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pessoas em seus ambientes naturais e não em ambientes artificiais ou
experimentais” (POPE; MAYS, 2005, p. 14).
O pesquisador do ser humano tem que ser alguém capaz de pensar já que
ele não terá receitas, experimento padronizador, questionários fechados, escalas
validadas, e todos os instrumentos científicos que podem ser aplicados por qualquer
leigo treinado. Terá que descobrir seus próprios caminhos, testando, avançando,
recriando, ensaiando, corrigindo-se. E, por isso, deverá ter mais outras
características que vão para além da disciplina técnica: a criatividade, a capacidade
de indagar, a curiosidade com o não conhecido e a ética. Mais ainda, o pesquisador
terá que estar envolvido emocionalmente também com seu objeto de estudo. Terá
que misturar-se com ele, identificar-se, “ser ele” (TURATO, 2003, p. 192).
Os métodos qualitativos são utilizados por áreas diversas como sociologia,
educação, psicologia, entre outras. Nos que estudam saúde, estes métodos têm
muito a oferecer, estando em crescente utilização na pesquisa em serviços de
saúde. Contudo, devido ao fato desses métodos terem sido tradicionalmente
empregados nas ciências sociais, podem não ser familiares aos profissionais de
saúde e aos profissionais com formação biomédica ou em ciências naturais.
Para responder à questão que originou essa pesquisa, ou seja de que modo
que a participação no grupo Valorizando a Vida pode contribuir para a qualidade de
vida dos participantes, principalmente após a aplicação dos questionários, não
poderia escolher outro método, pois a pesquisa qualitativa não procura quantificar ou
enumerar, geralmente é lida com falas ou palavras ao invés de números. É então
uma pesquisa interpretativa, pois investiga a natureza do fenômeno.
No positivismo é considerado como científico apenas o que é objetivo, o que
possa ser quantificado, o que salta aos olhos. Contrariando tal concepção a
pesquisa qualitativa vem analisar o subjetivo inserido no objetivo, ou seja, analisa o
sujeito que recebe a ação como um todo (SABÓIA, 2003).
Com a pesquisa qualitativa foi possível retratar o dinamismo da situação em
seu acontecer natural. Bogdan e Biklen (1994) ressaltam que os investigadores
qualitativos freqüentam os locais de estudo devido à preocupação com o contexto.
Entendem que as ações podem ser melhor compreendidas quando são vivenciadas
no seu ambiente habitual de ocorrência.
Os investigadores qualitativos utilizam estratégias e procedimentos que lhes
permitam levar em consideração as experiências do ponto de vista do informador. O