Tabela 6. Classificação dos membros das redes sociais dos entrevistados de
acordo com os sectores de sociabilidade.
Entrevi
stados
Família
(%)
Amigos
(%)
Colegas de
estudo ou
trabalho
(%)
Relações comunitárias, de serviço ou de credo (%)
Associações
voluntárias
ou ONGs
Serviços
de saúde
Vizinhan
ça
Igreja
Pacientes
HIV+
Profis.
Saúde
1.
44,4 11,1 0,0 11,1 5,5 27,8 0,0 0,0
2.
58,3 16,6 16,6 0,0 0,0 8,3 0,0 0,0
3.
70,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 30,0 0,0
4.
0,0 25,0 0,0 0,0 0,0 25,0 50,0 0,0
5.
10,0 15,0 20,0 30,0 0,0 10,0 15,0 0,0
6.
50,0 14,3 0,0 0,0 0,0 7,14 28,6 0,0
7.
23,1 23,1 7,7 7,7 0,0 15,4 23,1 0,0
8.
23,1 23,1 7,7 15,4 7,7 23,1 0,0 0,0
9.
40,0 20,0 10,0 0,0 0,0 30,0 0,0 0,0
10.
31,3 25,0 12,5 0,0 0,0 18,8 12,5 0,0
11.
27,3 18,2 0,0 45,5 0,0 9,1 0,0 0,0
12.
53,8 15,4 15,4 0,0 0,0 7,7 7,7 0,0
Média 35,9 17,2 7,5 9,1 1,1 15,2 13,9 0,0
Fonte: Levantamento direto.
Este setor corresponde ao terceiro quadrante do mapa de rede de Sluzki e
representa no seu conjunto 39,3% dos relacionamentos significativos. Esse dado deixa
claro que um número significativo de relacionamentos sociais importantes é
estabelecido após o conhecimento do diagnóstico, a partir da inserção do portador nas
instituições de tratamento e organizações de serviço contra a AIDS, o que põe em
relevo o papel do HIV e da AIDS na reorganização e manutenção das relações sociais.
Ou seja, contrariamente a algumas tendências apontadas na literatura, sobretudo na
psicologia clínica, que colocam a ênfase na ruptura do vínculo social, o HIV/AIDS
pode ser considerado como uma forma de vínculo social: muitos relacionamentos
sociais importantes são recriados, se nutrem ou se renovam a partir da própria
experiencia doença. Isso é especialmente verdade se observarmos o percentual de
incluído na sua rede de relações significativas, talvez por ser uma representação simbólica da cura. A
relação com outros pacientes representa apenas 1,1%, como se pode observar a partir da tabela 6.
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