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UNIVERSIDADE POSITIVO
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE MESTRADO E DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
LINHA DE PESQUISA: ESTRATÉGIA, MUDANÇA E INTERNACIONALIZAÇÃO.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
AGÊNCIA E ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS DE FORMADORES DE OPINIÃO
EM NEGÓCIOS:
A ANÁLISE DO DISCURSO DAS SEÇÕES “GESTÃO” E “NEGÓCIOS” DA
REVISTA EXAME, NO ANO DE 2008
FÁBIO MARCELLO SORGON
CURITIBA/PR
2009
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2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo - PR
2008
S713 Sorgon, Fábio Marcello.
Agência e estratégias discursivas de formadores de
opinião em negócios: a análise do discurso das seções
“Gestão” e “Negócios” da revista exame, no ano de 2008 /
Fábio Marcello Sorgon. Curitiba : Universidade Positivo,
2009.
194 p : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Positivo, 2009.
Orientador: Prof. Dr. Clóvis L. Machado-da-Silva.
1. Negócios. 2. Linguística. 3. Administração de Empresas.
I. Título.
CDU 658
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3
FÁBIO MARCELLO SORGON
AGÊNCIA E ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS DE FORMADORES DE OPINIÃO
EM NEGÓCIOS:
A ANÁLISE DO DISCURSO DAS SEÇÕES “GESTÃO” E “NEGÓCIOS” DA
REVISTA EXAME, NO ANO DE 2008
CURITIBA/PR
2009
Dissertação de Mestrado
apresentada ao Programa de
Mestrado e Doutorado em
Administração PMDA da
Universidade Positivo, como
requisito parcial para o obtenção
do grau de Mestre em
Administração.
Orientador Prof. Dr. Clóvis L.
Machado-da-Silva – UP
Co-orientador Prof. Dr. João
Marcelo Crubelatte - UFPR
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado ao Capitão PM
Antenor Sorgon (in memorian) e à Senhora
Clarice Forte Sorgon, meus amados pais.
i
5
AGRADECIMENTOS
Reconhecido deve ser o apoio realizado pelos companheiros dessa vida. São os mais
variados tipos de apoio. Alguns ligados diretamente ao processo de desenvolvimento
acadêmico, outros ao suporte do dia-a-dia, no trabalho, em casa, na vida.
Ficam especialmente lembrados aqui neste momento os professores doutores João
Marcelo Crubellate e Clóvis L. Machado-da-Silva, sem os quais a minha inserção e
desenvolvimento dentro da Administração, fundamentalmente nos Estudos Organizacionais,
não seriam possíveis, ou, no mínimo, extremamente prejudicados.
Minha celestial esposa, Kathleen Twyla Waldow Sorgon, a quem devo todos os
meus momentos sensatos, abençoados por Deus e repletos de amor.
Deixo lembrados também os meus filhos, Gabriela, Júlia e Gabriel.
A todos o meu mais sincero obrigado.
ii
6
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................8
LISTA DE TABELAS....................................................................................................9
LISTA DE GRÁFICOS.................................................................................................10
RESUMO........................................................................................................................11
ABSTRACT....................................................................................................................12
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................13
1.1 PROPOSIÇÕES DE PESQUISA – PRESSUPOSTOS......................................15
1.2 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA.........................................15
1.3 OBJETIVO GERAL DA PESQUISA.................................................................16
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA...................................................16
1.5 JUSTIFICATIVAS TEÓRICA E PRÁTICA DA PESQUISA...........................17
1.5.1 Justificativa Teórica.............................................................................................17
1.5.2 Justificativa Prática..............................................................................................17
1.6 A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO...............................................................18
2. QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA.......................................................19
2.1 A Estrutura............................................................................................................20
2.2 A Agência.............................................................................................................22
2.3 O Discurso (o uso da linguagem).........................................................................25
2.3.1 Os Atos de Ameaça à Face – AAF.......................................................................29
2.3.2 Estratégias Linguísticas para executar AAF.........................................................32
3. METODOLOGIA................................................................................................36
3.1 PROPOSIÇOES DE PESQUISA..........................................................................41
3.2 ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA.........................................41
3.3 APRESENTAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE.....................................41
3.3.1 Definições Constitutiva e Operacional das Categorias Analíticas.........................43
3.4 DIMENSIONAMENTO DA PESQUISA..............................................................45
3.4.1 Delimitação do Estudo............................................................................................45
3.4.2 A Análise dos Dados..............................................................................................45
7
3.4.3 As limitações da Pesquisa......................................................................................45
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.........................................................47
4.1 CONSTRUINDO UMA FERRAMENTA DE ANÁLISE....................................48
4.1.1 Estratégia Linguística de Polidez Direta (bald on record)....................................48
4.1.2 Estratégia Linguística de Polidez Positiva.............................................................51
4.1.3 Estratégia Linguística de Polidez Negativa............................................................63
4.1.4 Estratégia Linguística de Polidez Indireta (off record)...........................................70
4.2 ANALISANDO A PARTIR DA FERRAMENTA PROPOSTA...........................76
4.2.1 Ordem Cronológica dos Textos por Exemplar – Seção de Negócios....................76
4.2.2 Ordem Cronológica dos Textos por seus Autores – Seção de Negócios...............79
4.2.3 Ordem Cronológica dos Textos por Exemplar – Seção de Gestão........................83
4.2.4 Ordem Cronológica dos Textos por seus Autores – Seção de Gestão...................86
4.3 DA ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................88
4.3.1 Seção de Negócios..................................................................................................88
4.3.2 Seção de Gestão.....................................................................................................155
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES ..................................................................................185
6. REFERÊNCIAS............................................................................................................191
ANEXO I - CAPAS DAS REVISTAS PUBLICADAS NO ANO DE 2008..................195
ANEXO II – TABELAS E GRÁFICOS..........................................................................197
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – O Modelo de Estratificação da Ação - Stratification Model Of Action...............24
Figura 2 - Estratégias possíveis para se executar um AAF....................................................32
Figura 3 - Estratégias possíveis para se executar um AAF....................................................43
Figura 4 – Fluxo de Estratégias: Polidez Positiva..................................................................51
Figura 5 – Proposta giddensiana dando as condições de existência para os papéis sociais...55
Figura 6 - Fluxo Estratégias: Polidez Negativa..................................................................63
Figura 7 - Fluxo Estratégias: Polidez Indireta (Off Record)..................................................70
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de
Negócios .....................................................................................................182
Tabela 2 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de
Gestão...............................................................................................................183
Tabela 3 – Quantidades Gerais (frequência) das estratégias encontradas na Seção de
Negócios...........................................................................................................184
Tabela 4 – Quantidades Gerais das estratégias encontradas na Seção de Gestão...............184
Tabela 5 – Quantidades Gerais (frequência) das estratégias encontradas em todos os
fragmentos........................................................................................................186
10
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Negócios
no quesito...........................................................................................................182
Gráfico 2 Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Gestão no
quesito repetição...............................................................................................183
Gráfico 3 – Quantidades Gerais das estratégias encontradas em todos os fragmentos.......187
11
RESUMO
O objetivo central da pesquisa reportada nesta dissertação o de verificar as principais
estratégias linguísticas de polidez presentes nos textos das seções “Gestão” e “Negócios”, da
Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008, vinculadas ao quesito de
frequência de ocorrência e repetição ao longo do tempo e mapeadas por ferramenta de
análise discursiva desenvolvida para este fim. Este mapeamento foi vinculado a dois
quesitos, quais sejam a frequência de ocorrência e a repetição ao longo do tempo. Tendo por
base a proposta estruturacionista e a teoria da polidez, foram procedidas 37 análises sobre
103 textos publicados nas seções “Gestão” e “Negócios” da Revista Exame, no período de
janeiro a dezembro de 2008, por meio de uma ferramenta de análise do discurso
desenvolvida para este fim. Foi considerada a existência de uma estrutura complexa de
agência composta por estrutura/agência/discurso(linguagem) como elementos indissociáveis
numa dinâmica relacional recorrente. A noção de discurso insere-se num ambiente dos usos
da linguagem, vinculados às noções daquilo que é realizado pelo agente sem reflexão
sistemática ou inserida num cotidiano de ações rotineiras e sua capacidade de relatar
discursivamente suas ações. Noções estas unidas, à ideia de intencionalidade, rotinização
discursiva, repetição de ações, bem como são considerados elementos das faces relacionais
nos momentos de interação, perpassados por estratégias discursivas de polidez. Os
resultados apontam para a predominância de estratégia do tipo polidez positiva nos discursos
analisados. Isto é, existe o respeito à auto-imagem que o ouvinte reclama para si. A Revista
(e, consequentemente, dos autores dos artigos) demonstra nitidamente a intenção de ser
aprovada pelo leitor. Este resultado está de acordo com a maioria dos veículos de
comunicação de perspectiva comercial. Finalmente, são feitas várias relações entre o modelo
de análise de discurso aqui proposto, os resultados desta pesquisa específica e o arcabouço
analítico institucional que fundamenta o estudo, de modo a subsidiar pesquisas futuras.
Nesse sentido, desenvolve-se a possibilidade de uma profícua inserção deste ferramental nos
estudos organizacionais e teoria institucional. Para tanto, tomam-se alguns aspectos de
análise importantes nos estudos organizacionais e intimamente ligados a processos de
institucionalização. Quais sejam a (i) legitimidade, o (ii) isomorfismo, as (iii) respostas
estratégicas e as (iv) fontes de diversidade.
PALAVRAS-CHAVE: AGÊNCIA; ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS; ANÁLISE DO
DISCURSO; LINGUÍSTICA; ESTRUTURACIONAISMO;
TEORIA INSTITUCIONAL; ESTUDOS ORGANIZAÇÕES.
12
ABSTRACT
Aiming to analyze the main linguistic strategies present within Exam Magazine
texts, in the sections “Negócios” (business) and “Gestão” (management), using a particular
analysis tool specially evolved for this purpose; this dissertation offers a research reporting
when were mapped from discourse analysis polite linguistics strategies. The time
comprehension covered from January to December, 2008. Two were the attached requisites
for mapping, i.e. frequency of occurrence and repetition through time. Being the both the
analyses basis Structurationist theory and Politeness theory, there were 37 analyses from
103 published texts using a discourse analysis tool specially designed for this proposal. It
has been considered the existence of a complex structure made of
structure/agency/discourse(language) as indissociated elements involved in a recurrent
relational dynamics. The discourse notion adopted was inserted in a usage environment,
attached to notions of practical consciousness and discursive consciousness. They were
linked to sorts of intentionality, discursive routines, retention of actions, as well as face
relational elements in interaction moments, perpassed for politeness discursive strategies.
The analyses results indicated the supremacy of positive politeness strategy. This means that
there is respect for the self-image preservation claimed by the reader. The Magazine
(through the articles writers), expresses the intention to be approved by the reader. These
results insert the Magazine communicative action into the commercial perspective of
communication mass vehicles. Finally several relations were made between the discourse
analyses model purposed and the research results and institutional analytical scope, which
sustain the study, prospecting another future researches. In this context, it is present a real
possibility of an insertion of this discourse analysis tool into the organizational studies as
well as institutional theory, i. e. legitimacy, isomorphism, strategic responses and diversity
sources.
KEYWORDS: AGENCY; DISCURSIVE STRATEGIES; DISCOURSE ANALYSIS;
LINGUISTICS; STRUCTURATIONISM; INTITUTIONAL THEORY;
ORGANIZATIONAL STUDIES.
13
1. INTRODUÇÃO
O interesse pela análise do discurso na área da Administração é crescente. Muitos
trabalhos relatam a importância de se dotar os estudos em administração de um ferramental
apropriado a mapear as práticas sociais nas suas relações e complexidades. Além disso, é
patente a necessidade de se manter referência ao tempo e ao espaço como aliados eminentes
da análise. Isto se dá, pois as instituições, como elementos sociais com maior distensão
espacio-temporal, isto é, que são frequentes e que são compartilhadas em um grupo, reúnem
elementos fundamentais de concentração das práticas sociais, das inter-relações, dos
encontros, das rotinas, etc.
Assim sendo, os atores sociais se relacionam juntando-se prática social e discurso,
percebendo-se um caráter de indissociabilidade entre ambos. Os agentes procuram se
manifestar, havendo ou não consciência discursiva, isto é, procedimentos efetivos de
escolhas de estratégias discursivas (intenção no processo de construção) ou tendo-se o
próprio discurso à mercê da ignorância e subserviência contextual e ideológica (incidental),
perpassados por uma espécie de consciência prática. As ações são desenvolvidas com um
significado atrelado (conscientemente ou não), caracterizando-se pela ação engajada,
significativa num determinado contexto situacional.
Assim, num contexto que efetivamente oscila entre ambientes de interação mais ou
menos “livres” e coercitivos, o homem como agente busca nas ações discursivas o uso de
estratégias que favoreçam os processos interacionais, o atingimento dos seus objetivos,
articulando essas mesmas ações em momentos de preservação das faces relacionais
(interação), conscientemente ou não.
Com o objetivo de se iniciar a construção da ferramenta analítica associada a
ambientes organizacionais, procurar-se utilizar uma base teórica linguística que garanta
fundamentação substancial. Dessa forma, segue breve descrição contextualizadora sobre o
fundo conceitual que será utilizado neste trabalho, retomado no Quadro Teórico de
referencial.
Sobre as faces (i) relacionais (ii), entende-se que:
(i) Face que consiste em uma auto-imagem pública que cada membro da sociedade
toma para si que, de sua vez, consiste-se por:
a. Face negativa - a liberdade de agir de forma não-impedida e nos direitos de
14
território, auto-preservação, direito de não ser molestado, ou seja, o direito à
liberdade de não-impedimento.
b. Face positiva - “auto-imagem” ou personalidade positiva que o agente
interacional tem e que ele gostaria que fosse aprovada e apreciada.
(ii) Algumas capacidades racionais ligadas à identificação de meios possíveis para
atingir um determinado fim, recuperando-se noções do discurso agêntico.
A noção de “face” deriva de Goffman (1967), bem como dos usos do inglês, quando
se refere a ser humilhado ou constrangido (losing face). Dessa forma, face passa a ser algo
que detém vínculo com engajamento emocional. Permite, assim, ser perdida, mantida ou
melhorada, além de demandar atenção permanente em situações de interação. De forma
geral, as pessoas costumam cooperar na inter-relação, esperando que também recebam o
mesmo das outras pessoas. Isto se não por benevolência humana, mas porque os agentes
conhecem as vulnerabilidades de suas faces. Isto é, existe uma ligação entre as faces
relacionais que sugerem preocupações entre os agentes em interação. Preocupações em
manter a face do outro para que a sua própria também seja mantida. Exige-se, assim, uma
especial atenção por parte dos agentes, orientados pelo que acima foi citado, qual seja
“face consiste em uma auto-imagem pública que cada membro da sociedade toma para si”.
Será essa especial atenção um elemento fundamental na visualização do funcionamento das
estratégias discursivas neste trabalho abordadas (as de polidez lingüística).
Elas procuram descrever uma espécie de escala ligada à “periculosidade”, entendida
aqui como a não realização dos objetivos intencionais ou a não realização da ação discursiva
que o agente atribui ao AAF x( Atos de Ameaça à Face). Ou seja, quanto mais perigoso e
ameaçador à face for o ato, o agente tendea escolher as estratégias de número mais alto.
Por exemplo, ao utilizar a estratégia 1
1
, bald
2
on record (doravante direta), o agente se
compromete muito pouco em amenizar o risco à face do ouvinte. A estratégia 2, polidez
positiva, é usada para satisfazer os desejos da face positiva do ouvinte, com o agente
demonstrando aprovação e compartilhamento de desejos ligados à face do ouvinte e a 3 para
satisfazer os desejos da face negativa do ouvinte, ou seja, de ser desimpedido em suas ações.
A estratégia positiva aqui é colocada em um nível anterior à estratégia 3, a de polidez
1
Ver figura número 2.
2
Esta expressão, bald, foi mantida em inglês tendo em vista permitir ao leitor o contato com a intenção
original de significado do termo. Será traduzida por Direta, lembrando que se refere, na área dos estudos
linguísticos, a uma enunciação desprovida de atenuantes.
15
negativa, porque, ao escolher a estratégia da polidez positiva, o agente incorre em um risco
relacionado ao fato de que ele deve expressar proximidade com o ouvinte, e este, por sua
vez, deverá aceitar essa proximidade. A estratégia da polidez negativa não implica essa
assunção, e, por isso, o agente fica menos vulnerável à ação compensatória do ouvinte. A
estratégia 4, a Indireta, por sua vez, permite ao agente esquivar-se da responsabilidade por
meio de expressões não-diretas. Obviamente, a estratégia 5, aquela que desconsidera o Ato
de Ameaça à Face AAF, é usada em casos de riscos muito grandes, mas às expensas da
comunicação, o que a torna pouco interessante.
Destarte, pode-se projetar sobre os ombros dos agentes uma tendência discursiva
agêntica recuperada em determinadas composições estratégicas linguísticas de polidez que
revestem os usos da linguagem (as práticas discursivas). Em momentos de interação direta
ou não, consciente (com propósito definido) ou não, os agentes farão uso de estratégias
linguísticas em momentos relacionais, seguindo potencialmente os seus objetivos; farão uso
de motivação, racionalização da ação e monitoramento reflexivo
3
(GIDDENS, 1978).
Assim, a ação social é analisada como unidade complexa
(agência/estrutura/discurso) fomentadora de processos estruturantes e institucionalizantes.
1.1. PROPOSIÇÕES DE PESQUISA - PRESSUPOSTOS
Tendo-se em vista que a agência se efetiva pelo discurso, basicamente, via escolha
de estratégias linguísticas ao se deparar com as ameaças das faces relacionais, pauta-se na
ideia de que um elemento fundamental da agência é o discurso. Nos momentos de interação,
esquemas cognitivos favorecem as relações entre elementos estruturais linguísticos e
referências contextuais, quando estratégias linguísticas de polidez sustentam as proposições
agênticas ilocucionárias. (ações verbais produzidas e externadas pelos agentes)
Sabendo-se que as ações humanas não se estabelecem exclusivamente calcadas na
intencionalidade, o discurso agêntico não se limita às ações discursivas intencionalmente
construídas/constituídas, mas também a discursos estruturados na consciência prática (low
level of reflexitivy
4
)
1.2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
3
Estas noções serão apresentadas no capítulo 2.
4
Esta perspectiva se refere à proposta de Giddens, quando é prevista a unicidade de estrutura e agência,
descrita em “O que é agência?”, por Emirbayer, M. e Mische, A., publicada no The American Journal of
Sociology, vol. 103, n.º 4, The University of Chicago Press, 1998.
16
Quais foram as principais estratégias linguísticas de polidez presentes nos textos nas
seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, quanto ao quesito frequência de
ocorrência e repetição ao longo do tempo no período de janeiro a dezembro de 2008?
1.3. OBJETIVO GERAL DA PESQUISA
Verificar as principais estratégias linguísticas de polidez presentes nos textos das
seções Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de
2008, vinculadas ao quesito de frequência de ocorrência e repetição ao longo do tempo e
mapeadas por ferramenta de análise discursiva desenvolvida para este fim.
1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA PESQUISA
a) Recortar o discurso presente nos textos nas seções “Gestão” e “Negócios”, da
Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008;
b) Constituir corpus textual para análise num contexto linguístico-organizacional a
partir dos textos nas seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro
a dezembro de 2008 numa perspectiva de indissociabilidade entre
estrutura/agência/linguagem;
c) Constituir corpus textual recorrente configurado em manifestações oficiais
(revistas impressas e site da revista) a partir das seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista
Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008, pelo viés da frequência de ocorrência e
da repetição ao longo do tempo.
d) Identificar as estratégias linguísticas de polidez presentes nos textos das seções
“Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008, como
discurso institucional (o da Revista) e a presença do autor dos textos (presença do agente em
reflexão cognoscitiva);
e) Descrever a perspectiva da agência presente nos textos das seções “Gestão” e
“Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008, como discurso
institucional (o da Revista) e a presença do autor dos textos (presença do agente em reflexão
cognoscitiva e consciência discursiva), propagada no emprego da estratégias discursivas;
17
1.5. JUSTIFICATIVAS TEÓRICA E PRÁTICA DA PESQUISA
Entendendo-se que este trabalho pertença ao campo de estudos organizacionais e
teoria institucional, bem como mantém rigor metodológico, são propostas justificativas em
duas perspectivas. Uma delas deve recobrir aspectos ligados a um contexto teórico de
inserção do trabalho. A outra recobre realizações práticas, ressalvando-se, na medida do
possível, a relevância e contribuição deste trabalho.
1.5.1. JUSTIFICATIVA TEÓRICA
Os estudos organizacionais revelam um íntimo relacionamento entre as ações
humanas e a linguagem. Parece ser insubstituível a junção desses elementos em
configurações e análises organizacionais de sucesso. dias de comunicação como a da
Revista Exame nas seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro
a dezembro de 2008, de relevante papel junto à sociedade e à comunidade empresarial
desenvolvem ações competentes, com dupla expectativa. Uma delas é comercial. Ou seja,
um dos objetivos da revista é o de vender cada vez mais. Um outro diz respeito à tentativa
de criar uma referência no segmento empresarial (incluindo-se aqui todos os atores deste
segmento) de excelência organizacional. São estabelecidos parâmetros de análise e
avaliação para o público leitor.
Esta proposta se sustenta na necessidade de se mapear o discurso agêntico nas seções
“Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de janeiro a dezembro de 2008 de
modo a poder recuperar e reproduzir uma tendência discursiva, via análise de discurso,
passível de aproveitamento em outros segmentos de pesquisa e análise na sociedade, de
contexto acadêmico ou não.
1.5.2. JUSTIFICATIVA PRÁTICA
Assumindo-se os pressupostos deste trabalho, entre eles, o de que a agência humana
é uma categoria complexa composta por agência, estrutura e linguagem (discurso), justifica-
se a presente pesquisa por seu caráter de aplicação. Pretende-se estabelecer elementos
iniciais de uma ferramenta analítica. Ela será executada num veículo de comunicação que
tem por função precípua prestar informação e pretende formar opinião nos segmentos em
que está inserida e fomenta debates. Ou seja, a aplicação dessa ferramenta deve ser
empregada em primeira, esperando-se manter recorrente o seu caráter prático.
18
1.6 A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Partindo-se da ideia de que a apresentação dos textos promove ambiente mais
apropriado à boa interpretação, o Capítulo 1 destina-se à Introdução deste trabalho. O
capítulo 2 tem por objetivo inserir a pesquisa num ambiente de fundamentação teórica, qual
seja a articulação entre a Teoria da Estruturação e a Teoria da Polidez. A primeira
centralmente na proposta giddensiana e a segunda fundamentalmente na pesquisa de Brown
e Levinson.
Servindo-se de pesquisa qualitativa, de característica descritiva e de análise
longitudinal, somadas à composição e análise de corpus textual oficialmente publicado, por
meio de um estudo de caso, pode-se fazer um recorte em um dos mais difundidos meios de
comunicação, a Revista Exame, com seções específicas das áreas de administração e de
negócios. Nele se faz a aplicação de uma ferramenta analítica de tendência agêntica via
discurso. Este é o capítulo 3.
Com o objetivo de subsidiar afirmações fundamentadas em nossa conclusão e
favorecer recomendações para trabalhos futuros, o capítulo 4 provê-nos o capítulo de dados
tratados e organizados, ricos como indicadores. Eles juntos ao QTR validam os pressupostos
da pesquisa, bem como suscitam aprofundamentos e novas pesquisas.
Neste capítulo 5, qual seja a conclusão e as sugestões, é procedida justamente a
conexão entre todas as análises locais, em número de trinta e sete. Mantém-se relação
estreita sobre os índices conseguidos a partir dos dois quesitos basilares da pesquisa; a
frequência de ocorrência e a repetição de estratégias discursivas. Insere-se está constatação
no campo de estudos organizacionais e da teoria institucional, propectando-se aplicações em
análise organizações nos quesitos legitimidade e isomorfismos, fontes de diversidade e
respostas estratégicas.
19
2. QUADRO TEÓRICO DE REFERÊNCIA
A perspectiva composicional
5
aplicada sobre qualquer fenômeno configurado nas
relações humanas exige compromisso com o rigor da observação e do relato. É notório que a
união de noções ou de conceitos tratada em extensas discussões teóricas suscita muitas
críticas e questionamentos. A (re)delimitação de uma proposta teórica disputa espaços e
demanda novas acomodações, exige esforço discursivo e empírico, comprometimento
científico, vigor retórico e destreza. Assim, quando se faz a opção de se olhar através de
uma lente específica sobre as ações humanas, a agência
6
, determina-se todo um escopo de
pesquisa que se configura pela discussão, multiplicidade de propostas e descrições, enfim,
um contexto de muitas possibilidades e vieses indicados em várias pesquisas científicas
encontradas na literatura.
Considerando-se que o ser humano, dotado de raciocínio e relações, apresenta em si
todo um universo de possibilidades, incrementado nos contextos de relacionamento, propõe-
se descrever uma estrutura complexa de agência composta por
estrutura/agência/discurso(linguagem)
7
como elementos indissociáveis. Isto é, o ser humano
em estado latente (considerado em processos não-interativos) e em plena interação é dotado
de capacidade agêntica. É a partir dela que tudo se viabiliza.
Entendendo-se que essa ideia merece inúmeras explicações, passa-se a prover, na
medida do possível, considerando-se que se trata ainda de uma investigação, alguns
esclarecimentos acerca de cada elemento daquela estrutura complexa, na tentativa de
justificar a ideia subjacente. Assim, estrutura, agência e discurso(linguagem) passam a ser
abordados.
5
A noção composicional adotada aqui é aquela que congrega perspectivas afins, porém componentes de áreas
diferentes. Isto é, serão unidas noções da área de Administração, estudos organizacionais, com a área da
Linguística, pragmática, de modo a apresentar uma possibilidade plausível para se descrever as ações humanas
nos contextos individuais e coletivos em processos interacionais.
6
Doravante serão expostas as bases dessa perspectiva.
7
Apesar de esta expressão ser considerada indissociável e compor na sua totalidade a capacidade agêntica
humana, será, neste trabalho, decomposta para fins de pesquisa e descrição minuciosa. Outro ponto, ainda
considerado em dúvida, é utilização do termo discurso ou linguagem. Por ora, permanecerá a composição
indicadora dessa dúvida em caráter precário, aguardando alguns resultados da própria pesquisa para a
composição da expressão definitiva ou da assunção e consequente justificativa desses termos como sinônimos,
cessando-se a necessidade da escolha.
20
2.1 A Estrutura
“”Estrutura” é um dos termos mais importantes e ilusórios no vocabulário da ciência
social atual” (SEWELL, 1992). O cientista releva o termo estrutura a altos níveis nas
diversas abordagens como figura amplamente utilizada para se prover uma descrição
aceitável sobre sistemas sociais, peculiarmente, entre os sociólogos e antropólogos. Porém,
mesmo sendo indicada a necessidade da larga utilização do termo (por falta termo/conceito
mais apropriado), precisamente não foi indicada alguma conceituação que recuperasse toda
a complexidade requerida. Ainda segundo Sewell, Jr., op.cit., quando somos interpelados
sobre o significado desse vocábulo, apresentamos “dificuldade para definir o termo sem usar
a palavra “estrutura” ou um dos seus variantes na sua própria definição”. Para Giddens
(1984, p.377), “estrutura [são] regras e recursos, implicados recursivamente na reprodução
dos sistemas sociais. [A] estrutura existe somente como traços de memória, a base orgânica
do conhecimento humano especificado na ação”.
A despeito da perspectiva de Sewell, Jr., pouco estimulante sobre a teoria de
Giddens, é nela que vamos encontrar fundamentos para a proposta ora desenhada. Segundo
Giddens (
2003, p. 20)
:
(...) [a] estrutura é uma ordem virtual de meios relacionais de transformação que
os sistemas sociais, como práticas sociais reproduzidas, não têm estrutura, mas de
antemão exibem propriedades estruturais e que [a] estrutura somente existe como
uma presença espaço-temporal na sua instanciação em suas práticas e como traços
mnemônicos [d]a conduta dos agentes dotados de capacidade cognoscitiva.
Esta noção de estrutura caracteriza o dualismo estrutural proposto por Giddens,
quando os agentes sociais detêm capacidade de ação propícia ‘a fazer a diferença’, atuando
criativamente a partir de recursos estruturais ao mesmo tempo em que os reproduz. Esta
perspectiva oferece uma ferramenta de rara eficiência: recursividade. Como um sistema de
‘regras gerativas e recursos que são aplicados à ação e [ao mesmo tempo] são constituídos
por ela’.
Giddens (1979) afirma que a estrutura pode, de forma menos imprecisa, ser entendida
como características institucionalizadas (propriedades estruturais) das sociedades. No entanto,
estrutura é uma categoria genérica que está imbricada em cada um dos seguintes conceitos: (1)
princípios estruturais - princípios de organização de totalidades sociais, ou seja, os fatores
envolvidos no alinhamento institucional global de uma sociedade; (2) estruturas (conjuntos
estruturais) - conjunto de regras e recursos envolvidos na articulação de sistemas sociais; (3)
21
propriedades estruturais (elementos e eixos de estruturação) - características institucionalizadas
(estruturadas) dos sistemas sociais, estendendo-se ao longo do tempo e do espaço (GIDDENS,
1979).
Segundo Machado-da-Silva, Fonseca e Crubellate (2005), é pela proposta de
Giddens que vamos poder visualizar a interdependência entre estruturas e ações sociais,
quando “estruturas são vistas como traços de memória que se manifestam, reproduzem-se e
se reconstroem em qualquer atividade humana.” Assim, parece haver uma base de dados
constituída em recursos à disposição dos agentes que, de sua vez, vão, sob sua influência e a
serviço de uma situação que configure registro de referência contextual e, ainda, a partir de
uma capacidade criativa presente em todas as ões humanas, agir nos mais variados
contextos. Acrescentando-se as instituições nessa trama relacional e agêntica, elas parecem
fornecer “guias e recursos para agir, bem como proibições e pressões sobre a ação.”
(MACHADO-DA-SILVA, FONSECA E CRUBELLATE, 2005).
Giddens (1989) deixa claro que a análise da conduta estratégica dos atores em um
determinado contexto, possibilita identificar a reprodução de práticas em longas datas e, por
conseguinte, os modos de distanciamento espacio-temporal que ligam essas atividades práticas e
as relações, manifestando as características dos sistemas interssociais. Tal procedimento,
somado com a análise institucional, contribui para o entendimento da dualidade da estrutura,
possibilitando a conceituação das principais características de uma dada ordem institucional. No
entanto, Giddens (1989) adverte que os conceitos da teoria da estruturação devem ser vistos
somente como recursos sensibilizadores, sendo úteis para a reflexão dos problemas de pesquisa
e interpretação dos resultados.
Adotando-se essa perspectiva, pode-se afirmar que os recursos e as regras estruturais
giddensianas não podem assumir um recorte internalista ou externalista à figura humana,
mas uma composição entre elas. Os recursos e regras estruturais teriam existência mental e
social ao mesmo tempo. Ou seja, existe uma dualidade na teoria da estruturação, bem como
um caráter de dupla composição entre recursos e regras estruturais de motivação interna e
externa ao ser humano, o agente.
22
2.2 A Agência
Segundo Emirbayer e Mische (1998), agência é:
um processo com subjacência temporal de engajamento social, referenciada pelo
passado (no seu aspecto iteracional ou habitual), mas também orientado para o
futuro (como uma capacidade projetiva a imaginar possibilidades alternativas) e
ao presente (como uma capacidade prático-avaliativa em contextualizar os
hábitos passados e projetos futuros perpassados pelas contingências do
momento).
Giddens descreve a capacidade humana de agir como algo único. Mostra-nos que ser
capaz de agir significa “intervir no mundo ou se abster dessa intervenção”. (GIDDENS,
1984, p.14) Assume-se que, para se tornar um agente, o ser humano deve ser capaz de
recorrentemente utilizar elementos causais nas interações, bem como atuar sobre os
elementos propostos pelos outros agentes. (GIDDENS, 1984, p.14) Giddens destaca “o fazer
a diferença” em eventos pré-existentes ou que o agente possa alterar o cursos desses eventos
na vida cotidiana das pessoas. Machado-da Silva, Fonseca e Crubellate indicam, a partir da
proposta giddensiana, (MACHADO-DA-SILVA, FONSECA E CRUBELLATE, 2005), que
a agência prevê intencionalidade ou a falta dela. Ou seja, “agência é a capacidade de
interferir em eventos, não necessariamente de modo intencional. Isto é, parece ser necessária
uma capacidade de se exercer interferência sobre os eventos, não sendo descaracterizada a
agência caso o indivíduo não seja capaz de interferir. A ideia é a de que mesmo não havendo
interferência intencional, interferência. Assim, a ação humana é marcada por sua
presença ou ausência; é algo inerente. Elementos associados à presença espacial e à ausência
são entendidas como se descreveu na seção anterior.
Esta noção pode ser integrada às ações discursivas perfeitamente. Lembrando-se que
a seção aqui feita sobre a agência caracteriza uma separação exclusivamente em um
ambiente de proposta acadêmica. Isto é, a ação humana em qualquer ambiente não existe
sem a presença da linguagem, consequentemente, de estruturas textuais, em formação e ação
mental (interpretativa) e social. Cabe-nos ainda destacar que a linguagem envolve mais do
que o sistema linguístico. Envolve todos os elementos semióticos, traduzidos por língua,
gestos, expressões corporais, expressões faciais, todos eles atrelados a roteiros mentais
(scripts) construídos nos relacionamentos, bem como ao estado inato do ser humano frente à
aquisição da linguagem. Isto é, o agente é apto a agir independentemente das suas intenções,
23
motivações, racionalizações sobre as relações sociais circunscrito na estrutura complexa de
proposta deste trabalho, qual seja estrutura/agência/discurso.
Outro ponto desta reflexão refere-se às condições iniciais e consequentes da ação
humana. Seguindo as indicações contidas na figura 1 abaixo (GIDDENS, 1979, 1986), não
se pode dizer muito sobre o que precede ou motivos à ação. É sabido que os agentes vão
colecionar conhecimentos , ao longo de sua existência, ao ponto de, quando unidos as suas
habilidades, utilizá-los em momentos específicos, providos ou não de intencionalidade (já
citado acima). A partir do momento que um objetivo é fixado, todos os recursos mentais são
ativados na perseguição do atingimento desse objetivo. Assim, deve existir uma espécie de
monitoramento sobre os diversos contextos vivenciados de modo a se constituir um elenco
de elementos que viabilizem intervenções nos eventos. Isto não significa que os agentes
permaneçam em alerta o tempo todo, mapeando suas experiências; pelo menos, não como
um objetivo central. Eles nem mesmo conseguiriam traduzi-las discursivamente, também
não conseguiriam especificar as razões para determinados comportamentos. Porém,
podemos destacar como um critério de competência a capacidade humana de explicar a
maioria das coisas que são realiza em atividades cotidianas.
No contexto das atividades do dia-a-dia, não seria perguntado a uma pessoa inserida
no seu grupo ou comunidade porque se comporta de tal forma, a não ser que executasse uma
ação totalmente adversa e episódica à cultura do grupo de inserção. Isso ocorre mesmo se
considerando que os agentes irão adicionar uma grande quantidade de racionalização. Ou
seja, mesmo o existindo uma tendência muito forte a dizer como e porque certas ações
acontecem na vida das pessoas, uma infinidade delas será realizada sem a menor
preocupação com motivos ou razões.
Giddens, como exposto na figura acima, separa aquilo que é razão daquilo que é
motivo. Para ele, as razões de uma ação se referem à base de sua existência. São os
fundamentos da ação. Já os motivos são aqueles que criam algo potencial, algo que suscite o
agente a agir. Eles não se perpetuam ao longo da ação. Ao contrário, residem somente num
período que é delimitado por tempo e circunscrito num espaço de um projeto.
Por outro lado, as razões, bem como o monitoramento reflexivo, estabelecem-se ao
longo da ação. A bem da verdade, o monitoramento vai além da ação; até mesmo para que
haja uma retroalimentação nos processos mentais. Assim, os agentes que são dotados de
competência discursiva para relatar suas razões e descrever o resultado do seu
monitoramento reflexivo, raramente conseguem reportar os seus motivos.
24
Não obstante o monitoramento reflexivo e a racionalização se distinguirem
principalmente no processo de descrição discursiva, eles estão embasados pelos mesmos
princípios. A racionalização da ação se compõe da “explicação” do porqo agente agiu
daquela forma, dando as suas razões (GIDDENS, 1979, p.57). Porém, o monitoramento
reflexivo vai oferecer um background para a racionalização ação, pois envolve os elementos
contextuais presentes nos eventos, sejam anteriores ou processuais. Ele possibilita a
constituição da interação social; refere-se ao caráter humano intencional ou com propósito.
Lembrando que a intencionalidade é item processual e um traço (uma característica) dos
atos rotineiros. Ainda assim, não implica objetivos definidos conscientemente. Dessa forma,
afasta-se da perspectiva parsoniana dos imperativos normativos internalizados nos agentes.
Ao contrário, acrescentam-se, com o monitoramento reflexivo, somado à racionalização da
ação, elementos internos e externos à composição da interação social.
Figura 1 – O Modelo de Estratificação da Ação
Stratification Model of Action (GIDDENS, 1979)
Emirbayer e Mische (1998) descrevem o que será por eles chamado de sociabilidade
em níveis de consciência referindo-se à capacidade do agente por meio de um controle
seletivo sobre suas próprias respostas: 1) o nível da experiência de contato; 2) experiência
distante; e 3) a culminação da sociabilidade na interação comunicativa. Estendendo-se sobre
a perspectiva temporal da ação, os agentes não são concebidos numa perspectiva atomicista,
mas como respondentes ativos a uma sobreposição de sistemas chamada de contextos
temporal-relacionais. (temporal-relational contexts). Destaca-se a necessidade do agente
desenvolver suas capacidades de enfrentar um amplo espectro complexo de possibilidades
situacionais, numa projeção fundamentalmente intersubjetiva, calculando suas ações
traduzidas e enformadas em ações discursivas (comunicativas) em que o outro e ele próprio
devem ser considerados. Ou seja, o ator não se isola dos processos, mas se coloca neles sem
CONDIÇÕES
DESCONHECIDAS DE
AÇÃO
MONITORAMENTO REFLEXIVO DA
AÇÃO
RACIONALIZAÇÃO DA AÇÃO
MOTIVAÇÃO DA AÇÃO
CONSEQUÊNCIAS
NÃO PRETENDIDAS
DA AÇÃO
25
perder a noção do outro. Esse comportamento demanda a organização dos processos
interacionais, centralmente o textual, recorrendo-se a estruturas gramaticais (sintaxe,
semântica, lexical, pragmática, etc.) como elemento fundamental do discurso internalizadas
em sua mente, associando-se a referências contextuais e situacionais impostas pelo
ambiente
8
, além da manutenção das faces relacionais.
Assim, de acordo com Emirbayer e Mische, op. cit., agência é definida como:
o engajamento temporalmente construído por atores de ambientes estruturais
diferentes os contextos temporal-relacionais da ação que, através da
interação de bito, imaginação e julgamento produz e transforma aquelas
estruturas em resposta interativa a problemas colocados pela mudança de
situações históricas.” (
EMIRBAYER, e MISCHE, 1998)
Esse conceito recupera as noções temporais citadas anteriormente que o somente
estão a serviço da capacidade agêntica do ser humano, mas às composições mais complexas
da agência humana, incluindo-se as manifestações discursivas. Quais sejam: iteração,
projetividade e avaliação prática. Ainda, não se pode deixar escapar a noção de agência que
acumula a capacidade interpretativa “de forjar e entender textos e, além disso, agir sobre
eles e a reagir a partir deles de formas significativas, para dar conta de toda uma quantidade
de processos comunicativos organizacionais.” (MCPHEE, 2004)
2.3 O Discurso (o uso da linguagem)
Seguindo a ideia acima apresentada, qual seja a agência como um elemento
complexo composto por estrutura/agência/discurso, nesta seção procurar-se-á descrever o
conceito de discurso utilizado neste trabalho. Além disso, este conceito deverá ser
circunscrito às ações humanas, operando nas mesmas dimensões da estrutura e da agência
tratadas anteriormente. Ou seja, o esforço aqui despedido deverá qualificar o discurso num
ambiente dos usos da linguagem, vinculados às noções de consciência prática e consciência
discursiva. Noções estas unidas, à ideia de intencionalidade, rotinização discursiva,
repetição de ações. Um dos esteios aqui utilizados é o modelo de estratificação da ação de
Giddens (1978), bem como elementos da proposta de Goffman (1967), quando são
considerados elementos das faces relacionais nos momentos de interação.
De composição e referenciação similar, o discurso, ao mesmo tempo em que se
apresenta como uma ferramenta extremamente eficaz ao ser humano, caracteriza-se também
8
Este assunto será discutido no próximo tópico.
26
por elementos estruturantes encontrados na sua organização sintático-semântica, além de
marcações temporais altamente significativas, tanto na produção quanto na recepção textual.
O agente se reveste de processos mentais e interacionais com a intenção de agir. Busca
referências significativas na estrutura gramatical internalizada e constroi discurso
selecionando, sempre que possível, estruturas textuais adequadas às situações vivenciadas.
Vale destacar aqui que a intencionalidade referida anteriormente deve ser novamente tratada
uma vez que o agente mesmo não conseguindo manifestar suas intenções via discurso, ela
está presente. Isto é, o discurso sempre é enviesado e pode estar a serviço do agente ou sob a
influência de uma estrutura manifestada pelo agente na ação discursiva.
Para que sejam usados intencionalmente ou não, o agente tem à sua disposição dois
potentes aliados. A gramática da língua internalizada ainda na infância e as estratégias
discursivas adquiridas com o desenvolvimento das habilidades linguísticas e das relações
sociais em experiências diretas ou aquelas recuperadas por meio de lembranças, relatos, etc.
Nesse contexto, parece haver uma noção retratada nos trabalhos de Giddens e
recuperada em vários outros citados anteriormente, de dualidade no processo de
estruturação que se faz presente na composição do discurso agêntico. Ou seja, ao mesmo
tempo em que as estruturas sintático-semâticas os espectro de possibilidades de formação de
frases, consequentemente, as macro-estruturas textuais, elas viabilizam infinitas
composições. Essas composições entre estrutura e ação discursiva favorecem o agente em
situações cotidianas (rotineiras ou não). Fica a cargo do seu discernimento cognoscitivo e de
sua experiência prática as evoluções discursivas.
As situações cotidianas são carregadas de elementos significativos. Estes elementos
são responsáveis por inúmeras referências. [....] Diante dos momentos de interação, os
agentes apresentam suas faces relacionais. Como veremos adiante, elas serão fundamentais
nas situações de externação (quando o agente se dirige por meio do discurso ao ouvinte), em
processos de utilização de estratégias linguísticas de polidez.
Seguindo o raciocínio até aqui desenvolvido, os agentes oscilam entre escolhas das
estratégias linguísticas e momentos de manifestação da consciência prática. Isto é, neste
segundo caso, as referências advindas das práticas cotidianas se sobrepõem aos objetivos
interacionais. São reveladas estratégias discursivas sem um “consentimento” do agente.
Parece ser uma manifestação inconsciente de elementos registrados na mente do agente.
Uma perspectiva teórica que favorece a inserção daqueles registros citados acima é a
da polidez pragmática. No trabalho de Penelope Brown e Stephen Levinson (BROWN &
LEVINSON, 1987), o ponto alto da pesquisa foi a busca por universais linguísticos
27
(pesquisa de cunho empírico dentro da pragmática linguística). A despeito da proposta de
pesquisa daqueles estudiosos, alguns resultados secundários relatam manifestação recorrente
em termos de estratégias discursivas com tremenda afinidade com a perspectiva da
construção do discurso agêntico desta proposta, favorecendo sobremaneira as possibilidades
de descrição da composição da agência.
Sumarizando os resultados da pesquisa de Brown e Levinson que estão no escopo
deste trabalho, quando da sua utilização como dados secundários, devem ser introduzidas
algumas noções. A primeira delas se refere à presença de Falantes (doravante apenas A, na
nossa perspectiva, Agentes) e Ouvintes (doravante apenas O, entendidos como agentes que
recebem a ação), como em todos os processos análise linguística da comunicação. Ambos A
e O são agentes, desenvolvendo seus papéis nas relações interacionais que serão
apresentadas nas seções subsequentes.
Ambos são A e O dotados de faces relacionais. Na perspectiva de Brown e Levinson
(BROWN & LEVINSON, 1987), são segmentadas como face positiva e face negativa e
ambos são agentes racionais (A e O), no sentido em que são capazes de escolher meios
razoáveis para satisfazer os fins que motivaram tais meios. Em geral, tanto A quanto O
tentarão manter a face um do outro (podendo ser a sua própria), tendo em vista que a face é
um conjunto de vontades satisfeitas somente pelas ações dos outros, em trocas interacionais.
Caracterizando por um espaço intermediário; um espaço-temporal marcado pela
intersubjetividade. Assim, o A tentará manter a face do O, a menos que ele consiga fazer
com que o O mantenha a face do A sem recompensa, coerção, dolo, etc. Essa forma de
designar os indivíduos nos momentos de interação tem afinidade direta com as situações
vividas em vários tipos de grupos sociais.
Nesse contexto, considerando-se as faces acima descritas em um ambiente
interacional complexo, um outro conceito é requerido. Aquele que envolve os Atos de
Ameaça à Face (AAF, Face-threatening Acts). Os AAF são todos os atos que
intrinsecamente ameaçam a face relacional do O. Observa-se pontualmente que os AAF são
colocados nas mãos do A, caracterizando-se pela iniciativa da ação. Tem início a tentativa
de controle da interação por parte de A. Nessa instância, restrições sociais são assumidas,
impostos normalmente por papéis as serem desempenhados, e o sucesso das ações passa a
depender de algumas variáveis e das habilidades do A em estar no ‘comando’ da relação.
Esta posição requer uma capacidade latente criativa de se utilizar “declarações metafóricas
que habilitam os agentes [...], por exemplo, a perceber novamente a realidade de novas
formas que possam ligar o antigo com o novo(BROWN e LEVINSON, 1987), prevendo-
28
se o início de um processo de atenuação relacional.
Estando na situação de perceber que terá que executar um AAF, ou seja, uma ação
discursiva, o agente poderá escolher estratégias de minimização da ameaça ou executar o
AAF com eficiência máxima, recorrer às estratégias de polidez. Portanto, servem para
demonstrar como A age racionalmente dependendo do grau de ameaça à face de O e da
maneira como ele quer preservar a sua própria face e a face do O. Lembrando que face,
neste contexto, é um conjunto de vontades satisfeitas somente pelas ações dos outros em
trocas interacionais, temos aqui um incremento na dificuldade de se executar um AAF,
considerando-se e mantendo-se as faces tanto de A quanto de O.
Incrementado as noções sumariamente apresentadas acima, de acordo com os
estudiosos citados acima todos os membros adultos aptos de uma sociedade possuem - e
sabem que os outros possuem (BROWN e LEVINSON, 1987):
(i) Face - consiste em uma auto-imagem pública que cada membro da sociedade
toma para si, que consiste de:
a. Face negativa - que consiste na liberdade de agir de forma não-impedida, e nos
direitos de território, auto-preservação, direito de não ser molestado, ou seja, o
direito à liberdade de não-impedimento.
b. Face positiva - “auto-imagem” ou personalidade positiva que o agente
interacional tem e que ele gostaria que fosse aprovada e apreciada.
(ii) Algumas capacidades racionais ligadas à identificação de meios possíveis para
atingir um determinado fim, recuperando-se noções do discurso agêntico.
Brown e Levinson (1987) identificam a origem de sua noção de “face”, parcialmente
via Durkheim, a partir dos Ritos Positivos e Negativos”, na obra “The Elementary Forms of
Religous Life”, 1915 e parcialmente via o trabalho de Goffman e das noções populares que
ligam “face” às ideias de humilhação ou vergonha. Exemplificam com a expressão
linguística do tipo “queimar a cara” (sentir-se humilhado, envergonhado, paralela à
expressão idiomática “livrei a minha”, que significa evitar a humilhação, preservar-se de
uma situação embaraçosa). Assim, a noção de face está presente de maneira bastante
constante nas interações sociais, de forma que devemos prestar atenção nela para
investirmos emocionalmente e de modo que poderíamos perdê-la, mantê-la e melhorá-la
(BROWN e LEVINSON, 1987: 61)
29
Desse modo, como os agentes interacionais se sabem mutuamente vulneráveis
quanto à face, ambos cooperam em uma interação para manter a própria face e a face do
outro. A ideia, portanto, é expor as maneiras pelas quais os agentes de uma interação se
tornam cuidadosos em manter a face, que a face de cada um depende do fato de a face do
outro ser mantida. Isso porque, caso sintam que ela esteja ameaçada, os participantes de uma
interação a defenderão, em geral, às expensas da do participante que executa uma AAF à sua
face. É essa espécie de jogo que faz com que os agentes usem de estratégias racionais para
evitar ameaças à face dos interlocutores, protegendo ao mesmo tempo a sua face.
2.3.1 Os Atos de Ameaça à Face - AAF
Retomando o conceito de AFF tomado anteriormente, qual seja os AAF são todos os
atos que intrinsecamente ameaçam a face do O, admiti-se que apesar de A e de O
reconhecerem face e racionalidade ainda sim há ameaças que vão de encontro aos desejos da
face de A ou de O. Os atos” são entendidos aqui como partes do discurso agêntico no que
tange aos processos verbais intencionais ou não.
Inicialmente, são distintos atos que ameaçam a face positiva de atos que ameaçam a
face negativa, tanto do agente quanto do ouvinte, da seguinte maneira:
Atos que ameaçam a face negativa ou positiva:
a) Os atos que ameaçam os desejos da face negativa do O, (potencialmente)
indicando que o A não pretende se abster de impedir a liberdade de ação do O seriam
exemplificados por:
a1) Atos que predicam um ato futuro de O, pressionando-o a executar (ou
impedi-lo de executar) o ato X do tipo:
i. Ordens e pedidos (A indica que ele quer que O faça ou deixe de fazer, o ato
X);
ii. Sugestões e conselhos (A indica que ele acha que O deveria executar o ato
X);
iii. Lembretes (A indica que O deveria lembrar-se de fazer um ato X);
iv. Ameaças, avisos, enfrentamentos (A indica que haverá sanções contra O
caso ele não execute o ato X).
a2) Os atos que predicam uma ação futura do A com relação ao O e
pressionam O para aceitá-los e provavelmente incorrer em dívida são:
i. Ofertas (A indica que ele quer que O indique se quer ou não que A faça algo
30
por ele, possivelmente incorrendo em dívida).
ii. Promessas (A se compromete com uma ação futura com relação O).
a3) Os atos que predicam um desejo de A com relação a O, fazendo com que
O pense que deve tomar medidas de proteção com relação ao que A quer sejam:
i. Elogios, expressões de inveja e admiração (A indica que ele gosta de algo de
O ou que quer esse algo para si).
ii. Expressões de emoções (negativas) fortes com relação a O, como ódio,
raiva ou cobiça (O indica possível motivação para fazer mal a O ou aos bens de O).
a4) Os atos que ameaçam o desejo da face positiva, potencialmente indicando
que A não se importa com os sentimentos, desejos etc. de O (e que de certa forma indicam
que ele não deseja as coisas que O deseja. Incluem:
a5) Aqueles que mostram que A de certa forma avalia negativamente algum
aspecto da face positiva de A:
i. Expressões de desaprovação, crítica, desprezo ou ridicularização,
reclamações e reprimendas, acusações, insultos (A indica, assim, que não deseja um ou mais
dos desejos, atos, características pessoais, bens, crenças ou valores de O).
ii. Contradições ou discordâncias e desafios (A indica que ele acha que O está
errado sobre algum assunto, o que gera desaprovação).
a6) Os atos que indicam que A não se importa ou é indiferente à face positiva
de O são:
i. Expressões de emoções descontroladas (dando motivos a O para temer F ou
se sentir embaraçado).
ii. Irreverência, menção a tabus, incluindo os que são inapropriados ao
contexto (indicando que A não dá valor para as coisas às quais O dá valor)
iii. A trazer más noticias sobre O ou boas notícias sobre si mesmo (A indica
que quer desagradar O e que não se importa com seus sentimentos).
iv. Trazer à tona tópicos emocionais ou segregantes, como política, raça,
religião, liberdade feminina etc. (A cria uma atmosfera perigosa para a face).
v. Não-cooperação em alguma atividade, como interrupções da fala de O,
mostrar falta de atenção etc. (A indica que não se importa com os desejos da face positiva ou
negativa de O).
vi. Uso de termos ofensivos ou marcados quanto ao status em encontros
iniciais (A identifica O de maneira errônea ofensiva ou embaraçosa, de maneira intencional
ou acidental).
31
Atos que ameaçam a face do ouvinte ou a do agente:
b) Os que ofendem a face negativa de A:
b1) Exprimir agradecimento (A reconhece uma dívida, humilhando sua própria
face).
b2) Aceitação do agradecimento ou das desculpas de O (A sente-se compelido
a minimizar a transgressão ou vida do ouvinte, com expressões do tipo: “Que é isso, não
foi nada!”).
b3) Desculpas (A indica que ele acha que teve uma boa razão para fazer, ou não
fazer um ato que O criticou, de modo a causar confronto entre o que ele e o que O pensam
das coisas).
b4) Aceitação de ofertas (A é compelido a aceitar uma dívida).
b5) Respostas a uma gafe (se A visivelmente nota uma gafe anterior, ele pode
causar embaraço a O, e se ele fingir que não nota, ele pode se sentir de forma desagradável).
b6) Promessas e ofertas a contragosto (A se compromete com uma ação futura
embora não queira).
c) Os que ofendem a face positiva do agente:
c1) Pedidos de desculpas (A indica que sente muito por um AAF anterior,
danificando sua face em algum grau, especialmente se esse AAF for descoberto por meio do
pedido de desculpas).
c2) Aceite de elogio (A pode se sentir constrangido a denegrir o objeto do
elogio de O, ou sentir-se constrangido a elogiar O em troca).
c3) Perda do controle físico sobre o corpo, fluidos corporais, tropeços ou
quedas etc.
c4) Auto-humilhação, amedrontamento, agir estupidamente, auto-contradição.
c5) Confissões, admissões de culpa ou responsabilidade (por ter ou não ter feito
uma ação ou por ignorância).
c6) Descontrole emocional, por exemplo, lágrimas ou riso.
32
2.3.2 Estratégias Linguísticas para executar AAF
Segue no quadro abaixo, retirado de Brown e Levinson(1987: p. 60), um resumo da
hierarquia das circunstâncias que determinam o uso das estratégias de polidez expostas em
seu modelo.
1. sem ação compensatória,
baldly
On
record
2. polidez positiva
Executar o
AAF
Com ação
compensatória
4. Off
record
3. polidez
negativa
5. Não executar o AAF
Fig. 2 - Estratégias possíveis para se executar um AAF.
O agente, em uma situação que apresente vulnerabilidade de face deve utilizar certas
estratégias para minimizar as ameaças relacionais. Ele poderá levar em consideração três
desejos: (a) o de comunicar o conteúdo do AAF x, (b) o de ser eficiente ou urgente e (c) o de
manter a face de O de qualquer forma. A menos que (b), o desejo de ser eficiente ou
urgente, seja maior que (c), o desejo de manter a face, o agente tentará minimizar a ameaça
do AAF em questão.
As estratégias aparecem resumidas no diagrama 1 acima e podem ser entendidas da
seguinte maneira:
1) O agente age on record ao executar um ato quando estiver claro aos participantes
a sua intenção comunicativa que o levou a executar o ato. Por exemplo, ao enunciar “Eu
prometo vir amanhã”, o agente se compromete com uma ação futura. Pode-se dizer que o
agente o fez de maneira on record (numa tradução livre seria “diretamente”), pois o ouvinte
entende que uma intenção não-ambígua conduzida pelo ato de fala de A. As possíveis
vantagens dessa estratégia são: o agente pode conseguir pressão pública contra a face do
ouvinte ou em favor de si mesmo; ele pode ser visto de maneira positiva pela honestidade do
33
ato ou pelo fato de o ouvinte entender que o agente confia nele. O agente pode ser visto
como não manipulador, ele ganha com relação à diminuição da possibilidade de não ser
entendido.
Contrariamente, agir off record (ou “indiretamente”), o ouvinte entende que mais
de uma intenção/significado que se pode atribuir à enunciação de um ato de fala
contextualizado e que o agente não se comprometeu exclusivamente. Ainda, as estruturas
discursivas que não apresentam objetividade podem ter os seus sentidos completados pelo O
à mercê de suas próprias referências. Um exemplo seria “Droga, estou sem dinheiro, esqueci
de ir ao banco hoje”, que não exprime exclusivamente a intenção do agente de tomar
dinheiro emprestado do ouvinte, mas que mesmo assim pode exprimir essa intenção, e, em
geral, o faz por tudo aquilo que representa uma estrutura com essas características somados
os registros referenciais de contextualização. As realizações linguísticas da estratégia off
record incluem a ironia, a metáfora, as tautologias, understatements (dizer menos do que é
necessário para expressar algo de forma não-ambígua), perguntas retóricas etc. Os possíveis
lucros advindos da escolha dessa estratégia incluem o crédito que recebe pelo tato
demonstrado na ação comunicativa, ele será visto como não-coercivo. O agente dá ao
ouvinte uma oportunidade de este demonstrar que se importa com aquele, testando os
sentimentos do ouvinte. Além disso, ao dar a chance ao ouvinte de retribuir positivamente a
um ato comunicativo potencialmente perigoso (que poderia ser entendido como ordem, caso
não fosse feito de maneira off record), o ouvinte ganha créditos por ser generoso e
cooperativo.
Os atos sem ação compensatória, chamados de estratégia direta (bald on Record), são
aqueles realizados da maneira mais clara, concisa, não-ambígua e direta possível, e. g. Faça
isto!. O agente geralmente se utiliza dessa estratégia quando não teme retribuição do
ouvinte, em situações como as seguintes: (a) ambos concordam tacitamente que a situação
demanda urgência e eficiência, de modo a temporariamente suspender as necessidades das
faces relacionais; (b) quando a ameaça à face do ouvinte é muito pequena, ou seja, quando
não se exige muito do ouvinte, em situações como ofertas, pedidos, sugestões que sejam do
interesse do ouvinte e (c) quando o agente é muito superior em poder ao ouvinte ou quando
pode sugerir auxílio à audiência para destruir a face do ouvinte sem colocar em risco a sua
própria face.
Ações compensatórias (redressive actions) são aquelas que “dão face” ao ouvinte, ou
seja, são aquelas nas quais o ouvinte percebe que o agente escolhe estratégias que
claramente podem manter a face do ouvinte, por meio de estratégias e escolhas que
34
demonstrem que o agente se preocupa com as vontades da face do ouvinte e compartilha
delas. Esse tipo de ação pode ser positivo ou negativo, como veremos.
A estratégia de polidez positiva é o tipo de ação corretiva orientada à face positiva do
ouvinte, ou seja, à auto-imagem que o ouvinte reclama para si, ao desejo de ser aprovado
pelo outro. Usando essa estratégia, o agente pretende que o ouvinte entenda que seus desejos
são compartilhados
9
. Isso pode ser feito por meio de um tratamento amigável ou por meio de
tratamento de identificação de grupo, ou tratamento que deixe claro que os desejos e traços
de personalidade do ouvinte são conhecidos e aprovados. Essa tentativa de mostrar ao
ouvinte que o agente compartilha de seus desejos de face é que reduz o risco à face do ato
comunicativo em questão. As vantagens dessa estratégia incluem a criação de um ambiente
amigável entre agente e ouvinte, de modo que até mesmo atos comunicativos que carregam
bastantes possibilidades de ameaça à face, como as críticas, por exemplo, podem ser vistas
de maneira menos “incisivas” degradantes do relacionamento. Pedidos e ofertas também
podem ter a possibilidade de débitos posteriores diminuídos por meio da expressão da
reciprocidade ou por meio da inclusão do ouvinte como possível beneficiário da mesma
ação (como, por exemplo, quando o marido grudado à TV diz à esposa “Vamos fazer o
jantar”.)
A estratégia de polidez negativa tem como objetivo satisfazer a face negativa do
ouvinte, relacionada aos seus desejos de ser desimpedido em suas ações e aos seus desejos
de manutenção de território e de autodeterminação. Assim, os atos comunicativos são
realizados de modo a deixar claro que o agente respeita os desejos da face negativa do
ouvinte, e que o agente não vai interferir com os desejos de agir livremente do ouvinte.
Esses atos se realizam de maneira linguisticamente deferente, com expressões de respeito,
formalidade, pedidos de desculpas por eventuais interferências, mecanismos de
impessoalização (como a voz passiva), criando uma certa distância entre agente e ouvinte, e
permitindo a este uma “saída”, ou seja, uma opção que favoreça sua face negativa, de modo
que ele não seja forçado a agir e possa escolher qual será sua ação. Os benefícios dessa
estratégia incluem a expressão de respeito, deferência, e a possibilidade de evitar incorrer
em débito futuro. O agente mantém a distância social, e evita o risco de avançar na
familiaridade ou intimidade com o ouvinte quando estas não existem. A possibilidade de dar
uma saída ao ouvinte é vista como uma vantagem quando, por exemplo, o agente faz uma
oferta ou um pedido e não expressa a vontade de que o ouvinte diga necessariamente “sim”,
9
Esta condição encontra semelhança na descrição de Heracleuos e Hendry, 2000, quando indica que a
linguagem pode ser aplicada na facilitação dos processos administrativamente relevantes e resultados, como o
exercício da liderança.
35
mesmo quando essa saída possível é apenas convencional, e não corresponde a uma saída de
fato, mas sim a uma expressão de solidariedade à face do ouvinte.
O agente pode também escolher não realizar o AAF, sob pena de não ser possível
comunicar o conteúdo proposicional desejado. Essa estratégia obviamente não recebe muita
atenção nas teorias da polidez, que não serve para o fim último da polidez, que é auxiliar
na comunicação.
No diagrama 1. acima, as estratégias estão numeradas da seguinte maneira:
1. Direta (Bald on Record)
2. Polidez positiva
3. Polidez negativa
4. Indireta (Off Record)
5. Não executar o AAF
Elas procuram descrever uma espécie de escala ligada à periculosidade, entendida
aqui como a não realização dos objetivos intencionais ou não da ação discursiva que o
agente atribui ao AAF x. Ou seja, quanto mais perigoso e ameaçador à face o ato, o agente
tenderá a escolher as estratégias de número mais alto. Por exemplo, ao utilizar a estratégia
Direta, o agente se compromete muito pouco em amenizar o risco à face do ouvinte. A
estratégia 2 acima é usada para satisfazer os desejos da face positiva do ouvinte, com o
agente demonstrando aprovação e compartilhamento de desejos ligados à face do ouvinte e a
3 para satisfazer os desejos da face negativa do ouvinte, ou seja, de ser desimpedido em suas
ações. A estratégia positiva aqui é colocada em um nível anterior à estratégia 3 porque, ao
escolher a estratégia da polidez positiva, o agente incorre em um risco relacionado ao fato de
que ele deve expressar proximidade com o ouvinte, e este, por sua vez, deverá aceitar essa
proximidade. A estratégia da polidez negativa não implica essa assunção, e, por isso, o
agente fica menos vulnerável à ação compensatória do ouvinte. A estratégia 4, por sua vez,
permite ao agente esquivar-se da responsabilidade por meio de expressões não-diretas.
Obviamente, a estratégia 5 é usada em casos de riscos muito grandes, mas às expensas da
comunicação, o que a torna pouco interessante.
36
3. METODOLOGIA
Desbravar o material altamente complexo componente dos estudos do homem no seu
viés das relações sociais exige rigor e determinação metodológicos. A despeito da
caracterização de prestígio presente no campo da pesquisa científica fundamentalmente
calcada no método quantitativo, a pesquisa social prevê imersão do pesquisador junto ao
meio do objeto de pesquisa. O emaranhado das relações humanas requer, para sua
observação, uma posição profunda delimitadora do grupo, organização ou qualquer natureza
dimensionadora dos agrupamentos de indivíduos (BRYMAN, 1988). Essa delimitação
favorece o que, em essência, foi chamada de uma “abordagem do estudo do mundo social
que procura descrever e analisar a cultura e o comportamento dos humanos e seus grupos do
ponto de vista daqueles que estão sendo estudados” (BRYMAN, 1988).
Não obstante a observação seja amplamente utilizada (principalmente por
antropólogos), não se consubstancia em critério único de pesquisa. As exigências do método
qualitativo podem passar por outros instrumentos. proporcionando ao pesquisador a
possibilidade de interpretar e compor, via texto de análise e exposição, um espectro do
cotidiano (por meio das rotinas) e das relações sociais daquele agente ou grupo.
Ainda que apenas dois pontos da pesquisa qualitativa tenham sido destacados, quais
sejam (i) a observação e (ii) a interpretação, outros ainda devem ser acrescentados. Porém,
cumpre traçar algumas complementações às noções de (ii). Precedem à interpretação
questões como determinação do contexto do corpus textual, formulação do instrumento de
coleta de dados em si, determinando-se sua estrutura
10
, bem como a forma de aplicação ou
disseminação. As escolhas serão ditadas pela abordagem feita, considerando-se as próprias
dimensões da pesquisa e as limitações do método, do objeto e do pesquisador.
A combinação desses elementos delineia em prospecção o sucesso da investigação.
A interpretação de tudo que foi coletado é peça fundamental na pesquisa. Tudo pode se
perder se a composição dos sentidos não se fizer presente de forma adequada, preocupada
com as leituras futuras (dos leitores e do próprio pesquisador), compromissada com a
idoneidade das informações entalhadas, textualmente desenhadas, escolhendo-se o melhor
elenco de proposições para que atuem como facilitador do processo da construção dos
sentidos, tentando-se reduzir a multiplicidade interpretativa
Outra perspectiva atrelada ao processo de interpretação de conteúdo textual é aquela
ligada à análise de corpi textuais recuperados em mídia pública que constroi material
10
Tradicionalmente, uma entrevista pode ser estruturada, semi-estruturada e não estruturada.
37
riquíssimo de registro sistemático de discurso que materializa a agência de várias pessoas
e/ou organizações. Além disso, fica estabelecida, para análise tempestiva, a escolha das
estratégias linguísticas determinada em convergência ao objetivo da ação discursiva
(consciente ou inconscientemente) e à manutenção das faces relacionais dos envolvidos no
processo. Fundamentalmente, os registros textuais trazem elementos tramados outros
daqueles conseguidos a partir de textos falados provenientes das entrevistas e dos
questionários.
Um ponto importante para este trabalho caracteriza-se pelas escolhas metodológicas
necessárias. Tendo em vista a proposta de pesquisa se basear na captura e análise da
tendência agêntica nas seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período de
janeiro a dezembro de 2008 via ação discursiva, faz-se necessária a seleção de algumas
ferramentas metodológicas específicas.
A primeira já foi notoriamente escolhida e determinada pelo método qualitativo de
pesquisa. Tendo em vista a característica das teorias de base escolhidas, quais sejam a
Teoria Estruturacionista e a Teoria da Polidez, o estudo de caso marca o segundo elemento
metodológico da pesquisa. Assume-se aqui a relevância para o trabalho de se proceder a
uma análise longitudinal (BARLEY E TOLBERT, 1997; MACHADO-DA-SILVA,
FONSECA E CRUBELLATE, 2005; POZZEBON E PINSONNEAULT, 2005;
WHITTINGTON, 1992)
11
. O fator tempo na formação da sua história determina a
composição e a variação discursiva agêntica da revista, oscilando-se por influências da
estrutura, como elemento regulador; sendo que o recorte dos doze meses de publicações dos
textos sob pesquisa remete-nos ao caráter longitudinal necessário. A escolha autônoma de
estratégias discursivas e objetivo da ação alternando-se entre público-alvo externo e interno
à própria mídia de comunicação, entendendo-se que se espera detectar um padrão de
recursividade nesse processo. Ou seja, à medida que a estrutura determina escolhas de
estratégias linguísticas que caracterizam o discurso agêntico da revista, este (o discurso)
interfere na composição estrutural da própria revista em termos discursivos agênticos. Essa
orientação de pesquisa pode se aplicar também à revista como um todo nas suas relações
internas e externas, realizando-se o processo mais intensamente com o ambiente externo
pela sua característica institucional. Fica adequada a nossa ferramenta de análise por ser
11
A caracterização do elemento longitudinal aqui inserido se refere a uma análise ao longo do tempo (diacrônica), porém
sem a presença do pesquisador cronologicamente localizado em cada momento. Verifica-se que há consenso que a
estruturação deve ser analisada longitudinalmente.
38
apropriada tanto a capturar os usos da linguagem quanto as influência dos elementos
estruturais nos momentos de detecção das estratégicas linguísticas.
Assim, pode-se perceber o viés descritivo requerido pelo próprio objeto pesquisado.
Segundo Richardson et al. (1989) e Selltiz, Wrightsman e Cook (1987), os estudos
descritivos têm como objetivo principal a descrição de características de determinada
população ou fenômeno, ou da classificação da relação entre variáveis, preocupando-se
principalmente com a descoberta de características de tal fenômeno. Dessa forma, optou-se,
por intermédio de duas categorias de pesquisa já estabelecidas, analisar corpus textual
cronologicamente. Foram assim compostos momentos de análise: a pré-análise, a exploração
do material e o tratamento dos resultados, e a inferência e a interpretação.
O delineamento da pesquisa foi do tipo pesquisa documental, considerando que os
dados coletados permitiram análises descritivas e explanatórias dos relacionamentos entre
autores. Como afirmam Burt e Lin (1977), os dados disponíveis em documentos são de
grande valia, principalmente em pesquisas longitudinais, pois possibilitam a reconstrução de
eventos passados. Segundo Bardin (1977) e Chaumier (1971), a pesquisa documental é
aquela que utiliza materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda
podem ser elaboradas ou codificadas de acordo com o objetivo da pesquisa.
A pré-análise operacionalizou e sistematizou as ideias iniciais, visando à condução a
um esquema preciso, dentro das possibilidades da pesquisa, para o desenvolvimento das
operações seguintes, resultando em indicadores que fundamentam a interpretação final. Para
estabelecer as categorias iniciais da análise, realizou-se uma leitura flutuante do material,
viabilizando o conhecimento da estrutura e da narrativa, possibilitando, dessa forma, ter as
primeiras orientações e impressões em relação à composição dos textos.
Dessa forma, a recuperação de um contexto histórico garante apenas um viés da
pesquisa, retratando o discurso agêntico publicado (mídia impressa e virtual, site). Porém,
para o bem da pesquisa, é necessária uma triangulação (EISENHARDT, 1989; YIN, 2005).
Assim, somam-se à descrição do acervo discursivo composto historicamente em textos
publicados a exploração dos textos em busca das estratégias de polidez. As suas presenças
ou não determinarão os resultados da pesquisa, de acordo com com os critérios
estabelecidos. Procura-se criar espaço confortável para que os elementos procurados as
estratégias discursivas que viabilizam a agência por parte da revista em ação deliberada ou
estruturalmente restringida ou suportada componham um corpus textual que permitirá a
“checagem” e confirmação da existência de padrões recorrentes na escolha de certas
39
estratégias linguísticas ou a sua presença deliberada de modo a conferir êxito na ação
discursiva dada uma situação vinculadora.
A análise foi procedida sobre 73 textos da seção de Negócios e 30 textos da seção de
Gestão
12
,todos da Revista Exame, num total de 103 publicações durante o ano de 2008, de
janeiro a dezembro. Tendo em vista o contido espaço físico para relato e exposição da
pesquisa realizada, cerca de 30 por cento da análise dos textos será exposta. Dessa forma,
serão apresentadas 25 análises da Seção de Negócios e 12 análises da Seção de Gestão.
Dentre os textos selecionados, 50% serão extratos do início dos artigos (jornalísticos)
e 50% do final dos artigos. Esta decisão procura manter uma regularidade, ou pelo menos
detectá-la, dentro da pesquisa; haja vista as possibilidades de alteração de estratégia ao
longo do artigo escrito por vários autores ao longo de um ano.
Com relação aos agentes (escritores) da seção de Negócios, são 12 (doze) e os textos
produzidos por eles nesse ano de pesquisa, como já informado acima, são 73 (setenta e três).
Não regularidade aparente nas atuações dos agentes. Parecem alternar-se aleatoriamente
nos exemplares ao longo do ano. Não apresentam quantidade de intervenções igualitárias.
Variam de 15 (quinze), maior número de publicações, a apenas 01 (uma), menor número,
durante todo o ano de 2008.
Parece não haver uma preocupação/intenção mais institucional por parte da Revista
em configurar um padrão estruturado, controlando os eventos e as ações manifestas nessas
duas seções de análise. No entanto, existem parâmetros de estrutura de texto mantidos em
todos os textos, independentemente da frequência de publicação do autor naquele veículo de
comunicação. Ou seja, parece haver uma estrutura duradoura interveniente que recebe
pequenas modificações por parte dos agentes. aqui um retorno aos postulados de
Giddens e do professor Clóvis Machado-da Silva, qual seja, a existência de uma
estruturação e uma durabilidade dinâmica.
Com relação aos agentes (escritores) da seção de Gestão, são 9 (nove). Os textos
somam 30 intervenções. Da mesma forma que na outra seção analisada, não um critério
aparente para a distribuição dos autores pelos exemplares ao longo do ano, além de alguns
se repetirem nas duas seções. A bem da verdade, justamente a falta de estrutura formal por
parte da Revista parece uma estratégia, algo buscado no grupo de leitores. Pretende-se
detectar essa tendência o longo das análises.
12
Juntos os textos representam cerca de 200 páginas, com fonte tamanho 10, espaço 1,5 entre linhas.
40
A nossa metodologia de análise segue os pressupostos da ferramenta proposta no
capítulo anterior. Como indicado acima, será procedida a divisão dos textos para relato e
apresentação. A estrutura de apresentação das análises se disporá desta maneira:
a) Indicação da seção e pertença do texto;
b) Identificação da parte do texto extraída;
c) Identificação do autor;
d) Indicação cronológica do texto;
e) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
f) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez, de acordo com a
sistematização feita na seção anterior;
g) Conclusões analíticas do segmento, baseadas nos quesitos frequência de
ocorrência e repetição ao longo do tempo no período de janeiro a dezembro de 2008. Serão
conclusões analíticas locais em cada fragmento apresentado bem como na seção de
Conclusão deste trabalho as analíticas globais.
Será obedecida a sequência de textos da seção de Negócios primeiramente e da seção
de Gestão em seguida.
Para que seja formalizada a apresentação da análise e facilitar o trânsito do leitor ao
longo dos resultados deste trabalho, seguem-se as listas de exemplares com seus respectivos
textos publicados e autores, bem como listas por autores favorecendo a sua ação ao longo do
ano enquadrado pela pesquisa. Estas listas deverão favorecer a percepção dos quesitos
basilares da pesquisa. As duas primeiras listas referem-se aos textos da seção de Negócios e
as duas últimas à seção de Gestão.
Em síntese, pode-se assumir a metodologia aplicada nos seguintes tópicos:
Pesquisa qualitativa;
Descritiva e Análise longitudinal;
Composição e Análise de corpus textual oficialmente publicado;
Consideração do autor do texto como uma entidade, motivada por “orientações”
institucionais da Revista Exame;
Consideração os autores individualmente;
Estudo de caso:
o Aplicado nas seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no período
de janeiro a dezembro de 2008, pelo viés do discurso agêntico;
41
o Aplicado à macroestrutura a Revista Exame e aos autores dos textos,
comparando elementos da estrutura com os da ação.
3.1. PROPOSIÇOES DE PESQUISA
a) Um elemento fundamental da agência é o discurso;
b) A agência se efetiva pelo discurso, via escolha de estratégias linguísticas ao se
deparar com as ameaças das faces relacionais;
c) Os esquemas cognitivos favorecem as relações entre elementos estruturais
linguísticos e referências contextuais;
d) As estratégias linguísticas de polidez sustentam as proposições agênticas
ilocucionárias (ações verbais produzidas e externadas pelos agentes).
e) O discurso agêntico não se limita às ações discursivas intencionalmente
construídas/constituídas, mas também a discursos estruturados na consciência
prática (low level of reflexitivy
13
).
3.2. ESPECIFICAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA
Quais foram as principais estratégias linguísticas de polidez presentes nos textos nas
seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, quanto ao quesito frequência de
ocorrência e repetição ao longo do tempo no período de janeiro a dezembro de 2008?
3.3. APRESENTAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ANÁLISE
Tendo por base a proposta estruturacionista e a teoria da polidez, bem como os textos
publicados formalmente, foi procedido análise que mapeará a composição complexa da
tendência agêntica discursiva nas seções “Gestão” e “Negócios”, da Revista Exame, no
período de janeiro a dezembro de 2008.
A análise da tendência agêntica discursiva será procedida a partir de duas categorias:
1) a frequência de ocorrência e 2) a repetição ao longo do tempo, ambas inseridas no
13
Esta perspectiva se refere à proposta de Giddens, quando é prevista a unicidade de estrutura e agência,
descrita em “O que é agência?”, por Emirbayer, M. e Mische, A., publicada no The American Journal of
Sociology, vol. 103, n.º 4, The University of Chicago Press, 1998.
42
período de janeiro a dezembro de 2008. Além das categorias representadas pelas estratégias
linguísticas, quais sejam Direta, Positiva, Negativa e Indireta.
Assim, pretende-se associar os resultados de pesquisas feitas no escopo da sócio-
linguística com a teoria estruturacionista de Giddens. Desta última, utilizar-se-ão dois
quesitos fundamentais, quais sejam a (i) rotinização, manifesta pela consciência prática
dentro do sistema social; baseia a reprodução social. (ii) o caráter situado de ação marcada
espacio-temporalmente. Ele estabelece referência ao posicionamento físico de A, bem como
favorece marcadores longitudinais mais abstratos.
Por meio desses dois quesitos coercitivos de pesquisa, este trabalho pretende-se
revelador de indicadores da reprodução social ao longo do tempo, expressando uma
tendência discursiva que tenta formar opinião dentro do segmento dos negócios e da gestão.
Mesmo sendo um periódico comercial (em oposição ao acadêmico e seu compromisso e
responsabilidade de pesquisa), a consciência prática dos agentes desses grupos de pessoas
que participam dos negócios e exercem atividades de gerenciamento de organizações, fica
altamente suscetível. A repetição é a essência da rotina; assim, quanto mais determinada
estrutura de discurso recorrer, destacando-se por reunir pessoas e organizações de renome
(histórico de bons resultados), mais se estimula a reprodução ao longo do tempo.
Retomando-se (ii), a frequência das estratégias de discurso nos textos da Revista
deve retratar referência histórica configurada por tempo e espaço. Traz à tona uma relação
muito importante para a teoria estruturacionista que é o monitoramento reflexivo. As ações,
que perduram ao longo do tempo, são avaliadas e são transformadas. Novamente, têm-se
indicações de que, ao mesmo tempo, a tendência agêntica manifesta via discurso faz com
que marcadores de tempo e espaço reordenem ou reformulem as opiniões dentro do grupo
de pessoas que atuam em negócios e gestão.
Assim sendo, as categorias se estabelecem com a finalidade de trazer à tona
elementos que marquem a presença de estratégias linguísticas (escolhidas intencionalmente
ou não) e a composição dual de agência e estrutura.
Reiterando-se a base de análise linguística, ficam expostas abaixo as estratégias
linguística basilares na análise do discurso dos textos da Revista Exame.
43
1. sem ação compensatória,
baldly
On
record
2. polidez positiva
Executar o
AAF
Com ação
compensatória
4.
Indireta
(Off
Record)
3. polidez
negativa
5. Não executar o AAF
Fig. 3 - Estratégias possíveis para se executar um AAF.
3.3.1 Definições Constitutiva e Operacional das Categorias Analíticas
Estratégia Direta
Constitutiva: estratégia linguística que não possui atenuantes, que não ameniza o risco à
face do ouvinte.
Operacional: é encontrada em expressões no discurso agêntico desprovidas de atenuantes
relacionais. São identificadas pela ausência marcadores lexicais. Está descrita a partir da
página 48.
Estratégia de Polidez Positiva
Constitutiva: Esta Estratégia revela satisfação dos desejos da face positiva do ouvinte, com
o agente demonstrando aprovação e compartilhamento de desejos ligados à face do ouvinte.
Operacional: é encontrada no discurso agêntico predominantemente a partir de estruturas
que contenham atenuantes. São identificados elementos lexicais compatíveis com os
fundamentos da polidez positiva descritos a partir da página 51.
44
Estratégia de Polidez Negativa
Constitutiva: Esta Estratégia é marcada pela intenção de satisfazer os desejos da face
negativa do ouvinte, ou seja, de ser desimpedido em suas ações.
Operacional: é encontrada no discurso agêntico predominantemente a partir de estruturas
que contenham poucos atenuantes, manifestantes do agente locutor. São identificados
elementos lexicais compatíveis com os fundamentos da polidez positiva descritos a partir da
página 63.
Estratégia Indireta
Constitutiva: A Estratégia Indireta, por sua vez, permite ao agente esquivar-se da
responsabilidade por meio de expressões não-diretas.
Operacional: é encontrada no discurso agêntico predominantemente a partir de estruturas
especialmente elaboradas, quando os significados não podem ser diretamente abstraídos da
estrutura apresentada ou associados a ela diretamente pelo agente ouvinte. São identificados
elementos lexicais compatíveis com os fundamentos da polidez positiva descritos a partir da
página 70.
Frequência
Constitutiva: Ocorrência de uma determinada estratégia.
Operacional: Manifesta-se no discurso agêntico predominantemente a partir de estratégias
que são muito ou pouco usadas.
Repetição
Constitutiva: A mesma estratégia ocorre ao longo do tempo várias vezes.
Operacional: Manifesta-se no discurso agêntico predominantemente a partir de estratégias
que são usadas repetidas vezes.
45
3.4 DIMENSIONAMENTO DA PESQUISA
Foram selecionados textos da Revista Exame, das seções Negócios e Gestão. Todos
eles estão enquadrados no ano de 2008 e vão de janeiro a dezembro. Os textos foram
separados por seção e por autor. O objetivo é tentar visualizar o que de estrutural, como
elemento mais geral de manifestação escrita, e o que se detém no agente, via elementos
discriminantes textos dos vários autores.
A partir das categorias de análise, os textos foram abordados cronologicamente,
tendo em vista a relevância espacio-temporal nesta pesquisa.
3.4.1 Delimitação do Estudo
Este é um estudo de caso de natureza qualitativa, interpretativa e descritiva. De
acordo com Yin (2005), um estudo de caso é indicado quando se “investiga um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real”. Os textos da Revista Exame são
contemporâneos e interferem em alto grau na opinião das pessoas das áreas de publicação.
Eles podem, então, ser formadores de opinião nas áreas de negócios e de gestão, escolhidas
para análise neste trabalho.
3.4.2 A Coleta e a Análise dos Dados
Os dados foram coletados a partir do site da revista. Todos os artigos são publicados
em via impressa e em meio eletrônico.
A análise dos dados foi realizada, em sua parte 1, na ordem cronológica da produção
e publicação dos textos com o intuito fundamental de se manter os contextos histórico-
sociais. Em sua parte 2, a análise recaiu sobre textos cujo recorte não considerou aquela
ordem, impondo-lhe uma análise conteudística e vinculada ao seu autor. Esta segunda
perspectiva privilegia as distinções individuais dos agentes, característica fundamental da
teoria estruturacionista de Giddens do não desaparecimento do agente nas práticas sociais.
3.4.3 As limitações da Pesquisa
Um primeiro limitador desta pesquisa é a capacidade de percepção e interpretação do
pesquisador. Tentou-se extinguir ou, no mínimo, diminuir ao máximo a sua interferência,
esta deficiência, criando-se categorias de análise bem definidas e esteadas em um quadro
referencial teórico de forte fundamentação.
Outro elemento limitador foi a ausência de entrevistas com os autores e reuniões com
os grupos que dão o tom institucional para os textos da Revista. Seria providencial ouvir dos
46
autores o quanto foi intencional a escolha das estratégias, o quanto foram influenciados por
restrições estruturais, por exemplo.
47
4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A análise dos dados foi realizada, em sua parte 1, na ordem cronológica da produção
e publicação dos textos com o intuito fundamental de se manter os contextos histórico-
sociais. Em sua parte 2, a análise recaiu sobre textos cujo recorte não considerou aquela
ordem, impondo-lhe uma análise conteudística e vinculada ao seu autor. Esta segunda
perspectiva privilegia as distinções individuais dos agentes, característica fundamental da
teoria estruturacionista de Giddens do não desaparecimento do agente nas práticas sociais.
A ferramenta analítica aqui proposta se inseri no mapeamento em textos escritos em
duas seções da Revista Exame. Uma delas aborda conteúdos do segmento da Gestão e a
outra do segmento de Negócios. Tendo em vista tratar-se de textos escritos, algumas opções
de nossa ferramenta ficam indicadas, porém não serão utilizadas neste trabalho. Fica desde
estabelecido um trabalho futuro que envolverá as manifestações orais na área da
Administração, centralmente ligadas aos estudos organizacionais, i. e. serão envolvidas
outras noções próprias ao sistema da fala. Portanto, segue-se a composição descritiva, com
exemplos de aplicações rotineiras, da ferramenta analítica em construção, bem como os
resultados da análise das seções da revista supracitada, razão de ser deste trabalho.
48
4.1 CONSTRUINDO UMA FERRAMENTA DE ANÁLISE
A construção de uma ferramenta como esta se sustenta na necessidade de se mapear
o discurso agêntico nas organizações ou entre elas. O cerne da ideia é poder recuperar e
reproduzir uma tendência discursiva, via análise de discurso mapeadas as estratégias
linguísticas de polidez, passível de aproveitamento em outros segmentos de pesquisa e
análise na sociedade, seja no contexto acadêmico ou não.
Seguem-se os seus elementos de composição.
4.1.1 Estratégia Linguística de Polidez Direta (bald on record)
No final dos anos 60, Paul Grice (1967, 1975) publica um artigo, com o intuito de
descrever usos da linguagem que materializassem o princípio da eficiência. Ele entendia que
a comunicação para ser efetiva deveria seguir alguns pressupostos linguísticos, mantida uma
lógica orientada à economia de recursos e ligado ao máximo dos resultados. Para tanto,
postulou máximas conversacionais que se perpetuaram nos estudos da linguagem, dentro e
fora da Linguística. São elas as máximas:
1. Máxima da Qualidade
Não seja espúrio (fale a verdade, seja sincero).
2. Máxima da Quantidade
(a) Não diga menos do que é demandado;
(b) Não diga mais do que é demandado.
3. Máxima da Relevância
Seja relevante.
4. Máxima do Modo
Seja perspicaz; evite ambiguidade e obscuridade.
A pesquisa de Brown e Levinson (1987) sobre universais linguísticos entre as
línguas faladas pelo homem apropriou-se das indicações de Grice, demonstrando que, não
importando a língua em uso, as máximas de Grice seriam confirmadas ou não. Depende-se
da função (funcionalidade) requerida pelo uso da linguagem, oscilando-se entre ares de
49
objetivos interacionais e escolhas funcionais no uso da linguagem. Mesmo porque, Grice
não se ocupou das sentenças da língua propriamente ditas, mas do conteúdo subjacente a
elas. De fato, as noções apresentadas no ambiente dos estudos sobre a polidez linguística
contrariam as máximas de Grice, quase por completo, uma vez que se postula que, durante
os processos de interação, os agentes se dedicam à atenção as faces envolvidas. No caso da
Estratégia de Polidez Direta, as máximas de Grice são seguidas durante o AAF (Ato de
Ameaça à Face). Isto é, quando o agente quer realizar um AAF com a máxima eficiência,
desconsiderando os desejos de O (agente Ouvinte). Porém, ainda existe a possibilidade de A
(Agente), procurando a eficiência do seu AAF, minimizar ou não as ameaças às faces
relacionais. Quando não preocupação com a face, usa-se o processo de implicatura. Os
dois casos serão abordados a seguir.
a) Casos da não minimização da ameaça da face relacional
Existem situações cotidianas que demandam urgência ou retratam momentos de
desespero e aflição. Nestas situações, tanto A quanto O concordam em abrir mão de
elementos relacionais atenuantes, em nome da máxima eficiência do ato comunicativo.
(1) Socorro!
(2) Cuidado!
(3) Dê-me mais uma semana! (para entregar o relatório)
Além disso, ênfases metafóricas podem ser introduzidas para resgatar a ideia de
urgência
(4) Atente para isto...
(5) É irrevogável...
(6) Dado o caráter urgentíssimo deste relatório...
(7) O governo encontra-se em situação incontornável, por isso...
Percebe-se também em situações de desnível hierárquico, ainda em condições de
urgência. Ou quando a interação se baseia numa tarefa, ficando as ações de manutenção da
face descartas.
50
Podem-se acrescentar situações em que A não teme retaliação ou não espera
cooperação condicional de O.
(8) Traga o relatório da empresa X.
(9) Este documento claramente indica erro no entendimento das atribuições...
(10) É equivocada a posição do Deputado Y no caso dos Correios. (diz-se na CPI)
b) Casos orientados ao AAF no uso da estratégia direta
Ao observarmos situações em que A se preocupa com o receio de O em impingir
seus desejos, impondo-lhe a face negativa, e O se encontra em posição de ascensão
hierárquica de algum tipo, o AAF pode se materializar via estratégia direta. Ressalva-se aqui
o grande risco que esta estratégia pode impor. Ainda sim, pode ser uma opção real de acesso
à eficiência desejada.
(11) Remeta um parecer sobre as ações realizadas no final do ano.
(12) Pode me escalar para a reunião do final de semana.
51
4.1.2 Estratégia Linguística de Polidez Positiva
Para o bem da melhor apreciação desta proposta, a Fig. 4 consolidada sinteticamente os
caminhos a percorre por A todos as vezes que utilizar esta estratégia linguística.
1. Note, atenda ao O (seus
interesses, desejos,
necessidades, bens)
Conduza “x é admirável,
interessante
2. Exagere (interesse,
aprovação, empatia com O)
3. Intensifique o interesse de O
Reclame (procure)
lugar comum
(A e O ε {A} que
desejam {X}
Reclame participação no
grupo de O
4. Use marcadores de
identidade de pertença
5. Procure acordo
6. Evite desacordo
Reclame (...)
(comum com O)
Ponto de vista
Opiniões
Atitudes
Conhecimento
Empatia
7. Pressuponha/determine um
lugar comum
8. Piada
Estratégia
Linguística de
Polidez Positiva
Indique que A sabe dos
desejos de O e os está levando
em consideração
9. Determine ou pressuponha o
conhecimento de A e
preocupe-se com os desejos de
O
10. Ofereça, prometa
11. Seja otimista
Estabeleça que A e O
são cooperadores
Reclame reflexividade
Se O deseja (O tem x)
então A deseja (O tem
x)
Se A deseja (A tem x)
então O deseja (A tem
x)
12. Inclua ambos A e O na
ação
13. Dê ( ou peça) razões
Reclame reciprocidade 14. Assuma ou determine
reciprocidade
Realize os desejos de
O (por algum X)
15. presentes a O (bens,
empatia, entendimento,
cooperação)
Fig. 4 – Fluxo de Estratégias: Polidez Positiva (BROWN e LEVINSON, 1987, p. 102)
Quando A deseja manifestar que tem interesse em realizar parcialmente os desejos de
O (ações, aquisições, resultados), ou quando A utiliza ações verbais que demonstram que os
52
seus desejos são, de alguma forma, similares com os de O, a Estratégia de Polidez Positiva
deve-se fazer presente. Os atos recaem diretamente sobre a face positiva de O. Os desejos de
O são entendidos como desejáveis por A também.
Assim, baseando-se na teoria postulada por Brown e Levinson (1987), seguem-se as
estratégias de polidez positiva componentes, no que foi entendido como coerente e
convergente, da análise procedida neste trabalho. Foram grupadas por segmentos
representativos em termos mais gerais, além de serem associados ao tipo de textos
analisados, quais sejam, de cunho jornalístico e por escrito.
a) A busca de um lugar comum
Com o intuito de manter a integridade da face de O, o A estabelece três critérios de
“bom relacionamento” com O, constituindo-se em terreno amistoso e compartilhado. Eles
em conjunto circunscrevem que A e O pertencem a um mesmo conjunto de pessoas que
compartilham desejos específicos, incluindo-se objetivos e valores. Assim (i) A pode
transparecer que algum interesse (objetivo ou objeto desejado) de O lhe parece admirável e
digno de adesão. Também (ii) pode A recorrentemente explicitar que participa do mesmo
grupo de O, compartilhando os mesmos desejos.
Estratégia 1 – Note, atender ao ouvinte (seus interesses, desejos, necessidades)
Durante as atividades rotineiras dentro ou fora das organizações, as pessoas
costumeiramente apreciam ser notadas no que fazem. Seja por um trabalho bem realizado,
seja por uma nova ideia empreendedora, existe uma noção de recompensa sobre ações
realizadas quando estas são notadas. Às vezes, as mudanças são até mesmo pessoais, o
cabelo, as roupas; ou sobre coisas possuídas, o carro, um livro, etc. Neste contexto, o O tem
elementos que anseiam pela percepção e aprovação de A.
(13) Este livro é muito bom! Quando comprou?
(14) Esta empresa está no topo da onda. Quando você a iniciou?
(15) Os resultados da semana foram excelentes, vamos fixar nossas metas para a
próxima.
(16) Os professores do PMDA da UP são ótimos! (resposta de um candidato durante
a entrevista de seleção)
53
Outra situação rotineira nas organizações aparece quando A não deseja que O fique
constrangido com algo que tenha feito/dito. Apesar de ter notado, A faz questão de mostrar
ao O que não precisa se preocupar, deixando a face relacional intacta. Este AAF consta
das estratégias 4 e 7 abaixo, quando A mostra participante da ação, liberando O de qualquer
embaraço.
(17) Esta planilha de despesas não está muito acurada, mas administração financeira
é mesmo complicada para todos nós.
Estratégia 2 – Exagere (interesse, aprovação, empatia com o ouvinte)
Regularmente, os agentes costumam manifestar exagero quando agem por meio de
modificações prosódicas (variação entoacional). A fala se mostra prestativa a essa ação. O
destaque via modificação no estresse silábico durante a ação oral, favorece intensamente
esta estratégia (SEARLE, 1969), (BRONW e LEVINSON, 1987, p. 104), (PERELMAN e
OLBRECHTS-TYTECA, 1996). No entanto, no caso deste trabalho, tratando-se de análise
de material escrito, os elementos que demarcarão exagero, interesse, empatia, aprovação,
etc. terão marcação lexical. Ou seja, estará na escolha das palavras a demonstração de
exagero. Ainda, o recurso da topicalização (posição inicial na estrutura da sentença) destaca
o elemento a que se pretende chamar a atenção, como em (21) e (22). Assim, (18), (19) e
(20), traz-nos:
(18) Aquele trabalho sobre Teoria Institucional está fantástico.
(19) O seu artigo sobre Redes Relacionais é digno de prêmio.
(20) O segmento de calçados tem comportamento irrepreensível.
(21) Maravilhosa a saída de Obama no discurso de posse. (o recurso tecnológico)
(22) Tentadora a redução das taxas de juros.
Estratégia 3 – Intensifique o interesse no ouvinte
54
Como forma de intensificar o interesse de O durante a ação, A procura envolver O nas
situações descritas. Podem-se criar estruturas discursivas que se assemelhem às da fala,
podem-se criar situação de abstração.
(23) Os artigos do ENEO 2008, como você pôde notar, foram bem selecionados.
Oscilar entre eventos passados e presentes pode ser frutífero também:
(24) No ano passado o setor de produção foi tecnicamente de destaque. Até este mês
(março), continua se despontando dentre os setores operacionais.
Outro elemento desta estratégia é usar marcadores adverbiais que exageram a duração
ou frequência da ação.
(25) Os artigos da nossa universidade são sempre publicados.
(26) Nunca foi visto pacote melhor do o deste governo.
(27) Esta tarefa será completada em um segundo.
Esses marcadores são responsáveis pela demonstração das boas intenções de A,
intensificando suas assertivas.
Estratégia 4 Use indicadores de identidade do grupo de pertença, use linguagem ou
dialeto do grupo de pertença
Considerando-se que as práticas sociais se dão pela convivência de elementos
estruturais e os da ação, a identidade grupal é essencialmente uma categoria ou tipificação
feitos na base de algum critério ou critérios sociais: ocupação, relação de parentesco, faixa
etária, ect.(GIDDENS, 1979, p. 117 e 118) É nesse sentido que os indicadores de identidade
serão constituídos. Assumindo o postulado de Giddens, as relações devem se estabelecer não
somente como papéis temáticos, mas como relações entre prescrições dos papéis,
regra/recursos e práticas. (Op. Cit., p. 117)
55
Prescrições dos papéis Regras/recursos
Práticas
Fig. 5 – Proposta giddensiana dando as condições de existência para os papéis sociais.
Isto significa dizer que os agentes pertencentes a um grupo não assumem
determinados papéis sem exercerem práticas sociais dentro deste grupo. Todas as ações se
basearão na determinação dos papéis, vinculados às regras e práticas do grupo. Assim, o
indicador de pertença advém do aceite desses elementos na dinâmica do grupo. As ações
discursivas serão baseadas nesses elementos.
Um dos critérios para a identificação da ação é o uso de jargões ou gírias. Existem
palavras-chave, bem com estruturas sentenciais distribuídas em segmentos sociais que
marcam as fronteiras entre os grupos. A escolha de certos pronomes de tratamento, bem
como títulos demarca a pertença a certos grupos.
(28) O professor doutor Max Produção participou do evento.
(29) Os tempos estão difíceis, você sabe como é.
(30) Não vamos aceitar a proposta do pelego. (manifestação do líder sindical em
assembleia com sindicalizados)
Outro marcador na ação discursiva, por mais contraditório que possa parecer, são as
elipses ou as contrações. Em ambos os casos, exige-se dos agentes envolvidos conhecimento
compartilhado. Para que o enunciado seja compreendido, espera-se que possa ser depositada
confiança no compartilhamento de informações sedimentadas no grupo. O elemento
contraditório é que se trata de uma supressão o índice anafórico. Isto é, comum é que se
tenham palavras que estabeleçam referência entre si. No caso das elipses ou das contrações,
essas relações anafóricas se dão exatamente pela existência de um “vazio” que marca a
relação. Ele se refere a conhecimento partilhado, bem como estabelece relações lexicais
(palavras suprimidas ou contratas) na estrutura de superfície das sentenças. Assim, deve
56
existir uma relação entre a elipse e o conhecimento compartilhado dentro do grupo, e. g.
terminologia da área de Administração numa seção de negócios. Tanto A quanto O devem
compartilhar os conhecimentos em administração no segmento dos negócios. Este contexto
deve ser conhecido como forma de viabilizar o entendimento, bem como registrar a pertença
ao grupo. Pela composição deste mecanismo, parece haver uma relação intrínseca com a
polidez positiva, dado o envolvimento entre A e O.
Estratégia 5 – Procure concordância (acordo)
O conhecimento prévio sobre O favorece o acesso ao lugar comum que propicia
concordância. A deve satisfazer os desejos de O de estar certo. A construção do texto,
então, considera os antecedentes da interação, quando A procura se apropriar de elementos
que corroborem com as ideais de O. Assim, são procuradas verdades sem contestação, e. g.
numa sociedade cristã o pecado existe; num contexto capitalista, o desejo de ser rico.
À procura de estabelecer um acordo junto o O, A pode associar o seu discurso àquilo
que recebe de O como resposta (ou uma expectativa de resposta). A repetição de termos
utilizados por O garante referenciação àquilo que A profere, além de manter (ou parecer
manter) um vínculo via conhecimento compartilhado.
(31) Segundo Scott, o conceito de instituição compartilha elementos ao mesmo tempo
históricos e contemporâneos. (conhecimento compartilhado de Scott e do conceito)
(32) Tentou-se manter os índices ainda que o mercado não os favorecesse. Baixaram
sem esperança de retorno. (no início da primeira sentença, houve a elipse do sujeito pela
forma verbal adotada, No entanto, manteve-se conexão com os agentes, no caso, vários
elementos econômicos. Na segunda sentença, recuperou-se a ideia de índices por sua
omissão em relação anafórica.)
Estratégia 6 – Evite discordâncias
No contexto da polidez positiva, concordar ou falsear concordância é estratégico.
Segundo Brown e Levinson (1987), são indicados como indício de concordância. Sacks
(SACKS apud BROWN e LEVINSON, 1987) relacionou uma série de expressões usadas
por A com o intuito de parecer concordar com os desejos de O. O uso de um “sim, mas” no
lugar de um “não” foi alvo de várias pesquisas de Sacks.
57
(33) Os dados estatísticos confirmam o diagnóstico, mas são escondidos elementos
conclusivos.
(34) Concordo com a posição do pesquisador, no entanto houve falta de elementos
comprobatórios.
(35) As regras parecem ser feitas para que sejam seguidas.
Alguns termos são usados que a intenção de se firmar um acordo falso. Por exemplo, as
palavras que supõem conexão com algo dito anteriormente: então.
(36) Então deixaremos a reposição salarial para o próximo mês.
(37) Passaremos no escritório então.
Alguns contextos favorecem ao A oferecer o que se convencionou por mentiras
brancas. Este recurso permite A negar um desejo de O entregando uma resposta sem
comprometer a face positiva.
(38) Se tivesse mais tempo, entregaria os três artigos que prometi.
(39) O Presidente levaria toda a sociedade à classe média, mas a oposição não o
deixaria.
(40) Não que se queira o impossível, no entanto, poderia ter se compenetrado a
atingir os níveis mínimos.
(41) Não é verdade que você esteja certo, porém, não mente por completo.
(42) Este é um tipo de trabalho que costumamos aceitar.
Estratégia 7 – Pressuponha, crie, defina um lugar comum
Dependendo dos interesses de A, cria-se um contexto apropriado à realização de
pedidos. Normalmente, elementos como fofoca ou bate-papo preparam o ambiente para
solicitações que aguardam o melhor momento na interação para surgirem. Esta vertente da
estratégia 7 consuma-se nos atos de fala com maior frequência.
Outra possibilidade nesta mesma estratégia, manifesta tanto em textos escritos quanto
em textos falados, é o ponto de vista com vínculo espacio-temporal. A estabelece uma
relação entre o tempo do discurso, marcado normalmente por um indicador temporal, e.g.
hoje, mês passado, tempos verbais, etc., com o seu posicionamento físico. O local onde se
encontra A determina a referência espacial do discurso, conferindo dupla referência à ação.
58
(43) O contador veio ao meu escritório receber as orientações.
Outro contexto propício para um AAF de retratação é aquele em que A pressupõe
coisas sobre O. Tais pressuposições são estabelecidas com a finalidade de serem
manipuladas por A com o objetivo de agir em terreno em que não mútua aceitação. De
Acordo o com Goffman (1967), existe uma capacidade inerente a agente em tornar suas
ações compatíveis com as faces relacionais. Assim, são descritos abaixo tipos de
pressuposições feitas por A que pretendem manipulá-las para poder transitar em terreno
desfavorável. São elas, todas referidas a O: a) pressuposição do conhecimento dos desejos e
atitudes, b) pressuposição de que os valores de O são os mesmos de A, c) pressuposição de
familiaridade no relacionamento entre A e O e d) pressuposição do conhecimento de O.
a) pressuposição do conhecimento dos desejos e atitudes
Procura-se mostrar conhecimento dos gostos, desejos, hábitos de O, utilizando-se
questões que envolvem negações. Divide-se o ônus da reconfiguração das faces.
Parcialmente, impõe-se o AAT.
(44) Não é uma excelente atitude daquele CEO?
(45) Não marcaria uma tendência mercadológica a entrada do governo em cena?
b) pressuposição de que os valores de O são os mesmos de A
A inserção do agente numa sociedade garante conformidade com valores, crenças e
consequentes atitudes comportamentais. A pressuposição de compartilhamento de valores
entre A e O advém do estabelecimento de referências. Estas referências determinarão
pertença ou exclusão a grupos sociais. É bastante razoável pressupor, por exemplo, que as
pessoas nas sociedades ocidentais capitalista compartilhem noções aproximadas de
propriedade particular, dinheiro, contrato de trabalho, lucro, posição ocupacional, vantagem
educacional, etc.
(46) Os conhecimentos adquiridos nos bancos acadêmicos conferem ao gestor o
sucesso.
(47) As leis devem proteger as grandes áreas produtivas contra as invasões.
59
c) pressuposição de familiaridade no relacionamento entre A e O
A aproximação marcada pela familiaridade é fato. A utilização de palavras e
estruturas textuais que criem esse ambiente pode conferir sucesso a A numa tentativa de
retratar um AAT. Na fala, é comum o uso de termos como querida, cara, companheiro,
amigo, etc., conferindo uma certa facilidade de aproximação. Na escrita, a capacidade
discursiva determinará se haverá ou não um ambiente de familiaridade. Referências ao O
normalmente recuperam essas ligações entre A e O. É comum a utilização de pronomes
como tu ou você (este último como indeterminação sujeito).
(48) Como você participa do segmento, não precisamos explicar os motivos da
concordata.
d) pressuposição do conhecimento de O
Quando se tem conhecimento daquilo que O no seu elenco de informações
internalizadas, pode-se (e se deve) lançar mão desse conhecimento para gerar uma ação
junto à face positiva de O.
(49) Lula se posicionou a favor de Chaves.
(50) A Gerdau está em pleno processo de internacionalização.
(51) Cuidado com o inverno; Napoleão que o diga!
Estratégia 8 – Piada
A piada como elemento estratégico discursivo não retrata apenas bom humor ou
gracejos. Ela proporciona alívio às faces relacionais, como peça basilar da estratégia de
polidez positiva. Isso se confirma, pois ela demanda compartilhamento de antecedentes
comuns, bem como valores.
(52) Será que essa redizinha de mercados suportará a crise? (referindo-se à Rede
Walmart)
As piadas proporcionam o (re)dimensionamento do AAF, explorando novas
possibilidades de estratégias.
b) Transmita que A e O são cooperadores
60
Essa perspectiva subsidiará as estratégias 9 até 14. O princípio da cooperação determina
o grau de comprometimento com a ação realizada. Objetivos são compartilhados,
proporcionando ação de recomposição da face positiva de O.
Essa cooperação deve ser confirmada por A, mostrando conhecimento dos desejos de O.
Também, A pode compor reflexividade entre os seus desejos e os de O. Além disso, a
reciprocidade de desejos cria a necessidade de se estabelecer ajuda mútua na interação.
Estratégia 9 – Determine ou pressuponha o conhecimento do A e preocupe-se com os
desejos do O
O conhecimento dos desejos de O, pressionam O a cooperar de modo a estabelecer um
lugar de desejos comuns.
(53) É sabido que o Santos é seu time do coração, mas vamos ver o jogo do São
Paulo.
(54) Sabe-se que a postura gerencialista é mais eficaz, porém estudemos o caso a
partir da ótica voluntarista.
Estratégia 10 – Ofereça, prometa
As ofertas ou promessas são vinculadas a resultados esperados. A demonstra-se
interessado nos desejos de O e envolvido em viabilizá-los. O consegue perceber as boas
intenções de A.
(55) Nesta próxima semana resolverei o seu problema.
(56) Pesquisei sobre aquele assunto que você precisava. Semana que vem podemos
discuti-lo.
Estratégia 11 – Seja otimista
14
Com objetivo de minimizar as ameaças às faces relacionais, A pode agir de modo a
cooperar com os desejos de O, lembrando-o de que ele tem esses desejos. É bastante comum
que pessoas tentem abordagens discursivas, procurando “lembrar” seus interlocutores de
seus próprios interesses.
14
Esta estratégia apresenta maior eficácia para textos falados, haja vista certos recursos do próprio sistema da
fala, e.g. perguntas de final de sentença (...), não é? (...) ok?, bem como a utilização de pronomes de primeira
pessoa do singular.
61
(57) Lidere este grupo de trabalho. Você não gostaria de uma promoção.
(58) Estamos certos de que o setor de pessoal se empenhará na capacitação deste
final de semana.
Estratégia 12 – Inclua A e O na ação
Um artifício bastante eficaz amplamente utilizado pelos usuários de língua é a
pluralização da pessoa do discurso. Pronomes como eu e você são transformados em nós.
Outro recurso muito utilizado é a indefinição da pessoa do discurso. Expressão do tipo a
gente. Ambos este recursos têm finalidade precípua de serem inclusivos. A e O tornam-se
parceiros na ação.
(59) Nossos interesses estão mantidos neste investimento (CEO para a Diretoria)
(60) A gente deveria manter a postura nas ações junto aos clientes. (gerente falando
ao seu grupo de vendedores)
Estratégia 13 – Dê (ou peça) razões
É da prática social o estabelecimento de pré-disposição todas as vezes em que os
agentes se dispõem a demonstrar as razões de sua ação. A e O, inseridos num processo de
cooperação, aliviam as ameaças às faces quando conhecem as razões uns dos outros. A se
coloca em posição de quem vai utilizar este recurso. Pode-se indicar também reciprocidade
de interesses. (Estratégia 14)
(61) Sabemos todos o quão importante é este negócio para nossa empresa; passemos
à discussão das estratégias.
c) Realize o desejo do O por alguma coisa (x)
Estratégia 14 – Dê presentes ao O (coisas, simpatia, entendimento, cooperação)
Esta última estratégia nos leva a uma manifestação discursiva bastante presente em
textos acadêmicos, informativos, e assim por diante. Ela tem caráter utilitarista muito forte.
Normalmente, os textos acadêmicos, pela sua natureza de pesquisa, trazem resultados muito
importantes para vários segmentos da sociedade, configurando-se em dádivas preciosas. O
62
caráter informacional, que reflete em construção de conhecimento, acaba por ser um
presente para aqueles que têm acesso a ele.
63
4.1.3 Estratégia Linguística de Polidez Negativa
Para o bem da melhor apreciação desta proposta, a Fig. 6 consolidada sinteticamente os
caminhos a percorre por A todos as vezes que utilizar esta estratégia linguística.
Seja direto Seja direto
(conflito)
1. Seja convencionalmente
indireto
Não presuma/assuma Faça assunções mínimas sobre
os desejos de O, o que é
relevante para O
Seja indireto 2. Introduza um questão,
atenue
Dê a opção a O de não agir
Não assuma que O seja
capaz/deseja fazer X
3. Seja pessimista
Não seja coercitivo
com O (onde x
envolva O fazendo X)
Assuma que O
provavelmente não fará
X
4. Minimize a imposição
Estratégia
Linguística de
Polidez Negativa
Minimize a ameaça Utilize valores R, P e D 5. Preste deferência
Faça um AAF x 6. Desculpe-se
(a) direto
(b) mais a
recomposição do
desejo de A de não
ser impingido por O
7. Impessoalize A e O: evite
pronomes como “eu” e “você
Comunique o desejo
de A de não se
impingir sobre O
Desassocie A e O de uma
violação específica
8. Coloque o AAT com uma
regra geral.
9. Nominalize
Reconfigura outros
deseos de A derivados
da face negativa
10. Seja direto como se
incorresse num débito ou
como não impondo débito a O
Fig. 6 - Fluxo Estratégias: Polidez Negativa (BROWN e LEVINSON, 1987, p. 131)
Tomando-se por base os resultados de pesquisa de Brown e Levinson (1987), a
Polidez Negativa recupera a ação de A que objetiva ser livre e desimpedido. Segundo os
autores, ela é nitidamente relacionada ao comportamento de respeito, em contrapartida à
polidez positiva que, como foi visto, refere-se à familiaridade e à piada como
comportamentos. A polidez negativa é específica e focada. Quando se pensa em polidez nas
sociedades ocidentais, tem-se em mente a polidez negativa. Esta vocação à polidez negativa,
na maioria das vezes, tem raízes no histórico cultural onde floresce o individualismo. O
sucesso individual deve subjugar o do grupo. Quando muito, o grupo deve estar a serviço do
indivíduo.
64
A polidez negativa retrata o conjunto mais bem elaborado de manifestações
linguísticas e, como veremos a seguir, adaptam-se tanto à escrita como à fala (como as
outras estratégias), no entanto, é nela que encontraremos a maioria das opções de usos
discursivos presentes na literatura. Podem-se arrolar alguns tipos de ações discursivas,
indiretas convencionais, atenuantes sobre a força ilocucionária, pessimismo polido, ênfase
no poder relativo de O, etc.
Outro elemento fundamental da polidez negativa é o distanciamento social. A
polidez negativa, ao contrário da polidez positiva, fica a serviço de A, sempre que objetivar
a manutenção do distanciamento social ou quando pretende criá-lo. Além, presta-se a
estancar o processo de interação.
a) Seja direto
Como foi indicado acima, a polidez negativa parece ser enquadrada por uma arque-
preferência de A. A ações são diretas com reconfigurações em alguns pontos do AAF.
Mesmo que ela favoreça a utilização de estratégias diretas, é a estratégia de polidez direta
que permanece com essa incumbência. Assim, ainda que utilizadas as ações diretas, os AAF
contarão com reconfiguração dos AAF, quando usada a polidez negativa.
Estratégia 1 – Seja convencionalmente indireto
Quando A está em posição de se dirigir à face negativa de O, ele sente-se tentado em
usar uma estratégia direta. Porém, A mantém o interesse em propiciar uma “saída” a O
quanto aos seus próprios desejos. Para aliviar este tipo de tensão causada a A, qual seja, ao
mesmo tempo, querer ser direto e dar uma opção de escape para O, existem as indiretas
frutos de convenções. Assim, sentenças que provêm significados não ambíguos são usadas.
Isto é possível pelo fato daquilo que foi convencionado. Ou seja, dado um contexto, ficam
aceitos determinados significados vinculados a certas estruturas de sentença. A convenção
discursiva favorecerá parcialmente os desejos de ambos A e O, atuando justamente onde
eles divergem. Dessa forma, de acordo com Searle (1969), necessita-se uma condição de
sucesso (felicitous condition), qual seja uma da várias condições no mundo real que deve,
unida a aspectos do evento comunicativo a serviço de um ato de fala específico, resultar
naquilo que foi esperado.
65
(62) Pode o senador participar das sessões plenárias durante a semana?
(62) indica-nos, indiretamente, que, de forma polida, todo senador deveria participar das
plenárias. A forma direta, apesar de óbvia e conter força de ofício, seria tratada como uma
expressão rude. Ou seja, se alguém disser para qualquer Senador da República que ele deva
participar das plenárias, ele se sentirá afrontado. Assim, por convenção, a estrutura indireta
favorece a estratégia de polidez ao mesmo tempo que oferece uma interpretação não
ambígua.
b) Não presuma/assuma
Partindo-se do princípio de que a polidez negativa seja composta pelo desejo de A em
ser direto e de que ela deve reconfigurar um AAF à face negativa de O, A não deve presumir
ou assumir os desejos de O, bem como evitar assumir que algo que envolvido no AAF seja
desejado ou acreditado por O. Deve-se manter a distância prevista em certas relações
sociais.
Estratégia 2 Questão, atenuante (hedges modificadores parciais de pertença de
certos termos a um dado conjunto ou verdadeiro num certo sentido)
(63) Tecnicamente, este artigo está muito bom.
(64) O professor está absolutamente correto.
(65) A resposta do mercado foi muito justa.
1. Atenuantes (redutores - hedges) da força ilocucionária
Alguns atenuantes constituem o principal meio pelo qual A satisfaz seus desejos.
Não se pode assumir que O seja capaz de realizar algo. São escolhidos como elementos
atenuantes palavras com função adverbial sobre verbos de ação. Tais verbos representam a
força ilocucionária da sentença. Ou seja, a capacidade de ação de A sobre O, não se
considerando as respostas de O, mas como alvo da ação.
1.a Atenuantes codificados em partículas
66
Algumas partes da sentença são responsáveis por codificar (conter) as características
de um termo atenuante. Normalmente, não são tratados por teoria linguística pragmática ou
sócio-linguística, porém são escolhidas no emprego de polidez negativa no uso da
linguagem (66) e (67). Outra possibilidade é o acréscimo de dúvida ao conteúdo da sentença
(68) e (69).
(66) Eu fico pensando se você conseguiria terminar este trabalho no final de
semana. (eu sei se conseguiria)
(67) Se os presentes me permitem, declaro abertos os trabalhos deste Encontro
de Estudos Organizacionais. (todos permitem, é claro)
(68) Talvez o Presidente esteja pensando no terceiro mandato. (ele está)
(69) A: Seu terno ficou ótimo. (alfaiate)
O: Talvez, não estou certo. (cliente tentando baratear o produto)
1.b Atenuantes do tipo sintagmas adverbiais (expressões discurssivas que funcionam
como modificadores sintáticos)
Os modificadores (advérbios) sintáticos de uma forma geral são responsáveis por
relações locais ou sentenciais. Isto é, eles podem exercer função sintática sobre a palavra
vizinha dentro da sentença ou relacionar-se com toda a estrutura sentencial.
(70) O gestor realmente conseguiu atingir as metas. (local)
(71) A diretoria disse sinceramente que o gestor atingiu as metas. (sentencial)
(72) O grupo se declarou que o gestor certamente atingiu as metas. (local)
Nas ações discursivas, algumas palavras se prestam a esse papel com maior
frequência: superficialmente, mais ou menos, aproximadamente, ou então, não dizer mais do
que isso..., em alguma extensão, resumidamente, basicamente, modo de falar, etc.
c) Não seja coercitivo com O
Dependendo do contexto da interação, A pode propor algo que dependa da aprovação
de O ou peça ajuda a O. Para AAF deste tipo, a polidez negativa deve servir para evitar que
O seja responsabilizado coercitivamente. Para que isto seja possível, A explicitamente a
opção a O de não realizar a ação envolvida no AAF.
67
Estratégia 3 – Seja pessimista
(73) É natural que os resultados não sejam atingidos. Você não concorda?
Estratégia 4 – Minimize a imposição (atenuante sobre a seriedade da imposição)
Em (74) abaixo, pode-se vivenciar a existência de palavras que tem função significativa
em aliviar a imposição de uma posição ou ponto de vista. Algumas delas podem até compor
mais de um tipo de significado, dependendo da convenção presente no contexto.
Comparando-se (74) com (75), temos:
(74) O plano do governo apenas quis recompor seu caixa confiscando todas as
aplicações da população. (indicando somente, um pouco numa escala)
(75) Ele foi dispensado apenas por uma questão técnica. (exatamente, preciso)
Estratégia 5 – Preste deferência (Argumento de Autoridade)
Nas pesquisas científicas, é comum (e exigido no mais das vezes) utilizar-se o recurso
da deferência como forma de reforço argumentativo. São referenciados atos ou juízos de
valor de pessoas ou grupos como meio de prova a favor de uma tese. (PERELMAN, 1996)
Como as pessoas ou grupos muitas vezes se contrapõem, outras formas de comprovação são
chamadas à baila. Deduções lógicas ou trabalhos empíricos são chamados à comprovação.
Ainda assim, o recurso ao argumento de autoridade se faz presente nas ações discursivas
com grande frequência, seja por imposição formal, seja por desejo de aceitação.
No contexto deste trabalho, percebe-se que elementos que recuperam vínculo
honorífico, comportam-se como elementos dêiticos da linguagem. Assim como aqui e venha
estabelecem ancoragem em propriedades espaciais num dado ato comunicativo, senhor ou
professor Max Produção ancoram-se em referência a propriedades sociais dos participantes
do evento comunicativo. (FILLMORE, 1975)
(76) Nós chegamos a resultados espetaculares com nossa pesquisa. (um pesquisador
falando de si próprio)
(77) O Professor Doutor Max Produção descreveu este evento em mais de 25 artigos
publicados. (logo, posso usá-lo com prova de verdade)
68
(78) Este veículo de comunicação defende a abertura de capital. (uma revista como
entidade)
(79) O senhor poderia orientar sobre qual livro adotar. (salvo casos de diferença muito
grande de idade ou pessoa vinculada a uma forma de tratamento militar, senhor indica a
escola de uma estratégia de polidez perante um AAF)
Estratégia 6 – Torne A e O impessoais
Inserido num AAF, A detém o recurso de se ocultar na interação de modo a não levar
nenhum tipo de impingimento a O. Além disso, A pode não se tornar sozinho na relação
com O. Devem-se evitar pronomes do tipo eu ou você. Isto é, nem A nem O se isolam no
AAF.
1. Verbos impessoais
Outro recurso no AAF, que oferece deleção do agente se dá pela utilização de estruturas
cujos verbos sejam impessoais. Este recurso é amplamente utilizado na academia,
documentos públicos instrucionais, bem como textos jornalístico que se pretenda formar
opiniões ou manifestar ideologias sub-reptícias.
(80) Sabe-se que os empresários não gostaram falha financeira globalizada.
(81) É necessário que façamos um mutirão contra a ignorância.
(82) Segundo Wittgenstein, seguir uma regra é uma práxis. E acreditar seguir uma
regra não é seguir a regra. E daí não podemos seguir a regra privadamente.
Outros recursos que favorecem a ação de A junto à face negativa de O, recuperam
algumas ideias descritas, bem como introduzem algumas alterações. Quase todas vão
incentivar o distanciamento ou proporcionar deferência. São elas, a voz passiva ou
circunstancial, a substituição dos pronomes “eu” e “você” por indefinidos, a pluralização
dos pronomes “você” e “eu”.
(83) Quando foi feito este contrato, o gerente nem foi visto.
(84) Vocês sabem que a nossa política organizacional não permite tal arrojo.
(85) Nós precisamos aumentar o número de vendas.
(86) Alguns funcionários perceberam as melhorias.
(87) Nós do marketing não concordamos com Porter.
69
(88) Sentimo-nos obrigados a dispensá-los.
Estratégia 7 – Tome o AAT como regra geral
Com o intuito de tornar um AAF uma regra social, uma obrigação ou uma regulação, as
ações discursivas configuram-se sem pronomes, procurando-se institucionalizar a ação.
(89) O Comitê de Avaliação dos Cursos de Administração Stricto Sensu redesenhou
os programas brasileiros. (contraposição: Eu criei novos programas de Mestrado e
Doutorado em Administração)
(90) Os funcionários desta empresa deverão se submeter ao exame médico.
(contraposição: Eu procederei a exames em todos vocês)
Estratégia 8 – Nominalize
Ainda se utilizando de recursos sintáticos anteriormente citados, existem estruturas que
serão mais aproximadas das ações faladas, bem como outras às escritas. Neste trabalho,
nosso interesse recai sobre as escritas, objeto de nossa análise.
Assim, conta-se com mais alguns destes tipos e sentenças:
(91) Vo se saiu bem nos exames e nós estamos muito impressionados. (mais
comum na fala)
(92) Seu bom desempenho nos exames nos impressionou muito. (mais comum na
escrita)
70
4.1.4 Estratégia Linguística de Polidez Indireta (off record)
Seguindo-se a mesma ideia das seções anteriores, a Fig. 7 apresenta os caminhos da
estratégia linguística de polidez indireta.
Motives para fazer X
Condições para X
1. Dê pistas
Viole a Máxima da
Relevância
2. Dê pistas
associativas
Introduza
implicaturas
conversacionais, via
pistas disparadas pela
violação das
Máximas de Grice
3. Pressuponha
4. Seja subliminar
Viole a Máxima da
Quantidade
5. Seja explícito
6. Use tautologias
Estratégia Linguística
de Polidez Indireta
(Off Record)
7. Use contradições
8. Seja irônico
Viole a Máxima de
Qualidade
9. Use metáforas
Seja vago ou
ambíguo
10. Use perguntas
retóricas
11. Seja ambíguo
12. Seja vago
13. Supergeneralize
Viole a Máxima de
Modo
14. Tire O de seu
foco (dele)
15. Seja incompleto,
use elipses
Fig. 7 - Fluxo Estratégias: Polidez Indireta (Off Record) (BROWN e LEVINSON, 1987, p. 214)
Em vários contextos, agentes interagem numa perspectiva menos direta. São
providas informações necessárias para que inferências sejam feitas. Mesmo que nas
atividades rotineiras as pessoas peçam objetividade, existe um alto número de situações em
há preferência pela ação indireta.
71
A questão é que o agente deseja fazer um AAF, mas não quer se comprometer.
todo um esforço no uso de sentenças indiretas, procurando evitar a responsabilidade pela
ação; ou suas possíveis interpretações. A pode enunciar: “Está quente aqui neste quarto!”. O,
de sua vez, pode abrir uma janela ou apenas concordar com A. Não haveria enum tipo de
retaliação ou ressentimento. O que é pitoresco na ação humana, baseado um poderosíssimo
aparato mental, é utilizar-se de enunciados com uma leitura superficial e outra profunda.
Bem como Giddens(1978) sugeriu e vários outros estudiosos da linguagem, entre eles
Saussure, Chomsky, Lakoff, Bakhtin, entre outros
15
, há um distanciamento daquilo que
aparece na externação e o seu significado associado. No caso das estruturas indiretas, ainda
mais se distanciam a estrutura sentencial do seu significado implícito. Mas, ainda sim, é
obrigatório um vínculo entre eles. Caso contrário, o entendimento ficaria em termos literais
apenas, como se fosse uma ação direta, Bald on Record, já apresentada anteriormente.
Segundo Brown e Levinson (1987), fundamentalmente este processo tem dois
estágios:
1) Existe um elemento que informa O de que deverá proceder a uma inferências;
2) De alguma forma a inferência deriva do que se pretendeu significar e da sentença
externada. Nesta última, deve-se encontrar uma “dica” para acesso à inferência.
Considera-se, também, que haja uma implicatura semântica (LAKOFF, 1975), ou um
raciocínio indutivo (SEARLE, 1975) nos processos de inferência. De qualquer forma, tanto
A quanto O podem participar de um AAF, uma interação, e não ter suas faces
comprometidas. Seguramente, essas estratégias, que serão arroladas a seguir, encontram-se
em larga escala nos materiais produzidos por atores sociais em atividades rotineiras.
Estratégia 1 – Dê pistas associativas
Partindo-se de atividades rotineiras compartilhadas, o ser humano espera que os seus
interlocutores sejam capazes de realizar rapidamente ligações entre as falas, os gestos,
expressões faciais e corporais, informações contextuais de referência no tempo próximas e
distantes, dos vários papéis sociais, etc. Espera-se, então, total engajamento no sentido de se
realizar uma ação cheia de significados e que o outro esteja absolutamente comprometido
em chegar ao seu significado. Na grande maioria das vezes, o A pode contar totalmente com
15
Mesmo sendo de linhas distintas entre si, estes linguistas, filósofos da linguagem concordam neste ponto.
Porém, as ligações entre estrutura de superfície e estrutura profunda (significado) é que vão severamente se
distinguir. Elas vão se alternar entre capacidade mental de processamento de linguagem em termos cognitivos
individuais e caracterizações totalmente sócio-interacionistas.
72
O nesse processo. Existe uma pré-disposição inerente aos processos de interação. Dessa
forma, A pode enunciar no escritório da empresa:
(93) Estou com dor de estômago.
E, rapidamente, O propor uma sessão de cinema, sabendo que, quando A recebe uma
má notícia sobre as suas verbas orçamentárias, fica com dor de estômago; e a única forma de
passar a dor de estômago é assistir a um bom filme.
Outro recurso amplamente utilizado que estabelece o mesmo tipo de processo são os
eufemismos.
(94) A empresa já parece manter contato com São Pedro.
(94) supõe que O esteja a par dos dogmas cristãos, que haja santos e que qualquer
ligação direta (“pessoalmente”) com eles seria o fim.
Estratégia 2 – Pressuponha
Alguns contextos de interação exigem memória. A espera que O possa recorrer à sua
memória em momentos que recorrer a tempo e espaço. Existem algumas palavras que se
prestam bem a este papel. Normalmente, são os advérbios de frequência que melhor se
adaptam.
(95) Frequentemente, vamos a Maringá.
A espera que O estabeleça referenciação temporal. Saiba de idas anteriores. (95)
também introduz a noção espacial de referenciação, quando também relaciona
conhecimentos anteriores sobre aquele local. Que saiba que A tem relação com aquele lugar,
até mesmo que o local de referência seja apenas um local próximo, e.g. Goioerê.
Estratégia 3 Favoreça inferências, Estratégia 4 Exagere na quantidade de
informações e Estratégia 5 – Use tautologias
Estas estratégias foram grupadas por compartilharem fundamento comum. Os agentes
sociais irão optar por uma delas e, basicamente, usarão três quesitos como distinção entre
elas. Os seus enunciados serão (i) menores do que requeridos, (ii) maiores ou serão (iii)
73
diferentes do que requerido. Assim, caso a escolha seja (i), A demandará de O um processo
de inferenciação, com o objetivo de completar o que foi lacunado por A. Quando (ii), serão
previstas reduções de adequação. Se (iii), o que foi externado, sendo diferente do que foi
pretendido, exigirá habilidades em O para chegar ao significado. Os exemplos (96), (97) e
(98) materializam (i), (ii) e (iii):
(96) De alguma forma esta postura foi inovadora.
(97) Este relatório já foi entregue um milhão de vezes e nada foi feito.
(98) No mundo dos negócios, guerra é guerra.
Estratégia 7 – Use contradições
Grice (1975) postulou que os usuários de língua devem atender a Máximas
Conversacionais. Entre elas, está a da Qualidade; fale a verdade, seja sincero. Na
perspectiva deste trabalho, que se alinha com os resultados de Brown e Levinson, A irá
forçar O a encontrar significado a partir de implicaturas contidas no discurso. O objetivo de
uma externação em que esta estratégia aparece, A pretende, ao declarar duas coisas, que O
seja capaz de interpretar a proposição e reconciliar-se ao significado pretendido.
(99) O gerente financeiro está aqui e não está aqui. (resposta dada ao diretor
financeiro após o envio equivocado de uma TED de valor altíssimo)
(100) a. Como está a situação dos EUA neste momento de crise?
b. Boa e má!
Estratégia 8 – Seja irônico
Uma possibilidade real da linguagem humana é agir de uma forma que viabilize
justamente o significado oposto. A propõe uma assertiva que traz consigo pistas subjacentes
que se revelarão a O. São duas as possibilidades de condutores destas pistas: a prosódica e a
contextual. Nesta pesquisa, por se tratar de uma análise de textos escritos, envolveremos
apenas a segunda possibilidade.
(101) O doutor Lula vai fazer um pronunciamento.
(102) Preciso terminar logo a dissertação para publicação na Harvard Business Review.
Estratégia 9 – Use metáforas
74
O uso das metáforas tem peculiar espaço nos estudos científicos. Aparece em várias
áreas. Na obra clássica dos anos 80 de Lakoff e Johnson (1980), os autores provam que o ser
humano vive através de metáforas. Especialmente útil é o conceito de metáfora. A tomada
do sentido impróprio como próprio das coisas. Não se trata de recurso poético, mas de
enunciação rebuscada que vai esperar em O a interpretação neo-referenciada. Espera-se que
haja a dupla referência para que a comparação possa se estabelecer, condição sine qua non
para que haja a metáfora.
(103) O matador de custos da Nissan está empenhado agora com a própria Renault.
(referência a Ghosn)
(104) Os cara-pintadas ameaçam sair às ruas novamente.
Estratégia 10 – Use perguntas retóricas
Sem a expectativa de resposta direta, A faz uma pergunta ao léu. Com a pergunta, A
espera criar uma espaço de sinceridade para que se expressar e ser entendido.
(105) Como poderíamos saber que a crise nos afetaria a todos?
(106) Por quantas vezes teremos que repetir?
b) Seja vago ou ambíguo: viole a máxima de modo (Grice, 1975)
Com o objetivo de aplicar atenuantes aos AAF, A recorre à estrutura de discurso que
gerará implicaturas pouco claras. Espera-se que o contexto possa preencher os espaços
vazios criados por A. Esta opção pode ser enquadrada como ação indireta propriamente dita.
Estratégia 11 – Seja ambíguo
Assim como as metáforas, a ambiguidade se faz presente nas estruturas indiretas que
são revertidas em estratégias que prestigiam a dedução precária; a procura pelo significado
por intermédio de elementos externos à língua. A ideia é gerar significado sem
comprometimento direto com relação às interpretações de O. Parece haver um
compartilhamento da responsabilidade da ação e da formação dos sentidos. Retornamos,
assim, a ideias contidas nos fundamentos dos esquemas interpretativos, sinalizados na
primeira parte deste trabalho.
(105) O CEO sentiu que deveria vender as ações de novo.
75
Estratégia 12 – Seja vago
As noções de vagueza podem ser utilizadas num processo interativo todas as vezes
que a atenuante do discurso procurar evitar ofensa ou confronto. Pretende-se gerar um
espaço para que seja dito aquilo que se deseja sem ameaçar as faces relacionais.
(106) Talvez alguém tenha feito algo de forma mal intencionada.
Estratégia 13 – Supergeneralize
Como são os provérbios, as generalizações são responsáveis por colocar o objeto de
interação deslocado de foco. Ou seja, são proferidas as enunciações e a vagueza traz-nos um
teor de aconselhamento ou outro atenuante deste estilo.
(107) Um centavo poupado é um centavo ganho.
(108) Pessoas maduras às vezes lavam os pratos.
Estratégia 14 – Desvie o foco de O (pretendendo atingi-lo)
Esta estratégia favorece situações em que A deseja se referir a O, porém recorre a um
terceiro para ter êxito na ação. Por exemplo:
(109) Paulo, você poderia passar o sal para mim? (situação: Paulo e A são assistentes
de um professor. Porém, o sal está mais perto do professor do que de Paulo. Ou seja, o
pedido é para o professor, mas foi direcionado a Paulo. Dessa forma, ocorre um atenuante
indireto sobre o AAF de pedir o sal ao professor)
Estratégia 15 – Seja incompleto, use elipses
De uma forma geral, durante processos interativos, existe uma expectativa sobre a
cooperação entre os agentes. Espera-se que ambos contribuam com pré-disposição a
entenderem-se mutuamente. Dessa forma, viabiliza-se um recurso de estratégia indireta
muito útil. Os agentes usam apenas indicações daquilo que desejam e entre si procuram
satisfazem essas expectativas. (110) recupera esse contexto.
(110) Será que alguém poderia, se não for muito incômodo, providenciar algum
suporte ao pessoal do marketing. (durante uma reunião)
76
4.2 ANALISANDO A PARTIR DA FERRAMENTA PROPOSTA
Como momento seguinte à apresentação da ferramenta de análise, seguem-se as
disposições que compõem a análise realizada, aplicando-se o recurso analítico criado neste
trabalho. A apresentação da ordem cronológica dos textos é importante para que se conheça
a dispersão dos textos ao longo do tempo de análise e que, pelos recortes de análises, possa-
se perceber a manutenção do elemento tempo e espaço dos textos sob análise; marcando-se a
referencialidade da escrita. Além do que pode-se perceber a relevância trazida pelas
intervenções de cada autor pela quantidade de publicações de cada um deles.
4.2.1 Ordem cronológica dos textos por exemplar - Seção de Negócios – 73 textos
Exemplar de 24 de janeiro de 2008
01. O mercado não esqueceu – por Samantha Lima
02. Os forasteiros invadiram a Votorantim – por Larissa Santana
03. O novo limiar da indústria farmacêutica - por Melina Costa
04. Agora vai dar lucro? – por Daniella Camargos
Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
05. A amizade em segundo plano – por Samantha Lima
06. Tão valioso quanto ouro – por Mariana Durão
07. O que a GP viu nele – por Denise Carvalho
08. Vai um celular aí? – por Daniella Camargos
Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
09. Uma Unilever em miniatura – por Marcelo Onaga
10. Um ano para esquecer – por Melina Costa
11. “Meu negócio é criar empresas” – por Daniella Camargos
12. O Brasil, quem diria, ajudou o Citi – por Carolina Meyer
Exemplar de 06 de março de 2008
13. Desta vez, o risco é maior – por Melina Costa
14. Onde foi que ele errou – por Marcelo Onaga
15. Uma dura lição para os espanhois – por Paula Barcellos
16. Um brasileiro no topo das finanças – por Carolina Meyer
77
Exemplar de 20 de março de 2008
17. A amarga volta aos negócios – por Marcelo Onaga
18. Ele é o novo membro do clube – por Melina Costa
19. Mais longe das melhores – por Samantha Lima
20. A saga global dos caubois de Anápolis – por Daniella Camargos
Exemplar de 03 de abril de 2008
21. Choque de pragmatismo – por Malu Gaspar
22. Sauípe está à venda – por Samantha Lima
23. Em busca de uma segunda chance – por Daniella Camargos
24. Ele esta de olho no Brasil – por Carolina Meyer
Exemplar de 17 de abril de 2008
25. Sai Folegatti, entra Neeleman – por Samantha Lima
26. DNA de banqueiro – por Melina Costa
27. O livre comércio é uma falácia – por Eduardo Pegurier
28. A distância aumentou – por Carolina Meyer
29. Ele botou a família para correr – por Daniella Camargos
Exemplar de 01 de maio de 2008
30. Ataque ao capitalismo – por Malu Gaspar
31. O grande erro da Volks – por Marcelo Onaga e Paula Barcellos
Exemplar de 15 de maio de 2008
32. Na contramão das concorrentes – por Malu Gaspar,
33. A novata que já nasce grande – por Marcelo Onaga.
34. Crônica de uma briga anunciada – por Daniella Camargos
Exemplar de 29 de maio de 2008
35. Pode me chamar de Roberto – por Larissa Santana
36. A dama do estaleiro - por Malu Gaspar
37. Choque de realidade - por Suzana Naiditch
38. Mais um recorde das montadoras – por Carolina Meyer
39. A culpa é da classe C – por Carolina Meyer
78
Exemplar de 12 de junho de 2008
40. "Só queremos justiça” – por Marcelo Onaga
41. Na medida para os emergentes - por Melina Costa
42. Desconstruindo Reinaldo – por Carolina Meyer
43. A fase não é das melhores – por Daniella Camargos
Exemplar de 26 de junho de 2008
44. O maior mico da Previ – por Samantha Lima
45. Uma dura prova para Fred – por Carolina Meyer
46. A hora de bater em retirada – por Carolina Meyer
Exemplar de 10 de julho de3 2008
47. A mamona não foi sustentável – por Malu Gaspar
48. Adeus, alta renda – por Daniella Camargos
Exemplar de 24 de julho de 2008
49. O prejuízo é um detalhe – por Melina Costa
50. Abalo no mundo de Dantas - por Malu Gaspar e Samantha Lima
51. “Vou entrar na briga pelo Iphone” – por Carolina Meyer
Exemplar de 07 de agosto de 2008
52. Reação ao bombardeio – por Malu Gaspar
53. Três candidatos, um sucessor - por Marcelo Onaga
54. A diferença não é só uma letra – por Carolina Meyer
55. O embaixador do amianto – por Daniella Camargos
Exemplar de 21 de agosto de 2008
56. "Assim é difícil competir" – por Melina Costa
Exemplar de 18 de setembro de 2008
57. A corrida para fazer a Azul decolar – por Samantha Lima
58. Sobrou para ele – por Carolina Meyer
59. O dono não manda tanto assim – por Daniella Camargos
Exemplar de 02 de outubro de 2008
79
60. A matemática do Friboi – por Denise Carvalho
61. Outro indiano de olho no Brasil - por Samantha Lima
Exemplar de 16 de outubro de 2008
62. Ele teve uma segunda chance – por Denise Carvalho
63. A aposentadoria pode esperar - por Marcelo Onaga
64. Obstáculos na pista – por Daniella Camargos
Exemplar de 30 de outubro de 2008
65. Ele pagou a conta – por Daniella Camargos
66. Um retorno às origens – por Denise de Carvalho
67. A encanação do otimismo – por Samantha Lima
68. A prateleira mais cobiçada do mundo – por Melina Costa
Exemplar de 13 de novembro de 2008
69. Eles compraram, mas não levaram – por Daniella Camargos
70. Uma empresa em comapasso de espera – por Samantha Lima
Exemplar de 27 de novembro de 2008
71. O etano virou problema – por Denise de Carvalho
72. Síndrome de Danoninho – por Melina Costa
Exemplar de 11 de dezembro de 2008
73. Ascensão e queda – parte 2 – por Daniella Camargos
4.2.2 Ordem cronológica dos textos por seus autores Seção de Negócios – 73 textos
1. Carolina Meyer – 15 textos
01. Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
02. Exemplar de 06 de março de 2008
03. Exemplar de 03 de abril de 2008
04. Exemplar de 17 de abril de 2008
05. Exemplar de 01 de maio de 2008
06. Exemplar de 15 de maio de 2008
80
07. Exemplar de 29 de maio de 2008
08. Exemplar de 12 de junho de 2008
09. Exemplar de 24 de junho de 2008
10. Exemplar de 26 de junho de 2008
11. Exemplar de 24 de julho de 2008
12. Exemplar de 07 de agosto de 2008
13. Exemplar de 18 de setembro de 2008
14. Exemplar de 16 de outubro de 2008
15. Exemplar de 11 de dezembro de 2008
2. Daniella Camargos – 15 textos
01. Exemplar de 24 de janeiro de 2008
02. Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
03. Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
04. Exemplar de 20 de março de 2008
05. Exemplar de 03 de abril de 2008
06. Exemplar de 17 de abril de 2008
07. Exemplar de 15 de maio de 2008
08. Exemplar de 12 de junho de 2008
09. Exemplar de 10 de julho de 2008
10. Exemplar de 07 de agosto de 2008
11. Exemplar de 18 de setembro de 2008
12. Exemplar de 16 de outubro de 2008
13. Exemplar de 30 de outubro de 2008
14. Exemplar de 13 de novembro de 2008
15. Exemplar de 11 de dezembro de 2008
3. Mariana Durão – 01 texto
01. Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
4. Denise Carvalho – 06 textos
01. Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
02. Exemplar de 02 de outubro de 2008
03. Exemplar de 16 de outubro de 2008
81
04. Exemplar de 30 de outubro de 2008
05. Exemplar de 27 de novembro de 2008
06. Exemplar de 30 de novembro de 2008
5. Eduardo Pergurier – 01 texto
01. Exemplar de 17 de abril de 2008
6. Larissa Santana – 02 textos
01. Exemplar de 24 de janeiro de 2008
02. Exemplar de 29 de mai de 2008
7. Malu Gaspar – 07 textos
01. Exemplar de 03 de abril de 2008
02. Exemplar de 01 de maio de 2008
03. Exemplar de 15 de maio de 2008
04. Exemplar de 29 de maio de 2008
05. Exemplar de 12 de junho de 2008
06. Exemplar de 10 de julho de 2008
07. Exemplar de 07 de agosto de 2008
8. Marcelo Onaga – 08 textos
01. Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
02. Exemplar de 06 de março de 2008
03. Exemplar de 20 de março de 2008
04. Exemplar de 01 de maio de 2008
05. Exemplar de 15 de maio de 2008
06. Exemplar de 12 de junho de 2008
07. Exemplar de 07 de agosto de 2008
08. Exemplar de 16 de outubro de 2008
9. Melina Costa – 10 textos
01. Exemplar de 24 de janeiro de 2008
02. Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
03. Exemplar de 06 de março de 2008
82
04. Exemplar de 20 de março de 2008
05. Exemplar de 17 de abril de 2008
06. Exemplar de 12 de junho de 2008
07. Exemplar de 12 de junho de 2008
08. Exemplar de 21 de agosto de 2008
09. Exemplar de 27 de novembro de 2008
10. Exemplar de 30 de novembro de 2008
10. Paula Barcellos – 02 textos
01. Exemplar de 06 de março de 2008
02. Exemplar de 01 de maio de 2008
11. Samantha Lima - 12 textos
01. Exemplar de 24 de janeiro de 2008
02. Exemplar de 20 de março de 2008
03. Exemplar de 03 de abril de 2008
04. Exemplar de 17 de abril de 2008
05. Exemplar de 26 de junho de 2008
06. Exemplar de 12 de junho de 2008
07. Exemplar de 17 de setembro de 2008
08. Exemplar de 02 de outubro de 2008
09. Exemplar de 30 de outubro de 2008
10. Exemplar de 13 de novembro de 2008
11. Exemplar de 27 de novembro de 2008
12. Exemplar de 30 de novembro de 2008
12. Suzana Naiditch – 01 texto
01. Exemplar de 29 de mai de 2008
83
4.2.3 Ordem cronológica dos textos por exemplar Seção de Gestão – 30 textos
Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
01. Aprendeu? Pague a conta – por Suzana Naiditch
Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
02. Empregados que pensam como donos – por Larissa Santana
Exemplar de 06 de março de 2008
03. A morte do HD – por Denise Dweck
04. Por que a sucessão atrasou – por Suzana Naiditch
Exemplar de 20 de março de 2008
05. Impacientes, infiéis e insubordinados – por Márcia Rocha
06. Governo de resultados – por Mariana Durão
Exemplar de 03 de abril de 2008
07. Não é fácil virar uma só – por Suzana Naiditch
Exemplar de 01 de maio de 2008
08. O fim do improviso – por Ana Luiza Herzog
09. Menos conversa, mais ação – por Cristiane Mano
Exemplar de 15 de maio de 2008
10. A missão do piloto – por Larissa Santana
11. Quem vai ficar no lugar dele? – por Suzana Naiditch
Exemplar de 12 de junho de 2008
12. Procuram-se conselheiros – por Maurício de Oliveira
Exemplar de 26 de junho de 2008
13. A religião agora é outra – por Ana Luiza Herzog
14. A cruzada de Gerdau – por Suzana Naiditch
84
Exemplar de 10 de julho de 2008
15. 3 saídas para o apagão de talentos – por Cristiane Mano
16. O guru dos presidentes – por Suzana Naiditch
Exemplar de 24 de julho de 2008
17. Profissão de risco – por Larissa Santana
Exemplar de 07 de agosto de 2008
18. Os brasileiros desbravam a Rússia – por Cristiane Mano
19. Ele não está mais sozinho – por Larissa Santana
Exemplar de 18 de setembro de 2008
20. Sobrou para ele – por Carolina Meyer
Exemplar de 16 de outubro de 2008
21. Cada um no seu quadrado – por Larissa Santana
Exemplar de 30 de outubro de 2008
22. A bolada virou pó – por Lucas Amorim
23. Um passo decisivo lá fora – por Larissa Santana
Exemplar de 13 de novembro de 2008
24. Quanto vale a opinião deles – por Larissa Santana
Exemplar de 27 de novembro de 2008
25. Dupla jornada – por Lucas Amorim
26. Eles chegaram no interior – por Suzana Naiditch
Exemplar de 11 de dezembro de 2008
27. A crise ainda não chegou aqui – por Ana Luiza Herzog
28. Fim das celebridades – por Lucas Amorim
Exemplar de 23 de dezembro de 2008
29. A multiplicação das marcas – por Ana Luiza Herzog
85
30. A maldição do primeiro – por Cristiane Mano
86
4.2.4 Ordem cronológica dos textos por seus autores Seção de Gestão – 30 textos
1. Suzana Naiditch – 07 textos
01. Exemplar de 07 de fevereiro de 2008
02. Exemplar de 06 de março de 2008
03. Exemplar de 03 de abril de 2008
04. Exemplar de 15 de maio de 2008
05. Exemplar de 26 de junho de 2008
06. Exemplar de 10 de julho de 2008
07. Exemplar de 27 de novembro de 2008
2. Larissa Santana – 07 textos
01. Exemplar de 21 de fevereiro de 2008
02. Exemplar de 15 de maio de 2008
03. Exemplar de 24 de julho de 2008
04. Exemplar de 07 de agosto de 2008
05. Exemplar de 16 de outubro de 2008
06. Exemplar de 30 de outubro de 2008
07. Exemplar de 13 de novembro de 2008
3. Denise Dweck -01 texto
01. Exemplar de 06 de março de 2008
4. Márcia Rocha – 01 texto
01. Exemplar de 20 de março de 2008
5. Mariana Durão – 01 texto
01. Exemplar de 20 de março de 2008
6. Ana Luiza Herzog – 04 textos
01. Exemplar de 01 de maio de 2008
02. Exemplar de 26 de junho de 2008
03. Exemplar de 21 de agosto de 2008
04. Exemplar de 11 de dezembro de 2008
87
7. Cristiane Mano – 04 textos
01. Exemplar de 01 de maio de 2008
02. Exemplar de 10 de julho de 2008
03. Exemplar de 07 de agosto de 2008
04. Exemplar de 23 de dezembro de 2008
8. Maurício de Oliveira – 01 texto
01. Exemplar de 12 de junho de 2008
9. Lucas Amorim – 04 textos
01. Exemplar de 13 de outubro de 2008
02. Exemplar de 27 de outubro de 2008
03. Exemplar de 30 de outubro de 2008
04. Exemplar de 11 de dezembro de 2008
88
4.3 DA ANÁLISE DOS DADOS
Como seção seguinte, seguem-se as análises, aplicando-se o recurso analítico criado
neste trabalho, qual seja a ferramenta de análise do discurso.
4.3.1 Seção de Negócios
Análise 1
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
O Brasil, quem diria, ajudou o Citi
21.02.2008
No mundo, o maior banco americano viveu um pesadelo em 2007 -- mas nunca ganhou tanto dinheiro por
aqui
Por Carolina Meyer
EXAME
O ano de 2007 foi o pior da história do Citi, maior banco privado do mundo em ativos. A crise do mercado
imobiliário americano custou-lhe um rombo de 18 bilhões de dólares, uma das maiores perdas já registradas no
setor. O lucro caiu 83%, para pouco mais de 3,6 bilhões de dólares. Mais de 20 000 funcionários devem ser
demitidos para estancar uma crise que quase levou o banco à bancarrota. E, quem diria, em meio a essa espécie
de circo dos horrores, uma surpresa positiva veio de um país onde durante muito tempo o Citi colheu
resultados modestos -- o Brasil. Aqui, a operação presidida pelo uruguaio Gustavo Marin teve o melhor ano de
sua história. Em 2007, o Citi brasileiro alcançou um lucro líquido de 1 bilhão de dólares, quase um terço do
lucro global (mesmo tendo receitas inferiores a 1% do total mundial do banco). Trata-se de um enorme salto
para uma operação que, apenas um ano antes, havia registrado um prejuízo de 50 milhões de reais. "Foi um dos
melhores desempenhos de uma subsidiária do Citi no ano passado", diz um executivo do banco, que não quis
se identificar. "Todas as nossas metas foram superadas."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1
16
; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
16
1) Fica convencionado que a notação “Ex” refere-se a uma estratégia presente no fragmento com índice
(1,2,3...x) referente ao número da estratégia apresentada no Quadro Teórico de Referência, e. g. Polidez
Positiva E4 = Estratégia Linguística de Polidez Positiva número 4.
2) (Ex=y), anota a quantidade de vezes que a estratégia de índice x apareceu.
89
2. “O ano de 2007 foi o pior da história do Citi” Polidez Negativa E3, Polidez
Indireta E8
3. maior banco privado do mundo em ativos” Polidez Indireta E4, Polidez
Positiva E2
4. “A crise do mercado imobiliário americano custou-lhePolidez Indireta E2,
Polidez Positiva E7, E13
5. “O lucro caiu 83%, para pouco mais de 3,6 bilhões de dólares” hedges Polidez
Negativa E2, E4
6. “E, quem diria, em meio a essa espécie de circo dos horrores,” Polidez Positiva
E8, Polidez Indireta E9,
7. “resultados modestos -- o Brasil. Aqui, a operação” – Polidez Negativa E2, E4
8. “2007, o Citi brasileiro alcançou um lucro líquido de 1 bilhão de dólares, quase
um terço do lucro global (mesmo tendo receitas inferiores a 1% do total mundial
do banco)” – Polidez Positiva E6 (entre parênteses), Polidez Negativa E4
9. “Trata-se de um enorme salto para uma operação que, apenas um ano antes,
havia registrado um prejuízo de 50 milhões de reais”. Polidez Negativa E2, E6;
Polidez Positiva E2 hedge).
10. “”Foi um dos melhores desempenhos de uma subsidiária do Citi no ano passado”,
diz um executivo do banco” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez
Positiva E2 hedge)
11. “O Brasil, quem diria, ajudou o Citi” (título) – Polidez Indireta E8, Polidez
Positiva E8
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 1 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: não encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E5, E7 / E8 / E2 / E6 / E8 / E7, E13 / E2 / E4, E6, E7,
E12 (E2=1, E4=2, E5=1, E6=2, E7=3, E8=1, E12=1, E13=1)
3) Polidez Positiva: E4, E5, E7 / E8 / E2 significa que são relacionadas as estratégias, separadas por vírgulas
quando pertencerem ao mesmo fragmento de análise retirado do texto e por barras quando se referirem a
fragmentos diferentes.
90
c) Polidez Negativa: E5 / E2, E6 / E4 / E2, E4 / E2, E4 / E3 (E2=3, E4=3, E5=1,
E6=1)
d) Polidez Indireta: E4 / E9 / E2 / E4 / E8 / E1 (E1=1, E2=1, E4=2, E8=1, E9=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Negativa = E2 e E4
Polidez Positiva = E7
Tendo em vista a ferramenta de análise e o escopo deste trabalho, dentre as quatro
estratégias pesquisadas, somente a Estratégia da Polidez Direta não foi encontrada no
fragmento de texto apresentado acima. Percebeu-se que, por mais que o A fosse
absolutamente direto em várias passagens do texto, ele executava um AAF, lançando mão
de uma das estratégias à sua disposição. momentos em que A usa várias estratégias ao
mesmo tempo, atendendo aos seus objetivos junto ao O.
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva,
seguida de perto pela Polidez Negativa e, em terceiro lugar, a Polidez Indireta. Assim, com
relação ao quesito frequência, fundamental nesta pesquisa, temos, na análise 1, a Polidez
Positiva como estratégia de maior frequência. Isto é, quando A deseja manifestar que tem
interesse em realizar parcialmente os desejos de O (ações, aquisições, resultados), ou
quando A utiliza ações verbais que demonstram que os seus desejos são, de alguma forma,
similares aos de O. Os atos recaem diretamente sobre a face positiva de O. Os desejos de O
são entendidos como desejáveis por A também.
Atendo-nos ao segundo quesito desta pesquisa, a repetição de estratégias, pôde-se
identificar que a estratégia de maior repetição no fragmento de texto apresentado foram duas
de Polidez Negativa E2 e E4, com três ocorrências cada. Trata a E2, basicamente, de
atenuantes (redutores - hedges) da força ilocucionária. Alguns atenuantes constituem o
principal meio pelo qual A satisfaz seus desejos. Não se pode assumir que O seja capaz de
realizar algo. São escolhidos como elementos atenuantes palavras com função adverbial
sobre verbos de ação. Tais verbos representam a força ilocucionária da sentença. Ou seja, a
capacidade de ação de A sobre O, não se considerando as respostas de O, mas como alvo da
ação. Ainda, alguns adjetivos recortam ou especificam a ação, e.g “resultados modestos”,
marcando tendência discursiva. Introduz E4 a possibilidade de se vivenciar a uso de palavras
que têm função significativa de aliviar a imposição de uma posição ou ponto de vista.
Algumas delas podem até compor mais de um tipo de significado, dependendo da
convenção presente no contexto, e.g. “mesmo tendo receitas inferiores”.
91
Além delas, uma estratégia de Polidez Positiva apresentou-se repetidas vezes, a E7.
Ela representa a criação de lugar comum, pressuposição de conhecimento. A inserção do
agente numa sociedade garante conformidade com valores, crenças e consequentes atitudes
comportamentais. A pressuposição de compartilhamento de valores entre A e O advém do
estabelecimento de referências. Estas referências determinarão pertença ou exclusão a
grupos sociais. É bastante razoável pressupor, por exemplo, que as pessoas nas sociedades
ocidentais capitalista compartilhem noções aproximadas de propriedade particular, dinheiro,
contrato de trabalho, lucro, posição ocupacional, vantagem educacional, etc. Por exemplo, A
crise do mercado imobiliário americano”
92
Análise 2
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Ele esta de olho no Brasil
03.04.2008
O empresário Ratan Tata quer investir 15 bilhões de dólares no país -- mas é preciso perseverança e muita
paciência para negociar com o bilionário indiano
Por Carolina Meyer
(...)
A primeira incursão do grupo Tata ao território brasileiro deu-se em 2002, por meio da Tata Consulting
Services, dedicada a prestar consultoria na área de softwares. A empresa, que tem 70 milhões de reais de
faturamento, nasceu como uma joint venture com uma companhia brasileira, a TBA. Naquela ocasião, a
decisão pelo Brasil aconteceu basicamente em razão da posição geográfica do país, com fuso horário muito
próximo ao do público-alvo do empreendimento: os clientes americanos. Agora é diferente. O Brasil entrou, de
fato, no radar de investimentos do conglomerado Tata -- fenômeno que se explica por duas razões. A primeira
é o enorme mercado interno brasileiro. A explosão do consumo ocorrida nos últimos três anos, sobretudo entre
as classes C e D, apresenta-se como uma oportunidade de crescimento para empresas indianas com experiência
nesse mercado. Não por acaso, Tata deseja trazer ao Brasil o Nano, carro de 3 000 dólares criado pela Tata
Motors -- o setor automotivo brasileiro tem crescido 30% ao ano, média superior à da Índia. O mesmo cenário
se desenha para outros produtos de consumo, como sucos e chás. A segunda razão está na disponibilidade de
matérias-primas no Brasil, que detém boa parte das reservas mundiais de minério de ferro. A alta histórica no
preço da commodity, no entanto, tem dificultado as negociações. "Tata quer pagar valores abaixo do preço de
mercado, e isso está fora de questão", diz um executivo da Vale.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Ele esta de olho no Brasil” (título) - Polidez Indireta E8, Polidez Positiva E8.
3. “A empresa, que tem 70 milhões de reais de faturamento, nasceu” - Polidez
Positiva E13, E3, Polidez Indireta E9.
4. “ocasião, a decisão pelo Brasil aconteceu basicamente em razão da posição
geográfica do país” - Polidez Positiva E13, Polidez Negativa E4
5. “Brasil entrou, de fato, no radar de investimentos do conglomerado Tata”Polidez
Indireta E9
93
6. “fenômeno que se explica por duas razões” – Polidez Positiva E13
7. “A explosão do consumo” - Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E2
8. sobretudo entre as classes C e D” – Polidez Negativa E2, E4.
9. “Não por acaso, Tata deseja trazer ao Brasil o Nano,” – Polidez Positiva E3, E8, E9.
10. “A alta histórica no preço da commodity” – Polidez Positiva E2, E4, E9,
11. “"Tata quer pagar valores abaixo do preço de mercado, e isso está fora de questão",
diz um executivo da Vale.” Polidez Positiva E8, Polidez Negativa E5.
12. “o setor automotivo brasileiro tem crescido 30% ao ano, média superior à da
Índia” – Polidez Positiva E4, E11, E15.
13. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 2 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E13, E3 / E13 / E13 / E2 / E3, E8, E9
/ E2, E4, E9 / E8 / E4, E11, E15 / E4, E5 e E7. (E2=1, E3=2, E4=4, E5=1, E6=1,
E7=2, E8=3, E9=2, E11=1, E12=1, E13=3, E15=1)
c) Polidez Negativa: E4 / E2, E4 / E5 (E2=1, E4=2, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E9 / E9 / E9 (E1=1, E8=1, E9=3)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E8 e E13
Polidez Indireta = E9
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
Atendo-nos ao segundo quesito desta pesquisa, a repetição de estratégias, pôde-se
identificar que as estratégias de maior repetição no fragmento de texto apresentado foram de
dois tipos: Polidez Positiva = E8 e E13 e Polidez Indireta = E9, com três ocorrências cada.
Trata a Polidez Positiva E8, basicamente, da piada como elemento estratégico discursivo
não retrata apenas bom humor ou gracejos. Ela proporciona alívio às faces relacionais, como
peça basilar da estratégia de polidez positiva. Isso se confirma, à medida que demanda
compartilhamento de antecedentes comuns, bem como valores, e. g. (52) “Será que essa
redizinha de mercados suportará a crise?” (referindo-se à Rede Walmart). As piadas
proporcionam o (re)dimensionamento do AAF, explorando novas possibilidades de
94
estratégias, marcando tendência discursiva. Já a Polidez Positiva E13, marca que é da prática
social que se estabelece a pré-disposição todas as vezes em que os agentes se dispõem a
demonstrar as razões de sua ação. A e O, inseridos num processo de cooperação, aliviam as
ameaças às faces quando conhecem as razões uns dos outros. A se coloca em posição de
quem vai utilizar este recurso. Pode-se indicar também reciprocidade de interesses. O
exemplo (61) traz-nos esta ocorrência “Sabemos todos o quão importante é este negócio
para nossa empresa; passemos à discussão das estratégias”.
O uso das metáforas tem peculiar espaço nos estudos científicos. Aparece em várias
áreas. Na obra clássica dos anos 80 de Lakoff e Johnson (1980), os autores provam que o ser
humano vive através de metáforas. Especialmente útil é o conceito de metáfora. A tomada
do sentido impróprio como próprio das coisas. Não se trata de recurso poético, mas de
enunciação complexa que vai esperar em O a interpretação neo-referenciada. Espera-se que
haja a dupla referência para que a comparação possa se estabelecer, condição sine qua non
para que haja a metáfora. E9, então, por de ser representada por (103) O matador de custos
da Nissan está empenhado agora com a própria Renault. (referência a Carlos Ghosn)
95
Análise 3
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Doeu, mas funcionou
01.05.2008
O executivo Claudio Galeazzi demitiu uma média de 60 funcionários por mês no Pão de Açúcar -- e o
mercado está adorando
Por Carolina Meyer
EXAME
Nos últimos quatro anos, os executivos do Pão de Açúcar cultivaram com afinco o hábito de dar más notícias a
seus investidores. A divulgação de resultados trimestrais transformou-se num exercício monótono de
explicações e justificativas para custos altos demais, lucro abaixo do esperado e vendas estagnadas. No dia 6
de maio, porém, espera-se uma quebra na monotonia. É quando o Pão de Açúcar divulga os resultados do
primeiro trimestre de 2008 -- e, pela primeira vez desde 2004, os investidores estão otimistas quanto aos
números que virão. Dez analistas ouvidos por EXAME são unânimes ao prever que os resultados obtidos no
início do ano serão substancialmente melhores do que aqueles apresentados pelo Pão de úcar ao longo de
2007. Na média, espera-se um lucro líquido de 67 milhões de reais, aumento de aproximadamente 86% em
comparação ao mesmo período do ano passado. Com isso, a rentabilidade da empresa deve encerrar o primeiro
trimestre em 7,5%, ante 6,6% no último trimestre de 2007. "Ninguém aguentava mais tantos resultados ruins",
afirma Daniela Bretthauer, analista de varejo para a América Latina do banco de investimento americano
Goldman Sachs.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Doeu, mas funcionou” (título) – Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8,
3. “Nos últimos quatro anos, os executivos do Pão de Açúcar cultivaram com afinco o
hábito de dar más notícias a seus investidores.” Polidez Negativa E3, Polidez
Indireta E8, Polidez Positiva E7.
4. “justificativas para custos altos demais, lucro abaixo do esperado e vendas
estagnadas” Polidez Negativa E3
5. “e, pela primeira vez desde 2004, os investidores estão otimistas quanto aos
números que virão.” Polidez Positiva E8, E10
96
6. Dez analistas ouvidos por EXAME são unânimes ao prever que os resultados
obtidos no início do ano serão substancialmente melhores do que aqueles
apresentados pelo Pão de Açúcar ao longo de 2007.” Polidez Negativa E5, Polidez
Indireta E4, Polidez Positiva E2 hedge
7. “Na média, espera-se um lucro líquido de 67 milhões de reais,” Polidez Positiva E6,
Polidez Indireta E4
8. “aumento de aproximadamente 86%” Polidez Negativa E2
9. “"Ninguém aguentava mais tantos resultados ruins", afirma Daniela Bretthauer,
analista de varejo para a América Latina do banco de investimento americano
Goldman Sachs.” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez Positiva E2
hedge, Polidez Negativa E3.
10. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 3 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E7 / E8, E10 / E2 / E6 / E2 / E4, E5,
E7 (E2=2, E4=2, E5=1, E6=2, E7=1, E8=2, E10=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 / E5 / E2 / E5 / E3 (E2=1, E3=3, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E8 / E4 / E4 / E4 (E1=1, E4=3, E8=2)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Negativa = E3
Polidez Indireta = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
Atendo-nos ao segundo quesito desta pesquisa, a repetição de estratégias, pôde-se
identificar que as estratégias de maior repetição no fragmento de texto apresentado foram de
dois tipos: Polidez Negativa = E3 e Polidez Indireta = E4, com três ocorrências cada.
Dependendo do contexto da interação, A pode propor algo que dependa da aprovação de O
ou peça ajuda a O. Para AAF deste tipo, a polidez negativa deve servir para evitar que O
seja responsabilizado coercitivamente. Para que isto seja possível, A explicitamente a
opção a O de não realizar a ação envolvida no AAF. A Polidez Negativa se presta a estes
contextos. Por exemplo, (73) É natural que os resultados não sejam atingidos. Você não
concorda?
97
Introduz E4 a possibilidade de se vivenciar a uso de palavras que têm função
significativa de aliviar a imposição de uma posição ou ponto de vista. Algumas delas podem
até compor mais de um tipo de significado, dependendo da convenção presente no contexto,
e.g. “mesmo tendo receitas inferiores”.
98
Análise 4
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
A trégua deu resultado
15.05.2008
Portugueses e espanhois se entendem no conselho da Vivo e a maior beneficiada é a empresa, que nunca
lucrou tanto
Por Carolina Meyer
(...)
Somente à medida que os resultados foram aparecendo é que Roberto Lima ganhou, de fato, espaço dentro da
Vivo. Com o fim dos problemas com clonagem e a limpeza na base de clientes inativos, duas de suas
principais bandeiras no comando da operadora, a perda de participação de mercado foi estancada e a Vivo
consolidou-se na liderança do setor. A implantação do GSM também ocorreu de maneira satisfatória.
Atualmente, mais de 40% da base de clientes da Vivo utiliza tecnologia GSM. Como os aparelhos com essa
tecnologia são mais baratos, estima-se que a economia com subsídios na Vivo chegue a 400 milhões de dólares
por ano. A sucessão de boas notícias encontrou eco no exigente mercado de capitais. No último ano, as ações
da Vivo subiram 30%, ao passo que os papéis da TIM, sua principal concorrente, caíram 20%. “Nossa intenção
foi transformar uma empresa acostumada a vender celulares numa companhia de serviços”, disse Lima a
EXAME.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A trégua deu resultado” (título) – Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8,
3. Somente à medida que os resultados foram aparecendo é que Roberto Lima
ganhou, de fato, espaço dentro da Vivo.” Polidez Negativa E2, E3, Polidez Positiva
E3, E8, Polidez Indireta E9.
4. “Com o fim dos problemas com clonagem e a limpeza na base de clientes
inativos, duas de suas principais bandeiras no comando da operadora” Polidez
Indireta E9, Polidez Positiva E4.
5. “a perda de participação de mercado foi estancadaPolidez Indireta E9, Polidez
Positiva E4.
6. “A implantação do GSM também ocorreu de maneira satisfatória” Polidez Positiva
E4, E7.
99
7. Nossa intenção foi transformar uma empresa acostumada a vender celulares numa
companhia de serviços”, disse Lima a EXAME. Polidez Negativa E5, Polidez
Indireta E4, Polidez Positiva E2 hedge
8. A sucessão de boas notícias encontrou eco no exigente mercado de capitais.
Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E4, E7.
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 4 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E3, E8 / E4 / E4 / E4, E7 / E2 / E4,
E7 / E4, E5 e E7 (E2=1, E3=1, E4=6, E5=1, E6=1, E7=4, E8=2)
c) Polidez Negativa: E2, E3 / E5 (E2=1, E3=1, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E9 / E9 / E9 / E4 / E9 (E1=1, E4=1, E8=1, E9=4)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Indireta = E9
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
E9 encontra-se descrita à p. 92, na análise 2.
100
Análise 5
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Desconstruindo rinaldo
12.06.2008
Depois de passar 18 anos sob o comando de Rinaldo Soares, a Usiminas tem um novo presidente e sua
maior missão é desfazer a herança do antecessor
Por Carolina Meyer
EXAME
"Quero agradecer a todos vocês (...) pelos 40 anos em que depositei nesta empresa (...) grande parte dos sonhos
da minha vida." Com essa frase, escrita em uma carta datada do dia 28 de abril, o executivo Rinaldo Campos
Soares despediu-se dos funcionários da Usiminas, empresa que comandou por quase duas décadas. Nesse
período, poucos presidentes de empresas no país puderam orgulhar-se de ostentar o status de dono como ele.
Homem de confiança dos japoneses da Nippon Steel que, ao lado de Votorantim, Camargo Corrêa e Vale,
compõe o bloco de controle da siderúrgica —, Rinaldo comandou a empresa durante o conturbado processo de
privatização, no início dos anos 90, e imprimiu à companhia seu estilo de gestão. No dia 5 de junho, o novo
presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, finalmente tomou posse do antigo posto de Rinaldo,
que passou para o conselho de administração da empresa. A missão que Castello Branco recebeu dos
controladores é clara: colocar em prática um plano de expansão capaz de transformar a Usiminas na maior
fabricante de aços planos do continente. Para isso, está previsto investimento de 12 bilhões de lares o
maior realizado por uma única empresa do setor no país. Mas, antes de erguer as primeiras vigas para
sustentar essa nova etapa na história da empresa, Castello Branco terá de demolir boa parte do que foi
construído por seu antecessor. “Ele recebeu carta branca para mudar o que for necessário”, disse um dos
controladores.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. Homem de confiança dos japoneses da Nippon Steel” Polidez Indireta E9, Polidez
Positiva E4, E7.
3. “que, ao lado de Votorantim, Camargo Corrêa e Vale, compõe o bloco de
controle da siderúrgica” Polidez Positiva E8, Polidez Indireta E9.
4. Rinaldo comandou a empresa durante o conturbado processo de privatização
Polidez Positiva E6, E7, E8.
5. finalmente tomou posse do antigo posto de Rinaldo” Polidez Negativa E2.
101
6. “colocar em prática um plano de expansão capaz de transformar a Usiminas na maior
fabricante de aços planos do continente” Polidez Direta,
7. “o maior realizado por uma única empresa do setor no país” Polidez Positiva E2,
E8.
8. Mas, antes de erguer as primeiras vigas para sustentar essa nova etapa na história
da empresa” Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E6, E7.
9. Castello Branco terá de demolir boa parte do que foi construído por seu
antecessor.” Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E8.
10. ““Ele recebeu carta branca para mudar o que for necessário”, disse um dos
controladores.” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, E9, Polidez Positiva E2
hedge
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 5 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 01
b) Polidez Positiva: E4, E5, E7 / E4, E7 / E8 / E6, E7, E8 / E2, E8 / E6, E7 / E2 /
E4, E5 e E7 (E2=2, E4=3, E5=2, E6=2, E7=5, E8=3)
c) Polidez Negativa: E2 / E5 (E2=1, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E9 / E9/ E9 / E4, E9 (E1=1, E4=1, E9=4)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
Dependendo dos interesses de A, cria-se um contexto apropriado à realização de
pedidos. Normalmente, elementos como fofoca ou bate-papo preparam o ambiente para
solicitações que aguardam o melhor momento na interação para surgirem. Esta vertente da
E7 consuma-se nos atos de fala com maior frequência.
Outra possibilidade nesta mesma estratégia, manifesta tanto em textos escritos
quanto em textos falados, é o ponto de vista com vínculo espacio-temporal. A estabelece
uma relação entre o tempo do discurso, marcado normalmente por um indicador temporal,
e.g. hoje, mês passado, tempos verbais, etc., com o seu posicionamento sico. O local onde
102
se encontra A determina a referência espacial do discurso, conferindo dupla referência à
ação. Por exemplo, (43) O contador veio ao meu escritório receber as orientações.
Outro contexto propício para um AAF de retratação é aquele em que A pressupõe coisas
sobre O. Tais pressuposições são estabelecidas com a finalidade de serem manipuladas por
A com o objetivo de agir em terreno em que não mútua aceitação. De Acordo o com
Goffman (1967), existe uma capacidade inerente a agente em tornar suas ações compatíveis
com as faces relacionais. Assim, são descritos abaixo tipos de pressuposições feitas por A
que pretendem manipulá-las para poder transitar em terreno desfavorável. São elas, todas
referidas a O: a) pressuposição do conhecimento dos desejos e atitudes, b) pressuposição de
que os valores de O são os mesmos de A, c) pressuposição de familiaridade no
relacionamento entre A e O e d) pressuposição do conhecimento de O.
103
Análise 6
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Uma dura prova para Fred
26.06.2008
Frederico Curado assumiu a presidência da Embraer no melhor momento da história da empresa foi
exatamente quando a turbulência começou
Carolina Meyer
(...)
Para tentar reverter esse quadro, Curado tem atacado em três frentes. A principal delas é a mudança no mix de
produtos da empresa. cinco projetos de jatos executivos em desenvolvimento a maioria da família
Phenom, que tem 750 pedidos confirmados. As primeiras aeronaves devem ser entregues no final deste ano,
mas estima-se que até 2010 esse segmento responda por 25% da receita da Embraer. Ao mesmo tempo, Curado
contratou uma consultoria japonesa, a Shingi Jutsu, para refazer os desenhos da linha de produção e aumentar a
eficiência operacional da empresa. Em seis meses, o giro de estoque, um de seus principais gargalos, foi
reduzido de 35 dias para apenas dois. A medida permitiu a realocação de funcionários a outros setores da
empresa e ampliou em 30% a área destinada à produção das aeronaves. A meta de Curado é aumentar a
produtividade em cerca de 20% até o ano que vem. Em outra frente, ele se prepara agora para abrir novos
mercados, principalmente na Europa e na Ásia, uma forma de garantir alguma estabilidade para o fluxo de
pedidos caso a crise da aviação americana se agrave ainda mais. Mesmo o Brasil, até pouco tempo atrás um
mercado irrelevante para a Embraer, tem dado boas notícias à companhia. No dia 19 de junho, a Embraer
assinou um contrato com a Trip Linhas Aéreas para a venda de cinco aeronaves, cujo valor pode ultrapassar 1
bilhão de dólares.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Uma dura prova para Fred” (título) - Polidez Positiva E8, Polidez Indireta E8,
3. “Para tentar reverter esse quadro, Curado tem atacado em três frentes.” Polidez
Positiva E4, E7, E11, Polidez Indireta E1, E9.
4. “As primeiras aeronaves devem ser entregues no final deste ano, mas estima-se que
até 2010 esse segmento responda por 25% da receita da Embraer.” Polidez Positiva
E6, E11, Polidez Negativa E3.
5. “Em seis meses, o giro de estoque, um de seus principais gargalos,” Polidez
Positiva E4, Polidez Indireta E9.
104
6. Mesmo o Brasil, até pouco tempo atrás um mercado irrelevante para a Embraer,
tem dado boas notícias à companhia.” Polidez Negativa E3, Polidez Positiva E2.
7. “No dia 19 de junho, a Embraer assinou um contrato com a Trip Linhas Aéreas para
a venda de cinco aeronaves.” Polidez Direta.
8. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 6 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 01
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E4, E7, E11 / E6, E11 / E4 / E2 / E4,
E5 e E7 (E2=1, E4=4, E6=2, E7=3, E8=1, E11=2, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 (E3=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E1, E9 / E9 (E1=2, E8=1, E9=2)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 requer caráter de pertença. Considerando-se que as práticas
sociais se dão pela convivência de elementos estruturais e os da ação, a identidade grupal é
essencialmente uma categoria ou tipificação feitos na base de algum critério ou critérios
sociais: ocupação, relação de parentesco, faixa etária, ect.(GIDDENS, 1979, p. 117 e 118)
É nesse sentido que os indicadores de identidade serão constituídos. Assumindo o postulado
de Giddens, as relações devem se estabelecer não somente como papéis temáticos, mas
como relações entre prescrições dos papéis, regra/recursos e práticas. (Op. Cit., p. 117)
Isto significa dizer que os agentes pertencentes a um grupo não assumem
determinados papéis sem exercerem práticas sociais dentro deste grupo. Todas as ações se
basearão na determinação dos papéis, vinculados às regras e práticas do grupo. Assim, o
indicador de pertença advém do aceite desses elementos na dinâmica do grupo. As ações
discursivas serão baseadas nesses elementos.
Um dos critérios para a identificação da ação é o uso de jargões ou gírias. Existem
palavras-chave, bem com estruturas sentenciais distribuídas em segmentos sociais que
marcam as fronteiras entre os grupos. A escolha de certos pronomes de tratamento, bem
como títulos demarca a pertença a certos grupos.
105
(28) O professor doutor Max Produção participou do evento.
(29) Os tempos estão difíceis, você sabe como é.
106
Análise 7
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
"Vou entrar na briga pelo Iphone"
24.07.2008
Em sua estreia em o Paulo, Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, promete uma disputa acirrada e o
aparelho da Apple pode se revelar um de seus grandes trunfos
Por Carolina Meyer
(...)
Diante do iminente ataque da Oi ao maior mercado do país, as concorrentes TIM, Vivo e Claro vêm estudando
possíveis estratégias para conter o avanço da operadora carioca. No início do ano, em uma conferência com
analistas, o presidente da Vivo, Roberto Lima, afirmou que a companhia estava reservando parte de seu
caixa para uma eventual guerra de tarifas e subsídios de aparelhos e, com isso, manter-se na liderança do
mercado. A Claro, que pertence ao bilionário mexicano Carlos Slim, apressou-se em lançar a tecnologia 3G no
final do ano passado e estuda relançar no mercado promoções de tarifas reduzidas, como a de 6 centavos o
minuto. A TIM, depois de ter problemas com o segmento pré-pago no final de 2007, decidiu investir na
qualidade da cobertura e na rede de distribuição. No primeiro semestre, a TIM investiu cerca de 50 milhões de
reais na instalação de novas antenas de transmissão no interior de São Paulo e na ampliação dos postos de
distribuição de aparelhos. “Já enfrentamos a Oi em outros estados”, afirma Carlos Cupo, diretor da TIM para
São Paulo. “Estamos preparados. Será preciso mais do que chip e desbloqueio de aparelho para vencer aqui.”
c Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “vêm estudando possíveis estratégias para conter o avanço da operadora carioca.”
Polidez Positiva E4.
3. “No início do ano, em uma conferência com analistas, o presidente da Vivo,
Roberto Lima, afirmou que a companhia estava reservando parte de seu caixa
para uma eventual guerra de tarifas e subsídios de aparelhos” Polidez Positiva E4,
E7, E8, Polidez Indireta E9
4. “A Claro, que pertence ao bilionário mexicano Carlos SlimPolidez Positiva E4,
E7, E8, E9.
5. “A TIM, depois de ter problemas com o segmento pré-pago no final de 2007, decidiu
investir na qualidade da cobertura e na rede de distribuição. No primeiro semestre, a
107
TIM investiu cerca de 50 milhões de reais na instalação de novas antenas de
transmissão no interior de São Paulo e na ampliação dos postos de distribuição de
aparelhos.” Polidez Direta, Polidez Positiva E4.
6. “Já enfrentamos a Oi em outros estados”, afirma Carlos Cupo, diretor da TIM
para São Paulo. “Estamos preparados. Será preciso mais do que chip e desbloqueio
de aparelho para vencer aqui.”” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez
Positiva E2 hedge
7. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 7 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 01 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4 / E4, E7, E8 / E4, E7, E8, E9 / E4 / E2
/ E4, E5 e E7 (E2=1, E4=6, E5=1, E6=1, E7=4, E8=2, E9=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5
d) Polidez Indireta: E1 / E9 / E4 (E1=1, E4=1, E9=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
108
Análise 8
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
A diferença não é só uma letra
07.08.2008
BBA, do Itaú, e BBI, do Bradesco, disputam o concorrido mercado de bancos de investimento no país. É nele
que a competição entre os dois é mais desigual
Por Carolina Meyer
(...)
Mais do que estruturar grandes operações na bolsa, a prioridade do Bradesco é manter intacta a excelente
relação com as empresas para as quais empresta dinheiro — e existe um receio generalizado entre seus
executivos de que o BBI possa melindrar esse laço. Entre o curto e o longo prazo, o Bradesco fica com o
segundo. Tal postura ficou cristalina nas operações envolvendo ofertas secundárias de ações da Gerdau,
ocorrida em abril deste ano (e que captaram 4,4 bilhões de reais). Tanto Itaú quanto Bradesco são credores de
longa data do grupo, o que, evidentemente, facilita uma aproximação mais incisiva. À época da oferta, a dívida
da Gerdau com o Itaú somava aproximadamente 75 milhões de dólares. Com o Bradesco, o montante era seis
vezes maior. No entanto, altos executivos do Itaú argumentaram com a cúpula da Gerdau que o BBA deveria
coordenar a emissão de ações. O Bradesco preferiu não misturar as coisas. O BBA ficou com o mandato, ao
lado do americano JPMorgan. “O Itaú foi muito mais agressivo”, afirma um executivo que participou do
processo. “O Bradesco preferiu não criar problemas com a empresa e acabou se conformando com um papel
secundário na operação.”
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A diferença não é só uma letra” (título) - Polidez Positiva E8, Polidez Indireta E8,
3. “Mais do que estruturar grandes operações na bolsa, a prioridade do Bradesco
Polidez Positiva E2, E7, E8, E10.
4. “e existe um receio generalizado entre seus executivos de que o BBI possa
melindrar esse laço.” Polidez Indireta E9, E12.
5. Entre o curto e o longo prazo, o Bradesco fica com o segundo. Polidez Positiva
E4, E7, Polidez Indireta E15.
6. Com o Bradesco, o montante era seis vezes maior. No entanto, altos
executivos do Itaú argumentaram com a cúpula da Gerdau que o BBA deveria
109
coordenar a emissão de ações” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez
Positiva E2 hedge, E9.
7. “O Itaú foi muito mais agressivo”, afirma um executivo que participou do
processo. “O Bradesco preferiu não criar problemas com a empresa e acabou se
conformando com um papel secundário na operação.”” Polidez Negativa E5,
Polidez Indireta E4, Polidez Positiva E2 hedge
8. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 8 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2, E7, E8, E10 / E4, E7 / E2, E9 /
E2 / E4, E5 e E7 (E2=3, E4=3, E5=1, E6=1, E7=4, E8=2, E9=1, E10=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5 / E5 (E5=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E9, E12 / E15 / E4 / E4 (E1=1, E4=2, E8=1, E9=1,
E12=1, E15=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
110
Análise 9
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Um mito em busca da sobrevivência
16.10.2008
Ao assumir a presidência da Renault, em 2005, Carlos Ghosn prometeu duplicar a rentabilidade da empresa
até 2009 — mas a crise mundial está atrapalhando seus planos
Por Carolina Meyer
EXAME
O executivo brasileiro Carlos Ghosn, de 54 anos, ganhou fama mundial como uma espécie de midas do setor
automotivo. Ao longo dos últimos 30 anos, Ghosn acumulou uma série de feitos notáveis na indústria
automobilística. O status de celebridade veio depois que ele fez o que parecia impossível - salvar a montadora
japonesa Nissan da bancarrota em 1999. Naquela época, Ghosn havia feito uma aposta ousada: reverter os
resultados da empresa em apenas um ano ou pedir demissão. Depois de fechar fábricas e demitir mais de
20.000 funcionários, transformou um prejuízo de 6,1 bilhões de dólares num lucro de 2,7 bilhões de dólares no
ano seguinte. O feito acabou lhe rendendo o apelido de "matador de custos" e um convite para presidir a
aliança Renault-Nissan em 2005. À frente da combalida montadora francesa, Ghosn comprometeu-se a
aumentar a rentabilidade do grupo de 2,6% para 6% até 2009 ou "sofrer as consequências" - o que, traduzido
do jargão corporativo para o português, significa entregar o cargo. A pouco mais de um ano do término do
prazo estabelecido, porém, a fama de midas de Ghosn passa por seu maior teste até hoje. A meta que ele traçou
pouco mais de dois anos está ficando cada vez mais distante: a margem operacional da Renault permanece
em 4,1%, e não perspectivas de melhora daqui para a frente. Pela primeira vez em sua carreira, Carlos
Ghosn encontra-se diante da real possibilidade de perder o emprego por não cumprir suas metas.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “O executivo brasileiro Carlos Ghosn, de 54 anos, ganhou fama mundial como
uma espécie de midas do setor automotivo.” Polidez Positiva E2, E4, E7, Polidez
Indireta E1, E2, E8, E9
3. Ao longo dos últimos 30 anos, Ghosn acumulou uma série de feitos notáveis na
indústria automobilística.” Polidez Positiva E2, E4.
4. depois que ele fez o que parecia impossível” Polidez Positiva E2, E8.
5. “O feito acabou lhe rendendo o apelido de "matador de custos" e um convite para
presidir a aliança Renault-Nissan em 2005.” Polidez Indireta E8, E9,, Polidez
Positiva E4.
111
6. “À frente da combalida montadora francesa, Ghosn comprometeu-se a aumentar a
rentabilidade do grupo de 2,6% para 6% até 2009 ou "sofrer as consequências"”
Polidez Negativa E3, Polidez Positiva E8, Polidez Indireta E13.
7. “A pouco mais de um ano do término do prazo estabelecido, porém, a fama de
Midas de Ghosn passa por seu maior teste até hoje.” Polidez Positiva E2, E4, E6,
E7, E9.
8. “A meta que ele traçou há pouco mais de dois anos está ficando cada vez mais
distante: a margem operacional da Renault permanece em 4,1%, e não há
perspectivas de melhora daqui para a frente.” Polidez Direta, Polidez Negativa E3,
Polidez Positiva E4, E8.
9. Pela primeira vez em sua carreira, Carlos Ghosn encontra-se diante da real
possibilidade de perder o emprego por não cumprir suas metas.” Polidez Positiva
E2, Polidez Indireta E8.
10. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 9 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E2, E4, E7 / E2, E4 / E4 / E8 / E2, E4, E6,
E7, E9 / E4, E8 / E2 / E4, E5 e E7 (E2=4, E4=7, E5=1, E6=2, E7=4, E8=2, E9=1,
E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 (E3=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E1, E2, E8, E9 / E8, E9 / E13 / E8 (E1=2, E2=1, E8=2,
E9=2, E13=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
112
Análise 10
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Onde os fracos não têm vez
11.12.2008
A recessão americana já colocou em movimento uma das mais poderosas engrenagens do capitalismo: o
processo de seleção natural que penaliza as empresas menos eficientes e recompensa as mais capazes
Rick Wagoner, presidente da gm, aposta no carro elétrico Volt para recuperar a montadora com previsão de
lançamento apenas em 2010.
Por Carolina Meyer
(...)
Apesar de ter se alastrado por diversos setores da economia americana, é no varejo que a turbulência financeira
vem demonstrando seu caráter mais darwinista. Grandes redes, como Wal-Mart e Best Buy, calcadas no forte
controle de custos e em ganhos globais de escala, têm passado praticamente incólumes pela crise, ao passo que
alguns de seus principais concorrentes vêm enfrentando dificuldades. Desde o início do ano, nove redes de
varejo fecharam as portas, e a estimativa é que outras dez entrem em concordata no primeiro semestre de 2009.
"A maioria dessas companhias vinha enfrentando problemas antes da crise", diz James Wright, especialista
em administração de empresas da Universidade de São Paulo. "Nesses casos, a crise foi apenas um
catalisador." A Circuit City, segunda maior rede de varejo de eletrônicos dos Estados Unidos, com faturamento
em torno de 12 bilhões de dólares, faz parte desse grupo. Em 2006, a empresa entrou numa ferrenha disputa de
preços com o Wal-Mart -e perdeu. A briga custou 90 milhões de lares aos cofres da Circuit City, que, para
estancar a sangria, demitiu 3.400 dos funcionários mais bem pagos. O problema é que eram justamente esses
os empregados que geravam os maiores lucros para a companhia, pois eram especializados em oferecer
serviços extras, como garantias e assistência técnica. Resultado: sem atendimento diferenciado, os clientes
sumiram, e o rombo, que já era grande, ficou maior. Depois de registrar prejuízo de 240 milhões de dólares, a
Circuit City foi colocada à venda em maio, mas já era tarde. Com o agravamento da crise, a Blockbuster, único
comprador interessado, desistiu de sua oferta de 1 bilhão de dólares pela rede. No dia 10 de novembro, a
Circuit City sucumbiu e pediu concordata.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Onde os fracos não têm vez” (título) - Polidez Positiva E4, E7, E8, polidez Indireta
E8
3. “Apesar de ter se alastrado por diversos setores da economia americana, é no varejo
que a turbulência financeira vem demonstrando seu caráter mais darwinista.”
Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E2, E7.
113
4. “calcadas no forte controle de custos e em ganhos globais de escala, têm passado
praticamente incólumes pela crise” – Polidez Negativa E2,
5. “Desde o início do ano, nove redes de varejo fecharam as portas” Polidez Indireta
E3, E9
6. “e a estimativa é que outras dez entrem em concordata no primeiro semestre de
2009” Polidez Negativa E3
7. “"A maioria dessas companhias vinha enfrentando problemas antes da crise", diz
James Wright, especialista em administração de empresas da Universidade de São
Paulo.” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez Positiva E2 hedge
8. “A Circuit City, segunda maior rede de varejo de eletrônicos dos Estados Unidos,
com faturamento em torno de 12 bilhões de dólares, faz parte desse grupo.” Polidez
Direta, Polidez Positiva E2, E3, E7, E9
9. “A briga custou 90 milhões de dólares aos cofres da Circuit City” Polidez Positiva
E2, Polidez Indireta E9
10. “O problema é que eram justamente esses os empregados que geravam os maiores
lucros para a companhia,” Polidez Negativa E2, Polidez Positiva E7
11. “Resultado: sem atendimento diferenciado, os clientes sumiram, e o rombo, que
era grande, ficou maior.” Polidez Direta Polidez Indireta E9, Polidez Negativa E3.
12. “No dia 10 de novembro, a Circuit City sucumbiu e pediu concordata.” Polidez
Indireta E1, Polidez Direta.
13. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 10 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta:2 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4, E6, E7, E12 / E2, E7 / E2 / E3, E9 /
E2 / E7 / E7 / E4, E5 e E7 (E2=2, E3=1, E4=3, E5=1, E6=2, E7=6, E9=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E2 / E3 / E5 / E2 / E3 / E2 / E3 (E2=3, E3=3, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E9 / E3, E9 / E4 / E9 / E9 / E9 / E1 (E1=2, E3=1,
E4=1, E8=1, E9=5)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Indireta = E9
114
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
E9 encontra-se descrita à p. 92, na análise 2.
115
Análise 11
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Agora vai dar lucro?
24.01.2008
Estigmatizada como um setor que vive de muito glamour e pouco dinheiro, a moda brasileira atravessa uma
onda de consolidação sem precedentes. Foram 13 grandes negócios nos últimos 18 meses
Por Daniella Camargos
EXAME
Entra ano, sai ano, e os assuntos mais discutidos nos bastidores da São Paulo Fashion Week repetem-se
tediosamente. A top model que não conseguiu esconder sua solitária celulite, o estilista que se superou ao
apresentar uma coleção que nenhum mortal teria coragem de envergar na rua, e que o verde-limão é a
tendência que se prenuncia. Na edição de 2008, porém, o bafafá reinante na semana de moda de São Paulo era
de outra natureza: se falava em dinheiro. O motivo foi a recente -- e fulminante -- onda de aquisições de
grifes brasileiras por holdings e fundos de investimento. Em menos de um mês, marcas como Alexandre
Herchcovitch, Isabela Capeto, Fause Haten e Ellus foram compradas. Foi o auge de um movimento que
começou em julho de 2006, quando a firma de investimento HLDC comprou a Zoomp. Desde então, 13
negócios foram fechados, e o dinheiro movimentado superou os 300 milhões de reais. O fuzna São Paulo
Fashion Week deve-se, ainda, à percepção geral de que essa onda de aquisições está muito longe do fim.
Marcas como Siberian e Crawford, do empresário Dácio Oliveira, vêm sendo constantemente assediadas.
"Esse é um setor que tem atraído investidores no mundo inteiro", disse Xavier Mayer, diretor do banco de
investimento Morgan Stanley, em Londres, em uma palestra sobre moda no Brasil. "Era natural que esse
interesse também chegasse aqui."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Agora vai dar lucro? (título) - Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10,”
3. “Entra ano, sai ano, e os assuntos mais discutidos nos bastidores da São Paulo
Fashion Week repetem-se tediosamente.” Polidez Negativa E3, Polidez Positiva E2,
Polidez Indireta E8, Polidez Direta.
4. “A top model que não conseguiu esconder sua solitária celulite, o estilista que se
superou ao apresentar uma coleção que nenhum mortal teria coragem de envergar na
rua, e que o verde-limão é a tendência que se prenuncia.” Polidez Direta, Polidez
Indireta E1, E2, E4, E8, E9, E13.
116
5. “Na edição de 2008, porém, o bafafá reinante na semana de moda de São Paulo era
de outra natureza: só se falava em dinheiro.” Polidez Positiva E2, E4, E6, Polidez
Indireta E9
6. “O motivo foi a recente -- e fulminante -- onda de aquisições de grifes brasileiras
por holdings e fundos de investimento.” Polidez Positiva E4, E7, Polidez Indireta
E8, E9
7. “O fuzuê na São Paulo Fashion Week deve-se, ainda, à percepção geral de que essa
onda de aquisições está muito longe do fim.” Polidez Positiva E4, E5, Polidez
Indireta E9, Polidez Negativa E3.
8. “"Esse é um setor que tem atraído investidores no mundo inteiro", disse Xavier
Mayer, diretor do banco de investimento Morgan Stanley, em Londres, em uma
palestra sobre moda no Brasil. "Era natural que esse interesse também chegasse
aqui."” Polidez Negativa E5, Polidez Indireta E4, Polidez Positiva E2
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 11 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 02 Ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2 / E2, E4, E6 / E4, E7 / E4, E5 / E2
/ E4, E5 (E2=3, E4=5, E5=5, E6=2, E7=2, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 / E5 (E3=2, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E8 / E1, E2, E4, E8, E9, E13 / E9 / E8, E9 /
E9 / E4 (E1=2, E2=1, E4=2, E8=4, E9=4, E10=1, E13=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4 e E5.
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
Em E5, o conhecimento prévio sobre O favorece o acesso ao lugar comum que
propicia concordância. A deve satisfazer os desejos de O de estar certo. A construção do
texto, então, considera os antecedentes da interação, quando A procura se apropriar de
elementos que corroborem com as ideais de O. Assim, são procuradas verdades sem
117
contestação, e. g. numa sociedade cristã o pecado existe; num contexto capitalista, o desejo
de ser rico.
À procura de estabelecer um acordo junto o O, A pode associar o seu discurso àquilo
que recebe de O como resposta (ou uma expectativa de resposta). A repetição de termos
utilizados por O garante referenciação àquilo que A profere, além de manter (ou parecer
manter) um vínculo via conhecimento compartilhado.
(31) Segundo Scott, o conceito de instituição compartilha elementos ao mesmo tempo
históricos e contemporâneos. (conhecimento compartilhado de Scott e do conceito)
(32) Tentou-se manter os índices ainda que o mercado não os favorecesse. Baixaram
sem esperança de retorno. (no início da primeira sentença, houve a elipse do sujeito pela
forma verbal adotada, No entanto, manteve-se conexão com os agentes, no caso, vários
elementos econômicos. Na segunda sentença, recuperou-se a ideia de índices por sua
omissão em relação anafórica.)
118
Análise 12
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Vai um celular aí?
07.02.2008
Investidores pretendem criar uma nova empresa de telefones com base nas ruínas da BenQ no Brasil -- um
desafio que já começou mal
Por Daniella Camargos
EXAME
Quando o grupo HLDC Investimentos adquiriu o controle da fabricante taiwanesa BenQ Mobile no Brasil, em
julho do ano passado, muitos dos 439 funcionários da empresa respiraram aliviados. Eles viram ali a chance de
reerguer uma operação que tempos estava na corda bamba. Desde que chegou ao Brasil, no início de 2006,
depois de adquirir a deficitária divisão de aparelhos celulares da aleSiemens, a trajetória da BenQ não
poderia ter sido mais desastrosa. O lançamento dos produtos da empresa causou muito barulho e quase nenhum
resultado. A BenQ iniciou suas atividades no país com uma ação de marketing milionária, patrocinando um
megashow da banda irlandesa U2. Anunciou o investimento de 75 milhões de reais em pesquisa e
desenvolvimento, o lançamento de 15 modelos de celulares e um faturamento de 1,5 bilhão de reais no
primeiro ano. Nove meses de operação foram suficientes para cortar a linha que separa projetos da realidade. A
divisão de celulares da BenQ na Alemanha foi à falência e a subsidiária brasileira passou a se reportar
diretamente à matriz em Taiwan. As metas traçadas foram rapidamente esquecidas, e à filial restou uma dívida
de 300 milhões de reais. Diante do caos, o interesse do grupo HLDC -- encabeçado pelos brasileiros Enzo
Monzani e Conrado Will -- pelo negócio deu um novo alento aos empregados -- alento que durou pouco.
Passados sete meses da chegada dos novos sócios, o futuro da BenQ no Brasil continua nebuloso.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Vai um celular aí?” (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “Quando o grupo HLDC Investimentos adquiriu o controle da fabricante taiwanesa
BenQ Mobile no Brasil, em julho do ano passado, muitos dos 439 funcionários da
empresa respiraram aliviados.” Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E4, E7
4. “Eles viram ali a chance de reerguer uma operação que tempos estava na corda
bamba.” Polidez Positiva E4, Polidez Indireta E8, E9
5. “a trajetória da BenQ não poderia ter sido mais desastrosa.” Polidez Negativa E3
119
6. “O lançamento dos produtos da empresa causou muito barulho e quase nenhum
resultado.” Polidez Indireta E3, E8, E7
7. “A BenQ iniciou suas atividades no país com uma ação de marketing milionária,
patrocinando um megashow da banda irlandesa U2” Polidez Positiva E2, E4
8. “Nove meses de operação foram suficientes para cortar a linha que separa projetos da
realidade” Polidez Indireta E3, E9
9. . “A divisão de celulares da BenQ na Alemanha foi à falência e a subsidiária
brasileira passou a se reportar diretamente à matriz em Taiwan.” Polidez Direta
10. “As metas traçadas foram rapidamente esquecidas, e à filial restou uma dívida de 300
milhões de reais.” Polidez Negativa E2
11. “Diante do caos, o interesse do grupo HLDC -- encabeçado pelos brasileiros Enzo
Monzani e Conrado Will -- pelo negócio deu um novo alento aos empregados”
Polidez Positiva E2, E4, E7
12. “o futuro da BenQ no Brasil continua nebuloso.” Polidez Indireta E3, E8, E9
13. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 12 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E4 / E4, E7 / E4 / E2, E4, E7 / E4,
E5, E7 (E2=1, E4=6, E7=4, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E2
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E9 / E9 / E8, E9 / E3, E8, E7 / E3, E9 / E3,
E8, E9 (E1=1, E3=3, E7=1, E8=3, E9=5, E10=1)
Maior frequência: Polidez Indireta
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Em vários contextos, agentes interagem numa perspectiva menos direta. São
providas informações necessárias para que inferências sejam feitas. Mesmo que nas
atividades rotineiras as pessoas peçam objetividade, existe um alto número de situações em
há preferência pela ação indireta.
A questão é que o agente deseja fazer um AAF, mas não quer se comprometer.
todo um esforço no uso de sentenças indiretas, procurando evitar a responsabilidade pela
120
ação; ou suas possíveis interpretações. A pode enunciar: “Está quente aqui neste quarto!”. O,
de sua vez, pode abrir uma janela ou apenas concordar com A. Não haveria enum tipo de
retaliação ou ressentimento. O que é pitoresco na ação humana, baseado um poderosíssimo
aparato mental, é utilizar-se de enunciados com uma leitura superficial e outra profunda.
Bem como Giddens(1978) sugeriu e vários outros estudiosos da linguagem, entre eles
Saussure, Chomsky, Lakoff, Bakhtin, entre outros
17
, há um distanciamento daquilo que
aparece na externação e o seu significado associado. No caso das estruturas indiretas, ainda
mais se distanciam a estrutura sentencial do seu significado implícito. Mas, ainda sim, é
obrigatório um vínculo entre eles. Caso contrário, o entendimento ficaria em termos literais
apenas, como se fosse uma ação direta, Bald on Record, já apresentada anteriormente.
Segundo Brown e Levinson (1987), fundamentalmente este processo tem dois
estágios:
1) Existe um elemento que informa O de que deverá proceder a uma inferências;
2) De alguma forma a inferência deriva do que se pretendeu significar e da sentença
externada. Nesta última, deve-se encontrar uma”dica” para acesso à inferência.
Considera-se, também, que haja uma implicatura semântica (LAKOFF, 1975), ou um
raciocínio indutivo (SEARLE, 1975) nos processos de inferência. De qualquer forma, tanto
A quanto O podem participar de um AAF, uma interação, e não ter suas faces
comprometidas. Seguramente, essas estratégias que serão arroladas a seguir, encontram-se
em larga escala nos materiais produzidos por atores sociais em atividades rotineiras.
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
17
Mesmo sendo de linhas distintas entre si, estes linguistas, filósofos da linguagem concordam neste ponto.
Porém, as ligações entre estrutura de superfície e estrutura profunda (significado) é que vão severamente se
distinguir. Elas vão se alternar entre capacidade mental de processamento de linguagem em termos cognitvos
individuais e caracterizações totalmente sócio-interacionistas.
121
Análise 13
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
"Meu negócio é criar empresas"
21.02.2008
O mineiro Ricardo Tavares criou e vendeu duas empresas, a Café Três Corações e a Sucos Mais -- agora,
prepara sua terceira aposta
Por Daniella Camargos
(...)
O mineiro Tavares é o que os especialistas classificam de empreendedor serial, um personagem raro num
mercado tão pouco afeito ao risco quanto o brasileiro. Trata-se de um tipo de empresário que, em geral, aprecia
os desafios associados à criação de novos negócios, mas se sente entediado na hora de administrar o cotidiano
da empresa. Quando alcançam o sucesso, empreendedores como Tavares simplesmente vendem o negócio e
partem para outra. "Esse tipo de empreendedor está atento a diferentes setores e não concentra seus recursos
num segmento específico do mercado", diz Afonso Cozzi, professor do núcleo de empreendedorismo da
Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte. Diferentemente de seus parentes, que optaram por seguir no ramo
de café após a venda da Três Corações, Tavares resolveu olhar para oportunidades com maior potencial de
retorno -- e as encontrou no mercado de sucos. "Sua obsessão por trabalho chega a ser inconveniente", diz um
amigo. "Até em eventos sociais ele prospecta novos negócios."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “O mineiro Tavares é o que os especialistas classificam de empreendedor serial”
polidez Indireta E3, E9
3. “um personagem raro num mercado tão pouco afeito ao risco quanto o brasileiro.”
Polidez Positiva E2, E3, E4
4. “Trata-se de um tipo de empresário que, em geral, aprecia os desafios associados à
criação de novos negócios” Polidez Indireta E13
5. “os desafios associados à criação de novos negócios, mas se sente entediado na hora
de administrar o cotidiano da empresa.” Polidez Positiva E6
6. “"Esse tipo de empreendedor está atento a diferentes setores e não concentra seus
recursos num segmento específico do mercado", diz Afonso Cozzi, professor do
122
núcleo de empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, de Belo Horizonte.” Polidez
Negativa E5, E8
7. “Diferentemente de seus parentes, que optaram por seguir no ramo de café após a
venda da Três Corações” Polidez Negativa E2
8. “"Sua obsessão por trabalho chega a ser inconveniente", diz um amigo. "Até em
eventos sociais ele prospecta novos negócios."” Polidez Negativa E2, E5, E8
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 13 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E3, E9 / E6 / E4, E5 e E7 (E3=1, E4=2,
E6=2, E7=2, E9=1, E12)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E2 / E2, E5, E8 (E2=2, E5=2, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E3, E9/ E13
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4, E6, E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
E6, no contexto da polidez positiva, concordar ou falsear concordância é estratégico.
Segundo Brown e Levinson (1987), são indicados como indício de concordância. Sacks
(SACKS apud BROWN e LEVINSON, 1987) relacionou uma série de expressões usadas
por A com o intuito de parecer concordar com os desejos de O. O uso de um “sim, mas” no
lugar de um “não” foi alvo de várias pesquisas de Sacks.
(33) Os dados estatísticos confirmam o diagnóstico, mas são escondidos elementos
conclusivos.
Alguns termos são usados que a intenção de se firmar um acordo falso. Por exemplo, as
palavras que supõem conexão com algo dito anteriormente: então.
(36) Então deixaremos a reposição salarial para o próximo mês.
123
Alguns contextos favorecem ao A oferecer o que se convencionou por mentiras
brancas. Este recurso permite A negar um desejo de O entregando uma resposta sem
comprometer a face positiva.
(38) Se tivesse mais tempo, entregaria os três artigos que prometi.
Dependendo dos interesses de A, cria-se um contexto apropriado à realização de
pedidos. Normalmente, elementos como fofoca ou bate-papo preparam o ambiente para
solicitações que aguardam o melhor momento na interação para surgirem. Esta vertente da
E7 consuma-se nos atos de fala com maior frequência.
Outra possibilidade nesta mesma estratégia, manifesta tanto em textos escritos quanto
em textos falados, é o ponto de vista com vínculo espacio-temporal. A estabelece uma
relação entre o tempo do discurso, marcado normalmente por um indicador temporal, e.g.
hoje, mês passado, tempos verbais, etc., com o seu posicionamento físico. O local onde se
encontra A determina a referência espacial do discurso, conferindo dupla referência à ação.
Por exemplo, (43) O contador veio ao meu escritório receber as orientações.
Outro contexto propício para um AAF de retratação é aquele em que A pressupõe coisas
sobre O. Tais pressuposições são estabelecidas com a finalidade de serem manipuladas por
A com o objetivo de agir em terreno em que não mútua aceitação. De Acordo o com
Goffman (1967), existe uma capacidade inerente a agente em tornar suas ações compatíveis
com as faces relacionais. Assim, são descritos abaixo tipos de pressuposições feitas por A
que pretendem manipulá-las para poder transitar em terreno desfavorável. São elas, todas
referidas a O: a) pressuposição do conhecimento dos desejos e atitudes, b) pressuposição de
que os valores de O são os mesmos de A, c) pressuposição de familiaridade no
relacionamento entre A e O e d) pressuposição do conhecimento de O.
124
Análise 14
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Em busca de uma segunda chance
03.04.2008
O executivo Marco Antonio Bologna e a construtora WTorre m bons motivos para esquecer 2007 -- e agora
se juntam para conseguir apagá-lo da memória
Por Daniella Camargos
EXAME
Os executivos Marco Antonio Bologna e Paulo Remy passaram por duras experiências no ano de 2007. Ex-
presidente da TAM, Bologna teve de enfrentar a pior crise que pode ser vivida por quem dirige uma
companhia aérea, como a causada pela explosão de um avião da empresa em um aeroporto. Remy encarou uma
brutal reversão de expectativas. cio da construtora paulistana WTorre, ele apostou em 2007 como o ano em
que a companhia faria sua abertura de capital, surfando a lucrativa onda que levou mais de 20 empresas do
setor imobiliário à Bolsa de Valores de São Paulo. A tentativa foi frustrada, e a WTorre foi forçada a desistir.
Em 2008, Remy e Bologna buscam uma segunda chance -- juntos. Bologna foi recentemente contratado para
assumir a direção da construtora e, com isso, ele espera desassociar sua imagem da crise aérea da TAM. Sua
missão é reorganizar a WTorre para, finalmente, levá-la à bolsa com sucesso.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Em busca de uma segunda chance” (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8
e E10
3. “Os executivos Marco Antonio Bologna e Paulo Remy passaram por duras
experiências no ano de 2007.” Polidez Direta; Polidez Negativa E5, E8
4. “Ex-presidente da TAM, Bologna teve de enfrentar” Polidez Positiva 11; Polidez
Negativa E5, E8
5. “como a causada pela explosão de um avião da empresa em um aeroporto.” Polidez
Direta
6. “Remy encarou uma brutal reversão de expectativas.”' Polidez Positiva E2
125
7. “Sócio da construtora paulistana WTorre, ele apostou em 2007 como o ano em que a
companhia faria sua abertura de capital,” Polidez Positiva E7, E9
8. “surfando a lucrativa onda que levou mais de 20 empresas do setor imobiliário à
Bolsa de Valores de São Paulo.” Polidez Indireta E3, E9; Polidez Positiva E4
9. “A tentativa foi frustrada, e a WTorre foi forçada a desistir.” Polidez Direta
10. “Bologna foi recentemente contratado para assumir a direção da construtora e, com
isso, ele espera desassociar sua imagem da crise aérea da TAM” Polidez Positiva E2,
E4, E7
11. “Sua missão é reorganizar a WTorre para, finalmente, levá-la à bolsa com sucesso.”
Polidez Positiva E2, E4, E7
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 14 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 3 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E11 / E2 / E11 / E2 / E7, E9 / E4 /
E2, E4, E7 / E4, E5 e E7 (E2=3, E4=4, E5=1, E7=4, E8=1, E9=1, E11=2, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E5, E8 (E5=2, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1/ E8, E10/ E3, E9
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4, E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
126
Análise 15
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Ele botou a família para correr
17.04.2008
O executivo Mauro Bernacchio tornou a Samcil uma das empresas mais rentáveis do setor -- o difícil foi se
livrar dos parentes do fundador
Por Daniella Camargos
(...)
Os grandes atrativos da Samcil em um IPO são o nicho em que atua e seus meros. A empresa opera com
foco nas classes C e D, mercado que tem enorme potencial de crescimento. Atualmente, apenas 30% desse
público paga por convênio médico, mas, com a melhora da economia e o aumento de renda, a tendência é que
esse número possa chegar a 50% nos próximos anos. Outro trunfo é sua estrutura de custos. Com faturamento
de 400 milhões de reais, a Samcil investiu ao longo dos anos em hospitais e clínicas próprias para verticalizar
os serviços prestados. Assim, evita fraudes e pode oferecer preços até 15% mais baixos que a concorrência.
Sua operação de assistência ao beneficiário tem menor custo com relação à receita (sinistralidade) e maior
rentabilidade que as concorrentes que já foram à bolsa. "Nesse mercado as margens são apertadas e a empresa
mais rentável será a que souber administrar bem os custos", diz Fernando Barreto, da consultoria especializada
em planos de saúde Primeira Consulta.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. ”Ele botou a família para correr” (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e
E10
3. “Os grandes atrativos da Samcil em um IPO são o nicho em que atua e seus
números.” Polidez Positiva E4, E7
4. “A empresa opera com foco nas classes C e D, mercado que tem enorme potencial de
crescimento.” Polidez Direta; Polidez Positiva E4, E7
5. “Atualmente, apenas 30% desse público paga por convênio médico, mas, com a
melhora da economia e o aumento de renda, a tendência é que esse número possa
chegar a 50% nos próximos anos.” Polidez Positiva E2, E6
127
6. “Outro trunfo é sua estrutura de custos.” Polidez Indireta E3, E9
7. Com faturamento de 400 milhões de reais, a Samcil investiu ao longo dos anos
em hospitais e clínicas próprias para verticalizar os serviços prestados.” Polidez
Positiva E4, E7
8. “Assim, evita fraudes e pode oferecer preços até 15% mais baixos que a
concorrência. Supõe-se que o termo usado anteriormente tenha sido compreendido.”
Polidez Positiva E4, E5
9. Sua operação de assistência ao beneficiário tem menor custo com relação à receita
(sinistralidade) e maior rentabilidade que as concorrentes que já foram à bolsa.
Polidez Positiva E4, E5
10. “"Nesse mercado as margens são apertadas e a empresa mais rentável será a que
souber administrar bem os custos", diz Fernando Barreto, da consultoria
especializada em planos de saúde Primeira Consulta.” Polidez Negativa E2, E5, E8
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 15 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta:
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E4, E7 / E2, E6 / E4, E7 / E4, E5 /
E4, E5 / E4, E5, E7 (E2=1, E4=6, E5=3, E6=2, E7=4, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E2, E5, E8
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E3, E9
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
128
Análise 16
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Reação ao bombardeio
07.08.2008
Acuado por investigação da PF, Eike Batista partiu para o ataque e reverteu parte do problema. O desafio
agora é provar a inocência de sua empresa
Por Malu Gaspar
(...)
Em meio à crise de imagem, era preciso também reverter um problema bem concreto: a decisão da Anglo
American de suspender o pagamento pelo controle da MMX. Uma tarefa complexa, uma vez que a
investigação policial foi desencadeada justamente por suspeitas de irregularidades em torno do processo de
concessão de uma ferrovia no Amapá à MMX, a empresa que será controlada pela multinacional. A PF afirma
ter evidências de que houve uma combinação entre o governo do estado do Amapá e alguns diretores da MMX
para favorecer a empresa. Até agora, as provas não apareceram, mas a Anglo, temendo a repercussão da
operação, anunciou que esperaria o fim das investigações para fazer o pagamento. Com tal decisão, Eike
deixaria de receber, sozinho, algo como 3,4 bilhões de dólares, e o valor das ações das empresas do grupo X
corria o risco de derreter. “Convencer a Anglo era prioridade máxima. Se a empresa não acreditasse nele, por
que o resto do mercado acreditaria?”, diz um analista. De imediato, Eike colocou à disposição da multinacional
a íntegra do inquérito da PF, que foi esquadrinhado em São Paulo por um dos maiores escritórios de advocacia
do país, o Machado Meyer. Além disso, o empresário e seu braço direito, Flávio Godinho, um dos investigados
pela PF, voaram até Londres no jato particular de Eike para conversar com a presidente da Anglo, Cynthia
Carroll. Depois de dois dias de reuniões, Eike se comprometeu a indenizar a Anglo com dinheiro do próprio
bolso caso as investigações causassem prejuízo às operações da multinacional no Brasil e conseguiu destravar
o negócio. As ações das empresas de Eike imediatamente começaram a se recuperar. No dia 31, o valor
somado da MMX, MPX e OGX era de 35 bilhões de reais, 2 bilhões a mais que no auge da crise.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Reação ao bombardeio” (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “Em meio à crise de imagem, era preciso também reverter um problema bem
concreto: a decisão da Anglo American de suspender o pagamento pelo controle da
MMX.” Polidez Direta
129
4. Uma tarefa complexa, uma vez que a investigação policial foi desencadeada
justamente por suspeitas de irregularidades em torno do processo de concessão de
uma ferrovia no Amapá à MMX,” Polidez Positiva E5; Polidez Negativa E2
5. “A PF afirma ter evidências de que houve uma combinação entre o governo do
estado do Amapá e alguns diretores da MMX para favorecer a empresa.” Polidez
Direta, Polidez Positiva E4, E7
6. “e o valor das ações das empresas do grupo X corria o risco de derreter.” Polidez
Indireta E3, E9
7. ““Convencer a Anglo era prioridade máxima. Se a empresa não acreditasse nele, por
que o resto do mercado acreditaria?”, diz um analista.” Polidez Negativa E5
8. “De imediato, Eike colocou à disposição da multinacional a íntegra do inquérito da
PF, que foi esquadrinhado em São Paulo por um dos maiores escritórios de
advocacia do país, o Machado Meyer.” Polidez Positiva E4
9. “Além disso, o empresário e seu braço direito, Flávio Godinho, um dos investigados
pela PF, voaram até Londres no jato particular de Eike para conversar com a
presidente da Anglo, Cynthia Carroll” Polidez Indireta E3, E9
10. “Eike se comprometeu a indenizar a Anglo com dinheiro do próprio bolso
caso as investigações causassem prejuízo às operações da multinacional no Brasil e
conseguiu destravar o negócio” Polidez Indireta E3, E9
11. “As ações das empresas de Eike imediatamente começaram a se recuperar.”
Polidez Negativa E2
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 16 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 02 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E5 / E4 / E4, E5 e E7 (E4=3, E5=1,
E6=1, E7=2, E8=1, E12=1
c) Polidez Negativa: E2 / E5 /E2 (E2=2, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E3, E9 / E3, E9 (E1=1, E8=1, E12
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva - E 4
130
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
131
Análise 17
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Adeus, alta renda
10.07.2008
A construtora da Camargo Corrêa fracassou na tentativa de vender para ricos e se tornou um fiasco na bolsa
— a solução foi começar tudo de novo
Por Daniella Camargos
(...)
Figueiredo, então diretor de novos negócios da Camargo Corrêa e um dos principais defensores da mudança de
estratégia. Segundo um alto executivo do grupo, foi Figueiredo o patrocinador da aquisição da construtora HM
Engenharia, voltada para a baixa renda. Todas as grandes construtoras do país criaram no último ano uma
divisão especializada em imóveis mais simples. O movimento foi liderado justamente pelas líderes Cyrela e
Gafisa. Alguns fatores econômicos favoreceram esse movimento, como o alargamento dos prazos dos
empréstimos (de 15 para 20 anos) e a queda superior a 30 pontos percentuais nas taxas de juro. Quem entrou
cedo nesse segmento tem motivos para celebrar. As duas maiores, as mineiras MRV e Tenda, são as
construtoras com maior valorização na bolsa nos últimos 12 meses. As duas empresas valem 5 bilhões de reais
e 1,5 bilhão, respectivamente. Figueiredo, que defendia a adoção de um modelo semelhante ao das mineiras,
ganhou em abril a oportunidade de colocar seu plano em prática. A certeza de que a empresa deveria focar na
baixa renda foi impulsionada pelo resultado da construtora no primeiro trimestre de 2008. A geração de caixa
da CCDI cresceu 3 000% em relação ao mesmo período do ano passado e o lucro aumentou 900%. O volume
de vendas de 424,6 milhões de reais superou o total de vendas contratadas de todo o ano de 2007 em 10,6%.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Adeus, alta renda” (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “Segundo um alto executivo do grupo, foi Figueiredo o patrocinador da aquisição
da construtora HM Engenharia” Polidez Negativa E5, E8
4. “Todas as grandes construtoras do país criaram no último ano uma divisão
especializada em imóveis mais simples.” Polidez Positiva E2, E11
5. “O movimento foi liderado justamente pelas líderes Cyrela e Gafisa.” Polidez
Negativa E2
132
6. “Alguns fatores econômicos favoreceram esse movimento, como o alargamento dos
prazos dos empréstimos (de 15 para 20 anos) e a queda superior a 30 pontos
percentuais nas taxas de juro.” Polidez Direta
7. “As duas maiores, as mineiras MRV e Tenda, são as construtoras com maior
valorização na bolsa nos últimos 12 meses.” Polidez Positiva E2, E3, E4
8. “que defendia a adoção de um modelo semelhante ao das mineiras” Polidez Positiva
E5
9. “A certeza de que a empresa deveria focar na baixa renda foi impulsionada pelo
resultado da construtora no primeiro trimestre de 2008.” Polidez Direta; Polidez
Negativa E7
10. “A geração de caixa da CCDI cresceu 3 000%” Polidez Positiva E4
11. “O volume de vendas de 424,6 milhões de reais superou o total de vendas
contratadas de todo o ano de 2007 em 10,6%.” Polidez Negativa E7
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 17 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 02 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2, E11 /; E2, E3, E4 / E5 / E4 / E4,
E5 e E7 (E2=1, E3=1, E4=4, E5=2, E6=1, E7=2, E8=1, E11=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E2 / E7 / E7 (E2=1, E7=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E4, E6, E7, E12
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
133
Análise 18
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
O dono não manda tanto assim
18.09.2008
A queda no valor das ações coloca os controladores de empresas em crise e os investidores em rota de colisão
— dessa vez, o mercado pode levar a melhor
Por Daniella Camargos
EXAME
O empresário mineiro Henrique Alves Pinto usava uma história para ilustrar os planos ambiciosos que
acalentava para sua construtora, a Tenda. Numa conversa com o executivo americano Jack Welch, o incensado
ex-presidente mundial da General Electric, Alves Pinto disse que um dia teria a melhor construtora do Brasil.
Welch respondeu: “Isso é besteira. Você tem de ser o maior”. O empresário planejava chegar com o que
apelidava de Habib’s da construção, uma companhia especializada em vender apartamentos à população de
baixa renda. Até meados de agosto, o mercado financeiro apostava no talento de Alves Pinto. A Tenda valia
1,7 bilhão de reais e era uma das poucas estreantes da bolsa a passar relativamente incólume pela crise do
mercado nos últimos quatro meses. Bastou um dia para que essa percepção se transformasse em seu extremo
oposto. Em agosto, após a divulgação dos (maus) resultados trimestrais da construtora, as ações da Tenda
começaram a derreter. O mercado passou a suspeitar que a construtora estivesse à beira da bancarrota. Com a
queda de 50% no preço das ações, Alves Pinto sentou-se à mesa com Wilson Amaral, presidente da gigante
Gafisa, para negociar um plano de resgate da Tenda. Em conversas anteriores, o empresário mineiro exigia se
manter no controle da companhia resultante da eventual fusão entre Gafisa e Tenda. Após a semana de pânico
na bolsa, porém, ele ficou sem escolha. Em três dias de negociações que vararam madrugadas, Alves Pinto foi
forçado a desistir de seus planos. O empresário que planejava ter a melhor construtora do país acabou tendo de
se contentar com muito menos. Tornou-se acionista minoritário de uma subsidiária da Gafisa.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “O dono não manda tanto assim” - (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e
E10
3. “O empresário mineiro Henrique Alves Pinto usava uma história para ilustrar os
planos ambiciosos que acalentava para sua construtora, a Tenda.” Polidez Positiva
E7; Polidez Negativa E5, E8
134
4. “Numa conversa com o executivo americano Jack Welch, o incensado ex-presidente
mundial da General Electric, Alves Pinto disse que um dia teria a melhor construtora
do Brasil.” Polidez Positiva E3, Polidez Negativa E5, E8
5. “Welch respondeu: “Isso é besteira. Você tem de ser o maior”.” Polidez Negativa E5,
E8; Polidez Indireta E8, E13
6. “O empresário planejava chegar com o que apelidava de Habib’s da construção”
Polidez Indireta E3, E9
7. “uma companhia especializada em vender apartamentos à população de baixa
renda.” Polidez Direta
8. “Até meados de agosto, o mercado financeiro apostava no talento de Alves Pinto”
Polidez Negativa E3, Polidez Indireta E9
9. “Bastou um dia para que essa percepção se transformasse em seu extremo oposto”
Polidez Positiva E2
10. “Após a semana de pânico na bolsa, porém” Polidez Indireta E3, E9
11. “para negociar um plano de resgate da Tenda” – Polidez Positiva E2; Polidez
Indireta E9
12. “Após a semana de pânico na bolsa, porém, ele ficou sem escolha” – Polidez Positiva
E6
13. “Em três dias de negociações que vararam madrugadas” Polidez Indireta E3, E9
14. “Alves Pinto foi forçado a desistir de seus planos” – Polidez Direta
15. “O empresário que planejava ter a melhor construtora do país acabou tendo de se
contentar com muito menos” Polidez Negativa E3
16. “Tornou-se acionista minoritário de uma subsidiária da Gafisa” Polidez Positiva E6
17. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 18 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 02 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E5, E8 / E3/ E2 / E2 / E6 / E6 / E4,
E5, E7 (E2=2, E3=1, E4=2, E5=2, E6=3, E7=2, E8=2)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E5, E8 / E5, E8 / E3 / E3 (E3=2, E5=3, E8=3)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E8, E13 / E3, E9 / E9 / E3, E9 / E9 / E3, E9
(E1=1, E3=3, E8=2, E9=5, E10=1, E13=1)
135
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Indireta = E9
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
O uso das metáforas tem peculiar espaço nos estudos científicos. Aparece em várias
áreas. Na obra clássica dos anos 80 de Lakoff e Johnson (1980), os autores provam que o ser
humano vive através de metáforas. Especialmente útil é o conceito de metáfora. A tomada
do sentido impróprio como próprio das coisas. Não se trata de recurso poético, mas de
enunciação complexa que vai esperar em O a interpretação neo-referenciada. Espera-se que
haja a dupla referência para que a comparação possa se estabelecer, condição sine qua non
para que haja a metáfora. E9, então, por de ser representada por (103) O matador de custos
da Nissan está empenhado agora com a própria Renault. (referência a Carlos Ghosn)
136
Análise 19
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Ele pagou a conta
30.10.2008
Ex-rei da soja, o empresário Olacyr de Moraes passou os últimos 12 anos vendendo pedaços de seu
patrimônio para pagar uma dívida bilionária. Agora, com 95% dos débitos quitados, ele ensaia uma volta aos
negócios
Por Daniella Camargos
(...)
A volta de Olacyr de Moraes, depois de enfrentar a ruína quase total, é condizente com sua biografia de
empreendedor. Filho de um vendedor de máquinas de costura, ele fundou a Constran em 1957 e, a partir dela,
começou a diversificar sua atuação. Em 1973, tornou-se um dos primeiros grandes empresários do agronegócio
ao apostar na produção de soja na Região Centro-Oeste do Brasil. Simultaneamente, Olacyr passou a investir
em projetos paralelos, como a construção e a administração de usinas hidrelétricas e, principalmente, da
Ferronorte, uma gigantesca ferrovia de 5.200 quilômetros que iria do norte de Mato Grosso ao porto de Santos
e seria o principal canal de escoamento da produção de grãos da região. Ao embarcar em sua aventura
ferroviária, Olacyr de certa forma transformou-se numa espécie de Percival Farquhar moderno. Assim como o
empresário americano que foi à bancarrota depois de construir a ferrovia Madeira–Mamoré, no início do século
20, Olacyr afundou suas empresas com seu sonho megalômano de ligar por trilhos os limites da Amazônia ao
maior porto do país. Para iniciar a obra, em 1989, investiu mais de 200 milhões de dólares em recursos
próprios. A intenção era bancar a conta com as receitas da Constran, que atuava basicamente na área de infra-
estrutura.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 15 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Ele pagou a conta” - (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “A volta de Olacyr de Moraes, depois de enfrentar a ruína quase total, é condizente
com sua biografia de empreendedor” Polidez Negativa E2, E5, E8
4. “Em 1973, tornou-se um dos primeiros grandes empresários do agronegócio ao
apostar na produção de soja na Região Centro-Oeste do Brasil” – Polidez Direta
5. “Filho de um vendedor de máquinas de costura Polidez Negativa E3, Polidez
Positiva E7
6. “Simultaneamente, Olacyr passou a investir em projetos paralelos, como a
construção e a administração de usinas hidrelétricas” - Polidez Negativa E2, E7
137
7. “hidrelétricas e, principalmente, da Ferronorte, uma gigantesca ferrovia de 5.200
quilômetros que iria do norte de Mato Grosso ao porto de Santos” Polidez Positiva
E2
8. “Ao embarcar em sua aventura ferroviária” Polidez Indireta E9
9. “Olacyr de certa forma transformou-se numa espécie de Percival Farquhar moderno”
Polidez Positiva E4; Polidez Negativa E4, E5, E8
10. “Olacyr afundou suas empresas com seu sonho megalômano de ligar por trilhos os
limites da Amazônia ao maior porto do país.” Polidez Negativa E3, E5, E8; polidez
Indireta E9
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 19 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E7 / E2 / E4 / E4, E5 e E7 (E2=1,
E4=3, E5=1, E6=1, E7=3, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E2, E5, E8 / E3 / E2, E7 / E4, E5, E8 / E3, E5, E8 (E2=2,
E3=2, E4=1, E5=3, E7=1, E8=3)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 /E9 / E9 (E1=1, E8=1, E9=2, E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Polidez Negativa = E5 e E8
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
E5 indica que se preste deferência (Argumento de Autoridade). Assim, nas pesquisas
científicas, é comum (e exigido no mais das vezes) utilizar-se o recurso da deferência como
forma de reforço argumentativo. São referenciados atos ou juízos de valor de pessoas ou
grupos como meio de prova a favor de uma tese. (PERELMAN, 1996) Como as pessoas ou
grupos muitas vezes se contrapõem, outras formas de comprovação são chamadas à baila.
Deduções lógicas ou trabalhos empíricos são chamados à comprovação. Ainda assim, o
recurso ao argumento de autoridade se faz presente nas ações discursivas com grande
frequência, seja por imposição formal, seja por desejo de aceitação.
138
No contexto deste trabalho, percebe-se que elementos que recuperam vínculo
honorífico, comportam-se como elementos dêiticos da linguagem. Assim como aqui e venha
estabelecem ancoragem em propriedades espaciais num dado ato comunicativo, senhor ou
professor Max Produção ancoram-se em referência a propriedades sociais dos participantes
do evento comunicativo. (FILLMORE, 1975)
(76) Nós chegamos a resultados espetaculares com nossa pesquisa. (um pesquisador
falando de si próprio)
(77) O Professor Doutor Max Produção descreveu este evento em mais de 25 artigos
publicados. (logo, posso usá-lo com prova de verdade)
Utilizando de recursos sintáticos, existem estruturas que serão mais aproximadas das
ações faladas, bem como outras às escritas. Neste trabalho, nosso interesse recai sobre as
escritas, objeto de nossa análise. Em E8, na Polidez Negativa, conta-se com mais alguns
destes tipos e sentenças (Nominalize):
(91) Vo se saiu bem nos exames e nós estamos muito impressionados. (mais
comum na fala)
(92) Seu bom desempenho nos exames nos impressionou muito. (mais comum na
escrita)
139
Análise 20
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Ataque ao capitalismo
01.05.2008
Os sem-terra escolheram como novo alvo as grandes empresas. Agora, elas se preparam para reagir
Por Malu Gaspar
(...)
Para o filósofo Denis Rosenfield, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que estuda o MST
há oito anos, a adoção de reações truculentas contra os sem-terra é um "equívoco estratégico" para as
empresas. "Esse tipo de ação desastrada cria mártires para o MST e tem um efeito bombástico na opinião
pública", diz. O confronto com o movimento, para o professor, deveria ser feito justamente da forma que a
maioria das empresas tem procurado evitar, ou seja, com a maior transparência possível. "O MST não tem
reivindicações que as empresas possam atender. O que eles querem é influenciar a opinião pública. Assim, é
preciso brigar no mesmo nível", diz Rosenfield. "Além disso, muitos governantes e até mesmo juízes agem
sob pressão." Desde o início do ano, Rosenfield foi chamado para dar palestras sobre o MST a uma dúzia de
empresas e federações setoriais. "Os empresários querem entender o que é o movimento, como ele funciona,
quem são seus líderes e qual a melhor maneira de reagir."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Para o filósofo Denis Rosenfield, professor da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul que estuda o MST oito anos, a adoção de reações truculentas contra os
sem-terra é um "equívoco estratégico" para as empresas” Polidez Negativa E5,
E8; Polidez Positiva E3, E4
3. “"Esse tipo de ação desastrada cria mártires para o MST e tem um efeito
bombástico na opinião pública", diz.” Polidez Indireta E3, E9; Polidez Negativa E5,
E8
4. “O confronto com o movimento, para o professor, deveria ser feito justamente da
forma que a maioria das empresas tem procurado evitar, ou seja, com a maior
transparência possível.” Polidez Direta; Polidez Negativa E2, E3
140
5. “"O MST não tem reivindicações que as empresas possam atender. O que eles
querem é influenciar a opinião pública. Assim, é preciso brigar no mesmo nível", diz
Rosenfield. "Além disso, muitos governantes e até mesmo juízes agem sob
pressão."” Polidez Direta; Polidez Negativa E2, E3, E5,E8
6. “Desde o início do ano, Rosenfield foi chamado para dar palestras sobre o MST a
uma dúzia de empresas e federações setoriais” Polidez Indireta E9; Polidez Positiva
E2, E3
7. “"Os empresários querem entender o que é o movimento, como ele funciona, quem
são seus líderes e qual a melhor maneira de reagir."” Polidez Positiva E2, E3, E7;
Polidez Negativa E7
8. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 20 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E3, E4 / E2, E3 / E2, E3, E7 / E4, E5 e E7
(E2=2, E3=3, E4=3, E5=1, E6=1, E7=3, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E5, E8 / E2, E3 / E2, E3, E5,E8 / E7 (E2=2, E3=2,
E5=3, E7=1, E8=3)
d) Polidez Indireta: E1 / E3, E9
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E3, E4, E7
Polidez Negativa = E8
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
Como forma de intensificar o interesse de O durante a ação, A procura envolver O nas
situações descritas. Podem-se criar estruturas discursivas que se assemelhem às da fala,
podem-se criar situação de abstração.
(23) Os artigos do ENEO 2008, como você pôde notar, foram bem selecionados.
Oscilar entre eventos passados e presentes pode ser frutífero também:
(24) No ano passado o setor de produção foi tecnicamente de destaque. Até este mês
(março), continua se despontando dentre os setores operacionais.
141
Outro elemento desta estratégia é usar marcadores adverbiais que exageram a duração
ou frequência da ação.
(25) Os artigos da nossa universidade são sempre publicados.
(26) Nunca foi visto pacote melhor do o deste governo.
(27) Esta tarefa será completada em um segundo.
Esses marcadores são responsáveis pela demonstração das boas intenções de A,
intensificando suas assertivas.
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
Utilizando de recursos sintáticos, existem estruturas que serão mais aproximadas das
ações faladas, bem como outras às escritas. Neste trabalho, nosso interesse recai sobre as
escritas, objeto de nossa análise. Em E8, na Polidez Negativa, conta-se com mais alguns
destes tipos e sentenças (Nominalize):
(91) Vo se saiu bem nos exames e nós estamos muito impressionados. (mais
comum na fala)
(92) Seu bom desempenho nos exames nos impressionou muito. (mais comum na
escrita)
142
Análise 21
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Tão valioso quanto ouro
07.02.2008
A demanda mundial pelo minério de ferro deflagra uma corrida bilionária pelas jazidas da região de Serra
Azul, no interior de Minas Gerais
Por Mariana Durão, de Itaúna
EXAME
O empresário mineiro José Mendes Nogueira, de 80 anos, sempre foi considerado um homem rico na pequena
Itaúna, cidade de 82.000 habitantes localizada a pouco mais de 70 quilômetros de Belo Horizonte. Dono da
mina de ferro J. Mendes, a maior jazida da região de Serra Azul, onde fica a cidade, "seu" Nogueira --
como é conhecido -- segue décadas uma rotina marcada por hábitos simples e pela presença assídua na
missa dominical da igreja Nossa Senhora de Santana, na praça principal da cidade. Desde que a Usiminas
anunciou seu interesse em comprar a J. Mendes em um comunicado ao mercado no dia 11 de janeiro, a figura
do octogenário agigantou-se. "Seu" Nogueira transformou-se na primeira celebridade entre os itaunenses,
que ainda se assombram com a fortuna que o empresário deverá embolsar ao fim da operação: 1,8 bilhão de
dólares. Com tal volume de dinheiro na conta bancária, Nogueira se transformará em um dos homens mais
ricos do país. cinco anos, a J. Mendes, com reserva estimada de 1 bilhão de toneladas de minério de ferro,
não valia nem um décimo do que a Usiminas pretende pagar por ela hoje. "Todas as dores de cabeça que eu
tive em mais de 40 anos de mineração agora vão se transformar em ouro", costuma dizer o empresário
Nogueira a seus amigos de Itaúna -- procurado por EXAME, ele não quis conceder entrevista.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Tão valioso quanto ouro” - (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “O empresário mineiro José Mendes Nogueira, de 80 anos, sempre foi considerado
um homem rico na pequena Itaúna, cidade de 82.000 habitantes localizada a pouco
mais de 70 quilômetros de Belo Horizonte” Polidez Negativa E5, E8; polidez
Positiva E3
4. “Dono da mina de ferro J. Mendes, a maior jazida da região de Serra Azul, onde fica
a cidade” Polidez Positiva E2, E3.
5. “"seu" Zé Nogueira” Polidez Negativa E5, E8
143
6. “segue décadas uma rotina marcada por hábitos simples e pela presença assídua
na missa dominical da igreja Nossa Senhora de Santana, na praça principal da
cidade.” Polidez Positiva E4, E7, E13
7. “Desde que a Usiminas anunciou seu interesse em comprar a J. Mendes em um
comunicado ao mercado no dia 11 de janeiro, a figura do octogenário agigantou-se.”
Polidez Positiva E2, E4
8. “"Seu" Nogueira transformou-se na primeira celebridade entre os itaunenses, que
ainda se assombram com a fortuna que o empresário deverá embolsar ao fim da
operação: 1,8 bilhão de dólares.” Polidez Indireta E3, E9
9. “Com tal volume de dinheiro na conta bancária, Nogueira se transformará em um dos
homens mais ricos do país.” Polidez Positiva E2; Polidez Negativa E5, E8
10. “Há cinco anos, a J. Mendes, com reserva estimada de 1 bilhão de toneladas de
minério de ferro, não valia nem um décimo do que a Usiminas pretende pagar por
ela hoje.” Polidez Negativa E2, E3; Polidez Indireta E3
11. “"Todas as dores de cabeça que eu tive em mais de 40 anos de mineração agora vão
se transformar em ouro", costuma dizer o empresário Nogueira a seus amigos de
Itaúna” Polidez Negativa E5, E8
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 21 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E3 / E2, E3 / E4, E7, E13 / E2, E4 /
E2 / E4, E5 e E7 (E2=3, E3=2, E4=4, E5=1, E6=1, E7=3, E8=1, E12=1, E13=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E5, E8 / E5, E8 / E2, E3 / E5, E8 (E2=1, E3=1,
E5=4, E8=4)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E3, E9 / E3 (E1=1, E3=2, E8=1, E9=1,
E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Polidez Negativa = E5 e E8
144
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 requer caráter de pertença. Considerando-se que as práticas
sociais se dão pela convivência de elementos estruturais e os da ação, a identidade grupal é
essencialmente uma categoria ou tipificação feitos na base de algum critério ou critérios
sociais: ocupação, relação de parentesco, faixa etária, ect.(GIDDENS, 1979, p. 117 e 118)
É nesse sentido que os indicadores de identidade serão constituídos. Assumindo o postulado
de Giddens, as relações devem se estabelecer não somente como papéis temáticos, mas
como relações entre prescrições dos papéis, regra/recursos e práticas. (Op. Cit., p. 117)
Isto significa dizer que os agentes pertencentes a um grupo não assumem determinados
papéis sem exercerem práticas sociais dentro deste grupo. Todas as ações se basearão na
determinação dos papéis, vinculados às regras e práticas do grupo. Assim, o indicador de
pertença advém do aceite desses elementos na dinâmica do grupo. As ações discursivas
serão baseadas nesses elementos.
Um dos critérios para a identificação da ação é o uso de jargões ou gírias. Existem
palavras-chave, bem com estruturas sentenciais distribuídas em segmentos sociais que
marcam as fronteiras entre os grupos. A escolha de certos pronomes de tratamento, bem
como títulos demarca a pertença a certos grupos.
(28) O professor doutor Max Produção participou do evento.
(29) Os tempos estão difíceis, você sabe como é.
E5 e E8 estão descritas na página 136, análise 19.
145
Análise 22
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
A matemática do Friboi
02.10.2008
Em pouco mais de um ano, o JBS-Friboi fez cinco grandes aquisições fora do Brasil e conseguiu se tornar o
maior processador de carne do mundo — mas o preço pago por tanta agressividade foi alto
Por Denise Carvalho
EXAME
Nenhuma empresa brasileira teve uma trajetória internacional tão fulminante quanto o frigorífico JBS-Friboi.
Desde que abriu o capital na Bolsa de Valores de São Paulo, em março de 2007, a companhia se transformou
na maior máquina de aquisições do mundo em seu setor. Apenas três meses depois da emissão de ações, essa
máquina fez seu primeiro e drástico movimento: a compra da Swift americana, colosso que faturava 2,8
bilhões de lares. Em dezembro, o grupo entrou na Europa com a aquisição de 50% do frigorífico italiano
Inalca. Finalmente, em abril de 2008, o Friboi anunciou a aquisição de mais três concorrentes, as americanas
National Beef e Smithfield Beef e a australiana Tasman. No processo, foram investidos cerca de 3,5 bilhões de
dólares. E o resultado é impressionante. Em pouco mais de um ano, o que era o maior frigorífico do Brasil se
tornou a maior processadora de carne bovina do planeta. Somadas, as operações do Friboi faturam hoje 25
bilhões de dólares, um crescimento de espantosos 1.100% em relação aos 2 bilhões de dólares de 2006. Surgiu,
no entanto, um problema no caminho do Friboi — o mercado não está gostando nada dessa pressa toda.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 06 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A matemática do Friboi” - (título) Polidez Positiva E8, polidez Indireta E8 e E10
3. “Nenhuma empresa brasileira teve uma trajetória internacional tão fulminante quanto
o frigorífico JBS-Friboi.” Polidez Indireta E9, Polidez Positiva E2, E4, E5
4. “Desde que abriu o capital na Bolsa de Valores de São Paulo, em março de 2007, a
companhia se transformou na maior máquina de aquisições do mundo em seu
setor.” Polidez Indireta E9
5. Apenas três meses depois da emissão de ações, essa máquina fez seu primeiro — e
drástico — movimento: a compra da Swift americana, colosso que faturava 2,8
bilhões de dólares.” Polidez Indireta E3, E8, E9; Polidez Positiva E2, E4, E5
146
6. “Em dezembro, o grupo entrou na Europa com a aquisição de 50% do frigorífico
italiano Inalca.” Polidez Direta
7. “Finalmente, em abril de 2008, o Friboi anunciou” Polidez Positiva E2; Polidez
Negativa E8
8. “E o resultado é impressionante” Polidez Positiva E2, E4
9. Em pouco mais de um ano, o que era o maior frigorífico do Brasil se tornou a
maior processadora de carne bovina do planetaPolidez Negativa E2; Polidez
Indireta E3, E8; Polidez Positiva E3
10. “Somadas, as operações do Friboi faturam hoje 25 bilhões de dólares, um
crescimento de espantosos 1.100% em relação aos 2 bilhões de dólares de 2006”
Polidez Direta
11. “o mercado não está gostando nada dessa pressa toda” Polidez Indireta E3, E8, E9;
Polidez Negativa E3
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 22 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 02 ocorrências
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2, E4, E5 / E2 / E2, E4 / E4, E5, E7
(E2=3, E4=4, E5=2, E6=1, E7=2, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E8 / E2 / E8 / E3 / E3 (E2=1, E3=2, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E9 / E9 / E3, E8 / E3, E8, E9 (E1=1, E3=2,
E8=3, E9=3, E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva,
seguida de perto pela Polidez Indireta e a Polidez Negativa. Assim, com relação ao quesito
frequência, fundamental nesta pesquisa, temos, na análise 22, a Polidez Positiva como
estratégia de maior frequência. Isto é, quando A deseja manifestar que tem interesse em
147
realizar parcialmente os desejos de O (ações, aquisições, resultados), ou quando A utiliza
ações verbais que demonstram que os seus desejos são, de alguma forma, similares aos de
O. Os atos recaem diretamente sobre a face positiva de O. Os desejos de O são entendidos
como desejáveis por A também.
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
148
Análise 23
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
O etanol virou problema
27.11.2008
Prejuízos acumulados, falta de crédito, custos altos, ameaça de falências e de calotes - o setor mais badalado
da economia brasileira é a nova vítima da crise financeira mundial
Por Denise Carvalho
REVISTA EXAME
Os produtores brasileiros de açúcar e álcool viveram uma espécie de montanha-russa nos últimos anos. Até o
fim da década de 90, o setor era visto como um fiel retrato do Brasil arcaico - aquele que não respeita leis
trabalhistas e vive à custa de benesses estatais. De repente, a montanha-russa começou a subir. O etanol entrou
na moda no mundo todo e o setor saiu do atraso para a vanguarda do capitalismo, em sua busca por
combustíveis renováveis para substituir o poluidor e finito petróleo. Grandes grupos brasileiros se
capitalizaram na bolsa de valores. Investidores internacionais desembarcaram aos montes anunciando a compra
e a construção de novas usinas. Entre eles estavam fundos especializados em tecnologia do Vale do Silício e o
investidor George Soros. Os investimentos em novas unidades cresceram de 2,2 bilhões de reais na safra
2005/2006 para 7,2 bilhões de reais na safra 2008/2009. A expectativa era que esse número seguisse em sua
trajetória ascendente nos anos seguintes. Mas a crise financeira mundial chegou, atingindo em cheio os
produtores de álcool brasileiros - e a montanha-russa do setor inicia agora o que muitos temem ser uma
vertiginosa descida.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 06 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Os produtores brasileiros de açúcar e álcool viveram uma espécie de montanha-
russa nos últimos anos” Polidez Indireta E3, E8, E9
3. “Até o fim da cada de 90, o setor era visto como um fiel retrato do Brasil arcaico”
Polidez Negativa E3; Polidez Indireta E9
4. “De repente, a montanha-russa começou a subir.” Polidez Indireta E3, E9
5. “O etanol entrou na moda no mundo todo e o setor saiu do atraso para a vanguarda
do capitalismo” Polidez Positiva E4, E7; Polidez Indireta E9
6. “Grandes grupos brasileiros se capitalizaram na bolsa de valores” Polidez Positiva
E2, E4
149
7. “Investidores internacionais desembarcaram aos montes anunciando a compra e a
construção de novas usinas” Polidez Negativa E3; polidez Indireta E8, E9
8. “Entre eles estavam fundos especializados em tecnologia do Vale do Silício e o
investidor George Soros” Polidez Negativa E5, E8; Polidez Indireta E3
9. “Os investimentos em novas unidades cresceram de 2,2 bilhões de reais na safra
2005/2006 para 7,2 bilhões de reais na safra 2008/2009” Polidez Direta; Polidez
Positiva E15
10. “A expectativa era que esse número seguisse em sua trajetória ascendente nos anos
seguintes. Mas a crise financeira mundial chegou” Polidez Positiva E6
11. “atingindo em cheio os produtores de álcool brasileiros - e a montanha-russa do setor
inicia agora o que muitos temem ser uma vertiginosa descida.” Polidez Indireta E8,
E9
12. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 23 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta:
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4, E7 / E2, E4 / E15 / E6 / E4, E5 e E7
(E2=1, E4=4, E5=1, E6=2, E7=3, E12=1, E15=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 / E5, E8 (E3=2, E5=1)
d) Polidez Indireta: E1, E3, E8, E9 / E9 / E3, E9 / E9 / E8, E9 / E3 / E8, E9
(E1=1, E3=3,E8=3, E9=6)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Indireta = E9
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
E9 encontra-se descrita na página 133, análise 18.
150
Análise 24
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Segunda
O livre comércio é uma falácia
17.04.2008
Segundo economista, os emergentes têm de criar políticas protecionistas para prosperar
Por Eduardo Pegurier
(...)
Segundo Chang, mesmo os países que hoje defendem o livre comércio ainda usam o controle rígido em
algumas searas. É o que acontece, segundo ele, no caso da crescente rigidez dos direitos de propriedade
intelectual. Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Japão e a própria Coreia foram grandes piratas quando
precisaram absorver tecnologia. Agora que são geradores, querem bloquear o acesso de outros países a esse
atalho. Ele cita o caso da área de direitos autorais nos Estados Unidos. A primeira lei sobre o assunto, de 1790,
assegurava por 14 anos os direitos do autor, com possibilidade de uma renovação. Desde então, foi aos poucos
estendida até os atuais 70 anos após a morte do autor, ou 95 anos no caso de corporações. A mudança mais
recente, realizada há uma década, incorporou vinte anos à lei e resultou da pressão da Disney, que temia perder
direitos sobre alguns de seus personagens. Por esse motivo, passou a ser conhecida como Lei Mickey Mouse.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. O livre comércio é uma falácia (título) – Polidez Indireta E8
3. “Segundo Chang, mesmo os países que hoje defendem o livre comércio ainda usam
o controle rígido em algumas searas.” Polidez Positiva E6
4. “Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Japão e a própria Coreia foram grandes
piratas quando precisaram absorver tecnologia.” Polidez Indireta E3, E9; Polidez
Negativa E5, E8
5. “Agora que são geradores, querem bloquear o acesso de outros países a esse atalho.”
Polidez Negativa E3; Polidez Direta
6. “A primeira lei sobre o assunto, de 1790, assegurava por 14 anos os direitos do autor,
com possibilidade de uma renovação.” Polidez Negativa E2
151
7. “A mudança mais recente, realizada uma década, incorporou vinte anos à lei e
resultou da pressão da Disney” Polidez Indireta E3, E9; Polidez Negativa E4, E7;
Polidez Positiva E4
8. “Por esse motivo, passou a ser conhecida como Lei Mickey Mouse.” Polidez
Positiva E13
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 24 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E6 / E4 / E13 / E4, E5, E7 (E4=3, E5=1,
E6=2, E7=2, E12=1, E13=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E3 / E2 / E4, E7
d) Polidez Indireta: E1 / E8 / E3, E9 / E3, E9 (E1=1, E3=1, E8=1, E9=2)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
152
Análise 25
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Negócios
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Os forasteiros invadiram a Votorantim
24.01.2008
Mais da metade dos 45 altos executivos das indústrias dos Ermírio de Moraes foi recrutada há menos de cinco
anos. Agora o grupo tem a difícil tarefa de formar uma só identidade
Por Larissa Santana
EXAME
Poucas empresas brasileiras tiveram tantos motivos para comemorar nos últimos anos como a Votorantim.
Entre 2002 e 2006, a empresa saltou da 11a posição para a quarta entre os maiores grupos brasileiros, segundo
dados de Melhores e Maiores, de EXAME. Com esse movimento, a família Ermírio de Moraes deixou para
trás gigantes como Ambev, Gerdau e Odebrecht. Nesse período, a Votorantim investiu quase 17 bilhões de
reais para iniciar sua atuação fora do país -- expansão que foi da América do Norte à Oceania. O estirão fez o
faturamento quase triplicar, atingindo 29 bilhões de reais em 2006. O crescimento frenético, no entanto, trouxe
uma série de questões novas -- e complexas -- para a quase centenária empresa. Historicamente acostumada a
formar o próprio pessoal, a companhia vê-se às voltas com uma inédita "invasão estrangeira". Sem um estoque
interno de executivos capazes de acompanhar o ritmo de expansão, e ainda tendo de lidar com a saída de todos
os acionistas das posições-chave da operação, a Votorantim precisou recorrer a profissionais do mercado para
preencher seus cargos de liderança. Dezenas de contratações acabaram criando um novo perfil de profissional
na divisão industrial, o coração do grupo, que inclui empresas que atuam em áreas como cimento e metais e é
responsável por 70% dos negócios da companhia. Hoje, três dos cinco presidentes e 23 dos 40 diretores das
unidades industriais são "forasteiros".
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 02 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Os forasteiros invadiram a Votorantim” - (título) Polidez Positiva E8, polidez
Indireta E8 e E10
3. “Poucas empresas brasileiras tiveram tantos motivos para comemorar nos últimos
anos como a Votorantim. Polidez Negativa E3
4. Entre 2002 e 2006, a empresa saltou da 11a posição para a quarta entre os maiores
grupos brasileiros, segundo dados de Melhores e Maiores, de EXAME.” Polidez
Positiva E7
5. “Nesse período, a Votorantim investiu quase 17 bilhões de reais para iniciar sua
atuação fora do país -- expansão que foi da América do Norte à Oceania.” Polidez
Negativa E2,, Polidez Indireta E4
153
6. “O estirão fez o faturamento quase triplicar, atingindo 29 bilhões de reais em 2006.”
Polidez Negativa E2
7. “O crescimento frenético, no entanto, trouxe uma série de questões novas -- e
complexas -- para a quase centenária empresa” Polidez Negativa E2, Polidez Indireta
E3
8. “companhia vê-se às voltas com uma inédita "invasão estrangeira".” Polidez Indireta
E1, E8, E9
9. “Sem um estoque interno de executivos capazes de acompanhar o ritmo de
expansão” Polidez Positiva E4, E5 Polidez Indireta E3, E9
10. “e ainda tendo de lidar com a saída de todos os acionistas das posições-chave da
operação” Polidez Negativa E2, polidez Indireta E8
11. “Dezenas de contratações acabaram criando um novo perfil de profissional na
divisão industrial, o coração do grupo” Polidez Indireta E9
12. “Hoje, três dos cinco presidentes e 23 dos 40 diretores das unidades industriais são
"forasteiros".” Polidez Indireta E9
13. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 25 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta:
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E7 / E4, E5 / E4, E5 e E7 (E4=3,
E5=2, E6=1, E7=3, E8=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3 / E2 / E2 / E2 / E2 (E3=1, E2=3)
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E4 / E3 / E1, E8, E9 / E3, E9 / E8 / E9 / E9
(E1=2, E3=1, E4=1, E8=3, E9=4, E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Indireta = E9
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
O uso das metáforas tem peculiar espaço nos estudos científicos. Aparece em várias
áreas. Na obra clássica dos anos 80 de Lakoff e Johnson (1980), os autores provam que o ser
humano vive através de metáforas. Especialmente útil é o conceito de metáfora. A tomada
154
do sentido impróprio como próprio das coisas. Não se trata de recurso poético, mas de
enunciação complexa que vai esperar em O a interpretação neo-referenciada. Espera-se que
haja a dupla referência para que a comparação possa se estabelecer, condição sine qua non
para que haja a metáfora. E9, então, por de ser representada por (103) O matador de custos
da Nissan está empenhado agora com a própria Renault. (referência a Carlos Ghosn)
155
4.3.2 Seção de Gestão
Análise 1
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Aprendeu? Pague a conta
07.02.2008
A gaúcha Dell Anno criou um modelo incomum de universidade corporativa, em que os alunos
pagam para assistir às aulas -- e só participa quem quer
Por Suzana Naiditch
EXAME
Em dezembro, o paulista José Eduardo Schneider deixou seu escritório em Americana, no interior de
São Paulo, e viajou para Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Um dos 80 franqueados da
fabricante de móveis gaúcha Dell Anno, Schneider foi assistir às aulas finais de um curso promovido
pela universidade corporativa criada pela empresa em maio do ano passado. Participar de um
compromisso como esse é relativamente comum na vida de executivos -- hoje existem pelo menos
120 universidades corporativas no Brasil. A experiência de Schneider, porém, tem uma
particularidade: o custo das aulas foi bancado por ele mesmo -- e não pela empresa, como
normalmente acontece nessas instituições. Schneider e outros 13 franqueados da Dell Anno
investiram 10 000 reais cada um nos três módulos do curso, que somaram 72 horas de aula. Feitas as
contas, o preço por hora é 138 reais -- cerca de quatro vezes o valor de um MBA numa escola
renomada no Brasil, como a Fundação Instituto de Administração, da USP, e a Fundação Getulio
Vargas. O custo é também semelhante ao de um curso na americana Harvard, pelo qual se paga o
equivalente a 120 000 reais por cerca de 1 000 horas de aula na pós-graduação. "Paguei, como
pagaria por uma boa pós-graduação", diz Schneider, que possui duas lojas da marca no interior de
São Paulo e já planeja a abertura de outras duas até o final deste ano. "A diferença é que esse curso é
totalmente centrado no meu negócio."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. Aprendeu? Pague a conta (título) – Polidez Positiva E8, Polidez Indireta E8
3. Participar de um compromisso como esse é relativamente comum na vida de
executivos -- hoje existem pelo menos 120 universidades corporativas no Brasil.
Polidez Negativa E2, Polidez Positiva E2, E3,
156
4. Schneider e outros 13 franqueados da Dell Anno investiram 10 000 reais cada
um nos três módulos do curso, que somaram 72 horas de aula. Feitas as contas, o
preço por hora é 138 reais -- cerca de quatro vezes o valor de um MBA numa
escola renomada no Brasil, como a Fundação Instituto de Administração, da USP,
e a Fundação Getulio Vargas. Polidez Positiva E2, E7, E13; Polidez Negativa E2,
E3, E8
5. O custo é também semelhante ao de um curso na americana Harvard, pelo qual
se paga o equivalente a 120 000 reais por cerca de 1 000 horas de aula na pós-
graduação. Polidez Direta; Polidez Positiva E4
6. "Paguei, como pagaria por uma boa pós-graduação", diz Schneider, que possui
duas lojas da marca no interior de São Paulo e planeja a abertura de outras duas
até o final deste ano. "A diferença é que esse curso é totalmente centrado no meu
negócio." Polidez Positiva E4, E7; Polidez Negativa E5, E8
7. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 1 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2, E3 / E2, E7, E13 / E4 / E4, E7 /
E4, E5, E7 (E2=2, E3=1, E4=4, E6=1, E7=4, E12=1, E13=1)
c) Polidez Negativa: E2 / E2, E3, E8 / E5, E8 (E2=2, E3=1, E5=1, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E8
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4 e E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
157
Análise 2
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Quem vai ficar no lugar dele?
15.05.2008
Vicente Falconi é a cara da maior consultoria de gestão do país, o INDG. Agora, ele prepara a
própria sucessão
Por Suzana Naiditch
(...)
O maior desafio dessa transição será encontrar um substituto para Falconi. Desde a fundação do
INDG, o papel de cada sócio é claramente definido: a Godoy cabe a administração da empresa e a
Falconi a função de orientador técnico. Essa posição acabou se transformando numa vitrine para
Falconi, que se tornou um guru para alguns dos mais influentes empresários do país -- é ele o melhor
garoto-propaganda da consultoria. Sua trajetória como consultor começou nos anos 70, em Belo
Horizonte, após uma série de visitas ao Japão para aprender o conceito de qualidade total. Um dos
primeiros clientes foi Jorge Gerdau, de quem se tornou amigo. Ao longo dos anos, Falconi foi
colecionando outros amigos e clientes de peso. Hoje fazem parte do conselho do INDG os
empresários Marcel Telles e Beto Sicupira, além de Gerdau e Fontana Filho. Em 2006, Falconi
começou a se afastar da rotina da consultoria. Neste ano, além de participar do conselho da Sadia e
da Ambev, aceitou um cargo de conselheiro do Unibanco. Também tem se dedicado a uma jornada
de visitas a ministros, governadores e prefeitos com Gerdau para elaborar programas de choque de
gestão.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Quem vai ficar no lugar dele?” (título) Polidez Indireta E8, E10
3. “Essa posição acabou se transformando numa vitrine para Falconi, que se tornou um
guru para alguns dos mais influentes empresários do país -- é ele o melhor garoto-
propaganda da consultoria.” Polidez Positiva E4, E7; Polidez Indireta E3, E9
4. “dos primeiros clientes foi Jorge Gerdau, de quem se tornou amigo” Polidez Positiva
E2, E9, E10; Polidez Negativa E8
5. “Falconi foi colecionando outros amigos e clientes de peso.” Polidez Indireta E8, E9;
Polidez Positiva E7, E10, E11
158
6. “Neste ano, além de participar do conselho da Sadia e da Ambev, aceitou um cargo
de conselheiro do Unibanco” Polidez Positiva E2, E4, E5, E7
7. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 2 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4, E7 / E3, E9 / E2, E9, E10 / E7, E10,
E11 (E2=1, E3=1, E4=2, E6=1, E7=3, E9=2, E10=2, E11=1, E12=1)
c) Polidez Negativa: E8
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E10 / E8, E9 (E1=1, E8=2, E9=1, E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
159
Análise 3
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Profissão de risco
24.07.2008
O recente escândalo da Agrenco traz à tona a vulnerabilidade de quem exerce o papel de
conselheiro
Por Larissa Santana
EXAME
No final do ano passado, as perspectivas da Agrenco, empresa que atua no setor do agronegócio,
pareciam ótimas. A empresa tinha acabado de abrir seu capital, levantando 666 milhões de reais,
estava prestes a fechar o ano com um faturamento de 3,5 bilhões de reais (crescimento de 40% em
relação a 2006) e tinha planos para começar a investir em biocombustíveis e energia. A foto ao lado
foi tirada justamente nessa época de euforia. Nela aparecem da esquerda para a direita o
diretor de relações institucionais Francisco Ramos, o conselheiro José Guimarães Monforte, o
fundador e presidente Antonio Iafelice e o diretor financeiro e de relações com investidores
Theodorus Zwijnenberg. A fase otimista vivida pela Agrenco, porém, ficou para trás. No dia 20 de
junho, Ramos e Iafelice foram presos pela Polícia Federal, juntamente com Antonio Pires, diretor de
operações. Controladores da Agrenco, os três respondem à acusação de crimes financeiros, como
lavagem de dinheiro e estelionato (todos foram soltos no dia 16 de julho). “Fiquei muito surpreso
com as acusações”, diz o conselheiro Monforte, que presidiu o Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) até março de 2008 e participava de um evento na Coreia do Sul quando recebeu
a notícia da prisão.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “O recente escândalo da Agrenco” Polidez Negativa E3, E8; Polidez Indireta
E8.
3. A empresa tinha acabado de abrir seu capital, levantando 666 milhões de reais,
estava prestes a fechar o ano com um faturamento de 3,5 bilhões de reais
Polidez Positiva E2, E7, E12.
4. “Fiquei muito surpreso com as acusações”, diz o conselheiro Monforte, que
presidiu o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) Polidez
Negativa E3, E5, E8
160
5. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 3 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E2, E7, E12 / E4, E5, E7 (E4=2, E5=1,
E6=1, E7=3, E12=2)
c) Polidez Negativa: E3, E8 / E3, E5, E8 (E3=2, E5=1, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E8
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
161
Análise 4
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Segunda
Cada um no seu quadrado
16.10.2008
Como a Suzano pôs ordem numa estrutura de cargos confusa e ineficiente - mudança que acabou
com 255 funções de uma só vez
Por Larissa Santana
(...)
A arrumação permitiu que a Suzano enxergasse de maneira mais nítida quem eram os profissionais
abaixo da diretoria - e como eles poderiam ser mais bem aproveitados. "Precisávamos de mais
envolvimento dos funcionários com os projetos, o que era complicado na antiga estrutura", diz
André Dorf, diretor de estratégia, novos negócios e relações com investidores. Segundo Dorf, a
revisão da hierarquia permitiu que a empresa avançasse num esforço iniciado em 2006 - o de diluir o
poder dos diretores. Apenas a diretoria costumava fixar metas e traçar estratégias. A prática começou
a mudar com o projeto de expansão em Mucuri. Um grupo de cerca de dez gerentes, liderados por
um diretor, foi convocado para planejar e tocar as obras no município baiano. Era a primeira vez que
os gerentes se responsabilizavam por decisões importantes para a companhia. Desde então, foram
criados mais de 30 comitês temáticos - todos eles com a participação de executivos de nível
intermediário. Nessa nova esfera de tomada de decisão, são discutidas questões como
sustentabilidade, investimentos e relações com fornecedores. Os diretores, que antes tinham a
exclusividade da definição de metas na empresa, agora recebem e avalizam as resoluções vindas dos
comitês.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Cada um no seu quadrado” (título) Polidez Indireta E8, E9
3. “Como a Suzano pôs ordem numa estrutura de cargos confusa e ineficiente”
Polidez Positiva E2, E10; Polidez Indireta E9, E13
4. “mudança que acabou com 255 funções de uma vez” - Polidez Positiva E3 ,
E7, E11
5. “A arrumação permitiu que a Suzano enxergasse de maneira mais nítida quem
eram os profissionais abaixo da diretoria” Polidez Positiva E2, E4, E7; polidez
Indireta E1, E9
162
6. "Precisávamos de mais envolvimento dos funcionários com os projetos, o que
era complicado na antiga estrutura", diz André Dorf, diretor de estratégia, novos
negócios e relações com investidores Polidez Negativa E3, E5, E8; Polidez
Positiva E4
7. Segundo Dorf. Polidez Negativa E3, E5
8. Apenas a diretoria costumava fixar metas e traçar estratégias Polidez Negativa
E4; Polidez Positiva E4
9. Desde então, foram criados mais de 30 comitês temáticos - todos eles com a
participação de executivos de nível intermediário. Polidez Positiva E4, E7
10. Nessa nova esfera de tomada de decisão, são discutidas questões como
sustentabilidade, investimentos e relações com fornecedores. Polidez Positiva
E4, E7
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 4 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E2, E10 / E3 , E7, E11 / E2, E4, E7 / E4 /
E4, E7 / E4, E7 / E4, E5 e E7 (E2=2, E3=1, E4=6, E6=1, E7=6, E10=1, E11=1)
c) Polidez Negativa: E3, E5, E8
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E9 / E9, E13 / E1, E9 (E1=2, E8=1, E9=3, E13=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4 e E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
163
Análise 5
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Quanto vale a opinião deles
13.11.2008
Como as empresas estão fazendo aliados entre blogueiros - uma nova safra de formadores de opinião capaz
de influenciar milhares de consumidores
Por Larissa Santana
REVISTA EXAME
O paulista Tiago ria se acostumou a passar pela portaria do prédio onde mora, no bairro do Sumaré, na
zona oeste de São Paulo, e sair abarrotado de pacotes. Recentemente recebeu, por exemplo, uma barraca
enviada pela Fiat. Neste ano, sua caixa de mensagens eletrônicas também passou a ficar atulhada com convites
para eventos como festas, happy hours e seminários, vindos de empresas como a fabricante de celulares Nokia
e a distribuidora de energia CPFL. Tanto interesse em torno de ria, um jornalista de 28 anos, não se explica
por seu potencial de consumo. Por trás do assédio insistente está outro atributo mais poderoso, iniciado de
maneira despretensiosa cinco anos e que hoje se tornou sua profissão: um blog sobre tecnologia e mídia.
Dória entrou no radar de algumas corporações que se tornaram especialistas em rastrear blogueiros populares.
O mesmo aconteceu com Caio Novaes, um estudante de publicidade de 24 anos que escreve sobre temas
variados, como decoração e videogames, e na última semana de outubro recebeu de presente da Kellogg uma
caixa especial com 3 quilos de Sucrilhos, suficiente para alimentá-lo nos cafés da manhã por quase cinco
meses. E com Ricardo Cobra, de 33 anos, autor do blog Homem na Cozinha e presenteado pela Brastemp com
um microondas feito exclusivamente para ele.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 07 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Quanto vale a opinião deles?” (título) Polidez Indireta E10
3. “Como as empresas estão fazendo aliados entre blogueiros” Polidez Positiva E3,
E4, E7
4. “O paulista Tiago Dória se acostumou a passar pela portaria do prédio onde
mora, no bairro do Sumaré, na zona oeste de São Paulo, e sair abarrotado de
pacotes.” Polidez Positiva E2, E4, E7
5. “Recentemente recebeu, por exemplo, uma barraca enviada pela Fiat” - polidez
Positiva E7; Polidez Indireta E3
6. “sua caixa de mensagens eletrônicas também passou a ficar atulhada com convites
para eventos como festas, happy hours e seminários, vindos de empresas como a
164
fabricante de celulares Nokia e a distribuidora de energia CPFL.” polidez
Positiva E4, E7; Polidez Indireta E3
7. “Tanto interesse em torno de Dória, um jornalista de 28 anos, não se explica por
seu potencial de consumo. Por trás do assédio insistente está outro atributo mais
poderoso, iniciado de maneira despretensiosa há cinco anos e que hoje se tornou
sua profissão: um blog sobre tecnologia e mídia.” Polidez Positiva E4; Polidez
Indireta E1, E3
8. “hoje se tornou sua profissão: um blog sobre tecnologia e mídia” Polidez Positiva
E3, E4, E7
9. “Dória entrou no radar de algumas corporações que se tornaram especialistas em
rastrear blogueiros populares.” Polidez Positiva E4; Polidez Negativa E8
10. “Caio Novaes, um estudante de publicidade de 24 anos que escreve sobre temas
variados, como decoração e videogames, e na última semana de outubro recebeu
de presente da Kellogg uma caixa especial com 3 quilos de Sucrilhos, suficiente
para alimentá-lo nos cafés da manhã por quase cinco meses.” Polidez Positiva E2,
E12; Polidez Indireta E3
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 5 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E3, E4, E7 / E2, E4, E7 / E7 / E4, E7 / E4
/ E3, E4, E7 / E4 / E2, E12 / E4, E5, E7 (E2=2, E3=2, E4=8, E5=1, E6=1, E7=6,
E12=2)
c) Polidez Negativa: E8
d) Polidez Indireta: E1 / E10 / E3 / E3 / E1, E3 / E3 (E1=2, E3=4, E10=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
165
Análise 6
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
A morte do HD
06.03.2008
Tecnologia semelhante à dos cartões de memória chega aos computadores e começa a substituir os discos
rígidos
Por Denise Dweck
EXAME
Os dias do disco rígido nos computadores podem estar contados. Uma tecnologia mais confiável e mais
moderna de armazenamento de dados começa a ganhar espaço em laptops e PCs de mesa: os discos de estado
sólido, que utilizam memória flash, a mesma dos pen drives e dos cartões de câmeras digitais. Enquanto os
discos rígidos são mecânicos e funcionam por um processo magnético, as memórias flash são apenas um chip.
Nelas, a informação não é gravada nem lida por trocas magnéticas, como ocorre nos tradicionais HDs. Como
não têm partes móveis, as memórias flash não estão sujeitas a falhas mecânicas, o que muitas vezes significa a
perda de todos os dados. Elas também consomem menos energia. No caso dos laptops, isso significa até mais
meia hora de duração da bateria, o que pode ser uma diferença crucial -- como sabe qualquer executivo que já
ficou na mão em uma viagem de trabalho. O novo laptop da Apple, o ultrafino MacBook Air, pode ser
encomendado com um disco sólido de 64 gigabytes no lugar do convencional disco rígido. Alguns notebooks
da Sony, da linha Vaio, também vêm com o disco de memória flash. No final de janeiro, a HP anunciou a
opção pelo novo disco em um de seus computadores de mesa. O preço da memória flash ainda é salgado em
comparação com o dos tradicionais HDs, mas os discos rígidos podem estar, lenta e inevitavelmente, dando
suas últimas voltas.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A morte do HD” Polidez Indireta E8, E9
3. “Os dias do disco rígido nos computadores podem estar contados.” Polidez
Negativa E3.
4. “Tecnologia semelhante à dos cartões de memória chega aos computadores e
começa a substituir os discos rígidos” Polidez Positiva E4, E7; Polidez Indireta E3
5. “Os dias do disco rígido nos computadores podem estar contados. Uma tecnologia
mais confiável e mais moderna de armazenamento de dados...” Polidez Positiva
E6
166
6. “No caso dos laptops, isso significa até mais meia hora de duração da bateria, o
que pode ser uma diferença crucial -- como sabe qualquer executivo que ficou
na mão em uma viagem de trabalho” Polidez Positiva E2, E4, E7
7. . “O novo laptop da Apple, o ultrafino MacBook Air” - -Polidez Positiva E2
8. O preço da memória flash ainda é salgado em comparação com o dos tradicionais
HDs, mas os discos rígidos podem estar, lenta e inevitavelmente, dando suas
últimas voltas. Polidez Indireta E3, E8, E9; Polidez Positiva E6
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 6 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta:
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4, E7 / E6 / E2, E4, E7 / E2 / E6 / E4,
E5, E7 (E2=2, E4=4, E6=3, E7=4, E12=1)
c) Polidez Negativa: E3
d) Polidez Indireta: E1 / E8, E9 / E3 / E3, E8, E9 (E1=1, E3=2, E8=2, E9=2)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
167
Análise 7
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Impacientes, infieis e insubordinados
20.03.2008
Assim são os profissionais da chamada geração Y. Eles desafiam -- mais do que nunca -- as regras de atração
e retenção de talentos nas grandes empresas
Por Márcia Rocha
EXAME
Acompanhe a descrição das trajetórias profissionais de três jovens executivos, todos eles parte de uma geração
que representa hoje o futuro de qualquer empresa:
* O paulista Diego Micheletti, de 27 anos, sempre teve pressa de acumular experiências profissionais. Durante
a faculdade de administração, estagiou em três empresas diferentes: Santander, Danone e Microsoft. Depois de
formado, conseguiu uma vaga de trainee na operadora de telefonia celular Vivo. Assim que acabou o
programa, Micheletti se tornou um dos coordenadores de marketing da empresa. Apesar da rápida ascensão,
ele decidiu mudar mais uma vez. Voltou para a Microsoft, atraído por uma promoção a gerente e pela
possibilidade de participar do treinamento especial oferecido ao chamado "pelotão da elite" da empresa, um
grupo de 1 000 jovens talentos distribuídos pelo mundo (o time brasileiro tem dez representantes).
* Em 2005, após concluir um concorrido programa de trainee em uma das maiores empresas do país, a
engenheira paulistana Paula Bojikian, de 26 anos, abriu mão do emprego que lhe foi oferecido. "Percebi que ali
eu seria mais uma na multidão", diz ela, que prefere não revelar o nome da antiga empregadora. Desde maio de
2007, Paula é analista da Integration, consultoria de gestão de negócios com escritórios no Brasil, na
Argentina, no Chile e no México.
* O engenheiro paulista Roberto Nakahara tem apenas seis anos de carreira. Apesar disso, já trocou de
emprego três vezes. Aos 28 anos de idade, passou pela Unilever, Kraft Foods e Colgate-Palmolive. seis
meses, tornou-se gerente de produto da subsidiária brasileira do Galderma, laboratório farmacêutico
especializado em produtos dermatológicos. As mudanças aceleradas lhe garantiram, até agora, uma média de
permanência de apenas 18 meses em cada posição.
Micheletti, Paula e Nakahara são típicos representantes da mais nova geração de profissionais que está
chegando aos primeiros cargos de gerência de grandes empresas. É um grupo conhecido como geração Y,
formado por jovens entre 18 e 30 anos. Eles são menos pacientes, menos fieis e não se importam com certos
protocolos da hierarquia. Cresceram conectados à internet. Filhos de pais dedicados à carreira e culpados pela
pouca dedicação à família, acostumaram-se a ter respostas rápidas. E usam a mesma informalidade das
conversas por e-mails no contato com o chefe imediato ou o presidente da empresa. Essa geração também leva
às últimas consequências o princípio de que só vale a pena trabalhar em uma companhia se (e enquanto) ela for
útil para a construção rápida de sua carreira.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
168
2. “Impacientes, infieis e insubordinados” (título) Polidez Indireta E3, E8, E9;
polidez Positiva E8
3. “Acompanhe a descrição das trajetórias profissionais de três jovens
executivos” - Polidez Direta
4. “todos eles parte de uma geração que representa hoje o futuro de qualquer
empresa” - Polidez Positiva E2
5. “O paulista Diego Micheletti, de 27 anos, sempre teve pressa de acumular
experiências profissionais.” - Polidez Positiva E3; Polidez Negativa E2, E5, E8
6. “Durante a faculdade de administração, estagiou em três empresas diferentes:
Santander, Danone e Microsoft. Depois de formado, conseguiu uma vaga de
trainee na operadora de telefonia celular Vivo” Polidez Indireta E3, Polidez
positiva E4, E11
7. “Apesar da rápida ascensão, ele decidiu mudar mais uma vez” Polidez
Positiva E6
8. “atraído por uma promoção a gerente e pela possibilidade de participar do
treinamento especial oferecido ao chamado "pelotão da elite" da empresa, um
grupo de 1 000 jovens talentos distribuídos pelo mundo” Polidez Indireta E3,
E8, E9; Polidez Positiva E3
9. “após concluir um concorrido programa de trainee em uma das maiores
empresas do país, a engenheira paulistana Paula Bojikian, de 26 anos, abriu
mão do emprego que lhe foi oferecido” Polidez Positiva E2, E4, E5
10. "Percebi que ali eu seria mais uma na multidão", diz ela Polidez Negativa
E3
11. “Paula é analista da Integration, consultoria de gestão de negócios com
escritórios no Brasil, na Argentina, no Chile e no México.” Polidez Positiva
E4, E7;. Polidez Negativa E8
12. “O engenheiro paulista Roberto Nakahara tem apenas seis anos de carreira.”
Polidez Positiva E11; Polidez Negativa E2, E3, E8
13. “Apesar disso, trocou de emprego três vezes.” Polidez Indireta E7; Polidez
Negativa E4
14. “Aos 28 anos de idade, passou pela Unilever, Kraft Foods e Colgate-
Palmolive.” Polidez Positiva E4; Polidez Negativa E4
15. As mudanças aceleradas lhe garantiram, até agora, uma média de permanência
de apenas 18 meses em cada posição Polidez Positiva E6
169
16. “Micheletti, Paula e Nakahara são típicos representantes da mais nova geração
de profissionais que está chegando aos primeiros cargos de gerência de grandes
empresas.” Polidez Positiva E2
17. “Essa geração também leva às últimas consequências o princípio de que
vale a pena trabalhar em uma companhia se (e enquanto) ela for útil para a
construção rápida de sua carreira.” – Polidez Negativa E2, E3, E4
18. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 7 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 01 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E8 / E2 / E3 / E4, E11 / E6 / E3 / E2, E4,
E5 / E4, E7 / E11 / E4 / E6 / E2 / E4, E5 e E7 (E2=3, E3=2, E4=6, E5=2, E6=3,
E7=3, E8=1, E11=2, E12=1)
c) Polidez Negativa: E2, E5, E8 / E3 / E8 / E4 / E4 / E2, E3, E4 (E2=2, E3=2,
E4=3, E5=1, E8=2)
d) Polidez Indireta: E1 / E3, E8, E9 / E3 / E3, E8, E9 / E2, E3, E8 / E7 (E1=1,
E2=1, E3=4, E7=1, E8=3, E9=2)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
170
Análise 8
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Governo de resultados
20.03.2008
Ao incorporar princípios do mundo empresarial, o estado do Rio de Janeiro conseguiu tornar-se mais
eficiente e sanear suas contas
Por Mariana Durão
EXAME
Jorge Gerdau, Carlos Alberto Sicupira e Gilberto Sayão são três dos homens de negócios mais ricos e
ocupados do país. Gerdau preside o conselho do grupo siderúrgico que leva seu sobrenome e que está em meio
a intenso processo de internacionalização. Sicupira é um dos controladores da cervejaria Inbev, a maior do
mundo. O jovem e discreto Sayão é sócio do banco UBS Pactual e está empenhado em investir da melhor
forma possível as fortunas amealhadas por ele e por seus colegas banqueiros. A cada três meses, eles e outros
34 empresários têm um encontro marcado num auditório do Palácio Guanabara, sede do governo do estado do
Rio de Janeiro, no bairro carioca de Laranjeiras. O propósito das reuniões é sabatinar o governador Sérgio
Cabral e seus secretários sobre o programa de choque de gestão que vem sendo empreendido por um dos
maiores e mais problemáticos estados brasileiros. A mais recente delas aconteceu na mando último dia 3 de
março, para a apresentação dos resultados do primeiro ano do programa. O principal deles é um superávit de
795 milhões de reais em 2007 -- ante um ficit de 102 milhões de reais no ano anterior (veja quadro). "A
dinâmica é semelhante à de um encontro de conselheiros de uma grande empresa", diz Olavo Monteiro de
Carvalho, presidente do conselho de administração do grupo Monteiro Aranha, com participações em empresas
como Klabin e grupo Ultra, presente na reunião realizada há poucos dias.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Governo de resultados” - Polidez Indireta E3, E8, E15.
3. “Ao incorporar princípios do mundo empresarial, o estado do Rio de Janeiro
conseguiu tornar-se mais eficiente e sanear suas contas” – Polidez Positiva E6, E7
4. “Jorge Gerdau, Carlos Alberto Sicupira e Gilberto Sayão são três dos homens de
negócios mais ricos e ocupados do país.” – Polidez Positiva E2, E3; Polidez
Negativa E5, E8
5. “Sicupira é um dos controladores da cervejaria Inbev, a maior do mundo.” Polidez
Positiva E2
171
6. “O jovem e discreto Sayão é sócio do banco UBS Pactual e está empenhado em
investir da melhor forma possível as fortunas amealhadas por ele e por seus
colegas banqueiros.” – Polidez Positiva E2; Polidez Indireta E1, E3, E8
7. O propósito das reuniões é sabatinar o governador Sérgio Cabral e seus secretários
sobre o programa de choque de gestão que vem sendo empreendido por um dos
maiores e mais problemáticos estados brasileiros. Polidez Negativa E3, E8; Polidez
Positiva E3, E4, E7
8. "A dinâmica é semelhante à de um encontro de conselheiros de uma grande
empresa", diz Olavo Monteiro de Carvalho, presidente do conselho de
administração do grupo Monteiro Aranha polidez Negativa E5, E8
9. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 8 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E6, E7 / E2, E3 / E2 / E2 / E3, E4, E7 /
E4, E5 e E7 (E2=3, E3=2, E4=3, E6=2, E7=4, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E3, E8 / E5, E8 (E3=1, E5=2, E8=3)
d) Polidez Indireta; E1 / E3, E8, E15 / E1, E3, E8 (E1=2, E3=2, E8=2, E15=1)
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
172
Análise 9
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
O fim do improviso
01.05.2008
Com a estabilidade econômica e um cenário cada vez mais competitivo, as empresas brasileiras enfrentam um
novo desafio: aprender a fazer planos de longo prazo
Por Ana Luiza Herzog
EXAME
Ao longo dos meses de abril e maio do ano passado, o paulista Cesar Suaki, diretor-geral de operações do
atacadista mineiro Martins, envolveu-se num projeto inédito em toda a trajetória de mais de meio século do
grupo. Ele e outras 25 pessoas, entre diretores e os seis representantes do conselho consultivo (como o
fundador Alair Martins), pensaram pela primeira vez nos detalhes do planejamento estratégico da companhia
para os cinco anos seguintes. O time definiu uma série de medidas a ser executadas a cada ano e também
estimou curvas de vendas, lucros, custos e retorno sobre o capital investido. O resultado, segundo Suaki, é que
hoje todos sabem exatamente onde a empresa estará -- ou pelo menos onde pretende estar -- em 2012. Uma das
principais metas é dobrar as vendas, que alcançaram 3,4 bilhões de reais em 2007. Trata-se de uma mudança
drástica para uma empresa onde até recentemente os executivos adaptavam os próprios passos de acordo com
as circunstâncias do momento. "Até pouco tempo atrás, era impossível pensar o que estaríamos fazendo daqui
a cinco anos", afirma Suaki, que assumiu o cargo no final de 2006. "O cenário macroeconômico instável do
país transformava esse exercício numa grande perda de tempo."
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 04 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “as empresas brasileiras enfrentam um novo desafio: aprender a fazer planos de
longo prazo” Polidez Positiva E3, E4
3. “o paulista Cesar Suaki, diretor-geral de operações do atacadista mineiro Martins,
envolveu-se num projeto inédito em toda a trajetória de mais de meio século do
grupo” Polidez Direta; Polidez Negativa E5, E8
4. “O resultado, segundo Suaki, é que hoje todos sabem exatamente onde a empresa
estará -- ou pelo menos onde pretende estar -- em 2012” Polidez Negativa E2, E5,
E8
5. “Ele e outras 25 pessoas, entre diretores e os seis representantes do conselho
consultivo (como o fundador Alair Martins), pensaram pela primeira vez nos
173
detalhes do planejamento estratégico da companhia para os cinco anos seguintes”
Polidez Positiva E2, E3, E4, E7
6. "Até pouco tempo atrás, era impossível pensar o que estaríamos fazendo daqui a
cinco anos", afirma Suaki, que assumiu o cargo no final de 2006. "O cenário
macroeconômico instável do país transformava esse exercício numa grande perda
de tempo." Polidez Negativa E5, E8
7. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 9 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias encontradas.
a) Polidez Direta: 1 ocorrência
b) Polidez Positiva: E4, E5, E7 / E3, E4 / E2, E3, E4, E7 / E4, E5, E7 (E2=1,
E3=2, E4=4, E5=2, E7=3)
c) Polidez Negativa: E3, E4 / E5, E8 / E2, E5, E8 / E5, E8 (E2=1, E3=1, E4=1,
E5=3, E8=3)
d) Polidez Indireta: E1
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
174
Análise 10
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Os brasileiros desbravam a Rússia
07.08.2008
Burocracia, máfias, funcionários que trabalham como espiões. A vida dos brasileiros que tentam conquistar
um dos mercados que mais crescem no mundo pode ser bem difícil
Por Cristiane Mano, de Kaliningrado
EXAME
Duas coisas chamam a atenção de quem olha pela ampla janela de vidro do prédio de três andares que abriga a
nova fábrica da Sadia em Kaliningrado, na Rússia. A primeira delas é o imenso descampado nos arredores,
uma extensa planície à margem do mar Báltico. A outra é a série de guindastes que pontua o horizonte. Ali está
o sinal do surgimento de uma das mais prósperas áreas industriais da Rússia. Até pouco tempo atrás, o enclave
do território russo entre a Polônia e a Lituânia, com tamanho semelhante ao do estado de São Paulo, não
passava de uma base militar quase abandonada. Mantida por sua estratégica proximidade da Europa, a área é o
único ponto do território russo que não congela no inverno. Nos últimos cinco anos, uma série de incentivos
fiscais e o espantoso crescimento do país atraíram 56 indústrias de diversos países para Kaliningrado. O
terreno onde a Sadia ergueu sua fábrica estava tanto tempo abandonado que os operários encontraram, a
menos de 2 metros de profundidade, armas, cintos e capacetes deixados ali por soldados durante a Segunda
Guerra Mundial. Em janeiro deste ano, além da Sadia, outra empresa brasileira iniciou operações a poucos
quilômetros dali a fabricante paulista de freezers comerciais Metalfrio. As duas passaram a compor, junto
com a fabricante de ônibus gaúcha Marcopolo, o time das primeiras empresas brasileiras que decidiram
desbravar o território russo e montar fábricas no país (veja mapa na pág. 92).
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 04 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A vida dos brasileiros que tentam conquistar um dos mercados que mais crescem
no mundo pode ser bem difícil” - Polidez Negativa E2
3. “Duas coisas chamam a atenção de quem olha pela ampla janela de vidro do prédio
de três andares que abriga a nova fábrica da Sadia em Kaliningrado, na Rússia. A
primeira delas é o imenso descampado nos arredores, uma extensa planície à
margem do mar Báltico. A outra é a série de guindastes que pontua o horizonte.
Ali está o sinal do surgimento de uma das mais prósperas áreas industriais da
Rússia.” Polidez Indireta E4
175
4. “o time das primeiras empresas brasileiras que decidiram desbravar o território
russo e montar fábricas no país” – Polidez Indireta E3, E9; Polidez Negativa E3
5. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 10 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4, E5, E7 (E4=2, E5=1, E6=1, E7=2,
E12=1)
c) Polidez Negativa: E2 / E3
d) Polidez Indireta: E1, E4 / E3, E9
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E4 e E7
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E4 encontra-se descrita na análise 6, à página 102.
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
176
Análise 11
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Procuram-se conselheiros
12.06.2008
A onda de estreias na bolsa e os investimentos de private equity criaram centenas de vagas e abriram espaço
para um novo perfil de profissional no conselho de administração de empresas brasileiras
Por Maurício Oliveira
EXAME
O engenheiro John Lin nunca havia pensado em ocupar um assento num conselho de administração até receber
uma proposta da construtora paulista Company, em setembro do ano passado. Aos 45 anos, com duas décadas
de carreira em empresas como Accenture e Procter & Gamble, Lin era vice-presidente de estratégia e novos
negócios da Avon para a América Latina. “Fiquei surpreso”, afirma o executivo taiwanês naturalizado
brasileiro. “Na época, eu pouco sabia sobre a construtora e corri para me informar antes de aceitar o convite.”
Desde então, Lin já participou de seis reuniões com os demais conselheiros da Company entre os quais o
fundador, Walter Francisco Lafemina, o diretor administrativo e financeiro Luiz Rogelio Tolosa e outros três
executivos recrutados no mercado. Em fevereiro, Lin deixou o cargo na Avon para dedicar-se exclusivamente
ao conselho e também a montar um fundo de private equity com dois sócios, donos da corretora Fama
Investimentos. “É impressionante como todas essas mudanças aconteceram rapidamente”, diz.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 01 vez no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “A onda de estreias na bolsa e os investimentos de private equity” - Polidez
Positiva E4
3. “e abriram espaço para um novo perfil de profissional no conselho de
administração de empresas brasileiras” - Polidez Positiva E4, E7
4. “O engenheiro John Lin nunca havia pensado em ocupar um assento num conselho
de administração” Polidez Positiva E2
5. “Aos 45 anos, com duas décadas de carreira em empresas como Accenture e
Procter & Gamble,” - Polidez Negativa E5, E8; Polidez Indireta E3
6. ““Fiquei surpreso”, afirma o executivo taiwanês naturalizado brasileiro. “Na
época, eu pouco sabia sobre a construtora e corri para me informar antes de aceitar
o convite.”” Polidez Negativa E5, E8
177
7. “Lin participou de seis reuniões com os demais conselheiros da Company
entre os quais o fundador, Walter Francisco Lafemina, o diretor administrativo e
financeiro Luiz Rogelio Tolosa e outros três executivos recrutados no mercado.”
Polidez Negativa E5, E8
8. “É impressionante como todas essas mudanças aconteceram rapidamente”, diz.
Polidez Negativa E5, E8
9 Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 11 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada
b) Polidez Positiva: E4, E6, E7, E12 / E4 / E4, E7 / E2 / E4, E5, E7 (E2=1,
E4=4, E5=1, E6=1, E7=3, E12=1)
c) Polidez Negativa: E5, E8 / E5, E8 / E5, E8 (E5=3, E8=3)
d) Polidez Indireta: E1 / E3
Maior frequência: Polidez Positiva
Maior Repetição: Polidez Positiva = E7
Polidez Negativa = E5 e E8
Observou-se que existiu uma preponderância no emprego da Polidez Positiva, como
descrita na análise 1, p. 88
A Polidez Positiva E7 encontra-se descrita na análise 13, à página 121
E5 indica que se preste deferência (Argumento de Autoridade). Assim, nas pesquisas
científicas, é comum (e exigido no mais das vezes) utilizar-se o recurso da deferência como
forma de reforço argumentativo. São referenciados atos ou juízos de valor de pessoas ou
grupos como meio de prova a favor de uma tese. (PERELMAN, 1996) Como as pessoas ou
grupos muitas vezes se contrapõem, outras formas de comprovação são chamadas à baila.
Deduções lógicas ou trabalhos empíricos são chamados à comprovação. Ainda assim, o
recurso ao argumento de autoridade se faz presente nas ações discursivas com grande
frequência, seja por imposição formal, seja por desejo de aceitação.
No contexto deste trabalho, percebe-se que elementos que recuperam vínculo
honorífico, comportam-se como elementos dêiticos da linguagem. Assim como aqui e venha
estabelecem ancoragem em propriedades espaciais num dado ato comunicativo, senhor ou
178
professor Max Produção ancoram-se em referência a propriedades sociais dos participantes
do evento comunicativo. (FILLMORE, 1975)
(76) Nós chegamos a resultados espetaculares com nossa pesquisa. (um pesquisador
falando de si próprio)
(77) O Professor Doutor Max Produção descreveu este evento em mais de 25 artigos
publicados. (logo, posso usá-lo com prova de verdade)
Utilizando de recursos sintáticos, existem estruturas que serão mais aproximadas das
ações faladas, bem como outras às escritas. Neste trabalho, nosso interesse recai sobre as
escritas, objeto de nossa análise. Em E8, na Polidez Negativa, conta-se com mais alguns
destes tipos e sentenças (Nominalize):
(91) Vo se saiu bem nos exames e nós estamos muito impressionados. (mais
comum na fala)
(92) Seu bom desempenho nos exames nos impressionou muito. (mais comum na
escrita)
179
Análise 12
a) Indicação da seção de pertença do texto;
Seção de Gestão
b) Parte do texto extraída;
Primeira
Sobrou para todo mundo
13.11.2008
Como escapar de um efeito perverso da crise - a desconfiança generalizada de investidores, fornecedores e
clientes, que respinga até em empresas menos atingidas pela turbulência
Por Lucas Amorim
REVISTA EXAME Um telefonema surpreendeu o paulistano Rodrigo Campos, diretor de relações com
investidores da ALL, no final de setembro. Do outro lado da linha um analista o questionava sobre os rumores
de que a companhia, dona da maior malha ferroviária da América Latina, anunciaria perdas milionárias com
derivativos cambiais. Era a primeira ligação de uma série. Logo as ações da empresa ingressaram na lista
das campeãs de volatilidade, com variações semanais de até 39%. Para evitar mais estragos, Campos formou
uma espécie de time de gestão de crise de última hora com Roberta Ehlers, gerente de relação com
investidores, e o diretor financeiro Sergio Pedreiro. Até então, eles não reservavam mais de 2 horas por dia
para conversar com analistas e investidores. Agora, passam a 6 horas pendurados ao telefone - com
investidores, fornecedores e até clientes. Para demonstrar que não havia contratos de derivativos nem mesmo
dívida atrelada ao dólar, a ALL decidiu também pela primeira vez em sua história antecipar em mais de um
mês os resultados do terceiro trimestre, que inicialmente se tornariam públicos no dia 12 de novembro. (O
faturamento de 770 milhões de reais é 10% maior do que o do mesmo período do ano anterior.) Campos
também viajou para Nova York em novembro para encontrar cerca de 60 investidores. As medidas não
conseguiram evitar completamente a oscilação do valor das ações, mas contiveram sua desvalorização
contínua. "Nossa principal tarefa, neste momento, é tranquilizar o mercado e também clientes e fornecedores",
diz ele.
c) Indicação da frequência da publicação pelo autor;
Publicou 04 vezes no ano
d) Identificação e elenco das Estratégias Linguísticas de Polidez;
1. Teaser de introdução – Polidez Indireta E1; Polidez Positiva E4, E6, E7, E12.
2. “Sobrou para todo mundo” Polidez Indireta E3, E8, E13
3. “Como escapar de um efeito perverso da crise... que respinga até em empresas
menos atingidas pela turbulência” – Polidez Indireta E8, E9; Polidez Negativa E3
4. “a desconfiança generalizada de investidores, fornecedores e clientes” - Polidez
Indireta E13
5. “rumores de que a companhia, dona da maior malha ferroviária da América Latina,
anunciaria perdas milionárias com derivativos cambiais. Era só a primeira ligação
de uma série” – Polidez Indireta E3; Polidez Positiva E4, E7
180
6. “Logo as ações da empresa ingressaram na lista das campeãs de volatilidade”
Polidez Negativa E3; polidez Indireta E8
7. “Campos formou uma espécie de time de gestão de crise de última hora” Polidez
Indireta E9
8. “Até então, eles não reservavam mais de 2 horas por dia para conversar com
analistas e investidores. Agora, passam até 6 horas pendurados ao telefone”
Polidez Indireta E8, E9; Polidez Negativa E3
9. “As medidas não conseguiram evitar completamente a oscilação do valor das
ações, mas contiveram sua desvalorização contínua”. Polidez Positiva E4, E6
10. “Nossa principal tarefa, neste momento, é tranquilizar o mercado e também
clientes e fornecedores", diz ele. Polidez Indireta E10, E11; Polidez Negativa E5,
E8
11. Todo o fragmento – Polidez Positiva E4, E5 e E7.
e) Conclusões analíticas do segmento
A análise 12 traz-nos os seguintes resultados gerais quanto às estratégias
encontradas.
a) Polidez Direta: Não foi encontrada.
b) Polidez Positiva: E4, E5, E7 / E4, E7 / E4, E6 / E4, E5, E7 (E4=4, E5=2,
E6=1, E7=3)
c) Polidez Negativa: E3 / E3 / E3 / E5, E8 (E3=3, E5=1, E8=1)
d) Polidez Indireta: E1 / E3, E8, E13 / E8, E9 / E13 / E8 / E9 / E8, E9 / E10, E11
(E1=1, E3=1, E8=4, E9=3, E10=1, E11=1, E13=2)
Maior frequência: Polidez Indireta
Maior Repetição: Polidez Indireta = E8
Em vários contextos, agentes interagem numa perspectiva menos direta. São providas
informações necessárias para que inferências sejam feitas. Mesmo que nas atividades
rotineiras as pessoas peçam objetividade, existe um alto número de situações em
preferência pela ação indireta.
A questão é que o agente deseja fazer um AAF, mas não quer se comprometer. Há
todo um esforço no uso de sentenças indiretas, procurando evitar a responsabilidade pela
ação; ou suas possíveis interpretações. A pode enunciar: “Está quente aqui neste quarto!”. O,
de sua vez, pode abrir uma janela ou apenas concordar com A. Não haveria nenhum tipo de
181
retaliação ou ressentimento. O que é pitoresco na ação humana, baseado um poderosíssimo
aparato mental, é utilizar-se de enunciados com uma leitura superficial e outra profunda.
Bem como Giddens(1978) sugeriu e vários outros estudiosos da linguagem, entre eles
Saussure, Chomsky, Lakoff, Bakhtin, entre outros
18
, há um distanciamento daquilo que
aparece na externação e o seu significado associado. No caso das estruturas indiretas, ainda
mais se distanciam a estrutura sentencial do seu significado implícito. Mas, ainda sim, é
obrigatório um vínculo entre eles. Caso contrário, o entendimento ficaria em termos literais
apenas, como se fosse uma ação direta, Bald on Record, já apresentada anteriormente.
Segundo Brown e Levinson (1987), fundamentalmente este processo tem dois
estágios:
1) Existe um elemento que informa O de que deverá proceder a uma inferências;
2) De alguma forma a inferência deriva do que se pretendeu significar e da sentença
externada. Nesta última, deve-se encontrar uma”dica” para acesso à inferência.
Considera-se, também, que haja uma implicatura semântica (LAKOFF, 1975), ou um
raciocínio indutivo (SEARLE, 1975) nos processos de inferência. De qualquer forma, tanto
A quanto O podem participar de um AAF, uma interação, e não ter suas faces
comprometidas. Seguramente, essas estratégias que serão arroladas a seguir, encontram-se
em larga escala nos materiais produzidos por atores sociais em atividades rotineiras.
E8, seja irônico. Uma possibilidade real da linguagem humana é agir de uma forma
que viabilize justamente o significado oposto. A propõe uma assertiva que traz consigo
pistas subjacentes que se revelarão a O. São duas as possibilidades de condutores destas
pistas: a prosódica e a contextual. Nesta pesquisa, por se tratar de uma análise de textos
escritos, envolveremos apenas a segunda possibilidade.
(101) O doutor Lula vai fazer um pronunciamento.
(102) Preciso terminar logo a dissertação para publicação na Harvard Business Review.
Estão consolidados, nas tabelas n. º 1 e 2 e nos gráficos n. º 1 e 2, os dados conseguidos
após a aplicação da ferramenta analítica nas Seções de Negócios e de Gestão da Revista
Exame, nos seus aspetos ligados às categorias de frequência e de repetição ao longo do
tempo.
18
Mesmo sendo de linhas distintas entre si, estes linguistas, filósofos da linguagem concordam neste ponto.
Porém, as ligações entre estrutura de superfície e estrutura profunda (significado) é que vão severamente se
distinguir. Elas vão se alternar entre capacidade mental de processamento de linguagem em termos cognitivos
individuais e caracterizações totalmente sócio-interacionistas.
182
Seção de Negócios
Polidez
Frequência 0
Direta
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
Frequência
18
Positiva
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
1
15
1
1
6
1
1
1
Frequência
8
Negativa
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
1
1
1
2
3
Frequência
5
Indireta
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
E11
E12
E13
E14
E15
Tabela n° 1 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Negócios
Gráfico n° 1 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Negócios no quesito
repetição
183
Seção de Gestão
Polidez
Frequência 0
Direta
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15
Frequência
11
Positiva
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15
7
7
Frequência
2
Negativa
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15
1
1
Frequência
1
Indireta
Estratégias E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15
1
Tabela n° 2 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Gestão
Gráfico n° 2 – Quantidades das estratégias encontradas nos fragmentos da Seção de Gestão no quesito
repetição
A tabela n.º 1, bem como o gráfico n. º 1 confere distinção à estratégia da polidez
positiva no que diz respeito à repetição do recurso linguístico. Percebe-se que neste
segmento de análise, a marca da tendência agêntica nitidamente mapeada foi compatível em
ambas as seções (não que seja obrigatório co-ocorrer). Dentro deste ambiente de análise,
podemos dizer que a preponderância desta estratégia marca não somente uma tendência
agêntica desse veículo de comunicação, mas parece corroborar com uma expectativa de seu
público em se preocuparem (os veículos de comunicação) com suas necessidades e desejos
(aspecto mais atendido graças ao viés comercial dessa mídia).
184
TOTAIS GERAIS (FREQUÊNCIA) – SEÇÃO DE NEGÓCIOS
Polidez Total
Direta 22
Positiva 367
Negativa 118
Indireta 174
Tabela n.° 3 – Quantidades Gerais (frequência) das estratégias encontradas na Seção de Negócios (anexo II)
TOTAIS GERAIS (FREQUÊNCIA) – SEÇÃO DE GESTÃO
Polidez Total
Direta 3
Positiva 158
Negativa 48
Indireta 68
Tabela n° 4 – Quantidades Gerais das estratégias encontradas na Seção de Gestão (anexo II)
a tabela n. º 3, bem como o gráfico n. º 4 demonstra os resultados de pesquisa sob
a perspectiva da frequência. Percebe-se que, de forma inconteste, a estratégia da polidez
positiva foi amplamente mais usada do que as outras estratégias.Confirma-se, assim, de
acordo com a análise realizada por intermédio desta ferramenta, a tendência agêntica da
Revista Exame, nas seções analisadas, qual seja a da Polidez Positiva.
185
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES
Retomando-se a ideia inicial deste trabalho, o discurso agêntico envolve
fundamentalmente a escolha de estratégias discursivas em caráter intencional ou não,
conduzindo ‘traços de memória’ tanto na perspectiva da ação propriamente dita quanto nas
perspectivas da estruturação discursiva. São os registros referenciais contextualizadores
somados às regras estruturantes que formam a ação e, numa justa medida recursiva,
reproduzem e transformam.
Estudiosos envolvidos com a teoria da estruturação e discurso (Giddens, Heracleous,
Hendry, entre outros) é definido o discurso como uma dualidade constituída por dois níveis
inter-relacionados dinamicamente: ovel da superfície da ação comunicativa e o nível mais
profundo de estruturas discursivas (estruturas do significado)
19
, ligados recursivamente pela
modalidade dos esquemas interpretativos dos atores. Assim, o discurso/linguagem é tomado
sempre como um bloco monolítico de níveis em interação permanente e com recursividade
mantida. Ele assume o papel de meio, mas também de condutores de outros elementos
relevantes para o indivíduo em agência. As práticas organizacionais são recuperadas nos
discursos agênticos, refletindo referência e complexidade. Dessa forma, o discurso ou a
linguagem constitui meio instrumental de troca de informações e, ao mesmo tempo, está na
composição da própria agência, viabilizando a construção da realidade social e
organizacional. Ou seja, o significado e a realidade social são construídos, mantidos e
modificados por meio da interação social.
Assumindo-se os postulados da teoria da estruturação, a relação consciência prática e
consciência discursiva marca a noção fundamental que Giddens vai apresentar quando liga
ação à linguagem. Este fundamento é a base da proposta deste trabalho que pretendeu
verificar a participação efetiva da linguagem na perspectiva da dualidade estrutura e
agência. Neste trabalho, ficou clara a relação de pertença que existe entre ação e linguagem,
perpassadas por características estruturais.
Partindo-se dos resultados das 37 (trinta e sete) análises apresentas, e compilados nas
tabelas e gráficos abaixo, podemos vivenciar as relações tramadas na categoria complexa da
agência humana. Ou seja, a partir dos dois quesitos, frequência e repetição, observou-se que
a relação agência e discurso e estrutura, numa categoria complexa, parecem imbricadas. É
praticamente impossível se verificar as distinções desses elementos quando da análise da
agência humana via discurso (linguagem). A presença da estrutura como elemento
19
Especificação nossa.
186
perpassante é rapidamente percebida, à medida que existe uma reprodução de referência de
dimensão, temática e relação com o leitor. O número apurado de estratégias, nos moldes da
ferramenta proposta, evidencia as relações com a reprodução e também com a
transformação. Seja na forma de se expressar, seja quando estabelece formatos de se lidar
com as ameaças às faces relacionais dos agentes; o discurso posiciona os atores socialmente.
Nas relações entre a consciência prática e a consciência discursiva, a linguagem aparece
como elemento articulador de conhecimento, localizada espacio-temporalmente. As regras
linguísticas se constituem como regras de interpretação.
As análises demonstraram que existe uma relação muito forte de dependência entre o
texto e o contexto. Na verdade, A (agente) “exige” (demanda) que O (ouvinte-agente)
busque grande parte dos significados em relação ao dito e aquilo que é compartilhado nas
relações externas aos agentes; exige-se uma vinculação a um certo lugar comum num dado
tempo.
Ainda, a constatação das relações intrínsecas na agência como categoria complexa
explicitam algumas condições importantes de como são construídas ações por parte de
atores institucionalizados, como a Revista Exame, na formação das opiniões das pessoas que
compõem os grupos ligados à gestão e aos negócios. Algo como postula Scott (2008) que
pesquisadores mais contemporâneos irão descrever como pessoas e organizações inovam,
agem estrategicamente e contribuem à mudança institucional.
Com relação à efetividade da ferramenta, este trabalho procurou, a partir de dois
quesitos presentes na teoria estruturacionista, quais sejam a frequência e a repetição da ação
ao longo do tempo, detectar e descrever a presença de uma tendência agêntica da Revista
Exame, nas seções Gestão e Negócios, como elemento de formação de opiniões na área da
administração. A teoria de suporte à ferramenta de análise foi a teoria linguística de polidez.
Juntas as teorias, no recorte considerado apropriado para os objetivos deste trabalho,
possibilitaram a composição inicial de uma ferramenta de análise discursiva que tem por
objetivo retirar dos textos indicadores da ão social dos seres humanos sob a interseção de
elementos sociais estruturantes ao longo de uma dinâmica duradoura.
Tabela n° 5 – Quantidades Gerais (frequência) das estratégias encontradas em todos os fragmentos (anexo II)
Polidez Total
Direta 25
Positiva 525
Negativa 166
Indireta 174
187
Gráfico n° 3 – Quantidades Gerais das estratégias encontradas em todos os fragmentos (anexo II)
De acordo com o gráfico n.º 3, bem como o seu espelho a tabela n.º 5, uma
característica mais geral presente nos fragmentos analisados foi a utilização da Polidez
Positiva. Ela marca, em 525 ocorrências, sendo que uma estratégia positiva foi detectada
como a de maior repetição 29 vezes, nas 37 análises apresentadas neste trabalho. Ou seja,
conquistou-se uma indicação cabal de uma tendência agêntica nos textos. Pode-se dizer que
haja um traço mais estrutural presente no discurso desta revista, nas seções analisadas. Esta
marca tem por característica a ação corretiva orientada à face positiva do ouvinte (que é
agente também), ou seja, à auto-imagem que o ouvinte reclama para si, ao desejo de ser
aprovado pelo outro. Usando essa estratégia, o agente pretende que o ouvinte entenda que
seus desejos são compartilhados
20
. Isso pode ser feito por meio de um tratamento amigável
ou por meio de tratamento de identificação de grupo, ou tratamento que deixe claro que os
desejos e traços de personalidade do ouvinte são conhecidos e aprovados. Essa tentativa de
mostrar ao ouvinte que o agente compartilha de seus desejos de face é que reduz o risco à
face do ato comunicativo em questão. As vantagens dessa estratégia incluem a criação de
um ambiente amigável entre agente e ouvinte, de modo que até mesmo atos comunicativos
que carregam bastantes possibilidades de ameaça à face, como as críticas, por exemplo,
podem ser vistas de maneira menos “incisivas” degradantes do relacionamento. Ou seja, no
que diz respeito ao quesito frequência (525 ocorrências, tabela n°1) e no quesito repetição
(29 vezes, tabelas 2 e n° 3, 18 da Seção de Negócios e 11 da Seção de Gestão
respectivamente), a estratégia linguística de polidez positiva foi amplamente utilizada.
Assim, pode-se afirmar que a tendência agêntica das seções ‘Gestão’ e ‘Negócios’ da
Revista Exame é de polidez positiva. Por outro lado, a ferramenta se mostrou muito
20
Esta condição encontra semelhança na descrição de Heracleuos e Hendry (2000), quando indica que a
linguagem pode ser aplicada na facilitação dos processos administrativamente relevantes e resultados, como o,
por exemplo, o exercício da liderança.
188
eficiente, pois, apesar da diversidade e da extensão temporal dos textos analisados, bem
como a variedade de autores, foi possível mapear a utilização das estratégias com rigor e
com coerência à metodologia proposta. Ou seja, a ferramenta analítica se disporia a mapear
tipos diversos de discursos, que mantenham ou não estruturas padronizadas entre si.
Nesse sentido, percebe-se a possibilidade de uma profícua inserção deste ferramental
nos estudos organizacionais e, por que não dizer, da teoria institucional. Para tanto, tomam-
se alguns aspectos de análise importantes nos estudos organizacionais e intimamente ligados
a processos de institucionalização. Quais sejam a (i) legitimidade, o (ii) isomorfismo, as (iii)
respostas estratégicas e as (iv) fontes de diversidade, abordados, por afinidade textual, na
próxima seção.
189
SUGESTÕES
Tendo em vista esta ter sido uma primeira análise realizada a partir desta ferramenta,
faz-se necessária uma agenda para aprofundamentos e validações. Deve-se buscar a
constatação daquilo que foi apenas indicado por Giddens quando relaciona teoria da
estruturação e discurso: deve-se desenvolver um trabalho que possa sistematicamente dar
conta dos dois níveis, [quais sejam] da ação comunicativa e as características estruturais do
discurso. Neste sentido, a presente análise se une à proposta giddensiana de que o discurso
se apresenta imbricado nas relações dinâmicas de agência e estrutura. Soma-se às noções de
que a ação comunicativa (superficial) entre os agentes é capturada nas manifestações
discursivas textuais e as estruturas profundas que pertencem aos corpos de ações
comunicativas ou textos como um todo, que persistem no tempo, numa variedade de
contextos situacionais e em ações comunicativas ou textos produzidos por atores diferentes.
São relativamente estáveis, amplamente implícitas e processos continuamente recorrentes e
padrões que subjazem e guiam a superfície. São elas constituídas pelas estratégias
linguísticas de polidez, conectando-se com as ações comunicativas manifestas nas
superfícies textuais e elementos simbólicos agregados circunscritos pelo tempo e pelo
espaço da interação. Em síntese, esta ferramenta de análise do discurso integra os
pressupostos estruturacionistas giddensianos e a teoria da polidez linguísticas aplicável aos
jogos de linguagem nos contextos organizacionais mais variados marcados pelas situações
comunicativas agênticas interacionais.
Além disso, como mencionado na seção anterior, esta ferramenta analítica se dispõe
a ser utilizada dentro dos estudos organizacionais no que tange à confirmação de processos
de institucionalização. Retomando as possibilidades elencadas no final da seção passada, o
isomorfismo como característica de processo de institucionalização entendido aqui como
uma conformidade organizacional às pressões ambientais – deve ser mapeada em análises de
discursos institucionais ou organizacionais. Uma possibilidade factível se apresenta em
trabalhos já realizados (Lewis, 2002), quando são verificados textos organizacionais com o
objetivo de mapeamento do processo de institucionalização. As organizações
institucionalizadas detêm traços mais fortes presentes na base de seus discursos. As
organizações em ambientes de fracas pressões não deixam de manifestar traços de
institucionalização, porém seus discursos trazem outros elementos de ampla receptividade
como identidade, pertença ao grupo, assim por diante.
190
A bem da verdade, todas as pressões num ambiente institucional que levam as
organizações a produzirem isomorfismos, contam com reações. As organizações, entendidas
como atores sociais, constroem suas existências numa atitude de resposta ativa ao ambiente.
Todas as respostas oferecidas pelas organizações terão forte manifestação simbólica
veiculada por ações perpassadas de discurso. Sendo assim, esta ferramenta seria muito
apropriada a realizar o mapeamento dessas ações, descrevendo, inclusive, quais seriam as
mais arrojadas e quais seriam as mais subliminares.
Portanto, parece ser instigante desenvolver o potencial desta ferramenta em trabalhos
futuros. O objetivo é fazer coro com a teoria estruturacionista na sua aplicação e na
aproximação da teoria institucional dentro dos estudos organizacionais. Nesse sentido,
compor uma modelo de análise do discurso agêntico compatível e demandado pelo campo.
191
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195
ANEXO I
CAPAS DAS REVISTAS PUBLICADAS NO ANO DE 2008
196
197
ANEXO II
TABELAS E GRÁFICOS
198
Seção de Negócios
199
Seção de Gestão
Tabela 01
Polidez E1 E2 E3 E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez Direta
1
1
Polidez
Positiva
2
1
4
1
4
1
1
14
Polidez
Negativa
2
1
1
2
6
Polidez
Indireta
1
1
2
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva =
E4 e E7
200
Tabela 02
Polidez E1 E2 E3 E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez Direta
0
Polidez
Positiva
1
1
2
1
3
2
2
1
1
14
Polidez
Negativa
1
1
Polidez
Indireta
1
2
1
1
5
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva =
E7
201
Tabela 03
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
0
Polidez
Positiva
2
1
1
3
2
9
Polidez
Negativa
2
1
2
5
Polidez
Indireta
1
1
2
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positivav= E7
202
Tabela 04
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
0
Polidez
Positiva
2
1
6
1
6
1
1
18
Polidez
Negativa
1
1
1
3
Polidez
Indireta
1
1
3
1
6
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva= E4,
E7
203
Tabela 05
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
0
Polidez
Positiva
2
2
8
1
1
6
2
22
Polidez
Negativa
1
1
Polidez
Indireta
2
4
1
7
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva = E4
204
Tabela 06
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
0
Polidez
Positiva
2
4
3
4
1
14
Polidez
Negativa
1
1
Polidez
Indireta
1
2
2
2
7
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva =E4
205
Tabela 07
Polidez E1 E2 E3 E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
1
1
Polidez
Positiva
3
2
6
2
3
3
1
2
1
23
Polidez
Negativa
2
2
3
1
2
1
11
Polidez
Indireta
1
1
4
1
3
2
12
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva =
E4
206
Tabela 08
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
0
Polidez
Positiva
3
2
3
2
4
1
15
Polidez
Negativa
1
2
3
6
Polidez
Indireta
2
2
2
1
7
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva=E7
207
Tabela 09
Polidez E1 E2 E3 E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez
Direta
1
1
Polidez
Positiva
1
2
4
2
3
12
Polidez
Negativa
1
1
1
3
3
9
Polidez
Indireta
1
1
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior
Repetiçao
Polidez Positiva=E4
208
Tabela 10
Polidez E1 E2 E3 E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez Direta
0
Polidez Positiva
2
1
1
2
1
7
Polidez Negativa
1
1
2
Polidez Indireta
1
1
1
1
4
Maior Frequencia
Polidez Positiva
Maior Repetiçao
Polidez Positiva =
E4 e E7
209
Tabela 11
Polidez E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15 Total
Polidez Direta
0
Polidez Positiva
1
4
1
1
3
1
11
Polidez Negativa
3
3
6
Polidez Indireta
1
1
2
Maior
Frequencia
Polidez Positiva
Maior Repetiçao
Polidez Positiva=E7
Polidez negativa =E5,
E8
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