Eu vejo uma grande diferença porque na época o atendimento era
individual, a gente tava na agência e talvez pelos recursos comunitários que
era muito escassos, não havia colegas, profissionais noutras instituições,
então a maioria iam para a Previdência solicitar qualquer tipo de recurso,
principalmente recursos financeiros, cesta básica, auxílio transporte, [...] a
finalidade nem era a Previdência, era alimentação, então isso aí acabou. A
procura agora é mais técnica mesmo. Está bem relacionado a problemas
relacionados daqui mesmo, de processos na previdência. Mas o usuário
sempre é o mesmo. Eu acho que ouve uma valorização muito grande do
profissional, um reconhecimento, em Uberaba eu acho que deu um salto
enorme da época para agora. E um grande marco para o reconhecimento e
conhecimento do Serviço Social foi o início do BPC em 1996. (OA).
Eu acho que não mudou muita coisa não. Continua um cabresto do mesmo
jeito, muito dependente de mudanças estruturais [...] O que eu acho, é que
o usuário ta mais conscientizado dos direitos dele, a diferença é essa, mas
que a gente ainda continua batalhando, o cabresto, a estrutura, porque o
problema principal, eu acho que é a estrutura, de família, de falta de
tolerância, agora, o usuário está mais conscientizado, e conhece o que é
assistência social. (MAC).
A gente fazia o atendimento individual de tentar contornar o conflito entre
usuário e instituição; a providência de documentação pra tratamento
médico, isso bem no início mesmo, a gente tinha os programas de
atendimento geral, os atendentes nos guichês encaminhavam aqueles
casos para nós que precisava da nossa intervenção, tinha aqueles que
eram sistematicamente encaminhados que era assistência jurídica, que a
gente tinha convênio com o cartório, com advogados a gente pagava por
esses documentos, então esses eram sistematicamente encaminhados, e o
que era também na época a gente fornecia implementos profissionais que
seria uma reabilitação, por exemplo: fazer um curso de cabeleireiro, a gente
fornecia implemento profissional para as pessoas bem no início, então eu
fiquei nessa área, na agência mesmo durante 18 anos, fazendo essa
intervenção, depois eu vim para gerência em 1991 então eu coordenava
não a parte técnica, a parte administrativa, [...]. Mas durante esse tempo
todo houve muitas mudanças, projetos de divisão mesmo profissional. [...]
Os profissionais foram se aposentando. Não houve concurso mais. A gente
está propondo que volte a ter mas, não sei se é o que vai acontecer, acho
que não é pra esse ano, mas provavelmente pro ano que vem concurso pra
assistente social, porque houve uma mudança na carreira do servidor mas
eles vão ter técnico/ assistente social, pra que supra essa falta na
reabilitação e no serviço social, que atualmente no Brasil nós somos só 650,
e o mínimo seria uma em cada agência e nós temos mais de 1500
agências. (OA).
[...], eu e a Kátia fomos implantar o serviço social lá no Centro de Saúde. Eu
estava no sanatório eu fiquei nos dois esse período e depois eu saí do
sanatório e fui participar de um projeto de atendimento a pacientes
psicóticos na Clínica de Psicologia na UNIUBE lá eu fiquei por volta de uns
sete meses mais ou menos, nós fizemos essa implantação, nós tínhamos
supervisão em Belo Horizonte uma equipe, de psiquiatra, psicólogo,
assistente social [...] a UNIUBE que arcava com essa supervisão, nós
montamos o projeto. [...] Foi em 1987. Porque foram sete meses que eu
fiquei, mais ou menos de março a outubro de 1987 e nesse período eu fui
especificamente para fazer parte dessa equipe e montar esse trabalho de
atendimento ao psicótico, que aqui não tinha outra pessoa pra montar o
projeto, mas eu saí então em outubro porque eu fui chamada pela FUNEPO
eu tinha feito tinha participado de um processo de seleção, não era ainda
um quadro permanente, fui classificada, passei e fui chamada, nesse
processo foi a Ângela em 1º eu em 2º e a Kátia em 3º lugar, a Ângela e eu