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CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PERIODONTIA
UTILIZAÇÃO DO METRONIDAZOL ASSOCIADO À
AMOXICILINA NO TRATAMENTO DAS PERIIMPLANTITES
THALES RODRIGO COLOMBO VITUSSI
1° Orientador: Prof. Dr. Jamil Awad Shibli
2º Orientador: Profª. Drª. Magda Feres
Guarulhos
2006
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ii
THALES RODRIGO COLOMBO VITUSSI
UTILIZAÇÃO DO METRONIDAZOL ASSOCIADO À
AMOXICILINA NO TRATAMENTO DAS PERIIMPLANTITES.
Dissertação apresentada à Universidade
Guarulhos, para obtenção do título de Mestre
em Odontologia, Área de Concentração em
Periodontia.
1° Orientador: Prof. Dr. Jamil Awad Shibli
2° Orientador: Profª. Drª. Magda Feres
Guarulhos
2006
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Ficha Catalográfica
Elaborada pela Biblioteca Central da Universidade Guarulhos
Vitussi, Thales Rodrigo Colombo
V834u Utilização do metronidazol associado à amoxicilina no tratamento das periimplantites. /
Thales Rodrigo Colombo Vitussi – Guarulhos, SP Universidade Guarulhos, 2006.
58 p. : il.; 30 cm
1 – Orientador: Profº Dr. Jamil Awad Shibi
2 – Orientador: Profª Dra. Magda Feres
Dissertação (Mestrado) – Universidade Guarulhos.
1. Implantes osseointegrados. 2. Periimplantite
CDD 21. ed. 617.6
iv
A todos
que se fizeram presentes,
aos familiares
que compartilharam os momentos de conquistas;
aos colegas
que trilharam junto a mesma estrada
dedico este trabalho.
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Osmar Vitussi e Cássia Luzia Colombo que além do
incentivo e da possibilidade de estudar sempre, também proporcionam um lar cheio
de amor e união; são os meus maiores símbolos de amor e sucesso.
A minha namorada, Daniela Favaro Noccetti, pela compreensão nos
momentos de absorção pelo trabalho e pela doce paciência no exercício de ouvir,
colaborar, incentivando minhas (nossas) conquistas.
Ao meu irmão, Thomas Eduardo Colombo Vitussi e ao amigo José Flávio
Magon de Andrade, pelo auxílio na tradução dos artigos e também, aos momentos
de descontração.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Jamil Awad Shibli pela paciência e
competência em guiar nossas discussões, “descortinando” um novo horizonte de
idéias.
A minha co-orientadora, Profa. Dra. Magda Feres pelo incentivo e
determinação com que me guiou durante todo curso.
Aos meus avós, Shirley e Hélio Colombo e Rosalina e Armando Vitussi,
pelo carinho e pela segurança de que as incertezas estimulam sempre novos
caminhos.
Aos Professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da
UnG, Profa. Dra. Magda Feres, Luciene C. Figueiredo, Jamil Awad Shibli, Sheila C.
Cortelli, Cristiane M. Amaral, Poliana M. Duarte, Saulo Geraldeli e José A. Rodrigues
pelo prazeroso convívio durante todo o curso.
Aos amigos Leandro de Melo, Marcelo de Faveri e Daniel Sanchez Ferrari
pelo auxílio durante toda a parte experimental do estudo.
vi
Aos amigos Sérgio, Sauro, Angélica, Kátia e Adriano pelos momentos de
descontração e por toda ajuda durante esse período inesquecível.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP,
processo no. 05/01939-2 pelo auxílio financeiro.
Aos voluntários que participaram de forma importantíssima para a
realização deste trabalho. A todos, o meu respeito e minha gratidão!
vii
RESUMO
O objetivo deste estudo duplo-cego foi avaliar em curto período de tempo,
o tratamento não-cirúrgico da periimplantite utilizando sistemicamente, metronidazol
e amoxicilina associados à raspagem e debridamento periimplantar. Vinte indivíduos
portadores de periimplantites foram divididos em 2 grupos: Grupo Teste - Raspagem
e debridamento periimplantar (RDP) associado ao metronidazol (400mg x3/dia, 14
dias) e amoxicilina (500mg x3/dia, 14 dias), e Grupo Controle – RDP associado a
placebo. Parâmetros clínicos como presença de placa (0/1), sangramento marginal
(0/1), profundidade de sondagem (mm), sangramento à sondagem (0/1), supuração
(0/1), nível clínico de inserção (mm) e perda óssea vertical (mm) foram avaliados por
um examinador previamente calibrado nos tempos 0 e aos 14, 60 e 90 dias de
avaliação. Amostras de biofilme subgengival foram obtidas e avaliadas para 39
espécies bacterianas por meio da técnica Checkerboard DNA-DNA hybridization. As
terapias utilizadas reduziram significativamente os níveis dos microrganismos,
principalmente do complexo vermelho (Tannerella forsythia, Porphyromonas
gingivalis e Treponema denticola), embora somente a terapia mecânica associada
aos antibióticos foi capaz de manter esta redução até o final do período
experimental. As médias de profundidade de sondagem e o nível clínico de inserção
foram reduzidos durante todo o período avaliado (p<0,05). A percentagem média
dos sítios com sangramento marginal e supuração diferiu após a terapia no grupo
teste. Nehuma das terapias reduziu significativamente as médias de perda óssea. O
emprego da terapia antibiótica associada à raspagem e debridamento periimplantar
não promoveu benefícios clínicos adicionais sobre a terapia mecânica apenas.
Palavras-Chave: implantes osseointegrados; periimplantite; microbiologia; índices
clínicos; amoxicilina; metronidazol.
viii
ABSTRACT
The aim of this double-blind placebo study was to evaluate, in a short term
period, the treatment of human peri-implantitis using metronidazole plus amoxicillin
systemically. Twenty subjects with signs of peri-implantitis were split in 2 groups:
Test group – scaling and peri-implant tissue debridment (SPD) associated to
metronidazole (400mg 3xday/ 14 days) and amoxicillin (500mg 3xday/ 14 days), and
Control Group - SPD and placebo. Clinical parameters such as plaque index (0/1);
marginal bleeding (0/1); bleeding on probing (0/1), supuration (0/1), probing depth
(mm), clinical attachment level (mm) and vertical bone loss (mm). were evaluated by
a single calibrated clinical at baseline and 14, 60, and 90 days after therapy.
Subgingival plaque samples were taken and evaluated for 39 bacterial species using
Checkerboard DNA-DNA hybridization. The therapies evaluated decreased
significantly the levels of microorganism of red complex (Tannerella forsythia,
Porphyromonas gingivalis e Treponema denticola), although just the group that utilize
antibiotics was able to keep this reduction to the end of the experimental period. The
means of probing depth and clinical attachment loss were reduced during all the
experimental period (p<0.05). The mean of percentage of sites with marginal
bleeding and suppuration difer after the therapy in the test group. The both therapies
were not able to reduce the vertical bone loss. The association of antibiotics and peri-
implant debridment did not improve any additional clinical effect.
Key Words: Dental implants; peri-implantitis; microbiology; clinical index; amoxicillin;
metronidazole.
ix
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.........................................................................1
1.1 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES.......................................................3
1.2 ADMINISTRAÇÃO ANTIBIÓTICA SISTÊMICA NO TRATAMENTO DA DOENÇA
PERIODONTAL
............................................................................................................7
1.3 TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES UTILIZANDO MODELOS
EXPERIMENTAIS EM ANIMAIS
......................................................................................12
1.4 TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIIMPLANTARES EM HUMANOS.............................15
2. PROPOSIÇÃO......................................................................................................18
3. MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................19
3.1 SELEÇÃO DOS INDIVÍDUOS ...............................................................................19
3.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO DOS INDIVÍDUOS ENVOLVIDOS NO ESTUDO..19
3.3
DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ........................................................................20
3.3.1 – Seleção do sítio periimplantar...............................................................22
3.3.2 – Seqüências das consultas de avaliação ...............................................22
3.4
- EXAME CLÍNICO E RADIOGRÁFICO ......................................................................22
3.5- AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA.............................................................................23
3.5.1. Cepas bacterianas e condições de crescimento.....................................23
3.5.2 - Isolamento do DNA e preparo das sondas ............................................24
3.5.3. Coleta das amostras de biofilme subgengival.........................................25
3.5.4. Checkerboard DNA-DNA Hybridization...................................................25
3.5.4.1. Hibridização DNA-DNA....................................................................25
3.5.4.2. Detecção das espécies....................................................................26
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................................31
3.6.1 – Avaliação clínica ...................................................................................31
3.6.2 – Avaliação microbiológica.......................................................................31
4. RESULTADOS......................................................................................................32
4.1
EFEITOS DAS TERAPIAS SOBRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS .................................32
4.2
EFEITOS DAS TERAPIAS SOBRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS AO LONGO DO PERÍODO
EXPERIMENTAL
........................................................................................................34
4.3
EFEITOS COLATERAIS DAS TERAPIAS EMPREGADAS ............................................37
4.4 EFEITOS DA TERAPIA ANTIBIÓTICA NAS CONTAGENS BACTERIANAS.......................37
4.5 EFEITOS DAS TERAPIAS NAS PROPORÇÕES DOS COMPLEXOS MICROBIANOS .........39
5. DISCUSSÃO.........................................................................................................44
6. CONCLUSÕES.....................................................................................................49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................50
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
A periimplantite, assim como a doença periodontal, é caracterizada como
sendo uma doença complexa, causada por patógenos periodontais que produzem
endotoxinas as quais regulam a produção de citocinas, aumentando o infiltrado
inflamatório e a liberação de enzimas proteolíticas responsáveis pela destruição dos
tecidos periimplantares (Mombelli et al., 1995; Hurzeler et al., 1997; Mombelli &
Lang, 1998; Lee et al., 1999; Leonhardt et al., 1999; Mombelli, 1999; Hass et al.,
2000; Mombelli et al., 2001; Klinge et al., 2002; Kivela-Rajamaki et al., 2003; Shibli et
al., 2003a; Shibli et al., 2003b; Shibli et al., 2003c; Shibli, 2003d; Shibli et al., 2005).
Dessa forma, as doenças periimplantares devem ser diagnosticadas e tratadas como
infecções bacterianas (Mombelli et al., 1987; Mombelli et al., 1995; Mombelli & Lang,
1998; Listgarten & Lai, 1999; Mombelli, 1999; Khoury & Buchmann, 2001; Mombelli
et al., 2001; Shibli et al., 2003a; Shibli et al., 2003b; Shibli et al., 2003c; Martins et
al., 2004; Romeo et al., 2005; Shibli et al., 2005).
Os tratamentos utilizados para o re-estabelecimento da saúde e da
arquitetura dos tecidos periimplantares são, na sua grande maioria, semelhantes às
terapias utilizadas em Periodontia, como por exemplo, químico (Hämmerle et al.,
1995; Ericsson et al., 1996; Hurzeler et al., 1997; Mombelli et al., 2001; Schou et al.,
2003d),
físico (Hass et al., 2000; Shibli et al., 2003a; Shibli et al., 2003c; Shibli,
2003d; Shibli et al., 2004; Schwarz et al., 2005; Shibli et al., 2006), não-cirúrgico
(Mombelli et al., 1992; Mombelli et al., 2001; Klinge et al., 2002), cirúrgico associado
à regeneração óssea guiada e/ou biomateriais (Persson et al., 1996; Hurzeler et al.,
1997; Persson et al., 1999; Khoury & Buchmann, 2001; Persson et al., 2001a;
Persson et al., 2001b; Schou et al., 2003a; Schou et al., 2003b; Schou et al., 2003c;
Schou et al., 2003d) ou uma combinação destas terapias (Persson et al., 1996;
Hurzeler et al., 1997; Persson et al., 1999; Behneke et al., 2000; Hass et al., 2000;
Khoury & Buchmann, 2001; Persson et al., 2001a; Persson et al., 2001b; Schou et
al., 2003a; Schou et al., 2003b; Schou et al., 2003c; Schou et al., 2003d; Shibli et al.,
2003a; Shibli, 2003d; Romeo et al., 2005; Shibli et al., 2006). Estas estratégias
terapêuticas têm em comum duas finalidades distintas: a descontaminação da
superfície do implante e da região periimplantar, e a restauração das condições de
saúde dos tecidos periimplantares (Hämmerle et al., 1995; Mombelli & Lang, 1998;
Mombelli, 1999; Hass et al., 2000; Khoury & Buchmann, 2001; Mombelli et al., 2001;
Klinge et al., 2002; Roos-Jansaker et al., 2003; Shibli et al., 2004; Shibli et al., 2005;
2
Shibli et al., 2006). Entretanto, a utilização de técnicas cirúrgicas muitas vezes
requer a remoção da prótese implanto-suportada, influenciando a função e a estética
do indivíduo (Hämmerle et al., 1995; Behneke et al., 2000; Shibli, 2003d).
Os estudos realizados em animais (Ericsson et al., 1996; Persson et al.,
1996; Hurzeler et al., 1997;Persson et al., 1999; Persson et al., 2001a; Persson et
al., 2001b; Schou et al., 2003a; Schou et al., 2003b; Schou et al., 2003c; Schou et
al., 2003d; Shibli et al., 2003a; Shibli et al., 2006) e os escassos ensaios clínicos em
seres humanos (Hämmerle et al., 1995; Behneke et al., 2000; Hass et al., 2000;
Khoury & Buchmann, 2001; Mombelli et al., 2001; Romeo et al., 2005; Schwarz et
al., 2005) mostram que o principal fator para o aumento do percentual de
preenchimento ósseo é a descontaminação de toda a área periimplantar associada à
supressão dos patógenos periodontais (Hämmerle et al., 1995; Behneke et al., 2000;
Hass et al., 2000; Klinge et al., 2002; Roos-Jansaker et al., 2003). Terapias não-
cirúrgicas utilizando a raspagem e debridamento das superfícies periimplantares
associadas à administração de antibióticos sistêmicos ou local têm sido propostas,
principalmente em modelos animais (Ericsson et al., 1996; Persson et al., 1996;
Persson et al., 1999; Persson et al., 2001a).
A associação do metronidazol e amoxicilina sistêmicos tem-se mostrado
efetiva no tratamento das doenças periodontais diminuindo a contagem de
patógenos periodontais como Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus
actinomycetemcomitans e Tanerella forsythia (Pavicic et al., 1992; Pavicic et al.,
1994; Berglundh et al., 1998; Feres et al., 2001; Serino et al., 2001; Winkel et al.,
2001; Rooney et al., 2002). Pela sua difusão no sistema circulatório, os antibióticos
atingem os periodontopatógenos residentes em bolsas periodontais profundas,
células epiteliais do sulco, além da mucosa jugal, dorso e assoalho de língua. Esta
diminuição na contagem microbiana reduz a liberação de mediadores do hospedeiro
que iniciam e estimulam a atividade osteoclástica resultando em perda óssea
(Nguyen et al., 1991; Plagnat et al., 2002; Kivela-Rajamaki et al., 2003).
Considerando que os microrganismos patogênicos envolvidos nas
periimplantites (T. forsythia, P. gingivalis e Treponema denticola) são semelhantes
às periodontites, a associação do metronidazol e amoxicilina sistêmicos ao
debridamento periimplantar pode levar a resultados terapêuticos satisfatórios.
3
1.1 – Etiologia das doenças periimplantares
Sendo a infecção bacteriana uma das razões primárias da falência dos
implantes após a osseointegração, vários estudos observaram diferenças
microbianas entre sítios periimplantares sadios e sítios periimplantares doentes.
Rams et al. (1984) foram os primeiros a investigarem a microbiota do
sulco/bolsa periimplantar. Rams et al. (1984) colhendo amostras de 17 implantes em
função há no mínimo 6 meses, em 13 indivíduos, valendo-se de microscópio de
contraste de fase, observaram altos níveis de espiroquetas e bastonetes móveis em
3 implantes considerados perdidos. Esses dados foram ratificados por Holt &
Newman (1986), que observaram por meio de cultura e contraste de fase uma
grande quantidade de espiroquetas e Bacteroides sp. em implantes doentes.
Ericsson & Lekholm (1986) observaram em implantes e dentes pilares de prótese,
ambos clinicamente livres de inflamação, a presença de bacilos/cocos e bastonetes
móveis, perfazendo 50 e 25% do total da contagem, respectivamente.
Comparando a microbiota associada a implantes sadios e implantes
acometidos pela periimplantite, Mombelli et al. (1987), utilizando microscópio de
campo escuro e meios de cultura, encontraram, nos implantes com periimplantite,
uma microbiota complexa com grande proporção de anaeróbios Gram-negativos.
Bacteroides spp., Fusobacterium spp., espiroquetas e fusiformes, assim como
bastonetes móveis foram encontrados regularmente. Nos sítios sadios (controle) os
autores observaram uma grande quantidade de cocos e uma pequena quantidade
de bastonetes móveis e fusiformes. Espiroquetas não foram encontradas nesses
sítios.
Mombelli et al. (1988), avaliando a ocorrência de shift bacteriano em
conectores protéticos recém-colocados em indivíduos edentados totais, utilizando
microscópio de campo escuro e cultura bacteriana, observaram que a microbiota era
similar à encontrada nos conectores que já estavam presentes na cavidade bucal.
Dos microrganismos identificados 86% eram cocos e 80% dos microrganismos
cultivados eram cocos facultativos Gram-positivos. Actinomyces odontolyticus,
Fusobacterium spp. e espiroquetas pequenas foram observadas em um sítio
considerado clinicamente doente. Nos implantes saudáveis não foi observada a
presença de espiroquetas. Bacteroides spp. não foram encontrados com freqüência.
Os autores concluíram que o shift bacteriano no sítio doente foi mais rápido quando
comparado ao sítio saudável.
4
A microbiota associada a implantes cerâmicos de safira foi avaliada por
Sanz et al. (1990). Utilizaram dentes com saúde e doença periodontal como grupos
controle e implantes com e sem inflamação clínica do tecido periimplantar como
grupos teste. Os sítios doentes tanto em dentes quanto em implantes apresentaram
uma grande quantidade de bastonetes anaeróbios Gram-negativos, Bacteroides spp.
e bactérias que estavam se estabelecendo na superfície. Nos sítios sadios havia
predominância de cocos facultativos Gram-positivos e bastonetes, sugerindo que a
microbiota periimplantar tinha composição semelhante à microbiota periodontal nas
condições de saúde e doença.
Avaliando as condições clínicas e microbiológicas de 36 implantes
acometidos pela periimplantite, Becker et al. (1990) mostraram um aumento da
mobilidade e presença de radiolucidez, notada radiograficamente, ao redor desses
implantes. Utilizando sondas de DNA encontraram 37,5% de P.gingivalis, 35,4% de
Prevotella intermedia nos sítios periimplantares, mas em concentrações moderadas;
A. actinomycetemcomitans foi detectado em 27,8% dos sítios, mas em pequenas
quantidades. Em outro estudo, analisando a microbiota de conectores protéticos de
implantes sadios, Mombelli & Mericske-Stern (1990), por meio de cultura,
observaram que 52,8% dos microrganismos cultivados eram cocos anaeróbios
facultativos; 17,4% de bastonetes anaeróbios facultativos e 7,3% de bastonetes
anaeróbios Gram-negativos. Fusobacterium spp. e P. intermedia perfaziam 8,8% das
amostras enquanto espiroquetas e P. gingivalis não foram encontradas.
Examinando a presença de patógenos periodontais em indivíduos
portadores de próteses implanto-suportadas ou muco-implanto-suportadas, Ong et
al. (1992) e George et al. (1994), encontraram A. actinomycetemcomitans, P.
intermedia e P. gingivalis. Ong et al. (1992), examinando indivíduos que faziam uso
de digluconato de clorexidina a 0,2% como enxaguatório bucal, encontraram mesmo
na situação de saúde clínica do tecido periimplantar, um maior número de sítios
periimplantares com anaeróbios. A. actinomycetemcomitans, P. intermedia e a P.
gingivalis foram encontradas em 1, 7 e 0 sítios, respectivamente, de um total de 37
sítios analisados.
Avaliando 98 implantes de 24 indivíduos, George et al. (1994), mostraram
que 62,5% dos indivíduos possuíam um ou mais implantes colonizados por A.
actinomycetemcomitans e/ou P. intermedia/P. gingivalis, enquanto, somente 37,5%
não possuíam nenhum dos seus implantes colonizados por essas espécies. Os
5
autores sugeriram que esses microrganismos, geralmente, associados à doença
periodontal ocorrem com maior freqüência em implantes que exibem inflamação dos
tecidos periimplantares.
Em um estudo semelhante ao de Löe et al. (1965), Pontoriero et al.
(1994), induziram experimentalmente mucosite periimplantar em humanos, num
grupo de 20 indivíduos parcialmente desdentados entre 36 e 59 anos, que deixaram
de realizar medidas de higiene bucal por um período de 3 semanas para promover
acúmulo de placa ao redor dos implantes e dentes adjacentes. A composição da
microbiota subgengival e submucosa foi avaliada por meio de microscopia de
contraste de fase. Tanto os parâmetros microbiológicos quanto os clínicos (presença
de placa, índice gengival, sangramento a sondagem, profundidade à sondagem e
recessão) foram avaliados antes e após o período experimental, quando os hábitos
de higiene foram novamente reinstituídos. Após este período, os parâmetros clínicos
observados apresentaram diferenças estatisticamente significante (p<0,05) com
relação ao início do experimento, porém, sem diferença estatística entre implantes e
dentes. Durante as 3 semanas de acúmulo de placa houve uma alteração da
contagem bacteriana (p<0,05), porém, não diferindo entre os grupos. Entretanto, a
proporção de espiroquetas e bacilos móveis aumentou nesse período, 1,2 e 2,4%
para 6,2 e 17,4%, no grupo de implantes e, de 1,9 e 2,8% para 7,8 e 19,2% no grupo
controle, respectivamente. Enquanto que os níveis de cocos diminuíram de 79,3 e
76,3% para 54,3 e 47,3% para implantes e dentes, respectivamente.
Papaioannou et al. (1996), correlacionando parâmetros periodontais e a
microbiota ao redor de implantes osseointegrados, observaram uma microbiota,
composta na sua maior parte, em cocos na situação de saúde periimplantar. Assim,
a maioria dos estudos comentados sugere que a formação e maturação da
microbiota periimplantar segue os mesmos cursos tanto nas situações de saúde
como de doença periodontal.
Bollen et al. (1996), observaram o acúmulo do biofilme em conectores
com diferentes graus de rugosidade. A análise microbiológica, utilizando cultura e
microscópio de contraste de fase, não apresentou diferença estatisticamente
significante na contagem de P. intermedia e F. nucleatum independente do grau de
rugosidade do conector.
Lee et al. (1999)
comparando a microbiota do tecido periimplantar ao
redor de 101 implantes clinicamente saudáveis, dentes com coroas totais e dentes
6
hígidos de 43 indivíduos, encontraram estreptococos, Veillonella parvula,
Micromonas micros e F. nucleatum na grande maioria dos implantes. As espécies
periodontopatógenas P. gingivalis, T. forsythia, P. intermedia, P. nigrescens e C.
rectus foram detectadas em alguns sítios de todos os grupos. Para os dentes com
coroas totais a microbiota foi similar à encontrada nos implantes. Nos dentes
hígidos, observaram a presença de estreptococos, Selenomonas noxia e P.
intermedia. Esses dados foram corroborados pelos achados de Fardal et al. (1999),
em um caso clínico de falência múltipla de implantes em curto espaço de tempo,
observaram a predominância de P. gingivalis, Streptococcus sanguis, Streptococcus
oralis e Capnocytophaga spp.; o A. actinomycetemcomitans não foi isolado.
Utilizando o Checkerboard DNA-DNA Hibrydization, Salcetti et al. (1997)
avaliaram os níveis de mediadores inflamatórios, fatores de crescimento e a
presença de 40 espécies microbianas associadas a implantes doentes e
compararam com implantes osseointegrados saudáveis. Avaliaram 21 amostras de
biofilme de indivíduos que tinham implantes com periimplantite (grupo 1) e 8
indivíduos com implantes saudáveis (grupo 2). Amostras do fluido crevicular foram
colhidas e analisadas segundo a presença de "protagonistas" anabólicos para a
reabsorção óssea, prostaglandina E
2
(PGE
2
), interleucina-1β (IL-1β) e IL-6, fatores
anabólicos de neoformação óssea, fator de transformação de crescimento β (TGF-β)
e fatores de crescimento derivados de plaquetas (PDGF). Embora tendências
positivas fossem notadas, não observaram nenhuma diferença significativa em
qualquer amostra microbiológica ou para os níveis de mediadores de inflamação nos
implantes doentes quando comparados aos implantes saudáveis. Os autores
encontraram também em uma freqüência muito alta P. nigrescens, M. micros, F.
nucleatum ss vicentii e F. nucleatum ss nucleatum, assim como uma elevação
significativa no fluido crevicular de PGE
2
, IL-1β e PDGF nos indivíduos com
implantes doentes quando comparados aos implantes saudáveis. Além disso,
encontraram uma contagem de P. nigrescens e M. micros que foi correlacionada
com as concentrações de PGE
2
.
Buscando a característica da microbiota ao redor de implantes e dentes
em indivíduos com periimplantites, Hultin et al. (2002) avaliaram os parâmetros
clínicos e microbiológicos de 36 indivíduos, sendo 17 indivíduos com periimplantite e
19 controles. Através da técnica Checkerboard DNA-DNA Hibrydization, foram
7
capazes de detectar altas porcentagens de amostras positivas para P. gingivalis, P.
intermedia, P. nigrescens, T. forsythia, A. actinomycetemcomitans, F. nucleatum, T.
denticola, M. micros, C. rectus, E. corrodens, S. noxia e S. intermedia em dentes e
implantes. C. rectus e S. noxia não foram encontrados ao redor de implantes do
grupo controle. Os principais patógenos periodontais, P. gingivalis, P. intermedia, T.
forsythia, T. denticola e A. actinomycetemcomitans, estiveram presentes em todas
as categorias de sítios em indivíduos e controles. Entretanto, somente ao redor de
implantes com periimplantite a quantidade de bactérias encontrada foi superior a 10
6
para estes 5 patógenos.
Comparando implantes com doença periimplantar e dentes
periodontalmente doentes de diferentes indivíduos, Listgarten & Lai (1999), por meio
de culturas bacterianas, encontraram T. forsythia (59%), Fusobacterium spp. (41%),
M. micros (39%) e P. gingivalis (27%) nas amostras dos implantes doentes. Nos
dentes periodontalmente doentes encontraram T. forsythia (83%), Fusobacterium
spp. (80%), espiroquetas (79%), M. micros (51%), P. gingivalis (59%) e E. corrodens
(37%) na periodontite de adulto e T. forsythia (85%), Fusobacterium spp. (83%), P.
gingivalis (60%), espiroquetas (59%), M. micros (56%) e C. rectus (56%) na
periodontite refratária. Sugeriram que haveria diferenças qualitativas entre os
implantes com periimplantite e os sítios comprometidos periodontalmente.
Shibli et al. (2003), avaliaram a indução de periimplantite por meio de
ligaduras durante 60 dias em 4 diferentes tipos de superfícies, Ticp (titânio
comercialmente puro), TPS (titânio plasma-spray), HA (hidroxiapatita) e Acid
(implante de superfície híbrida), em 36 implantes instalados em 6 cães. Foram
realizadas avaliações radiográfica e microbiológica, por meio de cultura bacteriana.
Pôde-se constatar que para os patógenos investigados P. gingivalis, P. intermedia,
Fusobacterium spp., Campylobacter spp. e S. β-hemoliticos, assim como para
contagem total das bactérias viáveis que não houve diferença estatística entre os
grupos após os 60 dias de estudo.
1.2 – Administração antibiótica sistêmica no tratamento da doença
periodontal
Visando a eliminação de A. actinomycetemcomitans, van Winkelhoff et al.
(1992) selecionaram 118 indivíduos, os quais foram divididos em 3 grupos conforme
o diagnóstico que apresentassem – periodontite juvenil localizada, periodontite do
8
adulto e, refratária. Após a terapia periodontal inicial, os indivíduos utilizaram 250 mg
de metronidazol associado a 375 mg de amoxicilina três vezes ao dia, durante 7
dias. Durante os 9 meses de acompanhamento, em 114 (96,6%) dos 118 indivíduos
a presença de A. actinomycetemcomitans não foi mais detectada. Com relação aos
parâmetros clínicos analisados - profundidade à sondagem, nível de inserção e
índice de sangramento – todos os grupos apresentaram diferenças estatisticamente
significantes (p < 0,0001) aos 9 meses após terapia inicial. Por exemplo, o grupo da
periodontite do adulto, antes do tratamento apresentava os seguintes valores: 8,0
mm, 7,4 mm e 1,7 para profundidade à sondagem, nível de inserção e índice de
sangramento, respectivamente. Ao término do estudo, os valores encontrados foram:
5,8 mm, 6,1 mm e 0,4.
Feres et al. (2001) compararam as alterações da microbiota subgengival
decorrentes da administração de amoxicilina 500 mg (x3/dia) ou metronidazol 250
mg (x3/dia) durante 14 dias em 9 e 8 indivíduos, respectivamente. Os indivíduos
foram monitorados clínica e microbiologicamente no início do estudo e 90, 180 e 360
dias após a terapia periodontal não-cirúrgica associada à antibioticoterapia como
também, receberam terapia periodontal de suporte após cada sessão de
acompanhamento. Coletas adicionais de amostras subgengivais foram feitas aos 3,
7 e 14 dias da administração antibiótica. Os valores médios de profundidade à
sondagem no baseline, 90, 180 e 360 dias para o grupo da amoxicilina foram 3,22,
2,89 2,90 e 2,81 mm (p < 0,01) e para o grupo do metronidazol foram 3,38, 2,88 2,75
e 2,80 mm (p < 0,01). Os valores correspondentes à média do nível de inserção para
o grupo da amoxicilina foram 3,21, 2,92, 2,96 e 2,76 mm (p < 0,05) e para o
metronidazol, 3,23, 2,93, 2,79 e 2,94 mm (p < 0,01). A única diferença encontrada
entre os 2 grupos foi uma menor porcentagem de acúmulo de placa aos 360 dias
para o grupo metronidazol. Metronidazol combinado com RAR reduziu drasticamente
a média da contagem dos patógenos no complexo vermelho, T. forsythia, P.
gingivalis e T. denticola, a qual manteve-se por 360 dias após a terapia,
principalmente em bolsas inicialmente intermediárias (4 a 6 mm) e profundas (> 6
mm). Já o grupo da amoxicilina também reduziu os níveis dessas três espécies,
entretanto, aos 360 dias uma recolonização foi observada, especialmente para T.
forsythia e T. denticola. A média das contagens de alguns periodontopatógenos
suspeitos do complexo laranja, como C. rectus, F. nucleatum ss vincentii e P.
intermedia foi reduzida após a terapia. Essas espécies foram detectadas em níveis
9
muito baixos três dias após o início da terapia antibiótica, mas mostraram
recolonização após a suspensão desses agentes. Aos 360 dias a redução na
proporção de Actinomyces foi mais evidente no grupo da amoxicilina do que no
grupo do metronidazol (p < 0,01) e a proporção das espécies do complexo verde foi
maior no grupo que utilizou amoxicilina (p < 0,01), principalmente em bolsas rasas (<
4 mm) e intermediárias. Outro fato interessante foi a diminuição das contagens
iniciais de bactérias logo após os 14 dias de administração de metronidazol ou
amoxicilina e o aumento gradual após a suspensão desses agentes. Entretanto aos
90 dias após a terapia as contagens totais das bactérias permaneceram abaixo dos
níveis iniciais e foram mantidas aos 180 e 360 dias em ambos os grupos.
Avaliando o efeito adjunto da associação amoxicilina com metronidazol no
tratamento de indivíduos com periodontite do adulto, Winkel et al. (2001)
organizaram 49 indivíduos em grupo controle e teste, constituídos de 26 e 23
indivíduos, respectivamente. Os indivíduos do grupo teste receberam três doses
diárias de 375 mg de amoxicilina e 250 mg de metronidazol durante 7 dias, enquanto
que os indivíduos do grupo controle receberam placebo. Três meses após a terapia
inicial, diferenças estatísticas (p<0,05) puderam ser observadas em relação aos
tempos, para índice de placa, índice de sangramento, profundidade à sondagem
como também, a porcentagem de sítios > 5 mm remanescentes. Diferenças
significativas (p < 0,05) com relação às terapias para índice de sangramento,
profundidade à sondagem, nível clínico de inserção e porcentagem de sítios
remanescentes > 5 mm, também puderam ser observadas. Estratificando-se a
profundidade à sondagem como bolsas rasas (0 a 3 mm), moderadas (4 a 6 mm) e
profundas (>
7 mm), diferenças estatisticamente significantes (p < 0,05) de 0,16 mm,
0,35 mm e 0,72 mm puderam ser observadas a favor da terapia antibiótica para cada
nível de estratificação, respectivamente. Do mesmo modo, para o nível clínico de
inserção, essas diferenças só puderam ser verificadas em bolsas profundas (>
7
mm), enquanto que em bolsas rasas, ambos os grupos perderam inserção, - 0,31
mm e - 0,14 mm para os grupos controle e teste, respectivamente. Os achados
microbiológicos desses períodos revelaram, por meio de cultura bacteriana, que para
os microrganismos pesquisados, A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, T.
forsythia, P. micros, F. nucleatum e P. intermedia, apenas a terapia periodontal
(grupo controle) não apresentou melhoras significativas. Entretanto, com o emprego
da combinação antibiótica, alterações foram observadas para os seguintes
10
microrganismos: P. gingivalis (de 13 indivíduos positivos para 3), T. forsythia (de 19
para 3) e P. intermedia (de 19 para 1) e, diminuições singificativas entre os grupos
também foram observadas para contagem de P. gingivalis, T. forsythia e M. micros,
na significância de 5%. O percentual de indivíduos positivos para P. gingivalis,
passou de 45 % no baseline para 23 % após terapia no grupo controle e, 46 % para
11 % (p < 0,005) no grupo teste em bolsas > 5 mm.
Em 1970, cento e setenta indivíduos foram selecionados para a avaliação
do efeito longitudinal da terapia periodontal não-cirúrgica, sendo acompanhados por
um período de 3 anos. Entre o primeiro e o terceiro ano, 34 indivíduos (20%)
apresentaram uma perda de inserção >
2 mm em pelo menos 4 dentes. Destes 34,
20 foram convidados por Serino et al. (2001) – entretanto, 3 desistiram – a
participarem de uma 2ª intervenção, porém, associando-se amoxicilina (750 mg –
x2/dia) e metronidazol (400 mg x3/dia) durante duas semanas, além de 2 bochechos
diários com gluconato de clorexidina 0,2% durante 60 segundos. Após 1 ano da
terapia não-cirúrgica inicial, houve um ganho médio de 0,3 +
0,5 mm para bolsas
intermediárias (4 – 6 mm) e 1,4 + 0,8 mm para bolsas profundas (> 6 mm), mas ao
3° ano de reavaliação, ocorreu uma perda de 0,2 + 0,3 mm tanto para bolsas
intermediárias quanto profundas. Os valores encontrados ao final do primeiro ano da
terapia antibiótica foram 0,3 + 0,7 mm e 0,7 + 1,2 mm de ganho de inserção para
bolsas intermediárias e profundas, respectivamente. Porém, houve uma perda de
inserção de 0,2 + 0,2 mm e 0,2 + 0,4 mm para aquelas bolsas ao final de 5 anos de
acompanhamento. A média total da porcentagem de placa, índice de sangramento à
sondagem e profundidade à sondagem manteve-se constante durante esses 5 anos
e, uma perda de 0,4 mm de inserção apresentou-se estatisticamente significante (p
< 0,05) entre o 3° e o 5° ano. Foi observada uma redução do valor médio do total de
bactérias cultivadas viáveis de 10,3 x10
6
, no baseline, para 4,6 x10
6
após 1 ano e,
um aumento para 14,3 x10
6
aos 5 anos. Tanto as porcentagens de A.
actinomycetemcomitans, P. gingivalis quanto de P. intermedia diminuíram de 0,5, 8,7
e 2,4 % inicialmente para < 0,1, < 0,1 e 3,9 % em 1 ano mas, ao final de 5 anos os
valores foram 0,4, 2,4 e 3,5 %, respectivamente.
Em estudo duplo-cego, Rooney et al. (2002) compararam o efeito da
terapia periodontal não-cirúrgica associada à administração sistêmica de
metronidazol e amoxicilina. Todos os indivíduos receberam terapia não-cirúrgica e,
conforme o grupo a que pertenciam, receberam amoxicilina 250 mg e metronidazol
11
200 mg (AM) ou, amoxicilina 250 mg e placebo (AP) ou, metronidazol 200 mg e
placebo (MP) ou, placebo e placebo (PP) a cada 8 horas, durante uma semana.
Esses grupos foram constituídos de 15, 16, 16 e 15 indivíduos, respectivamente.
Com relação à profundidade de sondagem, o grupo AM apresentou-se como a
melhor terapia na redução de bolsas profundas (> 6 mm), 15,9 % para 1,3 %,
aumento das bolsas rasas (0 a 3 mm), 62,6 % para 87,2 %, enquanto que o grupo
PP foi o que apresentou os resultados menos favoráveis, 19,3 para 12,4 % de
bolsas profundas e, 53,9 para 66,4 % de bolsas rasas. Todos os resultados
apresentaram diferenças significativas (p < 0,01) ao término dos 6 meses do estudo.
Tanto para o nível clínico de inserção, sangramento à sondagem quanto para a
supuração, os resultados observados foram mais favoráveis ao grupo AM e menos,
ao PP, sendo que para o grupo AM, a supuração foi “virtualmente erradicada” – 0,3
% ao término do estudo. A única diferença encontrada em relação à contagem total
de bactérias cultivadas foi ao término do 1° mês de acompanhamento onde, o grupo
AM apresentou uma redução de 7,25x10
4
UFC, no baseline, para 6,26x10
4
UFC no
1° mês. As diferenças encontradas a favor dos grupos testes, para a contagem total
de P. intermedia, só foram observadas durante o 1° e 3° meses de
acompanhamento e não ao término. P. gingivalis e A. actinomycetemcomitans não
foram analisados estatisticamente.
Haffajee et al. (2004) associaram além de amoxicilina (500 mg x3/dia, 14
dias) e metronidazol (250 mg x3/dia, 14 dias), a inserção de fibras de tetraciclina
(Actisite
®
) em bolsas de 4 mm ou mais de profundidade de sondagem na mesma
sessão e, profilaxia profissional semanal durante os 3 primeiros meses em
indivíduos refratários. Quatorze indivíduos com perda de inserção >
3 mm em pelo
menos 3 sítios foram monitorados clínica e microbiologicamente (Checkerboard
DNA-DNA hybridization) a cada três meses, por um período de 2 anos. A média de
redução na profundidade de sondagem foi de 0,83 +
0,13 mm enquanto que o ganho
de inserção foi de 0,44 +
0,12 mm. As maiores reduções nos índices gengivais,
sangramento marginal, sangramento à sondagem e supuração aconteceram no 3°
mês, enquanto que a profundidade à sondagem e nível clínico de inserção, no 6º
mês. Essas alterações foram mantidas até o final de 2 anos. Ao compararem a
microbiota presente inicialmente nesses indivíduos com outros 360 indivíduos da
mesma região geográfica, porém, com diagnóstico de periodontite crônica,
observou-se um aumento significante (p < 0,05 a < 0,01) para 13 microrganismos
12
dos complexos verde, amarelo, laranja e vermelho nos indivíduos com periodontite
crônica. Após a terapia empregada, houve uma redução logo aos 3 meses para
Actinomyces naeslundii I, A. naeslundii 2, A. odontolyticus, S. intermedius,
Capnocytophaga ochracea, C. showae, Eubacterium nodatum, F. nuc ss nucleatum,
F. nuc ss polymorphum, F. periodonticum, P. micros, P. intermedia, S. constellatus,
T. forsythia, S. anginosus, S. noxia e T. socranskii na significância de 5%. Diferenças
entre o 3° e 24° meses foram observadas apenas para V. parvula e T. denticola (p <
0,05).
No estudo de Guerrero et al. (2005), 20 indivíduos (fumantes e não-
fumantes) com periodontite agressiva localizada foram tratados com amoxicilina (500
mg, x3/dia) e metronidazol (500 mg, x3/dia) durante 7 dias, enquanto que 21
indivíduos receberam placebo nas mesmas condições (grupo controle). Esses
indivíduos receberam tratamento periodontal não-cirúrgico completo em até 24
horas. Diferenças estatísticas (p < 0,001) foram encontradas após 6 meses do
tratamento, tanto para o grupo controle quanto para o teste nos parâmetros clínicos
avaliados como, média total da profundidade de sondagem, média da profundidade
de sondagem > 7 mm e 4 – 6 mm, média de ganho de inserção da boca toda, em
bolsas inicialmente > 7 mm e 4 – 6 mm após 6 meses do tratamento. Foram
observadas também, aos 6 meses, diferenças significativas (p < 0,05 a p < 0,001) a
favor do grupo teste em 0,5, 0,4, 1,4, 1,0 e 0,5 mm, para redução da média de
profundidade à sondagem da boca toda, média da redução da profundidade à
sondagem em bolsas entre 4 e 6 mm, > 7 mm, média do ganho de inserção em
sítios com bolsas iniciais >
7 mm e entre 4 e 6 mm, respectivamente. Fumantes só
não apresentaram diferenças significativas para a média da redução da
profundidade de sondagem em bolsas entre 4 e 6 mm e média do ganho de inserção
em sítios com bolsas iniciais entre 4 e 6 mm. A redução na porcentagem de bolsas
inicialmente >
5 mm foi de 74 % para o grupo teste e 54 % para o controle após 6
meses de estudo (p < 0,008).
1.3 – Tratamento das doenças periimplantares utilizando modelos
experimentais em animais
Com a finalidade de avaliar o efeito do uso de antibióticos sistêmicos para
o tratamento das periimplantites, Ericsson et al. (1996) instalaram 30 implantes nas
mandíbulas de 5 cães e, após a indução das lesões por ligaduras, separaram os
13
animais em 2 grupos onde ambos receberam doses de amoxicilina e metronidazol
durante 21 dias, porém, só no grupo teste foi realizado retalho para debridamento e
aplicação de delmopinol. Observaram que a antibioticoterapia por si só não foi capaz
de eliminar a lesão periimplantar, havendo então a necessidade de um concomitante
debridamento local da superfície contaminada. Observaram também que ocorria
falha na re-osseointegração devido a uma estreita cápsula de tecido conjuntivo
fibroso que se interpunha entre a superfície do implante e o osso neoformado. Este
achado também foi descrito nos estudos de Persson et al. (1996, 1999 e 2001).
Em 2001, para avaliar os resultados dos diferentes tipos de membranas
(absorvível e não absorvível) associadas ou não com materiais de preenchimentos
(Bio-Oss
®
) no tratamento das periimplantites induzidas por ligaduras, Nociti Jr. et al.
(2001) instalaram 30 implantes (superfície tratada com ácido) em 5 cães. Todos os
grupos receberam metronidazol sistemicamente durante 21 dias, acesso cirúrgico
para remoção do tecido de granulação e tratamento da superfície do implante com
jato abrasivo por 30 segundos. Em seguida cada implante recebeu a terapia local de
acordo com seu grupo (apenas debridamento, PTFE e Bio-Oss
®
, Bio-Gide
®
e Bio-
Oss
®
, apenas PTFE ou Bio-Gide
®
e, somente Bio-Oss
®
). Após 5 meses, não houve
diferença (p=0,612) entre as diversas formas de terapia apesar dos valores
sugerirem melhores resultados para Bio-Gide
®
e Bio-Oss
®
seguido por apenas Bio-
Gide
®
, somente Bio-Oss
®
, PTFE e Bio-Oss
®
, apenas PTFE e debridamento apenas.
Porém, houve duas exposições da membrana PTFE associada ao Bio-Oss
®
, uma
exposição para Bio-Gide
®
e Bio-Oss
®
e uma, para Bio-Gide
®
.
Visando a re-osseointegração após a resolução dos defeitos gerados por
ligaduras, Persson et al. (1999) avaliaram 24 implantes em 4 cães que receberam
associação de amoxicilina e metronidazol sistemicamente durante 21 dias como
adjuntos ao debridamento mecânico com acesso cirúrgico, porém a
descontaminação final foi realizada com solução salina ou pedra-pomes abrasiva.
Da mesma forma que estudos anteriores, Persson et al. (1996) e Ericsson et al.
(1996), houve resolução das periimplantites, mas tanto o tratamento mecânico
quanto o químico da superfície contaminada do implante não foram capazes de
estabelecer condições que conduzissem a re-osseointegração.
Utilizando dois tipos de superfícies, lisa ou tratada com ácido (SLA),
Persson et al. (2001) avaliaram a influência dessas superfícies para obtenção da re-
osseointegração. Foram utilizados 4 cães, nos quais foram instalados 24 implantes
14
sendo, de um lado implante liso e do outro, implante SLA. Regime antibiótico
composto por amoxicilina e metronidazol foi administrado por 17 dias e, em ambos
os lados foram realizados acesso para debridamento e limpeza com cotonete
embebido com solução salina. O preenchimento do defeito ósseo após 6 meses da
terapia foi de 72 e 76% para implantes lisos e SLA, respectivamente, enquanto que
a re-osseointegração obtida foi de 22 e 84%, respectivamente. Entretanto, a razão
pela qual implantes SLA promovem uma maior integração ao tecido ósseo ainda não
é conhecida.
De acordo com os estudos prévios de Ericsson et al. (1996) e Persson et
al. (1996, 1999 e 2001), fica evidente que a qualidade da superfície do implante
após descontaminação é o fator condicionante para a reosseointegração. Então, em
um outro estudo em 2001, Persson et al. testaram a hipótese na qual a qualidade da
superfície do titânio estaria diretamente relacionada à osseointegração e re-
osseointegração. Para isso, foram necessários 2 cães e 16 implantes, sendo 4
implantes controles e 12 implantes testes (implantes de 2 porções, 4 mm coronal e 6
mm apical), ambos de superfície lisa e 10 mm de comprimento. Novamente
amoxicilina e metronidazol foram administrados sistemicamente por 21 dias, como
também o debridamento cirúrgico dos implantes e limpeza com cotonete embebido
em solução salina, porém, a porção coronal dos implantes testes foi substituída por
implantes novos. Foi constatado que para os implantes controles havia a formação
de tecido conjuntivo entre o osso neoformado e a superfície do implante após a
resolução da lesão periimplantar, em contraste ao ocorrido com os implantes testes,
onde a porção coronal substituta do implante mostrou-se re-osseointegrada.
Entretanto, na junção entre as porções coronária e apical do implante observou-se a
presença de um infiltrado inflamatório.
Em 2003, Shibli et al. avaliaram o potencial de cicatrização e re-
osseointegração em defeitos periimplantares induzidos por ligaduras em 6 cães. Um
total de 36 implantes, de 4 diferentes tipos de superfície, foram instalados, sendo
que apenas 19 implantes permaneceram viáveis para o tratamento, que consistiu de
debridamento cirúrgico das lesões, terapia fotodinâmica e regeneração óssea
guiada. Observaram que a porcentagem de preenchimento ósseo foi maior para
implantes com superfície de hidroxiapatita (HA), plasma-spray de titânio (TPS),
implantes tratados com ácido (AE) e titânio comercialmente puro (cpTi). Enquanto
15
que a porcentagem de re-osseointegração foi maior para TPS, seguida por cpTi, AE
e HA, respectivamente.
1.4 – Tratamento das doenças periimplantares em humanos
Mombelli & Lang (1992), trataram nove indivíduos, sendo quatro
desdentados totais e cinco parcialmente desdentados, por meio de debridamento
mecânico, irrigação de todas as bolsas periimplantares maiores que 3 mm com
clorexidina 0,5% e antibioticoterapia sistêmica, com uma dose diária de 1.000 mg de
ornidazol, durante dez dias. Esses indivíduos foram selecionados de acordo com o
monitoramento microbiológico, onde deveriam apresentar contagens >
10
6
unidades
formadoras de colônias por mililitro de bactérias anaeróbias cultiváveis e,
porcentagem de bactérias anaeróbias igual ou superior a 20%. No 10º dia após o
tratamento, a microbiota foi drasticamente reduzida e espiroquetas não foram mais
detectadas, ocorrendo um shift bacteriano onde cocos gram positivos facultativos
eram predominantes. Após 3 meses de tratamento a recolonização por vários
microrganismos, por exemplo, P. intermedia, atingiu o pico. Em 12 meses P.
intermedia e Fusobacterium spp diminuíram novamente. Aquela redução inicial foi
devida ao efeito imediato do antibiótico, enquanto que a redução microbiana tardia,
aos 12 meses, estaria associada à redução gradual da profundidade de sondagem
periimplantar juntamente com um aumento na pressão de oxigênio além da redução
dos produtos sangüíneos disponíveis. Isso poderia exercer uma pressão ecológica,
longitudinal, para estabilizar uma microbiota subgengival menos virulenta, composta
por um menor número de patógenos .
Associado ao debridamento periimplantar, Mombelli et al. (2001)
utilizaram dispositivos de liberação lenta de tetraciclina (Actisite
®
) durante 10 dias,
no tratamento de 25 indivíduos desdentados parciais, que apresentaram 30
implantes acometidos pela doença. Um mês após o tratamento, houve uma redução
estatisticamente significante (p<0,01) com relação ao índice de sangramento
modificado (Mombelli et al. 1987), profundidade à sondagem e sangramento à
sondagem. Esses índices se mantiveram estatisticamente reduzidos após 1 ano de
terapia. Após a remoção das fibras de tetraciclina notou-se uma marcante redução
da contagem total de bactérias, de 3,41 para 0,54 x10
6
UFC, mantendo-se reduzida
até 6 meses pós-terapia (1,46 x10
6
UFC), porém, aos 12 meses, os níveis
assemelharam-se ao inicial. O mesmo ocorreu para os microrganismos anaeróbios
16
gram-negativos. Campylobacter rectus, A. naeslundii, A. actinomycetemcomitans e
E. corrodens que não foram mais detectados imediatamente após a remoção do
Actisite
®
, porém, houve recolonização por esses microrganismos durante o período
do estudo.
No estudo de Leonhardt et al. (2003), 9 indivíduos, com 26 implantes
acometidos por periimplantite, foram tratados cirurgicamente e receberam antibiótico
com base nos testes de susceptibilidade dos microrganismos para penicilina V,
amoxicilina, tetraciclina, metronidazol, ciprofloxacino e sulfa/trimetropim. Após 5
anos, os índices de placa e sangramento marginal diminuíram de 100 % para 11 % e
5 %, respectivamente. Dos 26 implantes, 7 (27 %) foram perdidos, enquanto que 4
implantes continuaram a perder osso (> 1 rosca), 9 permaneceram estáveis e 6
apresentaram ganho ósseo (> 1 rosca) em 5 anos de acompanhamento.
Observaram também que a resposta ao tratamento em indivíduos fumantes com
periimplantite era menos favorável que em não fumantes e, que essa forma de
terapia combinada ao uso de antibióticos, não empiricamente administrados,
apresentou um índice de 58 % de resolução para as periimplantites. Com relação às
amostras subgengivais, dos 6 indivíduos que se apresentaram positivos para a
cultura do A. actinomycetemcomitans no baseline, mostraram-se negativos para
esse microrganismo após os 5 anos. Entretanto, P. intermedia e P. nigrescens foram
encontradas em 7 indivíduos no início do estudo e no final desse período foram
recuperadas em 8 indivíduos. P. gingivalis, que foi encontrada em apenas 1 pessoa
no começo, não foi mais detectada nos primeiros 6 meses e 1 ano, mas no 5° ano
voltou a ser detectada em alguns implantes.
Testando a efetividade do sistema Vector
®
, Karring et al. (2005) trataram
11 indivíduos, sendo que cada um possuia 2 implantes acometidos por
periimplantite. Enquanto que o debridamento de um implante era realizado por meio
de curetas de fibra de carbono, o outro implante era tratado pelo sistema Vector
®
.
Uma nova sessão de debridamento foi repetida aos 3 meses. Após 3 e 6 meses de
acompanhamento, uma suave melhora foi observada no índice de placa ao redor
dos implantes para ambos os tratamentos (p > 0,1). No 6° mês, quatro indivíduos do
grupo teste e apenas um do grupo controle não apresentaram mais sangramento à
sondagem. O nível ósseo no baseline, avaliado através de radiografias digitalizadas,
foi de 6,8 +
1,7 e 7,4 + 2,1 mm para o sistema Vector
®
e debridamento no baseline,
respectivamente. E, aos 6 meses foi 7,1 +
1,9 e 7,7 + 2,6 mm, expressando uma
17
diferença de -0,3 + 1 e -0,3 + 0,8 mm, mas não houve diferença estatisticamente
significante em ambos os grupos entre os tempos. A profundidade de sondagem que
foi de 5,8 + 1,1 e 6,2 + 1,6 mm no início e, aos 6 meses foi de 5,8 + 1,2 e 6,3 + 2,2
mm para os grupos teste e controle (debridamento), respectivamente.
Com base na revisão de literatura, nota-se uma escassez de estudos
avaliando a associação sistêmica de antibióticos para o tratamento de lesões
periimplantares em humanos assim como seus efeitos clínicos e microbiológicos.
2. PROPOSIÇÃO
Este estudo longitudinal duplo-cego teve como objetivo avaliar os efeitos
da administração sistêmica do metronidazol e amoxicilina associados à raspagem e
debridamento periimplantar na composição da microbiota subgengival e nos
parâmetros clínicos periodontais.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Seleção dos indivíduos
A população incluída neste estudo duplo-cego foi composta por 20
indivíduos adultos (>21 anos), de ambos os gêneros, portadores de periimplantite.
Esta amostra foi proveniente de um levantamento clínico realizado por Melo (2005),
que examinou todos os indivíduos que buscaram atendimento odontológico na
Clínica de Implantes da Universidade Guarulhos desde 1994. Para a avaliação do
estado geral de suas respectivas restaurações protéticas, 937 indivíduos portadores
de algum tipo de prótese implanto-suportada foram examinados clínica e
radiograficamente. Após a exclusão daqueles que não utilizavam as próteses
implanto-suportadas regularmente (ex. overdentures) ou que apresentavam
restaurações inadequadas, 754 foram previamente incluídos, sendo que apenas 20
sujeitos preenchiam os quesitos de inclusão deste estudo.
3.2 – Critérios de inclusão e exclusão dos indivíduos envolvidos no
estudo
Baseado em estudos prévios (Plagnat et al 2002, Shibli 2003 e Melo
2005), os critérios de inclusão dos indivíduos avaliados neste estudo foram:
apresentar os seguintes sinais clínicos de doença periimplantar adaptados de
Mombelli (1999), Shibli (2003) e Melo (2005): sangramento à sondagem e/ou
supuração, profundidade de sondagem maior que 4mm; perda óssea radiográfica
maior que 3mm (Figura 1), no mínimo 50% de remanescente ósseo periimplantar
(caso contrário, este implante foi considerado perdido);
apresentar pelo menos uma prótese implanto-suportada, utilizando implantes
de superfície lisa (titânio comercialmente puro) sob função há no mínimo 1 ano,
acometido pela periimplantite (caso o indivíduo apresentasse mais que um implante
acometido pela periimplantite, todos os implantes foram avaliados);
não apresentar mobilidade, quebra de parafusos ou soltura dos componentes
protéticos junto às próteses implanto-suportadas, na tentativa de minimizar a
influência de possíveis traumas oclusais;
apresentar boas condições de saúde geral;
não ter passado por tratamento periodontal ou ter utilizado antibióticos ou
antiinflamatórios nos 6 meses que antecederem o estudo;
20
ausência de doença periodontal crônica ou agressiva;
não ser fumante;
não estar grávida ou amamentando;
não apresentar histórico de alergias ou hipersensibilidade à amoxicilina ou ao
metronidazol;
próteses que dificultassem o acesso à sondagem.
Os indivíduos selecionados foram informados a respeito da pesquisa,
objetivos, procedimentos clínicos, coletas das amostras microbiológicas, riscos,
conseqüências e tipos de terapias a serem utilizadas. Aqueles que concordaram
com o exposto e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Guarulhos (Protocolo CEP-UnG 62/2004), foram incluídos na amostra.
3.3 – Delineamento experimental
No tempo inicial (-21 dias) todos os indivíduos (n=20) foram
submetidos à anamnese, exame clínico de diagnóstico (triagem), e exame
radiográfico. Logo após, receberam profilaxia profissional e instrução de higiene oral.
Os indivíduos foram aleatoriamente distribuídos, em 2 grupos terapêuticos, por
sorteio utilizando uma moeda (cara ou coroa), e submetidos a uma das seguintes
formas de tratamento:
1b 1a
Figura 1. Aspecto radiográfico de indivíduo portador de peri-implantite apresentando
extensa perda óssea radiográfica: a) implante localizado na região de maxila posterior e b)
implante localizado na porção posterior da mandíbula.
21
Grupo teste – Raspagem e debridamento periimplantar associado à
administração sistêmica de metronidazol (400mg, 3x/dia) e amoxicilina (500mg,
3x/dia) durante 14 dias (Serino et al., 2001),
Grupo controle – Raspagem e debridamento periimplantar associado à
administração de placebo (talco farmacêutico) seguindo o mesmo regime utilizado
para a administração de antibióticos no grupo teste.
Para o cálculo dessa amostragem foi realizado cálculo da potência para
cada um dos parâmetros avaliados, baseado nos resultados dos estudos de Feres et
al. (1999) e Feres et al. (2001), encontrando uma potência superior a 80% para uma
amostragem de 10 a 15 indivíduos. Cumpre salientar que os estudos utilizados para
a obtenção do cálculo amostral avaliaram o tratamento da doença periodontal uma
vez que não foi encontrado na literatura um delineamento experimental similar para
o tratamento das periimplantites.
Os indivíduos foram avaliados no início do estudo (dias -21 e 0), logo
após a terapia (14 dias) e aos 60 e 90 dias. No decorrer do estudo foram coletados
dados clínicos, radiográficos e microbiológicos assim como descrito na Figura 2.
Figura 2. Delineamento experimental.
RDP + Medicamento+: no dia 0 os indivíduos receberam o medicamento (400mg de
metronidazol 3x/dia e 500mg de amoxicilina 3x/dia) ou o placebo associado à raspagem e
debridamento periimplantar.
Medicamento-: no dia 14 o medicamento ou placebo foi suspenso.
22
O procedimento de raspagem e debridamento periimplantar foi realizado
utilizando curetas de teflon
®
(Implacare Kit, Hu-Friedy Mfg, Co Inc. Chigago IL) para
evitar danos à superfície dos implantes, sempre no 1º dia.
Os indivíduos foram tratados pelo mesmo operador (pesquisador 1- JAS)
e examinados por outro (pesquisador 2- TRCV). Os examinadores e os sujeitos da
pesquisa não foram informados sobre a terapia empregada (medicamento ou
placebo), ministrada pelo pesquisador 3 (DSF).
3.3.1 – Seleção do sítio periimplantar
O sítio periimplantar de maior profundidade de sondagem foi selecionado
para as coletadas de amostras de biofilme subgengival destinadas às análises
microbiológicas. Quando dois ou mais sítios no mesmo implante apresentavam a
mesma profundidade de sondagem, foi escolhido o sítio mesial.
3.3.2 – Seqüências das consultas de avaliação
Após a seleção do sítio periimplantar (dia -21) os indivíduos foram
avaliados em mais 4 consultas (0, 14, 60 e 90 dias). Os procedimentos que foram
realizados em cada consulta estão representados na Figura 2 e ocorreram na
seguinte ordem: 1- Exame radiográfico; 2- Identificação e isolamento relativo do sítio
a ser coletado (ver 3.3.1 - Seleção do sítio periimplantar); 3- Coleta de biofilme
subgengival, e 4- Exame clínico periimplantar.
3.4 - Exame clínico e radiográfico
Os parâmetros clínicos avaliados foram:
1. Presença (1) ou ausência (0) de placa bacteriana visível,
2. Presença (1) ou ausência (0) de sangramento marginal,
3. Presença (1) ou ausência (0) de sangramento à sondagem,
4. Presença (1) ou ausência (0) de supuração,
5. Profundidade de sondagem (mm) - caracterizada pela distância da margem
periimplantar até o fundo da bolsa ou sulco,
6. Nível clínico de inserção (mm) - caracterizada pela distância de ponto fixo
previamente determinado (junção conector/implante) até o fundo da bolsa ou sulco.
23
O exame periimplantar foi realizado por um único examinador
(pesquisador 2), previamente treinado e calibrado. As medidas de profundidade de
sondagem e nível clínico de inserção foram determinadas utilizando uma sonda
periodontal manual do tipo Carolina do Norte (PCPUNC 15 Hu-friedy Mfg Co Inc.
Chigago IL, Estados Unidos América). As mensurações foram realizadas em 6 faces
do implante: mesio-vestibular, médio-vestibular, disto-vestibular, mesio-lingual,
médio-lingual e disto-lingual.
A metodologia empregada para a calibração foi preconizada por Araújo et
al. (2003) no qual se avaliou o erro padrão da medida (e.p.m) e o erro médio
percentual (e.m.p) para os parâmetros clínicos contínuos (profunidade de sondagem,
nível clínico de inserção e perda óssea vertical). O e.p.m e e.m.p intra-examinador
foram respectivamente de 0,20mm e 5,6% para a profundidade de sondagem,
0,33mm e 8,55% para nível clínico de inserção e 0,18mm e 2,89% para perda óssea
vertical. As variáveis categóricas (índice de placa, sangramento marginal,
sangramento a sondagem e supuração) considerando somente a presença ou
ausência do parâmetro clínico foram obtidas a média do nível de concordância
utilizando o teste Kappa no valor de 93%.
Os exames radiográficos foram realizados por meio de filmes do tipo
Ektaspeed (Kodak, Eastman, CO, Estados Unidos da América) utilizando-se a
técnica do paralelismo. As radiografias obtidas foram processadas pelo método
tempo-temperatura e logo após digitalizadas por meio de câmera digital (Canon EOS
300D, Tokyo, Japão). Em seguida, foram realizadas as mensurações da distância
entre o conector protético e a crista óssea alveolar periimplantar, utilizando-se o
software Image Tool 3.0 (http://ddsdx.uthscsa.edu/dig/itdesc.html). Estas
mensurações foram realizadas por um único examinador (pesquisador 2)
previamente treinado e calibrado.
3.5- Avaliação microbiológica
3.5.1. Cepas bacterianas e condições de crescimento
A lista das 39 cepas bacterianas utilizadas neste estudo para o preparo
das sondas de DNA está apresentada na Tabela 1. Todas as cepas foram
adquiridas liofilizadas da ATCC (American Type Culture Collection, Rockville, MD,
Estados Unidos da América) ou do Forsyth Institute (Boston, MA, Estados Unidos da
24
América). O conteúdo liofilizado foi reidratado em caldo para crescimento de
Mycoplasma (Difco Laboratories, Detroit, MI, Estados Unidos da América) e cultivado
em ágar triptose de soja contendo 5% de sangue de ovelha desfibrinado (BBL,
Baltimore Biological Laboratories, Cockeysville, MD, Estados Unidos da América) a
35
o
C sob condição de anaerobiose (80% N
2
, 10% CO
2
, 10%H
2
). Algumas bactérias
foram cultivadas em meios de cultura enriquecidos de forma a suprir suas
necessidades nutricionais. T. forsythia, por exemplo, foi cultivada em ágar triptose de
soja com 5% de sangue de ovelha desfibrinado e 10 µg/ml de ácido N-acetil
murâmico (NAM) (Sigma Chemical Co., St. Louis, MO, USA); enquanto P. gingivalis
cresceu em um meio similar, suplementado com 5% de sangue de ovelha
desfibrinado, 0,3µg/ml de menadiona (Sigma) e 5µg/ml de hemina (Sigma). T.
denticola e T. socranskii foram cultivados em caldo para crescimento de
Mycoplasma (Difco) suplementado com 1mg/ml de glicose, 400µg/ml de niaciamida,
150µg/ml espermina tetraidroclorídrica, 20µg/ml de isobutirato de sódio, 1mg/ml de
L-cisteína, 5µg/ml de tiamina pirofosfato e 0,5% de soro bovino.
3.5.2 - Isolamento do DNA e preparo das sondas
As cepas bacterianas foram anaerobicamente cultivadas na superfície de
ágar-sangue contido em placas de Petri, com exceção das 2 espécies de
espiroquetas, que foram cultivadas em caldo de cultura, por 3 a 7 dias. As colônias
foram raspadas e depositadas em tubos de microcentrífuga de 1,5ml contendo 1ml
de solução TE (10 mM Tris-HCl, 0,1mM EDTA, pH 7,6). As células foram lavadas 2
vezes por centrifugação na solução-tampão de TE a 3.500 rpm por 10 minutos. Em
seguida, as células das cepas Gram-negativas foram novamente suspensas e
lisadas com SDS (dodecilsulfato de sódio, C
12
H
25
NaO
4
S) a 10% e proteinase K em
uma concentração de 20mg/ml (Sigma). As cepas Gram-positivas foram lisadas em
150µl de uma mistura enzimática contendo 15mg/ml de lisozima (Sigma) e 5mg/ml
de acromopeptidase (Sigma) em solução tampão de TE (pH 8,0). O DNA foi isolado
e purificado como descrito por Smith et al. (1989). As sondas multi-genômicas
(whole-genomic) foram preparadas para cada uma das 38 espécies pela marcação
de 1µg do DNA bacteriano com digoxigenina, por meio do random primer
digoxigenin labeling kit (Boehringer Mannheim, Indianapolis, IN, Estados Unidos da
América), de acordo com o método descrito por Feinberg & Vogelstein (1983). As
espécies bacterianas avaliadas foram selecionadas segundo sua associação com
25
diferentes tipos de doenças ou saúde periodontal/periimplantar (Haffajee &
Socransky, 1994; Mombelli & Lang, 1998; Mombelli,1999; Quirynen et al., 2002;
Shibli 2003; Shibli et al., 2003b,c).
3.5.3. Coleta das amostras de biofilme subgengival
Amostras de biofilme subgengival dos sítios periimplantares previamente
selecionados, em cada um dos 20 indivíduos foram obtidas independentemente.
Após isolamento da área com rolos de algodão e remoção da placa supragingival, as
amostras de biofilme subgengivais foram colhidas por meio de curetas de teflon
®
estéreis (Matarasso et al., 1996; Shibli et al., 2006). As amostras foram
imediatamente depositadas em tubos plásticos individuais contendo 150µl de
solução TE (pH 7,6), ao qual foram adicionados 100µl de NaOH a 0,5 M para que o
DNA bacteriano permanecesse viável por longos períodos de tempo. Estes tubos
foram então identificados e armazenados (-20º C) até serem analisados por meio da
técnica do Checkerboard DNA-DNA Hybridization para as 39 cepas bacterianas
descritas na Tabela 1, no laboratório de microbiologia da Universidade Guarulhos.
3.5.4. Checkerboard DNA-DNA Hybridization
3.5.4.1. Hibridização DNA-DNA
As suspensões contidas nos tubos foram fervidas em banho-maria por 10
minutos e, em seguida, neutralizadas pela adição de 0,8 ml de acetato de amônia a
5 M. Cada suspensão de placa bacteriana contendo o DNA livre foi depositada em
uma das canaletas do Minislot (Immunetics, Cambridge, MA, Estados Unidos da
América - Figura 3) ficando, assim, concentrada em uma membrana de nylon (15 x
15cm) com carga positiva (Boehringer Mannheim). As duas últimas canaletas do
Minislot (Immunetics) foram ocupadas por controles contendo uma mistura do DNA
das espécies de microrganismos investigadas pelas sondas, nas concentrações
correspondentes a 10
5
e 10
6
células, ou seja, 1ng e 10ng de DNA de cada espécie,
respectivamente (Socransky et al., 1994; Haffajee et al., 1997a, b).
A membrana foi então removida do Minislot (Immunetics) e o DNA nela
concentrado foi fixado por meio de aquecimento em forno a 120º C por 20 minutos.
A membrana foi pré-hibridizada a 42º C, por 1 hora, em uma solução contendo 50%
de formamida, 1% de caseína (Sigma), 5 x standard saline citrate -SSC (1 x SSC =
26
150mM NaCl, 15mM de citrato de sódio, pH 7,0), 25 mM de fosfato de sódio (pH 6,5)
e 0,5 mg/ml de RNA de levedura (Boehringer Mannheim).
Em seguida, a membrana foi posicionada no Miniblotter (Immunetics,
Figura 4) com as linhas de DNA perpendiculares às canaletas do aparato. Em cada
canaleta do Miniblotter (Immunetics) foi adicionada uma sonda de DNA (diluída a
aproximadamente 20ng/ml) em 130 µl de uma solução de hibridização composta de
45% de formamida, 5 X SSC, 20 mM de fosfato de sódio (pH 6,5), 0,2 mg/ml de RNA
de levedura (Boehringer Mannheim), 10% de sulfato de dextrano e 1% de caseína
(Sigma). A hibridização ocorreu por um período mínimo de 20 horas, a 42º C.
Figura 3. Representação gráfica do Minislot (Immunetics, Cambridge, MA, USA) e resumo
da preparação e deposição das amostras de biofilme bacteriano subgengival (técnica do
Checkerboard DNA-DNA Hybridization).
3.5.4.2. Detecção das espécies
Após o período de hibridização, a membrana foi removida do Miniblotter
(Immunetics) lavada por 40 minutos, a 65ºC numa solução adstringente composta de
1% de SDS, 1mM de EDTA e 20mM de Na
2
HPO
4
, a fim de remover as sondas que
não hibridizaram completamente. Em seguida, a membrana foi imersa por 1 hora em
uma solução contendo 1% de ácido maleico (C
4
H
4
O
4
), 3 M de NaCl, 0,2 M de NaOH,
Canaleta
aberta
Membrana de
nylon
filtro
Colocar amostra em
150µl tampão TE pH
7.6
Ferver durante 10 minutos
Adicionar 100 µl NaOH 0.5 M
Adicionar 800 µl Acetato
de Amônia 5 M
Fixar DNA na
membrana a 120°C por
20 min
Depositar amostras nas
canaletas
27
0,3% de Tween 20, 0,5% de caseína, pH 8,0, e, logo após, por 30 minutos, na
mesma solução contendo o anticorpo anti-digoxigenina conjugado à fosfatase
alcalina em uma concentração de 1:10.000. A membrana foi depois lavada 2 vezes,
por 20 minutos, em uma solução de 0,1 M de ácido maleico, 3 M de NaCl, 0,2 M de
NaOH, 0,3% de Tween 20, pH 8,0, e 1 vez, por 5 minutos, em uma solução de 0,1 M
de Tris HCl, 0,1M de NaCl, 50 mM de MgCl
2
, pH 9,5.
Os próximos passos foram a incubação da membrana por 45 minutos a
37
o
C em uma solução detectora à base de fosfatase alcalina, CDP-Star
TM
Detection
Reagent (Amersham Biosciences UK Limited, Buckinghamshire, Inglaterra). A
seguir, a membrana foi colocada em um cassete, Chassi Radiográfic 30x40cm
(Konex, Ind. Bras., SP), sob um filme radiográfico de marca Kodak X-Omat K,
18x24cm (Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda, São José dos Campos, SP) por 40
minutos. O filme foi posteriormente revelado (Figuras 5 e 6) manualmente pelo
método convencional temperatura-tempo, de acordo com orientações do fabricante.
As soluções utilizadas foram da marca Kodak, sempre mantidas à temperatura de
20ºC.
A leitura dos filmes radiográficos foi realizada por um único examinador
treinado (pesquisador 2), da seguinte forma: cada sinal produzido por uma
determinada sonda na amostra de biofilme foi comparado em intensidade ao sinal
produzido pela mesma sonda nos dois controles contendo 10
5
e 10
6
bactérias. Desta
forma, o número 0 foi registrado quando não houve detecção do sinal; 1 equivaleu a
um sinal menos intenso que o controle de 10
5
células; 2 equivaleu a
aproximadamente 10
5
células; 3, entre 10
5
e 10
6
células; 4 aproximadamente 10
6
células e 5, mais de 10
6
células (Tabela 2). Estes registros foram então utilizados
para determinar os níveis das diferentes espécies investigadas nos sítios
periimplantares e indivíduos do estudo.
28
Tabela 1. Relação das cepas empregadas para a confecção das sondas de DNA,
subdivididas em complexos microbianos (Socransky et al., 1998; Socransky &
Haffajee, 2002).
a
ATCC (American Type Culture Collection)
b
Forsyth Institute.
Espécies Cepas Espécies Cepas
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
A
A
z
z
u
u
l
l
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
L
L
a
a
r
r
a
a
n
n
j
j
a
a
(
(
c
c
o
o
n
n
t
t
.
.
)
)
Actinomyces gerencseriae
23860
a
Fusobacterium nucleatum ss.
nucleatum
25586
a
Actinomyces israelii
12102
a
Fusobacterium nucleatum ss.
polymorphum
10953
a
Actinomyces naeslundii I
12104
a
Fusobacterium nucleatum ss.
vincentii
49256
a
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
R
R
o
o
x
x
o
o
Fusobacterium periodonticum
33693
a
Actinomyces odontolyticus
17929
a
Micromonas micros
33270
a
Veillonella parvula
10790
a
Prevotella intermedia
25611
a
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
A
A
m
m
a
a
r
r
e
e
l
l
o
o
Prevotella nigrescens
33563
a
Streptococcus gordonii
10558
a
Streptococcus constellatus
27823
a
Streptococcus intermedius
27335
a
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
V
V
e
e
r
r
m
m
e
e
l
l
h
h
o
o
Streptococcus mitis
49456
a
Tannerella forsythia
43037
a
Streptococcus oralis
35037
a
Porphyromonas gingivalis
33277
a
Streptococcus sanguinis
10556
a
Treponema denticola
B1
b
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
V
V
e
e
r
r
d
d
e
e
O
O
u
u
t
t
r
r
a
a
s
s
E
E
s
s
p
p
é
é
c
c
i
i
e
e
s
s
Eubacterium sabureum
33271
a
Actinobacillus
actinomycetemcomitans a e b
43718
a
29523
a
Gemella morbillorum
27824
a
Capnocytophaga gingivalis
33624
a
Leptotrichia buccalis
14201
a
Capnocytophaga ochracea
33596
a
Neisseria mucosa
19696
a
Capnocytophaga sputigena
33612
a
Prevotella melaninogenica
25845
a
Eikenella corrodens
51146
a
Propionibacterium acnes
11827/11828
a
C
C
o
o
m
m
p
p
l
l
e
e
x
x
o
o
L
L
a
a
r
r
a
a
n
n
j
j
a
a
Selenomonas noxia
43541
a
Campylobacter gracilis
33236
a
Streptococcus anginosus
33397
a
Campylobacter rectus
33238
a
Treponema socranskii
S1
b
Campylobacter showae
33612
a
Eubacterium nodatum
33099
a
29
Figura 4. Representação gráfica do Miniblotter (Immunetics, Cambridge, MA, USA) e
resumo das etapas de hibridização e detecção das espécies bacterianas presentes nas
amostras biofilme bacteriano subgengival (técnica do Checkerboard DNA-DNA
hybridization).
Figura 5. Representação gráfica do padrão de hibridização entre as bactérias presentes nas
amostras de placa e as sondas de DNA (técnica do Checkerboard DNA-DNA Hybridization).
MiniBlotter 45”
Membrana
de nylon
Sondas de DNA genômicas
marcadas com
digoxigenina
Lavagem de alta estringência em
solu
ç
ão SSC 0
,
4M a 65°C 40min.
Anticorpo contra
digoxigenina conjugado à
fosfatase alcalina (1:10.000)
Préhibridização a 42°C 1 hr.
Girar membrana 90°
Hibridização em solução de
formamida a 42°C 20hrs.
Detecção por
quimioluminescência com CDP
Star em filme RX
30
Figura 6. Representação esquemática do padrão de hibridização entre as bactérias
presentes nas amostras de placa e as sondas de DNA (técnica do Checkerboard DNA-DNA
Hybridization). Nesta tabela estão apresentadas 40 bactérias, e as amostras de biofilme são
de todos os dentes de um mesmo indivíduo.
Tabela 2. Índice utilizado para a determinação dos níveis dos microrganismos nas
amostras de biofilme subgengival.
ÍNDICE NÍVEL DO MICRORGANISMO
0 Não detectado
1 Menos de 10
5
células
2 Aproximadamente 10
5
células
3 Entre 10
5
e 10
6
células
4 Aproximadamente 10
6
células
5 Mais de 10
6
células
31
3.6 – Análise estatística
3.6.1 – Avaliação clínica
Os parâmetros clínicos foram analisados em 6 sítios por implante, em
cada indivíduo. A média das medidas clínicas de profundidade de sondagem e nível
clínico de inserção, assim como a média da porcentagem de sítios apresentando
placa visível, sangramento marginal, sangramento à sondagem e supuração foram
computados para cada indivíduo e, posteriormente, dentro de cada grupo (controle e
teste). Os testes Mann-Whitney e Friedman foram utilizados para examinar
diferenças inter- e intra-grupos respectivamente durante os vários períodos.
Significância estatística foi estabelecida em nível de 5% (p<0,05).
3.6.2 – Avaliação microbiológica
Os dados microbiológicos foram expressos em nível médio de cada
espécie (contagem) em cada implante. Estes níveis foram computados por indivíduo
e depois dentro de cada grupo avaliado. Diferenças nos níveis médios ou nas
proporções de microrganismos entre os grupos foram avaliadas por meio do teste de
Mann-Whitney. O teste Friedman foi utilizado para avaliar as diferenças entre as
proporções microbianas durante os vários períodos de avaliação. A significância
estatística foi estabelecida em 5% (p<0,05).
4. RESULTADOS
Todos os 20 indivíduos inicialmente selecionados e aleatoriamente
distribuídos entre os dois grupos terapêuticos (n=10/grupo) foram avaliados
clínicamente e radiograficamente aos 0, 60 e 90 dias.
4.1 – Efeitos das terapias sobre os parâmetros clínicos
Os dados relativos às características clínicas dos implantes (restauração
protética, material restaurador, tempo em função) avaliados neste estudo estão
apresentados na Tabela 3. As médias dos parâmetros clínicos observadas no exame
inicial, para ambos os grupos, estão apresentados na Tabela 4. Os resultados
demonstraram que os grupos eram homogêneos em relação aos parâmetros
clínicos, uma vez que não foi observada diferença significativa entre os grupos, no
início do estudo.
Tabela 3: Características clínicas dos implantes avaliados neste estudo de acordo
com tipo de restauração protética, material restaurador, tempo em função e
localização no arco.
Mand: Mandíbula; Max: maxila
As tabelas 5 e 6 comparam o efeito clínico entre as terapias após 60 e 90
dias. O percentual de sítios com supuração foi maior no grupo controle,
apresentando diferença significativa entre os grupos aos 60 e 90 dias. O percentual
de sítios que apresentaram sangramento marginal foi estatiscamente maior para o
grupo controle (p<0,05) aos 90 dias.
Prótese Implanto-Suportada
Total Prótese Fixa
Média do tempo
em função
(meses)
Localização
no arco
Resina: 5 Mand.: 5
Controle
(n=10)
1
Cerâmica:4
64,35
Max.: 5
Resina: 4 Mand.: 6
Teste
(n=10)
1
Cerâmica:5
66,04
Max.: 4
33
Tabela 4: Médias (+dp) dos parâmetros clínicos no exame inicial (tempo 0), para os
indivíduos dos grupos controle e teste.
Teste U de Mann-Whitney. ns: diferença não significativa (p>0,05); PS: profundidade de
sondagem; NCI: nível clínico de inserção; PO: perda óssea; PV: placa visível; SM:
sangramento marginal; SS: sangramento à sondagem; Sup: supuração.
Tabela 5: Médias (+dp) dos parâmetros clínicos 60 dias de avaliação, para os
indivíduos dos grupos controle e teste.
Parâmetros
Clínicos
Grupos Terapêuticos
Controle Teste
p
PS (mm) 6,40+2,06 7,58+3,03 ns
NCI (mm) 6,60+2,17 7,70+3,19 ns
PO (mm) 3,44+
1,35 5,20+3,53 ns
% sítios
PV 50,00+
50,52 30,00+48,30 ns
SM 20,02+42,11 10,00+31,30 ns
SS 90,23+31,64 71,56+47,30 ns
Sup
*
10,89+31,62 0,0+0
0,04
Teste U de Mann-Whitney. *p<0,05, ns: diferença não significativa (p>0,05); PS:
profundidade de sondagem; NCI: nível clínico de inserção; PO: perda óssea; PV: placa
visível; SM: sangramento marginal; SS: sangramento à sondagem; Sup: supuração.
Parâmetros
Clínicos
Grupos Terapêuticos
Controle Teste
p
PS (mm) 7,63+1,80 10,11+3,77 ns
NCI (mm) 7,81+1,83 10,11+3,75 ns
PO (mm) 4,4+32 5,56+3,86 ns
% sítios
PV 54,55+52,22 44,44+52,70 ns
SM 12,45+33,34 9,99+30,15 ns
SS 100+
00 100+00 ns
Sup 27,27+
46,10 55,56+52,45 ns
34
Tabela 6: Médias (+DP) dos parâmetros clínicos 90 dias de avaliação, para os
indivíduos dos grupos controle e teste.
Teste U de Mann-Whitney. *p<0,05, ns: diferença não significante (p>0,05); PS:
profundidade à sondagem; NCI: nível clínico de inserção; PO: perda óssea; PV: placa
visível; SM: sangramento marginal; SS: sangramento à sondagem; Sup: supuração.
4.2 – Efeitos das terapias sobre os parâmetros clínicos ao longo do
período experimental
Durante a análise dos dados observou-se que a profundidade de
sondagem e o nível clínico de inserção diferiram estatisticamente durante os
períodos experimentais para ambos os grupos (p<0,05). As médias de perda óssea
vertical diminuíram durante todo o período experimental, embora estas diferenças
não fossem estatisticamente significantes (Figura 7). Os indivíduos que receberam
tratamento mecânico associado aos antibióticos (grupo teste) também apresentaram
diferenças significativas para as médias de sangramento marginal, e supuração
entre 60 e 90 dias e o tempo inicial (Figura 8).
Parâmetros
Clínicos
Grupos Terapêuticos
Controle Teste
p
PS (mm) 6,50+1,95 6,90+2,51 ns
NCI (mm) 6,70+2,00 7,10+2,80 ns
PO (mm) 3,20+1,52 5,07+3,30 ns
% sítios
PV 40,00+
51,62 40,09+50,58 ns
SM
*
10,00+31,30 0,0+0,0
0,03
SS 91,00+30,65 90,67+37,30 ns
Sup
*
10,89+31,62 0,0+0,0
0,04
35
mm mm
Perda Óssea Vertical
mm
Série1
Série2
Controle
Teste
**
**
**
**
Série1
Série2
Controle
Teste
0
2
4
6
8
10
12
123
Série1
Série2
Profundidade de Sondagem
0
2
4
6
8
10
12
123
Nível Clínico de Inserção
0
1
2
3
4
5
6
123
0 60 90 dias 0 60 90 dias
0 60 90 dias
Figura 7. Média dos parâmetros clínicos avaliados em ambos os grupos terapêuticos em todos os tempos de avaliação (inicial, 60 e 90 dias).
Teste de Friedman: diferença entre as médias do grupo controle e teste, ao longo do período experimental (**p<0,0001)
Série1
Série2
Controle
Teste
36
0
2,5
5
7,5
10
12,5
15
17,5
20
22,5
Série1
Série2
Controle
Teste
*
*
Série1
Série2
Controle
Teste
Série1
Série2
Controle
Teste
Série1
Série2
Controle
Teste
Índice de Placa Visível
0
10
20
30
40
50
60
123
Índice de Sangramento Marginal
% sítios % sítios
0 60 90 dias
0
20
40
60
80
100
120
123
Sangramento à Sondagem
0
10
20
30
40
50
60
70
123
Supuração
% sítios % sítios
Figura 8. Média dos parâmetros clínicos avaliados em ambos os grupos terapêuticos em todos os tempos de avaliação (inicial, 60 e 90 dias).
Teste de Friedman: diferença entre as médias do grupo controle e teste, ao longo do período experimental (*p<0,05)
0 60 90 dias
0 60 90 dias
0 60 90 dias
37
4.3 – Efeitos colaterais das terapias empregadas
Efeitos colateriais decorrentes da utilização sistêmica da antibioticoterapia
foram observados nos sujeitos do grupo teste e também em alguns idivíduos do
grupo controle. 50% dos sujeitos do grupo controle relataram náuses, dor de
estômago e gosto amargo. Apenas um indivíduo do grupo teste também relatou
diarréia associado aos sintomas já citados. Apesar disso, não houve suspensão dos
medicamentos para nenhum dos indivíduos do estudo.
4.4 – Efeitos da terapia antibiótica nas contagens bacterianas
Amostras de biofilme subgengival foram coletadas do sítio periimplantar
de maior profundidade de sondagem no exame inicial (0), logo após o término da
terapia inicial (14 dias) e aos 60 e 90 dias. Um total de 80 amostras foi avaliado: 40
do grupo controle e 40 do grupo teste.
A média de contagem (x10
6
+ desvio padrão) das 39 espécies
subgengivais avaliadas em todos os tempos do estudo, em ambos os grupos estão
representadas nas Figuras 9 e 10. As espécies foram agrupadas segundo os
complexos microbianos descritos por Socransky et al. (1998) e modificados por
Socranky & Haffajee (2002). Os níveis médios de cada espécie foram computados
para cada indivíduo e depois dentro do grupo, em cada tempo do estudo.
As terapias utilizadas alteraram significativamente os níveis de vários
microrganismos. Logo após o término da terapia inicial, 4 espécies bacterianas (F.
nuc. ss nucleatum, F nuc. ss polymorphum, T. forsythia e T. denticola) foram
significativamente reduzidas no grupo controle e 24 no grupo teste, incluindo as 3
espécies do complexo vermelho (T. forsythia, P. gingivalis e T. denticola) e 10 do
cmoplexo laranja (C. showae, E. nodatum, F. nuc. ss nucleatum, F. nuc. ss
polymorphum, F. nuc. ss vicentii, F. periodonticum, M. micros, P. intermedia, P.
nigrescens, S. constellatus) (Figuras 9 e 10). De modo geral a terapia antibiótica
levou a uma redução estatisticamente significativa na contagem dos patógenos
periodontais após o término da terapia inicial. Esse padrão de redução foi mantido
aos 90 dias para as 3 espécies do complexo vermelho e outros do laranja. No grupo
controle T. forsythia e T. denticola também apresentaram uma redução significativa
logo após a terapia (14 dias). Embora os níveis desses patógenos ainda estivessem
reduzidos em relação ao início do estudo, aos 90 dias não foram observadas
diferenças significativas para os níveis dos 3 microrganismos. Complementarmente,
38
os níveis destas espécies apresentaram altas contagens quando comparadas às
demais espécies bacterianas avaliadas.
Alterações no complexo laranja também foram observadas logo após a
terapia inicial. No grupo teste, 10 espécies bacterianas (C. showae, E. nodatum, F.
nucleatum ss nucleatum, F. nucleatum ss vicentii, F. nuc ss polymorphum, F.
periodonticum, M. micros, P. intermedia, P. nigrescens e S. constellatus)
apresentaram significativa redução. Aos 60 dias de avaliação, os níveis da maior
parte dos possíveis patógenos do complexo laranja ainda se mantiveram reduzidos
em relação ao início do estudo no grupo teste e controle, embora sem diferenças
significativas para a maioria deles. Finalmente, aos 90 dias, 6 espécies bacterianas
do grupo laranja (E. nodatum, F. nucleatum ss nucleatum, F. nucleatum ss vicentii,
F. nuc ss polymorphum, F. periodonticum, P. intermedia) apresentaram reduções na
sua contagem total no grupo teste e 3 espécies (F. nuc ss polymorphum, F.
periodonticum, M. micros) no grupo controle. Complementarmente, os níveis de A.
actinomycetemcomitans não foram significativamente alterados por nenhuma das
terapias empregadas, em nenhum tempo do estudo.
Especialmente no grupo teste, as espécies de Actinomyces (complexo
azul) assim como as dos complexos amarelo, verde e roxo aos quais agrupam a
maior parte das espécies consideradas benéficas, também apresentaram alterações
importantes durante o curso do estudo. Reduções significativas foram observadas
em várias destas espécies logo após a terapia. Espécies de Actinomyces (A.
gerencseriae e A. naeslundii 1) e 3 espécies do complexo verde (C .gingivalis, C.
ochracea e C. sputigena) foram estatisticamente reduzidas logo após a terapia
antibiótica. Porém, aos 60 dias de avaliação essas espécies começaram a mostrar
uma tendência à recolonização e aos 90 dias não houve diferenças significativas em
comparação ao início do estudo.
A figura 11 ilustra as diferenças entre as médias da contagem das
espécies bacterianas nos 2 grupos terapêuticos. O perfil microbiológico dos dois
grupos mostrou semelhança no início do estudo. Um total de 7 espécies bacterianas
diferiram significativamente entre os grupos, logo após a terapia (14 dias): A.
gerencseriae, C. gingivalis, E. nodatum, F. nucleatum ss nucleatum, F. nuc ss
polymorphum, P. intermedia e T. forsythia. Aos 14, 60 e 90 dias, os níveis das
espécies do complexo vermelho mostraram-se mais baixos no grupo teste do que no
39
grupo controle. Porém, essa diferença somente foi significativa para T. forsythia aos
60 dias.
4.5 – Efeitos das terapias nas proporções dos complexos microbianos
A Figura 12 mostra as alterações ocorridas nas proporções dos
complexos microbianos e na contagem total de bactérias em relação ao início do
estudo (área dos gráficos setoriais) nas amostras de biofilme subgengival dos
indivíduos de ambos os grupos terapêuticos, em todas as consultas de avaliações.
As 39 espécies microbianas identificadas por meio das sondas de DNA foram
agrupadas de acordo com os complexos microbianos (Socransky et al., 1998). As
espécies pertencentes a cada complexo foram somadas e a proporção de cada
complexo em cada consulta de avaliação foi determinada.
Comparando os dois grupos terapêuticos, pode-se observar que a
contagem total de bactérias (3,0x10
7
e 3,8x10
7
para controle e teste
respectivamente) e as proporções dos diferentes complexos microbianos eram
semelhantes no início do estudo (p>0.05). O complexo presente em maiores
proporções foi o laranja, representando 51,8% e 48,2% das espécies avaliadas para
os grupos controle e teste, respectivamente. O complexo vermelho foi o segundo
maior, composto por 32,4% e 25,3% das espécies para os grupos controle e teste
respectivamente. As espécies bacterianas dos complexos azul, amarelo, roxo e
verde, consideradas benéficas, perfaziam 6,1% e 21,2% para os grupos controle e
teste, respectivamente (p>0,05).
Logo após o final da terapia inicial (14 dias) embora a contagem total de
bactérias diminuira significativamente para ambos os grupos (p<0,05), o grupo que
utilizou antibioticoterapia mostrou uma redução mais acentuada na contagem total
de microrganismos subgengivais (1,7x10
6
) em comparação ao grupo controle
(9,0x10
6
), que pode ser observada pela maior redução em área dos gráficos
setoriais. Aos 60 dias a contagem total de microrganismos aumentou e depois foi
praticamente mantida no grupo controle até 90 dias. Já o grupo teste, apresentou
nova redução na contagem total de microrganismos aos 90 dias de avaliação. As
espécies consideradas benéficas apresentaram proporções semelhantes para
ambos os grupos ao final do período experimental (21,9% e 20,5% para os grupos
controle e teste, respectivamente).
40
Figura 9. Gráfico de barras das médias de contagem (x 10
6
±dp) de 39 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no
início do estudo (0), ao final da terapia inicial (14), 60 e 90 dias, nos indivíduos do grupo Controle. Teste Friedman: diferenças ao longo do período
experimental (p<0,05). Teste Wilcoxon: diferenças entre o início do estudo (Inicial) e cada um dos demais tempos experimentais (14, 60 e 90 dias).
*p<0,05 entre 14 dias e inicial (0); ** p<0,05; entre 60 dias e inicial (0),
***
p<0,05 entre 90 e inícial (0).
Complexos microbianos: azul, roxo, verde, amarelo, laranja, vermelho, outros microrganismos.
Grupo Controle (Raspagem e debridamento periimplantar)
41
Grupo Teste (Raspagem e debridamento periimplantar associado à antibioticoterapia)
Figura 10. Gráfico de barras das médias de contagem (x 10
6
±dp) de 39 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no
início do estudo (0), ao final da terapia inicial (14), 60 e 90 dias, nos indivíduos do grupo Teste. Teste Friedman: diferenças ao longo do período
experimental (p<0,05). Teste Wilcoxon: diferenças entre o início do estudo (Inicial) e cada um dos demais tempos experimentais (14, 60 e 90 dias).
*p<0,05 entre 14 dias e inicial (0); ** p<0,05 ente 60 dias e inicial (0),
***
p<0,05 entre 90 e inícial (0).
Complexos microbianos: azul, roxo, verde, amarelo, laranja, vermelho, outros microrganismos.
42
Figura 11. Gráfico apresentando as médias de contagem (x 10
6
) de 39 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no
início do estudo (0), ao final da terapia inicial (14), 60 e 90 dias, nos indivíduos dos grupos Controle e Teste. Teste Mann-Whitney: diferenças entre os
grupos ao longo de cada período experimental, *p<0,05.
43
Figura 12. Média das proporções dos complexos microbianos descritos por Socranky & Haffajee (2002) presentes nas amostras de placa
subgengival dos indivíduos da cada grupo terapêutico, em todos os tempos do estudo. O grupo azul é constituído por 3 espécies de Actinomyces. A
área dos gráficos foi ajustada para refletir a diferença da contagem total de bactérias entre os tempos 0, 14, 60 e 90 dias. Teste Friedman: *p<0,05
entre 14 dias e inicial (0); ** p<0,05; entre 60 dias e inicial (0),
***
p<0,05; entre 90 e inícial (0) O complexo vermelho do grupo teste no tempo 14 dias
apresenta 0,1%.
Complexos microbianos: Azul, roxo, verde, amarelo, laranja, vermelho, outros microrganismos
5. DISCUSSÃO
A utilização da terapia antibiótica associada ao debridamento mecânico,
resultou na redução do sangramento marginal, presença de supuração,
profundidade de sondagem e nível clínico de inserção, ratificando estudos prévios
que trataram tanto a doença periimplantar (Mombelli & Lang, 1992; Mombelli et al.,
2001) quanto a doença periodontal (van Winkelhoff et al., 1989; Pavicic et al., 1994;
Berglundh et al., 1998; Winkel et al., 2001; Serino et al., 2001; Haffajee et al., 2004;
Guerrero et al., 2005). Ratificando estudos prévios, no presente estudo observou-se
a diminuição da profundidade de sondagem não foi acompanhada de recessão da
mucosa periimplantar, mas provavelmente pela redução da inflamação tecidual e
conseqüente aumento do tônus tecidual (Mombelli et al., 2001).
As médias de freqüência de sítios com sangramento à sondagem foram
reduzidas aos 60 dias, aumentando no final do período experimental, sem, no
entanto, diferir significativamente entre os grupos ou ao longo dos períodos
experimentais. Embora o sangramento à sondagem, na doença periodontal, possa
não significar a presença de doença (Baderstein et al., 1985; Lang et al., 1986), a
ausência deste sinal clínico é considerado estado de saúde (Lang et al., 1990).
Complementarmente, alguns estudos, utilizando modelos animais,
(Ericsson & Lindhe, 1993; Lang et al., 1994; Isidor 1997; Schou et al.,2002; Shibli et
al., 2003b; Martins et al., 2004), avaliaram a influência da profundidade de
sondagem nas condições de saúde e doença periimplantar, concluindo que a
configuração e a orientação das fibras colágenas nos tecidos moles periimplantares
poderiam influenciar sua tenacidade, aumentando assim a presença de
sangramento à sondagem e da profundidade de sondagem (Schou et al., 2002;
Shibli et al., 2003b; Martins et al., 2004).
No grupo teste, a utilização do metronidazol associado à amoxicilina
reduziu os parâmetros de inflamação no período inicial de avaliação, entretanto
estes índices voltaram quase aos níveis iniciais. Outro importante fator foi a
profundidade de sondagem inicial: os indivíduos de ambos os grupos apresentavam,
em média 5mm associados a defeitos ósseos de 4mm. Estas características
associadas às dificuldades inerentes, poderiam pelo menos aos 90 dias, contra-
indicar a terapia não cirúrgica para o tratamento das periimplantites. Lang et al.
(1997) utilizando um sistema de interceptação e tratamento das doenças
periimplantares, indicam que implantes acometidos por periimplantite que
45
apresentem profundidades de sondagem superiores a 5mm acompanhadas de
defeitos infra-osseos de 4mm necessitam de terapia cirúrgica reconstrutiva.
Após terapia inicial, 10,89% dos sítios periimplantares dos indivíduos do
grupo controle apresentava supuração, indicando atividade de doença. Entretanto,
cumpre salientar que este número representa aproximadamente 2 sítios peri-
implantes ou um implante osseointegrado. Durante o transcorrer do estudo, este
indivíduo do grupo controle apresentou persistência de supuração e foi excluídos do
estudo e o tratamento suspenso. O indivíduo foi tratado por meio de outra
modalidade antibiótica como a clindamicina associado ao tratamento cirúrgico para
detoxificação da superfície do implante (Hämmerle et al., 1995; Romeo et al., 2005;
Shibli, 2003d).
Neste estudo a terapia não-cirúrgica, em analogia ao tratamento da
doença periodontal, foi empregada com a finalidade de desorganizar e remover os
depósitos de biofilme subgengival presentes sobre a superfície periimplantar.
Entretanto, durante o tratamento periodontal básico, a instrumentação da superfície
radicular culmina com a remoção tanto de depósitos bacterianos quanto de cemento
e dentina contaminados (Adriaens & Adriaens, 2004). No debridamento
periimplantar, a utilização de curetas de teflon
®
evitam danos à estrutura da
superfície do implante (Matarasso et al., 1996, Shibli et al., 2004; Shibli et al., 2005;
Shibli et al., 2006), mas são pouco eficientes na remoção mecânica de depósitos
bacterianos calcificados. O desenho dos implantes, ou seja, a presença de espiras
dificulta ainda mais esta remoção (Shibli et al., 2003)
Karring et al. (2005) utilizando sistema de pontas de teflon
®
para o
tratamento de lesões periimplantares em humanos, obtiveram uma resposta clínica
mais favorável como diminuição da sangramento à sondagem e redução da
profundidade de sondagem, embora não observassem diferença significativa entre
os grupos controle (raspagem e debridamento com curetas de teflon) e sistema
Vector de ultrasom com pontas de teflon
®
, corroborando os dados obtidos em nosso
estudo para os sujeitos do grupo controle.
A avaliação da microbiota subgengival ao longo dos períodos
experimentais apresentou algumas diferenças significativas entre os grupos. Aos 14
dias, no grupo controle apenas 4 espécies bacterianas foram significativamente
reduzidas, enquanto no grupo teste essa redução ocorreu para 24 espécies. Isso se
deve ao fato da associação de amoxicilina e metronidazol combinar antibióticos de
46
espectros diferentes e ainda terem efeito sinérgico (van Winkelhoff et al., 1992;
Pavicic et al., 1992; Pavicic et al., 1994). Esses achados estão de acordo com
estudos de Feres et al. (2001), onde aos 14 dias, os resultados obtidos mostraram
uma grande diminuição na quantidade de bactérias. De especial interesse as
bactérias do complexo vermelho (T. forsythia, P. gingivalis e T. denticola) foram
estatisticamente reduzidas logo após o término da terapia (14 dias) nos grupos
controle e teste. A contagem total de bactérias estava abaixo dos níveis detectáveis
para o grupo teste demostrando que o debridamento mecânico associado à terapia
antibiótica atua na redução dos patógenos periodontais de maneira acentuada.
No grupo teste, a redução das bactérias do complexo vermelho foi
mantida aos 90 dias. Para o grupo controle, embora T. forsythia e P. gingivalis
apresentassem uma redução aos 14 e 60 dias, essa diferença não se mostrou
significativa após 90 dias. No início a proporção do complexo vermelho para o grupo
controle era de 32,4% e aos 90 dias 41,3%. Isso mostra que embora o debridamento
mecânico consiga reduzir grandes massas de bactérias e diminuir a proporção do
complexo vermelho aos 14 dias esses resultados não são mantidos. Assim como em
outros estudos (Lang et al., 2002; Karring et al., 2005), nossos achados indicam que
o debridamento eficaz no implante com bolsas profundas (> 4 mm) é um desafio a
ser alcançado, e que nesses casos, o debridamento mecânico deve ser associado
com administração antibiótica sistêmica ou local. Comparando com o grupo teste é
possível notar que a proporção do complexo vermelho diminiu significativamente de
25,3% para 2,4%.
Esse estudo falhou na tentativa de erradicação de A.
actinomycetemcomitans tanto no grupo controle (raspagem e debridamento
periimplantar), quanto no grupo teste (raspagem e debridamento periimplantar
associado ao uso de amoxicilina e metronidazol) ao longo dos 90 dias de avaliação.
Para o grupo controle, nossos resultados já eram esperados, uma vez que a
eliminação de A. actinomycetemcomitans apenas com a raspagem é dificilmente
alcançada (Slots & Rosling, 1983; Madell et al., 1986; de Graaff et al., 1989; Goené
et al., 1990; Mombelli et al., 1994; Winkel et al., 1998). Entretanto, esperávamos
obter diferenças significativas na eliminação de tal patógeno para o grupo teste, uma
vez que vários autores têm relatado sucesso com a terapia antibiótica aqui proposta
(van Winkelhoff et al., 1989; de Graaff et al., 1989; van Winkelhoff et al., 1992;
Pavicic et al., 1994; Winkel et al., 1998; Berglundh et al., 1998).
47
Os achados para o complexo laranja não foram muito diferentes daqueles
encontrados aos 90 dias para o complexo vermelho, onde apenas 2 espécies do
grupo controle e 10 do grupo teste reduziram de forma significativa. Porém,
enquanto que no grupo teste houve um aumento na proporção do complexo laranja
quando comparado ao inicial, devido principalmente à diminuição da proporção do
complexo vermelho, no grupo controle o complexo laranja diminuiu sua proporção
devido principalmente a um aumento do complexo vermelho. Essa mudança nas
diferentes proporções entre os grupos pode ser atribuída à limitação do
debridamento periimplantar como único meio de terapia (Karring et al., 2005), ainda
que a contagem total de bactérias aos 90 dias mostrou-se menor que no início do
estudo. Em relação às espécies benéficas dos complexos amarelo, verde, roxo e
azul (Actinomyces), embora essas bactérias tenham apresentado uma significativa
redução na contagem aos 14 dias houve uma tendência à recolonização, atingindo
níveis similares aos iniciais aos 90 dias.
Nossos resultados estão de acordo com Mombelli & Lang (1992) onde
eles relataram que aos 10 dias após terapia antibiótica, a maioria das bactérias
cultivadas como, por exemplo, P. intermedia, P. gingivalis e Fusobacterium sp não
foram isoladas, entretanto, foi considerado o pico de recolonização para a maioria
das espécies aos 60 dias. O mesmo ocorreu no estudo de Mombelli et al. (2001),
quando após a remoção do Actisite® (10 dias), C. rectus, A. naeslundii, A.
actinomycetemcomitans e E. Corrodens não foram mais detectados, porém aos 90
dias, a maioria das bactérias cultivadas – além das descritas anteriormente –
apresentavam uma tendência de voltar aos níveis iniciais e, aos 12 meses de
acompanhamento, as contagens obtidas eram similares as iniciais. Esses dados
mostram que embora haja um benefício imediato decorrente da terapia mecânica
para o debridamento periimplantar associado ao uso de medicação antimicrobiana
(ou não), a recolonização bacteriana tende a atingir os níveis iniciais por volta dos 90
dias de avaliação. Haffajee et al. (1997) também demonstraram tal relação temporal
para 40 espécies bacterianas, com exceção das 3 espécies pertencentes ao
complexo vermelho – T. denticola, T. forsythia e P. gingivalis. Segundo Haffajee et
al. (1997), é quase impossível remover todos os microrganismos usando apenas
uma cureta e, em um curto período de tempo, talvez 1 ou 2 semanas, o total de
bactérias tende a ser restabelecido aos níveis iniciais, e então, continua a aumentar
gradativamente no decorrer do tempo.
48
De maneira geral, nota-se que a raspagem e debridamento periimplantar
associado ou não a antibióticos causaram modificações nas proporções dos
complexos microbianos subgengivais. Os indivíduos que receberam apenas
raspagem e debridamento periimplantar (grupo controle) mostraram alterações ao
longo do estudo apenas no complexo laranja, enquanto os indivíduos que receberam
a combinação da RDP e antibióticos apresentaram também uma redução
significativa para os níveis de P. gingivalis, T. forsythia e T. denticola. O complexo
vermelho foi reduzido apenas no grupo teste e se manteve em proporções mais
baixas do que no início do estudo aos 90 dias. Porém, para o grupo controle, houve
um aumento na proporção deste complexo, do tempo inicial (32,4%) para 90 dias
(41,3%).
Isso mostra o efeito benéfico da terapia antibiótica na redução dos
patógenos periodontais de maneira mais efetiva do que apenas o debridamento
mecânico. Entretanto, cumpre salientar que os dados desta investigação são
preliminares e que futuros estudos com maiores períodos de acompanhamento
devem ser realizados para que se trace um perfil microbiano de ambos os grupos
assim como as possíveis alterações nos parâmetros clínicos.
6. CONCLUSÕES
Com base nos resultados, concluímos que:
a) Ambas as terapias reduziram as médias de profundidade de sondagem e
nível clínico de inserção;
b) A diferença mais consistente em relação à microbiota foi a redução e
manutenção dos baixos níveis e proporções de T. forsythia, P. gingivalis e T.
denticola obtida no grupo que recebeu a terapia antibiótica;
c) Nenhuma das terapias resultou em ganho de tecido ósseo periimplantar
radiograficamente no período estudado.
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