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FERNANDO PIVETA
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O EVA®, INDICADORES DE DESEMPENHO E O
PREÇO DA AÇÃO: UM ESTUDO DE CASO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC / SP
SÃO PAULO
2006
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ii
FERNANDO PIVETA
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O EVA®, INDICADORES DE DESEMPENHO E O
PREÇO DA AÇÃO: UM ESTUDO DE CASO
MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
Dissertação apresentada à Banca
Examinadora da Pontifícia Universidade
Católica deo Paulo, como exigência
parcial para obtenção do título de Mestre
em Administração, sob a orientação do
Prof. Dr. José Santos dos Santos.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC / SP
SÃO PAULO
2006
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iii
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
iv
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação por processo de fotocopiadoras ou eletrônicos.
Assinatura:_____________________Local e Data:___________________
v
A minha amada esposa, fundamental
na escalada de sucesso de minha vida.
Minha eterna companheira,
Ofereço esta dissertação.
vi
Agradecimentos
Aos meus amados e queridos pais, pelo exemplo de vida, retidão de caráter, e a todos
os infinitos ensinamentos que trouxeram êxito em minha vida.
A minha amada esposa e seus pais, pelo carinho e fraternidade compartilhados nestes
anos.
A minha querida irmã Flávia e seu esposo, pelo carinho e afeto compartilhados.
Ao Prof. Dr. José Santos dos Santos, com quem tive o prazer de conviver e aprender
em minha caminhada como aluno do Programa de Pós-Graduação, por sua atenção e
dedicação nesta trajetória.
Ao Prof. Dr. Rubens Famá, membro da banca, com quem tive a honra de aprender
através de disciplina ministrada, e pelas preciosas críticas e sugestões contidas neste trabalho.
Ao Prof. Dr. Edson Ferreira de Oliveira, membro da banca, pela valiosa alise desta
dissertação e pelas preciosas recomendações.
A Carbocloro S.A. Indústrias Químicas, pelo apoio financeiro e compreensão em
tempo nestes anos de estudo, apoio este fundamental para a consecução deste trabalho.
A Camargo Corrêa Cimentos S.A., pelo apoio financeiro destinado no início deste
mestrado.
A Rita de Cássia, secretária do programa de Pós-Graduação da PUC-SP, pela atenção
dispensada aos mestrandos.
A Deus, pela vida.
i
RESUMO
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE O EVA®, INDICADORES DE DESEMPENHO E O
PREÇO DA AÇÃO: UM ESTUDO DE CASO
Com a evolução dos modelos de gestão ao longo do tempo, as organizações têm
buscado, incessantemente, formas de minimizarem o risco à tomada de decisão. Novos
métodos de avaliação de performance estão presentes nas organizações como, por exemplo, o
EVA®, proporcionando uma avaliação madura entre os investimentos e os seus respectivos
custos, promovendo uma visão de geração de valor. O objetivo desta dissertação é promover
uma avaliação teórico-prática entre a relação do EVA®, os indicadores de desempenho e o
preço da ação em um estudo de caso, envolvendo a Embraer e o setor aeroespacial mundial.
Para tanto, esta dissertação inicia-se com a observação trica dos principais temas em
análise, como a estrutura de capital, custos envolvidos e o EVA® e em seguida passa-se a
aplicar tais conceitos na observação do EVA® como metodologia de explicitação de valor e
suas correlações com os demais indicadores de desempenho, tanto para a Embraer, bem como
para o setor aeroespacial mundial. Os resultados obtidos nesta pesquisa, em primeiro
momento com a Embraer e em seguida para o setor aeroespacial, foram semelhantes ao não
mostrarem correlação significante entre o EVA® e o preço da ação. Semelhantemente, as
maiores e mais significantes correlações se deram entre o EVA® e os indicadores de
desempenho operacionais, que refletiam a posição corrente das empresas em análises.
Palavras-Chaves: EVA® Economic Value Added ‘ Valor Econômico Adicionado’ – Valor –
Estrutura de Capital – Indicadores de Desempenho.
ii
ABSTRACT
ANALYSIS OF THE RELATION AMONG EVA®, PERFOMANCE INDICATORS
AND THE STOCK PRICE: A STUDY OF CASE
With the managerial models evolution, the companies have been found, incessantly,
ways to minimize the risk inherent for taking decision. New evaluation methodologies are
persistently live inside of the organizations, for example, the EVA®, providing an updated
evaluation between investments and its costs, promoting a value generation overview. The
aim of this dissertation is to promote a theoretical and practical evaluation among EVA®,
performance indicators and stock price in a study of case contemplating Embraer and the
worldwide aerospace market. However, this dissertation begins with a theoretical observation
of the main themes in analysis, as capital structure, costs involved and EVA®, and forward,
applying these concepts in the EVA® observation as value methodology and its correlation
with other performance indicators, as well as Embraer and world aerospace market. The
results achieved in this research, at first moment by Embraer followed by aerospace sector,
were similar didnt have significant correlation between EVA® and stock price. Similarly, the
more significant correlations occurred between EVA® and the operational performance
indicators, reflecting the current positions of the companies in analysis.
Key words: EVA® Economic Value Added – Value – Capital Structure – Performance
Indicators.
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................. 1
1.1 Abordagem Inicial........................................................................................................................................... 1
1.2 Caracterização do Problema.......................................................................................................................... 3
1.3 Objetivos da Pesquisa ..................................................................................................................................... 4
1.4 Procedimentos Metodológicos........................................................................................................................ 5
1.5 Justificativa...................................................................................................................................................... 6
1.6 Hitese da Pesquisa....................................................................................................................................... 7
1.7 Estrutura do Trabalho.................................................................................................................................... 7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................................................... 9
2.1 O Conceito de Capital..................................................................................................................................... 9
2.2 As Fontes de Capital ..................................................................................................................................... 10
2.3 Custo de Capital............................................................................................................................................ 13
2.4 Custo de Capital Próprio.............................................................................................................................. 15
2.4.1 Definições Conjuntas.............................................................................................................................. 15
2.4.2 CAPM...................................................................................................................................................... 17
2.5 Custo de Capital de Terceiros...................................................................................................................... 20
2.5.1 Definições conjuntas............................................................................................................................... 20
2.5.2 Fórmulas e interpretações..................................................................................................................... 20
2.6 Estrutura de Capital ..................................................................................................................................... 21
2.6.1 Definições conjuntas............................................................................................................................... 21
2.6.2 Relação entre estrutura, custo e risco................................................................................................... 23
2.6.3 Estrutura ótima de capital..................................................................................................................... 27
2.7 Economic Value Added (EVA®).................................................................................................................. 29
2.7.1 Definições consolidadas.......................................................................................................................... 29
2.7.2 Fórmulas e interpretações..................................................................................................................... 33
2.7.3 O EVA como ferramenta de análise gerencial..................................................................................... 41
2.8 Os componentes do valor a partir do EV .............................................................................................. 43
3. PANORAMA DO SETOR AEROESPACIAL............................................................................................. 46
4. A EMPRESA EM ANÁLISE ......................................................................................................................... 51
5. PESQUISA E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................... 55
5.1 Apresentação dos resultados obtidos........................................................................................................... 55
5.1.1 Demonstrativo do Resultado do Exercício ........................................................................................... 55
5.1.2 Balanço Patrimonial............................................................................................................................... 58
5.1.3 Os indicadores de performance............................................................................................................. 60
5.1.4 O custo do capital próprio da Embraer ............................................................................................... 61
5.1.5 Custo de capital de terceiros da Embraer............................................................................................ 64
5.1.6 Custo médio ponderado de capital........................................................................................................ 64
5.1.7 O EVA® da Embraer............................................................................................................................. 65
5.2 As análises envolvendo a Embraer .............................................................................................................. 66
5.3 As análises envolvendo o setor aeroespacial mundial ................................................................................ 76
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................... 90
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................................. 92
iv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Formas de liquidação dos recursos de uma organização.......................................... 11
Figura 2: As fontes de capital...................................................................................................12
Figura 3: A composição do valor através do EVA®............................................................... 44
v
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Security Market Line...............................................................................................19
Gráfico 2: Receita em US$ das empresas aéreas por passageiro por quilômetro voado..........48
Gráfico 3: Lucratividade do setor aeroespacial mundial..........................................................48
Gráfico 4: Pedidos e entregas em unidades de aviões no mundo.............................................49
Gráfico 5: Evolução da receita líquida da Embraer em R$ bilhões em relação à taxa do Dólar
..................................................................................................................................................57
Gráfico 6: Evolução percentual da análise vertical (1995-2004)............................................. 58
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Demonstração das variáveis da estrutura ótima de capital........................................28
Tabela 2: Projeção em unidades de vendas de aviões de 10 a 120 acentos (2001 até 2010)....47
Tabela 3: Receita líquida (US$ milhões) do setor aeroespacial................................................49
Tabela 4: Lucro Líquido (US$ milhões) do setor aeroespacial.................................................50
Tabela 5: Número de aeronaves entregues pela Embraer e concorrentes.................................54
Tabela 6: Demonstrativo de resultado da Embraer – R$ mil (1995-2004)...............................56
Tabela 7: Análise horizontal da Embraer (1995-2004).............................................................56
Tabela 8: Análise vertical da Embraer (1995-2004)................................................................. 57
Tabela 9: Balanço patrimonial da Embraer - R$ mil – (1995-2004)........................................ 59
Tabela 10: Indicadores de Desempenho da Embraer – (1995-2004)........................................60
Tabela 11: Evolução do custo de capital próprio da Embraer – (1995-2004)..........................63
Tabela 12: Evolão do custo de capital de terceiros da Embraer – (1995-2004)................... 64
Tabela 13: Evolão do custo médio ponderado de capital da Embraer (1995-2004)............. 65
Tabela 14: Evolução do EVA® - R$ mil (1995-2004).............................................................66
Tabela 15: Evolão do Valor da Embraer (1995-2004) – R$ mil........................................... 67
Tabela 16: Evolão do Valor da Embraer (1994-2004) – R$ mil........................................... 67
Tabela 17: Variação em % dos indicadores de desempenho (1995-2004)............................... 68
Tabela 18: R
2
entre os principais indicadores de desempenho (1995-2004)............................69
Tabela 19: Teste t entre os principais indicadores de desempenho (1995-2004).....................
70
Tabela 20: Validação das variáveis independentes para a Embraer (1995-2004)....................70
Tabela 21: Caso 1 – Regressão Múltipla..................................................................................
73
Tabela 22: Caso 2 – Regressão Múltipla.................................................................................. 73
Tabela 23: Caso 3 – Regressão Múltipla..................................................................................73
Tabela 24: Caso 4 – Regressão Múltipla..................................................................................73
Tabela 25: Regressão linear simples em 2003 – Setor aeroespacial........................................ 79
Tabela 26: Teste t em 2003 – Setor aeroespacial.....................................................................79
Tabela 27: Validação das variáveis independentes em 2003 – Setor aeroespacial..................80
Tabela 28: Regressão linear simples em 2004 – Setor aeroespacial........................................81
Tabela 29: Teste t em 2004– Setor aeroespacial......................................................................81
vii
Tabela 30: Validação das variáveis independentes em 2004 – Setor aeroespacial...................82
Tabela 31: Regressão linear simples em 2005 – Setor aeroespacial.........................................82
Tabela 32: Teste t em 2005 – Setor aeroespacial......................................................................83
Tabela 33: Validação das variáveis independentes em 2005 – Setor aeroespacial...................83
Tabela 34: Regressão linear simples (mediana 2003, 2004 e 2005) – Setor aeroespacial........84
Tabela 35: Teste t (mediana 2003, 2004 e 2005) – Setor aeroespacial.....................................84
Tabela 36: Validação das variáveis independentes (mediana 2003, 2004 e 2005) – Setor
aeroespacial...............................................................................................................................85
Tabela 37: Melhores combinações entre variáveis (2005) – Setor aeroespacial...................... 87
Tabela 38: Melhores combinações entre variáveis (mediana) – Setor aeroespacial................ 89
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Abordagem Inicial
Em finanças, um dos assuntos mais controversos paira sobre a estrutura do capital de
uma empresa e sua relação com a geração de valor. No campo teórico-científico, os primeiros
estudos sobre esse tópico partem dos trabalhos de Modigliani e Miller (1958), que
identificaram a existência de duas fontes de capital: a fonte própria, constituída, em linhas
gerais, de recursos dos acionistas, e as fontes de terceiros, em que a contratação de capital é
realizada através de dívida.
Com base nos estudos de Modigliani e Miller (1958), teóricos como Ross, Brigham,
Gapenski e Gitman passaram a avaliar a hipótese de que existiria uma estrutura de capital
mista, cuja combinação entre as fontes própria e de terceiros poderia proporcionar vantagens
para a organização.
Para avaliar a influência da estrutura de capital na geração de valor para a companhia,
foram introduzidos os meios para avaliação de desempenho. Autores como Copeland e
Weston (1992), Rappaport (2001), Anthony e Govindarajan (2002) passaram a estudar
modelos de avaliação existentes, partindo do pressuposto de que esses tendiam a se basear em
um cenário anterior, em que livros fiscais e demonstrações contábeis informavam dados
históricos. Nesse momento, houve a necessidade de superação de análises em regimes já
ocorridos, em favor de uma análise de desempenho que visasse a uma oportunidade de
crescimento futuro para as organizações.
A tendência de ruptura de um modelo de análise de desempenho historicamente
seguido e disseminado ocorreu, principalmente, pela necessidade de informações mais
precisas ou, ainda, de informações que minimizassem as incertezas na tomada de decisão.
2
Como sabemos, nas empresas contemporâneas, alguns indicadores de desempenho
como EBITDA
1
, ROE
2
, ROA
3
, ROCE
4
e outros, auxiliam na tomada de decisão, porém, não
se pode deixar de considerar que qualquer tipo de decisão ou alteração de rota estará sendo
admitida a partir de um cenário passado e poderão, assim, divergir totalmente das expectativas
organizacionais futuras.
A evolução organizacional impõe um ritmo de atualização dos mecanismos de gestão
altamente frenético, onde, a cada momento, executivos buscam respostas para tornar seus
negócios mais rentáveis e atrativos. Com isso, inúmeras variáveis são analisadas, e
inevitavelmente, a ponderação de fatores que levem à redução do risco e o aumento do
retorno, farão parte das decisões dos grandes grupos econômicos.
Em decorrência à falta de ferramentas que possibilitem a minimização das incertezas
na tomada de decisão, surge a demanda por modelos de análise de desempenho que possuam
a capacidade de informar ou prever quais as melhores alternativas envolvendo a alocação de
recursos que podem maximizar o retorno para uma organização. Nessa perspectiva, surge o
Economic Value Added (EVA) (Stern&Stewart, 1990), que propicia uma análise determinante
entre o desempenho operacional e o montante de capital empregado.
Para obter um amparo maior nas decisões estratégicas, o mundo corporativo aliou a
visão de passado às projeções futuras, com a ferramenta EVA®, abordada com maior
profundidade no decorrer deste trabalho. A partir daí, constatou-se um desenvolvimento
significativo no universo dos assuntos de finanças, proporcionando ao administrador um
conjunto de instrumentos para a tomada de decisões com maior poder de acerto, reduzindo,
dessa forma, os riscos diversos que cercam um determinado negócio.
1
EBITDA – Lucro antes dos impostos, depreciação e amortização
2
ROE – Retorno sobre o capital empregado
3
ROA - Retorno sobre o ativo total
3
1.2 Caracterização do Problema
A partir dos anos 90, principalmente as grandes empresas em âmbito mundial,
incluindo empresas brasileiras, têm questionado a forma pelo qual o resultado das
organizações é apurado e demonstrado. Indicadores de desempenho como o lucro por ação,
retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre investimento, tendem, sobre a ótica de
muitos administradores, a não informarem a geração ou não de valor para uma organização.
Portanto, uma solução encontrada a fim de permitir evidencias claras da riqueza gerada em
uma determinada organização tem se dado com a utilização da metodologia do Economic
Value Added EVA®, ou seja, valor ecomico adicionado. A utilização desta metodologia
possibilita ao administrador introduzir a variável custo de capital para a análise e, assim,
mensurar a geração de riqueza, principal interesse dos acionistas.
O que faz do EVA® uma metodologia diferenciada frente aos já conhecidos e
tradicionais indicadores de desempenho, é que inclui na análise o custo pela utilização do
capital, seja este próprio, de seus acionistas, ou de terceiros, fontes de financiamento.
Atualmente, o que tem se observado no mundo empresarial é que o EVA® encontra
respaldo no que se chama de ferramentas de gestão, concentrando esforços também no
fornecimento de informações gerenciais para auxílio na tomada de decisão.
Segundo Makelainen (1998: 3),
Na literatura gerencial e acadêmica tem havido um debate intenso contra e a favor do EVA®,
e infelizmente seus defensores não m reconhecido ou discutido suas falhas; enquanto estes
elogiam o conceito como uma ferramenta gerencial, a maior parte dos que criticam o EVA®
têm se limitado a questionar pontos irrelevantes do ponto de vista de controle corporativo.
Correntemente há muito poucos artigos que tratam de forma objetiva dos pontos fortes e
fracos do EVA® como ferramenta gerencial.
Se pretendermos entender mais abrangentemente os aspectos intrínsecos do EVA® é
necesrio, em primeiro momento, avaliar claramente quais os principais efeitos
4
ROCE – Retorno sobre o capital empregado
4
organizacionais que afetam a performance deste indicador, sejam eles o custo de capital, a
estrutura de capital, a geração operacional, todos estes abordados na pesquisa e, ainda, as
relações do EVA® como os principais indicadores de desempenho.
O problema de pesquisa concentra-se na caracterização de evidências dos fatores que
promovem a criação de riqueza traduzida pelo EVA® e a sua respectiva relação com os
principais indicadores de desempenho.
1.3 Objetivos da Pesquisa
Com base na situação proposta na caracterização do problema para análise, o objetivo
deste estudo é promover uma análise trico-prática que seja capaz de informar como o
EVA® se correlaciona, tanto para a Embraer bem como para o setor aeroespacial, com os
principais indicadores de desempenho e, ainda, com o preço da ação.
Este objetivo pressupõe, principalmente, quando relacionamos o EVA® com os
principais indicadores de desempenho, se tais indicadores potencializam com mesma
intensidade o desempenho organizacional e, assim, quais deles se destacam com maior
ligação com o EVA®.
Para que o objetivo principal desta pesquisa seja alcançando, sub-objetivos foram
traçados, sendo eles:
Realizar revisão bibliográfica sobre os pressupostos em análise e prepará-los
para aplicação em campo prático;
Verificar a aderência das correlações propostas entre os estudos teóricos e a
situação prática.
5
1.4 Procedimentos Metodológicos
Nesta pesquisa será adotado o método do estudo de caso, contemplando um caráter
bibliográfico prévio, onde serão abordados os principais conceitos e em momento posterior, a
utilização à pratica.
Segundo Martins (1994: 28), o estudo de caso: “Dedica-se a estudos intensivos do
passado, presente e interações ambientais de uma (ou algumas) unidade social: indivíduo,
grupo, instituição, comunidade. São validados pelo rigor do protocolo estabelecido.”
Para Yin (2001: 19): “Como esforço de pesquisa, o estudo de caso contribui de forma
inigualável, para a compreensão que temos dos fenômenos individuais, organizacionais e
poticos. Não surpreendentemente, o estudo de caso vem sendo uma estratégia comum de
pesquisa na Psicologia, na Sociologia, na ciência política, na Administração, no trabalho
social e no planejamento.”
Esta pesquisa consiste em um estudo de caso, uma vez que visa compreender um
fenômeno em um determinado contexto. Nela, trataremos de abordar conceitos teóricos
definidos pelo objetivo de pesquisa nas mais diversas vertentes, e aplicá-los à prática.
Para alcançarmos o objetivo proposto, realizaremos, inicialmente, uma revio da
literatura sobre o tema, a fim de evidenciarmos tendências e contrapor opiniões de diversas
linhas de pensamento.
Neste estudo de caso tem-se a intenção de investigar as possíveis causas dos efeitos
teóricos obtidos no estudo de caso para a empresa Embraer e o setor aeroespacial,
promovendo assim reflexão do tema e a possibilidade de aplicação do modelo analisado para
outros setores. A metodologia adotada, estudo de caso, é extremamente benéfica quando
perguntas do tipo como? Por quê? fazem parte do contexto de análise.
6
O fator motivador da utilização do estudo de caso como metodologia de pesquisa, se
principalmente pela possibilidade de utilizar uma empresa e um setor real e, portanto,
averiguar os aspectos teóricos do EVA® e suas relações de forma prática.
1.5 Justificativa
As questões relacionadas às ferramentas de análise de desempenho econômico-
financeiro e artifícios que auxiliam à tomada de decisão em uma organização sempre foram
abordadas de forma ampla e, em muitos casos, teóricos partilham pressupostos, em outros,
discordam veementemente.
No intuito de prover uma ampla e consistente abordagem, o tema EVA® associado ao
desempenho organizacional foi escolhido objetivando trazer aos leitores uma visão não
somente teórica, mas através do estudo de caso, utilizar os conceitos na observação real do
desempenho da EMBRAER e do setor aeroespacial.
Ainda, por se tratar de um assunto relativamente novo se comparado com os demais, o
EVA® nas diversas literaturas é abordado principalmente em exemplos internacionais, e
assim, tal estudo com a EMBRAER motiva à uma reflexão interna, onde uma empresa
brasileira passa por análises técnicas específicas.
Foram fatores motivadores deste estudo:
A importância do tema para as comunidades acadêmico e empresarial;
A significativa melhora da situação financeira da empresa após o processo de
privatização de 1994;
A escassez de pesquisas no mercado, abordando a relação entre EVA®, indicadores de
desempenho e o preço da ação no mercado aeroespacial;
7
A necessidade em traduzir a teoria à pratica, promovendo análises quantitativas e
qualitativas em um estudo de caso real, provocando o despertar de acadêmicos e
administradores aos mais diversos e modernos conceitos em administração voltada ao
valor.
1.6 Hipótese da Pesquisa
As questões centrais desta dissertação são:
H0 (hipótese nula) – não existe correlação significativa entre o EVA®, o preço da
ação e os principais indicadores de desempenho da Embraer e do setor aeroespacial;
H1 (hipótese alternativa) - existe correlação significativa entre o EVA®, o preço da
ação e os principais indicadores de desempenho da Embraer e do setor aeroespacial;
1.7 Estrutura do Trabalho
A presente dissertação está dividida em cinco capítulos: Introdução, Fundamentação
Teórica, Panorama do Setor Aeroespacial, Empresa em Análise, Análise de dados e Discussão
de Resultados.
No primeiro catulo, introdução, seo discutidos aspectos estruturais da pesquisa,
informando as justificativas motivadoras do tema, aspectos metodológicos e o objetivo que
será perseguido.
No segundo capítulo, serão abordados os conceitos teóricos que auxiliarão na
compreensão das ferramentas em análise, tais como conceito de capital, fontes de capital,
custos de capital, estrutura de capital e EVA®.
8
No terceiro capítulo, será apresentado um panorama do setor aeroespacial mundial,
cenário em que serão analisados os principais números do mercado, suas implicações atuais e
os prognósticos futuros.
No quarto capítulo, será delineado o contexto histórico e desempenho econômico-
financeiro da EMBRAER, empresa escolhida para o estudo de caso.
O quinto capítulo será responsável por apresentar a pesquisa, ou seja, o estudo de caso,
onde a teoria será demonstrada à prática, onde os pressupostos apresentados no início deste
trabalho serão demonstrados tanto para a Embraer quanto para o setor aeroespacial.
9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Conceito de Capital
A maioria dos autores que trata de conceituar o capital, apresenta, de modo geral,
como um montante de recursos que, de formas diversas, adentra em uma determinada
organização.
Para Brigham e Houston (1999: 344), “o capital é um fator de produção necessário e,
como qualquer outro fator, ele tem um custo”. Esta definição corrobora a iia de que, para
qualquer aumento nos ativos da empresa, há a necessidade de aumento no capital. Nesse
sentido, é factível citar que as fontes de recursos que uma empresa adota em sua estrutura
influenciarão positiva ou negativamente o seu desempenho, dependendo em primeira análise,
do custo deste recurso.
Copeland e Weston (1992: 565), relatam que “Existem fortes diferenças entre
empresas no que se refere à estrutura financeira discriminada no passivo destas organizações.
Entendendo estas diferenças e o porquê desta persistência, é fundamental, e ainda questãoo
resolvida em finanças. Se há uma estrutura ótima de capital para uma companhia isto
minimizará o custo de oportunidade do capital e maximizará a riqueza dos acionistas.”
5
Assim, o capital seria o fator financiador das operações de uma companhia. O capital é, em
uma analogia, o motor de uma organização. Ele pode ser próprio ou de terceiros, entretanto, a
empresa depende para sua expansão e perpetuação de fontes consistentes de recursos, capazes
de suportarem e influenciarem as decisões estratégicas das organizações.
Grellmann (1981: 2) tece comentários sobre as abordagens diversas que o custo de
capital em si promove: “ [...] um dos assuntos mais controvertidos e complexos no campo das
finanças”. Os contínuos aprimoramentos das teorias de finanças fizeram com que o assunto
5
“There are persistent differences across industries in the financial structure of the liabilities of their balance
sheet side. Understanding these differences and why they persist is a central, and as yet unresolved, issue in
financial economics. If there is an optimal capital structure for a company it will minimize the opportunity cost
of capital and maximize shareholders´ wealth.
10
estrutura de capital se tornasse extremamente controverso, uma vez que, inicialmente
baseava-se na fundamentação de que não gerava valor para as organizações, e com o passar
dos anos, novos estudos posicionaram-se no sentido de que esta realidade é passível de
mudança, assumindo nova posição, podendo gerar valor a partir de determinada estrutura de
capital.
Gitman (1997: 384), condiciona a questão capital à inserção de recursos, sejam eles
próprios ou de terceiros, na manutenção e expansão de uma determinada organização. Para ele
O financiamento a longo prazo dá suporte aos investimentos nos ativos permanentes da
empresa, supondo que estes tenham sido selecionados através das técnicas apropriadas de
investimento de capital. Há quatro fontes básicas de fundos de longo prazo para a empresa:
empréstimos a longo prazo, ações preferenciais, ações ordinárias e lucros retidos.”
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 318), definem que o capital se constitui em uma fonte
de financiamento, estando sob o controle da organização optar sobre a sua composição. Os
autores explicam que “É convencional fazer referência às escolhas a respeito de capital de
terceiros e capital próprio como decisões a respeito de estrutura de capital. Entretanto, o termo
decisões a respeito de estrutura de financiamento seria mais preciso.
Pettit (1998: 57-68), observa que, “A maioria dos administradores financeiros das
empresas não conhece o seu custo de capital”. Isto se defronta diretamente com a condição de
avaliação de projetos sem a devida atenção aos custos de capital envolvidos e, assim, a
tomada equivocada de decisões.
2.2 As Fontes de Capital
Na seção anterior, foi possível identificar a existência de duas fontes de geração de
capital. A primeira refere-se ao capital próprio. A segunda constitui os recursos chamados “de
terceiros”, sendo estes valores monetários disponibilizados como empréstimos por fontes não
ligadas à empresa.
11
Damodaran (2001: 482, 483) retrata as principais diferenças entre as duas fontes,
conforme demonstrado na citação a seguir:
A maioria de nós pode achar a dívida e capital próprio apenas em termos de bônus e ações,
mas a diferença é verdadeiramente tratada no cerne da questão, isto é, em relação ao fluxo de
caixa da empresa. A primeira diferença é que a divida está relacionada diretamente à quem a
fornece, ou seja, o credor, envolvendo pagamento de juros e principal, sendo que o capital
próprio proporciona à seu dono quitação posterior as demais fontes.
6
Contudo, os recursos apresentados possuem diferenciação não só na origem, mas
também nas formas em que são liquidados, ou melhor, atendidos quanto à necessidade de
quitação e/ou renovação, como pode ser observado nas figuras abaixo:
Figura 1: Formas de liquidação dos recursos de uma organização
Obrigatoriedade fixa
Alta prioridade no fluxo de caixa
Dedução de imposto
Maturidade fixa
Controle não gerenciável
Obrigatoriedade residual
A menor prioridade no fluxo de caixa
Indedutibilidade nos impostos
Tempo de vida infinito
Controle gerenciável
Terceiros Próprio
Fonte: adaptado de Damodaran (2001: 483).
Para Gitman (1997: 431), todos os itens dispostos ao lado direito do balanço a seguir,
que exclui o passivo circulante, podem ser considerados fontes de capital:
6
Most of us may think of debt and equity in terms of bonds and stocks, but the difference between debt and
equity lies in the nature of their claims on the firs cash flow. The firs distinction is that a debt claim entitles
the holder of the claim to a contracted set of cash flows (usually interest and principal payments), whereas an
equity claim entitles the holder to any cash flows left over the meeting all other promised claim
12
Figura 2: As fontes de capital
Balanço
Passivo Circulante
Empréstimo a longo prazo
Capital de Terceiros
Ativo
Patrimônio Líquido
- Ações preferenciais
- Ações ordinárias
Lucros Retidos
Capital Próprio
Capital Próprio
Fonte: Gitman (1997: 431).
O autor explica que “O capital de terceiros inclui qualquer tipo de fundos a longo
prazo, obtidos pela empresa via empréstimos.” (Gitman, 1997:431). Corroborando o
pensamento de Damodaran (2001), Gitman (1997) evidencia o fato do capital de terceiros ser
inferior quanto aos seus respectivos custos em relação ao capital próprio, uma vez que o risco
do capital próprio é maior do que o de terceiros e, em uma hierarquia de quitação, a
exigibilidade da fonte de recursos de terceiros está em posição privilegiada.
Quanto ao capital próprio, Gitman (1997: 431) informa que “O capital próprio consiste
em fundos de longo prazo, fornecidos pelos próprios proprierios da empresa, os acionistas.”
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 303), afirmam que as fontes de recursos mais
comumente conhecidas em uma organização são: ações ordinárias, ações preferenciais e
endividamento a longo prazo. Ao abordarem a questão sobre as ações ordinárias, eles colocam
que “Os titulares das ações ordinárias de uma empresa são chamados de acionistas.
Tanto para Ross, Wasterfield e Jaffe (2002) quanto para Gitman (1997), as ações
ordinárias constituem um capital arriscado, pois, apesar de constituírem ações provenientes
dos chamados donos do capital próprio, ou acionistas, taisõeso oferecem prioridade
quanto aos pagamentos de dividendos.
Conforme Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 309),
13
A ação preferencial representa capital próprio de uma sociedade por ações, mas difere da
ação ordinária por possuir preferência em relação à ação ordinária, sobre o pagamento de
dividendos e sobre os ativos da empresa, em caso de falência. A palavra preferência indica
apenas que o titular da ação preferencial deve receber um dividendo (no caso de uma empresa
em condições normais) antes de que os titulares de ações ordinárias recebam qualquer
remuneração.
Uma outra fonte de capital próprio pode se dar através dos lucros retidos. Conforme
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 304), “A quantia gerada de lucro em um determinado período
e que não é executada através dos pagamentos de dividendos, e assim, possui a suas
respectiva inserção na vida operacional da organização, pode ser chamada de lucro retido.
Um empréstimo constitui em uma obrigação bilateral, pela qual passam a valer regras
específicas, e um possível não cumprimento pode gerar restrições para os devedores. Outra
característica em um empréstimo de longo prazo pode se dar através da emissão de títulos
privados, em que, da mesma forma de um empréstimo bancário, o devedor assegura que está
captando determinado valor de uma instituição ou investidor e compromete-se a cumprir com
exigências preestabelecidas.
2.3 Custo de Capital
De acordo com Brigham e Gapenski (1996: 342), o custo de capital consiste no valor
pago pelas diversas fontes de capital, sejam elas de terceiros ou de capital próprio. O resultado
ponderado do custo destas fontes consiste no custo médio ponderado do capital (WACC –
Weighted Average Capital Cost).
Para os autores , o custo do capital é importante por três razões:
a) a valorização da organização depende da minimização do custo do capital e, para
isso, é preciso conhecê-lo a fundo;
b) para que haja perspectiva mais ampla do custo de capital, é preciso estabelecer
uma estimativa;
14
c) outras decisões dentro de uma organização serão amparadas pela estruturação e
estimativa de custo de capital.
De fato, o custo de capital é algo tão importante para uma empresa quanto a ampliação
de seus negócios. É possível avaliar que existe uma preocupação das empresas de maior porte
em manterem um acompanhamento das fontes de capital que possam propiciar uma
otimização final de seu custo.
De acordo com Muney (1969), o conhecimento do custo de capital pelo administrador
é essencial, primeiro pela necessidade de avaliações de performance entre projetos, alocando
recursos e decisões à mais promissora proposta e segundo porque, o conhecimento do custo
de uma determinada fonte de capital o faz capaz de inferir em decisões para aquisição de
fontes mais interessantes paras as atividades da empresa.
De acordo com Brigham e Gapenski (1996: 370, 371), há uma diferenciação entre
custo de capital e custo de capital total. Em uma organização, há a possibilidade de
financiamento apenas com recursos próprios, porém, pelo limitador desta fonte, a maioria das
empresas tende a utilizar de outras fontes de capital, tendo como denominação os chamados
componentes de capital, ou seja, todos os fornecedores de capital de uma organização.
Com o uso dos diversos componentes de capital, a organização arcará com o chamado
custo do componente de capital, formado a partir da expectativa de reforço de cada fonte de
recurso, sempre levando em conta, além de outros fatores, o risco envolvido na operação.
Para Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 257), com a abordagem sobre o custo de capital,
a empresa pode optar pelas fontes disponíveis. Então, havendo excesso de recursos, pode
utilizar a própria geração de lucro como fonte de capital e, assim, do ponto de vista da
empresa, o retorno esperado será o custo de capital próprio.
O custo de capital passa a ser avaliado de forma completa a partir do momento em que
todas as fontes têm o seu respectivo custo, e a empresa tem como desafio tornar a ponderação
dos custos envolvidos mais atrativa para a organização.
15
Copeland e Weston (1992), definem que o custo de capital próprio é o retorno
esperado de seus acionistas. Já o custo de capital de terceiros passa a ser considerado o
retorno exigido pelo credor da dívida e, a cada montante incremental, este é influenciado.
2.4 Custo de Capital Próprio
2.4.1 Definições Conjuntas
O capital próprio representa a parcela que os acionistas constituem em suas
organizações e, a partir dele, passam a valer-se da expectativa de retornos sucessivos, que
venha cobrir o chamado custo pelo capital.
Para Martins e Assaf Neto (1986: 482),
O custo de capital próprio (Kc) de uma empresa é definido pelo retorno (k), requerido por
seus acionistas ao investirem seus recursos no empreendimento. Ao levantar recursos no
mercado acionário, ou mesmo, ao reter parte de seus lucros, a empresa deverá aplicá-los em
projetos (ativos) rentáveis, de modo que o retorno produzido possa remunerar seus acionistas
em nível equivalente às suas expectativas. Dessa forma, a remuneração mínima exigida pelos
acionistas constitui-se, em última análise, no custo de capital próprio da empresa.
Quanto ao custo de oportunidade, variável intrínseca na constituição do capital
próprio, Galesne, Fensterseifer e Lamb (1999) definem que este consiste na variável definida
no momento em que se constitui investimento alternativo, ocupando a mesma classe de risco.
Para Porterfield (1976), o custo de oportunidade refere-se ao custo implícito em
alternativas semelhantes ao projeto demandado pela companhia que, no momento de escolha
de um determinado projeto de investimento por parte da organização, são abandonadas pelos
investidores.
16
Para Martins (1987: 160), “[...] se alguém investe um determinado valor para formar
uma empresa, precisa primeiro receber a correção monetária desse valor, o que é feito
mediante nosso sistema de correção monetária [...]. Depois, deveria ser ainda registrado um
juro mínimo sobre esse valor corrigido, para separar quanto da remuneração não é
efetivamente, genuinamente, lucro.
Stewart (1990: 434) explica que “O custo de capital próprio de uma companhia é mais
abstrato porque ele não é prontamente observável. Ao contrário, trata-se de um custo de
oportunidade igual ao retorno total que os investidores de uma companhia poderiam esperar
ganhar de alternativas de investimento com riscos comparáveis.
Então, a questão principal move-se no sentido de que em uma operação livre de risco,
sem a possibilidade de perda, o retorno será nimo, em comparação a uma operação que
exija maior esforço quanto em assumir risco e, consequentemente, o retorno possível será
maior.
Copeland, Koller e Murrin (2002: 218), ressaltam a dificuldade de estimar o custo de
capital próprio, uma vez que não é perceptível no mercado. Para eles, “O custo de
oportunidade do financiamento pelo capital ordinário é o de mais difícil estimativa porque não
pode ser diretamente observado no mercado.”
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 148), por sua vez, chamam a atenção para o fato de
que “A empresa talvez possua um ativo que esteja pensando em vender, alugar ou empregar
em algum outro setor de atividade. Se o ativo for utilizado num projeto, as receitas que possa
gerar em empregos alternativos serão perdidas. Essas receitas perdidas podem ser
corretamente vistas como custos. São chamados de custos de oportunidade, pois, ao realizar o
projeto, a empresa renuncia a outras oportunidades de utilização do ativo.”
Para Horngren (1986: 528), “O custo de oportunidade é o sacrifício mensurável da
rejeição de uma alternativa; é o montante máximo sacrificado pelo abandono de uma
alternativa; é o lucro máximo que poderia ter sido obtido se o bem, serviço ou capacidade
produtiva tivessem sido aplicados a outro uso opcional.”
17
De acordo com as diversas vertentes do pensamento teórico, o custo de capital próprio
e, por conseguinte, mais especificamente o custo de oportunidade, equivale ao melhor retorno
posvel, visto que o investidor percorrerá às diversas alternativas disponíveis a fim de
encontrar a melhor opção para investimento. Assim, a identificação de uma hipótese
excelente, de mesma classificação de risco ao projeto pretendido, definirá como custo de
oportunidade tal relação.
Nesta dissertação, ao apresentarmos os conceitos sobre a constituição do capital
próprio, deveremos explorar como mensurar o custo desta fonte. Porém, na elaboração destas
definições, não estaremos objetivando detalhar os modelos de mensuração do custo de capital
próprio. Ao invés disso, o objetivo central é identificar quais as principais práticas e como são
utilizadas, já que estes modelos servirão como base para os aprofundamentos práticos que
serão procedidos no estudo de caso.
Com relação à mensuração do custo de capital próprio, Ross, Wasterfield e Jaffe
(2002: 240) evidenciam a existência de alguns modelos, como é o caso do CAPM (Capital
Asset Pricing Model) e do APT (Arbitrage Pricing Theory). O primeiro modelo (CAPM)
“[…] propõe uma relação positiva (e linear) entre o beta e o seu retorno esperado.” Já o APT
[…] pressupõe que os retornos dos títulos são gerados por uma série de fatores setoriais e
gerais de mercados.”, este não estudado neste trabalho.
2.4.2 CAPM
O modelo CAPM provê a mensuração do risco não diversificável de um ativo. Em
linhas gerais, a equação que define o CAPM, ou SML (Security Market Line), é a seguinte:
E(Rj) = Rf + [E(Rm) – Rf)]bj ,
Na qual:
E(Rj) = Retorno esperado
18
Rf = Retorno livre de risco
E(Rm) = Retorno esperado de mercado
bj = quantificação do risco não diversificável = COV
7
(Rj,Rm)/VAR
8
(Rm)
Para Ross, Wasterfield e Jaffe (2002), o beta, ou b, é definido pela relação de
sensibilidade de um determinado ativo e o mercado. Sendo assim, a condição de rico, definida
pelo beta, poderia estar em alinhada ao mercado [ou em situação oposta, positiva ou
negativamente].
A magnitude do beta descreve a intensidade do impacto de um risco sistemático sobre
os retornos de uma ação.
Gitman (1997: 222) define que “O modelo de formação de preços de ativos de capital
(CAPM) associa o risco não-diversificável e o retorno de todos os ativos.” Ele informa que,
na plotagem gráfica, o CAPM estabelece o SML (Security Market Line), sendo que esta, na
definição do autor, “Será, com efeito, uma reta contínua. Ela reflete para cada nível de risco
o-diversificável (beta) o retorno exigido no mercado. (Gitman, 1997: 226).
7
COV = Covariância
8
VAR = Variância
19
Gráfico 1: Security Market Line
17
16 SML
15
14
Kz = 13
12
Km = 11
10
Pmio pelo risco Prêmio pelo risco
9
de mercado (4%) do ativo Z (6%)
8
Rf = 7
6
5
4
3
2
1
0 bRf 0,5 1,0 bm 1,5 bz 2,0
Risco não-diversificável, b
Retorno exigido, k (%)
Fonte: (Gitman, 1997: 226)
A partir das explicitações decorridas, pode-se adotar um exemplo genérico para
entendimento geral do modelo CAPM. Suponhamos que os dados sejam:
- Taxa livre de risco. Neste caso, podemos chamá-la de ativos que não apresentam risco,
como uma aplicação em títulos do governo, no exemplo 15%a.a.;
- Risco não-diversificável, b=1,2;
- Rendimento esperado pelo mercado E(Rm) = 17%a.a.
Com os dados fictícios acima, na equação do CAPM, teremos:
E(Rj) = Rf + [E(Rm) – Rf)]bj
a) E(Rj) = 15% + [(17% – 15%)]*1,2
b) E(Rj) = 17,4%
De modo geral, o exemplo acima define que o custo de capital é de 17,4%, ou seja, o
retorno mínimo exigido por um acionista, caso ele venha a investir em uma determinada
organização que apresente a equação referida.
20
2.5 Custo de Capital de Terceiros
2.5.1 Definições conjuntas
Em uma organização, os acionistas podem optar em financiar seus projetos através da
inserção de capital próprio ou de terceiros.
Na utilização de capital de terceiros, as partes envolvidas serão constituídas através de
um credor, o detentor do capital, e um devedor, o tomador da quantia necessitada. Por esta
relação de dependência, não diferentemente do capital próprio, o capital de terceiros terá certo
custo, além da obrigação em devolver o capital emprestado, o tomador deverá com-lo de
mais uma remuneração, mais comumente chamada de juros.
Para Stewart (1990: 435),
O custo de capital de terceiros é o mais fácil de ser apurado. Ele é a taxa que uma companhia
deveria pagar no mercado corrente para obter novos financiamentos de longo prazo. Sua
melhor indicação é a taxa predominante nas negociações dos débitos da empresa no mercado
público e aberto. Na inexistência de uma cotação para seus débitos, o custo de capital de
terceiros de uma companhia pode ser apurado de forma aproximada pela taxa corrente que
está sendo paga na aquisição de débitos de empresas com a mesma avaliação.
Dentre as fontes de financiamento de longo prazo existentes no Brasil, destacam-se as
linhas de crédito do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, por
proporcionarem às empresas taxas ou custo de capital subsidiados e períodos de amortização
longos.
2.5.2 Fórmulas e interpretações
A utilização de uma fonte externa de capital muitas vezes não é apenas uma opção da
organização. Em muitos casos, a utilização se dá compulsoriamente, dados os diversos
21
problemas de liquidez que empresas, principalmente nacionais, encontram. Embora isto seja
fato, existe a possibilidade de aquisição de capital de terceiros motivado por uma estratégia
voltada ao melhor custo, ou seja, a redução do custo com benefício fiscal, que diminui o custo
da dívida.
O benefício fiscal constitui em um artifício permitido às empresas na dedução da base
tributada para o imposto de renda mediante a comprovação do pagamento de juros por
empréstimos. Este procedimento representa um ganho real para as organizações contratantes
de empréstimo.
Custo Líquido da Dívida = Custo Bruto da Dívida x (1-T)
onde T equivale à alíquota de imposto.
Vale ressaltar que o benefício pode ser conveniente até um determinado volume de
dívida contraída, podendo este assumir tamanho vulto que passe a ser arriscado o bastante,
aumentando diretamente o custo direto da dívida.
2.6 Estrutura de Capital
2.6.1 Definições conjuntas
A evolução dos estudos sobre a estrutura de capital nas organizações transcendeu
décadas, e evoluiu em sua conceituação. Em primeira instância, o trabalho de Modigliani e
Miller (1958) explicitava que, qualquer que fosse a composição do capital de uma
organização - próprio ou de terceiros - em nada afetaria o valor da empresa. Tal infencia
traduzia que não importava o tipo de financiamento que a organização optasse, pois o valor
não se alteraria. Algumas premissas importantes foram consideradas para que se chegasse a
esta conclusão, principalmente a ausência do risco de falência, a não incidência de impostos e
a qualidade simétrica das informações.
22
Evolutivamente, a teoria proposta inicialmente foi alterada; assim, Modigliani e Miller
(1963) aprofundaram os estudos, passando a considerar que existia um benefício tributário
quanto à obtenção de empréstimos de terceiros. Este benefício se dava a partir do momento
em que as despesas decorrentes dos juros pagos pela utilização de capital de terceiros
poderiam ser deduzidas como despesas, reduzindo o valor de imposto a ser pago. Desse
modo, o estudo dava margem, pelo benefício gerado, ao pensamento de que uma empresa
tenderia a cem por cento de financiamento via dívida.
A partir de então, Miller - 1977 apud Miller1988 intensificou as análises em relação à
estrutura de capital e aos fatores influenciadores que determinavam vantagens em algumas
situações. Em seu estudo, avaliou a questão do imposto de pessoa física e observou que toda a
renda originada através de um título correspondia a juros e que sua tributação ocorria
semelhantemente à da renda pessoal, ou seja, em comparação ao ganho de capital extraído
através da remuneração das ações, existia uma diferenciação de taxa de imposto. Por
conseguinte, o autor concluiu que a dedutibilidade dos juros favorecia o uso de financiamento
via títulos de dívidas, mas o tratamento tributário mais favorável do endividamento das ações
reduzia a taxa de retorno exigida das ações, favorecendo o financiamento via capital próprio.
Pela importância dada ao fator estrutura de capital, outros estudiosos aprofundaram os
estudos iniciados por Modigliani e Miller, em 1958. Por exemplo, Ross em 1977 (Ross,
Wasterfield e Jaffe – 2002) introduziu em sua análise uma variável muito importante, o custo
de falência. Desta forma, reconheceu que havia, efetivamente, um benefício gerado pela
capitação de terceiros, dado os benefícios fiscais. Admitindo assim, que isso geraria uma
pressão sobre a empresa, uma vez que os juros devidos constituem obrigações. Por se tratar de
uma dívida, a empresa se expõem a um risco, que pode ser maior ou menor, intrinsecamente
ligado à capacidade ou não de honrar seus compromissos.
23
2.6.2 Relação entre estrutura, custo e risco
Permeando os benefícios gerados pela captação do capital de terceiros, existem alguns
pontos fundamentais na elevação do grau de alavancagem. Neste aumento, a fonte detentora
do capital credor” certamente identificará o aumento do risco de falência e, assim, a
trajetória do aumento do custo do capital de terceiros virá por conseqüência garantir tal
posição. Além disso, na falta de geração de caixa para pagamento dos juros, o acionista
deverá sacar de seu benefício, a fim de prover a quitação dos recursos tomados. Desta forma,
tal situação coloca a organização em uma dualidade de conceito, em que, de um lado está o
benefício da dívida e, de outro, está a questão do endividamento como ameaça à perpetuidade
dos negócios.
Para Brigham e Houston (1999), o risco mais alto tende a diminuir o preço da ação,
mas uma taxa de retorno mais alta a faz aumentar e então se tem a denotação da estrutura
ótima de capital, que consiste no equilíbrio entre risco e retorno, a fim de prover a
maximização do preço da ação. Contudo, é evidente que a observação consciente na formação
da estrutura do capital de uma organização é fundamental para a alta performance da
companhia.
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002) trazem a definição de que há fatores compensadores
na utilização de uma determinada estrutura de capital, mas somente se o valor da empresa
aumentar. Ao comparar as estruturas possíveis de capital para uma organização, o autor
evidencia que a alavancagem financeira proporciona um aumento gradativo no lucro por ação,
que vem atrelado a uma elevação do risco, algo que impacta tanto o capital de terceiros
quanto o custo do capital próprio, pois o capital próprio é mais arriscado do que o de
terceiros; ao ser o último a ter sua necessidade satisfeita, sofre influência consecutiva, caso
haja elevação do risco.
Em termos gerais, a falência corresponde à dificuldade financeira extrema, a qual
resultaria no inadimplemento das dívidas com credores. Se houver uma elevação do risco em
determinada situação, provocado pela percepção de dificuldade no pagamento das obrigações,
o benefício gerado pela questão fiscal passa a ser suplantado pelo aumento dos custos de
24
capital originados pela elevação do risco. Esse pressuposto compreende toda estrutura de
custo que onera empresas nesta situação e, desse modo, os custos indiretos de dificuldades
financeiras, ou seja, todos os incrementos ocasionados pela falta de credibilidade no mercado,
passam a se fazer presentes na organização.
Em seus estudos, Ross, Wasterfield e Jaffe (2002) definem que não existe uma regra
prática para definir que uma determinada empresa deverá manter-se de uma forma
preestabelecida em relação à sua estrutura de capital. Pom, há evidências de diferenciação
entre endividamento nos diversos setores, levando ao entendimento da existência de estruturas
ótimas de capital.
Ressalta-se que a prudência na consideração das fontes de capital é um fator crítico no
sucesso de uma organização. A definição da estrutura ótima do capital não segue uma regra
preestabelecida, e consiste na equiparação e observância de diversos fatores que, ponderados
entre si, maximizarão ou não o valor da empresa.
No movimento da estruturação adequada do capital de uma organização, Gitman
(1997) propõe que a alavancagem financeira se dá através do uso de ativos e recursos com um
custo fixo.
A partir da elaboração destes pressupostos, Gitman (1997: 427) retrata que a
alavancagem financeira se traduz pela capacidade de uma organização, através dos encargos
financeiros gerados pelo endividamento, maximizar os efeitos da variação do lucro, diante da
redução dos impostos, em relação à varião do lucro por ação, conforme demonstrado:
GAF=variação percentual no LPA
variação percentual no LAJIR
onde:
GAF - Grau de alavancagem financeira
LPA - Lucro por Ação
LAJIR - Lucro antes dos juros e impostos
25
No cenário organizacional, o administrador certamente deverá ser o mais capacitado
possível no que se refere a combinar uma porção adequada de risco, a fim de proporcionar a
maximização do valor de uma organização. Ele deve levar em conta que a devida
combinação do risco e de outros fatores poderá ou não contribuir para tornar uma empresa
mais valorizada. Em um cenário mais trágico, o risco pode provocar até mesmo a falência.
Para Brigham e Houston (1999: 450) a definição do risco pode ser dividida em dois
grupos:
a) O risco de negócio, que é o grau de risco das operações da empresa, se
estao utiliza capital de terceiros.
b) O risco financeiro, que é o risco adicional para os acionistas decorrente da
decisão de utilizar capital de terceiros.”
Observamos que as evidências de risco retratam uma condição de aceitação ou não
pela parte envolvida. Muitas vezes, as decisões de captação de empréstimos podem acelerar a
maximização de valor para uma determinada organização, uma vez que adição de dívida
através de custos mais interessantes pode reduzir o custo médio ponderado de capital.
Entretanto, a adição de capital de terceiros pode resultar em uma inversão do benefício e
sinalizar uma necessidade contínua e crescente, fazendo com que a percepção de falência
surja, e o componente risco seja incontrolável. Neste caso, o valor da empresa estaria
comprometido.
Ross, Wasterfield e Jaffe (2002: 346) ao estudarem os custos das dificuldades
financeiras, verificaram que “A possibilidade de falência exerce um efeito negativo sobre o
valor da empresa. Entretanto, não é o risco de falência em si que reduz o valor. Na verdade,
são os custos associados à falência que reduzem o valor.
Para Ross, Wasterfield e Jaffe (2002), são três as classes de custos inerentes em uma
organização que podem, quando relacionadas à possibilidade de ocorrência de dificuldade
financeira, alterar o valor de uma organização:
a) Custos diretos de dificuldades financeiras
26
O fato de uma empresa passar por situações de dificuldade financeira, em
muitos casos, são obrigadas a entrar em processos de liquidação ou, ainda, em
processos de reorganização, alocando recursos para consultorias, pagamentos
diversos e honorários, a fim de promoverem os acertos e ajustes necessários.
Os custos associados à este grupo são definidos como custos diretos das
dificuldades financeiras.
b) Custos indiretos de dificuldades financeiras
No momento em que uma empresa atravessa um período crítico, decorrente de
dificuldades mais específicas de geração de caixa, diversos problemas são
acarretados. Na falta de recursos financeiros, toda a capacidade de
administração organizacional passa a ficar comprometida. Negociações outrora
feitas em posições vantajosas com fornecedores, clientes e outras partes
interessadas, passam a ser suprimidas pelas instabilidades geradas pela falta de
recursos. Neste caso, a organização passa a se tornar refém de posições
externas à sua vontade e ao desejo dos administradores. Tais alterações geram
custos adicionais, denominados indiretos.
c) Custo de Agency – Teoria da Agência
A teoria da agência se estabelece amparada pelos estudos de Jensen (1986), que
aborda a dualidade de interesses em uma organização. A teoria da agência trata
do relacionamento entre as partes principais, do ponto de vista de controle, em
uma empresa.
No decorrer de seus estudos, Jensen (1986) passa a observar que, se houver uma busca
incessante de maximização da utilidade de ambas as partes, nem sempre o resultado será a
maximização das duas partes por igual. Poderá haver o surgimento de uma onda contrária, em
que nem sempre o agente maximizará o valor para o controlador, incidindo, assim, em custo
de agência.
De acordo com Stulz (1990), dois são os tipos de problemas que podem ser detectados
em organizações em fases diferentes de suas vidas, maturidade e crescimento: o sobre-
27
investimento e o sub-investimento, respectivamente. No primeiro caso, os administradores
passam a aplicar recursos em projetos de baixa atratividade e no segundo caso, no momento
da necessidade eminente de investimentos promissores, faltam recursos suficientes para isto.
Assim, muitos são os defensores do endividamento como forma de racionalização do emprego
de recursos em projetos comprovadamente maximizadores de valor, havendo então influência
negativa quando faltam recursos para investimento em projetos de alta performance.
2.6.3 Estrutura ótima de capital
Autores como Brigham e Houston (1999) compactuam com a tendência científica de
que existe uma estrutura de capital adequada, na qual é possível compor o capital de uma
empresa com recursos próprios e de terceiros.
Damodaran (2001) também admite em seu estudo a posição de uma estrutura ótima de
capital, que leve em conta o contexto de cada empresa, não havendo uma regra generalista.
Para ele, é possível avaliar que a inseão de capital de terceiros em uma determinada
organização deverá contribuir para a maximização de seu valor.
Como vemos, as decisões científicas abordadas ao longo dos anos evoluíram,
convergindo para uma visão concordante de que existe uma estrutura de capital adequada,
pela qual empresas podem se beneficiar, reduzindo o seu respectivo custo de capital e, assim,
gerando valor.
Para Copeland e Weston (1992), a utilização de capital de terceiros gera a visão de
alavancagem que, em linhas gerais, é o valor total da dívida em relação ao total dos ativos. A
alavancagem não é teórica e definidamente estática, pois existe uma variação entre níveis de
endividamento entre as empresas.
Para Brigham e Houston (1999: 449), a opção pelo mix das fontes de capital próprio e
de terceiros condiciona a organização a benefícios e malefícios. Entre os benefícios, está o
fato de que o capital de terceiros proporcionam uma vantagem para fins de impostos.
28
Um segundo benefício refere-se ao fato dos detentores da dívida, por possuírem um
retorno fixo, permitirem ao acionista o acúmulo dos lucros gerados, não havendo necessidade
de partilha.
Os principais autores que defendem a existência de uma estrutura de capital ótima
também a chamam de estrutura alvo. Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) em um estudo de
caso abordam a questão da estrutura de capital alvo como sendo a melhor estrutura para uma
organização, traduzindo em maximização do valor da empresa.
Em termos gerais, a estrutura de capital alvo, ou ainda, ótima, seria a que possibilitasse
o encontro do melhor ponto entre as variáveis, ocasionando uma geração de valor máxima
para determinada empresa. Neste exemplo, os autores sugeriram que a melhor estrutura de
capital fosse aquela que maximizasse o preço da ação e, consequentemente, o valor da
empresa seria aumentado.
Assim, o exemplo abaixo evidencia esta análise:
Tabela 1: Demonstração das variáveis da estrutura ótima de capital
Valor da
dívida D, ($)
Kd
Custo
Capital
Terceiros
Ks
Custo
Capital
Próprio
Valor das
ações S, ($)
Valor da
Empresa V,
($)
Preço da
ação
D/V WACC
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)
- - 12,0% $20.000 $20.000 $20,00 0,0%
12,0%
2.000 8,0% 12,2 18.885 20.885 20,89 9,6 11,5
4.000 8,3 12,6 17.467 21.467 21,47 18,6 11,2
6.000 9,0 13,2 15.727 21.727 21,73 27,6 11,0
8.000 10,0 14,0 13.714 21.714 21,71 36,8 11,1
10.000 12,0 15,2 11.053 21.053 21,05 47,5 11,4
12.000 15,0 16,8 7.857 19.857 19,86 60,4 12,1
14.000 8,0% 19,0 3.158 17.158 17,16 81,6 12,3
Fonte: Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001: 538)
29
Este exemplo é muito útil ao evidenciar o montante exato de capital próprio, de
terceiros e seus respectivos custos, capazes de proporcionarem um maior valor para a
empresa. Qualquer outra combinação não proporcionaria o maior valor, embora fossem
também positivos.
A estrutura ótima de capital não é estática. Não é possível defini-la como um ponto
específico. Ela se altera de tempos em tempos, de empresa para empresa. O desafio constante
dos executivos deve centrar-se em desempenhar gestão altamente eficiente, em inferir sobre o
ponto ótimo de capital e custo, trazendo, efetivamente, valorização para a organização.
2.7 Economic Value Added
9
(EVA®)
2.7.1 Definições consolidadas
Apesar dos diversos mecanismos que se proem a auxiliar na tomada de decisão, a
nomenclatura valor sempre permeou os assuntos de finanças. Através de Modigliani e Miller
(1958), desde os primeiros pressupostos até os dias atuais, o valor, como forma de indicador
para a tomada de decisão, tem se tornado cada vez mais importante, sendo disseminado por
todo o mundo.
Neste sentido, surge, na década de 90, o chamado EVA® - Economic Value Added,
instituído pela consultoria Stern Stewart & Co. Trata-se de uma ferramenta para apurar a
criação de valor levando em consideração o custo do capital e as variáveis operacionais.
O EVA® veio ratificar os objetivos primordiais para qualquer organização, sendo que,
em um primeiro momento, a empresa, em um cenário capitalista, tem como principal objetivo
a maximização da riqueza de seus acionistas e, em segundo lugar, a constatação de que o
retorno de um determinado investimento deverá ser superior ao custo de capital empregado.
9
Economic Value Added – Valor Econômico Adicionado
30
Para a Stewart (1990:436) “Por definição, o aumento sustentado no EVA® resultará
no aumento de valor de mercado da companhia. Performances contínuas já estão refletidas no
preço da ação. E o contínuo crescimento no EVA® traz contínuos crescimentos na riqueza do
acionista.”
Frezatti (1998: 60), por sua vez, considera que, “[...] é evidente que durante muito
tempo a grande preocupação dos autores estava restrita a contribuições conceituais, sem se
ater à aplicação das mesmas, o que dificultou a sua aceitação e propagação. Atualmente a
visão mais pragmática permite a aplicabilidade, discussão e mesmo o aperfeiçoamento da
metodologia.”
Na abordagem técnica sobre o valor adicionado, diversos autores propõem que o
EVA® provém de um conceito anterior, no caso, o lucro residual. Para Garison e Noreen
(2001: 399), “[...] lucro residual é o lucro operacional líquido obtido por um investimento
acima do retorno mínimo exigido sobre seus ativos de produção”.
Neste sentido, Rappaport (1998) concorda que o modelo apresentado pela consultoria
Stearn & Stewart Co. corresponde a uma segunda versão sobre o lucro residual, ou seja, o
modelo EVA® é uma derivação do lucro residual.
No sentido de caracterizar a origem do EVA®, não se pode desconsiderar o Lucro
Residual, que gerou tal ferramenta. A principal diferença entre eles decorre dos sucessivos
ajustes promovidos no EVA®, que permitem construí-lo de forma a moldar os dados
contábeis, deixando-os mais próximos do valor ecomico.
Portella (2000: 14) conclui que,
O lucro residual é um importante instrumento de mensuração porque deixa claro que a
companhia deve se preocupar não só com o crescimento (tamanho) de seus lucros, mas
também com o retorno que proporciona sobre o capital empregado. Entretanto, concentrar-se
somente no crescimento dos lucros pode significar destruição de valor para os acionistas se os
retornos oferecerem taxas menores que as do custo de capital, enquanto que auferir grandes
retornos sobre uma base de capital empregado pequena pode significar oportunidades
perdidas.
31
Para Ehrbar et al (1999: VII), “Em sua forma mais fundamental, EVA® (valor
econômico agregado ou adicionado) é a simples noção de lucro residual. Ou seja, para que
investidores realizem uma taxa de retorno adequada, o retorno deve ser grande o suficiente
para compensar o risco. Assim, o lucro residual é zero se o retorno operacional de uma
empresa for apenas igual ao retorno exigido em troca do risco.
Ainda na conceituação do EVA® como ferramenta de análise de desempenho,
Anthony (1984: 344) atuou decisivamente na conceituação do Residual Income – Lucro
Residual, uma avaliação do resultado sob a ótica da superação do custo do capital empregado.
Para ele, “O custo de capital é obtido mediante a multiplicação do valor dos ativos
empregados por uma dada taxa.”
Embora tenha sido nos últimos anos extremamente utilizado, o EVA® não se constitui
em uma novidade, uma vez que o conceito primário de tal ferramenta já havia sido comentado
por Marshall apud Copeland, Koller e Murrin (2002: 147): “O que resta de seus lucros [do
proprietário ou administrador] após a dedução dos juros sobre seu capital à taxa em vigor
pode ser considerado como sua remuneração pela realização da administração.”
Frezatti (1998: 57) evidencia que o modelo EVA®,
Embora não seja novo em termos de concepção, haja vista a presença de tais conceitos na
abordagem do controle gerencial da General Electric, na década de 50, por exemplo, o tema
tem sido tratado de maneira pouco entusiástica. Isso ocorre, principalmente, pelo fato de
serem requeridos critérios que podem trazer diferentes interpretações, o que faz com que
muitos profissionais não se sintam confortáveis frente à possibilidade de auditar e repetir tais
fenômenos de maneira a não produzir distorções.
Ricardo (1982: 222) foi um dos primeiros a fazer referência ao Resultado Econômico
Residual, no início do século XIX, ao relatar que,
Algumas minas de carvão, embora vantajosamente localizadas, não podem ser exploradas por
serem pobres. A produção não compensa os gastos. Elas não proporcionam nem lucro nem
renda. Existem algumas cuja produção proporciona o estritamente necessário para pagar o
32
trabalho e repor, conjuntamente, com os lucros correntes, o capital empregado na sua
exploração. Eles proporcionam algum lucro para quem explora, mas não proporcionam renda
para o proprietário.
Para Stewart (1990: 118) o EVA® é [...] uma medida de lucro residual onde o custo
do capital é subtraído do lucro operacional gerado pelos negócios.”
Com a criação do EVA®, seus idealizadores introduziram uma métrica não inédita.
No entanto, com esta ferramenta, a gestão de uma organização passa a ser medida como
passível ou não de gerar valor. A então, os inúmeros indicadores de desempenho utilizados
evidenciavam uma perspectiva de crescimento ou retração, dissociada do custo de
investimento.
Se resgatarmos os conceitos mais primordiais do capitalismo, veremos que este só se
confirma com a geração do lucro e, mais adiante, veremos diversos teóricos de finanças
absorvendo e desenvolvendo o conceito da maximização do lucro. Para Yamamoto (1997), a
aplicabilidade fundamental do EVA® consiste no fato de mensurar a criação de valor. Na
mesma perspectiva, Copeland et al (1995) confirmam em suas pesquisas que o mais
significativo, em medida de desempenho, é a criação de valor.
Damodaran apud Copeland et al (1995: 149) menciona que “Se os objetivos das
finanças consistem em maximizar o valor da empresa, é necessário que o relacionamento
entre decisões financeiras, a estratégia corporativa e o valor da empresa esteja delineado,
definido.”
Antes de adentrarmos na conceituação técnica do EVA® e em suas implicações
estruturais, esclarecemos que, ao abordarmos o conceito de valor, este não está diretamente
relacionado ao lucro auferido, mas sim ao quanto deste lucro, após descontar-se o custo do
capital, pode ser traduzido em valor adicionado.
Pelo advento da ferramenta EVA® ser relativamente nova em comparação aos
tradicionais modelos de medida de performance, a maioria das empresas, principalmente no
cenário nacional, adotam variáveis do lucro contábil como instrumento para medir o
33
desempenho de uma organização, como lucro por ação, retorno sobre o investimento, retorno
sobre o ativo. Mas, conforme mencionado, tais instrumentos por si sóo posicionam as
empresas no caminho mais adequado para a tomada de decisão, uma vez que não consideram,
efetivamente, a criação de valor ao acionista e, desta forma, podem induzir a decisões não
pertinentes ou até incorretas.
Para Hendriksen & Breda (1999: 183), O economista escocês Adam Smith foi o
primeiro a definir o lucro como sendo o montante que poderia ser consumido sem reduzir o
capital.”
Para Stewart (1990: 4), “O EVA é uma medida de performance financeira que captura,
mais que qualquer outra, o verdadeiro lucro econômico da empresa. É também a medida de
performance mais relacionada com a criação da riqueza do acionista durante todo o tempo.”
2.7.2 Fórmulas e interpretações
Contudo, o modelo EVA® pode ser apresentado com a seguinte fórmula:
EVA® = (r-c)* Capital Investido
ou
EVA® = RODIR – c x Capital Investido,
em que:
r = taxa de retorno sobre o capital investido;
c = custo de capital;
Capital Investido = Soma dos recursos totais empregados na companhia
RODIR = Resultado operacional da organização deduzidos os impostos
Para Copeland, Koller e Murrin (2002: 148) a definição do lucro econômico pode ser
amparada pela fórmula:
34
Lucro econômico = Capital investido (ROIC – WACC)Em outras palavras, o lucro
econômico é igual à diferença entre o retorno sobre o capital investido e o custo do capital
multiplicado pelo volume de capital investido”,
em que:
Capital investido = Capital de giro operacional + instalações, planta e equipamentos +
outros ativos;
e ainda:
ROIC = NOPLAT/Capital Investido
NOPLAT = Lucro Operacional Líquido menos imposto ajustados
WACC = Custo médio ponderado de capital
Uma das principais defesas dos adeptos do EVA® gira em torno da questão em que,
mesmo quando uma empresa informa em seus resultados a geração de lucro contábil, o fato é
que, na realidade, a organização pode estar com resultado econômico negativo, ou seja,
destruindo valor, uma vez que, nos conceitos contábeis, não há relação direta com o montante
de capital investido e o seu respectivo custo.
Na estruturação de um modelo de mensuração do desempenho, as evidências
convergem para que, principalmente por motivos fiscais, as organizações apresentem seus
resultados e que as análises sejam amparadas em questões contábeis. O surgimento de um
modelo ecomico estruturado não visa substituir os modelos já consagrados uma vez que
possuem diferenciação específica. O modelo EVA® tem como principal objetivo municiar os
controladores de organizações a tomarem decisões eficazes, não destinando recursos e
esforços à atividades que não caracterizem em geração concreta de valor para a organização.
O EVA e seus componentes, custo de capital principalmente, devem ser utilizados na
priorização de projetos em uma organização, pois mede a questão de retornonimo exigido
por um acionista e demonstram o que sobra além do pagamento do custo pela utilização de
um determinado montante de capital.
35
O lucro econômico constitui uma medida eficiente na estruturação de uma organização
que vise à perpetuidade de suas operações. Suas aplicabilidades e funções devem estar, de
forma clara, ligadas ao planejamento estratégico da organização, uma vez que em momentos
de lucro econômico negativos, de destruição de valor, ações rápidas e precisas devem ser
tomadas, a fim de reverter o rumo de insucesso e propor uma nova rota de crescimento. Ao
prever uma reestruturação, os executivos e controladores de uma determinada organização
deverão promover alterações na estrutura de capital, nas fontes alternativas de recursos, na
escolha de projetos diferenciados e em outras variáveis que, direta ou indiretamente, possam
alterar ou influenciar o EVA® da organização.
Desta forma, no comportamento voltado para a estratégia de geração de valor, as
organizações irão se deparar com situações opostas e importantes, quanto ao sentido de
auferirem lucro contábil positivo e lucro econômico negativo. Neste sentido, Hendriksen &
Breda (1999: 202) afirmam que “O funcionamento eficiente de uma empresa afeta tanto a
série de dividendos correntes quanto o uso do capital aplicado para a geração de fluxo de
dividendos futuros”.
Todos os investidores, mais particularmente os acionistas ordinários, preocupam-se
com a eficiência da administração. Os investidores correntes podem tomar as providências
necessárias para conseguirem novos administradores, caso os existentes não estejam tendo
desempenho eficiente, ou podem instituir incentivos ou prêmios para recompensar os
administradores eficientes. Os acionistas futuros procurarão julgar a eficiência da
administração antes de aplicar seus recursos. Qualquer que seja o caso, a tomada de decisão
basear-se-á em um julgamento de eficiência da empresa.
Com isso, é possível afirmar que um determinado investidor ponderará dois fatores na
análise de um investimento, o risco e o retorno. Em uma mensuração este investidor estará
amparando a sua decisão de investimento em detrimento de outra e, assim, como mencionado
na conceituação de custo de oportunidade, a alternativa de investimento melhor avaliada entre
as muitas descartadas formará o custo de oportunidade. Em outras palavras, conforme
apontado por Hendriksen & Breda (1999), o investidor espera, no mínimo, o retorno tido
36
como possível no investimento escolhido e passará a avaliar os administradores do capital que
investiu.
Desse modo, diversos indicadores contábeis deverão ser analisados, como o Retorno
sobre Ativo, Lucro por Ação e Retorno sobre o Patrimônio. Porém, os defensores do EVA®
são categóricos em afirmarem que somente os indicadores contábeis não são suficientes para a
gestão eficaz de uma organização, pois, uma empresa poderia apresentar resultado contábil
satisfatório e, no mesmo sentido, em virtude à ponderação de capital e ao seu custo, resultado
econômico negativo, caracterizando a destruição de valor.
Para Fernandes & Fernandes (1998:12),
Em países onde as ações das empresas apresentam-se no mercado de forma pulverizada, a
análise do comportamento do EVA® apresenta uma correlação direta com o preço da ação, e
nem poderia ser diferente, pois a análise do EVA® refere-se à análise de remuneração, o
capital do investidor, proporcionando assim condições para o investidor vender ou comprar
ações que lhes interessam, ocasionando um reflexo no preço da ação no mercado da bolsa de
valores. (...) O valor do EVA® está evidentemente relacionado com o sucesso estratégico da
empresa e o futuro de seu mercado.
Os autores destacam que o EVA® é uma ferramenta útil para medir o desempenho
histórico de uma determinada organização, sinalizando a potencialidade inerente de geração
ou não de valor.
Stewart (1990) é incisivo em sua crítica direta ao modelo contábil, principalmente ao
fato de avaliar o crescimento do lucro contábil como medida de análise de performance. Para
o autor, este critério de análise de desempenho pode ser colocado emvida quanto à sua
eficácia, porque se pode dizer que, havendo o crescimento do lucro contábil, isto poderia se
dar de maneira não criteriosa, adotando projetos de baixo rendimento ou inferiores em retorno
ao seu respectivo custo de capital. Então, o crescimento de lucro seria desfavorável para uma
determinada organização.
37
Objetivando trazer à luz uma evidência entre os indicadores de desempenho, o retorno
sobre investimento e o lucro residual, Frezatti (1998) constitui uma comparação entre os dois
indicadores, valendo-se de um modelo base e projetando diversas modificações nos valores de
projeções em contas como:
Volume de vendas
Preços praticados
Despesas com propaganda e publicidade
Provisão para perdas com incobráveis
Saldo do contas a receber
Saldo de estoques
Aumento do permanente
O objetivo da análise concentrou-se em avaliar como se comportariam os indicadores
de desempenho de longo prazo, sejam em semelhanças ou em suas diferenças. Entre as sete
contas que permitiram a simulação, apenas duas mostram-se incapazes de possuir
ambigüidade entre os conceitos avaliativos. As cinco restantes poderiam ser analisadas quanto
às suas semelhanças e diferenças, voltadas para o campo qualitativo. Frezatti chegou à
conclusão de que o lucro residual, em situação de evidenciar uma posição deficitária ao
investidor, mostrou-se mais eficaz do que o indicador de retorno sobre investimento.
O estudo do EVA® é retratado de forma sintética também por Santos (2005: 135), que
afirma que “O Valor Econômico Agregado (EVA®) é um conceito desenvolvido pela Stern
Stewart, no início da década de 1980, que recupera a iia de lucro econômico (ou lucro
residual). Trata-se de uma medida de desempenho que mede o valor criado por uma empresa,
ou o valor adicionado ao patrimônio dos proprietários, em um único exercício.” Então,
teremos:
EVA® = COIt x (RCI – CMPC)
COI Capital Operacional Investido
= Ativos Circulantes Operacionais
(-) Passivos Circulantes Operacionais
= Capital de Giro Operacional
38
(+) Ativo Imobilizado Líquido
+/- Saldo de Outras Contas de Longo Prazo (Outros Ativos – Outros Passivos)
= Capital Operacional Investido (COIt)
Retorno Sobre Capital Investido
“Calculado a partir da divisão entre o Lucro Operacional Ajustado (LOA
t+1
),
contabilizado no exercício (t+1), e o capital operacional investido (COIt) no início do
exercício (t).”
RCI = LOA(t+1) / COIt
“O lucro operacional ajustado (LOA
t+1
) representa o lucro gerado nas operações da empresa,
independente de como ela é financiada. Seu objetivo é medir a geração de lucros dos ativos da
companhia, que é resultado das decisões operacionais de seus administradores.”
CMPC – Custo médio ponderado de capital
Em uma abordagem promovida por Copeland, Koller e Murrin (2002: 169) o EVA® e
definido como;
EVA® = Capital Investido x (ROIC – WACC)
Ao sabermos que o capital investido se processa a partir do montante de recursos que
uma organização está disposta a empregar, sendo eles de próprios ou de terceiros, o retorno
sobre o capital investido avalia a performance desse aporte. E neste sentido, o retorno é
medido pelo quociente entre o resultado operacional da organização sobre o respectivo capital
investido, sendo, conforme Copeland, Koller e Murrin (2002: 168):
ROIC = NOPLAT (Lucro operacional quido menos impostos ajustados)
Capital Investido
ROIC – Retorno sobre o capital investido
NOPLAT - Lucro operacional quido menos imposto ajustados
39
O NOPLAT é antes de mais nada um resultado do lucro operacional ajustados aos
impostos, com efeito, caixa, e peça fundamental no cálculo do EVA®, que veremos mais uma
vez ao longo deste estudo. De acordo com Copeland, Koller e Murrin (2002: 166) “O lucro
operacional líquido menos imposto ajustado (NOPLAT) representa os lucros operacionais
depois de impostos da empresa depois de terem sido os impostos ajustados para valores de
caixa.”.
Na estruturação do NOPLAT para, finalmente, chegar-se ao EVA® existem variáveis
importantes nesta constituição e, assim, temos:
a) EBITA – Onde Copeland, Koller e Murrin (2002: 166) destacam,
O cálculo do NOPLAT parte do EBITA, a receita operacional antes de impostos que a empresa
teria tido se estivesse livre do endividamento e da amortização do fundo comercial. Inclui
todos os tipos de receita operacional, inclusive a maioria das receitas e despesas. Costumam
ser excluídas receitas advindas de juros, despesas financeiras, resultados de itens
interrompidos, resultados extraordinários e o rendimento de investimentos não-operacionais.
A depreciação do ativo fixo deve ser subtraída do cálculo EBITA, mas não a amortização do
fundo comercial.
b) Imposto sobre EBITA
No mesmo sentido, Santos (2005: 137) aborda o NOPLAT como sendo o lucro
operacional ajustado e assim:
Receita Líquida de Vendas
( - ) Custos Operacionais
( - ) Despesas Operacionais
( - ) Depreciação
= Lucro Operacional (LAJIR)
( - ) Impostos Ajustados sobre o LAJIR
40
+ Variação na conta de impostos diferidos no Exigível a Longo Prazo
= Lucro Operacional Ajustado
E assim, o cálculo dos impostos ajustados sobre o lucro operacional seria:
Provisão para Imposto de Renda
+ Imposto sobre as Despesas Financeiras
+ Impostos sobre outras despesas não-operacionais
- Impostos sobre as receitas financeiras
- Impostos sobre outras receitas não-operacionais
= Impostos Ajustados
Para Damodaran (2001: 812), a visão do EVA® se dá através de uma superação em
lar do valor criado de um determinado investimento, ou, ainda, de um portifólio. Assim,
O valor ecomico adicionado (EVA) é uma medida de superação de valor em dólar criado
por um investimento ou portifólio de investimento. Ele é computado como produto do
excesso de retorno’ obtido em um investimento ou investimentos e o capital investido neste
investimento ou investimentos.
10
Em sua contextualização, Damodaran (2001: 812), de forma mais detalhada, considera os
fatores preponderantes para a construção real do EVA® “A Definição de valor ecomico
adicionado necessita de três componentes básicas para seu estabelecimento – o retorno de um
determinado capital recebido pelos investimentos, o custo do capital destes investimentos e, o
capital investido neles.
11
10
The economic value added (EVA) is a measure of the dollar surplus value created by on investment or a
portfolio of investment. It is computed as the product of the ‘excess return’ made on an investment or
investments and the capital invested in that investment or investments.”
11
The definition of economic value added outlines three basic inputs we need for its computation – the return
on capital earned on investments, the cost of capital for those investments, and the capital invested in them.”
41
Assaf Neto (2001: 230) expõe que “O indicador do valor ecomico adicionado
sinaliza se as estratégias financeiras implementadas agregam valor, reforçando a sua
viabilidade e a continuidade do empreendimento”.
Mais uma vez, é posvel notar confluência entre os conceitos envolvendo o EVA®. A
realidade retrata que a evolução da ferramenta, desde seu surgimento através do lucro
residual, até a sua prática de forma mais comercial, não traz nada de surpreendente, entretanto
condiciona a visão de negócio à geração de valor, propondo às organizações um novo modelo
de gestão.
2.7.3 O EVA como ferramenta de análise gerencial
Como mencionado, o EV teve seu aprimoramento constatado mediante a intensa
necessidade dos administradores, principalmente, das grandes corporações em proverem
explicações para o desempenho de suas respectivas organizações. Tal ferramenta evidenciou
ao acionista a perspectiva real de geração de valor e, assim, possibilitou a correção de rumo,
caso a estratégia escolhida não estivesse agregando valor à companhia.
Em consonância ao propósito central do EVA®, Carvalho (1999: 6) explica que o “O
EVA® é um sistema gerencial financeiro que tem uma linguagem comum para todos os
empregados através de todas as operações e permite que todas as decisões gerenciais sejam
modeladas, monitoradas, comunicadas e compensadas em um simples e consistente caminho:
sempre em termo de valor adicionado para o investimento do acionista.” Em outros termos, o
EVA® tem demonstrado a possibilidade de implantação mesmo em unidades de negócio de
uma determinada empresa. Então, em uma dada empresa que possua, hipoteticamente, várias
unidades distintas, essa ferramenta poderia ser utilizada para identificar e mensurar o valor
adicionado ou destruído.
Para Atkinson et al (2000: 651), “As empresas estão começando a usar o valor
econômico adicionado para identificar produtos ou linhas de produtos que não estão
contribuindo, com sua parte, para o retorno da empresa, dado o nível de investimento que eles
42
exigem. As empresas também podem usar o valor ecomico adicionado para avaliar as
estratégias operacionais.”
O EVA® possibilita, quando assumido como uma ferramenta propriamente de gestão,
um caráter disciplinador dentro da organização. Isto ocorre pelo fato do controle sobre o que,
direta ou indiretamente afeta o valor, ou ainda a construção de valor em uma companhia, ser
monitorado diariamente, não apenas como um indicador mensal.
No cenário das organizações nacionais, é comum observar que empresas de diversos
segmentos, principalmente de grande porte, têm estreitado conhecimento sobre a metodologia
do EVA®, incorporando o conceito que a geração de valor é indispensável para a
perpetuidade de uma organização.
Atkinson et al (2000: 650) abordam a remuneração por desempenho acima da média
de forma particular. Para eles, “Nos anos em que o desempenho excede o objetivo do valor
ecomico adicionado, dois terços de todos os pmios o colocados num banco de bônus,
que é levado à frente e somente pago se o gerente atingir o objetivo do valor econômico
adicionado nos anos subseqüentes.
A abordagem de gestão pelo desempenho é característica do EVA®. Essa ferramenta
prioriza o valor pelo foco conciso da perpetuidade do negócio. Stewart (1990) demonstra
algumas estratégias que organizações podem adotar para que haja a maximização do valor.
a. Aumento do valor sem acréscimo de mais capital: esta abordagem
estratégica é tipicamente operacional e atua de forma a aprimorar o
necio já existente, ou seja, visa a maximizar valor através de uma
melhoria de performance nas entradas, nas receitas e, na otimização
do custo. Como o Lucro Ajustado é uma importante variável no
modelo EVA®, sua maximização proporcionará, se forem mantidas
as demais variáveis estáveis, custo de capital e volume de capital
investido, um crescimento do lucro econômico e, por conseguinte,
do valor.
43
b. Ter crescimento no capital investido, proporcionando retorno
superior ao custo deste capital: esta ação é diretamente relacionada
ao retorno. Quando se tem um aumento do capital investido, para
que exista a geração de valor, é necessário obter em qualquer
investimento realizado retorno superior ao custo de capital investido.
Assim, projetos ou ações que se destacam por baixo retorno devem
ser deixados de lado, uma vez que reduzirão o valor em uma
organização.
c. Redução do capital investido: neste caso, a redução do capital deve
se dar sem que haja perda no desempenho operacional. Isto pode ser
evidenciado em empresas que atuam de modo concreto em ações à
reduzirem os estoques, prazos de pagamentos e readequação dos
recebimentos.
2.8 Os componentes do valor a partir do EVA®
Toda a estruturação do modelo EVA® não está centrada apenas na conceituação de
uma nova ferramenta ou métrica para avaliação de desempenho, uma vez que constitui um
modelo de gestão voltado para o acompanhamento periódico da criação do valor.
O EVA® pode trazer a informação de valor criado ou destruído, mas, para que seja
formalizado o valor de uma companhia, são necessárias algumas abordagens mais avançadas.
Quando se trata de gerar valor, Copeland, Koller e Murrin (2002: 278) observam a
necessidade de verificar a relação entre o lucro econômico gerado em um determinado
peodo e o valor de uma empresa. Para eles, “Com a abordagem pelo lucro econômico, o
valor contínuo não representa o valor da empresa após o período de previsão explícita. Em
vez disso, é o valor incremental sobre o capital investido da empresa ao fim do período de
previsão explicita.”
Então, o valor total da empresa pode ser demonstrado da seguinte forma:
44
Figura 3: A composição do valor através do EVA®
Valor =
Capital investido
no início da
previsão
+
Valor presente do
lucro econômico
previsto durante o
período de previsão
explícita
+
Valor presente do
lucro econômico
após o peodo de
previsão explícita
Fonte: Copeland, Koller e Murrin (2002: 278)
VC = Lucro econômico
T+1
+ (NOPLAT
T+1
)(g/ROIC
1
)(ROIC
1
-WACC),
WACC (WACC-g)
em que:
Lucro econômico
T+1
Lucro econômico normalizado no peodo
ano após o período de previsão explícita.
NOPLAT
T+1
NOPLAT normalizado no primeiro ano
após o período de previsão explícita.
g Taxa de crescimento prevista para o ROIC
na perpetuidade.
ROIC
1
Taxa prevista de retorno sobre novos
investimentos.
WACC Custo médio ponderado de capital.
O termo VC refere-se ao valor contínuo, ou seja, ao último termo da equação do valor.
Em uma análise conceitual, o valor de uma empresa, pela abordagem do lucro
econômico, consiste na composição do lucro econômico projetado no período explícito mais a
projeção no período de perpetuidade dos investimentos que superam o custo de capital.
Na estruturação do modelo para o cálculo do valor de uma organização, algumas variáveis e
conceitos devem ser considerados, e não apenas a estrutura do EVA® por si só.
45
Segundo Damodaran (2001: 813-814), para o início das apurações de valor, toda e
qualquer análise deve levar em consideração o valor presente de um determinado montante
em valores projetados ou estimados. A função do NPV (Net Present Value) – Valor Presente
quido, retrata a condição de valor no tempo e, sendo positivo, indica superação de
investimentos ou retornos sobre o seu respectivo custo. Assim, o valor de uma empresa pode
ser expresso da seguinte forma:
t=n
NPV = EVAt/(1+kc)
t
t=1
t= t=
Valor da Firma = Capital Invetido* + EVAt/(1+kc)* + EVAt/(1+kc)
t**
t=1 t=1
* Momento projetado da empresa, previsão explícita
** Período de projeção não explícita
Modelo adaptado Damodaran (2001: 813-814)
Para Damodaran (2001: 813-814), “O valor de uma empresa pode ser escrito como a
soma de três componentes: capital investido em ativos imobilizados, o valor presente líquido
do valor econômico adicionado por estes ativos, e a expectativa do valor presente liquido do
valor econômico adicionado promovida pelos investimento futuros.
12
12
[...] the value of a firm can be written as the sum of three components: the capital invested
in assets-in-place, the present value of the economic value added by these assets, and the
expected present value of the economic value that will be added by future investments.”
46
3. PANORAMA DO SETOR AEROESPACIAL
O setor aeroespacial, mais especificamente o segmento de aeronaves civis, é marcado
por uma indústria altamente desenvolvida, com capacidade tecnológica de vanguarda,
proporcionando suporte às mais complexas exigências deste setor.
A indústria aeroespacial, no desenvolvimento e na fabricação de seus produtos,
caracteriza-se por exigir elevados investimentos; utilizar intensivamente mão-de-obra
altamente qualificada; integrar atividades multidisciplinares; ser geradora de tecnologias de
ponta com rápida evolução; ser de difícil automação devido à pequena escala de produção;
propiciar a transferência de inovações a outras indústrias; ter produtos que, além de
complexos, são de alta densidade tecnológica e longo ciclo de desenvolvimento e produção.
Contudo, por se tratar de uma indústria que gera diferencial competitivo entre nações,
dificilmente as grandes negociações que ocorrem neste setor, são vistas sem a presença dos
governos destas nações, pois a necessidade de apoios e as alianças poticas são fundamentais
para o sucesso e expansão do setor.
A projeção mundial das vendas e produção de aviões de porte médio (10 a 120
assentos) no período de 2001 até 2010 é de aproximadamente, cinco milhares de unidades,
conforme Tabela 2. Os Estados Unidos respondem por cerca de 50% desse total e, a Europa,
por 25%.
47
Tabela 2: Projeção em unidades de vendas de aviões de 10 a 120 acentos (2001 até 2010)
Fonte: Relatório Anual da Embraer, 2004.
O maior evento no cenário aeroespacial mundial ocorreu em 11 de setembro de 2001,
quando o mundo se deparou com um dos mais sérios atentados terroristas, em que dois aviões
americanos se chocaram com dois prédios no centro de Nova Iorque. Este foi um momento
em que as indústrias aeronáuticas espalhadas ao redor do mundo tiveram que repensar seus
planos de continuidade no negócio. Em primeiro lugar, o preço das ações destas companhias
desabou, transformando cenários promissores em prejuízos. Os custos operacionais, como os
de seguros, alavancaram-se de forma nunca antes vista, além das baixas procuras pelo
transporte aéreo.
Estes impactos foram, inevitavelmente, conseqüências para a derrocada de diversas
empresas no cenário mundial, fazendo com que o setor se rearranjasse, iniciando um processo
de fusões e aquisições.
As alterações a que o setor aeroespacial foi submetido, modificou principalmente o seu
tamanho, no qual pequenas e mais frágeis companhias foram excluídas ou incorporadas por
outras organizações maiores. Com isso, as aeronaves passaram a ter um nível de ocupação
maior.
O Gráfico 2 salienta a evolução da eficiência das indústrias do setor aeroespacial,
passando a obter maior relação de ocupação de suas aeronaves. Isto se deu pela necessidade
da otimização dos custos, frente aos mais diversos desafios competitivos.
48
Gráfico 2: Receita em US$ das empresas aéreas por passageiro por quilometro voado
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
O setor de aeronaves sempre se mostrou altamente competitivo, em decorrência a alta
especialização da mão-de-obra, do alto desenvolvimento tecnológico e dos custos
operacionais extremamente onerosos. De acordo com uma evolução da lucratividade do setor
mundial, conforme Gráfico 3, apesar de instabilidades constantes, até 2001, o setor
apresentou, em média, posição favorável. Após 2001, o setor tem apresentado sucessivos
déficits na lucratividade, sem demonstrar tendência real de reversão deste resultado.
Gráfico 3: Lucratividade do setor aeroespacial mundial
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
Em relação à adequação entre a produção, ou pedidos colocados nas instrias, e as
respectivas entregas, em uma evolução nos últimos 40 anos, é possível observar que não há
Lucro Operacional (US$ bilhões)
49
um descompasso muito agressivo entre as duas curvas, algo que evidencia pleno atendimento
à demanda.
Gráfico 4: Pedidos e entregas em unidades de aviões no mundo
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
Como é possível observar, o setor aeroespacial constitui-se de forma altamente
peculiar. Ao mesmo tempo em que se mostra gigante, com faturamento total chagando
próximo dos US$ 298 bilhões em 2004, possui vulnerabilidades internas fortíssimas e por, ser
altamente capitalizado, mediante aos fatores externos torna-se inevitavelmente refém.
Tabela 3: Receita líquida (US$ milhões) do setor aeroespacial
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
- Total de pedidos - Total de entregas
50
O setor também se mostra consideravelmente distinto na sua geração de lucro,
chegando a US$ 12 bilhões em 2004.
Tabela 4: Lucro Líquido (US$ milhões) do setor aeroespacial
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
Em síntese, o setor aeroespacial constitui-se em um gigante em fase de recuperão.
Ainda com margens reduzida, em comparação aos demais setores da economia, na faixa de
4%, o setor tem se reorganizado.
O mercado de aeronaves no mundo mostra-se, no mínimo, desafiador. Centrado no
contínuo desenvolvimento tecnológico, empresas deste setor devem estar focadas no
desenvolvimento e aprimoramento de suas técnicas, além de contar com inserção contínua de
altos vultos de capital. Desta forma, empresas neste segmento destacam-se pelo volume
exportado, uma vez que necessariamente para suportarem os altos custos, dependem de novos
mercados.
Em um cenário de médio e longo prazo, somente sobreviverão as empresas que se
dispuserem a ter uma visão de eficiência e excelência. Neste setor não são mais toleráveis
erros ou ineficiências, sejam eles tecnológicos ou operacionais.
51
4. A EMPRESA EM ANÁLISE
A construção deste trabalho, inicialmente, previu a conceituação teórica de
argumentos econômico-financeiros que, assim, estarão sendo aplicados à prática, em uma
empresa brasileira, a Embraer, tendo como foco a avaliação dos demonstrativos financeiros.
Deveremos dedicar este capítulo na explicação mais detalhada sobre a empresa em questão.
A Embraer é uma empresa localizada em São José dos Campos, São Paulo. Possui
cinco unidades fabris no Brasil, e escritórios e centros técnicos em países como China,
Cingapura, Estados Unidos e França. A empresa vem se destacando no mercado aeroespacial
pela sua determinação em atender o seu cliente de forma completa, visando a necessidade do
cliente externo com as exigências proporcionadas pelos seus acionistas. Em suma, a Embraer
é uma empresa que tem atuado no mercado aeroespacial, basicamente de duas formas: no
fornecimento de aeronaves comerciais para empresas ao redor do mundo e no fornecimento
de aeronaves para unidades de defesa, como o Exército Americano.
A Embraer nasceu em decorrência do plano do Governo Brasileiro em capacitar a
indústria aeroespacial, na década de 40. O projeto, em seu início, consistia em construir uma
base técnica capaz de avançar nos estudos aeroespaciais e, assim, tornar-se capaz de atender
as demandas dos pólos mais desenvolvidos do mundo. Então, em 1946, foi criado o CTA
(Centro Técnico de Aeronáutica), hoje conhecido como Centro Técnico Aeroespacial. Em
1950, passou abrigar o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e, em 1953, foi criado o
IPD (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento).
No decorrer destes anos, diversos projetos foram iniciados no CTA. Na década de 50,
iniciaram-se projetos como o Convertiplano, o helicóptero Beija-flor, o avião turboélice
Bandeirante. Este último, iniciado em 1965, deu origem à criação da Embraer, em 19 de
agosto de 1969.
As pesquisas iniciadas na metade do século XX permitiram à Embraer crescer no
mercado nacional e despontar como empresa detentora de conhecimento específico também
52
no mercado internacional. A partir de 1974, ela passou a atuar no mercado internacional com
a exportação do EMB 110 Bandeirante e do EMB Ipanema. Em 1976, com o EMB 121
Xingu, marcou sua época com o lançamento de uma aeronave pressurizada.
A Embraer é hoje a 4ª maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo. Com mais
de 3.600 aviões produzidos (2006), voando em 58 países e 16.500 funcionários (85% no
Brasil) foi também, em 1999 e 2001, a maior exportadora brasileira e de 2002 a 2005 a
segunda maior. Em 1999, a Embraer formalizou uma aliança estratégica com as maiores
empresas aeroespaciais euroias, que detêm hoje cerca de 20% de seu capital social. São
elas: Snecma, EADS, Dassault Aviation e Thales. Isso facilitou a entrada em mercados mais
fechados e competitivos. Seus primeiros aviões de sucesso no exterior foram o Bandeirante e
o Xingú, turbo-hélices, que invadiram o mercado brasileiro e norte-americano em suas
categorias e elevaram o nome da empresa como indústria internacional de aviação regional e
comercial. Como a empresa estatal era deficitária, o governo federal resolveu leiloar a
companhia num dos diversos leilões promovidos pelo BNDES e hoje é um grupo saudável,
poderoso e muito lucrativo, num mercado extremamente competitivo.
Apesar do grande avanço marcado pela criação da Embraer, o acompanhamento das
melhores e mais modernas práticas mundiais começou a se fazer presente no final dos anos
70, quando lançamentos como EMB 312 Tucano e EMB 120 Brasília e parcerias com
empresas italianas Alenia e Aermacchi permitiram que a Embraer adentrasse em um novo
patamar tecnológico. Entretanto, o avanço tecnológico não foi capaz de impedir uma forte
crise financeira nos anos 90. Nesse momento, além de abandonar projetos importantes para o
crescimento organizacional, a empresa teve a necessidade de reduzir, consideravelmente, o
quadro de funcionários. Isto culminou com a sua privatização em 1994, que lhe trouxe novo
lego.
A partir desse momento decisivo, com a união de duas sólidas culturas, a da
engenharia e indústria, constrda ao longo das décadas passadas e, a empresarial, que trouxe
novas capacitações gerenciais e financeiras, a Embraer iniciou um processo de retomada do
crescimento, impulsionada pelo projeto da família ERJ 145. Nos anos seguintes, com o
lançamento da família EMBRAER 170/190, da aeronave executiva Legacy, dos produtos de
53
defesa na área de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (Intelligence, Surveillance and
Reconnaissance - ISR) e do projeto ALX Super Tucano, a Embraer expandiu
significativamente sua atuação no mercado aeroespacial, ampliando receitas e diversificando
mercados. Desde 1995, ano seguinte à sua privatização, a Embraer exportou US$ 17 bilhões
em produtos e serviços, tendo sido a maior exportadora brasileira entre 1999 e 2001.
Contribuiu, ao longo desses dez anos, com US$ 6,6 bilhões para o saldo da balança comercial
do País. Hoje, a Embraer é uma empresa líder no mercado de jatos comerciais de até 110
assentos.
A partir de 2004, importantes acontecimentos, tais como a entrada em operação do
EMBRAER 170, primeira das quatro aeronaves da nova família de jatos comerciais
EMBRAER 170/190, programa no qual vem sendo investidos cerca de US$ 1 bilhão, a
escolha da plataforma do ERJ 145 para o programa Aerial Common Sensor (ACS) do
Exército e Marinha dos Estados Unidos, o lançamento da primeira aeronave de serie do
mundo certificada para operar a álcool, o Ipanema, entre outros, firmam as bases de um
desenvolvimento ecomico e social próspero e sustentável. Em consonância com as
exigências e características do sofisticado negócio aeroespacial, a ação empresarial da
Embraer se apóia em cinco pilares - alta tecnologia, pessoas qualificadas, presença global,
flexibilidade e intensidade de capital - que recebem contínuos investimentos, sempre voltados
para a permanente e completa satisfação de seus clientes. Nessa satisfação está a origem dos
resultados da Embraer e a consecução de seu prosito maior: a geração de valor para os seus
acionistas.
Com o avanço tecnológico e o constante desafio dos custos crescentes, as empresas
aéreas mundiais, e nesse contexto, a EMBRAER, têm se deparado com um cenário adverso,
embora muitas foram as alterões propostas para o setor. Agora, o setor, em geral, tem
apreciado o surgimento de empresas aéreas dedicando-se a atuarem em rotas curtas e com
preço de passagem muito baixo. Neste sentido, há um crescimento contínuo na procura de
aeronaves menores, com 50 ou 70 assentos, e neste ponto, a EMBRAER tem se destacado,
uma vez que, habilitada neste portifólio, tem se tornado forte destaque no cenário da aviação
mundial.
54
Na Tabela 5, é possível observar a evolução da EMBRAER diante seus principais
concorrentes.
Tabela 5: Número de aeronaves entregues pela Embraer e concorrentes
Fonte: Monthly Handbook - JPMorgan - Janeiro/2006.
A EMBRAER tem se despontado no cenário mundial pelo arrojo no desenvolvimento
de projetos de alto valor agregado. Assim, outro nicho de negócio, no qual, a EMBRAER tem
investido confere ao setor de defesa, e principalmente o Norte Americano, que em 2004,
atingiu gasto globais de US$ 400 bilhões.
Nos aspectos operacionais, a EMBRAER é composta por uma direção executiva,
desmembrada do conselho de administração, a fim de garantir responsabilidades e atuações
distintas entre as partes. Além disso, em linha com as necessidades intrínsecas ao pleno e
constante acompanhamento dos processos operacionais, demonstrações financeiras e aspectos
legais, é constituído um conselho fiscal.
55
5. PESQUISA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 Apresentação dos resultados obtidos
Nesta etapa do projeto abordaremos as questões quantitativas da análise, envolvendo
conceitos teóricos já discutidos concomitantemente ao estudo de caso da EMBRAER. O
período escolhido na análise corresponde a 10 anos, ou seja, 1995 a 2004.
Como a empresa em análise possui negociação de ações em bolsa, os dados referentes
ao preço de suas respectivas ações foram buscados a partir da BOVESPA,
(www.bovespa.com.br). Além disso, fontes de dados como Relatório Anual da Embraer e
Economatica foram utilizadas para o completo levantamento de informações como, resultado,
balanço entre outros.
Com o objetivo de propor um conhecimento aprofundado dos principais números da
Embraer, o próximo sub-capítulo explorou a avaliação da performance da empresa através do
demonstrativo de resultado, balanço patrimonial e os principais indicadores, preparando a
oportunidade para o desenvolvimento das análises propostas.
5.1.1 Demonstrativo do Resultado do Exercício
No decorrer dos anos, a EMBRAER encontrou no que tange ao resultado, uma rota de
crescimento e a otimização da performance operacional, conforme Tabela 6. Isso deveu-se
principalmente a questão da privatização da companhia que ocorreu em 1994, iniciando um
processo estratégico conciso em redução dos custos e diversificação dos negócios, e a partir
deste momento, a empresa começou a se destacar por excelente performance, principalmente
no cenário mundial, tornando-se um expoente e condutor das tendências em seu respectivo
segmento.
56
Tabela 6: Demonstrativo de resultado da Embraer – R$ mil (1995-2004)
Fonte: Economatica
Ao compararmos o desempenho horizontal, ou comumente chamado de análise
horizontal, temos:
Tabela 7: Análise horizontal da Embraer (1995-2004)
Fonte: Economatica
O desempenho acima, mostrado principalmente pelo AAGR (Annual Average Groth
Rate), indicador que retrata a variação média anual, informa-nos que o desempenho da
organização em análise foi extremamente salutar, passando a ter um crescimento médio anual
das vendas líquidas de 36%.o obstante, com a otimização dos custos, o desempenho
refletido no lucro foi extremamente considerável, tendo a partir do momento em que os
resultados se tornaram positivos (1998 até 2004), demonstrado crescimento médio ao ano de
34%.
57
Para podemos avaliar melhor o desempenho de contas chaves no demonstrativo de
resultado frente à evolução dos principais índices da economia, inclusive Dólar, conforme
Gráfico 5, evidenciou-se por apresentar uma altíssima representatividade de suas vendas no
mercado externo, cerca de 90%, o aumento da receita líquida em Reais acompanha de forma
bastante acentuada a evolução da moeda Norte Americana.
Gráfico 5: Evolução da receita líquida da Embraer em R$ bilhões em relação ao Dólar
0,92
1,01
1,08
1,16
1,81
1,83
2,35
2,92
3,08
2,93
-
2
4
6
8
10
12
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Bilhões Reais
-
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Tx. Câmbio
Receita Líquida
Dólar Médio
Fonte: Economatica
A análise vertical também evidencia a saudável situação financeira da empresa no
período pós-privatização.
Tabela 8: Análise vertical da Embraer (1995-2004)
Fonte: Economatica
58
A análise vertical contribui para algumas conclues valiosas para uma organização. A
partir de sua consecução, o administrador pode mensurar as diversas despesas e receitas por
uma participação de sua receita líquida, ou seja, se a performance é positiva ou não.
Gráfico 6: Evolução percentual da análise vertical (1995-2004)
-100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60% 80% 100%
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
Participação da Receita Líquida
Lucro Liquido
LAIR
Lucro Operacional
Lucro Bruto
Custo Produtos Vendidos
Fonte: Economatica
A evolução apresentada no Gráfico 6 fortifica os valores intrínsecos na análise
vertical, onde a EMBRAER, amargou períodos deficitários, pom, condicionada a uma
recuperação, chegando em 2004, a uma margem líquida de 12%.
5.1.2 Balanço Patrimonial
A exposição do balao patrimonial, em Reais por mil e corrigidos pela inflação do
período, consiste na obserncia das principais alocações de recursos que ocorreram ao logo
dos anos, fontes de financiamentos e ainda se estas alterações refletiram em determinantes
positivas para a performance da organização.
59
Tabela 9: Balanço patrimonial da Embraer – R$ mil (1995-2004)
Fonte: Economatica
Com o crescimento sustentável da organização ao longo dos dez últimos anos, a
EMBRAER alcançou um salto considerável em seus ativos, cerca de 24% de crescimento
médio anual. Para tal expansão, a questão das aquisições de novas fontes de capital externa se
tornou natural e necessária, como é possível avaliar no passivo, em financiamento de longo
prazo. Nos últimos dez anos a taxa de crescimento médio dos empréstimos de longo prazo foi
de 40%. A principal contratação de empréstimos da organização concentrou-se no
desenvolvimento de projetos e aquisição de materiais. Esta segregação amparou-se em
60
contratações em moeda estrangeira,lar, representando quase 50% dos empréstimos, a uma
taxa base de 7% a.a. O restante está lastreado, quase que em sua totalidade, em captações via
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com taxas anuais
variando em TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo mais spread.
5.1.3 Os indicadores de desempenho
Inicialmente, serão apresentados os indicadores de desempenho, possibilitando uma
análise quantitativa da empresa. Os indicadores estão agrupados de forma única, alinhados
alfabeticamente.
Tabela 10: Indicadores de Desempenho da Embraer – (1995-2004)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Divida Bruta / Atv Tt % 25,5 39,3 26,9 39,7 38,2 21,1 23,2 17,4 23,5 25,1 21,4
Divida Bruta / Pat Liq % 150,3 322,1 112,2 195,2 189,4 69,8 72,9 58,7 80,8 80,4 76,8
EBIT / Divida Bruta % -3,2 2,3 30,2 33,3 49,3 101,2 119,1 125,5 47,0 57,1 29,3
Divida CP / Divida Tt % 49,9 48,7 65,8 81,6 75,4 66,9 68,3 44,2 49,5 38,3 30,6
Pay Out % 0,0 0,0 0,0 41,8 30,0 44,6 36,7 28,0 33,2 46,6 62,7
Giro do Ativo 0,3 0,3 0,6 0,8 1,0 1,0 0,9 0,7 0,5 0,7 0,5
Margem Bruta % 19,1 20,9 26,7 28,3 29,0 31,1 41,6 44,6 35,8 33,3 23,7
Margem EBIT % -2,6 2,6 14,0 17,3 19,3 21,3 31,0 31,6 21,6 19,8 11,7
Margem Liquida % -87,0 -32,1 -4,0 8,4 12,2 12,7 16,0 15,2 8,9 12,3 7,8
Margem EBITDA 11,6 16,4 21,4 23,7 23,1 24,2 33,4 34,1 24,0 22,0 14,8
Retorno sobre Ativo % -27,1 -11,0 -2,3 6,4 11,9 12,7 14,2 10,5 4,6 8,9 4,2
Retorno sobre Patrimônio Líquido % -159,7 -89,9 -9,7 31,6 59,1 41,9 44,8 35,4 15,7 28,4 15,0
Fonte: Economatica
Os indicadores demonstrados na Tabela 10 constituem os principais para a Embraer
sobre a ótica da mensuração do seu desempenho financeiro. Ao longo dos anos é perceptível a
evolução consistente destes indicadores traduzida por uma estratégia de ampliação sustentável
dos negócios frente a uma potica de redução dos custos. As ações de expansão de novos
mercados, como por exemplo, Americano e Chinês, fizeram com que a Embraer evoluísse
operacionalmente, aumentando seu faturamento e ao mesmo tempo introduzindo uma gestão
voltada para o resultado. Isto contribuiu para que indicadores como margem líquida e pay out
evoluíssem virtuosamente, -87% para 7,8% e 0 para 62,7%, respectivamente.
61
Alguns indicadores podem explicar de forma direta o excelente desempenho da
Embraer após 1994, como:
Dívida Bruta / Patrimônio Líquido
Exigível Total / Patrinio Líquido
Lucro por ação
Margem Bruta
Margem Líquida
Retorno sobre ativo
Retorno sobre Patrimônio Líquido
Valor Patrimonial da ação
Ao longo dos anos o endividamento reduziu-se, as receitas aumentaram, e
principalmente, o mercado, através da valorização do preço da ação, entendeu este novo
momento da Embraer. Neste sentido, a empresa redirecionou a sua estratégia, determinando
novos patamares avaliativos, novas rotas para o crescimento.
Para que este caminho de análise fosse construído de forma evolutiva e didática,
abordamos as principais premissas utilizadas para compor, em primeiro lugar, o custo de
capital da organização e, em segundo momento, o EVA®.
5.1.4 O custo do capital próprio da Embraer
O modelo adotado para a construção do custo de capital foi o CAPM, já discutido em
capítulos anteriores. Na abordagem sobre a conceituação de um modelo para estabelecer o
custo para um determinado capital, muitas são as definições. Segundo Weston e Brigham
(2000), o investidor sensato, não deve se preocupar, implacavelmente, se o preço da ação
subiu ou desceu, mas o que realmente importa é o aumento ou redução do risco em uma
carteira.
62
Assim, temos a equação do CAPM:
E(Rj) = Rf + [E(Rm) – Rf)]bj ,
Na qual:
E(Rj) = Retorno esperado
Rf = Retorno livre de risco
E(Rm) = Retorno esperado de mercado
bj = quantificação do risco não diversificável = COV (Rj,Rm)/VAR (Rm)
1) A taxa livre de risco
Para a definição do Rf, a taxa livre de risco, alguns autores se colocam sobre a posição
de grandes variações de um país para outro. Damodaran (2002) afirma que a taxa livre de
risco poderia, em seu limite superior, compreender-se entre a taxa de juros de financiamento
da maior e mais segura empresa do país e, o limite inferior, a taxa de juros oferecida por um
banco seguro local. Em suma, o ativo livre de risco deverá ser aquele que garanta, com
certeza, fluxos de caixa futuros. Fama, Barros e Silveira (2002), fazem alguns estudos da
adequação do Cbond (título da dívida brasileira) na conceituação de um ativo livre de risco.
Fama, Barros e Silveira (2002), realizam testes estatísticos a fim de comprovarem este fato
com o Cbond, que o apresenta resultado considerável ao nível de 5% de significância.
Assim, os testes são prosseguidos, e nota-se que tanto a poupança como o CDI alcançaram
beta igual a zero ao nível de 5% de significância.
Para o nosso estudo fora considerado como taxa livre de risco o CDI, conforme
disposição abaixo:
CDI médio 1995 a 2004 = 26,1 %a.a.
63
2) O coeficiente beta (b)
O coeficiente beta mede a volatilidade de um determinado ativo em relação ao
mercado.
Deste modo, para os períodos compreendidos entre 1995 e 2004, foi utilizado beta
referente aos retornos do ativo e do mercado dos últimos 60 meses, sendo b=0,8. Este cálculo
foi efetuado baseando-se nos dados apresentados e comparados com informações da
consultoria Economatica.
3) O retorno de mercado e prêmio pelo risco de mercado
Para este estudo, o retorno de mercado utilizado para o cálculo do Rm foi o
IBOVESPA, índice este extraído da Bolsa de Valores do Estado de São Paulo. O cálculo foi
executado a partir da média aritmética dos retornos de mercado ao longo de 1995 a 2004.
Assim, para se ter o retorno de mercado, e, o prêmio pelo risco de mercado, temos:
Rm
1995/2004
= 30,7%
(Rm – Rf)
1995/2004
= 4,6%
Tabela 11: Evolução do custo de capital próprio da Embraer – (1995-2004)
Fonte: Economatica e análise do estudo de caso
64
5.1.5 Custo de capital de terceiros da Embraer
Como comentado no referencial teórico deste estudo, o custo de capital de terceiros se
dá a partir do momento que uma empresa assume a contratação de algum tipo de
financiamento. O custo de capital de terceiros pode ser considerado como os juros dos
empréstimos, ou seja, possuem um determinado valor e são exigidos a determinado período.
Para a EMBRAER, ao longo dos anos, foi observada e conservada a divisão entre
financiamentos em moeda nacional e estrangeira, e através do balanço patrimonial da
companhia, podido identificar o custo médio de cada fonte, conforme Tabela 12:
Tabela 12: Evolução do custo de capital de terceiros da Embraer – (1995-2004)
Fonte: Economatica e análise do estudo de caso
5.1.6 Custo médio ponderado de capital
Como abordado no catulo II, referencial teórico, o custo médio ponderado de capital
é uma medida de avaliação ponderadas das diversas fontes de capital da organização. Com
esta variável, é posvel avaliar exatamente qual o custo de capital de uma determinada
organização. Assim, ponderando todas as fontes de capital, a EMBRAER apresentou no
período analisado, o seguinte WACC:
65
Tabela 13: Evolução do custo médio ponderado de capital da Embraer (1995-2004)
Fonte: Economatica e análise do estudo de caso
5.1.7 O EVA® da Embraer
A partir de sua privatização, em 1994, a Embraer teve que redirecionar seus objetivos
estratégicos frente aos desafios de um mercado altamente concorrido. Inicialmente, 1995,
partiu com EVA® negativo em R$144 milhões, destruindo valor, algo que ao longo dos anos,
através de arrojos operacionais e estratégia de crescimento, pode ser corrigido, chegando em
2004 com EVA® positivo em R$972 milhões. Em uma análise pontual, a partir do momento
em que o EVA® se tornou positivo, em 1997, comparando com 2004, o crescimento foi de
516%.
Para o êxito na performance apresentada, alguns fatores foram responsáveis, como o
crescimento qualitativo dos produtos oferecidos ao mercado, promovendo o crescimento das
vendas, e ainda, a otimização dos recursos utilizados na operação, como custos e fontes de
financiamento.
66
Tabela 14: Evolução do EVA® - R$ mil (1995-2004)
5.2 As análises envolvendo a Embraer
Assim, a pesquisa consistiu em investigar se a estrutura de capital da Embraer
proporcionou ouo maximização do valor da companhia, e ainda, se o EVA®, variável de
explicitação do valor neste estudo, manteve correlão significante com o preço da ação e
outros indicadores de desempenho.
Desta forma, em sentido mais amplo, buscou-se identificar quais as variáveis que
influenciaram o EVA® ao longo dos últimos dez anos.
Em primeiro momento, utilizou-se a pesquisa desenvolvida por Brigham, Gapenski e
Ehrhardt (2001) e, assim, para a Embraer, temos:
67
Tabela 15: Evolução do Valor da Embraer (1995-2004) – R$ mil
A Tabela 15 explicita o valor da Embraer ao longo dos anos e, principalmente, após a
privatização, 1995, o valor atingiu crescimento vertiginoso, 1016% (1995-2004). Na análise
do valor da empresa, é possível observar que o valor aumenta ao longo dos anos, enquanto o
fator dívida em relação ao valor diminui. Além disso, a influência não se dá somente pelo
fator dívida em relação ao valor, mas também pelo fato do WACC ter reduzido e a elevação
do preço da ação ter se mostrado consistente.
No estudo realizado, classificando a análise pelo valor da empresa, temos:
Tabela 16: Evolução do Valor da Embraer (1994-2004) – R$ mil
68
O maior valor encontrado para a Embraer ocorreu no ano de 2004, R$ 8,5 bilhões.
Desta forma, a estrutura ótima para a organização em análise se deu quando cerca de 44,6%
em dívida foi contratada. Não se pode inferir que a estrutura de capital será estática ao longo
dos anos, pelo contrário. O conceito de estrutura ótima é momentâneo, podendo se alterar e
formar condição melhor do que a apresentada.
A escolha dos indicadores que fizeram parte dos estudos de correlação para Embraer
foi baseada na influência que este exercia sobre a estruturação do cálculo do valor da
empresa.
Para que esta análise fosse construída, optou-se por observar todos os principais
indicadores de desempenho da Embraer, isto é, variação percentual, que possuíssem
interdependência com a geração de valor, a fim de permitir inferir se houve correlação
significante entre o EVA® e outros indicadores de desempenho.
Tabela 17: Variação em % dos indicadores de desempenho (1995-2004)
A realização da análise se amparou em desenvolver correlações lineares simples e,
ainda, a utilização do teste estatístico de significância t a fim de provar ou não a hipótese em
questão. Para sedimentar as proposições, foi utilizado também o artifício da estatística Cp
13
,
possibilitando a construção, através de sucessivas regressões múltiplas, a escolha da melhor
composição de indicadores correlatos.
A equação básica adotada foi Y = a + b
1
X
1
+ e, onde Y é a variável dependente, em
primeiro momento, EV e X
1
é a variável independente – o Valor D/V, por exemplo. Os
13
Estatística Cp – Teste de modelo estatístico avaliativo de modelos
69
coeficientes da regressão são a e b
1
e o erro é representado pelo e. Alternadamente, a variável
dependente foi se alternando, até que todos os indicadores de desempenho fossem utilizados.
Em negrito, na Tabela 18, encontram-se os valores para R
2
maiores para cada variável
independente (WACC – Preço da Ação – Kd Custo Capital de Terceiros – Ks Custo de
Capital Próprio – Crescimento da Receita – Participação dos Custo sobre a Receita Líquida
Variação do Lucro Líquido – Variação do Lucroquido por Ação – Variação do fator dívida
sobre o valor da empresa – Variação do NOPLAT). Os testes se iniciaram tendo com variável
dependente o EVA®, e após, todos os outros indicadores de desempenho foram
condicionados à variável dependente. Pelo contexto analisado, os maiores R
2
se deram
quando a variável dependente EVA® foi correlacionada com o NOPLAT 0,7649, quando a
variável dependente Ks foi correlacionada com a variação do lucroquido 0,8359 e por fim,
quando a variável dependente variação do lucro líquido foi correlacionada com o variação do
lucro por ação.
Tabela 18: R
2
entre os principais indicadores de desempenho (1995-2004)
Objetivando auferir um resultado com precisão maior, foram efetuados os testes
estatísticos t de significância a 0,05, e assim, podendo delimitar quais correlações realmente
poderiam ser aceitas.
70
Tabela 19: Teste t entre os principais indicadores de desempenho (1995-2004)
Tabela 20: Validação das variáveis independentes para a Embraer (1995-2004)
Pelo analisado e comprovado, não foi possível identificar significância geral para o
EVA® e as demais variáveis dependentes. As análises mostraram-se incapazes de traduzir
que os indicadores de estrutura de capital influenciam diretamente a geração de valor para a
companhia, entretanto, o NOPLAT pode ser significativamente correlacionado, e desta forma,
podemos concluir que questões, intrinsecamente de cunho operacional, podem traduzir em
maior nível o valor para a Embraer.
71
Ainda, foi possível identificar outras variáveis que, dada à correlação, foram capazes
de rejeitar a hitese de falta de significância, sendo elas:
EVA® e NOPLAT
Ks (custo do capital próprio) e Variação no lucro líquido
Ks (custo do capital próprio) e Kd (custo do capital terceiros)
Ks (custo do capital próprio) e Variação no lucro por ação
Kd (custo do capital terceiros) e Variação no lucro líquido
Kd (custo do capital terceiros) e Variação no lucro por ação
Crescimento da receita e Variação no lucro líquido
Crescimento da receita e NOPLAT
A fim de extrair o máximo das alises propostas, construiu-se uma série de relações
múltiplas, tendo como variável dependente o EVA® e independentes independente (WACC –
Preço da Aço – Kd Custo Capital de Terceiros – Ks Custo de Capital Próprio – Crescimento
da Receita – Participação dos Custo sobre a Receita Líquida – Variação do Lucro Líquido –
Variação do Lucro Líquido por Ação – Variação do fator dívida sobre o valor da empresa –
Variação do NOPLAT). Estas análises foram efetuadas e testadas incessantemente, até
chegar-se a resposta de quais poderiam ser as variáveis independentes capazes de,
significativamente, correlacionarem-se com o EVA®, a assim, utilizou-se a metodologia da
estatística Cp, que observa as correlações e prioriza a formação dos agrupamentos pelos
maiores R
2
encontrados, e ainda, se há significância a 0,05.
Considerando, o EVA® como variável dependente, e como variáveis independentes,
em quatro casos de análise distintos, temos:
Caso 1
X1 - WACC
X2 - Preço da Ação
X3 - Kd Custo Capital de Terceiros
X4 - Ks Custo de Capital Próprio
X5 - Crescimento da Receita
X6 - Participação dos Custo sobre a Receita Líquida
72
X7 - Variação do Lucro Líquido
Caso 2
X1 - Preço da Ação
X2 - Kd Custo Capital de Terceiros
X3 - Ks Custo de Capital Próprio
X4 - Crescimento da Receita
X5 - Participação dos Custo sobre a Receita Líquida
X6 - Variação do Lucro Líquido
X7 - Variação do Lucro Líquido por Ação
Caso 3
X1 - Kd Custo Capital de Terceiros
X2 - Ks Custo de Capital Próprio
X3 - Crescimento da Receita
X4 - Participação dos Custo sobre a Receita Líquida
X5 - Variação do Lucro Líquido
X6 - Variação do Lucro Líquido por Ação
X7 - Variação do fator dívida sobre o valor da empresa
Caso 4
X1 - Ks Custo de Capital Próprio
X2 - Crescimento da Receita
X3 - Participação dos Custo sobre a Receita Líquida
X4 - Variação do Lucro Líquido
X5 - Variação do Lucro Líquido por Ação
X6 - Variação do fator dívida sobre o valor da empresa
X7 - Variação do NOPLAT
73
Os quatro casos foram desenvolvidos pela limitação de sete variáveis independentes
testadas a cada modelo. Após a execução das análises os resultados foram:
Tabela 21: Caso 1 – Regressão Múltipla Tabela 22: Caso 2 – Regressão Múltipla
74
Tabela 23: Caso 3 – Regressão Múltipla
Tabela 24: Caso 4 – Regressão Múltipla
75
O caso 1 contemplou o maior número de correlações aceitas pelo modelo de
maximização de opções. O maior R
2
ajustado alcançado foi de 0,8483, evidenciando uma
relação significativa entre o EVA®, WACC, Custo de Capital Pprio e a variação na
participação dos custos sobre a receita líquida. Para este caso, podemos concluir que questões
operacionais envolvendo a gestão dos custos, foram decisivas para Embraer na obtenção de
maior valor. Além disso, o custo de capital próprio demonstrou evidencias claras de influencia
no valor da organização.
No caso 2, as correlações efetuadas possibilitaram eleger o modelo contemplado todas
as variáveis independentes como significante para a análise. Nenhuma outra combinação
possuiu relevância para ser aceita com explicativa. Portanto, neste caso 2, o EVA® possuiu
correlação significante com todas as demais variáveis independentes.
Para o caso 3, semelhantemente ao caso 2, foi possível constatar correlação do EVA®
com todas as variáveis independentes, e ainda, um segundo modelo foi aceito como
possibilidade de alta correlação, R
2
ajustado de 0,9684, contemplado pela união das variáveis
independentes (X1 – X2 – X4 – X5 – X6 – X7).
O último caso possibilitou a aceitação de quatro combinações de variáveis
independentes que, significativamente, explicaram correlação com o EVA®. Notou-se que o
caso 4, dentre os casos analisados, foi o segundo emmeros de correlações aceitas.
Para a Embraer as análises contidas tanto nas correlações lineares simples e depois nas
múltiplas, puderam evidenciar que o EVA® possui estreita correlão com fatores
operacionais, variáveis estas diretamente ligadas a gestão estratégica da companhia. Ficou
demonstrado ainda que no o maior R
2
ajustado nas correlações múltiplas, 0,9895, foi atingido
quando o EVA® correlacionou-se com o Preço da Ação, Kd Custo Capital de Terceiros, Ks
Custo de Capital Próprio, Crescimento da Receita, Participação dos Custo sobre a Receita
quida, Variação do Lucroquido e Variação do Lucro Líquido por Ação.
76
5.3 As análises envolvendo o setor aeroespacial mundial
No início deste estudo definimos que trataríamos, em primeiro plano, de queses
envolvendo a Embraer e, em seguida, análises intrínsecas do setor aeroespacial mundial.
Assim, o foco central desta etapa é:
qual a relação entre o EVA® gerado e os principais indicadores de
desempenho do setor aeroespacial?
No ambiente acadêmico tem se observado uma criação cada vez maior de técnicas
gerenciais envolvendo métodos avaliativos a fim de municiar os executivos a perseguirem a
maximização do retorno de suas empresas para seus acionistas, estes métodos, como o
EVA®, podendo ter maior ou menor grau de correlação com demais indicadores de
desempenho.
Como abordado neste estudo, o EVA® é um indicador de desempenho que tem
marcado espaço no cenário empresarial, refletindo a geração de valor para uma determinada
organização, condicionando fatores de investimento, custo de capital e retorno esperado.
Na avaliação do setor aeroespacial, este estudo de caso baseou-se na observação da
relação direta do EVA® entre principais indicadores de desempenho encontrados na
organização, partindo do pressuposto que estes evidenciam a geração de valor.
Neste sentido, foram apresentados dados em um período de 2003 a 2005 e a mediana
do período para treze empresas do setor em âmbito mundial.
As empresas relacionadas foram:
1. Alliant Techsystems
2. Armor Holdings
3. Boeing
4. Embraer
5. Gencorp
77
6. General Dynamics
7. Goodrich
8. L-3 Communications
9. Lockheed Martin
10. Northrop Grumman
11. Raytheon
12. Rockwell Collins
13. United Technologies
A análise proposta teve o objetivo de avaliar a performance de cinco indicadores
de desempenho em relação ao EVA®, revendo assim a simetria de informação entre
os indicadores relacionados ao valor, que ao observarmos os reports destas
companhias, apresentam-se com maior ênfase.
Os indicadores analisados foram:
1. EVA® - Economic Value Added
14
2. ROA – Return on Asset
15
3. ROE Return on Equity
16
4. Retorno da ação
5. ROIReturn on investments
17
6. EBITDAEarnings Before Interest Tax, Depreciation and Amortization
18
Apresentadas as principais premissas de análise, a pesquisa baseou-se em
relacionar o EVA® com a demais variáveis de valor, e para isto, estabeleceu-se a
necessidade de análises de regreso linear simples e múltipla.
Variável dependente: EVA® - Valor econômico adicionado dos períodos em
análise;
14
EVA® - Valor econômico adicionado
15
ROA Retorno sobre o ativo
16
ROE – Retorno sobre o patrimônio líquido
17
ROI – Retorno sobre o investimento
18
EBITDA – Lucro antes dos impostos, depreciação e amortização
78
Variáveis independentes: 1) ROA – Retorno sobre ativo = Lucro Líquido/Ativo
Total; 2) ROE – Retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro Líquido/Patrimônio
quido; 3) Retorno da ação = Variação percentual ([t/t-1]-1)
19
do preço da ação
negociado em bolsa; 4) ROI – Retorno sobre investimento; 5) EBITDA – Lucro antes
dos impostos, depreciação e amortização.
Para que a variável dependente EVA® e independente EBITDA estivessem na
mesma base numérica das demais, utilizou-se a metodologia de Biddle, Bowen e
Wallace (1997) de ajustar as variáveis para a mesma escala, dividindo-as pelo valor do
capital empregado das empresas.
Como procedimento estatístico, optou-se por iniciar alises de regressão
linear simples, onde o EVA® passou a ser analisado em relação aos demais
indicadores de desempenho, denominados variáveis independentes. Todas as cinco
variáveis independentes foram analisadas quanto a performance em relação a variável
dependente, gerando comparação entre variáveis sobre a ótica do R
2
e, ainda, na
execução do teste de signifincia t ao nível de 0,05.
A equação básica adotada foi Y = a + b
1
X
1
+ e, onde Y é a variável
dependente EVA® e X
1
é a variável independente – o ROA, por exemplo. Os
coeficientes da regressão são a e b
1
e o erro é representado pelo e.
19
[t/t-1]-1 – Preço da ação do período corrente dividido pelo preço daão do período anterior
79
Assim, tivemos como resultados:
Tabela 25: Regressão linear simples em 2003 – Setor aeroespacial
Tabela 26: Teste t em 2003 – Setor aeroespacial
80
Tabela 27: Validação das variáveis independentes em 2003 – Setor aeroespacial
Para o ano de 2003, a análise mostrou que o EVA® como variável dependente tem
relação maior com o ROI – Retorno sobre o investimento com R
2
= 0,9955 e teste t de
significância considerado apropriado para análise.
A segunda maior correlação do EVA® se deu com o EBITDA, R
2
= 0,9523, e logo em
seguida com o ROA e ROE, R
2
= 0,8723 e R
2
= 0,8115, respectivamente. Desta forma, notao-
se que para 2003, a maior relação do EVA® com os demais indicadores de valor se deu de
forma definitiva com os que contemplaram informações do resultado operacional da
organização, principalmente ROI, EBITDA, ROA e ROE. O indicador variação sobre o preço
da ação mostrou-se sem correlação significativa com o EVA®, confirmado pelo teste t de
significância, e conforme Tabela 27, não possível de ser considerada.
81
A análise evidenciou também o ano de 2004, como segue:
Tabela 28: Regressão linear simples em 2004 – Setor aeroespacial
Tabela 29: Teste t em 2004 – Setor aeroespacial
Para o ano de 2004 o mesmo efeito de correlão observado em 2003 se repetiu. O
EVA® teve maior grau de correlação com o ROI – Retorno sobre o investimento. Por mais
uma vez, para o setor aeroespacial, não se constatou relação significante entre o EVA® e o
preço da ação.
82
Tabela 30: Validação das variáveis independentes em 2004 – Setor aeroespacial
A Tabela 30 confirma a rejeição da hipótese de correlação entre o EVA® e o preço da
ação e, ainda, em uma análise subseqüente, tendo como variável dependente o preço da ação
(RET. AÇÃO) e as demais varveis como independentes,o se constatou, novamente,
correlação significante para ser aceita a hipótese.
Contudo, é possível inferir que até o momento, analisados 2003 e 2004, o preço da
ação não possui correlação direta para ser aplicado como influenciador na relação de valor
para o setor aeroespacial em comparação com os demais indicadores de desempenho.
Em 2005, tivemos:
Tabela 31: Regressão linear simples em 2005 – Setor aeroespacial
83
Tabela 32: Teste t em 2005 – Setor aeroespacial
Tabela 33: Validação das variáveis independentes em 2005 – Setor aeroespacial
Em 2005, o resultado da pesquisa mostrou semelhança com 2004.
Novamente a correlação mais acentuada do EVA® ocorreu com o ROI – Retorno
sobre investimento, R
2
= 0,9996, R
2
= 0,9782 e R
2
= 0,9601 para o EBITDA e ROA,
respectivamente.
A Tabela 33, teste t, corrobora com o resultado inicial da pesquisa em 2005, admitindo
rejeição da hipótese de correlação entre o EVA®, preço da ação.
84
Para que a análise pudesse superar qualquer sazonalidade por um determinado período
específico, optou-se pela captura de dados em três momentos e, ainda, elaborado pela
mediana dos dados dos três anos estudados, construiu-se um quarto período.
Tabela 34: Regressão linear simples (mediana 2003, 2004 e 2005) – Setor aeroespacial
Tabela 35: Teste t (mediana 2003, 2004 e 2005) – Setor aeroespacial
85
Tabela 36: Validação das variáveis independentes (mediana 2003, 2004 e 2005) Setor
aeroespacial
Considerando as análises envolvendo a mediana, tivemos simetria de informações com
os anos de 2003 e 2004, onde o EVA® possuiu correlação considerável com os indicadores
de valor ROI, EBITDA, ROE e ROA e, ainda, sendo rejeitada a hipótese de correlação com o
preço da ação.
Abrangendo a análise de regressão linear para o setor aeroespacial e considerando a
hipótese de correlacionar o EVA® aos possíveis mais importantes indicadores que persigam a
geração de valor em uma empresa, notou-se que o EVA® para o setor aeroespacial possuiu
consistência e simetria com o ROI, EBITDA, ROE e ROA, a correlação não foi observada
para com o retorno sobre a ação, ou preço da ação.
Desta forma, para o setor aeroespacial, observando apenas a regressão linear, é
possível inferir que a valorização ou não do preço da ação não é expressa diretamente pela
movimentação dos outros indicadores de valor, podendo talvez refletir que a utilização do
preço da ação não seja um indicador observado como diretamente condutor do valor das
empresas estudadas.
Prosseguindo as alises, foram efetuadas regressões lineares ltiplas objetivando
avaliar a melhor performance da variável dependente em relação às variáveis independentes.
Dada a escolha da variável dependente, o EVA®, sucessivas análises foram executadas a fim
86
de estabelecer a melhor e mais significativa composão de indicadores de desempenho,
formados pelas variáveis independentes, que possuíssem correlação com o EVA®, e assim, a
nova equação definida foi: Y = a + b
1
X
1
+ b
2
X
2
+ b
3
X
3
+ ... + e, onde X
1
representa a
primeira varvel escolhida, X
2
a segunda variável e, assim, sucessivamente, enquanto houver
melhora no valor de R
2
.
Dando continuidade as alises de regresoltipla, tomamos com ponto inicial o
ano de 2003, definindo o EVA® como variável dependente e as cinco demais (ROA, Retorno
ação, ROE, ROI e EBITDA) como variáveis independentes. Os resultados encontrados foram:
Em 2003:
R
2
= 0,5600
R
2
ajustado = 0,2457
Com 5 e 7 graus de liberdade, temos Fs
20
= 3,97 e para F
21
= 1,7819, onde F<Fs,
aceita-se a hipótese de inexistência de correlação linear significativa entre a variável
dependente e as variáveis explanatórias.
Em 2004:
R
2
= 0,7152
R
2
ajustado = 0,5118
Com 5 e 7 graus de liberdade, temos Fs = 3,97 e para F = 3,5155, onde F<Fs, aceita-se
a hipótese de inexistência de correlação linear significativa entre a variável dependente e as
variáveis explanatórias.
Em 2005:
R
2
= 0,7622
R
2
ajustado = 0,5923
20
Fs Estatística F de significância
21
F – Estatística F para teste de hitese
87
Com 5 e 7 graus de liberdade, temos Fs = 3,97 e para F = 4,4864, onde F<Fs, rejeita-se
a hipótese de inexistência de correlação linear entre a variável dependente e as variáveis
explanatórias., havendo assim correlação, e portanto, a fim de evidenciar qual a melhor
combinação entre a variável dependente e as variáveis independentes, construiu-se um
modelo de otimização das variáveis, estatística Cp
22
, proporcionando os melhores conjunto de
variáveis, ou seja, os melhores R
2
. E para 2005, tivemos:
Tabela 37: Melhores combinações entre variáveis (2005) – Setor aeroespacial
22
Estatística Cp – Teste de modelo estatístico avaliativo de modelos
88
O modelo acima, considerando o R
2
ajustado, proporciona entendimento quanto aos
possíveis modelos que possam ser considerados como passíveis de correlação aceivel, entre
a variável dependente e as independentes, onde:
X1 = ROA
X2 = ROE
X3 = RETORNO AÇÃO
X4 = ROI
X5 = EBITDA
Os dois primeiros conjuntos de variáveis aceitas com correlação relevante contaram
com a presença das variáveis independentes ROA, ROE, RETORNO AÇÃO, EBITDA E
ROI, confirmando o esboçado na regressão linear simples, o retorno da ação não reflete
relação considerável com os principais vetores de valor para o setor aeroespacial.
Para a mediana dos anos 2003, 2004 e 2005:
R
2
= 0,7772
R
2
ajustado = 0,6181
Com 5 e 7 graus de liberdade, temos Fs = 3,97 e para F = 4,8844, onde F<Fs, rejeita-se
a hipótese de inexistência de correlação linear entre a variável dependente e as variáveis
explanatórias. Da mesma forma como procedido para os dados de 2005, através da estatística
Cp buscou-se a construção dos melhores conjuntos de variáveis que maximizassem o R
2
. E
assim, para a mediana, temos:
89
Tabela 38: Melhores combinações entre variáveis (mediana) – Setor aeroespacial
As variáveis acima sendo:
X1 = ROA
X2 = ROE
X3 = RETORNO AÇÃO
X4 = ROI
X5 = EBITDA
Na análise proposta pode-se observar que o melhor conjunto de variáveis que se
relacionou com o EVA® e proporcionou maior R
2
foi o composto por todas as variáveis
independentes, exceto o EBITDA, mas em posição subseqüente, o segundo melhor conjunto
contou com o EBITDA.
90
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa, buscou-se enfatizar, em primeiro lugar, os conceitos teóricos mais
modernos em finanças que administradores e executivos das grandes corporações mundiais
têm se valido para a tomada de decisão.
Com o desenvolvimento dos conceitos técnicos foi possível caminhar no sentido
principal desta pesquisa, sendo:
como o EVA® se correlaciona, tanto para a Embraer bem como
para o setor aeroespacial, com os principais indicadores de
desempenho e, ainda, com o preço da ação.
No primeiropico do objetivo da pesquisa, a análise consistiu em avaliar o valor da
Embraer através do EVA® e identificar correlação com a estrutura de capital adotada.
Entretanto, se a observação fosse apenas concentrada neste sentido, os resultados obtidos não
seriam capazes de confirmar uma correlação significante entre o EVA® e a estrutura de
capital. Desta forma, embora a estrutura de capital pudesse ter influenciado na geração de
valor, possivelmente para Embraer, outro fatores foram mais relevantes. A fim de buscar estes
outros fatores, a análise foi expandida, e através de correlações lineares e múltiplas, foi
possível identificar que o EVA®, no caso da Embraer, sofre influência significante apenas do
NOPLAT, que como explicitado anteriormente, é o lucro operacional ajustado aos impostos.
Desta forma, para empresa em análise, pode-se inferir que o EVA® é influenciado
diretamente pelas características e desempenho dos fatores operacionais, pelo desempenho de
crescimento da organização.
Contemplando o segundo tópico do objetivo central deste trabalho, foram construídas
diversas análises a fim de responder se para o setor aeronáutico mundial o EVA® estabelecia
relação estreita com o preço da ação. Para isto, foi utilizada metodologia semelhante à
encontrada no trabalho de William Eid Junior e Sônia Bruck (2002). Assim, através de
sucessivas análises, não houve subsídios capazes de proporcionar a confirmação de correlação
significativa entre o EVA® e o preço da ação para o setor aeronáutico. Algumas proposições
91
foram geradas para explicar este diagnóstico, podendo não haver correlação direta uma vez
que o preço das ações indica uma expectativa futura de desempenho, e os indicadores
observaram uma posição já ocorrida. Ainda, há possibilidade dos indicadores de desempenho
do setor não levarem em conta as perspectivas, de forma determinante, a expectativa do preço
da ação, servindo neste contexto, de indicadores para a gestão operacional. Por fim,
aumentando o limite da análise, outras correlações foram exploradas, identificando qual a
mais significativa que poderia ser estabelecida entre os principais indicadores de desempenho
e o EVA®, chegando a conclusão que o ROE, ROA, EBITDA e ROI, mantêm correlação
significante.
Em uma observação mais generalista entre ambas as pesquisas, isto é, para a Embraer
e para o setor aeronáutico, não foi possível caracterizar que fatores externos pudessem ser
correlacionados significantemente com o EVA®. Contudo, a desempenho operacional
justificou o desempenho evolutivo do valor.
Desta forma, caracterizou-se nesta pesquisa que o desempenho operacional marcado
pela elevação da receita, diminuição dos custos, aumentos das margens brutas e operacionais,
foram definitivas para a explicação da evolução do EVA®, tanto para a Embraer bem como
para o setor aeronáutico.
Portanto, o EVA® neste estudo pode ser definido como uma variável dependente aos
fatores internos à organização, e assim, sua maximização dependerá da excelência na gestão,
e sua perpetuidade estará condicionada ao contínuo aprimoramento das técnicas de controle e
o amadurecimento dos executivos à tomada de decisões.
92
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