A primeira experiência de um curso de formação de professores no
Brasil aconteceu no século XIX, no Rio de Janeiro e, rapidamente, disseminou-se
para outros Estados. Em São Paulo, a Escola Normal, na época, contava com um
único professor e era direcionada apenas aos homens e, em vinte anos, não formou
mais que 20 professores. Nas escolas femininas, lecionavam as professoras para
meninas que eram recrutadas “entre as órfãs que tendo 18 anos completos, não se
casavam, ou não se empregavam para serviços domésticos” (AZEVEDO, 1961, p.
586).
A partir de 1870, com o crescimento populacional, houve aumento no
número de analfabetos e a necessidade de reduzi-los levou à expansão da escola
elementar, sem que para isso, entretanto, houvesse um aumento de investimento na
educação e, por conseguinte, com a qualificação do professor.
Ghiraldelli Júnior (2000, p. 17) retrata o momento como o início de:
[...] um processo de arrefecimento do entusiasmo pela educação. Toda a
discussão de „grandes temas‟ nacionais perdeu fôlego. As oligarquias
cafeeiras, uma vez solitárias no exercício do poder governamental,
imprimiram à nação um estilo de vida ruralístico, onde as questões sobre
democracia, federalismo, industrialização e também educação popular
deixavam de ser prioritárias. Às oligarquias cafeeiras interessava o
comércio do café e a manutenção do poder através de mecanismos
eleitorais pouco democráticos (voto de cabresto, corrupção, fraude
eleitoral, voto não-secreto, etc.).
Segundo Martins (1987), após o final da I Guerra Mundial, a expansão
do nacionalismo populista e a luta contra o analfabetismo, fizeram surgir na história
da educação brasileira a categoria do político-educador, que apesar de não ter
experiências de sala de aula, tornou-se um teórico da educação, que legislava mais
em nome de grupos dominantes, do que propriamente dos docentes.
Na segunda década do século XX, chega ao Brasil o movimento escola
nova, promovendo algumas reformas no ensino público. Os ideais escolanovistas
expressam-se de maneira mais clara em 1932 no Manifesto dos Pioneiros da
Educação Nova, cujos principais signatários foram Fernando Azevedo, Anísio
Teixeira e Lourenço Filho. O Manifesto surgiu em decorrência de conflitos entre os
adeptos da escola renovada e os católicos conservadores que detinham o
monopólio da educação elitista e tradicional.
Conforme analisa Romanelli (1987, p. 145), o Manifesto dos Pioneiros
da Educação Nova: