Download PDF
ads:
LEONARDO SARNO SOARES OLIVEIRA
AGRESSIVIDADE DE ISOLADOS DE Ceratocystis fimbriata EM
CLONES DE Eucalyptus spp.
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Fitopatologia, para obtenção do título
de Magister Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
LEONARDO SARNO SOARES OLIVEIRA
AGRESSIVIDADE DE ISOLADOS DE Ceratocystis fimbriata EM
CLONES DE Eucalyptus spp.
Dissertação apresentada à
Universidade Federal de Viçosa,
como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em
Fitopatologia, para obtenção do título
de Magister Scientiae.
APROVADA EM: 22 de julho de 2010
_______________________________ _____________________________
Luiz Antonio Maffia Prof. Eduardo Seiti Gomide Mizubuti
(Coorientador) (Coorientador)
______________________________ ______________________________
Dr. Reginaldo Gonçalves Mafia Dr. Lúcio Mauro da Silva Guimarães
______________________________________
Prof. Acelino Couto Alfenas
ads:
(Orientador)
Ao mestre, exemplo de dedicação e profissionalismo na Patologia Florestal
Professor Acelino Couto Alfenas
DEDICO
ii
AGRADECIMENTOS
À Deus por estar aqui.
À minha família, Antonio, Helena, Tereza e Zaia (in memorian), pelo amor
e apoio durante todas as etapas da minha vida, inclusive neste trabalho.
À Universidade Federal de Viçosa pelo apoio na execução do trabalho e
minha formação.
Ao Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Viçosa
pelo curso a mim oferecido e suporte para que este trabalho acontecesse.
Aos Professores da UFV pelos ensinamentos ao longo de toda minha
vida universitária na graduação e na pós-graduação.
Aos Funcionários de UFV e do Departamento de Fitopatologia pela ajuda
na execução das atividades.
Ao professor Acelino Couto Alfenas pelos ensinamentos e amizade
desde o início da minha formação profissional, fornecendo sempre suporte e
conhecimento.
À Márcia Brandão pela amizade, auxílio e paciência durante todo o tempo
que trabalhei no laboratório de Patologia Florestal.
Aos amigos de Laboratório pela amizade e ajuda sempre que necessária.
Aos meus amigos da Engenharia Florestal que acompanharam a minha
formação durante vários anos na UFV.
Ao Márcio, Fred, Serjão, Vitor, e demais floresteiros pela amizade e
histórias construídas em Viçosa.
Às amigas Bruna, Camila, Nanda, Ana Cláudia, Aninha e demais
floresteiras pela amizade construída em Viçosa.
À Lívia pelo companheirismo durante muitos anos.
Aos amigos da Ventania e de república pelo convívio.
Aos amigos do departamento de Fitopatologia pela amizade, convívio e
troca de experiências profissionais.
À todos que direta e indiretamente contribuíram para realização desta
obra.
iii
BIOGRAFIA
Leonardo Sarno Soares Oliveira, filho de Antonio de Oliveira Soares e
Maria do Rosário Sarno de Oliveira, nasceu no dia 13/05/1986 na cidade de
Alpinópolis, Minas Gerais.
Ingressou na Universidade Federal de Viçosa no curso de Engenharia
Florestal no ano de 2004. Foi bolsista de iniciação científica de 2005 a 2008 no
Laboratório de Patologia Florestal com a orientação de Acelino Couto Alfenas.
Fez intercâmbio na Austrália por cinco meses no ano de 2008.
Colou grau no ano de 2009 e em seguida ingressou no mestrado no
Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia pela mesma Universidade na
área de Patologia Florestal sob orientação de Acelino Couto Alfenas.
iv
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................. VI
ABSTRACT .............................................................................................................................. VII
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
2. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................................... 3
2.1. ISOLADOS ................................................................................................................................... 3
2.2. MATERIAL VEGETAL ...................................................................................................................... 4
2.3. INOCULAÇÃO ............................................................................................................................... 5
2.4. AVALIAÇÃO ................................................................................................................................. 6
2.5. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISES ............................................................................................. 6
3. RESULTADOS ......................................................................................................................... 7
4. DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 11
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 14
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ............................................................................................... 15
v
RESUMO
OLIVEIRA, Leonardo Sarno Soares, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa,
julho de 2010. Agressividade de isolados de Ceratocystis fimbriata em
clones de Eucalyptus spp. Orientador: Acelino Couto Alfenas.
Coorientadores: Luiz Antonio Maffia e Eduardo Seiti Gomide Mizubuti.
Espécies do complexo Ceratocystis fimbriata sensu lato (s.l.) são
importantes patógenos de um grande número de plantas arbóreas e herbáceas,
com destaque para a cultura do eucalipto. A doença causada por C. fimbriata,
denominada murcha-de-ceratocystis, é considerada emergente e de difícil
controle por se tratar de um patógeno vascular e com ampla gama de
hospedeiros. A principal forma de controle da doença é feita pelo plantio de
material resistente, mas a possível variabilidade na população do patógeno pode
comprometer a seleção de genótipos resistentes. Neste trabalho, avaliou-se a
variabilidade patogênica de isolados de C. fimbriata obtidos de plantas de
Eucalyptus spp. no Brasil. Foram inoculados dez isolados do fungo em dez
clones comercias de Eucalyptus spp. O experimento foi realizado em
delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial composto de dois
fatores (clone X isolado), com quatro repetições. Aos 60 dias após a inoculação,
avaliou-se o comprimento de lesão no lenho em relação a altura da planta (% de
tecido doente). Os isolados apresentaram variabilidade patogênica,
diferenciando em vários níveis de agressividade. Os isolados ANG1 e PT15
foram os menos agressivos, causando infecções em apenas um clone. Os
isolados RM35 e PT12 foram os mais agressivos, sendo que o primeiro foi capaz
de infectar oito dos dez clones inoculados. Os demais isolados tiveram valores
intermediários e variaram a agressividade de acordo com o clone avaliado. Os
clones 386 e A06 foram os mais resistentes, enquanto 1172 e 1288 os mais
suscetíveis. Esses clones altamente resistentes e altamente suscetíveis podem
ser utilizados como comparadores nos experimentos de inoculação controlada e
no campo. O resultado do presente trabalho permite concluir que existe
variabilidade patogênica na população de C. fimbriata de Eucalyptus spp. e que
os isolados mais agressivos são recomendados para as inoculações artificiais
visando a seleção de genótipos resistentes à doença.
vi
ABSTRACT
OLIVEIRA, Leonardo Sarno Soares, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa,
julho de 2010. Aggressiveness of isolates of Ceratocystis fimbriata in
clones of Eucalyptus spp. Orientador: Acelino Couto Alfenas.
Coorientadores: Luiz Antonio Maffia e Eduardo Seiti Gomide Mizubuti.
Species of the complex Ceratocystis fimbriata sensu lato (sl) are
important pathogens of a large number of woody plants and herbs, especially the
cultivation of eucalyptus. The disease caused by C. fimbriata, called Ceratocystis
wilt, is considered an emerging disease and difficult to control because it is a
vascular pathogen with wide host range. The main way for disease control is
done by planting resistant material, but the possible variability in the pathogen
population may affect the selection of resistant genotypes. In this study, we
evaluated the agressivity of isolates of C. fimbriata obtained from Eucalyptus spp.
in Brazil. Ten isolates were inoculated in ten commercial clones of Eucalyptus
spp. The experiment was conducted in a randomized design in factorial
composed of two factors (clone X isolate) with four replications. At 60 days after
inoculation, we evaluated the length of lesion in the wood in relation to height (%
of diseased tissue). The isolates presented pathogenic variability, differing at
various levels of aggressiveness. The ANG1 and PT15 isolates were less
aggressive, causing infections in just one clone. The isolates RM35 and PT12
were the most aggressive, while the first was able to infect eight of the ten clones
inoculated. The remaining isolates had intermediate values and aggression
varied according to clone evaluated. Clones 386 and A06 were the most
resistant, while 1172 and 1288 the most susceptible. These clones highly
resistant and highly susceptible can be used as comparators in controlled
experiments and field inoculation. The result of this work shows that there is
variability in the population of C. fimbriata in Eucalyptus spp. and that the most
aggressive isolates are recommended for artificial inoculations to select disease
resistant genotypes.
vii
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, Ceratocystis fimbriata Ellis & Halsted é um dos mais
importantes fitopatógenos do eucalipto. Além do eucalipto, C. fimbriata tem sido
relatado em diversas espécies agronômicas e florestais como Acacia mearnsii
(Santos & Ferreira, 2003), Cassia fistula (Galli, 1958), Cassia renigera (Ribeiro et
al., 1987), Colocasia esculenta (Harrington et al, 2005), Ficus carica (Valarini &
Tokeshi, 1980) Gmelina arborea (Muchovej et al., 1978), Mangifera indica
(Batista, 1960) entre outras.
A penetração de C. fimbriata ocorre normalmente a partir de ferimentos
frescos no sistema radicular ou no tronco. Esses ferimentos podem ser
causados por ferramentas e equipamentos utilizados no manejo da cultura
(Ferreira et al., 2006; Ferreira et al., 2009), bem como por ferimentos causados
por estresses ambientais (Ferreira, 2006). Os sintomas da murcha-de-
ceratocystis caracterizam-se por murcha em folhas laterais que evolui para uma
murcha generalizada com escurecimento do lenho tanto no sentido radial quanto
longitudinal, matando uma porção de câmbio vascular, floema e feloderme
(Ferreira et al., 2006). Resultados de inoculações artificiais mostraram que
clones de eucalipto variam quanto a resistência à doença (Zauza et al., 2004).
O primeiro relato de C. fimbriata causando murcha em plantas de
eucalipto, foi no sudeste da Bahia em 1997 (Ferreira et al., 1999). Atualmente, o
patógeno é comumente observado em Minas Gerais assim como nos estados de
São Paulo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará e mais recentemente em
Alagoas (AC Alfenas, informação pessoal, 2010). A murcha-de-ceratocystis em
eucalipto foi observada também no Uruguai (Barnes et al. 2003) e em países
da África (Roux et al., 2004; Roux et al., 2001; Roux et al., 2000).
O conceito atualmente empregado é que C. fimbriata envolve um
complexo de espécies crípticas, sendo o patógeno causador da podridão negra
em batata doce tratado como C. fimbriata sensu stricto (s.s.) enquanto os
isolados dos demais hospedeiros tratados como C. fimbriata sensu lato (s.l.)
(Van Wyk et al., 2010). Diante desse conceito, tem sido sugerido que existem
1
muitas espécies crípticas dentro do complexo C. fimbriata. Vários estudos
englobando especialização por hospedeiro, morfologia, interesterilidade entre
grupos de isolados (Witthuhn et al., 1999; Harrington, 2000; Santini & Capretti,
2000; Barnes et al., 2001; Johnson et al., 2002; Baker et al., 2003; Marin et al.,
2003; Thorpe et al., 2005) culminaram na descrição de novas espécies
pertencente a este complexo, tendo como exemplos C. cacaofunesta em cacau
e C. platani em Platanus spp (Engelbrecht & Harrington, 2005).
Estudo com isolados de C. fimbriata obtidos de Eucalyptus spp
demonstraram haver variabilidade patogênica dos isolados em relação à espécie
hospedeira (Baker et al., 2003). Nesse trabalho, os autores identificaram que
isolados de eucalipto foram capazes de infectar plantas de mangueira, crotalária
e café enquanto outros não foram patogênicos a mangueira, cacau, gmelina,
batata doce, Platanus sp. e inhame.
A variabilidade genética é determinante para o potencial de adaptação de
um organismo às diversas condições de ambiente. a variabilidade patogênica
dos isolados tem implicações diretas no manejo da doença (Mc Donald & Linde,
2002). Para se obter sucesso nos programas de melhoramento com foco em
resistência a doenças, os estudos de variabilidade do patógeno são de grande
importância. Nesse caso, primeiramente deve-se identificar a variabilidade
existente na população do patógeno antes da seleção de fontes de resistência
no hospedeiro (Bruton, 1998).
No Brasil, Ferreira et al. (2010) ao estudarem 13 populações de C.
fimbriata de diferentes hospedeiros verificaram que isolados do patógeno de
eucalipto, mangueira, gmelina, inhame e figo representam uma única espécie
biológica capaz de se intercruzarem. Observaram, ainda, a existência de ampla
variabilidade genética do fungo infectando eucalipto de diferentes regiões
brasileiras. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variabilidade patogênica
de isolados de C. fimbriata, obtidos de diferentes clones de eucalipto com o
propósito de comprovar a existência de diferentes níveis de agressividade entre
os isolados.
2
2. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. Isolados
A partir de estudos de análise com marcadores microssatélites feitos com
diferentes isolados de Ceratocystis fimbriata coletados no Brasil (Ferreira et al.,
2010), foram selecionados os mais divergentes para o presente estudo. Foram
utilizados dez isolados de C. fimbriata obtidos de clones comerciais de eucalipto,
sendo seis de Minas Gerais, dois de São Paulo e dois da Bahia (Tabela 1,
Figura 1).
Tabela 1. Origem dos isolados de Ceratocystis fimbriata utilizados nos estudos
de agressividade.
Código Haplótipo* Município, Estado
Coordenadas
Geográficas
Hospedeiro
(Clone)
CAV28 ABBGDA Caravelas, BA 17º39’S 39º38’W 6011
ITA 20 BBAJCA Eunápolis, BA 16º18’S 39º22’W 1028
ANG1 BBBJDA Angatuba, SP 23º17’S 48º27’W 1172
ANG7 BBBGDA Angatuba, SP 23º17’S 48º27’W 1172
PT15 GBCJAG Curvelo, MG 18º50’S 44º33’W 1288
PT12 ABBJEE Curvelo, MG 18º50’S 44º33’W 1288
JP4 ACAKAE João Pinheiro, MG 17º56’S 47º07'W VM3
JP8 ABCKEA João Pinheiro, MG 17º56’S 47º07'W VM3
RM11 ACCJDA Buritizeiro, MG 17º28’S 45º17’W 1288
RM35 IBBJEA Buritizeiro, MG 17º29’S 45º13’W 1288
*Cada haplótipo está representado por seis locos (CfCAA9, CfCAA10, CfCAA15,
CfCAA38, CfCAA80 e CfCAG15) de microssatélites específicos para
Ceratocystis fimbriata. Cada letra representa um único alelo em cada locos
(Ferreira, 2010).
3
Figura 1. Locais de coleta dos dez isolados Ceratocystis fimbriata obtidos de
clones de Eucalyptus spp. no Brasil.
2.2. Material Vegetal
Foram utilizados dez clones híbridos de Eucalyptus spp. (Tabela 2).
Mudas clonais produzidas em tubetes e com aproximadamente 70 dias de idade,
foram transplantadas para vasos de 3 L de capacidade, contendo substrato
MecPlant
®
complementado com 6 Kg.m
-3
de fosfato supersimples e 3 Kg.m
-3
de
Osmocote
®
(19-6-10) e inoculadas 30 dias após o transplantio.
4
Tabela 2. Clones de Eucalyptus spp. inoculados com os isolados de
Ceratocystis fimbriata.
Clone Espécie
386 E. urophylla x E. grandis
A06 *Híbrido de E. grandis
9882 E. urophylla x E. grandis
2277 *Híbrido de E. grandis
1028 *Híbrido de E. grandis
1288 E. urophylla x E. grandis
VM3 E. urophylla x E. camaldulensis
8B E. urophylla x E. grandis
1172 E. urophylla x E. grandis
57 *Híbrido de E. grandis
*Híbridos com polinização não controlada de apenas mãe conhecida.
2.3. Inoculação
Os isolados selecionados foram transferidos para placas de Petri (9 cm)
contendo 20 mL de meio de cultura EMA (Extrato de Malte e Ágar) e mantidos
em incubadora com fotoperíodo de 12 h a 28 °C durante dez dias. Após esse
período, foram adicionados 10 mL de água destilada esterilizada às placas e,
após raspagem da superfície da colônia com alça de Drigalski, a suspensão de
esporos (conídios, ascósporos e clamidósporos) foi filtrada em camada dupla de
gaze. A concentração da suspensão de inóculo foi determinada sob microscópio
de luz com o auxílio de um hemacitômetro. A suspensão foi calibrada para 2,5 x
10
6
esporos mL
-1
(Laia et al., 2000).
A inoculação das plantas foi feita por meio de uma incisão transversal
superficial no caule, de aproximadamente 2 cm de comprimento, situado 5 cm
acima do coleto. A abertura do corte foi feita com auxílio de um estilete e em
seguida foram depositados 500 µL da suspensão de esporos com o auxílio de
uma pipeta automática. O ferimento foi coberto com filme de PVC para evitar o
secamento e a entrada de outros microrganismos. Para as plantas controle foi
empregada água destilada esterilizada no lugar da suspensão de inóculo. Após
a inoculação, as plantas foram mantidas em casa de vegetação por 60 dias,
5
quando se procedeu a avaliação. As temperaturas mínimas e máximas foram
medidas de modo a obter a temperatura média durante todo o experimento.
Este experimento foi repetido (dados não mostrados), porém em épocas
diferentes do ano. O primeiro experimento foi realizado no período de 17 de
dezembro de 2009 a 17 de fevereiro de 2010, sendo que a temperatura média
máxima foi de 37,8° C e a média mínima de 19,1° C. O segundo experimento foi
realizado no período de 06 de maio de 2010 a 06 de julho de 2010, sendo a
temperatura média máxima de 31,1° C e média mínima de 13,7° C.
2.4. Avaliação
Avaliou-se a altura das plantas e o comprimento das lesões (sintoma
típico de escurecimento do lenho causados pelo patógeno no caule da planta).
Com esses dados, calculou-se a severidade (percentual de tecido doente),
dividindo o comprimento da lesão pela altura da planta e multiplicando por 100.
2.5. Delineamento experimental e análises
O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado,
em esquema fatorial composto de dois fatores (clone X isolado), com quatro
repetições, sendo que cada planta representou uma unidade amostral. Os dados
foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as pressuposições da
análise verificadas pelos gráficos de resíduos. Para comparação das médias foi
utilizado o teste de agrupamento Scott & Knott (p<0,05). Para realização das
análises, foram utilizados os programas Statistica 7.0 e SAEG 9.0.
6
3. RESULTADOS
Os isolados de Ceratocystis fimbriata apresentaram diferentes níveis de
agressividade e variaram de acordo com o clone de eucalipto inoculado (Tabela
3, Figura 2). A interação clone x isolado foi significativa, confirmando que a
resistência no presente patossistema é isolado específica.
C l o n e
Severidade
M e a n
M e a n ± S E
M e a n ± S D
I s o l a d o : A N G 1
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : A N G 7
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : C A V 2 8
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : I T A 2 0
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : J P 4
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : J P 8
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : P T 1 2
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : P T 1 5
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : R M 1 1
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : R M 3 5
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
C l o n e
Severidade
M e a n
M e a n ± S E
M e a n ± S D
I s o l a d o : A N G 1
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : A N G 7
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : C A V 2 8
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : I T A 2 0
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : J P 4
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : J P 8
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : P T 1 2
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : P T 1 5
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
I s o l a d o : R M 1 1
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
I s o l a d o : R M 3 5
57
A06
VM3
8B
386
1028
1172
1288
2277
9882
Figura 2. Média de severidade dos isolados de Ceratocystis fimbriata
inoculados em dez clones de Eucalyptus spp.
As plantas utilizadas como testemunhas inoculadas com água destilada
não exibiram nenhum sintoma de escurecimento do lenho ou de murcha. as
plantas inoculadas exibiram sintomas típicos causados por C. fimbriata, como
7
lesão escurecida no sentido longitudinal do caule e, em alguns casos, murcha
apical progredindo para murcha generalizada (Figura 3).
A
C
B
D
Figura 3. Inoculação de Ceratocystis fimbriata em plantas de Eucalyptus spp. A-
Plantas de eucalipto recém inoculadas mantidas em casa de
vegetação. B- Sintomas típicos de murcha causada por C. fimbriata em
plantas de eucalipto 60 dias após a inoculação. C- sintomas de
escurecimento do lenho causados por C. fimbriata. D Colônia do
fungo C. fimbriata em meio de cultivo MEA.
Os isolados ANG1 e PT15 foram os menos agressivos. Contudo o último
foi altamente agressivo no clone 1288, com valor médio de severidade de
92,4%. Nos demais clones, PT15 apresentou baixa agressividade. O isolado
ANG1 seguiu a mesma tendência do isolado PT15, sendo que os valores
máximos de severidade foram de 41% para o clone 1028 e 49% para o clone
1172, sendo que para os demais clones os valores de severidades foram muito
baixos.
8
Os isolados RM35, PT12 e RM11 foram os mais agressivos com altos
valores de severidade para a maioria dos clones. Esses isolados foram capazes
de causar maiores lesões em uma maior número de clones. O isolado RM35 foi
capaz de causar altos valores de severidade em oito dos dez clones inoculados.
Os isolados JP8, JP4 e ITA20 tiveram valores médios de severidade
intermediários e também variariam de acordo com o clone inoculado. Contudo,
foram altamente agressivos no clone 1288, com 98% de severidade para o JP8
e JP4 e de 89,7% para o ITA20. O JP8 e o JP4 também apresentaram alta
agressividade aos clones 1172 e VM3. O ITA20 apresentou 76,5% de
severidade no clone VM3.
Os isolados CAV28 e ANG7 tiveram valores intermediários de severidade
em todos os clones. Entretanto, esses isolados causaram 78,3% e 98% de
severidade, respectivamente, no clone 1172.
Pelo teste de agrupamento de médias realizado com os dez isolados,
notou-se que os isolados se agrupam diferentemente de acordo com o clone
(Tabela 3). Para o clone 1028, observaram-se quatro grupos, com severidade
variando de 3,6 a 81,3%. Para os clones 386 e A06, não houve diferença entre a
severidade média dos isolados, sendo que os valores médios de severidade não
ultrapassaram 5,8%. Ao fixar os clones 9882, 2277 e 8B, observou-se separação
de dois grupos entre os isolados, variando de 27,8 a 73% para o grupo com
severidade média alta. Observou-se a presença de três grupos quando se
fixaram os clones VM3, 1288, 57 e 1172.
Tabela 3. Médias de severidade (%) para cada combinação isolado de
Ceratocystis fimbriata x clone de Eucalyptus spp.. Clones estão
representados verticalmente na primeira coluna e isolados
horizontalmente na primeira linha.
RM35 PT12 RM11 JP8 JP4 ITA20 CAV28 ANG7 ANG1 PT15
386 2,7 A 2,2 A 1,4 A 3,8 A 2,0 A 2,0 A 3,8 A 5,8 A 3,9 A 3,3 A
A06 1,6 A 1,6 A 0,9 A 1,1 A 0,8 A 4,4 A 1,6 A 1,9 A 0,8 A 1,9 A
9882 40,4 A 59,3 A 52,4 A 38,2 A 1,7 B 27,8 A 18,7 B 6,0 B 8,4 B 2,9 B
VM3 36,6 B 89,9 A 66,2 A 63,0 A 84,7 A 76,5 A 19,6 C 6,7 C 6,0 C 4,8 C
2277 67,2 A 26,8 B 42,4 A 17,2 B 51,8 A 27,9 B 43,8 A 22,5 B 12,3 B 3,1 B
8B 73,0 A 44,1 A 49,6 A 13,8 B 41,6 A 24,5 B 54,5 A 3,3 B 4,5 B 3,4 B
1288 83,6 A 98,0 A 98,0 A 98,0 A 98,0 A 89,7 A 28,5 B 44,6 B 5,1 C 92,4 A
57 62,5 A 2,0 C 6,8 C 18,3 C 27,2 B 35,7 B 7,3 C 6,0 C 9,1 C 1,6 C
1028 81,3 A 51,1 B 32,5 C 48,5 B 4,21 D 37,7 B 27,8 C 29,7 C 41,5 B 3,6 D
1172 65,4 B 73,8 B 88,6 A 87,3 A 66,8 B 34,7 C 78,3 B 98,0 A 49,2 C 18,6 C
*As médias seguidas pela mesma letra na horizontal não diferem entre si pelo teste
de agrupamento Scott-Knott (p≤0,05).
9
A resistência genética variou de acordo com o clone analisado. Os clones
386 e A06 foram altamente resistentes, considerando todos os isolados
analisados. Os clones 1288 e 1172 foram os clones com maiores valores de
severidade e os mais afetados pelos isolados, sendo considerado altamente
suscetíveis (Figura 4).
Figura 4. Média de severidade de dez isolados de Ceratocystis fimbriata
inoculados em dez clones de Eucalyptus spp.
10
I s o l a d o
Severidade
M e a n
M e a n ± S E
M e a n ± S D
C l o n e : 5 7
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 8 B
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : A 0 6
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : V M 3
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 3 8 6
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 1 0 2 8
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 1 1 7 2
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 1 2 8 8
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 2 2 7 7
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 9 8 8 2
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
I s o l a d o
Severidade
M e a n
M e a n ± S E
M e a n ± S D
C l o n e : 5 7
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 8 B
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : A 0 6
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : V M 3
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 3 8 6
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 1 0 2 8
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 1 1 7 2
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 1 2 8 8
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
C l o n e : 2 2 7 7
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
P T15
RM11
RM35
- 2 0
0
2 0
4 0
6 0
8 0
1 0 0
1 2 0
C l o n e : 9 8 8 2
ANG1
ANG7
CAV28
ITA20
JP4
JP8
PT12
PT15
RM11
RM35
4. DISCUSSÃO
Com base nos diferentes valores de severidade observados, constatou-
se que existe variabilidade patogênica dos isolados de Ceratocystis fimbriata
obtidos de clones de Eucalyptus spp. no Brasil e que podem ser identificados
diferentes níveis de agressividade. A diferença na agressividade dos isolados
pode ser atribuída à variabilidade genética em C. fimbriata (Baker et al., 2003;
Harrington, 2000, Ferreira et al., 2010). Todos os isolados causaram sintomas
em pelo menos um dos clones inoculados. Porém alguns isolados tiveram maior
espectro de ação que outros, com maior severidade na maioria dos clones. Ao
analisar o isolado RM35, constatou-se que ele é capaz de causar altos valores
de severidade em oito dos dez clones inoculados, enquanto que o isolado de
PT15 só foi capaz de causar altos valores de severidade em apenas um clone. É
importante ressaltar que os dois isolados foram coletados de plantas doentes de
um mesmo clone brido de eucalitpo. Desse modo, verificou-se que a
severidade de C. fimbriata pode variar de acordo o isolado (haplótipo) em uma
mesma área ou/e em um mesmo clone. Esses dois isolados são de regiões
próximas no estado de Minas Gerais, o que mostra não existir correlação entre
severidade e distância geográfica. Contudo, os cinco isolados mais agressivos
são todos de Minas Gerais, seguidos dos dois isolados da Bahia, que por sua
vez são seguidos dos dois isolados de São Paulo. Nos estudos de análise de
DNA com marcadores microssatélite realizados por Ferreira et al (2010), um
maior número de genótipos de C. fimbriata foi encontrada em Minas Gerais, o
que explica o fato de se ter isolados muito agressivos e isolados pouco
agressivos provenientes de áreas muito próximas, e coletados do mesmo clone,
como é o caso dos isolados PT12 (muito agressivo) e PT15 (pouco agressivo).
O teste de agrupamento realizado confirmou que existe diferença entre
os dez isolados e que a interação isolado x clone foi significativa, confirmando
que a resistência varia de acordo com o clone analisado. Para alguns clones, a
variabilidade entre os isolados se torna mais evidente, como é o caso do clone
1028. Para esse clone, foi possível distinguir quatro grupos de agressividade
entre os isolados, podendo se observar uma variação notável de isolados muito
11
agressivos a isolados pouco agressivos. Outros clones também propiciaram uma
boa separação em grupos e podem também ser utilizados para identificar
variabilidade patogênica dos isolados. Clones que não exibem diferença entre os
isolados não são recomendados para identificar diferenças de severidade, como
é o caso de clones altamente resistentes que possuem valores de severidade
muito baixos, não sendo possível separar os isolados com relação à
agressividade.
Para os clones que tiveram resistência a um ou poucos isolados,
concluiu-se que a resistência é isolado específica, sendo que o isolado que é
muito agressivo para um clone se torna pouco agressivo para outro clone, como
é o caso do isolado JP4 nos clones VM3 e 1028, onde a agressividade foi de
84,7% e 4,2% respectivamente, mostrando uma grande variação em termos de
agressividade dentro de um mesmo isolado.
Este padrão de resistência específica ao isolado, também pode ser
claramente observado no clone com maior valor de severidade, que é o caso do
clone 1288 com o isolado ANG1(Figura 2). Apesar desse clone ter sido
altamente suscetível aos isolados, se analisarmos apenas o isolados ANG1
notamos que o clone 1288 foi altamente resistente, o que confirma a hipótese da
resistência ser isolado específica. No clone 1172, também altamente suscetível,
notamos um certo grau de resistência ao isolado PT15, porém não tão claro
como para o clone 1288.
Como discutido por McDonald e Linde (2002), a variabilidade patogênica
encontrada nos isolados de um patógeno representa grande problema para
traçar medidas eficazes no manejo da doença, sendo que a maior agressividade
implica em maior consumo de fungicidas ou mesmo fazendo com que seja
necessário revisar as estratégias de um programa de melhoramento com foco
em resistência a doenças. A resistência genética é a principal forma de controle
a C. fimbriata (Zauza et al, 2004, Alfenas et al., 2009). Desse modo, a seleção
de genótipos resistentes ao patógeno fica comprometida quando se emprega um
isolado pouco agressivo, fazendo com que a seleção dos genótipos resistentes
seja equivocada. O conhecimento da variabilidade patogênica dos isolados
empregados nos programas de melhoramento do eucalipto pode minimizar os
problemas de seleção de clones resistentes no sentido de obtenção de isolados
com maior espectro de ação e altamente agressivos nas diversas espécies e
clones de Eucalyptus spp.
Como observado por Zauza et al (2004), os clones de Eucalyptus spp
tem diferentes níveis de resistência à C. fimbriata. No presente trabalho, a
12
resistência dos clones variou de acordo com o isolado empregado. Contudo, ao
analisar a severidade média causada pelos dez isolados em cada clone, é
possível identificar dois clones altamente resistentes (Figura 4), sendo eles os
clones A06 e 386, uma vez que apresentam resistência não a um isolado
específico, mas sim a todos isolados testados. Por outro lado, dois clones se
destacaram negativamente por apresentarem altos valores de severidade, sendo
classificados como altamente suscetíveis, sendo eles os clones 1288 e 1172. Os
demais clones tiveram valores intermediários de resistência e variaram a
suscetibilidade de acordo com o isolado testado, comprovando que existe
resistência específica ao isolado.
Baker et al. (2003) inocularam mudas de um clone hídrido de eucalipto
com três isolados desse mesmo clone. Somente dois desses isolados causaram
doença, sendo que o terceiro isolado não causou doença, mostrando-se igual ao
controle. Zauza et al., (2004) também determinaram a reação de 18 clones
comerciais brasileiros a inoculação de dois isolados do patógeno. Os autores
verificaram interação significativa entre os isolados e os clones utilizados. Eles
observaram que a maioria dos clones reagiram similarmente aos dois isolados
testados. Seis clones, incluindo um com histórico de alta susceptibilidade em
condições de campo, foram altamente suscetíveis para um ou/e os dois isolados
do patógeno. Oito clones tiveram suceptibilidade intermediária e quatro clones
não diferenciaram do controle, ou seja, foram altamente resistentes.
O experimento do presente trabalho foi repetido (dados não
apresentados), porém em épocas diferentes do ano. Os resultados seguiram o
mesmo padrão, porém o experimento realizado na época mais fria do ano teve
menores valores de severidade para todos os isolados testados, indicando que a
temperatura influencia diretamente no desenvolvimento da doença.
13
5. CONCLUSÃO
Os resultados do presente trabalho permitem concluir que existe
variabilidade patogênica nos isolados de C. fimbriata obtidos de plantas de
Eucalyptus spp. e que os isolados mais agressivos, principalmente os que
possuam uma eficácia semelhante ao isolado RM35, são os mais recomendados
para programas de melhoramento do eucalipto que visam resistência à esse
patógeno. Este trabalho também identificou clones resistentes e suscetíveis que
podem ser utilizados como comparadores nos experimentos de inoculação
artificial de clones de Eucalyptus spp com isolados de C. fimbriata.
14
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
ALFENAS, A. C., ZAUZA, E. A., MAFIA, R. G. & ASSIS, T. F. Clonagem e
doenças do eucalipto - 2°Edição. Editora UFV. 2009. 442p
BAKER, C.J., HARRINGTON, T.C., KRAUS, U. & ALFENAS, A.C. Genetic
variability and host specialization in the Latin American clade of
Ceratocystis fimbriata. Phytopathology. 93:1274-1284. 2003.
BARNES, I., GAUR, A., BURGESS, T., ROUX, J., WINGFIELD, B. D., &
WINGFIELD, M. J. Microsatellite markers reflect intra-specific relationships
between isolates of the vascular wilt pathogen Ceratocystis fimbriata.
Molecular Plant Pathology. 2:319-325. 2001.
BARNES, I. Ceratocystis fimbriata infecting Eucalyptus grandis in Uruguai.
Australian Plant Pathology. 32: 361-366. 2003.
BATISTA, A.C. Ceratocystis fimbriata Ell. & Halst. sobre Mangifera indica L.
Publicação 244. Instituto de Micologia da Universidade de Recife. 1-46.
1960.
BRUTON, B.D. Soilborne diseases in cucurbitaceae: pathogen virulence and
host resistance. International Society of Horticultural Science. 143-166.
1998.
ENGELBRECHT, C.J.B. & HARRINGTON, T.C. Intersterility, morphology and
taxonomy of Ceratocystis fimbriata on sweet potato, cacao and sycamore.
Mycologia. 97:57–69. 2005.
FERREIRA, F. A. Sintomatologia da murcha de Ceratocystis fimbriata em
eucalipto. Revista Árvore. 30: 155-162. 2006.
15
FERREIRA, F.A., DEMUNER, A.M.M., DEMUNER, N.L. & PIGATO, S. Murcha
de Ceratocystis em eucalipto no Brasil. Fitopatologia Brasileira. 24:284.
1999.
FERREIRA E.M., HARRINGTON T.C., THORPE D.J., ALFENAS A. C. Genetic
diversity and interfertility among highly differentiated populations of
Ceratocystis fimbriata in Brazil. Plant Pathology. 59: 721-735. 2010.
GALLI, F. Nota sobre a ocorrência de Ceratostomella fimbriata (E. e H.) Elliot
em Crotalaria retusa L. e Cassia fistula L. Revista de Agricultura. 33:225-
227. 1958.
HARRINGTON, T. C. Host specialization and speciation in the American wilt
pathogen Ceratocystis fimbriata. Fitopatologia Brasileira. 25:262-263. 2000.
HARRINGTON, T.C., THORPE, D.J., MARINHO, V.L.A. & FURTADO, E.L. First
report of black rot of Colocasia esculenta caused by Ceratocystis fimbriata
in Brazil. Fitopatologia Brasileira. 30:88-89. 2005.
JOHNSON J.A., BAKER C.J., HARRINGTON T.C. & NASON J.D. Allozyme and
DNA sequence analysis of Ceratocystis fimbriata isolates reveal
geographic groupings and host associated lineages. Phytopathology. 92:
S40. 2002.
LAIA, M.L., ALFENAS, A.C. & HARRINGTON, T.C. Isolation, detection in soil,
and inoculation of Ceratocystis fimbriata, causal agent of wilting, die-back
and canker in Eucalyptus (Abstract). Fitopatologia Brasileira. 25:384. 2000.
MARIN, M., CASTRO, B., GAITAN, A., PREISIG, O., WINGFIELD, B.D. &
WINGFIELD, M.J. Relationships of Ceratocystis fimbriata isolates from
Colombian coffee-growing regions based on molecular data and
pathogenicity. Journal Phytopathology. 151:395–405. 2003.
MCDONALD, B.A., LINDE, C. Pathogen population genetics, evolutionary
potential, and durable resistance. Annual Review of Phytopathology
40:349-379.2002.
METHA, Y. R. Molecular and pathogenic variability of Drechslera isolates from
oats. Fitopatologia Brasileira. 26:590-596. 2001.
16
MUCHOVEJ, J.J., ALBUQUERQUE, F.C. & RIBEIRO, G.T. Gmelina arborea a
new host of Ceratocystis fimbriata. Plant Disease Reporter. 62:717-719.
1978.
RIBEIRO,I.J.A, ITO, M.F. & ROSSETO, C.J. Cassia renigera Wall.: a new host of
Ceratocystis fimbriata Ell. & Halt. Bragantia. 46:417-423. 1987.
ROSSETTO, C.J. & RIBEIRO, I.J.A. Seca da mangueira. XII. Recomendações
de controle. Revista de Agricultura de Piracicaba. 65:173-180. 1990.
ROUX, J., WINGFIELD, M.J., BOUILLET, J.P., WINGFIELD, B.D. & ALFENAS,
A.C. A serious new wilt disease of Eucalyptus caused by Ceratocystis
fimbriata in Central Africa. Forest Pathology. 30:175-184. 2000.
ROUX, J. Diseases in plantation Eucalyptus in Uganda. South African Journal of
Science. 97:16-18. 2001.
ROUX J., VAN WIK M., HATTING H., WINGFIELD M.J. Ceratocystis species
infecting stem wounds on Eucalyptus grandis in South Africa. Plant
Pathology. 53:414-421. 2004.
SANTINI, A., & CAPRETTI, P. Analysis of the Italian population of Ceratocystis
fimbriata f. sp. platani using RAPD and minisatellite markers. Plant
Pathology. 49:461-467. 2000.
SANTOS, A.F. & FERREIRA, F.A. Murcha-de-ceratocystis em Acácia-negra no
Brasil. Fitopatologia Brasileira. 28:325. 2003.
TEVIOTDALE, B. L. & HARPER, D. H. Infection of pruning and small bark
wounds in almond by Ceratocystis fimbriata. Plant Disease. 75:1026–1030.
1991
THORPE, D.J., HARRINGTON, T.C. & UCHIDA, J.Y. Pathogenicity,
phylogenetics and human dispersal of Ceratocystis fimbriata on the family
Araceae. Phytopathology. 95:316-323. 2005.
VALARINI, P.J. & TOKESHI, H. Ceratocystis fimbriata, causal agent of fig
dieback, and its control. Summa Phytopathologica. 6:102-106. 1980.
VAN WIK, M., WINGFIELD, B.D., MARIN, M., WINGFIELD, M.J. New
Ceratocystis species infecting coffee, cacao, citrus and native trees in
Colombia. Fungal Diversity. 40:103–117. 2010
17
WITTHUHN, R.C., WINGFIELD, B.D., WINGFIELD, M.J., HARRINGTON, T.C.
PCR-based identification and phylogeny of species of Ceratocystis sensu
stricto. Mycological Resource. 103:743-749. 1999.
ZAUZA, E.A.V., ALFENAS, A.C., HARRINGTON, T.C., MIZUBUTI, E.S. and
SILVA J.F. Resistance of Eucalyptus clones to Ceratocystis fimbriata. Plant
Disease 88:758-760. 2004.
18
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo