Alguns autores como Araújo (1999), Oliveira (1997) e Ogawa et al (1973)
encontraram valores de umidade 77,20%, 74,13%, 75,93% respectivamente que
estão bem próximos aos do presente estudo.
O teor de proteínas apresentado por crustáceos é em torno de 15 a 24%
segundo Ogawa e Maia (1999). Os valores obtidos na Tabela 2 estão entre 13,90 e
15,79 e na Tabela 3 entre 13,80 e 16,10, estes resultados são explicados pelo alto
teor de lipídios encontrado, o que provavelmente se deve ao período em que foi feita
a coleta da matéria-prima.
Cintra et al (1999) registraram a seguinte composição química do músculo de
caranguejo cozido (valores mínimos e máximos): 21,89 e 23,17% de proteína, 1,46%
e 1,96% de gordura bruta, 71,60% e 85,38% de umidade e 1,69% e 3,52% de
cinzas. Tais valores são bem aproximados aos encontrados no presente trabalho.
Pedrosa e Cozollino (2001) observaram a seguinte composição química da
carne cozida do caranguejo uçá: 15,01% de proteína; 0,66% de gordura; 82,80% de
umidade; e 1,57% de cinzas, enquanto Ogawa et al. (1973) encontraram os
seguintes valores em carne cozida de caranguejo-uçá: 18,98% de proteína; 2,27%
de gordura; 75,96% de umidade; e 2,82% de cinzas, percentuais esses próximos
aos encontrados em nosso estudo.
Corroborando os resultados do trabalho, Ogawa et al (2008), comparando
amostras de carne de caranguejo pasteurizadas e não pasteurizadas, no que diz
respeito à composição química, notou que houve uma elevação do teor de lipídios e
proteína e uma diminuição de umidade e cinzas em decorrência do tratamento
térmico em questão.
Mustafa (1985) descreve que dados sobre a composição química de produtos
da pesca são importantes para nutricionistas, biólogos pesqueiros e cientistas que
trabalhem com alimentos, para auxiliar na formulação de dietas, classificação
nutricional, processamento e conservação do pescado, pesquisas ecológicas sobre
populações explotadas, e para a aquicultura.
Rocha (1982) ressalta que devido à variação na composição química do
pescado de uma região para a outra, o uso de valores da composição obtidos
somente através de literaturas podem causar erros na avaliação de consumo de
nutrientes, podendo acarretar danos a saúde humana, fazendo com que seja
necessário proceder a análise de alimentos locais.