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1. Devem ser claros nos valores. Não são desejáveis incertezas nas direções que são consideradas corretas ou
incorretas.
2. Devem ser claros em seu conteúdo, devem ser entendíveis, com unidades que façam sentido.
3. Devem ser suficientemente elaborados para impulsionar a ação política.
4. Devem ser relevantes politicamente, para todos os atores sociais, mesmo para aqueles menos poderosos.
5. Devem ser factíveis, isto é, mensuráveis dentro de um custo razoável.
6. Devem ser suficientes, ou seja, é preciso achar um meio-termo entre o excesso de informações e as
informações insuficientes, para que se forneça um quadro adequado da situação.
7. Deve ser possível a sua compilação sem necessidade excessiva de tempo.
8. Devem estar situados dentro de uma escala apropriada, nem super nem subagregados.
9. Devem ser democráticos; as pessoas devem ter acesso à seleção e às informações resultantes da aplicação da
ferramenta.
10. Devem ser suplementares; devem incluir elementos que as pessoas não possam medir por si próprias.
11. Devem ser participativos, no sentido de se utilizar elementos que as pessoas, os atores, possam mensurar por
si próprios, além da compilação e divulgação dos resultados.
12. Devem ser hierárquicos, para que os usuários possam descer na pirâmide de informações se desejarem, mas,
ao mesmo tempo, transmitir a mensagem principal rapidamente.
13. Devem ser físicos, uma vez que a sustentabilidade está ligada em grande parte a problemas físicos, como
água, poluentes, florestas, alimentos. É desejável, na medida do possível, que se meça a sustentabilidade através
de unidades físicas (toneladas de petróleo e não seu preço, expectativa de vida e não gastos com saúde).
14. Devem ser condutores, ou seja, devem fornecer informações que conduzam a ação.
15. Devem ser provocativos, levando à discussão, ao aprendizado e à mudança.
Quadro 1- Características necessárias para a construção de sistemas de indicadores adequados
Fonte: Meadows, 1998, apud Bellen , 2002.
Para esta autora, são necessários, além dos indicadores, sistemas de informações
coesos e apropriados para informar sobre a sustentabilidade de um sistema. Os indicadores
fazem parte de um sistema de informação que deve recolher e gerenciar informações e
fornecê-las para a ferramenta de avaliação (BELLEN, 2002).
Bossel (1999) afirma que o sistema total do qual a sociedade faz parte é formado por
uma série de sistemas componentes e que o sistema somente funciona corretamente, é viável e
sustentável, se os sistemas individuais também forem. Desta forma, para que o
desenvolvimento sustentável seja atingido, é necessário identificar os sistemas componentes
essenciais e definir indicadores que podem prover informações confiáveis sobre cada sistema
individual e sobre o sistema total.
Cherchye; Kuosmanen (2002) discutem a aplicação do benchmarking a vários tipos de
projetos de desenvolvimento sustentável, principalmente no campo da administração pública,
em nível de comunidade local.