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Maria Cristina Quesnel de Flainville
Análise da Dinâmica da Atenuação por
Chuvas em Regiões Tropicais
Tese de Doutorado
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Engenharia Elétrica do Departamento de
Engenharia Elétrica da PUC-Rio como parte dos
requisitos parciais para obtenção do título de Doutor
em Engenharia Elétrica.
Orientador: Dr. Luiz A. R. da Silva Mello
Co-orientador: Dr. Erasmus Couto B. de Miranda
Rio de Janeiro
Abril de 2008
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Maria Cristina Quesnel de Flainville
Análise da Dinâmica da Atenuação por
Chuvas em Regiões Tropicais
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção
do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica do Departamento de Engenharia
Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.
Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.
Dr. Luiz Alencar Reis da Silva Mello
Orientador
Centro de Estudos de Telecomunicações - PUC-Rio
Dr. Erasmus Couto Brazil de Miranda
Co-Orientador
UCP
Dr. Flavio José Vieira Hasselmann
Centro de Estudos de Telecomunicações - PUC-Rio
Dr. Rodolfo Saboia Lima de Souza
Centro de Estudos de Telecomunicações - PUC-Rio
Dr. Rodrigo Martins de Souza
EB
Dr. Jorge Luis R. Pedreira de Cerqueira
IME
Dr. Julio Cesar Rodrigues Dal Bello
UFF
Dra. Marta Pudwell Chaves de Almeida
Wings Telecom
Prof. José Eugenio Leal
Coordenador Setorial do Centro
Técnico Científico - PUC-Rio
Rio de Janeiro, 11 de abril de 2008
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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou
parcial do trabalho sem autorização da universidade, da autora e
do orientador.
Maria Cristina Quesnel de Flainville
Possui graduação em Engenharia Elétrica com especialização
em Eletrônica pela Pontificia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (1973) e mestrado em Engenharia Elétrica na área de
concentração de Eletromagnetismo Aplicado pela Pontificia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002). Atualmente é
professora do curso de engenharia elétrica e telecomunicação da
Universidade Católica de Petrópolis.
Ficha Catalográfica
CDD: 621.3
Flainville, Maria Cristina Quesnel de
Análise da dinâmica da atenuação por chuvas em
regiões tropicais / Maria Cristina Quesnel de Flainville ;
orientador: Luiz A. R. da Silva Mello ; co-orientador:
Erasmus Couto B. de Miranda. – 2008.
149 f. ; 30 cm
Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2008.
Inclui bibliografia
1. Engenharia elétrica Teses. 2. Atenuação por
chuvas. 3. Taxa de variação da atenuação por chuvas. 4.
Dinâmica da atenuação por chuvas. 5. Atenuação por
chuvas em regiões tropicais. 6. Rádio propagação. 7. Rádio
meteorologia. I. Mello, Luiz A. R. da Silva. II. Miranda,
Erasmus Couto B. de. III. Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Elétrica.
IV. Título.
Dedico e agradeço a Deus
por ter colocado no meu caminho esta oportunidade
e me iluminado nos estudos.
Agradecimentos:
à Universidade Católica de Petrópolis e Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro pelo convênio;
aos Profs. do Centro de Estudos de Telecomunicações dos anos 2000 a
2008;
ao Prof. Adrian Akau;
ao cientista Max M. J. L. van de Kamp;
ao meteorologista Andrew Negri;
à Alcina Portes;
aos colegas e aos funcionários do Centro de Estudos de
Telecomunicações dos anos 2000 a 2008;
à Profa. Marlene S. Pontes;
ao orientador Prof. Luiz A. R. da Silva Mello;
ao co-orientador Prof. Erasmus Couto B. de Miranda;
a todos os responsáveis pelos sistemas de telecomunicações de hoje que
me permitiram a interatividade entre vários cientista desta Terra;
à Tesla, o grande gênio da propagação eletromagnética e o visionário da
energia radiante;
à Maxwell, o grande gênio do eletromagnetismo.
Resumo
Quesnel de Flainville, Maria Cristina; Silva Mello, Luiz A.R. da (Orientador).
Análise da Dinâmica da Atenuação por Chuvas em Regiões Tropicais. Rio de
Janeiro, 2008. 149p. Tese de Doutorado - Departamento de Engenharia Elétrica,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
O principal efeito causador de indisponibilidade em sistemas de rádio
comunicações com freqüências superiores a 10 GHz é a atenuação por chuvas,
especificamente a chuva convectiva, que é predominante em climas tropicais. Nesta tese
será realizado o estudo e modelagem do comportamento dinâmico da atenuação por
chuvas em enlaces terrestres e via satélite, com base em medidas realizadas no Brasil.
Os aspectos dinâmicos da atenuação relacionam-se com as funções de distribuição de
probabilidade de três variáveis aleatórias: a taxa de variação da atenuação com o tempo,
o número de eventos em que um certo nível de atenuação é excedido e as durações
individuais destes eventos. Em outras palavras, trata-se de problema de cruzamento de
níveis aplicado à série temporal da atenuação. Ao contrário da distribuição cumulativa
da atenuação, da qual informação que pode ser efetivamente retirada é limitada, a
análise estatística de cada nível de atenuação, em separado, provê uma completa
caracterização do fenômeno da atenuação servindo de base para aplicações tais como a
construção de técnicas adaptativas de controle de ganho, metodologias de adaptação do
sinal por códigos, modulações ou taxas de bits e a elaboração de esquemas de
diversidade de rotas, espaço, sítio ou tempo. Utilizando o banco de dados de medidas de
atenuação por chuvas em regiões tropicais e equatoriais brasileiras, obtido em medidas
realizadas em seis localidades, tanto em enlaces terrestres como via satélite, foram
analisados neste trabalho os comportamentos estatísticos da taxa de variação temporal
da atenuação e da duração de eventos. Foi tratado, ainda, o problema do cruzamento de
níveis aplicado ao conceito de disponibilidade. A informação obtida a partir dos
resultados da análise dinâmica pode ser usada, como já mencionado, no tratamento de
vários problemas fundamentais do projeto de sistemas de comunicações. A tese tem,
também, como objetivo, contribuir para o aumento da base mundial de dados da análise
da dinâmica da atenuação, principalmente em climas tropicais e equatoriais, onde tais
dados são bastante escassos.
Palavras-chave
Atenuação por chuvas; Taxa de variação da atenuação por chuvas; Dinâmica da
atenuação por chuvas; Atenuação por chuvas em regiões tropicais; Rádio propagação;
Rádio meteorologia.
Abstract
Quesnel de Flainville, Maria Cristina; Silva Mello, Luiz A.R. da (Advisor).
Dynamic Analysis of Rain Attenuation in Tropical Regions. Rio de Janeiro,
2008. 149p. PhD Thesis – Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro.
The main effect causing non-availability in radio communication systems
operating in frequencies above 10GHz, is the rain attenuation, particularly the heavy
convective rain that is predominant in tropical regions. This thesis presents a detailed
study and modelling of the dynamics of rain attenuation in terrestrial links and earth-
space links, based on data obtained in long-term experimental measurements in Brazil.
The dynamic aspects of rain attenuation can be described by probability distribution
functions of three variables: the rate of change of the attenuation with time (fade slope),
the number of events of a certain level of attenuation to be exceeded and the individual
duration of these events. In other words, the level crossing applied to the attenuation
time series. In contrast to the cumulative distribution of the attenuation, from which
limited information can effectively be obtained, the separate statistical analysis of each
level of attenuation can provide a complete understanding of the phenomenon, allowing
the development of adaptive power control techniques, methods for signal adaptation
using codes, modulation or bits rate and the design of spacial, routing, site and time
diversity strategies. The work is based on rain attenuation data measured in terrestrial
and earth-space links operating at frequencies above 10 GHz in 6 Brazilian locations.
The study includes the analysis and modelling of the statistical behaviour of the rate of
variation of the attenuation with time and the event durations. Also considered, is the
level crossing problem applied to the availability concept. As mentioned, the
information obtained from the dynamic analysis results and modelling can be used for
the treatment of various fundamental problems in the radio communication system
project. A contribution to increase the database of dynamic attenuation mainly in
tropical and equatorial climates, where data is scarce, is also a result of this thesis.
Keywords
Rain attenuation; Fade slope rain attenuation; Dynamic rain attenuation; Tropics
rain attenuation; Radio propagation; Radio meteorology
Sumário
1 INTRODUÇÃO 15
1.1. Motivação 15
1.2. Revisão Bibliográfica 17
1.3. Organização da Tese 17
2 ANÁLISE DO PROBLEMA DA ATENUAÇÃO POR CHUVAS 19
2.1. Propagação nas faixas de microondas e ondas milimétricas 19
2.2. Atenuação por chuvas 20
2.3. Características da precipitação em climas tropicais 21
2.4. Dinâmica da chuva em regiões tropicais 24
2.5. Análise estatística da atenuação por chuvas 27
2.6. Análise estatística da taxa de variação da atenuação por chuvas 30
2.6.1. Método da célula equivalente de chuva 31
2.6.2. Distribuição de Van de Kamp 33
3 SÍTIOS DE MEDIDAS E PRÉ-PROCESSAMENTO DE DADOS 36
3.1. Características dos enlaces 36
3.1.1. Enlaces Terra – satélite 38
3.1.2. Enlaces terrestres 39
3.2. Procedimento de análise 41
4 ANÁLISE ESTATÍSTICA DA TAXA DE VARIAÇÃO DA ATENUAÇÃO
POR CHUVAS 45
4.1. Densidades de probabilidade medida da taxa de variação da atenuação por
chuvas 45
4.1.1. Densidades de probabilidade da taxa de variação da atenuação nos
enlaces Terra – satélite 45
4.1.2. Densidades de probabilidade da taxa de variação da atenuação nos
enlaces terrestres 49
4.2. Modelagem da densidade de probabilidade da taxa de variação da
atenuação por chuvas 52
4.2.1. Escolha da densidade para modelagem 52
4.2.2. Dependência com a freqüência 55
4.2.3. Dependência com o comprimento do enlace 57
4.2.4. Dependência com o ângulo de elevação para enlaces satélite 58
4.2.5. Comportamento da média e desvio padrão da distribuição com o limiar
de atenuação 59
4.2.6. Conclusões 63
5 MODELO PARA PREDIÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA TAXA DE
VARIAÇÃO DA ATENUAÇÃO 64
5.1. Desenvolvimento dos modelo de predição 64
5.1.1. Avaliação do modelo de predição 71
6 DURAÇÃO DE EVENTOS DE ATENUAÇÃO E GRAU DE
INDISPONIBILIDADE 75
6.1. Introdução 75
6.2. Conceitos básicos de análise dinâmica da atenuação 76
6.3. Modelamento matemático-estatístico da distribuição cumulativa de
duração de eventos 77
6.3.1. Bases para o modelamento – teoria da confiabilidade e modelos
existentes 77
6.3.2. Resultados da estimação de função distribuição de probabilidade do
tempo de duração de eventos 79
6.3.3. Modelo geoclimático para estimação dos parâmetros da Weibull 82
6.4. Definição de grau de indisponibilidade e resultados 88
6.4.1. Ajuste do modelo exponencial 90
6.4.2. Escalonamento em freqüência 97
7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 99
7.1. Conclusões 99
7.2. Sugestões para trabalhos futuros 102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 104
APÊNDICE A 106
APÊNDICE B 123
APÊNDICE C 128
APÊNDICE D 132
ANEXO 1 136
Lista de figuras
Figura 2.1 - Atenuação específica devida a gases atmosféricos e hidrometeoros. 19
Figura 2.2 – Distribuição da chuva horizontal na região Amazônica..................23
Figura 2.3 - Estrutura em 3D da chuva na região Amazônica: corte AB da figura
2.2..................................................................................................................24
Figura 2.4 – Primeira fase: precipitação convectiva isolada em torre...................25
Figura 2.5 - Fase madura em que a nuvem cobre a área Ag..................................26
Figura 2.6 – Fase de enfraquecimento...................................................................26
Figura 2.7 – Fase de dissipação.............................................................................27
Figura 2.8 – Exemplo de sinal recebido no enlace Bradesco – RIS – SP no dia
12/02/1994.....................................................................................................28
Figura 2.9 – Exemplo de atenuação por chuvas expandida mostrando em azul a
atenuação excedida de 40dB. Parte do período do tempo da figura 2.8........29
Figura 2.10 – Exemplo de distribuições cumulativas de probabilidades da
atenuação por chuvas Enlace Bradesco-RIS. ...............................................29
Figura 2.11 – Exemplo de distribuições cumulativas anuais da taxa de precipitação
por chuvas......................................................................................................30
Figura 2.12 – Exemplo de taxa de variação da atenuação obtida de 2 em 2
segundos. .......................................................................................................31
Figura 2.13 – Interseção da chuva com o primeiro elipsóide de Fresnel. .............32
Figura 2.14 – Taxa de variação da atenuação por chuvas versus a velocidade da
gota de chuva de 0,2; 0,3; 0,4 e 0,8 m/s para uma taxa de precipitação de 20
mm/h .............................................................................................................33
Figura 2.15 – Distribuições de Van de Kamp da taxa de variação de atenuação de
desvio padrão σvk (dB/s) condicionada a um valor de atenuação por chuvas.
.......................................................................................................................35
Figura 3.1 – Set-up de medidas com a localização dos enlaces............................36
Figura 3.2 – UAD e o sistema de registro e análise de dados. ..............................37
Figura 3.3 – Atenuação por chuvas em tempo real do enlace de Mosqueiro – PA.
.......................................................................................................................39
Figura 3.4 – Atenuação por chuvas em tempo real do enlace do Rio de Janeiro –
RJ...................................................................................................................39
Figura 3.5 – Atenuação em tempo real do enlace de Brasília – DF......................41
Figura 3.6 – Atenuação em tempo real do enlace de São Paulo – Cenesp 15 – SP.
.......................................................................................................................41
Figura 3.7 – Seqüência de operações do filtro da transformada de Fourier de modo
rápido.............................................................................................................42
Figura 3.8 – Distribuição de probabilidade da taxa de variação obtido com
software. Enlace terrestre de São Paulo – Cenesp 15...................................44
Figura 3.9 – Amostra do processo de obtenção da média e desvio padrão...........44
Figura 4.1 - Densidades de probabilidade obtidas para o sítio de Belém
(Mosqueiro) (latitude: 01˚27’ S). ..................................................................46
Figura 4.2 - Densidades empíricas de probabilidade para o enlace de Belém
(Mosqueiro)...................................................................................................47
Figura 4.3 - Curvas de nível relativas ao enlace Belém (Mosqueiro)...................47
Figura 4.4 – Densidades de probabilidades obtidas para o sítio de Porto Alegre .48
Figura 4.5 - Curvas de nível relativas as densidades empíricas apresentadas na
figura 4.4 para o sítio de Porto Alegre. .........................................................49
Figura 4.6 - Perfil dos formatos das densidades de probabilidade para um enlace
terrestre..........................................................................................................50
Figura 4.7 - Mapa de curvas de nível relativas a figura 4.6. ................................50
Figura 4.8 - Funções densidade de probabilidade condicionais ao valor de
atenuação. Os valores de atenuação de 1 dB até 40 dB a um passo de 1 dB.51
Figura 4.9 (repetição da figura 2.16) - Modelo de Van de Kamp. ........................52
Figura 4.10 - Comparação entre ajustes Lorentziano e Gaussiano para o enlace
terrestre de Paranapiacaba (d =42 km, f =15 GHz).......................................53
Figura 4.11 - Comparação entre ajustes Lorentziano e Gaussiano para o enlace
satélite de Belém (Mosqueiro) (f =11,4 GHz)...............................................54
Figura 4.12 - Densidade empírica obtidas em enlace operando a 12 GHz (Rio de
Janeiro, satélite).............................................................................................55
Figura 4.13 - Densidade empírica obtida em enlace operando a 15 GHz (Bradesco,
terrestre).........................................................................................................56
Figura 4.14 - Densidade empírica obtida em enlace operando a 23 GHz (Cassi,
terrestre).........................................................................................................56
Figura 4.15 - Densidade empírica obtida em enlace operando a 38 GHz (Ceres,
terrestre).........................................................................................................57
Figura 4.16 - Variação da densidade empírica com a distância para 3 enlaces
terrestres em 23 GHz. O limiar de atenuação é 15 dB. .................................58
Figura 4.17 - Variação da densidade empírica com a inclinação para 3 enlaces
satélite em 11,4 GHz. O limiar de atenuação é 15 dB...................................58
Figura 4.18 - Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces
satélite............................................................................................................59
Figura 4.19 - Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os enlaces
satélite............................................................................................................60
Figura 4.20- Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de SP. .............................................................................................61
Figura 4.21 - Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de São Paulo...................................................................................61
Figura 4.22 - Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de Brasília. .....................................................................................62
Figura 4.23 - Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de Brasília. .....................................................................................63
Figura 5.1 - Densidades de probabilidade para baixas atenuações evidenciando o
alto grau de curtose dos estimadores.............................................................65
Figura 5.2 - Densidades de probabilidade obtidas em enlace terrestre. Nota-se a
diminuição da curtose com o nível de atenuação..........................................65
Figura 5.3 - Densidades de probabilidade obtida em enlace terrestre...................66
Figura 5.4 - Modelo gaussiano aplicado a densidades de probabilidade obtida em
enlace terrestre...............................................................................................66
Figura 5.5 - Modelo gaussiano aplicado a densidades de probabilidade obtida em
enlace satélite.................................................................................................67
Figura 5.6 - Especificidades do modelo PL...........................................................69
Figura 5.7 - Resultados previstos versus valores observados para média em enlaces
terrestres. .......................................................................................................71
Figura 5.8 - Resultados previstos versus valores observados para desvio padrão em
enlaces terrestres............................................................................................71
Figura 5.9 - Resultados previstos versus valores observados para média em enlaces
satélite............................................................................................................72
Figura 5.10 - Resultados previstos versus valores observados para desvio padrão
em enlaces satélite.........................................................................................72
Figura 5.11 - Densidade empiricamente observada e obtida via modelo..............73
Figura 5.12 - Densidade empiricamente observada e obtida via modelo..............73
Figura 6.1 - Parâmetros necessários às definições dos processos A e B...............75
Figura 6.2 – Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos. Sítio de
Belém.............................................................................................................78
Figura 6.3 - Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o
sítio do Rio de Janeiro...................................................................................79
Figura 6.4 - Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o
sítio de Curitiba. ............................................................................................79
Figura 6.5 - Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o
sítio de Porto Alegre......................................................................................80
Figura 6.6 - Gráfico previstos contra observados para o parâmetro de forma η...82
Figura 6.7 - Gráfico de probabilidade gaussiana para os resíduos do parâmetro de
forma η..........................................................................................................83
Figura 6.8 - Gráfico previstos contra resíduos para o parâmetro de forma η........83
Figura 6.9 - Gráfico previstos contra observados para o parâmetro de escala α...84
Figura 6.10 - Gráfico de probabilidade gaussiana para os resíduos do parâmetro de
escala α..........................................................................................................85
Figura 6.11 - Gráfico previstos contra resíduos para o parâmetro de escala α. ....85
Figura 6.12 - Comparativo entre o ajuste pelo modelo geoclimático e a distribuição
Weibull estimada. Sítio de Belém no ano 1 e nível de 5 dB.........................86
Figura 6.13 - Comparativo entre o ajuste pelo modelo geoclimático e a distribuição
Weibull estimada. Sítio do Rio de Janeiro e nível de 15 dB.........................87
Figura 6.14- Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de 15GHz – São
Paulo, ano 1. ..................................................................................................88
Figura 6.15 - Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de 15 GHz –
São Paulo, ano 2. ...........................................................................................88
Figura 6.16 - Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de 18 GHz –
São Paulo, ano 1. ...........................................................................................89
Figura 6.17 - Ajuste exponencial para grau de indisponibilidade em Barueri......90
Figura 6.18 - Ajuste exponencial para grau de indisponibilidade em
Paranapiacaba................................................................................................91
Figura 6.19 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Bradesco (topo) e
Barueri. Ano 1. ..............................................................................................92
Figura 6.20 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Scania (topo) e
Cenesp 15. Ano 1. .........................................................................................92
Figura 6.21 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para o sítio de Paranapiacaba. Ano
1.....................................................................................................................93
Figura 6.22 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Shell (topo) e
Cenesp 18. Ano 1. .........................................................................................93
Figura 6.23 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Bradesco (topo) e
Barueri. Ano 2. ..............................................................................................94
Figura 6.24 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Scania (topo) e
Cenesp15. Ano 2. ..........................................................................................95
Figura 6.25 - Ajuste exponencial de 2ª ordem para o sítio de Paranapiacaba. Ano
2.....................................................................................................................95
Figura 6.26 - Grau de indisponibilidade para os enlaces de Cenesp 15 (15 GHz) e
Cenesp 18 (18 GHz)......................................................................................96
Figura 6.27 - Comparação ponto-a-ponto entre as curvas de grau de
indisponibilidade entre enlaces de Cenesp 15 (15 GHz) e Cenesp 18 (18
GHz). .............................................................................................................97
Lista de tabelas
Tabela 2.1 – Característica do enlace terrestre......................................................28
Tabela 3.1 – Dados dos enlaces terra –satélite......................................................38
Tabela 3.2 – Dados dos enlaces terrestres de São Paulo.......................................40
Tabela 3.3 – Dados dos enlaces terrestres do Distrito Federal..............................40
Tabela 5.1 - Matriz de correlações para os enlaces terrestres. ..............................68
Tabela 5.2 - Matriz de correlações para os enlaces satélite...................................68
Tabela 5.3 - Resultados do modelo PL para enlaces terrestres. ............................70
Tabela 5.4 - Resultados do modelo PL para enlaces satélite.................................70
Tabela 6.1 - Modelos testados contra o banco de dados brasileiro (apresentado no
anexo 1). ........................................................................................................78
Tabela 6.2 - Resultados da estimação de parâmetros do modelo “piecewise linear”
para o fator de forma η..................................................................................82
Tabela 6.3 - Resultados da estimação de parâmetros do modelo “piecewise linear”
para o fator de escala α..................................................................................84
Tabela 6.4 - Resumo dos parâmetros do ajuste exponencial de 2ª ordem para o ano
1 dos enlaces convergentes de São Paulo......................................................94
Tabela 6.5 - Resumo dos parâmetros do ajuste exponencial de 2ª ordem para o ano
2 dos enlaces convergentes de São Paulo......................................................96
1
INTRODUÇÃO
1.1.
Motivação
A sociedade mundial da informação tem evoluído de forma acelerada, nos
últimos anos, devido à convergência dos diferentes sistemas de telecomunicações,
radiodifusão, multimídia e ao rápido desenvolvimento das tecnologias da
informação e comunicação. A forte integração entre computação e comunicações
tem contribuído para o surgimento de novos serviços e novos produtos que estão
transformando os setores econômico e comercial. O mundo atual vive uma
revolução, saindo da sociedade industrial que caracterizaram o século XX e
entrando numa sociedade do conhecimento, neste início de século XXI. Este
processo dinâmico anuncia uma mudança radical em todos os domínios da nossa
vida: educação, saúde, lazer, comércio, práticas econômicas, atividades culturais,
participação política, profissão e outros. A Organização das Nações Unidas
(ONU) considera importante que o acesso às comunicações seja garantido como
um direito fundamental a qualquer pessoa. Uma pessoa bem informada tem
condição de melhorar seu desenvolvimento social, profissional e cultural.
A busca por capacidade espectral para atender à grande demanda associada
a esta transformação, tem provocado o desenvolvimento de sistemas de
comunicações operando em freqüências cada vez mais altas, nas bandas
superiores da faixa de microondas e na faixa de ondas milimétricas. O projeto
destes sistemas é altamente dependente do conhecimento dos efeitos da
precipitação pluvial. A atenuação por chuvas é o fator mais crítico no projeto de
sistemas de comunicações sem fio, em banda larga, operando em freqüências
acima de 10 GHz. Chuvas intensas provocam atenuações muito superiores às
margens típicas dos enlaces, causando interrupções que podem durar de poucos a
dezenas de minutos. O efeito é particularmente acentuado em regiões de climas
tropicais e equatoriais, característicos do Brasil, nos quais o regime de chuvas é
extremamente severo, em particular nos meses de verão.
16
A motivação deste trabalho foi realizar uma análise dinâmica da atenuação
por chuvas em regiões tropicais, com o objetivo de gerar insumos para o projetista
de sistemas, no desenvolvimento de técnicas de compensação da atenuação por
chuvas para melhorar a qualidade do sistema de comunicações tanto em enlaces
terrestres como via satélite. O trabalho apresenta um estudo detalhado dos efeitos
dinâmicos de propagação nas faixas de micro-ondas e ondas milimétricas, com
ênfase nos efeitos de atenuação por chuvas.
Foram definidos, como objetivos principais para este trabalho a análise
dinâmica da atenuação por chuvas, com dados de enlaces terrestres e via satélite
obtidos em diversas regiões do Brasil e a obtenção de um modelo de predição das
características estatísticas da função densidade de probabilidade da taxa de
variação da atenuação por chuvas com base em parâmetros geoclimáticos e de
sistema como altitude, latitude, longitude, freqüência, comprimento de enlace e
atenuação excedida. Adicionalmente, foi feito um estudo estatístico da duração de
eventos de atenuação em enlaces satélite e do grau de indisponibilidade em
enlaces terrestres.
Estudos dinâmicos desta natureza, abrangendo a taxa de variação de
atenuação (“fade slope”), a duração de eventos e o grau de indisponibilidade
(“outage intensity”), tanto de enlaces terrestres como via satélite, são inéditos na
literatura técnica e constituem a principal contribuição original desta tese.
O banco de dados obtido para climas tropicais, com medidas em 25 anos-
sítio, servirá para ampliar bastante o banco de dados da ITU-R e representa uma
contribuição adicional relevante.
O modelo da taxa de variação da atenuação obtido poderá servir de base
para um estudo de longo prazo, a ser desenvolvido posteriormente, na busca de
métodos para simulação de eventos de atenuação. Entre os estudos adicionais
realizados no decorrer do trabalho, que foram importantes na construção das base
de dados experimentais estão análises de sensibilidade estatística para diferentes
métodos de pré-processamento de dados de taxa de variação da atenuação tais
como escolha dos tipos de filtro e de janelas de filtragem.
17
1.2.
Revisão Bibliográfica
No capítulo 2 referente a análise do problema da atenuação por chuvas, o
problema da atenuação por chuvas foi baseado no estudo de Brussard e Watson
[1], Olsen et al. [2], recomendação da UIT (União Internacional de
Telecomunicações) ITU-R P.318-1, e dos estudos relativos a gota de chuvas de
Gunn e Kinzer [4] e Laws e Parsons [5].
O texto referente a climatologia tropical e as características das chuvas foi
baseado no estudo de Houze [6, 7], Houze e Schumacher [8], Negri et al. [9,11],
Anagnostou et al. [10].
Os estudos relativos a taxa de variação de chuvas de diferentes autores
foram referentes aos autores Sweeney e Bostian [14], Van de Kamp [15] e Van de
Kamp e Castanet [19].
No capítulo 4 que descreve a análise estatística da taxa de variação da
atenuação por chuvas fez-se uma comparação com os artigos de Van de Kamp
[15], Amaya [17] e os japoneses Pan et al. [18].
No capítulo 6 que descreve duração de eventos de atenuação e grau de
indisponibilidade estudou-se Matriciani [21,22], Héder et al. [24], Paraboni e
Riva [25], Brãten et al. [28,30], Lakkla et al. [29] e as recomendações UIT-R
WP9A [20], UIT-R P.1623 [26] e ITU-R SG3 [27].
1.3.
Organização da Tese
Esta tese está dividida em sete capítulos, descritos a seguir.
O capítulo 2 apresenta uma discussão geral do problema da atenuação por
chuvas, incluindo aspectos teóricos, considerações, exemplos de resultados da
análise estatística de dados experimentais de medidas de atenuação e taxa de
precipitação e modelos encontrados na literatura técnica para caracterizar a
dinâmica da atenuação por chuvas.
No capítulo 3 são apresentados os detalhes do sistemas de medidas para os
enlaces terrestres e satélite. É apresentada uma descrição das etapas do pré-
processamento dos dados das séries temporais da atenuação.
18
O capítulo 4 abrange a análise estatística da taxa de variação da atenuação
por chuvas, constituída da caracterização das densidades empíricas, testes de
hipótese para modelamento e análise de correlação, correspondentes a uma etapa
preliminar da construção da modelagem realizada no capitulo 5.
O capítulo 6 apresenta a modelagem estatística da distribuição empírica dos
tempos de duração de eventos de atenuação para os enlaces satélite, incluindo a
estimação dos parâmetros da distribuição. Neste capítulo são apresentados,
também, os primeiros resultados de um modelo paramétrico das curvas de grau de
indisponibilidade para os enlaces terrestres de São Paulo. Finalmente, o capítulo 7
apresenta as conclusões e as sugestões para trabalhos futuros.
2
ANÁLISE DO PROBLEMA DA ATENUAÇÃO POR CHUVAS
2.1.
Propagação nas faixas de microondas e ondas milimétricas
Os fatores que mais limitam a propagação em faixas de freqüência acima de
10 GHz são a absorção, o espalhamento e a refração devidos aos gases
atmosféricos e hidrometeoros. A figura 2.1 apresenta um gráfico da atenuação
específica (dB/km), em função da freqüência de propagação (GHz), para os casos
de gases atmosféricos e hidrometeoros líquidos.
Nesta figura verificamos que a atenuação específica é fortemente
dependente da taxa de precipitação e cresce rapidamente com a freqüência. Em
enlaces terrestres extensos, ocorrem ainda outros efeitos tais como multipercurso
atmosférico.
Figura 2.1 – Atenuação específica devida a gases atmosféricos e hidrometeoros.
20
2.2.
Atenuação por chuvas
A atenuação por hidrometeoros é conseqüência do espalhamento e da
absorção das ondas eletromagnéticas. A chuva provoca o efeito mais significativo
na atenuação de ondas rádioelétricas para enlaces operando em freqüências
superiores a 10 GHz. Um fator chave para determinação desta atenuação é o
conhecimento da climatologia de precipitação da região em que o enlace está
implantado.
A atenuação de uma onda que atravessa um meio com chuva é obtida pela
soma das contribuições individuais das gotas presentes neste meio. Considerando
que as gotas têm dimensões diferentes, a atenuação específica é calculada, de
acordo com Brussaard e Watson [1], pela integração das contribuições de cada
gota, como segue:
=γ
0
t
dD).D(N).D(Q343,4
[dB/km] (2.1)
onde:
Qt (D) [cm²] é a seção reta de espalhamento e absorção da gota de diâmetro D;
N(D) [m¯³ mm¯¹] é o número de gotas por unidade de volume com diâmetro entre
D e D+dD;
A função Qt(D) é determinada teoricamente com base na teoria clássica de
espalhamento de Mie, para freqüências superiores a 3 GHz, e pela aproximação de
Rayleigh, para freqüências entre 1 e 3 GHz.
Para aplicações práticas, a relação entre a atenuação específica [dB/km] e a
taxa de precipitação R [mm/h] adotada corresponde a uma aproximação da
formulação descrita acima, proposta por Olsen et al. [2] e adotada como padrão
pela Recomendação ITU-R P.838-1 [3]:
α
=γ R.k [dB/km] (2.2)
A determinação dos parâmetros k e α foi feita para freqüências entre 1 e
1000 GHz, considerando a forma das gotas como esferóides oblatos ou prolatos
21
na temperatura de 20°C, a distribuição de velocidade terminal das gotas de Gunn
& Kinzer [4], a distribuição do tamanho das gotas feitas por Laws e Parsons [5] e
o índice de refração da água segundo o modelo de Rayleigh. A metodologia de
cálculo dos valores de kh, kv, αh e αv (polarizações vertical e horizontal) é obtida
na Recomendação ITU-R P.838-1 [3].
Uma vez estabelecida a equação que relaciona a atenuação específica γ
[dB/km] com a taxa de precipitação R [mm/h], resta calcular a atenuação em um
determinado percurso L. Se a taxa de precipitação fosse constante ao longo do
percurso, a atenuação seria dada simplesmente por:
L.A γ= [dB] (2.3)
onde as unidades são: A[dB], γ [dB/km], L [km].
Como a intensidade da chuva varia no espaço e no tempo, a relação acima
descrita não é válida em casos reais. Assim torna-se necessário integrar a
atenuação específica ao longo do percurso que atravessa a estrutura da chuva. Por
sua vez, a atenuação específica é função da taxa de precipitação ao longo do
percurso:
α
=
L
0
dl).l(R.kA
[dB] (2.4)
onde:
l é o comprimento medido a partir da antena ao longo do enlace, em km;
L é o comprimento do enlace que atravessa a estrutura de chuva, em km;
R é a taxa de precipitação ao longo do percurso, em mm/h.
2.3.
Características da precipitação em climas tropicais
A estrutura espacial da chuva consiste de um conjunto de gotas de água que
se estende horizontalmente por até alguns quilômetros e cujo limite superior é
denominado altura de chuva. A célula de chuva é formada por um núcleo, onde
22
ocorre a precipitação mais intensa e uma franja de precipitação mais moderada. A
dimensão da célula cai com o aumento das taxas de precipitação observadas.
Medidas realizadas com radares mostram que as dimensões das células de chuva
intensa quando não aglomeradas em clima tropical varia entre 2 e 20 km. O tempo
de vida de células de chuva individuais de chuva intensa é geralmente baixo, entre
10 e 20 minutos. Na região do Amazonas existem células aglomeradas de chuvas
intensas que variam de 20 a 200 km e com duração de chuvas de horas a dia,
conforme descrito por Houze [5,6].
A chuva pode ser classificada em dois tipos gerais: estratiforme e
convectiva. As precipitações estratiformes se espalham por uma ampla região,
persistem por longos períodos de tempo e têm intensidade da chuva média ou
baixa, sendo resultado da formação de pequenas partículas de gelo nas camadas
elevadas da troposfera. Ao cairem, estas partículas agregam-se umas às outras,
formando núcleos cada vez maiores. Estes núcleos tornam-se instáveis e, ao
passar por uma faixa de altitudes denominada camada de derretimento (“melting
layer”), que se estende por cerca de 500 m a 1 km abaixo da isoterma de 0ºC,
transformam-se em gotas de chuva que se precipitam em direção à superfície da
terra.
As precipitações convectivas estão associadas a nuvens formadas, em geral,
acima da isoterma de 0ºC, que são impelidas para cima por fortes movimentos de
massas de ar devido a diferenças de pressão na troposfera. A chuva convectiva
atinge intensidades bastante altas e há ocorrência de trovões e relâmpagos.
Nuvens convectivas podem ocorrer individualmente ou, mais tipicamente, em
grupos formando um conjunto de células. No pior caso, a estrutura da nuvem
consiste em uma larga camada de nimbostratus com torres cumulonimbus acima
desta camada. A distância média entre as torres é 20 a 25 km. Neste processo
formam-se gotas de água que crescem de tamanho até o momento em que a força
da gravidade as precipite em direção ao solo. As chuvas tropicais, em particular,
são predominantemente convectivas, caracterizadas por altas taxas de precipitação
que ocorrem geralmente em áreas pouco extensas e têm curta duração.
A característica da precipitação e a estrutura da célula de chuva, numa
região tropical está detalhadamente descrito nos artigos de Houze [6,7] e Houze e
23
Shumacher [8]. Para a região Amazônica estudos detalhados são apresentados nos
artigos de Negri et al. [9,11] e Anagnostou et al. [10].
A figura 2.2 representa a distribuição horizontal da chuva na região
Amazônica, numa altitude acima de 2,0 km no dia 19 de dezembro de 1997 de
04:47 a 05:02 GMT. Esta distribuição foi obtida através de um algoritmo
utilizando dados do radar do satélite Tropical Rain Measuring Mission (TRMM) e
do sensor de infravermelho (IR) do satélite GOES (Geostationary Operational
Environmental Satellite) . A região representada está localizada no noroeste do
Brasil, a 500 km de Porto Velho, Estado de Rondônia, sobre o rio Amazonas.
A figura 2.3 apresenta a mesma imagem da figura 2.2 em três dimensões,
permitindo uma visualização da estrutura da chuva convectiva. Esta distribuição
de chuva é referente ao corte AB da figura 2.2. Os tons mais claros representam as
partes excluídas devido a forte refletividade vinda da superfície. A existência de
chuva convectiva chega a cerca de 16 km de altitude. Estas figuras confirmam
uma atividade convectiva intensa na floresta Amazônica e foram obtidas pela
National Space Development of Japan, Communications Research Laboratory e
National Aeronautic and Space Administration (NASDA/CRL-NASA) [12].
Figura 2.2 Distribuição da chuva horizontal na região Amazônica.
24
Figura 2.3 – Estrutura em 3D da chuva na região Amazônica: corte AB da figura 2.2
2.4.
Dinâmica da chuva em regiões tropicais
A estrutura da chuva é variante no tempo e no espaço porque as células de
chuva dividem-se ao cair e movem-se conforme a direção dos ventos. O
comportamento temporal pode ser analisado com medidas utilizando
pluviômetros, que registram pequenos intervalos de chuva intensa que ocorrem
dentro de longos períodos de chuva fraca. A variação espacial pode ser observada
com radares meteorológicos, que mostram pequenas áreas com altas taxas de
precipitação no interior de áreas extensas onde ocorre chuva fraca.
De acordo com um estudo de estruturas de sistemas de mesoescalas
convectiva feito por Houze [7], sistemas de nuvens mesoescalas convectiva
produzem as chuvas intensas em latitudes médias. As figuras 2.4 a 2.7
representam a seqüência do desenvolvimento de um agrupamento de células de
nuvens tropicais.
Na primeira fase ocorre apenas precipitação convectiva em forma de torre.
25
AA
AA
0
5
10
15
Altura
[km]
Precipitação convectiva em torre
Descida e subida da escala cumulus
Corte horizontal de um
agrupamento de nuvens
Célula convectiva
AA
AA
0
5
10
15
Altura
[km]
Precipitação convectiva em torre
Descida e subida da escala cumulus
Corte horizontal de um
agrupamento de nuvens
Célula convectiva
Figura 2.4 – Primeira fase: precipitação convectiva isolada em torre
Na fase madura, as células convectivas estão na região da área Ac e também
se apresentam precipitações estratiformes. A precipitação estratiforme ocorre no
nível médio da nuvem na área Ae e a área Ao, que corresponde ao nível superior
da nuvem, cobre todas as áreas. As setas largas representam o sistema mesoescala,
ou seja, condensação subindo e evaporação descendo. A faixa azul representa a
faixa de derretimento, onde começa a precipitação estratiforme.
Segue-se uma fase de enfraquecimento, em que as células convectivas
desaparecem e as precipitações estratiformes se enfraquecem. Nesta fase, ainda
não se sabe se ocorre um sistema de mesoescala.
Finalmente, chega-se à fase de dissipação, em que as precipitações
estratiformes desaparecem e a parte da nuvem superior torna-se fina e
desmembrada.
26
B’
B
B
B
Ac Ae
Ao
Ag
0
5
10
15
Altura
[km]
COND.
EVAP
.
RADIAÇÃO
Derretimento
Ondas curtas
Ondas longas
Ag - área de formação de
agrupamento de nuvens.
Ac - área de várias células
convectivas
Ae - área onde, do nível
médio à base da nuvem,
onde ocorrem
precipitações estratiformes.
Ao - área do nível superior
da nuvem.
B’
B
B
B
Ac Ae
Ao
Ag
B
Ac Ae
Ao
Ag
0
5
10
15
Altura
[km]
COND.
EVAP
.
RADIAÇÃO
Derretimento
0
5
10
15
Altura
[km]
COND.
EVAP
.
RADIAÇÃO
Derretimento
Ondas curtas
Ondas longas
Ag - área de formação de
agrupamento de nuvens.
Ac - área de várias células
convectivas
Ae - área onde, do nível
médio à base da nuvem,
onde ocorrem
precipitações estratiformes.
Ao - área do nível superior
da nuvem.
Figura 2.5 Fase madura em que a nuvem cobre a área Ag.
CC
CC
0
5
10
15
Altura
[km]
Cond.?
Evap.?
CC
CC
0
5
10
15
Altura
[km]
Cond.?
Evap.?
Figura 2.6 – Fase de enfraquecimento
27
D’
D
DD
0
5
10
15
Altura
[km]
Nuvens desmembradas
D’
D
DD
0
5
10
15
Altura
[km]
Nuvens desmembradas
D
DD
0
5
10
15
Altura
[km]
Nuvens desmembradas
Figura 2.7 – Fase de dissipação
Como visto anteriormente, a previsão determinística da atenuação por
chuvas num enlace exigiria o conhecimento detalhado das variações da taxa de
precipitação ao longo do percurso de propagação. A variação aleatória temporal e
espacial da chuva, associada ao processo descrito acima, e a conseqüente
dificuldade em se contabilizar o número de gotas existentes no percurso fez surgir
o conceito de estruturas equivalentes de chuva. A modelagem destas estruturas
pode ser feito definindo o comprimento equivalente da célula de chuva ou
utilizando uma intensidade de chuva equivalente para representar a variação da
taxa de precipitação no percurso. A maior parte dos métodos de previsão utiliza
um modelo simplificado da célula de chuva para levar em conta, de forma
estatística, a variação espacial e temporal de sua estrutura.
2.5.
Análise estatística da atenuação por chuvas
A análise estatística das atenuações por chuvas num radio-enlace é baseada
nas atenuações que são dependentes da freqüência do sinal transmitido e na
climatologia do local do enlace.
28
A série temporal obtida das atenuações por chuvas permite análises
estatísticas tais como a obtenção de distribuições cumulativas de probabilidade da
atenuação, caracterização da duração média de eventos, análise do tempo que
separa dois eventos sucessivos, obtenção de distribuições cumulativas de
probabilidade da taxa de variação da atenuação e análise do cruzamento de níveis
para uma dada atenuação.
Para exemplificar os tipos de dados analisados e os tipos de resultados
obtidos, a figura 2.8 apresenta a série temporal obtida com resolução de dois
segundos para um sinal recebido, atenuado devido à chuva, no enlace Bradesco-
Rua dos Ingleses na cidade de São Paulo no dia 12/02/1994. Estes dados
experimentais são um exemplo dos resultados de medidas realizadas durante dois
anos em São Paulo pelo Centro de Estudos de Telecomunicações da PUC-Rio. As
características do enlace estão apresentadas na tabela 2.1.
Tabela 2.1 – Característica do enlace terrestre.
Enlace Freqüência
(GHz)
Comprimento
(km)
Polarização Azimute Duração
Bradesco – SP 14,5500 12,8 Horizontal
171°
2 anos
Tempo [s]
Potência [dB]
Tempo [s]
Potência [dB]
Figura 2.8 – Exemplo de sinal recebido no enlace Bradesco – RIS – SP no dia
12/02/1994
29
A figura 2.9 representa uma parte do período da figura 2.8 em que ocorrem
atenuações por chuvas bastante acentuadas. Em azul vê-se as atenuações por
chuvas excedida de 40 dB. A partir da análise destes eventos nos quais um
determinado nível de atenuação é excedida são construídas as distribuições de
número e duração de eventos.
Tempo [s]
Instantânea Maior de 40 dB
Atenuação por chuva [dB]
Tempo [s]
Instantânea Maior de 40 dBInstantânea Maior de 40 dB
Atenuação por chuva [dB]
Figura 2.9 – Exemplo de atenuação por chuvas expandida mostrando em azul a
atenuação excedida de 40dB. Parte do período do tempo da figura 2.8.
A figura 2.10 representa a distribuição cumulativa de probabilidade da
atenuação medida neste enlace num período de dois anos. A figura 2.11
representa a distribuição cumulativas de chuva da cidade de São Paulo obtida no
mesmo período [13].
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
0,01 0,1 1
percentagem de tempo
atenuação excedida (dB)
Medida
Figura 2.10 – Exemplo de distribuições cumulativas de probabilidades da atenuação por
chuvas Enlace Bradesco-RIS.
30
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
200,0
0,001% 0,010% 0,100% 1,000%
pe rcentagem d o tempo
taxa de precipitação excedida (mm/h)
S. Paulo
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
200,0
0,001% 0,010% 0,100% 1,000%
pe rcentagem d o tempo
taxa de precipitação excedida (mm/h)
S. Paulo
Figura 2.11 – Exemplo de distribuições cumulativas anuais da taxa de precipitação por
chuvas.
2.6.
Análise estatística da taxa de variação da atenuação por chuvas
A taxa de variação das atenuações é expressa em dB/s. Normalmente os
dados de medidas são analisados após um procedimento de filtragem das
flutuações do sinal. Esta filtragem é aplicada para que efeitos de alta freqüência,
tais como cintilações, que não estão associados à chuva, possam ser eliminados da
análise.
A expressão básica para obtenção da taxa de variação da atenuação é dada
por:
]/[
)()(
)( sdB
t
tiAiA
i
a
a
=
ς
(2.5)
onde:
ς(i) – taxa da atenuação no instante (i), em dB/s;
A(i) – atenuação por chuva no instante (i), em dB;
ta – tempo de aquisição entre os valores subseqüentes da atenuação, em
segundos.
A figura 2.12 representa um exemplo da série temporal da taxa de variação
da atenuação, obtida de 2 em 2 segundos, sem filtragem, para o mesmo trecho de
registro do exemplo apresentado na figura 2.8.
31
Taxa de variação da atenuação [dB/s]
Tempo [s]
Taxa de variação da atenuação [dB/s]
Tempo [s]
Figura 2.12 – Exemplo de taxa de variação da atenuação obtida de 2 em 2 segundos.
As análises estatísticas da taxa de variação da atenuação por chuvas
permitem a obtenção de histogramas, densidade de probabilidades e da
distribuição de probabilidades para determinado nível excedido de atenuação.
O conhecimento da taxa de variação da atenuação representa a base para a
predição do comportamento da série temporal da atenuação. Modelos de predição
podem ser usados em técnicas de compensação dos efeitos da atenuação, um
resumo das quais está incluído no apêndice B.
As próximas seções apresentam dois estudos relativos a taxa de variação
da atenuação realizados por outros autores. O apêndice C descreve aplicações dos
modelos a enlaces tropicais.
2.6.1.
Método da célula equivalente de chuva
Este método foi desenvolvido por Sweeney e Bostian [14]. O estudo
baseia-se na obtenção da equação da taxa da atenuação através das equações da
atenuação por chuvas e da hidrodinâmica do volume de chuva enchendo a
primeira zona de Fresnel deste enlace terrestre.
A equação da taxa de variação da atenuação por chuvas obtida é função da
taxa de precipitação, da característica do primeiro elipsóide de Fresnel e da
32
velocidade da gota de chuva que atravessa o enlace. Este modelo prediz que a taxa
de variação da atenuação é mais sensível à velocidade da gota de chuva do que à
taxa de precipitação propriamente dita, como indica a expressão obtida para a taxa
de variação:
)/(1)(10.5,1
)(
2
3
sdB
a
tva
a
b
vkR
dt
tdA
D
D
D
=
α
(2.6)
onde:
dt
tdA
D
)(
- taxa de variação da atenuação, em dB/s;
A
D(t) – atenuação por chuvas em dB no instante (t);
k e
α - parâmetros dependentes da freqüência do sinal obtidos na ITU-R
P838 [3];
a e b – parâmetros do primeiro elipsóide de Fresnel em metros representada
na figura 4.6;
v
D – velocidade da gota de chuva em m/s;
R – taxa de chuva em mm/h;
t – tempo em segundos.
A figura 2.13 representa o primeiro elipsóide de Fresnel num enlace
terrestre com um volume de chuva.
a
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeira elipsóide de Fresnela
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
a
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeiro elipsóide de Fresnela
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
a
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeira elipsóide de Fresnela
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
a
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeiro elipsóide de Fresnela
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeiro elipsóide de Fresnela
b
x
y
z
Antena AntenaChuva
Primeiro elipsóide de Fresnel
Figura 2.13 – Interseção da chuva com o primeiro elipsóide de Fresnel.
33
A figura 2.14 representa a taxa de variação da atenuação por chuvas obtida
pela equação deste modelo (2.6) versus a velocidade da gota de chuva de 1, 2, 4
m/s, considerando a taxa de precipitação constante de 20 mm/h. Nos gráficos
foram considerados: comprimento do enlace de 4 km e freqüência de 20 GHz.
Apesar da base física dos resultados de Bostian e Sweeney, o uso da
velocidade da gota torna esta abordagem muito difícil de se realizar em condições
reais. Por esta razão, a abordagem usada neste trabalho utilizará diretamente a
série temporal de atenuação.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5
Tempo (s)
Taxa de variação da atenuação (dB/s)
velocidade da gota 1 m/s
velocidade da gota 2 m/s
velocidade da gota 4 m/s
Taxa de chuva constante 20 mm/h
Comprimento do enlace 4 km
Polarização circular
k e α obtidos UIT
Freqüência 20 GHz
Figura 2.14 – Taxa de variação da atenuação por chuvas versus a velocidade da gota
de chuva de 1, 2, 4 m/s para uma taxa de precipitação de 20 mm/h .
2.6.2.
Distribuição de Van de Kamp
A formulação de Van de Kamp [15] permite obter a distribuição de taxa de
variação da atenuação por chuvas condicionada a um determinado nível de
atenuação por chuvas para enlaces terra – satélite, através das seguintes equações:
])/[(
])/(1[
2
)/(
1
22
+
= sdBAf
vkvk
σςπσ
ς
(2.7)
34
]/[
)1()1(
)( sdB
t
iAiA
i
Δ
+
=
ς
(2.8)
onde:
ς(i) – taxa de variação de atenuação por chuvas no instante (i), em dB/s;
A(i) – atenuação por chuvas no instante (i), em dB;
f(
ς/A) – distribuição da taxa de variação de atenuação por chuvas
condicionada a um nível de atenuação A, em s/dB;
σvk – desvio padrão de Van de Kamp da taxa de variação por chuvas
condicionada a um nível de atenuação A, em dB/s;
Δt – tempo de aquisição entre as atenuações para obtenção da taxa, em
segundos.
No modelo de Van de Kamp, o desvio padrão da taxa de variação por
chuvas condicionada a um nível de atenuação A, é dado por:
)]/[().,(. sdBAtfFs
cvk
Δ
=
σ
(2.9)
()
()
[]
b
b
b
c
c
tf
tfF
/1
2
.2/1
2
),(
Δ+
=Δ
π
(2.10)
onde:
s – parâmetro que depende da climatologia e ângulo de elevação da antena;
fc – freqüência de corte do filtro passa baixa, em Hz;
A – nível de atenuação, em dB;
Δt – tempo de aquisição entre as atenuações para obtenção da taxa, em s;
F(f
c,Δt) – função de ajuste;
b – valor constante igual a 2,3;
σvk – desvio padrão de Van de Kamp da taxa de variação por chuvas
condicionada a um nível de atenuação A, em dB/s.
O parâmetro (s) para enlaces satélites localizados na Europa ou Estados
Unidos com ângulo de elevação entre 10° e 50º é de 0,01.
A figura 2.16 representa as distribuições de Van de Kamp para taxa de
variação da atenuação de enlaces de satélite – Terra na Europa, com freqüências
35
de 12GHz, 20GHz e 30GHz e condicionado a vários níveis de atenuação. Esta
distribuição é simétrica em 0 dB/s.
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
100
1000
-0,1 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Função da distribuição de Van de Kamp (s/dB)
desvio padrão vk 0,005 dB/s
desvio padrão vk 0,01 dB/s
desvio padrão vk 0,02 dB/s
desvio padrão vk 0,03 dB/s
desvio padrão vk 0,04 dB/s
desvio padrão vk 0,05 dB/s
Figura 2.15 – Distribuições de Van de Kamp da taxa de variação de atenuação de desvio
padrão σvk (dB/s) condicionada a um valor de atenuação por chuvas.
Verifica-se, destas curvas, que a concentração de pontos perto da média
tende a decair com a atenuação. Outro ponto importante é que as distribuições são
condicionadas ao nível de atenuação, e não ao nível excedido de atenuação.
3
SÍTIOS DE MEDIDAS E PRÉ-PROCESSAMENTO DE DADOS
3.1.
Características dos enlaces
O estudo apresentado nesta tese utilizou dados de medidas de atenuação por
chuvas em enlaces terrestres e via satélite, obtidos dos seguintes locais:
enlaces terrestres em Brasília e São Paulo;
enlaces terra-satélite em Mosqueiro, no Estado do Pará, Rio de
Janeiro, Curitiba, e Porto Alegre.
A figura 3.1 representa a localização no Brasil dos enlaces terra-satélite e
enlaces terrestres em que os dados de atenuação por chuvas foram obtidos. Os
sistemas de medidas do CETUC são compostos de uma unidade de aquisição de
dados (UAD) e uma unidade de registro e análise em que os dados são arquivados
diariamente. No caso de enlaces terrestres foram utilizados os receptores de
enlaces comerciais em operação e no caso de enlaces satélite, receptores de
beacon próprios de CETUC.
UAD
registro e análise de dados
Set-up de medidas do CETUC / PUC - Rio
receptores de
beacon
enlaces
terrestres
Medidas de atenuação por chuvas
INTELSAT
Receptor
UAD
registro e análise de dados
Set-up de medidas do CETUC / PUC - Rio
receptores de
beacon
enlaces
terrestres
Medidas de atenuação por chuvas
INTELSAT
Receptor
Figura 3.1 – Set-up de medidas com a localização dos enlaces.
37
A unidade de aquisição de dados (UAD) é um microcomputador dedicado
que permite o registro de tensões analógicas obtidas do controle automático de
ganho de receptores (tensão do CAG) e do valor da taxa de precipitação de chuva
registrada num pluviômetro. Estas tensões do CAG são amostradas a uma taxa de
1 Hz, depois reduzidas a 0,5 Hz, por questões de armazenamento, e depois
digitalizados. Na fase de pré-processamento estes dados são convertidos em
potência recebida através das curvas de calibração obtidas durante a instalação do
equipamento. Estas curvas têm a forma geral de um polinômio de quinto grau e os
coeficientes variam para cada enlace. A figura 3.2 representa o esquema básico do
UAD (na área tracejada) com o microcomputador de registro e análise de dados.
O UAD faz: a seleção seqüencial do canal; a adequação do nível de tensão de cada
canal à faixa de níveis de entrada do microcontrolador e a conversão da
informação paralela em serial pois é conectada a um computador. Existem dois
softwares sendo um no UAD e outro no computador. O software do UAD
gerencia: a seleção síncrona dos canais a serem coletados; o controle de nível da
atenuação imposto à fase de equalização e o enviados dados na forma serial. O
software do computador gerencia: a adequação dos dados seriais provenientes do
microcontrolador de aquisição e a gravação em mídia.
Circuito de Aquisição
(Equalização e “ Offset”)
Microcontrolador de Aquisição
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Microcomputador
Microcomputador
Dispositivo de
Registro Físico
Dispositivo de
Registro Físico
UAD
Circuito de Aquisição
(Equalização e “ Offset”)
Microcontrolador de Aquisição
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Equipamentos
de
Medidas
Microcomputador
Microcomputador
Dispositivo de
Registro Físico
Dispositivo de
Registro Físico
UAD
Figura 3.2 – UAD e o sistema de registro e análise de dados.
38
O registro da potência no receptor para cada dia de medida é representado
na forma de séries temporais. Estas séries são pré-processadas através do
programa TSEDIT (Time Series Editor). Com este programa é possível visualizar
qualquer série temporal e se necessário modificar, editar e armazenar. As edições
de dados são feitas para eliminar os períodos de interrupções ocorridos devidos às
manutenções preventivas e corretivas dos sistemas de rádio. As séries temporais
sempre são armazenadas em dias, com início às 0 horas e finalizando às 24 horas.
Os dados das séries temporais utilizados nesta tese apresentam
continuidades superiores a 90%.
3.1.1.
Enlaces Terra – satélite
Os enlaces terra – satélite estão situados em diferentes regiões
radioclimaticas brasileiras e têm as características indicadas na tabela 3.1.
Tabela 3.1 – Dados dos enlaces terra –satélite.
Tipo de medida: enlace terra - satélite
Descrição
Mosqueiro PA Rio de Janeiro Curitiba Porto Alegre
Latitude 01°27’ S 22°55’ S 25°25’ S 30°03’ S
Longitude 48°29’ W 43°30’ W 49°17’ W 51°10’ W
Altitude [m] 24 30 915 75
Freqüência [GHz] 11,4 11,4 11,4 11,4
Polarização Circular Circular Circular Circular
Elevação
89° 63° 60° 55°
Período de análise 3 anos 1 ano 2 anos 1 ano
Os gráficos das figuras 3.3 e 3.4 são exemplos de eventos de atenuação por
chuvas de dois destes enlaces. Os valores no eixo x representam o tempo em
segundos contado a partir da zero hora do dia indicado.
39
Figura 3.3 – Atenuação por chuvas em tempo real do enlace de Mosqueiro – PA.
Figura 3.4 – Atenuação por chuvas em tempo real do enlace do Rio de Janeiro –RJ.
3.1.2.
Enlaces terrestres
Os enlaces terrestres analisados são parte de dois conjuntos de sistemas
ponto-multiponto localizados em São Paulo e Brasília. As características
relacionadas na tabela 3.2 correspondem a sete enlaces da Rua dos Ingleses, em
40
São Paulo, e as relacionadas na tabela 3.3 correspondem a sete enlaces situados
em Brasília. Os valores de latitude e longitude se referem aos pontos centrais dos
enlaces.
Tabela 3.2 – Dados dos enlaces terrestres de São Paulo.
Tipo de medida: enlace terrestre (São Paulo)
Descrição
Bradesco Cenesp 15 Scania Barueri Shell Cenesp 18
Paranapiacaba
Latitude 23°32’ S 23°32’ S 23°32’ S 23°32’ S 23°32’ S 23°32’ S 23°32’ S
Longitude 46°37’ W 46°37’ W 46°37’ W 46°37’ W 46°37’ W 46°37’ W 46°37’ W
Freqüência
[GHz]
14,55 14,55 14,50 14,53 18,59 18,61 14,52
Polarizaçã
o
Horizontal Horizontal Vertical Vertical Vertical Vertical Horizontal
Distância
[km]
12,8 12,78 18,38 21,69 7,48 12,8 42,99
Período de
análise
2 anos 2 anos 2 anos 2 anos 2 anos 2 anos 2 anos
Tabela 3.3 – Dados dos enlaces terrestres do Distrito Federal.
Tipo de medida: enlace terrestre (Brasília)
Descrição
DPF 06 Ministério da
Fazenda
ESAF CASSI CERES STF Projeto BRA
Latitude 15°47’ S 15°47’ S 15°47’S 15°47’ S 15°47’ S 15°47’S 15°47’S
Longitude 47°53’ W 47°53’W 47°53’ W 47°53’W 47°53’W 47°53’W 47°53’W
Freqüência
[GHz]
23
38
15
23
38
23
23
Polarização Vertical Horizontal Vertical Vertical Vertical Vertical Vertical
Distância
[km]
6,73
1,21
10,53
0.76
1,83
4,48
3,78
Período de
análise
1 ano
1 ano
1 ano
1 ano
1 ano
1 ano
1 ano
Os gráficos das figuras 3.5 e 3.6 são exemplos de eventos de atenuação por
chuvas, sem filtragem, de alguns destes enlaces obtidos no período da análise.
Das figuras é possível notar as variações de alta freqüência, associadas à
cintilação, que não são causadas pela chuva e devem ser filtradas para que não
interfiram nos resultados. Os valores nos eixo “x” representam o tempo em
segundos desde 00:00.
41
Figura 3.5 – Atenuação em tempo real do enlace de Brasília – DF.
Figura 3.6 – Atenuação em tempo real do enlace de São Paulo – Cenesp 15 – SP.
3.2.
Procedimento de análise
O procedimento de análise utilizado para caracterização da dinâmica da
atenuação por chuvas em regiões tropicais é baseado em:
42
calibração das séries temporais medidas para obtenção da atenuação por
chuvas e suas taxas de variação. As atenuações por chuvas eram
amostradas a cada 2 segundos nas séries temporais.
filtragem passa baixa, com transformada rápida de Fourier dos dados da
série temporal da atenuação por chuvas. É usado um filtro tipo
morfológico com representação esquemática da seqüência de operações
representada na figura 3. 7.
Sinal analítico obtido de forma
discreta
da atenuação por chuvas
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas
Sinal analítico obtido de forma
discreta da
atenuação por chuvas filtrado
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas com
freqüências 0,02 Hz
Transformada discreta de Fourier de modo rápido
Corte das freqüências > 0,02Hz
Transformada discreta de Fourier inversa
de modo rápido
A [dB]
t [s]
Sinal analítico obtido de forma
discreta
da atenuação por chuvas
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas
Sinal analítico obtido de forma
discreta da
atenuação por chuvas filtrado
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas com
freqüências 0,02 Hz
Transformada discreta de Fourier de modo rápido
Corte das freqüências > 0,02Hz
Transformada discreta de Fourier inversa
de modo rápido
Sinal analítico obtido de forma
discreta
da atenuação por chuvas
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas
Sinal analítico obtido de forma
discreta da
atenuação por chuvas filtrado
Espectro de freqüência do
sinal discreto
da atenuação por chuvas com
freqüências 0,02 Hz
Transformada discreta de Fourier de modo rápido
Corte das freqüências > 0,02Hz
Transformada discreta de Fourier inversa
de modo rápido
A [dB]
t [s]
A [dB]
t [s]
Figura 3.7 – Seqüência de operações do filtro da transformada de Fourier de modo
rápido.
A filtragem foi realizada com freqüência de corte de 0,02 Hz para eliminar
os efeitos de cintilações, baseado nos estudos realizados por Van de Kamp
e Castanet [19].
determinação do vetor de cruzamento de níveis aplicado da série da
atenuação por chuvas (x
t) obtida após filtragem:
()
tx
t
,
para 0 < t T desde que (xt) seja maior ou igual a
um valor pré determinado de atenuação por chuvas.
Após filtragem, foram obtidas as séries temporais das atenuações filtradas
para cada nível de atenuação entre 1 dB a 40 dB, com passo de 1 dB.
obtenção da série temporal da taxa de variação da atenuação por chuvas
pela seguinte equação:
43
]/[
)()(
)( sdB
tb
tbiAiA
i
=
ς
(3.1)
onde:
ς(i) – taxa da atenuação no instante (i) em dB/s;
A(i) – atenuação por chuva no instante (i) em dB;
tb – tempo analisado entre as atenuações em segundos.
Após o cruzamento de nível foram obtidas as séries temporais das taxas de
variação de 8 em 8 segundos para cada nível de atenuação entre 1 dB a 40
dB com passo de 1 dB.
o programa registra em um arquivo de saída o histograma da densidade de
probabilidade da taxa para o período de análise considerado, por nível de
atenuação. A taxa de variação da atenuação por chuvas da densidade de
probabilidade varia de -0,5 dB/s a +0,5 dB/s, com células de 0,05 dB/s de
largura.
ajuste de distribuições de probabilidade gaussianas baseadas na função:
(
)
π
+=
2
2
0
0
w
xx2
exp
2
w
A
yy
(3.2)
onde:
y
0
- deslocamento do eixo de referência.
A - área total da curva acima do eixo de referência.
x
0
- média, correspondendo ao modo da distribuição.
w/2 - desvio padrão.
A partir do histograma da densidade de probabilidade por nível, ajustou-se a
distribuição de probabilidade gaussiana correspondente a taxa de variação
da atenuação para cada nível excedido. Um exemplo do qual é mostrado na
figura 3.8. Finalmente, após o ajuste obteve-se os parâmetros da gaussiana,
a média e o desvio padrão da taxa de variação da atenuação por chuvas,
conforme apresentado na figura 3.9. Os resultados obtidos para todos os
44
enlaces estão detalhados em as tabelas no apêndice A. Estes resultados
servirão de base para o modelo de predição descrito no capítulo 5.
Atenuação excedida 25 dB
-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
Probabilidade de ocorrência [%]
Taxa de variação da atenuação [dB/s]
Atenuação excedida 25 dB
-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
Probabilidade de ocorrência [%]
Taxa de variação da atenuação [dB/s]
Figura 3.8 – Distribuição de probabilidade da taxa de variação obtido com software.
Enlace terrestre de São Paulo – Cenesp 15.
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
Data: Projeto BRA 08/2004 a 07/2005
Model: Gauss
Equation: y=y0 + (A/(w*sqrt(PI/2)))*exp(-2*((x-xc)/w)^2)
Weighting:
y No weighting
Chi^2/DoF = 0.00004
R^2 = 0.99585
y0 0.00207 ±0.00173
xc -0.02928 ±0.00114
w 0.11463 ±0.00243
A 0.04777 ±0.00098
Probabilidade de ocorrência [%]
Taxa de variação da atenuação [dB/s]
30 dB
Gaussiana
Figura 3.9 – Amostra do processo de obtenção da média e desvio padrão.
4
ANÁLISE ESTATÍSTICA DA TAXA DE VARIAÇÃO DA
ATENUAÇÃO POR CHUVAS
O objetivo deste capítulo é descrever o processo de análise estatística das
densidades de probabilidade da taxa de variação da atenuação realizado para todos
os anos-sítio. Ao longo do capítulo serão apresentados os resultados da estimação
paramétrica da densidade de probabilidade para modelagem da taxa de variação
da atenuação e das análises de correlação entre os parâmetros das densidades
estimadas (média e desvio padrão) com variáveis de enlace como freqüência,
comprimento (para enlaces terrestres), inclinação (para enlaces via satélite) e
limiar de atenuação. Uma análise com esta abrangência, envolvendo dados de taxa
de variação da atenuação em enlaces terrestres e via satélite, é uma das
contribuições originais desta tese.
É importante observar que foi obtido um grande volume de resultados nesta
análise. Embora todos estes resultados tenham sido usados na modelagem da taxa
de variação da atenuação, nas seções seguintes serão apresentados apenas
exemplos, os quais devem ser considerados como típicos dos resultados
representados.
4.1.
Densidades de probabilidade medida da taxa de variação da
atenuação por chuvas
O objetivo da análise foi obter as densidades de probabilidades da taxa de
variação da atenuação para diferentes níveis de atenuação excedidos. O conjunto
de densidades empíricas, obtido para todos os anos-sítio será usado
posteriormente para a construção de um modelo paramétrico de predição.
4.1.1.
Densidades de probabilidade da taxa de variação da atenuação nos
enlaces Terra – satélite
Métodos para análise estatística da taxa de variação da atenuação ainda são
motivos de intenso debate na comunidade científica. Conforme foi mencionado
anteriormente as séries temporais de taxa de variação da atenuação são obtidas de
46
dados de atenuação, sendo função dos tipos e parâmetros de filtros utilizados.
Como uma abordagem padronizada ainda não existe, há que se definir algumas
escolhas neste ponto.
Os enlaces via satélite usados neste estudo têm freqüência de 11,4 GHz. De
uma forma geral, as densidades de probabilidade obtidas possuem aspecto
multimodal, sugerindo a composição de efeitos e, em conseqüência, de
densidades.
Esta característica multimodal se evidencia fortemente para atenuações
acima de 10 dB. Para as limiares de atenuação inferiores a 10 dB, valores muito
baixos de taxa de variação são totalmente dominantes. A figura 4.1 apresenta as
densidades de probabilidade obtidas para o enlace terra-satélite com ângulo de
elevação 89
0
, operando na faixa de 11,4 GHz em Belém, para atenuações
excedidas entre 1dB e 40 dB. As curvas, para um grande número de limiares, são
apresentadas desta forma propositalmente, para mostrar as características não
uniformes das densidades.
Belém
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
fade slope (dB/s)
pdf
1dB
35dB
Figura 4.1 – Densidades de probabilidade obtidas para o sítio de Belém (Mosqueiro)
(latitude: 01˚27’ S).
Uma visão melhor deste comportamento é apresentada na figura 4.2. O
gráfico de superfície mostra o comportamento crescentemente multimodal das
densidades com o aumento do limiar da atenuação excedida.
47
-0.5
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
0.5
pdf
fade slope (dB/s)
atenuação excedida (dB)
Belém
0-0.05 0.05-0.1 0.1-0.15 0.15-0.2 0.2-0.25 0.25-0.3 0.3-0.35 0.35-0.4 0.4-0.45 0.45-0.5
Figura 4.2 – Densidades empíricas de probabilidade para o enlace de Belém
(Mosqueiro).
O padrão intrincado das densidades de probabilidade pode ser visualizado nas
curvas de nível, como na figura 4.3.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1011121314151617181920212223242526272829303132333435
-0.5
-0.45
-0.4
-0.35
-0.3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
0.5
atenuação excedida (dB)
fade slope (dB/s)
Belém
0-0.05 0.05-0.1 0.1-0.15 0.15-0.2 0.2-0.25 0.25-0.3 0.3-0.35 0.35-0.4 0.4-0.45 0.45-0.5
Figura 4.3 – Curvas de nível relativas ao enlace Belém (Mosqueiro).
O aparecimento dos múltiplos modos pode ser devido a uma combinação de
efeitos de diferentes tipos de chuvas, bem como a uma limitação do estimador,
cuja tendenciosidade estatística é inversamente proporcional ao número de pontos
48
usados na criação da curva de densidade. Esta tendenciosidade estatística
corresponde a orientação de uma série de dados para níveis de atenuação
excedidos próximas do nível máximo de atenuação.
O número de amostras de taxa de variação da atenuação tende a diminuir com
o aumento do limiar. Como veremos mais tarde, a aplicação de modelos
multimodais para as elevadas faixas de atenuação de interesse prático não
apresentam uma relação custo-benefício que justifique a maior complexidade do
modelo. A multimodalidade, no entanto, pode ser usada para reduzir o espaço
possível de densidades candidatas no sentido que densidades muito impulsivas,
como a lorentziana, são preteridas em favor de densidades mais maleáveis como a
gaussiana.
A multimodalidade é uma característica que existe em todos os resultados,
independentemente da latitude e, portanto, do clima. Isto se evidencia no resultado
apresentado na figura 4.4, representando as densidades obtidas para o sítio de
Porto Alegre, com ângulo de elevação de 55
0
operando na faixa de 11,4 GHz.
Porto Alegre
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Fade Slope (dB/s)
pdf
1dB
20dB
Figura 4.4 – Densidades de probabilidades obtidas para o sítio de Porto Alegre
(latitude: 30˚03’S).
As curvas de nível relativas a este exemplo são apresentadas na figura 4.5.
49
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
-0.5
-0.45
-0.4
-0.35
-0.3
-0.25
-0.2
-0.15
-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
0.5
atenuação excedida (dB)
fade slope (dB/s)
Porto Alegre
0-0.05 0.05-0.1 0.1-0.15 0.15-0.2 0.2-0.25 0.25-0.3 0.3-0.35 0.35-0.4 0.4-0.45 0.45-0.5
Figura 4.5 - Curvas de nível relativas as densidades empíricas apresentadas na figura
4.4 para o sítio de Porto Alegre.
A acentuada irregularidade nos limiares superiores a 18 dB é devida, no
caso de Porto Alegre, a tendenciosidade estatística dos estimadores devida a baixa
quantidade de eventos acima de 18 dB.
4.1.2.
Densidades de probabilidade da taxa de variação da atenuação nos
enlaces terrestres
As funções densidade de probabilidade da taxa de variação da atenuação
para enlaces terrestres apresentaram, em geral, um formato mais suave que as
curvas para os enlaces via satélite. Isto pode ser devido ao fato de que estes
enlaces estão sujeitos apenas às variações da distribuição espacial da chuva no
plano horizontal, enquanto que os enlaces via satélite sofrem também o efeito de
variações verticais, que podem ser intensas no caso de chuvas convectivas.
O que se observa na figura 4.6 é típico de todos os resultados obtidos: as
baixas atenuações, representadas pelos níveis inferiores a 15 dB, apresentam uma
alta curtose, ou seja, densidades com uma grande concentração de valores
próximos à média. Com o aumento do limiar de atenuação, as distribuições se
tornam mais espalhadas. Para os níveis muito altos de atenuação o decaimento no
número de pontos de taxa de variação da atenuação, o que aumenta a
tendenciosidade estatística das distribuições. É importante notar que, mesmo com
50
o aumento do desvio padrão com a atenuação, as densidades permanecem com
uma grande concentração de pontos próximos à média.
Figura 4.6 – Perfil dos formatos das densidades de probabilidade para um
enlace terrestre.
Para melhor ilustrar o perfil das densidades, a figura 4.7 apresenta uma
visão de topo da superfície mostrada na figura 4.6.
Figura 4.7 – Mapa de curvas de nível relativas a figura 4.6.
Verifica-se que a maior concentração de pontos se encontra
aproximadamente entre +0.1 e -0.15 dB/s. Esta tendência na direção das taxas
negativas indica que a atenuação demora mais a voltar a zero do que a sair do zero
51
para o seu valor máximo. Além de um efeito característico da variação espaço-
temporal da taxa de precipitação, fatores como antena molhada podem contribuir
para esta demora na recuperação do enlace. A quantificação deste último efeito é
muito difícil, tornando-se inviável na prática, conforme atestado por Amaya [17]
no seu recente trabalho.
A título de comparação com o modelo de Van de Kamp apresentado na
seção 2.2.2, a figura 4.8 mostra o resultado das densidades de probabilidade
condicionais ao valor da atenuação do enlace ESAF, ou seja, os valores de taxa de
variação da atenuação são calculados de forma quase-pontual. Uma faixa de 1dB é
determinada, com cada nível de atenuação no centro. As taxas de variação da
atenuação são então calculadas dentro desta faixa e os valores obtidos formam as
densidades apresentadas na figura 4.8.
Figura 4.8 – Funções densidade de probabilidade condicionais ao valor de atenuação.
Os valores de atenuação de 1 dB até 40 dB a um passo de 1 dB.
Fica evidente, da figura 4.8, que as densidades obtidas possuem
ondulações multimodais que não são contempladas pelo modelo de Van de Kamp,
cujas curvas, apresentadas na figura 2.16, são repetidas na figura 4.9 para facilitar
a comparação.
52
0,0001
0,001
0,01
0,1
1
10
100
1000
-0,1 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Função da distribuição de Van de Kamp (s/dB)
desvio padrão vk 0,005 dB/s
desvio padrão vk 0,01 dB/s
desvio padrão vk 0,02 dB/s
desvio padrão vk 0,03 dB/s
desvio padrão vk 0,04 dB/s
desvio padrão vk 0,05 dB/s
Figura 4.9 (repetição da figura 2.16) – Modelo de Van de Kamp.
A inadequação deste modelo a dados empíricos tem sido verificada em
estudos como o de Pan et al. [18]. Este resultado foi observado em todos os anos-
sítio tanto em enlaces terrestres como via satélite.
4.2.
Modelagem da densidade de probabilidade da taxa de variação da
atenuação por chuvas
O objetivo da análise apresentada nesta seção é estimar uma distribuição de
probabilidade da taxa de variação da atenuação adequada para a modelagem das
análises estatísticas.
4.2.1.
Escolha da densidade para modelagem
Do ponto de vista das densidades empíricas obtidas para enlaces satélite e
terrestre, não se pôde observar grandes diferenças morfológicas que justificassem
a afirmativa de que os fenômenos representados pelas densidades seriam
fundamentalmente diferentes. O que se concluiu, via de regra, foi a suavização
dos modos das densidades com o aumento da freqüência, resultado observado por
53
Pan et al. [18] em enlaces satélite, mas que também se observou em enlaces
terrestres neste trabalho, conforme será visto posteriormente.
A obtenção do modelo de ajuste para representar a função densidade de
probabilidade da taxa de variação da atenuação por chuvas para um determinado
nível excedido de atenuação baseia-se na comparação estatística de dois modelos:
o modelo lorentziano, por apresentar as características leptocúrticas observadas
nas densidades empíricas da taxa de variação da atenuação, principalmente para
baixos níveis de atenuação e o modelo gaussiano mesmo apresentando
características semelhantes ao modelo lorentziano, é mais tratável
matematicamente.
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
MEDIDO 15dB
LORENTZ (r
2
=0.998)
GAUSS (r
2
=0.996)
X Axis Title
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
MEDIDO 20dB
LORENTZ (r
2
=0.998)
GAUSS (r
2
=0.995)
X Axis Title
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
MEDIDO 25dB
LORENTZ (r
2
=0.998)
GAUSS (r
2
=0.995)
pdf
fade slope (dB/s)
Paranapiacaba, Terrestre, d=42km, f=15GHz
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
MEDIDO 30dB
LORENTZ (r
2
=0.998)
GAUSS (r
2
=0.997)
Y Axis Title
Figura 4.10 – Comparação entre ajustes Lorentziano e Gaussiano para o enlace terrestre
de Paranapiacaba (d =42 km, f =15 GHz).
54
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
MEDIDO 20dB
LORENTZ (r
2
=0.984)
GAUSS (r
2
=0.974)
MEDIDO 15dB
LORENTZ (r
2
=0.998)
GAUSS (r
2
=0.983)
Belém, Satélite, f=12GHz
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
0.20
0.22
0.24
0.26
0.28
0.30
MEDIDO 30dB
LORENTZ (r
2
=0.908)
GAUSS (r
2
=0.932)
MEDIDO 25dB
LORENTZ (r
2
=0.922)
GAUSS (r
2
=0.939)
pdf
fade slope (dB/s)
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
Y Axis Title
Figura 4.11 – Comparação entre ajustes Lorentziano e Gaussiano para o enlace satélite
de Belém (Mosqueiro) (f =11,4 GHz).
No conjunto de resultados, dos quais os gráficos apresentados nas figuras
4.10 e 4.11 são exemplos típicos, que os ajustes gaussiano e lorentziano são
estatisticamente equivalentes. A escolha do modelo gaussiano baseia-se na
facilidade da aplicação deste modelo no problema de cruzamento de níveis, o qual
é fundamental no desenvolvimento de modelos de simulação de séries temporais
da taxa de variação da atenuação.
O próximo passo na criação do modelo de predição das características da
distribuição gaussiana é a escolha de algumas variáveis independentes. Estas
variáveis serão combinadas linearmente no modelo multilinear que será
construído mais adiante neste trabalho.
Basicamente, duas variáveis são dominantes em modelos envolvendo dados
de propagação: freqüência e distância. Nas seções seguintes, serão analisadas as
relações entre as características das densidades empíricas e estas variáveis.
55
4.2.2.
Dependência com a freqüência
Neste estudo evidenciou-se a diminuição do desvio padrão com a
freqüência, já observado por [18] em enlaces terrestres. A seguir são apresentadas
as figuras 4.12 a 4.15, correspondentes a densidades empíricas obtidas em enlaces
operando: a 12 GHz (Rio de Janeiro, satélite), 15 GHz (Bradesco, terrestre), 23
GHz (Cassi, terrestre) e 38 GHz (Ceres, terrestre), onde a diminuição do desvio
padrão com o aumento da freqüência pode ser notada.
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
-0.025
0.000
0.025
0.050
0.075
0.100
0.125
0.150
0.175
0.200
0.225
0.250
0.275
Rio de Janeiro (sat), 12GHz, 15dB
pdf
fade slope (dB/s)
Figura 4.12 – Densidade empírica obtidas em enlace operando a 12 GHz (Rio de
Janeiro, satélite).
56
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
-0.050
-0.025
0.000
0.025
0.050
0.075
0.100
0.125
0.150
0.175
0.200
0.225
0.250
0.275
0.300
0.325
0.350
0.375
pdf
fade slope (dB/s)
Bradesco, 15GHz, 15dB
Figura 4.13 – Densidade empírica obtida em enlace operando a 15 GHz (Bradesco,
terrestre).
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
Cassi, 23GHz, 15dB
pdf
fade slope (dB/s)
Figura 4.14 – Densidade empírica obtida em enlace operando a 23 GHz (Cassi,
terrestre).
57
-0.6 -0.5 -0.4 -0.3 -0.2 -0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
0.55
Ceres, 38GHz, 15dB
pdf
fade slope (dB/s)
Figura 4.15 – Densidade empírica obtida em enlace operando a 38 GHz (Ceres,
terrestre).
4.2.3.
Dependência com o comprimento do enlace
Para investigar a relação entre as densidades empíricas obtidas para
enlaces terrestres e o comprimento do enlace, foram considerados dados de
enlaces de mesma freqüência. Foi considerado o limiar de atenuação de 15 dB
para todos os enlaces, de modo a obter um número de pontos que garanta a
confiabilidade estatística dos resultados.
Não foi obtida dependência importante da média e desvio padrão das
densidades empíricas com a distância. Isto não é de todo inesperado, dado que os
enlaces são convergentes e de pequeno comprimento, não estando, em geral,
sujeitos à influência de uma mesma célula de chuva em cada evento. Para
exemplificar este resultado, a figura 4.16 apresenta a comparação entre as
densidades empíricas obtidas para 3 enlaces operando em 23 GHz em Brasília.
58
Enlaces Terrestres, 23GHz, 15dB
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
fade slope (dB/s)
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
0.50
pdf
6.73km
4.48km
0.76km
Figura 4.16 – Variação da densidade empírica com a distância para 3 enlaces terrestres
em 23 GHz. O limiar de atenuação é 15 dB.
4.2.4.
Dependência com o ângulo de elevação para enlaces satélite
Para enlaces satélites, o comprimento da seção do enlace sujeita à ação da
chuva depende da própria altura da chuva e do ângulo de elevação da antena. A
figura 4.17 mostra a variação da densidade empírica com o ângulo de elevação
para 3 enlaces satélite operando em 11,4 GHz.
Enlaces Satélite, 12GHz, 15dB
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
fade slope (dB/s)
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
0.20
0.22
0.24
0.26
pdf
89 graus
63 graus
55 graus
Figura 4.17 – Variação da densidade empírica com a inclinação para 3 enlaces satélite
em 11,4 GHz. O limiar de atenuação é 15 dB.
59
Também neste caso, não se pôde observar uma correlação significativa dos
parâmetros das densidades empíricas com o ângulo de elevação.
Os resultados combinados das análises de correlação indicam que a melhor
opção de modelo para relacionar as características das densidades com parâmetros
de enlace é um modelo multilinear, no qual diferentes variáveis, mesmo que
diretamente não correlacionadas com as variáveis dependentes podem se compor
para um resultado aceitável.
O próximo passo no desenvolvimento do modelo é investigar o
comportamento dos parâmetros das densidades empíricas com o limiar de
atenuação. Trabalhos relacionados à taxa de variação da atenuação apresentam
resultados divergentes. Alguns mencionam um comportamento crescente da
média com a atenuação, mas não há, tanto quanto se pôde apurar, resultados
envolvendo o desvio padrão. Estas duas variáveis serão as variáveis dependentes
no modelo que será desenvolvido mais adiante nesta tese.
4.2.5.
Comportamento da média e desvio padrão da distribuição com o
limiar de atenuação
O passo seguinte para a construção do modelo de predição foi investigar o
comportamento dos parâmetros das densidades empíricas com o limiar de
atenuação. Foram geradas tabelas dos valores de média e desvio padrão com o
limiar de atenuação, as quais estão apresentadas de forma completa no apêndice
A. A figura 4.18 apresenta o comportamento da média com limiar de atenuação
para os enlaces satélite.
Média. Enlaces Satélite. Ano 1
-0,1
-0,08
-0,06
-0,04
-0,02
0
0,02
0,04
5 6 7 8 9 101112131415161718192021222324252627282930313233343536
atenuação excedida (dB)
média (dB/s)
Mosqueiro
Rio
Curitiba
Porto Alegre
Baixa quantidade de pontos
acima de 18 dB.
Resultado tendencioso
maior concentração de pontos
Figura 4.18 – Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces satélite.
60
Nota-se, na figura 4.18, que o comportamento das curvas é bastante
semelhante entre 5 dB e 15 dB, que é a região com maior concentração de pontos
da taxa de variação da atenuação. O valor da média se manteve negativo para a
região de maior concentração de pontos. Após 15 dB, o número de pontos da taxa
de variação da atenuação se reduz bastante com o limiar, o que causa as
irregularidades observadas.
O enlace de Porto Alegre foi o que apresentou a menor quantidade de
eventos de atenuação, o que explica o comportamento bastante peculiar da curva
após 18 dB.
Não se pôde observar nenhuma regularidade nas curvas que contribuísse
para construção de um modelo.
O perfil do desvio padrão versus a atenuação é apresentado na figura 4.19.
Desvio Padrão. Enlaces Satélite. Ano 1
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
0,2
56789101112131415161718192021222324252627282930313233343536
atenuação excedida (dB)
desvio padrão (dB/s)
Mosqueiro
Rio
Curitiba
Porto Alegre
Baixa quantidade de pontos
acima de 18 dB.
Resultado tendencioso
maior concentração de pontos
Figura 4.19 – Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os
enlaces satélite.
Existe uma tendência puramente qualitativa de aumento do desvio padrão
com o limiar de atenuação. Este resultado já havia sido observado por Pan et al.
[18], mas pode estar ligado a um grau de tendenciosidade estatística nos
estimadores devido ao menor número de pontos em altas atenuações.
A figura 4.20 mostra o perfil da média com a atenuação para os enlaces
terrestres de São Paulo.
61
Média. Enlaces Terrestres. São Paulo. Ano 1
-0,06
-0,05
-0,04
-0,03
-0,02
-0,01
0
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
atenuação excedida (dB)
média (dB/s)
Bradesco
Cenesp 15
Scania
Barueri
Paranapiacaba
Paranapiacaba é o enlace
terrestre de maior comprimento
43 km 15 GHz
Figura 4.20 – Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de SP.
Nota-se um leve crescimento da média com o limiar de atenuação, para
todos os enlaces, com exceção de Scania. Uma nota de interesse é a estabilidade
do enlace de Paranapiacaba, que é o mais extenso dos enlaces experimentais. A
extensão de 43 km causa um maior número de eventos de taxa de variação da
atenuação em elevadas atenuações. Perfil semelhante foi observado em Cenesp 15
(12,78 km) e Barueri (21,69 km), o que evidencia a já verificada independência da
média com o comprimento do enlace.
As curvas do desvio padrão em função do limiar de atenuação são
apresentadas na figura 4.21.
Desvio Padrão. Enlaces Terrestres. São Paulo. Ano 1
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
atenuação excedida (dB)
desvio padrão (dB/s)
Bradesco
Cenesp 15
Scania
Barueri
Paranapiacaba
Figura 4.21 – Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de São Paulo.
62
Verifica-se uma tendência geral de decaimento para as curvas, exceto para
Scania, cujo comportamento fora de padrão já tinha sido observado na avaliação
da média.
Para os enlaces terrestres de Brasília, a figura 4.22 apresenta a curva da
média com a atenuação. Neste gráfico: MinF é o enlace do Ministério da Fazenda;
ProjBRA é o enlace de Projeto BRA.
Média. Enlaces Terrestres. Brasília.
-0,045
-0,04
-0,035
-0,03
-0,025
-0,02
-0,015
-0,01
-0,005
0
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
atenuação excedida (dB)
média (dB/s)
DPF
MinF
ESAF
CASSI
STF
ProjBRA
Cassi é o enlace terrestre de menor
comprimento 760 m 23GHz
Figura 4.22 – Variação da média com o limiar de atenuação para os enlaces terrestres
de Brasília.
O comportamento da média é bastante irregular para os enlaces de
Brasília. Notadamente, o enlace de Cassi de 23 GHz (0,76 km), que é o menor
entre os enlaces terrestres, possui o comportamento mais irregular. Não há motivo
aparente para este comportamento, pois MinF, que é o outro enlace curto (1,21
km) de 38 GHz não apresentou tal comportamento.
A curva de variação do desvio padrão pode ser vista na figura 4.23. Neste
gráfico MinF é o enlace do Ministério da Fazenda. Ao contrário dos enlaces de
São Paulo, o desvio padrão tende a aumentar com a atenuação. Este resultado
indica que não há dados suficientes para se chegar a uma conclusão a respeito das
tendências envolvendo os parâmetros das densidades de probabilidade empíricas.
63
Desvio Padrão. Enlaces Terrestres. Brasília.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
atenuação excedida (dB)
desvio padrão (dB/s)
DPF
MinF
ESAF
CASSI
STF
ProjBRA
Figura 4.23 – Variação do desvio padrão com o limiar de atenuação para os enlaces
terrestres de Brasília.
4.2.6.
Conclusões
A densidade gaussiana foi escolhida para a modelagem, apesar do bom
ajuste também obtido com densidade de Lorentz. Esta opção foi adotada porque a
gaussiana possui vantagens operacionais importantes, principalmente na solução
do problema de cruzamento de níveis.
As densidades empíricas apresentaram múltiplos modos, principalmente
em altas atenuações. Entretanto, estes modos não prejudicaram significativamente
os ajustes gaussianos. O uso de densidades mistas, que ajustariam melhor
densidades multimodais, não se justifica dada a complexidade do problema de
cruzamento de níveis quando aplicado à mistura de densidades.
Não se verificou correlação direta entre os parâmetros da distribuição
(média e desvio padrão) e variáveis individuais de enlace (freqüência,
comprimento, inclinação e limiar de atenuação). Este resultado aponta para um
modelo cooperativo do tipo multilinear como o mais adequado. No próximo
capítulo, é avaliado o uso de um modelo multilinear na estimação da média e
desvio padrão da distribuição gaussiana, baseado no uso de variáveis
independentes de enlace.
5
MODELO PARA PREDIÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DA TAXA
DE VARIAÇÃO DA ATENUAÇÃO
5.1.
Desenvolvimento dos modelo de predição
Para desenvolver modelos de predição da distribuição de probabilidades da
taxa de variação da atenuação por chuvas, tanto para enlaces terrestres como para
enlaces satélite, estimadores das densidades de probabilidades foram aplicados
aos histogramas obtidos dos dados experimentais. As possíveis aplicações deste
modelo estão descritas no apêndice B, que são técnicas de compensação de
atenuação por chuvas.
Utilizando as densidades empíricas, testes de hipótese foram realizados a
partir dos resultados preliminares advindos das estatísticas descritivas dos dados.
Pelas estatísticas descritivas, pode-se observar o elevado valor da curtose,
principalmente para atenuações abaixo de 15 dB. Uma curtose elevada significa
um desvio da densidade gaussiana no sentido de termos uma maior concentração
de dados muito perto da média, o que gera um formato de densidade com um pico
mais pronunciado do que se esperaria. A figura 5.1 apresenta um resultado da
análise dos estimadores da densidade de probabilidade, evidenciando a alta
curtose para as baixas atenuações (até 15 dB).
Foi verificado, tanto em enlaces satélite como terrestres, que a curtose
tende a diminuir após o limiar de 15 dB, tornando o formato das densidades mais
gaussiano. Isto pode ser visto na figura 5.2 representativa de um enlace terrestre
em Brasília.
65
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
pdf
fade slope (dB/s)
1dB
5dB
10dB
Figura 5.1 – Densidades de probabilidade para baixas atenuações evidenciando o alto
grau de curtose dos estimadores.
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
pdf
fade slope dB/s
1dB
5dB
15dB
30dB
40dB
Figura 5.2 – Densidades de probabilidade obtidas em enlace terrestre. Nota-se a
diminuição da curtose com o nível de atenuação.
De fato, observando-se apenas densidades acima de 15 dB, nota-se na
figura 5.3 esta tendência marcante para a gaussiana:
66
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
pdf
fade slope (dB/s)
15dB
20dB
25dB
30dB
35dB
40dB
Figura 5.3 – Densidades de probabilidade obtida em enlace terrestre.
Como a região de interesse, em atenuação, se situa na faixa das altas
atenuações, foi decidido que as densidades seriam ajustadas por uma densidade
gaussiana. Um exemplo do bom ajuste gaussiano às densidades pode ser visto nas
figuras 5.4 e 5.5:
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
10dB
Gauss fit of Data2_10dB
pdf
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
20dB
Gauss fit of Data2_20dB
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
30dB
Gauss fit of Data2_30dB
pdf
fade slope (dB/s)
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
-0.05
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
0.35
0.40
0.45
35dB
Gauss fit of Data2_35dB
fade slope (dB/s)
Figura 5.4 – Modelo gaussiano aplicado a densidades de probabilidade obtida em enlace
terrestre.
67
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
10dB
Gauss fit of Data1_10dB
pdf
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
15dB
Gauss fit of Data1_15dB
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
20dB
Gauss fit of Data1_20dB
pdf
fade slope (dB/km)
-0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
25dB
Gauss fit of Data1_25dB
fade slope (dB/km)
Figura 5.5 – Modelo gaussiano aplicado a densidades de probabilidade obtida em enlace
satélite.
O modelo gaussiano usado no ajuste é o da expressão (3.2). Este modelo
gaussiano foi aplicado a todos os resultados obtidos acima de 15 dB, tanto para
enlaces terrestres como para enlaces satélite, com excelente ajuste. Ao final do
processo, formou-se uma base de dados de valores estimados de médias e desvios
padrão para estes enlaces.
Com esta base de dados, foi possível construir um modelo de previsão para
os valores da média e desvio padrão utilizando variáveis de enlace. Para o modelo
terrestre, foram escolhidas freqüência, distância e atenuação e, para o modelo
satélite latitude, longitude, altitude da estação e atenuação. Estas escolhas foram
baseadas no critério de maior variabilidade dos parâmetros. Como havia uma
diferença muito grande entre a ordem de grandeza das variáveis independentes e
das variáveis dependentes, foi realizada uma transformação de redução de
variância nas independentes de modo a facilitar o processo de regressão. A
redução de variância é um procedimento comum e, neste caso, consistiu em usar o
logarítimo das variáveis não angulares e o cosseno das variáveis angulares. É
importante ressaltar que, em um modelamento global, seria necessário repensar o
uso do cosseno, dado que, para a longitude, existirão pontos na superfície do
68
planeta com valor nulo. Como este modelo é válido para dados brasileiros, o uso
do cosseno é permitido.
Uma análise de correlação entre as variáveis independentes mostrou a
consistência da escolha. As tabelas 5.1 e 5.2 apresentam os resultados da análise
de correlação para os enlaces terrestre e satélite. Nestas tabelas: (A) é o valor da
atenuação excedida em dB; (f) é a freqüência em GHz; (d) é a distância do enlace
terrestre em km; (alt) é a altitude do enlace via satélite em km; (lat) á a latitude
em grau decimal do enlace via satélite e (lon) é a longitude em grau decimal no
padrão UIT (União Internacional de Telecomunicações) do enlace via satélite.
Tabela 5.1 – Matriz de correlações para os enlaces terrestres.
log(A) log(f) log(d)
log(A) 1,00 -0,03 0,07
log(f) -0,03 1,00 -0,88
log(d) 0,07 -0,88 1,00
Tabela 5.2 – Matriz de correlações para os enlaces satélite.
log(alt) cos(lat) cos(lon) log(A)
log(alt) 1,00 -0,67 -0,39 -0,01
cos(lat) -0,67 1,00 0,13 0,05
cos(lon) -0,39 0,13 1,00 0,12
log(A) -0,01 0,05 0,12 1,00
Verifica-se das tabelas que, apesar dos pares log(f) e log(d) e log(alt) e
cos(lat) apresentarem correlação significativa, não se pode retirar uma variável de
cada par dos modelos sob pena de reduzir muito o número de parâmetros, o que
aumenta o potencial de tendenciosidade estatística dos valores obtidos.
O modelo que apresentou melhor desempenho de ajuste entre média e
desvio padrão e as variáveis independentes foi um modelo multilinear (“piecewise
linear”), que daqui para frente denominaremos de modelo PL. Este modelo é
representado por duas seções retas conectadas em um ponto, denominado ponto
de quebra. O modelo é descrito pelas seguintes equações:
69
()
=
parte2XB+...+XB+XB+B
parte1XB+...+XB+XB+B
,,
a
nn222211202
a
nn122111101
1 n
XXf L (5.1)
Para o modelo terrestre, tem-se:
(
)
(
)()
() () ()
+++
+++
=
dBfBABB
dBfBABB
desvpadmédia
logloglog
logloglog
,
32221202
31211101
(5.2)
onde as variáveis dependentes podem ser médias ou desvios padrão em
dB/s.
Para o modelo satélite, tem-se:
()
(
)
(
)
(
)
() () () ()
++++
++++
=
ABlonBlatBaltBB
ABlonBlatBaltBB
desvpadmédia
logcoscoslog
logcoscoslog
,
4232221202
4131211101
(5.3)
onde as variáveis dependentes podem ser médias ou desvios padrão em
dB/s.
Esquematicamente, o modelo é representado na figura 5.6.
ponto de
quebra
primeira seção
B01+B11X1+B21X2+...+Bn1Xn
segunda seção
B02+B12X1+B22X2+...+Bn2Xn
Figura 5.6 – Especificidades do modelo PL.
70
Os resultados obtidos foram de boa qualidade, com o menor coeficiente de
correlação obtido igual a 0.81. As tabelas 5.3 e 5.4 apresentam os coeficientes da
regressão para os enlaces terrestre e satélite.
Tabela 5.3 – Resultados do modelo PL para enlaces terrestres.
Primeira Parte
Terrestre
B
01
B
11
B
21
B
31
Média (dB/s) -0,0264 -0,007222 0,002711 0,001906
Desv. Pad. (dB/s) 0,0774 -0,017976 -0,010250 0,004247
Segunda Parte
B
02
B
12
B
22
B
32
Pt. Quebra
(dB/s)
Média (dB/s) 0,002156 0,010214 -0,031652 -0,003856 -0,028795
Desv. Pad. (dB/s) -0,172679 0,060209 0,109417 0,023900 0,057571
Tabela 5.4 – Resultados do modelo PL para enlaces satélite.
Primeira Parte
Satélite
B
01
B
11
B
21
B
31
B
41
Média (dB/s) -0,0404 0,00168 0,034835 -0,026010 -0,003584
Desv. Pad. (dB/s) -0,121 0,0127 0,203 -0,027366 -0,005970
Segunda Parte
B+
02
B
12
B
22
B
32
B
42
Pt. Quebra
(dB/s)
Média (dB/s) -0,060050 0,005327 -0,002930 -0,052890 0,059663 -0,017706
Desv. Pad. (dB/s) 0,013660 0,010175 -0,020648 -0,020878 0,087544 0,091467
5.1.1.
Avaliação do modelo de predição
Os gráficos de valores observados versus previstos pelo modelo são
apresentados nas figuras 5.7 a 5.10.
71
Média
enlaces terrestres (r=0.93)
-0.034
-0.033
-0.032
-0.031
-0.03
-0.029
-0.028
-0.027
-0.026
-0.025
-0.024
-0.023
previstos
-0.036
-0.034
-0.032
-0.03
-0.028
-0.026
-0.024
-0.022
-0.02
-0.018
-0.016
observados
Figura 5.7 – Resultados previstos versus valores observados para média em enlaces
terrestres.
Desvio Padrão
Enlaces Terrestres (r=0.89)
0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 0.10
previstos
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
observados
Figura 5.8 – Resultados previstos versus valores observados para desvio padrão em
enlaces terrestres.
72
Média
Enlaces Satélite (r=0.81)
-0.05 -0.04 -0.03 -0.02 -0.01 0.00 0.01 0.02
previstos
-0.10
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
0.00
0.02
0.04
observados
Outliers: Porto Alegre >19 dB
Causa provável: Alta tendenciosidade pelo baixo número de eventos
Figura 5.9 – Resultados previstos versus valores observados para média em
enlaces satélite.
A influência de pontos ditos fora da curva (“outliers”) é evidente na figura
5.9. O baixo número de pontos nas curvas de atenuação em Porto Alegre para
valores de atenuação superiores a 19 dB causou valores previstos que desviam
muito da ideal curva observado igual previsto. A retirada destes pontos da análise
significaria a virtual retirada do enlace de Porto Alegre da análise o que reduziria
bastante o espaço de amostras disponível.
Desvio Padrão
Enlaces Satélite
(
r=0.86
)
0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 0.16
previstos
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
0.20
observados
Figura 5.10 – Resultados previstos versus valores observados para desvio padrão
em enlaces satélite.
73
Como exemplo da boa qualidade do modelo, as figuras 5.11 e 5.12
apresentam as densidades previstas e empiricamente observadas. No apêndice D
tem mais exemplos.
Figura 5.11 – Densidade empiricamente observada e obtida via modelo.
Figura 5.12 – Densidade empiricamente observada e obtida via modelo.
Como pode ser verificado, a região de maior erro é aquela em torno da
média. O erro, no entanto, não passa de 10% em nenhuma situação.
6
DURAÇÃO DE EVENTOS DE ATENUAÇÃO E GRAU DE
INDISPONIBILIDADE
6.1.
Introdução
Neste capítulo será analisado um aspecto da dinâmica da atenuação de
grande importância no projeto de sistemas rádio, principalmente nos casos nos
quais são usadas técnicas de controle automático de potência. Neste caso, o tempo
de funcionamento destes sistemas é governado pela freqüência e intensidade de
ocorrência de atenuações elevadas. Conseqüentemente, a confiabilidade dos
sistemas de controle adaptativo dinâmico de potência está diretamente ligada ao
comportamento no tempo das estatísticas de duração e número de eventos. Uma
análise detalhada das aplicações do estudo da duração de eventos pode ser
encontrada no trabalho de Van de Kamp e Castanet [19]. Juntamente com a taxa
de variação da atenuação, a duração e o número de eventos de atenuação
compõem o conjunto dos elementos dinâmicos do fenômeno da atenuação.
O capítulo descreve a análise estatística dos processos estocásticos duração
e número de eventos com vista à criação de um modelo para a estimação dos
parâmetros das distribuições modelo obtidas. Será apresentado um apanhado dos
modelos existentes para a duração de eventos, segundo a recente revisão realizada
por Amaya [17]. Com base neste trabalho, serão testadas quatro hipóteses de
modelo contra as distribuições empíricas obtidas para todos os anos sítio dos
enlaces satélite, escolhendo a de melhor desempenho estatístico para a criação do
modelo geoclimático. Este tipo modelamento em regiões tropicais é uma
contribuição original deste trabalho. O banco de dados de distribuições do tempo
de duração de eventos usado neste estudo está apresentado no anexo 1, assim
como os resultados para os valores das durações médias e das distribuições
estimadas para as hipóteses testadas, as quais serão descritas na seção 6.4.
Ao final do capítulo, serão apresentados os resultados para as curvas de
grau de indisponibilidade. Esta seção do trabalho constitui outra contribuição
original, uma vez que responde a um recente chamado por resultados da UIT [20].
75
6.2.
Conceitos básicos de análise dinâmica da atenuação
Usando uma definição de Matricciani [21], o processo estocástico tempo
de duração de eventos de atenuação pode ser classificado em dois tipos: o
primeiro, o qual Matricciani denominou processo A, diz respeito às estatísticas do
tempo de duração de eventos de atenuação excedendo a um certo nível, enquanto
o segundo, denominado processo B, trata do número destes eventos. A
distribuição cumulativa obtida do processo A é a fração do tempo total em que
certo nível de atenuação foi excedido, composta de eventos com durações
superiores a um dado valor. A distribuição cumulativa obtida do processo B
fornece a fração do número total de eventos em que um nível de atenuação foi
excedido composta por eventos com duração superior a um dado valor.
L
t
t
1
t
3
t
4
t
2
Figura 6.1 – Parâmetros necessários às definições dos processos A e B.
Considerando-se uma variação temporal do nível de sinal como a mostrada
na figura 6.1, a série temporal de durações de eventos excedendo um dado nível L
é formada pelas durações: (t
2
-t
1
), (t
4
-t
3
),…, (t
N
-t
N-1
) nas quais o nível L foi
excedido, enquanto um elemento é acrescentado a série temporal do número de
eventos toda vez em que um par de cruzamentos (t
i
, t
i-1
) ocorre.
Os processos de duração e número de eventos não são independentes, uma
vez que a duração cumulativa de eventos com duração D é dada pelo produto de D
pelo número de eventos com duração D. Assim, apresentaremos neste trabalho
resultados para a distribuição de tempos de duração de eventos.
De um modo geral, ao estudo dos processos A e B se dá o nome de
problema de cruzamento de níveis. Uma extensa abordagem da matemática
envolvida no problema de cruzamento de níveis pode ser encontrada em [22].
Uma visão da aplicação prática do estudo do cruzamento de níveis associado as
76
estatística da duração de eventos pode ser encontrado no trabalho de Héder et. al
[23].
6.3.
Modelamento matemático-estatístico da distribuição cumulativa de
duração de eventos
A construção do modelo geoclimático para a distribuição cumulativa da
duração de eventos possui duas etapas. Inicialmente, um modelo paramétrico
geral para a curva de probabilidade será obtido, testando-se hipóteses advindas da
teoria da confiabilidade e hipotestes advindas do recente trabalho de revisão de
Amaya [17], citado anteriormente. A seguir, com base nos parâmetros obtidos do
modelo escolhido, será construído um modelo geoclimático não-linear
multivariável, nos moldes do criado no capítulo 5 para caracterização da
distribuição das taxas de variação da atenuação.
6.3.1.
Bases para o modelamento – teoria da confiabilidade e modelos
existentes
Genericamente, as técnicas de modelamento usadas em teoria de
confiabilidade, que é o ramo da estatística que lida com o problema do
cruzamento de níveis, e, mais particularmente, dos tempos de vida de sistemas,
consistem em teste de hipóteses de distribuições de probabilidade para cada tipo
de processo. As distribuições analisadas neste trabalho são, tradicionalmente, a
distribuição lognormal, a distribuição de Weibull, o modelo exponencial de
segunda ordem e o modelo de riscos lineares. Ao final desta seção, serão
mostrados os modelos para cada uma destas curvas.
Amaya [17], em seu trabalho de revisão, listou os principais tipos de
modelos para a estatística de duração de eventos apresentados na literatura. O
modelo do COST 205 [24] segue a linha desenvolvida por Paraboni et al. [25] que
separa a curva de distribuição cumulativa de duração em eventos abaixo de 30
segundos e em eventos acima de 30 segundos. Para os eventos curtos, cujo
comportamento seria dominado pela cintilação, a curva seria descrita por uma lei
de potência, enquanto eventos com duração superior a 30 segundos, dominados
pelos eventos de chuva, seriam modelados por uma distribuição lognormal. Este
77
modelo é bastante similar ao modelo adotado pela UIT [26], desenvolvido a partir
do banco de dados e cuja validade se estende entre 10-50 GHz. O modelo de
Dissanayake-Aidara (DH) [27] considera uma lognormal de duas seções,
correspondendo a mesma divisão comentada nos modelos anteriores. Amaya [17]
ainda comenta sobre os modelos de Brâten [28] e Lekkla [29]. Estes modelos,
entretanto, não se aplicam aos dados brasileiros. O modelo de Brâten [28] foi
desenvolvido para dados em 20 e 30 GHz e o modelo de Lekkla [29] foi obtido de
dados radiométricos (por esta razão, inclusive, este modelo não foi incluído nos
testes do trabalho [17]). Amaya [17] propõe ainda um modelo de 3 exponenciais
em cascata como alternativa aos que foram testados.
O uso de modelos de 2 seções, como os do COST205 [24], UIT [26] e DH
[27] pressupõe que as distribuições empíricas tenham suficiente discretização em
níveis de duração para que se possa estimar as 2 curvas com suficiente precisão
estatística. No caso do banco de dados usado neste estudo, este está formatado
para uso nas tabelas da UIT. Desta maneira, fica inviável estimar as curvas para
durações abaixo de 30 segundos, uma vez que só existe um nível abaixo deste,
que é o de 10 segundos. Ficou então decidido que seriam usadas nesta análise
curvas de ajuste para o todo das distribuições empíricas de probabilidade.
Desta maneira, os modelos que serão testados a seguir serão: lognormal,
representando as hipóteses dos modelos COST205, UIT e DH, Weibull e o
modelo de riscos lineares, representando a teoria da confiabilidade, e um modelo
exponencial de 2ª ordem, representando a hipótese levantada por Amaya [17].
Cabe ressaltar que o uso de uma exponencial de 3ª ordem, como feito em [17]
implica na estimação de 4 parâmetros. Como as distribuições do banco de dados
brasileiro apresentam, para valores de atenuação superiores a 20dB, um número
de pontos pelo menos igual a 4, o uso de curvas com 4 parâmetros são
estatisticamente inadequadas, por reduzirem a zero os graus de liberdade do
estimador. As curvas testadas são apresentadas na tabela 6.1.
78
Tabela 6.1 – Modelos testados contra o banco de dados brasileiro (apresentado
no anexo 1).
Nome da Hipótese Curva
Lognormal (μ,σ) S(t)=1-Φ{[ln(t)-μ]/σ}
Φ(t) é a distribuição normal padrão.
Weibull (α,η) S(t)=exp[-(t/α)
η
]
Riscos Lineares (a
0
, a
1
e a
2
) S(t)=exp(a
0
+a
1
t+a
2
t
2
)
Exponencial de 2ª ordem (a
0
, a
1
e a
2
) S(t)=a0+exp(t/a
1
)+exp(t/a
2
)
6.3.2.
Resultados da estimação de função distribuição de probabilidade
do tempo de duração de eventos
O anexo 1 apresenta todos os resultados para a estimação das funções
distribuição de probabilidade (PDF) utilizando-se as curvas da tabela 6.1. Os
estimadores foram obtidos das curvas empíricas de distribuição do tempo de
duração de eventos. As figuras 6.2 até 6.5 mostram as distribuições para todos os
sítios. A escala logarítmica foi escolhida para a melhor visualização das múltiplas
curvas.
BELÉM ANOS 1 e 2
1 10 100 1000
duração excedida (s)
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
PDF
BA1-3
BA1-5
BA1-10
BA1-15
BA1-20
BA1-25
BA2-3
BA2-5
BA2-10
BA2-15
BA2-20
BA2-25
Figura 6.2 – Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos. Sítio de
Belém.
79
RIO DE JANEIRO ANO 1
1 10 100 1000
duração excedida (s)
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
PDF
RJA1-3
RJA1-5
RJA1-10
RJA1-15
RJA1-20
RJA1-25
Figura 6.3 – Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o sítio do
Rio de Janeiro.
CURITIBA ANOS 1 e 2
1 10 100 1000
duração excedida (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
PDF
CTA1-3
CTA1-5
CTA1-10
CTA1-15
CTA1-20
CTA1-25
CTA2-3
CTA2-5
CTA2-10
CTA2-15
CTA2-20
CTA2-25
Figura 6.4 – Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o sítio de
Curitiba.
80
PORTO ALEGRE
1 10 100 1000
duração excedida (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
PDF
PAA1-3
PAA1-5
PAA1-10
PAA1-15
PAA1-20
PAA1-25
Figura 6.5 – Funções distribuição de probabilidade da duração de eventos para o sítio de
Porto Alegre.
Usando-se a média dos valores de variância explicada (coeficiente de
determinação) (r
2
) como parâmetro de comparação, obtivemos que a melhor
hipótese foi a Weibull, com média de 0,99, seguida do modelo de riscos lineares
com 0,97. As duas outras hipóteses obtiveram resultados bastante inferiores. A
exponencial de 2ª ordem obteve resultados insatisfatórios principalmente nas
baixas atenuações, com o parâmetro (a
0
) aproximadamente nulo em todos os
casos. A lognormal apresentou estimativa aproximadamente nula para média para
todas as curvas e, sendo assim reduzida a um parâmetro (desvio padrão), não pôde
fornecer um ajuste de boa qualidade.
O bom desempenho da distribuição de Weibull pode ser explicado
observando-se duas características das distribuições empíricas:
decaimento suave para durações inferiores a 30 segundos,
aproximadamente igual a 5% por década;
decaimento acentuado para durações superiores a 30 segundos,
aproximadamente igual a 60% por década.
Estas características apontam uma curva com comportamento pouco
sensível às durações curtas e comportamento bastante sensível às durações longas.
A distribuição de Weibull se encaixa perfeitamente nesta categoria.
81
Uma extensão deste trabalho para o futuro envolve uma análise das curvas
empíricas de probabilidade com uma maior discretização na escala de tempo, para
que se possa verificar a hipótese de uma mistura de distribuições para representar
o comportamento da distribuição da duração de eventos.
6.3.3.
Modelo geoclimático para estimação dos parâmetros da Weibull
O modelo escolhido para a estimação dos parâmetros da distribuição de
Weibull foi o mesmo usado na construção do modelo geoclimático para a
densidade da taxa de variação da atenuação, apresentado na seção 5.1 do capítulo
5. O modelo “piecewise linear” aplicado aqui relaciona os parâmetros da
distribuição de Weibull com as mesmas variáveis de enlace usadas na seção 5.1,
ou seja, o logarítimo da altitude da estação terrena e da atenuação e os cossenos da
longitude e latitude do sítio. A forma do modelo é a mesma apresentada na
equação (5.3). O modelo é descrito pelas seguintes equações:
()
(
)
(
)
(
)
() () ( ) ()
++++
++++
=ηα
AlogBloncosBlatcosBaltlogBB
AlogBloncosBlatcosBaltlogBB
,
4232221202
4131211101
(6.1)
Nestas equações (6.1): (A) é o valor da atenuação excedida em dB; (f) é a
freqüência em GHz; (d) é a distância do enlace terrestre em km; (alt) é a altitude
do enlace via satélite em km; (lat) á a latitude em grau decimal do enlace via
satélite e (lon) é a longitude em grau decimal no padrão UIT (União Internacional
de Telecomunicações) do enlace via satélite.
A faixa de validade da 1ª equação de (6.1) se estende até o valor do ponto
de quebra.
A matriz de correlações para as variáveis do modelo é a mesma
apresentada na tabela 5.2 da seção 5.1. A figura 6.6 apresenta a curva de valores
previstos contra observados para o parâmetro de forma (η). O ajuste obteve um
valor de variância explicada de 77%, o que indica um ajuste de boa qualidade. Os
pontos estão espalhados de forma uniforme em torno da curva previsto igual
observado.
82
Modelo Weibull
Parâmetro de forma
R
2
=0.77
0.80 0.85 0.90 0.95 1.00 1.05 1.10 1.15 1.20
previstos
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
observados
previsto=observado
Figura 6.6 – Gráfico previstos contra observados para o parâmetro de forma η.
A tabela 6.2 apresenta o resultado da estimação.
Tabela 6.2 – Resultados da estimação de parâmetros do modelo “piecewise linear” para
o fator de forma η.
1º segmento B
01 B11 B21 B31 B41
Estimativa 0,2428 0,0250 0,7730 -0,2449 0,0785
2º segmento B02 B12 B22 B32 B42 Ponto de quebra [s]
Estimativa 0,4394 0,0510 0,1520 0,6131 0,0394 1,052
Para corroborar a qualidade estatística do ajuste, as figuras 6.7 e 6.8
mostram o gráfico de probabilidade gaussiana para os resíduos e o gráfico de
valores previstos contra resíduos. Um ajuste estatisticamente forte está ligado a
uma descorrelação entre os valores previstos e os resíduos e a uma distribuição
gaussiana dos resíduos. Ambas características são observadas nas figuras 6.7 e
6.8. A curva de probabilidade gaussiana, mostrada na figura 6.7, apresenta uma
característica linear bem distinta e os resíduos são descorrelatados com os valores
previstos, conforme apresentado na figura 6.8.
83
Gráfico de probabilidade gaussiana de resíduos
Modelo Weibull - Parâmetro de forma
-0.12
-0.10
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
resíduos
-3
-2
-1
0
1
2
3
valor esperado se gaussiana
Figura 6.7 – Gráfico de probabilidade gaussiana para os resíduos do parâmetro de forma
η.
Modelo Weibull - Parâmetro de forma
0.80 0.85 0.90 0.95 1.00 1.05 1.10 1.15 1.20
previstos
-0.12
-0.10
-0.08
-0.06
-0.04
-0.02
0.00
0.02
0.04
0.06
0.08
0.10
0.12
0.14
0.16
0.18
resíduos
Figura 6.8 – Gráfico previstos contra resíduos para o parâmetro de forma η.
Os resultados para o parâmetro de escala (α) são apresentados nas figuras
6.9, 6.10 e 6.11 e na tabela 6.3. O valor da variância explicada foi 80%. A figura
6.9 apresenta o gráfico previstos contra observados.
84
Modelo Weibull
Parâmetro de escala
R
2
=0.80
200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
previstos
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
observados
Figura 6.9 – Gráfico previstos contra observados para o parâmetro de escala α.
A tabela 6.3 apresenta o resultado da estimação.
Tabela 6.3 – Resultados da estimação de parâmetros do modelo “piecewise linear” para
o fator de escala α.
1º segmento B
01 B11 B21 B31 B41
Estimativa 273,1 24,50 257,36 215,7 -301,1
2º segmento B02 B12 B22 B32 B42 Ponto de quebra [s]
Estimativa 789,5 172,2 -2235 3211 -560,9 557,0
A figura 6.10 apresenta o gráfico de probabilidade gaussiana para os
resíduos da estimação do parâmetro de fator de escala (α), mostrando o bom
ajuste entre os valores medidos e esperados.
85
Gráfico de probabilidade gaussiana de resíduos
Modelo Weibull - Parâmetro de escala
-400 -300 -200 -100 0 100 200 300 400
resíduos
-2.5
-2.0
-1.5
-1.0
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
valor esperado se gaussiana
Figura 6.10 – Gráfico de probabilidade gaussiana para os resíduos do parâmetro de
escala α.
Para completar a análise de conformidade, a figura 6.11 mostra o gráfico
de valores previstos contra resíduos onde se nota a descorrelação entre os valores.
Modelo Weibull - Parâmetro de escala
200
300
400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
previstos
-400
-300
-200
-100
0
100
200
300
400
resíduos
Figura 6.11 – Gráfico previstos contra resíduos para o parâmetro de escala α.
86
Para uma visualização das características do ajuste geoclimático, em
comparação com o ajuste real obtido da distribuição de Weibull, as figuras 6.12 e
6.13 apresentam exemplos típicos que ilustram a qualidade do ajuste e apontam
direções futuras para melhorias no modelo.
BELÉM - 5dB
Estimativa Weibull (curva cheia) = exp(-((x/474.6)**1.1238))
Modelo Geoclimático (curva tracejada) = exp(-((x/496.7)**1.0954))
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
duração excedida (s)
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
PDF
Figura 6.12 – Comparativo entre o ajuste pelo modelo geoclimático e a distribuição
Weibull estimada. Sítio de Belém no ano 1 e nível de 5 dB.
A figura 6.12 apresenta a comparação para o nível de 5 dB das curvas
obtidas em Belém, ano 1. Nota-se na figura, que o ajuste geoclimático segue o de
Weibull, atestando a qualidade do modelo de predição. O que ocorre de um modo
geral, principalmente em baixas atenuações (menores que 15 dB) é um desacerto
na parte intermediária da curva causada provavelmente pela existência de uma
mistura de efeitos componentes, seja cintilação ou diferentes tipos de regime de
chuva. Como sugestão para melhoria do modelo, um estudo mais discretizado das
curvas de distribuição pode levar a uma caracterização mais precisa desta mistura.
A figura 6.13 apresenta o resultado para o nível de 15 dB no Rio de
Janeiro. Novamente, a curva estimada pelo modelo geoclimático acompanha a
estimativa Weibull de perto, com uma divergência não muito severa (0,25% no
ponto 300 segundos) a partir de 200 segundos. Nota-se, inclusive um ajuste mais
próximo da curva do modelo geoclimático. Este resultado, entretanto, não é geral,
ocorrendo um balanceamento entre os desempenhos dos dois modelos. A
87
discrepância no ajuste do ponto em 300 segundos é devida ao caráter monomodal
da Weibull. Reitera-se o fato de que um modelo de mistura de distribuições pode
ser mais adequado para caracterizar todas as seções da distribuição.
RIO DE JANEIRO - 15dB
Estimativa Weibull (linha cheia) = exp(-((x/374.7)**1.0857))
Modelo Geoclimático (linha tracejada) = exp(-((x/348.7)**1.1454))
-50 0 50 100 150 200 250 300 350
duração excedida (s)
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
PDF
Figura 6.13 – Comparativo entre o ajuste pelo modelo geoclimático e a distribuição
Weibull estimada. Sítio do Rio de Janeiro e nível de 15 dB.
6.4.
Definição de grau de indisponibilidade e resultados
De acordo com a literatura técnica, existem várias definições para o termo
grau de indisponibilidade conhecida por “outage intensity” [30]. A maioria destas
definições está ligada a aspectos das estatísticas do número e duração de eventos
de atenuação excedendo um dado nível. Recentemente, o Working Party (WP) 9A
da União Internacional de Telecomunicações [20] manifestou junto ao WP 3M
[31] a necessidade de um método de predição para o grau de indisponibilidade
definida para tanto como o número de eventos de atenuação excedendo um dado
nível com durações excedendo 10 segundos.
Neste capítulo são apresentados resultados para as curvas de grau de
indisponibilidade para eventos de atenuação por chuvas nos enlaces convergentes
de São Paulo. A base de dados obtida é uma contribuição original deste trabalho
de tese.
88
As curvas de grau de indisponibilidade para eventos de chuva são
apresentadas nas figuras 6.14, 6.15 e 6.16. as figuras 6.14 e 6.15 apresentam os
resultados para os anos 1 e 2 dos enlaces de 15 GHz. A figura 6.16 mostra o
resultado do ano 1 para os enlaces de 18 GHz.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
10
100
1000
10000
BAR
BRA
C15
PAR
SCA
outage intensity
atenuação (dB)
Figura 6.14 – Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de 15GHz – São
Paulo, ano 1.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
10
100
1000
10000
BAR
BRA
C15
PAR
outage intensity
atenuação (dB)
Figura 6.15 – Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de 15 GHz – São
Paulo, ano 2.
89
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
10
100
1000
10000
C18
SHE
outage intensity
Atenuação (dB)
Figura 6.16 – Curvas de grau de indisponibilidade para os enlaces de
18 GHz – São Paulo, ano 1.
As curvas de grau de indisponibilidade vistas nas figuras 6.14, 6.15 e 6.16
possuem os mesmos comportamentos gerais, representados por um decaimento
mais acentuado até aproximadamente 15 dB seguido de um decaimento mais
suave a partir deste ponto.
6.4.1.
Ajuste do modelo exponencial
A partir da inspeção das curvas de grau de indisponibilidade foi possível
escolher os possíveis modelos de ajuste. O modelo final escolhido foi a
exponencial, devido à sua simplicidade e seu uso difundido no modelamento de
processos de contagem. As variações presentes nas curvas levaram ao teste de três
hipóteses exponenciais: 1ª, 2ª e 3ª ordens, cujas expressões são apresentadas
abaixo:
primeira ordem:
01
1
. yeAy
t
x
+=
(6.2)
segunda ordem:
90
021
21
.. yeAeAy
t
x
t
x
++=
(6.3)
terceira ordem:
0321
3
21
... yeAeAeAy
t
x
t
x
t
x
+++=
(6.4)
onde:
y – grau de indisponibilidade em número de eventos excedendo 10s.;
A
1, A2 e A3 – parâmetros dependentes do período dos dados de atenuação
por chuvas e que são obtidos no ajuste do modelo;
t
1, t2 e t3 – parâmetros dependentes do período dos dados de atenuação por
chuvas e que são obtidos no ajuste do modelo;
x – nível de atenuação por chuvas excedida em dB.
A aplicação dos modelos levou a resultados semelhantes para todas as
curvas. As figuras 6.17 e 6.18 apresentam resultados comparativos para a
aplicação dos três modelos para os enlaces de Barueri e Paranapiacaba. As
hipóteses de 2ª e 3ª ordem apresentaram um valor médio de coeficiente de
variância explicada (r
2
) igual a 1, enquanto a hipótese de 1ª ordem apresentou um
desempenho médio de coeficiente de variância explicada (r
2
) de 0,994.
5 101520253035
10
100
1000
Medido Barueri
exponencial 3a ordem (r
2
=1)
exponencial 2a ordem (r
2
=1)
exponencial 1a ordem (r
2
=0.996)
outage intensity
atenuação (dB)
Figura 6.17 – Ajuste exponencial para grau de indisponibilidade em Barueri.
91
5 101520253035
100
1000
10000
Medido Paranapiacaba
exponencial 3a ordem (r
2
=1)
exponencial 2a ordem (r
2
=1)
exponencial 1a ordem (r
2
=0.9991)
outage intensity
atenuação (dB)
Figura 6.18 – Ajuste exponencial para grau de indisponibilidade em Paranapiacaba.
Comparativamente, em média, as hipóteses de 2ª e 3ª ordens têm 100% da
variância explicada contra 99,4% da hipótese de 1ª ordem. Como não há
diferenças estatisticamente significativas entre as hipóteses de 2ª e 3ª ordem
escolhe-se aquela que tem um maior número de graus de liberdade (diferença
entre o número de pontos ajustados e o de parâmetros de ajuste), portanto a
exponencial de 2ª ordem. Será preciso analisar um número maior de curvas de
grau de indisponibilidade para se refinar o modelo e também para se construir um
modelo geoclimático estatisticamente significativo e geograficamente abrangente.
De fato, uma tentativa de relacionar os parâmetros do modelo com a distância foi
feita com resultados não satisfatórios dado o pequeno número de enlaces e a baixa
variabilidade dos valores de distância. Esta seqüência fica como sugestão para
trabalhos futuros.
As figuras 6.19 a 6.25 apresentam os resultados dos ajustes da exponencial
de 2ª ordem para todos os anos-sítio. A tabela 6.4 é o resumo dos parâmetros do
ajuste exponencial de 2ª ordem para o ano 1 dos enlaces convergentes de São
Paulo. A tabela 6.5 é o resumo dos parâmetros do ajuste exponencial de 2ª ordem
para o ano 2 dos enlaces convergentes de São Paulo.
92
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38
10
100
1000
Outage Intensity
atenuação (dB)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
1
10
100
1000
Figura 6.19 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Bradesco (topo) e
Barueri. Ano 1.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38
10
100
1000
10000
Outage Intensity
Atenuação (dB)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
Figura 6.20 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Scania (topo) e Cenesp
15. Ano 1.
93
5 101520253035
100
1000
10000
outage intensity
Atenuação (dB)
Figura 6.21 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para o sítio de Paranapiacaba. Ano 1.
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38
10
100
1000
10000
outage intensity
Atenuação (dB)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
Figura 6.22 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Shell (topo) e Cenesp 18.
Ano 1.
94
Tabela 6.4 – Resumo dos parâmetros do ajuste exponencial de 2ª ordem para o ano 1
dos enlaces convergentes de São Paulo.
Ano 1 y = A
1*exp(-x/t1) + A2*exp(-x/t2) + y0
Sítio f(GHz) y
0 A1 t1 A2 t2 r
2
Bradesco 15 -10,2856 1650,708 2,6411 127,8175 16,14454 0,99919
Barueri 15 2,69926 36873,37 1,39812 1129,98 9,02817 0,99983
Scania 15 -17,6988 325,6227 20,7446 4943,856 2,91398 0,9993
Paranapiacaba 15 139,1114 8917,136 5,86 103910,7 1,78116 1
Cenesp 15 15 21,22673 1184,485 6,58505 12816,35 1,9607 0,9995
Cenesp 18 18 65,11623 1921,045 4,17044 1921,045 4,17044 0,99536
Shell 18 -905,715 1114,061 232,2859 4366,016 2,08431 0,98874
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
outage intensity
Atenuação (dB)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
Figura 6.23 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Bradesco (topo) e
Barueri. Ano 2.
95
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
outage intensity
Atenuação (dB)
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
10
100
1000
10000
Figura 6.24 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para os sítios de Scania (topo) e
Cenesp15. Ano 2.
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
100
1000
10000
outage intensity
Atenuação (dB)
Figura 6.25 – Ajuste exponencial de 2ª ordem para o sítio de Paranapiacaba. Ano 2.
96
Tabela 6.5 – Resumo dos parâmetros do ajuste exponencial de 2ª ordem para o ano 2
dos enlaces convergentes de São Paulo.
Ano 2 y = A
1*exp(-x/t1) + A2*exp(-x/t2) + y0
Sítio f(GHz) y
0 A1 t1 A2 t2 R
2
Bradesco 15 -44,2369 34468,09 1,37129 1672,058 12,33675 0,99934
Barueri 15 -136,543 4584,122 2,76034 580,4118 27,25743 0,99848
Scania 15 106,7155 13649,82 2,35557 1906,069 11,58824 0,99966
Paranapiacaba 15 -147,929 5371,384 14,49988 36224,04 3,42599 0,99986
Cenesp 15 15 13,40439 110153,8 1,45808 7669,745 5,45545 0,99993
6.4.2.
Escalonamento em freqüência
Os enlaces de Cenesp 15 e Cenesp 18 compartilham o mesmo percurso, o
que permite uma avaliação qualitativa do efeito do escalonamento em freqüência
na grau de indisponibilidade. Pela diferença de freqüências é esperado que o
número de eventos em 18 GHz seja maior que o número de eventos em 15 GHz.
5 101520253035
10
100
1000
10000
C15
C18
outage intensity
atenuação (dB)
Figura 6.26 – Grau de indisponibilidade para os enlaces de Cenesp 15 (15 GHz) e
Cenesp 18 (18 GHz).
Notamos da figura 6.26 que o comportamento das curvas é bastante
semelhante. A menos do ponto de 5 dB, no qual a predominância de eventos em
15 GHz é provavelmente devida a erros de medida, o número de eventos em
Cenesp 18 é, senão maior, pelo menos igual ao número de eventos em Cenesp 15.
97
De fato, como mostra a figura 6.27, o número de eventos em 18 GHz é
aproximadamente 18% maior quando forçamos o ajuste a passar pelo zero. A
influência dos erros de medida se verifica quando usamos ajuste não forçado. Para
zero eventos em 15 GHz (conseqüentemente com zero atenuação concomitante)
verifica-se pelo ajuste, 23 eventos em 18 GHz. Ambos os ajustes obtiveram 98%
de variância explicada, o que valida estatisticamente a ambos.
0 50 100 150 200 250 300 350 400
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
medido
Ajuste forçado através do zero (y=1.18x), r
2
=0.98
Ajuste não forçado (y=1.08x+23.0), r
2
=0.98
outage intensity a 18GHz
outage intensity a 15GHz
Figura 6.27 – Comparação ponto-a-ponto entre as curvas de grau de indisponibilidade
entre enlaces de Cenesp 15 (15 GHz) e Cenesp 18 (18 GHz).
7
CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS
7.1.
Conclusões
Neste trabalho foi estudado o problema da dinâmica da atenuação aplicado a
dados resultantes de 28 anos-sítio, sendo 7 de enlaces via satélite e 21 de enlaces
terrestres, localizados entre -1 e -30 graus de latitude. A dinâmica da atenuação
compreende os estudos estatísticos da taxa de variação da atenuação e da duração
e número de eventos. Além do banco de dados de resultados em climas tropicais
criado, um estudo combinado de enlaces satélite e terrestre não existe, tanto
quanto foi possível apurar, na literatura. Estes resultados constituem-se assim em
uma contribuição original desta tese a um assunto que tem se tornado cada vez
mais importante para a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Os capítulos 1, 2 e 3 foram dedicados a apresentação do problema, dos
principais modelos em aplicação, do aparato experimental e dos procedimentos de
pré-processamento dos dados. Entre os procedimentos de pré-processamento estão
filtragens de cintilação (com a escolha adequada de banda e tipo de filtro) e
preparação das séries temporais da taxa de variação da atenuação. Esta discussão
preliminar é de grande relevância, uma vez que gera insumos para a padronização
do banco de dados da UIT, que ora se trabalha.
Nos capítulos 4 e 5 foi discutida a estimação paramétrica da função
densidade de probabilidade das taxas de variação da atenuação e o modelo
geoclimático de predição dos parâmetros. As densidades obtidas de enlaces
satélite apresentaram um nível de multimodalidade que se mostrou crescente com
a atenuação. Os motivos para o aparecimento dos múltiplos modos podem ser
uma combinação de efeitos de diferentes tipos de chuvas, bem como uma
limitação do estimador, cuja tendenciosidade estatística é inversamente
proporcional ao número de pontos usados na criação da curva de densidade (a
qual diminui com o limiar de atenuação).
99
Já os resultados para os enlaces terrestres apresentaram um comportamento
bem mais uniforme e com menor número de modos. A razão para este
comportamento pode estar ligada ao fato dos enlaces estarem sujeitos apenas às
variações da distribuição espacial da chuva no plano horizontal, enquanto que os
enlaces via satélite sofrem também o efeito de variações verticais, que podem ser
intensas no caso de chuvas convectivas.
As densidades empíricas apresentaram um alto nível de curtose, com uma
grande concentração de pontos perto da média, o que concorda com resultados
obtidos por outros autores. No entanto, uma análise especial comparativa mostrou
que o modelo de Van de Kamp, utilizado largamente para o modelamento da taxa
de variação da atenuação, não se aplica aos resultados por não contemplar
multimodalidade.
A estimação paramétrica das densidades empíricas de probabilidade não
mostrou diferenças entre os resultados obtidos de enlaces satélite e terrestre. A
comparação entre a densidade gaussiana e a densidade lorentziana
(caracteristicamente leptocúrtica) mostrou que a hipótese gaussiana é
estatisticamente melhor dentro da faixa de valores de atenuação excedidos usada
no estudo. Nesta abordagem, a simplicidade da gaussiana foi preferida em
detrimento de uma mistura de densidades, que seriam teoricamente melhores para
se representar densidades multimodais. Sugere-se, em trabalhos futuros, que esta
hipótese seja tentada. Neste trabalho, as vantagens do uso da gaussiana,
principalmente no que diz respeito ao problema do cruzamento de níveis, foram
decisivas na escolha desta para representar a densidade da taxa de variação da
atenuação.
O capítulo 5 descreveu os detalhes da construção do modelo geoclimático
para a estimação dos parâmetros da densidade gaussiana (média e desvio padrão).
Desta análise resultaram dois modelos: um para dados satélite baseado em
latitude, longitude, altitude e atenuação excedida, e outro para enlaces terrestres
baseado em freqüência, distância e atenuação excedida. Análises de correlação
entre as variáveis independentes mostrou que um modelo cooperativo
multivariável era a melhor opção analítica em ambos os casos. O modelo
escolhido foi uma regressão do tipo “piecewise linear”, o qual, apesar do nome, é
um modelo não linear. Foram obtidos valores elevados de variância explicada,
corroborando a qualidade dos modelos.
100
Apesar do bom desempenho dos modelos obtidos, seria importante, em
futuros trabalhos, a extensão para um número maior de enlaces, advindos de
resultados do banco de dados da UIT, o que ampliaria a validade do presente
modelo.
O capítulo 6 apresentou os resultados para a caracterização e modelamento
geoclimático da distribuição de tempo de duração de eventos de atenuação para os
enlaces satélite e caracterização paramétrica da curva de grau de indisponibilidade
para os enlaces terrestres de São Paulo.
Para a distribuição do tempo de duração de eventos foram testadas 4
hipóteses. Duas destas, Lognormal e Exponencial de 2ª ordem representam
modelos já em uso e as outras 2, Weibull e Riscos Lineares, representam opções
sugeridas por este trabalho. O processo de comparação foi baseado no
desempenho de cada hipótese no ajuste das curvas empíricas. Verifica-se que as
duas melhores hipóteses eram Weibull e Exponencial de 2ª ordem. Como a
hipótese Weibull possui um número menor de parâmetros, esta é estatisticamente
melhor. Por outro lado, a discretização da tabela do banco de dados da UIT, da
qual as curvas empíricas usadas neste trabalho foram tiradas, não permite uma
análise mais detalhada, possivelmente utilizando misturas de distribuições para
representar o conjunto de efeitos das baixas, médias e longas durações. Assim,
como sugestão para trabalhos futuros, fica a construção de curvas de distribuição
empírica com um maior número de durações.
Um modelo geoclimático do mesmo tipo usado para estimar os parâmetros
da distribuição gaussiana no capítulo 5 foi desenvolvido para a estimação dos
parâmetros da distribuição Weibull. O ajuste obtido foi considerado bom, mas
poderia ser melhorado com uma maior discretização das curvas de distribuição
empírica.
A análise do grau de indisponibilidade apresentou os primeiros resultados
de um estudo mais amplo ainda em andamento para caracterização deste
parâmetro. Sendo um campo novo, não há, tanto quanto se pôde apurar, resultados
na literatura com os quais comparar os obtidos neste trabalho. Curvas
exponenciais de 1ª, 2ª e 3ª ordem foram ajustadas às curvas empíricas. Os ajustes
de 2ª e 3ª ordem se mostraram equivalentes e melhores que o de 1ª ordem. Desta
maneira, o ajuste de 2ª ordem foi escolhido como a melhor hipótese de modelo. A
existência de um enlace operando em duas freqüências diferentes (15 e 18 GHz)
101
permitiu uma avaliação do escalonamento em freqüência do grau de
indisponibilidade. Comparando-se as duas curvas, verifica-se que a curva para 18
GHz tem valores do número de eventos de atenuação excedida com duração
acima de 10s com 1,18 vezes maior que a curva para 15 GHz. Este é um resultado
preliminar. Para se obter uma curva de escalonamento de freqüências, será
necessário ampliar o número de enlaces e de freqüências, o que fica como
sugestão para um futuro trabalho.
7.2.
Sugestões para trabalhos futuros
Os estudos realizados nesta tese levantaram uma série de questões que
podem ser exploradas em trabalhos futuros sobre a dinâmica da atenuação por
chuvas em enlaces terrestres e via satélite.
Os modelos desenvolvidos neste trabalho são puramente empíricos.
Idealmente, seria desejável obter modelos gerais para a distribuição espacial e
temporal dos campos de chuva, que permitissem o cálculo da atenuação e a
previsão de sua dinâmica a partir da taxa de precipitação. Este é, certamente, um
problema de alta complexidade mas que começa a se vislumbrar como viável com
a crescente disponibilidade de dados de medidas com radares e de sensoriamento
remoto por satélites com cobertura em regiões tropicais.
Considerando que, de qualquer forma, por muitos anos, os modelos
empíricos serão os mais viáveis e os mais utilizados, é fundamental a continuidade
das campanhas de medidas e sua extensão para um número maior de locais, no
Brasil e em todo o mundo. Isto permitirá a melhoria da precisão e a extensão dos
modelos locais aqui desenvolvidos para outras regiões e o eventual
desenvolvimento de um modelo global a ser recomendado pelo ITU-R.
Uma aplicação natural e imediata dos resultados aqui obtidos é o
desenvolvimento de algoritmos e ferramentas para a simulação de eventos de
atenuação por chuvas e geração de séries temporais, com aplicações ao
desenvolvimento de sistemas de controle automático de potência.
102
Finalmente, a continuidade da modelagem e desenvolvimento de métodos
de previsão do grau de indisponibilidade, apenas iniciados neste trabalho, é de
grande importância uma vez que, recentemente, a UIT-T definiu este parâmetro
como requisito de desempenho para o projeto de enlaces rádio digitais.
8
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9
APÊNDICE A
A1. Tabelas de características estatísticas da taxa de variação da
atenuação por chuvas nos enlaces satélites e terrestres.
Tabela A1.1 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Mosqueiro.
Enlace Satélite: Mosqueiro / PA
Características:
Latitude: 01°27’ S Longitude: 48°29’ W Altitude: 24 m
Freqüência [GHz]: 11,4 Polarização: Circular Elevação: 89°
Período de análise:
04/1996 a 01/1997
Período de análise:
02/1997 a 01/1998
Período de análise:
02/1998 a 10/1998
Nível de
atenuação
excedido
[dB]
Desvio padrão
[dB/s]
Média
[dB/s]
Desvio padrão
[dB/s]
Média
[dB/s]
Desvio padrão
[dB/s]
Média
[dB/s]
5 0,059935 -0,025522 0,06651 -0,025570 0,06894 -0,026272
6 0,067025 -0,025473 0,07469 -0,026105 0,077025 -0,025394
7 0,075105 -0,025435 0,077655 -0,026693 0,08353 -0,024554
8 0,080865 -0,025528 0,079845 -0,027565 0,093965 -0,023682
9 0,08449 -0,025567 0,080425 -0,027599 0,10176 -0,022917
10 0,090295 -0,024497 0,08279 -0,027179 0,10627 -0,021898
11 0,09658 -0,022845 0,08267 -0,026873 0,11051 -0,021571
12 0,099275 -0,022368 0,088105 -0,026334 0,11046 -0,020721
13 0,102425 -0,022374 0,0877 -0,025985 0,107695 -0,019616
14 0,10366 -0,022666 0,084545 -0,024598 0,10708 -0,019154
15 0,10541 -0,022864 0,08408 -0,022429 0,10852 -0,017545
16 0,10544 -0,022477 0,08089 -0,020883 0,10312 -0,015729
17 0,104845 -0,021188 0,089335 -0,021639 0,10658 -0,014667
18 0,105145 -0,020045 0,096775 -0,023481 0,098035 -0,013353
19 0,100725 -0,018395 0,097825 -0,025974 0,09154 -0,012695
20 0,09971 -0,015481 0,09456 -0,030658 0,089725 -0,011989
21 0,09642 -0,012079 0,085895 -0,033198 0,09157 -0,011362
22 0,09177 -0,010287 0,08602 -0,031449 0,08459 -0,010097
23 0,099475 -0,010098 0,088915 -0,024124 0,08119 -0,009456
24 0,10619 -0,009648 0,105305 -0,007471 0,07046 -0,009855
25 0,090755 -0,012653 0,11061 0,0036244 0,06338 -0,007137
26 0,07901 -0,013505 0,09983 0,0022983 0,05275 -0,008836
27 0,070135 -0,015601 0,107775 0,0084451 0,052825 -0,006138
28 0,063855 -0,017244 0,099045 0,0091285 0,0485055 -0,014815
29 0,05965 -0,017458 0,099415 0,024564
30 0,05849 -0,017413 0,092045 0,019333
31 0,059295 -0,014965 0,08857 0,016900
32 0,05886 -0,014729 0,084255 0,012866
33 0,05906 -0,014957
34 0,05817 -0,017613
35 0,055785 -0,020821
107
Tabela A1.2 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
satélite – Rio de Janeiro.
Enlace Satélite: Rio de Janeiro/ RJ
Características:
Latitude: 22
°55’ S Longitude: 43°30’ W Altitude: 30 m
Freqüência [GHz]: 11,4 Polarização: Circular Elevação: 63°
Período de análise: 01/1998 a 12/1998 Nível de atenuação
excedido[dB] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
5 0,0437965 -0,027502
6 0,0469655 -0,026957
7 0,05165 -0,025993
8 0,055795 -0,025954
9 0,057555 -0,026390
10 0,05791 -0,026106
11 0,056035 -0,025511
12 0,05658 -0,025306
13 0,05502 -0,025228
14 0,05651 -0,025980
15 0,06333 -0,025419
16 0,064675 -0,024384
17 0,06067 -0,023494
18 0,05764 -0,022689
19 0,0489615 -0,022796
20 0,0455645 -0,023771
21 0,09247 -0,012226
22 0,09419 -0,012229
23 0,09418 -0,012331
24 0,1106 -0,013621
25 0,123185 -0,018415
26 0,097985 -0,027690
27 0,08097 -0,029349
28 0,08226 -0,028577
29 0,07009 -0,031448
30 0,05983 -0,031832
31 0,130765 -0,045282
32 0,136585 -0,043296
33 0,13922 -0,042132
34 0,14299 -0,041268
35 0,144375 -0,038005
36 0,148075 -0,034295
108
Tabela A1.3 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
satélite – Curitiba.
Enlace Satélite: Curitiba / PR
Características:
Latitude:25°25’ S Longitude: 49°17’ W Altitude: 915 m
Freqüência [GHz]: 11,4 Polarização: Circular Elevação: 60°
Período de análise: 03/1997 a 12/1997 Período de análise: 01/1998 a 01/1999 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
5 0,05965 -0,024741 0,05381 -0,028132
6 0,063805 -0,024802 0,065605 -0,027278
7 0,071305 -0,025011 0,07797 -0,024996
8 0,08063 -0,027372 0,085845 -0,022679
9 0,08366 -0,030816 0,09568 -0,020861
10 0,087905 -0,032664 0,103555 -0,020117
11 0,089825 -0,031219 0,1043 -0,020868
12 0,091205 -0,031289 0,108605 -0,021233
13 0,094315 -0,032339 0,10503 -0,022229
14 0,09529 -0,030790 0,10774 -0,020828
15 0,0954 -0,025728 0,1109 -0,018135
16 0,090095 -0,019689 0,101045 -0,018049
17 0,10217 -0,015380 0,103275 -0,015340
18 0,10139 -0,010965 0,10311 -0,013809
19 0,10425 -0,0065815 0,09863 -0,013444
20 0,103235 -0,012724 0,10139 -0,011341
21 0,118985 -0,0040696 0,104035 -0,0084318
22 0,14881 0,014229 0,104155 -0,0081696
23 0,15669 0,019664 0,104205 -0,0096646
24 0,15903 0,021388 0,096275 -0,012946
25 0,1441 0,0039163 0,083135 -0,019298
26 0,148865 0,014992 0,07649 -0,021646
27 0,153725 0,015795 0,06532 -0,021697
28 0,158825 0,016413
29 0,16401 0,016729
30 0,16918 0,016653
31 0,17428 0,016153
32 0,174555 0,013695
33 0,17228 0,0077683
34 0,17026 0,0045982
35 0,17725 -0,0036147
36 0,16431 -0,0047106
109
Tabela A1.4 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
satélite – Porto Alegre.
Enlace Satélite: Porto Alegre / RS
Características:
Latitude:30°03’ S Longitude: 51°10’ W Altitude: 75 m
Freqüência [GHz]: 11,4 Polarização: Circular Elevação: 55°
Período de análise: 02/1998 a 02/1999 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
5 0,053965 -0,027284
6 0,06067 -0,027684
7 0,0677 -0,027411
8 0,07187 -0,026454
9 0,079755 -0,023708
10 0,09024 -0,021022
11 0,10411 -0,021473
12 0,10659 -0,020090
13 0,09879 -0,022462
14 0,09753 -0,023920
15 0,09977 -0,023670
16 0,10159 -0,029242
17 0,10376 -0,036546
18 0,08492 -0,047935
19 0,069355 -0,056812
20 0,058185 -0,064033
21 0,0360975 -0,081129
22 0,0152535 -0,078984
23 0,0132475 -0,077905
24 0,0155065 -0,077918
110
Tabela A1.5 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – SP Bradesco.
Enlace Terrestre: Bradesco / SP – código 061
Características:
Latitude:23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 14,55 Polarização: Horizontal Distância [km]: 12,8
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 03/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,0476835 -0,026113 0,05474 -0,028397
16 0,0467595 -0,026148 0,055095 -0,028469
17 0,046257 -0,025811 0,05632 -0,028428
18 0,0452335 -0,025486 0,05528 -0,028036
19 0,044587 -0,025509 0,05581 -0,027832
20 0,0436525 -0,026253 0,05797 -0,028037
21 0,042318 -0,025556 0,0577 -0,027637
22 0,0420835 -0,024412 0,05954 -0,027241
23 0,042438 -0,023321 0,06114 -0,026879
24 0,0424015 -0,021946 0,062565 -0,026743
25 0,0409635 -0,021295 0,06455 -0,026658
26 0,0397975 -0,019207 0,066455 -0,026966
27 0,039165 -0,018328 0,06742 -0,026928
28 0,037591 -0,016746 0,07006 -0,026130
29 0,0393875 -0,017424 0,071225 -0,025112
30 0,041969 -0,017800 0,07004 -0,024536
31 0,0413025 -0,017366 0,069075 -0,023652
32 0,038658 -0,014048 0,06873 -0,023175
33 0,0406115 -0,016102 0,07129 -0,022880
34 0,0417885 -0,017696 0,067915 -0,022964
35 0,043503 -0,018771 0,06355 -0,021171
36 0,061785 -0,020401
37 0,0646 -0,020260
38 0,062605 -0,021147
111
Tabela A1.6 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – Cenesp 15.
Enlace Terrestre: Cenesp 15 / SP – código 063
Características:
Latitude: 23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 14,55 Polarização: Horizontal Distância [km]: 12,78
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 03/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
15 0,054595 -0,028762 0,058665 -0,026763
16 0,05412 -0,029019 0,058615 -0,026906
17 0,053795 -0,028773 0,059705 -0,026901
18 0,053365 -0,028596 0,05979 -0,026982
19 0,05283 -0,028241 0,059135 -0,027100
20 0,0529 -0,028056 0,059375 -0,026763
21 0,05221 -0,027373 0,058335 -0,026134
22 0,052355 -0,027477 0,056675 -0,026145
23 0,05187 -0,027451 0,054595 -0,026408
24 0,05189 -0,027345 0,053785 -0,027147
25 0,0499205 -0,027075 0,053585 -0,027487
26 0,0489365 -0,027476 0,05361 -0,027326
27 0,049223 -0,028061 0,052115 -0,027215
28 0,0486555 -0,027652 0,05121 -0,026658
29 0,0468525 -0,027269 0,0499105 -0,026264
30 0,046001 -0,027579 0,0491295 -0,025863
31 0,043875 -0,027110 0,04851 -0,026266
32 0,0418115 -0,026735 0,0465965 -0,026438
33 0,040611 -0,026393 0,0438645 -0,027486
34 0,038752 -0,026575 0,042204 -0,026983
35 0,039991 -0,026569 0,041109 -0,027669
36 0,0390555 -0,026067 0,041492 -0,027319
37 0,0383135 -0,024362 0,039822 -0,027385
38 0,035387 -0,023716 0,0367545 -0,028944
39 0,0355045 -0,024234 0,0353 -0,029395
40 0,0323725 -0,026546
112
Tabela A1.7 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – SP Scania.
Enlace Terrestre: Scania / SP – código 065
Características:
Latitude: 23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 14,50 Polarização: Vertical Distância [km]: 18,38
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 03/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
15 0,05983 -0,028931 0,060385 -0,029994
16 0,06203 -0,029675 0,06143 -0,030521
17 0,063485 -0,029977 0,06257 -0,030916
18 0,06459 -0,030041 0,06438 -0,031187
19 0,06548 -0,029628 0,06571 -0,031401
20 0,067115 -0,029404 0,06737 -0,031023
21 0,066815 -0,029538 0,068435 -0,030931
22 0,067465 -0,029710 0,06981 -0,031214
23 0,06686 -0,029895 0,07106 -0,031132
24 0,06841 -0,029953 0,07064 -0,030873
25 0,068955 -0,030366 0,07242 -0,031211
26 0,06893 -0,031033 0,0729 -0,031803
27 0,068945 -0,031720 0,07355 -0,032294
28 0,074065 -0,032667 0,0736 -0,032840
29 0,081735 -0,032948 0,073015 -0,032979
30 0,085555 -0,032430 0,07201 -0,032827
31 0,08764 -0,032308 0,071315 -0,032591
32 0,09328 -0,032690 0,06997 -0,031983
33 0,092985 -0,032271 0,071075 -0,032590
34 0,09822 -0,033932 0,07168 -0,033955
35 0,09738 -0,035350 0,076455 -0,035838
36 0,11226 -0,034676 0,077615 -0,037767
37 0,120575 -0,035951 0,080625 -0,037679
38 0,145415 -0,042715 0,0871 -0,036125
39 0,13824 -0,045410 0,08946 -0,037534
40 0,116285 -0,049364 0,086365 -0,040738
113
Tabela A1.8 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – SP Barueri.
Enlace Terrestre: Barueri / SP - código 066
Características:
Latitude: 23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 14,53 Polarização: Vertical Distância [km]: 21,69
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 09/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
15 0,05052 -0,028096 0,0482595 -0,028842
16 0,05079 -0,027878 0,0485125 -0,028990
17 0,05062 -0,027549 0,0484635 -0,029233
18 0,050165 -0,027271 0,0483045 -0,029248
19 0,049935 -0,027332 0,048279 -0,029112
20 0,049543 -0,027406 0,048317 -0,029073
21 0,048948 -0,027230 0,0480455 -0,028938
22 0,049368 -0,027108 0,047803 -0,029043
23 0,049274 -0,027450 0,047205 -0,029308
24 0,048996 -0,027569 0,0460355 -0,029599
25 0,0482015 -0,027759 0,044921 -0,029862
26 0,0470115 -0,027131 0,0439925 -0,030274
27 0,045815 -0,027294 0,0427915 -0,030200
28 0,0451095 -0,026839 0,0411765 -0,030317
29 0,044065 -0,026601 0,039528 -0,030281
30 0,0428205 -0,026404 0,0381545 -0,029890
31 0,0416745 -0,025970 0,0372635 -0,028938
32 0,0403275 0,025650 0,0353765 -0,029025
33 0,038242 -0,025088 0,033914 -0,028774
34 0,0371605 -0,025246 0,032571 -0,028212
35 0,035081 -0,026160 0,0323265 -0,027544
36 0,0319795 -0,026450 0,0308115 -0,027359
37 0,029656 -0,026933 0,0295795 -0,026627
38 0,0298055 -0,027861 0,027465 -0,025853
39 0,0286995 -0,028430 0,0226 -0,024924
40 0,0259675 -0,027080 0,011034 -0,025139
114
Tabela A1.9 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – SP Shell.
Enlace Terrestre: Shell / SP – código 067
Características:
Latitude: 23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 18,59 Polarização: Vertical Distância [km]: 7,48
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 03/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
15 0,059605 -0,029226 0,058245 -0,028550
16 0,057715 -0,028906 0,05704 -0,028262
17 0,061345 -0,029279 0,055835 -0,028154
18 0,06051 -0,029022 0,05578 -0,027758
19 0,066895 -0,029893 0,053505 -0,027273
20 0,066605 -0,030002 0,05579 -0,027553
21 0,069135 -0,029758 0,0534 -0,027335
22 0,07486 -0,029884 0,051895 -0,027135
23 0,073515 -0,029528 0,05032 -0,026895
24 0,07678 -0,029400 0,0480935 -0,026777
25 0,076025 -0,029004 0,0472995 -0,026849
26 0,08325 -0,028794 0,0453265 -0,026663
27 0,08621 -0,028620 0,0437695 -0,026431
28 0,08651 -0,028688 0,0424775 -0,026263
29 0,08891 -0,028281 0,041111 -0,025865
30 0,084565 -0,028058 0,039837 -0,025708
31 0,094105 -0,028290 0,037971 -0,025612
32 0,095585 -0,028593 0,036882 -0,025421
33 0,09428 -0,027711 0,0352945 -0,025246
34 0,095505 -0,027166 0,0334715 -0,025336
35 0,089585 -0,026702 0,031592 -0,025606
36 0,088155 -0,027036 0,0296315 -0,025547
37 0,075405 -0,027488 0,0308045 -0,025962
38 0,029123 -0,025895
115
Tabela A1.10 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – SP Paranapiacaba.
Enlace Terrestre: Paranapiacaba / SP – código 068
Características:
Latitude: 23°32’ S Longitude: 46°37’ W
Freqüência [GHz]: 14,52 Polarização: Horizontal Distância [km]: 42,99
Período de análise: 02/1994 a 02/1995 Período de análise: 03/1995 a 03/1996 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s] Desvio padrão [dB/s] Média [dB/s]
15 0,046545 -0,027703 0,0473825 -0,027322
16 0,046911 -0,027577 0,047899 -0,027405
17 0,0470815 -0,027593 0,047957 -0,027437
18 0,046733 -0,027437 0,048172 -0,027458
19 0,046388 -0,027315 0,048355 -0,027499
20 0,04591 -0,027241 0,0478975 -0,027487
21 0,045479 -0,027214 0,047589 -0,027353
22 0,0453305 -0,027003 0,047251 -0,027422
23 0,0448555 -0,026729 0,0463785 -0,027267
24 0,043937 -0,026517 0,045651 -0,027112
25 0,0431575 -0,026457 0,0445735 -0,026903
26 0,0426095 -0,026053 0,04351 -0,026723
27 0,041516 -0,026016 0,0423875 -0,026690
28 0,0402215 -0,026093 0,041568 -0,026578
29 0,039246 -0,025785 0,0405085 -0,026442
30 0,038152 -0,025785 0,039323 -0,026418
31 0,036885 -0,025866 0,0383055 -0,026315
32 0,035639 0,026233 0,037552 0,025970
33 0,0346275 -0,026436 0,0363785 -0,025669
34 0,032814 -0,026550 0,0350405 -0,025907
35 0,031686 -0,026395 0,034287 -0,025908
36 0,0301615 -0,026163 0,033124 -0,025860
37 0,028031 -0,026185 0,0314345 -0,025914
38 0,0243785 -0,025899 0,0297345 -0,025449
39 0,010939 -0,024830 0,0277905 -0,025378
40 0,02493 -0,025252
116
Tabela A1.11 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF DPF 06
Enlace Terrestre: DPF 06 / DF – código 112
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’ :20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 23 Polarização: Vertical Distância [km]: 6,73
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,053195 -0,030542
16 0,056245 -0,031111
17 0,055705 -0,031172
18 0,05649 -0,031153
19 0,0577 -0,031243
20 0,060145 -0,031390
21 0,06379 -0,031426
22 0,066115 -0,031688
23 0,0673 -0,031480
24 0,066695 -0,031638
25 0,068165 -0,031989
26 0,069755 -0,031732
27 0,068925 -0,031371
28 0,06733 -0,030624
29 0,06793 -0,030853
30 0,066515 -0,031436
31 0,071815 -0,032546
32 0,07699 -0,033107
33 0,08366 -0,034395
34 0,081835 -0,034310
35 0,07792 -0,034564
36 0,08203 -0,034961
37 0,0805 -0,033492
38 0,074625 -0,034199
39 0,07412 -0,031956
117
Tabela A1.12 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF Ministério da Fazenda .
Enlace Terrestre: Ministério da Fazenda / DF – código 212
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’ :20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 38 Polarização: Horizontal Distância [km]: 1,21
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,06849 -0,030338
16 0,07217 -0,030475
17 0,07383 -0,030327
18 0,0751 -0,030019
19 0,07792 -0,029761
20 0,080755 -0,029720
21 0,081725 -0,029762
22 0,08361 -0,030337
23 0,086025 -0,031088
24 0,08674 -0,031598
25 0,08756 -0,031658
26 0,091155 -0,032349
27 0,093555 -0,032752
28 0,09308 -0,033589
29 0,09308 -0,033589
30 0,0961 -0,034468
31 0,100405 -0,035004
32 0,10494 -0,035517
33 0,10494 -0,035517
34 0,102165 -0,038156
35 0,098305 -0,039367
36 0,09191 -0,038217
37 0,08506 -0,036669
118
Tabela A1.13 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF ESAF.
Enlace Terrestre: ESAF / DF – código 312
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’:20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 15 Polarização: Vertical Distância [km]: 10,53
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,0420265 -0,028097
16 0,0422925 -0,028494
17 0,0441155 -0,028506
18 0,044633 -0,028264
19 0,0445935 -0,027272
20 0,0445075 -0,026797
21 0,044751 -0,026064
22 0,044484 -0,025336
23 0,045715 -0,026423
24 0,044486 -0,027117
25 0,0426155 -0,027188
26 0,040864 -0,028106
27 0,0396065 -0,029280
28 0,0399305 -0,029539
29 0,037508 -0,029838
30 0,0348885 -0,029922
31 0,033794 -0,029684
32 0,0334715 -0,030645
33 0,0326155 -0,030586
34 0,0307225 -0,029546
35 0,0303995 -0,027760
36 0,0293135 -0,027995
37 0,0284745 -0,029017
38 0,0301445 -0,025509
39 0,0289375 -0,025028
119
Tabela A1.14 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF CASSI.
Enlace Terrestre: CASSI / DF – código 412
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’:20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 23 Polarização: Vertical Distância [km]: 0,76
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,0362305 -0,029346
16 0,033769 -0,030890
17 0,026465 -0,034218
18 0,026523 -0,033859
19 0,0277705 -0,033797
20 0,028341 -0,033512
21 0,029032 -0,032884
22 0,029029 -0,031703
23 0,027 -0,029881
120
Tabela A1.15 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF CERES.
Enlace Terrestre: CERES / DF – código 512
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’S Longitude: 47°:53’:20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 38 Polarização: Vertical Distância [km]: 1,83
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,026402 -0,024729
16 0,0260595 -0,024742
17 0,025499 -0,024760
18 0,0246655 -0,024738
19 0,023532 -0,024716
20 0,0238805 -0,024693
21 0,10311 -0,076545
22 0,101235 -0,087633
23 0,100795 -0,087406
24 0,100125 -0,086191
25 0,095475 -0,094656
26 0,093355 -0,097418
27 0,0933 -0,098589
28 0,10238 -0,091946
29 0,114055 -0,089517
30 0,12026 -0,078424
31 0,115995 -0,071154
32 0,10635 -0,076145
33 0,09224 -0,076663
34 0,20307 -0,045050
121
Tabela A1.16 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF STF.
Enlace Terrestre: STF / DF – código 612
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’:20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 23 Polarização: Vertical Distância [km]: 4,48
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,05028 -0,031158
16 0,05287 -0,030659
17 0,055265 -0,030517
18 0,056105 -0,030515
19 0,05728 -0,030626
20 0,059815 -0,030271
21 0,060485 -0,030120
22 0,061705 -0,030093
23 0,060885 -0,030214
24 0,06145 -0,030645
25 0,062355 -0,031595
26 0,061085 -0,032268
27 0,06111 -0,033494
28 0,064405 -0,034040
29 0,06542 -0,034534
30 0,066725 -0,034535
31 0,06678 -0,033895
32 0,06632 -0,032589
33 0,064975 -0,030993
34 0,06678 -0,029133
35 0,064665 -0,026761
36 0,0608 -0,025493
37 0,05842 -0,024201
122
Tabela A1.17 – Dados estatísticos da taxa de variação da atenuação por chuvas. Enlace
terrestre – DF Projeto BRA.
Enlace Terrestre: Projeto BRA / DF – código 712
Características:
Latitude: 15°:47’’:46,2’’ S Longitude: 47°:53’:20,2’’ W
Freqüência [GHz]: 23 Polarização: Vertical Distância [km]:
Período de análise: 08/2004 a 07/2005 Nível de
atenuação
excedido[dB]
Desvio padrão [dB/s]
Média [dB/s]
15 0,0394255 -0,030727
16 0,0416 -0,031037
17 0,0442015 -0,031266
18 0,0470795 -0,031627
19 0,0489965 -0,031495
20 0,0499865 -0,031234
21 0,051065 -0,031185
22 0,052025 -0,031442
23 0,052865 -0,031738
24 0,054445 -0,031901
25 0,055225 -0,031501
26 0,05405 -0,031710
27 0,054495 -0,031766
28 0,055635 -0,031226
29 0,056965 -0,030036
30 0,057315 -0,029277
31 0,057765 -0,027739
32 0,0586 -0,026097
33 0,05714 -0,025273
34 0,055895 -0,024780
35 0,05238 -0,024507
36 0,05085 -0,024653
37 0,0483995 -0,024965
38 0,046193 -0,024086
39 0,044914 -0,026044
123
10
APÊNDICE B
B1.
Técnicas de compensação da atenuação por chuvas
São três as principais técnicas de compensação da atenuação por chuvas
que permitem melhorar a relação sinal ruído na recepção, reduzindo a
indisponibilidade de comunicação.
Estas três técnicas são: controle de potência, técnicas de diversidade e
técnicas adaptativas. O conhecimento da taxa de variação da atenuação por chuvas
permite conhecer em tempo real a distribuição de probabilidade da taxa de
variação por nível de atenuação por chuvas. Esta distribuição de probabilidade da
taxa permite predizer com alguns segundos qual será o próximo estado da chuva e
o nível da atenuação: crescente, estável ou decrescente. Conforme o nível de
atenuação obtido na predição pode-se acionar uma técnica de compensação de
potência, de diversidade ou adaptativa. Um resumo destas técnicas está descrito
nos itens B1.1, B1.2 e B1.3.
B1.1.
Controle de potência
Neste caso o princípio é baseado na adaptação do nível de potência
transmitido às condições de propagação. Em transmissões com céu claro o
controle de potência transmite com o mínimo de potência necessária que garante
um sinal de qualidade na recepção. Quando o receptor obtém um sinal atenuado
ou degradado o controle de potência do transmissor é informado e ocorre um
aumento de potência para compensar esta atenuação.
No caso de radio comunicações via satélites existem dois tipos de
compensação de potência. Sistemas com satélites transparentes o controle da
potência do enlace é feito considerando o enlace de subida junto com o enlace de
descida. Sistemas com satélites regeneradores o controle do enlace de potência é
feito apenas com o enlace de subida ou de descida. Nestes sistemas muitas vezes
são necessários elementos externos tais como uma estação central que autoriza a
ativação do controle de potência.
124
O controle de potência é limitado pela potência máxima que é limitada pela
performance dos amplificadores. Sistemas via satélites geralmente permitem um
acréscimo máximo de 2 Watts. Em sistemas de comunicações móveis a potência
máxima é menor. Isto implica que o controle de potência por si só não permitirá
um controle adequado da atenuação principalmente em regiões tropicais em que a
incidência de chuvas convectivas é superior a 50% do total de chuvas. Logo são
associadas outras técnicas de compensação ao sistema de controle de potência.
B1.2.
Técnicas de diversidade
Nestas técnicas são utilizados recursos externos que aproveitam condições
de propagações mais favoráveis. São feitas modificações na arquitetura do enlace
de propagação que permitirão obter uma relação sinal ruído melhor e muitas das
vezes evitar a indisponibilidade de comunicação temporária.
Estas técnicas de diversidade não solucionam o problema da comunicação
multimídia via satélite no enlace de subida que implicam em exigências de
complexidade do sistema e um custo mais elevado.
B1.2.1.
Diversidade de rotas
A diversidade de rota consiste na utilização de outra antena com outro
azimute, na transmissão e/ou recepção do sinal, sempre que a atenuação por chuva
medida for superior ao máximo valor de atenuação permitido pelo circuito de
potência.
Esta contramedida é proposta para aumentar a disponibilidade no sistema de
transmissão.
Quando o controle de potência do sinal transmitido atingir seu limite
máximo o sinal será transmitido pela rota secundária. Esta rota secundária é
baseada em antenas passivas chamadas “back to back”. Veja a figura B1.1.
A viabilidade desta contramedida foi observada através dos dados
experimentais obtidos durante um período de aproximadamente dois anos nos
enlaces da EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicações).[16]. Estes
enlaces estão especificados na tabela B1.1 e convergem na Rua dos Ingleses em
125
São Paulo. O início destas medições ocorreu em 11 de março de 1994 as 15:29:00
horas.
Figura B1.1 – Diversidade de rotas.
Tabela B1.1 – Características dos enlaces experimentais
Enlace Freqüênci
a (GHz)
Comprimento
(km)
Polarização Azimute Atenuação para taxa de
chuva máxima de 90
mm/h
Duração
Bradesco
14,5500 12,8 Horizontal
171°
9 dB 2 anos
Cenesp 15
14,5500 12,8 Horizontal
229°
11 dB 2 anos
Barueri
14,5290 21,7 Vertical
160°
8 dB 1 ano
Paranapiacaba
14,5185 43,0 Horizontal
323°
20 dB 2 anos
Cenesp 18
18,6125 12,8 Vertical
229°
15 dB 1 ano
B1.2.2.
Diversidade de sítio
Consiste em desviar o sinal transmitido para uma outra estação recepção
que esteja distante da original que atingiu seu limite máximo de controle de
potência. Estas duas estações distanciadas de algumas dezenas de quilômetros
deverão estar conectadas por um enlace cabeado. Estas conexões terrestres
aumentam o custo de implantação e diminuem a mobilidade.
Geralmente as chuvas convectiva têm células de cerca de 20 km e quando
uma destas estações tem um enlace com fortes precipitações a probabilidade do
Antenas passivas back to back
Duas antenas com
direções diferentes
126
outro enlace da outra estação estar nesta célula é bem menor já que estão
separadas de algumas dezenas de quilômetros.
Este tipo de diversidade é utilizado em enlace de rádio comunicações via
satélites.
B1.2.3.
Diversidade de freqüência
Consiste em diminuir a freqüência de transmissão quando o sinal sofrer
atenuação. As freqüências acima de 10 GHz são mais suscetíveis a atenuações por
chuvas.
Esta técnica necessita de maior complexidade dos transmissores e
receptores e também sobre o gerenciamento espectral. Importante ressaltar que o
espectro de freqüências mais baixas está saturado e como transmissões com
freqüências acima de 10 GHz são sistemas de banda larga este procedimento não é
muito recomendado.
B1.2.4.
Diversidade de satélite
Consiste em transferir a transmissão para outro satélite em que o enlace
não esteja sofrendo uma forte atenuação. Esta é uma solução para satélites de
órbita baixa. Satélites geoestacionários normalmente não permitem a melhoria do
sinal já que iluminam a mesma área.
Outro problema é referente à antena do receptor terrestre que deve ser
adaptativa.
B1.2.5.
Diversidade de tempo
Neste caso a transmissão só é feita quando as condições de propagação são
adequadas e não causam fortes atenuações.
O inconveniente é que sistemas de comunicações contínuos ficam
indisponíveis temporariamente.
127
B1.3.
Técnicas adaptativas
São técnicas que modificam a forma de onda do sinal transmitido para
adaptar as performances do espectro e de potência as condições de propagação.
Não são necessários elementos externos, mas simplesmente um acréscimo de
complexidade no sistema do receptor e transmissor.
É uma técnica que está evoluindo bastante devido a tecnologias de
codificação de canal e de circuitos integrados.
A forma de onda do sinal transmitido é adaptada conforme os parâmetros
obtidos pela condição de transmissões e a relação sinal ruído. Há um
compromisso entre o espectro e a potência.
Existem três técnicas adaptativas básicas:
variação da taxa de bits: o tempo dos bits são aumentados mas mantendo-
se o mesmo nível de potência;
modificação da taxa de codificação: faz-se uma mudança de código na
codificação do canal para melhorar a performance da transmissão baseado
nos parâmetros obtidos na recepção;
modulação adaptativa: modificam-se os tipos de modulação digitais
conforme a performance do sinal transmitido.
128
11
APÊNDICE C
C1.
Aplicação do método de Sweeney e Bostian
As figuras C.1, C.2 e C.3 representam a taxa de variação da atenuação por
chuvas obtida pela equação do modelo de Sweeney & Bostian [14] versus a
velocidade da gota de chuva de 0,1, 0,8, 1 e 2 m/s considerando a taxa de
precipitação constante de 20, 50 e 120 mm/h respectivamente. Nos gráficos foram
considerados os dados do enlace de Bradesco da tabela 2.1. Quando a velocidade
da gota de chuva aumenta muito esta taxa atinge rapidamente um valor máximo.
Conclui-se que a taxa de variação da atenuação é dependente da distribuição da
gota de chuva, da velocidade da gota de chuva e do comprimento do enlace.
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
01234567891011
Tempo (s)
Taxa de variação da atenuação (dB/s)
velocidade do vento 0,1 m/s
velocidade do vento 0,8 m/s
velocidade do vento 1 m/s
velocidade do vento 2 m/s
Taxa de chuva constante 20 mm/h
Comprimento do enlace 12,8 km
Polarização horizontal
Freqüência 14,55 GHz
Figura C.1 – Taxa de variação da atenuação por chuvas versus a velocidade da gota de
chuva de 0,1, 0,8, 1 e 2 m/s para uma taxa de precipitação de 20 mm/h.
129
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
01234567891011
Tempo (s)
Taxa de variação da atenuação (dB/s)
velocidade do vento 0,1 m/s
velocidade do vento 0,8 m/s
velocidade do vento 1 m/s
velocidade do vento 2 m/s
Taxa de chuva constante 50 mm/h
Comprimento do enlace 12,8 km
Polarização horizontal
Freqüência 14,55 GHz
Figura C.2 – Taxa de variação da atenuação por chuvas versus a velocidade da gota de
chuva de 0,1, 0,8, 1 e 2 m/s para uma taxa de precipitação de 50 mm/h.
0
2
4
6
8
10
12
01234567891011
Tempo (s)
Taxa de variação da atenuação (dB/s)
velocidade do vento 0,1 m/s
velocidade do vento 0,8 m/s
velocidade do vento 1 m/s
velocidade do vento 2 m/s
Taxa de chuva constante 120 mm/h
Comprimento do enlace 12,8 km
Polarização horizontal
Freqüência 14,55 GHz
Figura C.3 – Taxa de variação da atenuação por chuvas versus a velocidade da gota de
chuva de 0,1, 0,8, 1 e 2 m/s para uma taxa de precipitação de 120 mm/h.
130
C2.
Aplicação do método de Van de Kamp
A figura C.4 representa o diagrama de barras do modelo de Van de Kamp
de distribuição da taxa de variação por chuvas condicionada a uma determinado
nível de atenuação considerando os dados do enlace via satélite da tabela C.1. Os
dados da taxa de variação da atenuação por chuvas deste enlace via satélite
localizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foram obtidos no período de um
ano com tempo de taxa de dois segundos e filtro passa baixo de 0,02 Hz. Na
fórmula do desvio padrão de Van de Kamp considerou-se o (s) igual a 0,01; o Δt
de 2 segundos e a freqüência de corte (fc) igual a 0,02Hz. O desvio padrão obtido
empiricamente, representado por σ (dB/s), é referente a taxa de variação da
atenuação por chuvas condicionada a um determinado nível de atenuação.
Tabela C.1 – Característica do enlace satélite - Terra
Enlace Freqüência (GHz) Latitude
Longitude
Polarização Angulo de
elevação
Duração
Porto Alegre
RS
11,4 30:03’ S
51:10’ W
Circular
55
°
20/02/1998 à
19/02/1999
Figura C.4 – Diagrama de barras do modelo de Van de Kamp da distribuição da taxa de
variação de atenuação versus taxa de variação da atenuação (dB/s), condicionada a um
valor de atenuação por chuvas.
Função Van de Kamp [s/dB]
Taxa de variação da atenuação por chuva [dB/s]
5dB A(t)
5,1 dB σvk=0,111072 dB/s σ=0,0188869 dB/s
2dB A(t) 2,1 dB σvk=0,044428 dB/s σ=0,0064457 dB/s
Função Van de Kamp [s/dB]
Taxa de variação da atenuação por chuva [dB/s]
5dB A(t)
5,1 dB σvk=0,111072 dB/s σ=0,0188869 dB/s
2dB A(t) 2,1 dB σvk=0,044428 dB/s σ=0,0064457 dB/s
5dB A(t)
5,1 dB σvk=0,111072 dB/s σ=0,0188869 dB/s
2dB A(t) 2,1 dB σvk=0,044428 dB/s σ=0,0064457 dB/s
131
A figura C.5 compara o modelo da distribuição da taxa de Van de Kamp
com o histograma da taxa condicionada a um valor de atenuação por chuvas com
os dados obtidos durante um ano do enlace satélite da tabela C.1.
Figura C.5 – Comparação do modelo de Van de Kamp da distribuição da taxa de
variação de chuvas com o histograma, condicionada a um valor de atenuação por
chuvas.
Função Van de Kamp [s/dB]
Taxa de variação da atenuação por chuva [dB/s]
2dB A(t) 2,1 dB σvk=0,0444288 dB/s σ=0,0064457 dB/s
Probabilidade de ocorrência
Função Van de Kamp [s/dB]
Taxa de variação da atenuação por chuva [dB/s]
2dB A(t) 2,1 dB σvk=0,0444288 dB/s σ=0,0064457 dB/s
Probabilidade de ocorrência
132
12
APÊNDICE D
D1.
Gráficos das densidades gaussianas empiricamente observado
versus obtidos via modelo dos parâmetros da densidade gaussiana
da taxa de variação da atenuação por chuvas.
Enlace via satélite, Mosqueiro, ano 1, atenuação excedida 16 dB
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 11,4 GHz
elevação 89°
Figura D.1 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace via satélite de Mosqueiro no ano 1.
133
Enlace via satélite, Mosqueiro, ano 2, atenuação excedida 15 dB
0
1
2
3
4
5
6
7
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 11,4 GHz
elevação 89°
Figura D.2 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace via satélite de Mosqueiro no ano 2.
Enalace terrestre em SP, Scania, ano 1, atenuação excedida 25 dB
0
1
2
3
4
5
6
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 14,5 GHz
d = 18,38 km
Figura D.3 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace terrestre de Scania no ano 1.
134
Enalace terrestre em SP, Paranpiacaba, ano 1, atenuação excedida 25 dB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 14,52 GHz
d = 42,99 km
Figura D.4 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace terrestre de Paranapiacaba no ano 1.
Enalace terrestre em Brasília, Ministério da Fazenda, ano 1, atenuação excedida 24dB
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 38 GHz
d = 1,21 km
Figura D.5 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace terrestre de Ministério da Fazenda no ano 1.
135
Enalace terrestre em Brasília, ESAF ano 1, atenuação excedida 24dB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
-0,5 -0,5 -0,4 -0,4 -0,3 -0,3 -0,2 -0,2 -0,1 -0,1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
Taxa de variação da atenuação por chuvas (dB/s)
Densidade de probabilidade (%)
densidade empíricamente observada
densidade obtida via modelo
f = 15 GHz
d = 10,53 km
Figura D.6 – Comparação entre as densidade gaussianas empiricamente observado e
obtidos via modelo do enlace terrestre de ESAF no ano 1.
136
13
ANEXO 1
AN1. Tabelas referentes a duração de eventos, número de eventos e
parâmetros da estatísticas da duração de eventos.
Tabela AN1.1 – Distribuição de probabilidade cumulativa da duração de eventos de
atenuação por chuvas em Mosqueiro.
Mosqueiro (Belém) – Ano 1 – Período de 04/1996 a 03/1997
Dur.
de
even.
(s)
A = 1 dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1 1 1 1 1 1 1 1
10 0,952143 0,986624 0,987271 0,983704 0,976133 0,979377 0,96878
30 0,916052 0,967132 0,961175 0,943989 0,911381 0,929293 0,883633
60 0,892246 0,935863 0,922245 0,901639 0,870276 0,897306 0,746452
120 0,868019 0,873836 0,826916 0,788251 0,774144 0,741162 0,583728
180 0,851035 0,811198 0,731233 0,701795 0,710497 0,641835 0,441816
300 0,825949 0,67876 0,651391 0,565183 0,491492 0,5383
600 0,779236 0,458393 0,409285 0,251171
900 0,738587 0,328894 0,157243 0,139442
1200 0,706771 0,205236 0,046003
1500 0,675385 0,032473
1800 0,65668
2400 0,610475
3600 0,560512
Mosqueiro (Belém) – Ano 2 - Período de 04/1997 a 03/1998
Dur.
de
even.
(s)
A = 1 dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1 1 1 1 1 1 1 1
10 0,878172 0,986808 0,989332 0,979665 0,972678 0,975 0,907216
30 0,838714 0,967696 0,953771 0,924242 0,889617 0,958333 0,783505
60 0,804644 0,94334 0,898948 0,88756 0,817486 0,908333 0,536082
120 0,76074 0,86241 0,755964 0,734848 0,64153 0,791667
180 0,729575 0,779958 0,715217 0,677432 0,384699 0,552778
300 0,633201 0,607188 0,607349 0,456539
600 0,4148 0,318393 0,219588 0,119617
900 0,30817 0,155603 0,110387
1200 0,220263 0,116702 0,110387
137
1500 0,169382 0,06537
1800 0,088875
2400 0,043854
3600
Tabela AN1.2 – Distribuição de probabilidade cumulativa da duração de eventos de
atenuação por chuvas em Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro Year 1 – Período de 03/1998 a 02/1999
Dur.
de
even.
(s)
A = 1 dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1 1 1 1 1 1 1 1
10
0,960326 0,968181 0,97692 0,976755 0,973939 0,978417 0,993289
30
0,916755 0,926379 0,943187 0,95351 0,95697 0,951079 0,993289
60
0,875972 0,895643 0,920462 0,938953 0,885455 0,951079 0,892617
120
0,84483 0,859742 0,864714 0,846443 0,73697 0,81295 0,402685
180
0,815145 0,834022 0,810031 0,764734 0,634545 0,81295
300
0,789664 0,772844 0,732002 0,6471 0,404242 0,529496
600
0,717665 0,531179 0,483356 0,404555
900
0,661105 0,366431 0,448025
1200
0,590754 0,258287 0,230004
1500
0,534437 0,222534 0,230004
1800
0,500032 0,136471 0,160053
2400
0,470601 0,136471 0,160053
3600
0,430082 0,136471 0,160053
138
Tabela AN1.3 – Distribuição de probabilidade cumulativa da duração de eventos de
atenuação por chuvas em Curitiba.
Curitiba Year 1 – Período de 04/1997 a 02/1999
Dur.
de
even.
(s)
A = 1
dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1 1 1 1 1 1 1 1
10
0,959232 0,978343 0,98683 0,987045 0,991011 0,952381 0,958333
30
0,931335 0,955101 0,969872 0,907692 0,91236 0,952381 0,708333
60
0,913313 0,929625 0,909435 0,842105 0,737079 0,952381
120
0,89515 0,882695 0,794155 0,730364 0,737079
180
0,883216 0,831945 0,716038 0,678543 0,449438
300
0,868717 0,703954 0,524265 0,42996 0,449438
600
0,845802 0,568201 0,240483 0,244534
900
0,826879 0,469709 0,105358
1200
0,813715 0,451302
1500
0,802432 0,343667
1800
0,795343 0,343667
2400
0,777149 0,300272
3600
0,749469 0,300272
Curitiba Year 2 – Período de 03/1998 a 02/1999
Dur.
de
even.
(s)
A = 1
dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1
1 1 1 1 1 1 1
10
0,929407 0,990631 0,990113 0,990545 0,982416 0,97754 0,988353
30
0,889531 0,976148 0,961864 0,967223 0,960295 0,941176 0,935108
60
0,862318 0,944447 0,938136 0,96029 0,901872 0,851337 0,935108
120
0,83312 0,87902 0,875141 0,918059 0,756098 0,671658 0,753744
180
0,806543 0,837849 0,804379 0,828238 0,685196 0,604278 0,650582
300
0,766625 0,758495 0,658333 0,521273 0,491208 0,604278 0,252912
600
0,691607 0,575733 0,313842 0,409707 0,17924
900
0,661185 0,47192 0,26596 0,174283
1200
0,610684 0,422393 0,1243
1500
0,601244 0,422393
1800
0,568099 0,290576
2400
0,523215 0,290576
3600
0,493306 0,201702
139
Tabela AN1.4 – Distribuição de probabilidade cumulativa da duração de eventos de
atenuação por chuvas em Porto Alegre.
Porto Alegre Year 1 – Período de 03/1998 a 02/1999
Dur.
de
even.
(s)
A = 1
dB 3 dB 5 dB 10 dB 15 dB 20 dB 25 dB
1 1 1 1 1 1 1 1
10
0,93649 0,983614 0,99149 0,978385 0,984639 0,957031 1
30
0,873116 0,960289 0,961422 0,918627 0,938556 0,933594 0,913043
60
0,825093 0,917205 0,913389 0,825175 0,938556 0,835938 0,913043
120
0,775641 0,868145 0,871596 0,72473 0,648233 0,835938 0,913043
180
0,744334 0,820627 0,833585 0,673236 0,648233 0,554688
300
0,69044 0,743229 0,674924 0,37953 0,345622
600
0,615558 0,43441 0,301437
900
0,561058 0,325783 0,096823
1200
0,534171 0,134651
1500
0,510582 0,07441
1800
0,487605
2400
0,450285
3600
0,418841
140
Tabela AN1.5 – Média da duração de eventos de atenuação por chuvas – Mosqueiro.
Mosqueiro (Belém). Ano 1
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de
eventos (s)
A = 1 dB 41273 2198234 53,26
3 dB 854 101376 118,71
5 dB 520 56562 108,77
10 dB 236 20496 86,85
15 dB 137 9050 66,06
20 dB 64 4752 74,25
25 dB 47 2114 44,98
Mosqueiro (Belém). Ano 2
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de
eventos (s)
A = 1 dB 3906 80540 20,62
3 dB 210 23650 112,62
5 dB 130 13498 103,83
10 dB 71 5016 70,65
15 dB 32 1830 57,19
20 dB 12 720 60,00
25 dB 9 194 21,56
Tabela AN1.6 – Média da duração de eventos de atenuação por chuvas – Rio de
Janeiro.
Rio de Janeiro. Ano 1.
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de eventos
(s)
A = 1 dB 3177 189392 59,61
3 dB 592 40668 68,70
5 dB 258 22530 87,33
10 dB 94 8518 90,62
15 dB 43 3300 76,74
20 dB 16 1390 86,88
25 dB 5 298 59,60
141
Tabela AN1.7 – Média da duração de eventos de atenuação por chuvas – Curitiba e
Porto Alegre.
Curitiba. Ano 1
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de eventos
(s)
A = 1 dB 55025 3287950 59,75
3 dB 529 49222 93,05
5 dB 114 11086 97,25
10 dB 32 2470 77,19
15 dB 14 890 63,57
20 dB 6 252 42,00
25 dB 3 48 16,00
Curitiba. Ano 2
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de eventos
(s)
A = 1 dB 8379 292354 34,89
3 dB 272 39494 145,20
5 dB 117 14160 121,03
10 dB 45 6346 141,02
15 dB 36 3526 97,94
20 dB 25 1870 74,80
25 dB 14 1202 85,86
Porto Alegre. Ano 1.
Numero total de
eventos
Tempo total dos
eventos (s)
Média da duração de eventos
(s)
A = 1 dB 8958 349832 39,05
3 dB 192 20750 108,07
5 dB 80 10576 132,20
10 dB 43 3146 73,16
15 dB 15 1302 86,80
20 dB 7 512 73,14
25 dB 2 138 69,00
142
Tabela AN1.8 – Parâmetros estimados da distribuição de Weibull para duração de
eventos de Mosqueiro (Belém).
Mosqueiro (Belém) - Ano 1
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala) Correlação
A = 1 dB 0,40234 15748,3 0,99753
3 dB 1,06166 712,9559 0,99458
5 dB 1,11269 543,6345 0,99684
10 dB 1,0625 473,593 0,99937
15 dB 0,93272 486,0206 0,99304
20 dB 1,01649 438,8218 0,99488
25 dB 1,12222 202,0857 0,99755
Mosqueiro (Belém) – Ano 2.
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala) Correlação
A = 1 dB 0,6031 636,3795 0,97014
3dB 1,12254 591,2561 0,99675
5 dB 1,12382 474,6424 0,99531
10 dB 1,09297 358,7193 0,99526
15 dB 1,167 212,6466 0,99459
20 dB 1,06902 420,7813 0,96522
25 dB 1,01805 104,0907 0,99076
Tabela AN1.9 – Parâmetros estimados da distribuição de Weibull para duração de
eventos de Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro - Ano 1
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala) Correlação
A = 1 dB 0,50509 4384,246 0,99565
3 dB 0,77011 1079,313 0,98551
5 dB 0,83797 1020,017 0,99386
10 dB 0,91826 788,2031 0,98713
15 dB 1,08574 374,7098 0,98553
20 dB 0,94855 737,7893 0,95494
25 dB 2,0375 172,7869 0,904131
143
Tabela AN1.10 – Parâmetros estimados da distribuição de Weibull para duração de
eventos de Curitiba e Porto Alegre.
Curitiba - Ano 1
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala)
Correlação
A = 1 dB 0,30483 203609,8 0,99426
3 dB 0,79737 1385,868 0,99678
5 dB 1,18058 448,4834 0,99726
10 dB 1,08852 370,4877 0,98448
15 dB 1,29994 249,286 0,95877
Curitiba – Ano 2.
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala) Correlação
A = 1 dB 0,3913 8133,582 0,99884
3 dB 0,94149 1295,65 0,99534
5 dB 1,09081 679,2187 0,99695
10 dB 1,17892 642,6252 0,98305
15 dB 1,12314 420,7854 0,99434
20 dB 1,00448 413,0812 0,98149
25 dB 1,20774 378,3792 0,97628
Porto Alegre – Ano 1.
Parâmetro alfa
(fator de forma)
Parâmetro neta
(parâmetro de escala) Correlação
A = 1 dB 0,423789 3674,086 0,99323
3 dB 1,00303 735,9913 0,9938
5 dB 1,17844 555,1815 0,99137
10 dB 1,05219 342,4392 0,99264
15 dB 1,23968 319,1487 0,97238
20 dB 0,81956 566,803 0,93739
144
Tabela AN1.11 – Parâmetros estimados da expressão y = exp (A + B1*x + B2*x^2) para
duração de eventos de Mosqueiro (Belém).
Mosqueiro (Belém) - Ano 1
A B1 B2
A = 1 dB -0,08067 -2,67E-04 3,65E-08 0,96815
3 dB -0,09247 4,83E-05 -1,39E-06 0,96373
5 dB -0,04711 -6,13E-04 -1,57E-06 0,99674
10 dB 0,01784 -0,00214 -1,09E-07 0,99705
15 dB -0,01949 -0,00155 -2,40E-06 0,99173
20 dB 0,01464 -0,00288 2,48E-06 0,99308
25 dB 0,01023 -0,00483 1,38E-06 0,99882
Mosqueiro (Belém) – Ano 2.
A B1 B2
A = 1 dB -0,11464 -0,00111 -5,99E-08 0,99534
3 dB 0,05723 -0,00213 1,81E-07 0,9952
5 dB 0,08438 -0,00309 8,98E-07 0,97676
10 dB -0,01258 -0,00169 -3,04E-06 0,99898
15 dB -0,02064 -0,00141 -2,05E-05 0,99344
20 dB -0,01961 1,75E-04 -1,83E-05 0,99235
25 dB -0,00607 -0,00634 -6,52E-05 0,99672
Tabela AN1.12 – Parâmetros estimados da expressão y = exp (A + B1*x + B2*x^2) para
duração de eventos de Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro - Ano 1
A B1 B2
A = 1 dB -0,07607 -4,64E-04 7,04E-08 0,98597
3 dB 0,03054 -0,00143 2,39E-07 0,98834
5 dB 0,01845 -0,00138 2,42E-07 0,98404
10 dB 6,06E-04 -0,0014 -1,80E-07 0,99892
15 dB 0,00373 -0,00199 -3,46E-06 0,99857
20 dB -0,01714 -4,30E-04 -5,31E-06 0,97262
25 dB -0,02087 0,00378 -9,30E-05 0,99842
145
Tabela AN1.13 – Parâmetros estimados da expressão y = exp (A + B1*x + B2*x^2) para
duração de eventos de Curitiba e Porto Alegre.
Curitiba - Ano 1
A B1 B2
A = 1 dB -0,07 -1,39E-04 2,28E-08 0,8908
3 dB -0,03428 -8,82E-04 1,57E-07 0,99074
5 dB 0,02165 -0,00205 -5,37E-07 0,99952
10 dB 0,009 -0,00284 7,67E-07 0,99177
15 dB 0,03529 -0,00524 7,88E-06 0,91918
20 dB -0,00763 -0,0027 3,40E-05 0,71877
25 dB 0,00115 -7,90E-04 -3,58E-04 1
Curitiba – Ano 2.
A B1 B2
A = 1 dB -0,10883 -3,79E-04 6,06E-08 0,96243
3 dB -0,02901 -8,02E-04 1,04E-07 0,98395
5 dB 0,05319 -0,00206 5,23E-07 0,98458
10 dB 0,01527 -0,00133 -6,50E-07 0,97545
15 dB 0,00586 -0,00192 -1,58E-06 0,99935
20 dB 0,03487 -0,00451 8,97E-06 0,98469
25 dB -0,02399 1,51E-04 -1,54E-05 0,99357
Porto Alegre – Ano 1.
A B1 B2
A = 1 dB -0,14335 -5,02E-04 8,61E-08 0,94478
3 dB -0,01498 -8,72E-04 -5,80E-07 0,99449
5 dB -0,0115 -6,89E-04 -2,11E-06 0,99954
10 dB -0,02486 -0,00156 -5,09E-06 0,98313
15 dB 0,00694 -0,002 -5,06E-06 0,96876
20 dB -0,03953 5,11E-07 -1,60E-05 0,92312
25 dB 0,00817 -0,00296 1,79E-05 0,86788
146
Tabela AN1.14 – Parâmetros estimados da expressão y = exp(-(x)/t1) + exp(-(x)/t2) para
duração de eventos de Mosqueiro (Belém).
Mosqueiro (Belém) - Ano 1
t1 t2
A = 1 dB 4308,39 0,1195 0,63415
3 dB 746,96 0,15113 0,98946
5 dB 582,48 0,15703 0,98541
10 dB 481,46 0,16187 0,99626
15 dB 455,12 0,16335 0,98555
20 dB 446,44 0,16387 0,98674
25 dB 220,25 0,18529 0,99784
Mosqueiro (Belém) – Ano 2.
t1 t2
A = 1 dB 695 0,1528 0,96015
3 dB 570,53 0,15754 0,99218
5 dB 479,25 0,16199 0,98792
10 dB 375,45 0,16865 0,98204
15 dB 230,31 0,18377 0,96296
20 dB 388,24 0,1677 0,91065
25 dB 103,35 0,21538 0,98508
Tabela AN1.15 – Parâmetros estimados da expressão y = exp(-(x)/t1) + exp(-(x)/t2)
para duração de eventos de Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro - Ano 1
t1 t2
A = 1 dB 4308,39 0,1195 0,63415
3 dB 74.696 0,15113 0,98946
5 dB 582,48 0,15703 0,98541
10 dB 481,46 0,16187 0,99626
15 dB 455,12 0,16335 0,98555
20 dB 446,44 0,16387 0,98674
25 dB 220,25 0,18529 0,99784
147
Tabela AN1.16 – Parâmetros estimados da expressão y = exp(-(x)/t1) + exp(-(x)/t2) para
duração de eventos de Curitiba e Porto Alegre.
Curitiba - Ano 1
t1 t2
A = 1 dB 2676,62 0,1267 0,78991
3 dB 964,87 0,14551 0,98493
5 dB 979,46 0,14519 0,9767
10 dB 679,99 0,15331 0,99726
15 dB 372,59 0,16887 0,984
20 dB 586,6 0,15686 0,91919
25 dB 204,95 0,18779 0,76014
Curitiba – Ano 2.
t1 t2
A = 1 dB 8365,32 0,11072 0,05335
3 dB 1504,03 0,13668 0,90792
5 dB 461,37 0,16299 0,99264
10 dB 397,98 0,16701 0,99039
15 dB 302,9 0,17498 0,91386
20 dB 932,01 0,14624 -0,07969
25 dB 96,07 0,2188 0,92323
Porto Alegre – Ano 1.
t1 t2
A = 1 dB 3099,35 0,12439 0,55146
3 dB 1477,17 0,13702 0,95848
5 dB 665,14 0,15383 0,98546
10 dB 620,01 0,15551 0,95734
15 dB 416,63 0,16574 0,98811
20 dB 434,61 0,16459 0,88323
25 dB 330,05 0,17239 0,90326
148
Tabela AN1.17 – Parâmetros estimados da distribuição log-normal para duração de
eventos de Mosqueiro (Belém).
Mosqueiro (Belém) - Ano 1
µ
σ
A = 1 dB 0 15,91 0,97641
3 dB 0 23,97 0,91139
5 dB 0 17,76 0,90654
10 dB 0 16,24 0,91731
15 dB 0 14,54 0,88916
20 dB 0 13,77 0,92353
25 dB 0 17,76 0,95272
Mosqueiro (Belém) – Ano 2.
µ
σ
A = 1 dB 0 17,43 0,95858
3 dB 0 17,15 0,92641
5 dB 0 20,03 0,92995
10 dB 0 19,31 0,88851
15 dB 0 16,35 0,86963
20 dB 0 17,04 0,76376
25 dB 0 9,96 0,92862
Tabela AN1.18 – Parâmetros estimados da distribuição log-normal para duração de
eventos de Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro - Ano 1
µ
σ
A = 1 dB 0 17,25 0,97271
3 dB 0 20,95 0,93403
5 dB 0 30,63 0,8694
10 dB 0 15,75 0,94326
15 dB 0 14,24 0,87193
20 dB 0 18,55 0,75584
25 dB 0 21,21 0,65876
149
Tabela AN1.19 – Parâmetros estimados da distribuição log-normal para duração de
eventos de Curitiba e Porto Alegre.
Curitiba - Ano 1
µ
σ
A = 1 dB 0 13,86 0,99146
3 dB 0 16,91 0,9616
5 dB 0 16,48 0,91305
10 dB 0 15,27 0,93038
15 dB 0 12,93 0,8992
20 dB 0 0,32 1
25 dB 0 16,96 0,88682
Curitiba – Ano 2.
µ
σ
A = 1 dB 0 18,64 0,99145
3 dB 0 21,01 0,96289
5 dB 0 31,52 0,90427
10 dB 0 26,69 0,84803
15 dB 0 31,24 0,8942
20 dB 0 14,24 0,9248
25 dB 0 14,92 0,77163
Porto Alegre – Ano 1.
µ
σ
A = 1 dB 0 9,99 0,9989
3 dB 0 38,94 0,90175
5 dB 0 34,78 0,83324
10 dB 0 29,32 0,88458
15 dB 0 43,05 0,84052
20 dB 0 24,82 0,74694
25 dB 0 2,61 0,78471
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