ser para o exercício da liberdade, dentro de uma concepção de educação como processo
dinâmico, continuado e permanente, de formação e de transformação do gênero humano”. E
acrescenta: “deve ser liberal no sentido de conservação e aprimoramento da herança cultural
em sentido amplo, isto é, de um conjunto de valores intelectuais adquiridos, valores culturais
vividos e valores morais herdados ou escolhidos ao longo da vida”.
A cooperativa-escola faz parte da estrutura pedagógica para a habilitação do Técnico
em Agropecuária ao mesmo tempo em que serve de órgão executor dos projetos técnicos
conjuntamente com as Unidades Educativas de Produção das Escolas Agrotécnicas Federais.
Convênio de Cooperação Técnica, Pedagógica e Financeira (2006, p. 02)
Torna-se evidente que o aluno além de ser contemplado com benefícios sociais poderá
desfrutar do direito de participar dos destinos de sua entidade, conjuntamente com os demais
colegas cooperados onde são representados por um conselho administrativo e um conselho
fiscal eleitos democraticamente. Vale ressaltar que este é um fato de suma importância para a
sua formação. Pois, é através da cooperativa-escola que se estimula o aluno a exercer o
trabalho pela cooperação, pelo auxílio mútuo e pela solidariedade. Tudo isso por meio da
construção conjunta da pessoa humana e da gestão democrática. Pois, como afirma Freire
(2007, p. 93) “se alguém não é capaz de saber-se e sentir-se tão homem quanto os outros, é
que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste
lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos; há homens que, em
comunhão, buscam saber mais”.
A cooperativa-escola de acordo com seus propósitos e, sendo uma entidade
organizada, poderá defender a educação tecnológica, a qualidade de ensino e a escola pública.
Isso ocorrerá na medida em que se torne realidade a implantação de projetos educativos por
meio de parcerias e de convênios com a própria escola e com outras instituições afins. Sendo
assim, essas cooperativas precisam ser mais bem preservadas e fortalecidas, para que se
viabilize uma integração entre as pessoas de um mesmo nível educativo e cultural, imbuídas
de um desejo de desenvolver um projeto social capaz de vencer as barreiras impostas pelo
modelo econômico atual.
Na visão de Pinho (1995, p. 45), este segmento de cooperativismo deve “criar e
desenvolver no aluno o espírito de solidariedade, de compreensão e de auxílio mútuo, estreitar
os liames de amizade entre escolas e os pais de alunos e facilitar a educação intelectual, moral
e cívica ministrada no estabelecimento de ensino”. Portanto, a iniciativa de elaborar e
implantar projetos que tenham por fim fomentar o desenvolvimento do cooperativismo
educacional, reorganizar o modelo de cooperativa-escola e assistir o jovem cidadão no sentido
de criar e viver com ele o novo será sempre bem vinda.
Nesse sentido, afirma Ribeiro, (2007, p.111) “as cooperativas-escolas que funcionam
em escolas técnicas agrícolas poderiam incluir um permanente debate sobre o seu papel na
formação do técnico agrícola dentro do contexto social em que se dá esta formação, o que
contribuiria para fortalecer as relações com a comunidade local e para definir, com maior
clareza, as alternativas de permanência dos filhos dos agricultores na terra e a contribuição
que o cooperativismo poderia significar para o alcance deste objetivo”.
É possível que seja valioso aproximar o conhecimento formal, vivenciado em sala de
aula, do conhecimento informal do mundo das cooperativas, sindicatos e associações dando
oportunidade ao estudante de vivenciar um processo interativo com a sociedade.
É como sinaliza Belezia (2008, p.11) “as cooperativas devem incorporar à sua
organização os princípios da cooperação e da autogestão, garantindo relações democráticas,
autônomas e participativas entre os cooperados, que devem responsabilizar-se plenamente
pelos destinos da sua cooperativa”.
E acrescenta que “tratar de Cooperativa-Escola representa tratar de cooperativismo e
educação. E, se cooperativa é o local onde se pratica o cooperativismo, ou seja, a doutrina