103
Era minha tia e a mãe dele, do meu marido, chamava Ju, Jusefa, e e a minha
vó e a vó dele também daqui do Lagarto da mãe Jusefa.
Sim Rudrigue, o juiz olhou prá nós, peraí parece que vocês são irmão nu nu
vai dar certo aqui agora, eu eu dei pra chorar, minha fia, lá. Não dá certo não,
que aqui ta parecendo que vocês são irmãos, né não nos não somo irmãos,
minha duas vó, era Jusefa, Jusefa as minhas duas vó, a minha duas vó e o pai
dele Pedro e e meu pai Pedro. O mermo nome foi um gancho destinado,
minha fia.
O nome da minha mãe é Juliana Rodrigues. E a dele Timótia só tem uma
deferencinha essa. E a mãe dele se chamava Jusefa. A vó dele Jusefa e a
duas vó dele Jusefa, minha vó Jusefa. A mãe dele Timótia. É e a minha mãe
Juliana, Juliana. Uma vó é Josefa e a outra avó Zidora. O avô Antônio Militão
do Pindobaçu, minha vó era sotera, a minha vó no rio do Aipim, era sotera e
pariu desse cara e diziam minha mãe era branca, branca assim como você
mermo. Branca, branca. O pai dela, o cara diziam que era o Antônio Militão,
não, veio minha famia como é cismada.
Eu tive seis irmão e cinco ou sete irmão e seis, isso. Eu, graças a Deus, tem
três ano que morreu um, o derradeiro, só tem eu de irmão, mais tinha Adilon
que é fio de meu pai, é irmão né, só é fio de meu pai quando casou era viúvo.
Adilon, Bastião, José, Ana, Diolina, Amisa. Todos Rudrigues, e o Manel, o
Manel que morreu pequenininho mais era irmão de sangue, o Manel.
Eu tive dezesseis. Dos meus fios, olha eu tive 16, nasceu seis morto que nu
nu nu era só era só aquela, não batizou, não batizou, e dez que batizou, meus
fio é: José Rudrigue, Mila Rudrigue, Rodrigo Rudrigue, Erico Rudrigue,
Lourival Rudrigue, Margarida, você viu por lá de lá que é a rezadeira daqui,
Margarida Rudrigue, Maria Márcia e Raimundo, foi dez fio.
O Lele, Elias Rudrigue, Raimunda Rudriigue. Era criança, ô minha fia, quando
eu era nova como esta aí, é a nova inté, olha fia, se eu contar, você não diz
assim, você não diz que é mentira, porque você sabe quem é eu por dentro.
Olha eu só vadiei inté o dia vinte que interou, agora não sei como essa mulé,
essas mulé de hoje é por isso que elas não vive com os marido. Porque elas é
só em festa, eu nunca fui em uma festa e nem nunca pedi ele nem um nem
outo olhe ele ta fazendo treze ano de morto, êta ta fazendo treze ano agora no
dia vinte nove, eu andei muito. Vadiei muito, fazia, brincava roda, não gostava
de brincar de dança, não pegava as coisa de dança e fazia trucia, não gostava
de dança, agora roda eu gostava, e reza eu aprendi, eu tava dizendo toda
reza eu aprendi toda reza, minha fia. Eu tava dizendo a Margarida se fosse
mode de uma pessoa dizer assim, reza aí que é isso e aquilo, eu sei mais de
cinqüenta pedido, ele fala aí, a Mariana também é que a minha fia saiu aí,
Bendito aprendi muito era muito farrista, pra vadiar, era muito farrista.
(Entrevista com Anísia Rodrigues realizada pela autora em 24 de ab. de
2002).
Como uma boa memorialista, Anisia narrou as histórias sobre sua família,
citando o nome de toda a prole e ainda investiu contra o comportamento feminino
atual. São lembranças significativas que desenrolam fios de meadas diversas,