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A influência do líder na condução do processo de implementação do planejamento estratégico
Revista de Ciências da Administração
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v. 10, n. 21, p. 122-146, mai./ago. 2008
tivamente sendo realizado ou não, e como cada equipe responsável pelas Questões
Estratégicas estava evoluindo. Para a doutora, o processo de implementação funciona
dentro de uma rede, a direção, junto com suas diretorias, acaba participando de tudo
o que acontece dentro do hospital. Para quem, como ela e o Dr. Carlos, estavam na
ponta desse processo, a função mais importante é fazer o processo manter-se vivo.
A nova diretora, que assumiu o cargo há menos de dois meses, Dra. Marisa,
já conhecia o Plano porque trabalhava no hospital em 2005 quando ele foi ela-
borado, mas como não havia participado das reuniões de planejamento, só teve
acesso ao documento final. Por isso, apenas quando assumiu a direção começou
a se interar mais e sua primeira idéia é marcar para breve uma reunião com os
mentores do Plano, na época, para reafirmá-lo e começar a agir. Para facilitar o
processo, a Dra.Marisa também pretende elaborar um cronograma com datas fixas
para que as ações estratégicas sejam concluídas, pois para a doutora, o planeja-
mento é algo muito dinâmico, que precisa de movimento diário. Entretanto, Dra.
Marisa pretende seguir com as mesmas diretrizes do Plano, pois caso contrário,
ela acredita que se tornará um trabalho amador.
Entre as diretrizes de implementação do Plano 2012, uma que vem sendo colocada
em prática desde seu início e parece continuar com a nova direção, é a delegação de
tarefas. Os três líderes entrevistados concordaram que esta é uma atitude fundamental
para que o planejamento estratégico caminhe. Por isso, o HU conta com um profissional
responsável para coordenar cada equipe de cada Questão Estratégica, profissionais que
foram escolhidos também por possuírem espírito de liderança, ou seja, como afirmou
Dr. Carlos Justo “a liderança deve estar presente em todo processo”.
Para a Dra. Ana Maria, a delegação de tarefas é muito importante, visto que
as pessoas que estão no cargo de direção, em uma organização como o hospital,
possuem uma sobrecarga muito grande de trabalho e em várias frentes, o que acaba
prejudicando um pouco o empenho na realização do Plano, por isso, há os outros
líderes envolvidos, os responsáveis por cada Questão. Ao mesmo tempo, a doutora
também considera difícil delegar tarefas do Plano para os profissionais do hospital,
pois não se pode exigir deles que se dediquem a isso com toda a atenção necessária,
já que existe muito trabalho para todos na instituição.
Após as tarefas serem delegadas, os líderes de cada Questão Estratégica pos-
suem independência para tomarem suas decisões, apenas quando é necessária uma
mudança muito ampla no que havia sido definido, o assunto chega à direção geral.
Desse modo, acaba ocorrendo certo compartilhamento de idéias, as quais buscam
serem levadas adiante, mas segundo a Dra. Ana Maria, as idéias acabam sendo tro-
cadas somente dentro dos próprios setores e acabam por ali.
Nesse sentido, A Dra. Ana Maria defende que dentro de uma organização
ampla, com diversos tipos de profissionais, como o HU, contar com todos os