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para colecionadores. E na década de 1970 era a editora
que melhor imprimia gibis de super-heróis no mundo.
Com qualidade insuperável. Seus gibis em preto e
branco eram impressos em rotogravura. Também um
processo antigo. E só dava pra imprimir em duas cores.
Por isso alguns deles saíram em preto e magenta
(Solar) e preto e verde (Hulk).”
Já o pesquisador e autor de histórias em quadrinhos Gazy
Andraus (entrevista, 2005) lembra que tomou contato com as
edições em cores da EBAL já na fase e que a editora imprimia
em formatinho.
“Entre meus 8 e 12 anos eu lia poucas histórias da EBAL,
como Korak, Homem-Aranha, Batman e Super-Homem
principalmente, nos formatos grandes, preto e branco e
coloridos, quando eu saía de férias de São Vicente (onde
resido) para Minas Gerais, na casa de meus primos. Há um
cômodo pequeno abarrotado de revistas e gibis, tanto de
humor como super-heróis, e como meus primos são na
maioria mais velhos que eu, eles compravam estas
revistas, inclusive Mandrake e Fantasma, os quais eu não
tinha muito interesse por causa dos desenhos. Os que me
fascinaram na infância e juventude, foram os títulos
coloridos principalmente, do Batman desenhados por Jim
Aparo. Depois me interessei por Neal Adams. A verdade é
que meu gosto pelo desenho se ampliou a partir de meus
treze anos, quando passei a me interessar mesmo por gibis
de super-heróis. O que mais me causa boas lembranças são
os tamanhos grandes das revistas editadas pela EBAL, bem
como a qualidade do papel, na fase em que passaram a ser
coloridas. Eu pegava as revistas, ia lendo, e depois
reabsorvia página a página, quadro a quadro, desenho a
desenho, elegendo meus desenhistas preferidos, e então me
dava uma vontade prazerosa de desenhar de memória
personagens e situações similares às vistas nas revistas
(inclusive nas capas-trailers). Coisa de quem tinha
vontade mesmo de ser desenhista, vencer as dificuldades
da perspectiva e anatomia, mas também de tentar “imitar”
o estilo que mais agradava. Aliás, esta questão de estilo
e gosto pelo desenho e cada estética de desenhistas
distintos, não foi ainda muito questionado e estudado em
nossa civilização. O prazer que me dava em desenhar
depois de ver, e a vontade, era algo quase que beirava um
“vício”, que precisava ser realizado!”
CHAMADA GERAL
Em 1970, a EBAL celebra seus 25 anos de atividade de maneira
ruidosa.