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UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO
DE TECNOLOGIA
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES ESTÁTICOS
APLICADOS A SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
PÚBLICA
TESE DE DOUTORADO
Tiago Bandeira Marchesan
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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ii
INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES ESTÁTICOS APLICADOS
A SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
por
Tiago Bandeira Marchesan
Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Área de Concentração em
Processamento de Energia: Sistemas de Iluminação, da Universidade Federal de
Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Nederson do Prado
Santa Maria, RS, Brasil
2007
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iii
_________________________________________________________________________
© 2007
Todos os direitos autorais reservados a Tiago Bandeira Marchesan. A reprodução de partes ou
do todo deste trabalho só poderá ser feita com autorização por escrito do autor.
Endereço: Rua Duque de Caxias, n. 2600, Bairro Medianeira, Santa Maria, RS, 97060-210
Fone (0xx)55 32218438; End. Eletr: [email protected]
_________________________________________________________________________
iv
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Tese de Doutorado
INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES ESTÁTICOS APLICADOS A
SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
elaborada por
Tiago Bandeira Marchesan
como requisito parcial para obtenção do grau de
Doutor em Engenharia Elétrica
COMISÃO EXAMINADORA:
__________________________________
Ricardo Nederson do Prado, Dr.
(Presidente/Orientador)
__________________________________
Alexandre Campos, Dr. (UFSM)
(Co-Orientador)
__________________________________
Arnaldo José Perin, Dr. (UFSC)
__________________________________
Carlos Alberto Canesin, Dr. (UNESP)
__________________________________
Álysson Raniere Seidel, Dr. (UPF)
Santa Maria, 20 de dezembro de 2007.
v
A formação não se constrói por acumulação
(de cursos, de conhecimentos ou de técnicas),
mas sim através de um trabalho de reflexividade
crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente
de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir
a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência.
(NÓVOA)
vi
A Deus e a
Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt,
que sempre me iluminam.
vii
A minha namorada Giana,
pelo amor e companheirismo.
viii
Ao meu irmão Lucas,
pela amizade inigualável.
ix
Aos meus pais,
Alverino e Ana Rita,
porque são meu exemplo
a ser seguido.
x
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Ricardo Nederson do Prado por acreditar em minha capacidade desde a
graduação e investir sua orientação e amizade durante estes nove anos de convívio.
Ao Professor Alexandre Campos, meu co-orientador neste trabalho, que sempre esteve
presente para discutir novas idéias com muita dedicação e amizade.
Ao Professor Marcos Alonso e a todos os demais amigos da Universidad de Oviedo
(Espanha), pelo apoio durante os seis meses em que realizei meu curso de doutorado naquela
instituição.
Aos professores da Graduação e da Pós-Graduação que nunca pouparam esforços para
transmitir seus conhecimentos.
Aos funcionários do NUPEDEE Fernando, Anacleto e Zulmar que sempre me
apoiaram e contribuíram em todas as atividade práticas deste trabalho.
A Cleonice Oliveira, secretária da PPGEE, pela dedicação e responsabilidade sempre
dispensadas.
Ao Marco, Cris e Gabi, meus fiés escudeiros durante minha estada na Espanha,
demonstrando serem verdadeiros amigos.
Aos colegas engenheiros Murilo Cervi, Rafael Costa, Rafael Pinto, Álysson Seidel,
Douglas Pappis, Marcelo Freitas, Fabio Tomm, Mauro Moreira, Alessandro de Oliveira,
Fabio Bisogno, e a todos os demais que sempre estiveram prontos para proferir seu apoio em
todas as questões técnicas, e amizade que sempre me fazem retornar ao GEDRE com muita
alegria para dar continuidade ao trabalho.
Aos acadêmicos do laboratório, em especial aos que trabalharam mais diretamente
comigo neste trabalho, já que nenhum trabalho é realizado sozinho, e não teria sido possível
sem o apoio de vocês.
xi
Ao GEDRE que completa 10 anos, por ser minha segunda casa, e do qual tenho a
honra de fazer parte há nove anos.
Meus agradecimentos a banca do exame de qualificação e da defesa final de tese, por
suas valiosas contribuições na complementação deste trabalho.
A Universidade Federal de Santa Maria na qual realizei toda a minha formação, e que
me deu todo o apoio para que eu chegasse até aqui.
A CAPES por ter me propiciado este curso de doutorado e um estágio no exterior que
foram muito importantes a minha formação profissional e pessoal.
xii
RESUMO
Tese de Doutorado
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Santa Maria
INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES ESTÁTICOS APLICADOS A
SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
A
UTOR: TIAGO BANDEIRA MARCHESAN
O
RIENTADOR: RICARDO NEDERSON DO PRADO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 20 de dezembro de 2007.
Este trabalho apresenta uma proposta de integração de conversores estáticos para
alimentação de lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão (HPS), baseando-se,
fundamentalmente, na viabilidade de aplicação deste tipo de lâmpadas a sistemas de
iluminação pública. Ao longo do trabalho, é discutida a viabilidade de aplicação das lâmpadas
HPS ao sistema de iluminação pública existente na cidade de Santa Maria- RS, evidenciando
os parâmetros técnicos necessários ao projeto e desenvolvimento de reatores eletrônicos. A
abordagem do fenômeno da ressonância acústica é feita de forma consistente, avaliando-se
trabalhos previamente publicados, a fim de se chegar a um método confiável para se alimentar
a lâmpada HPS sem a excitação deste fenômeno. Além disso, uma análise do modelo de
pequenos sinais da lâmpada traz uma visão dos principais estágios a serem empregados no
reator para garantir um funcionamento estável do sistema. A metodologia de integração
proposta para alimentação de lâmpadas HPS, através de reatores eletrônicos, sem a excitação
do fenômeno da ressonância acústica, busca a redução de custos e a simplicidade do sistema,
sem deixar de considerar os procedimentos necessários a uma operação estável e confiável.
Palavras-chaves: Iluminação Pública, Integração de Conversores Estáticos, Lâmpadas de
Descarga em Alta Pressão, Reatores Eletrônicos, Ressonância Acústica.
xiii
ABSTRACT
Doctoral Thesis
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil
INTEGRAÇÃO DE CONVERSORES ESTÁTICOS APLICADOS A
SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
(AN INTEGRATION OF STATIC CONVERTERS APPLIED TO PUBLIC
LIGHTING SYSTEMS)
A
UTHOR: TIAGO BANDEIRA MARCHESAN
A
DVISOR: RICARDO NEDERSON DO PRADO
Place and Date: Santa Maria, december 20, 2007.
This work presents a family of integrated electronic ballasts applied to the public
lighting system. The electronic ballasts are designed to supply High-Pressure Sodium lamps
according to the desired lamp operation characteristics. The viability of use High-Pressure
Sodium lamps in the public lighting system of Santa Maria city is studied along this work.
Another topic addressed, is the acoustic resonance phenomenon occurrence. It is explained
based on a large number of works previously presented in the literature, in order to choose for
a reliable method to supply the lamp. The incremental impedance of the High-Pressure
Sodium lamp is defined in the frequency domain. This model is used to analyze the lamp and
ballast interaction. The presented integrated electronic ballasts to supply High-Pressure
sodium lamps take the advantage of low cost and simplicity providing a stable lamp
operation.
Keywords: Acoustic Resonance Phenomenon, Electronic Ballasts, High-Pressure Sodium
Lamps, Integration of Static Converters, Public Lighting.
xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APF Alto Fator de Potência
BBFIB
Buck-Boost Flyback Half-Bridge
BFIB
Bi-Flyback Half-Bridge
BOFIB
Boost Flyback Half-Bridge
BUFIB
Buck Flyback Half-Bridge
CC Corrente Contínua
FB Ponte Completa
HB Meia Ponte
HID Descarga em Alta Pressão
HPM Descarga de Vapor de Mercúrio
HPS Descarga de Vapor de Sódio em Alta Pressão
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de
Serviços
LED
Light Emitting Diode
lm/W Lumens por Watt
MH Multi-vapor Metálico
PC Controle de Potência ou Corrente
PFC Correção do Fator de Potência
RELUZ Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente
SFIB
Sepic Flyback Half-Bridge
THD Taxa de Distorção Harmônica
ZFIB
Zeta Flyback Half-Bridge
xv
LISTA
DE SÍMBOLOS
η
Rendimento
ξ
Constante de amortecimento
α
Relação entre as indutâncias do estágio PFC e PC
β
Ângulo de condução da corrente no interruptor compartilhado
θ
Ângulo a partir do qual a tensão da rede passa a ser maior que a
tensão do barramento
ω
c
Freqüência de corte em rad/s
ΔI
Variação da corrente
ΔP
Variação da potência
ΔQ
Variação da carga
ΔV
Variação da tensão
ΔV
b
Ondulação máxima de tensão no barramento
C
1-2
Capacitância na saída do conversor Flyback (estágio PC)
C
3
Capacitância dos conversores Sepic e Zeta
C
b
Capacitor de barramento
C
f
Capacitância do filtro de entrada
C
ig
Capacitância do ignitor
D Razão cíclica
D
1
-D
4
Diodos da Ponte Retificadora
D
5
Diodo dos conversores do estágio PFC
D
6
-D
7
Diodo do conversor Flyback (estágio PC)
xvi
D
max
Razão cíclica máxima
D
PC
Diodo do estágio PC
D
PFC
Diodo do estágio PFC
E Fonte de tensão contínua
f Freqüência da rede de alimentação
f
c
Freqüência de corte em Hz
f
osc
Freqüência de oscilação
f
s
Freqüência de comutação
G
Fly
(s) Função de transferência do conversor Flyback
G
PI
(s) Função de transferência do controlador Proporcional-Integral
I
B
Corrente média de saída do estágio PFC
i
B
Corrente de saída do estágio PFC
i
Bo
Corrente no indutor do conversor Boost
i
Bo(pico)
Corrente de pico no indutor Boost
i
Bu
Corrente no indutor do conversor Buck
I
Bu(pico)
Corrente de pico no indutor do conversor Buck
i
BuBo
Corrente no indutor do conversor Buck-Boost
i
D_PC
Corrente no diodo D
PC
i
D_PFC
Corrente no diodo D
PFC
Ief
in
Corrente eficaz da rede elétrica
Ief
S1
Corrente eficaz no interruptor compartilhado
i
F1
Corrente no primário do conversor Flyback (estágio PFC)
i
F2
Corrente no secundário do conversor Flyback (estágio PFC)
i
Fly
Corrente no primário do conversor Flyback (estágio PC)
i
in
Corrente de entrada
xvii
I
in(pico)
Corrente de pico na entrada
I
pk
Corrente de pico
i
S1
Corrente no interruptor compartilhado S
1
I
S2
Corrente média no interruptor S
2
I
S3
Corrente média no interruptor S
3
I
S4
Corrente média no interruptor S
4
i
SP1
, i
SP2
Correntes nos indutores do conversor Sepic
I
x
Corrente constante
I
Z1(pico)
, I
Z2(pico)
Correntes de pico nos indutores do conversor Zeta
i
Z1
, i
Z2
Correntes nos indutores do conversor Zeta
J Densidade de corrente
K Constante
L
Bo
Indutância do conversor Boost
L
Bu
Indutância do conversor Buck
L
BuBo
Indutância do conversor Buck-Boost
L
e
Indutância equivalente para os conversores Sepic e Zeta
L
f
Indutância do filtro de entrada
L
F1
Indutância do primário conversor Flyback (PFC)
L
F2
Indutância do secundário conversor Flyback (PFC)
L
Fly_1
Indutância do primário do conversor Flyback
L
Fly_2
Indutância do secundário do conversor Flyback
L
Fly_3
Indutância do terciário do conversor Flyback
L
ig1
Indutância do primário do ignitor
L
ig2
Indutância do secundário do ignitor
L
S1
, L
S2
Indutâncias do conversor Sepic
xviii
L
Z1
, L
Z2
Indutâncias do conversor Zeta
m Relação entre a tensão de entrada e a tensão de barramento
n
1
Relação de espiras do Flyback (estágio PFC)
n
2
Relação de espiras do Flyback (estágio PC)
NT Número de triângulos considerado
NT
PC
Número de triângulos considerados para o estágio PC
NT
PFC
Número de triângulos considerados para o estágio PFC
p Pólo
P
lamp
Potência da lâmpada
Rc
Resistência equivalente do conversor
R
Fly
Resistência do conversor Flyback (estágio PC)
R
ig
Resistência do ignitor
R
lamp
Resistência da lâmpada
S
1
Interruptor compartilhado entre os estágio PFC e PC
S
Bo
Interruptor controlado do conversor Boost
S
Bu
Interruptor controlado do conversor Buck
S
BuBo
Interruptor controlado do conversor Buck-Boost
S
F
Interruptor controlado do conversor Flyback (estágio PFC)
S
Fly
Interruptor controlado do conversor Flyback (estágio PC)
S
PFC
Interruptor controlado do estágio PFC
S
S
Interruptor controlado do conversor Sepic
S
Z
Interruptor controlado do conversor Zeta
T Período da rede elétrica
t
des
Tempo de descarga
T
S
Período de comutação
xix
V
β
Tensão a partir da qual a corrente no interruptor compartilhado
passa a ser igual a corrente do estágio PC
V
3
Tensão no capacitor dos conversores Sepic e Zeta
V
b
Tensão no capacitor de barramento
V
C1
Tensão no capacitor C
1
V
C2
Tensão no capacitor C
2
V
carga
Tensão na carga
V
g
Valor de pico da tensão de entrada
V
in
Tensão da rede de alimentação
V
lamp
Tensão da lâmpada
V
REF
Tensão de referência
V
Ret
Tensão da entrada retificada
V
S1
Tensão máxima de bloqueio do interruptor compartilhado
V
SFB
Tensão no interruptor do conversor Ponte Completa
V
SHB
Tensão no interruptor do conversor Meia Ponte
X
c
Reatância do capacitor
z Zero
Z
Carga
Impedância da carga
Z
lamp
Impedância da lâmpada
xx
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ...................................................................................... ix
RESUMO ........................................................................................................... xi
ABSTRACT ...................................................................................................... xii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS …………………………………... xiii
LISTA DE SÍMBOLOS .................................................................................... xiv
SUMÁRIO ......................................................................................................... xix
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1
Capítulo 1
ILUMINAÇÃO PÚBLICA (CASE) ........................................................ 4
1.1 Introdução .................................................................................. 4
1.2 Programa RELUZ ..................................................................... 5
1.3 Estudo de caso ............................................................................ 5
1.3.1 Situação no ano de 2001 .................................................. 5
1.3.2 Situação existente (2007) ................................................ 7
1.3.3 Eficientização energética proposta .................................. 10
1.4 Conclusão .................................................................................... 12
Capítulo 2
RESSONÂNCIA ACÚSTICA ................................................................. 14
2.1 Introdução .................................................................................. 14
xxi
2.2 Explicação sobre o fenômeno e suas conseqüências ............... 14
2.3 Métodos utilizados para não excitar o fenômeno da
ressonância acústica ............................................................... 15
2.3.1 Operação em corrente contínua (CC) .............................. 16
2.3.2 Operação em baixa freqüência ........................................ 16
2.3.3 Operação em alta freqüência ........................................... 17
2.3.4 Operação em extra-alta freqüência .................................. 19
2.4 Conclusão .................................................................................... 19
Capítulo 3
MODELO DA LÂMPADA HPS ............................................................. 20
3.1 Introdução .................................................................................. 20
3.2 Conversor utilizado para modelagem ...................................... 20
3.2.1 Projeto do reator eletrônico Buck Full-Bridge ................ 21
3.3 Representação matemática do modelo de pequenos sinais .... 23
3.4 Resultados experimentais para modulação de pequenos
sinais .................................................................................................. 24
3.5 Definição de um modelo para simulação .................................
27
3.6 Conclusão .................................................................................... 29
Capítulo 4
REATORES ELETRÔNICOS INTEGRADOS .................................... 30
4.1 Introdução .................................................................................. 30
4.2 Processo de ignição de lâmpadas HPS ..................................... 31
4.3 Estágios para alimentação de lâmpadas HPS em baixa
freqüência ................................................................................... 34
xxii
4.3.1 Estágio de correção do fator de potência (PFC) .............. 34
4.3.2 Estágio controle de potência (PC) ................................... 37
4.3.3 Estágio inversor ............................................................... 37
4.4 Emprego do Inversor Meia Ponte simétrico ........................... 41
4.5 Reatores eletrônicos integrados para alimentação de
lâmpadas HPS ............................................................................
43
4.5.1 Metodologia de integração .............................................. 43
4.5.2 Reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge …………. 48
4.5.3 Reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge …… 52
4.5.4 Reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge ………... 55
4.5.5 Reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge …………….. 59
4.5.6 Reator eletrônico Zeta Flyback Half-Bridge ………....... 66
4.5.7 Reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge ………….. 70
4.6 Conclusão .................................................................................... 73
Capítulo 5
PROJETO DOS REATORES ELETRÔNICOS PROPOSTOS ......... 74
5.1 Introdução .................................................................................. 74
5.2 Especificações de projeto .......................................................... 74
5.3 Projeto do filtro LC de entrada ................................................ 75
5.4 Projeto do capacitor de saída C
1-2
............................................ 76
5.4.1 Projeto pelo critério da máxima ondulação de alta
freqüência na lâmpada .....................................................
76
5.4.2 Análise de estabilidade para o projeto do capacitor C
1-2
.. 77
5.5 Projeto do circuito ignitor
......................................................... 80
5.6 Reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge ......................... 81
5.6.1 Projeto dos estágios integrados ....................................... 81
xxiii
5.6.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
86
5.6.3 Resultados experimentais ……………………………… 90
5.7 Reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge ................ 95
5.7.1 Projeto dos estágios integrados ....................................... 95
5.7.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
99
5.7.3 Resultados experimentais ……………………………… 101
5.8 Reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge ......................... 105
5.8.1 Projeto dos estágios integrados ....................................... 105
5.8.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
111
5.8.3 Resultados experimentais ……………………………… 111
5.9 Reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge ............................... 118
5.9.1 Projeto dos estágios integrados ....................................... 118
5.9.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
120
5.9.3 Resultados experimentais ……………………………… 124
5.10 Reator eletrônico Zeta Flyback Half-Bridge .......................... 134
5.10.1 Projeto dos estágios integrados ..................................... 134
5.10.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
140
5.10.3 Resultados experimentais …………………………...... 141
5.11 Reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge ......................... 147
5.11.1 Projeto dos estágios integrados ..................................... 147
5.11.2 Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor
compartilhado (S
1
) ……………………………………...
152
5.11.3 Resultados experimentais ………………..…………… 154
5.12 Conclusão .................................................................................. 159
xxiv
Capítulo 6
ESTUDO COMPARATIVO ………………….……………………….. 161
6.1 Introdução …………………………………………………….. 161
6.2 Relação
α
x m ………………..………………………………...
161
6.3 Valores de tensão e corrente no interruptor S
1
……………... 161
6.4 Análise dos rendimentos elétricos obtidos …………………... 164
6.5 Conclusão ……………………………………………………… 167
Capítulo 7
METODOLOGIA DE CONTROLE ………………………………….. 167
7.1 Introdução …………………………………………………….. 167
7.2 Estratégia de Controle ………………………………………... 168
7.3 Projeto do Controlador ………………………………………. 170
7.3.1 Definição da planta do sistema ………………………… 170
7.3.2 Projeto do compensador ……………………………….. 171
7.3.3 Método proposto para o controle da corrente ou da
potência ……………………………………………………….
172
7.4 Conclusão ……………………………………………………… 174
CONCLUSÃO GERAL ………………………………………………... 175
REFERÊNCIAS ....................................................................................... 177
PUBLICAÇÕES DO AUTOR ……….………………………………... 184
APÊNDICE A …………………………………………………………... 187
INTRODUÇÃO
No início do século XVIII, após a realização de várias pesquisas, consegue-se uma
fonte de iluminação artificial que viria a substituir o fogo, utilizado desde os primórdios. Esta
nova fonte de iluminação surge, primeiramente, através de um experimento de uma máquina
de descarga em um vácuo imperfeito por volta de 1709.
Porém, a primeira lâmpada elétrica considerada comercialmente viável é criada
somente no ano de 1879 por Thomas Edison nos Estados Unidos e Swan na Inglaterra. O
princípio de operação daquela nova lâmpada era o aquecimento de um filamento de carbono
para a produção de luz visível dando origem à lâmpada incandescente (Harris, 1993).
Desde o surgimento das primeiras lâmpadas de descarga, diversas pesquisas são feitas
na busca da combinação de elementos químicos que sejam capazes de converter a descarga
elétrica em luz visível, de uma maneira eficaz e duradoura.
A pesquisa e o desenvolvimento contínuo ao longo do tempo resultaram em lâmpadas
de descarga com uma melhor eficácia luminosa (lm/W), apresentadas no mercado atual nos
mais diversos modelos e potências. Deste modo, a utilização de lâmpadas de descarga em
sistemas de iluminação tem tomado o espaço das lâmpadas incandescentes de forma crescente
e definitiva. O melhor aproveitamento da energia, a possibilidade da escolha da cor da luz e a
alta durabilidade apresentada por essas lâmpadas são algumas das principais vantagens destes
sistemas (Bisogno, 2000).
As lâmpadas de descarga se dividem em dois grupos: as lâmpadas de descarga de
baixa pressão e as lâmpadas de descarga de alta pressão. As primeiras são mais comumente
conhecidas por lâmpadas fluorescentes, que são utilizadas em diversos tipos de aplicações,
principalmente, em interiores comerciais e residenciais. Já o segundo grupo tem sido mais
difundido pelas lâmpadas de vapor metálico, pelas lâmpadas de vapor de mercúrio, pelas
lâmpadas mistas (que não necessitam reator) e pelas lâmpadas de vapor de sódio.
O surgimento das lâmpadas de vapor de mercúrio, por volta de 1930, cria uma nova
opção de lâmpada para ser utilizada em sistemas de iluminação pública. Isto se deve,
principalmente, ao fato desta possuir alta durabilidade, aceitável índice de reprodução de
cores e boa eficácia luminosa.
No ano de 1965, devido as constantes pesquisas na área das lâmpadas de descarga,
desenvolve-se a primeira lâmpada comercial de vapor de sódio de descarga em alta pressão
2
(HPS). A primeira versão é uma lâmpada de 400 W com uma eficácia luminosa de 100 lm/W
(Groot, 1986). A grande vantagem desta sobre a lâmpada de vapor de mercúrio é de possuir
uma eficácia luminosa cerca de duas vezes maior.
Desde o surgimento das primeiras lâmpadas HPS, uma enorme gama de potências
foram desenvolvidas. Atualmente, no mercado, encontram-se lâmpadas que vão desde 35 W
até 1000 W.
Ao longo do tempo, diversas fontes de iluminação surgiram com diferentes propósitos
de aplicação. Pode-se citar as lâmpadas de multi-vapor metálico (MH), que surgiram em
1964, e que embora não possuam uma eficácia tão elevada quanto as lâmpadas HPS, têm seu
espaço para aplicações onde o índice de reprodução de cores é um fator importante (Harris,
1993).
As pesquisas por novas fontes de iluminação continuam. Uma das mais recentes
surgiu na década de 90, propondo a utilização de diodos emissores de luz (LEDs) em sistemas
de iluminação, até então, somente utilizados como dispositivos de sinalização (Cervi, 2005).
A iluminação pública no Brasil, foco da aplicação deste trabalho, corresponde a
aproximadamente 7 % da demanda nacional e a 3,3 % do consumo total de energia elétrica do
país. Isto equivale a uma demanda de 2,3 GW e a um consumo de 10,2 bilhões de kWh/ano.
No Brasil, são comumente empregadas, na iluminação pública, lâmpadas de vapor de
mercúrio (HPM) que, embora tenham uma elevada vida útil, não possuem uma eficácia
luminosa satisfatória, quando comparadas às lâmpadas HPS existentes.
Esta é uma das razões pela qual, em junho de 2000, o Governo Federal Brasileiro
lançou o programa nacional de iluminação pública eficiente (RELUZ), que, em 2002, foi
prorrogado até 2010. O Programa pretende abranger até 96 % do potencial de conservação de
energia da rede nacional de iluminação pública, atualmente composta de 13 milhões de pontos
de iluminação, sendo que, 7,5 milhões de pontos, podem ganhar maior eficiência (Eletrobrás,
2006).
O programa RELUZ prevê, principalmente, a substituição das lâmpadas de vapor de
mercúrio por lâmpadas HPS. É neste contexto que projetos e desenvolvimentos de sistemas
mais eficientes, confiáveis, de baixo custo e que atendam os requisitos de operação das
lâmpadas HPS vêm ao encontro das necessidades do sistema de iluminação como um todo.
Neste trabalho, faz-se um estudo da eficientização do sistema de iluminação pública
da cidade de Santa Maria, RS, Brasil, através da substituição das lâmpadas HPM utilizadas
por lâmpadas HPS, obedecendo aos requisitos do programa RELUZ.
3
As lâmpadas HPS são geralmente alimentadas por reatores eletromagnéticos. Porém,
estes apresentam algumas características indesejáveis, tais como: baixa eficiência,
cintilamento, ruído audível e diminuição da vida útil da lâmpada (Youn, 1996). Para resolver
tais problemas, têm-se desenvolvido pesquisas na área de reatores eletrônicos para
alimentação de lâmpadas de descarga em alta pressão.
A utilização de reatores eletrônicos para a alimentação de lâmpadas de descarga em
baixa pressão, tais como as fluorescentes, é uma tecnologia já bem conhecida. Porém, o
desenvolvimento de reatores eletrônicos para a alimentação de lâmpadas de descarga em alta
pressão, como por exemplo as lâmpadas HPS, ainda encontra vários obstáculos, sendo o
principal deles a ocorrência do fenômeno da ressonância acústica, o qual impossibilita a
operação das lâmpadas de descarga em alta pressão por reatores eletrônicos
convencionalmente empregados para a alimentação de lâmpadas fluorescentes. O fenômeno
da ressonância acústica é descrito em detalhes no capítulo 2.
No capítulo 3 obtêm-se o modelo de pequenos sinais da lâmpada HPS, utilizado no
projeto e simulação dos reatores propostos no capítulo 4.
No capítulo 4, propõe-se uma família de reatores eletrônicos, através da integração de
conversores estáticos, que possam alimentar as lâmpadas HPS utilizadas no sistema de
iluminação pública, de forma confiável, com baixo custo de instalação e manutenção, e que
atendam os requisitos de operação destas lâmpadas. O projeto destas topologias integradas é
mostrado em detalhes no capítulo 5, onde ábacos de projeto são traçados e resultados
experimentais são apresentados, a fim de auxiliar o projetista a realizar o melhor projeto
possível, dependendo da lâmpada a ser alimentada.
Por fim, no capítulo 6, realiza-se um estudo comparativo entre todas as topologias
apresentadas e, no capítulo 7, propõe-se uma metodologia a ser empregada para o controle da
potência ou da corrente das lâmpadas HPS, quando alimentadas por reatores eletrônicos.
4
CAPÍTULO 1
ILUMINAÇÃO PÚBLICA (CASE)
1.1 – Introdução
A iluminação pública é essencial à qualidade de vida nos centros urbanos, atuando
como instrumento de segurança e cidadania, permitindo que as pessoas desfrutem plenamente
do espaço público no período noturno.
Além de estar diretamente ligada à segurança pública no tráfego, a iluminação pública
previne a criminalidade, embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monumentos, prédios e
paisagens, facilita a hierarquia viária, orienta percursos e auxilia o melhor aproveitamento das
áreas de lazer.
A melhoria da qualidade dos sistemas de iluminação pública traduz-se em melhor
imagem da cidade, favorecendo o turismo, o comércio, e o lazer noturno, disseminando a
cultura do uso eficiente e racional da energia elétrica, contribuindo, assim, para o
desenvolvimento social e econômico da população (Eletrobrás, 2006).
A partir da crise de energia do ano de 2001, a necessidade de implementação de
programas de iluminação pública eficiente tornou-se evidente e inadiável, tendo em vista a
sua principal característica: redução de demanda no horário de ponta
1
do sistema elétrico,
devido à modernização das redes de iluminação pública.
O aumento no consumo de energia elétrica, nas últimas décadas, tem causado um
grave problema no setor energético mundial, pois o aumento do fornecimento de energia não
tem acompanhado a demanda do sistema. Esse aumento de consumo deve-se, principalmente,
ao crescimento econômico mundial e à popularização dos equipamentos eletro-eletrônicos.
Esse problema no setor energético faz com que os órgãos governamentais venham a
fomentar pesquisas, tanto na geração da energia elétrica como na eficientização do consumo
da mesma, incentivando, principalmente, o desenvolvimento de equipamentos mais eficientes,
a fim de otimizar o aproveitamento da energia disponível.
1
Horário de Ponta - Período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias consecutivas,
exceção feita aos sábados, domingos e feriados nacionais, considerando as características do seu sistema elétrico
(Resolução da ANEEL N.º 456, de 29 de Novembro de 2000).
5
Considerando que cerca de 3,3% da energia elétrica produzida no Brasil é consumida
pelo sistema de iluminação pública, a implantação de lâmpadas, reatores e luminárias mais
eficientes é de fundamental importância para evitar desperdícios de energia (Eletrobrás,
2006).
1.2 – Programa RELUZ
O Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente (Reluz), criado pelo Governo
Federal, visa o financiamento de projetos destinados a eficientização do sistema de
iluminação pública. O programa pretende investir R$ 2 bilhões até 2010 para tornar eficientes
5 milhões de pontos de iluminação pública e instalar mais 1 milhão de novos pontos no
Brasil. Isto significará uma economia de 1.277 GWh/ano de consumo, o que equivale ao gasto
aproximado de 686 mil residências brasileiras, com consumo médio de 155 kWh/mês
(Eletrobrás, 2006).
Dentre as principais metas do programa está a redução das perdas e melhoria das
condições operativas, disponibilidade de carga para atender novos consumidores, melhoria da
imagem das cidades e das condições noturnas, minimização dos impactos ambientais
decorrentes da implantação de novos empreendimentos energéticos e a criação de uma cultura
de uso eficiente e racional da energia elétrica.
O programa também criou um manual de auxílio ao descarte das lâmpadas de vapor de
mercúrio, substituídas com o financiamento do programa, a fim de evitar a contaminação
ambiental.
1.3 – Estudo de Caso
A fim de ilustrar a eficientização energética obtida pela implantação de lâmpadas HPS
no sistema de iluminação pública, propõe-se um estudo de caso da cidade de Santa Maria, RS,
Brasil.
1.3.1 – Situação no ano de 2001
Segundo levantamento realizado no ano de 2001, pela Prefeitura Municipal de Santa
Maria - RS, a cidade possuía 17.549 pontos de iluminação pública. Estes pontos, de acordo
com a lâmpada utilizada, estavam distribuídos como mostra a tabela 1.1.
6
Observando-se os dados apresentados na tabela 1.1, tem-se uma idéia real dos tipos de
lâmpadas, potências e energia consumida em cada ponto de iluminação da cidade, no ano de
2001.
O gráfico da figura 1.1 mostra a porcentagem de utilização de cada lâmpada, dando
uma visão geral do sistema que estava implantado na cidade.
TABELA 1.1
L
EVANTAMENTO DE DADOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, RS ANO 2001
T
IPO DE
LÂMPADA
POTÊNCIA
(W)
N
ÚMERO
DE
LÂMPADAS
R
ENDIMENTO DO
REATOR
ELETROMAGNÉTICO
TEMPO DE
OPERAÇÃO
DIÁRIA
CONSIDERADO
(h)
C
ONSUMO
DIÁRIO
(kWh)
125 11.578 0,8865 19.589,98
250 3.033 0,8993 10.118,09
VAPOR
DE
M
ERCÚRIO
400 1.422 0,9091 7.508,16
70 30 0,8235 30,60
250 82 0,9025 272,57
360 1.103 0,9023 5.281,16
VAPOR
DE
S
ÓDIO
400 4 0,8811 21,79
FLUORESCENTE 40 12 0,7143 8,06
100 1 - 1,20
INCANDESCENTE
150 16 - 28,80
160 250 - 480,00
MISTA
250 18 -
12
54,00
TOTAL - 17.549 - - 43.394,41
FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, 2001
Segundo dados fornecidos pela Prefeitura Municipal da cidade de Santa Maria, o
preço do kWh pago à concessionária de energia elétrica é de R$ 0,195688, incluindo a
alíquota de ICMS.
O efetivo desembolso mensal para o sistema da tabela 1.1 é apresentado na tabela 1.2.
T
ABELA 1.2
D
ESEMBOLSO MENSAL REFENTE AO GASTO COM ENERGIA ELÉTRICA PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA
MARIA LEVANTAMENTO 2001
C
ONSUMO
DIÁRIO
kWh
C
ONSUMO
MENSAL
kWh
C
USTO POR
kWh
D
ESEMBOLSO
MENSAL
43.394,41 1.301.832,30 R$ 0,195688
R$
254.752,96
7
Figura 1.1 – Porcentagem de cada tipo de lâmpada empregada no sistema de iluminação pública, e parcela de
energia consumida, segundo levantamento de dados no ano de 2001 – Prefeitura de Santa Maria - RS.
1.3.2 – Situação existente (2007)
Em agosto de 2006, a prefeitura municipal de Santa Maria - RS, através de uma
parceria com a concessionária de energia elétrica local, iniciou a eficientização de cerca de
8.450 pontos de iluminação na cidade, substituindo as lâmpadas existentes por lâmpadas HPS,
mantendo a equivalência luminosa.
O investimento total foi de R$ 1.857.889,13, e os valores pagos por ponto substituído,
incluindo a mão de obra, estão apresentados na tabela 1.3.
Ao final da eficientização energética, um novo levantamento do sistema foi realizado
no ano de 2007.
Segundo os dados constantes no relatório de outubro de 2007, fornecido pela
Prefeitura Municipal de Santa Maria, estão instaladas um total de 18.325 lâmpadas na cidade,
distribuídas como mostra a tabela 1.4.
8
TABELA 1.3
V
ALORES PARA SUBSTITUIÇÃO DE LÂMPADA, REATOR E RELÉ, INCLUINDO MÃO DE OBRA
L
ÂMPADAS
V
ALOR
(
COM TROCA DA LUMINÁRIA)
V
ALOR
(
SEM TROCA DA LUMINÁRIA)
70W R$ 272,35 R$ 199,72
150W R$ 301,63 R$ 220,90
250W R$ 318,00 R$ 240,06
T
ABELA 1.4
L
EVANTAMENTO DE DADOS PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, RS ANO 2007
T
IPO DE
LÂMPADA
POTÊNCIA
(W)
N
ÚMERO
DE
LÂMPADAS
R
ENDIMENTO DO
REATOR
ELETROMAGNÉTICO
T
EMPO DE
OPERAÇÃO
DIÁRIA
CONSIDERADO
(h)
C
ONSUMO
DIÁRIO
(kWh)
125 6.670 0,8993 11.125,32
VAPOR DE
MERCÚRIO
250 1.116 0,8865 3.776,65
70 5.434 0,8750 5.216,64
150 2.734 0,8982 5.478,96
250 2.159 0,9025 7.176,73
360 60 0,9022 287,30
VAPOR
DE
S
ÓDIO
400 94 0,8810 397,50
FLUORESCENTE 40 1 0,7143 0,67
HALÓGENA 150 23 - 41,40
INCANDESCENTE 100 2 - 2,40
VAPOR
METÁLICO
250 8 0,9091 26,40
160 4 - 7,68
MISTA
250 20 -
12
60,00
TOTAL - 18.325 - - 33.597,65
FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, 2007
Analisando-se a tabela 1.4 tem-se uma idéia real dos tipos de lâmpadas, potências e
energia consumida por lâmpada nos diferentes pontos de iluminação da cidade.
Ainda, através dos gráficos apresentados na figura 1.2, a porcentagem de utilização de
cada lâmpada é apresentada, dando uma visão geral do sistema atual.
Comparando-se os gráficos da figura 1.1 (sistema em 2001) e 1.2 (sistema em 2007),
nota-se um aumento significativo no número de lâmpadas HPS empregadas no sistema, o que
propicia uma redução significativa no desembolso mensal da Prefeitura Municipal com o
sistema de iluminação pública.
9
Figura 1.2 – Porcentagem de cada tipo de lâmpada empregada no sistema de iluminação pública, e parcela de
energia consumida segundo levantamento de dados no ano de 2007.
O desembolso mensal da prefeitura para o sistema em 2007 é mostrado na tabela 1.5.
TABELA 1.5
D
ESEMBOLSO MENSAL REFENTE AO GASTO COM ENERGIA ELÉTRICA PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA,
RS ANO 2007
C
ONSUMO
DIÁRIO
kWh
CONSUMO
MENSAL
kWh
C
USTO POR
kWh
DESEMBOLSO
MENSAL
33.597,65 1.007.929,50 R$ 0,195688
R$
197.239,71
Comparando-se as tabelas 1.4 (sistema em 2007) e 1.1 (sistema em 2001), constata-se
uma significativa melhoria na iluminação pública em relação ao consumo de kWh, mesmo
com o número de lâmpadas instaladas sendo maior no sistema atual.
A tabela 1.6 apresenta a diferença de desembolso entre os dois sistemas (2001 e 2007),
a economia conseguida com a eficientização realizada e o tempo de retorno para o
investimento.
10
TABELA 1.6
V
ALOR INVESTIDO NO SISTEMA E COMPARAÇÃO DE GASTOS MENSAIS DOS SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
D
ESEMBOLSO MENSAL ANTERIOR (2001) R$ 254.752,96
DESEMBOLSO MENSAL ATUAL (2007) R$ 197.239.71
ECONOMIA DO SISTEMA R$ 57.513,25
INVESTIMENTO TOTAL R$ 1.857.889,13
TEMPO PARA RETORNO DO INVESTIMENTO (MESES) 32,3
Em se conhecendo o número de pontos eficientizados e de acordo com o total
investido, pode-se calcular uma estimativa da porcentagem do investimento que foi gasto com
a troca de luminárias, tendo como base os valores apresentados na tabela 1.3.
Constatou-se que, 5,815% do valor total investido foi gasto na compra de luminárias, o
que corresponde a R$ 102.095,11.
1.3.3 – Eficientização energética proposta
Apesar do investimento realizado no sistema de iluminação pública da cidade de Santa
Maria - RS, ainda restam pontos de iluminação a serem eficientizados.
Para cálculo da eficientização total do sistema, supõe-se a substituição de todas as
lâmpadas mistas e de vapor de mercúrio, atualmente utilizadas, por lâmpadas HPS,
considerando-se que a quantidade de lumens total de cada ponto do sistema de iluminação
pública existente não deva ser reduzida.
A equivalência para realização da substituição, seguindo o critério de não alteração da
quantidade de lumens total do sistema, é apresentada na tabela 1.7.
T
ABELA 1.7
E
QUIVALÊNCIA PARA SUBSTITUIÇÃO POR LÂMPADAS HPS
L
ÂMPADA EXISTENTE LÂMPADA PROPOSTA
MISTA HPS
Potência
Eficácia
luminosa
Fluxo luminoso
total
Potência
Eficácia
luminosa
Fluxo luminoso
total
160 W 18,8 lm/W 3.008 lm
250 W 22 lm/W 5.500 lm
70 W 85,8 lm/W 6.006 lm
VAPOR DE MERCÚRIO HPS
125 W 48 lm/W 6.000 lm 70 W 85,8 lm/W 6.006 lm
250 W 50 lm/W 12.500 lm 150 W 90 lm/W 13.500 lm
400 W 55 lm/W 22.000 lm 250 W 108 lm/W 27.000 lm
11
Seguindo-se a tabela de equivalência (tabela 1.7), tem-se a configuração do sistema de
iluminação pública proposto para a cidade de Santa Maria - RS, conforme apresentado na
tabela 1.8.
De acordo com o preço do kWh já apresentado, pode-se calcular o desembolso mensal
previsto para o sistema proposto de acordo com a tabela 1.9.
T
ABELA 1.8
S
ISTEMA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA PROPOSTO SANTA MARIA, RS, BRASIL
T
IPO DE
LÂMPADA
POTÊNCIA
(W)
N
ÚMERO
DE
LÂMPADAS
R
ENDIMENTO DO
REATOR
ELETROMAGNÉTICO
TEMPO DE
OPERAÇÃO
DIÁRIA
CONSIDERADO
(h)
C
ONSUMO
DIÁRIO
(kWh)
70 12.128 0,8750 11.642,88
150 3.850 0,8982 7.715,43
250 2.159 0,9025 7.176,73
360 60 0,9022 287,30
VAPOR
DE
S
ÓDIO
400 94 0,8810 397,50
FLUORESCENTE 40 1 0,7143 0,67
HALÓGENA 150 23 - 41,40
INCANDESCENTE 100 2 - 2,40
VAPOR
METÁLICO
250 8 0,9091
12
26,40
TOTAL - 18.325 - - 27.290,71
T
ABELA 1.9
D
ESEMBOLSO MENSAL DO SISTEMA PROPOSTO PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA, RS
C
ONSUMO
DIÁRIO
kWh
CONSUMO
MENSAL
kWh
C
USTO POR
kWh
D
ESEMBOLSO
MENSAL
27.290,71 818.721,30 R$ 0,195688
R$
160.213,93
Com a implantação do sistema de iluminação pública proposto, tem-se uma economia
mensal em gastos com energia elétrica, em relação ao sistema existente em 2007, de R$
37.025,78.
A tabela 1.10 apresenta os pontos de iluminação do sistema de 2007 que ainda
deveriam ser substituídos segundo o modelo proposto, e seu respectivo custo de instalação.
Analisando-se o custo para a eficientização total do sistema, e levando-se em conta a
estimativa de investimento para a troca de luminárias calculada anteriormente de 5,815 %,
pode-se chegar aos valores da tabela 1.11, onde é apresentado o montante ainda necessário
12
para concluir a instalação do sistema proposto para a iluminação pública da cidade de Santa
Maria.
T
ABELA 1.10
L
ÂMPADAS A SEREM SUBSTITUÍDAS E SEU RESPECTIVO CUSTO
T
IPO DE LÂMPADA
EXISTENTE
POTÊNCIA DAS
LÂMPADAS
(W)
POTÊNCIA DE
LÂMPADA
HPS
PROPOSTA
(W)
Q
UANTIDADE DE
LÂMPADAS
CUSTO PARA A
SUBSTITUIÇÃO
,
INCLUINDO MÃO
DE OBRA
250 150 1116 R$ 246.524,40 VAPOR DE
MERCÚRIO
125 70 6670 R$
1.332.132,40
250 20 R$ 3.994,40
MISTA
160
70
4 R$
798,88
CUSTO TOTAL R$ 1.583.450,08
T
ABELA 1.11
I
NVESTIMENTO TOTAL PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PROPOSTO
C
USTO TOTAL DAS LÂMPADAS A SEREM
SUBSTITUÍDAS
R$ 1.583.450,08
CUSTO ESTIMADO PARA INSTALAÇÃO DAS
LUMINÁRIAS
R$ 92.077,62
CUSTO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA
PROPOSTO
R$ 1.675.527,70
Comparando-se os dados sobre o consumo do sistema em 2001 e o atual (2007), para a
iluminação pública de Santa Maria - RS, observa-se que o investimento realizado já
possibilitou uma economia de cerca de 22,58%. Com a implantação do sistema proposto uma
redução no consumo de 18,77% em relação ao sistema em 2007 ainda pode ser atingida.
Estas comparações podem ser visualizadas na figura 1.3, no gráfico comparativo do
consumo anual dos três sistemas.
1.4 – Conclusão
Diante das necessidades crescentes das populações e a escassez de recursos é de
fundamental importância a busca de otimização da aplicação dos recursos financeiros. Um
dos itens relevantes na gestão é o controle de gastos com iluminação pública, de
responsabilidade, normalmente, dos órgãos públicos municipais.
13
Figura 1.3 – Gráfico comparativo entre o consumo anual do sistema anterior (2001), atual (2007) e proposto.
Essa realidade exige que se utilizem sistemas mais eficientes de iluminação pública,
com redução de gastos e conseqüente melhoria da eficiência.
A eficientização já realizada no ano de 2007 no sistema de iluminação pública da
cidade de Santa Maria - RS proporcionou uma considerável economia para os cofres públicos,
facultando o direcionamento desses valores para outras necessidades da população, além de
minimizar os impactos ambientais decorrentes da implantação de novos empreendimentos de
geração de energia elétrica.
Porém, no intuito de se chegar à eficientização total do sistema, um investimento
aproximado de R$ 1.675.527,70 ainda se faz necessário, pois resultará em uma economia
mensal de mais R$ 37.025,78, montante este que poderá ser redirecionado a outras esferas da
administração pública.
O estudo realizado, neste capítulo, baseia-se na substituição das lâmpadas HPM por
lâmpadas HPS. Um maior impacto na eficientização energética dos sistemas de iluminação
pública pode ser conseguido, ainda, através da utilização de reatores eletrônicos em
substituição aos eletromagnéticos convencionais. Esta substituição tem como principal
vantagem à possibilidade de variação da intensidade luminosa em determinados períodos,
reduzindo-se, ainda mais, o consumo do sistema. É nesta direção, que nos próximos capítulos,
são propostas possíveis topologias de reatores eletrônicos para alimentação de lâmpadas HPS.
14
CAPÍTULO 2
RESSONÂNCIA ACÚSTICA
2.1 – Introdução
O emprego de reatores eletrônicos para a alimentação de lâmpadas fluorescentes, em
alta freqüência, é uma tecnologia já consolidada e difundida nos sistemas de iluminação
atuais.
Cabe ressaltar que a utilização de reatores eletrônicos para a alimentação de lâmpadas
de descarga em alta pressão (HID), ainda encontra algumas barreiras tecnológicas para sua
efetiva consolidação no mercado, sendo a principal delas, a ocorrência do fenômeno da
ressonância acústica.
Desta forma, as configurações topológicas utilizadas para alimentação de lâmpadas
fluorescentes não podem ser diretamente empregadas nas lâmpadas HID. Este é um dos
principais fatores que contribui para o grande emprego, ainda, de reatores eletromagnéticos na
alimentação destas lâmpadas.
Portanto, para se realizar um projeto eficiente e confiável de um reator eletrônico para
a alimentação de lâmpadas HID, é fundamental conhecer as causas e implicações do
fenômeno da ressonância acústica.
2.2 – Explicação sobre o fenômeno e suas conseqüências
Todos os corpos que possuem massa e certa elasticidade podem vibrar. Vibrações que
surgem a partir de excitações externas são chamadas “vibrações forçadas”. Quando uma
excitação é periódica (ou oscilatória), o sistema é forçado a vibrar na freqüência de excitação.
Se a freqüência de excitação coincidir com uma das freqüências naturais do sistema, uma
condição de ressonância é encontrada, e uma vibração de grande amplitude pode surgir
(Sinha, 1992).
Na ressonância, a energia transferida entre a fonte de excitação e o sistema vibrante é
máxima. Desta forma, uma pequena energia de excitação pode produzir grandes amplitudes
de vibração, sendo uma característica indesejável à operação de lâmpadas de descarga.
15
O fenômeno da ressonância acústica, em lâmpadas de descarga, ocorre quando a
freqüência imposta, pelo reator, se aproxima de uma das freqüências naturais da lâmpada,
fazendo com que as ondas de pressão se tornem propagáveis e venham a provocar distúrbio
no caminho de descarga (Groot, 1986).
Porém, este distúrbio só é visível se a energia relacionada à freqüência de ressonância
for suficientemente grande. Todavia, os efeitos da ressonância acústica são detectados mesmo
quando não há modificações visíveis no caminho de descarga. Por esta razão, a identificação
da ocorrência ou não da ressonância acústica através de inspeção visual não constitui uma
forma adequada (Jogerius, 1984; Olsen, 2005).
Nas lâmpadas fluorescentes (lâmpadas de descarga em baixa pressão), as freqüências
naturais estão localizadas distantes das freqüências normalmente utilizadas para sua
alimentação (20 kHz – 50 kHz), contrariamente às lâmpadas HID, as quais apresentam
freqüências naturais localizadas nesta faixa.
Por esta razão, as configurações topológicas normalmente empregadas para
alimentação de lâmpadas fluorescentes, não podem ser aplicadas diretamente às lâmpadas
HID.
Mudança na cor da luz, instabilidades no caminho de descarga, flutuações na
intensidade luminosa e, em situação extrema, a quebra do tubo de descarga, como mostrado
na figura 2.1, são algumas das conseqüências causadas pelo fenômeno da ressonância
acústica.
Figura 2.1 – Tubo de descarga rompido devido ao fenômeno da ressonância acústica (lâmpada HPS 400W)
(Epron, 1999).
2.3 – Métodos utilizados para não excitar o fenômeno da ressonância acústica
O projeto e desenvolvimento de reatores eletrônicos para alimentação de lâmpadas
HID a fim de garantir uma operação eficiente e confiável é o grande desafio dos
16
pesquisadores desta área. Nesta direção, diversos trabalhos tem sido publicados na literatura,
propondo técnicas para não excitação deste fenômeno.
Pode-se, desta maneira, classificar os métodos apresentados tomando-se como base a
figura 2.2.
Figura 2.2 – Regiões de instabilidade de lâmpadas HID (Fellows, 2003).
2.3.1 – Operação em corrente contínua (CC)
Este método consiste em manter constante a potência entregue à lâmpada, evitando,
assim, que uma energia aplicada em uma determinada freqüência venha a coincidir com uma
das freqüências naturais da lâmpada.
A operação CC causa a deterioração excessiva de apenas um dos eletrodos
(cataforese), reduzindo, drasticamente, a vida útil da lâmpada. Por esta razão, este método não
é utilizado para evitar a ocorrência do fenômeno da ressonância acústica.
2.3.2 – Operação em baixa freqüência
Como é observado na figura 2.2, nesta faixa consegue-se uma operação estável da
lâmpada. Isto explica a disseminação no uso de reatores eletromagnéticos que alimentam a
lâmpada sob forma de onda senoidal em baixa freqüência.
Uma segunda opção da operação em baixa freqüência é aplicar à lâmpada uma forma
de onda quadrada através do emprego de reatores eletrônicos (Có, 2002; Miaosen, 2002;
Tsorng, 2002; Marques, 2003; Shen, 2003). Esta possui a vantagem de se evitar a re-ignição a
cada semi-ciclo de rede, aumentar a vida útil e melhorar o conforto visual da iluminação.
17
Dentre os métodos utilizados no intuito de se evitar as conseqüências danosas do
fenômeno da ressonância acústica, a opção de alimentar a lâmpada sob forma de onda
quadrada em baixa freqüência, através da utilização de reatores eletrônicos, parece ser o
método mais confiável e difundido entre os pesquisadores da área.
2.3.3 – Operação em alta freqüência
Na faixa de alta freqüência, normalmente utilizada para alimentação de lâmpadas
fluorescentes por reatores eletrônicos, diversos métodos são também propostos para a
alimentação de lâmpadas HID. Neste trabalho analisam-se alguns dos principais.
2.3.3.1 – Freqüência fixa
Este método consiste na escolha de uma freqüência de operação fora das faixas de
ressonância consideradas, isto é, em uma faixa livre de ressonância acústica (Batschauer,
2002; Egert, 2004).
É um método empregado, principalmente, para operação de lâmpadas HPS, pois suas
zonas livres de ressonância são as maiores dentre as lâmpadas de descarga em alta pressão.
Porém, diversas são as grandezas que influenciam na localização das zonas livres de
ressonância, tais como: potência da lâmpada, geometria do tubo de descarga, pressão interna
do tubo e composição dos gases. Estando, ainda, estas grandezas relacionadas ao tempo de
utilização da lâmpada e ao fabricante (Fellows, 2003).
Desta forma, torna-se muito difícil prever a localização destas zonas livres de
ressonância durante toda a vida útil da lâmpada e para a enorme gama de lâmpadas presentes
no mercado.
2.3.3.2 – Método de variação de freqüência randômico
O método proposto por Laskai (1998) e Wei (2001), consiste em limitar a amplitude
de cada uma das harmônicas de alta freqüência a um valor máximo através de um
espalhamento de espectro, garantindo uma operação livre da ressonância acústica, enquanto a
potência total da lâmpada permanece inalterada.
Os resultados experimentais obtidos por Wei (2001) e André (2003) demonstram que
o presente método não é capaz de eliminar as instabilidades no arco ao longo de toda a faixa
18
de freqüência, vindo a ser eficaz somente se a freqüência central escolhida se encontrar em
uma das faixas livres de ressonância. Porém, esta escolha se torna muito difícil devido a
influência de diversos fatores, como os já anteriormente citados.
2.3.3.3 – Identificação dos parâmetros elétricos da lâmpada
A identificação dos parâmetros elétricos da lâmpada em tempo real é utilizada para
garantir uma operação livre do fenômeno da ressonância acústica. O método consiste em
mudar a freqüência de operação da lâmpada sempre que houver alguma alteração em uma das
grandezas medidas (Caldeira, 1997; Peng, 1997; Zhou, 1999; Phuong, 1999; Hsieh, 2001).
O que deve ser levado em conta, porém, é que algumas vezes o circuito utilizado para
identificação dos parâmetros não é capaz de detectar pequenos distúrbios ou, em
contrapartida, pode vir a identificar variações de outra natureza que não sejam devidas à
ocorrência da ressonância acústica, tais como: reflexos da variação da tensão na rede,
mudança da impedância da lâmpada ao longo da vida útil, entre outras. Além disso, com a
tecnologia atualmente disponível (sensores, DSP, etc), os custos de implementação se tornam
elevados.
2.3.3.4 – Formas de onda não-senoidais
Teoricamente, o fenômeno da ressonância acústica é causado por flutuações na
potência da lâmpada em uma freqüência que venha a coincidir com uma das faixas propicias à
excitação do fenômeno, isto é, se as lâmpadas forem alimentadas em potência constante a
ressonância acústica não ocorre (Ching, 2003).
Portanto, se a lâmpada for considerada uma resistência pura e for alimentada por uma
forma de onda perfeitamente quadrada em alta freqüência, não há a ocorrência do fenômeno
da ressonância acústica. Todavia, em aplicações práticas, isto não é possível, pois deve-se
considerar os tempos de transição da forma de onda quadrada, o que faz com que o espectro
de potência não possua somente a componente contínua.
Uma outra opção é proposta por Alonso (2005) e Morais (2007), onde a lâmpada é
alimentada por uma forma de onda senoidal superposta por sua terceira harmônica. Neste
caso, a potência na lâmpada não é perfeitamente constante, entretanto a interferência
eletromagnética é reduzida em relação à alimentação com forma de onda quadrada em alta
freqüência.
19
Segundo os autores, com a técnica proposta não se detectou o fenômeno da
ressonância acústica, porém entende-se que estudos com diferentes tipos de lâmpadas e em
diferentes freqüências de operação ainda devam ser realizados para comprovar a real
efetividade da técnica.
2.3.4 – Operação em extra-alta freqüência
Como pode ser verificado na figura 2.2, nesta faixa de freqüência não há a ocorrência
da ressonância acústica. Alguns trabalhos foram publicados na literatura, alimentando a
lâmpada nesta faixa (Gulko, 1997; Masato, 1998; Redl, 1999).
Entretanto, para se efetuar o projeto destes reatores, deve-se considerar as
capacitâncias e indutâncias intrínsecas do sistema, aplicando ainda técnicas de comutação
suave a fim de reduzir as perdas nos interruptores e a interferência eletromagnética.
2.4 – Conclusão
Neste capítulo realiza-se uma breve discussão a respeito da ocorrência da ressonância
acústica em lâmpadas HID, descrevendo os principais métodos apresentados na literatura para
garantir a não excitação do fenômeno e, desta forma, garantir uma operação estável da
lâmpada.
Dentre as técnicas analisadas, algumas das utilizadas para operação da lâmpada em
alta freqüência, onde a excitação deste fenômeno é iminente, se mostram extremamente
atraentes. Entretanto, necessitam de estudos e ensaios adicionais para comprovar a sua real
efetividade.
Neste trabalho, opta-se, como técnica para não excitação do fenômeno da ressonância
acústica, pela alimentação da lâmpada sob forma de onda quadrada em baixa freqüência, pois
se trata de um método já bastante difundido e com confiabilidade comprovada através de
diversos trabalhos já publicados.
20
CAPÍTULO 3
MODELO DA LÂMPADA HPS
3.1 – Introdução
Desde o surgimento das primeiras lâmpadas de descarga, diversos trabalhos têm sido
desenvolvidos na busca de um modelo matemático simples e eficaz.
A característica de resistência incremental negativa torna inviável a conexão direta
deste tipo de lâmpada à rede elétrica, necessitando-se de um dispositivo (reator) capaz de
controlar a corrente na lâmpada, a fim de se garantir uma operação estável (Deng, 1997).
Para se efetuar, no entanto, um projeto adequado do reator é necessário obter-se uma
representação matemática da impedância característica da lâmpada.
Diversos trabalhos são propostos, na literatura, para se obter um modelo matemático
para as lâmpadas de descarga. Alguns modelos, no entanto, são baseados no princípio físico
da descarga, o que os torna, muitas vezes, complexos para a aplicação direta no
desenvolvimento de reatores (Herrick, 1980; Laskowski, 1981).
Dentre os modelos estudados, o modelo de pequenos sinais no domínio da freqüência
parece ser o mais adequado para se avaliar as características da interação reator-lâmpada, pois
é simples de ser obtido e capaz de fornecer os parâmetros necessários para se efetuar um
projeto adequado (Groot, 1986; Deng, 1997; Ribas, 2002; Alonso, 2005).
Neste capítulo, desenvolve-se um modelo matemático de pequenos sinais para uma
lâmpada HPS de 70W, o qual é posteriormente empregado no projeto e desenvolvimento dos
reatores eletrônicos propostos para o sistema de iluminação pública.
3.2 – Conversor utilizado para modelagem
Para se estudar a impedância incremental da lâmpada através de um modelo de
pequenos sinais, uma perturbação de pequena amplitude deve ser aplicada em torno do ponto
de operação.
No trabalho desenvolvido por Hu (2001) a perturbação é aplicada considerando uma
operação CC da lâmpada em regime permanente. No entanto, para desenvolvimento do
21
modelo de pequenos sinais proposto neste trabalho, a lâmpada é alimentada com forma de
onda quadrada em baixa freqüência, pois este será o ponto de operação considerado no
desenvolvimento dos reatores eletrônicos propostos no capítulo 4.
Para obtenção do modelo utiliza-se a topologia apresentada na figura 3.1.
Figura 3.1 – Conversor utilizado para obtenção do modelo da lâmpada HPS.
O reator é composto por um retificador de entrada, um conversor Buck, utilizado para
controlar a potência na lâmpada, um inversor Full-Bridge responsável pela alimentação da
lâmpada em baixa freqüência (150Hz) com forma de onda quadrada e um ignitor, empregado
a fim de garantir o pulso de alta tensão necessário ao início do processo de descarga.
A perturbação em torno do ponto de operação é injetada, conforme mostrado na figura
3.1, através de uma modulação adequada da razão cíclica do conversor Buck.
3.2.1 – Projeto do reator eletrônico Buck Full-Bridge
O projeto do reator eletrônico, utilizado para obtenção do modelo da lâmpada, deve
obedecer a três requisitos básicos:
22
1) O capacitor do filtro de entrada (C
B
) deve ser projetado a fim de garantir que a
ondulação da tensão da rede não interfira na obtenção do modelo real da lâmpada. Admite-se
uma ondulação máxima da tensão de entrada de 5%, sendo o projeto do capacitor de
barramento (C
B
) definido pela equação 3.1.
F
.f].)).(V(V[
P
C
rinin
out
B
μ
ηδ
470
1
2
2
=
=
(3.1)
2) O capacitor de saída (C
out
) deve ser dimensionado de forma a não atenuar,
significativamente, as freqüências de modulação na faixa considerada (10 Hz a 50 kHz).
3) Após a ignição da lâmpada o enrolamento secundário do circuito ignitor (L
ig2
) é
curto-circuitado, a fim de que sua indutância não interfira na obtenção do modelo,
principalmente, para freqüências de modulação mais elevadas.
Obedecendo-se aos três requisitos básicos anteriores, projeta-se o reator eletrônico,
tendo como base os parâmetros definidos na tabela 3.1.
TABELA 3.1
D
ADOS PARA PROJETO DO REATOR ELETRÔNICO
Tensão de entrada (V
in
)
180V
Lâmpada a ser modelada
70W OSRAM VIALOX
®
NAV
®
E LONGLIFE
Conversor Buck 80kHz
Freqüência de operação
Inversor Full-Bridge – 150Hz
Para projeto do indutor L
Buck
considera-se a equação 3.2.
H
f.Pout.
)D.(V
L
op
maxCout
Buck
μ
460
2
1
2
=
=
(3.2)
O capacitor de saída (C
out
) é dimensionado de acordo com o requisito número 2, pela
equação 3.3.
cc
out
X..j
C
ω
1
=
(3.3)
23
3.3 – Representação matemática do modelo de pequenos sinais
Para se efetuar o estudo da impedância incremental da lâmpada, através de um modelo
de pequenos sinais, uma perturbação de pequena e suficiente amplitude deve ser aplicada em
torno do ponto de operação.
Considerando a operação da lâmpada sob forma de onda quadrada em baixa
freqüência, pode-se definir matematicamente a perturbação no ponto de operação pela
expressão 3.4.
=
+=
n
n
sq
mod
^
Coutlamp
n.
]t.).n.[(sen
.)).t(vV()t(v
1
12
12
4
ω
π
(3.4)
onde, )t.cos(.v)t(v
m
m
^
mod
^
ω
=
(3.5)
Associada a perturbação na tensão uma resposta em corrente na forma da equação 3.6
é esperada.
=
+=
n
n
sq
mod
^
lamp
Cout
lamp
n.
]t.).n.[(sen
..)t(i
R
V
)t(i
1
12
12
4
ω
π
(3.6)
onde, )t.cos(.i)t(i
m
m
^
mod
^
βω
=
(3.7)
Considerando-se as equações 3.5 e 3.7, pode-se escrever a impedância de pequenos
sinais da lâmpada por:
β
=
^
m
^
m
lamp
i
v
Z
(3.8)
Na figura 3.2, apresenta-se a representação gráfica da equação 3.4 e sua resposta em
corrente conforme a equação 3.6, para uma freqüência de modulação de 10Hz.
24
Figura 3.2 – Formas de onda de tensão e de corrente na lâmpada com modulação em 10 Hz.
3.4 – Resultados experimentais para modulação de pequenos sinais
Visando definir um modelo de pequenos sinais para uma lâmpada HPS de 70 W que
possibilite a obtenção de sua impedância incremental característica, diversas aquisições foram
realizadas para diferentes freqüências de modulação, utilizando-se a topologia apresentada na
figura 3.1.
Para a obtenção da impedância de pequenos sinais da lâmpada, realizam-se medições
de tensão e de corrente associadas a cada freqüência de modulação.
Os resultados obtidos foram analisados através do programa Mathcad
®
, para a
obtenção do módulo e ângulo da impedância incremental da lâmpada em cada freqüência de
perturbação em torno do ponto de operação. Os resultados obtidos são apresentados na tabela
3.2.
Na figura 3.3 são ilustrados dois exemplos de resultados experimentais obtidos para as
freqüências de modulação de 30 Hz e 2,4 kHz.
25
TABELA 3.2
I
MPEDÂNCIA INCREMENTAL DA LÂMPADA DE 70 W OSRAM VIALOX, ASSOCIADA A FREQÜENCIA DE MODULAÇÃO
Freqüência da Perturbação
Hz
|Z
lamp
|
Z
lamp
o
10 15,678 174,62
20 15,514 175,34
30 17,305 172,87
40 15,919 170,23
50 13,537 172,36
60 16,029 170,54
80 15,986 167,45
90 14,769 166,48
100 15,824 168,27
150 13,761 171,78
200 13,883 150,13
300 14,442 141,26
400 15,352 131,64
500 17,997 111,84
600 17,586 116,38
800 20,074 103,34
900 21,486 96,92
1000 31,375 105,51
2000 46,383 79,96
5000 69,669 46,40
10.000 82,256 28,04
20.000 78,579 16,16
30.000 80,215 12,59
40.000 74,233 7,89
50.000 84,634 4,70
(a) Freqüência de modulação de 30 Hz. (b) Freqüência de modulação de 2,4 kHz.
Figura 3.3 – Resultados experimentais de tensão (25 V/div, maior amplitude) e corrente (1 A/div, menor
amplitude) na lâmpada.
26
Com base nos resultados experimentais obtidos e de acordo com Deng (1997) e
Alonso (2005), a impedância incremental da lâmpada HPS pode ser modelada no domínio da
freqüência em função de um ganho
K, um pólo localizado no semi-plano esquerdo, e um zero
localizado no semi-plano direito, caracterizando-se por uma impedância de fase não mínima,
conforme define a equação 3.9.
ps
zs
.K)s(Z
lamp
+
=
(3.9)
Analisando-se os resultados experimentais apresentados na tabela 3.2 para uma
lâmpada HPS de 70 W (OSRAM VIALOX
®
NAV
®
E LONGLIFE) e de acordo com a
equação 3.9, obtêm-se a localização do zero e do pólo, bem como o valor do ganho
K que
melhor caracterizam o sistema no domínio da freqüência.
A figura 3.4 apresenta o diagrama de Bode com os valores de módulo e fase da
impedância experimentalmente obtida para cada freqüência de modulação analisada. De
acordo com estes dados, pode-se realizar um traçado teórico da impedância incremental da
lâmpada, o qual é definido pela equação 3.10.
84918
51413
75
.s
,.s
.)s(Z
lamp
+
=
(3.10)
O modelo de pequenos sinais obtido, é capaz de definir um modelo teórico com uma
aproximação aceitável para a lâmpada HPS nas freqüências de interesse entre 10Hz e 50kHz.
Porém, algumas observações feitas experimentalmente denotam uma resposta dinâmica muito
lenta (15 a 25 minutos) quando se varia a potência da lâmpada (Ribas, 2002).
Esta característica advém das altas temperaturas de operação das lâmpadas de
descarga em alta pressão, que faz com que estas possuam uma dinâmica de resposta térmica
muito lenta, fazendo com que abaixo da freqüência de 10 Hz a lâmpada HPS não possa ser
modelada por um sistema simples de um pólo e um zero. Porém, para analise de estabilidade
necessária ao projeto do reator eletrônico utilizado na alimentação destes tipos de lâmpada, a
aproximação feita pela equação 3.10 é suficiente.
Na operação da lâmpada em alta freqüência, como se pode observar no diagrama de
Bode da figura 3.4, a lâmpada possui uma característica resistiva. Isto ocorre, porque nesta
faixa de freqüência o período de inversão da tensão aplicada à lâmpada é muito menor que a
27
constante de ionização do gás. Desta forma, o plasma não tem tempo suficiente para se ionizar
e se recombinar dentro de um período (Deng, 1997).
Figura 3.4 – Diagrama de Bode dos resultados experimentais e do modelo teórico para a impedância
incremental de uma lâmpada HPS de 70W.
3.5 – Definição de um modelo para simulação
Um modelo Pspice de uma lâmpada HID é proposto por Yan (2004), visando simular
as características de operação em baixa e alta freqüência, bem como prever a ocorrência do
fenômeno da ressonância acústica baseado em uma equação empírica da impedância da
lâmpada.
O modelo proposto neste trabalho para simulação, visa avaliar as condições de
estabilidade do sistema de uma forma simples, a fim de se obter uma resposta satisfatória da
interação reator-lâmpada.
O modelo para simulação tem como base a impedância de pequenos sinais da lâmpada
anteriormente ensaiada, descrita pela equação 3.10. A implementação do modelo nas
simulações dá uma idéia mais precisa dos resultados esperados na prática.
28
A figura 3.5 apresenta o modelo de pequenos sinais utilizado para a realização das
simulações no software ORCAD
®
dos reatores eletrônicos a serem propostos no capítulo 4.
Figura 3.5 – Modelo de pequenos sinais de uma lâmpada HPS de 70W utilizado para simulação no software
ORCAD
®
.
A função GLAPLACE na figura 3.5 é definida pela equação 3.11. Considerando-se
uma tensão aplicada V
lamp, obtêm-se uma resposta em corrente, definida pelo modelo de
pequenos sinais implementado.
)s(Z
GLAPLACE
lamp
1
=
(3.11)
A figura 3.6 mostra o Diagrama de Bode da resposta em freqüência simulada,
demonstrando que os resultados estão de acordo com os experimentais previamente obtidos.
Frequency
1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz
Vp(VLAMP)- Ip(V2)
0d
90d
180d
SEL>>
Vdb(VLAMP)- Idb(V2)
10
20
30
40
50
Figura 3.6 – Resultados de simulação, no domínio da freqüência, do modelo da lâmpada HPS.
29
3.6 – Conclusão
Segundo a teoria de controle, sistemas que possuem um ou mais zeros no semi-plano
direito do plano “s”, no modelo de sua impedância, apresentam característica instável quando
alimentados diretamente a partir de fontes de tensão não controladas.
A presença de zeros no semi-plano direito faz com que o sistema apresente pólos no
semi-plano direito, tornando-se um sistema instável.
Analisando-se a equação da impedância de pequenos sinais apresentada neste capítulo,
conclui-se que a operação da lâmpada de descarga HPS sem uma metodologia de controle
adequada ou um dispositivo de limitação de corrente, a partir da rede elétrica, é uma tarefa
inviável.
Além do modelo da lâmpada mostrar a necessidade de alimentação da lâmpada através
de um reator, já bem difundida na literatura, este modelo é capaz de propiciar ao projetista
uma idéia de operação da lâmpada, a fim de se efetuar um projeto confiável do reator que
venha atender as condições de estabilidade do sistema como um todo.
30
CAPÍTULO 4
REATORES ELETRÔNICOS INTEGRADOS
4.1 – Introdução
A utilização das lâmpadas HPS vem se disseminando, principalmente, nos sistemas de
iluminação pública, devido a sua alta eficácia luminosa (lm/W) e seu adequado índice de
reprodução de cores (Marchesan, 2005; Sincero, 2007).
O programa RELUZ, do Governo Federal, é uma realidade da preocupação atual com
a eficientização dos sistemas de iluminação pública, através da implantação de tecnologias
inovadoras que visam o uso racional da energia elétrica.
Dentro desta perspectiva, dispositivos mais eficientes, confiáveis e de baixo custo que
venham a alimentar lâmpadas HPS são de grande valia no desenvolvimento destes sistemas.
Atualmente, porém, no sistema de iluminação pública, são empregados reatores
eletromagnéticos para a alimentação das lâmpadas HPS, os quais possuem grande peso e
volume, além de não propiciarem um aproveitamento total da vida útil da lâmpada.
Este cenário ocorre devido a inexistência de reatores eletrônicos no mercado, capazes
de alimentar as lâmpadas HPS com a confiabilidade que se deseja.
A redução dos custos de manutenção do sistema, com implantação de lâmpadas HPS,
é uma realidade face a sua elevada vida útil (cerca de 24000h). Todavia, de nada adianta ter
uma fonte de luz durável se não houver um reator capaz de propiciar o mesmo tempo de
operação do sistema, sem falhas.
A substituição de reatores eletromagnéticos por eletrônicos, em sistemas de
iluminação residenciais que utilizam lâmpadas fluorescentes, é um fato já consolidado no
mercado consumidor atual, porém, o emprego de reatores eletrônicos para alimentação de
lâmpadas HID ainda encontra-se em desenvolvimento.
Diversos são os fatores que implicam no tímido aparecimento de reatores eletrônicos
para alimentação de lâmpadas HID, dentre eles, pode-se citar, principalmente, a ocorrência do
fenômeno da ressonância acústica, já estudado no segundo capítulo deste trabalho.
Dentre as propostas descritas no capítulo 2 para garantir a não excitação do fenômeno
da ressonância acústica, de forma não prejudicial à operação confiável da lâmpada HPS,
31
pode-se citar a alimentação da lâmpada com forma de onda quadrada em baixa freqüência,
como sendo a mais difundida entre os pesquisadores da área.
Levando-se em conta este panorama, e os diversos trabalhos já publicados por
pesquisadores da área, esta foi a forma escolhida para se realizar a alimentação das lâmpadas
HPS neste trabalho.
No capítulo 3, ao realizar um modelo para lâmpada HPS, conclui-se que a mesma
necessita de um dispositivo de controle ou limitação de corrente a fim de garantir sua
operação estável.
Portanto, a configuração convencional do reator eletrônico para alimentar a lâmpada
HPS, sob forma de onda quadrada, deve conter três estágios de potência.
O primeiro estágio deve ser desenvolvido para propiciar a alimentação através de uma
forma de onda quadrada em baixa freqüência. Este estágio é conhecido como estágio inversor.
Um segundo deve controlar a corrente na lâmpada, pois como visto anteriormente no
capítulo 3, o modelo da Lâmpada possui um zero no semi-plano direito do plano “s”, o que
impede a alimentação da mesma, de maneira clássica, diretamente a partir de uma fonte de
tensão.
Por último, um estágio de correção do fator de potência deve ser projetado para
garantir um aproveitamento da energia com a qualidade necessária.
Além dos requisitos citados, o processo de ignição das lâmpadas HPS é um importante
fator a ser analisado no desenvolvimento dos reatores propostos.
Neste capítulo, são abordados os diversos estágios necessários à alimentação de
lâmpadas HPS sob forma de onda quadrada em baixa freqüência, analisando-se as topologias
comumente empregadas em cada estágio e propondo-se uma solução de integração de
estágios de potência para alimentação de lâmpadas HPS.
4.2 – Processo de ignição de lâmpadas HPS
Antes de se atingir a operação em regime permanente, um importante processo de
ignição nas lâmpadas HPS deve ser levado em conta. Os requisitos do processo de ignição
devem ser cuidadosamente avaliados para que não se reduza a vida útil da lâmpada e se
garanta uma operação estável até o estado de regime permanente.
O início do processo de ignição denota a passagem do gás (vapor de sódio e xenônio
na maioria das lâmpadas HPS) de um estado não condutor a um estado condutor. Esta
32
passagem é conseguida através da aplicação de um pulso de tensão de suficiente amplitude,
largura e tempo de elevação (Groot, 1986).
As características do pulso de tensão necessário para iniciar o processo de ignição são
definidas pela norma NBR IEC 662:1997, como pode ser visualizado na tabela 4.1 para uma
lâmpada HPS de 70 W. As informações desta norma estão baseadas na prática européia.
Um estudo completo sobre ignitores para lâmpadas HPS é apresentado por Correa
(2000).
TABELA 4.1
C
ARACTERÍSTICAS DO PULSO DE TENSÃO
70
W HV COM IGNITOR EXTERNO NBR IEC-1130-1
Amplitude
1,8
2,5 KV
Máximo tempo de elevação
1,00
μS
Tempo de duração
1,95±0,05μ
S
A fim de se completar o processo de ignição, a transição para um arco estável após a
aplicação do pulso de tensão, só é possível se a potência entregue à lâmpada fornecer energia
suficiente aos eletrodos, a fim de colocá-los na temperatura correta de emissão, pois se a
inércia na variação da temperatura dos eletrodos for muito alta, a vida útil da lâmpada será
reduzida devido ao desprendimento da camada emissora de elétrons dos eletrodos (Groot,
1986).
As lâmpadas HPS convencionais utilizam o xenônio misturado ao sódio para facilitar a
ignição. Do ponto de vista apenas da ignição esta é a melhor opção, uma vez que a mistura de
vários gases, como argônio e xenônio, permitem a aplicação de um pulso de tensão de menor
amplitude.
Entretanto, a mistura desses gases causa um decréscimo da eficácia luminosa e a
redução da vida útil da lâmpada, assim sendo, somente em locais em que se deseja fazer a
substituição direta de lâmpadas HPM por lâmpadas HPS é que se utiliza essa mistura de
gases.
A redução da amplitude do pulso de tensão necessário ao início do processo de ignição
pode ser conseguida, também, através do aquecimento do tubo de descarga por uma fonte
externa. No entanto, este método é difícil de ser realizado devido aos problemas tecnológicos
envolvidos (Cohen, 1974).
Para a ignição de lâmpadas HPS “quentes”, isto é, instantaneamente após seu
desligamento, faz-se necessário um pulso de tensão com uma elevadíssima amplitude, devido
33
a alta pressão do vapor no interior da lâmpada, o que torna esta tarefa bastante difícil (Groot,
1986).
Um dos principais problemas do projeto de ignitores para lâmpadas HPS, alimentadas
por reatores eletrônicos, é a isolação do elevado pulso de tensão necessário ao início do
processo de ignição.
Um outro importante aspecto a ser analisado é a característica de impedância
equivalente de uma lâmpada HPS (figura 4.1) durante o processo de ignição conhecido como
período de aquecimento. Este estágio ocorre logo após a aplicação do pulso de alta tensão e
surgimento do arco de descarga.
Figura 4.1 – Variação da resistência equivalente de uma lâmpada HPS de 70 W “fria”, durante o estágio de
aquecimento.
Nota-se, na figura 4.1, que a resistência equivalente da lâmpada neste estágio
apresenta valores até 80% menores do que em regime permanente, denotando a grande
importância de um projeto adequado do reator a fim de garantir que a corrente permaneça
dentro dos limites definidos pela norma NBR IEC 662:1997, a qual define uma corrente
eficaz para este estágio na faixa entre 0,98 A e 1,96 A.
Em reatores eletrônicos, deve-se implementar uma metodologia de controle da
corrente durante este estágio, como é apresentado no capítulo 5.
Basicamente, do ponto de vista do reator, no processo de ignição deve-se garantir a
aplicação de um pulso de tensão conforme os requisitos da norma e um controle da corrente
durante o estágio de aquecimento.
34
4.3 – Estágios para alimentação de lâmpadas HPS em baixa freqüência.
Como alternativa amplamente difundida em trabalhos apresentados previamente na
literatura, a operação de lâmpadas HPS sob forma de onda quadrada em baixa freqüência é
capaz de garantir uma operação estável da lâmpada, evitando-se, desta maneira, a excitação
do fenômeno da ressonância acústica, desde que a ondulação de alta freqüência proveniente
do lado do conversor possa ser mantida a níveis que não sejam capazes de excitar o fenômeno
de forma “prejudicial”.
No entanto, reatores eletrônicos utilizados para alimentar lâmpadas HPS sob forma de
onda quadrada em baixa freqüência, costumam empregar um grande número de etágios de
potência, aumentando o custo e a complexidade destes sistemas, como mostra o diagrama da
figura 4.2.
Figura 4.2 – Diagrama convencional utilizado para alimentação de lâmpadas HPS sob forma de onda quadrada
em baixa freqüência.
4.3.1 – Estágio de correção do fator de potência (PFC)
O estágio de correção do fator de potência é necessário para garantir que se atendam
as regulamentações da norma IEC 61000-3-2 quanto às limitações das harmônicas de corrente
injetadas na rede de energia elétrica.
Para corrigir o baixo fator de potência de reatores eletrônicos pode ser utilizado o
método passivo ou ativo, sendo a diferença básica entre eles a utilização de interruptores
controlados, os quais não são utilizados nos métodos passivos (Bisogno, 2001).
Como método passivo destaca-se a utilização de filtros LC, que devem ser projetados
para uma freqüência de corte de 2 a 3 vezes a freqüência da rede, o que os tornam bastante
volumosos, dependendo da potência do reator. Outro método passivo que se destaca é o
emprego do circuito Valley-Fill, capaz de reduzir a distorção harmônica da entrada, porém
algumas modificações devem ser estudadas a fim de que este método venha atender todos os
requisitos da norma IEC 61000-3-2, como apresentado por Dalla Costa (2004).
35
No método ativo de correção do fator de potência, empregado pela ampla maioria das
topologias de reatores eletrônicos utilizadas na alimentação de lâmpadas HPS, a correção do
fator de potência é realizada pelo emprego de conversores CC/CC operando no modo de
condução descontínua e em alta freqüência. Com este modo de operação a corrente de entrada
possui uma componente de alta freqüência, na forma dente de serra ou triangular, com uma
envoltória de baixa freqüência que segue a tensão da rede da forma mais fiel possível a fim de
garantir um alto fator de potência.
Para filtrar as componentes harmônicas de alta freqüência do lado do conversor para a
rede é utilizado um filtro LC, porém seu projeto, diferentemente do que no método passivo de
correção do fator de potência, é realizado para uma freqüência de corte normalmente situada
uma década abaixo da freqüência de operação do conversor CC/CC, o que reduz,
substancialmente, seu peso e volume em relação ao projeto para correção passiva. A
configuração do filtro LC é mostrada na figura 4.3.
Figura 4.3 – Configuração do filtro LC de entrada.
Os conversores CC/CC empregados para correção ativa do fator de potência são
apresentados na figura 4.5, onde a tensão da rede de alimentação (V
in
), a ponte retificadora
(D
1
-D
4
) e o filtro LC de entrada (L
f
,C
f
) são representados pela fonte de tensão retificada (V
Ret
),
como mostra a figura 4.4.
Figura 4.4 – Representação para a tensão da rede, ponte retificadora e filtro LC de entrada.
36
Embora os mais frequentemente utilizados no estágio de correção do fator de potência
são os conversores Boost (Canesin, 1999; Quiao, 2001) e Flyback (Seidel, 2005), os
conversores Buck-Boost (Marchesan, 2003), Sepic (Simonetti, 1997; Wakabayashi, 2004),
Zeta (Marchesan, 2007) e Buck (Birca-Galateanu, 1988; Dalla Costa, 2005), também são
empregados em algumas variações topológicas de reatores eletrônicos.
Figura 4.5 – Conversores CC/CC empregados no estágio de correção do fator de potência.
37
4.3.2 – Estágio controle de potência (PC)
Devido a característica de impedância incremental negativa da lâmpada HPS, já
estudada no capítulo 3, há a necessidade de se realizar um controle de potência ou corrente da
lâmpada, a fim de garantir uma operação estável do sistema.
Em reatores eletrônicos, para alimentação de lâmpadas HPS sob forma de onda
quadrada em baixa freqüência, este controle de corrente ou potência é realizado através da
inserção de um conversor CC/CC entre o estágio de correção do fator de potência e o estágio
de inversão, como mostra a figura 4.2.
Dentre os conversores utilizados neste estágio, destaca-se o uso dos conversores Buck
(Có, 2002; Miaosen, 2002) e Flyback (Liang, 2002; Dalla Costa, 2005).
O conversor Buck é largamente empregado por se apresentar como uma forma simples
para se realizar o controle de corrente na lâmpada, sendo sua configuração já apresentada na
figura 4.5, com a diferença que para este estágio a alimentação ocorre a partir de um
barramento CC. Caracteriza-se por possuir uma tensão de saída sempre inferior a tensão de
entrada. Este é o conversor empregado para efetuar o controle de corrente, no levantamento
do modelo da lâmpada, realizado no capítulo 3.
O conversor Flyback tem como principal característica o fato de ser um conversor
isolado e propiciar a obtenção de mais de uma fonte de tensão controlada na saída, o que, em
algumas aplicações, pode significar uma vantagem a ser considerada. Sua configuração é a
mesma utilizada no estágio de correção do fator de potência e apresentada na figura 4.5.
4.3.3 – Estágio Inversor
O estágio inversor é responsável pela transformação de uma tensão CC, fornecida pelo
estágio de controle de potência, em uma tensão quadrada simétrica a ser aplicada à lâmpada,
definindo, também, a freqüência fundamental de operação da lâmpada.
Na aplicação em reatores eletrônicos para alimentação de lâmpadas HPS em baixa
freqüência, normalmente emprega-se o inversor Ponte Completa (Full-Bridge) no estágio de
inversão, sendo seu circuito mostrado na figura 4.6.
38
Figura 4.6 – Inversor Ponte Completa.
O inversor Ponte Completa aplica na carga uma forma de onda de tensão quadrada
simétrica a partir de um barramento CC, sendo sua amplitude definida pela fonte de tensão
(E).
As etapas de operação do inversor Ponte Completa são apresentadas na figura 4.7.
Como mostrado na figura, com a comutação complementar dos interruptores S
1
, S
2
, S
3
e S
4
propicia-se o fluxo de potência na carga em ambas as direções.
Quando os interruptores S
1
e S
4
conduzem, uma tensão E é aplicada na carga. De outra
forma, durante a condução dos interruptores S
2
e S
3
aplica-se uma tensão –E na carga.
A fonte de tensão E, na figura 4.7, para aplicação em reatores eletrônicos, simboliza a
tensão de saída de um conversor CC/CC utilizado no estágio de controle de potência ou
corrente.
A grande desvantagem do emprego do inversor Ponte Completa em reatores
eletrônicos é que o mesmo necessita de quatro interruptores controlados para obtenção de uma
tensão quadrada simétrica.
Na busca pela redução do número de interruptores controlados da topologia
apresentada na figura 4.6, o emprego de um inversor Meia ponte (Half-Bridge) traduz-se em
uma solução interessante e de baixo custo para alimentação de lâmpadas HPS em baixa
freqüência.
O inversor Meia Ponte em sua configuração assimétrica, como apresentado na figura
4.8, é largamente empregado em reatores eletrônicos para lâmpadas fluorescentes, e, desta
forma, tem seu funcionamento já bastante difundindo na área de sistemas de iluminação.
39
Figura 4.7 – Etapas de operação do inversor Ponte Completa.
Figura 4.8 – Inversor Meia Ponte assimétrico.
Porém, para que se consiga uma forma de onda de tensão simétrica aplicada à carga,
deve-se utilizar o inversor Meia Ponte em sua configuração simétrica, necessitando-se a
obtenção de duas fontes de tensão (E
1
e E
2
), como mostra a figura 4.9, sendo a freqüência da
tensão aplicada à carga definida pela freqüência de comutação dos interruptores S
2
e S
3
.
40
Figura 4.9 – Inversor Meia Ponte simétrico.
A figura 4.10 mostra as etapas de operação para o conversor Meia Ponte Simétrico.
Quando o interruptor S
2
conduz, a tensão E
1
é aplicada na carga, e quando S
3
conduz, uma
tensão E
2
com polaridade inversa ao primeiro caso é aplicada na carga.
Figura 4.10 – Etapas de operação do conversor Meia Ponte simétrico.
Embora o emprego da configuração simétrica do conversor Meia Ponte reduza o
número de interruptores do estágio de inversão, para aplicação na alimentação de lâmpadas
HPS faz-se necessária a obtenção de duas fontes controladas, o que vem a restringir sua
aplicação.
41
4.3.3.1 – Comparação dos valores de tensão e de corrente pelo emprego do inversor Ponte
Completa ou Meia Ponte
Para realizar a análise dos valores de tensão e de corrente aos quais são submetidos os
interruptores no circuito Ponte Completa e Meia Ponte para aplicação na alimentação de
lâmpadas HPS, faz-se a consideração apresentada na equação 4.1.
EEE
=
=
21
(4.1)
Desta forma, analisando-se os circuitos das figuras 4.7 e 4.10, e levando-se em conta a
consideração da equação 4.1, define-se o valor médio da corrente nos interruptores de ambas
as configurações inversoras pela equação 4.2.
aargc
SSSS
Z.
E
IIII
2
4321
====
(4.2)
A tensão de bloqueio, a que são submetidos os interruptores da configuração Ponte
Completa e Meia Ponte, é definida pela equação 4.3 e 4.4, respectivamente.
EV
FB
S
=
(4.3)
E.V
HB
S
2
=
(4.4)
Portanto, na utilização do inversor Meia Ponte, tem-se um valor de tensão aplicada
sobre os interruptores controlados que equivale ao dobro do valor obtido na configuração
Ponte Completa, sendo uma das desvantagens da utilização do conversor Meia Ponte.
4.4 – Emprego do Inversor Meia Ponte simétrico.
A figura 4.11 mostra um exemplo de uma topologia com dois estágios de potência
empregada em reatores eletrônicos para alimentação de lâmpadas HID (Liang, 2002).
O conversor Flyback é utilizado no estágio de controle de potência e um inversor
Ponte Completa alimenta a lâmpada sob forma de onda quadrada em baixa freqüência. A
topologia apresentada na figura 4.11 não possui estágio de correção do fator de potência.
42
Figura 4.11 – Reator eletrônico empregando um conversor Flyback e um inversor Ponte Completa.
Porém, a implementação do conversor Flyback, no estágio de controle de potência,
possibilita a obtenção de duas fontes de tensão na saída, cumprindo, desta forma, com os
requisitos previamente mencionados para que se utilize um inversor Meia Ponte simétrico no
estágio inversor.
Pode-se, portanto, através da obtenção de uma segunda fonte controlada na saída,
implementar os estágios de controle de potência e inversão conforme a topologia apresentada
na figura 4.12 (Reatti, 2000; Marchesan, 2005).
Figura 4.12 – Reator eletrônico empregando um conversor Flyback e um inversor Meia Ponte.
A implementação do conversor Flyback no estágio de controle de potência torna
possível o emprego do inversor Meia Ponte simétrico, reduzindo o número de interruptores
quando comparado ao inversor Ponte Completa normalmente utilizado.
43
Neste trabalho, utiliza-se a configuração mostrada na figura 4.12 para se realizar o
estágio de controle de potência e inversão dos reatores eletrônicos integrados propostos para
alimentação de lâmpadas HPS.
4.5 – Reatores eletrônicos integrados para alimentação de lâmpadas HPS
A opção por uma alimentação da lâmpada HPS sob forma de onda quadrada em baixa
freqüência, para garantir uma operação confiável quanto à não ocorrência do fenômeno da
ressonância acústica, faz com que o reator eletrônico a ser utilizado possua três estágios de
potência, como mostra a figura 4.2.
A busca por uma configuração mais simples e de baixo custo, faz com que a
integração de estágios de potência se apresente como uma alternativa extremamente
interessante (Wu, 1999a; Martin, 2003; Moschopoulos, 2005; Rico-Secades, 2006; Chen,
2006; Ponce, 2006; Jang, 2006; Wang, 2007).
A redução do número de interruptores controlados obtida através da integração de
estágios, além de propiciar a redução do custo, aumenta a confiabilidade do sistema.
Neste trabalho, propõe-se uma família de reatores eletrônicos que integram o estágio
de correção do fator de potência e o estágio de controle de potência, como mostra a figura
4.14, através de um único interruptor controlado.
Figura 4.14 – Integração de estágios proposta.
Os conversores analisados para utilização no estágio de correção do fator de potência
são: Boost, Flyback, Buck-Boost, Sepic, Zeta e Buck. Estes conversores operam no modo de
condução descontínua, e são integrados ao conversor Flyback empregado no estágio de
controle de potência ou corrente, conforme tratado na seção anterior.
4.5.1 – Metodologia de integração
A integração de conversores de potência foi objeto de estudo de muitos pesquisadores
nos anos 90 (Redl, 1994; Qian, 1998; Wu, 1999b).
44
Wu (1998) publicou uma proposta de integração de conversores CC/CC denominada
de “graft scheme”, na qual dois conversores CC/CC podem ser integrados se seus
interruptores controlados possuírem pelo menos um ponto em comum.
Segundo sua proposta, quando dois conversores CC/CC são conectados em cascata,
quatro possibilidades de ligação entre os interruptores podem ocorrer: tipo T, tipo I-T (inversa
em relação ao tipo T), tipo
Π
e tipo I-
Π
(inversa em relação ao tipo
Π
).
A conexão do tipo T ocorre quando o Source é o ponto em comum entre os
interruptores controlados dos dois conversores conectados em cascata. De forma análoga, a
conexão do tipo I-T é definida quando o Dreno é o ponto em comum. Para a conexão do tipo
Π
o ponto em comum é o Source do interruptor controlado do primeiro conversor e o Dreno
do segundo, isto é, a conexão é do tipo S-D. Na conexão do tipo I-
Π
, ocorre o inverso em
relação ao tipo
Π
, ou seja, a ligação é D-S. Os quatro tipos de conexões possíveis são
apresentados na figura 4.15.
Figura 4.15 – Tipos de conexão possíveis entre os interruptores controlados de dois conversores CC/CC
conectados em cascata (Wu, 1998).
A proposta deste trabalho é gerar reatores eletrônicos integrados, baseando-se em seis
diferentes conversores CC/CC (Boost, Flyback, Buck-Boost, Sepic, Zeta e Buck) a serem
empregados no estágio de correção do fator de potência. Estes conversores são conectados a
45
configuração mostrada na figura 4.12, a fim de alimentar a lâmpada com forma de onda
quadrada de baixa freqüência.
As seis topologias convencionais com três estágios de potência cada uma, isto é, sem a
integração entre estágios, são apresentadas na figura 4.16 e 4.17.
Nota-se, através destas figuras, que sempre há um ponto em comum de conexão entre
o interruptor controlado empregado no estágio de correção do fator de potência e no estágio
de controle de potência.
Desta forma, de acordo com a técnica proposta por Wu (1998), duas diferentes células
podem ser obtidas, como mostra a figura 4.18. A cada uma delas podem ser associados os
conversores CC/CC empregados no estágio de correção do fator de potência, dependendo da
configuração na topologia convencional.
Os conversores com conexão do tipo T e I-T entre os interruptores controlados, em
suas topologias convencionais, são integrados através da Célula SC e os conversores onde a
conexão é do tipo
Π
e I-
Π
, a integração é realizada através da Célula ST.
Nas integrações através da Célula SC o interruptor compartilhado entre os dois
estágios de potência é submetido a soma das correntes dos dois estágios, isto é, a uma
sobrecorrente devido ao compartilhamento. Já nas integrações através da Célula ST o
interruptor compartilhado é submetido a uma sobretensão e a corrente que circula através do
interruptor compartilhado é a maior entre os estágios integrados, e não a soma delas, como
nas integrações com a Célula SC. Todas estas características serão mais bem avaliadas na
análise detalhada de cada integração.
Observando-se a figura 4.16, verifica-se que a conexão entre os interruptores
controlados dos conversores CC/CC: Boost, Buck-Boost e Sepic e do conversor Flyback
empregado no estágio de controle de potência na lâmpada, possuem, entre si, uma conexão do
tipo T e I-T e, por esta razão, são integrados através da Célula SC. Enquanto que os
conversores Zeta e Buck são integrados com o conversor Flyback através da Célula ST, pois a
conexão entre seus interruptores no circuito convencional é do tipo I-
Π
, como mostra a figura
4.17.
A análise do conversor Flyback, como estágio de correção do fator de potência, é feita
em separado, visto que a característica isolada deste conversor admite uma conexão do tipo T
ou do tipo
Π
em sua configuração convencional, conforme mostra a figura 4.16, permitindo
sua conexão a ambas as células (ST ou SC).
46
Figura 4.16 – Reatores eletrônicos convencionais com três estágios de potência.
47
Figura 4.17 – Reatores eletrônicos convencionais com três estágios de potência e conexão do tipo I-Π.
Figura 4.18 – Células básicas: Célula SC e Célula ST.
48
Na figura 4.19 apresenta-se as possíveis integrações com a Célula SC e na figura 4.20
com a Célula ST, dependendo do conversor a ser empregado no estágio de correção do fator
de potência de cada reator eletrônico.
Nas seções que seguem, apresenta-se uma análise detalhada dos sete reatores
eletrônicos propostos, fruto da metodologia de integração utilizada.
Figura 4.19 – Possibilidades de integração com a Célula SC.
4.5.2 – Reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge (BOFIB)
O reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge emprega um conversor Boost no
estágio de correção do fator de potência e um conversor Flyback no estágio de controle de
potência (Yang, 2005).
O conversor Boost, dos métodos de correção ativos, tem sido o mais empregado para
correção do fator de potência em reatores eletrônicos. Isto se deve ao fato de possuir uma
49
configuração simples, que emprega um reduzido número de componentes, aliada a uma
elevada eficiência.
Figura 4.20 – Possibilidades de integração com a Célula ST.
Porém, a tensão de saída no conversor Boost deve ser sempre maior que a tensão de
entrada. Este fato faz com que a tensão aplicada ao estágio de controle de potência seja
relativamente elevada, dependendo do valor da tensão de entrada, caracterizando-se como
uma das desvantagens do emprego deste conversor.
Conforme o estudo realizado na seção anterior, o reator eletrônico que emprega o
conversor Boost no estágio de correção do fator de potência, quando integrado, possui a
característica de sobrecorrente no interruptor compartilhado.
O circuito do conversor Boost integrado a Célula SC é mostrado na figura 4.21. Com a
integração os interruptores S
Bo
e S
Fly
, são substituídos por um único interruptor S
1
.
50
Figura 4.21 – Reator eletrônico integrado Boost Flyback Half-Bridge (BOFIB).
4.5.2.1 – Princípio Operacional
O comportamento do reator eletrônico proposto é analisado considerando a
simplificação mostrada na figura 4.22 e as etapas de operação apresentadas na figura 4.23.
Figura 4.22 – Circuito Boost Flyback Half-Bridge simplificado.
4.5.2.1.1 – Primeira etapa
Nesta etapa, o interruptor S
1
está em condução. A tensão de entrada V
Ret
é aplicada ao
indutor L
Bo
do conversor Boost. Considerando-se a tensão V
Ret
constante para um período de
comutação, a corrente i
Bo
cresce linearmente.
Simultaneamente, a tensão V
b
é aplicada ao primário dos indutores acoplados do
Flyback empregado no estágio de controle de potência, armazenando energia no campo
magnético do acoplamento L
Fly_1
e L
Fly_2-3
.
A corrente que flui pelo interruptor S
1
é, portanto, a soma da corrente do estágio de
correção do fator de potência e do estágio de controle de potência.
Considerando-se que a corrente i
Bo
segue a envoltória da tensão da rede elétrica, a
corrente que circula no interruptor compartilhado (S
1
) é representada teoricamente na figura
4.24 para meio período da rede.
51
O conjunto inversor lâmpada nesta etapa de operação é alimentado pela energia
armazenada no capacitor C
1-2
.
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Figura 4.23 – Etapas de operação do reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge.
4.5.2.1.2 – Segunda etapa
Esta etapa caracteriza-se pela não condução do interruptor S
1
. A energia armazenada
no indutor L
Bo
, na primeira etapa, agora é transferida ao capacitor C
b
através da diferença de
potencial (V
b
V
Ret
).
52
Figura 4.24 – Representação teórica da corrente no interruptor compartilhado da configuração Boost Flyback
para a primeira etapa de operação.
O diodo D
PFC
encontra-se reversamente polarizado, evitando o curto-circuito do
primário do conversor Flyback. Desta forma, a energia armazenada no acoplamento Flyback
durante o primeiro estágio alimenta o capacitor C
1-2
e o conjunto inversor lâmpada.
A tensão de bloqueio do interruptor S
1
é a soma da tensão V
b
e a tensão do capacitor
C
1-2
refletida ao primário dos indutores acoplados do Flyback. Esta é uma das desvantagens
do emprego do conversor Boost no estágio de correção do fator de potência, pois o interruptor
compartilhado é submetido a uma tensão de bloqueio relativamente elevada nesta etapa.
4.5.2.1.3 – Terceira etapa
Nesta etapa o interruptor S
1
continua fora de operação e toda a energia armazenada no
indutor L
Bo
e nos indutores acoplados do conversor Flyback já foi descarregada. O capacitor
C
1-2
alimenta o conjunto inversor lâmpada.
4.5.3 – Reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge (BBFIB)
O reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge consiste de um conversor Buck-
Boost no estágio de correção do fator de potência e um conversor Flyback no estágio de
controle de potência, ambos operando no modo de condução descontínua.
Como proposta de integração, devido a forma de conexão dos interruptores
controlados na configuração convencional, utiliza-se a Célula SC, substituindo-se os
interruptores S
BuBo
e S
Fly
, por um único interruptor S
1
, como mostra a figura 4.25.
53
O projeto do conversor Buck-Boost pode ser realizado para tensões no capacitor de
barramento (C
b
) maiores ou menores em relação à tensão de alimentação.
Figura 4.25 – Reator eletrônico integrado Buck-Boost Flyback Half-Bridge (BBFIB).
4.5.3.1 – Princípio Operacional
Para a análise do princípio operacional, simplifica-se a topologia como mostra a figura
4.26. As etapas de operação são apresentadas na figura 4.27.
Figura 4.26 – Circuito Buck-Boost Flyback Half-Bridge simplificado.
4.5.3.1.1 – Primeira etapa
Esta etapa é caracterizada pela condução do interruptor compartilhado S
1
. A tensão de
entrada retificada V
Ret
é aplicada ao indutor L
BuBo
, fazendo com que sua corrente (i
BuBo
) cresça
linearmente. Da mesma forma, a tensão do capacitor de barramento (V
b
) é aplicada ao
primário dos indutores acoplados do conversor Flyback. Desta forma, a corrente que circula
pelo interruptor S
1
é a soma da corrente do estágio de correção do fator de potência e do
controle de potência.
Durante esta etapa de operação o conjunto inversor lâmpada é alimentado pela energia
do capacitor C
1-2
.
54
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Figura 4.27 – Etapas de operação do reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge.
4.5.3.1.2 – Segunda etapa
Nesta etapa, o interruptor S
1
encontra-se bloqueado. Portanto, a energia armazenada no
campo magnético do indutor L
BuBo
descarrega-se linearmente no capacitor C
b
e a energia dos
indutores acoplados do Flyback alimenta o capacitor C
1-2
e o conjunto inversor lâmpada.
A tensão de bloqueio do interruptor S
1
neste estágio é a soma da tensão de entrada V
Ret
com a tensão do capacitor de barramento (V
b
).
55
4.5.3.1.3 – Terceira etapa
Esta etapa é característica do modo de operação descontínua dos conversores Buck-
Boost e Flyback empregados no estágio de correção do fator de potência e controle de
potência, respectivamente. Nela, o interruptor S
1
ainda encontra-se bloqueado e a energia
armazenada no indutor do conversor Buck-Boost e nos indutores acoplados do conversor
Flyback já foi totalmente descarregada. O conjunto inversor lâmpada é alimentado pela
energia do capacitor C
1-2
.
Esta etapa tem um tempo de duração relativamente curto se comparado com a primeira
e segunda etapas anteriormente descritas.
4.5.4 – Reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge (SFIB)
O reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge, caracteriza-se, em sua composição
clássica, pela utilização de um conversor Sepic no estágio de correção do fator de potência e
do conversor Flyback no estágio de controle de potência. Sua configuração clássica para
alimentação de lâmpadas HPS em baixa freqüência é mostrada na figura 4.16.
Embora o conversor Sepic não seja comumente empregado na correção do fator de
potência, por possuir a presença de dois elementos reativos (C
3
e L
S2
) a mais do que os
conversores comumente utilizados, em algumas aplicações sua utilização torna-se
interessante.
Dentre as principais vantagens da utilização do conversor Sepic está a grande variação
da tensão de saída admitida e a pequena corrente de partida devido a posição do capacitor de
acoplamento C
3
(Pomilio, 2004).
Para realizar-se a integração, da mesma forma que nos reatores eletrônicos
apresentados anteriormente, faz-se a substituição dos interruptores S
S
e S
Fly
por um interruptor
S
1
utilizando-se a célula de integração por sobrecorrente (Célula SC).
A topologia integrada é mostrada na figura 4.28.
4.5.4.1 – Princípio Operacional
Para a análise do princípio operacional do reator eletrônico integrado empregando o
conversor Sepic, podem-se fazer algumas simplificações e representar o circuito na forma da
figura 4.29.
56
Figura 4.28 – Reator eletrônico integrado Sepic Flyback Half-Bridge (SFIB).
Figura 4.29 – Circuito Sepic Flyback Half-Bridge simplificado.
As etapas de operação são apresentadas na figura 4.30 e ilustradas através das formas
de onda teóricas da figura 4.31.
4.5.4.1.1 – Primeira etapa (I)
Esta etapa é definida pela condução do interruptor S
1
. Como característica do
conversor Sepic, a tensão de entrada (V
Ret
) é igual a tensão V
3
. Desta forma, a tensão de
entrada (V
Ret
=V
3
) é aplicada a ambos os indutores do conversor Sepic (L
S1
e L
S2
) fazendo com
que a corrente cresça linearmente. Simultaneamente, a tensão V
b
é aplicada a L
Fly_1
carregando
os indutores acoplados do conversor Flyback. Nesta etapa, a corrente que flui pelo interruptor
compartilhado é a soma das correntes i
SP1
, i
SP2
e i
Fly
, como pode ser visualizado na Etapa I de
operação da figura 4.31.
57
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Figura 4.30 – Etapas de operação do reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge.
4.5.4.1.2 – Segunda etapa (II)
Na segunda etapa, o interruptor S
1
está bloqueado. As correntes i
SP1
e i
SP2
decrescem
linearmente através do diodo D
5
, como mostrado na Etapa II de operação da figura 4.31. A
indutância L
S1
é projetada para ser maior que L
S2
. Desta forma, como ambas as indutâncias
são submetidas a mesma tensão de descarga (V
b
) a corrente i
SP2
chega a zero antes que i
SP1
e
então torna-se negativa até que i
SP1
=-i
SP2
. Neste momento, o diodo D
5
pára de conduzir e a
Etapa III de operação é iniciada, como mostra a figura 4.31.
58
Do ponto de vista do estágio de controle de potência, a energia armazenada nos
indutores acoplados do Flyback no primeiro estágio é transferida agora ao capacitor C
1-2
e ao
conjunto inversor lâmpada.
4.5.4.1.3 – Terceira etapa (III)
Esta é uma etapa de roda livre. O diodo D
5
está bloqueado e como a tensão V
Ret
=V
3
a
corrente em ambos os indutores do conversor Sepic é constante (I
x
). Esta etapa caracteriza o
modo de operação em condução descontínua do conversor Sepic.
O conjunto inversor lâmpada é alimentado pelo capacitor C
1-2
.
Figura 4.31 – Formas de onda teóricas para a topologia integrada que utiliza os conversores Sepic e Flyback.
59
4.5.5 – Reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge (BFIB)
O reator eletrônico convencional Bi-Flyback Half-Bridge (BFIB) emprega dois
conversores Flyback.
Como apresentado na seção 4.5.1, a configuração convencional de dois conversores
Flyback conectados em cascata apresenta duas formas de integração possíveis. Na primeira
delas, realizada utilizando-se a Célula SC, o interruptor compartilhado é submetido a
sobrecorrente em relação à configuração convencional e na segunda forma de integração,
através da Célula ST, o interruptor compartilhado é submetido a uma sobretensão. Desta
forma, a diferença básica entre as duas formas de integração do conversor Flyback é a
característica de tensão e corrente a que são submetidos os diodos D
PFC
, D
PC
e o interruptor
compartilhado S
1
, uma vez que, além das duas configurações possuírem o mesmo número de
componentes, a característica de tensão e corrente nos demais é exatamente igual.
As duas configurações do reator eletrônico empregando dois conversores Flyback para
a configuração de sobrecorrente (conexão com a Célula SC) e de sobretensão (conexão com a
Célula ST), no interruptor compartilhado, são apresentadas nas figuras 4.32 e 4.33,
respectivamente.
Figura 4.32 – Reator eletrônico integrado Bi-Flyback Half-Bridge com sobrecorrente no interruptor
compartilhado (BFIB-SC).
Figura 4.33 – Reator eletrônico integrado Bi-Flyback Half-Bridge com sobretensão no interruptor
compartilhado (BFIB-ST).
60
No intuito de visualizar como a corrente se distribui nos diodos D
PFC
, D
PC
e no
interruptor compartilhado S
1
, para ambas as configurações, apresentam-se os circuitos
equivalentes e as formas de onda teóricas da figura 4.34.
Como pode ser observado, na integração por sobrecorrente (BFIB-SC), o interruptor
compartilhado conduz a soma das correntes de ambos os estágios de potência, e a corrente nos
diodos D
PFC
e D
PC
é igual a i
F1
e i
Fly
, respectivamente. Por outro lado, na integração por
sobretensão (BFIB-ST), a corrente no interruptor compartilhado é a maior entre as correntes
dos dois estágios de potência em cada instante, e não a soma delas como na configuração
anterior, e os diodos D
PFC
e D
PC
somente conduzem a diferença entre i
F1
e i
Fly
.
Para uma melhor análise de ambas as configurações, suas etapas de operação são
analisadas nas seções que seguem.
Figura 4.34 – Circuito equivalente e formas de ondas teóricas para os dois modos de integração dos
conversores Flyback (BFIB-SC e BFIB-ST).
4.5.5.1 – Princípios operacionais do reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge com integração
através da Célula SC.
Para a análise dos princípios operacionais representa-se o circuito do reator BFIB-SC
na forma da figura 4.35.
61
Ambos os conversores Flyback empregados operam no modo de condução
descontínua.
Figura 4.35 – Circuito BFIB-SC simplificado.
A operação do reator eletrônico BFIB-SC pode ser dividida em três etapas como
mostra a figura 4.36.
4.5.5.1.1 – Primeira etapa
Esta etapa é caracterizada pela condução do interruptor S
1
. A tensão de entrada V
Ret
é
aplicada ao indutor acoplado L
F1
, ao mesmo tempo que a tensão V
b
é aplicada ao indutor
acoplado L
Fly_1
. Ambas as correntes i
F1
e i
Fly
crescem linearmente pela aplicação de V
Ret
e V
b
,
respectivamente. Desta forma, devido a conexão realizada entre os dois conversores Flyback,
a corrente do interruptor compartilhado S
1
é a soma das corrente provenientes dos dois
estágios de potência.
Durante esta etapa, a alimentação da lâmpada é realizada através da energia acumulada
no capacitor C
1
ou C
2
, dependendo de qual interruptor do inversor encontra-se em condução.
4.5.5.1.2 – Segunda etapa
Nesta etapa de operação o interruptor S
1
encontra-se bloqueado. A energia armazenada
nos indutores acoplados do estágio de correção do fator de potência é transferida ao capacitor
de barramento (C
b
), enquanto que a energia armazenada nos indutores acoplados do estágio
de controle de potência é transferida aos capacitores C
1
ou C
2
e ao conjunto inversor lâmpada.
62
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Figura 4.36 – Etapas de operação do reator eletrônico BFIB-SC.
4.5.5.1.3 – Terceira etapa
Esta etapa é característica do modo de operação descontínua dos conversores Flyback
empregados. Nela, toda a energia armazenada nos acoplamentos de ambos os Flybacks já foi
descarregada e o interruptor S
1
ainda não entrou em condução novamente. Desta forma, a
energia armazenada no capacitor C
1
ou C
2
é que alimenta o conjunto inversor lâmpada. Isto é,
i
F1
= i
F2
= i
Fly
= i
S1
= 0.
63
4.5.5.2 – Princípios operacionais do reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge com integração
através da Célula ST.
Seguindo-se o mesmo padrão de análise para o princípio operacional do reator
eletrônico BFIB-ST, realiza-se a simplificação do circuito como mostra a figura 4.37.
Figura 4.37 – Circuito BFIB-ST simplificado.
As etapas de operação do reator eletrônico BFIB-ST são divididas em quatro, como
mostra a figura 4.38. O acréscimo de mais uma etapa em relação à configuração anterior
ocorre devido ao fato que durante a condução do interruptor S
1
, dependendo de qual das
correntes dos dois estágios de potência é maior (i
F1
ou i
Fly
), pode ocorrer a primeira ou a
segunda etapa da figura 4.38.
4.5.5.2.1 – Primeira (I) e segunda (II) etapa
Estas etapas são caracterizadas pela condução de S
1
. A tensão de entrada V
Ret
é
aplicada ao indutor acoplado L
F1
, e, simultaneamente, a tensão V
b
é aplicada ao indutor
acoplado L
Fly_1
. Ambas as correntes i
F1
e i
Fly
crescem linearmente devido a aplicação de V
Ret
e
V
b
, respectivamente. Porém, ao contrário da configuração anterior, somente a maior das
correntes circula pelo interruptor compartilhado e não a soma delas.
Como pode ser visualizado através das formas de onda teóricas da figura 4.39, se
i
Fly
>i
F1
, o que ocorre quando a tensão de entrada está próxima de sua passagem por zero, a
corrente que circula por S
1
é i
Fly
e o circuito opera como na primeira etapa da figura 4.38.
Porém, se i
Fly
<i
F1
a corrente em S
1
é igual a i
F1
e a configuração das correntes no circuito é a
mostrada na segunda etapa da figura 4.38.
Desta forma, dependendo do ponto de operação ao longo da variação da tensão de
entrada em que o sistema se encontra, a primeira ou a segunda etapa podem ocorrer.
64
Outra hipótese possível, é que na operação em regime permanente a corrente i
Fly
seja
sempre maior que i
F1
, desta forma, apenas a primeira etapa do sistema aconteceria durante a
condução de S
1
. A alimentação da lâmpada durante a condução do interruptor S
1
é realizada
através da energia acumulada no capacitor C
1
ou C
2
.
Primeira etapa
Segunda etapa
Terceira Etapa
Quarta Etapa
Figura 4.38 – Etapas possíveis de operação do reator eletrônico BFIB-ST.
65
4.5.5.2.2 – Terceira etapa (III)
Nesta etapa de operação o interruptor S
1
encontra-se bloqueado. A energia armazenada
nos indutores acoplados do estágio de correção do fator de potência é transferida ao capacitor
de barramento (C
b
), enquanto a energia armazenada nos indutores acoplados do estágio de
controle de potência é transferida aos capacitores C
1
ou C
2
e ao conjunto inversor lâmpada.
Figura 4.39 – Formas de onda teóricas para o reator eletrônico BFIB-ST.
4.5.5.2.3 – Quarta etapa (IV)
Esta etapa é característica do modo de operação descontínua dos conversores Flyback
empregados. Nela, toda a energia armazenada nos acoplamentos de ambos os Flybacks já foi
descarregada e o interruptor S
1
ainda não entrou em condução novamente. Desta forma, a
66
energia armazenada no capacitor C
1
ou C
2
é que alimenta o conjunto inversor lâmpada. Isto é,
i
F1
= i
F2
= i
Fly
= i
S1
= 0.
4.5.6 – Reator eletrônico Zeta Flyback Half-Bridge (ZFIB)
O emprego do conversor Zeta no estágio de correção do fator de potência tem como
principal característica que seu modo de conexão com o conversor Flyback, na configuração
convencional, permite sua integração através da Célula ST. Do ponto de vista das perdas em
condução no interruptor compartilhado (S
1
) esta é uma vantagem, visto que a corrente no
interruptor compartilhado desta configuração é a maior entre os dois estágios de potência, da
mesma forma que acontece na configuração BFIB-ST, e não a soma delas.
O conversor Zeta opera no modo de condução descontínua a fim de garantir o elevado
fator de potência do reator eletrônico (Péres, 1994). Sua topologia integrada para alimentação
da lâmpada HPS é mostrada na figura 4.40.
Figura 4.40 – Reator eletrônico integrado Zeta Flyback Half-Bridge (ZFIB).
4.5.6.1 – Princípio Operacional
Para a análise do princípio operacional do reator eletrônico integrado empregando o
conversor Zeta, faz-se as mesmas simplificações das topologias anteriormente apresentadas,
como mostra a figura 4.41.
Da mesma forma que na configuração BFIB-TS, a forma de integração do conversor
Zeta faz com que durante a condução do interruptor S
1
duas diferentes etapas possam ocorrer
fazendo com que a configuração ZFIB possua quatro etapas possíveis de operação, como
apresenta a figura 4.42, e que podem ser melhor visualizadas através das formas de onda
teóricas da figura 4.43.
67
Figura 4.41 – Circuito Zeta Flyback Half-Bridge simplificado.
4.5.6.1.1 – Primeira (I) e segunda (II) etapa.
As etapas de operação I ou II são definidas durante a condução do interruptor S
1
. A
tensão V
3
é igual a V
b
. Desta forma, a tensão de entrada V
Ret
é aplicada a ambos os indutores
do conversor Zeta (L
Z1
e L
Z2
).
As correntes i
Z1
e i
Z2
aumentam linearmente. Simultaneamente, a tensão V
b
é aplicada
a L
Fly_1
, carregando os indutores acoplados do conversor Flyback. Quando (i
Z1
+i
Z2
)<i
Fly
, o
conversor opera segundo a primeira etapa apresentada na figura 4.42. Por outro lado, quando
(i
Z1
+i
Z2
)>i
Fly
, a segunda etapa de operação irá ocorrer.
As duas etapas de operação podem ser melhor compreendidas através das formas de
onda teóricas da figura 4.43. No caso de (i
Z1
+i
Z2
)<i
Fly
, a corrente no interruptor compartilhado
(S
1
) é i
Fly
, o que ocorre próximo à passagem por zero da tensão da rede. Todavia, se
(i
Z1
+i
Z2
)>i
Fly
, o que pode ocorrer próximo ao pico da tensão da rede, a corrente por S
1
é a
soma i
Z1
+i
Z2
.
Durante esta etapa o conjunto inversor lâmpada é alimentado pela energia armazenada
nos capacitores C
1-2
.
4.5.6.1.2 – Terceira etapa (III)
Nesta etapa o interruptor S
1
está bloqueado. As correntes i
Z1
e i
Z2
decrescem
linearmente através do diodo D
5
, como pode ser visualizado através das formas de onda
teóricas da figura 4.43. O valor da indutância L
Z1
é projetado para ser menor que a de L
Z2
.
Desta forma, como ambos são submetidos a mesma tensão de descarga (V
3
=V
b
). A corrente
i
Z1
chega a zero mais rapidamente que i
Z2
, e, torna-se negativa até que i
Z2
=-i
Z1
. Neste instante,
o diodo D
5
sai de condução e inicia-se a etapa IV.
68
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Quarta Etapa
Figura 4.42 – Etapas de operação do reator eletrônico Zeta Flyback Half-Bridge.
No estágio de controle de potência, a energia acumulada nos indutores acoplados do
conversor Flyback é agora descarregada no capacitor C
1-2
e no conjunto inversor lâmpada.
69
4.5.6.1.3 – Quarta etapa (IV)
Esta é uma etapa de roda livre. O diodo D
5
está bloqueado e como a tensão V
b
=V
3
, a
corrente em ambos os indutores do conversor Zeta é constante.
Nesta etapa, o conjunto inversor lâmpada é alimentado pela energia armazenada no
capacitor C
1-2
.
Figura 4.43 – Formas de onda teóricas para a topologia Zeta Flyback Half-Bridge.
70
4.5.7 – Reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge (BUFIB)
Aplicando-se a técnica de integração descrita anteriormente, e, baseando-se no tipo de
conexão do circuito convencional do reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge, mostrado na
figura 4.17, realiza-se a integração dos conversores Buck e Flyback através da Célula ST, da
mesma forma que nos reatores BFIB-ST e ZFIB apresentados anteriormente.
Diferentemente das duas topologias já apresentadas, para garantir um elevado fator de
potência do reator eletrônico através do emprego do conversor Buck no estágio de correção do
fator de potência, deve-se escolher tensões de barramento (V
b
) que sejam relativamente
“baixas” em relação ao pico da tensão da rede (V
Ret
), isto é, a correção do fator de potência
com o emprego do conversor Buck é totalmente dependente da relação entre a tensão de
entrada do conversor (V
Ret
) e a tensão de saída (V
b
). Isto faz com que o conversor Buck tenha
seu uso muito restrito na correção do fator de potência, uma vez que introduz uma zona de
corrente nula na entrada, quando a tensão de entrada (V
Ret
) é menor que a tensão de
barramento (V
b
) (Pomilio, 2004).
A topologia resultante da integração dos conversores Buck e Flyback é apresentada na
figura 4.44.
Figura 4.44 – Reator eletrônico integrado Buck Flyback Half-Bridge (BUFIB).
4.5.7.1 – Princípio Operacional
Considerando a simplificação do circuito mostrada na figura 4.45, pode-se realizar a
análise das etapas de operação do reator eletrônico BUFIB.
No intervalo de tempo em que a tensão da rede (V
Ret
) é menor que a tensão no
capacitor de barramento (V
b
), a indutância do conversor Buck (L
Bu
) não é energizada e, desta
forma, a corrente proveniente da fonte de entrada V
Ret
é igual a zero, como mostra a figura
4.46. Neste intervalo, somente o conversor Flyback encontra-se em operação e a energia é
71
transferida, a cada comutação do interruptor compartilhado, do capacitor de barramento (C
b
)
para o conjunto inversor lâmpada.
Figura 4.45 – Circuito Buck Flyback Half-Bridge simplificado.
Figura 4.46 – Operação do reator eletrônico integrado Buck Flyback Half-Bridge para V
Ret
<V
b
.
As etapas de operação para a condição em que V
Ret
>V
b
são apresentadas na figura
4.47, e descritas nas seções que seguem.
4.5.7.1.1 – Primeira (I) e segunda (II) etapa.
As etapas de operação I ou II são definidas durante a condução do interruptor S
1
. A
diferença (V
Ret
-V
b
) é aplicada ao indutor L
Bu
, ao mesmo tempo que a tensão do barramento
(V
b
) é aplicada ao indutor acoplado L
Fly_1
. Ambas as correntes, i
Bu
e i
Fly
crescem linearmente.
Dependendo do ponto de operação do conversor ao longo da variação da tensão de
entrada, dois casos podem ocorrer: i
Bu
< i
Fly
ou i
Bu
> i
Fly
.
Se i
Bu
< i
Fly
,
as correntes na topologia são distribuídas como mostra a primeira etapa
de operação da figura 4.47. Porém, se i
Bu
> i
Fly
, a distribuição das correntes ocorre conforme a
segunda etapa de operação.
Para alimentação do conjunto inversor lâmpada, nesta etapa, utiliza-se a energia
armazenada nos capacitores C
1-2
.
72
Primeira etapa
Segunda Etapa
Terceira Etapa
Quarta Etapa
Figura 4.47 – Etapas de operação do reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge.
73
4.5.7.1.2 – Terceira etapa (III)
Nesta etapa o interruptor S
1
está fora de condução. A energia armazenada no indutor
L
Bu
é transferida ao capacitor de barramento (C
b
), e , para o estágio de controle de potência, a
energia dos indutores acoplados do conversor Flyback alimenta o conjunto inversor lâmpada.
4.5.7.1.3 – Quarta etapa (IV)
Nesta etapa toda a energia armazenada no indutor L
Bu
do estágio de correção do fator
de potência e nos indutores acoplados do estágio de controle de potência já foi descarregada.
Desta forma, i
Bu
=i
Fly
=0 e a lâmpada é alimentada pela energia dos capacitores C
1
ou C
2
,
dependendo qual o interruptor do inversor que está conduzindo.
4.6 – Conclusão
Este capítulo apresenta uma metodologia de integração para a geração de uma família
de reatores eletrônicos que visam a alimentação de lâmpadas HPS com forma de onda
quadrada em baixa freqüência e, desta forma, não excitando o fenômeno da ressonância
acústica, garantindo uma operação estável da lâmpada.
Os reatores eletrônicos propostos integram o estágio de correção do fator de potência e
o estágio de controle de potência através da utilização de um único interruptor. Os
conversores empregados no estágio de correção do fator de potência são: Boost, Buck-Boost,
Sepic, Flyback, Zeta e Buck. Estes conversores são integrados ao conversor Flyback utilizado
no estágio de controle de potência da lâmpada.
Os conversores dos dois estágios de potência são integrados com características de
sobrecorrente ou sobretensão no interruptor compartilhado, dependendo do conversor
empregado no estágio de correção do fator de potência.
Ambos os estágios de correção do fator de potência e controle de potência operam no
modo de condução descontínua, dispensando malha de controle de corrente nestes estágios e
possibilitando a operação do circuito em malha aberta.
A utilização do conversor Flyback no estágio de controle de potência possibilita o
emprego do inversor Meia Ponte para alimentação da lâmpada em baixa freqüência, o que
reduz o número de interruptores controlados se comparado ao inversor Ponte Completa
comumente utilizado.
74
CAPÍTULO 5
PROJETO DOS REATORES
ELETRÔNICOS PROPOSTOS
5.1 – Introdução
A integração de etapas de potência mostra ser uma solução eficiente na redução da
complexidade e, por conseguinte, dos custos dos reatores eletrônicos. Porém, esta integração
deve estar atrelada a um projeto adequado, para que as vantagens possam ser percebidas e
utilizadas de maneira efetiva.
Este capítulo tem por objetivo realizar o projeto dos sete reatores eletrônicos
propostos, abordando, principalmente, através de equações e ábacos, os valores de tensão e de
corrente a que é submetido o interruptor compartilhado entre os dois estágios de potência.
Baseando-se no modelo da lâmpada HPS apresentado no capítulo 3, desenvolve-se,
ainda, um projeto detalhado do capacitor de saída (C
1
e C
2
) do conversor Flyback empregado
no estágio de controle de potência, tendo em conta a estabilidade de operação do reator em
regime permanente e a não excitação do fenômeno da ressonância acústica.
São apresentados os resultados experimentais para as sete possibilidades de integração
dos reatores, validando os resultados obtidos através das equações de projetos e ábacos do
capítulo.
5.2 – Especificações de Projeto
Os reatores eletrônicos integrados são projetados segundo as especificações
apresentadas na tabela 5.1.
Todas as topologias são projetadas para uma tensão de entrada de 220 V eficazes, 60
Hz, para alimentação de uma lâmpada HPS de 70 W. A variação entre os parâmetros de
projeto para as topologias é a mínima possível, a fim de garantir a análise comparativa que é
apresentada no capítulo 6 deste trabalho.
A tensão de barramento (V
b
) é escolhida para que todos os conversores operem com
razão cíclica máxima em torno de 0,3, com exceção do reator eletrônico que emprega o
75
conversor Boost no estágio de correção do fator de potência, no qual a razão cíclica máxima
escolhida é 0,2.
No apêndice A deste trabalho, o projeto dos reatores eletrônicos BFIB-ST, BFIB-SC e
ZFIB também é realizado para uma tensão de entrada de 110 V eficazes, 50 Hz, e é
apresentado juntamente com seus resultados experimentais para alimentação de uma lâmpada
de Multi-Vapor Metálico de 35W.
TABELA 5.1
E
SPECIFICAÇÕES DE PROJETO
T
ENSÃO DA REDE DE
ALIMENTAÇÃO
220 V
EFICAZES, 60 Hz
LÂMPADA HPS
70
W OSRAM VIALOX
®
NAV
®
E
LONGLIFE
FREQÜÊNCIA DE OPERAÇÃO
DOS CONVERSORES
INTEGRADOS
60 KHZ
FREQÜÊNCIA DE OPERAÇÃO
DO ESTÁGIO INVERSOR
150
HZ
BOOST 410 V
BUCK-BOOST
S
EPIC
F
LYBACK
Z
ETA
140
V
TENSÃO DO CAPACITOR DE
BARRAMENTO
(V
b
)
B
UCK 95 V
5.3 – Projeto do filtro LC de entrada
O filtro de entrada é projetado para atenuar as harmônicas de alta freqüência do lado
do conversor para a rede de alimentação a fim de garantir a característica de alto fator de
potência da topologia.
A freqüência de corte do filtro de entrada (f
c
) é normalmente projetada uma década
abaixo da freqüência de comutação (f
s
) (Bisogno, 2001).
Portanto,
10
s
c
f
f = .
(5.1)
A função de transferência do filtro LC no domínio da freqüência é dada por:
76
fff
ff
f
CL
s
RcC
s
CL
sG
.
1
.
.
1
.
1
)(
2
++
=
(5.2)
Comparando-se a função de transferência do filtro LC com a equação característica de
segunda ordem apresentada na equação 5.3, pode-se definir o valor do capacitor e do indutor
do filtro de entrada pelas equações 5.4 e 5.5, respectivamente.
22
2
...2
)(
cscs
c
sG
ωωξ
ω
++
=
(5.3)
222
...4
1
cRc
C
f
ωξ
=
(5.4)
f
f
Cc
L
.
1
2
ω
=
(5.5)
Define-se a resistência equivalente do conversor (Rc), pela equação 5.6.
pk
pkin
I
V
Rc
,
=
(5.6)
Onde:
s
pkin
pk
fL
DV
I
.
.
,
= .
(5.7)
5.4 – Projeto do capacitor de saída C
1-2
considerando a máxima ondulação de alta
freqüência admitida na potência da lâmpada e o critério de estabilidade.
5.4.1 – Projeto pelo critério da máxima ondulação de alta freqüência na lâmpada
Muitos autores, na literatura, afirmam que não excitam o fenômeno da ressonância
acústica para ondulações de alta freqüência na lâmpada abaixo de 5% (Dalla Costa, 2007).
77
Porém, estudos realizados por Jongerius (1984) e Olsen (2005) mostram que não há
um valor limite máximo da ondulação de alta freqüência abaixo do qual se pode garantir a não
ocorrência do fenômeno.
Olsen (2005) mediu o efeito da ressonância acústica em lâmpadas de multi-vapor
metálico para uma ondulação de alta freqüência na lâmpada abaixo de 1%.
Entretanto, sabe-se que mantendo-se a ondulação de alta freqüência na lâmpada
abaixo de 5%, os distúrbios no caminho de descarga não são visíveis (Groot, 1986).
Desta forma, como ressonâncias acústicas não visíveis afetam a operação e
principalmente a vida útil da lâmpada de descarga de alta pressão?
Esta é uma questão, ainda, carente de respostas. Não há, na comunidade científica, um
consenso a respeito do valor máximo da ondulação de alta freqüência que deve ser permitida
para a alimentação de lâmpadas HID. Neste projeto, o capacitor C
1-2
é projetado para uma
ondulação de alta freqüência de aproximadamente 2%.
Portanto, o projeto dos capacitores C
1
e C
2
, pelo critério da máxima ondulação de alta
freqüência, é definido pela equação 5.8, considerando a lâmpada como uma resistência pura
em alta freqüência, como apresentado no capítulo 3.
lamp
R
V
P
2
Δ
Δ
=
(5.8)
Onde:
F,
V.fs
D.I
CC
lamp
μ
Δ
33
21
==
(5.9)
5.4.2 – Análise de estabilidade para projeto do capacitor C
1-2
Na seção 5.4.1, realizou-se o projeto do capacitor C
1-2
pelo critério da máxima
ondulação de alta freqüência permitida. Porém, esta não é uma condição suficiente para
definição da capacitância C
1-2
. O projeto do capacitor C
1-2
deve obedecer também ao critério
de estabilidade do sistema.
No capítulo 3, define-se a impedância de pequenos sinais da lâmpada HPS por:
78
ps
zs
KsZ
lamp
+
= .)(
(5.10)
No estágio de controle de potência de todos os reatores eletrônicos integrados
propostos emprega-se o conversor Flyback operando no modo de condução descontínua, que
tem sua função de transferência de pequenos sinais definida pela equação 5.11. (Erickson,
1999).
p
Fly
s
Gd
sG
ω
+
=
1
)(
0
(5.11)
Onde,
D
V
Gd
L
=
0
(5.12)
e,
21
).(
2
=
CsZ
lamp
p
ω
.
(5.13)
Desta forma, pode-se reescrever a equação 5.11 por:
2
].).([
1
)(
21
sCsZ
D
V
sG
lamp
L
Fly
+
=
.
(5.14)
Substituindo-se a equação 5.10 na equação 5.14, tem-se:
KC
p
sz
KC
s
ps
KCD
V
sG
L
Fly
.
.2
.
.
2
.
..
.2
)(
2121
2
21
+
+
+
= .
(5.15)
79
A equação 5.15 define a função de transferência de pequenos sinais do conversor
Flyback operando no modo de condução descontínua com o modelo da impedância
incremental da lâmpada, definido na equação 5.10, inserido ao sistema.
Pelo critério de estabilidade de
Routh-Hurwitz, para sistemas que apresentam equações
características de 2ª ordem, a estabilidade pode ser determinada diretamente por inspeção. Um
polinômio apresentará todas as suas raízes no semi-plano esquerdo do plano “s”, se e somente
se, todos os coeficientes do polinômio apresentarem o mesmo sinal algébrico (Hey, 1997).
Portanto, se todos os coeficientes do polinômio da equação 5.15 forem positivos, então
todos os pólos da equação característica apresentam parte real negativa e, portanto, o sistema
é estável.
Desta forma, pode-se inferir que, para garantir a estabilidade do sistema,
0
.
2
21
>
z
KC
(5.16)
e,
0
.
.2
21
>
KC
p
.
(5.17)
Considerando os valores de K = 75, z = 3.141,5 rad/s e p = 18.849,0 rad/s definidos no
capítulo 3 através dos resultados experimentais para a lâmpada HPS ensaiada, a análise para a
obtenção do valor máximo do capacitor C
1-2
que garante a estabilidade do sistema é realizada
através da equação 5.16.
Substituindo-se os valores de “K” e “z” na equação 5.16, tem-se que para garantir a
estabilidade do sistema,
FC
μ
49,8
21
<
.
(5.18)
Para valores de capacitores C
1-2
acima dos definidos na equação 5.18 o sistema se
torna instável. Deve-se, portanto, realizar um contraponto entre a maior ondulação de alta
freqüência que será permitida à lâmpada e o maior valor de capacitor que garante a
estabilidade do sistema.
80
5.5 – Projeto do circuito ignitor
Para se efetuar a ignição da lâmpada HPS, faz-se necessário a aplicação de um pulso
de tensão com parâmetros definidos pela norma NBR IEC662:1997. Portanto, deve-se
projetar um circuito ignitor, para os reatores eletrônicos integrados propostos, que atenda aos
requisitos da norma.
O circuito proposto para aplicação do pulso de alta tensão na lâmpada a fim de iniciar
o processo de ignição é mostrado na figura 5.1.
Figura 5.1 – Circuito de ignição empregado aos reatores eletrônicos integrados propostos.
Quando o reator eletrônico é ligado, o circuito passa a operar sem carga, visto que a
lâmpada é considerada um circuito aberto antes que o processo de ignição se inicie.
Consequentemente, a tensão dos capacitores C
1
e C
2
começa a se elevar, devido a operação
dos estágios de correção do fator de potência e de controle de potência.
Desta forma, o crescimento da tensão em C
1
e C
2
faz com que o capacitor C
ig
se
carregue através do resistor R
ig
. Quando a tensão de C
ig
atinge a tensão de avalanche do
SIDAC, essa é aplicada ao primário do transformador de pulso, o qual possui uma relação de
espiras de ordem elevada, possibilitando a ignição da lâmpada através de um pulso de alta
tensão.
Durante a operação em regime permanente a soma das tensões dos capacitores C
1
e C
2
não mais atinge a tensão de avalanche do SIDAC, e, portanto, o circuito ignitor não influencia
no funcionamento do reator. Porém, o secundário do transformador de pulso permanece em
série com a lâmpada, mas sua impedância pode ser desconsiderada.
O projeto dos componentes do circuito ignitor é realizado conforme Correa (2000),
tendo seus valores apresentados na tabela 5.2.
81
TABELA 5.2
V
ALORES DOS COMPONENTES PARA O CIRCUITO IGNITOR
R
ig
100 kΩ
C
ig
47 nF
L
ig1
7 μH
L
ig2
540 μH
SIDAC MKP1V240
5.6 – Reator eletrônico Boost Flyback Half-Bridge (BOFIB)
5.6.1 – Projeto dos estágios integrados
As correntes e tensões referenciadas durante o projeto do reator eletrônico BOFIB, são
apresentadas na figura 5.2.
Figura 5.2 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico BOFIB.
Define-se a corrente de pico no indutor (L
Bo
) do conversor Boost pela equação 5.19.
S
Bo
g
)pico(Bo
T.D.
L
V
I =
(5.19)
Como o conversor Flyback opera no modo de condução descontínua, este pode ser
emulado por uma resistência, cujo valor é calculado pela equação:
2
1
2
D
f.L.
R
s_Fly
Fly
= .
(5.20)
82
Para definir a tensão (V
b
) no capacitor de barramento, sabendo-se que a corrente média
pelo capacitor (C
b
) é igual a zero, pode-se escrever a equação 5.21.
FlyBb
R.IV
=
(5.21)
A corrente média (
I
B
) em R
Fly
é definida pela equação 5.22.
=
π
π
0
1
2
1
dt.
T
.
t.I
.I
s
des)pico(Bo
B
(5.22)
Onde o tempo de descarga (
t
des
) da energia armazenada no indutor L
Bo
durante a
condução de
S
1
, como apresenta a figura 5.2.1, é definido pela equação do balanço de energia
5.23.
des
Bo
gb
s
Bo
g
t.
L
VV
T.D.
L
V
=
(5.23)
Figura 5.2.1 – Diagrama da corrente i
Bo
para um período de comutação.
Isolando-se o tempo de descarga (
t
des
) na equação 5.23 e substituindo-se na equação
5.22, considerando que a tensão de entrada varia senoidalmente com o tempo, obtêm-se a
equação 5.24.
td.
)t(sen.VV
)t(sen
.
L..
T.D.V
I
gbBo
sg
B
ω
ω
ω
π
π
=
0
2
2
2
2
(5.24)
83
Considerando, ainda,
m
V
V
b
g
=
(5.25)
e
)m(Y)m(asen.
m.m
m)t(sen.m
)t(sen.m
=
+
+=
π
ππ
ω
ω
0
2
2
2
1
2
2
1
(5.26)
a equação 5.24 pode ser escrita como mostra a equação 5.27.
sBo
g
B
f.L..
)m(Y.D.V
I
π
2
2
=
(5.27)
Substituindo-se agora, a equação 5.20 e 5.27 em 5.21 e considerando que:
α
=
1_Fly
Bo
L
L
,
(5.28)
obtêm-se a equação 5.29.
)m(Y.
m
π
α
=
(5.29)
Desta forma, observando-se a equação 5.29, conclui-se que a tensão de barramento
(
V
b
), para uma tensão de entrada (V
g
), quando ambos os conversores integrados operam no
modo de condução descontínua, somente depende da relação entre a indutância
L
Bo
e L
Fly_1
,
sendo independente da razão cíclica (
D), da freqüência de operação (f
s
), e da carga.
A figura 5.3 apresenta o gráfico de
α
em função de m. Para Vg=311V e uma tensão de
barramento
V
b
=140V, pode-se obter a relação
α
=0,895 entre as indutâncias de ambos os
conversores integrados.
84
Figura 5.3 – Relação
α
x m para a configuração BOFIB.
A razão cíclica máxima, para garantir o modo de operação descontínua do conversor
Boost,
é definida pela equação 5.30.
m
m
D
1
=
(5.30)
Seguindo-se o mesmo processo de análise realizado na equação 5.21, pode-se definir,
Bb
lamp
I.V
P
=
η
,
(5.31)
e, substituindo-se a equação 5.27 em 5.31, pode-se definir a indutância Boost (L
Bo
),
para uma eficiência estimada
η
=85%, pela equação 5.32.
H.
f.P..
)m(Y.D.V.V
L
slamp
bg
Bo
μη
π
616
2
2
==
(5.32)
Para calcular a indutância primária do conversor Flyback (L
Fly_1
), utiliza-se a relação
definida na equação 5.28.
Desta forma, tem-se:
85
H
L
L
Bo
_Fly
μ
α
689
1
==
(5.33)
Resta, ainda, calcular a indutância secundária do conversor Flyback (L
Fly_2-3
). Para
tanto, deve-se primeiramente projetar a relação de espiras (n
2
), a fim de garantir o modo de
operação em condução descontínua deste conversor.
A relação de espiras (n
2
) definida para a condição crítica em que
sdes
T).D(t
=
1,
(5.34)
é calculada pela equação 5.35.
7260
1
2
,
V
m.V
.
D
)D(
n
g
lamp
=
=
(5.35)
E a indutância L
Fly_2-3
do conversor Flyback pode ser definida por:
H)n.(LL
_Fly_Fly
μ
363
2
2132
==
(5.36)
Para o projeto do capacitor de barramento (C
b
), utiliza-se uma ondulação máxima de
tensão permitida (r=5%). A tensão pico-a-pico (
Δ
V
b
) no capacitor de barramento é definida
por:
==
π
ω
Δ
Δ
0
b
2
1
V dt.Ii.
C..C
Q
BB
bb
,
(5.37)
onde,
r
V
b
=
b
V
Δ
.
(5.38)
Por fim, a capacitância C
b
é calculada pela equação 5.39.
86
F
r.L.f.f
)m(Y.m.D
.
.
)(
C
Bos
b
μ
π
π
27
8
1
2
2
=
.
(5.39)
As equações 5.40 e 5.41, plotadas no gráfico da figura 5.4, definem respectivamente a
tensão e a corrente de entrada do conversor Boost.
)t(sen.V)t(v
gg
ω
=
(5.40)
)t(sen.m
)t(sen
.
f.L
V.D
.)t(i
sBo
g
in
ω
ω
=
1
2
1
2
(5.41)
Figura 5.4 – Gráfico teórico da tensão e da corrente de entrada para o conversor BOFIB.
Segundo Pomílio (2004), o fator de potência de entrada para o conversor
Boost pode
ser teoricamente obtido através do gráfico da figura 5.5.
Considerando-se a relação (
m) entre o pico da tensão de entrada (V
g
) e a tensão do
barramento (
V
b
), o valor teórico do fator de potência de entrada é 0,964, conforme pode ser
visualizado na figura 5.5.
5.6.2 – Ábacos dos valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (
S
1
)
Um dos principais parâmetros a ser analisado em todas as integrações propostas são os
esforços de tensão e de corrente aos quais é submetido o interruptor compartilhado (
S
1
) entre
o estágio de correção do fator de potência e o estágio de controle de potência.
87
Figura 5.5 – Gráfico do fator de potência de entrada em função de m.
A criação de ábacos que possibilitem desenvolver um projeto, tendo em vista a
corrente eficaz (perdas em condução) e a tensão máxima de bloqueio às quais é submetido o
interruptor compartilhado, é de suma importância devido à forma como estão constituídas as
topologias propostas.
Porém, o traçado destes ábacos deve depender do menor número de parâmetros
possíveis, a fim de garantir uma liberdade do projetista que prime sempre pela escolha do
melhor projeto.
O cálculo da corrente eficaz no interruptor compartilhado
S
1
não é uma tarefa fácil,
visto que é dado pela soma da corrente dos dois estágios de potência, e que possui uma
componente de alta freqüência, definida pela freqüência de comutação de
S
1
, cuja envoltória é
caracterizada pela tensão da rede elétrica, como mostra a figura 5.6.
Figura 5.6 – Definição da corrente em S
1
.
88
A corrente eficaz em
S
1
é calculada considerando-se a soma quadrática dos valores
eficazes de cada um dos “triângulos” apresentados na figura 5.6, tendo em vista sua variação
na “altura” ao longo da variação da tensão da rede.
Desta forma, a primeira variável a ser definida é a relação entre o período de
comutação (
T
s
) e meio período da rede elétrica (T), para se definir o número de triângulos
(
NT) a ser considerado.
Tendo em vista que o período
T é calculado por:
f
T
1
= ,
(5.42)
o valor de
NT é calculado pela equação 5.43, e a corrente eficaz no interruptor compartilhado
S
1
é então definida pela equação 5.44.
s
T.f.
NT
2
1
=
(5.43)
()
[]
=
+=
NT
n
s
T.D
Bo
sg
_Fly
b
S
dt.t.
L
T.n.f..sen.V
L
V
.f.Ief
1
0
2
1
1
2
2
π
(5.44)
Substituindo-se as equações 5.32 e 5.33 em 5.44, obtêm-se a equação 5.45.
()
[][]
=
+=
NT
n
s
sb
lamp
S
T.n.f..sen.)m(Y.
D.f
f
..
).m(Y.V
P
.Ief
1
2
1
2
3
2
2
ππ
η
(5.45)
A tensão de bloqueio de
S
1
é calculada pela equação 5.46.
2
1
n
V
VV
lamp
bS
+=
(5.46)
Através da substituição da equação 5.35 em 5.46, obtêm-se a equação simplificada
5.47.
89
D
V
V
b
S
=
1
1
5.47
Através das equações 5.45 e 5.47, pode-se traçar os ábacos da figura 5.7 para
determinar a tensão de bloqueio e a corrente eficaz do interruptor compartilhado em função da
tensão de barramento (
V
b
) e da razão cíclica (D). O traçado destes ábacos respeita as
condições de razão cíclica máxima para garantir o modo de condução descontínua impostas
pela equação 5.3.
Figura 5.7 – Ábacos para projeto da tensão e corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico BOFIB.
90
Os únicos parâmetros que precisam ser definidos para o traçado dos ábacos da figura
5.7 são as características da rede elétrica, a lâmpada utilizada, a freqüência de comutação
escolhida e a eficiência estimada do conversor. Pelo fato de que estes são parâmetros
normalmente definidos previamente pelo projetista, os ábacos permitem a estes avaliar, de
maneira eficiente, as características de tensão e de corrente em S
1
antes da realização do
projeto final.
Os valores teóricos da corrente eficaz e da tensão máxima de bloqueio no interruptor
S
1
para o projeto desenvolvido são apontados na figura 5.7.
5.6.3 – Resultados experimentais
Esta seção apresenta os resultados experimentais para o reator eletrônico
BOFIB
projetado na seção 5.6.1, a fim de comprovar os valores teóricos de tensão e de corrente
calculados através dos ábacos da figura 5.7, bem como validar a integração de estágios de
potência proposta.
Na figura 5.8 pode-se visualizar as formas de onda de tensão e de corrente de entrada
para o reator eletrônico
BOFIB com a análise harmônica da corrente de entrada comparando
com os limites da IEC 61000-3-2. As formas de onda de tensão e corrente demonstram estar
de acordo com as formas de onda teóricas da figura 5.4.
O cálculo do fator de potência, obtido através do resultado experimental, é realizado
com o auxílio de um algoritmo desenvolvido no programa Mathcad
®
, considerando um total
de 30.000 pontos de aquisição. O valor do fator de potência medido, para esta integração, é de
0,958.
Figura 5.8 – Tensão e corrente de entrada (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms) e análise harmônica da corrente de
entrada.
91
A tensão e a corrente, bem como a forma de onda de potência na lâmpada, são
apresentadas na figura 5.9 e 5.10, respectivamente.
Figura 5.9 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada (50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.10 – Potência na lâmpada (50 W/div, 4 ms).
As figuras 5.11, 5.12 e 5.13 mostram as formas de onda para o interruptor
compartilhado S
1
.
Na figura 5.11, parte superior direita, mostra-se que o valor eficaz da corrente medido
é de 0,810A, considerando-se a escala da ponteira de corrente de 1A/div. Este valor medido
através do resultado experimental está de acordo com o valor teórico obtido através dos
ábacos da figura 5.7.
Nas figuras 5.12 e 5.13, pode-se visualizar a tensão e a corrente, em alta freqüência, no
interruptor compartilhado (
S
1
), onde são realizadas medições do tempo de condução
(
D.T
s
=3,4 μs) e do período de comutação (T
s
=16,6 μs). Através destes valores, pode-se
calcular uma razão cíclica
D de operação em torno de 0,2.
92
Figura 5.11 – Tensão de entrada e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 1 A/div), 1 ms.
Figura 5.12 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div, 10 μs), medição de D.T
s
.
Figura 5.13 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div, 10 μs), medição de T
s
.
93
No canto direito da figura 5.13, também é mostrado o valor máximo da tensão de
bloqueio a que é submetido o interruptor
S
1
. O valor medido está de acordo com o definido
previamente através dos ábacos da seção anterior.
A corrente no indutor
L
Bo
do conversor Boost em baixa e alta freqüência é apresentada,
respectivamente, nas figuras 5.14 e 5.15. E a corrente
i
Fly
do conversor Flyback é apresentada
em baixa freqüência na figura 5.16 e em alta freqüência na figura 5.17.
A tensão (
V
b
), no capacitor de barramento, conforme mostra a figura 5.18, está de
acordo com a teoricamente definida para esta integração.
O rendimento elétrico medido, através dos resultados experimentais, é de 87,36 %,
utilizando-se, para o interruptor integrado
S
1
, o COOLMOS SPW17N80C2, que possui uma
resistência em condução de 290m
Ω a 25ºC.
Figura 5.14 – Envoltória da corrente no indutor L
Bo
do conversor Boost (500 mA/div, 2 ms).
Figura 5.15 – Corrente no indutor L
Bo
do conversor Boost em alta frequencia (1 A/div, 10 μs).
94
Figura 5.16 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em baixa freqüência (1 A/div, 1 ms).
Figura 5.17 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em alta freqüência (1A/div, 10 μs).
Figura 5.18 – Tensão no capacitor de barramento C
b
(100 V/div, 4 ms).
95
5.7 – Reator eletrônico Buck-Boost Flyback Half-Bridge (BBFIB)
5.7.1 – Projeto dos estágios integrados
As simbologias das correntes e tensões que serão utilizadas durante o projeto do reator
eletrônico
BBFIB, são apresentadas na figura 5.19.
Figura 5.19 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico BBFIB.
O valor de pico da corrente no indutor (
L
BuBo
) do conversor Buck-Boost é definido pela
equação 5.48.
S
BuBo
g
)pico(BuBo
T.D.
L
V
I =
(5.48)
Da mesma forma que no projeto do reator eletrônico empregando o conversor
Boost
no estágio de correção do fator de potência, busca-se definir uma relação entre
α
e m que
venha a facilitar o projeto dos conversores integrados. A variável
α
é definida para este
projeto como mostra a equação 5.49.
1_Fly
BuBo
L
L
=
α
(5.49)
A definição da resistência equivalente do conversor
Flyback (R
Fly
), e da tensão no
capacitor de barramento (
V
b
), são calculadas empregando-se as mesmas equações 5.20 e 5.21
já apresentadas.
Desta forma, a equação 5.50 define o valor médio da corrente (
I
B
) na resistência R
Fly
.
96
=
π
π
0
1
2
1
dt.
T
.
t.I
.I
s
des)pico(BuBo
B
(5.50)
O tempo de desmagnetização (
t
des
) é calculado com base no balanço de energia,
através da equação 5.51. Para o conversor
Buck-Boost, durante a descarga da energia
armazenada no indutor
L
BuBo
, a tensão aplicada é V
b
.
des
BuBo
b
s
BuBo
g
t.
L
V
T.D.
L
V
=
(5.51)
Isolando-se
t
des
na equação 5.51 e substituindo-se na equação 5.50, juntamente com a
definição de
I
BuBo(pico)
da equação 5.48, pode-se representar I
B
da forma da equação 5.52.
td.)t(sen.
L.V..
T.D.V
I
BuBob
sg
B
ωω
π
π
=
0
2
2
2
2
(5.52)
Ainda, considerando que
V
g
/V
b
=m, pode-se reescrever a equação 5.52, como mostra a
equação 5.53.
sBuBo
g
B
f.L.
D.m.V
I
4
2
=
(5.53)
A relação
α
x m é definida pela equação 5.54, substituindo-se 5.53 e 5.20 em 5.21 e
tendo em conta a relação apresentada na equação 5.49.
2
2
m
=
α
(5.54)
Pode-se concluir, novamente, através da equação 5.54, que a tensão do barramento
(
V
b
), para uma determinada tensão da rede de alimentação, somente depende da relação (
α
)
entre as indutâncias
L
Bubo
e L
Fly_1
.
O gráfico para a relação
α
versus m é mostrado na figura 5.20. Como se pode
observar, o valor de
m pode assumir valores maiores ou menores que um, pois a tensão do
97
barramento (
V
b
), para o conversor Buck-Boost, pode ser projetada para valores maiores ou
menores que a tensão de entrada (
V
g
).
Considerando
V
g
= 311 e V
b
=140, para este projeto
α
= 2,466 é obtido através do
gráfico da figura 5.20.
Figura 5.20 – Relação
α
versus m para a configuração BBFIB.
A definição da razão cíclica máxima, para garantir o modo de operação em condução
descontínua, do conversor
Buck-Boost, é mostrada na equação 5.55.
1
1
+
=
m
D
(5.55)
Substituindo-se a equação 5.53 em 5.31, e supondo uma eficiência
η
=85%, a
indutância
L
BuBo
é calculada através da equação 5.56.
H.
f.P.
D.V
L
slamp
g
BuBo
μη
439
4
2
2
==
(5.56)
Para calcular a indutância primária do conversor
Flyback (L
Fly_1
) utiliza-se a relação
definida na equação 5.49.
Desta forma, tem-se:
H
L
L
BuBo
_Fly
μ
α
178
1
== .
(5.57)
98
Para calcular a indutância secundária (
L
Fly_2-3
) do conversor Flyback, utiliza-se a
mesma equação 5.36 apresentada no projeto anterior.
A relação de espiras
n
2
= 1,25 é calculada a partir da equação 5.35, para garantir o
modo de operação em condução descontínua do conversor
Flyback, para uma razão cíclica
(
D) igual a 0,3 e uma tensão do barramento V
b
= 140 V.
Substituindo-se, agora, o valor de
n
2
na equação 5.36, calcula-se L
Fly_2-3
= 279 μH.
Resta, ainda, projetar o capacitor de barramento (
C
b
) para uma ondulação máxima de
tensão permitida (
r=5%). Isto pode ser realizado seguindo o mesmo princípio de
equacionamento das equações 5.37 e 5.38.
O capacitor
C
b
é calculado como mostra a equação 5.58.
F
r.L.f.f
D
.
.
m
C
BuBos
b
μ
π
220
8
22
=
(5.58)
Na figura 5.21 apresentam-se as formas de onda teóricas para a tensão e a corrente de
entrada do conversor Buck-Boost, onde a tensão é definida pela equação 5.40 e a corrente é
representada por:
)t(sen.
f.L
V.D
.)t(i
sBuBo
g
in
ω
2
2
1
= .
(5.59)
Figura 5.21 – Formas de onda teóricas de tensão e a corrente de entrada para a configuração BBFIB.
99
Nota-se, através das formas de onda teóricas da figura 5.21, que o conversor Buck-
Boost é capaz de emular uma característica de carga resistiva pura, ao contrário do conversor
Boost, visto anteriormente. Este fato, determina uma característica teórica de fator de potência
unitário na entrada.
5.7.2 – Ábacos dos valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (S
1
)
Os ábacos de tensão e de corrente eficaz no interruptor compartilhado S
1
,
para a
integração do conversor Buck-Boost à Célula SC, baseiam-se na mesma metodologia de
projeto apresentada anteriormente para o conversor Boost. A corrente eficaz no interruptor
compartilhado para o conversor Buck-Boost é definida pela equação 5.60.
()
[]
=
+=
NT
n
s
T.D
BuBo
sg
_Fly
b
S
dt.t.
L
T.n.f..sen.V
L
V
.f.Ief
1
0
2
1
1
2
2
π
(5.60)
Substituindo-se as equações 5.56 e 5.57 em 5.60, o valor eficaz da corrente no
interruptor compartilhado é definido por:
()
[]
[]
=
+=
NT
n
sbg
sgb
lamp
S
T.n.f..sen.V.V.
D.f
f
..
.V.V
P
.Ief
1
2
1
22
3
2
2
π
η
(5.61)
A tensão de bloqueio, a qual é submetido o interruptor S
1
, depende da tensão de
entrada (V
g
), da tensão de barramento (V
b
)
e da razão cíclica (D), como mostra a equação 5.62.
()
+=
D
V
,VVmaxV
b
bgS
1
1
(5.62)
A tensão de bloqueio depende do projeto realizado, sendo a maior entre as duas
tensões definidas na equação 5.62.
Com base nas equações 5.61 e 5.62 são traçados os ábacos de projeto da figura 5.22.
Novamente, como no projeto anterior, os únicos parâmetros que devem ser definidos para o
traçado dos ábacos, são as características da rede elétrica, a lâmpada utilizada, a freqüência de
comutação escolhida e a eficiência estimada do conversor.
100
O traçado destes ábacos respeita as condições de razão cíclica máxima para garantir o
modo de condução descontínua impostas pela equação 5.55. Através deles, obtêm-se uma
corrente eficaz Ief
S1
=1,982 A e uma tensão máxima de bloqueio V
S1
=451 V para a
especificações de projeto previamente descritas.
Figura 5.22 – Ábacos para projeto da tensão e corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico
BBFIB.
101
5.7.3 – Resultados experimentais
Nesta seção são apresentados os resultados experimentais para o reator eletrônico
BBFIB a fim de validar a metodologia de projeto mostrada anteriormente.
A figura 5.23 apresenta as formas de onda de tensão e de corrente na entrada, onde um
fator de potência de 0,993 é medido.
Na figura 5.24, pode-se visualizar a forma de onda quadrada (150Hz) de tensão e de
corrente na lâmpada, que tem por finalidade a não excitação do fenômeno da ressonância
acústica.
Figura 5.23 – Tensão e corrente de entrada (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms).
Figura 5.24 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada (50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
A forma de onda de potência na lâmpada é apresentada na figura 5.25. A potência
constante na lâmpada evita o processo de re-ignição, comum na alimentação de lâmpadas de
descarga por reatores eletromagnéticos.
102
Na figura 5.26 apresenta-se a medição do valor de corrente eficaz no interruptor
compartilhado, calculado por:
A,A.
mV
mV,
Ief
S
91212
10
569
1
==
.
5.63
O valor experimental obtido está de acordo com o valor teórico, previamente
definido, pelo ábaco da figura 5.22.
Figura 5.25 – Potência na lâmpada (50 W/div, 4 ms).
Figura 5.26 – Tensão de entrada e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div), 1 ms.
Ainda, a tensão e a corrente no interruptor S
1
, em alta freqüência, são mostradas nas
figuras 5.27 e 5.28, onde o tempo de condução D.T
s
=5 μs e o período de comutação T
s
=16,8
μs resultam em uma razão cíclica (D), calculada, de aproximadamente 0,3.
103
A figura 5.29 mostra a envoltória da forma de onda de corrente no indutor L
BuBo
. A
corrente em alta freqüência neste indutor é mostrada na figura 5.30, juntamente com a forma
de onda de tensão no interruptor S
1
. Através desta forma de onda, pode-se visualizar a tensão
máxima de bloqueio medida para o interruptor compartilhado.
As correntes do estágio de controle de potência na lâmpada são visualizadas para
diferentes tempos de aquisição nas figuras 5.31 e 5.32.
A tensão no capacitor de barramento (V
b
) é mostrada na figura 5.33. A medição
realizada mostra uma tensão V
b
=139 V.
O rendimento elétrico, medido através dos resultados experimentais, para esta
integração, é de 84,52 %.
Figura 5.27 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 5 A/div, 10 μs), medição de D.T
s
.
Figura 5.28 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 5 A/div, 10 μs), medição de T
s
.
104
Figura 5.29 – Envoltória da corrente no indutor L
BuBo
do conversor Buck-Boost (2 A/div, 2 ms).
Figura 5.30 – Tensão no interruptor S
1
e corrente no indutor L
BuBo
. (250 V/div, 2 A/div, 10 μs).
Figura 5.31 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em baixa freqüência (2 A/div, 1 ms).
105
Figura 5.32 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em alta freqüência (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.33 – Tensão no capacitor de barramento C
b
(50 V/div, 4 ms).
5.8 – Reator eletrônico Sepic Flyback Half-Bridge (SFIB)
5.8.1 – Projeto dos estágios integrados
As simbologias das correntes e das tensões que serão utilizadas durante o projeto do
reator eletrônico SFIB, são apresentadas na figura 5.34.
Com base nas etapas de funcionamento para o conversor Sepic, apresentadas no
capítulo 4, realizam-se as simplificações apresentadas na figura 5.35, considerando-se que
V
g
=V
3
.
Para a Etapa I de funcionamento, caracterizada pela condução do interruptor S
1
, o
circuito é analisado considerando-se uma indutância equivalente (L
e
), dada pela combinação
em paralelo dos dois indutores do conversor Sepic (L
e
=L
S1
//L
S2
), uma vez que durante esta
etapa os dois indutores são submetidos a mesma tensão V
g
.
106
Figura 5.34 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico SFIB.
Na Etapa II, durante a descarga da energia armazenada nos indutores do conversor
Sepic, caracterizada pela saída de condução do interruptor S
1
, em ambos os indutores é
aplicada a tensão do barramento (V
b
).
Pode-se, então, associar o projeto do conversor Sepic ao do conversor Buck-Boost
definido na seção anterior, supondo que L
BuBo
=L
e
.
Figura 5.35 – Simplificações para as etapas de operação do conversor Sepic.
107
Desta forma a indutância equivalente (L
e
) é definida pela equação 5.64.
H.
f.P.
D.V
LL
slamp
g
BuBoe
μη
439
4
2
2
===
(5.64)
A corrente I
B
para o conversor Sepic é definida por:
se
g
B
f.L.
D.m.V
I
4
2
= .
(5.65)
E, considerando-se,
1_Fly
e
L
L
=
α
,
(5.66)
a relação
α
versus m , é idêntica a do conversor Buck-Boost, representada pela equação 5.67.
4672
2
2
,
m
==
α
(5.67)
Para calcular L
Fly_1
, substitui-se o valor de
α
encontrado na equação 5.67, e o valor de
L
e
da equação 5.64, na equação 5.66. Desta forma, obtêm-se:
H
L
L
e
_Fly
μ
α
178
1
== .
(5.68)
O projeto para a indutância secundária do conversor Flyback (L
Fly_2-3
) é realizado
empregando-se as equações 5.35 e 5.36, para uma razão cíclica D=0,3 e uma tensão V
b
=140
V, obtendo-se L
Fly_2-3
= 279 μH.
As características de tensão e de corrente na fonte de alimentação, considerando-se o
emprego de um filtro LC na entrada do conversor Sepic, são as mesmas apresentadas na seção
anterior, e mostradas novamente no gráfico da figura 5.36.
Porém, a corrente de entrada, agora, é definida pela equação 5.69.
108
)t(sen.
f.L
V.D
.)t(i
se
g
in
ω
2
2
1
=
(5.69)
Figura 5.36 – Formas de onda teóricas de tensão e de corrente de entrada para a configuração SFIB.
Resta, ainda, projetar os indutores L
S1
, L
S2
e o capacitor C
3
. Para o projeto do indutor
L
S1
, deve-se considerar a máxima variação (
Δ
I) admitida para à corrente i
LS1
, em relação ao
pico da corrente de entrada (I
in_pico
).
A corrente I
in_pico
é definida por:
e
sg
)pico(in
L
T.D.V
.I
2
2
1
= ,
(5.70)
e
Δ
I é calculado pela equação 5.71.
S
S
g
T.D.
L
V
I
1
=
Δ
(5.71)
Representando-se a variação da corrente em L
S1
, como mostra a equação 5.72, o
indutor L
S1
é calculado através da equação 5.73.
)pico(in
s
I
I
r
Δ
=
(5.72)
109
s
e
S
r.D
L.
L
2
1
=
(5.73)
E, ainda, substituindo-se a equação 5.64 em 5.73, tem-se:
η
.
r.P.f
D.V
.L
slamps
g
S
2
1
2
1
= .
(5.74)
Considerando-se que a indutância equivalente L
e
é o paralelo das indutâncias L
S1
e L
S2
,
a indutância L
S2
pode ser definida como mostra a equação 5.75.
eS
Se
S
LL
L.L
L
=
1
1
2
(5.75)
Novamente, substituindo-se a equação 5.64 e 5.74 em 5.75, a indutância L
S2
é
representada pela equação 5.76.
)r.D(
.
P.f.
D.V
L
slamps
g
S
=
22
2
2
2
η
(5.76)
As equações 5.74 e 5.76 permitem a construção dos ábacos de projeto da figura 5.37.
Através destes ábacos, é possível realizar o projeto das indutâncias L
S1
e L
S2
, em função da
variação máxima de corrente em L
S1
e da razão cíclica (D).
Para o projeto do capacitor C
3
duas características devem ser consideradas:
1.
sua capacitância deve ser suficientemente grande para que o mesmo se
comporte como uma fonte de tensão constante durante um período de
comutação;
2.
como, V
g
=V
3
, este deve ser projetado para acompanhar as variações da tensão
da rede elétrica.
110
Figura 5.37 – Ábacos de projeto para L
S1
e L
S2
em função da variação de corrente em L
S1
e da razão cíclica (D)
de projeto.
Desta forma, a capacitância C
3
é calculada com base na freqüência de oscilação (f
osc
)
entre C
3
e L
S2
. Sendo projetado para uma freqüência de oscilação dada por:
3
s
osc
f
f =
,
(5.77)
O capacitor C
3
é, então, calculado através da equação 5.78.
111
()
nF
f...L
C
oscS
100
2
1
2
2
3
=
π
5.78
O cálculo do capacitor de barramento (C
b
) é realizado utilizando-se a equação 5.58,
previamente definida. Através desta equação, C
b
=220 μF é calculado.
5.8.2 – Ábacos dos valores de tensão e corrente no interruptor compartilhado (S
1
)
O projeto dos ábacos de tensão e corrente para a integração do conversor Sepic ao
conversor Flyback é idêntico ao projeto realizado para o conversor Buck-Boost.
Portanto, na figura 5.38, apresentam-se novamente os ábacos de projeto utilizados, a
fim de confrontar os valores de tensão e de corrente para o interruptor compartilhado (S
1
),
com os obtidos nos resultados experimentais para esta integração.
5.8.3 – Resultados experimentais
Nesta seção apresentam-se alguns resultados experimentais, a fim de comprovar a
metodologia de projeto descrita anteriormente para o reator eletrônico SFIB.
A figura 5.39 mostra a forma de onda de tensão e corrente na entrada. O fator de
potência medido é de 0,985.
As formas de onda de tensão, de corrente e de potência na lâmpada são apresentadas
nas figuras 5.40 e 5.41.
Com base nas formas de onda das figuras 5.39 e 5.41, e, considerando-se o fator de
potência de 0,985, o rendimento elétrico medido é de 81,75 %.
Para comprovar os cálculos realizados na seção anterior, a figura 5.42 apresenta a
medição da corrente eficaz no interruptor S
1
. Utilizando-se a equação 5.79, verifica-se que o
valor eficaz da corrente é de 1,912A, o que demonstra estar de acordo com o previamente
calculado.
A,A.
mV
mV,
Ief
S
91212
10
569
1
== .
(5.79)
112
Figura 5.38 – Ábacos para projeto da tensão e corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico SFIB.
Nas figuras 5.43 e 5.44 apresenta-se as formas de onda de tensão e de corrente no
interruptor compartilhado S
1
. Através das medições de D.T
s
=5 μs e T
s
=17 μs, calcula-se uma
razão cíclica (D) de operação de aproximadamente 0,3.
A envoltória da corrente no indutor L
S1
e sua componente de alta freqüência, para uma
variação máxima, r
s
=0,90, são apresentadas, respectivamente, nas figuras 5.45 e 5.46.
As figuras 5.47 e 5.48 apresentam a corrente no indutor L
S2
para diferentes tempos de
aquisição.
113
Figura 5.39 – Tensão e corrente de entrada (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms).
Figura 5.40 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada (50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.41 – Potência na lâmpada (50 W/div, 4 ms).
114
Figura 5.42 – Tensão de entrada e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div), 1 ms.
Figura 5.43 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 5 A/div, 10 μs), medição de D.T
s
=5
μ
s.
Figura 5.44 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 5 A/div, 10 μs), medição de T
s
.
115
Figura 5.45 – Envoltória da corrente no indutor L
S1
do conversor Sepic (500 mA/div, 2 ms).
Figura 5.46 – Corrente em alta freqüência no indutor L
S1
do conversor Sepic (500 mA/div, 10 μs).
Figura 5.47 – Envoltória da corrente no indutor L
S2
do conversor Sepic (1 A/div, 2 ms).
116
Figura 5.48 – Corrente em alta freqüência no indutor L
S2
do conversor Sepic (1 A/div, 10 μs).
As características de corrente do estágio de controle de potência são apresentadas nas
figuras 5.49 e 5.50.
Figura 5.49 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em baixa freqüência (2 A/div, 1 ms).
Figura 5.50 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em alta freqüência (2 A/div, 10 μs).
117
A tensão (V
b
) no capacitor de barramento é mostrada na figura 5.51. A forma de onda
apresenta uma pequena ondulação na freqüência de 120Hz, sendo seus efeitos desprezíveis na
alimentação da lâmpada HPS.
Figura 5.51 – Tensão no capacitor de barramento C
b
(50 V/div, 4 ms).
A forma de onda de tensão, apresentada na figura 5.52, mostra que as condições de
projeto descritas anteriormente para o capacitor C
3
são totalmente satisfeitas, visto que, como
pode ser observado na figura, a tensão V
3
segue a variação da tensão da rede V
g
.
Figura 5.52 – Tensão no capacitor de barramento C
3
(100 V/div, 4 ms).
118
5.9 – Reator eletrônico Bi-Flyback Half-Bridge (BFIB)
5.9.1 – Projeto dos estágios integrados
Na integração de dois conversores Flyback, como apresentado na metodologia de
integração do capítulo 4, duas formas de conexão podem ser realizadas. Na primeira delas,
chamada de BFIB-SC, o interruptor compartilhado é submetido a soma das correntes do
estágio de correção do fator de potência e de controle de potência. Na segunda, chamada de
BFIB-ST, o interruptor conduz apenas a maior corrente entre os dois estágios em cada instante
de tempo.
O tipo de integração realizada, entretanto, somente altera as características de tensão e
de corrente dos diodos D
PFC
e D
PC
e do interruptor S
1
. As tensões e as correntes dos outros
componentes da topologia permanecem totalmente inalterados.
Desta forma, as indutâncias e as capacitâncias empregadas em ambos os tipos de
conexão, podem ser projetadas utilizando-se as mesmas equações.
Nas figuras 5.53 e 5.54 são apresentados os dois tipos de conexão para o reator
eletrônico BFIB, juntamente com a simbologia de projeto a ser empregada.
Figura 5.53 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico BFIB-SC.
Figura 5.54 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico BFIB-ST.
119
Para simplificar a análise de ambas as integrações, define-se, como nos projetos
anteriores, os seguintes parâmetros:
b
g
V
V
m = ,
(5.80)
1
1
_Fly
F
L
L
=
α
.
(5.81)
A equação 5.82 define a razão cíclica máxima para garantir o modo de condução
descontínua do conversor Flyback, empregado no estágio de correção do fator de potência.
1
1
1
+
=
n.m
D
(5.82)
Neste projeto o valor de n
1
=1, definindo-se, desta forma, uma relação de espiras
unitária para o conversor Flyback empregado no estágio de correção do fator de potência, com
o objetivo de reduzir as perdas que surgem devido a valores elevados de indutâncias de
dispersão.
Com a consideração de n
1
=1, o equacionamento do conversor Flyback é o mesmo do
conversor Buck-Boost, sendo que, na aplicação convencional, o primeiro tem a vantagem de
garantir um isolamento entre a entrada e a saída, característica essa perdida quando se realiza
a integração de etapas.
Utilizando, portanto, a mesma seqüência de equacionamento do conversor Buck-Boost,
os valores de projeto obtidos para o conversor Flyback são mostrados na tabela 5.3.
T
ABELA 5.3
V
ALORES DOS COMPONENTES PARA A INTEGRAÇÃO BI-FLYBACK
L
F1
=L
F2
439 μH
C
b
220 μF
L
Fly_1
178 μH
L
Fly_2-3
279 μH
120
5.9.2 – Ábacos dos valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (S
1
)
A análise do valor máximo da tensão de bloqueio e do valor eficaz da corrente as quais
é submetido o interruptor S
1
, para ambas as configurações, é muito importante, uma vez que é
a principal característica que diferencia os dois modos de conexão (sobrecorrente ou
sobretensão).
Além disso, esta análise permite definir a escolha da melhor configuração a ser
empregada, dependendo da aplicação que se deseja.
Outro fator importante é a possibilidade de escolha do interruptor compartilhado que
melhor se aplica a cada caso.
A análise de cada uma das configurações deve ser feita em separado, pois como
mostra a figura 5.55, a corrente no interruptor compartilhado não é a mesma para ambas as
configurações.
Figura 5.55 – Formas de onda teóricas de corrente para as configurações BFIB-SC e BIFIB-ST.
5.9.2.1 – Ábacos para a configuração BFIB-SC
Nesta configuração, o valor eficaz da corrente no interruptor compartilhado é a soma
quadrática dos valores eficazes dos dois estágios de potência, e pode ser definido diretamente
através da equação 5.83.
()
[]
=
+=
NT
n
s
T.D
F
sg
_Fly
b
S
dt.t.
L
T.n.f..sen.V
L
V
.f.Ief
1
0
2
11
1
2
2
π
(5.83)
Simplificando a equação anterior, a seguinte equação é obtida:
121
()
[]
[]
=
+=
NT
n
sbg
sgb
lamp
S
T.n.f..sen.V.V.
D.f
f
..
.V.V
P
.Ief
1
2
1
22
3
2
2
π
η
.
(5.84)
A tensão máxima de bloqueio a qual o interruptor compartilhado S
1
é submetido, pode
ser uma das descritas nas equações 5.85 e 5.86, dependendo de qual delas for maior.
Se V
g
>V
b
a tensão máxima de bloqueio é calculada através da equação 5.85. Por outro
lado, se V
g
<V
b
a equação 5.86 deve ser utilizada.
D
V
V
g
S
=
1
1
(5.85)
D
V
V
b
S
=
1
1
(5.86)
Os ábacos de projeto para a corrente eficaz e máxima tensão de bloqueio no
interruptor compartilhado são traçados com base nas equações 5.84, 5.85 e 5.86, como mostra
a figura 5.56.
5.9.2.2 – Ábacos para a configuração BFIB-ST
Pelo fato de, nesta configuração, apenas a maior corrente entre os dois estágios de
potência circular pelo interruptor compartilhado, em cada instante de tempo, a corrente em S
1
depende do ângulo de condução
β
, mostrado na figura 5.55.
Durante o intervalo [0,
β
] e [(π-
β
),π], o interruptor S
1
conduz a corrente do estágio de
controle de potencia, e durante o intervalo [
β
,(π-
β
)], o interruptor conduz a corrente do
estágio de correção do fator de potência.
O ângulo
β
depende da relação m, como mostra a equação 5.87.
=
2
m
arcsen
β
(5.87)
122
Figura 5.56 – Ábacos para projeto da tensão e corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico
BFIB-SC.
O valor de
β
está em radianos, sendo que a representação de
β
, em segundos, é dada
por:
ω
β
β
=T
(5.88)
Desta forma, para m2, a corrente eficaz no interrupto S
1
é definida por:
123
()( )
22
1 PFCPCS
IefIefIef +=
(5.89)
Onde,
Ief
PC
é o valor eficaz da corrente no interruptor compartilhado durante o estágio
de controle de potência, e
Ief
PFC
é o valor eficaz durante o estágio de correção do fator de
potência, definidos respectivamente nas equações 5.90 e 5.91.
=
=
NTPC
n
s
T.D
_Fly
b
PC
dt.t.
L
V
.f.Ief
1
0
2
1
2
(5.90)
(
)
[
]
=
+
=
PFC
NT
n
s
T.D
F
sg
PFC
dt.t.
L
T.nT.f..sen.V
.f.Ief
1
0
2
1
2
2
β
π
(5.91)
O número de “triângulos” considerados, NT
PC
e NT
PFC
, é calculado por:
s
PC
T
T.
NT
β
2
= ,
(5.92)
s
PFC
T.
.
NT
ω
β
π
2
= .
(5.93)
Resolvendo-se, agora, as integrais e simplificando as equações 5.90 e 5.91, as
equações 5.94 e 5.95 podem ser definidas.
2
2
2
2
3
8
η
.D.f.V.
P.NT.
Ief
sb
lampPC
PC
=
(5.94)
()()
[]
=
+=
PFC
NT
n
s
sg
lamp
PFC
T.nT.f..sen.
.D.f.V.
P.
Ief
1
2
2
2
2
2
2
3
16
β
π
η
(5.95)
Se, m>2 (V
b
<V
β
), a corrente do estágio de controle de potência, em regime
permanente, é sempre maior que a corrente do estágio de correção do fator de potência. Neste
124
caso, a corrente no interruptor S
1
é sempre igual a corrente do estágio de controle de potência,
sendo seu valor eficaz definido por:
D...V
P.
Ieficaz
b
lamp
PC
3
2
η
=
(5.96)
Outro ponto importante a ser definido é o valor da máxima tensão de bloqueio, do
interruptor S
1
, para esta conexão (BFIB-ST).
Desta forma, desconsiderando a indutância de dispersão dos indutores acoplados do
Flyback, pode-se definir este parâmetro através da equação 5.96.1.
21
1
n
V
n
V
VVV
lamp
b
bgS
+++=
(5.96.1)
Simplificando-se a equação anterior, tem-se:
D
VV
V
bg
S
+
=
1
1
.
(5.96.2)
Os ábacos de projeto para esta integração são apresentados na figura 5.57.
5.9.3 – Resultados experimentais
Os resultados experimentais apresentados nesta seção validam as integrações BFIB-SC
e BFIB-ST, projetadas na seção 5.9.1, e demonstram as principais diferenças entre as
características de tensão e corrente no interruptor S
1
para ambas as configurações.
As características de entrada e de saída são as mesmas para as duas configurações,
sendo apresentadas nas figuras 5.58, 5.59 e 5.60, para a configuração BFIB-SC e 5.61, 5.62 e
5.63 para a configuração BFIB-ST. O fator de potência medido para ambas as configurações é
de 0,991.
O rendimento elétrico medido através destes resultados experimentais é de 84,53 %
para a integração BFIB-SC e 91,63 % para a topologia BFIB-ST. O maior rendimento para a
topologia BFIB-ST pode ser explicado pelo fato do valor da corrente eficaz no interruptor
125
compartilhado ser menor para esta configuração, como pode ser visualizado nos ábacos da
seção anterior, o que acarreta em menores perdas durante a condução do interruptor S
1
.
Figura 5.57 – Ábacos para projeto da tensão e da corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico
BFIB-ST.
126
Figura 5.58 – Tensão e corrente de entrada – configuração BFIB-SC (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms).
Figura 5.59 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada – configuração BFIB-SC
(50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.60 – Potência na lâmpada – configuração BFIB-SC (50 W/div, 4 ms).
127
Figura 5.61 – Tensão e corrente de entrada – configuração BFIB-ST (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms).
Figura 5.62 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada – configuração BFIB-ST
(50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.63 – Potência na lâmpada – configuração BFIB-ST (50 W/div, 4 ms).
128
A envoltória da tensão e da corrente no interruptor compartilhado para ambas as
integrações são mostradas nas figuras 5.64 e 5.65.
Na figura 5.64, que retrata a tensão e a corrente em S
1
para a integração BFIB-SC,
pode-se notar que a corrente no interruptor é a soma das correntes dos dois estágios de
potência (PFC e PC). Já a corrente em S
1
para a configuração BFIB-ST, é apenas a corrente
do estágio de controle de potência, visto que, para este projeto, m>2, sendo uma das
condições descritas anteriormente para que pelo interruptor S
1
, em regime permanente, apenas
circule a corrente do estágio de controle de potência. As correntes eficazes, no interruptor S
1
,
para a configuração BFIB-SC e BFIB-ST são calculadas, com base nos resultados
experimentais, através das equações que seguem:
A,
mV
A.mV.
Ief
SCBFIB
91
10
2509
==
,
5.97
A,
mV
A.mV.
Ief
STBFIB
1961
10
2985
==
.
5.98
Os resultados medidos para a máxima tensão de bloqueio e corrente eficaz no
interruptor compartilhado, está de acordo com os teoricamente obtidos através dos ábacos de
projeto da seção anterior.
A tensão e a corrente em S
1
são mostradas também, em alta freqüência, nas figuras
5.66 e 5.67.
Figura 5.64 – Tensão e corrente no interruptor S
1
– configuração BFIB-SC (250 V/div, 2 A/div, 1 ms).
129
Figura 5.65 – Tensão e corrente no interruptor S
1
– configuração BFIB-ST (250 V/div, 2 A/div, 1 ms).
Figura 5.66 – Tensão e corrente no interruptor S
1
– configuração BFIB-SC (250 V/div, 2 A/div, 10 μs),
medição de D.T
s
.
Figura 5.67 – Tensão e corrente no interruptor S
1
– configuração BFIB-ST (250 V/div, 2 A/div, 10 μs),
medição de D.T
s
.
130
A corrente para o conversor Flyback empregado no estágio de correção do fator de
potência é mostrada nas figuras 5.68, 5.69, 5.70 e 5.71, para ambas as configurações, e com
diferentes tempos de aquisição.
Figura 5.68 – Envoltória da corrente no indutor L
F1
– configuração BFIB-SC (2 A/div, 2 ms).
Figura 5.69 – Corrente no indutor L
F1
– configuração BFIB-SC. (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.70 – Envoltória da corrente no indutor L
F1
– configuração BFIB-ST (2 A/div, 2 ms).
131
Figura 5.71 – Corrente no indutor L
F1
– configuração BFIB-ST. (2 A/div, 10 μs).
Nas figuras 5.72, 5.73, 5.74 e 5.75 apresenta-se as formas de onda de corrente para o
conversor Flyback empregado no estágio de controle de potência. Observa-se que a corrente
eficaz medida na figura 5.74, para a configuração BFIB-ST, é praticamente igual a corrente
medida no interruptor compartilhado, caracterizando, assim, que o interruptor, nesta
configuração, apenas conduz a corrente do estágio de controle de potência.
Ainda, na figura 5.76 é apresentada a envoltória da corrente no diodo D
PC
para a
configuração BFIB-ST
,
pelo qual circula a diferença entre as correntes dos dois estágios de
potência (i
Fly
– i
F1
).
A tensão no barramento (V
b
), para ambas as configurações, está representada nas
figuras 5.77 e 5.78.
No apêndice A deste trabalho, apresenta-se o projeto e resultados experimentais para
as configurações BFIB-SC e BFIB-ST, com uma tensão de entrada V
g
=155 V, para alimentar
uma lâmpada MH de 35 W. Neste projeto, m<2 e, desta forma, pode-se visualizar nas formas
de onda experimentais que a corrente que circula pelo interruptor compartilhado S
1
, para a
configuração BFIB-ST, é a maior entre as correntes dos dois estágios de potência, em cada
instante de tempo, e não somente a do estágio de controle de potência, como apresentado nos
resultados experimentais do projeto anterior.
132
Figura 5.72 – Envoltória da corrente i
F1
– configuração BFIB-SC (2 A/div, 1 ms).
Figura 5.73 – Corrente i
F1
em alta freqüência – configuração BFIB-SC (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.74 – Envoltória da corrente i
F1
– configuração BFIB-ST (2 A/div, 1 ms).
133
Figura 5.75 – Corrente i
F1
em alta freqüência – configuração BFIB-ST (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.76 – Corrente no diodo D
PC
– configuração BFIB-ST (1 A/div, 2 ms).
Figura 5.77 – Tensão no capacitor de barramento C
b
– configuração BFIB-SC (50 V/div, 4 ms).
134
Figura 5.78 – Tensão no capacitor de barramento C
b
– configuração BFIB-ST (50 V/div, 4 ms).
5.10 – Reator eletrônico Zeta Flyback Half-Bridge (ZFIB)
5.10.1 – Projeto dos estágios integrados
A simbologia das tensões e das correntes que serão referenciadas durante o
equacionamento da integração do conversor Zeta é apresentada na figura 5.79.
Figura 5.79 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico ZFIB.
A integração do conversor Zeta, ao estágio de controle de potência, ocorre através da
Célula ST, caracterizando-se como uma integração que apresenta sobretensão no interruptor
compartilhado S
1
, seguindo o mesmo princípio do reator eletrônico BFIB-ST.
Para que se possa analisar melhor o projeto dos conversores Zeta e Flyback integrados,
representa-se, na figura 5.80, uma simplificação das duas primeiras etapas de operação do
conversor Zeta, da mesma forma que o realizado para o conversor Sepic na integração por
sobrecorrente.
A simplificação realizada só é possível uma vez que V
b
=V
3
para a operação do
conversor Zeta em regime permanente.
135
Nota-se, através da representação simplificada da figura 5.80, que ambos os indutores
do conversor Zeta carregam-se com uma tensão V
g
aplicada, e descarregam-se sob uma tensão
V
b
. Desta forma, como realizado para o conversor Sepic, pode-se projetar o conversor Zeta
valendo-se de uma indutância equivalente L
e
, resultante da conexão em paralelo de ambos os
indutores L
Z1
e L
Z2
, e definida na equação 5.99.
Ainda, a corrente de entrada do conversor Zeta obedece a lei senoidal, emulando uma
carga resistiva, levando, idealmente a um fator de potência unitário (Pomilio, 2004).
21
21
ZZ
ZZ
e
LL
L.L
L
+
=
(5.99)
Figura 5.80 – Simplificações para as duas primeiras etapas de operação do conversor Zeta.
Pelo fato das tensões de carga e descarga a que é submetida a indutância resultante, L
e
,
serem as mesma do conversor Sepic, pode-se projetá-la através da equação 5.100.
136
H.
f.P.
D.V
L
slamp
g
e
μη
439
4
2
2
==
(5.100)
Observando-se, agora, as formas de onda teóricas de corrente, apresentadas na figura
5.81, para os indutores L
Z1
e L
Z2
, determinam-se as seguintes equações de projeto para a
condução do interruptor S
1
:
1
1
Z
sg
x)pico(Z
L
T.D.V
II += ,
(5.101)
2
2
Z
sg
x)pico(Z
L
T.D.V
II += ,
(5.102)
e, para o período de não condução de S
1
:
des
Z
b
)pico(ZZ
t.
L
V
Ii
1
11
= ,
(5.103)
des
Z
b
)pico(ZZ
t.
L
V
Ii
2
22
= .
(5.104)
Para definir o tempo de descarga (t
des
), a fim de garantir o modo de operação
descontínua do conversor Zeta, faz-se o seguinte equacionamento:
12
Z
Z
ii
=
(5.105)
des
Z
b
)pico(Zdes
Z
b
)pico(Z
t.
L
V
It.
L
V
I
1
1
2
2
=
(5.106)
s
b
g
des
T.D.
V
V
t =
(5.107)
137
Considerando-se,
b
g
V
V
m = ,
(5.108)
e a variação senoidal da tensão de entrada. O tempo de descarga t
des
é representado pela
equação 5.109.
)t(sen.T.D.mt
sdes
ω
=
(5.109)
Figura 5.81 – Formas de onda teóricas de corrente para L
Z1
e L
Z2
.
Para o pico da tensão da rede, a razão cíclica máxima (D), a fim de garantir a
condução descontínua do conversor Zeta, é equacionada pela condição:
dess
tT).D(
=
1.
(5.110)
E, desta forma,
1
1
+
=
m
D .
(5.111)
138
Para o cálculo de I
B
, deve-se considerar:
=
π
π
0
2
11
dt.t.T.D.
L
V
..I
dess
e
g
B
.
(5.112)
Simplificando a equação 5.112, obtêm-se:
se
g
B
f.L.
D.m.V
I
4
2
= .
(5.113)
Para a operação do conversor Zeta, como descrito no capítulo 4, L
Z2
>L
Z1
, onde L
Z2
é
projetado para a variação máxima admitida na corrente de alimentação do capacitor C
b
.
Considerando-se,
)t(sen.Ii
)pico(BB
ω
2
= ,
(5.114)
e,
es
g
)pico(B
L.f.
D.m.V
I
2
2
= ,
(5.115)
a variação máxima de corrente em
L
Z2
é calculada com base na equação 5.116.
)pico(B
s
I
I
r
Δ
= ,
(5.116)
Onde,
Δ
I é definido por:
s
Z
g
T.D.
L
V
I
2
=
Δ
.
(5.117)
139
Substituindo-se 5.115 e 5.117 na equação 5.116 obtêm-se a equação 5.118.
D.L.m
L.
r
Z
e
s
2
2
=
(5.118)
Considerando-se que o capacitor
C
b
deve ser projetado para filtrar a componente de
baixa freqüência da rede elétrica, no projeto do conversor
Zeta para o estágio de correção do
fator de potência, não se necessita ser rigoroso quanto a máxima variação de corrente
permitida em
L
Z2
. Portanto para este projeto r
s
=0,9 é utilizado, e substituindo-se L
e
na equação
5.119,
L
Z2
pode ser definido por:
mH,.
r.P.m.f.
D.V
L
slamps
g
Z
441
2
2
2
==
η
(5.119)
E, agora, substituindo-se L
Z2
na equação 5.99, pode-se calcular a indutância L
Z1
através
da equação 5.120.
H
)r.m.D(
.
P.f.
.D.V
L
slamps
g
Z
μ
η
603
2
1
2
2
2
1
=
=
(5.120)
O capacitor
C
3
, para o conversor Zeta, é projetado através da equação 5.121, para que
o mesmo apresente baixa ondulação de tensão na freqüência de comutação, de modo a
garantir que a condição,
V
3
=V
b
, seja satisfeita. A freqüência de oscilação (f
osc
) escolhida é um
terço da freqüência de comutação (
f
s
).
()
nF
f...L
C
oscZ
100
2
1
2
1
3
=
π
(5.121)
A característica
α
versus m, para o conversor Zeta, é a mesma apresentada para as
integrações com os conversores
Buck-Boost, Sepic e Flyback. Desta forma, o projeto do
conversor
Flyback, empregado no estágio de controle de potência, é igual ao apresentado para
essas integrações, obtendo-se
L
Fly_1
= 178 μH e L
Fly_2-3
= 280 μH.
140
O capacitor de barramento (
C
b
) para uma ondulação máxima de tensão permitida
(
r=5%) é calculado através da equação 5.122.
F
r.f.f.L..
D.m
C
se
b
μ
π
200
8
22
=
(5.122)
5.10.2 – Ábacos dos valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (
S
1
)
A metodologia de equacionamento, empregada para os ábacos da figura 5.82, é a
mesma descrita no projeto do reator eletrônico
BFIB-ST, tendo em vista que esta integração, e
a previamente descrita, possuem característica de sobretensão no interruptor compartilhado,
sendo integradas através da
Célula ST.
A corrente eficaz no interruptor compartilhado
S
1
é calculada através das equações
5.89 e 5.96, empregadas para o cálculo do conversor
BFIB-ST.
A condição
V
β
, marcada no ábaco da figura 5.82, representa o limite entre a condução,
por parte do interruptor compartilhado, da corrente do estágio de controle de potência ou da
maior entre as correntes dos dois estágios de potência em cada instante.
Para
V
β
<156V a corrente do estágio de controle de potência é sempre maior que a
corrente do estágio de correção do fator de potência, já para
V
β
>156V, dependendo do ponto
de operação ao longo da variação senoidal da tensão da rede, a corrente do estágio de correção
do fator de potência ou do estágio de controle de potência pode ser maior.
A tensão máxima de bloqueio a que é submetido o interruptor compartilhado para o
conversor
Zeta, é definida por:
2
31
n
V
VVVV
lamp
bgS
+++=
(5.123)
Simplificando-se a equação 5.123, obtêm-se a equação 5.124.
D
V
VVV
b
bgS
++=
1
1
(5.124)
141
Figura 5.82 – Ábacos para o projeto da tensão e da corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico
ZFIB.
5.10.3 – Resultados experimentais
Nesta seção são apresentados os resultados experimentais para o reator eletrônico
ZFIB.
A figura 5.83 apresenta a forma de onda de tensão e de corrente de entrada, onde um
fator de potência de 0,992 é medido.
A tensão, corrente e potência na lâmpada são apresentadas nas figuras 5.84 e 5.85.
142
Com base nas formas de onda das figuras 5.83 e 5.85 e, considerando-se o fator de
potência medido, o rendimento obtido para esta configuração é de 85,84 %.
Figura 5.83 – Tensão e corrente de entrada (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms).
Figura 5.84 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada (50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.85 – Potência na lâmpada (50 W/div, 4 ms).
143
Na figura 5.86 apresenta-se a envoltória da tensão e da corrente no interruptor
S
1
. O
valor da corrente eficaz pode ser calculado através da equação 5.125 e comprova os valores
teóricos obtidos, anteriormente, através dos ábacos.
A tensão e a corrente no interruptor
S
1
, em alta freqüência, são mostradas na figura
5.87.
A,A.
mV
mV,
Ief
S
22412
10
126
1
==
(5.125)
Figura 5.86 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div), 1 ms.
Figura 5.87 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div, 10 μs), medição de D.T
s
.
As correntes nos indutores
L
Z1
, L
Z2
e L
Z3
são apresentadas para diferentes tempos de
aquisição nas figuras de 5.88 a 5.93.
Analisando-se as aquisições das figuras 5.86 e 5.92, observa-se que a corrente do
interruptor compartilhado
S
1
, para este projeto, é igual a do estágio de controle de potência.
144
Figura 5.88 – Envoltória da corrente no indutor L
Z1
do conversor Zeta (1 A/div, 2 ms).
Figura 5.89 – Corrente no indutor L
Z1
do conversor Zeta (1 A/div, 10 μs).
Figura 5.90 – Envoltória da corrente no indutor L
Z2
do conversor Zeta (1 A/div, 2 ms).
145
Figura 5.91 – Corrente no indutor L
Z2
do conversor Zeta (1 A/div, 10 μs).
Figura 5.92 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em baixa freqüência (2 A/div, 1 ms).
Figura 5.93 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em alta freqüência (2 A/div, 10 μs).
146
A corrente no diodo
D
PC
é dada pela diferença entre as correntes do estágio de
correção do fator de potência e do estágio de controle de potência, como mostra a figura 5.94.
No diodo
D
PFC
a corrente, em regime permanente, é igual a zero, uma vez que para
este projeto a corrente do estágio de controle de potência é sempre maior que a corrente do
estágio de correção do fator de potência.
A figura 5.95 apresenta a forma de onda da tensão no capacitor de barramento
(
V
b
=138 V), onde o valor medido condiz com o valor de projeto de 140 V.
Figura 5.94 – Envoltória de corrente no diodo D
PC
(2 A/div, 2 ms).
Figura 5.95 – Tensão no capacitor de barramento C
b
(50 V/div, 4 ms).
147
5.11 – Reator eletrônico Buck Flyback Half-Bridge (BUFIB)
5.11.1 – Projeto dos estágios integrados
O conversor
Buck é integrado a Célula ST, da mesma forma que os reatores
eletrônicos
BFIB-ST e ZFIB. Seu projeto é realizado conforme a simbologia das tensões e
correntes apresentadas na figura 5.96.
Figura 5.96 – Tensões e correntes para o projeto do reator eletrônico BUFIB.
Para o conversor
Buck, a condição de corrente em L
Bu
diferente de zero (i
bu
0), está
condicionada ao fato de que a tensão de entrada seja maior que a tensão de barramento (
V
b
).
A corrente de pico no indutor do conversor
Buck é definida por:
S
Bu
bg
)pico(Bu
T.D.
L
VV
I
= .
(5.126)
A carga do indutor
L
bu
ocorre sob uma tensão aplicada, dada pela diferença entre a
tensão de entrada e a tensão do barramento. Na descarga, porém, a tensão aplicada é
V
b
. Desta
forma pode-se calcular o tempo de descarga (
t
des
) através da equação 5.127.
des
Bu
b
s
Bu
bg
t.
L
V
T.D.
L
VV
=
(5.127)
Isolando-se
t
des
na equação 5.127, obtêm-se:
sdes
T.D).m(t 1
=
,
(5.128)
148
onde,
b
g
V
V
m =
.
(5.129)
Agora, considerando a variação senoidal da tensão de entrada, pode-se escrever
t
des
da
forma:
[
]
sdes
T.D.)t(sen.mt 1
=
ω
.
(5.130)
O valor da corrente média
I
B
, que é igual ao valor da corrente média I
Fly
, pode ser
definido por:
(
)
+
=
θπ
θ
π
dt.
T
.
tT.D.I
.I
s
dess)pico(Bu
B
1
2
1
,
(5.131)
onde
θ
é o ângulo de condução a partir do qual a tensão da rede passa a ser maior que a tensão
de barramento (
V
b
).
Substituindo-se a equação 5.126 na 5.131, tem-se:
[]
td.)t(sen.m.)t(sen.m.
L..
T.D.V
I
Bu
sb
B
ωωω
π
θπ
θ
1
2
2
=
,
(5.132)
onde
θ
é definido por:
=
m
arcsen
1
θ
.
(5.133)
Assim, equacionando-se 5.133, a corrente média
I
B
é definida pela equação 5.134.
+=
m
arcsen.mm..
m
.m.
f.L..
D.V
I
sBu
b
B
1
2
11
1
2
22
2
2
π
π
(5.134)
149
Considerando-se, agora,
FlyBb
R.IV
=
,
(5.135)
e,
2
1
2
D
f.L.
R
s_Fly
Fly
= ,
(5.136)
encontra-se uma relação,
α
versus m, para o conversor Buck integrado ao conversor Flyback
dada por:
=
m
asen.m
m
m.
.
m
11
1
2
2
π
π
α
,
(5.137)
onde,
1_Fly
Bu
L
L
=
α
.
(5.138)
A equação 5.137 é apresentada graficamente na figura 5.97.
Figura 5.97 – Relação
α
versus m para o projeto do reator eletrônico BUFIB.
150
Para definir as indutâncias do conversor
Flyback, empregado no estágio de controle de
potência, deve-se primeiro calcular a relação de espiras do conversor
Flyback, a fim de
garantir a operação do conversor no modo de condução descontínua.
Portanto,
n
2
calculado pela equação do balanço de energia, é definido por:
2
321
1 n.T).D.(
L
V
T.D.
L
V
s
_Fly
lamp
s
_Fly
b
=
,
(5.139)
e,
7951
1
2
,
V
m.V
.
D
)D(
n
g
lamp
=
= .
(5.140)
A indutância
L
Fly_1
do conversor Flyback é calculada pela equação 5.141. E, através da
relação de espiras encontrada na equação 5.140 é possível projetar
L
Fly_2-3
através da equação
1.142.
η
.
f.P.
D.V
L
slamp
b
_Fly
2
2
2
1
=
(5.141)
2
2132
n.LL
_Fly_Fly
=
(5.142)
Agora, com base na relação
α
obtida do gráfico da figura 5.97, define-se L
Bu
por:
HL.L
_FlyBu
μ
α
282
1
=
=
(5.143)
Para plotar a corrente de entrada do conversor
Buck, deve-se considerar que a corrente
i
Bu
é diferente de zero, somente, e quando V
g
>V
b
. Portanto, através da equação 5.133, define-
se o ângulo
θ
= 17,78º.
A corrente de entrada é, então, definida para o intervalo de
θ
1
a
θ
2
, como mostra a
figura 5.98, pela equação 5.144.
151
2
2
1
D.
f.L
V)t(sen.V
.)t(i
sBu
bg
in
=
ω
(5.144)
Figura 5.98 – Tensão e corrente de entrada do conversor Buck para meio período da rede elétrica.
O gráfico da potência ativa instantânea de entrada é apresentado na figura 5.99. A
potência média na entrada pode ser definida pelo cálculo da média da potência ativa
instantânea, como mostra a equação 5.145.
Figura 5.99 – Gráfico da potência ativa instantânea de entrada do conversor Buck.
W,dt).t(P.
T
P
T
W
3582
2
2
0
==
(5.145)
152
Calculando o valor eficaz da corrente de entrada, pela equação 5.146, sem considerar a
componente de alta freqüência, uma vez que se emprega um filtro
LC na entrada do conversor
Buck, pode-se calcular a potência aparente de entrada pela equação 5.147.
=
2
1
2
2
2
11
θ
θ
ω
ω
π
td.D.
L.f
V)t(sen.V
..Ief
Bus
bg
in
(5.146)
VA,Ief.
V
P
in
g
ap
0384
2
==
(5.147)
Com base nas equações 5.145 e 5.147, um fator de potência teórico de 0,98 é
calculado através da relação entre a potência ativa e a potência aparente.
O cálculo da capacitância
C
b
é realizado para uma ondulação máxima de tensão no
barramento de
r=0.06, através da equação 5.148.
() ()()
[]
Ftd.Itsen.m.tsen.m.
r.L.f.f..
D
C
B
Bus
b
μωωω
π
π
4701
8
0
2
2
=
(5.148)
5.11.2 – Ábacos dos valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (
S
1
)
Da mesma forma que na integração
BFIB-ST e ZFIB, o conversor Buck é integrado
através da
Célula ST, isto é, a cada instante de tempo apenas a maior entre as correntes do
estágio de correção do fator de potência e do estágio de controle de potência, circula pelo
interruptor compartilhado.
Portanto, para que se possa equacionar o valor eficaz de corrente em S
1
, dependendo
do valor da tensão de barramento (
V
b
) e da razão cíclica (D), deve-se calcular, primeiramente,
o ângulo
β
, definido como o ângulo limite entre a condução, pelo interruptor S
1
, da corrente
do estágio de correção do fator de potência ou da corrente do estágio de controle de potência.
Para definir
β
, deve-se considerar o ponto ao longo da variação da tensão da rede em
que as correntes de ambos os estágios de potência são iguais, isto é,
153
()
s
Fly
b
s
Bu
bg
T.D.
L
V
T.D.
L
Vsen.V
=
β
.
(5.149)
Isolando-se
β
na equação 5.149, tem-se:
+
=
m
arcsen
1
α
β
.
(5.150)
O ângulo
β
está em radianos e pode ser representado em segundos por:
ω
β
β
=T
.
(5.151)
Desta forma, para
1
1
+
m
α
,
(5.152)
a corrente no interruptor compartilhado
S
1
, em cada instante de tempo, é a maior entre as
correntes dos dois estágios de potência integrados, equacionada empregando-se o mesmo
método previamente proposto para a integração
BFIB-ST, obtendo-se a equação 5.153.
()()
[]
++=
=
PFC
NT
n
PCbbsg
s
b
lamp
S
NT.V..VT.nT.sen.V.
D.f.
f.
.
..V
P.
Ief
1
2
2
2
2
1
2
3
2
2
αω
ηα
β
(5.153)
O número de “triângulos” considerados,
NT
PFC
e NT
PC
, é calculado por:
s
PFC
T.
.
NT
ω
β
π
2
= ,
(5.154)
s
PC
T
T
NT
β
= .
(5.155)
154
Se,
1
1
>
+
m
α
,
(5.156)
a corrente do estágio de controle de potência, em regime permanente, é sempre maior que a
corrente do estágio de correção do fator de potência, sendo seu valor eficaz definido por:
D...V
P.
Ief
b
lamp
S
3
2
1
η
= .
(5.157)
A tensão máxima de bloqueio para o interruptor compartilhado
S
1
é calculada pela
equação 5.158.
D
V
VV
b
gS
+=
1
1
(5.158)
A figura 5.100 mostra os ábacos de projeto que possibilitam a definição dos valores de
corrente eficaz e de tensão máxima de bloqueio, no interruptor
S
1
, para a integração BUFIB.
Através dos ábacos, pode-se notar que, para uma tensão V
β
<130 V, a corrente do
estágio de controle de potência é sempre maior que a do estágio de correção do fator de
potência.
Outra característica interessante que pode ser observada no ábaco da figura 5.100, é
que para uma tensão de entrada
V
g
=311 V, a tensão máxima de barramento (V
b
), para a qual o
fator de potência teórico está acima de 0,92, é de 170 V.
5.11.3 – Resultados experimentais
As figuras 5.101, 5.102 e 5.103 apresentam as características de entrada e de saída da
integração proposta. Ainda, na figura 5.101, realiza-se a análise harmônica da corrente de
entrada em comparação com os limites da IEC 61000-3-2.
O rendimento elétrico obtido através das medições realizadas nas formas de onda das
figuras 5.101 e 5.103 é de 87,50 %, considerando-se um fator de potência medido de 0,978.
A fim de comprovar os resultados obtidos, através dos ábacos da corrente eficaz e da
máxima tensão de bloqueio do interruptor compartilhado, é apresentado o resultado
experimental da figura 5.104.
155
Através das medições realizadas, o valor da corrente eficaz no interruptor
compartilhado, com base nas escalas utilizadas para a medição, é calculado por:
A,A.
mV
mV,
Ief
S
79212
10
968
1
==
(5.159)
Figura 5.100 – Ábacos para projeto da tensão e da corrente no interruptor compartilhado do reator eletrônico
BUFIB.
156
Figura 5.101 – Tensão e corrente de entrada (100 V/div, 500 mA/div, 10 ms) e análise harmônica da corrente de
entrada.
Figura 5.102 – Tensão (traço superior) e corrente (traço inferior) na lâmpada
(50 V/div, 1 A/div, 4 ms).
Figura 5.103 – Potência na lâmpada (50 W/div, 4 ms).
157
Figura 5.104 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 2 A/div, 1 ms).
A tensão e a corrente no interruptor
S
1
, para uma escala de tempo de 10 μs/div, é
apresentada na figura 5.105.
A corrente
i
Bu
, em baixa e alta freqüência, é mostrada nas figuras 5.106 e 5.107. Na
figura 5.106, observa-se que há um intervalo de tempo onde a corrente
i
Bu
é igual a zero. Isto
se deve ao fato de que neste intervalo de tempo, a tensão de entrada é menor que a tensão de
barramento.
As formas de onda de corrente para o conversor
Flyback, empregado no estágio de
controle de potência na lâmpada, são apresentadas para diferentes tempos de aquisição nas
figuras 5.108 e 5.109. Nota-se que a corrente eficaz, medida na figura 5.108, é igual a
corrente eficaz medida para o interruptor compartilhado. Desta forma, conclui-se que para
este projeto, a condição da equação 5.156 é estabelecida.
Ainda, a forma de onda da figura 5.110 mostra tensão de barramento (
V
b
).
Figura 5.105 – Tensão e corrente no interruptor S
1
(250 V/div, 5 A/div, 10 μs), medição de D.T
s
=5
μ
s.
158
Figura 5.106 – Envoltória da corrente no indutor L
Bu
do conversor Buck (2 A/div, 2 ms).
Figura 5.107 – Corrente em alta freqüência no indutor L
Bu
do conversor Buck (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.108 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em baixa freqüência (2 A/div, 1 ms).
159
Figura 5.109 – Corrente no primário dos indutores acoplados do Flyback em alta freqüência (2 A/div, 10 μs).
Figura 5.110 – Tensão no capacitor de barramento C
b
(50 V/div, 4 ms).
5.12 – Conclusão
Este capítulo apresenta uma metodologia de projeto para as integrações propostas no
capítulo anterior. É apresentado o equacionamento detalhado de todas as topologias e os
resultados experimentais obtidos mostram coerência com os teoricamente demonstrados.
Ábacos de projeto, para os valores de tensão máxima de bloqueio e corrente eficaz no
interruptor compartilhado, são traçados em função da tensão de barramento (
V
b
) e da razão
cíclica (
D).
As características prévias, necessárias para se efetuar o traçado dos ábacos de projeto
são: a lâmpada a ser utilizada, as características da rede de alimentação, a freqüência de
operação dos estágios integrados e o rendimento estimado. Estas são características que
costumam ser previamente definidas pelo projetista. Desta forma, os ábacos demonstraram ser
160
uma ferramenta essencial, possibilitando a escolha do melhor projeto sob o ponto de vista do
interruptor compartilhado.
Os gráficos da relação
α
versus m, mostram que a tensão de barramento de todas as
topologias propostas, quando operando no modo de condução descontínua, somente depende
da relação entre as indutâncias do estágio de correção do fator de potência e do estágio de
controle de potência.
Os resultados experimentais apresentados demonstram a viabilidade dos reatores
eletrônicos propostos para a alimentação de lâmpadas HPS, tornando-os uma forma simples,
eficaz e de baixo custo para a aplicação no sistema de iluminação pública.
No próximo capítulo, um estudo comparativo será realizado entre os resultados
obtidos individualmente neste capítulo. E ainda, no apêndice deste trabalho são apresentados
os ábacos de projeto e resultados experimentais para os reatores eletrônicos
ZFIB, BFIB-ST e
BFIB-SC, projetados para alimentar uma lâmpada de Multi-Vapor Metálico de 35 W,
apresentando uma outra aplicação para as topologias propostas.
161
CAPÍTULO 6
ESTUDO COMPARATIVO
6.1 – Introdução
Este capítulo tem por objetivo reunir os resultados obtidos nos capítulos anteriores,
para as topologias em separado, no intuito de realizar uma análise comparativa entre as
integrações propostas.
Observa-se que a integração de estágios, de maneira geral, resulta numa compactação
do sistema, tornando-o mais simples, confiável e de baixo custo para alimentação de lâmpadas
HPS, empregadas, principalmente, no sistema de iluminação pública.
Os principais aspectos a serem analisados, quando se realiza a integração de etapas,
são a tensão e a corrente a que será submetido o interruptor compartilhado em cada uma das
topologias integradas. Portanto, reunir todos os resultados obtidos, permite efetuar uma
comparação global das integrações propostas.
6.2 – Relação
α
versus m
A tabela 6.1 mostra a relação
α
versus m para as topologias propostas, dependendo do
conversor empregado no estágio de correção do fator de potência.
Esta relação demonstra que a tensão de barramento (
V
b
), somente depende da tensão
de entrada (
V
g
) e da relação entre as indutâncias dos estágios de potência integrados.
A relação
α
versus m para todas as topologias pode ser encontrada através do gráfico
da figura 6.1, traçado com base nas equações da tabela 6.1.
6.3 – Valores de tensão e de corrente no interruptor compartilhado (S
1
)
O conhecimento dos valores de tensão e de corrente a que são submetidos os
interruptores compartilhados em cada uma das topologias permite um dimensionamento mais
adequado do interruptor a ser utilizado, possibilitando uma redução das perdas em condução
ou comutação, dependendo das características de cada topologia.
162
Figura 6.1 – Relação
α
x m para todas as integrações.
TABELA 6.1
R
ELAÇÃO
α
VERSUS m PARA OS REATORES ELETRÔNICOS INTEGRADOS
BOFIB
+
+= )m(arcsen.
m.m
m
.
m
2
1
2
2
2
ππ
π
α
BBFIB
SFIB
BFIB-SC
BFIB-ST
ZFIB
2
2
m
=
α
BUFIB
=
m
arcsen.m
m
m.
.
m
11
1
2
2
π
π
α
No capítulo anterior, os ábacos traçados para cada uma das integrações, permitem uma
avaliação prévia das características de tensão e corrente em
S
1
.
Na tabela 6.2, a corrente eficaz e a tensão
dreno-source teóricas, representam os
valores obtidos através dos ábacos de projeto, enquanto, os valores medidos, representam os
obtidos através dos resultados experimentais.
Com base nestes valores algumas observações podem ser realizadas:
1.
o projeto teórico, realizado através dos ábacos, apresenta resultados
condizentes com os obtidos na implementação prática, o que vem validar a
metodologia proposta;
163
2.
embora o reator BOFIB seja uma topologia que possui a característica de
sobrecorrente no interruptor compartilhado, a corrente em
S
1
é menor que
nas topologias integradas através da
Célula ST. Isto ocorre porque a tensão
de barramento (
V
b
=410 V) considerada no projeto, é cerca de três vezes
maior que a tensão considerada para as outras integrações, uma vez que para
o
Boost a condição, V
g
<V
b
, deve ser respeitada;
3.
o conversor Buck, embora tenha sido integrado através da Célula ST, possui
um valor de corrente eficaz bastante elevado no interruptor
S
1
,
caracterizando um aumento das perdas em condução no interruptor
compartilhado, pois em contraponto com o caso anterior a tensão de
barramento do conversor Buck influencia diretamente no fator de potência
de entrada e, desta forma, é projetada para
V
b
=95 V;
4.
nas topologias BBFIB, SFIB e BFIB-SC, a corrente eficaz no interruptor
compartilhado é cerca de 740 mA maior que nas topologias integradas
através da
Célula ST (BFIB-ST, ZFIB), porém a tensão de bloqueio é cerca
de 200 V menor, considerando
V
b
=140 V para todas estas integrações.
T
ABELA 6.2
A
NÁLISE DA TENSÃO DRENO-SOURCE E CORRENTE EFICAZ NO INTERRUPTOR COMPARTILHADO S
1
T
OPOLOGIA
V
ALOR DA
CORRENTE
EFICAZ
TEÓRICA
V
ALOR DA
CORRENTE
EFICAZ
MEDIDA
V
ALOR DA TENSÃO
DRENO-SOURCE
TEÓRICA
V
ALOR DA TENSÃO
DRENO-SOURCE
MEDIDA
BOFIB
0,808
A 0,810 A 513 V 510 V
BBFIB
1,982
A 1,912 A 451 V 465 V
SFIB
1,982
A 1,912 A 451 V 460 V
BFIB-SC
1,982
A 1,900 A 444 V 450 V
BFIB-ST
1,243
A 1,196 A 645 V 665 V
ZFIB
1,243
A 1,224 A 650 V 655 V
BUFIB
1,813
A 1,792 A 450 V 450 V
O projeto dos conversores integrados através das
Células SC ou Célula ST
demonstram características de sobrecorrente ou sobretensão no interruptor compartilhado,
porém, isto não significa que diferentes parâmetros de projetos não venham a possibilitar uma
164
comparação de resultados de corrente e/ou tensão não condizentes com a célula a qual se
realizou a integração, como é o caso do conversor
Boost.
Os conversores integrados foram projetados seguindo-se as mesmas especificações,
com exceção do reator eletrônico
BOFIB e BUFIB, como apresentado no capítulo anterior. No
entanto, esta condição não garante que o ponto de operação, resultante destas especificações,
seja o melhor possível para cada integração, isto é, diferentes especificações de projeto podem
gerar diferentes análises comparativas quanto a tensão e a corrente no interruptor
compartilhado.
6.4 – Análise dos rendimentos elétricos obtidos
A tabela 6.3 mostra os valores de fator de potência e rendimento elétrico medidos para
todos os reatores eletrônicos integrados.
Todas as medições foram realizadas através dos resultados experimentais, adquiridos
utilizando o osciloscópio
Tektronix
®
TDS430A, conectado a uma sonda de corrente
Tektronix
®
TM502A e a uma sonda diferencial de tensão Tektronix
®
P5200, para um total de
30.000 pontos de aquisição. Um algoritmo desenvolvido no programa Mathcad
®
, auxiliou na
análise dos resultados.
Todas as topologias empregam, para o interruptor compartilhado (
S
1
), o COOLMOS
SPW17N80C2
, que possui uma resistência em condução de 290mΩ a 25ºC.
TABELA 6.3
F
ATOR DE POTÊNCIA E RENDIMENTO PARA AS SETE TOPOLOGIAS IMPLEMENTADAS
T
OPOLOGIA
P
OTÊNCIA
DE
ENTRADA
F
ATOR DE
POTÊNCIA
P
OTÊNCIA
DE
SAÍDA
R
ENDIMENTO
DESCONSIDERANDO
FONTES AUXILIARES
BOFIB
80,70
W 0,958 70,50 W 87,36 %
BBFIB
82,47
W 0,993 69,70 W 84,52 %
SFIB
88,08
W 0,985 72,02 W 81,75 %
BFIB-SC
83,29
W 0,994 70,40 W 84,53 %
BFIB-ST
74,21
W 0,991 68,00 W 91,63 %
ZFIB
82,59
W 0,992 70,90 W 85,84 %
BUFIB
80,46
W 0,978 70,40 W 87,50 %
165
O reator eletrônico
BFIB-ST é o que possui melhor rendimento elétrico entre todas as
topologias analisadas. Embora o reator
BOFIB seja o que apresenta menores perdas em
condução no interruptor compartilhado, como mostra a tabela 6.2.
Dois são os principais fatores que fazem com que o reator
BOFIB, embora apresente
as menores perdas em condução, não possua o melhor rendimento. A primeira é que a
corrente nos diodos
D
PFC
e D
PC
é maior para esta topologia do que para a topologia BFIB-ST.
Outro fator, a ser considerado, é que no projeto do conversor
Boost a tensão de barramento é
410V, enquanto que a tensão da lâmpada é 80V, portanto o conversor
Flyback, empregado no
estágio de controle de potência, possui uma relação de espiras relativamente alta, causando
um aumento das perdas neste conversor.
Dentre as topologias ensaiadas, a que apresenta menor rendimento é a que emprega o
conversor
Sepic no estágio de correção do fator de potência. A utilização de dois indutores
neste conversor é uma das desvantagens que aumentam suas perdas.
Embora o conversor
Zeta também empregue dois indutores em sua configuração, sua
integração é realizada através da
Célula ST, e, desta forma, as perdas em condução no
interruptor compartilhado são menores do que na configuração
SFIB.
A correção do fator de potência para o conversor
Buck tem dependência direta com a
tensão de barramento (
V
b
). Portanto, para garantir um fator de potência acima de 0,92, a
relação
m, entre o pico da tensão de entrada (V
g
) e a tensão de barramento (V
b
), deve ser maior
que 1,83, o que resultaria em uma tensão de barramento máxima de projeto para a condição
de alimentação em 110 V eficazes de aproximadamente 85 V. Desta forma, pode-se inferir
que o emprego do conversor
Buck é mais adequado para tensões de alimentação de 220V
eficazes.
Na figura 6.2, apresenta-se o protótipo do reator eletrônico
BFIB-ST, sem as fontes
auxiliares. Escolheu-se prototipar esta topologia, pois é a que apresenta melhor rendimento
elétrico quando consideradas as especificações de projeto previamente apresentadas.
Figura 6.2 – Foto do protótipo do reator eletrônico BFIB-ST.
166
6.5 – Conclusão
Através da análise comparativa, realizada neste capítulo, é possível confrontar os
resultados obtidos, teoricamente, através dos ábacos do capítulo anterior e certificar sua
validade no projeto das topologias integradas.
A comparação entre os rendimentos elétricos obtidos, mostra que o reator eletrônico
BFIB-ST é o que possui a melhor eficiência, porém o reator BOFIB é o que possui a menor
corrente eficaz no interruptor compartilhado e a topologia
BFIB-SC é a que apresenta menor
tensão de bloqueio teórica no interruptor
S
1
.
Portanto, a escolha da melhor topologia a ser empregada deve estar sempre aliada a
uma análise criteriosa de todos os parâmetros, dependendo, fundamentalmente, das
especificações de projeto.
167
CAPÍTULO 7
METODOLOGIA DE CONTROLE
7.1 – Introdução
Uma das características das lâmpadas de descarga em alta pressão, entre as quais se
inclui a lâmpada HPS, é a variação de sua resistência equivalente durante o processo de
ignição, conhecido como processo de aquecimento (
warm-up).
Conforme visto no capítulo 4, e ilustrado na figura 4.1, durante este período de
aquecimento, a resistência equivalente da lâmpada apresenta valores até 80% menores do que
em regime permanente.
Desta forma, neste intervalo, o reator deve ser projetado para limitar a corrente na
lâmpada dentro dos limites estabelecidos pela norma NBR IEC 662:1997.
Um outro aspecto a ser considerado é que, além da variação da resistência durante o
processo de aquecimento, as lâmpadas de descarga em alta pressão também apresentam
mudança em sua resistência de acordo com seu tempo de utilização, como mostra a figura 7.1.
Segundo Garcia (2004), a resistência em regime permanente de uma lâmpada de
descarga em alta pressão pode aumentar em até 100% após 9.000 horas de uso.
Figura 7.1 – Variação da resistência da lâmpada em regime permanente de acordo com o tempo de uso
(Garcia, 2004).
168
Estas duas características de variação da resistência da lâmpada, tanto durante o
processo de aquecimento, quanto durante seu período de vida útil, fazem com que se deva
implementar uma técnica de controle aos reatores eletrônicos anteriormente propostos, para
que se garanta uma operação da lâmpada de acordo com as normas, e propicie-se, assim, um
maior aproveitamento de sua vida útil.
Neste capítulo, apresenta-se, portanto, uma análise teórica do sistema de controle a ser
implementado nos reatores eletrônicos integrados propostos.
7.2 – Estratégia de controle
Para se efetuar o controle da corrente ou da potência, faz-se necessária a medição da
tensão e da corrente na lâmpada. A figura 7.2, mostra a configuração básica proposta para a
realização das medições de tensão e de corrente nas topologias integradas através da
Célula
ST
.
Figura 7.2 – Configuração proposta.
O comando do estágio inversor, de baixa freqüência, independe da metodologia de
controle empregada, operando, portanto, com freqüência e tempos de condução dos
interruptores pré-definidos e invariáveis. A potência ou corrente na lâmpada é controlada,
desta forma, através da variação da razão cíclica do interruptor compartilhado
S
1
.
O diagrama proposto para garantir um controle de corrente durante o processo de
aquecimento e manter a potência constante em regime permanente é mostrado na figura 7.3.
169
Figura 7.3 – Diagrama do programa a ser implementado no microcontrolador.
Após a aplicação do pulso de alta-tensão, pelo circuito ignitor, conforme mostrado no
capítulo 4, o decréscimo da resistência da lâmpada faz com que a corrente da mesma aumente
drasticamente. Através deste aumento de corrente é possível detectar se ocorreu ou não a
ignição da lâmpada. Conforme pode ser visualizado no diagrama da figura 7.3, caso a ignição
não ocorra, o programa permite cinco tentativas para a ignição.
Uma vez iniciado o processo de descarga, o sistema passa a controlar a corrente na
lâmpada durante o estágio de aquecimento, até que a tensão sobre a lâmpada seja de 50 V. A
corrente é mantida constante em um valor de referência igual a 1,4 A, o que garante uma
potência na lâmpada de 70 W quando a tensão aplicada a lâmpada atingir 50 V.
Neste instante, passa-se a um modo de controle de potência, mantendo-a constante
durante todo o período de operação em regime permanente.
170
7.3 – Projeto do controlador
Para se efetuar o controle da corrente na lâmpada durante o processo de ignição
(aquecimento) e manter a potência constante em regime permanente, é necessário projetar um
controlador designado para tais funções.
Para isto, é fundamental que se conheça as características da planta (conjunto reator-
lâmpada) e, com base nelas, projetar uma lei de controle adequada.
7.3.1 – Definição da planta do sistema
Tendo em vista que todos os reatores eletrônicos integrados propostos empregam o
conversor
Flyback no estágio de controle de potência, tem-se, na equação 7.1, a função de
transferência a ser analisada.
K.C
p.
s.z
K.C
s
ps
.
K.C.D
V.
)s(G
lamp
Fly
2121
2
21
22
2
+
+
+
=
(7.1)
Considerando-se os valores de V
lamp
= 75V; D = 0,3; C
1-2
= 3,3μF e os valores para o
modelo da lâmpada previamente definidos no capítulo 3, obtêm-se a planta do sistema no
domínio da freqüência conforme apresentado na equação 7.2.
82
6
1052319394
85018
10022
++
+
=
,s.s
).s(
,)s(G
Fly
(7.2)
Com base na equação 7.2, pode-se traçar o gráfico do lugar das raízes do sistema,
como mostra a figura 7.4.
Nota-se que todos os pólos e zeros do sistema estão localizados no semi-plano
esquerdo do plano “s”.
Portanto, para os valores de D, V
lamp
e C
1-2
considerados, o sistema é estável, como já
era previsto, devido as análises feitas e aos resultados práticos obtidos anteriormente, como
demonstrado no capítulo 5.
171
Figura 7.4 – Gráfico do lugar das raízes do conjunto reator-lâmpada.
7.3.2 – Projeto do compensador
Conhecendo-se a planta do sistema, deve-se, agora, projetar o compensador, cujo
principal objetivo é garantir erro nulo em regime permanente, a fim de controlar a corrente
durante o processo de ignição e manter a potência na lâmpada constante em regime
permanente.
Com base nestes requisitos, o controlador empregado é o compensador proporcional
integral, cuja função de transferência é mostrada na equação 7.3.
s
K
K)s(G
I
pPI
+=
(7.3)
Com base na equação 7.2, a qual descreve o modelo da planta do conjunto reator-
lâmpada, e a função de transferência do compensador proporcional integral apresentada na
equação 7.3, pode-se definir a função de transferência de malha fechada, do sistema
compensado, como sendo,
+++++
++
=
p
I
p
p
I
p
PI_Fly
K
K
s).zs.(K.K)ps).(ps.(s
K
K
s).zs.(K.K
)s(G
21
.
(7.4)
172
Observando-se a dinâmica de variação da resistência da lâmpada durante o processo
de aquecimento e de acordo com seu tempo de uso, pode-se projetar o compensador
proporcional integral de forma a permitir uma resposta dinâmica relativamente lenta, de
acordo com as variações dos parâmetros a serem controlados e, desta forma, evita-se que a
alocação do pólo e do zero do compensador venha a interferir no lugar das raízes da planta do
conjunto reator-lâmpada. Adotando-se, portanto,
K
I
= 1 e K
p
= 0,001, para o projeto do
compensador.
O gráfico do lugar das raízes e a resposta ao degrau unitário do sistema compensado,
mostrados nas figuras 7.5 e 7.6, respectivamente, demonstram que os resultados obtidos para
o controlador projetado estão de acordo com as características necessárias ao controle de
corrente ou de potência na lâmpada.
Figura 7.5 – Gráfico do lugar das raízes do sistema compensado.
7.3.3 – Método proposto para o controle da corrente ou da potência
Com base nas características da planta do sistema apresentadas na equação 7.2,
projetou-se um compensador proporcional integral, a fim de garantir que as condições de
controle de corrente ou potência em função da variação da resistência da lâmpada sejam
atendidas.
Porém, a função de transferência do sistema reator-lâmpada, definida na equação 7.2,
relaciona a tensão de saída do conversor
Flyback, empregado no estágio de correção do fator
de potência dos reatores eletrônicos propostos, com as variações necessárias à razão cíclica do
interruptor principal
S
1
a fim de garantir uma tensão constante na lâmpada.
173
Figura 7.6 – Resposta ao degrau unitário do sistema compensado.
Portanto, para se realizar o controle de corrente ou potência deve-se fazer uma
adequação no sistema de forma a possibilitar o controle das variáveis de interesse.
As figuras 7.7 e 7.8 mostram o diagrama de blocos do método proposto para controle
da corrente durante o estágio de aquecimento da lâmpada e da potência durante o estado de
regime permanente, respectivamente.
Figura 7.7 – Diagrama de blocos para o controle por corrente.
174
Figura 7.8 – Diagrama de blocos para o controle por potência.
Em ambos os casos, a tensão e a corrente na lâmpada são medidas, calculando-se a
resistência na lâmpada no instante da medição (
R
lamp
). A potência (P
REF
) ou corrente (I
REF
) de
referência é, então, multiplicada pela resistência da lâmpada calculada, resultando em um
valor de tensão de referência (
V
REF
), como pode ser observado nos diagramas de blocos. O
valor da tensão medida é, então, comparado ao valor da tensão de referência calculado,
efetuando-se, portanto, um controle indireto da corrente ou potência na lâmpada.
7.4 – Conclusão
Neste capítulo propõe-se uma metodologia teórica de controle da corrente na lâmpada
durante o período de aquecimento e da potência em regime permanente, de forma a atender
aos requisitos da norma NBR IEC662:1997 e propiciar um maior aproveitamento de sua vida
útil.
Faz-se o projeto do compensador a ser empregado, com base no modelo da lâmpada
apresentado no capítulo 3 e da função de transferência do conversor
Flyback, empregado no
estágio de controle de potência de todos os reatores eletrônicos propostos no capítulo 4.
A estratégia de controle teórica para o processo de ignição e operação em regime
permanente é apresentada, bem como os diagramas de blocos a serem implementados para
que se possa controlar a potência e a corrente na lâmpada a partir do cálculo de sua resistência
em tempo real.
175
CONCLUSÃO GERAL
A utilização de lâmpadas HPS nos sistemas de iluminação pública, mostra-se como
uma opção altamente favorável devido a sua elevada eficácia luminosa, aliada a uma longa
vida útil e um índice de reprodução de cores aceitável para a aplicação em questão.
O estudo de substituição do sistema existente, que utiliza lâmpadas HPM, por um
sistema baseado em lâmpada HPS, mostra-se viável e atrativo. Além disso, o Governo
Federal, através do programa RELUZ, financia projetos de melhoramentos no sistema de
iluminação pública existente, sempre no intuito de reduzir gastos e preservar o meio ambiente.
No atual cenário, porém, para a alimentação das lâmpadas HPS, dissemina-se a
utilização do reator eletromagnético. Isto se deve, principalmente, aos entraves tecnológicos e
ao elevado custo de produção das soluções eletrônicas existentes.
Um dos problemas a ser resolvido é a não excitação da ressonância acústica, fenômeno
comum às lâmpadas de descarga em alta pressão, quando alimentadas em alta freqüência, isto
é, nas freqüências comumente empregadas para reatores eletrônicos na alimentação de
lâmpadas fluorescentes.
Várias técnicas, propostas na literatura, foram estudadas para garantir a não excitação
do fenômeno da ressonância acústica, definindo-se a técnica de alimentar a lâmpada sob
forma de onda quadrada em baixa freqüência como sendo a mais confiável e, por isso,
amplamente difundida entre os pesquisadores da área.
Na busca pelo projeto de um reator eletrônico adequado para alimentar a lâmpada sob
forma de onda quadrada em baixa freqüência e, desta forma, evitar a excitação do fenômeno
da ressonância acústica, as características de impedância da lâmpada devem ser conhecidas,
visando-se realizar um projeto adequado do reator eletrônico.
Por esta razão, no capítulo 3, um modelo de pequenos sinais da lâmpada HPS é obtido
através da aquisição de resultados experimentais para diferentes freqüências de modulação. O
modelo obtido possibilita avaliar a interação reator-lâmpada.
O reator eletrônico convencional para a alimentação da lâmpada HPS, sob forma de
onda quadrada em baixa freqüência, possui três estágios de potência, o que denota um elevado
número de interruptores controlados.
A solução de integração de estágios surge, portanto, como uma possibilidade de
compactação do sistema, tornando-o mais simples, confiável, e reduzindo seu custo de
176
produção. Neste intuito, no capítulo 4, propõe-se uma metodologia de integração dos estágios
de correção do fator de potência e de controle de potência para alimentação das lâmpadas
HPS e, no capítulo 5, o projeto de todas as integrações é realizado em detalhes, onde ábacos
de projeto são propostos para avaliar, principalmente, os esforços a que é submetido o
interruptor compartilhado entre os estágios de potência. Os resultados experimentais obtidos
neste capítulo demonstram a viabilidade das integrações propostas.
Ainda, no capítulo 6, o estudo comparativo realizado permite confrontar os resultados
obtidos para cada topologia, em separado apresentados no capítulo 5.
As características de variação da resistência equivalente da lâmpada HPS durante o
estágio de aquecimento (
warm-up) e ao longo de sua vida útil, faz com que seja necessário
propor uma metodologia de controle, capaz de atender aos requisitos de alimentação da
lâmpada e, desta forma, propiciar um maior aproveitamento de sua vida útil. Portanto, no
capítulo 7, apresenta-se o estudo teórico de uma metodologia de controle digital a ser aplicada
aos reatores eletrônicos integrados propostos. A opção por um controle digital é ligada ao fato
do mesmo propiciar a interligação de reatores eletrônicos através de uma rede de
comunicação de dados, o que representa um grande benefício para os sistemas de iluminação
pública.
De forma geral, o trabalho realizado procura abordar os aspectos da implantação de
lâmpadas HPS no sistema de iluminação pública, desde o estudo da viabilidade econômica até
o projeto final de reatores eletrônicos integrados.
Como proposta de continuação deste trabalho está à implementação prática da
metodologia de controle teórica, projetando, ainda, fontes auxiliares de alimentação e
proteções a fim de transformar os protótipos em produtos.
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Applied Power Electronics Conference and Exposition, v.1, p. 480-485,
1999.
184
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Integrated Zeta-Flyback Electronic Ballast to Supply High Intensity Discharge
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Transactions on Industry Applications. , v.41, p.1574 - 1583, 2005.
[3] MARCHESAN, T. B., SEIDEL, Á. R., BISOGNO, F. E., PRADO, R. N.
Comparativo entre Reatores com Alto Fator de Potência para a Iluminação
Fluorescente. Revista Brasileira de Eletrônica de Potência (SOBRAEP). , v.8, p.9 -
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[4] DALLA COSTA, M. A., ALONSO, M. A., MARCHESAN, T. B., CERVI, M.,
PRADO, R. N.
Generalized Analysis and Comparison of High-Power-Factor
Integrated Topologies to Supply Metal Halide Lamps with Low Frequency
Square Waveform. IEEE Industry Applications Conference Annual Meeting, v.1.
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[5] CERVI, M., MARCHESAN, T. B., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
A Comparative
Analysis of HID Lamp Electronic Ballasts Based on Differential Connection of
Two DC-DC Converters. IEEE Industry Applications Conference Annual Meeting,
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[6] MARCHESAN, T. B., DALLA COSTA, M. A., ALONSO, M., PRADO, R. N.
Analysis and Design of the Integrated Zeta-Flyback Converter as a High-Power-
Factor Electronic Ballast for HID Lamps. IEEE Industry Applications Conference
Annual Meeting, v.1. p.3047-3052, 2007.
[7] MARCHESAN, T. B., DALLA COSTA, PERDIGÃO, M., M. A., ALONSO, M.,
PRADO, R. N.
Two Flyback-Based Integrated Converters for the Implementation
of LFSW Electronic Ballasts. IEEE Industry Applications Conference Annual
Meeting, v.1. p.463-470, 2007.
185
[8] PINTO, R. A., COSTA, R. E., MARCHESAN, T. B., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
Power Control of HPS Lamps in a Public Lighting System with Remote
Management. IX Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência, v.1, p. 227-232,
2007.
[9] KIRSTEN, L. A., PIAZZA J., MARCHESAN, T. B., CERVI, M., CAMPOS, A.,
PRADO, R. N.
Electronic Ballast to Supply HPS Lamps with Low Frequency
Square Waveform in Public Lighting Systems. IX Congresso Brasileiro de
Eletrônica de Potência, v.1, p. 204-208, 2007.
[10] TOMM, F. L., MARCHESAN, T. B., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
A Chopper-
based Electronic Ballast to Supply HID Lamps. IX Congresso Brasileiro de
Eletrônica de Potência, v.1, p. 79-84, 2007.
[11] MARCHESAN, T. B., DALLA COSTA, PERDIGÃO, M., M. A., ALONSO, M.,
PRADO, R. N.
Analysis and Design of Two Flyback-Based Integrated Converters
for the Implementation of LFSW Electronic Ballasts. IX Congresso Brasileiro de
Eletrônica de Potência, v.1, p. 71-78, 2007.
[12] MARCHESAN, T. B., DALLA COSTA, M. A., ALONSO, M., PRADO, R. N.
Integrated Zeta-Flyback Converter as a High-Power-Factor Electronic Ballast
Designed to Supply HID Lamps. IX Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência,
v.1, p. 65-70, 2007.
[13] CERVI, M., MARCHESAN, T. B., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
Electronic Ballast
to Supply HID Lamps Based on Differential Connection of Two DC/DC
Converters.
IEEE Industry Applications Conference Annual Meeting, v.3. p.1081 –
1085, 2006
[14] MARCHESAN, T. B., CERVI, M., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
A Family of
Electronic Ballasts Integrating Power Factor Correction and Power Control
Stages to Supply HPS Lamps. IEEE Industry Applications Conference Annual
Meeting, v.3. p.1107 – 1112, 2006.
[15] CERVI, M., MARCHESAN, T. B., MOREIRA, M., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
Electronic Ballast Based on Differential Connection to Supply HID Lamps.
Congresso Brasileiro de Automática, v.1. p.2129 – 2133, 2006.
[16] CERVI, M., MARCHESAN, T. B., MOREIRA, M., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
Electronic Ballast Based on Differential Connection to Supply HID Lamps.
Congresso Brasileiro de Automática, v.1. p.2129 – 2133, 2006.
186
[17] MARCHESAN, T. B., CERVI, M., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
Power Factor
Correction and Power Control Stages Integration to Supply HPS Lamps.
Seminário Anual de Automática, Electrónica Industrial e Instrumentación, v.1, 2006
[18] MARCHESAN, T. B., PAPPIS, D., CERVI, M., CAMPOS, A., PRADO, R. N.
An
Electronic Ballast to Supply Automotive HID Lamps in Low Frequency Square
Waveform. IEEE Industry Society Application Annual Meeting, 2005.
[19] MARCHESAN, T. B., PAPPIS, D., PINTO, R. A., COSTA, R. E., CAMPOS, A.,
PRADO, R. N.
Double-flyback half-bridge electronic ballast to supply HPS
lamps. IEEE Industry Society Application Annual Meeting, 2005.
[20] MARCHESAN, T. B., SILVA, M. F., PAPPIS, D., COSTA, R. E., CAMPOS, A.,
PRADO, R. N.
Low Frequency High Power Factor Electronic Ballast to Supply
HPS Lamps
VIII Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência, 2005.
Para demais publicações do autor acessar o currículo Lattes.
187
APÊNDICE A
RESULTADOS EXPERIMENTAIS PARA LÂMPADAS
DE MULTI-VAPOR METÁLICO DE 35W
A.1 – Especificações de projeto
Na tabela A.1 são mostradas as especificações de projeto para os resultados
experimentais dos reatores
BFIB-SC, BFIB-ST e ZFIB.
TABELA A.1
E
SPECIFICAÇÕES DE PROJETO
T
ENSÃO DA REDE DE
ALIMENTAÇÃO
110 V RMS, 50Hz
LÂMPADA MH
35W
PHILIPS MASTER COLOUR
CDM-T
FREQÜÊNCIA DE OPERAÇÃO
DOS CONVERSORES
INTEGRADOS
80 KHZ
FREQÜÊNCIA DE OPERAÇÃO
DO ESTÁGIO INVERSOR
400
HZ
TENSÃO DO CAPACITOR DE
BARRAMENTO
(V
b
)
100V
RAZÃO CÍCLICA (D)
0,4
Para estas especificações de projeto,
m2, e, portanto, a corrente no interruptor
compartilhado é a maior entre as correntes do estágio de correção do fator de potência e do
estágio de controle de potência a cada instante.
A relação
α
, de acordo com as especificações de projeto, é definida na figura A.1.
A.2 – Reatores eletrônicos BIFIB-SC e BFIB-ST
Os ábacos de projeto para a tensão máxima de bloqueio e corrente eficaz no
interruptor compartilhado
S
1
são apresentados para as configurações BFIB-SC e BIFIB-ST,
respectivamente, nas figuras A.2 e A.3.
188
Os valores das indutâncias e capacitâncias para este projeto são apresentados na tabela
A.2.
TABELA A.2
V
ALORES DAS INDUTÂNCIAS E CAPACITÂNCIAS EMPREGADAS NO PROJETO
L
F1
=L
F2
278μH
L
FLY_1
232μH
L
FLY_2
= L
FLY_3
348μH
C
b
100μF
C
1-2
220nF
Figura A.1 – Relação
α
versus m para os reatores BFIB-SC, BFIB-ST e ZFIB.
Os resultados experimentais mostrados nas figuras que seguem, validam a
implementação das topologias integradas
BFIB-SC e BFIB-SC para a alimentação de uma
lâmpada MH de 35 W.
Nas figuras A.4, A.5, A.6 e A.7, as características de entrada e de saída de ambas as
topologias são apresentadas; o fator de potência medido é de 0,996.
Na figura A.8 pode ser observado que a soma das correntes entre os dois estágios de
potência circula pelo interruptor
S
1
(BFIB-SC), e não apenas a maior delas como mostra a
figura A.9, para a configuração
BFIB-ST. A tensão máxima de bloqueio no interruptor
compartilhado para ambas as configurações é mostrada nas figuras A.10 e A.11 e mostram
estar de acordo com a previamente definida através dos ábacos de projeto.
O interruptor compartilhado utilizado em ambas as topologias é o
MOSFET IRFPE50,
obtendo-se um rendimento de 81% para a topologia
BFIB-SC e 85% para a topologia BFIB-
189
ST. As perdas no interruptor compartilhado, medidas através de resultados de simulação, para
ambas as topologias, são apresentadas na tabela A.3.
O menor rendimento da configuração
BFIB-SC é explicado através dos resultados da
tabela A.3, devido as maiores perdas em condução no interruptor
S
1
.
TABELA A.3
P
ERDAS MEDIDAS NO INTERRUPTOR S
1
ATRAVÉS DE RESULTADOS DE SIMULAÇÃO
T
OPOLOGIA
P
ERDAS EM
CONDUÇÃO
P
ERDAS EM
COMUTAÇÃO
BFIB-SC
1,88 W 0,22 W
BFIB-ST 0,66 W 0,49 W
Figura A.2 – Ábacos de projeto da topologia para o interruptor compartilhado da topologia BFIB-SC.
190
Figura A.3 – Ábacos de projeto da topologia para o interruptor compartilhado da topologia BFIB-ST.
Figura A.4 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) de entrada, 5ms – BFIB-SC.
191
Figura A.5 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) na lâmpada, 1ms – BFIB-SC.
Figura A.6 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) de entrada, 5ms – BFIB-ST.
Figura A.7 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) na lâmpada, 1ms – BFIB-ST.
192
Figura A.8 – Correntes: Estágio PFC (i
F1
– 2A/div), estágio PC (i
Fly
- 2A/div) e no interruptor (i
S1
- 2A/div),
2ms – BFIB-SC.
Figura A.9 – Correntes: Estágio PFC (i
F1
– 2A/div), estágio PC (i
Fly
- 2A/div) e no interruptor (i
S1
- 2A/div),
2ms – BFIB-ST.
Figura A.10 – Tensão (100V/div) no interruptor compartilhado S
1
, 2ms – BFIB-SC.
193
Figura A.11 – Tensão (100V/div) no interruptor compartilhado S
1
, 2ms – BFIB-ST.
A.3 – Reator eletrônico ZFIB
Os valores das indutâncias e capacitâncias para este projeto são apresentados na tabela
A.4.
TABELA A.4
V
ALORES DAS INDUTÂNCIAS E CAPACITÂNCIAS EMPREGADAS NO PROJETO
L
Z1
362μH
L
Z2
1mH
L
FLY_1
232μH
L
FLY_2
= L
FLY_3
348μH
C
b
100μF
C
1-2
220nF
Os valores teóricos da tensão de bloqueio e da corrente eficaz no interruptor
S
1
são
calculados através do ábaco da figura A.12.
Com o intuito de comprovar o funcionamento do reator
ZFIB para alimentação de uma
lâmpada MH de 35W, são apresentados os resultados experimentais que seguem.
A figura A.13 mostra a tensão e a corrente de entrada, onde um fator de potência de
0,998 é medido. Na figura A.14 mostra-se a tensão e a corrente na lâmpada (400Hz).
A corrente no interruptor compartilhado é apresentada na figura A.15. Como pode ser
visualizado através desta figura, a corrente no interruptor
S
1
é sempre a maior entre os
194
estágios de potência integrados. A corrente e a tensão, em detalhe, no interruptor S
1
são
mostradas na figura A.16.
Nas figuras A.17 e A.18 são mostradas, respectivamente, as correntes nos indutores do
conversor Zeta (
L
Z1
e L
Z2
) e a tensão de barramento (V
b
).
O indutor
L
Z2
é projetado para uma variação máxima da corrente em alta freqüência de
800mA.
O rendimento elétrico medido para este projeto é de 83%.
Figura A.12 – Ábacos de projeto da topologia para o interruptor compartilhado da topologia ZFIB.
195
Figura A.13 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) de entrada, 5ms.
Figura A.14 – Tensão (CH1- 50V/div) e corrente (CH2- 500mA/div) na lâmpada, 1ms.
Figura A.15 – Corrente no interruptor compartilhado (traço superior – 1A/div) e corrente no primário do
conversor Flyback (traço inferior- 1A/div), 1ms.
196
Figura A.16 – Tensão (CH1- 250V/div) e corrente (CH2- 1A/div) no interruptor compartilhado, 5μs.
Figura A.17 – Corrente no indutor L
Z1
(traço superior – 1A/div) e L
Z2
(traço inferior- 500mA/div), 5ms.
Figura A.18 – Tensão (50V/div) no capacitor de barramento (C
b
), 5ms.
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