comunidade local no
processo de desenvolvimento, buscando ampliar os níveis de
rentabilidade econômica da atividade turística para a população
local;
A elaboração de um plano de desenvolvimento em harmonia com
as características culturais, sociais, e econômicas da área;
Fazer com que o empreendimento turístico seja rentável, de forma
a garantir o compromisso dos empresários com a
sustentabilidade;
Promover uma melhor qualidade nas ações para os turistas,
possibilitando-lhes uma experiência mais rica através do contato
mais direto com a comunidade.
O planejamento turístico ocorre em diferentes níveis do poder blico, como afirma
Cooper et all, (2001, p. 241), [...] podendo acontecer em níveis internacional,
nacional e regional/local”. Por ter este trabalho o objetivo de analisar a gestão
municipal, então é necessário que seja verificado qual a responsabilidade do poder
público municipal no planejamento turístico.
32
O planejamento turístico local tende a ser mais detalhado e específico do que seu
equivalente nacional e pode variar de área para área”. (COOPER et al 2001, p. 243).
Exemplificando, é possível que um determinado município desenvolva um plano
turístico para um bairro ou localidade, mas o permita que sejam inseridos
equipamentos turísticos em outra, preservando os elementos naturais e culturais da
forma mais autêntica possível. Para Crisóstomo (2004, p. 92), o planejamento
municipal precisa “[...] considerar o que cada comunidade deve desenvolver, seus
objetivos específicos de acordo com seus interesses”.
Assim sendo, o poder público tem a responsabilidade de formular uma política que
inclua o turismo como uma forma de gerar benefícios para a comunidade, mas sem
comprometer o bem estar da população e sem destruir os aspectos naturais e
culturais que atraem os visitantes. Para Dias (2003, p. 121) o termo política “[...] é
comumente usado para indicar a atividade ou conjunto de atividades que, de alguma
maneira, têm como termo de referência a polis, ou seja, o Estado”.
Quando existir uma necessidade de planejamento que envolva mais de uma cidade,
devido à existência de atrativos turísticos próximos, que podem ser visitados pelos
turistas em um curto espaço de tempo, é necessário que haja um planejamento
integrando as localidades receptoras, quer sejam elas de um mesmo município ou
não.
Desta forma, o planejamento turístico não deve ser algo isolado, ele deve estar
incorporado ao desenvolvimento de uma determinada localidade, com ações
conjuntas com outros setores econômicos, como indústria, agricultura, comércio, e
demais setores de prestação de serviços, como reforça a OMT (2003, p. 41), “[...] o
planejamento no turismo tem por objetivo levar determinados benefícios cio-
econômicos para a sociedade, sem deixar de manter a sustentabilidade do setor
turístico”.
A sustentabilidade mencionada anteriormente é definida por Pellegrini Filho (2000, p.
257), como um “conceito que privilegia o uso de bens naturais/culturais sem
descuidar de sua conservação, para que as gerações futuras possam beneficiar-se
deles”.
33
A atividade turística deve ser planejada pelo poder público, para que seja realizada
de forma correta e sustentável, pensando e agindo, com ações a curto, médio e em
longo prazo. Quanto ao aspecto temporal de um planejamento, conforme Braga
(2007), os planos de curto prazo são aqueles que estabelecem propostas para um
período de um a dois anos; os planos de médio prazo contem ações contempladas
em um período entre dois e cinco anos; e, por sua vez, os planos de longo prazo
contemplam ações após um período de cinco anos. Porém, todos devem ter como
finalidade a promoção do desenvolvimento sustentável.
3.6 Dimensões do plano de desenvolvimento
Cabe ao poder público elaborar o plano de desenvolvimento da localidade que ele
tem a responsabilidade administrativa, seja na esfera federal, estadual ou municipal.
De acordo com Bissoli (1999, p. 28), o documento que materializa o planejamento
chama-se plano”.
O poder público, ao elaborar o plano de desenvolvimento de uma localidade deve
considerar que este precisa contemplar as dimensões que se relacionam com o
turismo. São elas: a dimensão ecológica, social, cultural, espacial e econômica. Da
mesma maneira que cada um destes aspectos influenciará o turismo (receptivo e
emissivo), a atividade turística causará impactos em cada um destes aspectos acima
citados. Detalhando melhor estes aspectos é possível mencionar que o turismo
influencia a economia local a partir do momento em que os visitantes realizam
gastos na destinação, quer seja nos meios de hospedagem, com alimentação,
combustíveis, prestação de serviços, comércio, etc. Da mesma forma que o turismo
influencia uma destinação, ele acaba sendo influenciado pela economia local, de
acordo com o momento econômico (preço dos combustíveis, dólar, inflação,
pagamento ou atraso de salário dos trabalhadores, por exemplo).
Na dimensão social, o turismo se relaciona como uma troca de culturas, onde
forasteiro e comunidade local entram em contato direto, acontecendo um
intercâmbio de costumes, bitos e estilos de vida e muitas vezes um choque
cultural que cria uma relação nada amivel entre locais e visitantes. O choque
cultural pode acontecer, por exemplo, com um visitante menosprezando ou até
34
mesmo debochando o modo de viver dos autóctones, podendo gerar um sentimento
de negação da cultural local por parte dos moradores da destinação visitada.
A dimensão ambiental sofre conseqüências diretas, pois na maior parte das vezes, a
localidade visitada precisa criar equipamentos turísticos que sirvam aos visitantes,
havendo uma destruição da vegetação local, para que sejam erguidos hotéis,
restaurantes, bares, lojas, edifícios, ruas, entre outros. Outro aspecto importante na
dimensão ambiental diz respeito á capacidade de carga do lugar visitado. As
políticas públicas medem o turismo pela quantidade de visitantes, mas não levam
em consideração os aspectos referentes ás conseqüências negativas, como
poluição da águas (mar, rios ou lagos), poluição sonora, aumento da produção de
lixo, falta de água na alta temporada, entre tantas outras.
3.7 Desenvolvimento sustentável
Quando se fala em sustentabilidade no turismo, deve-se pensar que as ações
contidas no planejamento, seguem os princípios do desenvolvimento sustentável. A
definição de desenvolvimento sustentável surgiu em 1972, na Conferência de
Estocolmo, com a elaboração do Relatório Nosso Futuro Comum, também chamado
de Relatório Brundtland, já que a comissão foi presidida pela primeira ministra da
Noruega, Gro Brundtland. Segundo Magalhães (2002, p. 35):
O desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a
orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional
se harmonizam e refoam o potencial presente e futuro, a fim de
atender às necessidades e aspirações humanas.
Segundo Pellegrini Filho (2000, p. 71), desenvolvimento sustentável, “[...] é o
desenvolvimento pelo qual as ações a serem realizadas no momento atual devem
ser pensadas levando-se em consideração as conseqüências futuras, no intuito de
preservar o meio ambiente”.
O relatório Nosso Futuro Comum, elaborado pela World Commission on
Environment and Development for the United Nations, define uma potica de
desenvolvimento sustentável como “aquela que atenda às necessidades de hoje,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem às suas próprias
35
necessidades” (OMT 2003, p. 23). Conforme a OMT (1994), o desenvolvimento
sustentável possui três pontos vitais, que são os princípios das ações a serem
executadas. São eles: sustentabilidade do ambiente (também chamada de natural
ou ecológica), sustentabilidade social e cultural, e por último, a sustentabilidade
econômica.
Para Silveira (2002, p. 88):
A adoção do conceito de desenvolvimento sustentável aplicado ao
turismo representa estratégia válida para se buscar a integração
entre uso turístico, preservação do meio ambiente e melhoria das
condições de vida das comunidades locais. No entanto, se esse
conceito não for incorporado às políticas e práticas do planejamento
territorial do turismo em nível local, a sustentabilidade não passa de
retórica.
O turismo que ocorrer sem planejamento e sem respeitar aspectos como a natureza,
a comunidade local, com sua cultura e seus valores, será um turismo maléfico, que
acabará destruindo os elementos que formam os atrativos turísticos da localidade
receptora. Este não será um turismo responsável e sustentável, pelo contrário, será
um turismo predatório, como afirma Alexandre (2003, p. 7):
O turismo como qualquer outra atividade econômica, deve ter o seu
desenvolvimento racionalmente predeterminado, para que as
necessidades e potencialidades sejam gerenciadas e se transformem
em estratégias que conduzam à inserção do patrimônio natural,
histórico e cultural no circuito econômico, evidentemente através do
uso não predatório do mesmo.
Pensar no turismo de maneira sustentável é planejar a atividade de maneira
racional, e de acordo com Barreto et all (2004, p. 36), [...] o planejamento racional
do turismo, implica a existência de políticas públicas: de saneamento, saúde,
transporte, de proteção ao consumidor, de distribuição de renda”. Partindo do
conceito de desenvolvimento sustentável surgiu o termo “turismo sustentável”, que a
OMT (2003, p. 25), define como aquele que “atende às necessidades dos turistas de
hoje e das regiões receptoras, e ao mesmo tempo em que protege e amplia as
oportunidades para o futuro”. Para Magalhães (2002, p. 89):
A ideologia do turismo sustentável traz na sua base a preocupação
com a conservação do meio físico e das formas de organização das
36
comunidades receptoras, seus usos, costumes e tradições, assim
como a sua participação nas fases de planejamento.
Embora, na teoria, todo o turismo deva ser sustentável, a prática e a realidade nos
mostram que o turismo ocorre em muitas destinações de maneira massificada. Para
Pellegrini Filho (2000, p. 276), o turismo de massa “ocorre quando uma grande
quantidade de pessoas viaja para o mesmo local, ao mesmo tempo”. Ainda para o
autor:
Essa modalidade é também considerada a maior responsável pelas
agressões do turismo ao meio ambiente, pois, para o atendimento do
grande volume da demanda, a oferta turística é superdimensionada,
descontroladamente, sem que sejam levados em consideração os
aspectos de preservação das localidades. (PELLEGRINI FILHO,
2000, p. 276)
Essas agressões ao meio ambiente são causadas em função de haver pessoas que
querem obter resultados imediatistas com a atividade turística e isso acaba com a
sustentabilidade desta atividade, como afirma Lemos (2005, p. 21), “[...] a
sustentabilidade requer desenvolvimento de longo prazo e os objetivos capitalistas,
muitas vezes, são de curto prazo”.
Neste sentido, como afirma Pereira (1999, p. 13), “[...] a sustentabilidade do turismo
não se baseia apenas em critérios econômicos, mas também deve tornar-se
adequado às necessidades das comunidades anfitriãs”.
Assim sendo, é necessário que os governantes e empresários da iniciativa privada,
que estão exercendo a função de gestores do turismo em pequenas localidades,
cidades, estados ou países, desenvolvam o turismo sustentável nas destinações. E
a realização do turismo sustentável, acontecerá, de fato, se a cidade for
planejada e organizada para ser sustentável tamm, aos seus moradores.
3.8 O Poder público e as políticas públicas
A expressão poder público, geralmente, está associada a outras expressões como
governo, administração e gestão pública. Porém, Santos (2006, p. 11) menciona a
diferença entre estes termos, ao afirmar que “[...] governo, em sentido institucional, é
o conjunto de poderes e órgãos constitucionais; em sentido funcional, é o complexo
37
de funções estatais sicas; em sentido operacional, é a condução política dos
negócios públicos”. Para o autor:
Administração pública, em sentido institucional, é o conjunto de
órgãos instituídos para consecução dos objetivos do governo; em
sentido funcional, é o conjunto das funções necessárias aos serviços
públicos em geral; em sentido operacional, é o desempenho
sistemático, legal e técnico dos serviços próprios do Estado ou por
ele assumidos em benefício da coletividade (SANTOS, 2006, p. 11).
Por fim, a gestão blica está associada a uma determinada fase de mandato, ou
seja, “a gestão teria as mesmas características da administração, porém, válidas
para um período de tempo determinado”. (SANTOS, 2006, p.12).
Para entender o significado do termo potica, utiliza-se o autor Rezende (1998, p.
90), que define:
Políticas são as regras ou diretrizes que expressam limites dentro
dos quais as ações ocorrem. A palavra política está relacionada com
a ciência dos fenômenos referentes ao Estado e a ciência política a
um sistema de regras respeitantes à direção das atividades públicas.
Cabe ao poder público estabelecer políticas que norteiem as ações que promovam o
desenvolvimento de uma localidade. Para Beni (2006, p. 133),
O setor público deve intervir para corrigir as desigualdades
existentes, sobretudo dos grupos mais vulneráveis e/ou mais pobres
da sociedade, além de solucionar problemas sicos no campo da
infra-estrutura, do meio ambiente, da educação, da saúde e da
segurança entre outros.
Frente ao exposto, acreditamos que o poder público atua agindo em três esferas de
governo: nacional, estadual e municipal, cada qual tem sua importância e
responsabilidade para o desenvolvimento da população e da sociedade local. A
atividade turística tamm sofre as conseqüências das ações das esferas de
governo. No governo federal, o turismo está sob responsabilidade do Ministério do
Turismo, enquanto que nos estados da federação, o turismo fica a cargo das
secretarias estaduais; por fim, nos municípios, a atividade turística fica com as
secretarias municipais, mas não são todas as cidades brasileiras que possuem uma
secretaria específica para o setor.
38
Ao poder blico cabe a função de elaborar as políticas públicas de turismo, que
segundo Goeldner et all (2002, p. 295), é definida como:
Um conjunto de regulamentações, regras e diretrizes, diretivas,
objetivos e estratégias de desenvolvimento e promoção que fornece
uma estrutura na qual o tomadas as decisões coletivas e
individuais que afetam diretamente o desenvolvimento turístico e as
atividades diárias dentro de uma destinação.
Segundo Pelegrini Filho (2000, p. 213), a política nacional de turismo se constitui
“[...] no conjunto de objetivos, documentos legais, critérios, providências que dão
corpo e orientam a ação no sentido do desenvolvimento de atividades turísticas em
benefício do país”. Outra definição de política pública de turismo é feita por Lohmann
e Panosso Netto (2008, p.121), conceituando-a como “[...] o direcionamento dado
pelo governo federal, estadual, municipal ou regional para o desenvolvimento da
atividade turística, após ter consultado os representantes do setor turístico e da
sociedade”.
Para Vignati (2008, p. 37), “[...] a política de turismo vem ganhando importância à
medida que se atribui ao turismo a capacidade de catalisar processos de geração de
trabalho, renda e desenvolvimento econômico”. Reforçando a importância da
elaboração de uma política de turismo em uma determinada localidade, por parte do
poder público, a Organização Mundial do Turismo afirma que:
A formulação da política de turismo, portanto, é uma
responsabilidade crucial de um governo que queira desenvolver ou
sustentar o setor como parte integrante da economia. A política
articula metas e diretrizes, estratégias e objetivos e, ao fazê-lo,
habilita o governo a liderar e buscar ativamente o tipo de
desenvolvimento desejado pela população. (OMT, 2003, p. 193).
De acordo com Gastal e Moesch (2007, p. 42), as políticas públicas de turismo
devem:
Ter normatizações jurídicas;
Realizar intervenções diretas na forma de linhas de financiamento,
implantação de infra-estrutura, gerenciamento de informações,
treinamento e qualificação de recursos humanos, com a lógica da
proteção a grupos e comunidades fgeis quer por razões
econômicas, quer por razões culturais;
Consolidar diretrizes políticas que não incentivem apenas o
turismo nos seus desdobramentos econômicos, mas também nas
39
suas implicações socioculturais centradas na pessoa, ou seja, no
turista.
No Brasil, a atividade turística e a responsabilidade de criar políticas públicas para o
setor turístico estão sob o comando de duas instituições, são elas: o Instituto
Brasileiro de Turismo (EMBRATUR) e o Ministério do Turismo. A EMBRATUR foi
criada através do Decreto Lei n°55, de 18 de novembro de 1966. Por sua vez, o
Ministério do Turismo foi criado em 2003, sendo a primeira vez que a atividade
turística passou a ter um ministério criado para atender única e exclusivamente às
suas necessidades.
A atual estrutura do Ministério do Turismo é apresentada no organograma que
segue, conforme informação retirada no seu próprio site.
S e c r e t a r i a s d e
P o l í ti c a s d e T u r is m o
S e c r e t a r i a
E x e c u t iv a
S u b S e c r e ta r ia
P la n e ja m e n to
C o n s e lh o N a c io n a l
d o T u r is m o
E M B R A T U R
M i n i st é r io d o
T u r is m o
S e c r e ta r i a s d e P r o g r a m a s
D e s e n v o lv im e n t o d o T u r i s m o
Figura 7: Organograma do Ministério do Turismo.
Fonte: MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008.
Apesar de existir duas instituições nacionais que cuidam da atividade turística no
Brasil, uma separação distinta nas funções que elas executam. O Ministério do
Turismo tem como missão:
Desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável,
com papel relevante na geração de empregos e divisas,
proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na
condução de políticas públicas com um modelo de gestão
descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico.
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008).
40
A atual administração do governo federal através do Ministério do Turismo criou o
Plano Nacional de Turismo (PNT) 2007/2010, estabelecendo diretrizes e objetivos
para o setor. Dentre os objetivos gerais estão:
Desenvolver o produto turístico brasileiro com qualidade,
contemplando nossas diversidades regionais, culturais e naturais;
Promover o turismo com um fator de inclusão social, por meio da
geração de trabalho e renda e pela inclusão de atividade na pauta
de consumo de todos os brasileiros;
Fomentar a competitividade do produto turístico brasileiro nos
mercados nacional e internacional e atrair divisas para o país.
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007)
O Plano Nacional do Turismo elaborado pelo Ministério do Turismo criou o Programa
de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, que:
Propõe o desenvolvimento da atividade turística de forma
regionalizada, com foco no planejamento coordenado e participativo.
Desta forma, adotou-se o conceito de região turística como
referência espacial, na qual se inserem os produtos turísticos.
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007, p. 19).
Neste plano foram elaborados documentos, denominados Cadernos de Turismo,
com o objetivo de facilitar a compreensão de todos os envolvidos no processo de
desenvolvimento da atividade turística regionalizada. (MINISTÉRIO DO TURISMO,
2007).
A regionalização do turismo possui importância por unir em um mesmo estudo de
planejamento, cidades vizinhas onde as realidades são similares, como cultura,
economia, geografia, aspectos climáticos, entre outros. Assim a regionalização do
turismo é fundamental para estabelecer ações que possam atender às necessidades
de diferentes municípios com realidades semelhantes. De acordo com Beni (2007, p.
80):
O planejamento regional do turismo é um conjunto de pólos de
desenvolvimento turístico hierarquizados, unidos por uma infra-
estrutura comum que, em sua totalidade, contribuem para dinamizar
o desenvolvimento econômico e social de extensas partes do
território nacional.
41
Por sua vez a EMBRATUR atua “[...] na promoção, no marketing e apoio à
comercialização dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior”
(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008).
O estado de Santa Catarina possui a Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e
Esporte como órgão público que cuida dos assuntos e interesses turísticos
catarinenses. A Santur - Santa Catarina Turismo S/A - é uma empresa de economia
mista, criada em 28 de junho de 1977, que tem como objetivo o fomento e a
divulgação da política estadual de turismo. (SANTUR, 2008). O governo de Santa
Catarina através da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, e da
Secretaria de Organização do Lazer (SOL), elaborou o Plano de Desenvolvimento
Integrado do Lazer (PDIL), tendo como objetivos:
Promover a integração das áreas do turismo, cultura e esporte às
do lazer,
Intensificar o lazer no estado de SC,
Integrar a SOL às Secretarias de Desenvolvimento Regional,
Desenvolver o lazer no estado de forma equilibrada.
(SECRETARIA DO ESTADO DO TURISMO, CULTURA E
ESPORTE, 2008).
A atual administração do governo do estado de Santa Catarina criou 30 Secretarias
de Desenvolvimento Regional (SDR), com o objetivo de descentralizar as ações do
governo. A cidade de Urupema pertence à SDR de São Joaquim, que conta também
com as seguintes cidades: Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, São
Joaquim e Urubici.
Esta SDR, através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Governo do Estado de Santa Catarina, elaborou o Plano de Desenvolvimento de
Regional de São Joaquim, que para o turismo na região tem como objetivo
“desenvolver a atividade turística da Serra Catarinense com qualidade, de forma
integrada e sustentável”. (SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL,
2005). A seguir, a Figura 6 mostra o organograma da SDR de São Joaquim.
42
Figura 8: Organograma da SDR de São Joaquim.
Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Regional, 2009.
Observando o organograma da SDR de São Joaquim, é possível perceber que o
turismo faz parte da gerência que engloba outras duas áreas, que são a educação e
a cultura. Apesar de a atividade turística ser interdisciplinar e envolver diferentes
setores como a economia, cultura e lazer, caberia ao turismo uma gerência
específica já que o turismo representa uma importante ferramenta na geração de
emprego e renda, além de ser uma maneira de divulgar o estado de Santa Catarina
para atrair possíveis investidores.
A prefeitura de Urupema possui sete secretarias, que são as seguintes:
administração, agricultura, educação, obras, promoção social, saúde e turismo. A
secretaria de Turismo engloba outras duas áreas: urbanismo e esporte. Cabe á
prefeitura, através das secretarias municipais criar as suas próprias políticas
municipais, que de acordo com Rezende (1998, p. 98), “[...] são as regras gerais de
administração local ou as orientações para a gestão do município”.
A secretaria de turismo de Urupema tem como objetivos:
Promoção de medidas relacionadas com o fomento e desenvolvimento do
turismo, em articulação com outras esferas do governo e órgãos específicos
do setor;
43
Divulgação das potencialidades turísticas do município;
Estímulo á implantação de empresas voltada à exploração do turismo como
atividade econômica;
Desenvolver ações voltadas a melhoria do aspecto da cidade, organização do
espaço urbano, construção de logradouros público destinados ao lazer e bem
estar da população;
Implantar e desenvolver ações que assegurem a preservação ambiental;
Executar ações que preservem mananciais de água, fauna, flora, encostas,
margens de rios, solos e outros;
Desenvolver ações que visem um preciso e equilibrado relacionamento entre
homem e natureza. (PREFEITURA MUNICIPAL DE URUPEMA, 2008).
Dentre as ações previstas pela secretaria de turismo estão: a ampliação da
infraestrutura turística, a elaboração do projeto Rota Turística, a divulgação do
potencial turístico e atividades ligadas ao meio ambiente. Assim sendo, as atividades
a serem realizadas pela secretaria são as seguintes: limpeza urbana e reciclagem
do lixo, serviços de manutenção, recepção e informações turísticas e elaboração do
Plano Diretor.
3.9 Desenvolvimento Regional
A atividade turística, por sua abrangência e complexidade, mesmo tendo como
destino turístico uma única cidade, acaba gerando consequências em municípios
vizinhos, mesmo que ela não tenha atrativos turísticos, ou que seja frequentada
pelos visitantes. A força do turismo em âmbito regional é relatada por Oliveira et all
(2007, p. 2): “[...] o turismo, como primeiro setor econômico da era da globalização,
introduz alterações de várias ordens e não apenas de âmbito individual ou
organizacional, mas tamm local e regional”. No caso da cidade de Urupema, a
regionalização pode ocorrer a partir da demanda existente nas cidades de maior
porte e com melhor infra-estrutura dos serviços turísticos, como é o caso da cidade
de Lages. Através de um trabalho conjunto entre as cidades serranas, os turistas
que visitam Lages, podem ser informados sobre os atrativos turísticos das cidades
vizinhas, redirecionando a demanda e fazendo com que os visitantes permaneçam
por mais tempo na região serrana.
44
O desenvolvimento turístico regionalizado é abordado também por Medeiros (2003,
p. 15), que afirma:
O planejamento turístico regional implica diretamente numa gestão
mais flexível do fenômeno turístico que deve priorizar as estratégias
de integração dos diferentes setores dos diferentes municípios
envolvidos, a qualidade total como instrumento de gestão, a
diminuição da intervenção do estado no setor e a preservação do
meio ambiente.
Quando se almeja desenvolvimento regional, as associações de municípios surgem
como alternativa para resolver problemas comuns existentes em cidades de um
mesmo território regional, com características semelhantes na geografia, cultura e
aspectos sociais, por exemplo. Segundo Marcon e Marques (2001, p. 201), entre as
finalidades básicas das associações de municípios estão:
A coordenação e a implantação de planos de desenvolvimento local
integrado bem como a institucionalização do planejamento
microrregional, a prestação de serviços e de assistência técnica aos
municípios e a articulação da região com o Estado e com a União.
A participação de entidades organizadas é fundamental para o desenvolvimento de
cidades e regiões. Em Santa Catarina existem as associações de municípios, que
unem cidades vizinhas que possuam realidades similares, dentro de uma
determinada distância. A serra catarinense possui como entidade representativa das
cidades, a Associação dos Municípios da Região Serrana (AMURES). A importância
das associações no planejamento e desenvolvimento das cidades é destacada por
Marcon e Marques (2001, p. 190), que afirmam:
[..] o governo estadual, com a finalidade de implementar suas ações
e programas de desenvolvimento nas mais diversas áreas, tem
utilizado com freqüência a estrutura e os serviços prestados pelas
associações, contribuindo para a consolidação e o fortalecimento do
associativismo municipal em Santa Catarina.
A AMURES (Associação dos Municípios da Região Serrana) é um órgão importante
que auxilia na administração das cidades,. Foi fundada em 10 de agosto de 1968 e
possui, atualmente, 18 municípios associados, da qual faz parte a cidade de
Urupema. Esta associação tem como objetivos:
Fortalecimento das administrações públicas;
45
Defender e reivindicar os interesses regionais;
Promover o estabelecimento de cooperação intermunicipal e
intergovernamental da região;
Aproximar através dos Fóruns Regionais de Secretarias
Municipais, promovendo a troca de experiências. (AMURES,
2008).
A missão desta associação de municípios possui dois itens, a saber:
O apoio aos projetos de infra-estrutura, educação, saúde,
treinamento, captação de recursos, agricultura, meio ambiente,
turismo, econômico e social;
Estabelecer parcerias de cooperação com os governos federal,
estadual, municipal e sociedade civil. (AMURES, 2008).
Para otimizar as ações desenvolvidas nos municípios, a AMURES elaborou o Plano
Regional de Desenvolvimento Sustentável e Ocupação do Solo, Preservação e
Conservação Ambiental da Serra Catarinense, que possui as seguintes diretrizes
dentro do Programa de Qualidade e Gestão:
Desenvolvimento sustentável;
Educacional;
Saúde pública e saneamento básico;
Produção e segurança alimentar;
Segurança pública e bem estar do cidadão;
Social, cultural e esportivo;
Desenvolvimento rural;
Desenvolvimento urbano;
Desenvolvimento industrial;
Obras e infra-estrutura;
Gestão de emprego e renda;
Turismo, promoção e divulgação regional;
Desenvolvimento tecnológico;
Administração pública;
Ambiental.
A AMURES, através do Fórum de Secretários Municipais de Turismo criou a
Organização Serrana de Turismo (OST), que tem como objetivos:
46
Apoiar, comentar e desenvolver o turismo na Serra Catarinense,
através de ações organizadas, resgatando sua identidade e cultura,
com a participação do trade turístico e da comunidade regional.
Dentro desse propósito, o órgão vinculado a Associação dos
Municípios da Região Serrana (AMURES), objetiva consolidar suas
ações com vistas a promover a Serra Catarinense como pólo
turístico, mobilizando órgãos oficiais, iniciativa privada e a
comunidade para promover o desenvolvimento sustentável regional,
gerando desta forma novas oportunidades econômicas regionais.
(AMURES, 2008).
A regionalização do turismo passa, portanto, pelas ações a serem propostas e
implantadas, a partir de planos de desenvolvimento que são elaborados pelas
associações de municípios, que existem em todo estado catarinense. Para que as
ações regionais sejam elaboradas e implementadas, é necessário que o poder
público municipal formule um plano de desenvolvimento que contemple ações em
todo o território da cidade e em várias áreas de atuação, como educação, obras,
transporte, saúde, cultura, habitação e turismo, que esteja em acordo com as
políticas e ações propostas em planos regionais, estaduais ou federais.
De acordo com Almeida (2004, p. 158), tem-se como território regional:
[...] como um espaço de comunicações para a integração de know-
how e produção cultural. Ele se constitui, normalmente, a partir da
inserção de atores locais em redes de inovações e externalidades
que associam diferentes papéis da excelência da região, assim como
das práticas que eles desenvolvem aí.
Também no âmbito regional, a serra catarinense possui uma entidade que atua na
atividade turística, através de reuniões, projetos e ações, que é a Serra Catarinense
Convention & Visitors Bureau. Este tipo de associação surgiu na cidade de Detroit,
nos Estados Unidos, por volta de 1886. A finalidade de um Convention & Visitors
Bureau (C&VB) é promover o que se conhece como Marketing de Destino”, ou seja,
divulgar a cidade e região em que está instalado, por meio de ações de captação ou
apoio ao maior número possível de congressos, convenções e eventos em geral,
nacionais e internacionais, gerando divisas para os municípios, estados e país.
Para Petrocchi (2004, p. 363), “as principais atribuições dos conventions o o
desenvolvimento da atividade econômica do turismo e a atuação na administração
de marketing”.
47
Os objetivos do Serra Catarinense Convention & Visitors Bureau (SCC&VB) são:
Captar e gerar eventos e congressos de alcance regional,
nacional e internacional para a cidade, atuando também como
órgão de apoio na realização e organização de tais eventos, bem
como no aprimoramento dos eventos já existentes no calendário e
que se enquadram nos objetivos traçados pelo SCC&VB;
Manter intercâmbio técnico, cultural e social com entidades
congêneres no âmbito regional, nacional e internacional, associar-
se a elas, visando o interesse e os objetivos do Serra Catarinense
Convention & Visitors Bureau;
Promover e apoiar a qualificação de recursos humanos que atuam
nas atividades turísticas e de eventos e cursos, debates e
pesquisas, por si, ou por através de convênios com instituições de
ensino e entidades congêneres;
Desenvolver ações de divulgação dos atrativos turísticos da
cidade e região, visando oferecer opções de lazer e passeios aos
participantes na cidade e região, antes, durante e depois do
evento;
Colaborar, ao lado de outras entidades ligadas ao turismo, com os
poderes públicos como órgão técnico, consultivo e deliberativo no
estudo e solução de problemas relacionados com o setor;
Atuar como órgão estimulador do crescimento do setor de viagens
e turismo, aproximando seus associados com outras entidades
que trabalham em torno do mesmo objetivo. (REVISTA SHOW
CASE, 2008, p. 3).
Por ser uma entidade representativa, ela reúne associados ligados ao setor turístico,
independente do segmento, tamanho ou constituição administrativa, conforme
explica Petrocchi (2004, p. 363):
O associativismo de empreendedores ligados o turismo direta ou
indiretamente, de todos os tipos de atividades e de todos os
tamanhos, são a base dos conventions bureau que muitas vezes,
contam com a parceria de órgãos públicos.
A participação de órgãos públicos nos conventions bureau tamm é apontada por
Goeldner (2002, p. 91), ao afirmar que um convention bureau é a entidade que “[...]
congrega os interesses da administração municipal, associações comerciais ou
cívicas e “prestadores de serviços de viagem individuais hotéis, restaurantes,
atrações, transporte local no incremento do tráfego de visitantes de fora para
aquela região.”
Também se destaca o fato de algumas prefeituras da região serrana catarinense
não possuírem secretarias de turismo, mas que são detentoras de potencial turístico
e que, no entanto, não possuem infra-estrutura básica de serviços para atender os
turistas. Nesse sentido, salienta-se que a importância de associações como a
48
AMURES e o convention bureau, que podem ajudar as cidades a captar recursos
através de projetos e também, divulgando o potencial turístico destes municípios.
Também cabe a AMURES, estimular a criação de parcerias entre as cidades
vizinhas, unindo forças ao agregar atrativos turísticos, infraestrutura, oferta de
serviços, fazendo com que o visitante permaneça por mais tempo na serra
catarinense.
3.10 O Poder público municipal
Na esfera municipal, algumas prefeituras o possuem secretaria específica para o
turismo; outras acabam inserindo o turismo em uma secretaria que cuida de outras
atividades como educação ou cultura, por exemplo. No caso da Prefeitura Municipal
de Urupema, o turismo faz parte da Secretaria de Turismo, Urbanismo e Esporte. De
acordo com o site da Prefeitura de Urupema, a Secretaria de Turismo, Urbanismo e
Esporte tem como objetivos:
Promoção de medidas relacionadas com o fomento e
desenvolvimento do turismo, em articulação com outras
esferas do governo e órgãos específicos do setor;
Divulgação das potencialidades turísticas do município;
Estímulo á implantação de empresas voltadas à exploração
do turismo como atividade econômica;
Desenvolver ações voltadas a melhoria do aspecto da cidade,
organização do espaço urbano, construção de logradouros
públicos destinados ao lazer e bem estar da população;
Implantar e desenvolver ações que assegurem a preservação
ambiental;
Executar ações que preservem mananciais de água, fauna,
flora, encostas margens de rios, solos e outros;
Desenvolver ações que visem um preciso e equilibrado
relacionamento entre homem e a natureza. (PREFEITURA
MUNICIPAL DE URUPEMA, 2008).
Tanto na esfera municipal, quanto na estadual e nacional, é necessário que haja a
formulação de programas e planos para que o planejamento seja realizado na
prática. As políticas devem criar os programas e projetos para cumprir as metas
estabelecidas no plano a ser elaborado. De acordo com Beni (2006, p. 135):
Os programas e projetos, além dos planos, são sistemas que
combinam objetivos, estratégias, métodos, atividades e recursos que
se organizam para que tenham efeitos na qualidade de vida de
grupos sociais previamente definidos.
49
O processo de planejamento, independente de ser realizado em âmbito
internacional, nacional, regional ou municipal, passa por fases que segundo Molina
(2005), são as seguintes: diagnóstico, prognóstico, planos, objetivos, metas,
estratégias, programas, pressupostos, projetos e avaliação. Para Beni (2006, p.
135):
Podem existir políticas em vez de planos que direcionam o
investimento público ou privado. Essas políticas normalmente
correspondem a decisões dos governos que definem objetivos e
diretrizes, além dos meios e instrumentos para alcançá-los. Entre
estes últimos estão os programas ou projetos. [...] Por isso, se diz
que os planos, programas e projetos correspondem a diferente níveis
de concretização das políticas públicas.
A diferença entre plano, projeto e programa é feita por Molina (2005, p. 54)
estabelecendo que o plano é o principal produto do planejamento. Configura-se
como um documento no qual se reúnem a filosofia e as orientações básicas para o
crescimento e o desenvolvimento do objeto planejado”. Por sua vez, os programas
“são documentos derivados do plano e detalham os delineamentos dele.” (MOLINA,
2005, p. 74). O autor complementa afirmando que [...] a informação apresentada
pelos programas é muito mais específica que a contida num plano” (MOLINA, 2005,
p. 75). Os projetos estão em um patamar abaixo dos planos, sendo definidos por
Molina (2005, p. 75) como os elementos que modificam a realidade até chegarem a
configurá-la conforme a situação desejada, de maneira que as necessidades e a
insatisfação detectadas no início do processo sejam superadas”. Complementando
esta diferença entre programa e plano, Pellegrini Filho (2000, p. 223) afirma que o
programa “é um instrumento importante no planejamento turístico de determinada
localidade; representa o conjunto de projetos semelhantes ou complementares, que
integrados, devem apresentar coerência, interdependência e periodicidade”.
Também Beni (2006, p. 136) menciona esta diferença afirmando que [...] as
atividades são uma subdivisão de um projeto, o projeto é uma subdivisão do
programa que, por sua vez é uma subdivisão do plano. Neste sentido, o projeto é a
menor unidade de ação que pode ser planejada”.
Dentro de um plano de desenvolvimento de um município, contemplam-se diversas
áreas e setores da realidade da cidade. Assim, um plano de desenvolvimento deverá
conter programas para as áreas: educação, agricultura, saúde, obras, turismo entre
outras. O turismo, por ser um setor da economia que vem ganhando espaço nos
50
planos de desenvolvimento, pode ter um plano de desenvolvimento turístico, a parte,
com ações mais pontuais do que as diretrizes e ações, que estão contidas, dentro
de um plano municipal de desenvolvimento.
Para elaborar um plano de desenvolvimento turístico municipal, Dias (2003) afirma
que as políticas públicas deverão considerar alguns elementos que devem ser
seguidos, como: a) identificação do modelo turístico a ser desenvolvido no
município; b) considerar a urbanização e o grau de organização do território; c)
compreender a gestão do turismo na escala local, devendo ser entendida em um
sentido amplo, de compartilhamento de responsabilidades entre o setor público e o
setor privado; d) criar a cultura turística” na comunidade local; e) vincular a
promoção e a comercialização do produto com a qualidade do que é oferecido.
Portanto, o poder público através da criação de políticas públicas, interfere na
maneira em que o turismo acontece em uma cidade, estado ou país. Segundo Beni
(2002, p.1980), política “é o curso de ação calculado para alcançar objetivos
específicos”. Por sua vez, segundo Cruz (2000, p. 40), define a política blica de
turismo como:
Um conjunto de intenções, diretrizes e estratégias estabelecidas e/ou
ações deliberadas, no âmbito do poder público, em virtude do
objetivo geral de alcançar e/ou dar continuidade ao pleno
desenvolvimento da atividade turística num dado território.
De acordo com Dias (2003), o governo, independente da esfera de atuação se
envolve nas seguintes áreas: coordenação, planejamento, legislação e
regulamentação, empreendimentos, incentivo, atenção social e promoção.
Para a OMT (2003, p. 86),
Os papéis do poder público no desenvolvimento turístico o, via de
regra, a política, o planejamento e a pesquisa, proporcionando uma
infra-estrutura sica, desenvolvendo alguns atrativos turísticos,
fixando e a administrando padrões para instalações e serviços
turísticos, estabelecendo e administrando regulamentos para o uso
de terra e a proteção ambiental, determinando padrões para a
educação e o treinamento para o turismo, além de estimulá-los,
mantendo a segurança e a saúde públicas e algumas funções de
marketing.
51
A relação entre o poder público e o turismo é citada tamm por Swarbrooke (2000,
p. 5) que coloca as seguintes as formas de influência do setor público e o turismo
sustentável:
Legislação e regulamentação;
Financiamento e incentivos fiscais;
Planejamento do uso do solo;
Desenvolvimento e controle da construção, inclusive o papel das
Avaliações de Impactos Ambientais;
O fornecimento da infra-estrutura;
O exemplo que o setor público pode dar por meio de seu papel
como ator atuante na indústria do turismo;
Padrões oficiais;
A designação de áreas particulares para proteção especial;
Controle do governo sobre o número de turistas.
Como pode ser observado, o poder público pode incentivar ou frear a atividade
turística em uma localidade. Se a administração pública estimular a vinda de
empreendimentos com isenção de impostos é um sinal que o turismo está nos
planos de desenvolvimento municipal. Em outros casos, o excesso de exigências
legais para a vinda de novos empreendedores pode espantar investimentos
externos.
De acordo com Petrocchi (2001, p. 93) o planejamento do turismo é composto pelas
seguintes ações:
Estabelecimento de objetivos do turismo;
Análise geral da região;
Análises e recomendações sobre infra-estruturas;
Atividades e atrações turísticas e seus desenvolvimentos;
Serviços e facilidades turísticas e seus desenvolvimentos;
Dimensionamento de capacidades e de formas de turismo;
Análises e projeções do mercado;
Políticas de desenvolvimento do turismo e de plano estrutural;
Análises econômicas e recomendações;
Considerações e recomendações ambientais;
Considerações e recomendações institucionais;
Marketing e promoção;
Implementação e monitoramento do plano.
As ações para o planejamento turístico, em suas diferentes esferas e metas, devem
contemplar melhorias nas localidades receptoras. No caso de Urupema, estas
melhorias além de gerar benefícios econômicos para a população local, também
52
podem contribuir com a diminuição do êxodo rural, que a cidade vem sofrendo
desde a sua emancipação.
53
4 PLANOS DE DESENVOLVIMENTO DA CIDADE DE URUPEMA
A cidade de Urupema, com seus quase vinte anos de emancipação político-
administrativa, através das administrações públicas, tem criado planos de
desenvolvimento, que são elaborados com o objetivo de melhorar a qualidade de
vida da população. Cada gestor municipal, com sua equipe de governo, estabeleceu
metas de governos e ações a serem executadas. Os planos de desenvolvimento
elaborados nas gestões municipais relacionam-se com as administrações públicas
dos seguintes anos: 1989-1992; 1993-1996; 1997-2000; 2001-2004; 2005-2008. A
atual administração de Urupema ainda não formulou o seu plano de
desenvolvimento municipal, pelo menos, até o momento em que foram feitas as
pesquisas para este trabalho.
O primeiro prefeito de Urupema foi o senhor Áureo Ramos de Souza (1989-1992),
que juntamente com uma equipe técnica formada por veterinários, extensionistas
rurais e educadores e comandada pelo agrônomo Ulisses de Arruda Córdova,
formulou o Plano Municipal de Desenvolvimento Agropecuário, que teve como
objetivo o desenvolvimento do setor primário, que é a base da economia do
município. Porém, este plano deixa claro que a partir do sucesso do setor
agropecuário, os demais setores da economia teriam benefícios. As propostas deste
plano foram: descentralização do poder, participação comunitária, programas
amplos e integrados e consideração da realidade local.
O objetivo geral do plano foi promover o desenvolvimento rural, nos aspectos,
econômico, político, social e educacional, através da priorização e integração de
ações que otimizem o uso de todos os recursos disponíveis. O objetivo comum do
primeiro plano de Urupema é ter uma agricultura tecnicamente viável,
economicamente rentável, ecologicamente coerente e socialmente mais justa. Para
isso, as diretrizes básicas são: democratização das decisões, participação
comunitária, utilização racional dos recursos naturais e viabilização da atividade
agropecuária.
O diagnóstico do município contido no plano aponta os seguintes dados:
54
a) População: 6.500 habitantes;
b) Comunidades: Cedro, Cedrinho, Bossoroca e Sede;
c) Educação: oito escolas, sendo quatro multisetoriadas estaduais e mais três
da rede municipal; não há ensino de segundo grau na cidade;
d) Estradas: estradas vicinais em estado crítico de conservação;
e) Telefones: havia um único posto telefônico e alguns telefones rurais;
f) Saúde:
Uma unidade sanitária tipo “D”, com dois atendentes e três médicos
que atendem em sistema de rodízio;
Um dentista que atende através de consulta particular;
Os problemas de saúde mais comuns eram a rie e verminose, além
de problemas causados pelo descuido no uso de agrotóxicos e
destinação para embalagens vazias.
g) Habitação: existiam famílias que moram em pequenos cômodos construídos
de forma precária, sem condições de higiene, saneamento e saúde;
h) Economia: decorrente do setor primário, como as culturas de maçã, batata
(consumo e semente) e cultivo de grãos (milho e feijão), agregando-se á
pecuária extensiva, lavouras de subsistência, além do extrativismo da
madeira, pinhão, xaxim e erva-mate. Também foi incorporada a pecuária de
leite e pecuária de corte;
i) População: ocupada na agropecuária: embora cerca de 38,5% da população
residia em área rural, o contingente em agropecuária corresponde á 90% da
população.
j) Estrutura fundiária: 42% das propriedades têm até 50 hectares; 18%
possuem de 50 a 100 hectares; 33% de 100 a 500 hectares e apenas 7%
possuem mais de 500 hectares. A condição do produtor era predominante a
de proprietário, havendo alguns arrendatários e parceiros;
k) Estrutura de produção agrícola: na pecuária, a bovinocultura era a
atividade mais importante, sendo que o setor de corte estava presente em
todas as comunidades enquanto que a de leite concentrava-se nas
comunidades de Rio dos Touros e Bossoroca. Na pecuária de corte, havia
pouco emprego de mão de obra e conseqüentemente, baixos indicadores
técnicos. Os problemas eram os mesmos de todo o planalto catarinense, ou
seja, deficiência na alimentação nos períodos mais críticos, elevada idade do
55
abate; manejo incorreto das pastagens cultivadas e dos campos nativos;
problemas com sanidade e falta de melhor padrão racial. Na produção de
leite, a tecnologia utilizada é deficiente, com uso de pouco capital, embora
tenha evoluído nos últimos anos. A seguir, na Tabela 1, mostra-se a situação
da pecuária em 1989.
Tabela 1: Produção pecuária da cidade.
PRODUTO REBANHO
(CABEÇAS)
PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO
ANUAL
Bovinos de corte 19.000 16% Desfrute 760 T/carne
Bovinos de leite 300 1.600 Lt/vaca/ano 420.000 Lt
Suínos 1571 - -
Aves 5.500 - -
Ovinos 500 - -
Apicultura 3.750 colméias 20Kg/colméia/ano 75 T/ano
Fonte: Plano Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Urupema, 1989.
A produção vegetal estava distribuída por todo o território da cidade, com exceção
da maçã, que se concentrava-se em torno da sede. A cultura da macieira era
praticada por pequenos fruticultores e entre as dificuldades desta cultura estavam:
baixo poder aquisitivo da população; alto custo dos insumos, máquinas e
equipamentos; déficit na capacidade de armazenagem, falta de organização de
produtores; baixa produtividade dos pomares; qualidade deficiente dos frutos;
descapitalização do produtor; estrutura de comercialização precária, ou seja, a
maioria vende sua colheita para atravessadores ou empresas que operam neste
ramo. A Tabela 2 apresenta as culturas existentes no município em 1989.
Tabela 2: Composição da Produção Vegetal em Urupema.
CULTURA ÁREA - HA PRODUTIVIDADE
T/HA
PRODUÇÃO – TON
Maçã 240 21 4.200
Batata-semente 150 12,5 1.875
Batata-consumo 550 13 7.150
Feijão 120 1 120
Milho 222 3 666
Fonte: Plano Municipal de Desenvolvimento Agropecuário de Urupema, 1989.
56
Outra fonte de renda significativa era o extrativismo, porém é necessário disciplinar
estas ações, para evitar danos ao meio ambiente, possibilitando a extração racional
e permanente dessas riquezas. Abaixo, A Tabela 3 mostra a composição das
explorações extrativistas de Urupema; as culturas desenvolvidas na cidade,
complementaram a atividade agrícola, gerando emprego e renda para a cidade de
Urupema.
Tabela 3: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema.
PRODUTO PRODUÇÃO
Madeira 3.715 m³
Vime 80 T
Erva-mate 4.500 T
Pinhão 750 T
Xaxim 180.000 vasos
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1989.
Segundo o plano de desenvolvimento municipal, a estimativa do uso das terras em
função da exploração, possuía uma significativa extensão de área não utilizada, o
que possibilitava um aumento de culturas agrícolas ou de outros usos que possam
beneficiar os proprietários das mesmas. O uso atual dos solos da cidade de
Urupema se apresenta da seguinte forma, conforme a Tabela 4, abaixo:
Tabela 4: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração
USO DO SOLO EXTENSÃO DA ÁREA
Culturas temporárias 1.100
Culturas permanentes 240 Há
Pastagens Nativas 15.500
Mata natural 4.600
Área inaproveitável 2.500
Área não utilizada 2.600
Sem especificação -
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1989.
O segundo plano de desenvolvimento da cidade de Urupema (1993 1996),
elaborado na gestão do Sr. Nelton Rogério de Souza, recebeu o título de II Plano
57
Municipal de Desenvolvimento Agropecuário e continuou voltado ao meio rural, mas
incorporou as áreas de saúde, educação e promoção social. Houve um avanço
também em questões como a administração rural, organização do produtor e
comercialização.
O objetivo geral deste plano foi promover o desenvolvimento rural em todos os
setores do conhecimento humano, através da priorização e integração de ações que
otimizem o uso de recursos naturais, financeiros, materiais e humanos. O objetivo
comum deste plano era igual ao do anterior, ou seja, ter uma agricultura
tecnicamente viável, economicamente rentável, ecologicamente coerente e
socialmente mais justa. As diretrizes básicas tamm eram as mesmas do plano
anterior: democratização das decisões, participação comunitária, utilização racional
dos recursos naturais e viabilização da atividade agropecuária.
O diagnóstico deste segundo plano aponta a seguinte realidade municipal nas
seguintes áreas:
a) População: 4.910 habitantes;
b) Comunidades: Sede, Cedro, Cedrinho, Bossoroca, Marmeleiro e Rio dos
Touros;
c) Educação: eram onze escolas, sendo dez multiseriadas e um colégio
estadual. No primeiro semestre de 1992, foi instalado o segundo grau no
município, suprindo uma deficiência, pois muitos jovens saiam para estudar
em Lages e não retornavam mais á Urupema;
d) Estradas: estradas vicinais em bom estado de conservação;
e) Telefones: eram cerca de 100 telefones, um posto telefônico nas
comunidades Cedro, Cedrinho e Bossoroca. No Cedro e no Cedrinho existem
alguns telefones em residências;
f) Saúde:
O município possuía uma unidade sanitária tipo “D”, com dois
atendentes e três médicos que atendiam em sistema de rodízio;
Existia um dentista que atuava em consultório particular e contratado
pela prefeitura;
58
Os problemas de saúde mais comuns eram a rie e verminose, além
de problemas causados pelo descuido no uso de agrotóxicos e
destinação para embalagens vazias.
g) Habitação: existiam famílias que moravam em pequenos cômodos
construídos de forma precária, sem condições de higiene, saneamento e
saúde;
h) Economia: dependia do setor primário, com a pecuária extensiva, lavouras
de subsistência, extrativismo da madeira, pinhão, xaxim, erva-mate,
fruticultura, maçã, batata (consumo e semente), grãos (milho e feijão),
pecuária de leite e de corte;
i) População ocupada na agropecuária: embora cerca de 40% da população
residisse em área rural, o contingente em agropecuária é de 90%;
j) Estrutura fundiária: os números são os mesmos do plano anterior;
k) Estrutura da produção agrícola: os números desta atividade são
apresentados abaixo, porém, as dificuldades e características são as mesmas
apresentadas no plano anterior.
Tabela 5: Composição da Produção Pecuária em Urupema
PRODUTO REBANHO
(CABEÇAS)
PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO
ANUAL
Bovinos de corte 12.000 17% Desfrute 510 T/carne
Bovinos de leite 550 1.600 Lt/vaca/ano 616.000 Lt
Suínos 900 - -
Aves 5.500 - -
Ovinos 1.300 - -
Apicultura 3.750 colméias 20Kg/colméia/ano 75 T/ano
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1993.
A Tabela 6 demonstra em meros, as diferentes culturas existentes na cidade de
Urupema (na época), com os números de produção e da área de cultivo de cada
uma delas.
Tabela 6: Composição da Produção Vegetal em Urupema.
CULTURA ÁREA - HA PRODUTIVIDADE
T/HÁ
PRODUÇÃO –
TONELADA
59
CULTURA ÁREA - HA PRODUTIVIDADE
T/HÁ
PRODUÇÃO –
TONELADA
Maçã 310 21 4.200
Batata-semente 90 18 1.620
Batata-consumo 700 14 9.800
Feijão 150 1 150
Milho 250 3 750
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1993.
O plano menciona que outra fonte de renda significativa era o extrativismo, porém,
como no plano anterior, salienta-se a necessidade disciplinar as ações,
possibilitando o uso permanente dessas riquezas.
Tabela 7: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema.
PRODUTO PRODUÇÃO
Madeira 3.715 m³
Vime 80 T
Erva-mate 4.500 T
Pinhão 750 T
Xaxim 180.000 vasos
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1993.
Segundo este plano de desenvolvimento municipal, a estimativa do uso das terras
em função da exploração era a mesma do plano anterior. A mata natural apresenta
números inferiores ao número total de pastagens nativas, o que demonstra a
necessidade de alimentação ao gado e demais animais. Em compensação, o
número total de áreas das culturas (permanentes e temporárias), demonstra que
ainda era significativa a área de mata nativa, que podia ser utilizada como um
atrativo turístico, ou que agregasse valor, à experiência de visitação dos turistas em
Urupema, para atividade de ecoturismo, turismo rural, ou turismo ecológico.
O uso atual dos solos da cidade de Urupema se apresentava da seguinte forma,
conforme a Tabela 8, abaixo:
60
Tabela 8: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração
USO DO SOLO EXTENSÃO DA ÁREA
Culturas temporárias 1350 Há
Culturas permanentes 310 Há
Pastagens nativas 15.500 Há
Mata natural 4.160
Área inaproveitável 2.500
Área não utilizada 2.280
Sem especificação 1670 Há
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1993.
Na gestão seguinte (1997 2000), a prefeitura foi administrada pelo Sr. Áureo
Ramos de Souza e o plano elaborado recebeu o nome de Plano Municipal de
Desenvolvimento Sustentável, onde a agricultura foi mantida como a principal fonte
de renda da cidade, mas o plano por sua vez, teve uma abordagem mais ampla.
Neste plano houve uma mobilização da comunidade que através da criação dos
Conselhos de Desenvolvimento Comunitários participou da elaboração do mesmo. A
formulação do plano seguiu às seguintes etapas: consulta as comunidades e
apresentação das reivindicações, diagnóstico municipal, elaboração da proposta
básica e consulta externa para formatação de projetos.
Este plano teve como uma das preocupações o êxodo rural que a cidade enfrentava.
Também, continha uma proposta de desenvolvimento sustentável, procurando
atender às necessidades da população em todas as áreas, melhorando sua
qualidade de vida através da geração e retenção de riquezas e potencialização de
todos os recursos existentes no município.
O objetivo geral deste plano foi o de promover o desenvolvimento sustentável
através da instalação em Urupema, de um governo municipal, que atendesse as
necessidades da população em todas as áreas, melhorando sua qualidade de vida,
através da geração de emprego e retenção de riquezas e potencialização de todos
os recursos existentes no município. As diretrizes básicas contidas neste plano são:
planejamento participativo; organização popular; ética, transparência e integração
administrativa; qualidade total no serviço público; análise quantitativa e qualitativa
61
das ações do governo; valorização da cultura local; melhoramento das condições
ambientais e diversificação das principais fontes de renda.
Urupema mereceu destaque no cenário nacional com a criação e a realização das
ações propostas neste plano, sendo o município reconhecido e premiado pelo
Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), com o diploma de Honra ao
Mérito e concorreu juntamente com outras sete cidades brasileiras, a uma
premiação feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), em menção a projetos
ou ações de desenvolvimento local e proteção ao meio ambiente, quando foi
realizada no Rio de Janeiro a RIO-92.
O diagnóstico deste planou apontou os seguintes dados:
a) População: 3.500 habitantes;
b) Comunidades: Sede, Cedro, Cedrinho, Marmeleiro, Bossoroca e Rio dos
Touros;
c) Educação: em 1996, a cidade contava com um colégio estadual que atendia
158 crianças e jovens da . até a 8ª. série e 29 jovens do ensino médio. A
rede municipalizada de ensino contava com cinco escolas, da 1ª. a 4ª. série.
Para a faixa etária de dois a seis anos, a cidade contava com uma escola na
área urbana e duas na área rural. O município atendia tamm, crianças e
jovens portadores de deficiência, divididos em quatro horários. Com relação à
educação de jovens e adultos, não estavam sendo desenvolvidos programas
de alfabetização. Os alfabetizados estavam sendo incentivados e apoiados
para freqüentarem o ensino supletivo na cidade de Lages. Em 1993, 60% dos
professores da rede municipal não possuíam habilitação para o magistério.
Através de programas de capacitação e titulação, foram habilitados todos os
professores municipais em nível de segundo grau;
d) Estradas: estradas vicinais em bom estado de conservação. A maior
dificuldade era a falta de acesso pavimentado em direção á Lages ou Rio
Rufino, para ligar com a BR 282. Estava em andamento a pavimentação do
trecho entre Painel e Urupema;
e) Telefones: eram aproximadamente duzentos telefones, sendo que postos
telefônicos no Cedro, Bossoroca e Cedrinho. No Cedro e na Bossoroca
existiam algumas linhas instaladas nas residências;
62
f) Saúde: sem dados no plano;
g) Habitação: sem dados no plano;
h) Economia: sem dados no plano;
i) População ocupada em agropecuária: embora cerca de 40% da população
residia em área rural, o contingente em agropecuária é de 90%;
j) Estrutura fundiária: 42% das propriedades tinham até 50 hectares; 18%
possuem de 50 a 100 hectares; 33% de 100 a 500 hectares e 7% possuem
mais de 500 hectares;
k) Estrutura da produção agrícola: na pecuária, a realidade encontrada era a
mesma do plano anterior.
A Tabela 9, a seguir mostra os índices de produção do setor pecuário da cidade de
Urupema, demonstrando que a economia do município dependia, em grande parte,
da produção do gado de corte, embora, outros tipos de produção animal eram
significativos para o setor primário. Destes, destaca-se a apicultura que era
desenvolvida em muitas propriedades da cidade.
Tabela 9: Composição da Produção Pecuária em Urupema.
PRODUTO REBANHO
(CABEÇAS)
PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO
ANUAL
Bovinos de corte 12.613 16% Desfrute 464 T/carne
Bovinos de leite 550 1.600 Lt/vaca/ano 616.000 Lt
Suínos 900 - -
Aves 5.500 - -
Ovinos 1.300 - -
Apicultura 3.500 colméias 20Kg/colméia/ano 70 T/ano
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1997.
A tecnologia utilizada na produção de leite era deficiente, com emprego de pouco
capital. Na pecuária de corte, também havia pouco emprego de capital e mão de
obra e consequentemente, baixos indicadores técnicos.
A produção vegetal possuía as mesmas características relacionadas no plano
anterior. A Tabela 10, a seguir, apresenta as culturas existentes no município na
época:
63
Tabela 10: Composição da Produção Vegetal em Urupema.
CULTURA ÁREA - HA PRODUTIVIDADE
T/HÁ
PRODUÇÃO – TON
Maçã 390 21 5.880
Batata-semente 60 18 1.080
Batata-consumo 540 14 7.560
Feijão 241 1 241
Milho 332 3 750
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1997.
O plano cita a importância do extrativismo para a cidade e ressalta novamente, a
necessidade de controlar esta atividade para evitar danos ao meio ambiente. O
xaxim era beneficiado no próprio município, enquanto os demais produtos eram
comercializados para outros centros.
Tabela 11: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema.
PRODUTO PRODUÇÃO
Vime 80 T
Erva-mate 4.500 T
Pinhão 750 T
Xaxim 180.000 vasos
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1997.
Os objetivos do planejamento do uso do solo, com finalidades conservacionistas
eram: elevar a produtividade da terra ao seu nível máximo de rendimento, em um
sistema de exploração eficiente, racional e intensivo, sem empobrecê-la ou destruí-
la. O plano destaca que todas as práticas e operações de manejo a serem
desenvolvidas, deveriam preservar a produtividade e evitar a degradação dos
recursos naturais.
O uso das terras em função da exploração é apresentado ma Tabela 12 abaixo:
Tabela 12: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração.
USO DO SOLO EXTENSÃO DA ÁREA
Culturas temporárias 1.173
64
Culturas permanentes 390 há
Pastagens nativas 15.597
Mata natural 4.160
Área inaproveitável 2.500
Área não utilizada 2.280
Sem especificação 1.670
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 1997.
Na gestão de 2001-2004, o prefeito foi o Sr. Renato Pagani de Arruda, o documento
foi chamado de Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável com os seguintes
objetivos: instalar um governo para atender as reivindicações e elevar as
oportunidades da sociedade local, de forma organizada e participativa, melhorando a
qualidade de vida e promovendo o desenvolvimento sustentável, através da geração
e retenção de riquezas no município, da conservação ambiental e preservação dos
recursos naturais para as futuras gerações. Como diretrizes básicas o Plano
Municipal de Desenvolvimento Sustentável continha: planejamento participativo,
organização e associativismo, descentralização e integração administrativa, geração
de emprego e renda, parceria com a sociedade organizada, conservação dos
recursos naturais, diversificação das principais fontes de renda.
O diagnóstico neste plano aponta os seguintes dados:
a) População: 2.527 habitantes;
b) Comunidades: Sede, Cedro, Cedrinho, Marmeleiro, Bossoroca e Rio dos
Touros;
c) Educação: o município, em 2001, contava com uma Escola Estadual de
Educação Básica Manoel Pereira de Medeiros, localizada na zona urbana que
atendia 364 crianças e jovens da 1ª. a 8ª. série e 71 jovens do ensino médio.
A rede municipal de ensino contava com 2 escolas, de 1ª. a 4ª. série,
localizadas na zona rural. O município conta ainda com a APAE, que realiza
atendimento de crianças e jovens com deficiência, residentes nas áreas
urbanas e rural, divididos em dois horários. Em 1993, 60% dos professores da
rede municipal não possuíam habilitação para o magistério. Programas de
capacitação e titulação foram executados e até 1996, conseguiu-se habilitar
todos os professores municipais, em nível de segundo grau;
65
d) Estradas: a maior dificuldade sempre foi a falta de um acesso pavimentado,
em direção á Lages ou Rio Rufino, para ligar com a BR-282. As estradas
vicinais estavam em bom estado de conservação, com a finalidade de facilitar
o escoamento da produção do município;
e) Telefones: sem dados no plano;
f) Saúde: O município possuía uma unidade sanitária tipo D”, embora sua área
física seja ampla e de boa qualidade, a qual foi construída para ser uma
Unidade Mista, o que implica em grandes gastos para sua manutenção e de
pouca resolutividade. A Secretaria Municipal de Saúde formará uma equipe
para atender o Programa de Saúde Familiar, com a seguinte composição:
1 médico;
1 enfermeira;
2 auxiliares de enfermagem;
1 odontólogo.
g) Habitação: sem dados no plano;
h) Economia: sem dados no plano;
i) População ocupada em agropecuária: embora cerca de 52% da população
residisse em área rural, o contingente em agropecuária era de 90%. Havendo
decréscimo de oferta de mão de obra, existindo em contrapartida um aumento
no plantio de culturas como a maçã e a batata;
j) Estrutura fundiária: a condição do produtor predominantemente era a de
proprietário, havendo alguns arrendatários e parceiros. No município, 195
propriedades possuíam até 50 hectares, enquanto 238 propriedades
possuíam entre 50 e 100 hectares; e somente 51 propriedades possuíam
mais de 500 hectares. Salienta-se que a superfície agrícola útil de Urupema
não deve ultrapassar a 40%, devido ao afloramento de rocha e declividade
acentuadas.
k) Estrutura da produção agropecuária: na pecuária, a bovinocultura era a
mais importante, sendo que o setor de corte estava presente em todas as
comunidades, enquanto o de leite concentrava-se nas comunidades de Rio
dos Touros e Bossoroca.
É importante destacar que a produção de leite era fornecida para a empresa
LACTOPLASA S.A., sediada em Lages; existia tamm, uma pequena usina local,
que beneficiava 200 litros diários. Em muitas propriedades o excesso de leite era
66
aproveitado para a produção caseira de queijos e outros derivados, sendo
comercializado com atacadistas locais ou em centro próximos. A Tabela 13 abaixo,
mostra a situação da produção pecuária da cidade, na época:
Tabela 13: Composição da Produção Pecuária em Urupema.
PRODUTO
PRODUTORES
REBANHO
(CABEÇAS
/ CAIXAS)
PRODUTIVIDADE PRODUÇÃO
ANUAL
Bovinos de
corte
331 12.660 19,76% Desfrute 570 T/carne
Bovinos de
leite
156 880 697 Lt/vaca/ano 613.360 Lt
Suínos 127 1.030 - -
Aves 182 3.000 - -
Ovinos 55 1.005 - -
Apicultura 20 1.636
colméias
20Kg/colméia/ano 15,60 T
Truticultura 2 - 20 Kg/m³ 9 T
Piscicultura
2
15 - 2.000 Kg/ha 70 T
Queijo
Colonial
36 - - 21 T
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
A produção vegetal estava distribuída por todo o território do município, com
exceção da maçã, que se concentrava em torno da sede. A cultura da macieira era
praticada por pequenos fruticultores. Após vários anos de produção e lucros
animadores, no final da década de oitenta e início da década de noventa,
começaram a surgir algumas dificuldades que podiam comprometer a permanência
dos mesmos na atividade. Os problemas desta atividade eram os mesmos
mencionados em planos anteriores, sendo que, alguns estavam relacionados com a
conjuntura nacional da época, mas com influência sobre a rentabilidade da cultura.
Além das dificuldades já mencionadas em outros planos, tamm eram obstáculos:
Tributação excessiva;
Encargos financeiros altos para a atividade agrícola;
Competição com produção de outros países (principalmente Argentina).
2
Piscicultura geral sem a truticultura.
67
O Projeto Expansão e Recuperação dos pomares de macieira, implantado em 1992,
trouxe novas expectativas para a fruticultura local, através da introdução de novas
técnicas de cultivo e com o plantio de aproximadamente 100.000 mudas. As ações
iniciadas no ano de 1992, trouxeram benefícios que foram obtidos anos após sua
implantação.
A Tabela 14 mostra os dados das culturas agrícolas em Urupema, destacando-se a
produção de maçã, batata semente, batata consumo e milho.
Tabela 14: Composição da Produção Vegetal em Urupema.
CULTURA
PRODUTORES
ÁREA -
HA
PRODUTIVIDADE
T/HA
PRODUÇÃO –
TONELADA
Maçã 114 263 24,33 6.400
Batata-
semente
3
4 22,01 18 396,18
Batata-
consumo
300 563 11 5.490
Feijão 300 216 0,921 199
Milho 200 102 2,275 232
Tomate 3 3 15 45
Cebola 5 10 10 100
Pinus 40 180 80 1.440
Vime 15 50 10 500
Ameixa 1 1 2 2
Morango 6 13 20 260
Pastagem
Melhorada
80 374,3 8 MS 2.294,4
Pastagem
Anual
300 650 6 MS 3.900
Pastagem
Perene
32 150 10 MS 1.500
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
Um dado relevante era a quantidade de área cultivada de pinus, que é uma espécie
exótica, que era comercializada com uma empresa de uma cidade vizinha. Outro
3
Produção certificada pela CIDASC.
68
aspecto interessante era a área de pastagem, utilizada pelos moradores para
alimentar o gado que é vendido para a pecuária de corte e tamm na produção de
leite, que era comercializado com uma empresa sediada na cidade de Lages.
Dentro do setor primário, outra fonte de renda significativa continua sendo o
extrativismo, que merece os mesmo cuidados que foram mencionados nos planos
anteriores.
Tabela 15: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema.
PRODUTO Nº PRODUTORES PRODUÇÃO
Vime 15 500 T
Erva-mate 30 4.500 T
Pinhão 71 100 T
Xaxim 1 180.000 vasos
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
OBS: O xaxim é beneficiado no próprio município, os demais produtos são comercializados para
outros centros.
Os objetivos fundamentais do planejamento de uso do solo, com finalidades
conservacionistas são: elevar a produtividade da terra em seu nível máximo de
rendimento, em um sistema de exploração eficiente, racional e intensivo, sem
empobrecê-la ou destruí-la. O uso atual dos solos apresenta os seguintes números,
conforme A Tabela 16, abaixo:
Tabela 16: Uso atual dos solos em Urupema, segundo o tipo de exploração.
USO DO SOLO EXTENSÃO DA ÁREA
Culturas temporárias 1.133
Culturas permanentes 358 Há
Em descanso 183 Há
Pastagens nativas 19.066 Há
Pastagens perenes 947 Há
Mata natural 6.767
Mata plantada 147 Há
Área produtiva não utilizada 169 Há
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2001.
69
A seguir, são apresentadas informações referentes a algumas áreas administrativas
da gestão municipal, no período compreendido entre 2001 – 2004:
A. Promoção Social: a Secretaria de Promoção Social era composta por três
funcionários (agente administrativo, assistente social e secretária de
promoção social), onde atuavam em diversas áreas de carência do município,
em caráter imediato ou a longo prazo, dependendo da situação constatada. O
trabalho consistia na conscientização, informação e assistência á infância, ao
adolescente, á família, ao idoso e ao portador de deficiência, propiciando o
atendimento das necessidades do município, através de organização,
desenvolvimento e execução de serviços no campo da assistência e
promoção social, preconizada na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS
8.742/93).
B. Administração e Finanças: a Secretaria de Administração e Finanças tem
investido, nos últimos anos, na modernização dos sistemas de controle de
receita e de contabilidade. A meta para os próximos quatro anos, será a
atualização do cadastro imobiliário, no qual contemple todos os imóveis
territoriais e prediais localizados no perímetro urbano. Com esse
recadastramento, será elaborada uma nova planta de valores para a
tributação do IPTU, além de auxiliar na avaliação para o estabelecimento da
base incidência do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e
de Direitos sobre Imóveis.
C. Turismo e Urbanismo: a necessidade de melhorias em vários setores. A
infra-estrutura básica apresenta problemas rios de energia elétrica,
dificuldade de atendimento na área de saúde, ausência de policiamento
noturno e falta de saneamento básico. A vocação turística de Urupema
concentra-se no meio rural, que apresenta grande riqueza nos recursos
hídricos, favorecendo o aspecto visual e a atratividade dos recursos naturais.
Além dos recursos hídricos, o meio rural oferece locais que podem ser
aproveitados ao máximo, para fins turísticos e conservação ambiental, como
a Cascata que Congela, Cascata Santa Tereza, Despraiado e Cascata Tia
Aurora.
70
O atual plano (2001 2004) prevê os seguintes projetos para o setor turístico no
município:
a) Projeto Ampliação da Infraesturtura Turística, que tem como objetivos:
consolidar o turismo como alternativa econômica importante em Urupema;
ampliar as fontes de renda municipal; melhorar o acesso e a infra-estrutura dos
principais pontos turísticos; consolidar os principais produtos turísticos de
Urupema; capacitar os profissionais nas áreas de hotelaria, restaurantes e
atendimento ao público; construir uma estrutura para o ponto turístico da
Cachoeira que Congela; viabilizar a visitação do turista na área do Campo
Novo; construir um portal estilizado na principal entrada de Urupema. As ações
para este projeto são as seguintes: soltura de alevinos nos rios; construção de
um parque municipal; capacitação de pessoas para trabalhar em restaurantes,
na hotelaria e atendimento público em geral; construir infra-estrutura de acesso
e sinalização para a Cachoeira que Congela e Campo Novo; construção de um
portal de entrada; conscientização de crianças nas escolas; criação de um
conselho municipal de turismo.
b) Projeto Rotas Turísticas, os objetivos desse projeto são: implantar de rotas
rurais no município; desenvolver a produção de artesanato e produtos
coloniais; aplicar fontes de renda no meio rural; viabilizar o desenvolvimento
social e econômico do meio rural. As ações deste projeto são as seguintes:
implantação de rotas rurais em Urupema; capacitação no atendimento ao
público, turismo rural e gastronomia; elaboração de material promocional;
capacitação de artesãos; capacitação de produtores; melhoria das estradas
com a sinalização de rotas e implantação de placas.
c) Projeto Participação e Organização de Eventos, seus objetivos são:
divulgar o potencial turístico de Urupema; criar uma festa temática municipal
(Festa da Truta); trocar experiência com outros municípios; atrair investimentos
para o município; definir um calendário de eventos turísticos. As ações deste
projeto são as seguintes: implantar a feira de produtos coloniais; implantar o
concurso da porteira; elaborar calendário de eventos; organizar da Festa da
Truta; divulgar a cidade na imprensa; participar de eventos; fazer o pré-
lançamento da Festa da Truta; elaborar o material de divulgação.
71
d) Projeto Melhorias no Perímetro Urbano, possui os seguintes objetivos:
ordenar a ocupação urbana; propiciar melhores condições de vida; incrementar
o turismo; embelezar o meio urbano; desenvolver a conscientização ecológica
na população. As ações deste projeto são: calçamento de ruas; construção de
praças; elaboração do plano diretor; sinalização de ruas; limpeza anual de ruas
e rios; povoamento do Rio Caronas com trutas; produção de mudas
ornamentais; praças arborizadas; ruas arborizadas; excursões a outras
cidades; construção do canteiro central.
A administração municipal seguinte (2005-2008) teve como prefeita a Sra. Arlita
Terezinha Souza Pagani, que formulou o Plano Municipal de Desenvolvimento
Sustentável, onde foram elaboradas ações nos diversos setores da administração
pública, através das secretarias, dentre as quais está a Secretaria de Turismo,
Urbanismo e Meio Ambiente. Esta gestão pública o possuiu um plano elaborado,
na forma de um documento único, ou seja, cada secretaria formulou um plano de
ações a serem executadas na gestão, tendo autonomia nos objetivos propostos e
diretrizes a serem cumpridas. O Plano de Desenvolvimento desta gestão apresentou
as seguintes informações:
a) Localização e População: Urupema está localizada na serra catarinense
limitando-se com São Joaquim, Urubici, e Lages. Urupema possui uma
superfície de 277,7 km² e uma altitude na parte urbana, de 1.425 metros. Sobre
as comunidades existentes na cidade, este plano apresenta duas informações
diferentes. A primeira é de que o município conta com sete comunidades rurais
(Cedro, Cedrinho, Bossoroca, Marmeleiro, Rio dos Touros, Morro Grande e
Sede), a segunda informação é que Urupema possui seis comunidades, não
fazendo parte a comunidade de Morro Grande, citada anteriormente. Outra
informação contraditória é o quando o plano informa a população de Urupema.
O mesmo plano aponta dois números; o primeiro com uma população de 2.527
habitantes, e o segundo com uma população de 2.534 moradores. Este
desencontro de informações se deve ao fato, já mencionado, que este plano foi
feito pelas secretarias de forma isolada, sem que houvesse um planejamento
conjunto, unindo ações e projetos a serem realizados.
72
b) Aspectos Sócio-econômicos e de Infraestrutura: a economia está baseada
na fruticultura, principalmente na cultura da maçã, na pecuária com criação de
gado de corte e leite, agricultura com o plantio de batata e no extrativismo da
erva-mate e pinhão. A renda familiar média é de um salário mínimo.
Atualmente a cidade sofre com a falta oportunidade de emprego e melhoria de
condições de vida. Essa situação leva o mucipe a procurar outros centros,
reduzindo a taxa de crescimento populacional. Muitos jovens estão migrando
para outras cidades em busca de melhores oportunidades de emprego, haja
vista que a economia do município está baseada na agricultura e nos últimos
anos não vem apresentando um bom retorno financeiro.
c) População Ocupada em Agropecuária: embora cerca de 52% da população
resida em área rural, o contingente em agropecuária é de 90%. decréscimo
de oferta de mão de obra, em contrapartida um aumento no plantio de
culturas como a maçã e a batata.
d) Economia: praticamente toda decorrente do setor primário. Nas últimas duas
décadas houve grande transformação, agregando-se a pecuária extensiva e as
lavouras de subsistência e ao extrativismo de madeira, pinhão, xaxim e de
erva-mate, a horticultura de maçã e a lavoura de batata e o cultivo mais
significativo de grãos (milho e feijão). Nas atividades agrícolas destacam-se a
batata semente/ consumo, fruticultura, silvicultura (reflorestamento) e produção
animal. Na pecuária, a atividade mais importante é a bovinocultura de corte,
que está presente em quase todas as propriedades, enquanto que a produção
de leite concentra-se nos arredores da sede e na comunidade de Cedro.
e) Promoção Social: a secretaria de promoção social conta com seis
funcionárias que atuam em diversas áreas de carência do município, em
caráter imediato ou a longo prazo, dependendo da situação constatada. O
trabalho consiste na conscientização, informação e assistência a infância, ao
adolescente, a família, ao idoso e ao portador de deficiência, dependendo da
situação encontrada.
f) Agricultura e Meio Ambiente: junto à secretaria funcionam outras instituições
e empresas ligadas ao setor agropecuário de Urupema, dentre as quais estão:
73
Secretaria de agricultura, CIDASC, EPAGRI, equipe de facilitadores do Projeto
Microbacias 2, Sindicato dos Produtores Rurais de Urupema, FAESC, SENAR.
Cerca de 52% da população reside em área rural, mas a porcentagem da
população envolvida com a atividade rural atinge cerca de 90%. Porém, a
manutenção de todos, a riqueza advém da produção agropecuária. A utilização
da mão de obra é sazonal, tendo maior demanda entre os meses de outubro a
abril e escassez nos meses de maio a setembro, devido às condições
climáticas, impróprias à atividade no meio rural. Neste período de escassez,
somente conseguem ocupação a mão de obra utilizada na cultura da macieira,
principalmente para a realização da poda.
g) Estrutura Fundiária: a condição do produtor predominantemente é a de
proprietário, havendo alguns arrendatários e parceiros, fato que vem crescendo
nos últimos anos. Aproximadamente 60% das propriedades possuem até 50
hectares, cerca de 75% possuem até 100 hectares, predominando
essencialmente pequenas propriedades. Esta estrutura está em constante
modificação devido a doação de terras dos pais aos filhos, através de um
processo natural. Com essa redução a necessidade de mudanças nas
atividades exercidas nas propriedades, trocando atividades extensivas, como
pecuária, para outras de densidade econômica maior, como a fruticultura, o
cultivo de olerícolas e o turismo. Acrescenta-se ainda, o agravante de que
quase que na totalidade das propriedades de Urupema, a superfície agrícola
útil não deve ultrapassar a 40%, devido ao afloramento de rocha e declividade
acentuada.
h) Produção Agropecuária: na pecuária, a bovinocultura é a mais importante,
sendo que o setor de corte está presente em todas as comunidades, enquanto
o de leite concentra-se nas comunidades de Rio dos Touros e Bossoroca.
Porém, o que predomina nas propriedades são animais de dupla aptidão, corte
e leite, num sistema de manejo de baixa produtividade.
A tecnologia utilizada na produção de leite é deficiente, com emprego de pouco
capital, mesmo tendo evoluído nos últimos anos. Os principais problemas são:
alimentação deficiente do rebanho nos meses de outono e inverno, baixo padrão
genético do rebanho, sistema de organização de transporte inadequado, problemas
74
de sanidade que limitam maior produtividade. Na pecuária de corte também é
empregada baixa tecnologia, que acaba dificultando uma alta rentabilidade. Os
problemas são os mesmos de todo o planalto catarinense, ou seja, deficiência na
alimentação nos períodos mais críticos, elevada idade do abate, manejo incorreto
das pastagens cultivadas e dos campos nativos, problemas com sanidade e falta de
padrão racial em alguns casos. Abaixo, na Tabela 17, é possível visualizar números
da produção pecuária em Urupema.
Tabela 17: Composição da Produção Pecuária em Urupema.
PRODUTO Nº PRODUTORES REBANHO (CABEÇAS/CAIXA)
Bovinos de corte 331 12.660
Bovinos de leite 156 880
Apicultura 15 1.626
Truticultura 1 -
Piscicultura
4
15 -
Queijo Colonial 60 -
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
A produção agrícola também está distribuída por toda a extensão territorial de
Urupema. A principal atividade agrícola desenvolvida é a cultura da macieira,
praticada por pequenos fruticultores. Atualmente o principal problema desta
atividade é a comercialização, baseada na venda de frutas in natura diretamente
para as grandes empresas, que se aproveitam da falta de estrutura de
armazenamento e pagam valores abaixo dos esperados. A questão cultural tamm
é outro entrave para a cultura da macieira, principalmente no que trata da
organização dos produtores, no que diz respeito ao desenvolvimento de um espírito
de associativismo e cooperativismo. Dentre os entraves para o crescimento da
atividade podemos destacar:
Tributação excessiva;
Baixo poder aquisitivo da população que afeta o consumo;
Alto custo dos insumos;
4
Piscicultura geral sem a truticultura.
75
A descapitalização dos fruticultores e a falta de garantias, necessárias para
projetos de investimentos;
Competição com produção de outros países;
Baixa produtividade de muitos pomares, por problemas diversos, como,
condução de planta inadequada, ataque de cancro, podridão da raiz,
cultivares e porta-enxerto incompatíveis pouco produtivos.
Tabela 18: Composição da Produção Vegetal em Urupema.
CULTURA Nº PRODUTORES ÁREA – HÁ
Maçã 110 386
Batata-semente 3 16
Batata-consumo 130 460
Feijão 200 216
Milho 150 102
Tomate 3 3
Pinus 40 180
Vime 15 50
Ameixa 1 1
Pastagem Melhorada 80 374,3
Pastagem Anual 300 650
Pastagem Perene 32 150
Uva vinífera 1 12
Flores de corte 1 0,5
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
Na Tabela 18, acima, pode-se verificar a composição da produção agrícola. Quanto
às outras culturas, a produtividade pode ser considerada mediana, sendo que o
principal problema é a deficiência na correção da acidez do solo e qualidade da
semente utilizada, principalmente na produção de batata-consumo.
Dentro do setor primário, outra forma formadora de renda do município é o
extrativismo, porém, a necessidade de disciplinar estas explorações para evitar
danos ao meio ambiente e possibilitar a extração racional e permanente dessas
riquezas. Na Tabela 19, a seguir, é possível observar a situação desta atividade.
76
Tabela 19: Composição das Explorações Extrativistas de Urupema.
PRODUTO Nº PRODUTORES PRODUÇÃO
Vime 15 500 T
Erva-mate 30 4.500 T
Pinhão 71 100 T
Fonte: Plano de Desenvolvimento de Urupema, 2000.
i) Educação: a cidade conta, em 2005, com uma Escola Estadual de Educação
Básica, localizada na zona urbana que atende 342 crianças e jovens da 1ª. a 8ª.
série e 63 jovens dôo ensino médio. A rede municipal conta com duas escolas, de
1ª. a 4ª. série, localizadas na zona rural, com doze professores com vinte horas
semanais. O município conta ainda com a APAE, que realiza atendimento de
crianças e jovens com deficiência, residentes nas áreas urbanas e rural, divididos
em dois horários. Com relação a educação de jovens e adultos, o município está
implantando a Telessala para funcionamento do supletivo de 1º e 2º. Grau. O
índice de evasão escolar, pouco significativo dentro da mesma série, amplia-se
atingindo níveis preocupantes.
j) Energia Elétrica: a distribuição de energia elétrica aos consumidores de
Urupema está sob a responsabilidade das Centrais Elétricas de Santa Catarina
(CELESC). O consumo atinge 82% da capacidade de fornecimento e apesar do
fornecimento está perto do limite, não existe um plano de expansão.
k) Abastecimento de Água: o tratamento e abastecimento de água na área urbana
de Urupema são feitos pela Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
(CASAN). O município conta com reservatórios de 150 m³. A expansão da rede é
de 4.118 metros, atendendo a 325 ligações. Cerca de 81,84% da população da
área urbana é beneficiada com água da CASAN. Aproximadamente, 437
residências utilizam água de nascente e poços artesianos. A qualidade da água é
razoável, pois apresenta sinais de poluição por agrotóxicos e dejetos de origem
animal e humano.
l) Telefone: o serviço de telefonia é realizado no município através da Brasil
Telecom e a telefonia celular móvel através da prestadora de serviço, VIVO.
77
m)Agência de Correios e Servos: o município possui uma unidade dos correios,
como meio de comunicação.
n) Habitação: cerca de 33,59% das residências o de alvenaria; 0,26% o de
taipa não revestida; 0,26% de taipa revestida; 52,55% de madeira e 13,33% de
outros materiais.
o) Rede de Esgoto: apenas 1,83% da população possuem sistema de esgoto;
39,48% utilizam fossa e 58,69% dos dejetos são eliminados a céu aberto. Para
resolver esse problema de saúde pública que é o saneamento básico, foi firmado
um convênio da Prefeitura com a FUNASA, no ano de 2007 será concluída a obra
da Estação de Tratamento de Esgoto ETE, considerada a primeira etapa. A
segunda etapa, que seria a realização da ligação da ETE com a rede de
captação de esgoto urbano está projetada, aguardando a liberação de recursos
financeiros para início das obras de engenharia e de educação e mobilização
social.
p) Lixo: o município possui coleta seletiva de lixo, implantada em meados do ano
2003, tendo como objetivos a preservação do meio ambiente e melhoria na
qualidade de vida de seus munícipes. O material plástico, papel e metais são
comercializados, o rejeito é transportado para uma empresa terceirizada em
Otacílio Costa e o material orgânico transforma-se em compostagem no próprio
município. Por sua vez, o lixo hospitalar é armazenado em um depósito na
Secretaria de Saúde e encaminhado para incineração em uma empresa
particular, na cidade de Lages.
q) Saúde: o sistema de saúde do município, com o intuito de aprimorar as condições
de saúde da comunidade, desenvolve ações preventivas e curativas, como:
imunizações, assistência médica e odontológica, procedimentos de enfermagem,
entre outras atividades, visando adquirir a preservação da saúde que é um direito
e um dever de cada cidadão.
O município conta com uma Unidade de Saúde onde funciona a secretaria de saúde.
No final do ano de 2002, foi implantado o Programa de Saúde Familiar (PSF) e o
Programa de Saúde Bucal (PSB), ampliando o quadro de funcionários e a melhoria
78
de atendimento á população. Problemas mais comuns: dentre as causas de
atendimentos nos serviços ambulatoriais mais freqüentes estão: neurocisticerose,
doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho respiratório, doenças
crônicas-degenerativas, verminoses, intoxicações por agrotóxicos, doenças
diarréicas, mordeduras e picadas de animais, problemas psiquiátricos, acidente de
trabalho.
r) Turismo, Urbanismo e Meio Ambiente: para desenvolver o turismo em
Urupema, necessidade de melhorias em vários setores. A infra-estrutura
básica apresenta problemas rios como falta de saneamento básico, falta de
investimento no embelezamento do perímetro urbano, como reforma dos passeios
públicos e calçamento, falta de opções para hospedagem. E o poder privado
ainda não fez sua parte no que se refere aos investimentos. Quanto aos pontos
positivos da cidade, observa-se grande potencial no rio Caronas, especificamente
com a atividade de criação e alimentação de trutas, realizada no centro da cidade.
A vocação turística de Urupema concentra-se no meio rural, que apresenta
grande riqueza nos recursos hídricos, favorecendo o aspecto visual e a
atratividade dos recursos naturais. Estes dados foram retirados do plano de
desenvolvimento da gestão anterior.
79
5 RESULTADOS
As informações obtidas através das pesquisas realizadas durante a coleta de dados,
foram conseguidas através de documentos publicados pela Prefeitura de Urupema,
além de documentos elaborados pelo governo do estado de Santa Catarina e pelo
SEBRAE. Tamm foram obtidos dados através de entrevistas com representantes
de governos municipal e estadual, além de alguns representantes do trade turístico e
de associações que representam o terceiro setor.
5.1 Informações obtidas em documentos
Os documentos analisados nessa pesquisa forneceram dados interessantes e por,
outras vezes, continham informações contraditórias ou não continham as
informações necessárias para as pesquisas. Um exemplo de informações
contraditórias é o fato de se encontrar em um mesmo documento, informações
duplas, como a população da cidade com diferentes números, ora de habitantes e
também de comunidades no município. Também foi constatado que algumas
informações apresentadas em documentos não representam a realidade da cidade,
como é o caso de algumas informações contidas no Plano de Desenvolvimento
Integrado do Lazer (PDIL), como poderá ser observado adiante.
Dentre os documentos analisados estão os planos de desenvolvimento elaborados
pelas gestões que passaram pela prefeitura e também documentos do governo
estadual, como o Plano de Desenvolvimento Integrado do Lazer (PDIL) e o Plano de
Desenvolvimento Regional. O PDIL tem como objetivos:
Definir políticas públicas e processos de implementação de
equipamentos para viabilização das atividades e seus
respectivos prazos;
Coordenar e controlar o desenvolvimento espontâneo;
Prover os incentivos necessários para estimular a
implantação e maximizar os benefícios sócio-econômicos e
minimizar os custos, visando ao bem estar das comunidades
e rentabilidades dos empreendimentos do setor;
Minimizar a degradação dos locais sobre os quais as
atividades se estruturam;
Capacitar os envolvidos de órgãos públicos e instituições
privadas;
80
Garantir que a imagem das atividades oferecidas se relacione
com a proteção ambiental e a qualidade dos serviços
prestados;
Atrair investimentos nacionais e estrangeiros;
Coordenar as atividades do turismo, da cultura e dos esportes
com outras atividades econômicas e integrando-os a outros
planos em curso no estado ou no país. (GOVERNO DO
ESTADO DE SANTA CATARINA, 2004)
Curiosamente, este documento tem objetivos diferentes dos que foram citados
anteriormente, conforme foi mencionado no documento elaborado pela Secretaria do
Estado do Turismo, Cultura e Esporte, datado de 2008, que foi apresentado neste
trabalho, na página 41. Isso confirma que existem documentos diversos, abordando
um mesmo tema, feitos em anos distintos, que demonstram que não há uma
continuidade nos planos elaborados.
Na Figura 9, a seguir, é possível visualizar um material de divulgação elaborado pelo
governo do estado de Santa Catarina, a partir da formulação do Plano Integrado de
Desenvolvimento do Lazer (PDIL), onde aparecem informações sobre a cidade de
Urupema, no que diz respeito ao esporte, cultura e turismo.
81
Figura 9: Diagnóstico elaborado pelo PDIL.
Fonte: Governo do estado de Santa Catarina.
As flores que aparecem na foto, são tulipas, que em uma determinada época, foi
cultivada de maneira isolada com o objetivo de ser vendida á outras cidades e
grandes centros, chegando a ser comercializada e teve sua imagem associada à
cidade. Porém, a produção de tulipas não é mais feita comercialmente na cidade e a
flor não mais tem valor simbólico/comercial para Urupema. Mas, o governo do
estado de Santa Catarina ainda mantém na sua página na internet, estas
informações demonstrando que o Plano de Desenvolvimento Integrado do Lazer não
teve continuidade, que a atualização do site, não acompanha a transformação da
realidade do município, mas que a administração estadual insiste em divulgar este
aspecto como se fosse parte do cotidiano de Urupema.
Analisando as informações referentes ao turismo, é possível constatar que são
poucas as informações sobre os atrativos e equipamentos turísticos da cidade.
Neste material, uma foto que mostra algumas flores, mas que não trás nenhuma
informação que justifique a sua presença.
82
Por sua vez, o Plano de Desenvolvimento Regional foi elaborado a partir da
descentralização da administração do governo de Santa Catarina que criou as
Secretarias de Desenvolvimento Regionais (SDR´s) e obedeceu as seguintes
etapas:
Novembro de 2003: capacitação dos envolvidos e levantamento do capital
social da serra catarinense e elaboração do Diagnóstico regional;
Março de 2004: realização de oficinas de planejamento participativo e
elaboração do Plano de Desenvolvimento Regional da Serra Catarinense;
Abril de 2004: validação de Plano de Desenvolvimento Regional da Serra
Catarinense.
O Plano de Desenvolvimento Regional da Serra Catarinense teve como objetivo:
Fomentar e contribuir de modo efetivo para o desenvolvimento local
sustentável e a melhoria da qualidade de vida da Serra Catarinense,
ressaltando que o desenvolvimento deverá ser economicamente
viável, socialmente justo e ecologicamente equilibrado. (PLANO DE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL, 2005).
O objetivo do Plano de Desenvolvimento Regional para o setor turístico é o seguinte:
desenvolver a atividade turística da Serra Catarinense com qualidade, de forma
integrada e sustentável. Os resultados esperados neste plano para o turismo na
serra catarinense são os seguintes:
RESULTADO INDICADORES MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
Produtos turísticos
competitivos,
diversificados e com
qualidade.
Índice de satisfação do turista
com relação aos produtos
turísticos oferecidos;
Nível de qualidade dos
produtos e de serviços
ofertados;
Grau de diversificação da oferta
do produto turístico;
Trade turístico;
ABIH;
SANTUR;
ABRASEL;
Secretarias Municipais
de Turismo;
SDR – São Joaquim.
83
RESULTADO INDICADORES MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
Taxa de ocupação dos meios
de hospedagem.
Demanda crescente
com qualidade o ano
todo.
Nível do fluxo turístico na Serra
Catarinense/pesquisa de
demanda;
Número de cidades, regiões,
estados e países que emitem
turistas para a serra
catarinense/pesquisa de
demanda;
Número de pacotes turísticos
para a serra catarinense;
Gasto médio nos equipamentos
da serra catarinense.
SANTUR;
Secretarias Municipais
de Turismo;
SDR – São Joaquim;
Operadoras
agências mídia;
Trade turístico.
Agentes turísticos
atuando de forma
integrada.
Taxa média de permanência de
turistas no território;
Número de eventos turísticos
integrados na serra
catarinense;
Disponibilidade de material
promocional de divulgação de
forma integrada;
Número de roteiros integrados
da serra catarinense.
Secretarias Municipais
de Turismo;
Trade turístico;
Convention Bureau da
Serra Catarinense.
Infraestrutura básica
e turística e apoio
técnico e financeiro
adequados ao
desenvolvimento da
atividade turística.
Disponibilidade de espaços
para a realização de eventos;
Números e qualidade dos
acessos de sinalização aos
municípios e atrativos turísticos;
Empreendimentos no setor;
Disponibilidade de informações
turísticas;
Secretarias Municipais
de Turismo;
Prefeituras Municipais;
Postos de informações
turísticas;
Pesquisas por órgãos
de turismo.
84
RESULTADO INDICADORES MEIOS DE
VERIFICAÇÃO
Qualidade de infra-estrutura e
serviços oferecidos.
Atividade turística
respeita o meio
ambiente, conserva a
memória histórico-
cultural e gera
oportunidades de
ocupação e renda.
Licenciamentos ambientais
aplicados ao investimento
turístico;
Grau de manutenção do índice
de qualidade do meio ambiente
utilizado pelo setor turístico;
Grau de preservação e
aumento da mata nativa;
Inscrições no cadastro dos
atores culturais;
Número de tombamentos de
patrimônio histórico;
Oferta de trabalho e renda per
capita vinculados ao turismo.
IBAMA – FATMA;
Secretarias Municipais
de Meio Ambiente;
SDR – São Joaquim;
IPHAN;
Sistema “S”;
Associações culturais;
Fundação Catarinense
de Cultura;
Prefeituras Municipais.
Quadro 1: Objetivos estratégicos para o turismo na serra catarinense.
Fonte: Plano de Desenvolvimento Regional, 2005.
O Plano de Desenvolvimento Regional prossegue, detalhando cada um dos
resultados a serem alcançado e que foram citados anteriormente, da seguinte
maneira:
a) Resultado 1: Produtos turísticos competitivos, diversificados e com
qualidade.
Promoção da exploração do produto turístico com a qualidade desejada aos
níveis de competitividade de mercado;
Direcionamento das atividades práticas dentro das fazendas de turismo
rural, sem comprometer sua identidade;
Fomento à prática do ecoturismo de forma qualificada nas pequenas
propriedades;
85
Fixação de roteiros turísticos diversificados e integrados capazes de
atingirem as quatro estações;
Estímulo à implantação pelas operadoras de roteiros turísticos com valores
agregados;
Desenvolvimento de programas de especialização para a gastronomia típica
da Serra Catarinense;
Desenvolvimento de novos produtos.
b) Resultado 2: Demanda crescente com qualidade durante todo o ano.
Consolidação da marca Serra Catarinense;
Identificação de mercado para os produtos atuais e para os novos produtos;
Desenvolvimento do plano de marketing da serra catarinense;
Participação de maneira cooperada em eventos da serra catarinense;
Desenvolvimento de plano da integração das serras catarinense e gaúcha;
Disponibilização de informações às operadoras, agências de turismo e
transportadoras, envolvendo-as no processo de vendas.
c) Resultado 3: Agentes turísticos atuando de forma integrada.
Criação de um conselho regional de turismo com a participação dos agentes
envolvidos;
Consolidação / reestruturação da Organização Serrana de Turismo (OST);
Criação / adequação de planos diretores municipais compatíveis com as
diretrizes do turismo da Serra Catarinense;
Atualização do Plano de Turismo da Serra Catarinense com o plano diretor de
cada município;
Fortalecimento da Rota do paraíso. (composta por São Joaquim, Bocaina do
Sul, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Lages, Rio Rufino, Urubici e
Urupema);
Consolidação da ASCANE – Caminhos da Neve;
Fortalecimento do Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense.
86
d) Resultado 4: Infraestrutura básica e turística e apoio técnico e financeiro
adequados ao desenvolvimento da atividade turística.
Elaboração de programas de capacitação e qualificação para atividade
turística;
Implantação dos portais da Serra Catarinense com equipamentos de apoio;
Incremento do sistema de informações turísticas;
Implantação de sistema de sinalização turística regional;
Criação e melhoria das vias de acesso aos municípios e aos atrativos
turísticos;
Estímulo à criação de linhas de crédito;
Criação de centros de eventos de multiuso na serra catarinense.
e) Resultado 5: Atividade turística respeita o meio ambiente, conserva a
memória histórico-cultural e gera oportunidades de emprego e renda.
Confecção de um diagnóstico da conjuntura sócio-econômica, ambiental e
histórico-cultural da serra catarinense;
Criação de um programa de educação direcionado à sustentabilidade sócio
cultural, ambiental e econômica orientada ao turismo;
Melhoria do programa de valorização, qualificação, produção, distribuição e
comercialização do artesanato da serra catarinense;
Solicitação de órgãos competentes de um mecanismo indicador de controle
da sustentabilidade;
Realização de estudo de capacidade de carga da serra catarinense com a
intenção de evitar degradação decorrente da atividade turística;
Implementação de ações visando valorizar, resgatar e preservar a cultura da
serra catarinense, tornando-a um componente turístico efetivo.
Instituição de programas de sensibilização para que os tributos possam cobrir
os investimentos e a operação dos serviços urbanos da serra catarinense;
Acompanhamento da reforma tributária ecológica.
87
Estas são resultados que eram esperados com as ações previstas no Plano de
Desenvolvimento Regional, elaborado pelo Governo do Estado de Santa Catarina,
com abrangência para a serra catarinense.
Dentre os planos municipais que foram elaborados pelas diversas gestões, percebe-
se que com o passar dos anos, em geral, as mudanças ocorreram de forma lenta. O
plano elaborado pela gestão 1993-1996, teve os resultados apresentados por
Sampaio (2002, p. 96-100), da seguinte forma:
a) Sociais: transporte escolar gratuito de alunos das localidades rurais para a sede
do município e de alunos de segundo e terceiro graus para a cidade de Lages;
programa de alfabetização de adultos; reforma e ampliação de uma unidade
sanitária; atendimento domiciliar a pessoas impossibilitadas de se deslocarem;
valorização e utilização do pessoal de enfermagem em seminários, nas escolas
e comunidades; orientação e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis
e no planejamento familiar; realização de campanhas de agasalho;
suplementação alimentar às famílias carentes; construção de creches;
construção de casas para pessoas carentes, sem ônus; programa de
alimentação de subsistência, integrando os projetos de horta caseira,
comunitária e escolar, entre outras ações.
b) Econômicas: Criação do Programa de Horticultura incorporando o Projeto de
Expansão e Recuperação de Pomares de Macieira; Projeto de Diversidade
Frutíferas; Projeto de Controle de Doenças e Educação Sanitária Animal;
implantação do Projeto de Apicultura Familiar; Projeto de Piscicultura, com a
soltura de 52.000 alevinos de trutas nos rios do município, entre outros projetos.
c) Ecológicas: Criação do Programa de Preservação e Recuperação dos
Recursos Naturais, incluindo a construção de 8 depósitos de lixo tóxico;
proteção de quatro fontes comunitárias de água e 280 particulares, perfazendo
91% das propriedades rurais; construção de 30 sistemas de tratamento
individuais de esgotos para águas usadas e 30 depósitos de lixo doméstico em
30 propriedades particulares e a construção de poços artesianos; Projeto
Ecologia nas Escolas, com palestras, realização de concursos de redação,
poesia e desenho com tema voltado á ecologia, distribuição de 5000 mudas de
88
plantas ornamentais; Projeto Reflorestamento, com a implantação de um viveiro
municipal com capacidade de produção de 300.000 mudas por ano, entre
outras.
d) Espaciais: criação de quatro Conselhos de Desenvolvimento Comunitários,
fortalecendo as localidades rurais; Programa de Telefonia e Eletrificação Rural e
recuperação das estradas vicinais.
e) Culturais: realização de concurso municipal de poesia, redação e desenho do
brasão do município; promoção de cursos de artes folclóricas (dança e música
nativa), incentivando a formação de grupos urupemenses; auxílio financeiro à
sociedades recreativas e culturais do município.
Os demais planos municipais de governo, não apresentaram de maneira clara e
objetiva, alterações, sendo necessário o uso de indicadores para avaliar as
alterações na realidade de Urupema. Adiante, os indicadores serão analisados
individualmente, onde é possível verificar as mudanças com o passar dos anos e
das diferentes gestões públicas. A evolução dos dados indicadores permitirá
constatar a alteração de diferentes setores como, educação, economia, população,
entre outros, colocando o turismo como uma atividade econômica, capaz de trazer
benefícios a população autóctone, ressaltando a inserção de ações para esta
atividade, dentro dos planos de desenvolvimento para a serra catarinense e para
Urupema.
5.2 Informações obtidas através de entrevistas
Foram realizadas 17 entrevistas com representantes do trade turístico de Urupema,
que foram indagados sobre a relação entre os planos de desenvolvimento da cidade
e a atividade turística. Dentre as entrevistas realizadas, algumas delas, pouco
contribuíram para que este trabalho atingisse os objetivos propostos. Outras, porém,
apresentaram respostas que vieram ao encontro da fundamentação teórica contida
neste trabalho. As entrevistas, em suas transcrições, estão incluídas nos Apêndices
deste trabalho.
89
A seguir será feita uma análise de cada pergunta, sintetizando de maneira resumida,
o que foi citado pelos entrevistados, para que se verifique a compreensão que os
entrevistados possuem, em relação ao plano de desenvolvimento para a cidade de
Urupema.
Para a primeira questão, que indagou aos entrevistados, quais as áreas que o Plano
de Desenvolvimento Municipal deve abranger, constatou-se que as respostas, na
sua maioria, citaram a questão ligada á principal atividade econômica da cidade, que
é a agricultura, destacando também as questões relativas ao meio ambiente,
condições climáticas e ao turismo.
Na segunda pergunta feita aos entrevistados, o questionamento abordava a
importância da atividade turística para a cidade e os benefícios que o turismo pode
gerar. As respostas mencionaram que o turismo poderá trazer ao município riqueza,
renda, emprego e divulgação. Foi citado por alguns entrevistados que o turismo é o
carro chefe da economia da cidade, o que não reflete a realidade que foi revelada
pelas pesquisas feitas neste trabalho. Também foi dito por alguns dos entrevistados
que o turismo é uma “indústria que o polui”, referindo ao fato do turismo ser uma
atividade que não causa impactos negativos. Porém, a literatura existente demonstra
que a atividade turística causa impactos negativos, alguns deles podem ser
irreversíveis. O importante no desenvolvimento do turismo é o planejamento por
parte do poder público e o envolvimento da população local no processo de
planejamento e nas decisões a serem tomadas, no que diz respeito a atividade
turística. O envolvimento da comunidade foi evidenciado que não ocorre, que a
maioria das pessoas desconhece as ações existentes nos planos de
desenvolvimento que foram elaborados pelos gestores públicos, ao longo dos anos.
A pergunta de número três indagou sobre a função do poder blico municipal e
estadual, na elaboração de ações para o desenvolvimento do turismo em Urupema e
na região serrana. O objetivo desta questão foi saber se os entrevistado saberiam
apontar as obrigações do poder público e as respostas que foram feitas indicaram
que cabe ao poder público a função de organizar a atividade, motivar a sua
população, incentivar a vinda de investidores, criar a infra-estrutura de estradas,
pontes e sinalização, além da elaboração de projetos para desenvolver a região
serrana.
90
A quarta pergunta buscou saber do entrevistado, quais as ações turísticas existentes
nos planos de desenvolvimento municipal de Urupema, que foram realizadas e que
o entrevistado tem conhecimento. As respostas variaram de respostas que citaram
que nenhuma ação foi feita e de outras que citaram que muita coisa já foi feita, mas
não sabiam citar algum exemplo. Também foi citada que as ações realizadas até o
momento são incipientes, citando que foi realizado algum trabalho de divulgação da
cidade, como também o trabalho feito no controle da poluição do rio Caronas, que
corta a cidade e que mantém em área urbana, a criação de trutas, que são peixes
que vivem em águas frias e limpas. Essa ação de criar trutas no rio em área
urbana é motivo de orgulho dos moradores, demonstrando que a cidade ainda vive
sem poluição, sendo um fator utilizado como atrativo turístico na divulgação do
município. Uma ação importante que foi citada por um dos entrevistados, que tem
ligação direta com a limpeza dos rios e a criação de trutas, é a construção da
estação de tratamento de esgoto da área urbana da cidade. Esse fato pode manter o
rio limpo e propício para a criação das trutas e a divulgação positiva de Urupema,
nesse aspecto ambiental. Tamm foi citada a criação (em andamento) do Conselho
Municipal do Turismo que pode alavancar a atividade turística na cidade.
A pergunta de mero cinco foi similar a anterior, alterando o questionamento e
indagando sobre as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina, para a cidade de Urupema. Alguns dos
entrevistados responderam que nenhuma ação foi feita pelo governo do estado,
porém a ação mais visível aos olhos dos entrevistados é o asfaltamento da rodovia
que liga Urupema á cidade de rio Rufino, passando pelo acesso ao Morro das Torres
e da Cachoeira que Congela, que são dois dos principais pontos turísticos de
Urupema.
A sexta e última pergunta, buscou saber dos entrevistados, quais as ações turísticas
que um plano de desenvolvimento deve possuir e as respostas obtidas apontaram:
revitalização da cidade, estimular o investimento de empreendimentos hoteleiros,
sensibilização da comunidade e capacitação para bem receber os turistas, criar
ações que anulem a sazonalidade, fazendo com que o turismo na cidade aconteça
durante todos os meses do ano.
91
Analisando os itens citados, é possível destacar que alguns dos entrevistados,
desconhecem as ações previstas no plano de desenvolvimento municipal, tanto as
ações que foram realizadas, como as que devem fazer parte do plano de
desenvolvimento municipal. Da mesma forma, algumas ações realizadas pelo
governo do estado de Santa Catarina, não são lembradas ou então, são
desconhecidas dos entrevistados. Isso aponta um desinteresse com as ações que
são de responsabilidade pública e indica que os munícipes acabam não cobrando do
poder público, seja da esfera municipal ou da esfera estadual, as tarefas que cabem
a eles e que deveriam ser realizadas.
A visão dos entrevistados para com o turismo é que seja uma atividade econômica
que beneficie os moradores, através da geração de emprego e renda, aproveitando
os atrativos naturais que o município possui. Esses atrativos turísticos naturais a que
se referem os entrevistados estão relacionados, principalmente, pelo fato da
natureza ainda se encontrar em bom estado de conservação e pelas características
climáticas da cidade e da região serrana.
Alguns dos entrevistados apontaram com uma ação realizada pelo governo do
estado de Santa Catarina, a colocação de placas de sinalização turística, em um dos
atrativos da cidade, que é o Morro das Torres, um divisor territorial entre as cidades
de Urupema e Rio Rufino. No entanto, as placas de sinalização que foram colocadas
recentemente, sinalizam o Morro das Torres com o nome de Belvedere do Campo
Novo, como pode ser visto a seguir, na Figura 10.
92
Figura 10: Sinalização do governo do estado no Morro das Torres.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
É importante ressaltar que esta indicação não condiz com a divulgação feita pela
Prefeitura de Urupema, nem mesmo com o material de divulgação elaborado pelo
governo do estado, Anexo A D, onde o local é citado como Belvedere do Campo
Novo. Acontece que a denominação de Campo Novo, que consta nas placas
colocadas pelo governo do estado, é um nome pouco conhecido pelos moradores de
Urupema. As novas placas colocadas podem confundir os turistas, pois são nomes
diferentes dos que são colocados nos materiais de divulgação dos governos
estadual e municipal, além de não ser o mesmo nome que consta no site do
município de Urupema. As placas foram colocadas sem que os representantes do
poder público de Urupema fossem consultados, demonstrando que não diálogo
entre as esferas administrativas dos governos estadual e municipal. As referidas
placas podem ser observadas nas figuras 9 (acima) e 10 (abaixo):
93
Figura 11: Placas de sinalização turística no Morro da Torres.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
Na Figura 11, é possível observar a dupla sinalização de um mesmo atrativo
turístico: a placa em primeiro plano foi colocada recentemente pelo governo do
estado, enquanto que a placa ao fundo, está no local vários anos, e foi colocada
pela administração municipal de Urupema.
Embora a intenção do governo estadual tenha sido muito boa, o resultado da ação
demonstra uma grande falha na administração pública estadual, ao executar uma
ação, sem que a administração municipal fosse consultada. Outro erro foi colocar as
placas de sinalização antes mesmo de a rodovia estar com o asfaltamento pronto, o
que deve levar algum tempo para isso acontecer. As placas deveriam ser colocadas
na parte final da execução após todos os detalhes estarem prontos, como asfalto da
pista, acostamento, espaço para pedestres, trevo de acesso ao Morro das Torres,
etc. A ação precipitada pode fazer com que após a conclusão da rodovia, estas
placas sejam remanejadas, gerando gastos desnecessários, seja na mão de obra ou
em material a ser utilizado. No Anexo deste trabalho, é possível encontrar pias de
materiais de divulgação dos governos municipal e estadual, que divulgam o atrativo
94
turístico referenciado nas figuras acima, como Morro das Torres e não como
Belvedere do Campo Novo.
A Figura 12 mostra a placa de sinalização da Prefeitura de Urupema, indicando o
caminho ao Morro das Torres e à Cachoeira que Congela. Como é possível
perceber, as placas, apesar de estarem indicando o mesmo atrativo, apresentam
nomes diferentes, demonstrando que não houve ação conjunta das pessoas
responsáveis pela sinalização turística no local.
Figura 12: Sinalização feita pela prefeitura de Urupema.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
A sinalização é uma ação da infra-estrutura de atendimento aos visitantes que é
muito importante, servindo de orientação e como elemento informativo de algumas
características do mesmo. Mas existem outras ações, ligadas diretamente aos
atrativos que são igualmente importantes, por exemplo, a estrada de acesso aos
atrativos. Em Urupema, para se chegar ao Morro das Torres, é necessário seguir, da
sede da cidade, ao referido atrativo, por estrada de terra com pedras soltas, durante
todo o percurso. Esta estrada (SC 439) está passando por um processo de
asfaltamento e quando ficar pronta deverá facilitar o acesso ao Morro das Torres e,
também à Cachoeira que Congela. Mas para chegar aos atrativos citados, é
necessário continuar por estradas mais estreitas, também de terra. Para a Cachoeira
95
que Congela são 200 metros de estrada e para o Morro das Torres são cerca de 700
metros, conforme a sinalização existente no local.
A estrada para o Morro das Torres, é uma estrada bastante estreita, com muitas
pedras soltas e que, ás vezes, apresenta valas feitas pelo escoamento de água da
chuva, aumentando o grau de dificuldade para o carro chegar ao topo do morro.
Esta estrada necessita de constante atenção e manutenção por parte do poder
público municipal, o que exige gastos com deslocamento de maquinário e
funcionários para deixar a estrada em condições satisfatórias de trafegabilidade.
Abaixo, na Figura 13, é possível visualizar parte da estrada de acesso, que leva o
visitante ao Morro das Torres, saindo da SC 439, e seguindo por uma via que segue
até o alto do Morro das Torres. Como foi apontado por alguns entrevistados, cabe ao
poder blico, fornecer condições de infra-estrutura de acesso aos atrativos
turísticos. Essa estrada necessita de manutenção constante, que em função das
chuvas, o cascalho acaba sendo retirado pela força das águas e deixando o trajeto
em condições adversas e impróprias á visitação.
96
Figura 13: Estrada de acesso ao Morro das Torres.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
A Figura 14, a seguir, mostra uma das ações realizadas pelo governo municipal, que
foi a construção de uma infraestrutura mínima de acesso à Cachoeira que Congela,
que é um dos atrativos turísticos mais procurados por visitantes e tamm pelos
moradores de Urupema. Para chegar a este atrativo, o visitante conta com uma
escada feita de troncos e pedras que auxiliam os visitantes na caminhada até a base
da cachoeira, que tem cerca de vinte metros.
97
Figura 14: Escada de acesso para a Cachoeira que Congela.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
Na Figura 15, é possível observar o portal que foi construído em um dos acessos à
cidade, obra realizada com recursos oriundos dos poderes público estadual e
municipal, conforme era previsto em um dos planos. A arquitetura do pórtico
representa a araucária, árvore comum na cidade, que além de ser um dos símbolos
da região serrana, fornece o pinhão, servindo de alimento e como mercadoria a ser
comercializada.
98
Figura 15: Portal construído na entrada da cidade.
Fonte. Arquivo do autor, 2008.
Embora este portal esteja em um dos principais acessos ao município, poucos foram
os entrevistados que lembraram desta obra, realizada em parceria entre os governos
estadual e municipal, conforme mencionado anteriormente.
As próximas figuras mostram a placa que apontam uma ação municipal, que consta
no Plano de Desenvolvimento Municipal, da gestão 1997-2000, o povoamento do
Rio Caronas, que passa no centro da cidade e possui trutas - um peixe que vive
em águas frias e limpas, demonstrando a pureza da sua água, motivo de orgulho
para a população de Urupema e que serve como atrativo turístico.
99
Figura 16: Sinalização das trutas no Rio Caronas
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
Figura 17: Truta no Rio Caronas.
Fonte: Arquivo do autor, 2008.
Um fato que merece destaque nesta análise, é que todas as pessoas entrevistadas
afirmaram que Urupema possui um potencial turístico elevado, e que apostam no
turismo como uma atividade benéfica na geração de emprego e renda para a
população autóctone. Embora, alguns entrevistados tenham falado no turismo, sem
saber efetivamente quais as ações turísticas que um plano de desenvolvimento
100
municipal deve conter, uma unanimidade em acreditar que o turismo pode ser
uma alternativa econômica para a cidade.
5.3 Evolução dos Indicadores de Pesquisa
A seguir, será apresentada a evolução dos indicadores mencionados na
metodologia, segundo informações contidas nos planos de desenvolvimento de
Urupema. O primeiro indicador analisado é referente ao mero de habitantes da
cidade. É possível perceber que desde a emancipação político administrativa, a
cidade sofreu com o êxodo rural, sendo que nos últimos anos, houve uma
estagnação na população do município.
Esse êxodo rural tem como causas, as dificuldades encontradas pelos moradores,
quando Urupema tornou-se município. Elas eram muitas, desde a precariedade nas
estradas que ligam Urupema às cidades vizinhas, como também nas estradas
vicinais. As péssimas condições das estradas dificultavam o transporte da safra, o
deslocamento para cidades maiores para algum tratamento de saúde ou para
estudar. Na Tabela 20, percebe-se que em 16 anos (1989 a 2005) a população
diminuiu em 61,2%, conforme informações dos diagnósticos dos planos de
desenvolvimento municipal elaborados nas gestões analisadas.
Tabela 20: Evolução da população de Urupema.
ANOS
1989-1992 1993-1996 1997-2000 2001-2004 2005-2008
POPULAÇÃO
6.500 4.910 3.500 2.527 2.527
Fonte: Planos de Desenvolvimento Municipal.
O Quadro 2, a seguir, mostra a evolução da economia de Urupema, indicando que a
cidade é dependente do setor primário, principalmente da cultura da maçã. A
ausência de indústrias beneficiadoras deste fruto ocasiona uma falta de perspectiva
de ocupação da mão de obra local, que fica ociosa, pelo fato que a colheita das
diversas culturas agrícolas, não ocorre de forma constante durante os meses do
ano.
101
Em dois dos planos pesquisados, não haviam informações sobre os dados da
economia na cidade de Urupema, assim sendo, o Quadro 2 se apresenta da
seguinte forma:
ANOS ECONOMIA
1989-1992 Maçã, batata, grãos, pecuária, lavouras de subsistência,
madeira, pinhão, xaxim e erva-mate
1993-1996 Pecuária, lavouras de subsistência, madeira, pinhão, xaxim,
erva-mate, fruticultura, maçã, batata, grãos.
1997-2000
5
-
2001-2004 -
2005-2008 Maçã, pecuária, batata, erva-mate e pinhão.
Quadro 2: Base da economia de Urupema.
Fonte: Planos de desenvolvimento de Urupema.
O próximo quadro traz dados da saúde indicando que os moradores não contam
com um hospital na cidade, possuindo apenas uma unidade sanitária. Os casos
mais graves, que precisam de tratamento específico, são resolvidos através da
remoção dos pacientes para centros maiores, como por exemplo, a cidade de
Lages. Na gestão 1997-2000 não há dados que mencionem este item, ficando então
o quadro, sem informações deste período.
ANOS SAÚDE
1989-1992 Uma unidade sanitária; não há rede hospitalar.
1993-1996 Uma unidade sanitária; não há rede hospitalar.
1997-2000
6
-
2001-2004 Uma unidade sanitária; não há rede hospitalar
2005-2008 Uma unidade sanitária;não há rede hospitalar
Quadro 3: Dados da saúde em Urupema.
Fonte: Planos de Desenvolvimento Municipal.
A educação, Quadro 4, sofreu transformações significativas, que das oito escolas
existentes, quando houve a emancipação de Urupema, apenas três existem
atualmente. Isso não significa que houve um declínio na educação, o que aconteceu
foi que os alunos, professores e funcionários que estudavam e trabalhavam nas
5
Nos planos analisados, não foram encontrados esses dados.
6
Não foram encontrados esses dados nos planos analisados
102
escolas do interior foram remanejados para a área urbana, concentrando-os em um
lugar, diminuindo as despesas com gastos nas diversas unidades de ensinos
existentes nas localidades do interior (mesmo com o deslocamento dos estudantes
foram realizados de forma gratuita, através de ônibus disponibilizados pela
prefeitura). Também houve uma melhora na educação de Urupema, com a criação
do ensino de segundo grau da cidade, desfazendo a necessidade do poder público
municipal disponibilizar um ônibus aos estudantes, para se deslocarem até a cidade
de Lages, para continuarem os estudos. Uma outra mudança no setor da educação
em Urupema foi a criação de uma unidade da APAE, que atende os moradores que
possuem deficiência e necessitam de cuidados específicos.
ANOS EDUCAÇÃO
1989-1992 Oito escolas estaduais e três municipais; não segundo grau
na cidade.
1993-1996 Onze escolas, sendo uma estadual. Foi instalado o segundo
grau na cidade
1997-2000 Uma escola estadual; oito escolas municipais; uma unidade da
APAE.
2001-2004 Uma escola estadual;duas escolas municipais;uma unidade da
APAE;cursos de profissionalização
2005-2008 Uma escola estadual;duas escolas municipais;uma unidade da
APAE.
Quadro 4: Dados da educação em Urupema.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
As estradas, Quadro 5, que ligam Urupema as cidades vizinhas e tamm, as vias
de acesso às comunidades interioranas, sofreram alterações significativas,
melhorando o deslocamento da população e por conseqüência, dos visitantes.
Desde a primeira gestão municipal, as estradas vicinais foram melhoradas e assim
permanecem até os dias atuais. A principal melhoria foi o asfaltamento entre
Urupema e Painel, em um trecho de aproximadamente 25 km, que facilitou o
deslocamento, diminuindo os custos de transporte da produção e diminuindo o
tempo da viagem. Esta rodovia foi nomeada de Rodovia das Araucárias, por haver
um grande número desta espécie ao longo da rodovia, o que pode ser um elemento
que agregue valor ao produto turístico de Urupema e da serra catarinense.
103
A pavimentação do trecho entre as cidades de Rio Rufino e Urupema é uma obra
que é esperada por todos na cidade, pois tornará o município acessível por asfalto,
através de duas rodovias importantes: a SC 438, que liga Lages a São Joaquim e a
BR 282, que liga o litoral (Florianópolis) e a região serrana catarinense. Estas duas
rodovias são corredores turísticos, sendo a SC 438 utilizada como caminho durantes
os meses de inverno, quando a serra catarinense recebe um grande número de
visitantes. E a BR 282 é uma estrada por onde passam gaúchos e argentinos que
saem de suas cidades de origem, em direção ao litoral catarinense durante os
meses de verão.
ANOS ESTRADAS
1989-1992 Não há acesso asfáltico com cidades vizinhas;
Estradas vicinais em péssimo estado de conservação.
1993-1996 Não há acesso asfáltico com cidades vizinhas;
Estradas vicinais em bom estado.
1997-2000 Não há acesso asfáltico com cidades vizinhas;
Estradas vicinais em bom estado
2001-2004 Ligação asfáltica entre Painel e Urupema;
Estradas vicinais em bom estado.
2005-2008
7
-
Quadro 5: Condições das estradas em Urupema.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
A telefonia em Urupema foi alterada significativamente, pois quando a cidade
conseguiu a emancipação político-administrativa, poucos eram os telefones no
município. Atualmente, a telefonia está presente em maior número possibilitando
uma melhor comunicação entre os moradores e tamm com pessoas de outras
cidades.
ANOS TELEFONIA
1989-1992 Um posto telefônico e alguns telefones rurais.
1993-1996 Foram instalados cerca de 100 telefones, além de um posto
telefônico nas comunidades de Cedro, Cedrinho e Bossoroca
7
Sem dados no plano analisado.
104
1997-2000 São cerca de 200 telefones; postos telefônicos no Cedro,
Cedrinho e Bossoroca.
2001-2004
8
-
2005-2008 Sem informação de números de telefones;
Há sinal de telefonia celular de uma operadora
Quadro 6: Dados da telefonia em Urupema.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
A ampliação da rede telefônica é um indicador de que a cidade vem melhorando a
qualidade de vida dos munícipes, seja para conversar com familiares ou amigos,
seja para comercializar produtos cultivados na propriedade ou na localidade em que
vivem.
No Quadro 7, os dados da população ocupada na agropecuária apontam uma
realidade que demonstra a dependência que a cidade possui do setor agropecuário,
pois embora metade da população resida em área urbana, a maioria dos moradores
depende do setor primário.
ANOS POPULAÇÃO OCUPADA NA AGROPECUÁRIA
1989 -1992 38,5% vive em área rural, mas 90% da população depende da
agropecuária
1993 -1996 40% vive em área rural, mas 90% depende da agropecuária
1997-2000 40% da população vive em área rural, mas 90% depende da
agropecuária
2001-2004 52% da população vive em área rural, mas 90% depende da
agropecuária
2005-2008 52% da população vive em área rural, mas 90% depende da
agropecuária
Quadro 7: Dados da População Ocupada na Agropecuária.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
No Quadro 8, estão os dados referentes a estrutura fundiária da cidade. Percebe-se
que com o passar do tempo, as propriedades estão diminuindo de tamanho. A
explicação para esta alteração se justifica pelo fato das famílias acabarem dividindo
8
Sem dados no plano analisado.
105
a propriedade, quando os filhos crescem e se casam, necessitando de terra para ter
a própria cultura, seja na agricultura ou na pecuária.
ANOS ESTRUTURA FUNDIÁRIA
1989-1992 42% - a 50 hectares; 18% - 50 a 100 hectares; 33% - 100 a
500 hectares; 7% - mais de 500 hectares.
1993-1996 42% - a 50 hectares; 18% - 50 a 100 hectares; 33% - 100 a
500 hectares; 7% - mais de 500 hectares.
1997-2000 42% - a 50 hectares; 18% - 50 a 100 hectares; 33% - 100 a
500 hectares; 7% - mais de 500 hectares
2001-2004 195 até 50 hectares; 238 entre 50 100 hectares; 51 mais de
500 hectares.
2005-2008 60% - até 50 hectares; 75% - até 100 hectares.
9
Quadro 8: Dados da Estrutura Fundiária de Urupema.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
Abaixo, o Quadro 9 revela dados da estrutura da produção agropecuária de
Urupema, ao longo dos vinte anos de emancipação político-administrativa. Neste
quadro, observa-se que uma produção variada de culturas, mas que,
basicamente, são as mesmas desde 1989.
ANOS ESTRUTURA DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA
1989-1992 Bovinocultura, suinocultura, avicultura, ovinocultura, apicultura,
maçã, batata, feijão, milho, erva-mate, pinhão, xaxim, madeira e
vime.
1993-1996 Bovinocultura, maçã, batata, feijão, milho, erva-mate, pinhão,
xaxim, madeira e vime.
1997-2000 Bovinocultura, suinocultura, avicultura, ovinocultura, apicultura,
maçã, batata, feijão, milho, vime, erva-mate, pinhão, xaxim.
2001-2004 Bovinocultura; maçã, batata, feijão, milho, tomate, cebola, pinus,
vime, ameixa, morango, pastagem.
2005-2008
10
-
9
Os dados desta coluna foram copiados (transcritos) do plano desta gestão.
10
Sem dados no plano.
106
Quadro 9: Dados da Produção Agropecuária.
Fonte: Planos de Desenvolvimento de Urupema.
5.4 Análise dos Resultados
Após a coleta de informações obtidas nos documentos e nas entrevistas é possível
constatar que ao longo dos quase vinte anos de emancipação político-administrativa,
Urupema obteve melhoras significativas em muitas áreas, como saúde, agricultura e
nas estradas que cortam o território e nas principais vias de acesso aos municípios
vizinhos.
As estradas são importantes para a atividade turística, mas antes disso, elas são
fundamentais para escoar a produção agrícola e pecuária das áreas rurais para a
sede do município e também para as cidades vizinhas e grandes centros que
compram grande parte da produção agropecuária de Urupema. O asfaltamento entre
Urupema e Painel foi um avanço para o desenvolvimento da cidade, pois facilitou o
acesso de visitantes e moradores, entre a cidade e outros municípios próximos,
como Lages, por exemplo. O asfaltamento da rodovia que liga Urupema e Rio
Rufino, que no momento encontra-se em uma fase de implantação vai melhorar o
deslocamento até a BR 282 e também a capital catarinense, completando a ligação
entre as cidades de Lages Painel Urupema Rio Rufino e por fim, á Br 282. A
finalização deste asfaltamento, possibilitará que o acesso entre Urupema e o litoral
catarinense seja feita de forma mais curta e rápida, facilitando o escoamento da
produção agrícola de Urupema e o acesso de turistas oriundos do litoral de Santa
Catarina.
Outra alteração bastante significativa foi a da população da cidade, que na época da
emancipação foi de pouco mais de 6.500 habitantes, seguindo em decréscimo, até
se estabilizar em aproximadamente 2.500 moradores. O decréscimo da população
demonstra que muitas pessoas deixaram a vida no campo para viver em outras
cidades, em busca de oportunidade de trabalho ou de melhores condições de vida.
O terceiro plano de desenvolvimento municipal de Urupema mencionou o êxodo
rural como um fato preocupante, e através dos objetivos do plano, houve uma
preocupação em impedir que o homem do campo deixasse a cidade, rumo aos
107
centros maiores, em busca de uma melhor qualidade de vida, meta que não foi
atingida.
A economia de Urupema ainda depende diretamente da agricultura e da pecuária,
que são as principais fontes de renda da população local. Mas fatores externos,
como a dependência de condições climáticas para as culturas, como chuva, sol, frio
e calor na quantidade e na “hora certa” se caracterizam como riscos aos agricultores
e pecuaristas que dependem destes elementos naturais, para melhorar a sua
produção e a renda familiar. Também o elementos de risco alguns fatores
exógenos, que comprometem o ganho dos produtores na agricultura, como:
tributação excessiva; alto custo dos insumos, máquinas e equipamentos e
competição com produção de outros países.
Analisando o número referente à população ocupada na agropecuária, percebe-se
que mesmo morando na sede da cidade, a maioria dos habitantes está diretamente
ligada ao meio rural, dependendo do setor primário.
que Urupema não possui indústrias, a cidade fica dependente de um único setor
econômico que é o setor primário. Se o turismo for implementado e realizado na
cidade, surge então, uma alternativa de geração de emprego e renda para os
munícipes e para o poder público. Como o turismo é prestação de serviços, faz parte
do terceiro setor, ele pode ser desenvolvido na área urbana e rural, aproveitando as
características naturais e edificadas que a cidade tem a oferecer aos visitantes.
A evolução da saúde dos munícipes melhorou ao longo destes vinte anos, haja vista
que alguns dados demonstram essa melhora. Nos primeiros anos de autonomia
administrativa, a cidade conseguiu diminuir o número de algumas doenças, como
verminose, rie e doenças geradas pela destinação incorreta das embalagens
tóxicas, utilizadas na agricultura. Atualmente, a cidade conta com um dentista que
atende através de consultas particulares e também pela prefeitura de Urupema.
Ainda na odontologia, um veículo (odontomóvel) que atende nas comunidades
rurais, as pessoas que não podem se deslocar até a sede da cidade. As doenças
causadas pelo uso incorreto de embalagens xicas diminuíram, porque Urupema
conseguiu realizar um trabalho de sensibilização com os agricultores, para dar um
fim correto á estas embalagens, diminuindo a ocorrência de doenças causadas por
108
estas embalagens. A verminose e outras doenças mais comuns estão sendo
combatidas através de programas de saúde, como o Programa de Saúde Familiar
(PSF) que atende os moradores, realizando um trabalho de prevenção nas
comunidades da cidade. Na terceira gestão municipal, houve uma preocupação
explícita com a saúde da população local, direcionando o plano para promover o
desenvolvimento sustentável, inclusive, como foi mencionado, a cidade acabou
recebendo o prêmio de Honra ao Mérito, dado pelo Instituto Brasileiro Municipal
(IBAM) e pela Organização das Nações Unidas.
Os números da educação revelam uma situação de mudança, desde a criação do
município. Se por um lado, o número de escolas diminuiu, porque as escolas que se
localizavam nas comunidades foram fechadas e os alunos passaram a estudar na
sede do município e a administração minimizou gastos com várias escolas
espalhadas no interior, conduzindo os alunos até a sede, concentrando-os em um
único estabelecimento escolar. Cabe ao poder blico investir adequadamente seus
recursos, isso aconteceu com a redução dos custos da administração pública, na
área de educação sem prejuízo aos alunos.
A telefonia na cidade sofreu transformações relevantes, que na emancipação de
Urupema, haviam poucos telefones e postos telefônicos, em algumas comunidades.
Atualmente, a cidade conta com um bom mero de linhas particulares na sede e
nas comunidades rurais, bem como é possível captar sinal de uma operadora de
telefonia celular, não só na sede, mas em algumas localidades mais afastadas.
Embora tenham ocorridos alterações importantes e relevantes em alguns
indicadores analisados, como população, telefonia, educação e estradas, outros
índices se apresentaram estáveis e sem grandes alterações, como a economia,
população ocupada na agropecuária, saúde e estrutura da produção agropecuária.
Isso demonstra que o município ainda possui a sua economia totalmente
dependente do setor primário; o turismo, como setor terciário da atividade
econômica, pode aproveitar parte desta mão de obra, que fica ociosa nos meses em
que não colheita de culturas, como maçã e pinhão. Para tanto, é necessário que
haja um trabalho de educação turística entre os moradores, para preservar o
ambiente natural e torná-lo um atrativo turístico, capaz de motivar o deslocamento
de pessoas residentes em cidades próximas, ou até mesmo de pessoas que morem
109
em cidades que o façam parte da serra catarinense e do estado de Santa
Catarina.
A alta temporada do turismo na cidade se nos meses do inverno, quando o frio
intenso e temperaturas, por vezes, negativas, geram fatos que se caracterizam
como atrativos turísticos, como a ocorrência de geadas, neve e também uma
característica incomum, que é o congelamento da água que cai em uma cachoeira.
Nos meses de inverno é que a pastagem fica mais rara, os animais produzem menor
quantidade de leite e os produtores gastam mais com a alimentação dos rebanhos
(o que gera uma renda menor). É uma época propícia, para os moradores de
Urupema aproveitar a presença dos turistas visando aumentar a renda familiar.
Ao analisar os planos de desenvolvimento da administração municipal, conforme
objetivos deste trabalho percebeu-se que o primeiro plano de desenvolvimento a
inserir o turismo como alternativa econômica, ocorreu na gestão 2001-2004. Neste
plano uma indicação da atividade turística em Urupema, chamando a atenção
para a necessidade de melhoria da cidade em rios setores, como: infra-estrutura
básica, energia elétrica, serviços de sde, segurança pública e saneamento básico.
Mas este plano tamm relaciona alguns aspectos positivos da cidade para a
atividade turística, principalmente os que estão ligados diretamente aos elementos
naturais que se encontram, na sua maioria, em áreas rurais do município. Este plano
menciona que o turismo, na realidade atual, não é vislumbrado como um fator
importante para a economia da cidade e chama a atenção para que esta atividade
econômica seja incorporada ao dia a dia e venha de encontro ao desenvolvimento
futuro do município. Alguns projetos foram elaborados com objetivos e metas a
serem atingidas, como foi citado anteriormente neste trabalho.
O segundo plano de desenvolvimento municipal que incluiu o turismo como fator
importante para a economia da cidade foi o da gestão 2005-2008, que manteve os
mesmo projetos da gestão anterior, incluindo um novo projeto, o Projeto de
Educação Ambiental e Saneamento Rural, que turismo, meio ambiente e
urbanismo, faziam parte de uma mesma secretaria.
Investigando as ações da esfera estadual de governo, e analisando o Plano de
Desenvolvimento Regional, é possível perceber que muitos dos resultados
esperados não foram atingidos. A seguir, cada resultado esperado é listado,
110
comentando se ele foi atingido em sua totalidade, parcialmente, ou em nenhum
aspecto:
a) Resultado 1: Produtos turísticos competitivos, diversificados e com
qualidade.
Comparando a pretensão dos resultados esperados com a realidade do turismo em
Urupema, pode-se afirmar que em nenhum momento este resultado foi atingido.
Urupema não é um destino turístico consolidado e conhecido pelo mercado e pelo
trade turístico. E a cidade não faz parte de um roteiro integrado como sugere um dos
itens deste resultado elaborado pelo Plano de Desenvolvimento Regional.
b) Resultado 2: Demanda crescente com qualidade durante todo o ano.
Após a leitura deste resultado pretendido e da realidade do turismo em Urupema,
percebe-se que a marca Serra Catarinense e o marketing do governo do estado
para a região é direcionado aos municípios maiores, como Lages e São Joaquim. A
cidade de Urupema fica em segundo plano, quando se divulga o produto turístico
“Serra Catarinense”.
c) Resultado 3: Agentes turísticos atuando de forma integrada.
Ao ler cada item deste resultado esperado e após investigar os documentos e as
ações que foram realizadas, chega-se a conclusão que a única ação concreta foi o
fortalecimento do Convention & Visitors Bureau da Serra Catarinense, que vem se
reunindo com freqüência, deliberando e propondo ações para o turismo na região.
As demais ações mencionadas como a reestruturação da Organização Serrana de
Turismo e o fortalecimento da Rota do Paraíso não foram efetivados.
d) Resultado 4: Infraestrutura básica e turística e apoio técnico e financeiro
adequados ao desenvolvimento da atividade turística.
Deste resultado 4, que foi almejado no Programa de Desenvolvimento Regional,
alguns itens foram feitos como a melhoria das vias de acesso aos municípios, a
sinalização turística e a criação de portais de apoio. Embora, algumas ações
111
apresentem falhas, como a sinalização turística no Morro das Torres, que foi
citado neste trabalho, as ações estão sendo colocadas em prática, mas de modo
excessivamente lento.
e) Resultado 5: Atividade turística respeita o meio ambiente, conserva a
memória histórico-cultural e gera oportunidades de emprego e renda.
O resultado 5 do Programa de Desenvolvimento Regional foi atingido parcialmente,
pois a sustentabilidade ambiental, cultural e econômica orientada ao turismo, como é
afirmada em um dos itens, necessita de ações mais concretas. Somente os eventos
festivos como a Festa do Pinhão, da Maçã e festas menores, é que contemplam a
utilização da cultura como atrativo turístico. A sustentabilidade econômica do turismo
na região, ainda não ocorre, pois o turismo acontece de forma pontual e isolada,
além de ocorrer em uma minoria dos municípios da região serrana.
112
6 CONCLUSÃO
Foram obtidos todos os Planos de Desenvolvimento elaborados nas gestões blica
de Urupema, sendo cada um deles examinados minuciosamente, na busca de
dados e informações que pudessem fornecer a realidade municipal de cada uma das
administrações públicas. A leitura de cada um dos planos municipais de
desenvolvimento revelou que muitas informações são cópias exatas do plano
anterior. Quando se trata de informações referentes ao clima, solo e recursos
hídricos, essa prática se justifica, que as características da geologia e do clima
devem permanecer inalteradas; porém quando se fornecem informações sobre
dados que são dinâmicos, como mero de agricultores em determinada cultura, ou
ações a serem executadas em um determinado espaço de tempo da gestão
administrativa, esse detalhe não pode ser copiado, que são dados e informações
que não permanecem estáticos e inalterados, ao longo de quatro ou oito anos.
Os planos de desenvolvimento da cidade foram elaborados a partir da realidade do
município, no instante em que cada gestão assumia um período da administração
municipal, que tem a duração de quatro anos. Assim, pode-se pressupor que alguns
dados contidos nos planos devam ser alterados, como por exemplo, a população da
cidade. Porém, como foi visto, algumas informações aparecem repetidas com
exatidão, apesar de que a realidade esteja modificada com o passar dos quatro
anos. Um exemplo desta afirmação é o número de habitantes, que se repete nas
gestões 2001-2004 e 2005-2008. Isso evidencia que não existe uma informação
verdadeira sobre alguns aspectos da cidade, além do que, uma dificuldade de
uma cidade de pequeno porte, como é Urupema, realizar uma pesquisa que mostre
números reais para auxiliar no planejamento de ações a serem executadas.
Também é possível observar que em alguns planos faltam dados indicadores que
possibilitem um acompanhamento da evolução dos mesmos. Por exemplo, no plano
de desenvolvimento elaborado na gestão 2005-2008, não existe informações sobre
o estado de conservação das estradas, sejam as estradas que ligam as
comunidades à sede do município, ou das estradas que ligam Urupema á cidades
vizinhas. Outro exemplo da falta de algumas informações nos planos de
desenvolvimento da cidade é observado no indicador referente á telefonia em
113
Urupema. No plano elaborado na gestão de 2001-2004 e também na gestão de
2005-2008, não há nenhuma menção sobre o número de telefones na cidade.
A falta de informação nos planos de desenvolvimento municipal tem como
explicação, além da dificuldade em realizar pesquisas para conhecer a realidade
através de números exatos, o fato de na mudança de gestão administrativa, após
uma eleição, algumas informações podem se perder, como documentos, projetos e
outros itens importantes para dar continuidade ao desenvolvimento sustentável de
Urupema.
Outro aspecto relevante é o fato de nenhum plano de desenvolvimento municipal, ter
ações concretas para investimento turístico na cidade que seja realizada a longo
prazo. As ações existentes são pontuais, como por exemplo, a realização de
melhoria nos acessos e infra-estrutura dos principais pontos turísticos da cidade e
realizar uma festa típica. Também não existe em nenhum plano de desenvolvimento
a menção de benefícios para pessoas de outras cidades ou estados, que queiram
investir em Urupema. Os planos de desenvolvimento não abordam, por exemplo, a
isenção de impostos, ou qualquer outro tipo de benefício para possíveis futuros
empreendedores.
Da mesma forma que o poder executivo, através dos diferentes planos de
desenvolvimento do município elaborados, o poder legislativo, através de seus
representantes não apresentaram nenhum projeto que possa atrair investidores e
modificar a realidade turística da cidade. Embora os entrevistados apontassem que
o turismo é uma atividade importante, não nenhuma resposta que demonstre
ações por parte do poder legislativo municipal, que traduza em ações, ou melhor, em
projetos, as palavras dos mesmos que ressaltam o turismo como importante fator de
desenvolvimento de Urupema. Nesse sentido, para atrair empreendedores, um dos
recursos existentes é criar leis de incentivo e esta função e responsabilidade passa
pela câmara de vereadores da cidade.
As entrevistas feitas com representantes do poder público estadual e municipal,
revelaram uma contradição significativa nas respostas. Enquanto algumas pessoas
responderam que muitas ações foram feitas pelas esferas de governo, outros
entrevistados responderam que nada foi feito para trazer benefícios ao turismo no
114
município. A justificativa por esta contradição apresentada pode ser explicada pela
forma que cada pessoa tem em avaliar a função do setor público e o desempenho
que este possui, em atender as necessidades da população. Houve também o fato
de que alguns entrevistados responderam que muita coisa foi feita em prol do
desenvolvimento do turismo em Urupema, porém, não souberam listar quais as
ações que já foram realizadas. Estas respostas indicam que os entrevistados não
conhecem bem as ações do poder público que foram realizadas na cidade, pois
quando afirmam que algo foi feito, mas não citam nenhuma ação é porque realmente
desconhecem as ações realizadas em Urupema. É importante destacar que
enquanto não houver um interesse em conhecer as ações que foram planejadas
pelos governantes, através do plano de desenvolvimento, nenhum morador poderá
cobrar resultado nas ações que foram previstas e planejadas. Quando não se
conhece o que foi planejado, cada munícipe será apenas um espectador do homem
público, sem saber o que pode cobrar ou exigir dos seus governantes.
As ações realizadas pelo governo do estado que foram mais relevantes e que
trouxeram um grande benefício ao município estão ligadas aos acessos
intermunicipais, ou seja, na pavimentação do acesso entre a cidade de Urupema e o
município vizinho de Painel, que foi inaugurada alguns anos; além da
pavimentação entre Urupema e Rio Rufino que está sendo executada, após anos de
espera.
Das ações do governo do estado é possível afirmar que a regionalização do turismo
ainda necessita ser solidificada, pois as divergências políticas e partidárias, muitas
vezes se sobrepõem às necessidades e aos interesses econômicos da população
das diversas cidades da região serrana. Ainda no âmbito da esfera estadual, merece
ser mencionada a falta de continuidade de projetos, pois, com as pesquisas feitas,
obtiveram resultados que informam a existência de diversos projetos, como Projeto
Meu Lugar, Acolhida na Colônia e também o projeto Acorda São Joaquim. Como
todos estes projetos possuem como idealizador o governo de Santa Catarina,
percebe-se que eles, ás vezes eles acabam sendo esquecidos ou até abandonados
e as ações que deveriam dar continuidade e andamento não são realizadas. É
comum iniciar um novo projeto, com outro nome do que dar continuidade ao projeto
existente.
115
Ainda analisando a questão regional, a AMURES não está cumprindo o seu papel
como instituição que reúne diversos municípios. A questão do turismo na associação
existe no papel (no estatuto e objetivos), sendo que a Organização Serrana do
Turismo (OST) que deveria tratar de assuntos de interesse turístico, está anos
sem se reunir, conforme foi dito em conversa informal com o representante da
instituição. A ausência de reuniões pode ser um demonstrativo que o turismo ainda
não é visto como uma força econômica para a região serrana. A atividade turística
na serra catarinense, que possui atrativos ligados á ocorrência de frio, geada e neve,
sendo um atrativo diferenciado em um país tropical ainda o se tornou uma
realidade para a AMURES, que concentra a promoção turística para os grandes
centros da região, como Lages e São Joaquim.
Mantendo a análise na esfera regional, ao analisar as ações do Convention &
Visitours Bureau, constata-se que esta instituição está atuante, mas os resultados
ainda não são visíveis para Urupema. Isso porque, esta instituição existe para
captar, organizar e promover eventos, envolvendo municípios vizinhos com serviços
de transporte, hospedagem, alimentação e outras atividades, trazendo dinheiro na
economia de cada um deles. Mas Urupema ainda não possui uma infra-estrutura
para a realização de eventos, assim, a cidade acaba ficando de fora do roteiro dos
grandes eventos. A cidade realizou um grande evento, que foi a 1ª. Festa da Truta,
mas o evento o teve continuidade na sua realização, por isso, o município tem um
papel de menor destaque dentro da associação. Mesmo assim, a cidade possui
pessoas que estão associadas ao Convention & Visitors Bureau com o intuito de
obter benefícios com o turismo.
Para que haja uma regionalização turística concreta, é preciso que haja uma
integração das administrações blicas municipais da região, dos representantes do
governo do estado e das instituições representativas como o Convention Bureau e
AMURES, para que as ações sejam planejadas e executadas de forma conjunta,
minimizando esforços e recursos públicos e privados. Neste sentido é fundamental a
existência de um planejamento que contemple não as cidades maiores, mas
também os pequenos municípios da serra catarinense. Para isso é necessário que
qualquer projeto ou ação a ser realizada seja feita de acordo com as necessidades
das cidades e não por influência ou conveniência político-partidária. assim é que
116
o turismo se consolidará como uma atividade econômica forte, para Urupema,
municípios vizinhos e também para a região serrana catarinense.
Diante de tudo o que foi observado nas pesquisas documentais e também nas
entrevistas, é possível afirmar que o turismo em Urupema representa uma maneira
de manter a população na cidade, fornecendo aos moradores uma alternativa de
geração de emprego e renda, principalmente pela falta de empregos na cidade em
determinadas épocas do ano. Da mesma forma, a regionalização do turismo com
cidades vizinhas poderá se constituir em uma alavanca para o desenvolvimento
econômico da serra catarinense.
Existe na região uma variedade de atrativos turísticos que devem ser aproveitados
de maneira coletiva, com planejamento das ações a serem executadas, respeitando
a característica de cada cidade e aproveitando as belezas naturais e culturais da
região serrana catarinense. Ao poder público cabe a função de coordenar as
atividades e unir forças públicas e particulares, para desenvolver o turismo na serra
catarinense e, principalmente, na cidade de Urupema.
117
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cidade de Urupema, após a emancipação político-administrativa, passou por
transformações na sua estrutura de atendimento e prestação de serviços à
comunidade. Os setores de saúde, agricultura e vias de acesso são exemplos
concretos destas transformações ocorridas. As mudanças apresentadas pelos
indicadores demonstram que houve uma melhora na qualidade de vida da
população local, mas que em alguns aspectos, a cidade ainda possui as mesmas
características, como é o caso da dependência da economia local, em relação a
agricultura e a pecuária.
O turismo, como atividade econômica, pode gerar um benefício no rendimento das
famílias, seja como uma força de trabalho e criação de emprego para os moradores,
mas tamm como uma atividade que une a preservação dos aspectos naturais da
cidade, utilizando-os como atrativos turísticos, despertando o interesse de visitantes
e turistas. Para isso, é necessário que haja, por parte dos gestores públicos, um
maior interesse em desenvolver o turismo na cidade.
Também se faz necessária a participação da população local, contribuindo com a
fiscalização das ações que são colocadas nos planos de desenvolvimento da cidade
e do estado. Estas ações, na maioria das vezes, não são realizadas e deixam de
trazer benefícios aos munícipes, ao comércio local e a administração pública. O
desconhecimento dos planos de desenvolvimento para a cidade de Urupema, por
parte dos moradores e tamm de alguns homens públicos, demonstra que a falta
de informação acaba por atrasar a realização de obras que podem melhorar a
qualidade de vida da população autóctone.
Planejar o turismo é função do homem público através da elaboração dos planos de
desenvolvimento da esfera municipal e estadual e cabe aos moradores a função de
participar do processo de elaboração dos planos, da sua execução e de cobrar que
as ações contidas para o desenvolvimento da cidade, sejam realizadas.
118
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122
APÊNDICES
123
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A –Roteiro de entrevista: Entrevistado 1.........................................120
APÊNDICE B– Roteiro de entrevista: Entrevistado 2.........................................123
APÊNDICE C –Roteiro de entrevista: Entrevistado 3.........................................125
APÊNDICE D –Roteiro de entrevista: Entrevistado 4.........................................132
APÊNDICE E –Roteiro de entrevista: Entrevistado 5.........................................134
APÊNDICE F –Roteiro de entrevista: Entrevistado 6.........................................136
APÊNDICE G –Roteiro de entrevista: Entrevistado 7.........................................138
APÊNDICE H –Roteiro de entrevista: Entrevistado 8.........................................141
APÊNDICE I – Roteiro de entrevista: Entrevistado 9 .........................................144
APÊNDICE J –Roteiro de entrevista: Entrevistado 10 .......................................146
APÊNDICE L –Roteiro de entrevista: Entrevistado 11.......................................148
APÊNDICE M –Roteiro de entrevista: Entrevistado 12 ......................................150
APÊNDICE N –Roteiro de entrevista: Entrevistado 13.......................................152
APÊNDICE O –Roteiro de entrevista: Entrevistado 14.......................................154
APÊNDICE P –Roteiro de entrevista: Entrevistado 15.......................................160
APÊNDICE Q –Roteiro de entrevista: Entrevistado 16.......................................162
APÊNDICE R –Roteiro de entrevista: Entrevistado 17.......................................165
124
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista: Entrevistado 1
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Eu acho que o mais importante é o estudo do potencial da comunidade na qual
você vai gerar esse plano, tanto o potencial produtivo, turístico e cultural. Sem o
estudo desse potencial o tem como você elaborar o desenvolvimento, porque não
se pode criar, não adianta criar, querer produzir laranja onde maçã. Eu acho que
o estudo desse potencial deve ser a primeira partida para a elaboração do plano.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Chama-se que o turismo é a indústria branca, né? Eu prefiro primeiro, criar uma
infra-estrutura, porque o turismo não pode existir sem uma infra-estrutura
organizada; sem você organizar uma comunidade não tem como você fazer turismo;
um turismo centralizado. E ele tem que ser diversificado onde a comunidade
participe, tenha conhecimento e se beneficie do fator. Você não pode gerar um
turismo de uma única entidade, por exemplo, tem só uma única pousada num lugar,
você gera alguns empregos. Eu pra mim, o turismo é a preparação de uma
comunidade, pra produzir o que ela tem como potencial pra comercializar ao turista.
Oferecer estadia e comercializar seus produtos, né? Sem essa infra-estrutura eu não
conheço nenhum município que se desenvolveu turisticamente, e ás vezes até... e é
um pecado, porque vo faz uma propaganda enorme e chega lá o cara não acha
nem onde almoçar. Então eu acho que isso é um estudo, a infra-estrutura
comunitária que eu chamo... nem uma infra-estrutura de hotel, de um passeio, mas
de uma infra-estrutura de preparação de uma comunidade pra receber o turista.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Olha, eu lutei como prefeito, como presidente da AMURES, como vice-presidente
da FECAM, e não acredito que a região serrana se desenvolver turisticamente
125
porque o nosso potencial turístico são sazonais. Nós temos épocas e ninguém
sobrevive e constrói uma estrutura pra turismo sazonal, o turismo tem que ser anual.
Eu defendi a vida inteira, por exemplo, eu acredito que o maior potencial pra região
serrana seria nós criar trilhas de cavalgadas, são as trilhas ecológicas, trate da
maneira que você quiser. Nós temos uma Coxilha Rica, nós temos um mato... em
toda a região, tem Urubici com não sei quantos rios, Bom Jardim com dezesseis ou
dezoito nascentes de rio, tem os cânions de São Joaquim... então se você analisar...
e isso pra que ficasse permanente, se você tivesse cavalgada, tropeada todo final de
semana... Inclusive eu vou fazer aqui em novembro, um quadro de torneio de laço
que eu participo, criar duas trilhas permanentes no meu quadro, porque toda
abertura de torneio tem essas cavalgadas. E eu acredito... e por quê que eu acredito
que a cavalgada é um potencial turístico? Porque s temos rodeios, animais e os
pião e temos a natureza, então uma coisa que não depende de infra-estrutura,
depende apenas de organização. difícil de ser implantado, você pode ver que o
turismo da região serrana não se desenvolve por quê? Porque temos as
pousadas, temos as neve que ás vezes duas vezes em São Joaquim, tem a
Festa do Pinhão em Lages... Se você começar a analisar, são muito sazonal e muito
curta. Então enquanto s o estipular um turismo permanente com regras, que
você saia lá da Alemanha e “lá na Urupema tem cavalgada pro Morro das torres”, eu
acho que aí é a maneira que nós vamos desenvolver. E onde que o estado pode nos
ajudar? Pode nos ajudar organizando, porque tudo precisa de organização. E o
município tem que motivar sua população, descobrir as trilhas... Eu acho que a
SANTUR tem que assumir a divulgação e o município, a organização.
4. Quais as ões turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Na verdade, a minha preocupação nunca foi desenvolver o turismo, enquanto não
se criasse... se você olhar os dois planos, que nas duas vezes que eu fui prefeito,
qual foi a minha preocupação? Produzir maçã de qualidade, oferecer qualidade de
vida pro homem do campo, na escola, na saúde, na energia, na telefonia... Se você
olhar todo o plano, a primeira preocupação é criar a infra-estrutura pra comunidade
que mora aqui; não tive uma preocupação em criar uma infra-estrutura turística, até
porque eu acho injusto você morar num casebre e criar um hotel cinco estrelas do
126
lado. Então, primeiro, nós demos condições de habitacional, luz, telefonia, escola,
saúde, de produção, pra que isso agora fosse a infra-estrutura pra chamar o turista.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Eu acho que o estado de Santa Catarina pegou... que a secretaria de turismo,
desenvolvimento... que são as festas, as festas anuais das igrejas, das paróquias,
rodeios; o coisas tradicionais que acontecem todos os anos. Não que seja uma
atração turística, é uma atração de evento da comunidade.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: Olha, hoje, hoje, eu sempre defendi essa tese, né, que eu acho que nós devemos
estimular o turismo anual. E que que nós temos de infra-estrutura pra você produzir
um turismo anual? Temos o cavalo, o meio ambiente super bonito, nós temos locais
lindo de visitação: nós temos o Morro das Torres, que você enxerga o planalto
serrano inteiro... Então se você criar uma trilha de cavalgada pra esse morro, todo
final de semana, pra você ver o planalto serrano, é um ponto turístico que você pode
explorar todo dia, toda semana, toda hora. Ele é frio, ele congela no inverno, tem a
Cachoeira que Congela, então no meu ponto de vista, hoje, é estipular coisas
permanentes, não fazer coisa sazonal. Não adianta você fazer uma festa, envolver
todo mundo, você ter a receita de um mês e os outros onze meses? Então eu parto
do princípio que o turismo permanente, né, fixo, ele traria muito mais coisas e
animaria muito mais a comunidade a participar.
127
APÊNDICE B – Roteiro de entrevista: Entrevistado 2
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: No caso, um município pequeno como Urupema, que é um município pequeno e
que tem um potencial grande, o turismo tem, com certeza, que procurar alavancar o
máximo que der no turismo. Mas a agricultura e pecuária é o ponto forte tamm no
município, a fruticultura e um trabalho diferenciado, que eu acho que precisa
melhorar no município, é no incentivo, assim, os jovens, principalmente na área da
educação. Porque muitos jovens se formam e ficam ainda sem emprego e a gente
não sabe o que acontece daí. Essa situação precisa melhorar.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Eu acho que o turismo, ele traz um benefício em todos os ângulos, quer seja
econômico no desenvolvimento da cidade, na qualidade de vida das pessoas e eu
acredito muito que o turismo é o que vai alavancar, junto com a agropecuária,
porque soma a renda das pessoas.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: É incentivando financeiramente e também dando uma ênfase na parte financeira.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Um projeto que foi muito importante que não ficou concluído e que ainda está em
andamento é a rede de esgoto, porque uma cidade turística... nenhum município faz
turismo se não começar pela base que é, principalmente, a rede de esgoto. E é um
projeto que foi desenvolvido, mas não ficou concluído; a divulgação do município, foi
bem divulgada. Mas eu acho ainda, que precisa melhorar muito, principalmente na
128
parte de gastronomia e hospedagem, é um trabalho que precisa ser feito com um
trabalho de conscientização, principalmente da população, quer seja no comércio,
quanto na parte de gastronomia e infra-estrutura.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas em Urupema e que
você tem conhecimento?
R: Foi, assim, na melhoria da educação, tem o projeto de florir Santa Catarina, que
Urupema está engajada; tem vários projetos que não lembro agora, mas tem mais,
tem mais... tem o asfalto...
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: As ações turísticas... é a conscientização da população, do atendimento; a
qualificação da mão de obra, é uma ação que eu acho importante e fazer um
trabalho de revitalização da cidade, também é uma ação que é necessário fazer.
129
APÊNDICE C – Roteiro de entrevista: Entrevistado 3
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Nós vamos atuar fortemente na área ambiental, que é uma característica da
nossa região, até por uma questão de topografia, de afloramento de rochas, questão
de clima. É um município que tem uma grande área de preservação permanente, em
função destas características, né. A questão também da limitação para atividades
agrícolas e pecuárias, em questão dessas restrições ambientais e geográficas e aí
buscar alternativas que conciliem essa questão com a questão turística, que acho
que é o grande potencial que nós temos a desenvolver, é aí nessa questão. Reverter
essa situação, até nós estamos em desvantagem na questão econômica em função
da limitação de área agrícola e utilizar esta questão ambiental como um produto
turístico aliando outras fontes que a gente pode desenvolver. E cabe a isso, ao
poder público dar a infraestrutura necessária para que os investidores venham a o
município, porque os investimentos na área turística o feitos pela iniciativa privada
e a prefeitura municipal ela tem que ser catalisador do processo, dar condição de
acesso para que os investidores e os turistas venham até o município, que é o caso
da rodovia SC 439, que liga Urupema á Rio Rufino e é o caso de acelerar o
processo de conclusão do aeroporto regional em Lages, que é um aeroporto de
2800 metros, um aeroporto internacional, um aeroporto que notícias recentes de
ontem, a gente sabe que foi passado para uma empresa particular e como proposta
de a o final do ano que vem estar pronto; é uma notícia de primeira mão muito
importante para a região. Melhorar o aspecto de nossa cidade e pra melhorar o
aspecto, em 2005 nós inscrevemos um projeto pro governo do estado que, no futuro
ele passou a ser chamado de Projeto Acorde, que é um projeto de revitalização
dessas cidades da serra catarinense e nessa revitalização começa pelo saneamento
básico, que é um processo que Santa Catarina em penúltimo lugar no Brasil,
perdendo apenas pro estado do Piauí e que a gente tem que trabalhar fortemente,
não podemos falar em turismo sem termos saneamento, sem nós termos a questão
ambiental preservada, a questão das águas, a questão.... Então, o trabalho é esse:
melhorar a infraestrutura nesses aspectos. A questão do esgotamento sanitário nós
estamos com a estação pronta e estamos agora liberando recursos pra fazer a
rede coletora. Estou indo a Brasília na semana que vem, carimbando recursos pra
130
isso. Estamos também, viabilizando recursos aqui, pra esse projeto ambiental;
possivelmente seja o primeiro município de Santa Catarina que vai ter 100%
mapeado de toda sua área ambiental, território, os potenciais turísticos e o
mapeamento das questões de APP e tudo . É um projeto importante pro
município. Estamos com um projeto em andamento e com a liberação quase
assegurada de inclusão digital em 100% dos munícipes de Urupema, fazer uma
cidade digital, estamos com o projeto pronto encaminhado á Brasília, tudo...
fomos lá. Também se a gente libera esses recursos, então todos os cidadãos do
município de Urupema terão acesso livre de á internet banda larga, sem custo
nenhum pros usuários. Outro projeto que a gente a frente e acelerando, é essa
questão de trazer empreendimentos que gerem emprego e renda, mas que o
causem impacto ambiental e nesse aspecto a gente disponibilizou área para um
grupo francês que deverá se instalar em Urupema, na área de processamento de
frutas: classificação, beneficiamento e industrialização desses produtos agrícola, que
é o grande pólo regional. Também estamos com um projeto em andamento,
liberados os recursos para pequenos produtores, fazer produção orgânica de
pequenos frutos nas propriedades rurais e aí se enquadra: mertilo, amora,
framboesa e alguns outros pequenos frutos e fazer em forma associativa,
comercializar junto e processar juntos esses frutos, mantendo o produtor rural na
sua propriedade, dando uma outra alternativa de renda, de maior agregação de valor
e fazendo um produto diferenciado pra colocar no nosso mercado nacional e
possivelmente, internacional.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ela pode trazer á cidade?
R: A importância é, a gente quando administra o município, você pensa no aspecto
financeiro, de retorno financeiro e de qualidade de vida da população; e isso aí de
qualidade de vida é geração de emprego e vem a questão de você ter uma vida
saudável, de ter uma boa saúde, uma boa educação essa que nós temos em
Urupema. E para que a gente consiga manter isso em alta o nível - s temos que
manter o nível de arrecadação; e arrecadação a gente consegue de algumas
formas, ou na atividade agrícola aqui, que é um dos nossos eixos ou na atividade
turística, que eu vejo assim como um futuro brilhante pela frente e com certeza vai
acontecer.
131
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: É o que, em parte, eu já respondi na primeira pergunta, de nós darmos condições
para que os investidores venham para o município, e as condições são através da
infra-estrutura básica e que os municípios precisam disponibilizar; uma cidade
bonita, uma cidade limpa, uma cidade com coleta de lixo seletivo, uma cidade com
inclusão digital, uma cidade com boa saúde, uma cidade com uma boa educação e
com certeza, com o que Deus proporcionou para a região, de belezas naturais. E
esse diferencial que s temos, climáticos, topográficos e uma série de fatores que
tu bem conhece, eu acho que acontece naturalmente assim que gente déssemos as
mãos.
4. Quais as ões turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Tem ações aí, de iniciativa privada, que é no caso de pousadas, alguma coisa na
questão gastronômica, um trabalho feito da Acolhida na Colônia, um trabalho inicial
de sinalização, ainda incipiente, mas que algum resultado, o relativo
embelezamento de nossa cidade, de florir a cidade; nessa esteira a gente
melhorando e melhorou também, o nosso horto, onde nós iremos produzir 100%
das mudas de ornamentais e as flores pra todo o perímetro urbano e se possível
fornecer também para os moradores. Estamos sistematizando todo o viveiro com
irrigação e dando todo o suporte cnico, até porque a gente é da área e conhece
isso e é um projeto que iniciou na administração passada, mas a gente vai dar
suplementar ele fortemente pra que isso venha acontecendo. E o que eu tava
falando também, a questão de s fazermos esse projeto de revitalização acontecer
fortemente, que é onde vai embelezar a cidade no seu aspecto de novas calçadas.
São ações futuras, mas que estão planejadas: as novas calçadas, florir, fazer
mais algumas praças, melhorar a estética das casas existentes e as que
necessitem de melhorias.
132
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Tem algumas ações na área de sinalização turística, inclusive estão ampliando,
estão chegando no nosso município também. Efetivamente aplicadas aqui na
nossa rego, é a questão de acessos, que eu acho importantíssimo a questão do
asfalto é infraestrutura, mas é importante. Tentando organizar a nossa região
através de fóruns de discussão, debate ou Convention & Visitors Bureau da Serra
Catarinense, é uma ação; não é de governo, de iniciativa privada, mas de uma forte
participação do governo indiretamente; a instância de governança é uma outra ação
também, a nível de governo federal que está se iniciando e que em parceria com o
governo do estado está se instalando na região. A implantação das Secretarias de
Desenvolvimento Regional também deu um suporte maior pros municípios porque
as ações são mais rápidas e sempre tem alguém próximo á cidade. Então nas ações
estruturantes alguma coisa aconteceu e ações, propriamente dita, através de
recursos, ainda estão acontecendo, talvez não na velocidade que a gente gostaria,
mas a gente está planejando e depende do poder blico ir atrás das fontes e
buscar os recursos nas esferas que tem disponibilidade.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Eu estou bastante repetitivo na questão de infraestrutura que acho que é de onde
partem as ações, então, a ação turística finalística, que é a questão de hospedagem,
que é a questão gastronômica, que é a questão de exploração do nosso inverno,
que é a questão de esportes desenvolvidos com o turismo de esportes radicais,
esporte de aventura, rotas de caminhadas, como a gente tem feito aqui, inclusive
tem o material de um pessoal que está se preparando pra fazer o caminho de
Compostela, tiveram aqui e fizeram a trilha; a questão da rota de jipeiros, nós vamos
agora estar recebendo o Baja Brasil, que é internacionalmente de rally de veículos; a
questão das cavalgadas está sendo incentivada, então são todos projetos que estão
dentro da nossa programação, dentro da administração pública, que a gente conta
que a iniciativa privada venha num segundo momento. Por exemplo: estive
conversando esta semana com o grupo Binotto, um grupo que tem produção de
133
vinhos aqui no nosso município e de estar instalando uma grande cantina dentro do
município de Urupema. Estive na terça feira, conversando com ele, então eles estão
investindo aqui. E nesse domingo, domingo anterior, eu recebi um aqui o senhor ....
dono da Malwee, da Weg, maior empresário de Santa Catarina; esteve aqui e
passou o dia aqui conosco e tem a intenção de, de repente fazer alguns
investimentos aqui dentro do nosso município. Então, esses contatos a gente está
buscando, mas não antes esquecer a questão da infraestrutura que é a parte do
município, o governo do estado e federal devem proporcionar pra atrair esses
investidores, como é o caso de CEFET, do IFET agora, que tão fazendo a
sondagem do terreno, já vai sair o edital agora nos próximos dias, a previsão era de
até o dia trinta deste mês, vamos ver se vai se confirmar o edital de licitação pra
conclusão dessa obra, que indiretamente vai trabalhar em cima dessa questão
turística. Porque os dois primeiros cursos que nós vamos colocar são agregação de
valor de agroindustrialização, vamos começar a melhorar e capacitar a nossa
população local aqui pra esses futuros empreendimentos que com certeza virão.
Então o trabalho nosso é esse aí, catalogar todo o nosso potencial através de um
trabalho bem feito de fotointepretação aérea e oito meses de trabalho em campo,
tudo já referenciado, tudo com um trabalho bem feito, pra gente poder mostrar pros
investidores o que que é Urupema, o que que tem em Urupema, o que que pode ser
feito... nunca, nunca, nunca, nunca, esquecendo a questão ecológica e ambiental
que é fundamental. Então nós revertemos, como eu falei, esse processo de nós
termos sido penalizado, a região serrana como um todo, que o extrativismo da
araucária que foi a grande fonte de renda do estado de Santa Catarina, na década
de 50 até 70, de 40 a 70 e que essas riquezas foram tiradas da nossa região e foi
pros pólos do estado, como Florianópolis, Curitiba no estado vizinho, Porto Alegre,
Caxias do Sul; a construção de Brasília, quer dizer, um monte... quer dizer, o Brasil
tem uma dívida social com nossa região como Santa Catarina tem uma dívida social
com nossa região. Por quê? Porque a grande riqueza daqui foi tirada e hoje você
não um investimento de nenhuma das empresas que aqui se instalaram durante
esses anos todos, serrando madeira aqui na nossa região. Urupema chegou a ter 35
serrarias, serrando dentro do território do município. A região serrana como um todo,
foi mais de 150 serrarias que trabalhou aqui durante esse período, então, houve
uma evasão de divisas, esse dinheiro não retornou pra cá. Se você fizer um trabalho
e eu digo sem medo nenhum de errar, em todos os municípios da AMURES tu não
vai achar nenhum investimento que ficou aqui dessas empresas que extraíram. Eu
134
não vou citar nomes de empresas aqui, mas nem vem ao caso, inclusive a política
catarinense hoje deslocou o eixo político que era a região serrana, da família
Ramos, que você bem sabe e deslocou pra orla do litoral catarinense. Mas em
grande parte, os políticos que lá estão atuando hoje, fizeram riqueza aqui na região,
vários grupos que eu não vou citar nomes agora, inclusive atuais prefeitos de
grandes cidades, desses grupos todos. Então, nós temos uma vida social com
essa região e o estado e o governo federal tem que se sensibilizar e nós
revertermos esse processo. Esse problema que ficou e nós revertemos na questão
ambiental, na questão ecológica, na questão das águas que somos riquíssimos, nós
somos a maior reserva de água sob nossos pés, que é o Aqüífero Guarani, nós
temos aqui a principal zona de recarga do Aqüífero Guarani, do mundo está na
nossa região. Por isso a grande pressão ambiental que a região está sofrendo, é a
questão de parques, é a questão de corredores ecológicos, é a questão de uma
série de limitações, porque o mundo inteiro está se preocupando com a nossa
região, que é a grande formadora da bacia do Rio Uruguai, da bacia do Prata. Então,
um trabalho subliminar, nós não estamos percebendo, de mundo inteiro em cima
dessa região aqui, tentando limitar ao máximo possível, a exploração do trabalho na
atividade pecuária. Então, nós vamos ter que fazer um trabalho de reverter essa
situação, no sentido de não de tirar as araucárias, mas vender esse produto de uma
forma diferente. E esse é o trabalho que a gente está tentando fazer, que a gente se
propõe a fazer e está tentando fazer aqui na nossa região. O que isso deixou pra
nós aqui? Eles trouxeram a mão de obra barata pras serrarias, de outros lugares do
estado ou de estados vizinhos, se ausentaram daqui, fizeram seus investimentos em
outros lugares e deixaram um problema social pros pequenos municípios: muitas
viúvas, porque na época o se tinha preocupação nenhuma com a questão
trabalhista, a questão de segurança; muita gente mutilada, sem perna, sem braço e
uma gama imensa de desempregados que deixou esse problema social pra região
que num segundo momento veio a cultura da maçã e que começou a absorver parte
dessa mão de obra. Então nós temos que reverter essa situação, nós temos que
fazer a nossa parte, as administrações públicas têm que ter essa sensibilidade e
colocar a frente, a infraestrutura necessária porque a parte que depende de Deus já
está feita. Deus foi muito generoso com a nossa região; deixou-nos uma das regiões
mais bonitas do Brasil, né, e nós precisamos fazer nossa parte. Então, vamos fazer
e vamos reverter essa situação e vamos fazer com que essas pessoas que o
tiveram a sensibilidade de colocar o dinheiro que eles tiraram daqui, num curto
135
espaço de tempo, tenham a possibilidade de voltar pra e rever os seus conceitos
e, de repente, fazer com que essa região volte a se desenvolver com uma qualidade
de vida pra todos nós.
136
APÊNDICE D – Roteiro de entrevista: Entrevistado 4
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: O nosso município é peculiar, 80% é agricultura, mas nós temos um ênfase muito
grande para se dar na área do turismo, que nós temos lugares extraordirios,
pouco divulgados, então nós temos que fazer um trabalho muito grande e estamos,
já trabalhando nesse sentido de promover o turismo e agregar valores aos nossos
munícipes que o tem condição de atuar nessa área. Então nós temos que da um
suporte para que isso ocorra e venha desenvolver nosso município cada vez mais.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Como eu falei, o turismo ele pode trazer melhorias pra qualquer cidade,
principalmente pra nossa aqui. Porque você trazendo turista pra cá, você vai agregar
valor aos produtos da nossa terra, vai ser divulgado nosso município e o município
do porte do nosso, que é um município pequeno, precisa desse incentivo, dessa
transformação pra que ele possa se desenvolver cada vez mais.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Então, na região serrana, tem um trabalho muito grande por parte do governo,
inclusive aqui no nosso município vai ser contemplado, né, a gente tem em torno de
350 resincias aqui, e há um projeto pra revitalização de todas as casas e que não
tenham condições, né, então, que as pessoas não tenham condições e recursos
para reformar. Então o governo do estado está implantando isso, porque pra ele é
muito importante implantar em município pequeno, que nem o nosso e o gasto vai
ser menor e com esse trabalho ele vai conseguir cumprir 100% do nosso município.
Então, esse vai ser um passo muito importante e a partir do momento que nós
tivermos com esse projeto encaminhado e pronto, o nosso município vai alavancar
muito rapidamente.
137
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Então, a gente tem, por exemplo, a Fazenda do Barreiro, já tradicional, já está há
muito tempo trabalhando nesse segmento e juntamente com essa fazenda a gente
tendo um convênio com residências rurais aqui, fazendo com que o pessoal
venha á Fazenda do Barreiro e utilize tamm essas casas no município, tipo
cavalgada, tipo lazer rural, que é o que o turista necessita nesse momento.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: A princípio, o que nós temos é o asfalto que está sendo concluído agora, que é
um elo importantíssimo, esse é um projeto do governo. Porque se você analisar o
nosso município, com mil, dois mil quatrocentos e cinqüenta habitantes, é um
recurso muito alto pra investir aqui. Então o que o governo quer? O governo quer
fazer um elo de ligação pra que essas nossa região se desenvolva turisticamente. É
um projeto muito grande e muito importante que está sendo realizado.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Eu acho que um fato importante e uma ação que deve ocorrer é nós nos
preocuparmos o com o turismo de inverno, s temos um projeto muito grande
para que a gente tenha turismo de janeiro a janeiro. Porque a gente sabendo,
como já foi comentado anteriormente, tem muitas cidades, municípios que chega na
época de janeiro/fevereiro e se torna intransitável e dificilmente a pessoa consegue
morar tranquilamente, porque um fluxo muito grande de pessoas do interior que
vai pro litoral e o pessoal tem que esperar trinta, quarenta minutos dentro da...
dentro de uma fila pra comprar gênero alimentício... Então o que a gente quer fazer?
A gente quer fazer com que esse pessoal venha pro nosso município e utilize da
melhor forma possível, a nossa região, o nosso clima né, a nossa diversidade que
temos aqui, em cachoeiras, ssaros, então isso é uma ênfase que a gente vai dar
em nosso plano.
138
APÊNDICE E – Roteiro de entrevista: Entrevistado 5
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: O município é agrícola, então, por isso eu pretendo... Eu gostaria que fosse bem
focado na agricultura em primeiro lugar e em segundo lugar a saúde e a educação,
que não pode ficar fora; e junto com a saúde, a educação e a agricultura, o turismo.
Porque eu acredito que vai ser uma das coisas mais... que eu vai dar mais
resultados, futuramente para o município de Urupema: a área do turismo.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Em relação ao turismo, nós estamos ainda, digamos, num primeiro passo,
estamos a engatinhar. Mas nós acreditamos que ele vai ser uma ferramenta
fundamental para o desenvolvimento, até porque a serra catarinense está sendo
descoberta para o turismo. Então, no momento que Urupema ter a infraestrutura
necessária pra começar a receber o turista, isso vai ajudar muito, tanto o homem do
campo com o turismo rural, né, com o turismo de acolhida, o turismo de aventura, o
turismo..., enfim, o turismo de cavalgadas e tudo mais. Então, eu acho que vai ser
peça fundamental o turismo para nossa cidade.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Uma das principais funções do poder público é a infraestrutura. Ela tem que dar
condições de sinalização, por exemplo, boas estradas... a infraestrutura de locais
para o turista poder chegar, né... Os pontos turísticos têm que estar em condição de
que o turista possa chegar nesses pontos turísticos; ter asfalto de boa qualidade. Eu
acho que o poder público tem essa função de organizar a cidade para que aconteça
o turismo.
139
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: As ações que foram feitas até o momento, de meu conhecimento... nós criamos
na gestão anterior, o trade turístico e organizamos as pousadas, as fazendas, as
pessoas que queriam trabalhar com turismo, então foi organizado esse pessoal. Nós
estamos agora organizando o Conselho Municipal de Turismo e a prefeitura
municipal através de um convênio com a FUNASA, ela fez a construção da rede...
da estação de tratamento de esgoto. Isso vai contemplar 100% da área urbana do
município. Estamos precisando agora da rede de esgoto, está se buscando um
convênio para conseguir fazer essa rede porque um município se desenvolve se
ele tiver com o meio ambiente bem cuidado, principalmente rede de esgoto. Então, é
uma das ações que a prefeitura tem feito, o poder público tem feito, é nesse sentido.
Mas, falta muito ainda! Falta nós elaborarmos, fazer as calçadas, os passeios
públicos, organizar melhor a cidade, né; uma cidade que está ainda com poucos
recursos para ela ser uma cidade bonita. Mas foi feito, por exemplo, a praça
central, que é um dos pontos turísticos do município. E além disso, nós temos o
Morro das Torres, temos a Cascata que Congela, a Cachoeira que Congela e temos
vários pontos turísticos que precisam ser explorados, ainda!
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: O governo do estado está preocupado em fazer agora, as BR`s: a BR 439,
asfaltando Urupema a Rio Rufino, no primeiro momento e depois já tem projeto para
asfaltamento de Rio Rufino á Urubici e eu vejo que essa estrada vai ser o caminho
do turista, do turismo e isso aqui, abrangendo mais o município de Urupema. A
sinalização turística, eles já estão começando a fazer também e eu acho que são
ações mais fortes que o governo está fazendo nessa região aqui. É esse asfalto e a
sinalização turística que vai acontecer a médio prazo. No momento, é isso que eu
lembro que tem ação direta do governo do estado.
140
APÊNDICE F – Roteiro de entrevista: Entrevistado 6
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Mais a parte de infraestrutura, né? A infra-estrutura que coloco aí, de acordo com
a característica do nosso município, a parte de turismo e a nossa vocação aqui é
agrícola; a estrada de preferência boa; é onde o nosso município vai se desenvolver.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Acho que o turismo é fundamental para o nosso município, até porque o nosso
município, é um município que tem tudo pra se desenvolver na parte de turismo, tem
uma natureza muito exuberante a nossa região e não tem uma concorrência na
parte de indústria e o turismo é uma indústria sem chamis e a gente sabe do
retorno que tem. E Urupema tá, eu tenho certeza que o futuro de Urupema está
vinculado com o turismo.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Os dois poderes têm que trabalhar junto, até porque a nossa região é assim, uma
região muito precária na parte de recursos, então tem que trabalhar junto com o
governo estadual, porque os dois juntos, estando unidos a tendência é que, lógico, o
bem comum.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Eu acredito que o turismo, até porque não tem como ser, acredito não, tenho
certeza que o turismo desenvolve a longo, a longo prazo. Ele não é imediatista,
então desde as outras administrações, sempre foi investido no turismo, como diz o
outro, de acordo com a possibilidade, de acordo com o recurso que tinha. Então eu
141
vejo hoje que nós temos a mídia que é muito favorável, com custo barato por sinal,
né... Que sabemos que a mídia hoje, o custo é muito alto e Urupema hoje tem essa
característica por ser uma rego fria e a divulgação em rede nacional é muito
grande, então o potencial na parte de turismo é muito bom para Urupema.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Na realidade, muito pouca. Praticamente é inexistente. Tem sido... a porque a
questão local ela é muito deficitária e a gente fica na realidade, esperando pelo
poder de fora, então a gente que é muita pouca. Até pra não dizer, praticamente
nada, porque isso a gente pode verificar in loco que é muito pouco. Então por isso
que eu acho, que tamo começando, pra fazer bem começado e isso que é
importante. Acredito que nessa administração que nós estamos começando agora,
gico, vai ser uma seqüência daquilo que foi feito, mas a tendência de Urupema,
eu acho que vai ser um crescimento muito grande, daqui pra frente.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: Eu acho sempre que tudo tem que partir de uma estrutura: na parte de turismo
tem que começar bem porque consertar no meio do caminho é bem mais difícil.
Então eu acho que tem que ser justamente, um plano, como foi colocado na
pergunta anterior, o poder municipal com o poder estadual e tamm com o poder
federal, pra poder sentar e fazer um projeto bem encaminhado e bem feito. E
justamente, nós temos esta vantagem que estamos começando, não tem como
consertar alguma coisa, então eu acho que, importante é justamente pra fazer um
começo bem feito, se assessorar com quem está preparado e hoje existe né?
Sabemos que o turismo não é a parte nacional, é mundial, é global, então eu
acho que Urupema tem tudo pra deslanchar e acho que o poder público, nós aqui
como vereador, prefeito tem que se assessorar de gente que tenha preparo e correr
atrás, do governo estadual, do governo federal e eu vejo que o futuro de Urupema
está vinculado ao turismo.
142
APÊNDICE G – Roteiro de entrevista: Entrevistado 7
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Primeiramente, acho que as questões ecológicas, que s devemos preservar a
região e fazer uma preservação de uma maneira que mantenha o homem
produzindo no campo sem agredir o meio ambiente. As nossas matas, as nossas
águas que afloram na nossa região, eu acho que é uma questão ímpar, talvez seja
uma das regiões mais altas aqui do aqüífero, nós estamos sobre o Aqüífero Guarani
e que tem essa característica de a cada 100, 550 metros ter uma vertente de água;
e tem que preservar isso que é a maior riqueza da nossa região para que a gente
possa, futuramente, desenvolver o turismo consciente e ecologicamente correto.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Eu acho que o turismo vai ser a indústria sem poluentes, como se fala na
Urupema, porque uma cidade pequena, tem clima frio, onde o solo e o relevo... a
região é com relevo bem acidentado, poucas áreas pra se explorar a agricultura, não
temos mão de obra suficiente pra empresas, então eu acho que o mais favorável
para Urupema seja o turismo. Turismo ecológico, que não danifique o ambiente e
que traga uma fonte de renda pra população que foi uma das mais ricas do ciclo da
madeira e hoje se encontra com os piores índices da região. Os madeireiros
investiram nas grandes cidades e deixaram na nossa região, apenas, a mão de obra
desqualificada das madeireiras.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Eu acho que a função do poder público é, primeiro, conscientizar os políticos, eu
digo, os burocratas de Brasília, antes que eles venham expulsar os nossos
agricultores daqui. E da mesma forma, conscientizar também os moradores da
região, pra que preservem o meio ambiente da sua maneira, mantendo o meio
143
ambiente bem preservado e também dando as devidas condições, incentivando para
que alguém se motive a investir, porque o nosso povo ele não é assim, um povo...
como é que eu vou te dizer... empreendedor; é muito acomodado. Nós precisamos
colocar um espírito empreendedor na nossa população para que comecem a fazer
alguma coisa pelo turismo, desde uma simples, de uma coisa bem simples como a
preservação da cidade, da rua, sem jogar dejetos nos rios, na própria natureza, na
cidade; para que realmente a gente tenha uma cidade de todos.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Eu acho que até o presente momento, muito pouco foi realizado. Apenas algumas
divulgações, que... em divulgações não basta. Até, muito se evita em
divulgação porque não temos estrutura ainda, então precisamos, acima de tudo, de
investimento e da preparação da nossa população. Então, eu acho que o poder
público vai ter que prepara a população, preparar investidores para que isso comece
a acontecer.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Eu acredito que, por enquanto, está nas boas intenções, eu não tenho um
conhecimento que tenha sido feito, assim alguma coisa que se fala, , em
empreendimentos que podem vir pra Urupema, em incentivos estaduais ou até
mesmo federais, mas, no momento, ainda nada aconteceu.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Eu acho que, primeiramente, seria preparar a nossa população pro turismo. Em
segundo, seria, de todas as formas, conscientizar, conscientizar e conscientizar pra
preservação. E eu acredito e tenho feito meus contatos dentro da UVERES, pedi
até que se faça audiência blica; nós temos que mudar nossa a região
ecologicamente, tratar do ambiente antes que os burocratas de Brasília venham
144
cuidar disso, porque se eles vierem cuidar não vai ter mais espaço pro povo
urupemense, vai ter espaço pras multinacionais, pros governos de outros países,
que estão interessados em preservar o meio ambiente no Brasil, pros países deles
não afundarem. Então eu acho que, acima de tudo, seria conscientização da
população, preparando pro turismo e preservando o nosso meio ambiente.
145
APÊNDICE H – Roteiro de entrevista: Entrevistado 8
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Acho que o plano de desenvolvimento municipal deve abranger e aproveitar, o
clima que nós temos, que é o mais... o melhor de todo o nosso grande Brasil; as
altitudes que nós temos, o potencial, nossa fauna, nossa flora; acho que isso tudo
pode ser aproveitado, né? E também a cultura que aqui, pouco se foi resgatada,
mas é uma cultura muito forte, nossos ancestrais, acho que isso pode enriquecer o
turismo aqui na nossa região, com certeza.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: O turismo ele... o benefício dele é enorme, porque ele é uma indústria que não
polui, né? Então ele trás benefícios a saúde, trás benefícios a economia, quer dizer,
você pode crescer, você pode se desenvolver; o município, a rego pode se
desenvolver, sem grandes transtornos, sem grande degradação ao meio ambiente e
isso hoje é o que mais cresce no mundo. Então... e nós temos esse grande potencial
aqui. Eu acho que economicamente, como nós temos áreas pequenas e em
bastante declínio acentuado, então o turismo aqui pode se desenvolver bem e ter
um grande potencial em nossa região, com certeza.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Hoje existem várias... vários setores que podem, que tem pra ajudar. O poder
legislativo, o poder executivo, eles têm o papel de animar, de procurar esses
projetos pra que eles se desenvolvam aqui. E a nível estadual, os nossos deputados
e o governo do estado vêm fazendo esse trabalho; com certeza, a longo prazo
aí... não digo a longo prazo, a médio prazo eu acredito que isso vai crescer ainda
mais porque eles estão trabalhando com projetos pra desenvolver o turismo. É
146
percebido isso que hoje é muito importante e é o que mais cresce e o que mais
retorno ao produtor, dá retorno á toda população.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Aqui foram realizadas pousadas, eu não sei te dizer a quantidade hoje... Tem o
turismo, tem hotel fazenda e aqui tem o Morro da Torres que já foi trabalhado e
agora está pra vim tamm uma estação oficial aqui, que vai ajudar bastante a
divulgar o nosso frio, a divulgar a média que nós temos aqui durante o ano, porque
isso aqui, eu acredito que é mais frio que São Joaquim; não podemos comprovar
ainda, mas logo, logo acredito que sim. Então, certamente, em pouco tempo s
estaremos na mídia e teremos que trabalhar isso, para que nós possamos receber o
turista aqui em nosso município, ter uma boa estrutura.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Eu sei o que tem pra acontecer... Aqui no município de Urupema tem o projeto,
que esse projeto já está acontecendo, já se iniciou em São Joaquim, que é o Projeto
Acorde. Aqui em Urupema tem uma promessa bastante grande, que a gente
acredita que vai acontecer, que é a revitalização das casas, das ruas, de toda a
fachada; melhorar assim o visual pra que o turista chegue aqui e tenha um visual
gostoso e se sinta bem a partir daí. E também aqui que teve, foi feita a primeira
etapa e agora está sendo feita a segunda etapa, que também faz parte e que vai
ajudar bastante, nós temos aqui uma praça, que você pode observar ou talvez
observou, que isso aqui tamm atrai, que é uma praça bem estruturada, bem
bonita; ainda falta a segunda parte, é verdade... Mas tem, você coisas assim da
nossa região, cachoeiras, uma cachoeira artificial, mas tem ali as pedras, foi feita
com pedras e com coisas que existe na região. É que nós precisamos com esse
resgate, mostrar o que é que nós temos e trabalhar aquilo que s temos aqui. O
artesanato tamm está começando em Urupema, teve um incentivo razoável e
eu acho que isso aí vai desenvolver bastante.
147
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: As ações turísticas, até já foram iniciadas, que já fazia parte do plano de governo,
a estação meteorológica oficial, que é as pousadas, os hotéis fazendas, cavalgadas
aqui, ecológicas... Também se iniciou e se quer dar continuidade as trutas, o
povoamento dos rios, porque nós temos aqui uma... os rios limpos, isentos,
praticamente 100% de impurezas e existe tamm aqui, pra que isso aconteça, pra
ser a cidade 100% de saneamento concluído. Então isso vai ajudar bastante pra que
isso desenvolva esse processo.
148
APÊNDICE I – Roteiro de entrevista: Entrevistado 9
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Saúde, né? Agricultura é importante e agora o turismo, que a gente tá, a maioria
falando em turismo, mas realmente a nossa... o nosso município que é pequeno,
com renda baixa e nós com potencial em turismo, por causa do nosso frio, é frio
por natureza. E não o frio... o nosso verão que é muito bom, que é um verão
saudável, não é aquele calor insuportável, então nós temos muita chance de se sair
bem no turismo.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: O benefício que o turismo, é uma... não tem tanto poluente, é uma empresa como
diz o outro, geradora de emprego, porque o tem tanta poluição né? Que é o
mal da natureza, da humanidade, né... a poluição.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: A função do poder público é de dar incentivo, de apoiar o empresário que quiser
se instalar, porque são benefícios que vão trazer futuramente, para o
desenvolvimento do município. E todo o prefeito que pensa em turismo, que pensa
em desenvolvimento, tem que apoiar o turismo.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R:Nas administrações anteriores, principalmente o negócio de despoluição,
despoluição não, conservação dos rios, das matas, que é importante. Aqui no nosso
município nós temos um diferencial que nós temos, é um dos poucos municípios que
149
tem truta no nosso rio. Isso é importante porque a truta se em lugar que não
existe poluição, então eu acho que aqui, nós estamos no caminho certo.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Nós temos um projeto grande, o prefeito com um projeto grande em fazer a
reurbanização do município, que eu acho que uma cidade que não for, que teja bem
estruturada, que não teje hotel, não teja as casas bem preparadas pro turismo, não
tem como a pessoa fazer um turismo de qualidade.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: Eu acho que em primeiro lugar é o de ter bastante clareza, né, com honestidade,
trabalhando em prol do município, trabalhar pro desenvolvimento do município.
150
APÊNDICE J – Roteiro de entrevista: Entrevistado 10
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: É o turismo, né, a agricultura, a pecuária, que é a nossa, a renda do nosso
município e... Eu acho que é as primeira... o turismo, a pecuária e a agricultura.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: O benefício do turismo pra s é muito importante, né, porque o município que
tem turismo é um município desenvolvido, ele desenvolve. Então eu acho que pra
nós é principal.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Pra nós aqui... os nossos vereadores e prefeito é a... se empenhar nessas
secretaria, que é mais renda pra nós e pro município.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas em Urupema e que você tem
conhecimento?
R: Pois óia, na verdade tem muitas ações desenvolvidas , e pra vir mais. E nós
temos se empenhando pra vir mais, pra ver se s desenvolvemos mais o nosso
município.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas em Urupema e que
você tem conhecimento?
R: Ah, tem muitas né... nem vou citar, mas tem bastante.
151
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: Deve ter apoio ao turismo, deve ter... nós ir buscar curso, ir atrás, né... porque
hoje se nós não ir atrás do recurso, eles não vem trazer. A gente tem que ir atrás,
tem que trabalhar, a gente é vereador, é prefeito, mas não é pra ficar sentado
esperando que venha as coisas; se não ir pedir, não fazer projetos, não... Hoje é
tudo com projetos, se não fizer projeto bem feito também... Tem a verba e não tem
como trazer, porque hoje a maioria dos municípios que não tiver projeto bem feito
perde a verba, por não ter a pessoa que faça certo o projeto.
152
APÊNDICE L – Roteiro de entrevista: Entrevistado 11
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Óia, é... os plano que pode abranger aqui no nosso município, o primeiro passo,
um passo muito bão que traz o desenvolvimento é a gente tentar o turismo.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: O turismo aqui traz um movimento bão porque o turismo vindo aqui na cidade,
quando teja acontecendo, isso aqui vai ser uma área muito boa, que traz, vem gente
pro lugar, atinge o comércio, que vem o povo de fora, deixa o dinheiro, então é um
passo muito bão pra nóis o turismo.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: O setor do poder público é um apoio como o turismo, com o governador e o
prefeito, isso é um desenvolvimento que começa com esses dois poderes:
governamental e governo municipal.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Óia... eu como vereador do interior, a gente sempre semanal aqui, então, o
desenvolvimento, o conhecimento que tem é que agora é que começando, então
tem que... Eu como vereador, é a força que faço pra que venha acontecer para o
desenvolvimento do município.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
153
R: O governo do estado tem feito bastante coisa aqui pro município, bastante
projeto... Nós temos agora asfalto aqui de Urupema á Rio Rufino, nós temos aqui
também projeto da escola profissional, isso futuramente, que em andamento,
Urupema pode se destacar muito bem.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Óia... o plano que deve, turístico que deve evoluir, desenvolver aqui... isso aqui é
com a força do apoio do governo, é que nós vamos conseguir a se desenvolver aqui.
154
APÊNDICE M – Roteiro de entrevista: Entrevistado 12
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: O plano deve abranger, no meu modo de pensar assim, no geral, o potencial do
município, vamos dizer: é a área da cidade é uma área delicada, tem que ter um
tratamento especial e o interior tamm precisa atenção boa, né. Porque metade da
população mora no interior... seria isso.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer à cidade?
R: O turismo no nosso município é o carro chefe; o nosso município tem um
potencial muito grande que não... ta começando é.... começando a abrir pro pessoal
que queira investir no nosso município, tem tudo pra fazer um... gerar empregos e
tem tudo pra fazer uma boa arrecadação ao município através do turismo. O
potencial é grande.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Aqui na nossa região, em especial na nossa cidade, o poder público tanto
municipal, quanto estadual tem as suas obrigações, ... vamos dizer assim, na
arrecadação, o ICMS, que vai uma parte e volta outra parte. Eu diria assim que
todos os agentes políticos tem essa obrigação de buscar esses recursos e é
obrigação do homem público trabalhar pra sua região. Seria isso aí.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Aqui nós temos assim, buscado a passos lentos, mas assim, a gente tem visto...
tem um projeto importante que ta vindo agora, que ele não foi desenvolvido, mas
que já ta sendo investido na... no nosso ponto turístico da cidade e... mas o plano, o
155
plano via turismo ainda ta vindo a curto prazo e vai ta em desenvolvimento e com
certeza vai ta a teu conhecimento tamm. E tem projeto interessante.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: A nível do governo do estado, eu tenho conhecimento especial desse projeto que
ta chegando agora a curto prazo e vai vim uma verba interessante pra melhoria dos
pontos turísticos; do pessoal que vem investir também na questão hoteleira.
Também essa parte, ta vindo um dinheiro via governo do estado. Mas assim... e tem
outros investimentos do próprio município, mas ainda é pouco investimento.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Então, a nossa cidade tem que ter um plano na parte de um projeto bem
montado, que como eu falava antes, na parte hoteleira, na parte de recepção, na
parte de receber o turista e fazer um investimento grande pra que você tamm
possa, é.... trazer o turista pra nossa cidade.
156
APÊNDICE N – Roteiro de entrevista: Entrevistado 13
1.Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: As principais aqui hoje é a fruticultura, vem a bataticultura, o turismo tá aos
poucos se desenvolvendo e isso vai abranger todo o município, com certeza e a
região toda, o planalto catarinense. Com certeza, vai sim e essa região que vai se
desenvolver com essa cultura.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Eu acho que são vários benefícios, a riqueza do município, isso vai gerar uma
riqueza grande, vai gerar imposto pro município, vai se desenvolver a cidade. Ela
hoje é considerada a cidade mais fria do estado de Santa Catarina, temos certeza
disso. Isso vai trazer um benefício muito grande pro turismo, pro turista, porque
nós temos aqui a desenvolver áreas muito importantes pro turismo. Nós temos a
Cascata que Congela, temos trilhas e aí por diante...
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: É contribuir com a elaboração de projetos, financeiros pro município e projetos
pra toda região. Tanto o governo do estado, quanto governos municipais, é trabalhar
com projetos que desenvolvam toda a região, tenho certeza disso. E eles m
projetos muito valiosos pra essa região, pra desenvolver o turismo.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Assim ó, eu vejo que hoje a Cascata é um plano de desenvolvimento; o Ângelo
que está desenvolvendo... está em desenvolvimento, sabe? Mas a Cascata... tem
157
outros, outras séries aí, mas em desenvolvimento, que não foram.. que não ativos
ainda.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: O que eu conheço até agora, que a gente entrando agora na política, é a
Cascata, essa estrada que está sendo reabilitada pra essa cascata, que é o acesso
100% á cascata, lá em cima.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: Grandes hotéis, acho que tem que se preparar com hotel, a revitalização da
cidade, que isso vai dar uma repercussão muito grande; fazer com que grandes
hoteleiros venham se instalar aqui para que se desenvolva o turismo em Urupema.
158
APÊNDICE O – Roteiro de entrevista: Entrevistado 14
1. Em sua opinião, quais são as áreas que o Plano de Desenvolvimento
Municipal deve possuir?
R: As áreas que um plano de desenvolvimento municipal deve abranger: não dá hoje
pra conceber em um plano de desenvolvimento municipal sem a questão ambiental,
não dá. Não porque, qualquer ação que vá se empreender em um município ela
tem que ter licença ambiental, qualquer ação, então não pra você trabalhar hoje
sem a questão ambiental. Não pra se desenvolver hoje o plano municipal sem os
planos diretores, tem que ter o plano que vai nortear toda a questão do plano diretor.
E não dá pra desenvolver nada sem o plano plurianual, que se vai se fazer durante o
período que o município vai investir. Então são, e vem dentro disso, a questão da
infra-estrutura, então, você fazer o plano plurianual, o plano diretor, eles são
construídos com informações obtidas junto ás comunidades, nas audiências, nas
reuniões... E não tem como você avançar sem ter essa participação da
comunidade, então são premissas, são fatores que você é obrigado a caminhar por
esse sentido. E é importante se dizer que a AMURES tem trabalhado com os
municípios dentro dessas linhas, para que todos os municípios elaborem seus
planos diretores dentro da realidade do município, elaborem os planos ambientais e
hoje a AMURES tem, a AMURES constituiu ano passado e hoje tem um trabalho
muito forte na questão ambiental, muito forte. Porque não pra desenvolver o
município, você não pode mexer num cemitério sem ter um projeto ambiental, não
pode construir uma rodoviária sem ter um projeto ambiental, não pode abrir uma rua
sem ter um projeto ambiental, então a fiscalização é muito forte em cima disso.
existe hoje o ministério público do meio ambiente, que é para tratar da questões
ambientais, então são premissas que são indispensáveis, não tem como
desenvolver o município sem esse tripé: a questão ambiental, o plano plurianual e a
questão dos planos diretores dos municípios.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Eu digo assim: pra você ter uma idéia, hoje o turismo é uma das maiores
fontes geradores de recursos do mundo, é o turismo. Mesmo nesse momento de
159
crise, o mundo atravessa uma crise muito forte, o turismo ele consegue crescer em
desempenho. Na semana passada, teve um grande prêmio de rmula um numa
cidade construída no meio do deserto. Ali o exemplo mais digno de um
empreendimento turístico: construir uma cidade no meio do deserto. Nós vamos ter
daqui, em maio, mais um mês aí, o WTTC, o Fórum Mundial de Turismo vai estar em
Florianópolis. Alguns dos maiores empreendedores do turismo vai estar em
Florianópolis, vão estar em Florianópolis, a região serrana vai estar em Florianópolis.
Agora mesmo eu acabei de ver um folder, todo escrito em inglês, sobre a maçã, a
importância da maçã, os potenciais da fruticultura da maçã que vai ser distribuído no
Fórum Mundial de Turismo, na tentativa de pescar, de fisgar alguns
empreendedores para que venham para investir na região; a AMURES está atenta a
isso e está acompanhando isso. E especialmente para o município de Urupema,
Urupema ficou conhecida, o município ficou conhecido no Brasil pela questão
turística quando nevou em Urupema, quando congelou a cachoeira. Urupema tem
um potencial turístico fabuloso, é um município que tem um dos maiores potenciais
turísticos e em Urupema, ao contrário de municípios da região, está investindo bem
na questão da truta, que é um potencial turístico muito forte, a gastronomia da truta.
Analisar, traçar um paralelo entre São Joaquim e Urupema, o crescimento de
Urupema é maior do que São Joaquim, eu não tenho dúvida, na proporção de
existência do município. São Joaquim é um município muito mais antigo... está a
frente hoje de Urupema? Claro que está! Mas Urupema por ser um município mais
jovem, não está incorrendo em erros, que talvez São Joaquim tenha cometido no
passado... A perspectiva de Urupema é muito boa, é excelente. Eu vejo aqui a SC
439 que liga Urupema á Painel, já está pavimentada... a 438, desculpa... a 439... a
438 é a outra que liga entre Lages e Painel. está pavimentada a rodovia que liga
Urupema á Painel e estão tocando as obras que vai ligar Urupema á Rio Rufino.
Então você vai fechar um anel; e quem vem para ir á São Joaquim, vai poder vir...,
vem da BR 282, no município de Rio Rufino, tudo asfaltado, vem até Urupema, vem
ao Painel, do Painel vai á São Joaquim, vai á Bom Jardim, á Urubici... tem todo esse
trecho pavimentado. E Urupema indo bem e bem demais, porque hoje o prefeito
Amarildo Gaio, uma das preocupações dele é o turismo, ele deixa bem claro isso e
ele investindo pesado nisso. Então eu acho que, eu penso que a perspectiva de
Urupema é muito boa, por fatores como, o município ter uma vocação da fruticultura
muito forte, a psicultura muito forte também e o que é melhor pra Urupema, a
população de Urupema sabe que eles tem esse potencial, eles reconhecem esse
160
potencial e agora, para completar ainda, o prefeito que veio, está apostando no
turismo em Urupema; a gente esteve na fazenda dele outro dia, visitamos umas
propriedades... Urupema tem um potencial pro morango, muito bom, a produção de
tulipa, flores, inclusive Urupema até pouco tempo exportava flores pra Holanda,
então um potencial muito forte. E agora parece que Urupema tamm caminha
para fruticultura alternativa, que é o mertilo, o morango e outras... o morango em
árvore, a amora... e eles querem caminhar nesse sentido, para fortalecer pequenas
propriedades e aí, eu vejo que em pouco tempo a região tende a ser um celeiro do
turismo e Urupema vai ser um dos destaques, não tenho dúvida disso.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Uma: fomentar, estimular, animar. O poder público, ele tem que ser o animador,
ele não tem que botando dinheiro da prefeitura pra fazer hotel, pra fazer, é,
empreendimentos e geração; ele tem que fomentar, ele tem que dar as condições,
ele tem que ter a estrada, ele tem que ter a ponte, ele tem que estimular a
população a investir. A iniciativa privada é que tem que botar o dinheiro; o município
tem que ser o fomentador, o estimulador, tem que dar as condições. Ele tem que dar
as condições, é.... fiscal, o estímulo fiscal: olha, se a empresa vir e investir num
hotel aqui, nós vamos dar a isenção de tanto tempo de impostos, nós vamos fazer o
asfaltamento ou pavimentação a a sede até a fazenda. Então, esse é o papel do
município. O papel do estado, do município ou do governo federal ou do estado
como um todo, do ente, do estado enquanto ente da federação é esse: é estimular.
Ele o tem que fazer o investimento, o lucro dele é que outro venha, empregue e
invista e aí o todo e a população ganham serviço, ganham emprego, haja um retorno
do movimento, que haja um reconhecimento do município á visitação, então esse é
o papel do município: é fomentar.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
R: Urupema ainda é um pouco incipiente no investimento do turismo; há muito o que
avançar. Urupema vendeu muito bem a imagem da Cascata que Congela, da
161
Cachoeira que Congela, é... Urupema é um dos municípios, hoje que Santa
Catarina, que tem a maior reserva de pinheiros araucárias, é Urupema. A própria
Klabin comprou uma área muito grande em Urupema, pra fazer reserva, como
compensação ambiental. Tu sabes que as empresas que investem, que tem
investimento pesado na área florestal, na área de silvicultura, de floresta cultivada,
elas tem que fazer compensações ambientais e Urupema comprou uma grande área
em Urupema, uma área muito grande em Urupema, a Klabin comprou uma grande
área em Urupema, pra preservar as araucárias. Isso é bom pra Urupema.
Urupema tem algumas ações, Urupema vendeu muito bem a imagem da truta,
vendeu a imagem da truta, mas ainda falta, ainda falta infra-estrutura; ainda falta a
própria população acreditar mais em si mesmo, como é a serra gaúcha; falta
desenvolver, talvez, a uva em Urupema e processar o vinho; falta agregar, falta
agregar, falta pegar a maçã e fazer a geléia, fazer a... os subprodutos da maçã, falta
pegar, falta construir a estrutura necessária no Morro das Antenas, pra que as
pessoas possam fazer a visitação, para fazer as fotos; falta ter no Morro das
Antenas os produtos típicos de Urupema a disposição dos turistas... então assim, o
município está engatinhando, é um município novo, está na quarta ou na quinta
administração, na gestão. tivemos lá o Áureo, o Nelton, a Arlita e agora o
Amarildo Gaio; tivemos lá quatro prefeitos em Urupema. Ah, desculpa, tivemos
também o Renato tamm, o Renato Pagani, certo...nós tivemos cinco. É um
município muito jovem, é muito recente as ações em Urupema; tem algumas ações
que tão andando em Urupema, mas assim, ainda é incipiente, mas o turismo ele é
assim: ele não acontece da noite pro dia, ele é conseqüência, ele é resultado de um
investimento de longo prazo. Eu acho que Urupema, penso que Urupema tem uma
perspectiva muito forte, Urupema, com certeza, em pouco tempo, dentro da visão
turística, vai ser um dos municípios que vai estar atraindo mais turistas na região
serrana. Porque assim ó: no inverno ele chama pelas condições do frio e no verão,
pelas condições é... muito boa, o clima é gostoso é um inverno bem ameno,
temperatura muito gostosa em Urupema. E aí, ele tem todo potencial natural de rios
e matas que tem de ser explorado turisticamente.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
162
R: Eu acho que a principal obra, que acaba desembocando o turismo em Urupema é
a ligação asfáltica entre Urupema e Painel e agora, a ligação é de Urupema e Rio
Rufino. Porque o turista não vai se não tiver infra-estrutura mínima. Veja que as
pessoas diziam assim: mas como é que você pode gostar de uma região tão fria? Eu
adoro frio, o frio é muito bom. O ruim é passar frio! Isso é outra história. Então, o
investimento em infra-estrutura é obrigação do estado, é obrigação do município e
ele tem que acontecer. Então a principal obra do governo do estado, não tenha
dúvida, foi a SC 439, que liga Urupema ao município de Painel, isso não dúvida.
Eu penso que outras tantas devem ser feitas. Urupema foi cogitada em uma ocasião
pra ser uma das bases, pra ter lá uma base de levantamento climático e acabou não
evoluindo. Urupema é pra ser uma das referências da região no levantamento de
informações climáticas sobre o frio, sobre calor; ter uma unidade de monitoramento
do clima e acabou não evoluindo e talvez, o governo do estado recuou nesse
empreendimento, mas eu acho que ainda tempo. Porque Urupema ela tem uma
posição privilegiada; Urupema está situada num ponto acima de São Joaquim e por
algum tempo venderam muito bem essa imagem, acho que é possível vender isso
ainda; Urupema tem pontos mais altos que São Joaquim; tem, tem e tem que se
vender isso; saber trabalhar isso turisticamente. E o estado tem um papel
importante e aí, lógico, o município, o prefeito e o estado têm que trabalhar nessa
direção de vender essa idéia, esse produto e fazer do município, realmente, um
município turístico.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: A principal ação é a ação das pessoas, eu acho que você não consegue evoluir
em nada se as pessoas não acreditam, se as pessoas que estão não acreditam.
Você tem que trabalhar a cabeça das pessoas e o trabalho do turismo é um trabalho
de formiguinha. Pra poder ser grande ele tem que começar muito pequeno. Ele tem
que ser na casa, tem que ser na comunidade, na pessoa, nos clubes, nas
organizações, então é um trabalho que tem que começar muito pequeno, e as
pessoas quando começam a entender que o turismo para ele poder crescer, ele tem
que começar dentro da cabeça primeiro, as pessoas começam a cobrar do poder
público e o poder público vai chegar em um ponto em que se ele não fizer, ele é
substituído naturalmente nos processos eletivos de eleições. As pessoas vão
163
começar a entender que a sua vocação está condicionada tamm, ao apoio do
poder público e eles caminham nesse sentido. É uma renovação natural que
acontece. Eu vejo que a principal transformação ela está nas cabeças das pessoas,
porque quando você passa a entender que, se tu tiver na frente da tua casa um
jardim florido, se tu tiver na tua casa condições de receber alguém que vem visitar o
município, isso, só, começa a dar projeção. Veja bem: Lages tem a Festa do
Pinhão e muitas famílias em Lages abrigam pessoas que eles nunca viram na vida.
Urupema pode fazer isso com a Festa da Truta, pode fazer isso nos finais de
semana, porque se o município não tem rede hoteleira que abriga, eles podem fazer
isso, receber as pessoas dentro das suas limitações. Porque o turista não quer, ás
vezes, ele não quer coisas, é.... fora da realidade da pessoa, ele quer sentir a
realidade que a pessoa vive no município, coisas simples. E que a importância,
Renato; a transformação principal é das pessoas e as pessoas é que vão
transformar o meio em que elas vivem; e o turista quer isso. Outro dia eu estive na
serra gaúcha e o que que vo busca? Você busca coisas simples, você não quer
nada sofisticado, entende? Como eu dizia anteriormente, tem que dar as condições
para que as empresas venham, invistam, o turista venha e se sinta bem. A principal
transformação são as pessoas, não há dúvida quanto á isso.
164
APÊNDICE P – Roteiro de entrevista: Entrevistado 15
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Primeiro, uma coisa que é básico, né, é a parte sanitária, isso é básico. O
segundo, o segundo plano seria, sim, pensar em desenvolvimento. Primeiro é
consertar a casa, isso é básico: sanitário; sanitário, educação posteriormente. Mas
sanitário, é básico.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Urupema... Urupema como nós sabemos é a cidade mais alta do estado de Santa
Catarina, né. Tem uma característica própria; é uma cidade ainda... eu falei pro
Angelo numa ocasião, me propus a em fazer alguma coisa por Urupema, pelo fato
de ser uma cidade pequena, então, é uma cidade em que você pode transformá-la,
né, mudar significativamente e principalmente nesse campo que é o campo do
turismo, né.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: O poder público, ele é o ponto principal, tá, de qualquer desenvolvimento,
principalmente desse segmento do turismo, né. Principalmente na serra catarinense,
que poucas pessoas, até então pouco acreditavam, hoje começam a dar
importância, né. Ela começa a tomar o seu corpo e eu tenho quase certeza, que vai
ser, no caso específico de Urupema, a lvula propulsora do desenvolvimento do
município.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas e que você tem conhecimento?
165
R: Como eu faço parte da instância de governança, é... Urupema ta fazendo a sua
lição de casa. E um dos pontos básicos que Urupema executou foi o... a cidade... a
serra mais limpa no caso, Urupema mais limpa, né, na reciclagem e tudo mais, eles
estão muito mais na frente do que muitos municípios pequenos seus vizinhos, né.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Bom, é.... o que a gente discute, é.... muito pouco tempo a gente
deslumbrava, o próprio governo deslumbrava apoio para o litoral, né. Atualmente a
serra está sendo vista com bons olhos pelo governador, que é o poder público e isso
nos trás assim, uma esperança de que realmente, a serra catarinense vai crescer. É
claro que, isso aí, tem que emanar... de dar as mãos e ninguém com ações
solitárias, isoladas, né. Tem que, se tem seis municípios, se tem sete municípios,
oito municípios, todos tem que ser participativos, participar e focar num mesmo
objetivo.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possui?
R: O que que ele deve possui? A primeira coisa que vo tem que determinar é o
foco, se o tiver foco... né? O seu” Zanette tava conversando agora com a gente
aqui nessa reunião, não sei se tu tavas presente, em que as cidades estão
desarrumadas. Tem que arrumar primeiro a cidade pra depois começar a prosseguir,
a dar prosseguimento a novos projetos. A primeira coisa: arrumar a casa!
166
APÊNDICE Q – Roteiro de entrevista: Entrevistado 16
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Nessa área de turismo no interior, uma das bases é o acesso; os acessos e hoje
eu até já vi no jornal que Urupema vai ser um município informatizado através da
internet e eu estou na expectativa que a gente aqui também possa utilizar essa
internet, que hoje é a maior ferramenta que o turismo e pra divulgação do turismo,
porque vo com custo muito baixo você tem a tua imagem e tua programação
divulgada no mundo inteiro. Então hoje eu acredito mais na internet, apesar de eu
ser de outra geração, mas eu acho que é a melhor ferramenta que se pode ter,
melhor do que televisão, jornal e coisa que foi muito utilizada pra divulgar. E
também a preparação da sede do município para receber o turista, porque nós não
podemos só, ficar recebendo meia dúzia de turistas nas fazendas e a sede não ter
um hotel ou uma coisa que possa segurar o turista ali, um dia ou dois, ou mesmo na
passagem pelas fazendas. Eu acho que Urupema pra se desenvolver, com o
sistema de esgoto que está sendo implantado, ela carece urgentemente de um hotel
de categoria, não precisa ser muito grande, mas tem que ter para hospedar aqueles
que vêm aqui, porque principalmente no inverno. A nossa cidade é pequena, mas
ela pode começar os projetos de turismo e crescer como cresceu Gramado, Canela,
porque a Urupema, pra mim, das cidades aqui da serra é a que pode vir a ter mais
atrativos e tamm pela facilidade hoje do acesso, através da SC-438, ligando
Painel á Urupema hoje e futuramente ligando Painel á Rio Rufino Urubici, então
ela vai fiar muito bem servida de acesso por asfalto, que hoje é muito importante.
Mas, a cidade mesmo, precisa ter essa estrutura mínima para receber aqueles que
vêm nos visitar.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: O turismo, é inegável que em todo mundo é a terceira fonte de renda do mundo,
haja vista que vai haver em Florianópolis um encontro internacional de turismo, que
pela primeira vez será feito na América do Sul e os dados que eles apresentam ali
nesse congresso, é impressionante, pelo número de mão de obra que em todo
167
mundo e pela circulação de riquezas. Eu acho que Urupema, que é um município de
produção primária, se ela investir no turismo, futuramente vai ser a maior fonte de
renda do município, vai ser o turismo sem dúvida nenhuma.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: A gente até pode citar a região serrana como uma e não esses municípios
e o Urupema. O governo do estado é omisso na nossa região. Eu tenho
cansado de ver a participação do governo do estado, através da secretaria de
turismo, em eventos nacionais e internacionais onde ele tem vendido Florianópolis,
Camboriú, Joinville, Blumenau e a região da serra que tem um turismo de natureza,
de aventura, de história, é relegado ao quinto plano, nem ao segundo plano. Porque
eu acho a maior vergonha nos deixar aqui trabalhando, ás nossas próprias custas,
nós fazendo a divulgação, sofrendo com a estrada horrível, que você passou e
pôde ver... Que não justifica uma região aqui que quer desenvolver, não o
turismo, mas a agricultura, que já está produzindo vinhos e uvas, produzidas aqui na
Fazenda do Barreiro e o temos acesso para entrar um ônibus ou caminhão de
grande capacidade sem dar um problema de acidente numa estrada de quatro
quilômetros. Porque a gente, particularmente não tem condição de comprar um
trator de esteira, uma patrola, uma caçamba, uma retroescavadeira... Isso é um
serviço mínimo que o poder público teria que fazer pela gente.
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas em Urupema e que você tem
conhecimento?
R: Mas eu acho que nenhuma... (RISOS)
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas e que você tem
conhecimento?
R: Nenhuma também!
168
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
R: O município, apesar de ser um município de pouca arrecadação, através da
capacidade do prefeito, ele pode fazer projetos e buscar recursos, não no
governo do estado, mas a nível federal. Eu acho que dinheiro em Brasília existe
bastante, mas tem que ser alocado em cima de projetos bem feitos e projetos com
fundamentos, que eu tenho certeza que o nosso atual prefeito tem essa capacidade
e ele vai buscar esses recursos para desenvolver o nosso município aqui, como
sendo um dos melhores município turísticos da serra catarinense.
169
APÊNDICE R – Roteiro de entrevista: Entrevistado 17
1. Em sua opinião, quais as áreas que o Plano de Desenvolvimento Municipal
deve abranger?
R: Em primeiro, o saneamento básico, o turismo e a educação.
2. Qual a importância da atividade turística para o desenvolvimento da cidade
de Urupema e que benefícios ele pode trazer á cidade?
R: Pode trazer uma renda pro pessoal e o desenvolvimento do município e tamm
pra divulgar pro país.
3. Qual a função do poder público, estadual e municipal, na elaboração de
ações para o desenvolvimento turístico da região serrana e da cidade de
Urupema?
R: Com a divulgação, sendo um meio facilitador; vários pontos de referência, com
boa sinalização, que o pessoal chegue e já sabe onde tem que ir. É bem isso aí!
4. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento da
cidade de Urupema que foram realizadas em Urupema e que você tem
conhecimento?
R: Eles estão começando, com bastante propostas e nenhuma fora do papel, por
enquanto.
5. Quais as ações turísticas existentes nos planos de desenvolvimento do
governo do estado de Santa Catarina que foram realizadas em Urupema e que
você tem conhecimento?
R: Essa eu não tenho conhecimento de nenhuma.
6. Quais as ações turísticas que o Plano de Desenvolvimento Municipal deve
possuir?
170
R: Primeiro tem que ver aquilo que a cidade oferece e d começar a se estruturar e
programar. Fazer um roteiro específico para que o pessoal chegue e já tenha um
caminho certo pra ir e não precisa ficar meio perdido. Acho que é isso.
171
ANEXOS
172
ANEXO A - FOLDER COM ATRATIVOS TURÍSTICOS DE URUPEMA
173
ANEXO B – MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DE URUPEMA
174
ANEXO C - MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DA SERRA CATARINENSE
175
ANEXO D - DIVULGAÇÃO DE URUPEMA PELO CONVENTION & VISITORS BUREAU.
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