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“No propósito de avivar a consciência de todos os fiéis para os perigos,
deveres e oportunidades da hora presente, apresenta o seguinte
pronunciamento sobre os problemas políticos e sociais:...
“As igrejas presbiterianas do Brasil compete, portanto:
1.
Dar, pelo púlpito e por todos os meios de doutrinação, expressão do
Evangelho total de redenção do indivíduo e da ordem social.
2. Incentivar seus membros a assumirem uma cidadania responsável,
como testemunhas de Cristo, nos sindicatos, nos partidos políticos,
nos diretórios acadêmicos, nas fábricas, nos escritórios, nas
cátedras, nas eleições e nos corpos administrativos, legislativos e
judiciários do País.
3.
Clamar contra a injustiça, a opressão e a corrupção, a tomar a
iniciativa de esforços para aliviar os sofrimentos dos infelicitados
por uma ordem social iníqua; colaborando, também, com aqueles
que, movidos por espírito de temor a Deus e respeito à dignidade do
homem, busquem esses mesmos fins, assim como aceitando sua
colaboração.
4.
Opor, por uma pregação viva e poderosa, relevante e atual, uma
barreira inespugnável (sic) contra as forças dissolventes do
materialismo e do secularismo.
5.
Lutar pela preservação e integridade da família e pela integração de
grupos marginalizados pela ignorância e analfabetismo, pelos
vícios, pelas doenças e pela opressão na plena comunhão do corpo
social.
6.
Dar à infância e à juventude uma formação cristã que as capacite a
enfrentarem vitoriosamente o impacto dos paganismos
contemporâneos, com a força da interpretação cristã da vida total do
homem total à luz de Deus.
7.
Defender, pelo exemplo de seus membros, a dignidade do trabalho,
quer manual quer intelectual.
8.
Fazer a proclamação profética incessante dos princípios éticos e
sociais do Evangelho de modo que seja denunciados todos os erros
dos poderes públicos, sejam de omissão ou comissão, que resultam
em ameaças ou obstáculos à paz social ou tendam à destruição da
nossa estrutura democrática.
9.
Defender a necessidade de mais eqüitativa distribuição de riquezas,
inclusive da propriedade da terra e advertir, em nome da justiça de
Deus e da fraternidade cristã, aqueles cujo enriquecimento seja
fruto de exploração do próximo.
10.
Tornar o Estado consciente de todos os seus deveres, transmitindo-
lhe corajosamente a palavra profética, especialmente nas horas de
crise, prestigiando sua ação no estabelecimento da justiça social e
oferecendo-lhe colaboração para solução cristã de todos os
problemas da comunidade.”
131
Araújo comenta que, depois desta reunião do Supremo Concílio, o debate com
relação à questão social continuou. Tal constatação é feita a partir de artigos do Jornal
Presbiteriano que circularam posteriormente à reunião de julho de 1962. Nesse sentido,
Araújo esclarece:
131
João Dias de Araújo, Inquisição Sem Fogueiras. Rio de Janeiro: Instituto Superior de Estudos de
Religião, 1982, 33.