Revisão Histórico-Bibliográfica
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mundo. A Arteterapia favorece a criança neste sentido, sobretudo no pré-
operatório, além de afastá-la do desagradável, da ansiedade, da dor da
monotonia que é estar hospitalizada. Então, a Arteterapia com adolescentes
oferece oportunidade para a criança aceitar com mais naturalidade as situações
indesejáveis que envolvem a hospitalização. Trabalhando com desenho, pintura,
modelagem, dramatização, a criança experimenta um processo de organização
do real, expressando suas angústias e reestruturando o seu mundo interior.
Assim como em psicoterapia o trabalho se inicia com um contrato,
decidindo se será individual (no leito, na enfermaria, simultâneo aos seus
acompanhantes; num espaço terapêutico) ou grupal (somente as crianças, ou
grupos mistos: crianças, e acompanhantes e/ou profissionais). Posteriormente as
sessões se iniciam com atividades de aquecimento, de relaxamento, técnicas de
respiração, meditação, trabalhos corporais direcionados e espontâneos. Também
são trabalhadas as manifestações artísticas com características terapêuticas
próprias, sem roteiro pré-definido se adaptando às demandas, interesses, níveis
de desenvolvimento e aos quadros clínicos das crianças, com dinâmicas livres e
direcionadas. A saber: pintura; desenho (com giz de cera, giz colorido, carvão,
lápis de cor, pincel atômico, canetas esferográficas, vários tipos de papéis);
recorte e colagem (materiais: revistas, jornais, linhas, madeiras, sucatas, flores,
folhas, cascas, sementes, areia, tesoura, cola, fita adesiva); modelagem com
massa artesanal (confeccionada pelos próprios participantes) e argila. Também
utiliza-se material do próprio hospital, tais como, macarrão, arroz, feijão, milho. É
realizada a construção de brinquedos, o trabalho com teatro (dramatização por
meio de fantoches, sombras, bonecos, origamis, máscaras); e elaboração de
histórias coletivas, além do tabuleiro de areia. Ao final das sessões as
impressões, sentimentos, reações são compartilhados. Neste momento trabalha-
se as funções do pensamento, das emoções, e da percepção de cada um, do
companheiro e do grupo. Um facilitador do processo arterapêutico é o fato de as
crianças melhor se expressarem pela linguagem não-verbal: pintura, modelagem,
expressão corporal, os quais, ao mesmo tempo, falam por ela, projetando seus
medos, suas angústias e seus desejos. A autora percebeu a Arteterapia como um
importante auxiliar no trabalho por proporcionar o reequilíbrio psíquico,
revigorando a porção saudável da criança; resgatando o brincar e promovendo a