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A
Importância
do Grêmio para
a Empresa
J.R.Jerônimo
4
1ª Edição
Guarulhos - SP - Brasil
Escrito em 1996
Publicado no site www.jrjeronimo.com.br em 2009
Esta edição está liberada para download gratuito.
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A três amigos
Arlindo André Batista Meira, pela oportunidade,
que originou este livro.
Ney Francisco Cunha, pela dedicada parceria,
num grêmio.
Uilson Pereira de Brito (in memoriam), pelo
reconhecimento do meu trabalho, pela confiança,
pela generosidade e por partilhar do mesmo ideal,
que, acreditamos, deve nortear um grêmio.
6
7
Em 1983, quando estava no 3º semestre do Bacharelado
de Comunicação Visual, na Universidade Guarulhos,
ao mesmo tempo que servia no Tiro de Guerra e
trabalhava no departamento de engenharia de
uma metalúrgica, realizei um trabalho na matéria
de Desenho Artístico, que me faz gosto lembrar.
Era um cartaz de 60 x 80 cm sobre esportes, que
reproduzi de uma fotografia em que dois jogadores
de futebol, Zico e Nunes, se abraçavam
na comemoração de um gol, no maracanã,
à noite, tendo ao fundo a torcida e os holofotes.
Pintei estilo impressionista, ficou muito bonito.
Então, abaixo dessa expressiva imagem, inscrevi:
“O Esporte aproxima as pessoas.”
E a minha nota...
foi um golaço
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9
APRESENTAÇÃO
Efeito da necessidade que se verificou durante a criação, implantação
e desenvolvimento de um grêmio para uma empresa e seus
funcionários.
Eram muitas as dúvidas sobre questões de administração e produção
gremistas e inúmeros os problemas, que nos pareciam grandes por
não termos, naquele momento, informação e experiência para
decidir. O que, nos dias de hoje já nos seriam mais fáceis, pelo que
aprendemos entre os erros e acertos da prática e através de pesquisa
a grêmios em atividade.
É essa facilidade que desejo mostrar aqui, sem a pretensão de que
tais dicas sejam as melhores que existam. Mas decerto, são boas e
úteis. Pudera eu as tivesse quando comecei meu primeiro grêmio.
Obra que trata deste assunto era raridade na ocasião. Em verdade,
não encontrei uma sequer, para qualquer tipo de consulta. Daí
meu ensejo de contribuir com o que ora apresento.
10
11
ÍNDICE
Apresentação ................................................................................................ 9
1 – O grêmio é importante .................................................................. 15
2 – Criação e Implantação .................................................................. 21
2.1 – Criação .............................................................................. 23
2.1.1 – Sede – espaço físico e localização .......... 23
2.1.2 – Abrangência das atividades .................... 24
2.1.3 – Recursos financeiros ................................... 25
2.1.4 – Recursos humanos ....................................... 26
2.2 – Implantação ...................................................................... 27
2.2.1 – Mãos à obra – realização ........................................ 27
2.2.2 – Divulgação, inauguração ........................................ 28
2.2.3 – Início das atividades .................................................. 30
2.2.4 – Continuidade .............................................................. 30
3 - Administração ..................................................................................... 33
3.1 – Estrutura administrativa ............................................ 36
3.1.1 – Organograma .............................................................. 38
3.2 – Estatuto social .................................................................. 40
3.3 – Oficialização do grêmio .............................................. 42
4 – Obtenção de fundos .......................................................................... 45
4.1 – Mensalidade do associado .......................................... 46
4.2 – Contribuição da empresa ........................................... 49
4.3 – Lanchonete, cantina ..................................................... 50
4.4 – Promoção de vendas ..................................................... 51
4.5 – Sorteios ............................................................................... 52
4.6 – Espaço para propaganda de terceiros .................... 52
5 – Incentivo à participação – benefícios ....................................... 53
5.1 – Salão de jogos ................................................................... 53
5.2 – Praça de esportes ............................................................. 55
12
5.3 – Lanchonete, cantina .................................................... 56
5.4 – Promoção de vendas .................................................... 57
5.5 – Convênios ........................................................................ 58
5.6 – Realização de eventos .................................................. 59
5.7 – Salão de festas ................................................................. 60
5.8 – Vídeo-locadora ................................................................ 60
5.9 – Biblioteca ........................................................................... 61
5.10 – Comunicação ................................................................. 62
6 – Organização de eventos ................................................................ 63
6.1 – Eventos internos ............................................................ 63
6.1.1 – Torneios ......................................................... 63
6.1.2 – Concursos ..................................................... 66
6.1.3 – Cursos ............................................................. 67
6.1.4 – Festas ............................................................... 68
6.1.5 – Consórcio financeiro ............................... 69
6.2 – Eventos externos ............................................................ 72
6.2.1 – Competições ................................................. 72
6.2.2 – Excursões, passeios ..................................... 74
7 – Comunicação ..................................................................................... 77
7.1 – Imagem – nome, logomarca, cor ............................ 78
7.2 – Quadro de avisos ........................................................... 80
7.3 – Cartazes ............................................................................. 81
7.4 – Jornal interno ................................................................. 82
7.5 – Sistema de som ............................................................... 83
8 – Reuniões ............................................................................................... 85
8.1 – Necessidade ....................................................................... 86
8.2 – Pauta ................................................................................... 86
8.3 – Convocação ..................................................................... 86
8.4 – Duração ............................................................................. 86
8.5 – Periodicidade ................................................................... 87
8.6 – Local .................................................................................... 87
8.7 – Realização. ......................................................................... 87
13
9 – Gestão, ou mandato ........................................................................ 89
9.1 – Primeira gestão, de fundação ................................... 89
9.2 – Duração ............................................................................. 90
9.3 – Eleições ............................................................................... 90
10 – Deduções do Imposto de Renda e Contabilidade ............ 93
10.1 – Deduções do Imposto de Renda ........................... 93
10.2 – Contabilidade ............................................................. 94
Sobre o Autor ............................................................................................ 96
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15
1 – O GRÊMIO É IMPORTANTE.
Considerando a massa de trabalhadores empregada, é grande o
número de pessoas nas empresas deste país que não têm condições
financeiras para associar-se a um clube, nem estendê-lo à família. -
Pelo menos este é o retrato que vejo hoje, em 1996, ao escrever este
livro. Retrato este que espero seja melhor num futuro breve. - Para
estas pessoas, a tentativa de um lazer, de um esporte ou de uma
atividade que contribua à sua saúde física e mental, acaba gerando
problemas de orçamento. Uma vez que já têm destinado parte
considerável de seus rendimentos às necessidades primárias. Seria
essa tentativa uma irresponsabilidade? Levando-se em conta seus
orçamentos, sim. Mas do ponto de vista de quem busca um
equilíbrio para seu bem estar, não.
Conforme se conscientiza, o empresariado vai ampliando sua
participação no combate aos problemas sociais. Participação esta,
que tende a aumentar sua importância à medida que a sociedade
demanda mais qualidade de vida em contraposição ao estresse a
que somos crescentemente submetidos.
Tenhamos o vínculo que for - vizinho, colega, fornecedor, cliente,
funcionário ou consumidor final - estaremos sempre numa relação
de interdependência, necessária à evolução e ao progresso. Por esta
razão, quaisquer providências que concorram ao bem estar do maior
número de pessoas são muito bem-vindas.
A sociedade - através de associações, entidades de classes e sindicatos
- conforme o aumento da consciência de seus direitos, com o decorrer
do tempo, acaba por criar mecanismos que a protegem. Um
exemplo, é o Código de Defesa do Consumidor, que forçou as
empresas a adequarem-se em um nível de qualidade muito superior
ao que existia antes, para um atendimento e prestação de serviços
mais coerentes com o que a sociedade precisa e espera. As empresas
que mais investiram nestes aspectos em relação à concorrência, e
16
que fizeram publicidade disso, são as que tendem a manter a
supremacia nos setores em que atuam, pois conquistaram a simpatia,
a confiança e a preferência de seu público.
Em harmonia com essa atenção pelo social, as empresas têm muitas
formas para realização e apoio. Dentre as quais, quero tratar de
uma, que não afirmo seja a mais valiosa nem a mais importante,
mas certamente, positiva. Refiro-me ao Grêmio: instituição através
da qual a empresa pode, internamente e de maneira ordenada e
mais adequada, proporcionar uma série de benefícios aos seus
funcionários e, no final das contas, para si própria.
Quase que diariamente, o funcionário, para chegar à empresa,
acorda algumas horas antes, se alimenta com pressa e de carro, de
trem, a pé ou de ônibus, suporta o trânsito problemático das cidades;
para então, marcar seu ponto e desempenhar suas funções.
O profissional não se desliga do humano. Sua atenção para o melhor
desempenho, por mais concentrada que seja, não o separa todo o
tempo de seus problemas pessoais. Preocupações, receios, pendências,
geram desgastes que, sejam de natureza emocional, mental ou física,
via de regra influenciarão negativamente no rendimento do
trabalho, em quantidade e qualidade.
Uma empresa moderna e inteligente é aquela que está comprometida
com valores mais elevados. Entre outras coisas, sabe que os recursos
humanos de que dispõe são o seu principal e mais importante meio
de atingir seus objetivos. Que não adianta ter a tecnologia mais
avançada, utilizar a melhor matéria-prima e se instalar numa planta
bem projetada, se o funcionário foi relegado para segundo ou
terceiro plano.
É sabido que o funcionário tendo sua condição humana resolvida
ou em vias de resolução, quer dizer, estando em harmonia e
equilíbrio, terá sua produtividade melhorada. A empresa contribui
17
para isso quando oferece salário digno, ambiente com motivação,
oportunidade de aprendizado e desenvolvimento pessoal - mais do
que o profissional. Os benefícios tradicionais que as empresas se
prestam em nosso país, como cesta básica, vale transporte, assistência
médica, etc., são absolutamente dispensáveis a partir do instante
que se obtenha e se possa manter as condições citadas anteriormente.
Um salário digno pode atender a todas essas necessidades, assim
como, muito contribui um ambiente propício ao trabalho, com
respeito, oportunidades e desenvolvimento.
Consoante a isso a empresa que incentiva e propicia a participação
de seus funcionários em eventos culturais, artísticos, recreativos e
esportivos, contribui sobremaneira para o crescimento pessoal a
que nos referimos, de modo que tenderá a obter resultados de
desempenho mais produtivo do que as empresas que,
impropriamente, só pensam em trabalho.
Neste contexto, a instituição de um grêmio no interior da empresa,
bem administrado e especialmente direcionado às causas que lhe
caracterizam - quais sejam: cultura, lazer, esporte, recreação, arte -
traz incontáveis benefícios às pessoas e à organização.
O grêmio, devidamente conduzido, como se procura apresentar
neste livro, tem como conseqüência natural de sua existência ativa,
a satisfação e o lucro. Pois, estimula a participação, gera a atividade,
estabelece a alegria, cria a disposição, promove a amizade, motiva a
integração, contribui à saúde e à lucidez e melhora a produtividade.
Através de suas atividades - promoções, cursos, torneios, concursos,
jogos, eventos de toda ordem, informativos, biblioteca - o grêmio
ajuda a manter ativo os recursos humanos.
Um exemplo de nítido benefício é o que ocorre, diariamente, na
hora do almoço. Neste intervalo, as atividades recreativas atraem
muitos funcionários que ficariam vagando pelas ruas, freqüentando
bares e fliperamas, ou estirando-se como lagartos ao sol nos
gramados da empresa. Sem contar que o tempo ocioso mal utilizado
18
pode ser mau conselheiro. Outro aspecto do horário de almoço é
que, a pessoa, após ter acordado cedo, ter tido a dificuldade para
chegar à empresa e passado o primeiro período do dia resolvendo
problemas e às vezes se estressando, realiza sua refeição e experimenta
uma sonolência que reduz o potencial de desempenho no período
da tarde. Acontece que algumas atividades recreativas e esportivas
de menor esforço - como tênis-de-mesa - são ideais para contribuir à
disposição do pessoal até o final do expediente.
As atividades que o grêmio promove, sejam elas individuais ou
coletivas, proporcionam sempre uma integração entre as pessoas
que trabalham na organização, independente de suas funções, setores
e escalões. Desenvolvendo em todos novas habilidades que tendem
a dinamizar inclusive o aprendizado profissional. Seu estímulo à
participação fortalece o espírito de trabalho em equipe, tão
importante para busca de melhores resultados.
O grêmio é um agente ativo do marketing interno. Porque, ao
proporcionar integração, participação e acesso a cultura, lazer e
atividades saudáveis, cria entre todos uma imagem muito positiva.
É bastante comum, nessas circunstâncias, identificar sentimentos
de grande bem querença, lealdade, disposição e desejo de fazer parte
da empresa, o que reflete na qualidade da dedicação ao trabalho.
Já, quando o assunto é a realização de eventos externos, a parceria
entre o grêmio e o setor de Marketing se dá mais uma vez. Por
tratar-se de oportunidades que a empresa tem de divulgar-se
institucionalmente diante de outras empresas e de seus consumidores.
No decorrer do texto, os benefícios que o grêmio traz às empresas e
às pessoas, serão tratados especialmente. Entretanto, convém
lembrar que, independentemente do grêmio, outros benefícios
podem ser mantidos para, em conjunto, concorrer à motivação
mais profícua.
A busca da satisfação das pessoas e das empresas constitui-se, tantas
vezes, numa difícil relação. Todavia, pode se tornar mais fácil e
19
feliz, na medida em que a parte que tem mais poder e conhecimento
se conscientize de que há mais coisas fora o trabalho, que agregam
valor ao próprio trabalho.
20
21
2 – CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO.
Depois de se ter convencido gerência, diretoria, superintendência,
presidência ou pelo menos os que têm poder para resolver, dentro
da organização, e deles ter obtido o apoio moral e financeiro - mais
moral que financeiro - deu-se então o primeiro e um dos mais
importantes passos na criação do grêmio.
Mas para isso, a pessoa ou equipe que tem a brilhante iniciativa de
criar um grêmio, independentemente do porte que tenha a empresa,
deve, antes, se informar de todos os detalhes possíveis acerca do
assunto, a fim de apresentar a quem decide, um plano que leve em
conta:
· Os meios que serão utilizados - pessoas, mobiliário,
espaço e tempo;
· Contexto de sua existência, como mais um propagador
da cultura da empresa;
· Custo, investimento e origem dos recursos;
· Objetivos - integrar, contribuir, elevar auto-estima e
disposição das pessoas;
· Riscos - por exemplo, em algum esporte, alguém poder
se machucar;
· Benefícios, vantagens - mais dinamismo, menos faltas e
saídas para o médico, aumento da produtividade;
· Exemplos. Se possível, mencionar resultados que outras
empresas conseguiram depois que passaram a ter um
grêmio para seus funcionários.
No decorrer do livro, estes tópicos são abordados.
Um plano ou projeto nestes moldes oferece condições para uma
boa compreensão por parte daqueles que decidirão, com mais acerto,
sobre esta contributiva proposta à empresa.
O conjunto das atividades, as áreas de atuação e a quantificação do
apoio financeiro que deve receber, bem como, sua forma e estrutura
22
administrativa, variam conforme o porte da empresa e seu número
de funcionários.
- Uma empresa que tenha de dez a vinte pessoas também pode ter
um grêmio. Embora mais limitado em suas atividades e mais
dependente em suas finanças.
- Já uma empresa que tenha cinqüenta funcionários, pode ter um
grêmio um pouco melhor que a primeira. Porque este número de
pessoas permite uma variação e acréscimo de atividades, além do
que, uma pequena obtenção financeira através de contribuição fixa
e arrecadação variável - cujos detalhes são demonstrados no capítulo
4, “Obtenção de Fundos”.
- Numa empresa de cem a duzentos funcionários, as dificuldades
diferem das primeiras, devido à complexidade que vai ganhando.
Para esta, modifica-se a estrutura administrativa de forma a atender
adequadamente as necessidades.
Do mesmo modo, também para quinhentos ou mil funcionários,
ajusta-se o organograma e as atribuições do pessoal para o
funcionamento mais produtivo. Para empresas desta dimensão, o
mais comum é que seus grêmios tornem-se verdadeiros clubes, ainda
que suas denominações continuem a ser “grêmio”.
- Para empresas com número de funcionários mais alto, por
exemplo, quatro mil a vinte mil, onde o espaço físico em que estão
instaladas tenha grande extensão o grêmio pode ter sub-sedes que,
vinculadas a uma sede central e diretora, podem alcançar a todos.
Conforme o porte de cada empresa, peculiaridades devem ser
adequadamente consideradas, para que se maximize a freqüência
de acertos e se alavanque ainda mais seu processo de criação e
implantação.
Os tópicos deste capítulo são:
23
2.1 – Criação
2.1.1 – Sede – espaço físico e localização
2.1.2 – Abrangência das atividades
2.1.3 – Recursos financeiros
2.1.4 – Recursos humanos
2.2 – Implantação
2.2.1 – Mãos à obra – realização
2.2.2 – Divulgação, inauguração.
2.2.3 – Início das atividades
2.2.4 – Continuidade
2.1 – Criação - Para qualquer tamanho de empresa devem ser
considerados os seguintes pontos para criação do grêmio:
2.1.1 – Sede - Espaço físico e localização.
a) Deve ser diversa do ambiente de trabalho. Porque
quando se pratica uma atividade recreativa, ela é mais
proveitosa e aprazível quanto mais se desliga a pessoa
de suas obrigações. Inclusive, recarregando suas energias
para um retorno mais produtivo ao expediente, com
mais disposição do que de costume.
b) O espaço, embora deva ser diverso do ambiente de
trabalho, importa que seja próximo, de forma a facilitar
o acesso. As caminhadas do setor de trabalho, do
refeitório e do vestiário até o grêmio favorecem quando
são curtas. O contrário disso desestimula a participação.
Podemos considerar como tempo máximo para estes
trajetos, cinco minutos para ida e o mesmo tempo para
volta, de sorte que reste tempo razoável para proveito.
Já nas empresas em que os intervalos para refeição sejam
de uma hora e meia, o tempo para trajeto tem menos
influência.
24
c) É importante que a sede seja própria, quer dizer, da
empresa para o grêmio, especificamente. Não deve ser
provisória - a menos que se esteja construindo a própria
- nem emprestada por algum setor da empresa, porque,
numa hora ou noutra, ela é tomada. Tendo-se com isso
que parar a maioria das atividades em andamento e
programadas, causando grande desgaste e frustração dos
funcionários. Precisa ser definitiva, para que se possa
organizar tudo de modo resolvido e concreto. Enfim,
isto não pode constituir-se uma preocupação e um
problema permanente a roubar as atenções e o tempo
dos dirigentes.
d) Há de prever, em função do número de atividades que
desenvolverá e do volume de pessoas que o freqüentará,
a quantidade suficiente de mesas, tabuleiros, jogos,
equipamentos esportivos e toda infra-estrutura.
Banheiros, bebedouros, lanchonete ou cantina,
biblioteca, secretaria, mobiliário, telefone, sistema de som,
televisor, vídeo-cassete, dvd, quadro de avisos, cestos de
lixo, fazem parte da sede.
2.1.2 – Abrangência das atividades.
a) Esportivas: uma pesquisa bem formulada, feita junto a
todos funcionários - futuros associados - não só trará
uma rica indicação das modalidades esportivas
preferidas, mas também uma série de informações sobre
as expectativas existentes com relação às demais
atividades que poderá se oferecer.
A pesquisa não precisará fazer referência à idéia de que
os dados sejam para formação de um grêmio, se não se
quiser, posto que às vezes quer se realizar uma surpresa.
Nesse caso, pode-se justificar que a pesquisa é apenas um
levantamento para fins de recursos humanos que visam
25
traçar o perfil de seus funcionários ou do trabalhador
brasileiro.
Na parte esportiva, normalmente figuram: futebol de
campo, futsal, vôlei, tênis, basquete, bocha, malha.
b) Recreativas, considera-se:
- Esportes que demandam espaços menores, como tênis-
de-mesa, xadrez;
- Jogos, como dominó, bilhar, pebolim, dama,
gamão, trilha;
- Música, filme, programa na TV;
- Bingo, sorteios, gincana.
b) Culturais:
- Uma biblioteca, mesmo pequena, que contenha
publicações sobre assuntos diversos, enciclopédia, livros
em geral, revistas em quadrinhos, revistas noticiosas,
jornais, será um bom começo para atrair quem aprecia
o bom hábito da leitura;
- Cursos que puderem ser realizados com temas de
interesse geral, como violão, yoga, maquiagem, dança,
pintura e outros;
- Concursos também são eventos que permitem muita
criatividade, como: poesia, cartazes, pintura, escultura,
palavras cruzadas.
2.1.3 – Recursos financeiros.
a) Para início, deve relacionar todas as necessidades
requeridas. Desde o espaço físico a ser utilizado para a
sede até cada um dos equipamentos, móveis e todos os
elementos citados anteriormente para funcionamento.
Estabelecendo-se prioridade para o que de fato tiver mais
importância, de maneira que na impossibilidade de se
resolver algum item, possa-se assim mesmo, inaugurar
26
o grêmio, já em condições viáveis. Sendo que,
posteriormente, e pouco a pouco, vai se buscando sua
condição inicialmente idealizada.
Esse recurso, por se tratar de inicial, tem que ser
fornecido pela própria empresa, que acredita na
importância e positividade desse investimento. A etapa
em que a empresa é mais exigida nesse aspecto é
exatamente esta, o início.
b) Para continuidade, refiro-me agora à etapa do pós-início
- que ainda não diz respeito ao tempo que decorrerá ao
longo da existência e funcionamento, quando já se deverá
ter resolvido qual a forma para obtenção de fundos,
tanto fixo quanto variável, para continuação desta
empreitada. Entretanto, neste pós-início, e na maior
parte das vezes, a empresa ainda precisa destinar algum
recurso financeiro, certamente menor que dedicado no
início. Quando finda esta etapa, mesmo que o grêmio
tenha acertado uma forma efetiva de obter seus fundos
próprios para seguir independente, se a empresa quiser,
poderá continuar sua contribuição, menos que
anteriormente, porém bem-vinda e importante.
2.1.4 – Recursos humanos.
O maior responsável pelo grêmio escolherá e convidará as
pessoas que junto com ele conduzirão os trabalhos,
atividades e benefícios que poderão proporcionar aos demais
colegas da empresa. É muito difícil que acertará nos convites
e nas escolhas da primeira vez, e nem da segunda. Por isso
aconselha-se não ter grandes expectativas, para não se
desiludir depois.
As pessoas que devem constituir um grupo de trabalho como
este, em que não se ganha salário ou qualquer rendimento
e em que se dedica parte do tempo em prol dos outros, devem
essencialmente ser voluntários. Cujo perfil os faça convictos
27
da boa causa, leais, firmes no caráter, pacientes,
companheiros, perseverantes e realizadores. Com estes se
buscará consenso mesmo antes da implantação.
Apesar da dificuldade de se formar um grupo de voluntários
com estas qualidades não se pode deixar de tentar, e formar
o melhor que puder.
Nas empresas em que é possível e viável a formação de uma
equipe de trabalho exclusivamente para o grêmio, têm-se
eliminado grande parte dos problemas de equipe e facilitado
bastante a elaboração, condução e realização dos projetos
propostos.
No capítulo 3, “Administração”, item “Estrutura
Administrativa”, tratamos mais do assunto e apresentamos
algumas maneiras de organizar e distribuir o pessoal da
equipe, seus cargos, funções e papéis.
2.2 – Implantação - A hora de concretizar o ideal, de praticar tudo
o que foi planejado, de pôr em movimento o barco da amizade,
integração, alegria, disposição e participação.
2.2.1 – Mãos à obra, realização.
Depois de todo planejamento, pesquisas, estudos, reuniões,
debates, cálculos e verificações, chega-se à conclusão da
dimensão que o grêmio deve ter e sua adequação à empresa.
- O que vai fazer, oferecer, promover e realizar.
- A forma pela qual obterá seus recursos e como os aplicará.
- O tipo de administração e de que maneira terá bem-
sucedidas suas ações.
Convoca-se então todos os funcionários interessados e
realiza-se a Assembléia para eleição dos conselhos - conforme
o exposto no capítulo 3, Administração, item Estrutura
Administrativa. Após o que, as pessoas escolhidas para
Diretor-Presidente e Vice formarão sua equipe e atribuirão
28
as respectivas responsabilidades, para realização do plano
do grêmio.
Outras condições e opções que não as do expediente da
Assembléia, são observadas no capítulo citado acima.
2.2.2 – Divulgação, inauguração.
Considere para a sede:
- Que seja construída de alvenaria. Com paredes
pintadas ou limpas e, se possível, decoradas com
quadros de motivos afins;
- Que tenha boa iluminação e instalação elétrica
e hidráulica funcionando;
- Que disponha de banheiros - anexos ou
próximos - bebedouro, biblioteca, lanchonete,
TV e vídeo, sistema de som, sala para diretoria e
secretaria;
- Que ofereça materiais e equipamentos esportivos
e recreativos; bem como, mesas, cadeiras;
- Que exponha prateleira para troféus e mural
para avisos e cartazes.
Defina:
- Os horários de funcionamento;
- As formas de obtenção de fundos;
- As atividades que inicialmente serão oferecidas
e desenvolvidas;
- A forma de comunicação das normas básicas e
recomendações para bom uso dos materiais e
equipamentos disponíveis.
Apronte sua equipe, de modo que:
- Cada integrante esteja preparado e já saiba o
que dele se espera;
29
- Ajam como se tal trabalho fosse corriqueiro, de
maneira que causem a impressão de que já
fazem-no há muito tempo;
- Só falta o sinal de largada para tudo funcionar
bem.
Então, é só marcar a data da inauguração, convidar as pessoas
que permitiram e patrocinaram esse empreendimento, para
honra e homenagem - corte da fita inaugural ou
descerramento da placa. Em seguida, divulgar a todos os
funcionários da empresa. Utilizar para isso, cartazes, faixas,
C.Is., jornal interno e boca-a-boca. Comunicar de forma
efetiva, sendo explicativo e abrangente, para despertar o
interesse e a expectativa de forma positiva. É preciso que
apreendam que estão ganhando um grande presente pelo
qual devem valorizar e tudo fazer para mantê-lo e melhorá-
lo. E que suas participações nas atividades e eventos, bem
como suas contribuições com ideias e trabalho é que farão
o sucesso desse Grêmio, para eles mesmos.
Organiza-se uma cerimônia - ou formalidade, por simples
que seja - para proferimento de algumas palavras, a fim de:
- Proclamar a importância dessa conquista;
- Reverenciar e agradecer as pessoas que apoiaram
essa empresa;
- Dar a honra a quem dela fizer jus para inaugurar
oficialmente o grêmio.
Caso não seja possível fazer a inauguração com toda a infra-
estrutura e conjunto de benefícios planejados, a um só tempo,
não tem problema, faça assim mesmo. E após a inauguração,
à medida que for se acrescentando um móvel, um
equipamento, uma atividade, um benefício e um evento,
com freqüente divulgação, todos terão a nítida e real
impressão do crescimento. Torna-se, porém, relevante que
30
a equipe administrativa tenha desde o início a desenvoltura
adequada para atuar eficazmente, como se já tivesse atingido
a plenitude do projeto.
Imediatamente à cerimônia tem início o funcionamento,
que pode ocorrer já com alguns eventos programados,
inclusive com premiações para maior brilhantismo da festa.
Neste dia, é indicado que a organização preveja que a
lanchonete ou cantina não cobre nada de ninguém.
2.2.3 – Início das Atividades.
Feita a inauguração, consideram-se iniciadas as atividades.
Quanto ao dia seguinte e primeira semana, tem que se
manter a expressividade que passará a denotar o grêmio.
Para isso, é preciso que seja prevista uma programação de
eventos que atendam a interesses diversificados, durante este
período inicial. Depois é trabalhar todo dia para manter a
qualidade do que se oferece, e melhorar e inovar sempre
que possível.
Esteja ciente que, mesmo quando se pensa que está tudo
pronto e certo, alguma falha ou falta acontece ou é notada.
O que, deve ser tratado com normalidade e, mais que isto,
de certo modo ser previsível. Porque só erra, ou se engana,
quem tem iniciativa e se propõe a fazer algo. Se a observação
de qualquer falta ocorrer durante um evento, por exemplo,
com muitas pessoas participantes, o ideal é não fazer alarde.
Mais tarde convém uma reunião específica para tratar desses
apontamentos, a fim de corrigir os erros e reforçar os acertos.
2.2.4 – Continuidade.
No dia a dia será natural verificar que alguma vez as
atividades não estejam tão vibrantes. Mas na maior parte
do tempo o clima que deve ser trabalhado, para que
31
predomine, é o do entusiasmo. Sabemos que manter uma
disposição alegre, em várias pessoas ao mesmo tempo, não é
tarefa fácil. Assim, o mínimo a fazer é, empenhar-se ao
máximo.
O pessoal administrativo - conselhos, diretoria e
colaboradores - precisa estar unida sempre no ideal
focalizado, e fazer deste ideal o guia de todas as atitudes e
iniciativas a favor do melhor funcionamento do grêmio.
32
33
3 – ADMINISTRAÇÃO
Um bom grêmio se faz com uma boa administração, a qual prevê:
organização geral, ordem, disciplina, planejamento, estabelecimento
e cumprimento de metas, controle.
Para isso acontecer são precisos bons recursos humanos, materiais,
tecnológicos e financeiros.
Entenda-se por bons recursos humanos - pessoal qualificado - nesse
caso, nem tanto por suas aptidões, habilidades e conhecimento; é
óbvio que isso deve ser buscado também, que pessoas com estas
características são bem-vindas à equipe de trabalho. Mas o
substancial é que, junto com estas qualidades, somenos uma outra,
que é a maior das que se precisa nas realizações igualmente de um
Grêmio: a VONTADE.
Você já parou para ler num dicionário o significado da palavra
vontade? Pois bem, na Nova Enciclopédia de Pesquisa Fase, do
Prof. A. A. Almeida, Editora Fase, Rio de Janeiro, 1983, temo-la
(resumida): “faculdade de querer; disposição voluntária; desígnio;
resolução; espontaneidade; apetite; interesse; capricho; empenho;
desvelo; espírito, ânimo; dedicação, zelo; propensão natural”.
De modo que, a falta de vontade numa pessoa é a pobreza de ser.
Sua ausência anula as outras qualidades que se tem. Por outro lado,
sua presença potencializa estas qualidades e desenvolve outras mais.
Por isso, nossos recursos humanos devem ter as melhores qualidades
que pudermos encontrar, mas principalmente devem ter: vontade.
Que seja formada sua equipe de pessoas que estejam a fim de fazer
e acontecer, de ajudar naquilo que se espera e que não se espera
também. Que tenham mentalidade boa, para trabalhar em prol
dos objetivos e ideais gremistas, que são a amizade, a integração, o
aprendizado, a desportividade e outros benefícios, previstos para
seus colegas e para a empresa. Que tenham ou criem disponibilidade
de tempo para isso, sem que ganhem qualquer remuneração. Que
34
seus numerários sejam a satisfação de superar obstáculos e atingir
objetivos.
Nos casos em que há funcionários exclusivos, é diferente.
Naturalmente estes recebem seus salários como os demais
funcionários da empresa. Todavia, mesmo nesses Grêmios, existem
pessoas que, tendo sua função na empresa, diferente da do grêmio,
também colaboram tendo alguma responsabilidade, realizando e
produzindo sem auferir qualquer rendimento por isso. O fazem
pelos objetivos e ideais gremistas.
Como recursos materiais, consideramos os móveis, mesas de jogos,
tabuleiros, bolas, redes, fardamentos, raquetes, a sede contendo praça
de esportes, cantina, salão de jogos, salão de festas, vestiários e salas.
O objetivo é disponibilizar estes recursos aos funcionários-associados,
o máximo possível, em boas condições de uso e de freqüência. Este
máximo refere-se ao que os recursos financeiros permitir, após
verificação de seu melhor emprego. Para os funcionários-associados
em geral, quando não falta nenhum material que utilizam ou está
em ordem o espaço que freqüentam, não estamos fazendo nada
mais que a nossa obrigação. Mas quando carece alguma coisa ou
temporariamente deixa de funcionar, aí eles reclamam e maldizem
o culpado. Poucos compreendem a voluntariedade dos colegas que
os servem.
Vamos tratar como recursos tecnológicos, aqueles utilizados para
nos auxiliar na comunicação geral. Seja um computador que nos
proverá com cartazes, faixas, comunicados, documentos. Seja um
sistema de som, que nos ajudará de modo especial na animação de
festas e eventos de todo tipo. Seja uma máquina de demarcar campo
de futebol, ou ainda um placar eletrônico.
Deve-se sempre ponderar sobre o que se pode, o que se quer e o que
é necessário de fato. E é o tamanho do seu grêmio, com o respectivo
grau de participação dos funcionários-associados, que dita o poder,
o querer e o que é necessário. Guie-se por ele na sua ponderação.
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Todos estes recursos são tratamos em capítulos específicos, neste livro.
E os recursos financeiros, profusamente.
De modo que todos eles são relevantes, porém há que se destacar,
sem dúvida alguma, uma importância maior para os recursos
humanos.
Os que lideram a realização dos objetivos e ideais gremistas, precisam,
para ajudá-los, de companheiros que também se identificam com
estes mesmos propósitos. Sem o que, frustrariam o entusiasmo de
que inicialmente estavam revestidos. O fato é que pessoas boas,
dispostas e bem intencionadas merecem para trabalhar com elas,
igual companhia. Porque o mau exemplo, se constante e não
interrompido com afastamento ou punição, acaba por desestimular
os bons. Aí não adianta ter nem ótimos os recursos materiais,
tecnológicos e financeiros.
Portanto, quando se tratar de trabalho sem rendimento, trabalho
voluntário, tem que se buscar, por parte dos principais responsáveis
do grêmio, gente com qualidades distintas das pessoas comuns. Elas
têm que ter vontade - boa vontade, é claro - sobre a qual já dissemos,
e as demais características que a boa vontade pressupõe, por exemplo:
confiáveis, perseverantes, pacientes, realizadoras, companheiras,
entusiastas, leais e idealistas, além do conhecimento relativo à função
que vai desempenhar.
É..., não se acha gente assim em qualquer esquina, mas há que se
tentar. É preciso trabalhar para obter o melhor que puder e,
corrigindo-se erros e enganos, vai-se pouco a pouco formando uma
equipe que, dependendo da capacidade dela, fará muita ou pouca
coisa em sua gestão.
Os tópicos deste capítulo, são:
3.1 – Estrutura administrativa
3.1.1 – Organograma
3.2 – Estatuto social
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3.3 – Oficialização do grêmio
3.1 – Estrutura Administrativa - A complexidade da estrutura
depende do tamanho do Grêmio, concernente à freqüência que
experimenta e à abrangência de suas atividades. E isso mantém
relação com a grandeza da empresa, o número de funcionários que
ela tem, o que pretende com o grêmio e o apoio que dá a ele.
Vamos falar de uma estrutura que sugerimos adequada para um
grêmio de empresa com número de funcionários acima de duzentos.
E que serve como base para grêmios de qualquer tamanho, no que
se refere a quantidade de funcionários na empresa, bastando
adequar-se conforme as necessidade e possibilidades.
Constitui-se essa estrutura de: um Conselho
Deliberativo (quinze pessoas), um Conselho Fiscal (cinco
pessoas), uma Diretoria Executiva (sete pessoas) e seus
Assistentes e Colaboradores.
a) Conselho Deliberativo: formado por pessoas que foram eleitas,
por estarem entre os quinze mais votados, através de uma eleição
com a participação da maioria dos funcionários-associados
presentes em assembléia geral. Neste Conselho, as duas pessoas
mais votadas se tornam respectivamente Presidente e Vice-
presidente do Conselho Deliberativo, para deliberarem acerca
do destino gremista quando da realização das assembléias. Uma
das funções deste Conselho é a de escolher quem será o Diretor-
presidente e Vice do grêmio. Outra função é julgar sobre
questões disciplinares, baseado nos estatutos sociais, para
manutenção da ordem.
b) Conselho Fiscal: as cinco pessoas que foram eleitas, da décima
sexta à vigésima posições - quando da mesma eleição para
formação do Conselho Deliberativo - constituem-no e têm a
função de representar os funcionários-associados na fiscalização
37
dos resultados gerais, principalmente no que diz respeito às
finanças - sua obtenção, controle e aplicação.
c) Diretoria Executiva: por escolha do Conselho Deliberativo, tem
constituída sua Presidência e Vice-presidência. Estes, depois, é
que vêm a escolher e compor sua equipe de Diretores, tendo
cada Diretor seu Assistente e Colaboradores, conforme a
necessidade.
Tem essa equipe, sob o comando de seu Diretor-presidente -
durante sua gestão e determinada pelos estatutos - a incumbência
de todas as realizações possíveis, previstas, programadas e
planejadas em favor dos funcionários-associados.
As Diretorias normalmente existentes são: Administrativa,
Esportiva, Cultural, Social, Financeira e Patrimonial.
- Administrativa - que tem a função de cuidar do cadastro de
funcionários-associados, emissão e controle de carteirinhas.
Contatos e representações em geral, por exemplo, para convênios
e promoções comissionadas ao grêmio.
- Esportiva - programar, organizar e realizar eventos esportivos
internos e externos, sejam torneios ou encontros. Bem como,
promover a prática de esportes e jogos possíveis aos funcionários-
associados no dia-a-dia.
- Cultural - realizar exposições e concursos diversos; administrar
a biblioteca; conseguir convênios que estimulem as pessoas irem
ao cinema, teatro, museus, ou pelo menos, manterem-se
informadas sobre tais eventos. Tem, esta Diretoria, o escopo de
agir no sentido de contribuir ao acréscimo da intelectualidade
e incremento da cultura das pessoas da empresa.
- Social - que trata da programação e produção de eventos como:
festa junina, do chope, da primavera, de Natal; apresentações
de grupos musicais.
38
- Financeira - diretoria responsável pela guarda e aplicação do
dinheiro existente, e do controle e registro das entradas e saídas
financeiras. Quando possível, a elaboração de balancete e até
balanço, contribuem efetivamente para um maior controle.
Devendo estar prontos para, em qualquer instante, serem
demonstrados a quem quiser vê-los. Tem a liberação de quantias
vinculada à aprovação do Diretor-presidente.
- Patrimonial - que responde pelos materiais, móveis,
equipamentos, praça esportiva, prédio e afins. Devendo manter
tudo isso em funcionamento; devendo observar a ordem,
limpeza, abastecimento, manutenção, construção e instalação.
Em todas essas Diretorias sempre haverão coisas a serem
comunicadas. Sejam eventos programados no âmbito esportivo,
cultural, social; sejam convênios e promoções ou instalações e
reformas que demandem algum tempo de interrupção. Sempre
algo terá necessidade de ser divulgado, e nesse caso sugerimos
que o Diretor-presidente tenha entre seus colaboradores, um
que trate especificamente dessas atribuições, centralizando todas
as Diretorias. Veja capítulo 7, “Comunicação”.
3.1.1 – Organograma.
Diagrama no qual se demonstra, de maneira
simplificada, a forma de organização de uma empresa ou
entidade.
É importante elaborá-lo, pois dá-nos uma visão
rápida de um conjunto hierárquico de cargos e funções, para
que tenhamos prontamente uma noção da organização que
existe.
Encerra uma referência necessária a quem quiser saber da
estrutura do grêmio. Tanto por aqueles que trabalham e
participam dela - que poderão ver, ali, onde estão inseridos
39
e a quem estão ligados - como também por todos os
funcionários-associados que, por direito, se interessarem.
A existência do organograma denota, por si só, que há
ordem. Uma vez praticado no dia-a-dia o que nele se
representa, tem-se a confirmação desta benfazeja
organização.
Um organograma pode e deve ser traçado para demonstrar
uma organização no geral, enquanto organogramas
individuais podem ser feitos para representar cada setor. No
caso de uma empresa, o geral seria o que demonstra desde o
Diretor-presidente ou Superintendente, passando pelos
Diretores, Gerentes, até Supervisores e Encarregados. Já o
de cada setor, constaria desde o Diretor ou Gerente, depois
o Supervisor e Encarregado, e então, o Líder e demais
Auxiliares e Colaboradores.
Exemplo de organograma, com base na estrutura do Grêmio
que nos referimos:
Diretor-
presidente
Diretor-vice-
presidente
Diretor
Cultural
Assistente
Bibliotecário
Exposições /
Concursos
Cursos
Diretor
Esportivo
Diretor
Administrativo
modalidades
Organizadores
de Torneios
Assistente
Diretor
Soc ial
Assistente
Festas
típicas
Colaboradores
Assistente
Diretor
Financeiro
Assistente
Limpeza
Manutenção
Assistente
Diretor
Patrimonial
Tesoureiro
Conselho
Fiscal
Conselho
Deliberativo
Sec retaria
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3.2 – Estatuto Social - Lei orgânica ou regulamento de um Estado
ou associação. Conjunto de regras que indica direitos e deveres,
meios e fins. Ponto de partida para oficializar um grêmio.
A criação do Estatuto Social se faz necessária também para que os
administradores gremistas tenham uma diretriz que lhes dê base e
sustentação às decisões e atitudes que precisam tomar.
Trata-se de um instrumento de total representatividade numa
associação. Portanto, deve ser elaborado com abrangência, clareza
e objetividade. Verificamos na prática que sua formulação não difere
tanto de um grêmio para outro. No entanto, cada qual tem seus
capítulos, artigos, alíneas e parágrafos projetados para suas
características, filosofia, cultura da empresa, recursos, necessidades
e objetivos.
Sinteticamente podemos arrolar os pontos comuns ou peculiares
entre os grêmios, que convém sejam estatuídos, para estabelecimento
desse regulamento:
a) Denominação, fundação, sede, fins, duração. Consta, neste
ponto, o nome do grêmio, as cores que o representam, a data
de fundação, o endereço da sede, seus principais objetivos - por
exemplo: difundir a prática esportiva, recreativa, cultural, social,
etc. - e se tem período determinado de existência ou se é
indeterminado.
b) Poderes Diretivos. São os grupos de pessoas que têm a sua parcela,
maior ou menor, de responsabilidade na condução do grêmio.
Assembléia Geral, Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e
Diretoria Executiva. Devem ser apresentados - com detalhes e
em capítulos distintos - suas formações, competências,
atribuições e vigências.
c) Sobre os Sócios, ou funcionários-associados. Condições, direitos
e deveres.
d) Penalidades. Advertência, suspensão, eliminação, direito de
conhecimento da acusação e defesa.
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e) Disposições Gerais. Trata da previsão de possíveis alterações no
estatuto; referências às leis - federais, estaduais ou municipais -
que dão base legal, ao que o estatuto prevê; sócios beneméritos.
E qualquer disposição que não figurou ainda noutro capítulo,
mas que sua presença tem necessidade nesse regulamento.
f) Disposições Transitórias. Discorre sobre prazo de posse - no
momento da eleição. Relaciona e classifica os membros - quando
da fundação - do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e
Diretoria Executiva, constando-os para sempre no estatuto, como
Fundadores. Data de início da vigência do estatuto.
g) Assinaturas. Assinam o estatuto o Diretor-presidente e Secretário
- ambos da Diretoria Executiva - e um Advogado, devidamente
registrado na OAB do estado em que se situa o grêmio, conforme
exigência da Corregedoria Geral da Justiça. Há cartórios -
quando chegada a etapa do registro do estatuto - que dispõem
de profissional para atendimento dessa necessidade.
Poderíamos, aqui, apresentar um modelo de estatuto para grêmio,
mas não o fazemos porque é mais profícua a sua iniciativa na busca
destes modelos. E veja que dizemos: “destes modelos”, e não apenas
um.
Ao contatar outros grêmios para consulta, pesquisa e estudo dos
estatutos que os regem, você estará aprendendo muito mais do que
apenas sobre estatuto. Em muitos aspectos tem grande valor a
integração de grêmios, de modo que é incentivada.
Após estudo feito dos modelos obtidos, parte-se para a elaboração
do próprio estatuto, tendo em vista a adequá-lo às características,
filosofia, cultura da empresa, recursos, necessidades e objetivos do
seu grêmio. Tal empresa deve ser feita sempre com envolvimento
de outras pessoas interessadas, para colher sugestões e opiniões, obter
questionamentos e discussões a fim de conseguir o melhor e mais
42
adequado estatuto. Considerando sua grande representatividade,
o estatuto merece e requer toda atenção.
Quando da elaboração do estatuto, relevamos um aspecto
indispensável à administração geral do grêmio, que confere a ele
poder para manter sua própria integridade como instituição. Nos
referimos à vinculação ao departamento pessoal da empresa, no
sentido de que as ocorrências de mau comportamento no campus
do grêmio, sejam consideradas como na própria empresa, como de
fato o são. E as providências tomadas pelo Conselho Deliberativo
ou Diretoria gremista reflitam diretamente nas decisões do
departamento pessoal.
A manutenção deste vínculo resulta num grêmio amparado em
suas normas estatuídas; com força para impor ordem, respeito e
disciplina entre seus funcionários-associados.
O Estatuto Social está definido? Então convoque a Assembléia Geral
para aprovação. Se houver alguma alteração de consenso, efetue-a
e obtenha a aprovação final.
3.3 – Oficialização do Grêmio - Estatuto aprovado? Digitado e
impresso? Resolvido e assinado? Nesse caso, faça o registro em
cartório, que é o que tornará o grêmio oficial.
O Cartório de Registro de Títulos e Documentos, situado no mesmo
município onde está a sede do grêmio, é o que deve ser procurado
para fazer o registro do estatuto. Após o que, aguardar-se-á o edital
no Diário Oficial do Estado. E então, nesse cartório, obter uma
Certidão de Personalidade Jurídica. Desse modo, o Grêmio se
oficializa.
Entretanto, não é o bastante, pois esta certidão, apenas, o limita no
seu funcionamento. Sempre que houver qualquer operação
comercial ou financeira em que se exija o C.N.P.J., o grêmio só poderá
participar através da empresa. O que o faz manter dependência
43
contábil e jurídica, tendo, neste campo, que abrir contas específicas
para entrada e saída, e arquivo de documentos. A obtenção do
C.N.P.J. - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - resolve isto. Com
ele o grêmio pode ter sua própria conta-corrente em banco e um
grau maior de independência comercial, contábil e jurídica.
Para consecução do C.N.P.J., deve-se juntar o Estatuto Social já
editado no D.O.E. - Diário Oficial do Estado - contendo a
constituição da diretoria - se não constar no estatuto, vale o
constante em ata - e os documentos pessoais - R.G., C.P.F. e
comprovante de residência - do Diretor-presidente do Grêmio. Levá-
los à Receita Federal que atende o município - da sede do grêmio - e
através da F.I.E.S. - Ficha de Inscrição do Estabelecimento Sede -
requerer a inscrição do C.N.P.J..
Se o grêmio quiser manter comércio próprio, em sua sede, oferecendo
produtos em bazar, lojinha, cantina, deverá ter à mão uma via do
estatuto acompanhada do cartão do C.N.P.J. e, na Prefeitura do seu
município, departamento da Receita Federal, obter outro documento
que dá esta permissão, o C.C.M. - Cadastro de Contratos Mobiliários.
Se houver também piscina, procurar licença na Prefeitura, para
funcionar. Se restaurante, procurar pela Engenharia Sanitária, para
a mesma finalidade.
Quando um grêmio se enquadra nessas condições de atividades e
benefícios, nada mais lógico que oficializá-las, através de suas licenças
correspondentes. Além da razão da legalidade, há uma efetiva
vantagem prática, uma vez que os métodos e recursos utilizados
resultam em produtos e serviços mais seguros e saudáveis.
Toda essa oficialização demanda um intenso trabalho e consome
tempo e dinheiro. Todavia, a vigência do grêmio não sendo breve,
converte-se em grande benefício, ao longo do tempo.
Nesse contexto, se você reconheceu que deve oficializar seu grêmio,
defina-se em relação aos benefícios que ele oferece e obtenha a
oficialização, documentos e licenças correspondentes. E, à medida
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que esses benefícios forem aumentando e se enquadrando noutra
classe de licenciamento, vai-se conseguindo também novos
documentos e licenças, ajustando-se tanto na aptidão quanto na
legalidade.
A instituição de um grêmio se apóia nos artigos 18, 19 e 114 da lei
6.015 de 31 de Dezembro de 1973.
Quanto à legislação, podem ocorrer mudanças, de forma que é
importante consultá-la antes para inteirar-se de eventual atualização.
Um link para, gratuitamente, acessar toda a legislação federal é:
http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
45
4 – OBTENÇÃO DE FUNDOS.
O grêmio pode ganhar uma mesa de bilhar e um armário, ser
agraciado com um jogo de tênis-de-mesa e alguns tabuleiros e receber
oferta de bolas e fardamento. Pode ter ainda um número razoável
de voluntários dispostos para trabalhar na realização dos projetos.
Pode, inclusive e principalmente, ser galardoado pela empresa com
uma sede própria, contendo área para praça de esportes, salão de
jogos e outras dependências. Todavia, precisa de dinheiro.
Pois, como adquirir e manter os demais equipamentos e materiais
esportivos, os móveis e instalações? Como dar condições e recursos
às pessoas colaboradoras para suas realizações voluntárias? Como
transformar uma área - galpão ou terreno - em sede, com tudo o
que se prevê para o grêmio pretendido? Será sempre com a doação
benévola da empresa? E quando não puder ser assim?
Razões não faltam para uma empresa prover o
funcionamento de um grêmio. A relação custo / benefício
viabiliza o empreendimento, além do que se pode deduzir
do imposto de renda, como observado no capítulo 10,
Deduções do Imposto de Renda e Contabilidade.
As atividades gremistas conduzidas com o espírito
da evolução - que fazem prevalecer sempre a integração, a
amizade, a alegria, o lazer, o aprendizado e o respeito -
reproduzem a cada departamento e mesa de trabalho, um
clima de união, um ambiente bom e saudável. Também
reflete numa disposição e satisfação de fazer parte da
empresa. Isso tudo resulta, certa e positivamente, em
qualidade e produtividade, logo, em competitividade.
No entanto, mesmo a empresa bancando, é preciso
desenvolver outras fontes de dinheiro, para se ter mais
garantia da manutenção e continuidade gremista, tal como
veremos adiante, nas formas de obtenção de fundos.
Lembrando que a criatividade e a iniciativa são virtudes que
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o ajudarão muitas vezes na administração do grêmio,
incluindo o campo financeiro.
Fora estas que apresentaremos, você também pode inovar e ensejar
diversas formas de obtenção de fundos. Todavia, cabe uma nota:
como a honestidade deve estar acima de tudo, é preciso que haja
clareza na realização dos negócios. Para que, em qualquer
circunstância que se necessite explicar e demonstrar as destinações
acerca dos recursos, se faça sem dificuldades, sem demora, com
segurança e de modo convincente.
As formas de obtenção de fundos lembram a classificação de custos,
ou seja, podem ser fixas e variáveis.
Fixas, quando determinadas quantias são obtidas com regularidade,
de forma prevista e já sabida - normalmente com freqüência mensal.
Variáveis, quando eventualmente, em conseqüência de promoções,
sorteios ou qualquer fato não rotineiro se obtém quantias não
previstas.
As formas de obtenção de fundos são:
4.1 – Mensalidade do associado
4.2 – Contribuição da empresa
4.3 – Lanchonete, cantina.
4.4 – Promoção de vendas
4.5 – Sorteios
4.6 – Espaço para propaganda de terceiros
4.1 – Mensalidade do funcionário-associado.
Esta é uma forma de obtenção de fundos fixa e que não pode deixar
de existir. A empresa pode até bancar tudo, mas a mensalidade do
funcionário-associado é, sempre, necessária. Em primeiro lugar,
porque a maior parte das pessoas ainda não valoriza devidamente
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o que é gratuito. Em segundo, porque quando alguém paga, no
caso, a mensalidade, sente-se mais inclinado a participar e usufruir
os benefícios oferecidos, sendo isso, mais um dos motivadores
indiretos do sucesso de participação. Em terceiro lugar, porque a
quantia recolhida dessas mensalidades dará sua ajuda ou, até, será
fundamental na realização dos projetos e na consecução dos
objetivos.
As mensalidades pagas pelos funcionários-associados não farão deles
proprietários de coisas alguma. Mas sim, detentores do direito de
usufruto dos benefícios e vantagens colocados à disposição, enquanto
pagadores regulares e respeitadores das normas que regem o
funcionamento do grêmio.
Não denomine a esta modalidade de obtenção de fundos como
uma contribuição, porque esta caracteriza doação ou transferência
de valor que ocorre quando se quer e quanto se pode. Enquanto
que a mensalidade denota sempre pagamento obrigatório, para
gozo do direito correspondente.
Os valores podem ser estabelecidos segundo a necessidade, que se
relaciona com o número de funcionários-associados, o plano de
benefícios e a existência ou não de outras fontes de renda.
Convindo-se utilizar por parâmetro, uma medida ligada ao
rendimento do funcionário-associado, que pode ser, por exemplo,
uma hora ou uma porcentagem do salário, como 0,25% ou 0,5%
ou até 1%. Podendo também, ter valores estipulados por faixas
salariais e, se quiser, o estabelecimento de um teto para a
mensalidade. Independente do critério adotado faça com que seja
conhecido claramente por todos associados e, de preferência,
mantenha-o ao longo do tempo.
Recolhimento das mensalidades:
a) Pagamento em Secretaria - o mencionamos apenas como
uma das opções para os casos em que o desconto em
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folha não seja possível. Nessa modalidade, o associado
dirige-se ao balcão da secretaria, guichê de caixa ou
tesouraria, em datas aprazadas - para evitar o excesso de
pessoas de quando a data é única - e efetua o pagamento.
Podendo obter como comprovante um carimbo e
rubrica no verso de sua carteirinha, ou ainda, um recibo.
Para isso, exige-se que um ou mais funcionários - que
trabalham para o grêmio, sejam voluntários ou
exclusivos - fiquem disponíveis para o recebimento.
Essa forma de recolhimento, comparada às demais, não
é prática. Ela registra alto índice de inadimplência,
decorrendo daí a redução de receita da entidade e a
destituição de direito do associado, enquanto este não
regularize o pagamento. Causando também um
problema para a fiscalização de freqüência ao grêmio.
De devedores a ex-associados o caminho é curto. É
preciso que haja constantemente bons motivos para
manutenção e crescimento do número de associados e
também uma efetiva divulgação desses motivos, para
conscientização a fim de estarem sempre em dia com
suas mensalidades.
b) Desconto em Folha - o modo mais adequado para
recolhimento da mensalidade. É feita a um só tempo
com todos funcionários-associados, não acarretando
riscos de atrasos ou esquecimentos - pelo menos por
parte destes - nem dificultando o processo associativo.
Neste modo, é preciso que se tenha um documento de
autorização por parte do funcionário à empresa, para
que o departamento pessoal possa efetuar o desconto.
Quem tiver a carteirinha, automaticamente comprova
sua regularidade no pagamento, pois para tê-la foi
necessário que autorizasse o desconto mensal.
Esta modalidade é a mais eficaz. Proporciona um
recolhimento estável, do qual pode-se contar para sua
utilização.
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c) Cobrança Direta - um funcionário realiza pessoalmente
o recolhimento da mensalidade, procurando um a um
os associados pela empresa. Também não é indicada,
pois o Cobrador, além de ter o trabalho de encontrar
todos os associados, não seria muitas vezes correspondido
em sua busca. Outro inconveniente é a interrupção do
que o outro estiver fazendo no momento da cobrança.
Há dificuldade para fiscalização de freqüência. Trata-se
de uma opção derradeira e que seria menos problemática
em empresas pequenas.
d) Pagamento Bancário - cada associado dirigi-se a uma
agência ou posto bancário, caixa-eletrônico ou mesmo
através de home-banking e efetua o pagamento via
boleto ou através de depósito em conta. Este modo
também não é sugerido, porque tem que se emitir,
tramitar e arquivar documentos, pagar tarifas a banco
e depender de que o associado tenha a disciplina para
providenciar seus pagamentos e guardar seus
comprovantes. Assim como os modos a e c, neste
também, há dificuldade para fiscalização de freqüência.
Como dissemos, o melhor modo para recolhimento da
mensalidade ao grêmio é o Desconto em Folha.
4.2 – Contribuição da Empresa.
Relembramos que, quando a empresa permite e, moralmente -
apenas moralmente - apóia a idealização e o funcionamento de um
grêmio, já presta uma importante contribuição para os funcionários
e para ela mesma. Agora, alie-se a isso a cessão de um espaço para
sede e a destinação de quantias em dinheiro, seja na eventualidade
dos projetos mais importantes ou na regularidade de seu
funcionamento, teremos aumentado as possibilidades de grande
sucesso.
Entretanto, reiteramos que a contribuição mais valiosa da empresa
não é o dinheiro, mas o apoio que dá.
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No caso da empresa resolver transferir verba, poderá fazê-lo. Nesse
caso, é bom estabelecer o valor, relacionando-o com os esforços dos
funcionários-associados. Quer dizer, com base no recolhimento
das mensalidades, a empresa pode transferir valor correspondente
ao mesmo montante, ou à metade, ou a um terço, ou a qualquer
percentual determinado. Pode ainda, basear-se pelas metas de
produtividade da empresa, como pelas realizações do próprio grêmio.
Recordemos, todavia que, quanto menor o número de funcionários
de uma empresa, mais necessária a contribuição dela para suprir a
pequena e limitada arrecadação obtida.
4.3 – Lanchonete ou Cantina.
Além de ser uma fonte de renda, a lanchonete ou cantina incentiva
e mantém a freqüência associativa, porque oferece lanches, bebidas
e refeições, de forma mais próxima e cômoda, ao mesmo tempo em
que os associados praticam suas atividades recreativas.
A lanchonete ou cantina contribui para o aumento da arrecadação
sendo uma forma fixa - oscilante ou não - de obtenção de fundos,
dependendo da opção feita, conforme a seguir:
a) A Lanchonete pode ser de total propriedade do grêmio,
ou da empresa, e manter um funcionário à disposição
para dela cuidar. Nesse caso, o ganho pode ser maior,
mas demandar também mais trabalho e
responsabilidade.
b) Pode ter apenas o salão alugado para terceiro. Uma
pessoa de fora da empresa que, com seus móveis,
equipamentos, utensílios e acessórios, com experiência
nesse afazer ou, principalmente boa vontade,
prontifique-se a atender com qualidade e simpatia.
c) Outra forma também fixa, como a anterior, é a de se
ter os móveis e equipamentos e arrendá-la para alguém
51
com as mesmas características acima, que
complementará com vasilhames, pratos, copos, talheres
e afins.
d) Apresentamos ainda, tanto na cessão do salão quanto
na cessão do salão junto com os equipamentos, a opção
da comissão. De conformidade às duas partes, um
percentual é estabelecido para, a título de comissão, ser
pago ao Grêmio referente tudo que for vendido na
lanchonete.
Em qualquer uma dessas formas, deve prevalecer que, tudo o que
seja vendido nessa lanchonete, ou cantina, seja mais barato que o
vendido nos bares e lanchonetes de fora, na rua. Assim como se
tem um contrato para locação ou arrendamento genérico, deve-se
ter um para este negócio.
Na primeira forma ganha-se diretamente com o lucro de cada venda;
na segunda, com o aluguel do salão, um valor fixo, independente
do volume das vendas; na terceira forma, ganha-se com o valor do
arrendamento que tem que ser maior que o de um aluguel, posto
que já se tenha oferecido a quem cuidará do ponto, praticamente a
instalação completa; e na quarta opção, faz-se necessário utilizar
uma rotina de conferência da entrada ou saída de produtos, para
controle, mesmo que não absoluto, do faturamento ocorrido, de
modo que o valor da comissão não seja nem de mais nem de menos,
comparada ao real.
Torna-se preciso, então, uma verificação e estudo para escolha da
forma mais adequada ao seu grêmio. Todavia, em qualquer uma
das formas escolhidas, positivamente, ter-se-á um ganho, que é o
que interessa nesse caso.
4.4 – Promoção de Vendas.
Caracteriza-se mais como um benefício ao associado - conforme
discorremos no próximo capítulo, “Incentivo à Participação -
52
Benefícios” - do que propriamente uma fonte de obtenção de
fundos. Mas, dá também sua parcela de contribuição nas finanças,
uma vez que, os agentes - empresas e pessoas - de suas promoções,
destinam uma comissão do faturamento obtido.
As promoções não trazem nenhum custo que se deva relevar, apenas
precisam, por vezes, de uma sala ou um espaço, até mesmo em área
aberta, para disposição e apresentação dos produtos, e demandam
uma divulgação simples.
É, portanto, mais uma forma, desta vez variável, a ser considerada,
para aumentar mais um pouco a renda.
4.5 – Sorteios.
Em forma de bingo ou sorteios propriamente ditos, são eventos
coadjuvantes a um evento maior - uma festa, por exemplo. Todavia,
podem ser realizados como eventos independentes, como veremos
no próximo capítulo, “Incentivo à Participação - Benefícios”. Sendo
outra forma variável de obtenção de fundos, que pode ser utilizada.
4.6 – Espaço para Propaganda de Terceiros.
Pode ser feita no jornal interno, nas placas da praça de esportes e
nas camisas das equipes de competição. Em todas essas situações o
dividendo pode ser dinheiro ou o fornecimento de algum material
ou serviço necessário ao grêmio.
Anúncios pagos, patrocínios de eventos e equipes ou fornecimento
de uniformes, materiais e serviços em troca da ostentação de um
nome ou marca é sempre positivo. Excetuando-se aqui a
propaganda do concorrente ou de produtos e serviços incompatíveis
ao ambiente do esporte, saúde e recreação.
53
5 – INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO - BENEFÍCIOS.
O sucesso do grêmio é medido pelo grau de participação das pessoas,
resultante do que oferece como benefícios.
É importante que se organize de forma a criar e proporcionar
benefícios e vantagens tais que atraiam associados em número
bastante, para atingimento do melhor nível de participação, o que
em si, já encerra um atrativo.
Um bom número de participantes num evento, por exemplo, o
valoriza ainda mais, e tende a aumentar o nível de satisfação
individual.
Quanto maior a participação, mais favorecerá a manutenção dos
benefícios, e vice versa.
Por isso todo empenho deve ser endereçado ao conjunto das ações
que incentivem a participação.
Os tópicos deste capítulo são:
5.1 – Salão de jogos
5.2 – Praça de esportes
5.3 – Lanchonete, cantina.
5.4 – Promoção de vendas
5.5 – Convênios
5.6 – Realização de eventos
5.7 – Salão de festas
5.8 – Vídeo-locadora
5.9 – Biblioteca
5.10 – Comunicação
5.1 – Salão de Jogos.
Trata-se de um dos benefícios mais queridos. Sua infra-estrutura,
na medida do possível, deve prever espaço, boa iluminação,
54
banheiros masculino e feminino, bebedouro, armário, cadeiras,
sistema de som, ventilação, abrigos eficaz da chuva e do sol e portas
que possam ser trancadas. E, é claro, dispor de mesas, tabuleiros e
jogos em quantidade capaz de atender, com pouca espera, a todos
associados.
Para saber quais os jogos mais apreciados sugerimos que se faça
uma pesquisa na empresa. Como já citamos no início do livro, a
fim de que se atenda a expectativa da maioria e se evite gastar recurso
em objeto que venha a ser pouco ou nunca utilizado.
Bilhar, sinuca, tênis-de-mesa, pebolim, dominó, dama, xadrez, trilha,
bingo, baralho, são os jogos que normalmente compõem esse salão.
Esse ambiente costuma atrair os associados, que no horário de
almoço estariam vagando por aí, à espera do tempo passar e sem
aproveitamento. Acontece, desse modo, a aproximação e integração
entre colegas de trabalho de vários níveis, tendo estes a oportunidade
de tornarem-se amigos, ou, pelo menos, colegas mais chegados.
Esta atividade faz com que os funcionários-associados voltem ao
ambiente de trabalho, após o almoço, com mais disposição física e
mental, e menos tensão, para um desempenho certamente mais
produtivo do que quando inexistia esse agente propiciador na
empresa.
Deve se estabelecer um horário de funcionamento considerando
também o pós-expediente e fim-de-semana. Tudo dependendo da
estrutura a que se chegou o grêmio, por exemplo, é preciso que
nesses horários exista pessoa responsável para atendimento, apoio
ou fiscalização.
Quanto à conservação e guarda de materiais, para que se preserve
de transtornos e inconvenientes, apontamos o seguinte:
O grêmio, através do apoio da empresa, precisa dispor uma pessoa
responsável pelo salão e pelos armários que guardam materiais. Esta
pessoa, preferentemente, deve ser funcionário do próprio grêmio.
Se não for, sugerimos que seja alguém do setor de segurança da
empresa, pois já está acostumada a impor e fazer valer normas de
conduta. Daí, todo funcionário-associado que solicitar qualquer
material, deverá deixar seu crachá, ou documento de identidade,
em troca e, ao término do uso, o próprio usuário fará o recolhimento
e a devolução do material, para dessa forma, reaver seu crachá.
55
Caso algum material se estrague, convém que se devolva assim
mesmo, porém com a devida comunicação da ocorrência. E se
ficar caracterizado o mau uso, o desleixo, o autor deve ressarcir o
prejuízo. Se for, o dano, causado por conseqüência natural do tempo
de uso, então o grêmio assume.
Nas situações em que o funcionário-associado queira trazer seu
próprio material, poderá faze-lo, desde que esse material seja
compatível com os jogos de que se dispõe no salão. Quer dizer, que
não acarrete dano algum nem interfira na participação dos demais
usuários, além do que respeite o horário determinado para
funcionamento do salão de jogos.
Temos, assim, uma organização no uso dos materiais e freqüência
das pessoas, relativo a esse benefício.
5.2 – Praça de Esportes.
É bastante desejada pelos associados. Tem sua utilidade quase sempre
nos horários de pós-expediente ou fins-de-semana. Demanda do
grêmio uma área que possibilite a existência de quadra poliesportiva,
campo de futebol, campo society, campo de malha, de bocha,
vestiários, playground. Tudo isso, é claro, dependendo do que a
empresa pode - deve-se levar em conta seu porte e demais condições
- e, de conformidade à sua conscientização, se propõe a oferecer.
Quando se tem uma praça de esportes, pode-se considerar que se
tem praticamente um “clube”. O que se torna motivo de orgulho
para a empresa e satisfação para o funcionário.
Às empresas que não podem proporcionar, ou permitir, um grêmio
assim, façam-no dentro das condições e com os benefícios que forem
possíveis. Isso já será um ganho, para todos.
5.3 – Lanchonete, ou Cantina.
Beneficia os associados que utilizam as dependências do grêmio e
aos que procuram-na diretamente. Há de servir lanches, salgados,
56
porções, refrigerantes, bebidas - com algumas restrições -, sucos
naturais, vitaminas, café e leite sempre com preço inferior ao de
fora, da rua. Opcionalmente com anotação em conta para acerto
em dias de pagamento na empresa. Pode oferecer também refeições
no horário de almoço ou janta, aos funcionários-associados, como
opção àquela oferecida pela empresa ou outra diversa.
Em comparação às da rua, tem a facilidade de acesso e a proximidade
do salão de jogos e praça de esportes, de modo que ninguém precise
se afastar desse ambiente de amizade e integração para comer e
beber, o que ajuda a atrair e manter pessoal participante.
Uma lanchonete, ou cantina, que disponha de um pequeno palco e
um bom número de mesas e cadeiras, poderá trazer de quando em
quando um conjunto musical para animar o ambiente, desse modo
elevando, mais uma vez, o nível de participação. Porém, com o
sucesso desses eventos, previna-se para o caso de associados quiserem
permanecer noite afora, o que pode ser problemático. Cuide para
que a duração dessas noites não seja longa, de modo que todos
possam voltar logo para suas casas, em tempo de dormir o suficiente
e descansarem para o outro dia, que pode ser de trabalho para alguns.
Saiba que as pessoas mais liberais ou até permissivas, à medida que
têm mais tempo, de noite e madrugada, tendem a comportamentos
que podem prejudicar a imagem do grêmio - tanto no conceito de
seus familiares quanto no da administração da empresa. Sem contar
as pessoas que, mesmo terminada cedo a noite do grêmio, vão para
outros lugares antes de retornar às suas casas, e dizem aos seus
cônjuges que estavam no grêmio. Embora, cada um faça o que
quiser de sua vida, este tipo de atitude indiretamente imputa uma
responsabilidade séria, a de, no mínimo, promovedor de tais
comportamentos. Coisa que nada tem a ver com os ideais gremistas.
Aproveitamos este exemplo para lembrar que ao Diretor-presidente
do grêmio, e sua equipe responsável, cabe sempre o exercício de
tentar prever qualquer coisa que seja involuntariamente prejudicial,
em suas realizações, para que evite conseqüências negativas.
Podemos chamar isso de “medidas de segurança”, para que os
objetivos a que se busca seja, só positivamente, alcançados.
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5.4 – Promoção de Vendas.
Uma oportunidade de expor, aos funcionários em geral, e com mais
vantagens aos funcionários-associados, diversos produtos e também
serviços, aos menores preços do mercado e com pagamento facilitado.
Em primeiro lugar, efetua-se o cadastramento das empresas ou
pessoas candidatas para esse atendimento. Empresas ou pessoas
estas que juntas têm uma diversidade de produtos e serviços
significativa e interessante a fornecer.
Depois, elabora-se um plano anual de promoções que, em relação
aos produtos, devem considerar sua sazonalidade, referência a datas
simbólicas e oportunidade. Observando-se ainda a freqüência dessas
promoções, a fim de que se evite saturar o poder de compra dos
funcionários-associados e não associados.
Prestes à realização de cada promoção efetua-se uma cotação de
preços e convida-se a empresa ou pessoa vencedora. Das vendas
realizadas, uma comissão de percentual combinado e estabelecido -
geralmente em torno de dez por cento - é destinada ao grêmio.
Para acerto na identificação dos valores de comissão, sugerimos
adotar-se um registro de vendas em pequeno formulário. Nele, as
informações podem referir-se a produto, valor, fornecedor e
funcionário comprador. Após seu preenchimento, ele pode ser
depositado em uma urna ou entregue a um responsável do grêmio,
para concorrer a prêmio. Medida que naturalmente incentiva o
controle das vendas, e elimina qualquer dúvida ou desconfiança
entre a associação e o promotor de vendas.
Lembre-se que: deve ser convidada uma empresa ou pessoa para
realizar sua promoção de vendas não porque oferece uma boa
comissão ao grêmio, mas porque proporciona produtos ou serviços
com qualidade, preços e condições mais favoráveis aos associados e
funcionários.
Uma área ou sala deve estar sempre disponível, nas dependências
gremistas, para essas promoções, esperadas e bem-vindas por muita
gente.
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5.5 – Convênios.
Há benefícios que, mesmo empresas que não proporcionam um
grêmio aos seus funcionários, os oferecem. Não nos referimos a
convênio médico, que é um benefício característico do departamento
pessoal e ambulatório da empresa. Nos referimos sim a convênios
relacionados com vendas, o que, com a existência do grêmio este se
torna seu criador e promotor.
Em primeira instância, é preciso levantar as principais necessidades
e interesses dos funcionários-associados por determinados produtos
ou serviços. Depois, estabelecer os contatos, analisar os benefícios
oferecidos, e contratá-los ou não. São muitas as possibilidades de
convênio existente no mercado. Resta ao grêmio, com base na
expectativa de seus associados e das empresas fornecedoras, conveniar
os benefícios correspondentes.
Num grêmio cuja empresa tem muitos funcionários-associados, por
exemplo, com automóvel, pode-se manter convênios com posto de
gasolina, oficina mecânica e elétrica, lava-rápido e autopeças. Pode-
se estabelecer, em geral, convênios com drogaria, lojas de roupas e
calçados, perfumaria, entradas para shows e espetáculos, parque de
diversões, etc..
É preciso verificar-se quais os mais oportunos e benquistos benefícios,
para serem conveniados. Há necessidades que podem ser comuns a
todos grêmios e outras que são particulares.
As vantagens oferecidas, nesses convênios, vão desde descontos até
pagamentos facilitados. Podendo o grêmio ser ou não o garantidor
do cumprimento dos negócios feitos. Tudo depende do que for
combinado e contratado. Sendo que, somente nos casos em que se
tem a garantia do departamento pessoal para se ressarcir, via folha
de pagamento, uma inadimplência do associado, é que se poderia
dar esse tipo de garantia. Sugerimos, no entanto, que nesses
contratos, o grêmio se isente desse tipo de garantia entre seus
associados e fornecedores.
Para o associado, o direito ao convênio, a princípio, depende da
apresentação de sua credencial: a carteirinha.
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Os convênios são como uma espécie de promoção de vendas externa,
com a diferença de que a promoção tem sobre si mais controle dos
negócios realizados.
O grêmio, nesta modalidade de benefício, visa apenas que seus
associados sejam bem atendidos, não tendo interesse em qualquer
comissão, embora, com raridade, possa haver.
De tempos em tempos, realiza-se uma pesquisa para
acompanhamento da qualidade. E, nos casos de reclamações ou
descumprimentos, de ambos os lados, procede-se às correções ou ao
descredenciamento respectivo.
5.6 – Realização de Eventos.
Sejam internos - torneios, concursos, cursos, festas - ou externos -
competições, excursões, passeios - são altamente necessários à
coletividade gremista, pois movimentam e dinamizam a
participação das pessoas. Fomenta a união para objetivos comuns,
como a formação de equipes para competições e de grupos para
aprendizados, confraternizações e outras realizações.
Esses eventos, aos quais dedicamos um capítulo inteiro - capítulo 6,
“Organização de Eventos” - devem ter sua variedade conforme a
expectativa dos associados.
Suas realizações devem ser estendidas por todo o ano. Uma boa
programação de eventos, entre outras coisas, denota uma competente
gestão.
Afora este positivo reflexo político, o que se deve é focalizar o bem
que representa aos associados, a criação, promoção e realização de
eventos.
5.7 – Salão de Festas.
É um espaço que, quando existente nas dependências gremistas, é
bastante apreciado. Deve ser provido de palco, microfones, caixas e
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mesa de som, banheiros, equipamentos de segurança, ventilação,
iluminação.
Nele pode-se realizar festas, reuniões sociais, bailes, apresentações de
música e teatro, shows, concursos de dança, poesia, beleza, desfiles
de moda. Pode-se ainda, se previsto em estatuto, ser locado pelos
associados que quiserem-no para festas particulares. Para tanto, é
preciso que sejam obtidas garantias financeiras referentes ao bom
uso e que jamais interfira na programação do grêmio. Nesse sentido,
deve ser reservado e pago com antecedência.
Usado com criatividade, organização e de forma ativa, muito
contribuirá na realização de eventos e na valorização do conjunto
de atividades.
5.8 – Vídeo-locadora.
Um grêmio de boa vontade faz tudo o que seus recursos permitirem,
para oferecer aos seus associados o máximo em benefícios.
Uma vídeo-locadora dá, mais um opção de obter seus dvds com
sucessos do cinema e filmes prediletos e cds de jogos além dos que já
se obtém nas locadoras da cidade.
Dentro do grêmio, uma vídeo-locadora, além de ser mais uma opção
para locação de dvds e cds, facilita pela proximidade, conforto e
disponibilidade aos usuários associados. E, como tudo que é
comercializado na órbita do grêmio tem suas vantagens econômicas
em comparação ao mercado, neste caso ocorre o mesmo. A
acessibilidade econômica deve prever, ou um preço de locação mais
barato ou pagamentos deslocados para os dias de recebimento de
salário, ou as duas vantagens em conjunto. Importa dizer que, ao
proporcionar tais facilidades econômicas nestas locações aos
funcionários-associados, o grêmio o tem que fazer sem absorver
qualquer prejuízo. Por isso, tudo deve ser bem elaborado.
Inicialmente, uma pesquisa dará conta de quantos têm vídeo-cassete
ou dvd e das preferências de gênero cinematográfico. Bem como,
se há interesse nesse tipo de serviço dentro do grêmio. Com a
61
resposta, será possível decidir se convém ou não implantá-la. Se a
resposta for positiva, poderá se montar um acervo na quantidade e
diversidade adequadas, segundo as predileções verificadas.
A vídeo-locadora também pode ser terceirizada, funcionando como
se fosse uma filial da loja contratada. Utilizaria uma sala nas
dependências gremistas e pagaria aluguel ou comissão.
Do mesmo modo que se tem a iniciativa para dispor uma vídeo-
locadora, outras formas de locações também podem ser criadas.
5.9 – Biblioteca.
Este é um benefício proporcionado aos associados gratuitamente.
Para sua implantação recorre-se muitas vezes a doações de pessoas,
bibliotecas públicas e editoras.
“A leitura é para a mente o que o esporte é para o corpo”, dizia um
anúncio do governo federal incentivando a freqüência às bibliotecas.
Numa sala bem iluminada, com algumas prateleiras, mesas e cadeiras
pode-se montar e pôr à disposição de todos uma biblioteca para
consulta local e para empréstimo, de livros, jornais e revistas. A esse
serviço, em que o associado leva para casa um livro durante alguns
dias, dá-se o nome de Seção Circulante.
Do mesmo modo que vídeo-locadora precisa ter suas fitas e cds
organizados por gênero, assuntos e características de interesse, a
biblioteca também. A facilidade de identificação e localização das
obras favorece as consultas.
Tanto vídeo-locadora quanto biblioteca necessitam de pessoas
responsáveis pela organização e atendimento.
5.10 – Comunicação.
É através do ato de comunicar que tornamos público e sabido todos
os benefícios oferecidos. Há que ser conduzida com muita
responsabilidade, pois dela depende muitas vezes o sucesso, ou o
fracasso, de um evento ou benefício, seja ele grandioso ou pequeno.
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A comunicação é essencial para que todos os projetos em prol dos
funcionários-associados sejam atingidos. Ela precisa ser eficiente e
eficaz para que atraia e estimule o interesse de todos quantos se
espera a participação. Caso contrário, se correrá o risco de fazer
muito e, no entanto, beneficiar poucos.
No contexto das propagandas e divulgações, se houver dúvida entre,
comunicar demais ou comunicar de menos, escolha a primeira, pois
nesse caso o grau de erro é menor.
Dada a importância que tem a comunicação, foi dedicado a ela o
capítulo 7.
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6 – ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS.
A realização de eventos movimenta e dinamiza a vida do grêmio,
aumenta o quadro de funcionários-associados e eleva o grau de
simpatia e apreço pela agremiação e pela empresa.
Cada evento carece de um tratamento particular e de uma
organização específica. De modo que suas organizações não devem
ser centralizadas em duas ou três pessoas. Mas sim, distribuídas
suas responsabilidades, a fim de que cada pessoa encarregada de um
evento possa nele se concentrar e se especializar. Cabendo à diretoria,
o apoio e supervisão.
Os tópicos deste capítulo são:
6.1 – Eventos internos
6.1.1 – Torneios
6.1.2 – Concursos
6.1.3 – Cursos
6.1.4 – Festas
6.1.5 – Consórcio financeiro
6.2 – Eventos externos
6.2.1 – Competições
6.2.2 – Excursões, passeios.
6.1 – Eventos Internos.
6.1.1 – Torneio ou Campeonato.
São eventos de competição esportiva, artística e de habilidades
diversas, em que os vencedores podem ser premiados com medalhas,
troféus, diplomas, objetos, bens ou quantia em dinheiro.
A palavra “competição” precisa ser bem tratada, pois do contrário
poderá transferir uma conotação negativa, ao acontecimento.
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Em razão dos objetivos do grêmio serem os da integração, amizade
e alegria entre as pessoas, a palavra “competição” pode ser substituída
ou vir sempre acompanhada da palavra “encontro”, posto que é
exatamente esta a principal intenção ao se realizar eventos.
Para todos os tipos de torneios ou campeonatos, no que se refere à
atitude e iniciativa da diretoria, sob o aspecto de uma organização
eficaz, há em comum alguns procedimentos:
a) Para saber antes se o torneio a ser realizado é o querido
pelos funcionários-associados utilize o recurso da
pesquisa. Porque, só através de uma consulta geral é
que se pode identificar, por ordem de benquerença, as
modalidades de torneio desejadas.
b) Dentre as pessoas interessadas em organizar cada
torneio, escolha aquela, cujas qualidades concorram à
realização do melhor evento possível. Quer dizer, aquela
pessoa que conheça e goste do assunto, saiba as regras,
tenha iniciativa e liderança, seja vibrante, responsável,
paciente e leal aos princípios do grêmio. Com o
permanente apoio da diretoria, é importante que esse
organizador realize o plano do evento do início ao fim,
já de antemão predisposto a não fraquejar e a não
desistir, diante dos problemas que certamente advirão.
c) Escolhida a pessoa para ser o organizador, deve ser
informada sobre os princípios gremistas e sobre as
diretrizes básicas para o torneio. Após o que, seguindo
o organizador por estas linhas, deve-se-lhe dar a
autonomia para organizar, conduzir e decidir seu evento,
bem como, o apoio para garantir-lhe o necessário em
materiais, local e equipamentos.
d) Essa pessoa, se precisar de outras para lhe auxiliar deve,
ela mesma, fazer suas escolhas e compor sua equipe.
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e) Para cada modalidade de torneio é indicado,
principalmente nos grêmios que não têm pessoas
exclusivas a ele, que a pessoa escolhida para organizador
deve sê-lo somente dessa modalidade para que nela se
especialize cada vez mais.
f) É positivo que se organize um arquivo com toda
documentação desses eventos, classificados por
modalidades e ordenados cronologicamente, como
registro histórico. Para que possa servir de consulta
futura, quer para simples conhecimento de quem se
interesse ou como fonte de informação e referência que
auxilie os próximos eventos.
Sob o aspecto da mesma boa organização, no que se refere às atitudes
do organizador, apontamos alguns procedimentos:
a) Fazer uma lista de tudo que for necessário à realização
do evento, seus preparativos, a produção, os bastidores,
o objetivo, o pessoal, os materiais e equipamentos e o
pós-evento.
b) Providenciar as regras da modalidade e as normas do
torneio. As regras podem ser obtidas em livros
esportivos ou através de federações das respectivas
modalidades. Enquanto que as do torneio,
normalmente criadas pela equipe do próprio
organizador, devem prever critérios de desempate e
classificação, premiações, disciplina, abrangências e vetos.
c) Comunicar com antecedência e qualidade para atrair
um número bastante de pessoas ou equipes para
inscrição nos prazos e formas definidos. Num grêmio
66
que tenha recolhimento de mensalidades dos
funcionários-associados, tradicionalmente não se cobra
taxa para inscrição.
d) Divulgar as datas, locais, número e nome dos
participantes, resultados, classificações, e tudo que for
importante, e de modo atualizado.
e) Concluir com solenidade de encerramento e premiação.
O que denotará, em primeiro lugar “organização” e
“consciência”, através do reconhecimento e
agradecimentos que se deve fazer àqueles que
colaboraram e apoiaram mais uma realização. Faça
por onde, no dia da premiação, acontecer, por simples
que seja, uma solenidade. Agradeça, parabenize, cite
alguns números estatísticos, enalteça a participação de
todos e premie. Após o que, com formalidade, encerre
o evento.
6.1.2 – Concursos.
Em alguns pontos pode-se confundir concurso com torneio, mas o
primeiro tem algumas características que lhe confere, com mais
propriedade, ser chamado de “concurso”. E o que é concurso,
dependendo da grandeza, também pode ser chamado de “festival”.
É, então, mais adequado denominar “concurso” a competição do
seguinte tipo: desenho, pintura, cartazes, painéis, poesia, crônica,
dança, música, beleza, palavras cruzadas, culinária, pipas, os “mais”
isso e aquilo - alto, gordo, magro, simpático, forte, criativo - e outras
habilidades ou qualidades.
Nesses eventos, em meio à descontração, talentos ocultos são
desenvolvidos e descobertos entre os funcionários, nossos colegas.
Quanto à organização e realização de concursos, considerar os
mesmos procedimentos apontados para os torneios.
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6.1.3 – Cursos.
Não é o que se chama exatamente de um evento, mas para se
enquadrar nas condições do grêmio, trata-se como tal. É um
acontecimento com duração curta, cuja carga horária é distribuída
em alguns dias ou semanas.
Em grêmios com grande infra-estrutura, como se fora um clube,
pode haver cursos permanentes para certas modalidades de esportes,
habilidades artísticas ou conhecimentos gerais. E mesmo nestes
existem também os cursos de curta duração e que são eventuais
como os que predominam nos grêmios menores.
O propósito destes cursos eventuais é oferecer uma base e noção
que iniciem a pessoa interessada para, a partir daí, com a habilidade
ou conhecimento adquiridos, praticar uma nova e opcional
atividade.
Estes cursos, dependendo de sua natureza e objetivo, podem ser
lecionados por instrutores internos ou externos.
Internos, quando entre os funcionários houver um que domine o
assunto e alcance o objetivo previsto. O instrutor interno, por
vivenciar já as dificuldades que se tem no grêmio e ser voluntário, é
mais econômico e tem a facilidade de acesso e horário.
Externos, quando, obviamente, não houver entre os funcionários
pessoa habilitada para ensinar o curso escolhido levando-se em conta
também o objetivo, ou seja, o grau de aprendizado que se queira
que os discentes obtenham. Nesse caso, ou se consegue uma doação
especial por parte deste instrutor, ou, como geralmente ocorre, se
paga pelo seu serviço. De modo, que indicamos que se cobre,
também, uma taxa dos participantes, o que, inclusive, influenciá-os
a valorizar mais o curso. Dispensando mais atenção e tendo mais
aproveitamento.
Alguns princípios de organização e realização, para esse evento,
devem ser extraídos dos torneios, tais como: pesquisa, escolha de
organizador responsável, produção e comunicação.
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6.1.4 – Festas.
Do chope, junina, da primavera, da criança, de natal e outras. O
organizador escolhido, da mesma forma que nos outros eventos,
deve tornar-se especializado em cada tipo de festa. As atitudes deste
organizador são, em síntese, comuns aos dos demais eventos:
relacionar tudo o que diga respeito à festa, planejando-a nos detalhes
e, com a necessária antecedência, ir concretizando o que for possível.
Devem ser considerados para qualquer tipo de festa os seguintes
pontos: tipicidade, número de convidados, local, infra-estrutura,
arranjo, equipes de trabalho, custo e benefício.
a) Tipicidade, ou aspecto típico: é relativo ao tipo de festa
que é próprio de uma dada época do ano ou das
características gerais que identificam particularmente
uma festa, distinguindo-a das outras. Por exemplo, festa
junina - há barracas de doces, salgados, pesca, caixa de
surpresa, bola nas latas, argola, correio elegante, fogueira,
quentão, pipoca, música e dança de quadrilha, vestimenta
caipira, bandeirinhas e fogos. Assim sendo, toda festa
tem seus atrativos que a torna singular, especial e muitas
vezes esperada pelas pessoas.
b) Número de convidados, ou participantes: em todo
evento que se deseja realizar deve-se considerar o número
de pessoas a que se propõe ou que se está capacitado a
proporcionar equânime satisfação. Deste número
dependerá a absoluta adequação dos demais pontos na
organização de qualquer festa.
c) Local: de conformidade ao tipo da festa e número de
convidados, ele deverá ter seu tamanho adequado,
considerando áreas cobertas e descobertas (ar livre), e a
máxima facilidade de acesso ou disponibilidade de
transporte.
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d) Infra-estrutura: qualidade das instalações gerais de modo
a oferecer a todos, segurança, conforto, serviço e
informação, tornando prático o atendimento de cada
necessidade.
e) Arranjo: montagem e disposição de todo mobiliário e
equipamento necessário ao evento.
f) Equipe de trabalho: o organizador é o maior responsável
pela realização do evento, mas precisa formar uma
equipe de pessoas voluntárias, dedicadas e interessadas
para, no conjunto, responder por todas funções. Convém
lembrar que nossas explicações têm o sentido de orientá-
lo para que você realize seus eventos com os recursos
humanos próprios de sua empresa ou do grêmio.
Todavia, se você quiser, pode optar por empresas e
profissionais especializados para praticamente todos
eventos. Eles fazem e providenciam de tudo para que o
seu evento seja um sucesso, bastando que se pague e se
acompanhe de vez em quando.
g) Custo: tem que ser notado não só em relação à
disponibilidade de caixa, mas também no que se refere
à importância de se realizar ou não um dado evento.
h) Benefício: sua avaliação precisa considerar o custo
necessário para fazer o evento em comparação às
vantagens que apresenta. Quer dizer, a que se constatar
a positividade dos resultados, às pessoas, ao Grêmio e à
empresa.
6.1.5 – Consórcio Financeiro.
Sistema onde um ou mais grupos são formados por pessoas que,
num certo momento, por sorteio ou lance, obtém uma quantia
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pré-definida. Quantia esta que, cada um poderia poupar
individualmente e resgatá-la no final, se o fizesse junto a um banco,
por exemplo. Mas que, num consórcio como esse, a pessoa tem a
possibilidade de obter o mesmo montante antes de poupá-lo
inteiramente - não se eximindo porém de sua obrigação de poupar
até perfazer o valor total. O que, conforme a necessidade de cada
um, pode ser uma vantagem.
É um benefício que aqui está classificado como evento, porque sua
realização também exige determinados cuidados e segue alguns
princípios dos eventos em geral. Porém o que importa, mais que
sua classe, é o atingimento de seus objetivos.
Para realização desse tipo de consórcio, considera-se: pessoas, prêmio,
prestações, tempo e regras.
a) Pessoas: que sejam reconhecidamente honestas ou, pelo
menos, que delas não se tenha nada em contrário.
Embora as regras possam e devam prever mecanismos
de segurança e garantia, que firmam a assunção de
responsabilidade civil, por parte dos consorciados, é
sempre melhor quando não se precisa recorrer a esses
meios. Por isso, se há suspeita ou dúvida sobre a
honradez de participantes num grupo de consórcio a
ser criado pelo Grêmio, é melhor não realizá-lo.
Evitando-se assim, aborrecimentos, prejuízos, desafetos
e inimizades. Entretanto, quando essa análise resulta-se
favorável, o consórcio pode ser feito. Sua realização é
de responsabilidade e autonomia do grêmio, no entanto,
é indispensável que ele tenha a permissão e o apoio da
empresa, para que esta lhe dê garantia de aplicação das
regras - como, por exemplo, desconto em folha dos
valores assumidos e autorizados. A partir daí, deve-se:
considerar a quantidade de pessoas interessadas, que será
exatamente o dobro do número de prestações de cada
participante - uma vez que, mensalmente há um sorteio
71
e uma disponibilidade para lance - e proceder aos demais
pontos.
b) Prêmio: a quantia, denominada “Prêmio”, a ser
transferida à pessoa, ora de direito, é determinada logo
na abertura do grupo, em razão do número de pessoas
participantes e da quantidade e valor das prestações.
c) Prestações: o valor mensal que os participantes
convencionam pagar, conforme o que têm em comum
- seus salários e disponibilidade financeira - e o prêmio
determinado, estabelecendo também sua quantidade.
d) Tempo: sendo as prestações saldadas mensalmente, basta
considerar a quantidade delas para que se tenha o
número de meses referente à duração do consórcio. Cuja
totalidade desse tempo constitui-se o prazo máximo para
que os últimos consorciados recebam seus prêmios.
Normalmente, o tempo estabelecido é entre quatro e
doze meses. Todavia, essa decisão fica a critério dos
organizadores ou dos futuros consorciados, podendo
ser maior, esse tempo, se assim o quiserem. Prevenimos,
no entanto, que não se aumente esse tempo, pelo motivo
dos problemas já citados.
e) Regras: precisam ser claras e simples, e comunicadas por
escrito a todos os consorciados. Devem tratar do valor
do prêmio e das formas de premiação, que podem ser
por sorteios - informar detalhes e datas - ou por lance -
informar oportunidades e limites - ou por decorrência
do tempo, quando os últimos consorciados ainda não
foram sorteados. Têm de explicar sobre as prestações: a
quantidade, freqüência, vencimentos e duração, bem
como seus valores e possíveis reajustes. Precisam prever
fatos como, a desistência de participação - com multa
72
para o consorciado. Devem estipular ou não, uma taxa
de serviço. Têm de informar, dessa forma, todos os
aspectos que envolvem seu funcionamento, de modo
que sejam sabidos por todos os consorciados, antes, na
formação do grupo e depois, durante o tempo de
realização.
O ganho do grêmio pode ocorrer quando dos lances dados. Porque
o consorciado que deseja obter rapidamente seu prêmio, pode ao
longo da duração do consórcio, dar seu lance em porcentagem - até
o limite previamente estipulado na regra, por exemplo, 3%, 5%, 8%
ou 10% - que será acrescida em todas as prestações que este
consorciado pagará daí em diante até sua quitação. O prêmio, neste
caso, por lance será dado ao consorciado que oferecer o maior
percentual, até o limite. Havendo empate em lances dados, procede-
se a um sorteio entre os participantes interessados. O percentual
oferecido será transferido ao caixa do grêmio.
6.2 – Eventos Externos.
6.2.1 – Competições.
Como nos demais eventos, também para as competições, precisam
ser nomeadas, pela diretoria, uma ou duas pessoas responsáveis
especificamente para isto. De modo que façam os melhores contatos
externos e as mais bem-sucedidas realizações.
As competições a que nos referimos podem ser participações em
torneios e campeonatos externos que valham troféus e premiações,
ou apenas encontros esportivos com outras empresas e seus grêmios.
Para as duas possibilidades, deve-se formar a equipe mais bem
preparada. Para que, independentemente de placares, se tenha uma
atuação digna, uma vez que se representa toda a empresa.
Se o encontro esportivo for entre uma seção que, isoladamente,
quer tê-lo com a outra empresa, é diferente. Pois, nesse caso, deixa
73
de existir a representatividade que nos referimos, não havendo
necessidade para seleção da equipe.
Os eventos esportivos internos têm que ser abertos a todos os
funcionários-associados, sem distinção, para que todos possam
participar de forma alegre e descompromissada no que tange à
preocupação com escores. Desses eventos internos é que, a pessoa
na função de técnico responsável da modalidade, através de sua
observação e análise, montará sua seleção a fim de representar a
empresa. Por isso, também, os eventos internos são uma
oportunidade para descobrimentos de talentos e valores.
Para as competições ou encontros esportivos externos é importante
se considerar, no processo seletivo, não só o aspecto técnico das
pessoas, mas também a disciplina.
São aptas a compor uma seleção as pessoas dotadas de:
- Talento e habilidade necessários à prática do esporte;
- Bom condicionamento físico;
- Boa vontade;
- Respeito;
- Ausência de individualismo;
- Pacificidade;
- Acatamento e comprometimento com as normas da
organização e com as instruções do técnico da equipe.
Sem estas características, um grupo de pessoas é apenas dissonante
e, suas vitórias seriam eventuais e nunca permanentes.
A participação de equipes do grêmio em eventos desta natureza
promove uma integração também com outras empresas, que, se
desconhecidas, passam a ser conhecidas. De forma que, os
relacionamentos de negócios, quando já existentes, ficam estreitados
e melhorados.
Há também, no campo recreativo e esportivo, uma troca de
experiências quanto à maneira que cada empresa desempenha seu
trabalho. Além do modo com que cada grêmio e equipe se
comportam e se organizam nestes eventos, dentro de sua sede ou
fora dela, e no dia a dia.
74
Através do esporte, guardando-se os devidos cuidados, os vícios são
suprimidos, a saúde é mantida, o corpo e a mente são desenvolvidos,
amizades são iniciadas e grupos são integrados. A prática do esporte
tem muito mais pontos positivos do que o contrário. Por isso deve
ser incentivado o quanto possível.
Para o grêmio que tem a vez - e sempre que tiver a vez - de receber
outro grêmio ou equipe em sua sede para um encontro esportivo,
sugerimos que inclua na sua lista de organização a atitude de proferir
uma mensagem aos visitantes com o seguinte conteúdo:
“Agradecer por suas presenças; que são bem-vindos; que o ambiente
que se tem é bom, é de amigos, é familiar; que a partida a ser
realizada não seja considerada um confronto, mas sim um encontro.
Que seja qual for o placar, todos sairão ganhando; que todos devem
ser respeitosos e leais; que seja esta oportunidade o início de um
bom relacionamento ou uma amizade. Que se possa ter muitos
outros encontros como esse; que após a partida estão todos
convidados a permanecer e participar do que se tem no grêmio. E
agradecer mais uma vez.”
Uma mensagem nestes termos, e revestida do exemplo do anfitrião,
anula ou sossega qualquer má intenção, animosidade e violência
daqueles que, ao invés de serem os adversários, passam a ser novos
companheiros de esporte.
Lembremos ainda que, quando a empresa se faz representar pelo
seu grêmio em participações como esta, ou as promove e patrocina,
ela está melhorando a sua imagem diante das outras empresas e
público, tornando-se, muitas vezes, mais conhecida do que era antes.
Sendo, neste aspecto, um elemento positivo de marketing na
propaganda institucional da empresa.
6.2.2 – Excursões, passeios.
Por meio de pesquisa descobre-se o grau de interesse dos funcionários-
associados em participar de excursões e passeios para eles e seus
familiares.
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Aproveitamos para dar um aparte e falar sobre a oportunidade de
uma pesquisa. Dificilmente uma pesquisa vai indicar-nos absoluta
e exatamente o que vai se suceder na realidade. Ela é, sempre, uma
referência com maior ou menor grau de previsão do que tende a
acontecer. Esse grau - maior ou menor - se conhecerá após a prática
de algumas pesquisas e sua posterior comparação com o que de fato
se sucedeu. Porque, dependendo da população - configuração do
grupo de pessoas consultado - pode-se obter resultados com fidelidade
à previsão observada ou até o contrário, o que é muito mal, pois
nos induz ao erro, se acreditamos na previsão feita. A prática ditará
o valor da pesquisa em relação ao grupo de pessoas para o qual a
destinamos, e em quais circunstâncias é mais oportuna e apropriada.
Excursão é passeio, e passeio é excursão, mas apontamos aqui
pequenas diferenças para melhor entendermos cada um e mais
especificamente tratarmos suas realizações.
“Excursão” é aquela saída em grupo, geralmente de ônibus, para
visitar uma localidade que fica a algumas horas distante, cujo fim é
o de conhecer seus pontos turísticos, belezas naturais e artificiais,
para ver, fotografar e sentir.
Enquanto que “passeio” é a partida de um grupo de pessoas, que
pode ser menor ou maior que o da excursão, geralmente de ônibus,
outras vezes em caravanas, de automóveis, por exemplo, mas que
vai para um lugar perto, uma cidade vizinha, um parque ou qualquer
atração que exista dentro da própria cidade.
Mesmo com estas diferenças, ambos, para serem realizados,
demandam cuidados, atenções e trabalhos comuns.
Se uma pesquisa bem formulada indicar:
- A benquerença de uma excursão ou de um passeio;
- As localidades mais preferidas para se visitar;
- O número suficiente de pessoas para compor o grupo.
Então, os organizadores responsáveis já podem começar o trabalho
e fazer a primeira excursão ou passeio.
76
Na pesquisa é necessário que se informe o valor aproximado da
passagem e forma de pagamento.
Um contato com grêmio de outras empresas ou pessoas amigas que
já tenham organizado estes eventos ajudará na obtenção de
informações importantes. A experiência conta, mas a iniciativa e
dedicação valem mais para um bom desempenho e para a conquista
dos melhores resultados.
77
7 – COMUNICAÇÃO.
O sucesso de todo empreendimento, independentemente de sua
natureza e objetivo, excetuando-se aqueles que devam ser secretos,
não prescinde a ferramenta da comunicação. E mesmo estes últimos
dependerão de uma comunicação específica.
Pode ser simples ou mais elaborada, contudo, deve ser eficiente e
adequada para atingir as pessoas que se quer envolver.
Por exemplo, uma indústria que investe no desenvolvimento de
um produto de grande benefício ao consumidor, se não der especial
atenção à embalagem e rótulo - que preserve e identifique
corretamente o produto - e, principalmente, a uma competente
publicidade - que utilize os meios de comunicação apropriados -
não terá seu produto conhecido no mercado, como poderia. Estará
desperdiçando então uma ótima oportunidade de sucesso. E do
outro lado, o consumidor também estará perdendo com isso, ao
deixar de aproveitar os benefícios desse produto, que certamente
quereria. Mas ainda nem sabe que ele existe. Nesse caso, são
inúmeros os prejudicados com uma comunicação deficiente.
Existe ainda o exemplo inverso deste. Em que uma empresa
desenvolve, consciente ou não, um produto ruim, que dará
problemas e dor-de-cabeça aos seus usuários. No entanto, essa
empresa investe alto numa ampla e eficaz campanha publicitária.
O mercado passa a conhecer o produto, sendo um enorme sucesso
de vendas. Até que os consumidores percebam o engano, a empresa
ganhou muito, restando àqueles ir atrás dos seus direitos.
Conclui-se então que a “comunicação” deve ser considerada com
especial atenção e responsabilidade. Deve-se ter o desejo, a iniciativa
e a dedicação para criar e realizar os melhores projetos possíveis
dentro do grêmio, aos funcionários associados e, somado a isso,
saber como divulgá-los e torná-los bem-sucedidos em todos aspectos.
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Os tópicos deste capítulo são:
7.1 – Imagem – nome, logomarca, cor.
7.2 – Quadro de avisos
7.3 – Cartazes
7.4 – Jornal interno
7.5 – Sistema de som
7.1 – A Imagem.
Assim como um produto tem seu nome e embalagem e uma empresa
a sua logomarca, o Grêmio não pode ser diferente. Tem um nome,
uma logomarca e suas cores; componentes que o identificarão sempre
que estiver à frente de qualquer atividade.
a) Nome: deve-se escolher um nome significativo, de
preferência bonito, que possa identificá-lo visualmente -
quando escrito e lido - e verbalmente - quando falado e
ouvido - durante toda a vida do grêmio. Pode ser
fantasioso, desde que preferentemente esteja relacionado
com o produto ou com o nome da empresa. Um bom
nome é, muitas vezes obtido, com uma sigla onde
sintetiza o nome por extenso do grêmio. Por exemplo,
GRETI ou TIGRE para o Grêmio Recreativo e Esportivo
de uma empresa que se chama, por exemplo,
Teletransportes Interativa. Um estudo gráfico,
relacionando todas as possibilidades de siglas e seus
significados, bem com suas sonoridades, levará
certamente à escolha de um bom nome, do qual se possa
dignar representá-lo e ser por ele representado.
b) Logomarca: é o sinal gráfico que identificará o grêmio
visualmente. É muito conveniente que ela exista. É um
componente na comunicação visual, que o personaliza.
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Confere à entidade um aspecto de inteligência e
organização. Para sua criação, pode-se solicitar os
serviços de um desenhista gráfico ou seguir algumas dicas
para resolver este assunto internamente, na empresa,
não com a mesma especialidade, porém, resolver. Sua
criação - depois de relevar o fato de que uma logomarca
deve tornar-se uma tradição e por isso ser feita projetada
para durar a vida do grêmio - toma como ponto de
partida o nome. Em seguida, considera a atividade da
entidade, que no caso, é o grêmio, e que é recreativa e
esportiva. Em terceiro lugar, leva em conta a empresa -
sua personalidade, cultura ou filosofia, sua logomarca,
seu prédio - e depois, seu produto. Destas quatro
considerações faz-se uma análise, a fim de extrair uma
forma sintetizada que represente dentro do possível um
ou todos esses pontos. A exemplo do estudo para busca
do nome, faz-se o mesmo para obtenção da logomarca.
Rascunha-se bastante, no computador ou à mão, escolhe-
se alguns, definem-se traços e aprimoram-se formas. A
logomarca pode ser uma combinação do sinal gráfico -
desenho ou forma escolhida - com o texto suporte - que
é o próprio nome do grêmio, também por extenso. Deve-
se prever sua utilização com e sem o texto suporte, assim
como, em dimensões ampliadas e reduzidas, e sua
aplicação em todos os espaços possíveis: cartões de visitas,
papel de carta, envelopes, camisetas, auto-adesivos,
cartazes, bandeiras e material esportivo.
c) Cores: integram a logomarca, contribuindo para a
identidade visual personalizada, embora nem sempre
se possa reproduzi-las. Podem ser escolhidas as próprias
cores que representam a empresa ou cores que dirão
respeito exclusivamente ao Grêmio. Uma combinação
bem feita tornará a logomarca mais bonita e também
os objetos e espaços onde essas cores aparecerem.
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7.2 – Quadro de Avisos.
É um dos meios mais simples, antigo e tradicional, mas que mantém
sua praticidade e eficácia, para comunicar as novidades.
Pode ser confeccionado ou adquirido com facilidade.
Quando não se tem “quadro de avisos” chama-se ao espaço para
afixação das informações de “mural”.
Quadro de avisos ou mural, deve ter sua localização em área de
fácil acesso e de grande circulação e passagem dos funcionários.
Não deve exibir comunicados que não digam respeito ao Grêmio,
seu espaço tem que ser exclusivo para que não cause confusão de
informações.
Na sua parte superior - cabeçalho - é positivo que contenha,
permanentemente, uma escrita, tipo: “O Grêmio (pôr o nome)
informa:”. Isto faz com que não tenham dúvida de que o espaço é
mesmo do grêmio. E o recurso da cor também pode ser usado para
auxiliar na diferenciação entre o quadro de avisos ou mural do
grêmio e o da empresa.
Pode-se expor, num quadro de avisos, mensagens diminutas ou
longas, em formatos pequeno ou grande. Pode conter apenas texto
ou terem ilustrações e serem mais persuasivas, como nos cartazes.
Pode ser reservado nele um campo próprio para anúncios
classificados, o que seria de grande valia a muitos funcionários,
associados ou não, para compra, venda, troca, serviços em geral que
podem ser divulgados. Sendo isto, mais um serviço do grêmio, além
de ser também mais um atrativo ao quadro, no conjunto do que
expõe.
Para os classificados não só se determina um pequeno espaço para
seu uso, como também se padroniza o formato de cada anúncio;
atribuindo ainda, a uma pessoa a responsabilidade para receber os
pedidos de inclusão no quadro e seu funcionamento geral.
81
7.3 – Cartazes.
No caso do grêmio, normalmente é feito em uma ou poucas
unidades, sendo facilitado a sua reprodução. Deve chamar a atenção,
em relação aos outros estímulos visuais do ambiente; despertar o
interesse quando lido; e incentivar a ação nele proposta. Para tanto,
precisa de um texto simples, claro e objetivo, aliado a um assunto
que tenha importância.
Havendo na empresa pessoa que possa ilustrar de forma
personalizada, com caricaturas, por exemplo, pode ser utilizada.
Com os recursos da informática tornou-se mais fácil o uso de
ilustrações de todo o tipo, tanto que é preciso cuidado para não
cometer excessos. O uso de uma ilustração deve ser no sentido de
reforçar o conteúdo da mensagem escrita, preferentemente de forma
agradável e oportuna, contribuindo com o objetivo da comunicação.
A maneira de se produzir um cartaz pode variar conforme os
recursos técnicos e materiais de que se dispõe, procurando, no
entanto, ser criativo, inteligente e motivador.
Note para que na sua forma o cartaz não tenha palavra quebrada
- que começa numa linha e termina noutra - a menos que seja
providencial. Faça uma composição prática entre as letras gráficas
que devem ser lidas à distância e a imagem que deve ilustrar a idéia.
Sinta a clareza e objetividade que deve ter. Certifique-se de que o
cartaz agrade ou choque as pessoas, dependendo da intenção. Mas
que, literalmente, dê conta de seu recado, se bem que a certeza do
sucesso ou não dele será verificada pela conseqüência da reação que
provocar.
Uma boa observação dos cartazes e informes publicitários existentes
por toda parte - revistas, jornais, outdoors, painéis, lojas, cinemas -
certamente o auxiliará no entendimento e apreensão de idéias
importantes que compõem esta forma de comunicação.
82
7.4 – Jornal Interno, ou Órgão Informativo.
Instrumento gráfico que presta um serviço importante ao grêmio e
à empresa. Tem a propriedade de poder tratar de cada assunto
detalhadamente, uma vez que aproveita a disponibilidade de tempo
que o leitor tem, em algum momento do dia, para buscar sua
informação.
Pode ser portador exclusivamente das mensagens e assuntos
gremistas, ou ir além no seu valor e importância ao incluir em suas
páginas assuntos também da empresa.
Pode fazê-lo em nível de prestação de serviço a todos funcionários
indistintamente informando referente a leis trabalhistas, resoluções
sindicais, para explicação de aspectos complicados.
Pode propagar com sutileza, idéias, história e filosofia da empresa,
fortalecendo sua cultura.
Pode tratar de assuntos de interesse geral, passatempo, curiosidades.
Mas principalmente, deve o “jornal interno” ou “órgão informativo”
- podendo também ter o formato de revista, mesmo que pequena -
comunicar acerca das ações do grêmio. Ações estas, que não são
poucas, pelo contrário, quando se tem uma equipe ativa na condução
gremista, são tantas que se faz mister uma programação no início
de cada temporada - seja mensal, bimestral, trimestral ou outra.
A divulgação de eventos e promoções precisa ocorrer sempre com a
devida antecedência, prevendo tempo para realização hábil de todo
o processo de inscrições, matrículas, pagamentos, documentações e
arranjos necessários.
Sua produção pode ser providenciada de maneira simples, após serem
redigidas todas matérias, o que pode ser feito por uma equipe de
colaboradores, cada qual tratando de um assunto, podem ser
incluídas ilustrações. Adota-se uma diagramação própria para este
jornal, a qual também passa a ser sua marca. A reprodução depende:
dos recursos de que se dispõe, da qualidade que se quer e da tiragem.
Podendo ser reproduzido através da reprografia - xerox -, da
83
impressão digital a laser, ou do offset. Sendo esta última modalidade
indicada para grêmios que tenham um número elevado de
funcionários-associados, tornando-se válido seu custo / benefício.
Seja a sua produção simples ou requintada, econômica ou
dispendiosa, tem que primar sempre pela qualidade das mensagens
e oportunidade dos assuntos. Também é importante que tenha um
nome representado em logotipo, relacionado ao grêmio e sugestivo,
que seja obtido através de um concurso para todos funcionários
criarem-no e escolherem-no. Será o cabeçalho do jornal
identificando-o daí por diante.
A freqüência com que será editado depende das programações e do
volume de atividades de cada grêmio.
O Jornal Interno é um veículo de comunicação que positivamente
também pode manter um espaço para classificados, ampliando seu
leque de benefícios.
7.5 – Sistema de Som.
Uma aparelhagem, mesmo que apenas proporcione música-
ambiente e seja utilizada para ritmar ginástica, já tem justificada
sua existência.
Agora, sendo composta por auto-falantes distribuídos pela sede,
microfones, amplificadores e caixas acústicas de grande potência,
pode-se promover eventos com a presença de grande público.
Pode servir para chamados, anúncios e informações rápidas com o
alcance imediato de seu objetivo. Além de ser muito útil para festas,
bingos, e apresentações de todo tipo.
Bem utilizado no dia-a-dia, entre uma música e outra, pode manter
atualizado os funcionários da empresa e os freqüentadores do
Grêmio, quanto à programação de eventos ou qualquer assunto
relativo à empresa.
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É um elemento colaborador importante, no conjunto das formas
de comunicação, que pode ser aproveitado pelo grêmio para atingir
seu objetivo de, às vezes mais rapidamente, tornar público um
assunto, idéia ou fato.
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8 – REUNIÕES.
Tal como numa empresa e em todo tipo de organização, também
no grêmio existe a necessidade do expediente da “reunião”.
Mencionamos tal assunto, aqui, não com o propósito de ensinar
especificamente sobre ele, mas apenas contribuir com algumas
noções, dada a sua importância que tem no auxílio de quem
administra. Neste sentido, a título de lembretes, deixo este texto
adaptado do livro “Como dirigir uma reunião”, de Maria
Pemperton, da Publicações Europa-América, 1982.
A realização de reuniões entre duas ou mais pessoas para resolverem
através de consenso, de forma representativa e democrática, facilita
propostas e decisões de interesse geral, à empresa, aos funcionários
e, no nosso caso, ao grêmio. Comunicar e saber, apresentar e ouvir
idéias, dirimir dúvidas, apontar caminhos e soluções, decidir e
resolver problemas, tudo em conjunto às outras pessoas: eis o mérito
da “reunião”.
As considerações a seguir focalizam o tema sob o contexto do
Grêmio, embora não o afaste de sua relação com outras áreas.
Os tópicos deste capítulo são:
8.1 – Necessidade;
8.2 – Pauta;
8.3 – Convocação;
8.4 – Duração;
8.5 – Periodicidade;
8.6 – Local;
8.7 – Realização.
86
8.1 – Necessidade.
Se os assuntos da pauta puderem ser tratados através de um e-mail
ou pelo telefone, de maneira simples, então não se precisa de uma
reunião. Esta só deve ser realizada quando a circunstância assim o
exigir ou quando sua realização trouxer mais benefícios.
8.2 – Pauta.
Elaborada com simplicidade e clareza, deve apontar seu objetivo e
citar os assuntos a serem abordados e o que se espera de cada
participante. Tendo ao lado de cada assunto citado o nome da
pessoa que por ele responderá.
O volume da pauta deve prever o tempo necessário para se chegar
ao objetivo - que pode ser o de comunicar, esclarecer, tomar
conhecimento, sugestionar, confirmar, questionar, discutir, escolher,
ponderar, acordar, decidir e resolver.
8.3 – Convocação.
Fazê-la com antecedência, de modo que os participantes tenham
tempo de preparar o que lhes seja pertinente.
Notar também que o número de participantes - diretoria, conselhos,
colaboradores ou o que precisar - seja o estritamente necessário,
para que não haja participação indevida e despropositada. O que
incorreria em desperdício de tempo, desgaste pessoal, desvio de
propósito e, muitas vezes, perda do objetivo principal.
8.4 – Duração.
É positivo que a duração de uma reunião não ultrapasse o tempo
mínimo necessário para tratar dos assuntos. É dever do orientador
87
da reunião, notar e intervir para que não haja redundância, nem
divagação. A reunião também não deve ser tão breve que salte
pontos importantes. Por isso, convém que sua pauta indique o
tempo necessário para cada assunto.
8.5 – Periodicidade.
Há muitos adeptos de que se deva realizar reuniões ordinárias -
com freqüência estabelecida, por exemplo, mensal, semanal, diária
- independentemente de se ter assunto para tratar ou não, só para
não se perder o costume. Mas, a experiência mostra que reuniões
que não têm motivo são prejudiciais, pois, além de desperdiçarem
tempo e energia, causam desinteresse para as reuniões de um modo
geral.
Por outro lado, quando se tem motivo e se apresenta uma pauta
necessária e, portanto, oportuna, a reunião deve ser realizada, tanto
de modo freqüente e ordinário com de modo extraordinário.
8.6 – Local.
Uma sala onde não haja interrupção é o ideal. Deve prever os
recursos necessários - TV, vídeo, slides, flip-chart, lousa, ou
simplesmente cadeiras e mesa - para sua melhor produtividade. A
postura das pessoas em torno da mesa favorece quando todos se
vêem de frente. Um copo d’água ou cafezinho para cada um,
conforme a duração e a circunstância.
8.7 – Realização.
Com os participantes já presentes e tudo pronto, o orientador da
reunião assume, informando inicialmente, os objetivos ou a
finalidade clara e patente para que estão reunidos. Após o que, ele
88
esclarece sobre o assunto a tratar, ou pede para que a pessoa mais
envolvida com o tema o faça; ou ainda, ingressa no assunto por
meio de uma pergunta a um dos membros ou a todos.
Uma vez que o grupo já esteja tratando do assunto, seja debatendo-
o, esclarecendo-o ou decidindo, o orientador retoma de vez em
quando para proceder a resumos - de decisões e de tarefas a cumprir
- a fim de que o secretário possa anotá-los na ata e todos saibam
claramente das resoluções.
O orientador também deve observar os comportamentos, pois há
os que falam demais, os que nada falam, os que criam problemas e
os que concordam com tudo. E, na medida do possível e do
necessário, deve intervir para que a participações sejam mais
autênticas e democráticas.
O orientador tem, portanto, que manter sob controle o atingimento
do objetivo. De forma que, a cada desvio no rumo das conversas,
deve por ele ser retomada a devida trajetória.
Ao terminar a reunião, seja pelo tempo findo ou pela conclusão do
assunto, deve o orientador ressaltar a todos a importância de suas
participações, bem como agradecer a atenção e o empenho de cada
um. De forma que, ao saírem da sala, estes participantes tenham o
sentimento de haverem contribuído ao processo.
89
9 – GESTÃO, MANDATO.
Período no qual uma equipe administrativa - diretoria e
colaboradores - se torna responsável pela:
- Manutenção das conquistas obtidas;
- Criação de planos e suas realizações;
- Continuidade das ações em prol dos associados;
- Dedicação na busca do sucesso do grêmio.
Assim como a equipe administrativa - que dependendo do número
de funcionários da empresa, é ou não constituída através de
assembléia geral, para votação de conselho deliberativo, conselho
fiscal e diretoria executiva - a gestão também é um dos tópicos
abordados nos estatutos sociais, que deve prever seus aspectos e
duração.
“Não imagine jamais nenhum governo poder tomar decisões
inteiramente acertadas; pense, sobretudo, em que terá de tomá-las
sempre incertas, porque isto está na ordem das coisas, que nunca
deixa, quando se busca impedir algum inconveniente, de cometer
outro. A prudência está exatamente em saber conhecer a natureza
dos inconvenientes e adotar o que for menos prejudicial como sendo
bom.” Capítulo XXI de O Príncipe, de Maquiavel.
Os tópicos deste capítulo são:
9.1 – Primeira gestão, de fundação.
9.2 – Duração
9.3 – Eleições
9.1 – Primeira Gestão, de Fundação.
Constituída a equipe de trabalho, conforme os estatutos sociais
(capítulo 3, “Administração”) e segundo os critérios de sua formação,
90
tem que se pôr em atividade já desde o primeiro momento. Porque
o mais provável, é que esta equipe tenha mais volume de trabalho -
de criação e realização - e uma responsabilidade mais significativa,
do que as equipes das próximas gestões. Até por isso, tem esta
primeira equipe, o nome de cada componente registrado nos
estatutos de modo definitivo.
O sucesso dessa primeira gestão é de grande importância para a
conquista da simpatia e confiança dos associados. Embora não
seja isso, condição indispensável para que a próxima equipe gestora
dê boa continuidade.
9.2 – Duração.
Uma gestão deve pressupor tempo suficiente para que uma equipe
de trabalho possa realizar seus planos. É preciso que tenha um
mínimo de prazo para dar sua contribuição e também deixar sua
marca positiva na história do grêmio.
Entretanto, não deve também ter um tempo longo. De maneira
que se evite qualquer possibilidade de acomodação por parte de
alguma equipe, que perdurasse no posto. Assim, fica prevalecido o
dinamismo entre as gestões, para que várias equipes tenham espaço
para praticar seus planos em favor da entidade.
Nesse contexto, indicamos o período de dois anos como sendo
adequado à natureza do Grêmio, dentro de uma empresa.
9.3 – Eleição.
Os critérios, regra e forma de eleição para escolha do comando do
grêmio, a cada gestão, são previstos pelo Estatuto Social.
Quando há na empresa número suficiente de associados para
formação de conselhos deliberativo e fiscal e diretoria executiva,
indicamos a realização de assembleia geral. Nesta, obtém-se a
votação de todos funcionários-associados para escolha dos conselhos,
91
que por sua vez escolherão a diretoria executiva a partir de uma das
chapas candidatas ou não a presidente e vice-presidente. Os quais
comporão sua equipe: diretores, secretário, tesoureiro, administrador.
Já numa empresa, com número insuficiente de associados para
formação destes conselhos, realiza-se com todos uma votação para
escolha - dentre as chapas candidatas - de presidente e vice-presidente;
que formarão sua equipe de colaboradores.
Existe a opção de que os conselhos deliberativo e fiscal, uma vez
constituídos, numa eleição de assembleia geral, sejam definitivos,
não se alterando de gestão para gestão. Já a diretoria executiva tem
sua alteração a cada gestão, podendo ser votados e escolhidos pelos
funcionários-associados o presidente e vice-presidente de uma das
chapas candidatas, ou apenas escolhidos pelo conselho deliberativo.
Tudo depende do ambiente democrático que se queira ou se possa
ter.
É importante que o grêmio, com o apoio da empresa, elabore bem
seus estatutos. Dotando-os, por exemplo, de mecanismos que
preservem sua integridade e que fortaleçam seu ideal, independente
da equipe gestora. Nesse caso, indicamos que haja a participação de
todos funcionários-associados para a escolha de presidente e vice.
Tanto na situação em que os conselhos sejam definitivos como na
condição em que durem apenas a mesma gestão.
Definidas as formas de eleição, é importante que se divulgue e se
realize com a devida antecedência. Porque o processo de passagem
entre uma gestão e outra precisa ser participada por ambas equipes,
para que não se quebre o ritmo e a continuidade. Uma quinzena,
depois da apuração e resultado da eleição, é tempo conveniente para
este processo. Sendo a divulgação da eleição e abertura das inscrições
aos candidatos com a anterioridade de um mês. Para que possam
fazer propaganda de suas chapas, plataformas e planos, enquanto
que a equipe responsável pela eleição, também tenha tempo para se
organizar. De modo que tudo saia dentro do previsto, com lisura,
neutralidade e competência, conferindo ao processo a confiança
que todos precisam.
92
93
10 –DEDUÇÕES DO IMPOSTO DE RENDA E
CONTABILIDADE.
Os tópicos deste capítulo são:
10.1 – Deduções do Imposto de Renda
10.2 – Contabilidade
10.1 – Deduções do Imposto de Renda.
A empresa, ao fazer doações para o seu grêmio, pode deduzir do
imposto de renda o valor doado até 2% (dois por cento) do lucro
operacional. Conforme estabelece a lei nº 9.249 de 26 de Dezembro
de 1995, em seu artigo 13, parágrafo II, inciso III, alíneas a, b e c.
A doação deve ser feita através de depósito em conta corrente da
entidade beneficiária. E a empresa deve receber desta entidade - o
grêmio - um documento que comprove o recebimento da doação e
que expresse o comprometimento de sua aplicação, estritamente
nos fins estabelecidos pelo estatuto social.
Segundo esta lei, a empresa só poderá realizar a dedução se o grêmio
for reconhecido como de Utilidade Pública através de decreto federal
- ato formal de órgão competente da União, Ministério da Justiça.
Sobre Utilidade Pública versa a lei nº 91 de 28 de Agosto de 1935 e o
decreto nº 50.517 de 2 de Maio de 1961.
A lei nº 8.313 de 23 de Dezembro de 1991 trata do Programa
Nacional de Apoio à Cultura.
Ver também o artigo 213 da Constituição.
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Como já dissemos, a legislação pode sofrer mundanças, de forma
que é importante consultá-la antes de qualquer atitude, para inteirar-
se de eventual atualização.
Um link para, gratuitamente, acessar toda a legislação federal é:
http://www.presidencia.gov.br/legislacao/
10.2 – Contabilidade.
Como entidade sem fins lucrativos, o grêmio é isento de uma
contabilidade que apresente ou publique balanço e todos os
lançamentos em contas específicas, como faz uma empresa.
Sua obrigação se dá na escrituração do livro Caixa, para controle
interno de toda movimentação e para apresentação, quando
solicitado, à Fiscalização da Receita Federal.
Se o grêmio preferir, além dessa escrituração e controle, também
poderá realizar lançamentos, balancete e balanço. Do mesmo modo
que não há obrigatoriedade disto, também não há impedimento.
Se o fizer, no entanto, obterá maior controle e visualização de seu
patrimônio.
O que constitui uma obrigatoriedade, por parte do grêmio, é a
apresentação, à Secretaria da Receita Federal, de uma Declaração
de Isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, que deve feita todo
ano, até o último dia útil de Junho, referente o exercício de Janeiro
a Dezembro do ano anterior. Segundo o próprio formulário que
deve ser utilizado para esta declaração, os requisitos essenciais para
gozo da isenção são os seguintes:
I – Não remunerar seus dirigentes - exceto para instituições
de educação ou de assistência social;
II – Não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou
de suas rendas, a título de lucro ou participação no resultado;
95
III – Aplicar integralmente, no país, os seus recursos na
manutenção e desenvolvimento de seus objetivos
institucionais;
IV – Recolher os tributos devidos sobre os rendimentos por
ela pagos ou creditados;
V – Entregar, anualmente, sua Declaração de Isenção, na
forma da I.N.S.R.F. 71/80;
VI – Manter escrituração de suas receitas e despesas em livros
revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão;
VII – Prestar, à repartição lançadora do imposto, as
informações determinadas em lei.
Nota: O não cumprimento de qualquer dos itens acima
implica na suspensão ou perda da isenção.
Esta obra foi licenciada com Creative Commons
Atribuição - Uso Não Comercial
Com base no trabalho disponível em
www.jrjeronimo.com.br.
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SOBRE O AUTOR
José Roberto Jerônimo
· Pós-graduado em Administração de Empresas, Universidade
Mogi das Cruzes.
· Bacharel em Comunicação Visual, Universidade Guarulhos.
· Ex-Presidente de grêmio recreativo para empresa.
· Estudioso do comportamento humano, através da
neurolinguística, psicologia, metafísica, filosofia,
espiritualidade, inteligências múltiplas e emocional.
· Negociador, Administrador e Comunicador Visual.
· Honra ao mérito pelo Exército Brasileiro.
· Autor dos livros “O Passo do Grande Espírito”, “Como se
Tornar um AsnoVolante em 19 Lições Erradas” e “Acima
da Vitória”.
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