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KELLY CRISTINA DE OLIVEIRA COSTA
ANÁLISE COMPARATIVA DAS AÇÕES DE MARKETING DE
RELACIONAMENTO IMPLEMENTADAS PELO SEGMENTO DE
VIDEOLOCAÇÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS.
FLORIANÓPOLIS, SC
2007
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
KELLY CRISTINA DE OLIVEIRA COSTA
ANÁLISE COMPARATIVA DAS AÇÕES DE MARKETING DE
RELACIONAMENTO IMPLEMENTADAS PELO SEGMENTO DE
VIDEOLOCAÇÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS.
Dissertação apresentada como requisito à
obtenção do grau de Mestre em Administração,
Curso de Mestrado Profissional em
Administração, Área de Concentração: Gestão
Estratégica das Organizações, Linha de
Pesquisa: Gestão de Inovações e Tecnologias
Organizacionais.
Orientadora: Prof
ª Drª Jane Iara Pereira da
Costa.
FLORIANÓPOLIS, SC
2007
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KELLY CRISTINA DE OLIVEIRA COSTA
ANÁLISE COMPARATIVA DAS AÇÕES DE MARKETING DE
RELACIONAMENTO IMPLEMENTADAS PELO SEGMENTO DE
VIDEOLOCAÇÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS.
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do Título de Mestre em
Administração, na área de concentração: Gestão Estratégica das Organizações,
linha de pesquisa: Gestão de Inovações e Tecnologias Organizacionais, e aprovada
em sua forma final pelo Curso de Mestrado Profissional em Administração da
Universidade do Estado de Santa Catarina, em 28 de setembro de 2007.
Prof. Dr.Mário César Barreto Moraes.
Coordenador do Mestrado
Apresentada à Comissão Examinadora, integrada pelos professores:
Profª Drª Jane Iara Pereira da Costa.
Orientadora
Prof. Dr. Mário César Barreto Moraes.
Membro
Professor Dr. Alexandre Luz Inkotte.
Membro
DEDICATÓRIA
Ao meu marido Cristiano,
aos meus pais Lenir e João José,
à minha avó Ana Maria e à minha filha Ana Maria.
AGRADECIMENTOS
A Deus.
Pela força interior que me proporcionou acreditar que tinha capacidade para fechar
mais esta etapa.
A minha mãe.
Por cuidar da minha filha Ana Maria durante as madrugadas que fiquei trabalhando e
por acreditar que sou especial mesmo quando o que mais demonstro são minhas
insistentes falhas.
Ao meu marido.
Por me incentivar e estimular a findar esta etapa, por confiar no meu potencial
quando até eu mesma duvidava. Por cuidar da Ana Maria. Por estar presente nos
meus momentos mais importantes e por concebê-los como seus momentos
importantes. Agradeço também pela palavra amiga, porém firme para me manter no
caminho. Gosto mais de mim como a pessoa que vejo pelos seus olhos, pois é desta
figura que tiro forças para continuar lutando e buscando meus escopos. Agradeço
ainda por ter me proporcionado o que me é mais caro neste mundo: Pipe.
A minha orientadora.
Primeiramente por me aturar e ter paciência nas minha inconsistências de
direcionamento. Fico triste porque as atribulações da vida nos colocaram pouco
tempo em contato, mas vejo nisto também uma lição: o que interessa é a qualidade
do tempo que passamos com as pessoas e não a quantidade. Em virtude disso
posso afirmar que foi uma imensa honra trabalhar com alguém tão capacitada,
amiga e iluminada pelo sucesso.
Aos meus professores.
Além da professora Jane, tive o privilégio de conviver com profissionais que
ultrapassaram a barreira de docentes, tornaram-se ícones e símbolos para mim do
que significa competência atrelada a brilho interior. Firmo aqui um especial
agradecimento ao professor Marinho por acreditar na minha competência e por ser a
minha inspiração para me tornar professora.
Aos meus amigos do mestrado.
Pelas risadas nos intervalos, pelo conhecimento compartilhado durante as aulas e
principalmente pela cumplicidade que formamos.
Aos gestores das videolocadoras foco do estudo.
Por permitirem a divulgação dos dados relativos à organização e por confiarem na
idoneidade da pesquisa.
RESUMO
COSTA, Kelly Cristina de Oliveira Costa. Análise comparativa das ações de marketing de
relacionamento implementadas pelo segmento de videolocação da Grande Florianópolis. 2007.
290 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração). Escola Superior de Administração
e Gerência – ESAG, Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Santa Catarina,
2007.
O serviço de videolocação passa por um momento de transição em virtude da
mudança de mídia e da crescente ameaça da pirataria de filmes. As
conjunturas relativas ao segmento impõem às videolocadoras uma nova forma
de encarar o relacionamento com o consumidor, com os funcionários e com os
fornecedores. A transposição deste período de crise pode pautar-se pela
implementação do marketing de relacionamento como uma filosofia e é a partir
deste pressuposto que a pesquisa propôs-se a analisar comparativamente as
ações de marketing de relacionamento já implementadas pelas videolocadoras,
atribuindo ênfase ao que é dimensionado para o mercado de consumidores,
para o mercado de clientes internos e para o mercado de fornecedores. A
união das perspectivas de Peck et al (1999) com os relacionamentos
vislumbrados por Gummesson (2005) compôs um modelo teórico que traçou
patamares de relações conforme o mercado avaliado. No que se refere ao
mercado de consumidores, observou-se que significativa parcela de clientes
externos se intitulam fiéis à videolocadora, todavia apenas a atribuem o
conceito da primeira alternativa e não necessariamente de exclusividade.
Apesar deste posicionamento, a maioria dos locatários se apresenta disposto a
recomendar a empresa de videolocação para terceiros. Os gestores das
videolocadoras, por sua vez, implementam mais ações promocionais
direcionadas ao aumento imediato do volume de vendas e não com o escopo
da construção de um relacionamento duradouro com o cliente. Para estes, o
tratamento diferenciado para os clientes antigos se dá de maneira informal,
resultado da interação de longa data que acarreta vínculos de amizade entre
público e funcionários. Para os gestores, os alicerce da diferenciação da
videolocadora é o atendimento. Percepção esta reforçada pela classificação
positiva dos consumidores acerca do atendimento dispensado pelos
funcionários. O relacionamento entre a videolocadora e os fornecedores se
pontua pelo insuficiente conhecimento do gestor acerca de sua clientelas,
segundo os representantes de filmes. As relações entre a videolocadora e os
funcionários foram avaliadas positivamente ao passo que mesmo os clientes
internos que se consideram sem autonomia, entendem-se satisfeitos com a
função que exercem. As conclusões do estudo ressaltam que os demais
mercados de Peck et al (1999),devem ser considerados tendo em vista que
interferem diretamente no nível de competitividade das empresas foco do
trabalho.
Palavras chave: serviços, videolocação, marketing de relacionamento.
ABSTRACT
COSTA, Kelly Cristina de Oliveira Costa. Corporative analyze of the relationship marketing
actions implemented by the video rental segment in the Florianopolis metropolitan area. 2007.
290 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração). Escola Superior de Administração
e Gerência – ESAG, Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Santa Catarina,
2007.
The service of video rental is going through a transition moment due to the
change in media and also the growing tendency of movies piracy. The
conjunctures related to the segment impose to the video rental stores a new
manner to see the relationship with customer, with employees and with
suppliers. The transposition of this period of crisis can be accomplished by the
implementation of the relationship marketing as a philosophy. Based on this
presumption, the research analyzed comparatively the relationship marketing
actions already implemented by the video rental stores, with emphasis in what
is dimensioned for the consumer market, internal client market and suppliers
market. The link of Peck et al (1999) perspectives with the relationships
idealized by Gummesson (2005) composite a theorical model which shaped the
structure of relationships regard as the market evaluated. Considering the
customer’s market, it was observed that a significant fraction of external clients
judge themselves as loyal to video rental stores. However, they only attribute
this to the concept of the first alternative and not necessarily in a comportment
of exclusivity. Besides this posture, the majority of the rental customers would
be willing to recommend the rental company to others. The managers of video
rental companies implement more promotional actions directed to the
immediate increase of the sales volume and do not preserve a long-lasting
relationship with the client. For these companies, the differentiated treatment
given to the old clients is driven by an informal manner, result of a long term
interaction that creates friendship links among public and employees. To the
managers, the foundation for the differentiation of the rental company is the
service. According to the movies representatives, the relationship between
video rental companies and suppliers is characterized by the insufficient
understanding of the managers regarding their clients. The relations between
video rental companies and the employees were positively evaluated in a
manner that even the internal clients, that consider themselves without
autonomy, are satisfied with the position occupied. The conclusions of this
study highlight that the other markets of Peck et al (1999) should be considered
taking into account that it interfere directly in the level of competitiveness of the
companies.
Key words: service, video rental stores, relationship marketing.
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para
clientes freqüentes – videolocadora 1
132
Figura 4.2- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização
da fidelidade – videolocadora 1
132
Figura 4.3 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação – videolocadora 1
133
Figura 4.4- Reclamação versus Classificação do atendimento –
videolocadora 1
135
Figura 4.5- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização
da fidelidade – videolocadora 2
141
Figura 4.6 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação – videolocadora 2
143
Figura 4.7- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para
clientes freqüentes - videolocadora 2
144
Figura 4.8- Reclamação versus Classificação do atendimento –
videolocadora 2
145
Figura 4.9- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para
clientes freqüentes – videolocadora 3
151
Figura 4.10- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização
da fidelidade – videolocadora 3
152
Figura 4.11 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação– videolocadora 3
153
Figura 4.12- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para
clientes freqüentes – videolocadora 4
160
Figura 4.13- Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação - videolocadora 4
160
Figura 4.14 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação - videolocadora 5
166
Figura 4.15 - Realização de ações para clientes freqüentes versus
Valorização da fidelidade – videolocadora 5
167
Figura 4.16- Valorização da fidelidade versus Ações para clientes mais 172
freqüentes - videolocadora 6
Figura 4.17 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade
para locação – videolocadora 6
173
Figura 4.18 - Quantidade de Videolocadoras versus Prioridade para
Locação – videolocadora 6
180
Figura 4.19 - Percepção dos Clientes sobre Ações para Clientes Mais
Freqüentes: Gestores/Clientes
181
Figura 4.20 - Classificação do Atendimento: Clientes/ Empresa
182
Figura 4.21- Lembrança das Preferências: Clientes/ Empresa
183
Figura 4.22- Objetivo da Videolocadora : Clientes/ Empresa
184
Figura 4.23 - Sugestões e Críticas : Clientes/ Empresa
187
Figura 4.24 - Satisfação do funcionário versus média salarial
189
Figura 4.25 - Ações para Conquista e/ou Manutenção dos Clientes
190
Figura 4.26- Ações de Conquista e Manutenção: Gestores/
Funcionários
191
Figura 4.27 - Elogio do Chefe: Funcionários/ Gestores
192
Figura 4.28 - Atendimento: Percepção dos Funcionários versus
Percepção dos Clientes
193
Figura 4.29 - Avaliação do Relacionamento entre Gestores e
Fornecedores
195
Figura 4.30 - Avaliação do Relacionamento entre Gestores e
Fornecedores
201
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1: Os 30 Relacionamento de Gummesson (2005) enquadrados
nos seis mercados de Peck et al (1999).
105
Quadro 3.1: Os Relacionamentos por Gummesson (2005) e Peck et al
(1999), segundo enquadramento da pesquisa.
128
Quadro 4.1 - Perfil dos Gestores 176
Quadro 4.2 - Benefícios das Videolocadoras 177
Quadro 5.1: Ações Relativas a Cada Mercado 217
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1: Informações para composição da amostra de
videolocadoras
123
Tabela 4.1: Quantidade de filmes que loca por faixa etária
179
Tabela 4.2 : Coeficiente de correlação entre avaliação do atendimento
pelos clientes de cada videolocadora e clientes totais.
182
Tabela 4.3: Coeficiente de correlação entre freqüência de lembrança da
preferência do usuário de cada subgrupo e da amostra total.
183
Tabela 4.4 : Coeficiente de correlação entre avaliação de promoções e
pacotes de clientes de cada videolocadora e da amostra total.
184
Tabela 4.5 : Coeficiente de correlação entre a percepção do objetivo da
videolocadora dos clientes de cada empresa e do somatório da amostra
185
Tabela 4.6 : Coeficiente de correlação entre a percepção dos clientes
sobre a abertura para sugerir e criticar de cada empresa e do somatório
da amostra.
187
Tabela 4.7 : Coeficiente de correlação entre a identificação das ações
para conquista e/ou manutenção de clientes dos funcionários de cada
videolocadora e da amostra de funcionários total.
190
Tabela 4.8: Comparação entre opinião do somatório de clientes e os
clientes de cada videolocadora.
204
Tabela 4.9: Coeficientes de correlação de distintos quesitos avaliados
pelos clientes e pelos gestores.
206
Tabela 4.10: Coeficientes de correlação de distintos quesitos avaliados
pelos funcionários e pelos gestores.
207
Apêndice
Tabela 1: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 1.
273
Tabela 2: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 1.
273
Tabela 3: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 1. 273
Tabela 4: Valorização da fidelidade por parte da empresa – Clientes
Empresa 1.
274
Tabela 5: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 1.
274
Tabela 6: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 1.
274
Tabela 7: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 1.
274
Tabela 8: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 1.
275
Tabela 9: Renda Individual – Clientes Videolocadora 1.
275
Tabela 10: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 1.
275
Tabela 11: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 2.
276
Tabela 12: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 2.
276
Tabela 13: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 2.
276
Tabela 14: Valorização da fidelidade por parte da empresa – Clientes
Empresa 2.
276
Tabela 15: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 2.
277
Tabela 16: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 2.
277
Tabela 17: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 2.
277
Tabela 18: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 2.
277
Tabela 19: Renda Individual – Clientes Videolocadora 2.
278
Tabela 20: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 2.
278
Tabela 21: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 3.
279
Tabela 22: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 3.
279
Tabela 23: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 3.
279
Tabela 24: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 3.
279
Tabela 25: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 3.
280
Tabela 26: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 3.
280
Tabela 27: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 3.
280
Tabela 28: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 2.
280
Tabela 29: Renda Individual – Clientes Videolocadora 3.
281
Tabela 30: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 3.
281
Tabela 31: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 4.
282
Tabela 32: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 4
282
Tabela 33: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 4.
282
Tabela 34: Valorização da fidelidade por parte da empresa – Clientes
Empresa 4.
282
Tabela 35: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 4.
283
Tabela 36: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 4.
283
Tabela 37: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 4.
283
Tabela 38: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 4.
283
Tabela 39: Renda Individual – Clientes Videolocadora 4.
284
Tabela 40: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 4.
284
Tabela 41: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 5.
285
Tabela 42: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 5.
285
Tabela 43: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 5.
285
Tabela 44: Valorização da fidelidade por parte da empresa – Clientes
Empresa 5.
286
Tabela 45: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 5.
286
Tabela 46: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 5.
286
Tabela 47: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 5.
286
Tabela 48: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 5.
287
Tabela 49: Renda Individual – Clientes Videolocadora 5.
287
Tabela 50: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 5.
287
Tabela 51: Quantidade de videolocadoras em que loca – Clientes
Videolocadora 6.
288
Tabela 52: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 6.
288
Tabela 53: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 6.
288
Tabela 54: Valorização da fidelidade por parte da empresa – Clientes
Empresa 6.
289
Tabela 55: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 6.
289
Tabela 56: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 6.
289
Tabela 57: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 6.
289
Tabela 58: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 6.
290
Tabela 59: Renda Individual – Clientes Videolocadora 6.
290
Tabela 60: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 6.
290
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................
16
1.1 TEMA............................................................................................... 16
1.2 JUSTIFICATIVA............................................................................... 26
1.3 OBJETIVOS..................................................................................... 32
1.3.1 Objetivo Geral............................................................................. 32
1.3.2 Objetivos Específicos................................................................. 32
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................ 32
1.5 DELIMITAÇÕES.............................................................................. 34
1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO..................................................
34
2. REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................
36
2.1 MARKETING.................................................................................... 36
2.1.1 Marketing versus crescimento.................................................... 38
2.1.2 Marketing versus Departamentalização..................................... 40
2.1.3 Definições de Marketing............................................................. 41
2.1.4 Marketing de Massa versus Marketing de Segmento……......... 42
2.1.5 Marketing Holístico……………………….........……………….... 43
2.1.6 Marketing Orientado para o Valor.............................................. 48
2.2 MARKETING DE RELACIONAMENTO........................................... 50
2.2.1 Correntes Influenciadoras do Marketing de Relacionamento..... 50
2.2.2 Marketin
g
de Relacionamento: Ori
g
em e Conceito.................... 57
2.2.3 Capacidades para o Marketing de Relacionamento................... 65
2.3 MERCADO CONSUMIDOR............................................................. 68
2.3.1 Tipos de Clientes........................................................................ 70
2.3.2 Tipos de Vínculos entre Empresa e Cliente............................... 73
2.3.3 Rentabilidade do Cliente............................................................ 76
2.3.4 Fidelização do Cliente................................................................ 78
2.3.5 Customer Relationship Management (CRM).............................. 81
2.3.6 Customização............................................................................. 85
2.4 MERCADO DE FORNECEDORES....................................................... 86
2.5 MERCADO DE CLIENTES INTERNOS................................................ 92
2.6 MERCADO DE RECRUTAMENTO....................................................... 95
2.7 MERCADO DE REFER
Ê
NCIA.............................................................. 99
2.8 MERCADO DE INFLUÊNCIA................................................................ 102
2.9 OS 30 Rs DE GUMMESSON E OS SEIS MERCADOS DE PECK ET
AL........................................................................................................................
104
2.10 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ENTRETENIMENTO
– VIDEOLOCAÇÃO.............................................................................................
111
3. METODOLOGIA..............................................................................................
117
3.1 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA DE CAMPO................................. 118
3.2 POPULA
ÇÃ
O E AMOSTRA.................................................................. 121
3.3 VARIÁVEIS DA PESQUISA 123
3.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS....................................................... 123
3.5 MODELO TEÓRICO.............................................................................. 128
4. RESULTADOS................................................................................................
130
4.1 VIDEOLOCADORA 1........................................................................... 130
4.2 VIDEOLOCADORA 2............................................................................ 140
4.3 VIDEOLOCADORA 3............................................................................ 148
4.4 VIDEOLOCADORA 4............................................................................ 158
4.5 VIDEOLOCADORA 5............................................................................ 165
4.6 VIDEOLOCADORA 6............................................................................ 171
4.7 DADOS DA AMOSTRA DE GESTORES.............................................. 176
4.8 MERCADO DE CONSUMIDORES....................................................... 178
4.9 MERCADO DE CLIENTES INTERNOS................................................ 188
4.10 MERCADO DE FORNECEDORES..................................................... 194
4.11 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS.................................... 203
4.11.1 Rotina Organizacional.................................................................... 203
4.11.2 Mercado de consumidores............................................................. 207
4.11.3 Mercado de clientes internos......................................................... 207
4.11.4 Mercado de fornecedores..............................................................
208
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.........................................................
209
5.1 OPERADIONALIZAÇÃO E PROCESSOS DE RELACIONAMENTO... 211
5.2 LEVANTAMENTO DAS AÇÕES DE RELACIONAMENTO.................. 214
5.3 RELAÇÃO DAS AÇÕES IDENTIFICADAS COM A BASE TEÓRICA... 216
5.4 IMPACTOS DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS...................................... 219
5.5 POSICIONAMENTO FINAL.................................................................. 221
5.6 CONTRIBUIÇÕES................................................................................. 222
5.7 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS.............................
223
REFERÊNCIAS……………………………...........................................................
224
APÊNDICE……………………………...................................................................
229
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO CONSUMIDORES 230
APÊNDICE B – RELATÓRIO DO PRÉ-TESTE CONSUMIDORES 234
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO CLIENTES INTERNOS 235
APÊNDICE D – RELATÓRIO DO PRÉ-TESTE CLIENTES INTERNOS 239
APÊNDICE E- ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM GESTORES 240
APÊNDICE F- ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM FORNECEDORES 244
APÊNDICE G- ENTREVISTAS TRANSCRITAS 245
APÊNDICE H – TABELAS 273
1. INTRODUÇÃO
1.1 TEMA
O foco selecionado para estudo – “Ações de marketing de
relacionamento aplicadas por empresas de videolocação” - propõe a
abordagem de três temas: marketing de relacionamento, marketing de serviço
e entretenimento., pressupondo-se que as ações de marketing de
relacionamento se constituem em uma alternativa para o alcance da
competitividade pelo setor de serviço.
O setor de serviços deixou de compor um papel econômico secundário.
A atual perspectiva dimensiona a arregimentação dos serviços como uma
oportunidade de distinção comercial, pois proporciona às empresas focar as
reais necessidades do consumidor e capturar a essência das competências
organizacionais a serem ressaltadas.
O relacionamento individualizado e duradouro com a carteira de clientes
é prerrogativa para o alcance da fidelidade. Sob a luz desta perspectiva,
observa-se que o relacionamento da empresa com seus mercados, interno,
externo, de influência, de recrutamento, de fornecedores e de referência,
sinaliza o quanto à instituição se mostra apta a prever, manejar e administrar
as mudanças em seu ambiente. (PECK et al,1999).
A qualidade do serviço oferecido pesa na percepção dos mercados em
relação à organização prestadora. Este atributo é mensurado conforme o
equilíbrio do que é esperado e do que é efetivamente realizado, portanto, o
valor do serviço não se fundamenta somente pela boa prestação da solução,
mas pelo atendimento certeiro das necessidades e desejos específicos dos
mercados-alvo.
As alterações nas conjunturas tecnológica, econômica e social
impulsionam as organizações à adoção de posturas voltadas à sua
transformação e preocupação com a reciclagem. A disseminação do advento
da globalização, o aumento da consolidação e do poder do varejo, a formação
de parcerias e alianças com fornecedores, a polarização, o fomento da
concorrência em formatos substitutos, o maior foco no cliente e no marketing
de relacionamento, bem como as novas concepções e composições varejistas
e as distintas características do mercado brasileiro, segundo Parente (2000),
fundamentam-se como relevantes tendências que justificam a necessidade de
atualização do segmento calcado no serviço.
A globalização está presente na instalação de um estabelecimento
estrangeiro na esquina, também se mostra em destaque com as novas
percepções de qualidade pelo consumidor e, embora sem atingir uma
generalização, também está presente quando características do consumidor
norte-americano tornam-se referências para as estratégias mercadológicas de
organizações brasileiras. As possibilidades tecnológicas fazem surgir um
cliente diferenciado, rebuscado racionalmente e mais próximo e atento às
informações. (PARENTE, 2000; LAS CASAS, 2000).
A efetiva consolidação do varejo, ao passo que promove o acirramento
da concorrência, também ocasiona a centralização do poder nas mãos de
poucos. O fortalecimento deste segmento se dá pela formação de enormes
grupos varejistas, de forma que estes passam a usufruir vantagens, como um
maior poder de barganha junto aos atacadistas. Sob este enfoque, o novo
cenário impulsiona a realização de parcerias e alianças com fornecedores, pois
o relacionamento com toda a cadeia passa a ser um dos quesitos para a
competitividade também para o setor de serviços.
A diferenciação da instituição, todavia, não se resume a apenas um
aspecto, mas é fruto de um conjunto de atributos relevantes. A polarização
argumentada por Parente(2000) refere-se à necessidade de optar por compor
um negócio voltado à especialização. Soma-se a esta linha de decisão, as
implicações resultantes da intensificação da concorrência de formatos
substitutos. A padaria não comercializa mais somente pães e agregados,
também vende refrigerante, biscoito e derivados de conveniência. A farmácia,
por sua vez, também não comercializa mais apenas medicamentos.
As alternativas de locais de compra para o consumidor se expandiram.
Atualmente o comércio eletrônico viabiliza a aquisição de um produto ou
serviço sem que o cliente precise sair de casa, sem que o mesmo precise
dispensar tempo para ir até a loja. O marketing, sob este enfoque, vislumbra
distintos horizontes.
A definição do marketing como um conjunto de ferramentas não mais se
mostra adequada à amplitude alcançada por esta filosofia organizacional. O
marketing, no atual contexto, permeia a estratégia e o encadeamento de
competências. O cliente abandonou o papel passivo e assumiu a posição de
integrante participativo e decisivo do processo de compra.
A interatividade atual não foi sempre uma realidade. O marketing se
molda conforme o contexto histórico vivenciado pelas organizações. A década
de 50 presenciou o marketing centrado no mercado de bens de consumo. A
década de 60 apresentou a inclinação do marketing para o mercado
empresarial. A década de 70 configurou-se mercadologicamente voltada ao
mercado sem fins lucrativos. A década de 80 colocou os serviços no centro do
cenário. A década de 90 fez emergir o marketing de relacionamento, que
perdura até a atualidade como estratégia ainda não completamente explorada
pelas empresas. (COBRA, 1992).
As variações no contexto histórico foram significativas, contudo, a
competitividade sempre foi uma questão latente para as empresas. O
movimento de transformações põe em voga a estratégia do relacional como
fator de diferenciação. Lovelock e Wright (2006) argumentam que os serviços
passam por uma evolução. Os padrões mercadológicos não mais seguem uma
lógica linear, mas uma corrente de inovação e constante mudança. As barreiras
à concorrência se esvaem, à medida que é propiciada a entrada de
principiantes com perspectivas e operações iniciais distintas.
A diferenciação, neste novo cenário, não pode limitar-se ao manejo das
ferramentas tradicionais do marketing. O produto, o preço, a promoção e a
distribuição são atributos indispensáveis, todavia, a obtenção do destaque no
mercado requer uma nova abordagem, calcada no relacionamento e
constituída sistemicamente. Kotler e Keller (2006) defendem que para explorar
uma oportunidade de criação de valor para o cliente, a empresa precisa de
competências relativas. A identificação de diferentes benefícios para os clientes
é uma competência que deve partir da visão e das concepções dos próprios
clientes, e isto somente pode ser concretizado se houver um relacionamento
que propicie a troca de experiências entre a empresa e seus mercados.
A excelência mercadológica não se constitui na prioridade de oferecer o
menor preço, ou a melhor qualidade, ou ainda o melhor conjunto de serviços,
mas no entendimento acerca do que o cliente quer receber e do quanto este
acredita ser justo pagar. O marketing de relacionamento se mostra importante
neste contexto, pois prima pela comunicação constante entre empresa e
consumidores. A premissa sistêmica da abordagem relacional propõe o
direcionamento mercadológico como uma filosofia que deve permear toda a
organização.
A administração de marketing deve ser ampliada para a administração
empresarial voltada ao marketing. Segundo Gummesson (2005), as funções
dos departamentos de marketing e de vendas não podem compor setores
isolados, mas precisam permear a realidade de toda a organização, pois o
resultado da instituição depende do emaranhado complexo organizacional
composto pelos funcionários.
O marketing de relacionamento não pode ser reduzido à gestão do
relacionamento com o cliente (CRM – costumer relationship management), pois
representa apenas um componente do arcabouço e não o resumo de sua
concepção. O desenvolvimento e o aprimoramento da gestão do
relacionamento com o cliente apóiam-se na coordenação das atividades
através de uma base de banco de dados. McDonald et al (2001) destacam que
o CRM encaixa-se como uma ferramenta do marketing de relacionamento por
ser factível pela tecnologia da informação.
A tecnologia, frente ao abordado, não somente aproxima, mas também
proporciona ferramentas para se engendrar a diferenciação. A possibilidade de
segmentação se dimensiona com tamanho nível de especificação que, se este
ferramental for bem utilizado, possibilita a customização. A customização
define-se como o processo de fornecer e sustentar bens e serviços feitos sob
medida para os clientes, respeitando os desejos destes quanto à forma, ao
tempo, ao lugar e ao preço cobrado. A customização visa atender o que o
cliente deseja, no momento esperado pelo mesmo e com a percepção de um
preço justo.(GORDON, 2001).
O conhecimento acerca do cliente engloba o entendimento de quem é,
quais são suas necessidades e o quanto se dispõe a pagar pela satisfação de
seus desejos. O marketing de relacionamento viabiliza esta ligação, ao passo
que leva à inserção não somente da opinião do cliente na empresa, mas do
cliente como elemento constituinte e ativo da estratégia organizacional.
O conceito de marketing de relacionamento se expande à medida que as
instituições verificam que, além de conquistar, é importante e lucrativo manter
os clientes. O acirramento da concorrência implica na busca de um crescente
fator competitivo e, para tanto, a empresa precisa construir um relacionamento
sólido e de longo prazo com sua carteira de clientes. McDonald et al (2001)
explicam este novo paradigma como a difusão organizacional. A filosofia
central é o foco no cliente e o arcabouço de sustentação constitui-se na
manifestação tangível desta premissa por todos os envolvidos. Os autores
destacam que a competição não é mais uma questão local ou regional, mas
global, pois uma organização que ofereça o mesmo produto ou serviço pela
Internet deixa de ser categorizada geograficamente, para ser encarada como
concorrente direta.
O paradoxo se instala ao passo que concomitantemente as
organizações devem almejar o diferencial competitivo e a cooperação. Peck et
al (1999) caracterizam as novas formas emergentes de empresas como
instituições focadas na colaboração mútua entre funcionários e entre parceiros.
A reconfiguração argumentada pelos autores indica o fortalecimento de um
negócio que tem sua essência calcada na competência dos processos.
O marketing de relacionamento concebe a atração de novos clientes
somente como o primeiro passo na sucessão de mudanças, sendo a
manutenção destes, o ponto crucial. Segundo esta abordagem, o marketing
não deve iniciar e terminar pela conclusão de uma venda. O fundamental é
aliar o fechamento do negócio com a continuidade pelo marketing de
relacionamento.
A definição de marketing de relacionamento é ao mesmo tempo simples
e ampla, pois se destina ao atendimento dos mercados, mas também se refere
a utilização de uma extensa gama de técnicas e processos de marketing, de
vendas e de comunicação. (STONE, WOODCOCK, 2002). Os autores
ressaltam que o marketing de relacionamento visa identificar seus clientes de
forma individualizada e nominal, bem como criar e nutrir um relacionamento
entre estes e a empresa. A correta administração destes contatos acarreta
benefícios tanto para a instituição, quanto para seus consumidores.
O marketing de relacionamento, todavia, não pode ser entendido
somente como propulsor de desejos relativos ao mercado de clientes.
Gummesson (2005) defende que o destaque é a colaboração de longa data,
suportada por uma relação ganha-ganha. Para o autor a cooperação e a
criação de valores mútuos são as principais diretrizes para o bom
desenvolvimento do marketing de relacionamento, contudo, há que se observar
a necessidade de todas as partes mostrarem-se ativas e responsáveis perante
suas ações.
Faz-se necessário distinguir as ações organizacionais voltadas para o
resultado em curto prazo do marketing transacional e as ações direcionadas
para a fidelização dos clientes do marketing de relacionamento. Esta última
abordagem orienta-se para o resultado no médio e longo prazo. (KOTLER e
KELLER, 2006).
Peck et al (1999) reforçam a necessidade de se vislumbrar outros cinco
mercados, além do mercado de clientes: o mercado de referência, o mercado
de fornecedores, o mercado de recrutamento de funcionários, o mercado de
influência e o mercado interno.
Os autores destacam que o mercado de referência pode ser um
importante elo entre organização e consumidores. A indicação de uso devido a
uma experiência anterior proporciona legitimidade à referência. As
recomendações podem ser obtidas de distintas fontes, sendo a consulta a
outros clientes um dos caminhos mais eficientes. Principalmente em se
tratando de serviço, quando a intangibilidade está presente em todo o
processo, o comentário de quem já usufruiu o serviço é relevante.
A satisfação, quando se trata de serviço, está associada a uma
sensação emocional de curto prazo e a percepção acerca da qualidade deste
serviço se atualiza com o constante reforço desta satisfação. Gummesson
(2005) ressalta que os relacionamentos e os valores de serviço devem
suplantar as prerrogativas burocráticas. A qualidade percebida, todavia, não é
fruto somente da experiência, pode ser emoldurada conforme as
recomendações de terceiros, dentre eles clientes e fornecedores. (LOVELOCK,
WRIGHT, 2006).
O mercado de fornecedores figura neste contexto como uma alternativa
para reunir competências diferentes e agregar competitividade a todos os
envolvidos. A negociação pautada na obtenção do melhor negócio para
somente um lado, em detrimento do êxito dos demais participantes, perde força
ao passo que a propensão mercadológica acirra a concorrência e impulsiona
as organizações a aliarem-se em busca da manutenção da competitividade.
Esta formação não arregimenta somente aliados comerciais, mas parceiros de
conhecimento. O relacionamento de longo prazo com os fornecedores acarreta
inúmeros benefícios, dentre os quais destacam-se: aperfeiçoamento contínuo
na qualidade do serviço; propensão a uma maior inovação no processo devido
à cumplicidade com o fornecedor; possível redução do custo para o
fornecimento do serviço em virtude da integração do fornecimento; maior
capacidade de reação por manter-se em consonância com o processo como
um todo. (PECK et al, 1999; MCDONALD et al, 2001).
A interligação de conhecimentos somente é possível quando a
organização detém, em sua própria estrutura, o capital intelectual que lhe
proporciona as competências centrais que lhe conferem competitividade. O
mercado de recrutamento, frente a este fato, mostra-se relevante, pois é por
meio da seleção dos melhores profissionais que a instituição pode alavancar a
criatividade e a capacidade de inovação. Os autores pontuam que os valores
da empresa devem ser internalizados e praticados por seus funcionários,
proporcionando um adequado clima organizacional e a facilitação do
cumprimento dos escopos corporativos. Cabe à empresa, portanto, atrair
empregados que combinem com a imagem institucional pautada pelos valores
da organização.
A percepção do público em relação à empresa, todavia, não se limita
apenas ao que é refletido por seus funcionários, o mercado de influência inclui
diversas pessoas físicas e jurídicas que podem impactar negativa ou
positivamente sobre as atividades da empresa. Os acionistas, no caso de uma
grande organização, são fundamentais. Os membros da comunidade financeira
também são relevantes, pois podem exercer influência no segmento investidor.
Existem diversas forças que atuam neste mercado, dentre estas podem ser
citadas: os governos local e nacional, as entidades normalizadoras, as
associações de consumidores, grupos de usuários e a comunidade local.
(PECK et al, 1999)
O relacionamento com todas estas forças requer uma base
organizacional sólida, que pode ser obtida mediante a colaboração entre
marketing e recursos humanos. O mercado interno deve funcionar de forma
integrada e focada. McDonald et al (2001) defendem que é necessária a
consideração de dois aspectos. Primeiramente todos os funcionários devem
compreender que cada empregado e cada departamento da instituição são,
concomitantemente, um cliente interno e um fornecedor interno. Além deste
entendimento, todos os funcionários devem trabalhar em sintonia, alinhados à
missão, às estratégias e aos escopos da empresa. Este relacionamento tem
como arcabouço desenvolver nos empregados uma consciência voltada à
criação de valor para o cliente. (GRÖNROOS, 1995).
Este movimento tangencia o que se denomina endomarketing. O autor
argumenta que esta concepção deve funcionar como um processo sistêmico
para que possa integrar funções diferentes dentro da organização. A realização
desta sinergia acarreta duas situações. Primeiro proporciona aos empregados
a vivência e a compreensão a respeito do negócio e da sua implicação em
relação ao cliente. Segundo, favorece o direcionamento do foco dos
funcionários para os consumidores, interligando a realização do serviço à
consciência de quem vai utilizá-lo.
O mercado interno é composto pelos funcionários da organização e a
importância deste âmbito está no fato de que se estes integrantes não
apresentarem uma conduta voltada à satisfação e ao encantamento do cliente,
a empresa como órgão subjetivo não conseguirá fazê-lo. A organização é
composta e representada por pessoas e são estas pessoas as peças-chave
para a concretização de qualquer relacionamento. O conhecimento que antes
era articulado somente entre a gerência, na atual conjuntura, deve permear
toda a organização, disseminando-se e proporcionando a multiplicação das
capacidades e das competências da empresa. Gordon (2001) afirma que
grande parte dos indivíduos que trabalha numa empresa voltada ao marketing
de relacionamento deveria deixar de ser perito funcional para se tornar
responsável por processos em categorias específicas de relacionamento.
O incremento do relacionamento não é algo que pode ser viabilizado
instantaneamente, pois demanda tempo para o amadurecimento das
perspectivas das partes envolvidas. Levitt (1990) refuta a veracidade da lei
econômica da oferta e da demanda, pois justifica que esta premissa pouco
dimensiona o valor do tempo e ignora a relevância das interações humanas.
Para o autor, é a participação e a comunicação entre os indivíduos que
determina a prevalência da efetividade organizacional.
A valorização do relacionamento, contudo, não pode ser encarada como
um processo simples, de respostas imediatas de vendas, nem de resultado em
curto prazo. O entrave mais significativo, sob este aspecto, é a constituição da
invasão de privacidade, calcada na insensibilidade e na generalização de
estratégias intituladas equivocadamente como marketing de relacionamento.
Diariamente os indivíduos recebem correspondências de empresas que
se auto-denominam direcionadas às necessidades dos clientes, todavia, o que
são observadas são atitudes e ações caracterizadas somente para o
incremento das vendas e não para a adequação e para a satisfação das reais
necessidades dos consumidores. Fournier et al (1998) defende que o advento
do marketing de relacionamento deve estar suportado pela verdadeira
aproximação entre empresa e mercados, pois do contrário, as ações de
estreitamento de relações podem encaminhar à interação negativa.
A observação destas perspectivas, todavia, não é uma tarefa fácil. A
organização precisa adotar uma abordagem sistêmica, pois o marketing de
relacionamento não se restringe à interação com o cliente, mas à aproximação
com todos os mercados envolvidos no processo corporativo. D´Angelo et al
(2006) corroboram esta dificuldade. Os autores realizaram uma pesquisa junto
a grandes empresas brasileiras que se consideram replicadoras e atuantes do
marketing de relacionamento, contudo, o resultado da análise sinalizou que a
teoria ainda não está sendo empiricamente concretizada, pois estas
organizações ainda não conseguem fazer e viver a plenitude do marketing de
relacionamento.
O entendimento da valorização e do gerenciamento dos relacionamentos
implica na utilização do conhecimento como ativo corporativo. A organização
voltada à aprendizagem dissemina o conhecimento por toda a sua estrutura.
A efetivação do marketing de relacionamento depende da aplicação das
cinco disciplinas de Senge (2002) por todos os empregados. A criatividade para
diagnosticar os anseios dos mercados e satisfazê-los tem relação com o
domínio pessoal dos trabalhadores envolvidos e com a capacidade dos
mesmos de refletir sobre seus modelos mentais. A aplicação da inovação
como diferencial no relacionamento também se apresenta como resultado do
trabalho conjunto: objetivo comum e aprendizagem em equipe. A reunião
destes atributos e da perspectiva holística se apóiam no pensamento sistêmico,
pois é somente por meio do enlace deste, que a organização pode se
compreender como atuante e participante do processo junto a seus mercados.
Transpostas estas considerações, observa-se que o estudo das
estratégias de marketing de relacionamento não envolve somente um grupo de
ferramentas mercadológicas, mas o entendimento e a investigação de
diferentes aspectos organizacionais.
O tema está envolvido por fatores relativos à qualidade dos serviços; à
participação da tecnologia no aprimoramento corporativo para a customização;
ao incentivo da criatividade e da inovação para um melhor manejo do
conhecimento; ao valor mercadológico não somente de atrair, mas
principalmente de reter clientes. Estas questões demonstram o quanto a
abordagem do marketing modificou-se, pois, no cenário que se apresenta, não
basta ao profissional de marketing estar atento ao mercado, todos os
trabalhadores devem apresentar engajamento nas temáticas e nas estratégias
mercadológicas adotadas pela empresa.
1.2 JUSTIFICATIVAS
O interesse pelo referido tema surgiu de uma pesquisa bibliográfica
sobre as distintas teorias de marketing de relacionamento. Primeiramente o
interesse se acentuou devido a nova abordagem proposta por Peck et al.
(1999). Esta abordagem original propôs um alargamento da visão de
abrangência do tema. A referida interpretação colocou o marketing de
relacionamento não somente como uma teoria derivada do apanhado
mercadológico, mas como o elo entre todas as armações que envolvem as
estruturas organizacionais. O entendimento da influência dos seis mercados
promove a interação holística sobre as distintas forças que agem no âmbito
empresarial. A escassez de trabalhos sobre marketing de relacionamento,
segundo esta concepção mais ampla, impulsionou o anseio de colaborar para a
potencialização do conhecimento neste campo.
A presente pesquisa é relevante em função de sua contribuição para um
olhar crítico e reflexivo acerca do marketing de relacionamento, que geralmente
é encarado como sinônimo de ações relativas ao cliente externo, todavia, a
abordagem sugerida por Peck et al (1999) traz à superfície a essência de todo
aspecto corporativo: o relacionamento com as diferentes facetas ambientais, os
mercados.
Aliado ao afã acadêmico, outro fator pesou na seleção do tema, pois a
pesquisadora vivenciou a rotina de uma locadora de filmes por dois anos o que
lhe proporcionou ensinamentos acerca dos entraves e particularidades do
setor. A saturação deste mercado acirra a busca pela competitividade, pois o
público que aluga filmes não se altera significativamente, todavia o número de
locadoras aumenta em virtude da reduzida quantidade de barreiras à entrada
de novos estabelecimentos. A intenção de retornar ao trabalho prático junto ao
segmento de serviços impulsionou a realização da atual pesquisa.
O segmento de locação de filmes cresce em importância à medida que
representa em muitos municípios brasileiros a única opção de lazer. Recente
pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE (2005), mostra
que a existência de videolocadoras é maior do que a de livrarias e lojas de
discos, mesmo entre os municípios com mais de 10 mil habitantes. O serviço
de locação de filmes, todavia, se encontra numa encruzilhada, pois o mercado
apresenta-se saturado e o preço das cópias inviabiliza a sobrevivência dos
pequenos empreendimentos.
O setor de videolocação passou por uma significativa transição durante
os últimos 10 anos com a transposição de mídia do VHS (Video Home System,
popularizada como fita de vídeo) para o DVD (Digital Vídeo Disc). Tal como os
demais setores econômicos, também o segmento de locação de filmes mostra-
se susceptível às transformações tecnológicas. Atualmente há a perspectiva de
mudança de mídia do DVD para os discos com tecnologia Blue Ray ou HD-
DVD, que trazem uma maior capacidade de armazenamento do que o DVD.
Estas novas mídias, por outro lado, podem ser alternativas de repressão à
pirataria, pois com a quantidade de informações armazenadas torna-se
inviável, pelo menos com os recursos presentes, a cópia pela rede de
computadores.
Além das novas formas de aluguel ou de compras de filmes, as
videolocadoras ainda sofrem com as possíveis mudanças nos preços das
cópias, pois há uma tendência para a redução do preço dos filmes, em virtude
da replicação fraudulenta destes. Esta diminuição do preço implicaria no
incentivo ao consumidor adquirir os filmes e não mais assisti-los mediante
locação na videolocadora.
Os fatos relacionados reforçam, portanto, o quanto é importante a
inserção de uma nova mídia, pois no duelo de forças quem sai em
desvantagem é o proprietário da pequena videolocadora. A existência de
cópias piratas acarreta prejuízos para todos os envolvidos.
O Jornal Folha On Line (2006) apresenta uma pesquisa realizada em 28
países pela Motion Pictures Association, que contabiliza um prejuízo de mais
de seis bilhões de dólares para os estúdios de Hollywood, somente no ano de
2005, em decorrência da pirataria de filmes. O Brasil figura na lista, sendo
responsável por uma parcela de duzentos e vinte e sete milhões de reais,
principalmente em função da reprodução e venda de DVDs piratas.
A pirataria de filmes prejudica a videolocadora, mas a intenção de
redução do preço dos filmes também. A alternativa que contempla uma solução
para ambos os lados é a disseminação de uma tecnologia que impeça, ou pelo
menos dificulte, a cópia pela Internet. A revista Jornal do Vídeo (2006) publicou
uma matéria que que reforça as novas perspectivas das empresas do setor. A
Warner do Brasil, instituição de filmes, que antes apostava numa estratégia de
liberação de lançamentos com preço reduzido para as lojas de departamento e
para as videolocadoras concomitantemente, sinaliza o retorno ao lançamento
primeiro para as locadoras, com preço cheio. Sob este enfoque há a aplicação
de uma janela de sessenta dias para lançar o mesmo produto para os
estabelecimentos de venda direta ao consumidor, a chamada venda sell-thru.
Os fatores descritos são decisivos para esta pesquisa porque mostram a
vulnerabilidade do setor. Cabe neste contexto, a necessidade de uma
diferenciação organizacional pautada no relacionamento com os mercados. As
locadoras de bairro apresentam, conforme os aspectos dimensionados, grande
potencial de diferencial competitivo, pois se apresentam em contato direto com
o cliente e, portanto, podem identificar com maior precisão os desejos dos
mesmos. A possibilidade de uma maior flexibilidade pode ser potencializada
pela utilização da criatividade no manejo das relações com os clientes internos
e externos e com os fornecedores.
Esta pesquisa focaliza os mercados de clientes internos, clientes
externos e fornecedores. É necessário destacar, contudo, que este fato não
sugere que os demais mercados, de referência, de recomendação, de
recrutamento e de influência, devem ser desconsiderados. A abrangência do
estudo seria inviável, devido ao tempo de execução, se os demais âmbitos
também fossem contemplados.
Os serviços, vigorosos de aspectos intangíveis, devem perseguir as
premissas da qualidade, contudo, esta qualidade não é aquela que segue
somente as especificações padronizadas, mas aquela que se molda ao que é
esperado pelo cliente. Grönroos (1995) defende seis critérios a serem
avaliados para a boa qualidade percebida dos serviços: o profissionalismo e as
habilidades; as atitudes e o comportamento; a facilidade de acesso e a
flexibilidade, a confiabilidade e a honestidade; a recuperação; a reputação e a
credibilidade.
O profissionalismo e as habilidades requeridas referem-se à confiança
do cliente em dispor da empresa dos sistemas operacionais, dos recursos
físicos e do conhecimento necessário para que a solução procurada seja
efetivada. Esta dimensão está relacionada ao resultado obtido com o serviço.
As atitudes e o comportamento desejados pelo cliente estão
relacionados à presteza dos funcionários, por isso os empregados devem estar
impregnados de cultura organizacional voltada ao cliente. Não basta que o
serviço seja executado de forma profissional, mas que encante o cliente a
medida que se adeque a suas reais necessidades e anseios.
Os consumidores devem perceber que o serviço prestado pelo varejo
molda suas operações, sua equipe de trabalho e seus sistemas
organizacionais às demandas dos clientes. O melhor preço e a melhor
qualidade nem sempre são considerados as soluções mais desejadas pelos
mercados. A flexibilidade possibilita a adequação do serviço àquilo que é
realmente valorizado pelo usuário.
A confiança do cliente na empresa também é fundamental, pois se algo
ocorrer fora do esquema previsto, o consumidor deve se sentir guarnecido de
atenção e de senso de responsabilidade organizacional para lhe solucionar o
incidente. Os interesses dos clientes devem formar um único conjunto com os
interesses da empresa, para tanto o público deve considerar esta instituição
honesta, pois é a crença nesta honestidade que vai possibilitar a formação da
parceria. A recuperação se enquadra neste contexto, tendo em vista que, se
ocorrer um imprevisto, são as ações corretivas que contarão para a percepção
do cliente em relação à empresa.
A realização dos demais critérios com eficácia e eficiência possibilitam a
construção da credibilidade e da reputação, portanto, não se pode focar em
somente um dos critérios sugeridos, mas na comunhão e na interligação dos
mesmos. A competitividade forma-se pela sustentabilidade dos aspectos
essenciais da organização e o relacionamento com os mercados é, atualmente,
uma alternativa para a distinção das empresas prestadoras de serviços.
A necessidade de competitividade do setor de videolocação não é
somente uma preocupação calcada nas prerrogativas empresariais de lucro,
mas também no impacto quanto a sua participação econômica. O presente
estudo soma-se aos esforços das distribuidoras de filmes e de órgão
regulamentadores para a melhoria do resultado do segmento de serviços na
região de Florianópolis, pois traz uma perspectiva acerca de ações
mercadológicas do marketing de relacionamento que podem oferecer o
diferencial para o segmento. Sabendo-se que a maioria das empresas de
locação de filmes se enquadra no plano de micro ou pequena empresa,
observa-se a lógica de atenção ao passo que, segundo SEBRAE (2004),
59,9% das empresas desta qualificação fecham com até quatro anos de vida.
A importância da participação econômica das micro e pequenas
empresas no Brasil é ressaltada na pesquisa do IBGE (2003) que denota
22,3% de contribuição destas empresas na receita do setor de comércio e
serviços. Firma-se a relevância ainda pois houve um crescimento da
participação desta categoria de organizações no percentual de pessoal
ocupado de 47% em 1994 para 60,8% em 2001.
O panorama industrial brasileiro vem cedendo espaço para a realidade
do conhecimento e adequação às mudanças nas concepções de mercado são
os pilares para que uma empresa se sintonize ao novo ritmo. Kotler e Keller
(2006) defendem algumas modificações significativas do marketing.
Os autores argumentam que o marketing não pode ser mais um conjunto
de ferramentas executado pelo setor de marketing da empresa, o marketing
para a organização deve ser uma filosofia a ser seguida e compartilhada por
todos os envolvidos. A instituição não pode mais ser organizada por unidades
de produtos, mas por segmentos de clientes, pois são estes que devem reinar
nas diretrizes corporativas.
Frente a estas perspectivas, o fazer tudo já não é mais lucrativo,
terceirizar o possível e reter as competências essenciais para o negócio são as
leis. A máxima que prega a utilização de muitos fornecedores dá espaço ao
trabalho em sistema de parcerias, sendo a cadeia mais integrada e sinérgica
para o resultado. A transposição da ênfase nos aspectos tangíveis para os
fatores intangíveis compactua o novo cenário dimensionado pelos autores.
A adoção de ações de relacionamento pelo segmento de serviços pode
ser uma das alternativas às imposições globais de concorrência. A obtenção e
a manutenção da diferenciação aparecem neste contexto como alternativas
para a consolidação da competitividade. A superação dos concorrentes pode
estar no relacionamento entre empresa e seus mercados. O marketing de
relacionamento, segundo esta premissa, apresenta-se como uma opção
estratégica.
A adoção de ações de marketing de relacionamento pelas
videolocadoras pode ser uma das poucas alternativas às imposições dos
aparatos tecnológicos e, é por meio destas, que as pequenas empresas podem
refutar o subjugo às grandes corporações.
Frente a uma realidade onde domina a impessoalidade, surge o respeito
e o atendimento personalizado aos mercados. Crawford e Mathews (2002)
argumentam que os atuais consumidores buscam mais do que mercadorias e
serviços na relação de compra, procuram também valores humanos e, é por
meio destes valores humanos, que as empresas conseguirão extrema
diferenciação, criação de marcas e construção de lealdade.
A efetivação dos valores humanos se constitui pela arregimentação do
marketing de relacionamento, de forma a promover à micro e pequena
empresa um caminho estratégico para diferenciar-se num mercado competitivo.
Este estudo sugere um novo olhar para os gestores de organizações de
serviço, uma perspectiva diferente que pode impulsionar o crescimento. O
problema deste estudo, segundo estas premissas, mostra-se mais como uma
oportunidade a ser explorada por sustentar-se na seguinte indagação: Quais
são as ações de marketing de relacionamento implementadas pelas empresas
do segmento de serviços de videolocação da Grande Florianópolis?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 – Objetivo Geral
Analisar comparativamente as ações de marketing de relacionamento
implementadas pelas empresas do segmento de serviços de videolocação da
Grande Florianópolis com base nas percepções dos mercados de
consumidores, de clientes internos e de fornecedores.
1.3.2 - Objetivos Específicos
- Descrever a forma de operação das empresas foco do estudo,
identificando todos os processos que representem relacionamento com os
mercados de clientes externos, clientes internos e fornecedores;
- Identificar as ações de relacionamento que tenham como escopo a
captação e a fidelização de clientes;
- Relacionar as ações identificadas com a base teórica de marketing de
relacionamento para os mercados de clientes externos, clientes internos e de
fornecedores apresentada por Peck et al (1999);
- Identificar os impactos das ações utilizadas de acordo com a
percepção dos gestores;
-Confrontar as percepções dos gestores, dos funcionários e dos
clientes externos frente os pressupostos conceituais dos mercados de clientes
internos e mercado de consumidores apontados por PECK et al (1999) e
Gummesson (2005).
1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A concepção desta pesquisa consolidou-se como uma forma de
aprofundar os conhecimentos de marketing, concomitantemente ao interesse
profissional da pesquisadora e, sob esta ótica, entende-se que o estudo
caracteriza uma pesquisa básica, conforme determina Mattar (1993). A primeira
etapa realizada foi uma pesquisa exploratória de cunho bibliográfico, de forma
a respaldar as demais etapas consolidadas. A investigação em dados
secundários fez transparecer as lacunas que permitem espaço para
desenvolvimento teórico e empírico.
A abordagem do estudo segue tanto a premissa quantitativa, quanto a
qualitativa. A força de vendas participa do levantamento de dados, mediante o
preenchimento de questionário. Junto aos gestores de cada estabelecimento e
aos fornecedores das mesmas é realizado um levantamento de dados, por
aplicação de entrevistas em profundidade semi-estruturadas, atestando o
caráter qualitativo da pesquisa.
A amostra das instituições pesquisadas segue o critério de relevância de
relacionamento com o cliente indicado pelos fornecedores de filmes, de maior
compra média mensal, de quantidade de filmes no acervo e de preço da
locação do filme lançamento. Mattar (1993) reforça que este tipo de amostra é
satisfatório se for articulado estrategicamente às necessidades da pesquisa.
Optou-se em considerar no estudo os seis estabelecimentos que foram
contemplados por pelo menos dois representantes de filmes como exemplos de
relacionamento com o cliente e que dispuseram-se a participar da pesquisa
disponibilizando as informações necessárias. Sob a luz desta direção, foram
considerados como amostra todos os funcionários e um gestor de cada loja,
bem como sessenta e sete clientes de cada videolocadora.
Como referência do problema de pesquisa, determinadas variáveis
foram consideradas para a efetivação do estudo: as ações de marketing de
relacionamento utilizadas pelas lojas de videolocação, segundo a percepção
dos funcionários, dos gestores de cada loja e dos clientes externos; a
percepção dos elementos mencionados quanto ao resultado destas ações.
1.5 DELIMITAÇÕES
O esclarecimento acerca dos limites a que se propõe a pesquisa é
importante porque resguarda o foco do estudo a seus objetivos. A dissertação
não intenciona abranger a elaboração de técnicas operacionais para a
conquista, nem para a manutenção de clientes, mas a identificação e descrição
dos aspectos relacionais e dos pontos de interação entre os envolvidos.
A aferição quantitativa dos resultados das ações utilizadas pelas
organizações também não se fundamenta como arcabouço do trabalho, sendo
dimensionada somente a possibilidade de realização e também a possibilidade
de obtenção de resultado. O marketing de relacionamento envolve
conhecimento, portanto, este não tem como ser enquadrado nos paradigmas
industriais de resultado imediato, ao contrário, propõe-se a transpor horizontes
e proporcionar resultados mais duradouros e mais lucrativos, porém sob o julgo
do médio-longo prazo.
A pesquisa também não pretende apresentar um estudo comparativo
entre a interpretação dos mercados antes e depois da aplicação das
estratégias, portanto, a pesquisa é norteada pela percepção dos envolvidos:
fornecedores, funcionários, gestores e clientes externos.
Apesar da pesquisa constituir-se como descritiva, não objetiva propor
uma generalização, pois diferentes empresas assumem realidades distintas no
mercado, portanto, deve haver em todas as ocasiões a preocupação com a
adequação da conclusão às peculiaridades das organizações.
1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
O início do trabalho discorre sobre o tema da pesquisa, os aspectos que
motivaram a sua execução, o objetivo geral e os objetivos específicos e, de
maneira sucinta, a descrição dos procedimentos metodológicos e das
delimitações da dissertação.
Posteriormente são relacionados no item “Referencial Teórico” os
conceitos, as definições e o arcabouço teórico que respaldam o estudo. Após o
panorama teórico, são descritos detalhadamente os procedimentos
metodológicos que nortearam a execução da pesquisa na prática.
Por meio dos procedimentos listados, chegou-se a determinados
resultados, que são, então, apresentados. Após a análise dos resultados, têm-
se as conclusões do estudo.
O referencial teórico explana acerca das origens do marketing de
relacionamento, de que maneira se distingue do marketing tradicional e seus
meandros como essência e não como ferramenta. Os seis mercados de Peck
et al (1999), bem como os 30Rs de Gummesson (2005) orientam o traçado
teórico.
A metodologia neste cenário propôs-se a esclarecer os direcionamentos
da pesquisa, tendo em vista o casamento entre a abordagem quantitativa e
qualitativa. A obtenção e o tratamento dos dados são explicitados.
Após a metodologia, figuram os resultados da pesquisa empírica.
Primeiramente são explanados os resultados de cada empresa componente da
amostra para que num segundo momento sejam confrontados os resultados
gerais do mercado externo, mercado interno e mercado de fornecedores,
conforme os meandros sugeridos pelos tipos de relacionamento discriminados
por Gummesson (2005).
O encerramento do trabalho conta com as conclusões e as
recomendações relativas à pesquisa. Neste item, os objetivos são
descortinados e a explicação acerca do alcance de cada um é dimensionada.
As recomendações para futuras pesquisas também se mostram presentes ao
passo que a abrangência deste estudo não contempla todos os mercados de
Peck et al (1999). As referências bibliográficas que nortearam a corrente
teórica da pesquisa, os apêndices e os anexos fecham o documento.
2. REVISÃO DE LITERATURA
O marketing apresenta-se como um tema bastante discutido, todavia,
aspectos básicos de sua essência se mostram ainda não completamente
esclarecidos. Tendo como escopo a facilitação do entendimento do conteúdo e
o manejo da pesquisa, foram selecionados os conceitos e as concepções de
alguns autores que são pontuais para o discernimento dos capítulos
posteriores.
A compreensão acerca do que se constitui o marketing e de como sofre
alterações figura como o ponto de partida. Sobrepondo-se em importância,
esclarecem-se os tópicos relevantes para a pesquisa no que tange ao tema
marketing de relacionamento. Sob esta abordagem, discerne-se acerca da
origem, das capacidades essenciais e dos seis mercados que norteiam as
relações mercadológicas. Finalizando este capítulo, encontra-se a
contextualização do segmento de videolocação, atribuindo-lhe o ponto
fundamental que é seu foco na oferta de serviço.
A consideração a respeito das teorias relativas ao tema abordado
contempla um melhor direcionamento do trabalho, pois a concatenação entre
as reflexões teóricas e a prática favorece o desenvolvimento do pensamento
crítico.
2.1 MARKETING
As organizações sempre precisaram apresentar competitividade para
sobreviver ou despontar no mercado, e encontram também no marketing
atributos de diferenciação. As perspectivas competitivas, todavia, sofreram
evoluções, pois os contextos, histórico, social, econômico e político,
modificaram-se significativamente nas últimas décadas. Os cenários
mercadológicos se adequam ao que é incitado pela realidade. O meio e a
reflexão do homem acerca deste meio alteram as verdades construídas.
A definição de marketing também corrobora as transformações à medida
que sofre distintas interposições. Cobra (2003) destaca que a administração
orientou-se mercadologicamente, segundo três princípios: produção, produto,
venda e consumidor.
A era da produção, segundo o autor, foi estimulada pela fase da
produção especulativa. A Revolução Industrial mostrou seus efeitos, à medida
que, na segunda metade do século XIX, principiou-se a produção seriada e
massiva de produtos. A utilização de máquinas e equipamentos proporcionou a
ascensão de um sistema ostensivo que reduzia custos a partir do incremento
da demanda de bens. Kotler e Keller (2006) enfatizam que esta abordagem
subentende que os consumidores dão preferência a produtos disponíveis
facilmente e com baixo custo. De 1850 até o início do século XX perdura a fase
da produção, quando então nasce a era do produto. (COBRA, 2003).
A orientação para o produto posiciona o foco mercadológico para a
mercadoria, desviando o olhar, antes direcionado para a fabricação. A
preocupação fundamental neste período era o alcance da melhor qualidade,
desempenho e concepção para o produto. O contínuo desenvolvimento da
mercadoria, todavia, ocasionou o que o autor denomina de miopia em
marketing.
A miopia em marketing se configurou ao passo que as necessidades do
mercado foram desconsideradas e houve um redirecionamento central para o
interior da organização. Kotler e Keller (2006) complementam que a
comercialização de um produto não depende apenas das características e da
qualidade da mercadoria, mas também de outros fatores como preço
estabelecido, distribuição, promoção e estratégia de venda.
Após a fase da orientação à produção e ao produto, prevaleceu a era da
venda. Cobra (2003) enfatiza que neste ínterim a identificação das
necessidades dos compradores e consumidores ainda não era considerada
como fundamental para o desenvolvimento corporativo das empresas. A venda
constituía-se como a principal preocupação das organizações, sendo o
marketing, sob esta perspectiva, somente uma função complementar do
escopo de vendas.
Kotler e Keller (2006) indicam que esta fase orienta as organizações a
venderem o que fabricam e não a fabricarem o que o consumidor, de fato,
deseja consumir. Os autores ressaltam que há riscos quando se aplica este
tipo de concepção. Sob este enfoque, pressupõe-se que o cliente, persuadido a
comprar um produto, gostará do mesmo, e se assim não acontecer, não
reclamará solicitando devolução, não falará mal da mercadoria, nem se
queixará para um órgão de defesa do consumidor.
A ineficiência do mercado em absorver as quantidades adicionais de
produtos, gerados pela economia de escala de produção, e a redução do
resultado do esforço de vendas ocasionaram o surgimento da preocupação
com o consumidor. Kotler e Keller (2006) definem esta fase como orientação de
marketing. Os autores articulam que esta perspectiva abandona a premissa de
fazer e vender e passa a adotar o preceito de sentir e avaliar o que o
consumidor deseja.
Cobra (2003, p.33) reforça o dimensionado pelos referidos autores ao
passo que afirma ser preciso “descobrir o que o consumidor quer, e a partir daí
orientar uma produção mais racionalizada”. O enfoque estabelecido centra-se
no reconhecimento das necessidades dos consumidores.
A investigação e a valorização dos reais desejos dos compradores são
aspectos importantes, todavia, verificou-se que somente estes fatores não são
suficientemente eficazes, pois há que se estabelecer inter-relações entre os
distintos âmbitos envolvidos na dinâmica organizacional. O marketing, que
antes era um conjunto de ferramentas aplicado somente pelos profissionais da
área mercadológica, passou então, a necessitar de uma evolução em seu
próprio conceito. As transformações reorientaram o foco do marketing.
2.1.1 Marketing versus Crescimento
As tendências relativas ao âmbito econômico, segundo Richers (2000),
são provenientes de megatendências geradas pela informatização. O
marketing sofre influência de modificações significativas. O autor engloba este
conjunto de transformações em sete vertentes.
A primeira solidifica o poder a favor dos consumidores. O que outrora
fora responsabilidade e incumbência somente das empresas, passa a tomar
proporções participativas à medida que o cliente torna-se mais exigente em
termos de qualidade e preço. Las Casas (1997) reforça este viés ao passo que
afirma a necessidade do empresário adaptar a condução de seu negócio em
função do prescrito pelo consumidor. O autor atribui esta tendência ao advento
da qualidade total, pois foi por meio da divulgação dos conceitos desta que a
qualidade passou a ser avaliada conforme a percepção do cliente.
A segunda tendência é representada pelo surgimento de novos canais
que provocam uma mudança de mentalidade no manejo das marcas e das
vendas. A comercialização pela Internet, o auto-serviço nas lojas e a
valorização do relacionamento para o alcance da fidelidade figuram como
alguns desafios a serem enfrentados.
A intensificação da concorrência em todas as dimensões, bem como a
aceleração do ritmo dos negócios, apresentam-se como a terceira e a quarta
megatendências. A velocidade exigida para a tomada de decisão corporativa
incorpora o frenesi das distintas formas de comunicação, conseqüentemente o
sucesso organizacional se atrela a capacidade da empresa conciliar
crescimento, a quinta megatendência, com a sustentabilidade pela criação e
agregação de valor, a sexta megatendência.
A sétima vertente defendida por Richers (2000) põe em voga o
conhecimento. O autor sintetiza que este se apresenta como um ativo
estratégico. Sob esta premissa, a valorização dos funcionários da empresa não
somente representa uma redução de custos no que tange a treinamento, mas
também à retenção de talentos em virtude do capital intelectual em jogo. Las
Casas (1997) postula que sem um marketing interno que viabilize o
afloramento da motivação dos empregados, dificilmente uma organização
atingirá os escopos propostos com excelência.
As organizações que buscam o potencial competitivo concebem este
fator como dependente do crescimento. Kotler (2000) pondera, contudo, que a
ânsia pelo crescimento não pode corresponder a um objetivo em si mesmo,
mas a um intuito de desenvolvimento fundamentado pelo marketing. O autor
esclarece que a fixação pelo crescimento como fim único fomenta somente o
aumento em curto prazo das vendas e a dispersão de foco do público-alvo, o
que tende a ampliar em demasia o mercado de atuação e corroer a imagem da
empresa, diluindo, desta forma, seus recursos.
Dois enganos surgem quando não há uma conexão de dependência
entre marketing e crescimento. O primeiro constitui-se por conceber o
marketing como sinônimo de vendas. É fato que o marketing abrange o
processo de venda, afirma o autor, todavia, não pode ser reduzido a este. Cabe
ao marketing tornar visíveis necessidades não satisfeitas e oferecer soluções
para as mesmas, portanto, entendê-lo somente como vendas é minimizá-lo aos
procedimentos realizados apenas após a fabricação de um produto.
2.1.2 Marketing versus Departamentalização
Outra discrepância é limitar o marketing a apenas um departamento na
organização. Kotler (2000) argumenta que se todos os esforços de marketing
se concentrarem unicamente no departamento que o intitula, a empresa está
fadada ao insucesso. É importante que todos os funcionários estejam
conscientes de que realizam suas tarefas orientados por um objetivo comum: o
cliente.
A prerrogativa de progresso organizacional calcada no marketing,
segundo o autor, estabelece que este crescimento deve privilegiar o caminho
da identificação, avaliação e seleção das oportunidades de mercado para
alcançar estratégias que possibilitem proeminência da empresa frente à
percepção de seus atuais e potenciais clientes. Richers (2000, p.5) define
marketing, sob uma ótica operacional, como “a intenção de entender e atender
o mercado”. Este crescimento viabilizado pelo marketing está atrelado à
capacidade de todos os departamentos direcionarem-se pela conquista da
preferência do consumidor.
Duas finalidades devem ser consideradas na abordagem das funções
mercadológicas: a identificação de nichos ou oportunidades de demanda ainda
não satisfeitas pela empresa e por sua concorrência e a conquista e
preenchimento destes nichos com reduzidos recursos e custos operacionais.
Segundo Richers (2000), esta tarefa dupla de descobrir e satisfazer os anseios
do consumidor é o fundamento do êxito em marketing.
O desenvolvimento de trocas é defendido por Churchill e Peter (2000)
como a essência do marketing. Para estes o processo de compra e venda é
uma via de mão dupla, o receptor ou cliente e o fornecedor do produto ou
serviço, a empresa. A eficácia da transação, sob esta perspectiva, depende da
satisfação de ambos os lados, do benefício recebido pelo cliente e da
lucratividade da organização.
2.1.3 Definições de Marketing
Os autores complementam o conceito de marketing por meio da
definição da Associação Americana de Marketing como sendo “o processo de
planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e
distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam
metas individuais e organizacionais”. (apud CHURCHILL, PETER, 2000, p. 4).
O marketing se baliza pela identificação e pelo atendimento das
necessidades humanas e sociais. Kotler e Keller (2006) sintetizam o marketing
como a forma de suprir as necessidades lucrativamente.
Grönroos (1995) amplia esta abordagem ao passo que o conceitua como
um estado de espírito ou uma filosofia que deve reger toda a empresa, não
como um setor isolado, mas como uma orientação que permeia todos os
meandros organizacionais. Para Ambrósio e Siqueira (2002), o marketing
também se reverbera como um preceito empresarial que envolve toda a
empresa e busca gerar retorno para a instituição através da facilitação da
felicidade dos stakeholders, promovendo assim, a construção de valor para o
consumidor.
A troca, a satisfação das necessidades e desejos do cliente, bem como
o alcance dos objetivos organizacionais e a consideração do ambiente de
atuação, são algumas variáveis compiladas na definição de marketing sugerida
por Las Casas (1997, p. 26).
Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades
concernentes às relações de troca, orientadas para todas a satisfação
dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar
determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando
sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações
causam no bem estar da sociedade.
A função do marketing, segundo o autor, fundamenta-se por
compreender o mercado através da realização de pesquisas de mercado e pela
análise da segmentação. A seqüência deste papel é o planejamento, a
execução e o controle de programas de marketing.
O oferecimento da satisfação da necessidade do cliente depende da
anterior predileção do consumidor e esta escolha relaciona-se com as
diretrizes propostas pela organização para lidar com o mercado. Kotler (2000)
divide esta resolução em três alternativas: marketing de massa, marketing de
segmentos, marketing para o cliente.
2.1.4 Marketing de Massa versus Marketing de Segmento
O marketing de massa, segundo o autor, corresponde ao manejo do
mercado por meio do oferecimento de um produto ou serviço padronizado. A
distinção da instituição por esta tática depende do poder de persuasão da
mesma frente a seu mercado, ou seja, a empresa necessita de grande
capacidade de barganha junto a fornecedores e parceiros para que consiga
sustentar um crescimento sem ser engolida pela concorrência.
O marketing de massa pode ser uma alternativa quando o que está em
jogo é a amplitude de abrangência. Gummesson (2005) ressalta que a
manutenção do relacionamento com o cliente pode se tornar complexa quando
existe uma quantidade muito expressiva dos mesmos. O autor pondera, porém,
que o marketing massivo trata o consumidor como um elemento anônimo. As
comunicações indiretas, impessoais e unidirecionais pode comprometer a
essência da comunicação, que é a constituição de uma via de duas mãos.
O marketing de segmentos, por sua vez, tende a concentrar esforços
para a projeção de produtos e serviços direcionados a um ou mais segmentos
específicos de um mercado. Sob esta base, floresce o marketing para clientes
como uma especificação ainda mais profunda. O marketing para clientes é
“praticado por empresas que se concentram em cada cliente individual,
adaptando a ele seus produtos ou serviços e sua comunicação”. (KOTLER,
2000, p. 39).
O autor ressalta que o marketing tomou novas configurações após a
Revolução Industrial. A primeira grande evolução se deu pelo início da
produção em massa. Esta etapa possibilitou a redução do preço dos produtos
em função da padronização, antes somente produzidos sob medida para um
cliente específico. Kotler (2000) e Las Casas (1997) ponderam, contudo, que
com o advento do computador, do marketing de banco de dados e das fábricas
flexíveis, observou-se uma redução nos custos relativos ao oferecimento de
comunicações customizadas.
Esta reflexão caracteriza a possibilidade das empresas disponibilizarem
produtos e serviços mais adequados a determinados grupos de clientes. É o
ressurgimento do marketing customizado “uma forma de marketing não
dominante, porém cada vez mais difundida e promissora”. (KOTLER, 2000, p.
46). Este tópico é mais profundamente discutido quando se aborda o marketing
de relacionamento, tendo em vista sua inter-relação.
2.1.5 Marketing Holístico
As distintas formas de comunicação da empresa com seu público-alvo
seguem as prerrogativas referentes à orientação de marketing proposta pela
organização. Kotler e Keller (2006) defendem que é desejável a orientação
para o marketing holístico e reforçam que a eficácia está pautada na sinergia
de quatro dimensões: marketing interno, marketing integrado, marketing
socialmente responsável e marketing de relacionamento.
O marketing interno figura, sob este prisma, como o veículo que pode,
concomitantemente, conduzir o reconhecimento e exacerbar o entusiasmo dos
funcionários acerca da causa da empresa. Pride e Ferrel (2000) atribuem
grande força de influência à força de vendas. Os autores justificam que esta
casta de empregados precisa ser gerenciada adequadamente, pois representa
a chave para o sucesso comercial da instituição. A ética e a imagem
demonstrada pelos vendedores, bem como a maneira como estes são tratados
pela empresa, apresentam-se como elementos que compõem a percepção do
consumidor.
O marketing integrado, por sua vez, destaca a necessária sinergia e
congruência entre os elementos do composto de marketing: preço, produto,
promoção e praça. Kotler e Keller (2006) argumentam que as estratégias,
táticas e ações relativas a cada tópico precisam ser viabilizadas pelos outros
três elementos, de forma a proporcionar o funcionamento de um conjunto
atrelado.
O marketing socialmente responsável também se direciona por uma
visão sistêmica do que afeta e do que influência o marketing. Os autores
reforçam que as causas e os efeitos do marketing não se restringem ao âmbito
da empresa e seus clientes, mas que abrange os interesses da sociedade
como um todo. A proposta fundamenta-se na preocupação da organização
acerca dos cenários ético, social, ambiental e legal, de maneira a integrar a
empresa com a sociedade da qual participa.
O marketing de relacionamento, como quarto elemento, interfere
diretamente no desenvolvimento de relacionamentos duradouros com os
indivíduos e organizações que, de alguma forma, afetam o progresso da
instituição. O êxito, sob este quesito, instaura-se na transação benéfica para
ambos os lados: clientes e empresa ou empresa e organizações parceiras.
O marketing holístico, segundo os autores, parte do entendimento de
que todos os stakeholders são importantes para o direcionamento da empresa
e por isso se faz necessária uma abordagem mais abrangente e integrada. A
prerrogativa defendida pelos autores coloca em evidência a importância de
todos os envolvidos na cadeia: os clientes, os funcionários, outras
organizações concorrentes e parceiras e a sociedade de forma geral, que
recebe a influência e influencia as propostas da instituição.
Os stakeholders são todas as pessoas que se relacionam direta ou
indiretamente com a empresa. Churchill e Peter (2000, p.13) definem
stakeholders como todos os “indivíduos e grupos que podem influenciar
decisões de marketing e ser influenciados por elas”. Stoner e Freeman (1999)
destacam que os stakeholders pertencem a duas categorias: os que incluem
grupos como sindicatos, fornecedores, competidores, consumidores, grupos
com interesses especiais e órgãos do governo, que são chamados de
stakeholders externos; e os empregados e acionistas, que são denominados de
stakeholders internos.
O relacionamento com os stakeholders é primordial para que a
organização obtenha resultados. O marketing de relacionamento, previsto
como âmbito do marketing holístico, institui como meta construir uma interação
de longo prazo, mutuamente positiva, com elementos-chave, objetivando
conquistar e manter negócios com os grupos determinados. Kotler e Keller
(2006) calcam sua concepção na valorização de uma rede de marketing, sendo
esta responsável por suportar e apoiar uma concorrência baseada em grupos e
não mais em unidades de empresas adversárias.
O relacionamento previsto está inserido na definição de marketing
sugerida por Kotler e Armstrong (2003, p. 03).
Definimos marketing como um processo administrativo e social pelo
qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por
meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com os outros.
O marketing foi determinado prioritariamente como um ferramental
disponível e passível de utilização pelas empresas, que tem como finalidade
alcançar os objetivos organizacionais, através da geração de valor superior
para os clientes. (CHURCHILL, PETER, 2000). Kotler (2000), por sua vez,
acrescenta que as trocas enfatizadas pelo marketing são processos de cunho
social e gerencial, por isso são vias de mão dupla, havendo a criação e a troca
de valores entre seus elementos.
O exame mais aprofundado das definições sugeridas coloca em
evidência sete elementos-chave: a necessidade da seleção de um mercado ou
mercados-alvo; a identificação dos desejos e necessidades do grupo
selecionado como mercado-alvo; a combinação de produtos, bens e serviços
para o atendimento destas demandas; o oferecimento da satisfação; o
estabelecimento e a administração de um processo de transformação capaz de
fixar preço, promover e entregar produtos, bens ou serviços adequados com a
logística proposta; a antecipação da mudança que acontecerá no mercado
dinâmico que se apresenta. (VAVRA, 1993).
O autor pontua, contudo, que todos estes fatores inseridos na definição
de marketing da American Marketing Association centram-se somente na
conquista de consumidores, fazendo com que a organização negligencie a
manutenção de seus atuais clientes.
O entendimento acerca dos conceitos propostos favorece o
detalhamento da definição concebida mercadologicamente, todavia, põe em
cheque o antagonismo de se instituir a construção do valor para o cliente, sem
valorizar o fruto desta troca: o relacionamento. O imediatismo não é compatível
com os preceitos do marketing, pois a medida que este se estabelece como
filosofia perde-se a necessária frutificação das relações entre empresa e
stakeholders.
A adequação da organização às mudanças na administração de
marketing é fundamental para que seja mantida a competitividade. O marketing
não pode mais ser visto como algo a ser realizado somente pelo setor de
marketing, mas por toda a organização. A estruturação por unidades de
produto dá espaço à organização por segmento de clientes. A fabricação e a
realização de tudo, cede lugar ao foco nas competências centrais e na
terceirização daquilo que não é o primordial para o diferencial da instituição.
A variada e extensa cadeia de fornecedores perde força conceitual e
passa a existir uma valorização dos fornecedores parceiros. A busca pela
inovação se mostra uma conduta não somente desejada, mas essencial para a
manutenção da competitividade organizacional. (VAVRA, 1993).
Frente a estas perspectivas, os ativos intangíveis tornam-se relevantes
e, em forma de capital intelectual, podem contribuir para o desenvolvimento da
empresa. Este novo mercado não mais permite a venda para todos, mas
destaca aqueles que conseguem atingir excelência no atendimento de seu
público-alvo, portanto, as atenções devem ser direcionadas às transações
duradouras que trazem lucro por meio do foco no valor do cliente.
Segundo Vavra (1993) o cliente não se constitui mais apenas como uma
peça passiva do cenário, cabe à empresa promover a interação deste, pois é
pela participação do consumidor que se constrói a inovação que resulta na
satisfação. Esta conjuntura, todavia, demonstra que a atualidade não permite
que as organizações se restrinjam a atender somente a seus acionistas e
proprietários, mas também aos clientes e aos demais interessados no
negócio.Em um ambiente globalizado, prerrogativas corporativas também
mudam. Passa-se do foco no resultado financeiro, para o resultado de
marketing.
O marketing voltado para o valor é uma orientação que visa o alcance
dos escopos por intermédio do desenvolvimento de valor superior para os
clientes. Churchill e Peter (2000) destacam seis princípios que regem este
direcionamento mercadológico.
A primeira prerrogativa constitui-se da concentração da empresa nas
atividades que realmente criam e fornecem valor para os clientes. Os autores
ressaltam que os profissionais de marketing, calcados nesta orientação,
valorizam o cliente como foco organizacional, atribuindo relevância à criação de
valor para este cliente para o alcance dos objetivos. Sob esta ótica, há duas
formas da instituição manter relacionamento com o cliente: relacionamentos
diretos e relacionamentos indiretos.
Os primeiros são mais dispendiosos para a organização, contudo,
permitem às empresas maior proximidade e eficácia na satisfação dos valores
desejados pelos consumidores. Nos relacionamentos indiretos, as instituições
assumem significado para seus clientes, todavia, a organização não conhece
pelo nome os membros do seu público.
O segundo princípio descrito por Churchill e Peter (2000) refere-se aos
concorrentes, pois cabe à empresa fornecer um valor superior aos clientes em
relação ao que é disponibilizado por seus adversários. Frente a esta
perspectiva, é função do profissional de marketing vislumbrar o mercado como
um todo. Firma-se importante o entendimento a respeito do valor almejado e do
fornecimento deste valor para cliente, todavia, a atenção precisa ser redobrada
no que se refere a disponibilização dos atributos pela concorrência.
A preocupação com o que é dimensionado pelo cenário mercadológico
imbui ao terceiro princípio, a proatividade. O ambiente deve ser monitorado de
forma a proporcionar não somente a resposta da empresa às imposições
mercadológicas, mas sobretudo para possibilitar a origem de novas mudanças
e redefinições da empresa para o seu exterior.
A captação das tendências relaciona-se estreitamente com o princípio
da interfuncionalidade. O envolvimento de equipes interfuncionais pode trazer
eficiência e eficácia às atividades de marketing, pois abandona o
condicionamento de uma única abordagem e propõe uma visão mais ampla
dos obstáculos e desafios a serem transpostos.
2.1.6 Marketing Orientado para o Valor
A sinergia incutida pela interfuncionalidade corrobora o princípio da
melhoria contínua, pois o marketing voltado para a criação de valor preconiza a
intensa e constante busca pelo aperfeiçoamento das operações, dos
processos, das estratégias e dos serviços. Este esforço, porém, não é um
escopo isolado do pessoal de marketing, mas abrange toda a organização à
medida que cada setor inclina-se a obter melhores maneiras de criar valor para
o público-alvo.
Os princípios dimensionados focalizam a definição de prover valor para
o cliente. Segundo Churchill e Peter (2000) valor para o cliente corresponde a
diferença entre as percepções do consumidor em relação aos benefícios e aos
custos da compra e utilização dos produtos ou serviços. A realização do
marketing implica na satisfação das necessidades e dos anseios dos clientes,
por isso o entendimento do consumidor acerca do que lhe é oferecido pela
empresa é fundamental.
A premissa da entrega de valor para o cliente rompe a tradicional visão
mercadológica, atrelando a efetivação do processo de marketing
concomitantemente a elaboração do produto ou serviço. Kotler e Keller (2006)
ressaltam que a concepção conservadora do marketing, com a produção do
produto e o seu posterior engajamento mercadológico, tende a atingir êxito em
economias caracterizadas pela escassez de bens, pois nestes cenários os
consumidores não são norteados por questões relativas à qualidade, aos
recursos ou aos estilos.
A atenção para com o cliente deve ser uma tangente de uma
preocupação maior: o impacto das atividades de marketing sobre todos os
stakeholders. O foco no cliente não exime a organização das relações e das
obrigações referentes aos outros públicos, além do público consumidor. Esta
premissa fundamenta-se na lealdade e na ética a ser aplicada no
relacionamento entre empresa e clientes, empresa e concorrentes e empresa e
comunidade.
A contextualização tradicional do marketing, todavia, não pode ser
sistematizada em uma economia competitiva como a atual, pois a sociedade
tem diversas alternativas e pode escolher livremente, resguardando-se o direito
de avaliar os produtos e os serviços de acordo com a qualidade que almeja.
A abordagem operacional sugerida por Richers (2000), todavia,
representa para o autor uma simplificação, pois o mesmo corrobora Kotler e
keller (2006) e Grönroos (1995) à medida que estes defendem o marketing
como um processo que envolve planejamento e execução, não somente
restritos a um setor organizacional, mas como uma filosofia que deve permear
toda a instituição. Frente ao abordado, determinados conceitos relativos ao
marketing merecem destaque.
A comercialização de produtos e serviços depende diretamente da
necessidade, do desejo e da demanda dos consumidores acerca do
disponibilizado. As necessidades referem-se aos requisitos humanos básicos
que possibilitam a sobrevivência. Os desejos figuram como as necessidades
direcionadas a objetos ou serviços específicos e as demandas constituem-se
por desejos passíveis de serem efetivados pela capacidade de compra do
consumidor. A satisfação desta demanda, todavia, está intrincada com a
habilidade da organização oferecer valor, pois cabe à empresa refletir mais
benefícios em detrimento de custos ao cliente. (KOTLER, KELLER, 2006).
As necessidades, os desejos, as demandas, a satisfação e a entrega de
valor são elementos que compõe o marketing de relacionamento. Firma-se
importante ressaltar ainda que, sob a concepção desta corrente, o que importa
não é somente o cliente externo, mas todos os stakeholders envolvidos direta
ou indiretamente com a instituição. A abordagem ampla do marketing de
relacionamento remete à complexidade na qual a organização se encontra.
2.2 MARKETING DE RELACIONAMENTO
O marketing de relacionamento, tal como as demais vertentes
empresariais, é resultado de diferentes influências e tendências. Gummesson
(2005) pontua a era industrial como o surgimento efetivo do marketing voltado
à comercialização. O autor é pontual pois justifica que a distribuição em massa
tornou-se possível em virtude da origem da produção em massa de bens
industrializados.
Gummesson (2005) argumenta que embora o marketing de bens de
consumo tenha evoluído nesta época, o marketing de bens de serviço e os
negócios entre empresas não se destacaram no âmbito da pesquisa e
educação. O pós-guerra, na década de 1950 e 1960, ainda corroborava a visão
anterior, pois a demanda aumentava exponencialmente e acarretava reduzida
atenção à manutenção do relacionamento com cliente, de forma a valorizar a
realização simples do negócio transacional. (PECK et al, 1999).
O marketing de serviços e a abordagem de rede apresentam-se como as
raízes do marketing de relacionamento. A administração de marketing
tradicional privilegia em demasia o composto de marketing, por isso tem sua
abrangência limitada, contudo, também figura, segundo Gummesson (2005),
como componente da corrente relacional. O autor ainda acrescenta a
importância do gerenciamento total da qualidade, pois os núcleos destes
preceitos dimensionam-se por meio da qualidade percebida pelo cliente e pela
satisfação do consumidor.
2.2.1 Correntes Influenciadoras do Marketing de Relacionamento
A qualidade sofre distorções a partir do momento que distintos públicos
a avaliam mediante a percepção. O setor de serviços, principalmente, está
sujeito a receber atribuições diferentes acerca de sua qualidade, uma vez que
a utilização de um mesmo serviço pode ser tanto uma experiência prazerosa
para um indivíduo, quanto um desastre total para outro. Esta variação ocorre
devido a intangibilidade de sua natureza e, sob esta premissa, constata-se a
amplitude da definição de serviço. Grönroos (1995, p.36) conceitua:
O serviço é uma atividade ou uma série de atividades de natureza
mais ou menos intangível – que normalmente, mas não
necessariamente, acontece durante as interações entre cliente e
empregados de serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas
do fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s)
problema(s) dos(s) cliente(s).
O serviço constitui-se em qualquer ato ou desempenho, calcado
essencialmente na intangibilidade, no qual uma parte oferece à outra a
prestação de algo, sem contudo resultar na propriedade de nada. (KOTLER,
KELLER, 2006). Os autores ressaltam que as ofertas das instituições ao
mercado geralmente incluem alguns serviços, podendo estes compor uma
parte secundária ou principal da oferta total.
Kotler e Keller (2006) contemplam cinco categorias de oferta ao
mercado: bem tangível, no qual não há nenhum tipo de serviço associado; bem
tangível atrelado a serviços, como no caso da comercialização de um
automóvel que oferece garantia e manutenção por empresa autorizada; híbrida,
quando os bens oferecidos e o serviço atuam concomitantemente, como por
exemplo um restaurante que serve refeições, mas que também é avaliado pelo
atendimento; serviço principal associado a bens e serviços secundários, no
qual a oferta consiste em um serviço essencial, com serviços adicionais ou
bens de apoio; serviço puro, quando a oferta consiste essencialmente em um
serviço.
A Associação Americana de Marketing (apud Las Casas, 2000)
conceitua serviço como as atividades, vantagens ou ainda satisfações, que são
atreladas à venda ou que são proporcionadas de forma conectada com a
venda do produto. Las Casas (2000), todavia, defende que o mais significativo
em se tratando de serviço é considerá-lo como um ato, um desempenho, que,
por sua vez, pode se apresentar de diversas maneiras.
Os serviços de consumo se subdividem em categorias: de conveniência,
de escolha, de especialidade. Os serviços de consumo de conveniência
ocorrem quando o consumidor quer otimizar seu tempo, ou seja, quando opta
por uma empresa prestadora, sem muita avaliação prévia, tendo em vista a
ausência de diferenciação entre as organizações similares.
Os serviços de consumo de escolha acontecem quando o consumidor
consegue distinguir benefícios e custos relativos a diferença de qualidade entre
uma empresa e outra do mesmo ramo. A qualificação do serviço, o prestígio da
empresa e o tipo de serviço prestado pesam no momento da escolha da
organização a fornecer a solução.
Os serviços de consumo de especialidade são mais elaborados, pois
são permeados por um alto grau de técnica e especialização, portanto, o
consumidor esforçar-se-á para receber o serviço de especialistas capacitados.
(LAS CASAS, 2000).
Grande parte dos serviços permite uma interação dinâmica entre o
fornecedor da solução e o cliente. Grönroos (1995, p.55) denomina esta hora
da verdade como o verdadeiro “momento de oportunidade”. O autor destaca
que a hora da verdade é a ocasião e o lugar onde e quando a empresa
prestadora do serviço tem a oportunidade de demonstrar a qualidade de seus
serviços a seu público.
Os serviços são processos e por isso apresentam diversas
características que os diferenciam dos produtos. A chave para a satisfação
está na experiência vivenciada durante a execução do serviço. (LOVELOCK,
WRIGHT, 2006).
Nos serviços, os benefícios são frutos da natureza da realização. A
contribuição para o bom desenvolvimento de um serviço depende diretamente
da educação do cliente quanto ao processo em que se verá inserido. Nos
serviços, o consumidor se torna parte da produção. Este envolvimento afeta a
percepção de qualidade a respeito do que é oferecido.
A participação do cliente põe em evidência a importância das pessoas
como parte do produto. A distinção proposta pelo marketing de serviços
geralmente se fundamenta na qualificação dos indivíduos que atendem os
clientes. Frente a este argumento, observa-se a relevância do recrutamento, da
capacitação e do treinamento adequados. Grönroos (1995) pondera que, em se
tratando de bens físicos, o valor principal é produzido nas fábricas, contudo,
nos serviços, o valor prioritário é construído pelas interações entre
compradores e vendedores.
Segundo o autor, o envolvimento de pessoas nos serviços ao passo que
torna o processo mais dinâmico e participativo, também acarreta maior
variabilidade dos insumos e das soluções operacionais. A participação dos
clientes e dos funcionários torna difícil a unificação e o controle dos gargalos. A
proposta de interatividade da mesma forma que aproxima o cliente, enfraquece
a sistematização controlada da empresa.
Os clientes avaliam a qualidade de um serviço fazendo o contraponto
entre a expectativa que possuíam antes de usufruir o serviço e a experiência
efetiva após a obtenção do mesmo. O desempenho do serviço encanta o
cliente quando a realização do processo supera as expectativas, é considerado
adequado quando se mostra compatível com o idealizado e cai abaixo do nível
esperado quando não sustenta nem o que é imaginado pelo cliente. Lovelock e
Wright (2006) argumentam que podem ocorrer sete tipos de lacunas na
concretização de um serviço.
A lacuna no conhecimento corresponde à distinção entre o que os
fornecedores do serviço entendem que o cliente deseja e as expectativas reais
deste cliente. A incompreensão do que é valor para o cliente pode fazer com
que a empresa ofereça benefícios que não são os esperados pelo seu público.
Neste contexto, também é relevante a lacuna nos padrões. Este tipo de
falha ocorre quando há uma discrepância entre o que a administração percebe
como anseio do cliente e os modelos de qualidade estabelecidos para a
entrega do serviço. Firma-se importante ressaltar que não basta conhecer e
compreender as expectativas do cliente, mas administrar o serviço de forma a
proporcionar o valor desejado. Sob este aspecto, a lacuna na entrega do
serviço também é prejudicial ao sucesso do processo, pois se há uma
diferença entre os padrões de entrega especificados e o desempenho real do
fornecedor do serviço, algo está sendo prometido, mas não cumprido.
A lacuna na entrega pode estar relacionada com a falha nas
comunicações internas. Esta categoria de falha acontece quando há uma
diferença entre aquilo que os profissionais responsáveis por propaganda e
vendas julgam que são características do produto, desempenho e nível de
qualidade do serviço e aquilo que a empresa é realmente capacitada a
entregar. A mesma lacuna que ocorre nas comunicações internas, pode
acontecer em se tratando de distinção de percepções. A falha relativa a
percepções se dá quando há uma diferença entre o que o cliente percebe do
serviço e aquilo que realmente lhe foi oferecido. Esta ocorre devido à
incapacidade do cliente em avaliar a qualidade do serviço.
Soma-se ao que já foi descrito, a falha na interpretação, ou seja, quando
há distinção entre o que as campanhas de comunicação de um fornecedor de
serviços veiculam e aquilo que o cliente considera que foi prometido por estas
comunicações. A lacuna no serviço, por sua vez, ocorre quando há uma falha
entre o que o cliente espera receber e a percepção daquilo que este
efetivamente recebe. (LOVELOCK, WRIGHT, 2006).
Todas as lacunas, todavia, devem ser encaradas como componentes de
um conjunto, pois a opinião do cliente a respeito da qualidade do serviço
resulta de uma série de experiências, por meio das quais a organização tem a
oportunidade de consolidar sua reputação. Os autores destacam que a
observação das falhas na qualidade do serviço não é o único instrumento de
julgamento dos clientes, utiliza-se também a avaliação das cinco dimensões:
confiabilidade, aspectos tangíveis, sensibilidade, segurança e empatia.
O nível de confiabilidade de uma empresa faz jus ao quanto esta tem de
credibilidade para fornecer o determinado serviço. A avaliação dos aspectos
tangíveis refere-se à observação dos equipamentos, instalações físicas, infra-
estrutura e pessoal envolvido na prestação da atividade.
A sensibilidade também está relacionada com os funcionários envolvidos
no processo e procura responder o quanto estes são prestativos e capacitados
a atender às necessidades dos clientes. O exame referente à segurança
procura verificar se os empregados que realizam o serviço são aptos
tecnicamente, educados, competentes e confiáveis. A avaliação da empatia
proporciona a comunhão das demais dimensões ao passo que neste quesito o
cliente verifica se a organização lhe prestou atenção condizente e
personalizada. (LOVELOCK, WRIGHT, 2006).
A qualidade percebida no serviço, conforme Grönroos (1995), segue a
premissa de duas dimensões: o resultado técnico e a dimensão funcional. O
resultado técnico refere-se à qualidade do produto entregue, ou seja, a solução
efetivamente oferecida pela empresa no final do processo.
Enquanto a qualidade técnica está relacionada ao que é oferecido, a
dimensão funcional consiste no como este serviço é executado pela empresa,
na maneira que o cliente percebe sua interação com a organização durante o
processo produtivo e no seu simultâneo consumo. Grönroos (1995) destaca
que o mais relevante é o que é percebido como qualidade pelos clientes que
utilizam o serviço.
As particularidades do setor de serviços, contudo, não foram entraves
para o crescimento e a revolução deste âmbito produtivo. Lovelock e Wright
(2006) destacam que os anos 80 foram marcados pelo aumento da insatisfação
dos clientes em relação a qualidade dos bens e serviços, sendo que muitos
destes entraves se formavam devido a um atendimento precário no ponto de
venda.
Estes fatos ocasionaram uma mudança de mentalidade e a qualidade,
que antes era concebida somente como o respeito às conformidades e aos
padrões, passou a ser entendida como uma premissa dependente da avaliação
e da opinião do cliente. A aproximação da organização e do consumidor
demonstrou que a empresa que fornece o que o cliente anseia tem mais
probabilidade de obter êxito e foi nesta lacuna que cresceu relevantemente o
investimento em pesquisa e em marketing de serviços.
As estratégias para comercializar serviços não podem se limitar à
avaliação do preço, produto, promoção e praça. Lovelock e Wright (2006)
defendem a necessidade de uma administração integrada de serviços, na qual
oito variáveis de decisão são fundamentais para os gerentes de organizações
de serviços.
Segundo os autores, os elementos do produto consistem em todos os
componentes do desempenho do serviço que estão atrelados à criação de
valor para os clientes e compõem a primeira variável. A segunda variável
refere-se a decisões referentes ao lugar e ao tempo da entrega do serviço. As
decisões relativas ao processo são componentes da terceira variável, pois a
criação e a entrega de produtos de valor para o cliente requerem a
implementação de processos efetivos.
A preocupação com a produtividade aliada à qualidade forma a quarta
variável, pois as decisões relativas à produtividade devem sintonizar os custos
envolvidos, todavia também precisam considerar as implicações na qualidade
do serviço prestado. As determinações relativas às pessoas compõem a quinta
variável e isto é evidente ao passo que se verifica a relevância da interação
bem sucedida entre funcionários e clientes para a avaliação da qualidade
percebida pelo consumidor.
Os aspectos decisivos relacionados à educação e à promoção
apresentam-se válidos na dinâmica do serviço e formam a sexta variável. A
empresa prestadora deve proporcionar uma comunicação educacional,
principalmente para os novos clientes, pois o processo somente é bem
executado e atinge os objetivos quando o cliente está ciente da importância de
sua colaboração e participação.
As decisões referentes à educação e à comunicação de promoção são
importantes, contudo, mostram-se de cunho subjetivo. As decisões relativas à
evidência física, por sua vez, são respaldadas pelo aspecto tangível de
avaliação de qualidade do serviço. A impressão do cliente acerca do serviço
esbarra primeiramente naquilo que está ao alcance dos sentidos.
Para arrematar todas as variáveis componentes tem-se o conjunto de
decisões relativas ao preço e aos custos envolvidos na obtenção do serviço. As
responsabilidades não se limitam somente a estabelecer o preço de vendas do
serviço, mas também a considerar os artifícios subjetivos que acarretam
alguma espécie de custo para o cliente no momento que este for utilizar o
serviço da empresa, como o tempo, o esforço físico e mental e outros.
(LOVELOCK, WRIGHT, 2006).
O gerenciamento das oito variáveis do serviço viabiliza a administração
integrada e a manutenção do foco na sintonia entre os escopos organizacionais
e os objetivos dos clientes. A prestação de serviços coloca em destaque o
intenso envolvimento de pessoas. Grönroos (1995) ressalta que geralmente os
indivíduos são encarados pelas organizações como números, porém isto não
se aplica à realidade de uma empresa prestadora de serviços, pois o ápice de
sua trajetória pode se formar mediante o relacionamento que constrói ao longo
do tempo com seus diversos mercados. A aplicação do marketing de
relacionamento possibilita a disseminação da filosofia voltada a fornecer valor
para o cliente por toda a instituição.
Além de existir a coincidência de escopos entre o marketing e o
gerenciamento total da qualidade, este segundo inspirou o conceito de
qualidade de relacionamento. Sob este prisma, observou-se a dependência
entre o relacionamento e a percepção de qualidade do cliente, bem como a
valorização do contato humano e não somente a frieza dos números relativos à
produção.
O autor reforça que o marketing de relacionamento resgata algumas
vertentes, mas também se tornou evidente em função da proeminência de
novas estruturas organizacionais. Sob a luz destas determinadas
reconfigurações, os papéis de clientes e fornecedores não mais respondem
apenas à simplicidade de sujeitos compradores passivos ou de vendedores
passivos. Estes atores interagem conjuntamente, formando uma rede que
reflete outros eventos da sociedade. (GUMMESSON, 2005).
2.2.2 Marketing de Relacionamento: Origem e Conceito
O Marketing de Relacionamento teve sua origem na década de 90 em
função da necessidade de reconfiguração da relação entre organização e
cliente. Esta disciplina do marketing trabalha com o âmbito subjetivo da mente
do consumidor, objetivando que o cliente se torne leal à marca. (MCKENNA,
1999)
O autor sustenta que a realidade imposta não mais suporta o modelo do
“faça mais”, que reduz as estratégias a apenas potencializar o volume dos
discursos de vendas do passado, mas sustenta-se pela base do marketing
calcado na experiência e no conhecimento. Para Gordon (2001), a sagacidade
do marketing não está na categorização de consumidores em segmentos, mas
na concepção individual dos mesmos.
Durante muitas décadas o foco das empresas era modificar a
mentalidade do consumidor, manipulando-o para a adaptação a seus produtos.
O desenvolvimento tecnológico e o acirramento da competição ocasionaram o
surgimento de uma nova máxima: perguntar, entender e atender às
verdadeiras necessidades dos clientes. Esta premissa se justifica ao passo que
se intensificou a concorrência.
A obtenção da fidelização do consumidor tornou-se uma atividade muito
dispendiosa pelos moldes do marketing tradicional, pelo aumento do pessoal
de vendas ou de marketing. Este direcionamento fiel, portanto, solidifica-se
pela busca da interação empresa-cliente, numa relação em que o cliente
informa suas necessidades e assim auxilia a empresa a lançar novos produtos
ou serviços. (MCKENNA, 1999).
O autor pondera que o marketing se ajusta ao contexto que participa.
Em uma conjuntura mercadológica de um momento econômico, social e
cultural que privilegia a produção em massa, também o marketing será de
massa, todavia, num cenário de produção maleável, também o marketing será
flexível. Segundo McKenna (1999), os limites entre produtos e serviços
passaram de uma fronteira rígida para um todo híbrido. O serviço deixou de ser
um evento e transformou-se em um processo que origina um ambiente calcado
na informação, na garantia e no conforto do cliente. Esta informação firmou-se
dinâmica e possível pela utilização de ferramentas tecnológicas.
A tecnologia que no passado fora considerada um antagonismo do
marketing, tem se mostrado uma aliada potencial. A mentalidade de que o
âmbito tecnológico somente representa a frieza e a impessoalidade cedeu
lugar à construção de um novo paradigma, que une as atribuições tecnológicas
à peculiaridade humana do marketing. (MCKENNA, 1999).
O ferramental tecnológico pode ser útil à empresa em múltiplas funções,
principalmente na sustentação do relacionamento entre empresa e cliente
através de comunicações externas, comunicações internas, informática e
conteúdo.O processo de comunicação externa é beneficiado pela utilização da
tecnologia, pois, é por meio desta, que há a facilitação de uma interação
bidirecional entre consumidor e organização em todos os aspectos
relacionados às exigências a serem satisfeitas. O arsenal tecnológico
proporciona, além da sinergia, o oferecimento de uma comunicação externa
mais veloz ou mais exata do que a obtida num procedimento manual.
(GORDON, 2001).
A tecnologia, segundo o autor, contribui também para a melhor
realização da comunicação interna, pois à medida que os setores
organizacionais se comunicam com maior fluidez, passam a agilizar os
processos e as relações com os clientes. A integração do objetivo
organizacional mostra-se mais ampla e concreta.
O aspecto tecnológico apresenta-se importante na construção e na
manutenção dos clientes porque disponibiliza à empresa memória
organizacional, oferecendo histórico, habilidade para realizar prognósticos e
armazenamento de informações. Este conjunto de vantagens visa agregar
valor à conta do consumidor. O conteúdo destas ferramentas inclui dados
sobre os clientes, sobre o contexto, comportamentos e lucratividade.
(GORDON, 2001).
Distintas transformações no manejo dos negócios precisaram ser
consideradas ao longo dos anos. Mckenna (1999) cita algumas destas
mudanças: o aumento da diversidade de produtos e serviços, a intensificação
da competição mundial, a aceleração do ciclo de vida dos produtos e a
ausência de nitidez nas distinções entre produtos. A tecnologia, sob esta ótica,
apresenta-se como um meio para dispor de um sistema de memória mais
eficiente sobre os clientes. Gordon (2001, p.53) declara que é necessário que
se “dê aos clientes as opções de comunicação que eles querem para ajudá-los
a repetir a experiência de compra”.
A tecnologia e a informação mostram-se aliadas. Ambas são
extremamente significativas para lidar com o novo cenário mercadológico,
contudo, apenas as inovações tecnológicas não garantem a manutenção da
liderança organizacional em nenhum setor, pois devido à rápida disseminação
da informação, a tecnologia empregada torna-se passível de imitação. O
marketing de relacionamento aparece neste contexto como uma oportunidade
de prover a estruturação adequada. Enquanto na década de 80 o lema era
encontrar as soluções mercadológicas mais velozes, na atual conjuntura
verifica-se a necessidade de se amealhar relações sólidas com os clientes,
focadas e respaldadas por confiança, receptividade e qualidade. (MCKENNA,
1999).
A abordagem do marketing de relacionamento respeita as distintas
influências que a empresa recebe e oferece para a sociedade. Gordon (2001,
p. 31) enfatiza o aspecto relativo aos clientes externos, sendo estes individuais
ou organizacionais.
O marketing de relacionamento é o processo contínuo de
identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o
compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de
parceria.
Reverberando-se nesta premissa, verifica-se que o marketing de
relacionamento agrupa a compreensão, a concentração e a administração de
um processo colaborativo contínuo entre empresas e uma seleção de clientes a
fim de criar e compartilhar valores, por meio da interconexão e do alinhamento.
O reforço do conceito de marketing de relacionamento apresenta-se no
argumento de Vavra (1993, p.33) que estabelece a necessidade da mudança
da mentalidade mercadológica de “completar uma venda” para “iniciar um
relacionamento“; de “fechar um negócio” para “construir a lealdade”. O
marketing de relacionamento difere-se de todas as abordagens de
Administração existentes porque traz o cliente para dentro da empresa pela
cadeia de valor, apagando a fronteira entre cliente e empresa. (GORDON,
2001).
Para Mckenna (1999) o marketing se constitui de uma batalha pela
fidelidade do cliente. Segundo o autor, para vencer esta luta as empresas têm
que adotar um posicionamento dinâmico, que busque traçar uma linha comum
a todas as partes da organização, conectando-as internamente e ao mercado.
Idêntica ênfase é defendida por Stone e Woodcock (2002). Os autores
definem o marketing de relacionamento como a utilização de uma ampla gama
de técnicas e processos relativos ao marketing, à vendas, à comunicação e ao
cuidado com o cliente, de forma a manejar individual e nominalmente estes
consumidores, criando e administrando um relacionamento duradouro entre
empresa e cliente. Ângelo e Giangrande (2004) corroboram esta premissa,
todavia, acrescentam que este relacionamento deve ser trabalhado
constantemente para que atinja níveis de melhoria com o tempo, bem como
complementam que o estabelecimento e a nutrição de relações não se
restringe somente à comunhão entre empresa e clientes externos, mas
também entre empresa e clientes internos, funcionários.
A geração de negócios tem o cliente como enfoque, todavia, este não é
o único que pode redirecionar a trajetória corporativa. A preocupação da
empresa com outros stakeholders proporcionou uma ampliação do escopo do
marketing de relacionamento. Madruga (2004) complementa o conceito com a
atribuição da relevância a distintos atores.
O autor sustenta que o marketing de relacionamento atém-se pela
atração, pelo realce e pela intensificação do relacionamento com clientes finais,
mas também com clientes intermediários, fornecedores, parceiros e entidades
governamentais.
O marketing de relacionamento deve ocorrer em toda a cadeia,
envolvendo o contato da empresa com investidores e proprietários, com a
diretoria, com a gerência, com os funcionários, com os sindicatos, com os
banqueiros, com os fornecedores de capital de conhecimento, com os
fornecedores de equipamento, com os fornecedores de matéria-prima e artigos
de consumo, com os fornecedores de tecnologia da informação, com os canais
intermediários, com a mídia, com os órgãos políticos e reguladores e,
principalmente com o cliente.
Gummesson (2005, p. 22) sintetiza marketing de relacionamento como
“o marketing baseado em interações dentro da rede de relacionamentos”. Sob
esta premissa, três palavras formam os pilares desta filosofia: rede, interações
e relacionamentos.
A rede é constituída por um conjunto de relacionamentos que pode ser
delineado por modelos complexos. Nos relacionamentos entre duas ou mais
partes há o contato ativo, portanto, apresenta-se a interação necessária para a
interdependência dos elementos. (GUMMESSON, 2005).
Os valores de relacionamento devem ser encarados como vantagens
naturais para que o marketing de relacionamento obtenha resultados efetivos.
Segundo o autor, os valores desta vertente podem ser condensados em quatro
fundamentos.
A administração de marketing deve ser ampliada para a administração
empresarial. As funções de vendas e de marketing precisam ser concebidas
como tal, ou seja, não podem ser reduzidas a departamentos, tendo em vista a
necessidade de permearem todos os cantos e mentes da organização. Limitar
as vendas e o marketing a atividades especializadas de determinados setores
é ignorar a real importância da filosofia do marketing de relacionamento.
O segundo valor defendido pelo autor constitui-se pelas colaborações de
longa data e de ganha-ganha. “Os principais valores do marketing de
relacionamento estão na sua ênfase em colaboração e criação de valores
mútuos. Isso inclui considerar os fornecedores, clientes e outros como
parceiros, ao invés de oponentes” afirma Gummesson (2005, p.32). O
fortalecimento desta premissa se dá pelo destaque à retenção de clientes e
não o privilégio exacerbado à conquista, como o faz o marketing tradicional.
A participação e a responsabilização de todas as partes envolvidas,
conforme a visão do autor, figura como o terceiro valor instituído. Este aspecto
corrobora o anterior à medida que resgata a interação do consumidor com o
fornecedor, de forma a restaurar a confiança de ambos os lados e basear a
qualidade do relacionamento proposto no desempenho passado e presente de
cada elemento. McDonald et al (2001) corroboram este direcionamento quando
enfatizam o relacionamento em detrimento da simples transação.
Determinadas diferenças substanciais podem ser discriminadas no que
tange ao enfoque no relacionamento em detrimento ao enfoque na transação.
Enquanto a orientação para a transação focaliza seu sucesso em vendas
únicas, na orientação para o relacionamento a valorização é destinada à
retenção do cliente. A segunda prevê e defende o contato contínuo com o
cliente, pois busca oferecer o que é valor para este. A primeira, por direcionar-
se conforme as características do produto, rompe o contato logo após a
efetivação da venda. (MADRUGA, 2004).
O atendimento ao cliente firma-se primordial para a construção e a
manutenção do relacionamento e o processo se desenvolve mediante um
longo prazo, tendo em vista a complexidade exigida no empenho dos
envolvidos. O foco na transação preocupa-se com os resultados somente no
curto prazo, pois o que se mostra determinante é a qualidade oferecida pela
produção do produto e não a qualidade disponibilizada por todos perante os
serviços.
O quarto valor do relacionamento perfaz os demais. Gummesson (2005)
propõe o estabelecimento de relações e os valores voltados ao serviço em vez
de valores burocráticos. As rotinas cedem espaço aos resultados, às soluções
apresentadas aos consumidores, pois são estes os protagonistas e os demais
coadjuvantes devem colocar em foco as realizações e a qualidade almejada
por estes clientes.
A estratégia de marketing de relacionamento integra a qualidade, o
atendimento e o marketing. O marketing de base funcional, calcado na
responsabilização de somente alguns indivíduos, dá espaço a uma base
multidisciplinar. A satisfação das necessidades dos clientes passa a ser
entendida como escopo organizacional e os membros da empresa tornam-se
profissionais de marketing em tempo integral e em tempo parcial. (MCDONALD
et al, 2001; GUMMESSON, 2005).
O marketing de relacionamento prima por oferecer o que é considerado
como valor pelo cliente. A compreensão acerca do que é valor se dimensiona
primeiramente pelo entendimento do que se constitui a necessidade e os
desejos.
As necessidades correspondem aos bens e serviços que os
consumidores individuais ou organizacionais precisam para sobreviver e os
desejos referem-se aos bens e serviços específicos que satisfazem
necessidades particulares, não necessariamente relativas à sobrevivência. O
valor para o cliente constitui-se pela diferença entre as percepções do
consumidor quanto aos benefícios em detrimento dos custos da compra de um
produto ou da utilização de um serviço. (CHURCHILL, PETER, 2000).
O valor percebido pelo consumidor depende de distintas variáveis, pois
cada indivíduo tem suas próprias convicções sobre a realidade. Zeithaml e
Bitner (2003) listam os tipos de benefícios que o cliente pode encontrar na
construção de um relacionamento duradouro com a empresa.
Os benefícios relativos à confiança se apresentam à medida que o
consumidor reduz sua ansiedade e aumenta seu conforto por saber o que
esperar da instituição. Os benefícios sociais, por sua vez, centram-se no
desenvolvimento de um senso de familiaridade entre cliente e empresa,
acarretando desta forma uma propensão deste público em não migrar para o
uso de outras organizações concorrentes. Os benefícios de tratamento especial
referem-se às vantagens relativas ao atendimento recebido pelo consumidor
quando este compra um produto ou utiliza freqüentemente o serviço de uma
companhia. O encantamento dispensado pela empresa faz o cliente mostrar-se
mais propenso a repetir a compra, mesmo que uma organização concorrente
ofereça melhores preços. (ZEITHAML, BITNER, 2003).
As autoras ainda destacam que existem benefícios significativos para as
organizações no relacionamento entre empresa e consumidor. O aumento das
vendas, a redução dos custos, a publicidade boca a boca, bem como a
retenção de funcionários, figuram como as principais vantagens.
O aumento da venda se dá, pois a medida que o cliente experimenta um
produto ou serviço e fica satisfeito com a solução apresentada e oferecida pela
empresa, a tendência é que este consumidor retorne e realize outras compras
na instituição. A redução de custos também é um fato, pois os gastos com
ações para atração de clientes podem ser minimizados, se os atuais clientes
forem porta-vozes da qualidade da empresa pela publicidade boca a boca.
A propaganda boca a boca resulta do excedente de satisfação. Quando
a empresa consegue atender as expectativas dos clientes e fornecer ainda
mais valor do que era esperado, esta sobra será utilizada para contagiar
positivamente novos consumidores. A divulgação construtiva da organização
pelos próprios clientes é fruto do encantamento e do valor superior oferecido
pela companhia. (MADRUGA, 2004).
A impressão causada pela comunicação boca a boca é geralmente mais
significativa do que a comunicação pessoal, de massa ou direta. A mensagem
retransmitida por outro cliente firma a credibilidade e a confiabilidade da forma
como a empresa opera, pois, para o receptor da mensagem, o indivíduo que a
pronuncia é independente de interesse e se constitui como fonte de informação
segura. (GRÖNROOS, 1995).
O escopo da gestão do relacionamento com o cliente pode ser descrito
como uma estratégia organizacional que visa desenvolver vínculos fortes e
duradouros entre empresa e seu público. O gerenciamento dos
relacionamentos utiliza informações minuciosas sobre cada cliente e sobre os
pontos de contato do serviço com este cliente a fim de potencializar a fidelidade
do consumidor à marca ou à empresa. (KOTLER, KELLER, 2006).
Para que a filosofia do marketing de relacionamento seja internalizada e
implementada é necessária a adoção de determinados princípios. O arcabouço
da corrente se espelha em capacidades específicas para a viabilidade da
valorização das relações. As capacidades essenciais para a construção e a
manutenção do relacionamento dependem do empenho mútuo entre as partes
envolvidas no processo.
Peck et al (1999) argumentam que distintas pesquisas conectam a
satisfação do cliente com a satisfação dos funcionários, portanto, se a
organização tem a preocupação e o escopo de oferecer valor para o cliente
externo, também proporcionará o valor almejado pelos clientes internos.
2.2.3 Capacidades para o Marketing de Relacionamento
O marketing de relacionamento não é uma parte superficial do
marketing, mas uma disciplina nova que proporciona aos profissionais a quebra
dos limites e a criação de novos valores para a empresa e seus clientes. Os
funcionários focados na realização dos preceitos desta disciplina não se
empenham somente na defesa dos clientes, mas na defesa dos processos que
originam valor para os clientes. (GORDON, 2001).
O alcance do objetivo do marketing de relacionamento exige novas
capacidades às empresas. Gordon (2001) estabelece que a estratégia firma-se
por selecionar os clientes prioritários e enfocar as capacidades necessárias
para que se atinja a expectativa deste grupo de consumidores.
A intenção é criar continuamente valores mútuos com os clientes
individuais e, para tanto, o destaque não mais pode ser dimensionado
conforme o produto ou a sua produção, mas direcionado à obtenção e à
melhoria das capacidades exigidas pelos consumidores. Estas capacidades
são obtidas mediante o desenvolvimento do pessoal, do processo, da
tecnologia e do conhecimento e percepção acerca do cliente.
Os relacionamentos envolvem pessoas e são as pessoas que, na
filosofia do marketing de relacionamento, manejam a tecnologia e os processos
organizacionais, de forma a constituir valor com e para os clientes. Este valor,
por sua vez, apresenta-se como resultado do conhecimento e da percepção
dos funcionários sobre os clientes. (GORDON, 2001).
O autor ressalta que o conhecimento sobre o consumidor passa a ser
distribuído e concomitantemente há mais indivíduos em posições de linha de
frente, o que proporciona a existência de uma teia complexa de comunicação
de pessoas e dados. O trabalho em equipe figura nesta realidade como uma
prerrogativa para o êxito da instituição, pois o que outrora era prescrito pelo
marketing e desenvolvido por outras áreas, dentro desta nova conjuntura a
responsabilidade de mobilização cabe a todos, inclusive a capacidade de tornar
o cliente um elemento participativo do processo.
A essência do marketing de relacionamento é focar no atendimento, no
encantamento e na interação efetiva com os consumidores estratégicos, pois a
criação de valor deve estar respaldada no que é valor para esta casta de
clientes. O conhecimento continua representando poder, todavia, um
conhecimento enjaulado e restrito perde sua intensidade, portanto, sob a
premissa de construir relações duradouras e de qualidade, a empresa precisa
fomentar a transferência e o compartilhamento de informações. As
capacidades organizacionais, grupais e individuais, somente poderão ser
expandidas e aperfeiçoadas se houver a disseminação do que tem relevância
para o cliente. (GORDON, 2001).
No marketing de relacionamento há a transferência do foco do produto
para o foco no consumidor. Madruga (2004) pontua que fornecer o valor
desejado pelo cliente não se refere somente ao dinheiro envolvido na troca,
mas a uma série de variáveis que perfazem as capacidades essenciais da
empresa.
O valor é um processo contínuo entre empresa e cliente, no qual este
faz parte da etapa de criação, através de mecanismos de co-
produção fornecidos pela companhia. Os valores são providos
individualmente, isto é, para cada um dos clientes. Eles também são
compartilhados pelas organizações em que as equipes os
desenvolvem, mobilizadas pelo comprometimento interno, foco no
valor da interação, respeito, segurança e confiança junto a parceiros
e clientes. O valor é a combinação dinâmica de cinco elementos:
qualidade, relacionamento, desempenho, preço e benefícios.
(MADRUGA, 2004, p. 195).
O oferecimento de valor para o cliente implica necessariamente que a
empresa apresente-se ciente de quem é e de quais são os desejos do seu
consumidor. Grönroos (1995) frisa que não basta a organização dimensionar-
se por meio de segmentos mais ou menos compatíveis, mas pela compreensão
detalhada acerca dos indivíduos que efetivamente apostam no solução
disponibilizada pela instituição.
O autor sustenta que os processos devem ser encarados como serviços,
tanto nas relações entre tarefas e funções organizacionais, quanto no contato
direto com o consumidor. Os processos correspondem a atividades e o produto
destas atividades é utilizado simultaneamente a sua produção. A interação com
o cliente, seja ele externo ou interno, ocorre como uma complementação do
serviço.
O processo, mediante o prisma do marketing de relacionamento, precisa
ser concebido como a construção de uma rede, sistema este que considere
cada serviço realizado dentro da instituição como cliente do anterior e
fornecedor do posterior. O escopo mais evidente precisa ser o direcionamento
e a orientação para o valor desejado pelo cliente. (GRÖNROOS, 1995).
O enfoque no cliente, todavia, não pode ser uma ideologia vazia, mas
um conjunto de ações e de atitudes que realmente reflitam este ideal. Gordon
(2001) preconiza o envolvimento com o público-alvo, a busca pela
customização em massa, a contínua inovação, o planejamento compartilhado e
a administração conjunta de questões relativas ao relacionamento, como
pilares para a formação de uma base sólida de relações duradouras.
As pessoas são as chaves para a concretização dos relacionamentos e
na era do marketing de relacionamento, também administram o arsenal
tecnológico e os processo que levam à obtenção de valor com e para os
clientes. A junção das pessoas capacitadas com a tecnologia adequada
possibilita a obtenção do conhecimento e da percepção sobre o cliente.
Os quatro âmbitos estão conectados, são dependentes e somente a
integração acertada dos mesmos proporciona a capacitação para a realização
bem sucedida do marketing de relacionamento. Peck et al (1999) destacam a
relevância do modelo que institui o relacionamento da empresa com seis
distintos mercados: mercado interno, mercado de referência, mercado de
influência, mercado de recrutamento, mercado de fornecedores e mercado
consumidor. Todos estes mercados apresentam-se interligados e o ponto de
convergência entre os mesmos é o mercado consumidor ou mercado de
clientes externos.
2.3 Mercado Consumidor
Segundo Gordon (2001) um cliente não é simplesmente um cliente. O
autor justifica que a palavra é utilizada indistintamente tanto para um fiel
comprador, quanto para um consumidor esporádico. Madruga (2004) reforça
que o conhecimento a respeito do público é primordial para que a instituição
consiga criar o valor almejado por este. Para tanto, o autor lista seis fases nas
quais são necessárias estratégias organizacionais direcionadas.
A primeira fase centra-se na identificação dos consumidores que são
potenciais para investimento em marketing de relacionamento. A segunda
etapa constitui-se pelo levantamento de informações relativas aos aspectos
demográficos, psicográficos, bem como os desejos e a satisfação do
consumidor.
A fase três propõe-se a resgatar as informações obtidas e compartilhá-
las com os clientes. Esta interação visa manter o cadastro sempre atualizado e
conceber o consumidor como um elemento participativo. A etapa quatro firma-
se pela utilização dos dados coletados para que se viabilize campanhas de
marketing de relacionamento. O propósito desta fase é gerar benefícios mútuos
para a empresa e para o cliente.
A utilização das informações, todavia, não basta para que se efetive a
orientação para o cliente, portanto, é necessário que se priorize também a
retro-alimentação do sistema em função das trocas ocorridas nos canais de
relacionamento. A fase seis, por sua vez, identifica o valor do cliente,
discriminando suas novas preferências e suas prioridades em relação ao
produto e ao serviço. (MADRUGA, 2004).
O conhecimento a respeito do consumidor final proporciona à empresa
segmentar seu público-alvo conforme dados familiares, situação sócio-
econômica, tipo de ocupação, tipo de residência que ocupa, necessidade por
especial característica do produto ou serviço, dentre outros. A essência para o
programa de marketing de relacionamento está na realização de uma análise
de mercado detalhada de cada um dos membros do canal consumidor: o
comprador direto, o intermediário e o consumidor final. (PECK et al, 1999).
Os autores interam que descortinar esta análise implica na
compreensão dos segmentos e das de unidades de tomada decisão de cada
nível. O direcionamento dos esforços de marketing precisa levar em
consideração todas as informações amealhadas mediante o diagnóstico. Após
a complementação dos escopos de determinar a ênfase apropriada do arsenal
mercadológico para cada nível do mercado consumidor, identificar a
segmentação específica deste mercado e estudar a análise das unidades de
tomada de decisão, a empresa pode voltar-se para as estratégias de conquista
e de retenção de clientes.
Para que o marketing de relacionamento se solidifique é importante que
a empresa deixe de enfatizar o valor da venda individual e passe a direcionar-
se pela valorização da relação duradoura com os stakeholders. Sob esta
premissa, cabe a distinção entre o marketing transacional e o marketing voltado
ao relacionamento.
O marketing transacional centra-se na obtenção de novos consumidores
e na venda imediata, orientando-se pelas características do produto ou serviço
e priorizando as negociações de curto prazo. A ênfase do marketing de
relacionamento, por sua vez, volta-se à retenção de clientes, por meio da
criação dos valores almejados por estes clientes. Este direcionamento, pela
natureza da manutenção da relação, calca-se no processo contínuo e repetido
de venda. A intensa atenção para com o serviço ao cliente e o estreito contato
entre empresa e consumidor fundamentam o foco no relacionamento. (PECK et
al, 1999; MADRUGA, 2004).
2.3.1 Tipos de Clientes
A orientação mercadológica para a construção de relacionamentos
duradouros requer distintas estratégias para clientes novos e clientes já
existentes. Peck et al (1999) declaram que muitas empresas aplicam a maioria
de seus recursos em aquisição de novos consumidores e destinam poucos
esforços para a fidelização dos atuais compradores. Os autores apresentam
um modelo de escala de lealdade que identifica diferentes estágios do
desenvolvimento do relacionamento.
Os prospects correspondem aos potenciais compradores, ou seja,
aqueles para os quais a organização intenciona vender. Este grupo identifica-
se por pessoas dentro da população em geral que apresentam o perfil
desejado pela instituição. Sob este enfoque, entram nesta malha os indivíduos
que têm potencial de adaptação à orientação da empresa, às capacidades e
aos produtos e serviços disponibilizados. (PECK et al, 1999; GORDON, 2001).
O segundo estágio do progresso do relacionamento, conforme Peck et al
(1999), denomina-se comprador. Este conjunto de indivíduos já efetivou as
primeiras compras experimentais com a organização e avalia o
estabelecimento de um fluxo mais contínuo de negócios com a empresa.
Os clientes, por sua vez, representam o grupo de consumidores que já
realizaram repetidas vezes compras ou negócios com a instituição, todavia,
ainda analisam o que pode ser considerado negativo na transação. Geralmente
estes indivíduos mostram-se neutros, não defendem, nem criticam a empresa.
Gordon (2001) destaca que os clientes podem compor uma casta que está
satisfeita com as experiências iniciais obtidas junto às soluções fornecidas pela
instituição, mas que ainda compram ou realizam negócios com outras
empresas.
A categoria que se encontra no quarto estágio de desenvolvimento do
relacionamento compõe-se pelos partidários. Peck et al (1999) caracterizam
este grupo pelos indivíduos que já simpatizam com a organização, mas que lhe
sustentam passivamente. Gordon (2001) reforça que os partidários já
dimensionam a empresa como a primeira alternativa para realizar a compra ou
a contratação do serviço, contudo, ainda mantêm fontes alternativas para o
fornecimento da solução.
Peck et al (1999) denominam o quinto estágio como os advogados,
enquanto Gordon (2001) prefere chamá-los de clientes regulares. Para os
primeiros, nesta etapa de desenvolvimento, os indivíduos recomendam para
terceiros os serviços ou os produtos da empresa, realizando ativamente o
marketing boca a boca da instituição. Gordon (2001) mostra-se cauteloso no
que tange ao quinto estágio, pois pondera que os compradores regulares já
preconizam a utilização das soluções da empresa, sem considerar
efetivamente o que é oferecido pela concorrência, porém ainda não defendem
a organização perante o público.
O sexto estágio de desenvolvimento do relacionamento entre empresa e
mercado externo, segundo Peck et al (1999), enquadra os clientes
denominados como parceiros. Estes indivíduos perfazem uma relação de
parceria com a companhia. Para Gordon (2001), este grupo é responsável pela
propaganda boca a boca da empresa, pois são defensores ferrenhos das
soluções disponibilizadas e somente uma falha grave na confiança pode minar
o relacionamento construído.
Os esforços de marketing da empresa impactam sobre a decisão de
compra do cliente, porém Grönroos (1995) enfatiza que as ações
dimensionadas para cada grupo dependem da fase do ciclo de vida do
relacionamento vivido entre organização e consumidor. O autor defende que a
instituição precisa primeiramente reconhecer em que ponto do ciclo de vida do
relacionamento se encontra cada grupo de clientes e quais recursos e
atividades de marketing devem ser direcionados eficazmente para cada
estágio.
A fase inicial da relação entre empresa e consumidor corresponde a
situação do prospect. O escopo neste estágio é despertar interesse no público
pela empresa e por seus serviços e produtos. A segunda fase, conforme
Grönroos (1995), corresponde ao processo efetivo de compra. Neste estágio
firma-se importante o foco dos esforços nas vendas. O processo de consumo
contínuo pode ocorrer na seqüência, caso a promessa estabelecida para a
solução seja cumprida pela instituição. Sob esta realidade, cabe à empresa
realizar vendas cruzadas e alcançar o patamar de relacionamentos duradouros
com os consumidores.
Para que a construção e a manutenção do relacionamento com o cliente
sejam eficazes é necessário conhecer o que é valor para o consumidor.
McDonald et al (2001, p.254) definem:
O valor para o cliente é parte inerente do produto que a empresa
pode ativamente gerenciar afim de beneficiar o cliente. Na realidade
os clientes não compram produtos ou serviços, mas benefícios e
valores específicos da oferta total. Essa oferta total – ou a oferta,
como é comumente chamada – representa o valor que os clientes
recebem quando compram produtos ou serviços.
Os autores ressaltam que a proposição de valor a ser entregue pela
empresa para o cliente deve partir do pressuposto da satisfação do que almeja
o próprio consumidor. As funções internas da instituição devem ser orientadas
pela perspectiva do cliente. A seqüência da entrega de valor firma-se por
primeiramente escolher o valor que será disponibilizado, conforme
dimensionamento do público-alvo, depois fornecer efetivamente o valor fruto da
promessa concebida pelo consumidor e
, por fim, comunicar o valor oferecido
como solução.
Para que uma organização adote um programa de oferecimento de
proposição de valor são necessários alguns procedimentos básicos. Cabe à
empresa analisar e segmentar os mercados de acordo com o que se constitui
valor para os clientes. Esta premissa se justifica porque a companhia precisa
avaliar cuidadosamente as oportunidades relativas a cada segmento para a
entrega de valor superior. A constatação destas oportunidades reforça o
propósito de uma escolha que viabilize concomitantemente o oferecimento de
valor para o cliente e a saúde financeira da empresa. (MCDONALD et al,
2001).
2.3.2 Tipos de Vínculos entre Empresa e Cliente
A consolidação do relacionamento entre organização e mercado externo
é passível mediante o reforço do vínculo entre ambas as partes. Gordon (2001)
separa o tipo de vínculo que une organizações e clientes em sete categorias:
vínculo estrutural, vínculo de valor de marca, vínculo comportamental, vínculo
pessoal, vínculo de informação e controle, vínculo de valor e vínculo de opção
zero.
O vínculo estrutural corresponde a uma ligação estreita entre cliente e
empresa, de maneira a que o primeiro possa inclusive questionar o
gerenciamento de estoque empregado pela instituição. Sob esta realidade, há
uma sinergia e interação operacional e estrutural entre as partes. (GORDON,
2001).
Segundo o autor, o vínculo de valor de marca refere-se ao
relacionamento que o consumidor estabelece com a marca da organização ou
do produto. Esta conexão pode se compor forte o bastante para influenciar e
ser influenciada pelo estilo de vida do cliente. A inter-relação, neste caso,
extrapola o limite da qualidade funcional observada em um produto ou serviço,
firmando-se pela percepção funcional e emocional.
O vínculo comportamental, por sua vez, ocorre quando o cliente se alia a
uma organização porque acredita e valoriza o profissionalismo e a técnica
empregada pela mesma. A conduta da empresa agrada ao cliente e este,
portanto, passa a considerá-la prioritariamente em relação às concorrentes.
(GORDON, 2001).
O vínculo pessoal, conforme o autor, como a própria denominação
denota, corresponde mais a um casamento de interação entre funcionário e
consumidor, do que entre empresa e cliente. Nesta perspectiva, o consumidor
utiliza a empresa em virtude das pessoas que o atendem e a transferência de
organização destes funcionários implica também na perda do cliente. O´Malley
e Tynan (2000) reforçam que um dos escopos do marketing de relacionamento
é a criação de laços emocionais entre instituição e consumidor, todavia,
acrescentam que este vínculo de natureza afetiva somente se consolida pelo
contato direto entre funcionário e cliente.
O vínculo de informação e controle assume papel importante porque a
tecnologia da informação aplicada pela instituição pode tanto reforçar, quanto
enfraquecer este tipo de relacionamento. Para os clientes que consideram os
relatórios e demais programas de dados disponibilizados pela empresa como
primordiais, a sinergia entre as partes se potencializa em função da
confiabilidade e da comodidade.
O vínculo de valor corrobora a premissa de retenção de clientes do
marketing de relacionamento, pois, sob esta perspectiva, o consumidor tende a
valorizar a repetição das compras e dos negócios com uma mesma
organização em virtude do oferecimento de valor desejado por este. A
disponibilização de valor superior atrela-se ao estreitamento da relação pelo
tempo de existência desta interação.
A última categoria, segundo Gordon (2001) corresponde ao vínculo de
opção zero. Este tipo de relação ocorre quando existem poucas alternativas de
escolha para o cliente em função de uma perspectiva financeira desfavorável,
da existência de monopólio ou quando se trata de serviço público.
Distintos padrões de relacionamentos podem ser considerados quando
se dimensiona a interação entre empresa e mercado externo. Gummesson
(2005) postula trinta tipos de relação entre organização e demais mercados,
dentre estes alguns podem ser destacados como relações empresa-cliente.
O relacionamento entre fornecedor e consumidor (R1) constitui-se pela
interação entre quem vende e quem compra, o chamado relacionamento
parental em marketing. O fornecedor apresenta-se na figura do vendedor, e o
vendedor pode ser representado por um funcionário, cujo trabalho é vender
pessoalmente. (GUMMESSON, 2005).
O autor enfatiza que no marketing tradicional a preocupação mais
evidente era a conquista de novos clientes e o empregado que se destacasse
nesta tarefa era considerado dinâmico, enquanto o funcionário que se
orientasse para a manutenção das contas já existentes era rechaçado por se
transparecer avesso ao novo. O marketing de relacionamento não é uma
negação da necessidade de aquisição de novos clientes, todavia, o
pressuposto fundamental é a capacidade da empresa evitar a evasão do grupo
de consumidores que já utiliza o produto ou o serviço disponibilizado.
Gummesson (2005, p. 50) esclarece:
A maioria das definições do MR enfatiza o estabelecimento, a
manutenção e às vezes o término de relacionamentos com o
consumidor.É claro que o primeiro estágio, obter um cliente e
estabelecer um relacionamento, sempre é muito importante, mas o
segundo, manter uma relação sustentável de negócios, é a aparte
mais exigente do marketing.
A segmentação de clientes defendida pelo marketing de relacionamento
direciona para a necessidade da empresa adotar distintas estratégias para lidar
com os clientes atuais e com os clientes novos. O orçamento de marketing, sob
esta concepção, precisa ser canalizado conforme a importância atribuída.
(PECK et al, 1999).
A impossibilidade de implementação do marketing um a um trouxe como
alternativa aos relacionamentos pessoais o oferecimento de pacotes
abastecidos por produtos, serviços e informações de preços que são
construídos pelos próprios consumidores, conforme preferência e necessidade.
Gummesson (2005) ressalta que existem diversas formas intermediárias entre
a relação individual e a relação em massa. A tecnologia moderna proporciona a
opção estratégica da customização em massa, o que no passado seria
impensável pelo volume de dados requerido.
Embora a era do computador tenha trazido benefícios para o manejo
com o cliente, não substituiu a interação entre indivíduos. “As demandas das
pessoas crescem a medida que a tecnologia mais avançada é usada”
(GUMMESSON, 2005, p. 56). Sob a luz desta afirmação, observa-se que o
mais importante não é a compilação das informações, mas a maneira como é
feita e a análise reflexiva da mesma.
O estabelecimento de relacionamento com o cliente, todavia, não
representa uma estratégia que deve ser aplicada a todo o público da empresa.
Peck et al (1999) fundamentam que a implementação do marketing de
relacionamento depende da segmentação correta de alguns grupos-alvo de
clientes. A sustentabilidade desta filosofia está no comprometimento duplo: a
disposição do valor para o consumidor e a lucratividade da empresa.
Gummesson (2005) enfatiza que, em uma economia de mercado, a
organização precisa ter lucro para sobreviver, por isso o relacionamento com o
cliente não pode ser um fim em si mesmo. A produtividade deve manter-se
como premissa e os funcionários precisam estar capacitados para fechar
negócios que tragam prazos e resultados positivos para a instituição. A
obtenção da lucratividade através do marketing de relacionamento centra-se na
escolha dos clientes que representem potencial de lucro razoável.
2.3.3 Rentabilidade do Cliente
A organização precisa vislumbrar o quanto vale cada consumidor. O
valor vitalício de um cliente corresponde a uma projeção das despesas do
mesmo com os produtos ou serviços da empresa menos os custos da
instituição para fabricar o produto ou oferecer o serviço, somados aos gastos
para atender o cliente e mantê-lo. (GORDON, 2001).
O autor reforça que a empresa deve levar em consideração
determinadas questões quando se volta para o enquadramento dos clientes em
patamares de valor. As informações acerca de cada consumidor precisam
apresentar-se integradas, pois os clientes finais são os maiores responsáveis
tanto pela disseminação da propaganda boca a boca ou quanto pelos
comentários pejorativos.
A reunião destas informações, por sua vez, precisa mostrar-se
respaldada por uma extração de dados que reflita o comportamento do
consumidor. O processo de investigação necessita ser contínuo para que a
instituição possa prever atitudes futuras do público e projetar estratégias
preventivas e pró-ativas para reter o cliente. A pesquisa precisa ainda estar
atrelada a uma previsão de gastos e de taxas de substituição de cada cliente,
pois este planejamento proporciona a antecipação da resposta ao mercado.
Gordon (2001) destaca que o cálculo vitalício do cliente pode ser
dimensionado por meio do auxílio da tecnologia de informação (TI) utilizada
pela empresa. A análise individual de cada consumidor pode se compor um
trabalho pouco produtivo, caso não exista a interferência da avaliação realizada
por uma ferramenta tecnológica. A TI pode agregar agilidade e eficácia quando
há necessidade de se identificar as tendências relativas aos valores
fundamentais do cliente: tamanho exato da conta em questão; taxa de
crescimento desta conta; probabilidade de manutenção e expansão do
relacionamento.
O autor pontua que a companhia deve tratar de forma diferenciada o
grupo de clientes que se mostra mais fiel. O entendimento dos consumidores
de uma forma individualizada, contudo, pode representar um procedimento
impraticável, todavia, ainda assim a organização pode representá-los por
pacotes estatísticos através da construção de segmentos, mediante o
compendio de características afins.
Kotler e Keller (2006) destacam que a lucratividade do cliente pode ser
avaliada de forma individual, por segmento de mercado ou ainda por canal,
contudo, precisa ser examinada sempre com base no fluxo de receita e custo
ao longo do tempo e não sobre o lucro advindo de uma transação específica.
Gordon (2001) enfatiza que a segmentação comportamental, baseada
na atitude de compra real, pode somar para que se estabeleça uma visão mais
clara das categorias de clientes. O autor exemplifica que os consumidores
podem ser classificados perante distintos tópicos, como: recenticidade da
última compra, freqüência com a qual realizam uma compra e o quanto gastam
em cada compra.
Sob esta perspectiva, a continuidade da coleta de informações acerca
do cliente se mostra importante, pois é desta forma que a instituição consegue
observar mudanças no comportamento de compra e na preferência do
consumidor.
A rentabilidade de um cliente pode ser verificada também em função de
seu poder de influência sobre o grupo do qual faz parte. Tschohl e Franzmeier
(1996) ponderam que cada consumidor representa um potencial patrocinador
vitalício da empresa. Os autores argumentam que clientes satisfeitos originam
referências positivas por meio da propaganda boca a boca e que, por isso,
cada vez que a instituição perde um consumidor, enfraquece também sua base
de vendas. Sob esta análise, quanto mais tempo a empresa conserva um
cliente, mais eficaz está sendo o investimento em marketing por parte da
organização.
2.3.4 Fidelização do Cliente
O consumidor mensura seu grau de satisfação a respeito do
relacionamento estabelecido com a empresa segundo critérios gerais. O estado
afetivo resultante das interações vividas com a organização é o que determina
o nível de proximidade entre organização e cliente. (WULF et al, 2001). Sob
este prisma, relacionamento, satisfação e retenção formam uma tríade que se
auto-sustenta. Bejou et al (1998) confirmam esta interconexão ao passo que
defendem uma ligação inerente entre satisfação geral, satisfação com o
relacionamento em particular e fidelização.
A retenção do cliente, mediante a lente do marketing de relacionamento,
figura como um dos principais escopos a serem atingidos. Kotler e Keller
(2006) defendem que a fidelização do consumidor depende da proposta de
valor apresentada pela empresa. Este conjunto de benefícios, todavia, é mais
do que uma promessa de entrega, mas a experiência proporcionada com a
compra de um produto ou com a utilização de um serviço.
A fidelidade de um cliente é construída mediante o intenso processo de
satisfação do mesmo. Henning-Thurau e Klee (1997) reforçam a conexão entre
a entrega de valor desejada pelo consumidor e a retenção duradoura deste.
Para os autores pode-se postular a dependência entre satisfação e fidelização
do cliente, considerando-se a qualidade do relacionamento arquitetado como
um aspecto moderador.
Kotler e Keller (2006, p. 144) enfatizam:
A empresa deve medir a satisfação com regularidade porque a chave
para reter clientes está em satisfazê-los. Em geral um cliente
altamente satisfeito permanece fiel por mais tempo, compra mais à
medida que a empresa lança produtos ou aperfeiçoa aqueles
existentes, fala bem da empresa e de seus produtos, dá menos
atenção a marcas e propaganda concorrentes e é menos sensível a
preço.
Os autores corroboram a ligação sugerida por Henning-Thurau e Klee
(1997) e complementam com a necessidade da organização mensurar
constantemente o nível de satisfação de seus clientes, tendo em vista que a
competitividade da empresa também é resultado da percepção do consumidor.
Ângelo e Giangrande (2004) esclarecem que a mensuração do nível de
satisfação do cliente não pode ser suportada somente por meio de índices
operacionais como número de entregas por minutos ou quantidade de
reclamações de clientes insatisfeitos. “Os dados de atendimento ao consumidor
(...) podem ser sistematizados e trabalhados estatisticamente, mas não podem
ser entendidos como um substituto da pesquisa ou mesmo como um retrato
dos níveis de satisfação dos consumidores”. (ANGELO, GIANGRANDE, 2004,
p. 119).
Os dados gerados pelo setor de atendimento e as informações advindas
de pesquisa se distinguem pelo fato da maioria dos clientes insatisfeitos optar
por não reclamar. O consumidor insatisfeito pode simplesmente mudar de loja
e alardear para as pessoas de seu círculo social a experiência insatisfatória
vivida com a empresa. Os autores alegam que nem mesmo as reações mais
expressivas podem ser atestadas pelo setor de atendimento, pois o cliente
pode optar por tecer elogios ou comentários pejorativos acerca do serviço ou
do produto para os indivíduos que lhe são mais próximos. A pesquisa e os
dados operacionais, portanto, assumem força se observados em conjunto, pois
enquanto a primeira dá voz àqueles que podem não ter tido a vontade de fazê-
lo, o segundo destaca a voz de quem já deseja ser ouvido.
Kotler e Keller (2006) ressaltam ainda o aspecto financeiro envolvido no
alcance da fidelização do cliente. Custa menos atender com excelência um
cliente antigo do que um consumidor novo, pois o primeiro já realiza transações
rotineiras com a empresa e por isso a instituição já conhece suas expectativas
e desejos, de forma que sua satisfação torna-se um escopo mais tangível.
A chave para a manutenção do cliente está no relacionamento entre
empresa e consumidor. Sabatino (2003, p.73) reforça:
Reter um cliente e relacionar-se com ele por um longo tempo mostra
que a empresa é operacionalmente eficaz e, também, que o
tratamento oferecido a esse cliente é relevante – e esse
relacionamento é o item mais significativo para manter um cliente
sempre por perto.
As organizações que conseguem construir relacionamentos duradouros
com seus clientes têm a oportunidade de lhes oferecer três tipos de benefícios:
benefícios de confiança, benefícios sociais e benefícios relacionados ao
tratamento diferenciado. Gwinner et al (1998) sugerem, portanto, que a
aplicação de abordagens mercadológicas que visam à satisfação e a retenção
de clientes podem ser suportadas por benefícios relativos ao relacionamento e
que estes podem ser considerados elementos inibidores da evasão do
consumidor.
A preocupação das empresas que aplicam o marketing tradicional
centra-se primeiramente na conquista de novos clientes, para num segundo
momento, direcionar-se para a retenção dos clientes já existentes. Gummesson
(2005) destaca que a nova postura mercadológica disseminada pelo marketing
de relacionamento preconiza o consumidor como um recurso escasso do
negócio e que, por isso, os atuais clientes devem ser valorizados e
administrados de maneira diferenciada.
O autor pontua que o foco para a obtenção de novos clientes pode se
tornar um peso para o orçamento da empresa, pois a atração de consumidores
constitui-se em um processo caro. Sob a abordagem do marketing de
relacionamento, a organização precisa enfatizar o estabelecimento, a
manutenção e, em algumas situações, o término do relacionamento com o
cliente. Destas três fases, a que se destaca por exigir maior envolvimento da
empresa no que tange a direcionamento de marketing é a manutenção do
relacionamento com o consumidor.
A lealdade do cliente, todavia, não resulta de algumas ações isoladas da
empresa, mas fundamenta-se como conseqüência de estratégias duradouras
de agregação de valor, confiança e benefícios mútuos. (MADRUGA, 2004). O
autor salienta a diferença da fidelidade e da lealdade, indicando que esta última
representa um estágio superior, tendo em vista que, se o consumidor é leal
subentende-se que o mesmo não está aberto a nem mesmo experimentar
outras marcas.
Gummesson (2005, p.51) ressalta que termos distintos têm sido
apresentados para denominar esta estratégia: “marketing de retenção e
deserção zero enfatizam o relacionamento com consumidores já existentes”. A
segunda denominação parafraseia o que foi concebido pela qualidade como
“defeito zero”. O autor esclarece, todavia, que a deserção zero não significa
que as instituições devam manter seus atuais clientes sem vislumbrar os
custos envolvidos. Caso um consumidor não mais se apresente lucrativo para a
empresa ou não esteja mais interessado na solução oferecida como produto ou
serviço, o término do relacionamento pode ser a opção mais acertada.
O entendimento da necessidade do cliente e do que o mesmo deseja
receber como valor é a premissa do marketing de relacionamento. O
atendimento destas perspectivas, todavia, pode ser um processo complexo
tendo em vista a quantidade de consumidores da empresa. Sob a luz desta
dificuldade, distintas ferramentas tecnológicas e de gerenciamento da
informação são implementadas para facilitar a segmentação mercadológica e o
encantamento destes consumidores.
2.3.5 Customer Relationship Management (CRM)
A compreensão do gerenciamento do relacionamento com o cliente
estabelece-se pela valorização de um marketing endereçado ao banco de
dados armazenado pela empresa. Shaw e Stone (1993) definem marketing
com banco de dados como uma abordagem mercadológica interativa, na qual
utilizam-se canais e meios de comunicação de marketing direcionados
individualmente.
Os autores reforçam que o marketing com banco de dados tem como
escopo não somente a estimulação da demanda, mas também o oferecimento
de uma atenção especial aos clientes mais lucrativos de forma a intensificar o
relacionamento com a empresa e concomitantemente o desenvolvimento de
uma memória organizacional voltada à identificação e à satisfação das
necessidades que representam valor para o consumidor foco.
O database marketing, segundo Kotler e Keller (2006), corresponde ao
processo de construir, manter e utilizar o banco de dados de clientes com o
objetivo de realizar contatos e transações para solidificar o relacionamento com
o público. Os autores definem banco de dados como “um conjunto de dados
abrangentes sobre clientes atuais e potenciais atualizado, acessível, prático e
organizado para fins de marketing”. (KOTLER, KELLER, 2006, p. 160).
O Customer Relationship Marketing (CRM), por sua vez, é um programa
que centra os esforços da instituição na criação e na disponibilização do valor
desejado pelo cliente, por isso, a essência de seu êxito está na assimilação
deste arcabouço por todos os componentes e setores corporativos. Madruga
(2004) destaca que a implementação desta estratégia organizacional depende
do nível de conhecimento da empresa a respeito do cliente.
Neste cenário, o marketing direto ganha cada vez mais espaço, pois tem
o poder de aproximar a empresa do cliente. O CRM (Customer Relationship
Managment), sob esta postura, é indicado como o ferramental para a aplicação
prática do marketing de relacionamento. A eficácia do CRM, contudo, depende
de dois fatores. (GUMMESSON, 2005).
Primeiramente a relevância não pode ser destinada somente à relação
cliente-fornecedor, é preciso enquadrá-la no contexto de relacionamentos da
instituição, o que Gummesson (2005) intitula como megarelacionamentos e
nanorelacionamentos e Peck et al (1999) denominam de seis mercados.
Apesar do CRM estar estreitamente relacionado à tecnologia da
informação, cabe a este equilibrar o relacionamento através da máquina com o
contato entre pessoas. Gummesson (2005) argumenta que o CRM não pode se
restringir somente a Internet, websites e e-mail, pois também está
fundamentado em um lado humano.
Nenhuma tecnologia nova, e menos ainda a Internet, consegue
resolver qualquer problema automaticamente. Os problemas são
resolvidos por pessoas que entendem o novo, têm incentivos para
implementá-lo e recursos para fazê-lo. Só aí é que o arsenal de
técnicas do CRM e dos consultores pode ser efetivo. (GUMMESSON,
2005, p. 54).
O CRM, para o autor, pode esbarrar ainda no entrave da invasão da
privacidade do consumidor, tendo efeito inverso a customização desejada.
Entra neste contexto o marketing de permissão que considera o cliente como
um indivíduo com tempo escasso e, sob esta perspectiva, a empresa deve
pedir permissão ao consumidor para lhe direcionar promoções ou
comunicações específicas.
O autor pondera que este entendimento realiza-se por meio do
marketing de banco de dados. Conforme esta visão, o database marketing
(DBM) figura como um aplicativo que subsidia o CRM.
O DBM auxilia a fundamentar o CRM à medida que proporciona a
identificação dos consumidores potenciais para investimento, levantando dados
demográficos e psicológicos, bem como desejos e nível de satisfação dos
distintos grupos-foco. Além destes dois aspectos, cabe ao DBM manter
atualizadas as informações colhidas, sendo estas renovadas e fortalecidas pelo
incentivo à interação do próprio cliente. A utilização adequada dos dados, por
sua vez, permite um direcionamento mais assertivo para as ações de marketing
de relacionamento e esta perspectiva positiva deve ser corroborada pela retro-
alimentação do sistema. (MADRUGA, 2004).
A trajetória eficaz do CRM está atrelada ao grau de receptividade de
uma comunicação a um determinado grupo de clientes. Churchill e Peter
(2000) enfatizam que os profissionais de marketing precisam veicular uma
mensagem que rompa com a desordem criada pelo turbilhão de informações
disponíveis no cotidiano do público-alvo. Para que esta ruptura se concretize a
mensagem necessita ter relevância para a audiência. Os autores esclarecem
que somente a empresa que segmenta corretamente seus clientes e se
concentra no oferecimento do que é valor para seus consumidores consegue
posicionar-se efetivamente na apreensão da atenção de seu público.
O marketing com banco de dados, sob esta premissa, oferece à
organização informações que possibilitam a identificação do valor para o cliente
e a constatação das prioridades deste em relação ao produto ou serviço. O
CRM, munido dos dados fornecidos pelo DBM, pode proporcionar aos
consumidores um direcionamento segmentado e uma comunicação de
marketing voltada à satisfação dos anseios de cada grupo. O DBM e o CRM
compõem as atribuições que precedem o bom desenvolvimento do marketing
de relacionamento.
Madruga (2004, p. 87) pontua:
O database marketing, como precursor da transformação de dados
em conhecimento dos clientes para a organização, foi um dos
responsáveis pela flexibilização da forma de marketing relacional,
mudando seu foco de venda a distância com pouco conhecimento a
respeito do cliente para o foco de relacionamento a partir de
estratégias integradas.
Kotler e Keller (2006) destacam que geralmente as organizações
aplicam marketing de banco de dados quando visam cinco escopos: identificar
clientes potenciais, decidir quais clientes devem receber uma determinada
oferta, fidelizar um público-alvo, reativar as compras de clientes dissidentes e
evitar falhas graves na prestação do serviço ou na venda do produto para os
consumidores. O CRM apresenta-se como uma ferramenta importante para o
marketing de relacionamento, todavia, alguns entraves precisam ser
reavaliados para que sua eficiência seja efetiva.
Os autores ressaltam que a construção e a manutenção de um banco de
dados exige grande investimento em hardware, software específico, programa
analítico, links de comunicação e em pessoal habilitado para manejar todas
estas informações. Sob esta perspectiva, a empresa precisa estar ciente do
aporte financeiro para implementar um sistema que facilite o relacionamento
entre instituição e cliente.
Além do suporte de capital, a organização também necessita cultivar
uma cultura corporativa que privilegie a orientação voltada para o cliente. Os
funcionários devem saber utilizar corretamente os dados disponibilizados e,
para isso, precisam ser treinados e capacitados para gerenciar as informações.
Kotler e Keller (2006) pontuam ainda que o grupo de clientes para o qual
a instituição se prezará em atender diferencialmente necessita desejar este
atendimento. Sob esta premissa, a segmentação correta, mediante a
identificação do que é valor para o cliente, é fundamental. O que poderia
compor-se numa consolidação de relacionamento pode representar uma
interpretação de invasão de privacidade por parte do consumidor. O
marketing de relacionamento utiliza-se do banco de dados para fomentar uma
maior interação entre empresa e mercados. Esta comunicação intensificada
auxilia na minimização de erros na tomada de decisão. Stone e Woodcock
(2002) defendem que este conjunto de informações disponibilizado pelo banco
de dados precisa ser coerente com o potencial de lucratividade da organização.
Informações inúteis devem ser descartadas e dados relevantes devem ser
constantemente atualizados para que a validade dos mesmos não prescreva.
O uso adequado das informações amealhadas no banco de dados pode
oferecer o diferencial competitivo para a instituição que almeja construir um
relacionamento sólido e duradouro com seus clientes. A utilização deste
conhecimento precisa ser refletida na criação de valor e na comunicação da
oferta de valor para o consumidor.
2.3.6 Customização
A customização não representa a personalização, mas a adequação do
produto, do serviço e da comunicação de marketing aos interesses do público a
que se destinam. Gordon (2001) sintetiza a customização como um processo
que visa disponibilizar e sustentar de forma lucrativa a produção de bens e
serviços conforme a preferência de cada consumidor em relação à forma, ao
tempo, ao lugar e ao preço.
O autor esclarece que a customização em massa tornou-se uma prática
possível em função do declínio dos custos de tecnologia e da flexibilização da
sistematização de negócios. A empresa que pretende adotar o marketing de
relacionamento como estratégia necessariamente precisa conceber o conceito
de customização em massa.
Gordon (2001) enfatiza, porém que existem critérios a serem avaliados
para que a implementação da customização seja uma decisão prudente para a
empresa. Segundo o autor, são cinco as condições prévias que justificam a
customização em massa: necessidades e preferências individuais, reunião de
ofertas únicas, apreciação do cliente, tecnologia e processos adaptáveis,
suporte da cadeia de intermediários e fornecedores.
A observação das necessidades e preferências particulares dos
consumidores proporciona à organização a segmentação dos grupos e a
conseqüente adaptação da comunicação e do produto ou serviço a ser
oferecido para aquele público. A disponibilização de ofertas únicas, por sua
vez, pode ser inviável quando se restringe somente ao aspecto produto,
contudo, o atendimento pode ser diferente e os serviços adjacentes podem
contribuir para fornecer um tratamento direcionado.
A apreciação do cliente em relação ao que é oferecido de forma
customizada pela empresa também deve ser uma premissa, pois se o
consumidor não vislumbra o valor que deseja nas especificações do produto,
serviço ou comunicação veiculada pouco retorno terá a instituição. Além da
percepção do cliente, cabe à organização possuir tecnologia e rotinas
adaptáveis, ou seja, adequadas à flexibilização implícita no conceito de
customização. Esta acomodação depende da maleabilidade suportada pelo
apoio de intermediários e fornecedores.
2.4 Mercados de Fornecedores
Peck et al (1999) estabelecem que o marketing de relacionamento não
se restringe somente a interação entre empresa e consumidor, mas às relações
construídas junto aos seis mercados: mercado consumidor, mercado de
fornecedores e parceiros, mercado interno, mercado de recrutamento, mercado
de referência e mercado de influência. Sob esta premissa, tendo em vista que a
pesquisa se respalda na abordagem dos autores, entende-se que o marketing
de relacionamento constitui-se por um sistema amplo.
Para a compreensão do estudo realizado, contudo, centrou-se a análise
na relação entre cliente e empresa, empresa e funcionário e empresa e
fornecedores, por isso a releitura dos demais mercados compõe-se de forma
mais sucinta. Firma-se necessário destacar que não se despreza a influência
dos demais relacionamentos, mas, para fins de objetividade, o foco é
dimensionado pelo mercado consumidor, pelo mercado interno e pelo mercado
fornecedor.
Os autores destacam que uma mudança significativa pode ser
identificada na atual maneira de gerenciar a cadeia de suprimentos. Há duas
décadas atrás as empresas possuíam uma maior quantidade de fornecedores
e o relacionamento entre estes e a organização era calcado na negociação do
preço. A integração vertical era realizada como forma de manter a
competitividade da instituição.
Peck et al (1999) declaram que atualmente as empresas que buscam a
essência do marketing de relacionamento não mais encaram seus
fornecedores como apenas entregadores de matérias-prima. Para que o
pressuposto relacional seja implementado, a organização precisa estar próxima
de seus fornecedores no que tange a planejamento e estratégia, pois a
redução de custos figura neste cenário como apenas uma das conseqüências.
O manejo assertivo da demanda e a intensificação da flexibilidade são
articulados mediante a construção de parcerias e não apenas pelo reforço de
relações de curto prazo.
Duas vertentes concomitantemente se completam e se contrariam,
gerando o paradoxo sob o qual o marketing de relacionamento precisa
frutificar. Gummesson (2005) ressalta que os relacionamentos entre empresa e
concorrentes necessitam arregimentar de forma saudável o equilíbrio entre
cooperação e concorrência. O autor declara que a colaboração, a
hipercompetição, a privatização e a re-regulamentação constituem-se como
forças avessas que estão sob o julgo da economia de mercado.
Para Gummesson (2005) a crença de uma economia de mercado
respaldada somente na livre competição é fruto de um pensamento ingênuo,
pois nenhuma nação até hoje atingiu o equilíbrio integrado do sistema sem
regulamentações e influências dinâmicas de proteção econômica. A
colaboração e a competição, sob este enfoque, são ao mesmo tempo forças
parelhas que se complementam, mas também que se minimizam.
A formação das redes de empresas que se fundem como grupo para a
cooperação mútua podem também representar o fortalecimento de barreiras à
entrada e ao movimento de novos concorrentes. Senge (2002) com a
prerrogativa da organização que aprende põe em evidência a necessidade do
diálogo entre as organizações, tendo em vista que todas estas unidades fazem
parte de um sistema que se inter-relaciona constantemente.
Gummesson (2005) e Peck et al (1999) reafirmam esta visão ao passo
que defendem a maior relevância dos relacionamentos de longa duração entre
empresas em detrimento do posicionamento da instituição a respeito de seus
concorrentes. Os autores caracterizam a estrutura da realidade da sociedade
do conhecimento como uma construção baseada na competição entre redes e
não na concorrência simples entre corporações.
A concorrência acontece porque um, ou mais elementos, do
emaranhado mercadológico se vê compelido a buscar melhores oportunidades.
Richers (2000) pontua que a rivalidade entre empresas é a conseqüência da
interação de distintos fatores, mas que o compêndio das ações reforça o que é
escopo de toda organização: posição lucrativa de destaque.
Os benefícios advindos da participação da empresa nas redes de
cooperação encaminham muitas instituições a criar programas de
desenvolvimento de fornecedores. Este conjunto de capacitações alocados
para os fornecedores acarreta menores custos, maior representatividade
produtiva, melhor nível de operacionalização, redução de burocracia, troca de
dados importantes e desenvolvimento mútuo da empresa e do fornecedor.
(PECK et al, 1999).
A análise da concorrência, como foi explicitado anteriormente, não pode
mensurar somente a arena de rivalidades. Richers (2000) enfatiza que a
interpretação necessária permeia também a avaliação, sob o ponto de vista
setorial, dos pontos fortes e fracos de cada uma das empresas competitivas.
O autor esclarece que a competição gerada por um mercado baseado
na formação de redes de empresas que se cooperam mutuamente está
enraizada no conceito de agilidade e de sintonia com o ambiente. O arcabouço
corporativo não é a destruição do concorrente, mas a obtenção de um melhor
posicionamento frente ao mesmo.
A competição deve ceder espaço à colaboração quando se concebe
outras empresas como canais intermediários de distribuição e como
fornecedores. A organização fabricante do produto ou do serviço precisa
encarar a finalidade de atingir excelência junto a seus pontos de contato com o
consumidor da mesma forma que prioriza a entrega de valor para o cliente
final. Sob este enfoque, os canais intermediários de distribuição e os
fornecedores compõem o conjunto chave de elementos que pode exaltar ou
depreciar todo o esforço realizado pela instituição fabricante. (GORDON,
2001).
O autor destaca que esta dependência entre empresa e canais de
distribuição e fornecedores se justifica por três razões. Primeiro porque a
batalha pelo cliente final deve ser um objetivo não somente da organização
fabricante, mas um arcabouço das ações também dos canais e dos
fornecedores. Segundo porque os intermediários e os fornecedores podem
agregar valor ao produto e ao serviço, ampliando a oferta de serviços
disponibilizada na solução ao consumidor final. Terceiro porque os grupos de
fornecedores e de canais intermediários podem promover redução nos custos
dos atuais sistemas utilizados pela empresa fabricante. A integração
necessária para que estes benefícios se concretizem está atrelada à
capacidade da organização que fornece o produto ou o serviço de identificar os
objetivos comuns e as divergências, equilibrando os interesses de forma a
suportar um relacionamento lucrativo para todas as partes envolvidas.
A linha teórica do benchmarking sustenta as vantagens da formação das
redes organizacionais. Sob esta vertente, cabe à instituição espelhar-se nos
procedimentos e filosofias de outras empresas do mesmo setor ou não,
objetivando a aprendizagem e o crescimento pela experiência de terceiros.
(RICHERS, 2000, SENGE, 2002).
Os benefícios relativos ao benchmarking mostram-se evidentes quando
a interpretação está focada no aspecto da empresa que adquire o
conhecimento, porém Richers (2000) ressalta que esta prática não somente
privilegia aquele que faz uma releitura do sucesso alheio, mas também aquele
que tem a competência do êxito. O autor delineia o mercado como um cenário
no qual sobrevivem apenas os mais capacitados e competitivos e, para tanto, a
troca de informações entre organizações se apresenta como uma alternativa
para o fortalecimento da construção de redes de colaboração que se auto-
sustentam.
O compartilhamento de conhecimento proporciona o desenvolvimento de
um sistema mais eficiente de negócios. A solidificação das parcerias entre
instituições põe em evidência a necessidade de alavancagem nos fatores
relativos a inovação, melhoria de qualidade e postura competitiva das
empresas.
Peck et al (1999) ressaltam que a preconização do relacionamento entre
organização e fornecedores reflete-se na premissa de formar um clube, sendo
o propósito dos componentes baseado no benchmarking e na intenção de
aprender, uns com os outros, maneiras mais eficazes de lidar com o
consumidor e com as exigências deste. Os autores estabelecem que esta
prática de misturar-se e de associar-se aos fornecedores refuta a lógica da
tradicional competição e a substitui por uma perspectiva calcada na relação
ganha-ganha de parcerias.
O desafio mais significativo para que as empresas se reúnam e se
consolidem em rede está na conquista da confiança entre os parceiros. A
parceria de recursos se torna uma realidade apenas a partir do momento que
há um comprometimento de todos. Peck et al (1999) enfatizam que este
comprometimento não pode ser o apoio a um conceito abstrato e distante da
realidade corporativa, mas deve estar suportado por ações de ordem rotineira
que sustentem a dedicação relativa à colaboração e à parceria.
A cooperação entre empresas é fortalecida perante a construção de um
relacionamento duradouro e lucrativo. Gordon (2001) confere a importância
desta sinergia e detalha esta trajetória em dez estágios para que haja a
consolidação das relações.
A primeira fase representa a necessidade do respeito mútuo, pois as
organizações envolvidas não podem manejar um relacionamento considerando
os parceiros como elementos vulneráveis e inferiores. Cabe, sob esta conduta,
a aceitação das diferenças no que tange a cultura, horizontes de tempo e
modelos de negócios. Priorizado o respeito, faz-se necessária a
implementação e o controle de um processo de desenvolvimento do
relacionamento.
O terceiro estágio sugerido por Gordon (2001) refere-se à concepção
dos canais de distribuição como clientes. Esta percepção dá subsídios para
que se viabilize a quarta fase da construção do relacionamento que é o
entendimento de que, mesmo devendo ser tratado como cliente, o canal de
distribuição é um negócio independente e não uma extensão submissa da
empresa fabricante.
Os entendimentos vislumbrados no terceiro e no quarto estágio tornam o
relacionamento apto a subir um degrau que é a realização do planejamento em
conjunto. Apesar de compreender que o canal de distribuição é um elemento
independente, a empresa também precisa arregimentar a comunhão das
estratégias das organizações envolvidas. Esta interação exige um trabalho em
equipe, com participação de executivos e comprometimento mútuo.
O sexto estágio corrobora os demais ao passo que valoriza a inovação
como um processo conjunto, pautado e implementado pela organização
fabricante, pelos fornecedores e pelos canais de distribuição. O sétimo passo
na construção do relacionamento figura na redução dos custos de reformulação
de todo o sistema, sob o julgo de que todo o participante necessita racionalizar
seus processos para compô-los como fluxo das demais instituições envolvidas.
O oitavo estágio ocorre concomitantemente com o sétimo, pois as empresas
precisam alinhar suas operações conforme orientação para o cliente final e
para o posicionamento mercadológico a que se propõem.
Gordon (2001) institui o nono passo na construção do relacionamento
como a associação do produto ao serviço. A relação entre organização
fabricante e canais intermediários de distribuição, tal como mencionado
anteriormente, pode ser uma oportunidade de diferenciação a medida que os
últimos podem fornecer informações necessárias para a agregação de valor ao
produto e ao serviço, bem como ainda podem ampliar o serviço e oferecer o
valor diferenciado ao cliente final. O autor conclui os estágios com o décimo
passo. Nesta fase o que deve prevalecer é a coerência e o fortalecimento do
relacionamento depende da colaboração mútua das empresas que compõem a
rede.
O gerenciamento da cadeia de suprimentos implica na necessidade de
se implementar um fluxo de processos que se estenda da empresa, como
unidade, para as organizações fornecedoras, também como unidades
justapostas. Esta corrente de informações deve se apresentar em mão dupla
através da consolidação do relacionamento entre a empresa e os fornecedores.
A estratégia corporativa da cadeia de suprimentos deve estar enquadrada e
adequada a estratégia da empresa, pois, por meio desta integração, a
conversa e a sinergia das realidades das organizações se efetivam. (PECK et
al, 1999).
2.5 Mercado de Clientes Internos
.A construção de um relacionamento duradouro com os fornecedores e
com os canais de distribuição intermediários entrelaça-se à necessidade da
instituição nutrir também boas relações com seus funcionários e contribuintes
diretos. Peck et al (1999) defendem que a atenção corporativa ao manejo do
mercado interno proporciona à empresa uma arma estratégica para atingir alto
nível de qualidade e, conseqüentemente, aumentar a satisfação do
consumidor.
Os autores definem marketing interno como uma concepção calcada na
criação, no desenvolvimento e na manutenção de uma cultura orientada ao
serviço interno, focada no alcance dos objetivos organizacionais. A cultura de
excelência no serviço interno oferece um benéfico impacto na performance dos
empregados da empresa no que tange ao oferecimento de valor para o cliente.
O êxito do marketing de relacionamento depende desta cultura de orientação
ao consumidor, pois é mediante esta que o funcionário da corporação primará
por disponibilizar o melhor desempenho em suas tarefas.
O entendimento da relevância do marketing interno se concretiza ao
passo que se observa o quanto o comportamento e as atitudes dos
empregados impactam no relacionamento entre organização e clientes
externos. A fidelidade do consumidor à empresa depende da proximidade
psicológica e física estabelecida pelo funcionário junto ao público externo. As
capacitações exigidas dos clientes internos e a aplicação da filosofia calcada
no valor do consumidor são responsáveis pela percepção positiva da
organização por parte do cliente.
O estreitamento do relacionamento entre organização e quadro funcional
afeta diretamente a cadeia de relacionamentos entre empresa e mercado
externo. Distintos estudos corroboram a ligação existente entre satisfação do
empregado e satisfação do cliente. A qualidade oferecida no serviço depende
da dedicação do funcionário à premissa de gerar o valor desejado pelo
consumidor. Peck et al (1999, p. 314) postulam que “a satisfação dos
empregados no mercado interno é, então, um pré-requisito para a satisfação do
consumidor no mercado externo”.
Selnes e Hansen (2001) identificam que o auto-serviço pode ser
aplicado quando se tratar de tarefas de fácil execução, contudo, em casos que
exijam maior atenção na resolução de problemas, é mais prudente para a
instituição focar o atendimento personalizado, com presença e participação
efetiva de funcionário responsável. Os autores revelam que, na avaliação do
atendimento, a percepção de satisfação do cliente externo está enraizada na
compreensão e no manejo da solução pelo empregado da empresa.
O aperfeiçoamento do serviço e o direcionamento à criação do valor
considerado pelo consumidor podem ser frutos das idéias provenientes dos
funcionários que ocupam os cargos mais modestos da hierarquia da empresa.
Furlong (1994) reforça que a proximidade destes empregados com o público
lhes proporciona maior discernimento acerca do que é qualidade e do que será
sinônimo de satisfação para o cliente externo.
O conceito de mercado interno está intrincado ao prisma do
endomarketing. Grönroos (1995, p. 277) pontua:
O endomarketing começa com a noção de que os empregados
constituem o primeiro mercado interno para as organizações. Se os
bens, os serviços, e as campanhas de comunicação externas não
conseguirem ser vendidos ao grupo-alvo interno, o marketing
tampouco será bem sucedido junto aos clientes finais externos.
O autor destaca que o endomarketing apóia-se na estratégia de
gerenciamento, sob o julgo da qual, a direção é dimensionada pelo
desenvolvimento nos empregados de uma consciência acerca do cliente. Para
que esta perspectiva seja efetivamente implementada a orientação à criação e
ao oferecimento do valor desejado pelo consumidor devem compor um
gerenciamento holístico das funções organizacionais. Faz-se necessário neste
cenário o alcance de dois escopos: assegurar que todos os funcionários da
empresa vivenciem a essência do negócio e as conjunturas ambientais
envolvidas; atingir o comprometimento dos empregados para que os mesmos
atuem voltados à manutenção e ao aprimoramento dos serviços.
Para Grönroos (1995) os empregados são elementos determinantes
para o sucesso do marketing de relacionamento junto aos clientes externos. O
autor reforça que as habilidades, a orientação para o consumidor e a
concepção de serviço dos funcionários, correspondem a fatores que dirigem a
preferência e a percepção que o cliente final tem a respeito da empresa.
O marketing de relacionamento, tal como já foi explicitado anteriormente,
não se constitui por ações isoladas do departamento de marketing de uma
instituição, mas pelo desejo de toda a organização em gerar valor para o
cliente. Madruga (2004) reforça que o recurso mais importante é o conjunto de
pessoas. Esta premissa, portanto, implica na aplicação de estratégias vitais
como a capacitação técnica e comportamental destes elementos. “A resposta
está na criação de uma nova visão de que as pessoas trabalham não em áreas
compartimentadas, mas em funções e processos que tangenciam e são
interdependentes”. (MADRUGA, 2004, p. 149).
O relacionamento entre empresa e funcionário afeta o relacionamento
entre empresa e público externo, pois são os empregados que representam a
instituição perante a oferta de um serviço ou de um produto para o consumidor.
A organização não assume um conceito subjetivo, mas a aparência, o
comportamento e a figura do funcionário. Grönroos (1995) enfatiza que, em
função desta posição de destaque, cabe à instituição gerenciar as atitudes e a
comunicação para que o empregado se mostre capacitado a manejar a
responsabilidade que lhe convém.
O gerenciamento das atitudes refere-se à consolidação de uma
orientação ávida por disponibilizar o melhor serviço em nome da empresa, de
forma a colocar o funcionário como elemento consciente e comprometido com
o resultado de seu trabalho. Esta compreensão e comprometimento não devem
ocorrer somente porque o mesmo deseja manter o emprego, mas também
porque este deve sentir-se motivado por fazer parte da solução desejada pelo
cliente. (GRÖNROOS, 1995).
O gerenciamento da comunicação, por sua vez, depende do fluxo de
informações estabelecido na empresa, pois é por meio dos dados repassados
adequadamente à força de vendas, ao pessoal de apoio e à gerência, que se
viabiliza a sinalização positiva ou negativa de uma diretriz estratégica. Sob esta
perspectiva, cabe aos funcionários o entendimento de que todos os processos
internos são ao mesmo tempo clientes e fornecedores dos demais setores da
empresa.
Os escopos prioritários do relacionamento com o mercado interno são a
atração e a retenção de bons empregados, bem como a certificação de que
estes funcionários atinjam um nível de motivação que os oriente para o cliente
e para um desempenho consciente dos serviços. (GRÖNROOS, 1995). Esta
prerrogativa, contudo, não pode ser uma regra somente aplicada aos
empregados que realizam tarefas de contato com o cliente, mas deve se
estender a todos os âmbitos organizacionais.
Gummesson (2005) corrobora este direcionamento. O autor esclarece
que na dinâmica atual de competitividade a empresa precisa reforçar na mente
do empregado que todos os membros corporativos se encaixam em dois
segmentos: profissionais de marketing em tempo integral, aqueles que estão
diretamente ligados ao resultado comercial, e profissionais de marketing de
meio período, aqueles que estão nos bastidores, mas que também são
fundamentais para o resultado. Esta compreensão possibilita à instituição
estreitar relações com todos os grupos e focá-los para o alcance do valor.
As responsabilidades descritas como atribuições dos empregados
dependem, todavia, do relacionamento construído entre instituição e quadro
funcional. Shneider e Bowen (apud Peck et al, 1999) constataram que quando
os funcionários se identificam com as normas e os valores da empresa estão
menos propensos a deixar a organização e os consumidores, por sua vez,
apresentam-se mais satisfeitos com os serviços prestados.
A redução na rotatividade dos empregados proporciona a disseminação
mais eficaz da essência do marketing de relacionamento, pois os membros
organizacionais se mostram mais familiarizados e aptos a repassar a
orientação ao cliente às futuras gerações de funcionários. Sob este enfoque,
observa-se a dependência entre a satisfação do cliente interno e a satisfação
do cliente externo. “A filosofia básica é que se a administração quer que os
empregados façam um bom trabalho junto aos consumidores então necessita
estar preparada para fazer um bom trabalho com os empregados”. (PECK et
al, 1999, p.315).
A melhoria da qualidade do relacionamento entre empresa e cliente
externo está intrinsecamente conectada ao aprimoramento da qualidade do
relacionamento entre empresa e funcionários, portanto o manejo do mercado
externo depende do gerenciamento do capital intelectual da instituição.
(PARASURAMAN et al, 1988). Os autores ressaltam que a administração
assertiva do grupo de clientes externos é uma conseqüência da construção de
uma relação sólida com os empregados.
A perspectiva relacional entre organização e funcionários pode ser
implementada conforme questões e pontos investigados mediante pesquisa
junto aos clientes internos. Da mesma maneira que a empresa precisa
conhecer as preferências e o que é valor para o consumidor, também necessita
ter conhecimento do que é importante para seus funcionários. (PECK et al,
1999).
Os autores enfatizam que a aplicação de um marketing orientado
também para o público interno depende de uma estrutura que priorize a
formação de times multidisciplinares, atuantes em um ambiente que respalde a
constante aprendizagem para que se atinja objetivos mercadológicos. O
aperfeiçoamento da comunicação e da rede de relacionamentos dentro da
instituição firma-se como prerrogativa para que esta realidade se efetive.
A resposta mais rápida e eficaz ao que almeja o cliente depende de uma
equipe de trabalho bem informada e com autonomia para tomar decisões.
Furlong (1994) esclarece que a tomada de decisão imediata condiciona a uma
percepção de qualidade mais sólida na concepção do cliente externo em
relação à empresa. A espera por até um mês para receber a resposta a
respeito de um entrave ocorrido junto a instituição pode comprometer o
relacionamento construído ao longo de um significativo período de tempo.
Sob a luz desta autonomia, a organização precisa entender os
funcionários como valiosas fontes de informações acerca dos consumidores e
imbuí-los a falar e revelar o conhecimento prático que vivenciam no
atendimento que prestam. O poder de assumir responsabilidades, porém, nem
sempre é encarado positivamente. O empregado tem que identificar os
benefícios desta conduta e um exemplo de atitude voltada à satisfação do
cliente deve ser elogiada e divulgada dentro da instituição. A autora sustenta
que os funcionários precisam realizar suas tarefas não porque estas são
imposições da administração, mas porque vislumbram as necessidades dos
clientes finais. (FURLONG, 1994).
Bowen e Lawler (1992) argumentam que empregados detentores de
autonomia tendem a ser mais motivados e satisfeitos com o trabalho,
ocasionando como reação a satisfação e a retenção também dos clientes
externos. Os autores ressaltam, contudo, que a concretização positiva desta
autonomia requer por parte da empresa investimento em recrutamento e
treinamento.
2.6 Mercado de Recrutamento
A perspectiva de um mercado interno fundamentado no relacionamento
depende de um programa de recrutamento e de identificação de perfis de
candidatos adequados à cultura organizacional. McDonald et al (2001)
argumentam que, com a finalidade de atrair e manter funcionários qualificados,
as instituições precisam realizar um marketing focado no recrutamento deste
capital intelectual.
Os autores ressaltam que o compartilhamento dos valores da empresa é
um critério necessário na avaliação do enquadramento de um empregado, pois
a premissa de orientação para o serviço e para o valor do consumidor deve
permear toda a empresa. Este cenário precisa estar respaldado por um clima
organizacional que viabilize o comprometimento do funcionário e, ao mesmo
tempo, conscientize-o de sua importância como elemento responsável pela
vantagem competitiva da instituição.
O planejamento de uma prática de recrutamento firma-se essencial para
que a instituição atinja a excelência, principalmente se o escopo for calcado no
desenvolvimento de uma cultura e de um estilo assertivos de direção
organizacional. A atração e a retenção de empregados capacitados e
sintonizados com a perspectiva cultural da instituição dependem da imagem
que a empresa reflete no mercado. A adoção de uma estratégia de
recrutamento clara é uma das determinações que tornam possível o marketing
de relacionamento e a conseqüente formação de uma reputação privilegiada de
empregador. (PECK et al, 1999).
Os autores destacam que os custos relacionados à rotatividade dos
funcionários são representativos no orçamento de uma empresa, tendo em
vista que englobam, dentre outros gastos, valores investidos em publicidade de
convocação de candidatos, bem como tempo dispensado por gerentes para
entrevistas e avaliação de currículos. Custos diversos ainda precisam ser
considerados quando um candidato é recrutado, pois este precisa de
treinamento para se adequar às necessidades da função que exercerá.
Somando-se a estes gastos, cabe também a análise do custo de oportunidade
porque geralmente uma contratação recente tende, devido ao período de
adaptação, a produzir menos ou com menor eficiência do que os empregados
antigos.
O peso do conhecimento e da capacidade adquirido com o capital
humano de uma organização sobrepuja outros tipos de recursos, como os
fatores financeiros. McDonald et al (2001) enfatizam que em algumas
empresas, onde há falta de indivíduos de alto calibre, a própria instituição
incentiva os atuais funcionários a recomendar possíveis candidatos. Esta ação
posiciona positivamente a corporação, pois projeta no seu quadro funcional a
consciência de adequação aos valores e competências essenciais.
A busca de talentos dentro da instituição proporciona ainda o sentimento
de reconhecimento por parte do empregado que se vê valorizado como
profissional e como componente da equipe. Além da identificação de possíveis
candidatos dentro da própria empresa, os empregados podem representar uma
importante fonte de referência. Estas duas estratégias são positivas porque
podem reduzir os custos relativos à aquisição de novos membros.
(MCDONALD et al, 2001, PECK et al, 1999).
Peck et al (1999) reforçam que freqüentemente as instituições
desmerecem a importância de relacionar-se adequadamente com os
representantes dos canais de recrutamento. Os autores ressaltam que a
vantagem competitiva da empresa pode ser comprometida em função desta
negligência, pois além destes relacionamentos acarretarem um capital
intelectual valioso para a organização, também podem apresenta-se como
elementos do mercado de referência pela propaganda boca a boca da
instituição.
Construir relacionamentos com indivíduos que sejam adequados
para assumir posições é também importante para o desenvolvimento
de uma abordagem relacional para o recrutamento. Todos os
candidatos são potencialmente consumidores e, seja qual for o
resultado de sua aplicação, a abordagem profissional para recrutar
pode assegurar que o requisitante ao cargo saia com uma boa
impressão da companhia. (PECK et al, 1999).
Os autores preconizam que as empresas necessitam ter critérios para
determinar a qualidade de candidatos que se encaixam no perfil das funções
organizacionais e que os profissionais responsáveis por esta seleção
correspondem a valiosas fontes de informação. O desafio maior é embutir no
funcionário recém contratado a cultura de orientação ao cliente, com ênfase no
alcance dos objetivos da empresa. Sob esta premissa, avalia-se que todo
candidato é potencialmente um consumidor e, portanto, também um elemento
do mercado de referência.
2.7 Mercado de Referência
O manejo adequado do mercado de referência impacta diretamente no
crescimento das vendas do produto ou do serviço disponibilizado pela
empresa. De acordo com Peck et al (1999) existem duas categorias de
mercado de referência: consumidores atuais e não consumidores.
Os autores denominam como defensores o grupo de indivíduos que
recomenda ativamente a instituição a terceiros, de forma a fazer o marketing
pela própria organização. O pré-requisito fundamental para que um cliente se
engaje nesta perspectiva é entender-se completamente satisfeito com o
produto ou o serviço oferecido como solução.
A despeito da importância deste grupo, poucas instituições apresentam
um programa formal que potencialize o uso deste âmbito do mercado de
referência. Apesar de compreender e dimensionar o poder dos defensores para
atrair possíveis clientes, a maioria das empresas não prospecta atividades de
marketing relativas à manutenção deste relacionamento. Peck et al (1999)
enfatizam que algumas instituições, como a Body Shop, sabem aproveitar esta
corrente de recomendação, pois canalizam seus recursos para a construção de
uma relação sólida com seus defensores, com a mídia e com os demais grupos
do mercado de influência.
A base de consumidores a ser desenvolvida corresponde à subcategoria
de clientes que já fazem parte da carteira da empresa, todavia, precisam ser
motivados e conduzidos para tornarem-se defensores. A referência advinda
deste grupo constitui-se em uma das mais importantes sob o prisma
corporativo, pois a instituição pode ainda usufruir o acesso efetivo às
informações acerca dos clientes e do que é valor para os mesmos. Kotler e
Armstrong (1993) destacam que os consumidores representam a fonte mais
legítima de dados, principalmente os clientes pessoais, pois os clientes
organizacionais são representados por um comprador e este pode referendar
conforme sua percepção e não pelo prisma da empresa para a qual trabalha.
Além do conjunto de clientes existentes, também faz parte do mercado
de referência o grupo de indivíduos que não são consumidores dos produtos ou
usuários dos serviços da corporação. Esta referência pode ser aplicada
informalmente em virtude de uma boa experiência obtida no uso da solução
disponibilizada pela empresa.A satisfação proveniente desta transação causa
uma boa impressão e incentiva o comentário positivo acerca da organização
que ofereceu adequadamente a mercadoria ou o serviço. (PECK et al, 1999).
Os autores subdividem a categoria de referência de não consumidores
em: referência genérica, referência recíproca, referência incentivada e
referência pessoal. A referência genérica ocorre quando se obtém a geração
de negócios para a instituição como resultado e se subdivide em quatro
subgrupos: referência profissional, referência por especialidade, referência
específica e referência substituta ou complementar.
A referência profissional é o tipo de recomendação que parte de um
profissional em relação aos serviços de outro profissional. A referência por
especialidade ocorre quando organizações são solicitadas a fornecer
informações sobre empresas pertencentes a setores distintos, como por
exemplo a recomendação de um consultor por uma universidade. A referência
específica constitui-se quando um indivíduo recomenda de forma incisiva a
utilização de um determinado serviço ou produto. A recomendação substituta
ou complementar ocorre quando uma instituição, na impossibilidade de atender
ao cliente em função de uma demanda acima da média, referencia outra
organização concorrente. (PECK et al, 1999).
Os tipos de referências listados anteriormente encaixam-se nas
referências genéricas, os autores destacam também a referência recíproca
como uma alternativa às empresas de serviço que almejam oferecer soluções
de excelência. Esta categoria é representada, como a própria denominação
indica, por partes que recebem benefícios mútuos com as recomendações. Sob
a abrangência deste sistema de referência, a dependência entre as empresas
para a eficácia dos negócios compõe-se como um elemento fundamental para
que a reciprocidade seja ressaltada.
A troca de recomendações, segundo os autores, precisa ser
documentada adequadamente para que se estabeleça o equilíbrio das
vantagens decorrentes do relacionamento. Este controle deve ser manejado
visando dois propósitos: encorajar mais recomendações da empresa em
relação à outra organização e, ao mesmo tempo, avaliar o quanto de retorno as
recomendações alheias potencializam o negócio. A administração eficaz deste
fluxo assegura os benefícios da reciprocidade.
O terceiro grupo do mercado de referência integra-se conforme as
recomendações provenientes de incentivo. Peck et al (1999) argumentam que
há distintos caminhos que levam a este tipo de referência.
A dependência entre empresas fomenta o estímulo à recomendação
formal, pois o acréscimo de negociações acarreta mais lucratividade e,
portanto, o incentivo pode representar um investimento necessário. Da mesma
forma, na troca de referências quando há um déficit entre uma organização e
outra, o estímulo, seja ele financeiro ou de benefícios, firma-se relevante.
A referência mediante incentivo apresenta, contudo, um pormenor: o
respeito ao código de ética de cada setor. Os autores destacam que os
sistemas de recomendações que incorporam motivações financeiras devem
manter-se cientes e trilhar os limites impostos pelas regras e normas éticas de
cada segmento. Os preceitos éticos são elementos que também devem ser
dimensionados pelo mercado de influência.
2.8 Mercado de Influência
O mercado de influência constitui-se como o grupo mais abrangente e
diversificado de todos os mercados e tem respaldo na teoria das relações
públicas no que se refere ao conceito de stakeholders. Peck et al (1999)
distinguem, contudo, as duas vertentes ao passo que enfatizam o foco do
mercado de influência na aplicação aos grupos constituintes de técnicas de
segmentação, posicionamento e de desenvolvimento estratégico de marketing.
Os autores destacam que a concepção dos seis mercados prevê que, para o
enriquecimento do relacionamento com o mercado de influência, cabe à
empresa delimitar planos específicos para atingir este público.
A distinção entre a política de stakeholders e a perspectiva do mercado
de influência é que a primeira concebe os grupos como estruturados e
conectados à empresa de uma maneira formal, já o conceito de mercado de
influência entende-os como grupos constituintes, porém nem sempre ligados à
organização formalmente. Os diferentes componentes do mercado de
influência apresentam variações no nível de importância, conforme os distintos
períodos de tempo.
Os grupos que compõem o mercado de influência são distintos e
respeitam o segmento que se enquadra a instituição. (MCDONALD et al, 2001).
Peck et al (1999) defende, todavia, que há quatro grupos de interesse que são
comuns à maioria das empresas: mercado de influência investidor, mercado de
influência ambiental, mercado de influência competidor, mercado de influência
político e regulador.
Sob o julgo do mercado de influência investidor, os analistas financeiros
representam os elementos mais relevantes, pois os acionistas valorizam o
impacto da interpretação destes sobre o valor da organização. O mercado de
influência ambiental por sua vez corresponde aos grupos que fiscalizam o
comportamento das instituições em relação ao meio ambiente. Este mercado
produz severas críticas não somente às empresas poluentes, mas também
àquelas que causam maus tratos aos animais e que utilizam exacerbadamente
recursos escassos.
O mercado competidor entra no contexto ao passo que a organização
precisa estabelecer um nível de relacionamento com seus concorrentes, pois a
negligência em relação aos grupos competidores pode ocasionar uma
deterioração do próprio segmento, como a guerra de preços. O mercado de
influência político e regulador apresenta também significativa importância, pois
é mediante o relacionamento com os órgãos governamentais nacionais,
regionais e municipais que a empresa consegue posicionar-se para o
crescimento. (PECK et al, 1999).
As organizações que seguem a premissa do marketing de
relacionamento precisam identificar os grupos de influência mais relevantes no
momento, de forma a favorecer a implantação de ações assertivas para atingi-
los.
As empresas têm uma tendência a ver as relações com o público
como uma atividade separada do marketing convencional. Mas sob a
abordagem do marketing de relacionamento, o mercado de influência
– que é essencialmente relações públicas (RP) – é um componente
integral do processo de construção de um relacionamento.
(MCDONALD et al, 2001, p.90).
Os autores reforçam que o mercado de influência como um todo deve
ser bem trabalhado pela organização, pois o gerenciamento adequado dos
grupos que o compõem é o que permite à instituição minimizar o impacto
negativo e maximizar a tendência positiva da opinião pública.
2.9 Os 30 Rs de Gummesson e os Seis Mercados de Peck et al
Os 30 tipos de relacionamento listados por Gummesson (2005) podem
ser enquadrados na abordagem dos seis mercados de Peck et al (1999). A
seguir o Quadro 2.1 relaciona os tipos de relacionamento categorizados por
Gummesson (2005) com as perspectivas dos seis mercados de Peck et al
(1999).
Peck et al (1999) Gummesson (2005)
Mercado Consumidor
R1 – Duo clássico: fornecedor e cliente.
R2 – Trio: Consumidor – fornecedor – competidor.
R5 – Interação entre os clientes e os prestadores de
serviço (atendimento).
R6 – Consumidor multifacetado e fornecedor
multifacetado.
R8- Prerrogativa da proximidade ou da distância entre os
sujeitos da relação.
R9- Interação com o cliente insatisfeito.
R11– O consumidor como membro.
R12 – Relacionamento eletrônico.
R13 – Relações com marcas e objetos.
R16 – Relacionamento baseado na lei.
R18– Disposição para recomendação.
R23 – Relacionamento através mídia de massa.
Mercado de Clientes Internos
R4 – Relações via profissionais de marketing.
R24 – Centros de lucro que emergem novos tipos de
relacionamento.
R25 – Relacionamento com o consumidor interno.
R26 – Relação entre gerenciamento de operações e
marketing.
R27- Comunicação entre gestores e funcionários.
R28 – Relação entre gerenciamento de produtos e
vendas.
R30– Relacionamento com os proprietários.
Mercado de Fornecedores
R3 – Relacionamento com os canais de distribuição.
R7– Relação entre fornecedor e o cliente do cliente.
R8- Prerrogativa da proximidade ou da distância entre os
sujeitos da relação.
R9- Interação com o cliente insatisfeito.
R10 – Relação com o monopólio.
R20- Quantidade de fornecedores ou profissionais-chave.
R21 – Relacionamento baseado no conhecimento.
Mercado de Recrutamento
R8- Prerrogativa da proximidade ou da distância entre os
sujeitos da relação.
R18 – Redes sociais e pessoais.
R21 – Relacionamento baseado no conhecimento.
Mercado de Influência
R14 – Relacionamento não comercial.
R15 – Relacionamento verde.
R17 – Rede criminal.
R19 – Megamarketing.
R22 – Megaalianças.
Mercado de Referência
R2 – Trio: Consumidor – fornecedor – competidor.
R9 – Relação com o cliente insatisfetio.
R11 – O consumidor como membro.
R18 – Redes sociais e pessoais.
Quadro 2.1: Os 30 Relacionamento de Gummesson (2005) enquadrados nos seis mercados de
Peck et al (1999).
Fonte: Gummesson (2005) e de Peck et al (1999).
Sob o filtro da pesquisa, privilegiaram-se as perspectivas associadas
prioritariamente ao mercado interno, ao mercado de consumidores e ao
mercado de fornecedores que somavam para o alcance dos escopos
propostos.
A correlação das teorias propostas justapõe os relacionamentos 5, 8, 9,
11 e 18 de Gummesson (2005) no mercado de consumidores de Peck et al
(1999). Na seqüência são discriminadas as particularidades que proporcionam
esta composição para o referido estudo.
O relacionamento 5 de Gummesson (2005) corresponde à interação
entre consumidor e prestadores de serviço. O autor consolida a importância do
marketing de relacionamento como orientação corporativa ao passo que
estabelece a necessidade de todos os integrantes organizacionais atuarem
voltados à criação de valor para o cliente. Dentro desta concepção, a totalidade
dos funcionários da empresa precisa assumir o papel de profissional de
marketing.
Os empregados que lidam diretamente com o público são intitulados
pelo autor como profissionais de marketing em tempo integral e os funcionários
que prestam suporte à operacionalização da empresa são denominados como
profissionais de marketing de meio período. Estas duas categorias reforçam a
importância do relacionamento da instituição com o mercado de clientes
externos de Peck et al (1999).
Os autores argumentam que a tomada de decisão de cada nível da
organização deve focar o oferecimento da satisfação e da qualidade almejadas
pelo consumidor. A prerrogativa da orientação ao serviço e do intenso e
duradouro contato com o cliente estabelece a conexão entre as teorias
referentes à congratulação do marketing de relacionamento.
O relacionamento 8 de Gummesson (2005) refere-se à relação próxima
ou distante entre empresa e consumidor. O autor considera que o
conhecimento mais fidedigno do que deseja o cliente é fruto da interação
efetiva deste com os funcionários da organização. Sob esta visão, a pesquisa
de mercado funciona como uma ferramenta complementar.
A pesquisa de mercado, juntamente com o uso de técnicas
aprovadas, é um suplemento do conhecimento que vem naturalmente
por meio da relação com o consumidor, da interação e da reflexão
ativa, mas não é a fonte inicial do conhecimento de marketing.
(GUMMESSON, 2005, p.95).
Gummesson (2005) pontua que o relacionamento distante se constitui
indireto e impessoal, enquanto o relacionamento próximo é direto e pessoal.
Quanto mais distante for a relação entre a organização e o cliente maior será a
propensão a equívocos. O autor defende que mesmo as operações efetuadas
em larga escala possibilitam um contato próximo entre funcionários da linha de
frente e clientes.
O entendimento acerca do que é valor para o consumidor é possível
mediante o contato regular com este, de forma que se possa criar uma
percepção sobre o que pensa o cliente e conjeturar a respeito de suas
observações. A segmentação do mercado externo defendida por Peck et al
(1999) consolida-se pela classificação de Gummesson (2005) tendo em vista
que a correta subdivisão avaliativa do mercado externo precisa basear-se no
conhecimento e na proximidade com o cliente.
O R8 se enquadra concomitantemente no mercado de clientes externos
e no mercado de fornecedores de Peck et al (1999). Esta segunda abordagem
se justifica ao passo que, para manter a orientação ao cliente, o quadro de
fornecedores deve ser encarado como uma comunhão de parceria, sob o
critério de qualidade e não de quantidade.
O nono relacionamento de Gummesson (2005) corresponde à relação
necessária entre a empresa e o cliente insatisfeito. O autor pondera que o
restabelecimento do valor para o consumidor depende do gerenciamento do
conflito causado pela falha na prestação do serviço ou na disponibilização do
produto.
A restauração da confiança do cliente não é uma tarefa simples, pois
muitas vezes os profissionais da linha de frente não detêm o poder de
solucionar o entrave, portanto, cabe ao sistema organizacional uma
reestruturação hierárquica que torne viável a autonomia dos funcionários. O
manejo adequado das reclamações de clientes insatisfeitos auxilia na política
de retenção de clientes, aspecto amplamente defendido por Peck et al (1999)
como fundamento do relacionamento da organização com o mercado de
consumidores.
O R9 também tem conexão com o mercado de fornecedores de Peck et
al (1999). A consideração avaliativa de uma situação que resultou na
insatisfação do cliente final também deve partir de uma reflexão engajada ao
fornecedor, pois muitas vezes o que originou a insatisfação foi um gargalo da
empresa parceira.
A lealdade do cliente é salientada sob a perspectiva do décimo primeiro
relacionamento listado por Gummesson (2005), o consumidor como membro. A
caracterização do cliente como membro ou sócio é aplicada com a finalidade
de reter e estabelecer relações de longa duração com os consumidores. O
autor pondera, porém, que a validade deste tipo de relacionamento é
minimizado à medida que se torna facilmente passível de cópia por outras
companhias.
O décimo oitavo relacionamento da lista de Gummesson (2005)
corresponde às redes pessoais e sociais. Estas redes geralmente não têm
origem no âmbito dos negócios, por isso o autor denomina-as como
megarelacionamentos, pois podem ser provenientes das interações realizadas
com a família, com mentores, com o círculo religioso, com amigos, dentre
outros.
O R18 se enquadra no mercado de clientes externos de Peck et al
(1999) porque os consumidores podem procurar a convivência com uma
instituição, mediante distintos incentivos e motivações. Este relacionamento
também é passível de conexão com o mercado de referência, todavia, como o
foco do estudo não dimensiona esta abordagem, optou-se pela supressão
desta reflexão.
Sob este contexto, o R18 ainda pode ser avaliado perante o mercado de
clientes internos. Neste enfoque os funcionários se sobressaem como peças
que se inter-relacionam mediante interações que transcendem o prisma
profissional.
O terceiro relacionamento de Gummesson (2005) refere-se à rede
clássica dos canais de distribuição. O autor pontua que estes elementos
interconectados distribuem mais do que apenas bens “mas também serviços,
informações, pessoas e outros organismos vivos” (GUMMESSON, 2005, p. 66).
As distintas partes que fazem parte do sistema de negociação se
apresentam como compradores e vendedores, com exceção do consumidor
final. O R3, portanto, está inserido no mercado de fornecedores de Peck et al
(1999), pois estabelece a ligação direta entre empresas. A conjugação
necessária para a concretização da parceria depende do nível de confiança e
de comprometimento das partes envolvidas.
O sétimo relacionamento capitulado por Gummesson (2005) refere-se à
relação com o cliente do cliente. Considera-se relevante o R7 porque muitas
vezes o fornecedor tem que focar o que é valor para o consumidor final e, sob
esta perspectiva, o intermediário, ou seja a empresa que é diretamente cliente,
pode interpretar o programa de ações como uma ameaça ao seu próprio poder.
O mercado de fornecedores de Peck et al (1999) assume este
relacionamento 7 ao passo que vislumbra a necessidade de se estabelecer
uma relação duradoura com o cliente direto e com o cliente indireto. O
equilíbrio das forças corporativas deve sobrepor-se a possíveis batalhas por
interesses unilaterais.
Sob a premissa do equilíbrio, sobressai-se o R10 de Gummesson (2005)
também como componente do mercado de fornecedores de Peck et al (1999).
O relacionamento com o monopólio subentende uma assimetria de poder,
situação esta que contempla controle ilimitado a uma das partes.
Considerando-se o prisma da pesquisa, esta relação enquadra-se no mercado
fornecedor, pois em um cenário de inclinações distintas, a empresa que detiver
maior poder de barganha em função da inexistência ou da escassez de
concorrentes poderá assumir uma conduta que beneficie somente suas
próprias metas.
O R20 de Gummesson (2005) trata das alianças entre organizações. A
palavra-chave deste relacionamento é colaboração e por isso também se
encaixa no mercado fornecedor de Peck et al (1999). As conjecturas entre
instituições que cooperam entre si dimensionam o valor da formação de blocos,
sob o julgo dos quais os direcionamentos corporativos são remanejados e
reestruturados para que as empresas formadoras se beneficiem do arranjo.
O vigésimo primeiro relacionamento de Gummesson (2005) é a relação
baseada no conhecimento. O autor destaca que “o conhecimento pode unir ou
dividir”, por isso o R21 se enquadra no mercado de fornecedores de Peck et al
(1999). A manutenção de uma relação sólida com os fornecedores impulsiona
o profissionalismo das operações, contudo, a comunicação baseada no
conhecimento ultrapassado pode minar a estabilidade do relacionamento entre
as organizações.
Além de contemplar elementos dos mercados de consumidores e de
fornecedores, os relacionamentos listados por Gummesson (2005) também se
referem ao mercado interno. Sumarizam-se à análise como relações do
mercado de clientes internos os relacionamentos 4, 27 e 30.
O R4 de Gummesson (2005) trata do relacionamento entre os
profissionais de marketing em tempo integral e os profissionais de marketing de
meio período, bem como da interação destas categorias com o consumidor
final. O autor concebe os dois grupos de funcionários como elementos que se
complementam e, por isso, precisam trabalhar afinados com a prerrogativa
organizacional do marketing de relacionamento.
A compreensão dos empregados a respeito do papel a ser
desempenhado por cada unidade firma-se fundamental para que a orientação
ao cliente seja efetivada. Desta maneira o discriminado por Gummesson (2005)
enquadra-se no mercado interno de Peck et al (1999), tendo em vista que para
estes autores a autonomia dos setores e a flexibilidade corporativa são
características resultantes de uma política de relacionamento não somente
entre empresa e cliente externo, mas também entre departamentos da mesma
corporação.
O R27 se destaca pela avaliação das relações entre empresa e
empregados. Gummesson (2005) pondera que este tipo de relacionamento
constitui-se como fruto da aplicação do marketing interno.
O marketing interno nasceu do marketing de serviços. Seu propósito
era fazer com que o quadro de funcionários – que tem
relacionamentos interativos com clientes externos – controlasse de
forma melhor e com mais independência o encontro de serviço. É
essencial que o pessoal de contato esteja bem informado sobre os
oferecimentos da companhia, mas também que entenda a missão de
negócios, as metas, as estratégias e os processos organizacionais. É
igualmente importante que a equipe de apoio esteja informada, a fim
de estar apta a lidar com os relacionamentos internos dos clientes.
(GUMMESSON, 2005, p.196).
A realização de um marketing interno, calcado no fortalecimento dos
laços entre instituição e funcionários, projeta-se como um dos elementos do
mercado interno de Peck et al (1999), pois prevê a construção e a manutenção
de uma linguagem organizacional voltada também aos anseios do cliente
interno. O impacto do marketing interno sobre o comportamento dos
empregados reflete-se sobre o grau de fidelidade dos consumidores, pois
funcionários que primam pela qualidade e pela orientação ao cliente externo
oferecem à empresa o diferencial competitivo da retenção de uma carteira de
clientes lucrativa.
Todo o empreendimento que visa o marketing de relacionamento
necessariamente deve pressupor a relação entre proprietário, administração e
marketing. Sob este enfoque, o R30 de Gummesson (2005) vislumbra os pré-
requisitos para a concepção de um relacionamento de longa duração com
clientes externos, fornecedores, concorrentes e outros elementos.
A ótica da pesquisa focou o relacionamento de empresas privadas
comandadas pelos seus principais proprietários, ou muitas vezes pelo
comando familiar, contudo, firma-se relevante frisar que o R30 de Gummesson
(2005) engloba ainda as relações com investidores e financiadores do negócio.
O autor enfatiza que o engajamento dos empreendedores para a
operacionalização da empresa torna-se um estilo de vida e apresenta-se como
um comportamento típico dos proprietários de pequenas empresas.
A relação sugerida por Gummesson (2005) refere-se à interação dos
proprietários com o marketing da instituição. Sob a luz desta consideração, o
R30 encontra-se inserido no mercado interno de Peck et al (1999), tendo em
vista que prioriza a comunicação e a congruência entre duas forças
organizacionais que apresentam peso para o alcance da competitividade da
empresa: o proprietário ou investidor, detentor do capital, e o marketing, mola
mestra para a alavancagem do relacionamento conceitual e empírico.
2.10 Contextualização dos Serviços de Entretenimento - Videolocação
Esta pesquisa norteou-se pela análise do entretenimento focado no
serviço de videolocação, setor que sofre influência direta do desenvolvimento
tecnológico e, por isso, tem sua evolução atrelada às transformações relativas
ao progresso eletrônico.
O segmento de filmes para locação começou a tomar força na década
de 70, nos Estados Unidos. Neste período a empresa Sony lançou o primeiro
formato doméstico denominado Betamax, que se apresentava como uma fita
de meia polegada e qualidade superior ao que era disponibilizado ao público na
época. Concomitantemente, a Matsushita, depois transformada em Panasonic,
e a JVC inseriram no mercado um outro modelo no formato de meia polegada
que veio a tornar-se mais popular: o VHS ou fita de vídeo. Neste padrão
surgiram em 1978 as primeiras fitas com filmes nos Estados Unidos, gravadas
pela empresa Magnetron e licenciadas pela CBS/Fox. (ARAÚJO, 2000).
A década de 80 marcou o aquecimento do mercado mundial de vídeo.
Nos Estados Unidos todos os principais estúdios passaram a lançar filmes em
vídeo e no Brasil surgiram os primeiros videoclubes. Nesta época as primeiras
distribuidoras de vídeo iniciaram operação no território nacional e o mercado de
videolocação brasileiro começou a desenvolver-se. Nos Estados Unidos
surgiram já neste período os filmes para venda direta ao consumidor, a
categoria intitulada sell-thru. (ARAÚJO, 2000).
Sob o julgo da inovação, a área de informática buscou a partir da década
de 90 projetar os primeiros modelos de compact disc com imagens. Neste
período foi arregimentado um consórcio entre empresas japonesas e
americanas com o escopo de desenvolver o DVD, disco de vídeo digital. Em
1997 passaram a ser comercializados aparelhos de DVD nos EUA. No ano
seguinte, a Flashstar insere no mercado nacional o primeiro filme neste
formato. (ARAÚJO, 2000).
O autor destaca que o DVD apresenta distintas vantagens em relação ao
formato VHS. Enquanto o primeiro pode ser gravado de ambos os lados e com
resolução de até 600 linhas, o que lhe confere qualidade superior, a fita permite
gravação unilateral e com resolução de imagem de apenas 280 linhas. A
durabilidade do software no que se trata do DVD mostra-se
preponderantemente mais acentuada do que a da fita, pois esta se desgasta
com o tempo e o disco possibilita infinitas reproduções, sem causar desgaste.
(VIEIRA, 2002).
Apesar das discrepâncias de benefícios do DVD em relação à fita VHS,
o advento do compact disc não foi capaz de minimizar o entrave maior do setor
: a pirataria. A concepção inicial no momento do lançamento do DVD
preconizou a regionalização dos títulos, de forma que se um filme fosse
comprado nos EUA somente seria passível de assisti-lo em território norte-
americano. A evolução da informática, todavia, driblou esta regionalização com
a disponibilização de programas que realizam o destravamento. O DVD que
veio como uma alternativa ao combate à pirataria, passou então a ser um
fomento para a mesma. (ARAÚJO, 2000; VIEIRA, 2002).
O Sindicato das Empresas Videolocadoras do Distrito Federal enfatizam
que o faturamento das lojas do ramo foi reduzido em 40% no primeiro semestre
de 2006, em relação ao mesmo período de 2005, devido ao avanço da
pirataria. Esta diferença se deve ao fato de que um filme falsificado pode ser
vendido ilegalmente por R$10,00, enquanto as locadoras precisam
desembolsar entre R$100,00 e R$130,00 pelo mesmo título original.
(NAVARRO, 2006).
O segmento de videolocação projetou uma adesão de aproximadamente
70% do público até 2003 para a mídia do DVD. Há que se destacar, contudo,
que o filme no formato de DVD, nos primeiros anos de existência, constituiu-se
também como uma forma das locadoras obterem mais lucro com os títulos,
pois as distribuidoras o comercializavam no preço de sell-thru, enquanto as
mídias em VHS eram vendidas a preços cheios, denotando uma diferença de
50% no valor pago pelos filmes. A possibilidade de a locadora adquirir mais
títulos em DVD, em função do preço reduzido, também conferia à empresa
maior competitividade e expressão junto ao público. (ANDRADE, 2000).
A popularização do DVD, todavia, fez com que as distribuidoras de
filmes passassem a adotar o mesmo esquema de preços aplicado às mídias
VHS. De acordo com esta política, os filmes que no momento do lançamento
em DVD também são disponibilizados nas lojas para venda direta ao
consumidor, os denominados sell-thru, são comercializados por metade do
preço dos títulos vendidos com uma janela de tempo para as locadoras, os
filmes denominados rental.
Sob estes aspectos, a disseminação do DVD apresentou-se como mais
um passo da evolução das mídias, contudo, não se consolidou como uma
alternativa definitiva para a ruptura do sistema da pirataria, nem para o
aumento concreto da competitividade do segmento. Novos formatos como o
HD-DVD e o Blue Ray prometem revolucionar o mercado de videolocação,
oferecendo maior fôlego ao setor por meio da renovação tecnológica, todavia,
as transformações na informática apresentam-se mais como paliativos do que
como soluções pontuais.
A utilização da tecnologia embasada no conceito de valor para o
consumidor respalda ações como a realizada na região do Recife, capital de
Pernambuco. A implementação de uma locadora virtual que compila um
conjunto de distintas locadoras afiliadas na região, oferecendo ao locatário a
oportunidade de alugar filmes pela Internet e com o conforto de receber em
casa e ter o filme retirado também em domicílio. (TOLEDO, 2001).
Por ser um setor calcado no serviço, as tendências mercadológicas
impulsionam para um trabalho forjado na qualidade do atendimento e na
orientação para o cliente. (SANDOVAL, 2006). Lovelock e Wright (2006)
enfatizam que as empresas focadas na oferta de serviço precisam manejar
com eficiência os oito componentes da administração integrada de serviços:
elementos do produto, lugar e tempo, promoção e educação, preço e custos do
serviço, processo, bilateralidade da produtividade e da qualidade, as pessoas e
a evidência física.
Segundo os autores, a valorização dos elementos do produto
corresponde a seleção adequada das características da mercadoria ou do
serviço essencial, bem como do conjunto de elementos secundários que
formam a totalidade da oferta da empresa. Sob esta perspectiva, o serviço de
videolocação vê-se imbuído a destacar os benefícios relativos aos aspectos
suplementares do negócio: capacitação do atendimento, quantidade e
variedade de títulos e relacionamento entre organização e cliente.
Os filmes podem ser considerados produtos padrão, tendo em vista que
não há diferenciação entre as cópias disponibilizadas por uma locadora ou
outra. A ausência de distinção no produto impulsiona à necessidade de se
vislumbrar ações relevantes quanto ao pacote de serviços agregados.
Os elementos relativos aos serviços agregados, assim como os
referentes à mercadoria, precisam estar enquadrados assertivamente no lugar
e no tempo. A avaliação da entrega do serviço envolve a análise das decisões
que abrangem o lugar onde vai ser disponibilizado e sob qual tempo a
instituição se propõe a fazê-lo. Os serviços que abrangem o negócio de
videolocação devem ser suplementos que visem a diferenciação da empresa e,
para tanto, o lugar e o tempo precisam ser dimensionados pelos preceitos da
orientação ao que é valor para o cliente. (LOVELOCK, WRIGHT, 2006).
Os autores argumentam que a entrega do serviço, por sua vez, exige
interação entre organização e público, por isso a construção de um fluxo de
processos eficazes é fundamental. A seqüência das operações realizadas na
rotina do aluguel de filmes transcende o conceito de produtividade,
extrapolando seus limites para enfatizar a produtividade e a qualidade como
aliadas.
Da mesma forma que a criação do serviço depende do vetor
produtividade e qualidade, também recebe influência dos funcionários que
executam as estratégias e as ações da companhia. A empresa não pode ser
encarada como um fenômeno aleatório, mas como um emaranhado de
pessoas que participa e também é responsável pelas conseqüências do
sistema. Sob esta premissa, os empregados da organização são os elementos
mais evidentes que podem ajudar a formar o conceito de qualidade na
percepção do consumidor.
A sinergia necessária entre usuário do serviço e empresa necessita ser
monitorada pelo programa de promoção e educação. Tal como sugere o
marketing de relacionamento, faz-se necessária a integração de todos os
meandros organizacionais para que a essência da oferta de valor ao cliente
seja uma premissa de todos os envolvidos e não somente dos empregados da
linha de frente. Os profissionais de marketing de tempo integral e os
profissionais de marketing de meio-período precisam estar em sintonia com o
escopo corporativo, de forma a mostrar ao consumidor o comprometimento
para a qualidade. (GUMMESSON, 2005).
A evidência física e o preço aplicado ao serviço também são reguladores
do pacote de atributos disponibilizado pela empresa. A aparência do serviço é
descrita primeiramente pelo aspecto concreto do que é apresentado, ou seja,
pelas condições das instalações, do quadro funcional e das demais indicações
visuais. Soma-se a esta prerrogativa, o quanto o consumidor tem que
desembolsar para usufruir o serviço. O contra-peso entre custo e benefício
deve pender para as vantagens que o cliente terá pela utilização do pacote
oferecido pela organização. (LOVELOCK, WRIGHT, 2006).
Sandoval (2006) mostra que distintas locadoras de filmes estão
investindo em reestruturações físicas do estabelecimento com o objetivo de
oferecer ao consumidor maior comodidade e praticidade. O layout das lojas foi
modificado para atrair uma parcela maior de usuários, bem como para fidelizar
a atual carteira de clientes.
Frente ao dimensionado, observa-se que o setor de videolocação passa
por uma fase crítica, pois precisa adequar-se concomitantemente à evolução
tecnológica, ao desafio da pirataria e ao reduzido nível de barreiras à entrada
de novos estabelecimentos. A saturação do setor inviabiliza ações de
cooperação entre concorrentes, portanto, estratégias de marketing de
relacionamento podem representar uma alternativa para a retomada da
competitividade.
3. METODOLOGIA
A metodologia se fundamenta como o caminho do pensamento atrelado
à prática exercida na abordagem da realidade, conforme Minayo et al (1994).
Segundo esta concepção, o método se apresenta como a essência da teoria.
Os autores pontuam que a metodologia abrange os conceitos, o conjunto de
técnicas e a possibilidade criativa do investigador.
A metodologia selecionada foi o que proporcionou o desenvolvimento da
pesquisa, pois são os procedimentos científicos que atribuem valor e
credibilidade aos resultados encontrados. A evolução do estudo ocorreu
mediante o planejamento do mesmo. Gil (p. 21, 1996) define planejamento
como “o processo sistematizado, mediante o qual se pode conferir maior
eficiência à investigação para em determinado prazo alcançar o conjunto de
metas estabelecidas”.
A presente pesquisa mostrou-se sob o prisma social, pois se refere ao
entendimento das interações humanas. Minayo et al (1994) ressaltam que há
grande embate entre a possibilidade de cientificidade nas ciências sociais e
nas ciências naturais. Os autores proclamam, contudo, que os defensores da
exclusividade científica para as ciências naturais, desconsideram que a
cientificidade não pode ser entendida apenas como sinônimo de modelos e
normas a serem seguidos, mas como uma idéia reguladora, pertinente à alta
abstração.
Frente ao abordado, argumenta-se que o tratamento dos temas sociais
não pode ser viabilizado conforme os preceitos e os direcionamentos científicos
produzidos em um dado momento histórico para o exame das ciências
naturais. O trabalho com os dados da pesquisa social seguiu a relatividade do
processo de conhecimento, portanto, não se objetivou estudar o âmbito
humano com a mesma regra de cientificidade construída no passado para a
área das ciências naturais, mas sim mediante um novo olhar.
A concepção de ciência social se encaixou no preceito de que a
cientificidade não é mais algo acabado, definitivo, mas que clama por
aperfeiçoamentos e reconstruções. O conhecimento científico, que até a
Renascença era encarado como uma verdade absoluta, uma generalização
calcada somente em prerrogativas metódicas e sistemáticas, abriu espaço para
um conhecimento que não tem a posse de verdades imutáveis, mas que
constantemente dinamiza-se com a realidade. (CERVO, BERVIAN, 2002).
A necessidade de adequação do rigor científico às particularidades das
ciências sociais, todavia, não é justificativa para o abandono do escopo
fundamental de verificabilidade da veracidade dos fatos. Gil (1999) ressalta que
muitos pensadores manifestaram, no passado, o anseio de institucionalizar um
método padrão que pudesse ser aplicável a todos os ramos do conhecimento.
O autor, enfatiza, contudo, que atualmente cientistas e filósofos defendem a
existência de uma diversidade de métodos, conforme os distintos objetos de
estudo e as diferentes proposições de pesquisa.
Frente ao mencionado, encontram-se discriminadas nesta etapa a
classificação da natureza da pesquisa, a classificação quanto aos fins e meios
do estudo, a explicitação dos métodos utilizados para a coleta dos dados, bem
como a forma utilizada para analisar os resultados obtidos.
3.1 PROCEDIMENTOS DA PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa classifica-se quanto a sua natureza, como qualitativa e
quantitativa. Firma-se relevante destacar que a abordagem do estudo deve
obedecer sobretudo à configuração do problema, de maneira a adequar o
sistema de coleta e análise dos dados à resposta ao mesmo. (RICHARDSON,
1999).
A opção pelo cunho quantitativo se justifica porque para aproximar-se da
precisão dos resultados, de forma a evitar vieses de interpretação, foram
aplicados dois modelos de questionário: um à força de vendas das seis lojas da
amostra e outro a 67 clientes externos de cada uma das videolocadoras.
O questionário respondido pelos funcionários das lojas contou com 15
perguntas fechadas. O questionário aplicado aos clientes externos compôs-se
de 19 questões fechadas. Os dados coletados a partir destes receberam
análise estatística, conforme o programa Sphinx Plus.
Malhotra (2006) denota que o escopo da pesquisa quantitativa é
quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra para a população-
alvo, por isso optou-se pela aplicação de questionário a todos os funcionários
das lojas componentes da amostra e de uma parcela da carteira de clientes
das mesmas.
A abordagem qualitativa também foi contemplada na pesquisa, pois foi
necessário o alcance de um entendimento qualitativo dos motivos e dos
estímulos subjacentes aos dados coletados. A pesquisa qualitativa busca
identificar a presença ou a ausência de algo e a pesquisa quantitativa procura
mensurar o quanto algo está presente. (MATTAR, 1993).
Richardson (1999) defende que a pesquisa qualitativa crítica enfatiza a
validade das informações coletadas, ou seja, preocupa-se com a autenticidade
dos dados fornecidos pelos entrevistados, sem contudo, impor julgamento
sobre o processo. As entrevistas em profundidade realizadas com os gestores
das videolocadoras e com os fornecedores de filmes foram planejadas
mediante reflexão prévia. O autor institui que a abordagem qualitativa possui
distintas possibilidades de orientações e estas são frutos da crítica social.
A comunhão entre pesquisa qualitativa e quantitativa se mostra positiva,
tendo em vista que proporciona a complementaridade das abordagens. Alia-se,
sob este aspecto, a representatividade da pesquisa quantitativa e a validade
interna da profundidade imbuída pela pesquisa qualitativa.
A abordagem quantitativa, que antes era recomendada como a única
alternativa capaz de suportar o cientificismo, atualmente alia-se a análise
qualitativa para respaldar um resultado mais apropriado à dimensão social. As
ciências sociais envolvem o estudo do homem como objeto e, por isso,
permitem a concatenação das abordagens científicas, proporcionando a
complementaridade das duas vertentes.
... embora existam diferenças ideológicas profundas, podem-se
identificar três instâncias de integração entre ambos os métodos: no
planejamento da pesquisa, na coleta de dados e na análise da
informação. (RICHARDSON, 1999, p. 88).
A pesquisa qualitativa privilegia o aprofundamento da compreensão do
contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa busca quantificar os
dados e, geralmente, aplica alguma análise estatística aos mesmos. Malhotra
(2006) pontua determinadas distinções entre as duas abordagens.
A pesquisa qualitativa tem como escopo alcançar um entendimento
qualitativo das razões e motivações subjacentes e a abordagem quantitativa
centra-se na quantificação dos dados e na generalização de resultados. A
amostra da pesquisa qualitativa é reduzida, enquanto a quantitativa tem como
amostra um grande número de casos representativos. A abordagem qualitativa
apresenta uma coleta de dados não estruturada, ao contrário da forma
estruturada da pesquisa quantitativa. A análise dos dados também difere. A
abordagem qualitativa realiza a avaliação não estatística, enquanto a
quantitativa apresenta a análise estatística. Os resultados da pesquisa
qualitativa procuram desenvolver uma compreensão inicial, enquanto os
resultados da pesquisa quantitativa enfatizam a recomendação de uma linha de
ação. (MALHOTRA, 2006).
A pesquisa se enquadra na classificação qualitativa e quantitativa, pois
fez uso das duas abordagens. Os dados primários foram coletados por
entrevistas e pela aplicação de questionários.
O estudo classifica-se quanto aos fins como exploratório e descritivo,
pois foi necessário um aprofundamento no conhecimento do tema por meio de
um levantamento bibliográfico. Segundo Marconi e Lakatos (1999, p. 73) “a
pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre
certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou
abordagem, chegando a conclusões inovadoras”.
A pesquisa exploratória tem como escopo proporcionar maior
familiaridade com o problema, de forma a explicitá-lo ou a construir hipóteses,
desta forma o estudo utilizou a consulta bibliográfica e a realização de
entrevistas com indivíduos que tiveram experiências práticas com o problema
analisado: os gestores das lojas e os fornecedores de filmes. (GIL, 1996).
A pesquisa também se enquadra como descritiva. Mattar (1993)
argumenta que a pesquisa descritiva tem como arcabouço expor o fenômeno
em estudo. O levantamento das opiniões de uma determinada população, tal
como foi feito mediante aplicação de questionário à força de vendas e aos
clientes externos, bem como perante as entrevistas aos gestores das
videolocadoras e aos fornecedores, caracterizou o cunho descritivo da análise.
Lakatos e Marconi (1999, p.22) enfatizam que este tipo de estudo aborda
quatro aspectos “descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos
atuais, objetivando seu funcionamento no presente”.
Além de descritiva e exploratória esta pesquisa também é um estudo de
multicasos, pois tem um segmento como foco de análise, mediante a avaliação
da realidade de distintos exemplares. Segundo Yin (2005), esta abordagem
apóia-se na investigação da prática.
Um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um
fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida real,
especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não
estão claramente definidos. (YIN, p. 32, 2005).
A forma como são obtidos os dados primários da pesquisa também são
relevantes para o alcance dos objetivos. O estudo foi realizado através da
comunicação com o detentor dos dados – com os atendentes e com os clientes
externos, por meio de questionário, e com os gestores e fornecedores, através
de entrevista.
Firma-se importante destacar que a pesquisa também se consolidou por
meio da observação direta. A observação direta, conforme Mattar (1993, p. 82),
“consiste na obtenção dos dados sem que haja a comunicação com o
pesquisado, mas através da observação de seus atos, comportamentos e
fatos”. O estudo foi ocasional, pois resultou em análises do instantâneo do
fenômeno.
A pesquisa compôs-se pela análise do segmento de serviço de
videolocação, sendo focado no estudo de multicasos.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
O universo da pesquisa compôs-se por todas as videolocadoras da
cidade de Florianópolis e a amostra por julgamento correspondeu às seis lojas
que apresentaram maior homogeneidade de acordo com os critérios de:
compra média mensal, média de locações mensal, número de cadastros, preço
do aluguel do filme lançamento, número de funcionários e recomendação dos
representantes das mídias. Mattar (1993, p.276) argumenta:
A idéia básica de amostragem está em que a coleta de dados em
alguns elementos da população e sua análise podem proporcionar
relevantes informações de toda a população. A amostragem está
intimamente relacionada com a essência do processo de pesquisa
descritiva por levantamentos: pesquisar apenas uma parte da
população para inferir conhecimento para o todo, ao invés de efetuar
um senso.
A amostra foi construída por etapas. O primeiro passo se consolidou
pelo julgamento de três representantes de filmes. Ao trio foi solicitado que
indicasse, conforme sua experiência junto à venda de mídias para as
videolocadoras, dez estabelecimentos que representassem o compromisso
acerca do relacionamento com o cliente. Por meio do cruzamento dos dados,
chegou-se a oito videolocadoras que compunham a lista de pelo menos dois
dos representantes.
A próxima fase da construção da amostra consistiu de uma entrevista
preliminar com os gestores das oito videolocadoras listadas. De acordo com as
informações obtidas, restringiu-se a seis a quantidade de empresas foco do
estudo.
Destaca-se ainda que a observação direta da pesquisadora no que se
refere ao atendimento prestado pelos atendentes das oito empresas culminou
como forma complementar de seleção das seis videolocadoras da amostra. A
videolocadora 7 não entrou na amostra porque em contato anterior havia
concordado em dispor as informações da empresa para a realização do
trabalho, todavia, no momento da pesquisa mudou de idéia e não autorizou o
fornecimento de informações. A videolocadora 8 não foi computada, pois o
proprietário não autorizou o fornecimento de informações, o que inviabilizou a
análise de sua empresa para a composição da amostra.
Locadora Cadastros Preço
Lançamento
R$
Compra
Média Mensal
R$
Locações
Média Mensal
Funcionários
1 12.000 6,00 7.000,00 3.500 4
2 4.000 4,50 5.000,00 3.500 2
3 3.600 4.50 15.000,00 5.000 3
4 2.900 4.90 4.000,00 3.000 2
5 1.100 4.90 2.500,00 1.200 2
6 2.200 4,5 3.500,00 1.900 0
7 Não
autorizado
Não autorizado Não
autorizado
Não autorizado Não autorizado
8 Recusa Recusa Recusa Recusa Recusa
Tabela 3.1: Informações para composição da amostra de videolocadoras.
Fonte: Dados primários, coletados no período de 02 de abril a 15 de maio de 2007.
A amostra não-probabilística intencional ou por julgamento ocorre
quando os elementos da amostra são selecionados mediante um critério de
julgamento do pesquisador. (SAMARA, BARROS, 2002). Os clientes externos
que compuseram a amostra de análise enquadraram-se na pesquisa conforme
categoria de acesso por trânsito, sendo esta coleta de dados realizada
diretamente pela pesquisadora no estabelecimento comercial em questão. Esta
etapa do processo ocorreu no período de 01 a 20 de junho de 2007.
O tamanho da amostra de clientes externos seguiu a premissa da
população infinita, o que denota a necessidade de 400 respondentes, divididos
em 67 clientes para cada uma seis videolocadoras, totalizando-se em 402
respondentes.
3.3 VARIÁVEIS DA PESQUISA
A pesquisa trabalhou com as variáveis percepção dos gestores e dos
fornecedores sobre o relacionamento entre os dois grupos, percepção dos
clientes e dos gestores sobre o relacionamento empresa e cliente, percepção
dos funcionários e gestores sobre o relacionamento entre empresa e cliente
interno. Os relacionamentos entre empresa e cliente, entre empresa e
fornecedores e entre empresa e funcionários figuram como variáveis
dependentes e as percepções dos gestores, dos fornecedores e dos
funcionários compõem as variáveis independentes. Segundo Richardson
(1999), as variáveis dependentes correspondem àquelas que são afetadas por
outras variáveis e estas variáveis que afetam as variáveis dependentes são
denominadas independentes.
3.4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
O tratamento dos dados na pesquisa considerou as videolocadoras de
rede como apenas uma conta, ou seja, na composição da amostra, uma rede
com mais de uma loja, correspondeu a somente uma loja modelo, conforme
indicação do gestor geral da respectiva rede. A escolha dos elementos para a
amostra por julgamento depende da experiência, da criatividade e do
discernimento do pesquisador para que a seleção seja representativa acerca
da realidade da população-alvo. (MALHOTRA, 2006).
Foram utilizados, conforme mencionados anteriormente, dois
instrumentos de coleta de dados: questionário e entrevista. Os questionários
aplicados à força de vendas e aos clientes externos classificaram-se como
estruturados, pois seguiram uma seqüência lógica de perguntas, e não-
disfarçados porque os respondentes estavam cientes do objetivo da pesquisa.
(SAMARA, BARROS, 2002). Os modelos de questionários aplicados aos
clientes e à força de vendas encontram-se respectivamente no item apêndice A
e apêndice B.
A utilização do método de comunicação estruturado e não disfarçado
apresenta determinadas vantagens para a realização do estudo.
As maiores vantagens da utilização de instrumentos estruturados não
disfarçados estão na simplicidade de sua aplicação e na facilidade
que proporciona para a tabulação, análise e interpretação. Quando o
instrumento foi bem construído e devidamente testado, os
respondentes não terão dificuldades em respondê-lo, e poucas
orientações serão suficientes para instruí-los sobre como devem
proceder para respondê-lo. (MATTAR, 1993, p. 170).
O questionário consiste em um instrumento de coleta de dados bastante
utilizado por proporcionar uma redução na disposição do tempo gasto em
relação à entrevista, além de ser uma técnica que facilita o alcance de um
maior número de pessoas. Enquanto Marconi e Lakatos (1999) defendem que
o questionário deve ser respondido sem a presença do entrevistador, Cervo e
Bervian (2002) acreditam que o questionário pode ser aplicado por elementos
competentes e capacitados, ou até mesmo, pelo próprio pesquisador. Os
autores argumentam que o questionário deve ter natureza impessoal para
viabilizar a uniformidade na avaliação das distintas situações e conferir ao
respondente confiança e anonimato, indispensáveis para a coleta de dados
reais.
Os dados relativos aos questionários foram analisados mediante a
utilização do software Sphinx Plus, sendo realizada a correlação das variáveis
e a posterior interpretação das mesmas inter-relacionando-as com a análise
das entrevistas aplicadas com os gestores.
Ressalta-se que se usou o método de coleta de dados semi estruturado
e não disfarçado para a aplicação das entrevistas. Estes direcionamentos
proporcionaram liberdade aos entrevistados, permitindo-lhes expressar
livremente suas opiniões, experiências e intenções. Foram efetivadas
entrevistas em profundidade com os seis gestores das lojas da amostra e com
03 fornecedores de filmes do segmento.
A entrevista não se constitui como uma simples conversa, destacam
Cervo e Bervian (2002). Este instrumento de coleta de dados corresponde a
um diálogo orientado por um escopo definido. Os autores relatam que a
entrevista tornou-se, nos últimos anos, um instrumento largamente utilizado
pelas ciências sociais e psicológicas.
As entrevistas efetivadas na presente pesquisa seguiram um roteiro
semi-estruturado. Esta etapa foi realizada no período de 01 a 30 de junho. As
entrevistas realizadas foram gravadas, posteriormente transcritas na íntegra e,
em seguida, o conteúdo das mesmas foi analisado. As transcrições encontram-
se no item Apêndice G.
Vergara (2005), pontua que a análise de conteúdo é uma técnica
utilizada para o tratamento de dados que tem como finalidade identificar o que
está sendo declarado a respeito de determinado tema. Optou-se pela categoria
de análise de grade mista e de cunho interpretativista.
Estabelecido o modelo de questionário a ser aplicado para os clientes
internos, aplicou-se o mesmo a dez funcionários de videolocadoras como pré-
teste, no período de 01 a 30 de maio. Este procedimento suscitou a
necessidade de se alterar o vocabulário de seis questões para facilitar o
entendimento dos respondentes. Houve ainda a adequação das alternativas de
seis perguntas, conforme relatório do pré-teste apresentado no Apêndice D. O
questionário final foi aplicado aos doze clientes internos da amostra no período
de 05 a 30 de junho. O relatório do pré-teste realizado encontra-se no Anexo B.
O modelo preliminar do questionário a ser aplicado junto aos clientes
externos também foi testado, no período de 9 a 21 de maio, a 21 clientes de
videolocadoras. Este pré-teste indicou que havia necessidade de se reformular
cinco perguntas, conforme relatório do pré-teste apresentado no Apêndice B.
Com a reformulação concluída, foram implementados efetivamente os
questionários aos clientes externos das lojas participantes da amostra do
estudo no período de 01 a 30 de junho. Após a realização das alterações
necessárias, foram aplicados os questionários.
A conclusão da coleta de dados remete a necessidade posterior de
ações de elaboração e classificação sistemática dos mesmos. Lakatos e
Marconi (1999) ressaltam que, antes da análise e interpretação, cabe ao
pesquisador tratar os dados seguindo três passos: seleção, codificação e
tabulação.
A seleção constitui-se pelo exame criterioso dos dados. As informações
coletadas devem ser submetidas a uma avaliação crítica, para que se detecte
possíveis falhas ou erros, evitando dados confusos ou informações distorcidas
e incompletas, que podem comprometer o escopo da pesquisa. A grande
quantidade ou a escassez de dados coletados pode ser apontada pela seleção,
favorecendo a correção da trajetória do estudo e colocando-o apto á etapa de
codificação.
A codificação é a técnica operacional aplicada para fomentar a
categorização dos dados que se inter-relacionam. Mediante este conjunto de
ações, os dados são transformados em símbolos, proporcionando o
tabelamento e a contagem dos mesmos. Marconi e Lakatos (p. 36, 1999)
subdividem a codificação em duas partes:
... 1. classificação dos dados, agrupando-os sob determinadas
categorias; 2. atribuição de um código, número ou letra, tendo cada
um deles um significado. Codificar quer dizer transformar o que é
qualitativo em quantitativo, não só a tabulação dos dados, mas
também sua comunicação.
Após a codificação, ocorre a disposição dos dados em tabelas,
favorecendo a análise das relações existentes. Os autores destacam que esta
etapa fundamenta-se como parte do processo técnico de verificação estatística,
que possibilita sintetizar os dados de observação coletados por meio das
diferentes categorias e representá-los em forma de gráficos.
As respostas dos questionários tanto dos clientes externos, quanto dos
clientes internos receberam análise quantitativa e foram trabalhados no
programa Sphinx Plus e no software Excel. Para a correlação das variáveis
utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson (TOLEDO e OVALLE, 1985)
como instrumento estatístico. Segundo os autores, este coeficiente mensura a
correlação entre duas variáveis aleatórias, sob a luz do qual os resultados
podem ser de -1 a +1. O primeiro indica a disparidade total e o segundo indica
a afinidade total.
Optou-se por correlacionar a percepção de cada subgrupo, clientes de
cada videolocadora, com a percepção do total da amostra. Esta conduta pôde
demonstrar a homogeneidade da amostra e ao mesmo tempo a evidência das
particularidades de cada instituição. Realizou-se também a correlação entre o
que percebem os gestores em relação ao que percebem os funcionários e o
que percebem os gestores em relação ao que percebem os fornecedores.
Esta pesquisa, seguindo as premissas metodológicas, classifica-se,
portanto, como qualitativa e quantitativa, dimensionando-se pela perspectiva
exploratória e descritiva. Os dados secundários foram coletados de revistas
científicas, de publicações relacionadas ao segmento de serviço, de livros e de
sítios organizacionais e de pesquisa. Os dados primários foram capturados
através de entrevistas em profundidade, aplicação de questionários e
observação.
As informações coletadas por entrevistas foram avaliadas conforme a
análise de conteúdo do que foi discriminado, mediante a percepção de cada
entrevistado. Os dados relativos ao resultado dos questionários foram
submetidos à análise de variáveis direcionada pelo programa Sphinx.
O desmembramento dos processos realizados visa garantir a
cientificidade do que foi implementado, contudo, cabe também às normas, às
regras e aos padrões, estabelecer um norte de viabilização para a pesquisa. As
classificações propostas auxiliaram o estudo a atingir o seu arcabouço,
propondo abordagens-foco para o desenvolvimento empírico.
3.5 MODELO TEÓRICO
As perspectivas teóricas dos seis mercados de Peck et al (1999) foram
comparadas aos 30Rs de Gummesson (2005), de forma que determinados
tipos de relacionamentos foram assimilados como interações referentes aos
mercados discriminados do segmento foco do estudo.
Peck et al (1999) Gummesson (2005)
Mercado Consumidor
R5- Interação entre os clientes e os
prestadores de serviço (atendimento).
R8- Prerrogativa da proximidade ou da
distância entre os sujeitos da relação.
R9- Interação com o cliente insatisfeito.
R11– O consumidor como membro.
R18– Disposição para recomendação.
Mercado de Clientes Internos
R4– Atendimento.
R27- Comunicação entre gestores e
funcionários.
R30– Relacionamento com os proprietários.
Mercado de Fornecedores
R8- Prerrogativa da proximidade ou da
distância entre os sujeitos da relação.
R9- Interação com o cliente insatisfeito.
R7– Relação entre fornecedor e o cliente do
cliente.
R10 – Relação com o monopólio.
R20- Quantidade de fornecedores ou
profissionais-chave.
R21 – Relacionamento baseado no
conhecimento.
Quadro 3.1: Os Relacionamentos por Gummesson (2005) e Peck et al (1999), segundo
enquadramento da pesquisa.
Fonte: Gummesson (2005) e de Peck et al (1999).
A tônica teórica juntou-se ao traçado prático à medida que o trabalho
propôs-se a identificar as ações de marketing de relacionamento
implementadas pelas empresas do segmento de serviços de videolocação da
Grande Florianópolis para os mercados de clientes externos, clientes internos e
de fornecedores.
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Esta seção contempla: caracterização das empresas foco do estudo,
bem como seus comandos de decisão; os cruzamentos dos resultados
referentes à fidelidade; as ações aplicadas para a retenção dos clientes; a
avaliação do atendimento e o pacote de serviços oferecido pela instituição.
A exposição e a análise são segmentadas por empresa, portanto,
primeiramente discernem-se os aspectos referentes a cada instituição e, num
segundo momento, retrata-se o resultado considerando-se a amostra total.
4.1 VIDEOLOCADORA 1
Início das Atividades e Comandos de Decisão
A Videolocadora 1 é uma instituição familiar e faz parte de uma rede
composta por três empresas. A empresa detém um acervo com mais de 7.000
cópias. Não há a distinção de uma área de marketing; as tarefas e estratégias
mercadológicas são dimensionadas pelos dois irmãos que gerenciam as lojas.
O atual proprietário trabalhava como funcionário do antigo dono e, em 1995,
adquiriu a primeira videolocadora.
Esta videolocadora localiza-se no espaço interno de um supermercado
e, por isso não aplica qualquer restrição para o cadastramento de clientes
residentes em outros bairros. As exigências para a abertura de cadastro são as
apresentações dos documentos de identidade, CPF e de um comprovante de
residência atual, bem como a não inclusão do nome do cadastrado na lista do
SPC.
Segundo o gestor, uma das principais transformações ocorridas no
mercado de videolocação refere-se a mudança de mídia. Para o mesmo, as
transformações centralizam-se na importância da transição do VHS para o
DVD. O gestor enfatiza, conforme comentário, que na sua concepção, o
negócio de videolocação não tem grandes perspectivas futuras. “Eu acho que
as videolocadoras estão com os dias contados, por isso eu pretendo mudar de
ramo”.
A rotina organizacional desta videolocadora é comandada pelos dois
irmãos, um responsável pelos pagamentos e o outro pelas compras. As
promoções e as táticas a serem implementadas são estruturadas em conjunto,
como denota o gestor. “Para elaborar as promoções e as ações que devem ser
feitas nas locadoras, nós nos reunimos com os outros (familiares que são
funcionários) e discutimos”.
Na impossibilidade de reunir todos os funcionários, as diretrizes
promocionais são repassadas em reuniões separadas para os empregados de
cada videolocadora. Além das reuniões, há também um quadro explicativo em
cada loja, para que não somente os funcionários estejam cientes dos direitos e
deveres dos clientes, mas que também o usuário do serviço tenha
conhecimento de seus benefícios e obrigações, segundo o gestor. “Quando há
alteração, mudamos as informações no quadro, assim o cliente fica sabendo e
os funcionários também”.
A empresa não realiza planejamento estratégico para estabelecer as
diretrizes mercadológicas, nem há um departamento ou funcionário específico
para tratar das questões relativas ao marketing da instituição.
O gestor não tem conhecimento do que é marketing de relacionamento,
porém, pontua que considera o atendimento o alicerce para o sucesso da
organização. Para ele, a satisfação dos empregados está diretamente
relacionada à satisfação do cliente. Este estabelecimento conta com quatro
empregados, todavia, somente três participaram da pesquisa, pois um estava
de férias no período de coleta de dados da pesquisa.
Fidelidade
O gestor e dois dos empregados defendem que a videolocadora realiza
ações voltadas tanto para a atração de novos consumidores, quanto para a
fidelização dos atuais clientes. O terceiro funcionário, todavia, acredita que a
empresa se inclina mais à fidelização dos atuais clientes.
Tal como demonstra a Figura 4.1, mesmo a videolocadora informando
que realiza ações que beneficiam os clientes mais freqüentes, dos 52 clientes
externos entrevistados que são usuários há mais de um ano e meio, 19 não
identificam que a empresa assim o faz.
Figura 4.1- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para clientes
freqüentes – videolocadora 1
Tempo em que é Cliente versus Realização de Ações para Clientes Freqüentes
4 Menos de seis meses
2 De seis meses a um ano
9 De um ano e um dia a um ano e meio
52 Mais de um ano e meio
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Firma-se importante destacar, contudo, que o público da locadora
reconhece o esforço, pois 95,5% dos respondentes informaram que acreditam
que a empresa valoriza a fidelidade dos clientes. A Figura 4.2 demonstra que
dos 67 clientes, apenas 3 consideraram que a empresa não valoriza a
fidelidade de seus consumidores. Este subgrupo comunicou que aluga filmes
em duas locadoras. Todos os clientes que informaram que locam somente
nesta videolocadora, entendem que a empresa valoriza a fidelidade de seus
consumidores. Há ainda mais dois subgrupos que acreditam na valorização da
fidelidade pela videolocadora, mas que utilizam habitualmente o serviço de três
ou quatro empresas do segmento.
Figura 4.2- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização da
fidelidade – videolocadora 1
Quantidade de Locadoras em que Loca x Valorização da Fidelidade
51 Somente nesta
12 Em duas
2 Em três
2 Em quatro
0 Em mais de quatro
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A fidelidade dos clientes foi testada mediante duas perguntas do
questionário que se confirmavam. A primeira questão solicitava que os
respondentes informassem em quantas videolocadoras costumam alugar filmes
e uma das alternativas era a resposta “somente nesta”. A quarta indagação do
questionário pedia que os respondentes informassem o grau de prioridade que
destinavam à videolocadora e apresentava como alternativa a locação
exclusiva nesta empresa. Conforme demonstra a Figura 4.3, dos 51 clientes
que responderam locar somente nesta videolocadora, 23 usuários, 45,1%, a
colocaram apenas como primeira opção, mas não confirmaram a exclusividade
sugerida na primeira resposta.
Figura 4.3 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para
locação – videolocadora 1
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Ações para Retenção
Para os clientes mais freqüentes, o gestor afirma que há uma maior
flexibilidade no que se refere a prazo de entrega de filmes locados. Dentre as
ações focadas no atendimento do usuário mais assíduo estão: o oferecimento
de promoções e/ou descontos em preço; a distribuição de brindes; a
identificação da preferência do cliente e a sugestão de títulos adequados. Os
empregados da videolocadora sustentam a relação de ações mencionada pelo
gestor, todavia, não listam a identificação das preferências como uma conduta.
O gestor complementa que o relacionamento com os clientes que locam
com maior freqüência se transforma em um laço pessoal. Essa perspectiva,
todavia, não é reforçada por sua denotação do que é fidelidade. “Não existe o
cliente que só loca aqui. Eles têm ficha em outras videolocadoras. Já é bom
Videolocadora 1:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
demais quando eles vêm aqui primeiro. Os clientes daqui não são clientes da
videolocadora, são clientes do supermercado”.
Segundo o gestor, a promoção do pacote de videolocações não
potencializa a quantidade de locações, todavia, mantém a regularidade da
utilização do serviço pelos usuários que compram sob este sistema. Com
relação às promoções de preço, o gestor pondera que o volume de vendas
aumenta, porém como o valor pago é menor não há um acréscimo no
faturamento total da loja. A vantagem, segundo o mesmo, está na freqüência
com que o cliente se dirige à videolocadora. “O que interessa nesses casos é
que o cliente venha na loja, aí é o que é mais importante”.
Atendimento
Para o gestor, o principal motivo que leva os clientes a optarem por locar
na sua videolocadora é a capacitação dos funcionários para o atendimento. A
classificação deste critério obtida junto aos usuários desta videolocadora
mostra que a maioria, 95,5%, dos clientes considera o atendimento ótimo ou
bom.
A empresa não dispensa qualquer tipo de capacitação para os
funcionários e os novos integrantes da equipe, geralmente, aprendem atuando
junto aos empregados mais experientes.
A percepção dos funcionários quanto a avaliação dos clientes a respeito
do atendimento prestado mostrou incongruência de resultados, pois os
usuários classificaram o atendimento da videolocadora de uma forma mais
positiva do que previam os atendentes. Os três clientes internos avaliaram que
o público considera o atendimento como bom, todavia, 76,1% dos clientes que
responderam informaram que avaliam o atendimento como ótimo, 19,4% como
bom e apenas 4,5% classificaram como regular. Comparando-se as
percepções dos clientes externos e internos sobre o atendimento, o coeficiente
de Pearson desta equação é de -0,1031, o que demonstra a quase total
disparidade entre as percepções.
O gestor desta videolocadora também se inclinou à alternativa de bom
atendimento, contudo, estabeleceu ressalvas negativas à conduta dos
funcionários.
O meu atendimento é uma coisa, do funcionário é outra. Eles têm preguiça de fazer
cadastro e por isso dificultam para que o cara consiga se cadastrar. Tanto que na semana
passada a gente conversou com todo mundo porque esta loja estagnou na abertura de novos
clientes. Enquanto nas outras se faz dez cadastros por semana, aqui se faz dois.
Outro ponto questionado referiu-se à ocorrência de algum problema no
serviço da empresa que tivesse ocasionado insatisfação para o cliente.
Conforme a Figura 4.4, apenas 13,43% dos clientes relataram ter passado por
alguma situação que tenha lhes desagradado, todavia, é importante destacar
que deste grupo somente 22,2% classificaram o atendimento como regular. Os
demais mantiveram uma avaliação positiva, portanto, subentende-se que a
existência de falhas foi contornada com êxito na maior parte das ocorrências.
Figura 4.4- Reclamação versus Classificação do atendimento – videolocadora 1
Reclamação x Atendimento dos funcionários
9 Sim
58 Não
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
O grupo que indicou já ter passado por um problema na videolocadora
respondeu também à indagação acerca do seu conhecimento de a quem
deveria recorrer no caso de falha no serviço. Dos 9 respondentes, três
informaram que não souberam a quem recorrer para solucionar o entrave.
Destes, um considera o atendimento ótimo, um considera o atendimento bom e
apenas um considera o atendimento regular.
Quanto à autonomia, dois dos três funcionários responderam que têm
autonomia para resolver eventuais problemas com os clientes, apenas um
respondeu negativamente. O gestor, todavia, considera que os clientes internos
não possuem autonomia para solucionar as falhas, por isso prefere concentrar
as resoluções nas suas decisões. “O ideal é passar para mim, mas
dependendo do cliente, se for um cara que já está com a gente desde o início,
já tem mais de 5.000 locações, não precisa nem ligar”.
Referente à satisfação dos funcionários, dos dois respondentes que
indicaram ter autonomia, um está muito satisfeito com sua função e o outro
está razoavelmente satisfeito. O cliente interno que respondeu não ter
autonomia comunicou que está satisfeito com seu atual cargo.
O gestor reconhece que nunca elogia seus funcionários, mas atribui este
papel aos clientes. “Eu não elogio, mas o cliente sim. Elogia e reclama quando
é necessário”.
O empregado que respondeu estar razoavelmente satisfeito com a
função declarou que o chefe o elogia às vezes, opinião também do funcionário
que se considera satisfeito. O empregado que se encontra muito satisfeito com
a função entende que o chefe o elogia sempre.
Pacote de Serviços
O gestor defende que o cliente tem canal aberto diretamente com ele
para criticar ou sugerir melhorias, porém interpreta esta liberdade como
excessiva. “Eles ligam diretamente para mim e eu resolvo o problema na hora.
Estão sempre chateando, têm sempre alguém ligando, se não é cliente de uma
loja, é de outra”.
Esta afirmação está de acordo com os 71,7% dos clientes externos que
informaram se sentir a vontade para sugerir melhorias ou criticar a
videolocadora sempre ou quase sempre. Apoiando-se nesta premissa, o gestor
considera que os clientes avaliam as promoções e pacotes da videolocadora
como regulares, todavia, os usuários indicaram que consideram estes quesitos
como ótimos ou bons. Somente 3% dos clientes acham os pacotes e
promoções regulares ou ruins. Destaca-se sobre este aspecto que a
videolocadora detém as de informações a respeito das necessidades e hábitos
dos clientes.
O programa de computador utilizado oferece dados como freqüência de
locações, categorias de filmes alugados, nível de crédito dos usuários, bem
como os dias da semana que costuma alugar, contudo, o gestor informa que
não usa o sistema para elaborar suas promoções e pacotes, nem para
segmentar seus clientes. O tratamento diferenciado para o cliente freqüente
viabiliza-se segundo outros critérios, conforme sugere o comentário do gestor.
“Não usamos o sistema para identificar os clientes que locam mais, nem suas
preferências. Quando eu te falo que o cliente mais freqüente tem um
tratamento diferente é porque já nos habituamos a ele, já conhecemos.
Acontece de uma maneira informal”.
Apesar de não haver uma segmentação formal dos clientes, o gestor
pondera que a videolocadora se comunica com seu público por telefone em
casos de reserva de filmes, por meio eletrônico para a transmissão dos títulos
de lançamentos recém chegados e por carta para os clientes devedores. A
maioria dos clientes, 61,2%, contudo, pontua que nunca recebeu qualquer tipo
de comunicado da empresa e destes 41 usuários, 31, ou seja 75,6% têm a
locadora como exclusiva ou a tem como primeira opção.
Quando questionados a respeito de qual seria o objetivo da
videolocadora em relação a seus clientes, as alternativas mais citadas pelos
clientes foram: 34,3% o oferecimento do menor preço; 23,9% a diferenciação
pelo serviço/atendimento; 13,4% a localização adequada; 9% a construção de
um relacionamento sólido entre empresa e cliente. A mesma questão foi
aplicada aos funcionários e dois responderam que o escopo da empresa é
localizar-se adequadamente e um respondeu que é oferecer as melhores
promoções para todos os clientes.
Ressalta-se que dentre as seis videolocadoras componentes da
amostra, a empresa que apresenta maior valor médio de locação é esta
videolocadora, pois cobra R$6,00 pelo aluguel do filme lançamento e R$4,50
pelo aluguel do filme acervo. O reajuste de preços, segundo o gestor, é
realizado mediante a análise do aumento dos valores gastos para a compra de
lançamentos, não havendo interferência dos preços aplicados pelas
videolocadoras dos arredores.
O gestor informa que a empresa não tem a política de reservar filme de
um dia para o outro; somente se o cliente vai até a videolocadora, não encontra
o título que deseja e o mesmo tem previsão para retornar no mesmo dia, a
reserva pode ser efetuada para o mesmo período. Não há também distinção
para o cliente mais freqüente que solicita o serviço. “O que interessa é a ordem
de chegada, não se o cliente é mais antigo, ou se loca mais aqui. E tem uma
coisa, se o filme chegou e alguém na loja viu, a preferência é de quem está
aqui na hora, mas o cliente que pede para avisar quando um filme chegar já
sabe disso”.
Apesar da não diferenciação no tratamento prestado ao cliente mais
assíduo no sistema de reservas, o gestor acredita que, de uma maneira geral,
estimula os empregados a oferecerem um atendimento distinto para os
locatários freqüentes. Dois dos funcionários, porém, informaram que não
disponibilizam tratamento diferente para os clientes mais assíduos, tratam o
novo e o antigo da mesma forma.
A videolocadora não dispõe de um sistema de tele-entrega, somente a
filial que se localiza em um bairro do continente. O gestor pondera que este
serviço não se faz necessário neste estabelecimento, tendo em vista que se
localiza de maneira central.
A organização dispõe de um site na Internet, todavia, é elaborado de
forma padronizada, tal como as demais videolocadoras da região, pois todas
contratam a mesma empresa para fornecer o serviço. No site, as informações
referentes à organização não estão disponíveis, nem mesmo as promoções
regulares. Há um lembrete referente à aquisição do pacote de locações, o que
beneficia o cliente em termos financeiros.
As notícias que se encontram atualizadas em meio eletrônico são
aquelas que se relacionam aos filmes de lançamento ou constantes no acervo,
dados estes que são regulados pela empresa que fornece o serviço e
administra o site. Há um espaço para que o cliente entre em contato, todavia,
quando se aciona este link, não há indicação alguma. O próprio gestor não
sabe informar acerca do site.
O fomento do relacionamento com o cliente ocorre de uma maneira
informal, pois, tal como sugere o gestor, não há regras organizacionais
específicas para reforçar a conexão com o usuário, nem a participação efetiva
deste. Nunca foi realizada qualquer pesquisa de opinião junto aos clientes, nem
com os funcionários.
Segundo a perspectiva traçada, existe a consciência de que o público é
a mola mestra que impulsiona a organização, contudo, não há uma estrutura
formal de regras para estimular as pontes entre empresa e cliente e entre
empresa e funcionário. “O cliente é a alma do negócio, sem ele a gente não
existe”.
4.2 VIDEOLOCADORA 2
Início das Atividades e Comandos de Decisão
A Videolocadora 2 iniciou suas atividade em 1999 e é gerenciada pelos
dois sócios, que também são os proprietários. Este estabelecimento é
considerado a empresa matriz, pois há também uma filial na cidade vizinha.
Não é realizado planejamento estratégico formal, nem as estratégias e
tarefas relativas ao marketing apresentam-se como função de um funcionário
ou setor específico. Apesar de não haver um plano formal, as compras dos
filmes são projetadas mediante avaliação do histórico de locações. “Todo mês
se olha a quantidade de clientes que visitou a loja, quantas locações saíram em
média para cada cliente. Isso possibilita que nós façamos projeções até mesmo
para as compras de filmes”.
A empresa conta com dois funcionários, sendo que um é responsável
pelo atendimento matutino de segunda a sexta-feira e o outro cumpre horário
somente aos domingos. Os gestores trabalham no atendimento no período
noturno e revezam-se entre a locadora matriz e a filial nos finais de semana.
A videolocadora tem estacionamento para três carros e localiza-se numa
rua transversal do centro da cidade. O acervo compõe-se de 4.000 cópias e
não há qualquer restrição para a abertura de novos cadastros, somente o
cumprimento das exigências documentais. Quase a totalidade dos
cadastrados, todavia, é de habitantes dos arredores.
Para os gestores, as transformações mais significativas no segmento de
videolocação desde o início das atividades da empresa referem-se à transição
do VHS para o DVD. Na opinião dos mesmos, as mudanças de mídia são
positivas, pois aquecem o mercado e a previsão de inserção do Blue-Ray e do
HD-DVD representam mais lucratividade para a empresa do que foi a transição
do VHS para o DVD, tendo em vista que os novos aparelhos, a princípio,
também reproduzirão este último. “A mudança para a nova mídia vai ser
positiva porque além de melhorar o mercado, os aparelhos de Blue Ray vão
tocar também os DVDs, então a gente não vai ter perda”.
Os dois sócios são os responsáveis pela elaboração das promoções e
pacotes da videolocadora, contudo, destacam que as informações fornecidas
pelos funcionários também têm peso. “São decisões tomadas por mim e pelo
outro gestor, mas sempre escutamos o que os funcionários têm a nos dizer.
Tem bastante coisa que os funcionários dão dica e nós mudamos um
pouquinho e reelaboramos”.
As novas promoções e diretrizes são repassadas aos empregados por
reuniões, todavia, estes encontros formais só ocorrem quando há um novo
direcionamento a ser aplicado, não existe uma freqüência regular. “Não há
razão para marcar reunião quinzenal, nem mensal, porque a gente se encontra
direto entre os horários, e o que precisa ser informado é conversado de
maneira informal”.
Fidelidade
A maioria dos usuários do serviço desta videolocadora percebe as ações
destinadas aos clientes mais assíduos. Os resultados se corroboram a medida
que 97% dos respondentes entendem que a empresa valoriza a fidelidade do
cliente. Conforme a Figura 4.5, somente um cliente que aluga filmes
exclusivamente nesta videolocadora e outro que loca nesta e em outra
consideram que a Videolocadora B não valoriza a fidelidade.
Figura 4.5- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização da
fidelidade – videolocadora 2
Quantidade de Locadoras em que Loca versus x Valorização da Fidelidade
45 Somente nesta
14 Em duas
7 Em três
1 Em quatro
0 Em mais de quatro
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A fidelidade do público foi testada em duas questões que implicavam na
coerência das respostas. Tal como demonstra a Figura 4.6, apesar de 45
clientes responderem que locam exclusivamente nesta videolocadora, deste
grupo 11, 24,44%, informaram na outra pergunta que não a têm como
exclusiva, mas como primeira opção, 2 clientes a classificaram como segunda
opção e 1 informou que a sua prioridade é o local onde se encontra quando
pensa em alugar um filme. Dos clientes que informaram locar em duas
organizações, 12 têm a Videolocadora 2 como primeira opção e 2 como
segunda. Dos 7 respondentes que informaram locar em três videolocadoras, 5
têm a empresa como primeira opção, 1 como terceira opção e 1 respondeu que
se não encontra o título que quer na Videolocadora 2, procura outro filme no
acervo desta mesma empresa. Firma-se relevante, todavia, que estes clientes
podem ser considerados fiéis pelo confronto deste resultado com a definição de
fidelidade dos gestores, pois o que é valorizado por estes últimos é a
quantidade de filmes alugados.
Cliente fiel é aquele que está sempre locando, não importando se loca também em
outras videolocadoras. Nós temos um cliente que é muito lucrativo. A gente sabe que ele loca
em outras locadoras também, mas o cara loca mais ou menos cinco filmes toda a semana aqui,
então para a gente isso é um cliente fiel.
Figura 4.6 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para
locação – videolocadora 2
Videolocadora 2:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Conforme o conceito de fidelidade defendido pelos gestores, a
quantidade de filmes locados implica na classificação do grau de fidelidade do
usuário. Dos 14 clientes que informaram alugar mais de dez filmes por mês, 12
locam exclusivamente na Videolocadora 2 e os outros 2 clientes a têm como
primeira opção. Do grupo de usuários que comunicou alugar entre oito e dez
filmes mensalmente, 6 locam exclusivamente na Videolocadora 2 e 4 a têm
como primeira opção.
Ações para Retenção
Sob esta perspectiva, observa-se que tanto clientes antigos, quanto
clientes novos, conseguem perceber as ações implantadas pela empresa.
Conforme a Figura 4.7, 76,3% dos 67 clientes externos desta videolocadora
que foram entrevistados locam há mais de um ano e meio nesta videolocadora
e 70% dos clientes que locam a menos de seis meses consideram que a
empresa realiza ações para beneficiar o cliente mais freqüente.
Figura 4.7- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para clientes
freqüentes - videolocadora 2
Tempo em que é Cliente x Realização de Ações para Clientes Freqüentes
10 Menos de seis meses
13 De seis meses a um ano
6 De um ano e um dia a um ano e meio
38 Mais de um ano e meio
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Os gestores percebem que os clientes conseguem vislumbrar este
empenho organizacional em prol da fidelidade e creditam a estas iniciativas o
aumento gradual das locações de usuários regulares.
A primeira vez que o cliente ganha esse desconto em função das locações do mês
anterior já passa a controlar quantas locações está fazendo no mês atual para ganhar mais
desconto no próximo mês. De repente se está faltando três, quatro filmes para completar a
quantidade de locações para o desconto, o cliente já loca estes filmes de uma só vez para
garantir o desconto no mês seguinte. Os clientes que entram nesse ritmo, mantêm a
regularidade nas locações.
O gestor e os dois funcionários acreditam que a videolocadora realiza
ações que atraem novos clientes e que fidelizam os atuais. “Temos o desconto
progressivo. Quanto mais um cliente loca em um mês, maior desconto terá nas
locações do mês seguinte. Isso é para incentivar a locar cada vez mais, para
que mais desconto o cliente tenha”, argumenta um dos proprietários.
O gestor complementa que a empresa também oferece locações de
brinde, atendimento personalizado, com sugestão de títulos adequados à
necessidade e ao gosto do cliente. Os funcionários entendem que a locadora
realiza, além das ações destacadas pelos gestores, uma comunicação
direcionada para os clientes mais assíduos e um pacote de vantagens
progressivas no prazo de entrega.
O gestor pondera que a promoção de desconto progressivo não
potencializou significativamente as locações, mas proporcionou uma maior
regularidade no comportamento de compra dos usuários que recebem o
benefício.
O impacto dos clientes é sempre bem positivo, a gente procura sempre colocar
promoções novas para chamar a atenção. A promoção do desconto progressivo não faz com
que o cliente passe a locar mais, ele mantém uma regularidade para não perder o desconto.
Alguns clientes passam a locar um pouco mais para atingir o desconto, aí sim aumenta um
pouco o volume de locações. A gente tem também a promoção do pagamento antecipado que
ganha uma locação de brinde, aí com essa eu acho que teve um aumento de uns 30% na
locação.
Atendimento
Para os gestores, o principal motivo que impulsiona os clientes a
locarem na Videolocadora 2 é a capacitação dos empregados para o
atendimento. Os mesmos acreditam que o público considera o atendimento
prestado como ótimo. Os dois funcionários avaliaram que os clientes
consideram o atendimento como bom. Confrontando-se as percepções
observa-se que a interpretação dos gestores é mais condizente com a opinião
do público, pois 85,1% dos respondentes informaram que consideram o
atendimento ótimo e 14,9% o consideram o atendimento bom. A disparidade
entre as percepções dos clientes e dos funcionários se mostra pelo coeficiente
de correlação: -0,07678.
Foi questionado ao cliente se o mesmo já havia ficado insatisfeito em
virtude de alguma falha no serviço prestado pela videolocadora. De acordo com
a Figura 4.8, dos 67 repondentes, 13,43% indicaram já ter passado por alguma
situação que lhes tenha desagradado, contudo, observa-se que estes 9 clientes
conceituam o atendimento como ótimo. Quanto ao conhecimento de a quem
recorrer para resolver o problema, 7 clientes responderam que souberam a
quem se dirigir e 2 informaram que desconheciam tal informação.
Figura 4.8- Reclamação versus Classificação do atendimento – videolocadora 2
Reclamação versus Classificação do Atendimento
9 Sim
58 Não
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Ambos funcionários se consideram com autonomia para solucionar
problemas junto aos clientes e os gestores corroboram esta percepção, pois
acreditam que oferecem subsídios para que os empregados resolvam
determinados entraves. Quanto a dispensar elogios mediante ações positivas
dos funcionários, os gestores entendem que quase sempre o fazem.
Dos dois empregados, um considera que os gestores quase sempre
elogiam e o outro indica que os chefes às vezes elogiam as ações construtivas.
Os dois funcionários, porém se dizem satisfeitos com a função que exercem.
Os gestores informam que não realizam processos formais de capacitação
para seus funcionários, apenas esporadicamente interferem para que o
atendimento seja adequado. “A gente já deu palestra sobre como nós
queremos que seja o atendimento, mas foi esporádico, não tem uma
regularidade”.
Pacote de Serviços
Os gestores interpretam que os clientes classificam os pacotes e
promoções como ótimos, o que compactua com a opinião de 47,8% do público
da amostra, enquanto 43,3% classificam como bons e 9% os consideram como
regulares. Os gestores não utilizam o programa disponível para elaborar as
promoções e nem para segmentar os clientes.
Os proprietários alegam que realizam contato com o cliente por telefone
e por email, contudo, 56,7% dos clientes informaram que nunca receberam
qualquer tipo de comunicação da videolocadora e 42,1% deste grupo é
locatário somente desta videolocadora.
Para os gestores, os clientes sempre se sentem muito a vontade para
sugerir melhorias e para criticar eventuais ações da videolocadora. “Quando a
gente faz uma promoção diferente, eles elogiam e quando alguma coisa não
vai bem, dão uns toquezinhos. A proximidade é bem boa”, argumenta um dos
proprietários. O mesmo questionamento foi feito aos clientes externos e 49,3%
consideram que sempre tem abertura para criticar ou sugerir, 13,4% quase
sempre, 14,9% as vezes, 6% quase nunca e 16,4% refutam completamente a
percepção dos gestores, pois indicam que nunca se sentem a vontade para
sugerir ou criticar.
Não é feito nenhum tipo de segmentação de clientes, apesar do software
utilizado dispor de dados que poderiam gerar relatórios para diferenciar
determinados grupos de clientes. As informações oferecidas pelo sistema são
consultadas e analisadas somente para a projeção de vendas e compras.
A videolocadora opera um programa de reserva e esta pode ser
realizada com alguns dias de antecedência, todavia, não distingue o pedido
feito por um cliente antigo, da reserva solicitada por um cliente recente. “Nós
fazemos reserva por telefone e essa reserva é por ordem de chegada, não
interessando se o cliente é antigo ou novo”, justifica um dos gestores.
Quando o grupo de clientes externos foi questionado acerca de sua
percepção sobre qual seria o principal objetivo da videolocadora, as duas
alternativas mais citadas foram diferenciar-se pelo serviço com 22,4% e ter as
melhores promoções para todos os clientes, com incidência de 19,4%. Estas
perspectivas compactuam com a percepção dos funcionários, pois cada um
dos empregados escolheu uma das alternativas mais citadas pelos usuários.
A empresa oferece um terminal de computador para que o cliente
acesse dentro do ambiente da loja para pesquisar os títulos e os tipos de filmes
que deseja alugar. O site também pode ser acessado pelo usuário mediante
outro computador e o mesmo ainda pode se cadastrar para receber os avisos
dos filmes recém chegados e das novas promoções. Do estabelecimento, ou
fora dele, o locatário pode averiguar se o filme consta no acervo e se o título
está ou não disponível.
A empresa dispõe de um quadro afixado junto ao balcão que contém a
descrição de todas as promoções. A Videolocadora 2 oferece um pacote de
descontos progressivos perante o crescimento do volume de locação.
Os gestores destacam que não estimulam os funcionários a dispensar
atendimento diferenciado para os clientes freqüentes, porém enfatizam que isto
acaba ocorrendo em função da proximidade que acaba surgindo. “Com os
clientes mais freqüentes o próprio funcionário acaba criando uma amizade”.
Essa percepção é corroborada, pois os dois funcionários entendem que
dispensam tratamento diferente para o cliente antigo.
Os gestores consideram a construção e a manutenção de um bom
relacionamento com o cliente e com os concorrentes dois fatores primordiais
para o êxito organizacional. “É muito importante nutrir uma boa relação com o
cliente e com os outros donos de locadora. Já tentamos formar um núcleo, uma
cooperativa, mas não deu certo”. Outro alicerce conclamado pelos proprietários
é a satisfação dos empregados, pois acreditam que a satisfação destes é o que
possibilita o oferecimento de um bom serviço para o cliente.
O tema marketing de relacionamento, todavia, é desconhecido e o
definem como ações relativas à promoção. Quando questionados sobre o que
seria marketing de relacionamento relataram ações promocionais de mídia de
massa. “Divulgação em jornais locais e pela televisão? Há algum tempo
colocamos propaganda na RBS e foi muito bem recebida. Não teve muito
retorno em termos de locação, mas tornou a locadora bem conhecida”.
4.3 VIDEOLOCADORA 3
Início das Atividades e Comandos de Decisão
O atual proprietário e gestor da Videolocadora 3 iniciou suas atividades
na empresa em 1998, contudo, a organização já existia anteriormente em outro
local. “Eu comprei, ela já funcionava só que ela nunca foi para frente. Passou
por quatro ou cinco pessoas antes de vir para a minha mão. Funcionava mais
na geral, aqui é próprio”.
O gestor informa que não há a realização de um planejamento
estratégico formal e não tem um funcionário ou um setor responsável pelas
diretrizes mercadológicas da videolocadora. Ocorre a centralização das tarefas
relativas à elaboração de promoções e de comercialização dos filmes,
conforme o comentário do gestor.
Geralmente eu direciono porque geralmente eu estou olhando mais o que que vai, o
que não vai. Eu tento pegar mais informações antes que o filme chegue para depois a gente
começar a trabalhar a locação encima deles. Tipo, tem filmes que a gente compra bem mais do
que outros que tem um público mais restrito. Geralmente eu compro mais aquele, eu ponho
mais aquele e informo a eles como é que a gente vai trabalhar encima.
Além do proprietário, atendem na locadora mais três funcionários, sendo
que dois são irmãos do gestor. Os horários são fragmentados para atender a
necessidade de tempo livre de cada empregado.
O acervo da videolocadora apresenta aproximadamente 4.600 filmes e a
possibilidade de cadastro não sofre qualquer restrição quanto ao bairro em que
o cliente resida, somente precisam ser cumpridas as exigências documentais.
Segundo o gestor, as maiores transformações no segmento de
videolocação desde a sua entrada no mercado se relacionam às transições de
mídia. “Antigamente era o VHS, hoje em dia o DVD abriu margem para muita
pirataria, uma coisa muito fácil. Qualquer um que tenha um computador e um
conhecimento básico consegue piratear”. Apesar da crítica, o próprio gestor
oferece um serviço de cópia de material áudio-visual na videolocadora.
As mudanças de mídia são comentadas pelo proprietário, que apresenta
ressalvas quanto ao fator positivo das novas formas de vincular os filmes.
Se não se diferenciar, ou eu vou fazer Blue Eye ou HD-DVD, ou vai ser tudo Blue Eye
ou tudo HD-DVD, vai ficar um mercado repartido. Porque é assim, tem empresas que vão te
oferecer um aparelho que toca os dois, só que vai ser um valor bem mais alto. Para o público
brasileiro, pelo menos o nosso público, pra pagar aí R$1.000,00 ninguém pagava, hoje a
R$100,00 todo mundo está botando em casa. Só que um aparelho desse aí agora vai chegar
por uns R$2.500,00. Vai ser quanto tempo para engrenar de novo a coisa? Vai demorar muito.
As diretrizes promocionais e as tarefas relativas ao marketing são
centradas na figura do gestor, que detém também a incumbência financeira do
negócio. Para o repasse das informações e regras, o gestor afirma que são
realizadas reuniões, porém sem conotação formal. “Geralmente no final da
noite a gente conversa. Está ocorrendo isso, está ocorrendo aquilo, nós temos
que trabalhar mais nisso ou naquilo. Temos que trabalhar encima desse padrão
esse mês, aí a gente conversa. São conversas informais”.
Ações para Retenção
O gestor pondera que a videolocadora realiza ações voltadas tanto para
a fidelização, quanto para a conquista de novos clientes. Dois funcionários
corroboram a visão do proprietário, todavia, um dos empregados acredita que a
empresa realiza somente ações para a atração de novos clientes.
O gestor informa que oferece pacotes promocionais que proporcionam
ao cliente redução no preço da locação, mediante pagamento adiantado e o
esquema relativo ao débito. De acordo com a política de débito, cabe ao
locatário informar o dia do mês que deseja pagar a conta de locações
realizadas no mês anterior.
O gestor credita a fidelização ao relacionamento construído com o
cliente. “É importante o relacionamento com o cliente porque cria um vínculo
com o cliente, traz fidelização. Tem muita gente que passa aqui só para
conversar, às vezes nem loca, se sente em casa”. Para ele, a fidelidade está
mais inclinada à disponibilização do bem estar ao cliente, do que à realização
efetiva do negócio.
A maioria dos clientes, 71,6%, considera que a videolocadora tem
procedimentos e instrumentos que beneficiam os clientes mais freqüentes,
contudo, de acordo com a Figura 4.9 dos 28,4% que não reconhecem as ações
que valorizam o locatário assíduo, 57,9% são clientes a mais de um ano e
meio.
Figura 4.9- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para clientes
freqüentes – videolocadora 3
Tempo em que é Cliente x Realização de Ações para Clientes Freqûentes
3 Menos de seis meses
7 De seis meses a um ano
10 De um ano e um dia a um ano e meio
47 Mais de um ano e meio
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Em termos de resultado, as promoções que visam fidelizar o cliente não
potencializam a quantidade de locações, mas asseguram um número
específico por mês tendo em vista que os clientes passam a manter uma
regularidade na utilização do serviço. “Com relação ao pacote está um pouco
devagar porque o pessoal está sem dinheiro. Eu não percebo aumentar as
locações daqueles que compram pacote, mas eles continuam locando com a
mesma freqüência”.
Fidelidade
A valorização da fidelidade configura-se como outro ponto questionado
aos clientes. Sobre este aspecto, a Figura 4.10 demonstra que 2,4% dos
usuários que informaram locar exclusivamente na Videolocadora 3 e 12,5% dos
clientes que afirmaram alugar filmes em duas empresas consideram que esta
organização não valoriza a fidelidade do locatário.
Sob esta perspectiva, observa-se que a quantidade de clientes que não
reconhece a valorização da fidelidade por parte da locadora é reduzida, tal qual
a percepção do gestor.
O cliente percebe sim que a gente valoriza a fidelidade dele porque as promoções são
focadas, tem terminal de consulta, tem site na Internet. Se ele (o cliente) chegou cansado em
casa e quer saber se o filme já chegou é só acessar. A gente tenta tornar a consulta aos filmes
mais fácil e fazer com que o cliente se sinta em casa.
Figura 4.10- Quantidade de locadoras em que loca versus Valorização da
fidelidade – videolocadora 3
Quantidade de Locadora em que Loca x Valorização da Fidelidade
42 Somente nesta
16 Em duas
8 Em três
1 Em quatro
0 Em mais de quatro
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Da mesma forma que o cliente foi questionado acerca da valorização da
fidelidade por parte da videolocadora, também foi testado com relação ao grau
de fidelidade que oferece à empresa. Dos 42 usuários que informaram locar
somente na Videolocadora 3, 30,95% apenas a têm como primeira opção,
64,28% realmente lhe atribuem exclusividade e 2,38% a colocam como
segunda opção quando pensam em alugar um filme. Todos os 16 clientes que
comunicaram locar em duas empresas informaram que classificam a
Videolocadora 3 como a primeira opção. Este cruzamento de informações é
apresentado na Figura 4.11.
Figura 4.11 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para
locação
Videolocadora 3:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A definição de fidelidade, conforme interpretação do gestor, relaciona-se
à sensação de bem estar e à quantidade de filmes que o usuário está disposto
a locar.
Para ser fiel o cliente precisa se sentir à vontade aqui. A fidelidade tem a ver com a
quantidade de locações que faz aqui, com o sentimento que o cliente tem pela videolocadora.
Isso é um ponto forte porque se tu podes contar com um número x de clientes, então tu podes
estar oferecendo mais filmes, mais conforto, porque tudo tem custo.
Confrontando-se a concepção de fidelidade do gestor, com as respostas
do questionário observa-se que dos 20 clientes que indicaram locar mais de
dez filmes por mês, 11 têm a locadora como exclusiva e 9 a têm como primeira
opção. Dos 12 respondentes que indicaram locar entre oito e dez filmes
mensalmente, 6 alugam exclusivamente na Videolocadora 3, 4 a têm como
primeira opção, 1 a tem como segunda alternativa e 1 justificou que
dependendo da promoção do dia, opta por uma locadora ou outra.
A fidelidade, sob esta ótica, está calcada na possível lucratividade do
cliente, todavia, não prevê uma dependência de restrição de escolha.
Atendimento
O gestor pontua que o atendimento é fundamental para que uma
empresa do segmento de videolocação consiga estabelecer uma relação com o
cliente. “Muito importante porque tu oferecendo um serviço bom, que todo
mundo saia satisfeito com o atendimento, cria um vínculo duradouro”.
Respaldado por esta interpretação, o mesmo destaca que acredita ser o
atendimento prestado o principal motivo que leva os clientes a optarem pela
Videolocadora 3.
Os funcionários consideram que os clientes classificam o atendimento
como bom ou ótimo, percepção esta compartilhada pelo gestor. Os clientes
corroboram esta inclinação a medida que 85,1% consideram o atendimento
prestado como ótimo e 14,9% como bom. Firma-se importante destacar que
não houve ocorrência de respostas para as alternativas: regular, ruim e
péssimo.
A variável atendimento ainda foi testada perante o questionamento a
respeito da existência de alguma situação que tivesse desagradado o cliente.
Dos 67 clientes externos entrevistados desta videolocadora,10 informaram já
ter sofrido com alguma insatisfação proveniente do serviço da videolocadora, 9
destes 10 comunicaram que souberam a quem recorrer, somente 1 cliente
informou que não soube a quem recorrer e este cliente classificou o
atendimento como bom.
Quanto à autonomia, dois empregados se consideram com autonomia
para resolver eventuais entraves e um ano. O gestor entende que oferece
autonomia para seus clientes internos.
Porque no próprio programa tem a autorização para que ele faça ou não faça isso.
Tipo, se eu não der autorização para ele, se eu cancelar a senha dele, ele não dá desconto
para ninguém. Tem um nível de trabalho, quando tu vai pegar o caixa para trabalhar, tu bota a
tua senha, então dentro da tua senha tu tens um limite: eu posso fazer isso, eu não posso fazer
aquilo.
O empregado que se considera sem autonomia, todavia, entende que o
chefe sempre elogia os funcionários que realizam tarefas que trazem bons
resultados para a empresa, já dos empregados que se consideram com
autonomia, um informa que o chefe elogia as vezes e o outro informa que o
chefe reconhece as atitudes quase sempre.
O gestor complementa que os funcionários nunca receberam qualquer
tipo de capacitação formal, somente o repasse do conhecimento pelo
treinamento direto em campo junto a outro funcionário.
Pacote de Serviços
O gestor acredita que o público considera como bons os pacotes e
promoções. “Eu acho que tem momentos que a gente poderia oferecer mais”. A
maioria dos clientes questionados, 92,6%, considera os pacotes e promoções
como bons ou ótimos e 7,5% classificam estes quesitos como regulares. O
gestor esclarece que não utiliza qualquer tipo de informação do sistema para
elaborar os pacotes e promoções da videolocadora, embora tenha
conhecimento de que os relatórios provenientes do software são ricos em
dados, os considera pouco relevantes.
O cliente loca, loca drama, mas chega um dia ele quer locar outro gênero e o
computador vai dar a informação fria, são só números, por isso a gente não usa essa fonte. É
mais um trabalho humano, a gente investiga se o cliente já viu outros filmes e procura sugerir
um filme que seja condizente com a necessidade do cliente no dia.
A empresa se comunica com o cliente por email e também por som
volante, que ronda o município informando as promoções da videolocadora,
informa o gestor. Grande parte dos usuários, contudo, afirma que nunca
recebeu qualquer tipo de comunicação da organização. A falta de envolvimento
do público, todavia, tem uma justificativa, segundo a opinião do gestor. “Poucos
dão opinião. Hoje em dia o público, pela escassez do dinheiro, sugere somente
a redução de preço”.
O mesmo informa que não faz segmentação de clientes, todavia,
estimula seus funcionários a dispensarem um atendimento diferenciado para o
cliente mais assíduo. “Porque é como se tu tivesse um filho, se tu começa a
mostrar uma coisa para ele, ele segue. Eu mostro que o que interessa não é
empurrar um filme, mas atender àquilo que o cliente quer ver”.
Ao contrário deste posicionamento, porém, a videolocadora oferece um
programa de reserva de filmes que não beneficia o cliente mais freqüente, mas
a ordem de pedido.
Quando os clientes externos foram questionados a respeito de qual seria
o objetivo da videolocadora, os escopos mais citados foram: diferenciar-se pelo
serviço/atendimento, com 31,3%; oferecer o menor preço, com 14,9%; e ter as
melhores promoções para todos os clientes, também com 14,9%. A mesma
pergunta foi feita aos funcionários e cada qual escolheu uma alternativa
distinta: um considera que o principal objetivo da locadora é ter o melhor
serviço/atendimento, o outro acredita que é ter as melhores promoções para
todos os clientes e o outro entende que é oferecer uma maior variedade e
quantidade de filmes. O gestor compactua da opinião deste último.
A empresa oferece estacionamento para quatro carros e se localiza em
uma rua transversal a uma avenida movimentada de um bairro do município.
Esta videolocadora oferece um terminal para consulta on line do acervo
que se encontra disponível, inclusive com o trailer de alguns títulos constantes
no lançamento. A empresa conta com estacionamento para quatro carros e
dois caixas que funcionam simultaneamente, o que favorece maior agilidade
para o atendimento ao cliente.
O gestor pondera a respeito do peso da importância da construção do
relacionamento com a obtenção da fidelidade. “É importante o relacionamento
com o cliente porque cria um vínculo com o cliente, traz fidelização. Tem muita
gente que passa aqui só para conversar, às vezes nem loca, se sente em
casa”.
Segundo o gestor, a locadora se interessa pela opinião do cliente. Há
dois anos já foi realizada uma pesquisa junto aos consumidores. O resultado
desta pesquisa demonstrou que 70% do público estavam satisfeitos com o
serviço oferecido pela videolocadora e a reclamação mais aparente se referia à
disposição dos filmes na loja.
Um filme lançamento de ação que chegava, a gente organizava na prateleira do
gênero Ação, mas o cliente preferia que os lançamentos estivessem todos eles juntos e não
separados, conforme o gênero. Então a gente começou a organizar do jeito que os clientes
queriam.
Apesar do resultado da pesquisa ter rendido frutos que melhoraram o
funcionamento da empresa frente ao cliente, o gestor informa que depois desta
pesquisa não houve qualquer outra iniciativa do gênero. “A gente não fez mais
nada porque agora a gente está sempre perguntando diretamente para o
cliente. Quando a gente acha que a sugestão ou reclamação vale à pena, a
gente muda”.
O tema marketing de relacionamento não é algo comum ao cotidiano do
gestor que define como sendo “uma propaganda que vai deixar o meu cliente
mais à vontade. Fazer com que o cliente se sinta á vontade, fazer com que ele
se sinta em casa”. O gestor acredita que realiza ações voltadas ao marketing
de relacionamento quando consegue combinar o âmbito profissional dos
clientes com o serviço oferecido pela organização. “Tem clientes que criam um
vínculo, que juntam a parte profissional deles com o nosso serviço. Por
exemplo, se ele faz um trabalho e tem espaço para a gente divulgar a locadora,
ele cede o espaço e eu faço o mesmo aqui”.
4.4 VIDEOLOCADORA 4
Início das Atividades e Comandos de Decisão
A Videolocadora 4 iniciou suas atividades em janeiro de 2004, contudo,
a atual proprietária assumiu a gerência da mesma somente em outubro de
2006, pois antes a empresa pertencia a sua irmã e a atual gestora era somente
funcionária. A gestora informa que não realiza planejamento estratégico e que
centra no seu cargo as ações relativas ao marketing. “Eu elaboro as
promoções, os temas das promoções, também defino que tipo de cliente pode
ter desconto, que tipo de cliente pode deixar no débito, para quem a gente
deve oferecer o pacote de locações, essas coisas”.
A videolocadora conta com duas funcionárias, que trabalham em dias
alternados, e a proprietária que é responsável pelo atendimento todas as
noites. A empresa não disponibiliza capacitação para os empregados, apenas
transforma os funcionários mais antigos em tutores dos inexperientes.
A organização restringe a possibilidade de cadastramento para os
habitantes do bairro em que se localiza e para quem reside nos bairros
próximos. O acervo da empresa tem aproximadamente 2.500 títulos, pois como
comenta a gestora, não há um controle específico sobre este dado.
Não tem como te dizer exatamente porque a gente perdeu o controle. Como a gente
revende os filmes lançamento que são duplos e não atualizamos no computador, a gente
acaba perdendo um pouco o controle disso. Hoje no nosso sistema indica que temos mais de
2.700 filmes, mas devemos ter no total uns 2.500.
Para a gestora, as transformações ocorridas no segmento de
videolocação se referem à mudança de posicionamento do cliente em relação à
valorização do serviço em detrimento do preço, à diferença de relacionamento
entre videolocadora e distribuidores e à mudança do veículo de mídia.
A primeira coisa foi que os clientes passaram a valorizar mais o preço e não o serviço
que a gente oferece. A gente vê uma debandada geral quando uma outra locadora abaixa o
preço. Muita gente loca aqui porque temos um ótimo atendimento, mas quando outra locadora
abaixa o preço por causa de uma promoção, até mesmo os clientes que consideramos fiéis,
acabam locando na outra que tem promoção. Outra coisa que ainda está mudando é forma
como se negocia com os representantes de filmes, com as distribuidoras. Antes, eu me lembro
da época que a minha irmã começou, a locadora tinha mais força, agora ficou tudo muito
parelho e as distribuidoras estão cobrando muito caro pelos filmes. Para que tu tenhas uma
idéia, um filme lançamento que a gente compra custa em média R$120,00. Imagina quantas
locações eu vou precisar fazer desse filme para que esse filme tenha rentabilidade?! Além
disso tudo, ainda tem a mudança do DVD para o Blue-Ray ou para o HD-DVD. A gente tem
que ficar atento.
Apesar das ações de marketing constituírem-se como funções da
gestora, a mesma destaca que consulta as funcionárias e os clientes e avalia
os argumentos apresentados para elaborar as promoções e pacotes. “Eu
converso muito com os clientes e com os funcionários. A gente não faz reunião,
mas conversa durante o expediente. Algumas promoções que a gente já fez
foram idéias dos funcionários, e deram muito certo”.
Fidelidade
A gestora acredita que a videolocadora realiza ações tanto para a
conquista de novos clientes, quanto para a retenção dos atuais consumidores,
todavia, salienta que direciona maior atenção à fidelização dos usuários. “A
nossa quantidade de novos cadastros por mês está se mantendo estável,
comparando com o ano passado. O que a gente está observando é que o
cliente regular está locando mais, então é sinal de que o trabalho está sendo
bem feito”.
A interpretação das funcionárias corrobora o que dimensiona a gestora.
Uma das empregadas indica que a videolocadora realiza ações voltadas para a
atração de novos e para a manutenção dos atuais clientes, a outra funcionária
entende que a empresa foca mais a fidelização dos clientes que já possui.
Para a gestora, a fidelidade está atrelada à exclusividade na utilização
do serviço e à lucratividade. “Fidelidade é ser rentável e também locar só na
minha locadora”. De acordo com a Figura 4.12, dos 44 clientes que alugam
filmes nesta empresa há mais de um ano e meio, 70,45% conseguem
vislumbrar que a videolocadora realiza ações que beneficiam o cliente mais
freqüente. Observa-se ainda que 77,6% dos respondentes locam na
organização há mais de um ano.
Figura 4.12- Tempo em que é cliente versus Realização de ações para clientes
freqüentes – videolocadora 4
Tempo em que é Cliente versus Realização de Ações para Clientes Freqüentes
8 Menos de seis meses
7 De seis meses a um ano
8 De um ano e um dia a um ano e meio
44 Mais de um ano e meio
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Confrontando-se as respostas dos clientes da primeira e da quarta
questão, observa-se que há uma discrepância no que se refere ao tema
fidelidade. Conforme a Figura 4.13, dos 38 respondentes que informaram locar
somente nesta videolocadora, 71,05% confirmaram a resposta indicando que
quando não encontram o título que desejam, procuram outro filme no acervo
desta mesma empresa; os demais 28,95% confirmaram apenas que a
Videolocadora 4 constitui-se como a primeira opção, porém não a única
escolha. Dos 21 clientes que indicaram locar em duas organizações, 15
respondentes informaram que quando pensam em alugar um filme procuram
primeiro esta videolocadora.
Figura 4.13- Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para
locação
- videolocadora 4
Videolocadora 4:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Segundo a definição de fidelidade da gestora, enquadram-se os quesitos
relativos a exclusividade e lucratividade. Sobre este aspecto observou-se que
55,6% dos clientes que locam mais de dez filmes por mês locam somente na
Videolocadora 4, sendo que os outros 44,4% a tem como primeira opção. Dos
usuários que alugam de oito a dez filmes mensalmente, 57,1% usam somente
os serviços desta videolocadora e 42,9% a consideram como primeira
alternativa quando procuram um título. Dos clientes que locam de cinco a sete
filmes por mês, 29,2% têm a videolocadora como exclusiva, 50% a têm como
primeira opção, 16,7% colocaram como justificativas critérios referentes ao dia
em que desejam alugar filme e 4,2% a enquadraram como segunda opção.
Comparando-se as respostas dos clientes com o que dimensiona como
fidelidade a gestora, verifica-se que apenas pouco mais da metade dos
usuários que seriam considerados potencialmente lucrativos destinam a
fidelidade ambicionada para a empresa.
Ações para Retenção
A gestora pontua que o cliente freqüente tem um tratamento distinto e,
para frisar esta afirmação, reforça os tipos de benefícios que os mesmos
recebem.
O prazo de entrega de filme é diferente. Por exemplo, os lançamentos que são 24
horas, dependendo do dia da semana, podem ser entregues em 48 horas. A gente sempre
oferece uma locação de acervo de brinde quando este tipo de cliente entrega um filme no
domingo. Isso porque domingo não precisa entregar filme nenhum. A gente reserva filme e dá
prioridade. Ainda têm os prêmios para o que loca mais por mês e o aviso por telefone ou pelo
messenger, quando o cliente pede, da chegada de um filme lançamento.
A gestora informa que em termos de resultado a promoção do pacote de
locações não aumenta as locações, mas torna o cliente fiel à videolocadora e
favorece a propaganda boca a boca.
O que a gente vê é que o cliente que faz o pacote não aumenta o número de locações,
mas passa a locar somente aqui, o que já é uma grande vantagem. Além de tudo é um cliente
potencial para falar bem da locadora. Nesse sentido a gente observa que muitos clientes novos
vêm recomendados pelos clientes que já são considerados fiéis.
Atendimento
A gestora defende que o objetivo da empresa em relação a seus clientes
é diferenciar-se pelo serviço/atendimento. O mesmo foi questionado aos
locatários e das três alternativas mais citadas, a que se sobressaiu com 49,3%
corrobora o posicionamento da gestora. As outras duas alternativas que mais
pontuaram foram: a construção de um relacionamento sólido com os atuais
clientes, com 16,4% de ocorrências, e o oferecimento das melhores promoções
para todos os clientes com 11,9% de ocorrências.
A qualidade do atendimento e do serviço prestado prevalece em relação
aos demais quesitos. Dos 67 clientes que responderam ao questionário,
85,07% classificam o atendimento como ótimo, 11,94% como bom e apenas
2,98 dos respondentes desta videolocadora, consideram regular. Os dois
locatários que consideram o atendimento regular já passaram por algum tipo de
situação nesta videolocadora que lhes trouxe insatisfação, porém comunicaram
que souberam a quem recorrer para solucionar o entrave.
A avaliação dos clientes está de acordo com o que a gestora percebe da
interpretação destes em relação ao atendimento. Para ela e para uma das
funcionárias, os usuários consideram o atendimento ótimo. Segundo a
percepção da outra empregada, os clientes classificam o atendimento como
bom.
A gestora defende que não oferece autonomia para as funcionárias
porque quer evitar atrito com as empregadas e com os clientes. “Eu prefiro que
eu resolva os problemas, até porque não quero me indispor com funcionário,
nem com cliente, por isso o que eu resolvo está resolvido e pronto”. Apesar da
opinião da gestora, uma das funcionárias se considera com a autonomia
necessária para resolver eventuais problemas.
A mesma funcionária que se intitula com autonomia se considera muito
satisfeita com a função que exerce, contudo, indica que a gestora costuma
elogiar somente às vezes os funcionários. A empregada que reconhece a falta
de autonomia se considera satisfeita com seu cargo e indica que a chefe
sempre elogia quando são realizadas ações que trazem bons resultados para a
empresa. A gestora, por sua vez, reconhece que elogia quase sempre as
empregadas, todavia, destaca que muitas vezes não o faz por distração.
Para a gestora, a satisfação do cliente interno está diretamente
relacionada com a satisfação do cliente externo. Segundo a mesma, as
funcionárias são orientadas a atender de maneira diferenciada o cliente mais
antigo, contudo, para uma das empregadas esta diretriz não é clara, pois esta
informa que trata tanto o novo locatário, quanto o mais antigo, da mesma
maneira.
Apesar do reconhecimento do valor do atendimento para a transmissão
de qualidade para o cliente, a gestora pondera que a capacitação dos
empregados é feita somente informalmente. “A gente treina todo mundo que
entra. Eles trabalham com outro funcionário durante uma semana antes de
ficarem sozinhos atendendo”.
Pacote de Serviços
A Videolocadora 4 oferece distintos serviços ao cliente, a gestora
destaca a disponibilização de pacote e de esquema de débito. A oferta de
pacote constitui-se na redução do preço da locação mediante pagamento
adiantado pela compra de créditos. O débito se assemelha ao fiado. “Isso
acontece quando o cliente prefere locar durante todo um mês e pagar só
quando recebe o salário. A gente restringiu bastante isso porque o pessoal já
vinha com uma cultura de deixar muita coisa no débito e pagar só depois de
três, quatro meses”.
A gestora interpreta que os clientes de uma maneira geral consideram
bons os pacotes e as promoções oferecidas e o único fator a ser alterado para
melhorar ainda mais esta classificação se refere ao preço aplicado. “A única
coisa que a gente ainda não fez esse ano foi diminuir o preço. É isso que todo
mundo pede, mas como é que a gente vai fazer isso e oferecer um bom
serviço? As coisas envolvem custo e isso o cliente não entende”. A maioria dos
usuários, 92,5%, classificou os aspectos promocionais da empresa como bons
ou ótimos e apenas 7,5% como regulares.
Apesar da gestora informar que se comunica com o cliente assíduo por
meio de telefone e meio eletrônico, 36 usuários informaram que nunca
receberam qualquer tipo de contato da videolocadora. Destes usuários, 32
locam somente nesta empresa ou a têm como a primeira opção.
A organização aplica um programa de reserva programada de filmes. O
cliente pode reservar um título que ainda nem tenha chegado e a ordem
respeitada nestes casos é o valor do usuário para a empresa, se for um cliente
freqüente tem prioridade em detrimento de um cliente novo. Embora o gosto do
locatário seja respeitado, não há uma consulta aos dados do sistema quando a
gestora precisa elaborar a planilha de filmes que devem ser comprados.
A videolocadora descarta os clientes que considera pouco lucrativos e
informa que realiza segmentação de locatários, todavia, o faz somente de
maneira informal, sem a utilização precisa de dados relativos ao
comportamento de compra de cada grupo.
A gestora acredita que a empresa tem canal aberto para que todos os
clientes possam sugerir ou criticar o serviço oferecido, todavia, reconhece que
falta uma caixa de sugestões. “Falta mesmo é uma caixa de sugestões porque
muita gente pode se sentir um pouco tímida para falar”. A maioria dos clientes
corrobora o dimensionado pela gestora, pois 73,2% dos respondentes
indicaram que se sentem à vontade sempre ou quase sempre para sugerir ou
reclamar.
A videolocadora já realizou pesquisa junto a seus clientes e utilizou os
resultados da mesma para melhorar o serviço prestado conforme a
necessidade indicada pelo usuário. A gestora pondera acerca da importância
do relacionamento entre empresa e cliente, mas ressalta que a concorrência
por preço é o que define o mercado de videolocação.
A definição de marketing de relacionamento da gestora condensa o valor
que deve ser oferecido ao cliente e a lucratividade implícita na retenção do
cliente. “Eu acho que é tu conseguir captar o que o cliente quer e oferecer
justamente aquilo. Eu sei que conquistar um cliente novo é sete vezes mais
caro do que manter um cliente, por isso acho que também tem a ver com a
manutenção do cliente”. Conforme este entendimento, a gestora afirma que
aplica ações de marketing de relacionamento.
4.5 VIDEOLOCADORA 5
Início das Atividades e Comandos de Decisão
A Videolocadora 5 é uma empresa familiar que iniciou suas atividades
em outubro de 2005. O casal proprietário trabalha com seus dois filhos no
atendimento aos clientes.
O gestor informa que realiza planejamento estratégico, todavia, ao
descrever o que considera como tal esclarece que é apenas um planejamento
informal, com diretrizes financeiras e comerciais apenas. “Bom, a gente se
reúne em casa e vê o quanto a locadora precisa locar. Cada um daí sabe
quantas locações precisa fazer”.
O acervo da videolocadora conta com aproximadamente 1.600 títulos e
o preço da locação do acervo é R$ 3,00 e do lançamento mais caro é R$ 4,90.
O preço é reajustado a medida que a distribuidora aumenta o preço do filme. A
empresa não restringe o cadastramento para os habitantes da região, todavia,
exige as documentações costumeiras.
Para o gestor as transformações ocorridas no segmento de videolocação
são dimensionadas conforme a realidade da redondeza do estabelecimento.
“Por exemplo, aqui na redondeza tinha várias locadoras, fora a nossa. Duas
fecharam, então a quantidade de clientes que migraram para cá foi bastante
grande. Então à medida que uma fecha a quantidade de clientes vai
aumentando”.
As ações de marketing são definidas prioritariamente pelos gestores,
contudo, geralmente ocorrem conversas informais com os funcionários para
colher a opinião dos mesmos. Os direcionamentos financeiros ficam por conta
do casal proprietário: a esposa é responsável por comprar os filmes
lançamentos e o marido responsável por adquirir os filmes considerados
acervo.
O repasse das informações mercadológicas e organizacionais acontece
por conversas informais na residência da família ou na videolocadora. “Eu
repasso para eles por conversa aqui na locadora mesmo ou em casa. A gente
não marca reunião. Quando está todo mundo junto, a gente conversa”.
Fidelidade
O conceito de fidelidade, segundo os gestores, relaciona-se com a
exclusividade do cliente. “Eu acho que fidelidade é quando o cliente loca só
aqui, se não tem o filme que ele quer ele loca outro ou ainda não loca nenhum,
nem aqui e nem em outra”. Frente a esta interpretação, metade dos clientes
externos que respondeu ao questionário informou se enquadrar nesta
classificação de usuário fiel. De acordo com a Figura 4.14, 33 dos 54
respondentes que indicaram locar somente nesta empresa, confirmaram a
resposta em questão posterior, 1 a colocou como segunda opção e os demais
20 indicaram que esta videolocadora é a sua primeira opção, porém não a
única.
Figura 4.14 - Quantidade de locadora em que loca versus Prioridade para
locação
- videolocadora 5
Videolocadora 5:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Ações para Retenção
Os gestores relataram que realizam distintas ações voltadas à
manutenção do cliente como: oferecimento de promoções e/ou descontos em
preço, de brindes, bem como um atendimento pautado na sugestão de filmes
compatíveis com as necessidades e preferências dos consumidores.
Os gestores pontuam a promoção intitulada Fidelidade como a
prerrogativa da empresa em manter o cliente. “A cada dez filmes que o cliente
loca, ele tem direito a um filme acervo de brinde, independente de tempo ou
tipo de filme que ele loca, pode ser lançamento ou acervo. Sempre contabiliza
as locações realmente realizadas e não as que saíram como brinde”.
Apesar do esforço dispensado, os mesmos acreditam que nem todos os
clientes conseguem perceber o que é dimensionado somente para o cliente
mais freqüente. Esta perspectiva se confirma pelas respostas dos locatários.
Dos 41 clientes que já são usuários da videolocadora a mais de um ano e
meio, menos da metade, somente 19 respondentes, percebe que a locadora
realiza ações voltadas para o cliente mais freqüente.
Conforme a Figura 4.15, confrontando-se a opinião do cliente a respeito
da realização de ações direcionadas para o usuário fiel com o tópico relativo à
percepção do cliente acerca da valorização da fidelidade pela videolocadora,
observa-se que mesmo o locatário que não consegue identificar as ações da
empresa considera que a mesma valoriza a sua fidelidade.
Figura 4.15 - Realização de ações para clientes freqüentes versus Valorização
da fidelidade – videolocadora 5
Realiza;áo de Ações para Clientes Freqûentes versus Valorização da Fidelidade
31 Sim
36 Não
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Apesar dos gestores frisarem que existe um esforço organizacional mais
significativo no que tange à manutenção do cliente, destacam que não há
orientação para que os funcionários tratem os clientes mais antigos de uma
maneira diferenciada. Esta perspectiva, todavia, é refutada pela interpretação
dos funcionários que informam oferecer um tratamento diferente para os
clientes mais freqüentes.
Os gestores não conseguem dimensionar o quanto de retorno
proporciona cada promoção, todavia, destacam que os pacotes relativos à
fidelização potencializam em média 30% as locações dos filmes considerados
acervo.
Atendimento
Os gestores indicam que o principal objetivo da locadora em relação a
seus clientes é lhes oferecer um atendimento e um serviço diferenciado. De
acordo com a opinião de um dos empregados, o principal escopo da empresa é
localizar-se adequadamente e do outro é ter as melhores promoções para
todos os clientes.
Quanto à avaliação dos usuários a respeito do mesmo quesito, as quatro
alternativas mais citadas foram: 40,3% o mesmo dimensionado pelos gestores,
13,4% o oferecimento do menor preço, 13,4% a localização adequada e 13,4%
uma disposição organizada dos filmes.
Os gestores acreditam que o agente motivador para que o cliente opte
pela Videolocadora 5 é o atendimento, quesito que classificam como bom. Os
dois funcionários compactuam desta opinião, um acredita que os clientes
consideram o atendimento ótimo, o outro interpreta que os usuários classificam
como bom. A avaliação dos clientes supera a perspectiva dos gestores e dos
funcionários, pois dos 67 respondentes, 48 consideram o atendimento como
ótimo, 18 o classificam como bom e somente um cliente indicou que considera
o atendimento como regular.
A análise conjunta da incidência de reclamações com a avaliação do
atendimento indicou que dos 10 clientes que afirmaram já ter enfrentado algum
tipo de situação que lhes trouxe insatisfação na videolocadora, 8 classificam o
atendimento como ótimo e 2 consideram o atendimento como bom. O único
cliente que indicou a avaliação do atendimento como regular informou não ter
enfrentado qualquer situação que lhe tenha desagradado dentro do
estabelecimento.
Os gestores ponderam que os funcionários têm autonomia para resolver
qualquer entrave, todavia, assim não o fazem porque se sentem mais à
vontade repassando o problema para quem eles imaginam mais habilitados, os
gestores. Para estes últimos, os funcionários estão satisfeitos com a função
que exercem, contudo apenas um empregado corrobora o que é interpretado
pelos gestores, o outro indica que está insatisfeito com as tarefas que executa.
Os gestores acreditam que o grau de qualidade do atendimento depende
da satisfação do funcionário. “Um funcionário de cara feia espanta os clientes e
um sorriso sincero muitas vezes pode cativar até mesmo aquele cliente que
não loca só aqui”. Nunca foi oferecido qualquer tipo de capacitação para os
empregados e o que estes precisam aprender é repassado pelos próprios
gestores dentro da empresa.
Pacote de Serviços
A videolocadora apresenta estacionamento para três carros e tem
acoplada ao ambiente uma lan house. Os filmes são dispostos conforme o
gênero, com exceção dos lançamentos que são agrupados no centro da loja.
Os gestores informam que não realizam segmentação de clientes, mas
que oferecem promoções direcionadas mais ao cliente freqüente do que ao
usuário eventual. Para os proprietários, os locatários consideram as promoções
e pacotes oferecidos como bons. Dos 67 clientes, 55,22% responderam que
consideram as promoções e pacotes como ótimos, 43,28% como bons e
apenas 1,5% considera regulares. Ressalta-se que o mesmo locatário que
classifica os pacotes e promoções como regulares também considera o
atendimento como regular.
Os gestores reconhecem que algumas ações são produtos do
benchmarking realizado em outras videolocadoras. Denotam que as
promoções para fidelizar o cliente acarretam benefícios financeiros para os
usuários que alugam filmes com maior regularidade.
O nome da promoção é Promoção Fidelidade para ti ter uma idéia, então a cada dez
filmes que o cliente loca, ele tem direito a um filme acervo de brinde, independente de tempo
ou tipo de filme que ele loca, pode ser lançamento ou acervo. Sempre contabiliza as locações
realmente realizadas e não as que saíram como brinde. A gente tem também outras
promoções para dar mais movimento para dias que são mais fracos, por exemplo, terças e
quintas todos os filmes têm R$ 1,00 de desconto. Têm algumas promoções que não fomos nós
que criamos, que a gente copiou das outras locadoras, por exemplo o pacote de vídeo-ticket.
A empresa tem também sistema de reserva, porém não faz distinção
entre os clientes que solicitam o serviço. “A prioridade é a da ordem de
chegada. Para quem reservou antes vai o filme”.
Os gestores reforçam que o cliente insatisfeito pode reclamar
diretamente para o funcionário que se encontra no estabelecimento. “A pessoa
que está disponível para atender, ele reporta o problema, não obrigatoriamente
o funcionário vai resolver, mas vai encaminhar para quem pode”. Esta abertura
é respaldada pelos 80,6% dos clientes que afirmam se sentir à vontade para
sugerir ou reclamar sempre ou quase sempre.
Os gestores definem marketing de relacionamento como uma orientação
sobre os serviços prestados pela videolocadora.
Quando um cliente abre um cadastro, por exemplo, a gente mostra para ele esse nosso
painel, onde mostra o horário de funcionamento, as promoções e as regras para locação. A
gente mostra como os filmes estão organizados dentro da locadora e isso de uma certa forma é
um marketing para nós, é uma forma inicial para começar o nosso relacionamento. Eu percebo
que quando a gente mostra esse quadro aqui, os clientes novos chegam e lêem o que está
escrito aqui.
A empresa nunca fez qualquer tipo de pesquisa formal junto a seus
clientes e funcionários, apesar disso, os gestores consideram o atendimento o
fundamento que rege o relacionamento com o cliente. “O relacionamento com o
cliente é muito importante. Nós somos um prestador de serviço, se o cliente
chega aqui e é mal atendido, não é dado bola, ele vai procurar outra locadora.
Tudo é uma questão de atendimento versus benefício”.
4.6 VIDEOLOCADORA 6
Início das Atividades e Comandos de Decisão
A Videolocadora 6 iniciou suas atividades com o atual proprietário em
agosto de 2002. Atualmente não dispõe de funcionários porque o gestor, dono
do negócio, trabalha também como atendente. A empresa conta com
aproximadamente 2.800 títulos em seu acervo e os preços da locação de
acervo e de lançamento são respectivamente R$3,00 e R$ 4,00.
O reajuste no preço dos filmes é planejado mediante uma perspectiva
temporal associada a outros elementos, como o aumento do custo fixo da loja,
do valor do filme e a pesquisa junto ao mercado próximo, como sugere o
gestor.
O critério que eu utilizo é o seguinte o custo do filme em si, o custo fixo da loja e uma
margem de lucro que eu considere razoável dentro do faturamento geral. Em média, eu tenho
aumentado uma vez por ano, uma vez a cada quatorze meses. Eu também levo em conta o
mercado em volta de mim, eu não posso banalizar, embora aqui na região o meu é o mais
caro. O meu custa R$4,00, os outros R$ 3,00, R$ 3,90.
Para o gestor, as transformações ocorridas no segmento de
videolocação foram centralizadas na mudança de mídia do VHS para o DVD.
“O mais significativo foi a migração do VHS para o DVD. E quando eu comprei
essa loja tinha só 30, 40 filmes em DVD. Hoje, o acervo que ela tem hoje tinha
na época em VHS. Essa transição foi até mais rápida do que eu esperava”,
explica.
Como o gestor é também o único funcionário, todas as ações relativas
ao marketing ficam a seu encargo. Não é realizado planejamento estratégico,
pois, segundo o dono, é um ambiente informal e como somente ele faz parte da
empresa não há necessidade.
Ações para Retenção
O gestor relaciona distintas ações que realiza com o intuito de fidelizar
os clientes, dentre elas o sistema de bônus.
Eu acho que uma coisa que ajuda é o negócio do bônus. Por exemplo, pegou
lançamento, me devolve amanhã até às três da tarde ganha cinco pontos, até as quatro ganha
quatro pontos, até as cinco ganha três pontos. Então, quanto mais cedo ele trouxer o filme,
mais pontos ele ganha. Melhor para mim, melhor para ele. Quando atingir 25 pontos ele ganha
uma locação grátis. Pode ser uma locação de qualquer filme da locadora, menos da categoria
de superlançamento.
Dentre as ações realizadas pela organização para valorizar o cliente
mais frequente estão : o oferecimento de promoções e descontos em preço,
oferecimento de brindes, aumento de prazo de entrega, atendimento
diferenciado e identificação dos gostos e necessidades dos clientes.
Conforme a Figura 4.16, confrontando-se o quesito valorização da
fidelidade por parte da videolocadora e percepção das ações realizadas
visando o cliente mais freqüente, observa-se que apenas 1 cliente acredita que
a empresa não valoriza a fidelidade, embora este perceba que a videolocadora
aplica ações direcionadas para os clientes mais freqüentes. Apesar de 12
usuários afirmarem que não observam qualquer ação direcionada ao cliente
fiel, todo este grupo entende que a videolocadora valoriza a fidelidade do
cliente.
Figura 4.16- Valorização da fidelidade versus Ações para clientes mais
freqüentes
- videolocadora 6
Valorização da Fidelidade versus Ações para Clientes Mais Freqûentes
66 Sim
1 Não
Sim Não
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
O gestor pondera que o principal objetivo da empresa é construir um
relacionamento sólido com seus atuais clientes e para tanto acredita que o
atendimento é o aspecto fundamental. Quanto ao resultado das ações para
fidelização do cliente, o gestor afirma que não lograram potencial financeiro,
mas proporcionaram um maior grau de fidelidade dos usuários, impulsionando-
os a locar maior prioridade na sua videolocadora.
Fidelidade
O gestor informa que realiza mais ações para fidelizar o cliente, do que
para atrair novos locatários, contudo, interpreta que o cliente não consegue
perceber esta iniciativa. “Eu acho que eles acabam se fidelizando até sem
perceber que é a questão do bônus. Eu tenho também aqueles clientes que
locam só na terça-feira, que aparecem aqui só na terça-feira”, comenta.
Para o gestor, a fidelidade está relacionada com a prioridade oferecida
na opção pela videolocadora. “Eu acho que cliente fiel é aquele que vem
primeiro aqui, não que ele loque só aqui, mas que venha primeiro aqui para ver
se encontra o filme que quer assistir. Isso porque dificilmente alguém é cliente
de uma locadora só, porque tem filme que eu tenho aqui e a outra não tem lá e
vice-versa”.
O público da empresa respalda o que o gestor atribui como fidelidade,
pois de acordo com a Figura 4.17, 60 respondentes indicaram que locam
somente na Videolocadora 6 ou a tem como primeira opção. Quanto à
exclusividade, dos 43 clientes que afirmaram tê-la como única escolha em se
tratando de locadora de filmes, apenas 20 confirmaram a resposta, 21 a
indicaram como primeira alternativa, 1 relacionou-a como segunda opção e 1
justificou que é a primeira opção quando se encontra próximo do
estabelecimento.
Figura 4.17 - Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para
locação – videolocadora 6
Videolocadora 6:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Atendimento
Sobre o questionamento acerca do objetivo da videolocadora as três
alternativas mais citadas entre os clientes da amostra foram: 41,8% oferecer o
menor preço, 22,4% diferenciar-se pelo serviço/atendimento e 11,9% ter as
melhores promoções e pacotes para todos os clientes. Firma-se relevante
destacar, contudo, que apenas 1 usuário considera o atendimento regular,
contudo indica que o escopo da empresa é diferenciar-se pelo
serviço/atendimento.
O gestor interpreta que o público considera o atendimento como bom,
todavia, a opinião dos clientes supera esta expectativa, pois dos 67
respondentes, 59 consideram o atendimento ótimo, 7 consideram bom e 1
considera regular. Quanto à incidência de reclamações, somente 5 locatários
informaram que já passaram por algum problema na videolocadora, porém,
estes cinco respondentes indicaram que consideram o atendimento como
ótimo.
Pacote de Serviços
A Videolocadora 5 apresenta diferentes promoções e serviços ao cliente
e, segundo o gestor, muitas iniciativas foram resultado de sugestões de
clientes.
A participação do consumidor ocorre de maneira expontânea, pois
quando uma promoção é implementada o gestor avalia a recepção dos clientes
e o lucro advindo da mesma, a partir destes dois pontos a transpõe para uma
promoção permanente ou a elimina.
A mais efetiva foi a promoção que eu fiz na terça-feira a R$ 1,99. Essa promoção de
terça-feira aconteceu porque eu recebia mais ou menos cento e vinte filmes de devolução do
final de semana, então eu passei a incentivar os clientes a levarem filme nesse dia. O
engraçado é que isso foi idéia de um cliente que viu numa locadora do centro e me falou para
fazer.
A videolocadora tem programa de reserva de filmes e privilegia os
usuários que locam com maior freqüência na empresa, pois a prioridade é para
o cliente mais assíduo e não respeita necessariamente uma lista de chegada.
Não existe uma segmentação oficial de clientes e o tratamento distinto
se dá mediante critérios subjetivos e informais.
O gestor entende que oferece abertura para que os consumidores lhe
sugiram melhorias ou críticas, contudo, acredita que nem todos assim o fazem.
Esta avaliação é corroborada pela posição dos respondentes, pois dos 67
clientes questionados, apenas 36 se sentem à vontade para sugerir ou
reclamar sempre nesta videolocadora.
A definição de marketing de relacionamento concebida pelo gestor
centra-se na perspectiva humana, na conduta, na atitude e no comportamento
que podem nutrir um vínculo entre cliente e empresa. Para ele, o
relacionamento com o consumidor é fundamental e isso somente é possível
perante a utilização comercial dos aspectos relativos às relações humanas.
4.7 DADOS DA AMOSTRA DE GESTORES
O mapeamento das práticas e da rotina das videolocadoras
componentes da amostra foi amealhado mediante a realização de entrevista
com o gestor administrativo de cada empresa. Observa-se a seguir quadro
explicativo que pontua o sexo, a idade e o grau de instrução de cada um dos
seis entrevistados.
Videolocadoras Sexo Idade Grau de Instrução
Empresa 1 Masculino 46 anos 2º Grau Completo
Empresa 2 Masculino 29 anos 2º Grau Completo
Empresa 3 Masculino 24 anos 2º Grau Completo
Empresa 4 Feminino 28 anos 3º Grau Incompleto
Empresa 5 Masculino 48 anos Pós-Graduação
Empresa 6 Masculino 37 anos 3º Grau Incompleto
Quadro 4.1 - Perfil dos Gestores
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Foram comparadas as promoções e os benefícios oferecidos pelas
videolocadoras e foram observadas as similaridades e particularidades,
conforme o quadro a seguir. As ações promocionais destacadas, todavia,
contemplam tanto as prerrogativas direcionadas ao cliente mais freqüente,
quanto as promoções gerais, que privilegiam também o usuário que não utiliza
o serviço de locação com significativa assiduidade. Sob este aspecto, observa-
se que as videolocadoras 4 e 6 utilizam o critério de categoria de cliente
quando precisam realizar a reserva de um filme.
Videolocadora V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Benefício
Sistema de reserva
antecipada
Não Sim Sim Sim Sim Sim
Preferência de reserva para
cliente mais freqüente
Não Não Não Sim Não Sim
Pacote de crédito de
locações com desconto
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Promoções semanais de
desconto
Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Desconto por pagamento
antecipado
Não Não Não Não Não Sim
Pacote de bônus por
entrega antecipada
Não Não Não Não Não Sim
Oferecimento de terminais
de consulta para o cliente
Não Sim Sim Não Não Não
Brindes por entrega
antecipada
Não Não Não Sim Não Não
Pacote de locações como
brinde para o cliente que
locou mais no mês anterior
Não Não Não Sim Não Não
Prêmio com desconto por
quantidade de locações
realizadas no mês anterior
Não Sim Não Não Não Não
Homenagem com foto de
cliente mais lucrativo do
mês anterior no mural
Não Não Não Sim Não Não
Quadro 4.2 - Benefícios das Videolocadoras
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Os prêmios por locações realizadas são implementados pela empresa 4
e pela empresa 2. A única empresa que demonstrou a ambição de
recompensar o cliente freqüente, além do retorno financeiro, foi a
videolocadora 4, com a homenagem ao cliente afixada no mural.
4.8 MERCADO DE CONSUMIDORES
Tal como foi explicitado no capítulo referente à metodologia,
questionários auto-preenchíveis foram aplicados a 67 clientes de cada empresa
componente da amostra. Com base nestes dados obteve-se um panorama
destes grupos e da percepção dos mesmos acerca das ações realizadas pelas
videolocadoras. Sob este enfoque, são apresentados a seguir os dados
relativos ao perfil da amostra total de clientes externos.
Quanto ao gênero, 63,9% dos locatários que responderam ao
questionário são indivíduos do sexo masculino e 36,1% do sexo feminino. As
faixas etárias foram bem distribuídas: 16,7% de 31 a 35 anos; 16,4% de 41
anos ou mais; 15,9% de 36 a 40 anos; 15,4% de 15 a 20 anos; 15,4% de 21 a
25 anos; 15,4% de 26 a 30 anos; 4,7% de 10 a 14 anos.
O grau de instrução dos respondentes também se apresentou
segmentado: 25,9% têm o segundo grau completo; 22,9% têm o terceiro grau
completo; 15,7% têm pós-graduação ou mais; 10,9% têm o segundo grau
incompleto; 10,2% têm o terceiro grau incompleto; 5,7% têm o fundamental
incompleto; 3,2% têm o primeiro grau incompleto; 3%têm o fundamental
completo e 2,5% têm o primeiro grau completo.
A renda dos clientes externos seguiu a mesma perspectiva distribuída:
19,4% ganha mais de R$ 2.280,00; 17,7% ganha de R$ 380,00 a R$ 760,00;
15,7% ganha de R$ 761,00 a R$ 1.140,00; 13,7% ganha de R$ 1.901,00 a R$
2.280,00; 10% ganha de R$ 1.521,00 a R$ 1.900,00; 9,7% ganha de R$
1.141,00 a R$ 1.520,00; 7% não têm renda; 4,5% recebem mesada; 2,5%
recebem menos do que R$ 380,00.
Lucratividade do Cliente
Com o propósito de apurar o perfil de lucratividade do cliente, realizou-se
um cruzamento de dados entre a faixa etária do locatário e a quantidade de
filmes que costuma locar mensalmente, conforme demonstra a Tabela 01.
Observa-se, segundo a combinação dos dados, que os dois grupos de
clientes que costumam locar com maior intensidade têm maior
representatividade entre 37 anos ou mais, com incidência de 23 citações para
clientes que locam mais de dez filmes por mês e que têm mais de 40 anos, e
com incidência de 24 citações para clientes que locam de 8 a 10 filmes
mensalmente que têm de 37 a 40 anos de idade.
Quantidade de
Filmes/Mês
Menos de 1
1
2 a 4
5 a 7
8 a 10
Mais de 10
Idade
De 10 a 14 anos 1 5 7 3 1 2
De 15 a 20 anos 3 4 17 18 12 8
De 21 a 25 anos 2 5 12 17 13 13
De 26 a 30 anos 0 4 14 22 12 10
De 31 a 36 anos 1 1 9 22 18 16
De 37 a 40 anos 1 1 9 13 24 16
Mais de 40 anos 1 2 13 11 16 23
Total 9 22 81 106 96 88
Tabela 4.1- Quantidade de filmes que loca por faixa etária
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A potencial lucratividade do cliente pode ser incutida na associação da
prioridade que o mesmo dispensa para a empresa. Confrontou-se mediante o
programa Sphinx o nível de utilização do serviço pelo cliente com a prioridade
estabelecida por este para a videolocadora. Porcentagem significativa dos
clientes que locam mais de dez filmes por mês, 51,14% dos respondentes
deste grupo, aluga somente na empresa componente da amostra e 35,2% têm
a videolocadora como primeira opção.
Relacionamento pela Lealdade
A fidelidade apresentou-se como um quesito avaliado no confronto das
respostas das questões 1 e 4. Conforme demonstra a Figura 4.18, 60,1% dos
clientes que indicaram ter a videolocadora como exclusiva confirmaram a
opção na pergunta subseqüente, porém 36,3% dos locatários a confirmaram
como sendo a primeira alternativa, mas não como a única, 1,8% dos que a
haviam colocado como exclusiva a classificaram como a segunda opção, 1,1%
justificaram outros motivos para a escolha e 0,7% dos respondentes que a
consideraram exclusiva em questão anterior a apontaram como a terceira
opção.
Figura 4.18 - Quantidade de Videolocadoras versus Prioridade para Locação
Amostra total:
Quantidade de locadoras em que loca versus Prioridade para locação
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Somente nesta Em duas Em Três Em Quatro Em mais de quatro Total
Outra.
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro filme que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro filme que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro filme que desejo na outra videolocadoras que sou sócio(a), venho procurar aqui.
Loco somente nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora
Venho primeiro nesta vídeolocadora, se não tiver o filme que desejo, procuro em outra.
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
As seis empresas da amostra afirmaram que realizam ações voltadas
para o cliente mais freqüente, todavia, 29,85% dos respondentes informaram
que não identificam tais esforços, apesar disso, apenas 8,33% entendem que a
videolocadora não valoriza a fidelidade dos clientes.
A Figura 4.19 demonstra a comparação da opinião de ambos os grupos.
Figura 4.19 - Percepção dos Clientes sobre Ações para Clientes Mais
Freqüentes: Gestores/Clientes
Percep
ç
ão dos Clientes sobre A
ç
ões para
Clientes Freqüentes: Gestores/Clientes
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
Sim Não
Clientes Totais
Gestores
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Relacionamento Proveniente da Interação entre Clientes e Prestadores
de Serviço
Os seis gestores entrevistados concebem o atendimento como um fator
primordial para a obtenção do sucesso. Confrontando-se a opinião dos clientes
externos a este respeito, observa-se que a maioria dos respondentes classifica
a prestação do serviço pelo funcionário da videolocadora como boa ou ótima.
Sobre este critério, como apresenta a Figura 4.20, a interpretação dos
respondentes de cada subgrupo se assemelhou com o resultado da amostra
total.
Figura 4.20 - Classificação do Atendimento: Clientes/ Empresa
Classificação do Atendimento: Clientes/ Empresa
0
20
40
60
80
100
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Empresa 1
Empresa 2
Empresa 3
Empresa 4
Empresa 5
Empresa 6
Geral
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Com o escopo de medir estatisticamente o grau de relação entre a
interpretação dos locatários de cada videolocadora com a média do somatório
das observações foi aplicado o coeficiente de correlação de Pearson (TOLEDO
e OVALLE, 1985). Esta medição comparou as citações dos consumidores de
cada instituição a respeito da avaliação do atendimento com a média do
somatório das citações da amostra total. A seguir são dimensionados os
relativos coeficientes de correlação observados :
Média do somatório
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Coeficiente de correlação (r) 0,9983 0,9995
0,9995 0,9987 0,9907 0,9974
Tabela 4.2 Coeficiente de correlação entre avaliação do atendimento pelos clientes de cada
videolocadora e clientes totais.
Fonte : Dados primários, 2007.
Conforme Toledo e Ovalle (1985), o campo de variação do coeficiente r
localiza-se entre -1 e +1, de forma que a correlação perfeita é representada por
r = 1 e a disparidade total por r = -1. De acordo com a tabela 4.1, os valores se
aproximam de +1, o que denota uma forte correlação entre a avaliação do
atendimento pelos subgrupos com o somatório da avaliação do atendimento
pela amostra total.
Observa-se que a relação apresentada entre as empresas componentes
da pesquisa e a amostra total demonstra que os clientes das videolocadoras,
em se tratando de avaliação de atendimento, têm interpretações semelhantes.
O mesmo questionamento acerca do atendimento foi feito aos funcionários das
videolocadoras. O confronto entre a percepção dos clientes e dos empregados
demonstrou uma paridade moderada, tendo em vista que o índice de
correlação dos dois grupos de sujeitos foi de 0,6653.
O cruzamento da variável atendimento com a variável reconhecimento
de preferências indicou que os sete locatários que classificaram o atendimento
como regular raramente têm suas preferências identificadas pelos empregados
das videolocadoras: 1 cliente comunicou que os funcionários nunca lebram de
seu gosto, 2 clientes comunicaram que quase nunca os funcionários recordam
de suas preferências e 4 locatários relataram que os empregados lembram de
suas preferências às vezes. O outro extremo também se configurou a medida
que 9 clientes que consideram o atendimento como ótimo relataram que os
funcionários nunca lembram de suas preferências.
A Figura 4.21 compara a incidência da recordação das preferências dos
clientes pelos funcionários, mediante a análise de cada subgrupo respectivo à
cada videolocadora. Observa-se que a avaliação de cada subgrupo se
assemelha em valores e posicionamento com a avaliação da amostra como um
todo.
Figura 4.21- Lembrança das Preferências: Clientes/ Empresa
Lembrança de Preferências: Clientes/ Empresa
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
Sempre Quase
sempre
Às
vez es
Quase
nunca
Nunca
Videolocadora 1
Videolocadora 2
Videolocadora 3
Videolocadora 4
Videolocadora 5
Videolocadora 6
Geral
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Os índices de corrrelação encontrados quando se comparou a
interpretação acerca da identificação das preferências de cada subgrupo com o
somatório da amostra é demonstrado na tabela a seguir :
Média do somatório
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Coeficiente de correlação (r) 0,9919 0,9755
0,9651 0,9012 0,9394 0,9863
Tabela 4.3: Coeficiente de correlação entre freqüência de lembrança da preferência do usuário
de cada subgrupo e da amostra total.
Fonte : Dados primários, 2007.
A identificação das preferências do locatário é um dos componentes que
constituem os atributos do serviço disponibilizado pela videolocadora. Quando
questionados acerca da percepção dos clientes sobre os pacotes e as
promoções da empresa, cinco gestores apontaram que os locatários os
consideram bons e um gestor informou que os clientes consideram regulares.
O posicionamento dos locatários demonstrou que 52,7% dos mesmos
consideram os pacotes e as promoções como ótimos, 41,8% como bons, 5%
como regulares e 0,5% como ruins. Comparando-se as respostas do somatório
da amostra com as respostas de cada videolocadora, observa-se que há uma
estreita similaridade, tal como indica a tabela 4.4.
Média do somatório
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Coeficiente de correlação (r) 0,9749 0,9974
0,9933 0,9868 0,9990 0,9967
Tabela 4.4 : Coeficiente de correlação entre avaliação de promoções e pacotes de clientes de
cada videolocadora e da amostra total.
Fonte : Dados primários, 2007.
Esta similaridade reforça o quanto homogênea compô-se a amostra.
Relacionamento Próximo ou Distante
Dos seis gestores entrevistados, quatro indicaram que o objetivo da
empresa em relação a seus clientes é diferenciar-se pelo serviço/atendimento,
enquanto dois informaram que o escopo da videolocadora é construir um
relacionamento sólido entre empresa e cliente. Os consumidores, quando
questionados a este respeito, indicaram que percebem com maior ênfase o
esforço das instituições em distingüir-se pelo serviço, todavia, a segunda
alternativa mais citada foi a oferta do menor preço, como demonstra Figura
4.22.
Figura 4.22- Objetivo da Videolocadora : Clientes/ Empresa
Objetivo da Videolocadora: Clientes/ Empresa
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
Preço
Serviço/Atendim
ento
Localizão
Relacionamento
Atração
Promoções
Acervo
Organizão
Out ro
Empresa 1
Empresa 2
Empresa 3
Empresa 4
Empresa 5
Empresa 6
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A seguir são discriminados na tabela 4.5 os coeficientes de correlação
entre o resultado de cada empresa e o resultado geral.
Média do somatório
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Coeficiente de correlação (r) 0,9771 0,9681
0,9956 0,9695 0,9807 0,9624
Tabela 4.5 : Coeficiente de correlação entre a percepção do objetivo da videolocadora dos
clientes de cada empresa e do somatório da amostra.
Fonte : Dados primários, 2007.
Os coeficientes de correlação das videolocadoras se aproximam de +1,
de maneira que indicam uma similaridade acentuada entre os resultados
obtidos nestes subgrupos com a amostra geral.
As opções mais citadas pelos clientes com relação ao que os mesmos
percebiam como o escopo da videolocadora em relação aos locatários são :
diferenciar-se pelo serviço/atendimento com 31,6% das citações, oferecer o
menor preço com 19,7% das citações, ter as melhores promoções para todos
os clientes com 11,2% das citações, construir um relacionamento sólido com
seus atuais clientes com 9,2% das citações, localizar-se adequadamente para
ser acessível a um maior público com 8,7% das citações, oferecer o acervo de
filmes com maior variedade e quantidade do que as concorrentes com 7,7%
das citações, ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes com
6,2% das citações, atrair novos clientes com 3,7% e outras respostas
justificadas com 2% de incidência.
Do grupo de clientes que percebe o objetivo da empresa como
diferenciar-se pelo serviço/atendimento, 63,8% consegue identificar ações
realizadas pela videolocadora que beneficiam os locatários mais freqüentes,
36,2% indicam que não reconhecem a existência destas ações.
A alternativa que contemplava a construção de um relacionamento
sólido entre empresa e cliente foi citada 37 vezes na amostra geral, apenas um
cliente que indicou ser este o objetivo da organização considerou que a
empresa não valoriza a fidelidade dos usuários.
Confrontando-se o que dimensiona o atendente como o objetivo da
videolocadora com o que é percebido pelo cliente tem-se 0,9276 como
coeficiente de correlação, o que indica significativa similaridade entre a
interpretação dos dois grupos de sujeitos.
Relacionamento por Redes Sociais
Os seis gestores informaram que não realizam qualquer ação de pós-
venda, todavia, comunicam-se com os atuais clientes para fomentar vendas.
Os clientes foram questionados se já receberam algum contato da empresa
para a informação a respeito de uma promoção direcionada para as suas
necessidades como usuário do serviço.
Dos respondentes que são clientes há mais de um ano e meio, 59,2%
nunca receberam qualquer comunicação da empresa e 13,5% receberam
apenas uma vez um informe da videolocadora. Dos clientes que locam na
instituição de um ano e um dia a um ano e meio, 65,1% nunca receberam
qualquer tipo de comunicação da empresa e 19% receberam uma vez um
informe da videolocadora. Dos usuários que alugam filmes na empresa de seis
meses a um ano, 80% nunca receberam qualquer tipo de comunicação da
empresa e 12,5% receberam uma vez um informe da videolocadora.
Relacionamento com o Cliente Insatisfeito
Promoveu-se o cruzamento da variável recomendação com a variável
reclamação e observou-se que 94,6% dos locatários que já precisaram
reclamar de algum entrave enfrentado na videolocadora recomendam a
empresa para conhecidos, somente 5,4% assim não o fazem. Este índice de
não recomendação diminui ainda mais no grupo que nunca enfrentou qualquer
problema na empresa, apenas 0,3% não indica a videolocadora.
Relacionamento que Estabelece o Cliente como Membro
Todos os gestores comunicaram que estabelecem um canal aberto com
os clientes e que estes últimos se sentem à vontade para criticar e para sugerir
melhorias para o serviço. O grupo de clientes indicou que 48,3% sempre se
sentem à vontade para sugerir ou para criticar, 21,9% se sentem à vontade
quase sempre, 15,9% se sentem à vontade às vezes, 5,5% quase nunca se
sentem à vontade e 8,5% nunca se sentem à vontade para sugerir e reclamar.
Figura 4.23 - Sugestões e Críticas : Clientes/ Empresa
Sugestões e Cticas: Clientes/Empresa
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Se
mp
r
e
Q
uas
e
semp
r
e
Às
vezes
Quase nunca
Nun
ca
Empresa 1
Empresa 2
Empresa 3
Empresa 4
Empresa 5
Empresa 6
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A interpretação dos clientes de cada empresa é similar ao dimensionado
pela percepção apurada na amostra total sobre a abertura para expressar
críticas e sugestões. A tabela a seguir demonstra os coeficientes de correlação
de cada empresa em relação ao resultado da somatória.
Média do somatório
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5 V 6
Coeficiente de correlação (r) 0,9939 0,9894 0,9579 0,9952 0,9790 0,9943
Tabela 4.6 : Coeficiente de correlação entre a percepção dos clientes sobre a abertura para
sugerir e criticar de cada empresa e do somatório da amostra.
Fonte : Dados primários, 2007.
Observa-se que os coeficientes de correlação correspondem a
números próximos a 1,0, o que denota estreita homogeneidade entre as
percepções dos clientes das diferentes empresas.
4.9 MERCADO DE CLIENTES INTERNOS
Os aspectos organizacionais analisados também receberam a
contribuição da percepção dos clientes internos das instituições constituintes
da amostra, com exceção da Videolocadora 6 que não tem funcionário, apenas
o gestor trabalha na empresa.
Perfil
Há predominância de funcionários do sexo masculino, 83,3%, em
detrimento de somente 16,7% do sexo feminino. A maioria dos empregados
tem até 20 anos, 66,7%, enquanto 16,7% têm entre 21 e 25 anos e os outros
16,7% têm entre 26 e 30 anos.
Quanto ao grau de instrução, 41,7% dos clientes internos têm o terceiro
grau incompleto, 25% têm o segundo grau incompleto, 16,7% têm o segundo
grau completo, 8,3% têm o primeiro grau incompleto e 8,3% têm o fundamental
incompleto. Em relação ao tempo de empresa, 58,3% trabalham a mais de um
ano e meio, 25% trabalham de seis meses a um ano, 8,3% trabalham entre um
ano e um dia a um ano e meio e os outros 8,3% trabalham a menos de seis
meses na videolocadora.
Relacionamento entre Empresa e Funcionários
Quanto à autonomia dos funcionários, os gestores e os funcionários
apresentam significativa afinidade no confronto dos dados, o coeficiente de
correlação é de 0,9820.
Quanto ao grau de satisfação dos funcionários, as percepções dos
gestores também mostraram afinidade com o dimensionado pelos empregados,
pois o coeficiente de correlação calculado foi de 0,9167.
A média salarial dos funcionários não ultrapassou dois salários mínimos,
75% dos respondentes indicaram receber menos de um salário mínimo e 25%
comunicaram que recebem entre um e dois salários mínimos.
Quanto à satisfação em relação ao cargo que ocupam, apenas 8,3%
informaram que estão insatisfeitos, 8,3% estão razoavelmente satisfeitos,
58,3% estão satisfeitos e 25% estão muito satisfeitos.
Quanto à satisfação em relação ao cargo que ocupam, apenas 8,3%
informaram que estão insatisfeitos, 8,3% estão razoavelmente satisfeitos,
58,3% estão satisfeitos e 25% estão muito satisfeitos.
A Figura 4.24 estabelece o cruzamento dos dados relativos à média
salarial e ao nível de satisfação dos funcionários.
Figura 4.24 - Satisfação do funcionário versus média salarial
Satisfação do Funcionário versus Média salarial
3 Muito satisfeito (a)
7 Satisfeito (a)
1 Razoavelmente satisfeito (a)
1 Insatisfeito (a)
0 Muito insatisfeito (a)
Menos de R$380,00 De R$380,00 a R$760,00 De R$761,00 a R$1.040,00
De R$1.041,00 a R$1.420,00 De R$1.421,00 a R$1.800,00 Mais de R$1.800,00
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Relacionamento da Empresa com o Cliente
Em relação à realização de ações voltadas à atração ou à manutenção
do cliente, a maioria dos funcionários, 75%, respondeu que a empresa
contempla tanto uma inclinação quanto a outra, 16,7% indicaram que a
videolocadora preocupa-se mais com a fidelização dos atuais clientes e 8,3%
responderam que a empresa está mais focada na conquista de novos
locatários.
Figura 4.25 - Ações para Conquista e/ou Manutenção dos Clientes
A
ç
ões para Conquista e/ou Manuten
ç
ão dos
Clientes
0
2
4
6
8
10
12
14
Co
nq
u
ista
M
anute
n
ção
Ambas
Nenhuma
Funcionários
Videolocadora 1
Videolocadora 2
Videolocadora 3
Videolocadora 4
Videolocadora 5
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Confrontando-se os resultados individuais dos funcionários de cada
videolocadora com o resultado final da amostra total observa-se que há grande
similaridade. A seguir a tabela 4.7 apresenta os respectivos coeficientes de
correlação.
Média do total de funcionários
comparada a :
V 1 V 2 V 3 V 4 V 5
Coeficiente de correlação (r) 0,8813 0,9713 0,9377 0,8813 0,9713
Tabela 4.7 : Coeficiente de correlação entre a identificação das ações para conquista e/ou
manutenção de clientes dos funcionários de cada videolocadora e da amostra de funcionários
total.
Fonte : Dados primários, 2007.
Os funcionários têm interpretação similar aos gestores no que tange ao
direcionamento da videolocadora. Quando questionados acerca da inclinação
da videolocadora a atrair ou a manter o cliente, os resultados dos dois grupos
apresentaram coeficiente de correlação de 0,9946. A Figura 4.26, demonstra o
posicionamento de ambos os grupos:
Figura 4.26- Ações de Conquista e Manutenção: Gestores/ Funcionários
A
ç
ões de Conquista e Manuten
ç
ão:
Gestores/Funcionários
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
Conquista
de Novos
Clientes
Manutenção
do Cliente
Ambas
Nenhuma
Gestores
Funcionários
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Os clientes internos informaram acerca de algumas ações efetuadas
pelas videolocadoras visando beneficiar os clientes mais freqüentes, as três
mais votadas foram: oferecimento de promoções e/ou descontos em preço que
recebeu 10 citações; atendimento personalizado na sugestão de títulos de
lançamento que recebeu 9 citações; oferecimento de brindes que recebeu 6
citações.
Quando questionados se a videolocadora realizava pesquisas junto aos
clientes, 91,7% dos funcionários responderam negativamente, somente 8,3%
responderam positivamente e justificaram que assim o fazem, só que de uma
maneira informal. Em relação à autonomia 66,7% dos empregados informaram
que se consideram com autonomia para resolver eventuais problemas e 33,3%
não.
A relação entre empresa e funcionário também é pautada pelo
reconhecimento e 50% dos empregados respondentes indicaram que o chefe
elogia as ações positivas às vezes, 16,7% quase sempre e 33,3 sempre. A
percepção dos funcionários, contudo, não é tão similar a dos gestores como
em relação aos demais quesitos, como demonstra a Figura 4.27. O coeficiente
de correlação encontrado quando foram confrontadas as percepções de ambos
os grupos foi de 0,5455.
Figura 4.27 - Elogio do Chefe: Funcionários/ Gestores
Elogio do Chefe: Funcionários/ Gestores
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
Sempre Quase
Sempre
Às vezes Quase
Nunca
Nunca
Funcionários
Gestores
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
O serviço prestado ao cliente antigo também foi questionado e 58,33%
dos funcionários afirmaram que a videolocadora estimula a tratar de uma
maneira diferente os clientes freqüentes, todavia, apenas 8,33% confirmaram a
resposta em questão posterior a qual reafirmam que tratam o cliente antigo
com maior atenção, 91,7% dos empregados informaram que tratam da mesma
maneira o cliente antigo e o cliente novo.
Relacionamento via Funcionário
O objetivo da videolocadora, segundo os funcionários, é ter as melhores
promoções para todos os clientes para 33,3%, localizar-se adequadamente
para 25%, diferenciar-se pelo atendimento para 16,7%, oferecer o menor preço
para 8,3%, oferecer um acervo de filmes com grande variedade e quantidade
para 8,3% e construir um relacionamento sólido com os atuais clientes para
8,3%.
Os funcionários reconhecem que a videolocadora não utiliza o sistema
de informações disponível para segmentar e trabalhar o comportamento do
consumidor, apenas 16,6% do grupo acredita que os gestores utilizam os
dados disponíveis.
Figura 4.28 - Atendimento: Percepção dos Funcionários versus Percepção dos
Clientes
Atendimento: Percep
ç
ão dos Funcionários
versus Percepção dos Clientes
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Clientes
Funcionários
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
A opinião dos funcionários a respeito do atendimento que prestam se
diferencia da interpretação do cliente sobre este quesito, conforme demonstra a
Figura 4.28. O coeficiente de correlação entre estes dois grupos de dados é de
0,6653.
4.10 MERCADO DE FORNECEDORES
A análise do mercado de fornecedores foi pautada nas entrevistas
realizadas com os gestores e com os fornecedores de filmes para as
videolocadoras e, a partir destes dados, foram confrontadas as percepções dos
dois grupos de sujeitos. As entrevistas semi-estruturadas continham
questionamentos passíveis de avaliação quantitativa e qualitativa, portanto,
foram contemplados ambos os âmbitos interpretativos.
Relacionamento com o Cliente Insatisfeito
O relacionamento com o cliente insatisfeito foi avaliado perante o
depoimento dos três fornecedores de filmes no que diz respeito a compra de
filme inadequado por parte dos gestores das videolocadoras. Os
representantes foram questionados acerca de como poderiam contornar a
situação de um comprador que realizou uma aquisição errada e em virtude
disso está insatisfeito com o prejuízo eminente.
As três respostas foram distintas, porém dois penderam para o contorno
do entrave e um eximiu-se de responsabilidade. O representante da empresa
que detém o monopólio da distribuição de filmes explicou que a distribuidora
em si não se predispõe a resolver a questão, todavia, ele, como pessoa
jurídica, busca fazê-lo:
Na verdade a Empresa X não se envolve diretamente. Isso é a cargo de
responsabilidade do representante, cada representante trabalha como se fosse diretamente
para sua empresa porque é um autônomo que representa outra empresa. Geralmente é o
próprio representante que abraça a causa. Pega uma ou duas cópias do filme que o cliente
comprou demais e tenta revender para minimizar o prejuízo do cliente, até mesmo para
preservar esse cliente. O bom senso em todos os casos cai muito bem.
O Fornecedor 2 informou que o auxílio pode partir tanto da sua figura
como fornecedor direto, quanto da empresa para a qual trabalha, que assume
a responsabilidade junto com o cliente.
Eu sempre procuro meios de auxiliar. Já aconteceu casos do cara comprar o produto,
vamos dizer assim, o filme não era tudo aquilo que se esperava, até eu estava enganado assim
com o filme. Eu procurei fazer um acerto para bonificar ele (o cliente) numa próxima compra ou
revender para outras locadoras.
O Fornecedor 3 pontuou que não existem trocas neste mercado e, por
isso, o equívoco do comprador deve ser encarado como experiência mal
sucedida.
Não existe troca no nosso mercado por causa de uma coisa, todos os filmes
comprados lá fora, são comprados quando sai o nome do roteirista, o nome de dois, três atores
que pesam no filme, e tu compra o filme no papel. Passados seis meses a um ano, o filme está
pronto e é um risco. Claro que tu tens que arriscar às vezes, se é uma locadora nova tu tens
que ver se vai sair filmes Belas Artes, até para saber qual é a clientela que ele tem no seu dia a
dia. É obvio que tu tens como evitar certas coisas em função da quantidade de tempo que a
gente trabalha nesse mercado.
O Relacionamento com os Canais de Distribuição
Apenas 1 dos seis gestores considera que a relação entre videolocadora
e representantes é regular. Os demais gestores das videolocadoras
consideraram que têm um ótimo relacionamento com os representantes de
filmes, todavia, algumas ressalvas foram registradas no que diz respeito ao
relacionamento entre videolocadora e distribuidora. “Nós compramos para
todas as locadoras de 12 a 13 mil reais, mas se a gente atrasa 1 dia, o filme
que é lançamento já não chega”, reclama o gestor 1. A declaração da Gestora
4 corrobora esta reclamação:
Eu acho que minha relação com eles é regular. Tive um problema com eles por eles
não levarem em consideração todo o histórico de compras que a locadora já fez.
A seguir, a Figura 4.29 compara a percepção dos gestores e dos
fornecedores a respeito do relacionamento entre os dois grupos.
Figura 4.29 - Avaliação do Relacionamento entre Gestores e Fornecedores
Avalia
ç
ão do Relacionamento entre Gestores e
Fornecedores
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo
Gestores
Fornecedores
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Quanto ao relacionamento entre os fornecedores e as videolocadoras,
100% dos representantes indicaram que o consideram ótimo. “Porque existe
uma confiabilidade entre o cliente e a minha pessoa e, de uma certa forma,
uma confiabilidade também da minha pessoa em relação ao cliente”, pondera o
Fornecedor 3. Observa-se que esta confiança também está incrustada na
relação interpessoal, conforme comenta o Fornecedor 1.
Claro que a gente tem que ouvir os dois lados, mas eu acredito que é ótimo porque na
verdade eu priorizo do outro lado um ser humano antes de ser um parceiro profissional. Um ser
humano que almeja, que tem sonhos, e eu tenho uma parcela de responsabilidade por manter
o negócio dele aberto, até preservando o meu próprio negócio.
O coeficiente de correlação entre os dois conjuntos de dados foi de
0,9798, portanto, pode-se observar uma similaridade significativa nas
percepções dos gestores e dos fornecedores acerca do relacionamento que
nutrem.
Relacionamento Próximo ou Distante
O relacionamento da empresa com os canais de distribuição pode ser
próximo ou distante. Quanto a este quesito o grupo de gestores é unânime,
todos classificam como próximo. As justificativas para esta interpretação,
todavia, diferem-se. O Gestor 1 pondera acerca da familiaridade entre com os
representantes, o Gestor 2 destaca a abertura existente neste relacionamento,
o Gestor 3 firma sua posição no histórico de parceria, o Gestor 5 justifica a sua
avaliação pela solicitude dos representantes no momento de resolver um
entrave, os Gestores 4 e 6 ressaltam que a proximidade se refere aos
representantes e não necessariamente em relação à empresa que os mesmos
representam. O comentário da Gestora 4 pontua o descontentamento com a
distribuidora:
Porque sempre que a gente precisa das coisas pode entrar em contato direto com eles
(os representantes de filmes). O único problema é com as distribuidoras de filmes, se a gente
atrasa uma fatura três, quatro dias, eles já não mandam mais os filmes. Eles (as distribuidoras
de filmes) não vêem o nosso histórico, tratam uma locadora que existe há dois, três anos, como
qualquer outra locadora que existe há um mês.
O mesmo questionamento foi feito aos fornecedores de filmes. Os
Fornecedores 1 e 2 indicaram que o relacionamento entre fornecedores de
filmes e gestores de videolocadoras é próximo, apenas o representante 3
alertou que este relacionamento é próximo somente com menos de 15% da
carteira de clientes. O Fornecedor 1 atribuiu a proximidade à confiança.
É um relacionamento próximo porque é uma exigência do próprio mercado, porque é
baseado na confiança. Por que isso? Porque todo mês nós temos produtos novos e nós
representamos, temos maioria das informações, então tem que haver essa relação de
confiança para que realmente o cliente compre o que é mais próprio para a sua loja, para o seu
perfil de clientes. Nós trabalhamos como até assessores, já que temos as informações e a cada
um mês um novo pacote.
A explicação do Fornecedor 2 assemelhou-se à justificativa do gestor 5.
Para este representante, o seu relacionamento com os gestores de
videolocadoras é próximo porque ele, como fornecedor de filmes, mostra-se
prestativo para solucionar possíveis questões relativas à empresa que
representa.
O Fornecedor 3 preferiu não generalizar a sua clientela e justificou com
a seguinte explicação. “Com algumas locadoras é muito próximo, talvez não
chegue a 15%. É uma coisa de química, a gente não consegue ter afinidade
com todo mundo”.
O Relacionamento com o Cliente do Cliente
O relacionamento com o cliente do cliente é reconhecido pelos três
fornecedores, porém os pontos comentados discernem-se. O Fornecedor 1
respalda sua resposta na informação que disponibiliza ao gestor. “Nós damos
base para o cliente passar as informações para o seu cliente. Muitas vezes
existe um produto que não tem um apelo comercial tão grande e nós,
conhecendo o produto, nós passamos ao cliente e ele vai trabalhar o seu
cliente”, fundamenta o fornecedor 1.
O Fornecedor 2 justifica pela sua própria proximidade física dos clientes
das videolocadoras que atende. “Eu estou sempre tentando conhecer o cliente
que está ali locando. Muitas vezes chega o cliente e ele acaba entrando na
negociação ali, a gente pergunta o que ele já viu, que tipo de filme gosta de
assistir”.
O Fornecedor 3 explica por meio do exemplo de uma promoção
direcionada ao cliente do cliente. “Acabei de fazer uma demonstração do filme
“Seu Chico”, deixei nas locadoras uma revistinha que divulga o filme, então eu
estou me comunicando com o cliente do cliente”.
Os gestores das videolocadoras também foram questionados acerca de
eventuais problemas que tenham ocorrido com algum cliente e que tenha sido
necessária a interferência do representante. Em resposta, 50% indicaram que
nunca tiveram qualquer tipo de entrave com algum cliente que precisasse ser
acionado o representante e 50 % comunicaram que já precisaram contatar o
representante para solucionar um problema com co cliente. Deste grupo que
informou já ter acionado o representante, foi unânime a avaliação positiva do
posicionamento e da rapidez do representante na solução. “O fornecedor
resolveu prontamente e a gente passou a solução, também no mesmo dia,
para o cliente”, defende o Gestor 1.
Relacionamento com o Monopólio
Sobre o relacionamento com o monopólio, foram questionados os
gestores e os representantes, apesar de apenas o Fornecedor 1 ser
representante da empresa que detém a maioria das pastas de filmes.
Os fornecedores reconhecem que há influência do poder da empresa
que detém o monopólio sobre as negociações junto as videolocadoras.
Conforme o comentário, esta opinião é compartilhada até mesmo pelo
Fornecedor 1, representante da distribuidora que monopoliza.
Porque de uma certa forma o cliente se sente até refém, mas um refém pelo lado
positivo porque já conhece o trabalho da empresa que já está a praticamente 20 anos no
mercado. Durante todo esse tempo montou uma estrutura que passa confiança porque já
passou por muitos momentos de crise do mercado, mas sempre honrou seus compromissos. É
aquela coisa, o monopólio não cai bem, mas é aceito porque tem qualidade, confiança,
respaldo. Melhor do que estar nas mãos de uma empresa em que o representante uma hora
aparece outra não aparece. Os próprios canais de telefone, email, o site, isso tudo beneficia a
proximidade entre a Empresa X e o cliente.
Para o Fornecedor 2, o principal entrave está na pressão que esta
grande empresa exerce sobre os gestores das videolocadoras para realizar
venda casada e assim aumentar o volume de compras dos clientes. O
Fornecedor 3, por sua vez, encara o problema segundo a ótica de um
concorrente.
Porque na verdade das vinte pastas que existem no mercado, ela possui doze pastas,
fora as que ela atua como revenda. Aí tem um problema crucial, ou seja, quase todas as
empresas no mercado brasileiro têm pedido mínimo, a Empresa X não, tem critério de revenda,
por isso tem um poder fantástico.
A maioria dos gestores considera negativa a existência de monopólio,
apenas dois deles avaliam como positiva. Os gestores que consideram este
monopólio como prejudicial justificam que têm este posicionamento em virtude
do poder exercido pela Empresa X nas transações. Ausência de concorrência
direta, segundo os gestores, potencializa o poder da Empresa X que impõe
suas políticas financeiras e não as negocia.
Não tem concorrência e acumulam o faturamento para apenas um dia, o que complica
o pagamento, pondera o Gestor 2.
Isso é péssimo. Não tem concorrência, eles fazem o que querem contigo. Esse
problema que eu tive agora foi com isso. Eu queria renegociar uns títulos e eles não quiseram
nem conversar, então não vêem tudo que eu já comprei, tudo que eu já paguei. Só vêem o lado
deles, argumenta o Gestor 6.
Dos gestores que consideram negativa a existência de monopólio no
segmento de distribuidoras de filmes, apenas 25% pontuam como regular o
relacionamento entre a sua videolocadora e a Empresa X. Os demais 75%
relatam que apesar de o histórico do cliente não ser observado nas
negociações impostas pela Empresa X, a liberdade de acesso e o atendimento
prestado, de uma maneira geral, é positivo. “A gente tem livre acesso”, defende
o Gestor 2. Pode-se observar também esta interpretação pelo comentário do
Gestor 6.
É positiva, eu entendo que ela está lá para defender o lado da distribuidora, mas existe
uma coisa que é histórico de cliente e isso ela não leva em conta. Mas tudo bem, no mais é
positivo.
Para os gestores que avaliam como positiva a relação com o monopólio,
a justificativa para o posicionamento é a praticidade de poder comprar os títulos
de diversas pastas de filmes com apenas dois representantes, conforme a
declaração do Gestor 5.
Eu acho positivo porque facilita a compra. Nós somos atendidos por dois
representantes da Empresa X, mas eu já pedi para que só um venha vender tudo, é mais
prático e economiza o nosso tempo. Até mesmo o nosso planejamento financeiro para compra
de filmes ficaria mais fácil.
Relacionamento em forma de Aliança
Para dois dos fornecedores, os gestores das videolocadoras comportam-
se como parceiros ativos da distribuidora que atuam. O Fornecedor 1 declara
que os problemas relativos à categoria, tornam-se também entraves da
distribuidora.
Inclusive nós estamos com uma ação bastante forte para combater a pirataria, a
informalidade. Reuniões em CDL, até declaração do presidente da empresa diz que os
gerentes trabalham mais contra a pirataria do que dentro de suas funções. Tudo com o objetivo
de melhorar o segmento.
Para um dos fornecedores não se pode limitar a atuação dos gestores
nem como parceiros ativos, nem como receptores passivos de material. O
Fornecedor 3 declara que as videolocadoras “são parceiras em vários
momentos, outras elas são passivas”.
Aos representantes foi questionado se os gestores preferem negociar
com diversos fornecedores ou se buscam estabelecer parceria com alguns
profissionais-chave e sobre este aspecto os fornecedores apresentaram
opiniões divergentes. O Fornecedor 1 acredita que os gestores preferem
negociar com profissionais-chave porque conseguem estabelecer níveis de
confiança e segurança em função da convivência. O Fornecedor 2 não
concorda, para ele os gestores estão mais inclinados a negociar com o maior
número possível de representantes.
Olha, a vontade deles é que a gente tivesse um número maior de fornecedores, mas a
nossa situação hoje no estado implica aí de um grande distribuidor conter a concessão de
várias pastas e poucos profissionais direto. Eles estão meio sem opção, mas a vontade deles é
ter o relacionamento com um maior número de profissionais.
O Fornecedor 3 interpreta que não se pode generalizar, para ele têm
representantes que conseguem ter uma maior penetração, mas que nem por
isso pode-se concluir que todos os donos de videolocadora se comportam da
mesma maneira.
Aos gestores das videolocadoras foi questionado se preferem trabalhar
com diversos fornecedores ou por uma parceria com profissionais-chave. A
primeira alternativa obteve apoio de 66,7% dos gestores e 33,3% indicaram
que preferem atuar com profissionais-chave. O coeficiente de correlação entre
a percepção dos fornecedores e dos gestores foi de 0,77, o que indica uma
paridade moderada. A Figura 4.30 demonstra a comparação entre as
interpretações dos grupos.
Figura 4.30 - Avaliação do Relacionamento entre Gestores e Fornecedores
Diversos Fornecedores ou Parcerias
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
Diversos
Fornecedores
Profissionais-
chave
Outro
Gestores
Fornecedores
Fonte : Dados primários, coletados no período de 01 a 30 de junho de 2007.
Relação Baseada no Conhecimento
Questionados se os gestores disponibilizam as informações necessárias
para que os fornecedores de filmes consigam adequar o pedido de filmes às
necessidades da videolocadora, 66,7% dos representantes consideram que
não, os gestores não apresentam o conhecimento esperado de seus públicos.
O Fornecedor 1 argumenta que poucos gestores têm ciência da preferência de
seus clientes. O Fornecedor 2 ainda complementa informando que é o
representante que acaba conhecendo o gosto acerca do público de cada loja.
Ele não fornece, nós é que ao longo do tempo vamos conhecendo o perfil e passamos
a recomendar de acordo com o que necessita o público daquela loja. Falta um preparo do
gestor da locadora para passar o perfil do seu cliente, por isso muitas compras erradas são
feitas.
Apenas um dos três dos fornecedores considera que os gestores
conhecem o público de suas lojas. Para o Fornecedor 2, este interesse do
gestor é estimulado pela disposição de aprender do representante.
Pelo percentual de clientes que eu atendo, eu digo que 90% sim. Como eu estou
sempre procurando descobrir o cliente dele e isso desperta nele o conhecimento, ele tem que
saber o que o cliente gosta. O que gera renda para ele ali, o que está gerando lucro.
O questionamento a respeito do conhecimento também foi aplicado aos
gestores que tiveram que informar se consideravam adequado o conhecimento
demonstrado pelos representantes a respeito dos filmes. Significativa parcela
dos gestores, 66,7%, acredita que o conhecimento oferecido pelos
representantes sobre os filmes é adequado. Os comentários dos gestores a
respeito deste posicionamento referem-se à dificuldade de avaliar os
fornecedores como um único grupo e à falta de mídias de serviço para que o
gestor possa assistir ao filme antes de adquiri-lo para a loja.
O Gestor 3 preferiu justificar e não escolher entre as alternativas, pois,
segundo o mesmo, não há como avaliar os representantes conjuntamente.
“Quando é o representante de uma produtora só, ele tem porque ele tem mais
tempo para ver. Agora quando é o representante de diversas produtoras, eles
não têm como ver tudo”.
Para o Gestor 1, o conhecimento dos fornecedores sobre os títulos é
inadequado, pois priorizam somente a venda e não necessariamente se o filme
se encaixa nos padrões de público e no porte da videolocadora.
Quando questionados acerca dos critérios que pesam na recomendação
de um filme para uma loja, 100% dos fornecedores indicaram que o objetivo de
venda passado pela distribuidora e o porte da videolocadora figuram na lista de
atributos considerados. As preferências do público da loja e o projeto de mídia
do filme foram escolhidos por 66,7% dos fornecedores. Nenhum representante
listou como aspecto a ser considerado o preço da cópia. A seguir um
comentário do Fornecedor 2 que corrobora este direcionamento:
Se ele tem que comprar, não interessa o preço do filme, ele vai ter que ter. Eu procuro
sempre adequar o perfil do filme ao perfil do público da locadora.
Os fornecedores foram questionados acerca do que prioriza os gestores
das videolocadoras no cotidiano de negociações e, neste quesito, as respostas
foram distintas, pois um considera que é a qualidade do serviço oferecido pelo
representante, um acredita que é o conjunto da qualidade do serviço e do
preço do produto e o outro entende que é a qualidade do produto, no caso o
filme.
4.11 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS
4.11.1 Rotina Organizacional
Observou-se que nenhuma das empresas constituintes da amostra
realiza Planejamento Estratégico de maneira formal e que os comandos de
decisão são centralizados na figura do gestor. Nenhuma das empresas realiza
pós-venda.
Apenas uma das instituições foi fruto de uma pesquisa de mercado para
estudar a viabilidade do empreendimento. Das seis videolocadoras, apenas
duas já realizaram pesquisa junto a seus clientes e funcionários, porém, todas
argumentam que têm canal aberto para o locatário sugerir ou criticar.
Nenhuma das empresas pesquisadas disponibiliza qualquer tipo de
capacitação para seus empregados, embora indiquem que reconhecem o valor
do atendimento para o negócio.
Os gestores relatam as mudanças ocorridas no segmento com a
restrição do âmbito tecnológico, somente 33,3% dos gestores ponderam acerca
do mercado que os rodeia e sobre as transformações ocorridas no sistema de
negociação.
Todas as videolocadoras possuem promoções durante a semana que
oferecem as locações por preços abaixo da metade da locação cobrada no
final de semana.
A totalidade das videolocadoras considera importante o relacionamento
entre empresa e cliente, mas nenhuma delas têm ações pautadas pelas
informações do sistema de dados dos locatários.
O tema marketing de relacionamento não é de conhecimento dos
gestores, estando estes mais guiados pela intuição e pela experiência no
segmento do que pela teoria propriamente dita. Palavras-chave como
relacionamento, promoção e cliente foram citadas quando solicitou-se uma
definição para marketing de relacionamento.
4.11.2 Mercado de Consumidores
A análise dos resultados coletados é pautada no seguinte quadro que
contempla o resumo dos coeficientes de correlação encontrados quando foram
comparados os resultados dos clientes externos de cada empresa com o
resultado do total de clientes externos.
Média do somatório
comparada a :
V 1
(r)
V 2
(r)
V 3
(r)
V 4
(r)
V 5
(r)
V 6 (r)
Atendimento 0,9983 0,9995
0,9995 0,9987 0,9907 0,9974
Lembrança das
preferências
0,9919 0,9755
0,9651 0,9012 0,9394 0,9863
Abertura para expressar
sugestões ou críticas
0,9939 0,9894 0,9579 0,9952 0,9790 0,9943
Avaliação das promoções
e pacotes
0,9749 0,9974
0,9933 0,9868 0,9990 0,9967
Objetivo da videolocadora
0,9771 0,9681 0,9956 0,9695 0,9807 0,9624
Tabela 4.8: Comparação entre opinião do somatório de clientes e os clientes de cada
videolocadora.
Fonte : Dados primários, 2007.
Observa-se que nos cinco quesitos apresentados os clientes de cada
videolocadora demonstraram estreita similaridade com o resultado do
somatório de clientes.
Os coeficientes de correlação comparados entre si são próximos,
todavia a percepção dos clientes da Videolocadora 6 é a que apresenta de uma
maneira geral resultados mais similares ao resultado do somatório de clientes.
Apesar da linha tênue que se vislumbra em virtude da proximidade dos valores
alcançados, a percepção dos clientes da Videolocadora 4 é a que menos se
aproxima da percepção do somatório de clientes.
Em termos de atendimento, os clientes das videolocadoras 2 e 3 são os
que se constituem com a percepção mais parecida com a percepção do
somatório de clientes. Quanto à lembrança das preferências,a percepção dos
locatários da Videolocadora 1 é a mais semelhante ao resultado da amostra
total de clientes.
Quanto à abertura para o cliente sugerir ou reclamar, a percepção dos
locatários da Videolocadora é a que mais se assimila ao resultado do somatório
de clientes. Em relação à avaliação das promoções e pacotes, a opinião dos
clientes da Videolocadora 5 é a que mais se aproxima da opinião geral da
totalidade de clientes.
Quanto ao objetivo da videolocadora, a percepção dos clientes externos
da Videolocadora 3 é a que mais se assemelha com a percepção desferida
pelo somatório de locatários.
Conforme a tabela a seguir, a mesma intensidade de congruência com
relação ao atendimento não é encontrada no confronto de percepção entre
somatório de clientes e somatório de gestores, nem entre somatório de clientes
e somatório de funcionários.
Quanto à classificação do atendimento dos funcionários, observou-se
uma significativa similaridade entre as respostas de cada subgrupo, clientes
externos de cada videolocadora, com as respostas da amostra total. Quando
foram comparadas as respostas dos clientes totais com as respostas dos
funcionários, constatou-se uma paridade moderada.
Quando se confrontou a classificação do atendimento atribuída pelos
gestores com a avaliação dos clientes sobre o mesmo quesito, observou-se
também uma afinidade moderada através do coeficiente de correlação 0,7477.
Quanto à identificação de preferências, 53% dos clientes informaram
que sempre têm seus gostos identificados pelos funcionários da videolocadora,
25,6% quase sempre, 13,9% às vezes, 3% quase nunca e 4,5% nunca. Este
dado pode ser confrontado com a indicação dos empregados no que tange às
ações implementadas pela empresa para os clientes mais freqüentes, apenas
41,7% dos clientes internos listam o quesito identificação de gostos e
preferências do locatário como uma política da videolocadora.
Em relação ao reconhecimento da aplicação por parte da videolocadora
de ações voltadas para os clientes freqüentes, 124 dos 174 locatários que
locam exclusivamente na determinada loja acenam positivamente. Esta
incidência é a maior dentre os demais subgrupos. Os clientes que têm a
videolocadora como primeira opção e não como única também reconhecem os
esforços da empresa, 125 clientes externos de 181 conseguem perceber as
ações realizadas para o cliente mais freqüente.
Quanto à percepção das ações direcionadas aos clientes mais
freqüentes, a interpretação dos gestores e dos clientes externos apresenta
significativa afinidade. O cálculo do coeficiente de correlação entre os dados foi
de 0,9529.
A respeito do objetivo da videolocadora, os posicionamentos dos clientes
e dos gestores também são similares. O coeficiente de correlação é de 0,8869.
Resultado semelhante ocorreu quando foram comparadas as opiniões dos
gestores e dos clientes a respeito das promoções e pacotes oferecidos pela
videolocadora, o coeficiente de correlação deste último comparativo foi de
0,8735.
O cruzamento dos dados relativos ao que o cliente externo considera ser
o objetivo da videolocadora com a avaliação que o mesmo faz acerca do
atendimento demonstra que mesmo o subgrupo que considerou o atendimento
regular, 1,7% dos respondentes, demonstrou que quase metade, 42,9%, avalia
que o principal escopo da videolocadora é diferenciar-se pelo
serviço/atendimento. Dos clientes que consideram o atendimento como bom,
16,4% dos respondentes, a alternativa que contempla o serviço/atendimento
também foi a mais citada como sendo o objetivo da videolocadora, 25,8%. Para
o subgrupo que classifica o atendimento como ótimo, 81,8%, a diferenciação
pelo serviço/atendimento também foi a mais citada, com incidência de 32,5%.
A tabela a seguir apresenta os coeficientes de correlação encontrados
mediante o confronto da opinião dos gestores e dos clientes externos a
respeito de diferentes aspectos avaliados.
Aspectos confrontados
Média do somatório dos clientes
comparada ao resultado dos
gestores : coeficiente de
correlação (r)
Percepção sobre ações para clientes freqüentes 0,9529
Objetivo da videolocadora 0,8869
Avaliação do atendimento dos funcionários 0,7477
Avaliação das promoções e dos pacotes da videolocadora 0,8735
Tabela 4.9: Coeficientes de correlação de distintos quesitos avaliados pelos clientes e pelos
gestores.
Fonte : Dados primários, 2007.
Em termos de proximidade, apesar de todos os gestores informarem que
estão abertos a críticas e sugestões dos clientes, apenas 48,3% dos locatários
se sentem sempre à vontade para manifestar a opinião, 21,9% quase sempre,
15,9% às vezes, 5,5% quase nunca e 8,5% nunca percebem que o canal está
disponível para interferências.
Quanto à fidelidade do cliente, verificou-se que 36,3% dos locatários que
informaram locar exclusivamente na videolocadora que se encontravam,
contradisseram-se em questão posterior indicando-a apenas como a primeira
opção e não como a única.
De uma forma geral, a percepção do grupo de clientes de cada
videolocadora apresenta mais afinidade com o resultado do somatório de
clientes do que a percepção dos gestores e dos funcionários.
4.11.3 Mercado de Clientes Internos
A tabela a seguir demonstra diferentes critérios e seus respectivos
coeficientes de correlação envolvendo o discernimento dos gestores e dos
funcionários.
Aspectos confrontados
Comparativo dos resultados da
percepção dos gestores e da
percepção dos funcionários :
coeficiente de correlação (r)
Ações de conquista e manutenção de clientes 0,9946
Autonomia dos funcionários 0,9820
Grau de satisfação dos funcionários 0,9167
Elogio do Chefe 0,5455
Tabela 4.10: Coeficientes de correlação de distintos quesitos avaliados pelos funcionários e
pelos gestores.
Fonte : Dados primários, 2007.
A partir dos dados apresentados, observa-se uma afinidade latente entre
a opinião dos gestores e a dos funcionários. O quesito que apresenta maior
afinidade é o posicionamento da empresa acerca da atração e/ou manutenção
do cliente.
O único aspecto que apresenta grande dissonância é o elogio do chefe,
contudo a diferença se justifica porque 80% dos gestores acreditam que quase
sempre elogiam seus subordinados e 20% reconhecem que nunca elogiam
seus funcionários. A percepção dos funcionários é distinta, para 50% dos
empregados os gestores elogiam às vezes, 33,33% indicam que eles sempre
elogiam e 16,67% entendem que os gestores quase sempre elogiam.
4.11.4 Mercado de Fornecedores
A percepção dos gestores das videolocadoras e dos fornecedores
demonstrou significativa afinidade quando os mesmos foram questionados
acerca do relacionamento existente entre os dois grupos. O coeficiente de
correlação para este quesito foi de 0,9798. O mesmo resultado não se obteve
quando se confrontou a percepção dos dois grupos em relação ao estilo de
negociação implementado pelos gestores. O coeficiente de correlação para
este item doi de 0,7746.
Quanto à avaliação do relacionamento, os dois grupos avaliados
demonstram significativa afinidade, o que denota uma boa conduta de ambas
as partes no que tange à empatia. Quanto ao estilo de negociação do gestor, a
congruência é moderada porque as percepções não são tão parecidas.
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
O marketing de relacionamento se suporta pela necessidade das
instituições de preservar a carteira de clientes e este direcionamento somente
pode ser trilhado se a empresa substituir a concepção de realizar uma venda
para a concepção de forjar um relacionamento. (VAVRA, 1993). A construção
do relacionamento com o consumidor visa a obtenção da fidelidade do mesmo
e esta variável é dependente da proposta de valor disponibilizada pela
empresa. (KOTLER e KELLER, 2006).
O segmento de videolocação passa atualmente por uma encruzilhada
respaldada pela expectativa da transição de mídia e pelo constante declínio
das locações em função da facilidade de acesso a cópias ilícitas dos filmes. O
setor trabalha com uma comoditie, todas as videolocadoras podem ter os
mesmos títulos, por isso o diferencial é passível que esteja no relacionamento
com o mercado consumidor.
A moldura da relação entre empresa e cliente, todavia, não depende
apenas destes dois sujeitos. Sob esta premissa, os seis mercados de Peck et
al (1999) e os 30 Rs de Gummesson (2005) complementam o cenário do qual
fazem parte as organizações. Nesta referida dissertação foram contemplados
somente três mercados : mercado consumidor, mercado de clientes internos e
mercado de fornecedores. Propôs-se o confrontamento entre estes três
âmbitos com uma seleção de relacionamentos que compõem os 30 Rs de
Gummesson(2005).
A realização da pesquisa configurou-se pelo enquadramento dos
relacionamentos de Gummesson(2005) 5, 8, 9, 11 e 18 no mercado de
consumidores, dos relacionamentos 4, 27 e 30 no mercado de clientes internos
e dos relacionamentos 3, 7, 8, 9, 10, 20 e 21 no mercado de fornecedores.
O relacionamento 5 corresponde à interação entre os clientes e os
prestadores de serviço, por isso foi avaliado mediante a classificação do
atendimento recebido pelos locatários e pela incidência de recordação das
preferências do consumidor por parte dos funcionários. O atendimento também
foi uma variável avaliada no relacionamento 4 aplicado ao mercado de clientes
internos.
O relacionamento 8 refere-se à prerrogativa da proximidade ou da
distância entre os sujeitos da relação. Este relacionamento, assim como o
relacionamento 11 que prioriza o consumidor como membro, foi dimensionado
conforme a abertura percebida pelo cliente para expressar críticas ou
sugestões a respeito do serviço recebido na videolocadora. O R8 também se
enquadrou no mercado de fornecedores ao passo que se confrontou a
percepção dos gestores com a dos fornecedores acerca da proximidade do
relacionamento entre os dois grupos. A mesma perspectiva foi utilizada para
avaliar o relacionamento entre o canal de distribuição.
O relacionamento 9 foi pautado na interação com o cliente insatisfeito,
para tanto, procurou-se conhecer a incidência de clientes reclamantes e
promover o cruzamento dos dados deste grupo com a avaliação do
atendimento prestado. Este relacionamento também foi avaliado, segundo o
mercado de fornecedores, pois os representantes de filme precisaram
descrever em entrevista o procedimento adotado quando uma videolocadora
cliente reclama de uma compra errônea realizada.
O relacionamento 18 de Gummesson (2005) encaixou-se na pesquisa a
medida que foi verificada a incidência de clientes que estariam dispostos a
recomendar a videolocadora para terceiros.
O relacionamento 7 fomentou a análise da relação entre o fornecedor e
o cliente do cliente, segundo a percepção do fornecedor.
O relacionamento 10 cobriu uma particularidade do segmento porque há
uma distribuidora de filmes que detém a concessão de grande parte das
pastas, por isso foi positivo avaliar a relação das videolocadoras com o
monopólio.
O relacionamento 20 ponderou sobre o direcionamento a que se propõe
o gestor sobre procurar negociar com uma grande quantidade de fornecedores
ou escolher profissionais-chave. De maneira a corroborar o R20, o
relacionamento 21 refere-se ao envolvimento e à importância do conhecimento
nas transações e, sob este aspecto, verificou-se a percepção do gestor a
respeito do conhecimento do fornecedor e vice-versa.
O relacionamento 27 refere-se ao marketing interno, contudo, neste
trabalho este quesito foi avaliado pela regularidade da comunicação entre
gestores e funcionários, bem como pela participação destes últimos nas
decisões corporativas. O relacionamento 30 adequou-se sob este mesmo
prisma porque todos os gestores das videolocadoras eram também
proprietários das mesmas.
5.1 OPERACIONALIZAÇÃO E PROCESSOS DE RELACIONAMENTO
As descrições das formas de operacionalização de cada empresa
discriminaram a ausência de formalizações no que tange às elaborações de
marketing. Nenhuma das seis empresas componentes da amostra realiza
Planejamento Estratégico, apenas 33,33% das videolocadoras já realizaram
algum tipo de pesquisa junto a seus clientes e somente 16,7% foram
implementadas depois de uma pesquisa de viabilidade.
Os gestores centralizam as decisões, todavia, os funcionários colaboram
no sentido de se constituírem fonte de informações para o respaldo dos
direcionamentos. Apesar dos empregados não serem consultados
formalmente, as perspectivas dos mesmos acerca das percepções dos clientes
são consideradas.
Relacionamento da Empresa com o Mercado de Clientes Externos
As informações que corroboram as premissas do mercado de clientes
externos encontram-se no item 4.8.
Nenhuma das empresas pesquisadas realiza segmentação de clientes,
embora 100% delas comuniquem que informalmente tratam de maneira
diferente o cliente antigo.
O sistema de informação disponibilizado mediante o software utilizado
não é usufruído para elaborar promoções direcionadas, mas somente para
projeção de compra de filmes. Esta informalidade, todavia, não prejudica
significativamente a afinidade entre as percepções dos clientes e dos gestores,
tendo em vista que o índice de correlação encontrado foi de 0,8735 quando
foram confrontadas as interpretações destes sujeitos quanto à classificação
das promoções.
Para os gestores, o sucesso organizacional da videolocadora deve ser
atribuído ao atendimento dos funcionários. Quanto ao atendimento a percepção
dos funcionários e dos clientes apresenta uma paridade moderada. O
coeficiente de correlação sobre este quesito entre os dois grupos de sujeitos é
de 0,6653. É importante lembrar, contudo, que este resultado se deu porque os
funcionários acreditam que o cliente classifica o atendimento de forma menos
positiva do que realmente o consumidor demonstrou fazê-lo.
Quanto ao atendimento, também não se encontrou um índice de
correlação tão forte, 0,7477, como se encontrou na análise dos demais
quesitos quando se confrontou a percepção dos gestores e dos clientes. O
resultado se deve a uma perspectiva mais baixa dos gestores acerca de como
os clientes classificam o atendimento, portanto verificou-se que os clientes
classificam melhor o atendimento do que imaginam os gestores.
A fidelidade dos locatários também ocasionou maior reconhecimento,
pois do subgrupo de clientes que informou locar somente na vidolocadora em
questão, 71,3% reconhecem que a empresa realiza ações voltadas para os
clientes mais freqüentes. Os clientes que indicaram ter a videolocadora como
primeira opção também reconhecem o esforço, 69,1% percebem as ações
realizadas pela empresa que beneficiam os locatários mais freqüentes.
Relacionamento da Empresa com o Mercado de Clientes Internos
As videolocadoras foco do estudo não fazem reuniões regulares com
seus funcionários, as informações disponibilizadas por eles é repassada aos
gestores durante o horário de funcionamento da empresa, segundo dados
relacionados nos itens 4.1 a 4.6. Embora nenhuma empresa da amostra
ofereça capacitação para seus empregados, 66,7% dos gestores acreditam
que o motivo que leva os clientes a optarem pela videolocadora é o serviço/
atendimento prestado.
As informações relacionadas no item 4.9 dimensionam os processos de
relacionamento entre empresa e clientes internos e entre clientes internos e
clientes externos. Quanto ao direcionamento da empresa para a atração ou
para a manutenção de clientes, as percepções dos gestores e dos funcionários
apresenta similaridade intensa. O coeficiente de correlação calculado foi de
0,9946.
A avaliação da autonomia dos funcionários também mostrou grande
compatibilidade entre o que percebe o gestor e o que percebe o funcionário,
pois o coeficiente de correlação entre o resultado das duas interpretações foi
de 0,9820.
No que tange à satisfação do funcionário, os dois grupos repetiram a
congurência, porém de forma pouco mais moderada, apresentando coeficiente
de correlação 0,9167.
Ressalta-se que não verificou-se uma dependência entre a satisfação do
funcionário e o elogio do chefe, pois dos empregados que indicaram estar
muito satisfeitos, 33,33% indicaram que o chefe costuma elogiar sempre,
33,33% que o chefe elogia quase sempre e 33,33%, que o chefe elogia
somente às vezes. Dos funcionários que indicaram estar satisfeitos, 28,6%
relataram que o chefe elogia sempre, 14,3% indicaram que ele elogia quase
sempre e 57,1% que ele elogia às vezes.
Relacionamento da Empresa com o Mercado de Fornecedores
A percepção dos gestores e dos fornecedores acerca do seu
relacionamento demonstra significativa afinidade, de maneira que o coeficiente
de correlação encontrado é de 0,9798, dados estes encontrados no item 4.10.
Atributos como confiança, segurança, qualidade do serviço e afinidade
pessoal são citados para respaldar a classificação positiva dos fornecedores
por parte dos gestores. Apenas 16,6% dos gestores articulam que o
relacionamento com os fornecedores é regular, os demais o consideram ótimo.
Destaca-se, porém, o fato de que 100% dos gestores consideram o
relacionamento entre eles e os fornecedores próximo, opinião compartilhada
por 66,67% dos fornecedores.
Apesar da maioria classificar positivamente a interação com os
representantes, há ressalvas quanto a não observância do histórico do cliente
quando há restrições financeiras envolvidas na negociação, quanto a entrega
tardia de filmes e quanto a concentração de boletos para pagamento. Estas
falhas são atribuições das distribuidoras, todavia, destaca-se o fato de que o
fornecedor de filmes, figurado pelo representante, é um profissional autônomo
em 66,67% dos componentes da amostra.
Quanto ao estilo de negociação almejado pelos gestores há
incongruência entre a percepção dos gestores e dos fornecedores. O
coeficiente de correlação calculado para este quesito foi de 0,7746.
Os fornecedores estão divididos, 33,33% acreditam que os gestores
preferem trabalhar com o maior número possível de fornecedores, 33,33%
entendem que os gestores preferem trabalhar com profissionais-chave e
33,33% entendem que é um misto das duas alternativas.
Parcela significativa dos gestores, 66,67% comunicaram que previlegiam
trabalhar com uma maior quantidade de fornecedores, somente 33,33% deles
indicaram que preferem atuar com um número reduzido de fornecedores. A
maior praticidade e o maior controle foram as justificativas dadas por este
último subgrupo.
5.2 LEVANTAMENTO DAS AÇÕES DE RELACIONAMENTO
Mercado Externo
Tal como foi dimensionado no item 4.7, apenas 33,33% das empresas
da amostra apresentaram promoções exclusivas para o cliente mais freqüente.
A Videolocadora 2 oferece desconto no preço da locação para os clientes que
alcançaram uma quantidade definida de locações no mês anterior.
A Videolocadora 4 tem um esquema de reserva de filme que prioriza o
cliente fiel e também uma premiação com pacote de locações para o cliente
que locou mais no mês anterior. Esta empresa foi a única que demonstrou o
reconhecimento do locatário freqüente não somente por desconto no preço ou
pela extensão no prazo de locação, mas pela valorização deste por uma foto
do cliente que mais locou no mês anterior no mural da videolocadora.
A Videolocadora 5 é a única componente da amostra que oferece
sistema de acúmulo de bônus por entrega antecipada de filmes, o que
potencializa a fidelização do cliente em função do benefício financeiro. Apenas
a Videolocadora 4 tem a promoção da entrega antecipada de filmes para o
recebimento imediato de locação de brinde.
A única empresa que não aplica sistema de reserva de filmes antecipada
é a Videolocadora 1, ainda que reconheça que reserva o título para o mesmo
dia. Todas as videolocadoras da amostra têm pacotes de créditos, sob as
regras dos quais o cliente paga antecipadamente e recebe um desconto de
25% nas locações em média. A Videolocadora 6 ainda tem o desconto por
pagamento antecipado locação por locação.
Todas as empresas têm promoções durante dias específicos na semana
que oferecem as locações tanto de lançamentos, quanto de filmes acervo, por
metade do preço cobrado nos finais de semana.
Observou-se que nenhuma empresa realiza pós-venda e a Gestora 4 foi
a única que comentou a respeito da necessidade de demissão de clientes.
Mercado de Clientes Internos
O índice de correlação entre a percepção dos gestores e dos
funcionários a respeito da autonomia destes últimos indica que há similaridade
acentuada entre as interpretações. O resultado de 0,9820 mostra a
consonância que trabalham os dois grupos. Grande parcela dos empregados,
66.76%, entendem que têm autonomia para resolver questões corriqueiras da
rotina da empresa.
Da mesma forma que a autonomia, o elogio do chefe influencia no
posicionamento do funcionário. Quanto à incidência do elogio do chefe, 50%
dos empregados indicam que o superior elogia às vezes, 33,3% sempre e
16,7% quase sempre.
Mercado de Fornecedores
Para os fornecedores, os gestores não apresentam o conhecimento
necessário para viabilizar uma compra adequada para o público da loja e,
quando assim o têm é fruto do estímulo do representante de filmes.
Os gestores, todavia, defendem que realizam planejamento para a
compra de filmes por meio de lista de títulos a serem adquiridos, de forma a
facilitar a rotina do representante e o controle financeiro da videolocadora.
Para 66,7% dos gestores, o conhecimento demonstrado pelos
representantes é adequado, para 16,65% não é possível avaliá-los como um
conjunto, pois têm perfis divergentes e para 16,65% o conhecimento dos
representantes é inadequado.
Os fornecedores ainda complementam que há sim uma comunicação do
fornecedor com o cliente do cliente, pois a partir do momento que há a
explanação do produto para o gestor este último se torna apto a divulgá-lo para
seu público. A comunicação derivada do contato físico com o cliente do cliente
e o oferecimento de material promocional diretamente para o consumidor
também figuraram como justificativas para a afirmativa da comunicação do
fornecedor com o locatário ou cliente final.
5.3 RELAÇÃO DAS AÇÕES IDENTIFICADAS COM A BASE TEÓRICA
Privilegiou-se o discernimento das ações relatadas com ênfase ao
cliente freqüente, tendo em vista que o marketing de relacionamento respalda-
se na manutenção e fidelização do consumidor. Quanto ao cliente interno,
vislumbrou-se o relacionamento entre funcionário e videolocadora. Para o
mercado de fornecedores foram centradas as atenções para as ações destes
para com os gestores e vice-versa.
O Quadro a seguir discrimina cada ação com o mercado no qual se
insere, segundo Peck et al (1999).
Mercado Externo De Clientes
Internos
De
Fornecedores
Ações
Desconto no preço da locação em função da
quantidade locada pelo cliente no mês anterior
X
Oferecimento de pacote de locações para o
cliente que locou mais no mês anterior
X
Homenagem simbólica com a foto do cliente que
locou mais no mês anterior no mural
X
Reserva prioritária para o cliente freqüente
X
Bônus perante o acúmulo de entregas
antecipadas
X
Pacote de locações sob o esquema de crédito
X
Planejamento da compra com lista de filmes
X
Responsabilidade compartilhada pela compra
incorreta
X
Reconhecimento por meio do elogio do chefe
X
Atribuição de autonomia X
Quadro 5.1: Ações Relativas a Cada Mercado.
Fonte: Dados Primários, 2007.
O dimensionamento das ações, conforme o mercado, objetiva o
enquadramento da pesquisa por meio do escopo do estudo.
Mercado Externo
Segundo Peck et al (1999), o programa de marketing de relacionamento
implica numa análise de mercado que contemple detalhes de cada membro do
canal consumidor. Este pressuposto, todavia, não é realizado pelas
videolocadoras que compuseram a amostra, pois nenhuma delas segmenta
seus clientes, apesar de possuírem, por intermédio do software que utilizam, as
informações adequadas para fazê-lo.
Para os autores a solidificação do marketing de relacionamento está na
ênfase à relação duradoura e não somente na venda individual. Esta conduta
pode ser observada nas videolocadoras foco do estudo, pois em todas há
concomitantemente promoções de desconto no preço das locações durante a
semana, o que privilegia a venda individual, contudo, também em todas há os
programas de pacote para pagamento antecipado e usufruto futuro, ação que
reforça a construção de um relacionamento duradouro com o cliente.
Peck et al (1999) reforçam que a atenção acerca do serviço estreita o
relacionamento entre empresa e mercado consumidor. Sob este prisma, um
dos quesitos avaliados pelos clientes, o atendimento dos funcionários, obteve
consideração positiva com 81,8% dos respondentes indicando-o como ótimo,
16,4% como bom e apenas 1,7% considerando-o como regular.
Gummesson (2005) pondera que o marketing de relacionamento não é
uma negação da necessidade da empresa de atrair novos consumidores,
porém, frisa que o escopo primordial desta corrente é a manutenção do cliente
atual. A respeito desta perspectiva, 67,7% dos clientes informaram que
reconhecem as ações direcionadas para o benefício dos locatários mais
freqüentes.
O cruzamento do tempo em que o cliente é locatário da videolocadora
com a percepção do mesmo acerca das ações para os clientes freqüentes
indicou que 66,9% dos respondentes que são clientes há mais de um ano e
meio reconhecem o esforço da empresa para beneficiar a assiduidade do
locatário.
Peck et al(1999) estabelece, contudo, que dois pilares devem ser
respeitados: a lucratividade da organização e a oferta de valor para o
consumidor. Sob a luz deste enfoque, observa-se que nenhuma videolocadora
componente da amostra faz segmentação de clientes e que algumas
promoções, por mais que sejam focadas na fidelização do cliente, não são
vinculadas ao histórico financeiro do locatário.
O subgrupo que tem maior incidência de não reconhecimento das ações
realizadas pela videolocadora para o cliente freqüente constitui-se dos clientes
que locam de 8 a 10 filmes por mês.
Kotler e Keller (2006) destacam a necessidade da empresa manter-se
atualizada da percepção do cliente por meio de pesquisas. Esta conduta,
todavia, não é realizada na videolocadoras componentes da amostra, apenas
duas já realizaram algum tipo de pesquisa, porém sem regularidade.
Mercado de Clientes Internos
Peck et al (1999) defendem que a empresa que norteia-se pelo
marketing de relacionamento deve direcionar significativa atenção ao manejo
do mercado interno. Esta premissa não é seguida pelas videolocadoras foco do
estudo, pois nenhuma delas disponibiliza capacitação para seus funcionários,
apesar da maioria do público classificar o atendimento prestado como ótimo.
Os autores ainda denotam que a satisfação dos funcionários é um pré-
requisito para que se alcance a satisfação também do cliente. Sobre este
aspecto, 83,3% dos empregados das videolocadoras se dizem satisfeitos ou
muito satisfeitos com a função que ocupam na empresa.
Mercado de Fornecedores
O mercado de fornecedores, sob a premissa relacional, pressupõe o
relacionamento entre empresa e fornecedor como a construção de um
envolvimento duradouro. O estabelecimento de parcerias toma o espaço da
busca exclusiva pelo menor preço. (PECK et al, 1999; GUMMESSON, 2005). A
percepção dos fornecedores de filmes a este respeito indica que os gestores
preferem negociar com um maior número de representantes em detrimento da
formação de parcerias. A declaração dos gestores respalda esta percepção ao
passo que somente 33,33% dos gestores indicaram que preferem trabalhar
com um número reduzido de profissionais-chave.
5.4 IMPACTOS DAS AÇÕES IMPLEMENTADAS
O impacto das ações realizadas para captação e fidelização do cliente
podem ser analisadas perante o confronto da percepção dos gestores e dos
clientes.
Empresa e Mercado Externo
Pontuou-se a verificação da fidelidade sob a ótica dos gestores e dos
clientes. Para o Gestor 1, não existe fidelidade calcada na exclusividade, na
sua opinião, o que interessa é que o cliente tenha a sua videolocadora como
primeira escolha, opinião compartilhada pelo Gestor 6.
Frente ao discriminado como fidelidade pelos gestores 1 e 6, 88,3% dos
respondentes encaixam-se no perfil de cliente fiel, pois indicaram que locam
somente na empresa em questão ou a tem como primeira opção.
Para o Gestor 2, a fidelidade está relacionada à lucratividade do cliente,
portanto, não implica em ter a sua videolocadora como prioridade de escolha,
mas de apresentar regularidade e intensidade no número de locações. Para o
Gestor 3, a fidelização enquadra-se na manutenção do cliente.
O resultado da pesquisa informou que 76,1% dos clientes que indicaram
locar mais de dez filmes por mês já são locatários da empresa há mais de um
ano e meio e 71,9% dos clientes que locam de oito a dez filmes por mês
também são clientes há mais de um ano e meio. Frente ao abordado, estes
dois grupos de clientes podem ser considerados fiéis, segundo as perspectivas
dos Gestores 2 e 3.
A Gestora 4 engloba no conceito de fidelização a necessidade do cliente
ser rentável e concomitantemente optar exclusivamente pela sua
videolocadora. Para o Gestor 5, a fidelização é traçada perante a escolha única
do cliente pela sua videolocadora, deixando este de alugar o filme caso o título
não esteja disponível em sua empresa.
A exclusividade na utilização do serviço da videolocadora pelos clientes
que locam mais de dez filmes por mês apresenta uma incidência de 25,9% e
28,7% dos clientes que locam de oito a dez filmes por mês são exclusivos.
Desta forma, estes dois grupos se enquadram no argumento de fidelização dos
Gestores 4 e 5.
Firma-se importante destacar que 99% dos respondentes afirmaram que
recomendariam a videolocadora para amigos e parentes, o que denota o
reconhecimento de uma forma geral das ações adotadas para beneficiar o
cliente.
Para os gestores, os impactos referentes às ações para fidelização
referem-se principalmente à manutenção do cliente, ao aumento da freqüência
do cliente na loja e não necessariamente à potencialização financeira. Esta
perspectiva corrobora o fato de que o marketing de relacionamento foca as
estratégias de médio e longo prazo e não as soluções imediatas. A Gestora 4
ainda sustenta que uma das vantagens mais significativas é a divulgação da
empresa em virtude da propaganda boca a boca.
Mercado de Clientes Internos
Quando questionados sobre o atendimento prestado pelo funcionário, os
clientes indicaram que avaliam o atendimento como ótimo ou bom, apenas
1,7% dos respondentes informaram que consideram o atendimento regular.
O impacto das ações de relacionamento entre empresa e funcionários foi
avaliado pelo grau de satisfação do empregado em relação ao cargo que
exerce. Sobre este quesito, 83,3% dos funcionários indicaram que estão
satisfeitos ou muito satisfeitos com a sua função, apenas 16,7% afirmaram que
estão razoavelmente satisfeiros ou insatisfeitos.
Empresa e Mercado Fornecedor
Apesar dos gestores indicarem que planejam e fazem listas dos filmes a
serem comprados, o que denota uma preocupação prévia no que tange a
gastos e controle, os fornecdores afirmaram que os donos de videolocadora
não possuem o conhecimento necessário para realizar compras
adequadamente.
5.5 POSICIONAMENTO FINAL
As seis videolocadoras da amostra refletiram estreita homogeneidade
quando foram comparados os resultados individuais com o resultado do
somatório da pesquisa.
O segmento de videolocação demonstrou que, apesar de ter acesso às
informações pertinentes para segmentar seus clientes, assim não o faz porque
não utiliza os dados fornecidos pelo software para agrupar os locatários
segundo critérios de lucratividade e retorno para a instituição.
O foco no relacionamento entre empresa e cliente está centrado no
atendimento, apesar das empresas não disponibilizarem capacitação para seus
funcionários. Não evidenciou-se direcionamento para programas que
alavanquem o relacionamento duradouro com grupos de clientes específicos.
O relacionamento entre empresa e funcionário se dá de maneira
informal, tendo em vista que a comunicação é pessoal em função do tamanho
das instituições foco do estudo e da proximidade existente no ambiente de
trabalho. A maioria dos funcionários, apesar de não apresentar uma média
salarial alta, considera-se satisfeito ou muito satisfeito com o cargo que exerce.
O relacionamento da empresa com os fornecedores apresenta algumas
lacunas no que tange ao conhecimento disponibilizado pelos gestores,
segundo os fornecedores. Tanto os gestores, quanto os fornecedores,
consideram que a interação entre os dois grupos é próxima devido à confiança
implícita.
Os impactos das ações implementadas pelas videolocadoras foco dos
estudo firmam-se na regularidade do cliente e não no aumento do número de
locações.
5.6 CONTRIBUIÇÕES
O estudo trata de uma pesquisa que se compõe inédita porque
vislumbra a importância do marketing de relacionamento não somente sob o
prisma do mercado externo, mas dos seis mercados de Peck et al (1999). A
análise de três mercados concomitantemente proporcionou à pesquisa uma
abordagem sistêmica das imperfeições e dos êxitos das instituições.
A comunhão das perspectivas de Peck et al (1999) e de Gummesson
(2005) resultou no enquadramento do confronto das percepções dos três
grupos de sujeitos analisados nos tipos de relacionamento rotineiramente
vividos pelas videolocadoras.
Para as empresas que compuseram a amostra foi entregue relatório
referente à organização e o confronto dos resultados relativos à sua
organização com a amostra geral. Sugestões para melhoria do relacionamento
entre clientes e empresa, entre empresa e funcionários e entre empresa e
fornecedores foram relacionadas no documento escrito.
5.7 RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS
Sugere-se a seguinte lista de tópicos para os que pretendem se
aprofundar no tema marketing de relacionamento :
¾ Pesquisas ( qualitativas e quantitativas) que envolvam não somente os
três mercados destacados nesta dissertação, mas também os demais
mercados de referência, de recrutamento e de influência ;
¾ Pesquisas para confrontar o peso da satisfação do empregado para se
alcancar a satisfação do consumidor ;
¾ Pesquisas de marketing de relacionamento em outros segmentos, como
clínicas médicas, clínicas odontológicas, academias de ginástica .
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APÊNDICE
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO CONSUMIDORES
QUESTIONÁRIO (clientes externos)
Prezado(a) cliente:
Este questionário refere-se a uma pesquisa de orientação estritamente
acadêmica, que objetiva identificar as ações de marketing de relacionamento
implementadas pelas empresas do segmento de serviços de videolocação de
Florianópolis para os mercados de clientes externos, internos e de
fornecedores.
Agradece-se antecipadamente sua colaboração.
QUESTÕES
1. Você costuma locar filmes em quantas videolocadoras?
Somente nesta.
1.1
Em duas.
1.2
Em três.
1.3
Em quatro.
1.4
Em mais de quatro.
1.4
2. Quantos filmes você costuma locar por mês?
Menos de um filme por mês.
2.1
Só um filme.
2.2
De dois a quatro filmes.
2.3
De cinco a sete filmes.
2.4
De oito a dez filmes.
2.5
Mais de dez filmes.
2.6
3. Há quanto tempo você é cliente desta videolocadora?
Menos de seis meses.
3.1
De 6 meses a 1 ano.
3.2
De 1 ano e um dia a 1 ano e seis meses.
3.3
Mais de 1 ano e seis meses.
3.4
4. Quando você pensa em locar um filme, qual videolocadora é sua
escolha?
Venho primeiro nesta videolocadora, se não tiver o filme que desejo
procuro em outra.
4.1
Loco somente nesta videolocadora e, se não tiver o filme que
desejo, procuro outro título no acervo desta videolocadora que me
interesse.
4.2
Esta videolocadora é minha segunda opção, se não encontro o filme
que desejo na outra videolocadora, venho procurar aqui.
4.3
Esta videolocadora é minha terceira opção, se não encontro o filme
que desejo nas duas outras videolocadoras que sou sócio(a), venho
procurar aqui.
4.4
Esta videolocadora é minha quarta opção, se não encontro o filme
que desejo nas três outras videolocadoras que sou sócio(a), venho
procurar aqui.
4.5
Nenhuma das respostas anteriores.
Justifique:...........................................................
...........................................................................
4.6
5. Você considera que esta videolocadora valoriza sua fidelidade?
Sim.
5.1
Não.
5.2
6. Você tem conhecimento de algum instrumento ou procedimento desta
videolocadora que beneficie os clientes mais freqüentes?
Sim.
6.1
Não.
6.2
7. Como você avalia o atendimento dos funcionários desta
videolocadora?
Ótimo.
7.1
Bom.
7.2
Regular.
7.3
Ruim.
7.4
Péssimo.
7.5
8. Os funcionários desta videolocadora lembram das suas preferências
quando precisam recomendar um título?
Sempre.
8.1
Quase sempre. .
8.2
As vezes.
8.3
Quase nunca.
8.4
Nunca.
8.5
9. Como você avalia as promoções e os pacotes desta videolocadora?
Ótimos.
9.1
Bons.
9.2
Regulares.
9.3
Ruins.
9.4
Péssimos.
9.5
10. Na sua opinião, qual é o principal objetivo desta videolocadora em
relação a seus clientes? (Por favor, assinale somente UMA alternativa).
Oferecer o menor preço.
10.1
Diferenciar-se pelo serviço/ atendimento.
10.2
Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
10.3
Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
10.4
Atrair novos clientes.
10.5
Ter as melhores promoções para todos os clientes.
10.6
Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para
sobressair-se em relação às concorrentes.
10.7
Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para
facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
10.8
Outro.
Qual?........................................................................................................
10.9
11. Esta locadora já fez algum contato por email, por telefone ou por
escrito de uma promoção que estivesse direcionada as suas
necessidades como cliente?
Sempre.
11.1
Mais de uma vez.
11.2
Uma vez.
11.3
Nunca.
11.4
12. Você recomendaria esta videolocadora para amigos e/ou parentes?
Sim.
12.1
Não.
12.2
13. Alguma vez já reclamou de alguma situação que lhe deixou
insatisfeito em relação a esta videolocadora?( Caso positivo, responda a
próxima pergunta, caso negativo, pule para a questão 15).
Sim.
13.1
Não.
13.2
14. Quando ocorreu o problema, você soube a qual funcionário deveria
recorrer?
Sim.
14.1
Não.
14.2
15. Você se sente a vontade para sugerir melhorias e criticar os serviços
desta videolocadora?
Sempre.
15.1
Quase sempre. .
15.2
As vezes.
15.3
Quase nunca.
15.4
Nunca.
15.5
16. Idade:
Até 14 anos.
16.1
De 15 a 20 anos.
16.2
De 21 a 25 anos.
16.3
De 26 a 30 anos.
16.4
De 31 a 35 anos.
16.5
De 36 a 40 anos.
16.6
Acima de 41 anos.
16.7
17. Sexo:
Feminino.
17.1
Masculino.
17.2
18. Renda individual mensal:
Não tenho renda.
18.1
Recebo mesada.
18.2
Menos de R$ 380,00.
18.3
De R$ 380,00 a R$ 760,00.
18.4
De R$ 761,00 a R$ 1.140,00.
18.5
De R$ 1.141,00 a R$ 1.520,00.
18.6
De R$ 1.521,00 a R$ 1.900,00.
18.7
De R$ 1.901,00 a R$ 2.280,00.
18.8
Mais do que R$ 2.280,00.
18.9
19. Grau de instrução:
Fundamental incompleto.
19.1
Fundamental completo.
19.2
Primeiro grau incompleto.
19.3
Primeiro grau completo.
19.4
Segundo grau incompleto.
19.5
Segundo grau completo.
19.6
Terceiro grau incompleto.
19.7
Terceiro grau completo.
19.8
Pós-Graduação ou mais.
19.9
APÊNDICE B – RELATÓRIO PRÉ-TESTE QUESTIONÁRIO PARA
CONSUMIDORES
Observações referentes ao pré-teste:
Questionário para consumidores:
Suprimir questão 3, pois não é relevante para cumprir nenhum objetivo
de pesquisa;
Questão 13, acrescentar uma alternativa com “Outro. Qual? ”;
Reformular a questão 14. Trocar a palavra “comunicação” por “contato”;
Orientar de maneira mais clara que a resposta da questão 18 depende
necessariamente da resposta positiva da questão 17;
Substituir a primeira alternativa da questão 20 por “De 10 a 14 anos”;
Incluir alternativa “Terceiro grau completo”na questão 23. Erro de
digitação.
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO CLIENTES INTERNOS
QUESTIONÁRIO (clientes internos)
Prezado(a) funcionário:
Este questionário refere-se a uma pesquisa de orientação estritamente
acadêmica, que objetiva identificar as ações de marketing de relacionamento
implementadas pelas empresas do segmento de serviços de videolocação de
Florianópolis para os mercados de clientes externos, internos e de
fornecedores.
Não é preciso identificar-se.
Agradece-se antecipadamente sua colaboração.
QUESTÕES
1. A locadora realiza ações voltadas para:
Conquista de novos clientes. 1.1
Fidelização dos atuais clientes. 1.2
As duas alternativas anteriores. 1.3
Nenhuma das alternativas. 1.4
2. Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os
clientes que locam com maior freqüência:
Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
Oferecimento de brindes.
Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
Outra (s). Qual (is)?
.....................................................................................................................................................
.
.....................................................................................................................................................
.
Nenhuma das ações acima mencionadas é implementada pela videolocadora.
3. A locadora costuma realizar pesquisas para saber a opinião dos
clientes? ( Caso a resposta seja “NUNCA”, pule para questão 5).
Sempre. 3.1
Quase sempre. 3.2
As Vezes. 3.3
Quase nunca. 3.4
Nunca. 3.5
4. A gerência informa a você o resultado destas pesquisas?
Sempre. 4.1
Quase sempre. 4.2
As Vezes. 4.3
Quase nunca. 4.4
Nunca. 4.5
5. Como o cliente classifica o seu atendimento?
Ótimo. 5.1
Bom. 5.2
Regular. 5.3
Ruim. 5.4
Péssimo. 5.5
6. Você tem a autonomia necessária para resolver eventuais problemas
com os clientes?
Sim. 6.1
Não. 6.2
7. O seu chefe costuma elogiar os empregados que realizam tarefas que
dão bons resultados para a videolocadora?
Sempre. 7.1
Quase sempre. 7.2
As Vezes. 7.3
Quase nunca. 7.4
Nunca. 7.5
8. A videolocadora o(a) estimula a oferecer um tratamento diferente para
os clientes que locam com maior freqüência?
Sim. 8.1
Não. 8.2
9. A videolocadora costuma utilizar as informações do sistema (Vexxa)
para direcionar promoções e pacotes aos atuais clientes?
Sempre. 9.1
Quase sempre. 9.2
As Vezes. 9.3
Quase nunca. 9.4
Nunca. 9.5
10. Você atende de maneira diferente o cliente antigo?
Sim, trato melhor o cliente antigo. 10.1
Sim, trato melhor o cliente novo. 10.2
Não, trato ambos da mesma maneira. 10.3
11. Qual o principal
objetivo desta videolocadora? (Assinalar apenas UMA
alternativa)
Oferecer o menor preço. 11.1
Diferenciar-se pelo serviço/ atendimento. 11.2
Localizar-se adequadamente. 11.3
Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes. 11.4
Ter um programa sólido de atração de novos clientes. 11.5
Ter as melhores promoções para todos os clientes. 11.6
Oferecer um acervo de filmes com grande variedade e quantidade. 11.7
Oferecer um espaço bem organizado e fácil para encontrar os títulos
desejados.
11.8
Outro motivo. Qual?
........................................................................................................................
...............................
........................................................................................................................
...............................
11.9
12. Como você classifica o seu grau de satisfação em relação a função
que exerce?
Muito satisfeito. 12.1
Satisfeito. 12.2
Razoavelmente satisfeito. 12.3
Insatisfeito. 12.4
Muito insatisfeito. 12.5
13. Idade:
Até 20 anos. 13.1
De 21 a 25 anos. 13.2
De 26 a 30 anos. 13.3
De 31 a 35 anos. 13.4
De 36 a 40 anos. 13.5
41 anos ou mais. 13.6
14. Sexo:
Feminino. 14.1
Masculino. 14.2
15. Média salarial:
Menos de R$ 380,00. 15.1
De R$ 380,00 a R$ 760,00. 15.2
De R$ 761,00 a R$ 1.140,00. 15.3
De R$ 1.141,00 a R$ 1.520,00. 15.4
De R$ 1.521,00 a R$ 1.900,00. 15.5
De R$ 1.901,00 a R$ 2.280,00. 15.6
Mais do que R$ 2.280,00. 15.7
16. Grau de instrução:
Primeiro grau incompleto. 16.1
Primeiro grau completo. 16.2
Segundo grau incompleto. 16.3
Segundo grau completo. 16.4
Terceiro grau incompleto. 16.5
Terceiro grau completo. 16.6
Pós-graduação ou mais. 16.7
17. Tempo de trabalho nesta videolocadora:
Menos de seis meses. 17.1
De seis meses a um ano. 17.2
De um ano e um dia até um ano e meio. 17.3
De um ano, seis meses e um dia até dois anos. 17.4
Mais de dois anos. 17.5
APÊNDICE D – RELATÓRIO PRÉ-TESTE QUESTIONÁRIO PARA CLIENTES
INTERNOS
Observações referentes ao pré-teste:
Questionário para clientes internos:
Especificar que na questão 2 o respondente pode colocar mais de uma
alternativa;
Incluir na alternativa 2.8 “nem qualquer outra ação” e trocar
“implementada” por “realizada”;
Prever o feminino para a questão 7 e questão 8;
Trocar as alternativas das questões 3, 4, 6, 7, 8 e 9 por: ( ) Sempre; ( )
Quase sempre; ( ) As vezes; ( ) Nunca;
Trocar na questão 8 a sentença que vem após clientes para “que locam
com maior freqüência”;
Na questão 9 incluir na sentença depois de sistema “de informática
(VEXXA)”;
Na questão 10 substituir a sentença por “Assinale a alternativa que
melhor descreva o seu atendimento em relação aos clientes”. Nesta
mesma questão suprimir as palavras “Sim”e “Não” das alternativas;
Fragmentar as alternativas da questão 15;
Na questão 11 trocar a sentença por “qual o principal motivo que leva os
clientes a optarem por esta videolocadora?” Especificar que nesta
questão pode escolher apenas uma alternativa.
APÊNDICE E - ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM GESTORES
Videolocadora:
Gestor da Videolocadora:
Data:
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da fundação da
locadora e o momento atual? (Caso positivo, realizar a próxima pergunta. Caso negativo, pule a próxima questão).
( ) Não.
( ) Sim. Qual (is)?
Como é a estrutura organizacional da locadora? (Pedir organograma). (Caso tenha uma área de marketing definida,
realize a próxima pergunta. Caso não tenha uma área de marketing definida, pule a próxima questão).
Como as áreas de Marketing e de Vendas estão estruturadas na videolocadora? (Tem alguém específico, ou setor, que
cuida destes aspectos?)
( ) Tem funcionário ou equipe específica para tratar desta área.
( ) Não tem uma distinção definida desta área.
Como são definidas as políticas de vendas da videolocadora?
( ) É uma decisão em conjunto. Quem participa?
( ) São decisões tomadas estritamente pelo gestor. Baseadas em quais informações e de quais fontes?
.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a extensão de
prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas, entre outras, para
os funcionários da loja?
.
São realizadas reuniões entre a gerência e os funcionários da loja?
( ) Não.
( ) Sim. Com que freqüência?
A locadora realiza ações mais voltadas para:
( ) Conquista de novos clientes. (Se responder esta alternativa, pule as duas próximas perguntas)
( ) Fidelização dos atuais clientes. (Se responder esta alternativa, realize a próxima pergunta)
( ) As duas alternativas anteriores. (Se responder esta alternativa, realize a próxima pergunta)
( ) Nenhuma das alternativas. (Se responder esta alternativa, pule as duas próximas perguntas)
A videolocadora tem alguma política voltada à retenção, manutenção, de clientes? ( Caso positivo, realize a próxima
questão. Caso negativo, pule a próxima pergunta).
( ) Não.
( ) Sim. Qual (is)?
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o consumidor?
( ) Não.
( ) Sim. Justifique.
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os clientes a optarem por continuar locando na sua
videolocadora?
( ) Capacitação dos funcionários para o atendimento.
( ) O preço.
( ) As melhores promoções e pacotes para todos os clientes.
( ) A quantidade e a variedade do acervo de filmes.
( ) A localização.
( ) O estacionamento.
( ) A existência de um programa sólido de atração de novos clientes.
( ) O relacionamento construído entre empresa e cliente.
( ) A disponibilização de um serviço melhor que as concorrentes.
( ) Porque o espaço é bem organizado e é fácil de encontrar os títulos desejados.
( ) Outro. Qual?.............................................................................................................
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( ) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( ) Oferecimento de brindes.
( ) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( ) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( ) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
( ) Outra (s). Qual (is)?
...............................................................................................................................................................................................
.......................................................................................................
( ) Nenhuma das ações acima mencionadas é implementada pela videolocadora.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( )Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( )Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
( ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
( ) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes? (Caso positivo, realize a próxima pergunte. Caso
negativo, pule a próxima questão).
( ) Não.
( ) Sim. Qual a sua estrutura? Como é operacionalizado?
O Banco de Dados dos clientes é utilizado para a definição de ações promocionais?
( ) Não.
( ) Sim. De que maneira?
A videolocadora utiliza técnicas de segmentação de clientes?
( ) Não.
( ) Sim. De que maneira?
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
( ) Pessoalmente, quando o cliente vai até a locadora.
( ) Por telefone.
( ) Por email.
( ) Por carta.
( ) Outro. Qual?
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos clientes?
( ) Sim.
( ) Não.
Você costuma elogiar o funcionário que realiza tarefas que trazem bons resultados para a empresa?
( ) Sempre.
( ) Quase sempre.
( ) As vezes.
( ) Quase nunca.
( ) Nunca.
Você acredita que a videolocadora estimula os funcionários a oferecerem um tratamento diferenciado para os clientes
mais freqüentes?
( ) Sim.
( ) Não.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
( ) Muito satisfeitos.
( ) Satisfeitos.
( ) Razoavelmente satisfeitos.
( ) Insatisfeitos.
( ) Muito insatisfeitos.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Na videolocadora existe alguma iniciativa ou programa para fidelização dos atuais clientes?
( ) Sim.
( ) Não. Existe alguma previsão para implementação?
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher informações
sobre as relações empresa-cliente?
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
O que você entende por marketing de relacionamento?
Você acredita que a videolocadora efetua ações voltadas ao marketing de relacionamento junto a seus clientes
externos?
( ) Sim. Qual (is)?
( ) Não. Existe alguma previsão para implementação?
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro entre a
videolocadora e os clientes externos?
( ) Muito importante.
( ) Importante.
( ) Indiferente.
( ) Pouco relevante.
( ) Totalmente dispensável.
Justifique:
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
( ) Sim. Por que?
( ) Não. Por que?
Relacionamento Empresa e Fornecedores
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( ) Próximo.
( ) Distante?
Justifique:
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente insatisfeito?
( ) Não.
( ) Sim. Qual foi o procedimento da locadora e do fornecedor?
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a comprar ou não um título?
( ) Não.
( ) Sim. Qual o peso da recomendação do fornecedor?
Como você avalia o relacionamento entre as videolocadoras e os representantes de filmes?
( ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
( ) Negativo.
( ) Positivo.
Justifique:
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
( ) Negativas.
( ) Positivas.
Justifique:
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em relação
aos filmes?
( ) Muito adequado.
( ) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
Justifique:
APÊNDICE F - ROTEIRO DE ENTREVISTAS COM FORNECEDORES
Fornecedor:
Data:
Como você avalia o relacionamento das videolocadoras com você, que é um fornecedor de filmes?
( ) Próximo.
( ) Distante.
Justifique
Na sua opinião os gestores das videolocadoras priorizam:
( ) A negociação com diversos fornecedores.
( ) A parceria com alguns profissionais-chave.
A questão primordial nas negociações com os gestores das videolocadoras é:
( ) Preço.
( ) Qualidade no serviço.
( ) Outra. Qual?
Como você classifica o relacionamento entre você, fornecedor de filmes, e o gestor das videolocadoras?
( ) Próximo.
( ) Distante?
Alguma vez já teve que resolver algum problema de uma videolocadora em função da insatisfação de um cliente desta
locadora?
( ) Não.
( ) Sim. Qual foi o procedimento adotado?
Quais critérios você utiliza para recomendar a compra do título e da quantidade de cópias por uma determinada
locadora?
( ) Os objetivos de venda determinados pela WMix.
( ) O porte da videolocadora.
( ) As preferências do público da videolocadora.
( ) O preço da cópia.
( ) O projeto de mídia do filme.
( ) Outro(s). Qual (is)?
Acredita que com o seu trabalho consiga estabelecer uma comunicação também com o cliente do cliente?
( ) Não.
( ) Sim.
Justifique:
De acordo com a sua percepção, o fato da WMix deter a concessão de grande parte das pastas há alguma influência
na negociação com as locadoras?
( ) Não.
( ) Sim. Como?
Quando uma videolocadora realiza uma compra errada e tem prejuízo em virtude da recomendação do fornecedor de
filmes, qual a política de tratamento em relação ao cliente insatisfeito defendida pela WMIx?
( ) Nada, pois a compra dos filmes é responsabilidade exclusiva da videolocadora.
( ) Procura meios de auxiliar o cliente a minimizar os prejuízos. Como?
Na sua percepção, as locadoras assumem mais o papel de:
( ) Parceiras ativas da distribuidora para a qual você trabalha.
( ) Receptoras passivas de materiais.
Justifique:
Os gestores das locadoras oferecem as informações necessárias para que o fornecedor de filmes consiga adequar o
pedido de filmes à realidade da videolocadora?
( ) Sim.
( ) Não. O que falta?
APÊNDICE G – ENTREVISTAS TRANSCRITAS
Videolocadora 1
Gestor da Videolocadora 1
Data: 10/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento e quais são os critérios observados para que
sejam reajustados?
O filme acervo é R$4,50 e o lançamento é R$6,00. Os preços dos filmes são reajustados pela compra, se aumentam
de preço, aumenta também o preço da locação, depende do preço que a gente compra da distribuidora.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
5.500 títulos.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Quatro, mas tem um que tu não vás conseguir falar agora porque está de férias.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
Começou assim, eu era funcionário, aí ele (o antigo proprietário) começou a vender, ele tinha dez locadoras, aí a gente
comprou essa em 1995. Depois a gente foi comprando mais e agora a gente tem três locadoras.
Quando você estava prestes a comprar a primeira videolocadora, você chegou a fazer alguma pesquisa de
mercado para saber da viabilidade do empreendimento?
Como eu era funcionário, eu já sabia como funcionava, por isso não precisei fazer pesquisa nenhuma.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual?
Sim, para começar isso daqui, né!? (Indicação da mídia DVD). Não tinha, era só VHS. Agora já está vindo outra mídia
aí, vai ser Blue Ray. Eu acho que as videolocadoras estão com os dias contados, por isso eu pretendo mudar de ramo.
O supermercado não deixa a gente colocar um monte de tipo de negócio, por isso trabalhar aqui é difícil.
Como é a estrutura organizacional da locadora?
Eu compro os filmes e a minha irmã paga, ela é responsável pelo financeiro. Nós dois gerenciamos estas duas áreas e
o meu irmão gerencia a loja da cidade X. Para elaborar as promoções e ações que devem ser feitas nas locadoras, nós
nos reunimos com os outros (familiares que são funcionários) e discutimos.
Tem algum funcionário ou setor responsável pelas ações Marketing e de Vendas da videolocadora?
A gente não tem nenhuma divisão. Eu e minha irmã fazemos tudo.
A videolocadora realiza Planejamento Estratégico?
A gente planeja sim o que tem que ser feito.
É um planejamento formal?
Não, a gente conversa e faz.
Em que são baseadas as decisões que vocês precisam tomar?
É uma decisão em conjunto. Todos participam, os funcionários, que também são da família.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a
extensão de prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas,
entre outras, para os funcionários da loja?
Por reunião, geralmente a gente faz uma por mês. Tem também este quadro explicativo que fica em todas as lojas.
Quando tem alteração, a gente muda as informações no quadro, assim o cliente fica sabendo e os funcionários
também.
Você acredita que a sua videolocadora realiza mais ações voltadas para a conquista de novos clientes ou para
a manutenção dos atuais?
As duas.
A videolocadora diferencia o tratamento para os clientes mais freqüentes?
O cara que loca com maior freqüência tem um prazo maior, no eventual que ele atrase, a gente perdoa.
Quais são os impactos das ações promocionais que a videolocadora implementa?
Pois agora, nas promoções que diminuem o preço da locação a gente vê que aumenta o volume de locações, mas o
faturamento fica igual porque o valor arrecadado é dividido por mais locações. O que interessa nesses casos é que o
cliente venha na loja, aí é o que é mais importante.
Vocês oferecem também o pacote de videolocação, qual o impacto desta promoção especificamente?
Fica na mesma, o cliente continua locando o mesmo, mas a vantagem é que passa a locar mais aqui porque já pagou
pelas locações e pagou mais barato.
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o
consumidor?
Sim. Sabe o que acontece?! Tu acabas criando um vínculo com o cliente, vira amigo... Vai pescar junto, vai comer
churrasco.
Você realiza alguma ação de pós-venda na videolocadora?
Como assim?
Você se comunica de alguma forma com o cliente depois de ele ter alugado filme na sua videolocadora?
Não.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( X)Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( )Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( X) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( X) Oferecimento de brindes.
( X) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( X) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( X) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
() Outra (s). Qual (is)?
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os cliente a optarem pela sua videolocadora?
( )O oferecimento do menor preço.
(X)O fato da locadora diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )A localização adequada.
( )O fato da locadora buscar construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )O fato da locadora procurar atrair novos clientes.
( )O oferecimento das melhores promoções para todos os clientes.
( )A disponibilização de um acervo de filmes com maior variedade e quantidade que se sobressai em relação às
concorrentes.
( )A disposição e a organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Na sua opinião, como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
( ) Ótimo.
( X) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: O meu atendimento é uma coisa, do funcionário é outra. Eles têm preguiça de fazer cadastro e por isso
dificultam para que o cara consiga se cadastrar. Tanto que na semana passada a gente conversou com todo mundo
porque esta loja estagnou na abertura de novos clientes. Enquanto nas outras se faz dez cadastros por semana, aqui
se faz dois.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
( ) Bons.
(X) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes?
Sim.
Como ele é operacionalizado? Vocês identificam os clientes que locam mais e quais suas preferências?
Não usamos o sistema para identificar os clientes que locam mais, nem suas preferências. Quando eu te falo que o
cliente mais freqüente tem um tratamento diferente é porque já nos habituamos a ele, já conhecemos. Acontece de
uma maneira informal.
A videolocadora tem grupos de clientes que trata de uma maneira diferente e que tem ações direcionadas às
necessidades destes grupos?
Não, todo cliente é tratado igual.
O Banco de Dados dos clientes é utilizado para a definição de ações promocionais?
Não. Os filmes que saem mais a gente já sabe, é comédia e pancadaria.
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
Por telefone, quando o cliente faz reserva de filme, a gente liga avisando que chegou. Por email, para passar os
lançamentos que chegaram, mas isso nmão é comigo, eu não entendo nada disso. E por carta, para os clientes que
estão devendo.
A videolocadora faz alguma ação de pós-venda?
Como assim?
Vocês costumam se comunicar com o cliente depois de ele ter utilizado o serviço?
A gente só fala de novo com ele quando ele vem locar outra vez.
Vocês costumam reservar filme(s) para os clientes?
Não, nós não temos esquema de reserva. Só se um cliente vem na loja e não encontra o filme, nós podemos ligar para
ele a hora que o filme voltar no mesmo dia.
Nessa reserva, tem preferência o cliente mais antigo ou a reserva ocorre para quem pede primeiro, não
interessando se costuma locar na loja ou não?
O que interessa é a ordem de chegada, não se o cliente é mais antigo, ou se loca mais aqui. E tem uma coisa, se o
filme chegou e alguém na loja viu, a preferência é de quem está aqui na hora, mas o cliente que pede para avisar
quando um filme chegar já sabe disso.
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Eles ligam diretamente para mim e eu resolvo o problema na hora. Estão sempre chateando, tem sempre alguém
ligando, se não é cliente de uma loja, é de outra.
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos
clientes?
Não. O ideal é passar para mim, mas dependendo do cliente, se for um cara que já está com a gente desde o início, já
tem mais de 5.000 locações, não precisa nem ligar.
Quais critérios devem ser observados para que um cliente se cadastre?
Só trazer CPF, identidade, comprovante de residência e não ter ficha no SPC.
A videolocadora oferece capacitação ou treinamento para os funcionários?
Sim, a gente sempre conversa como que tem que ser feito o atendimento.
Vocês alguma vez já pagaram algum curso para os funcionários?
Não, nunca.
Você costuma elogiar o funcionário que realiza tarefas que trazem bons resultados para a empresa?
Eu não elogio, mas o cliente sim. Elogia e reclama quando é necessário.
Você acredita que a videolocadora estimula os funcionários a oferecerem um tratamento diferenciado para os
clientes mais freqüentes?
Sim.
Como?
Como eu te falei, a partir do momento que a gente vira amigo do cliente, cria um vínculo diferente.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
Depende do funcionário. Alguns vão estar satisfeitos, outros insatisfeitos. Depende da pessoa.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Sim, sempre.
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Não existe o cliente que só loca aqui. Eles têm ficha em outras videolocadoras. Já é bom demais quando eles vêm aqui
primeiro. Os clientes daqui não são clientes da videolocadora, são clientes do supermercado.
Na videolocadora existe alguma iniciativa ou programa para fidelização dos atuais clientes?
A gente não tem muito tempo para se preocupar com isso.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher
informações sobre as relações empresa-cliente?
Não, nunca.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
O que eu posso te responder a respeito? O cliente é a alma do negócio, sem ele a gente não existe.
O que você entende por marketing de relacionamento?
Não sei o que é.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
(X ) Muito importante.
( ) Importante.
( ) Indiferente.
( ) Pouco relevante.
( ) Totalmente dispensável.
Comentário: O atendimento é 100% responsável pelo sucesso ou não de uma videolocadora.
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
Sim porque o funcionário insatisfeito vai tratar o cliente mal.
Relacionamento entre Empresa e Fornecedores:
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x ) Próximo.
( ) Distante?
Comentário: Eles já me conhecem, já sabem como funciona.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
Sim.
Qual foi o procedimento da locadora e do fornecedor?
O fornecedor resolveu prontamente e a gente passou a solução, também no mesmo dia, para o cliente.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a comprar ou não um título?
Sim.
Qual o peso da recomendação do fornecedor?
Eu considero, mas isso tem um limite porque quando eles (os fornecedores de filmes) vêm aqui, eu já tenho uma lista
do que eu vou comprar. Eu exijo a mídia de serviço. Vejo o filme, ou partes dele, e decido se é bom ou não para a
locadora.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x)Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
Eu acho ruim porque é monopólio, estão monopolizando no Brasil.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
Apesar de ser monopólio, o pessoal que atende aqui é gente fina, mas no geral eles não vêem o histórico do cliente.
Nós compramos para todas as locadoras de 12 a 13 mil reais, mas se a gente atrasa 1 dia, o filme que é lançamento já
não chega.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( ) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
( x ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: Eu compro de todo mundo que eu posso porque todo mundo precisa vender, né?! Se eu comprar de um
só tudo, eu vou estar dando poder só para esse.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( ) Adequado.
( ) Indiferente.
( x ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
Comentário: Seria melhor se eles conhecessem melhor os filmes. Alguns até conhecem, mas outros só querem
vender o que precisam.
Videolocadora 2
Gestor da Videolocadora 2
Data: 12/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
Acervo R$3,50 e lançamento R$4,50.
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
A cada ano de funcionamento, a gente aumentava R$0,50. No ano passado, a gente já não aumentou porque já estava
R$1,00 mais caro do que o resto da cidade. A gente nunca diminuiu o preço em função do preço dos outros. O que
acontece é que nós somos sempre os primeiros a aumentar.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
4.000 cópias.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Dois.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
6 de novembro de 1999.
Antes de vocês montarem a videolocadora realizaram pesquisa de mercado para ver a viabilidade?
Não, a gente só viu tudo que tinha que gastar.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual? Sim. A transformação do VHS para o DVD. A melhor época foi quando
teve essa mudança. Todo mundo comprando aparelho de DVD. A mudança para a nova mídia vai ser positiva porque
além de melhorar o mercado, os aparelhos de Blue Ray vão tocar também os DVDs, então a gente não vai ter perda.
Como é a estrutura organizacional da locadora?
Somos dois gerentes e os funcionários.
Como são definidas as políticas de vendas da videolocadora?
São decisões tomadas por mim e pelo outro gestor, mas sempre escutamos o que os funcionários têm a nos dizer.
Têm bastante coisa que os funcionários dão dica e nós mudamos um pouquinho e reelaboramos.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a
extensão de prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas,
entre outras, para os funcionários da loja?
Através de reuniões.
Estas reuniões obedecem alguma freqüência?
Não, nós só fazemos quando tem alguma coisa para passar para eles. É uma coisa informal sabe?! A gente conversa
aqui na locadora.
Vocês oferecem capacitação para os funcionários?
A gente já deu palestra sobre como nós queremos que seja o atendimento, mas foi esporádico, não tem uma
regularidade.
A locadora realiza ações voltadas mais para a conquista ou para a manutenção dos clientes?
As duas.
A videolocadora tem alguma política voltada à retenção, manutenção, de clientes?
Sim, temos o desconto progressivo. Quanto mais um cliente loca em um mês, maior desconto terá nas locações do
mês seguinte. Isso é para incentivar a locar cada vez mais, para que mais desconto o cliente tenha. Além disso ainda
tem a promoção dos dias de semana com locação por metade do preço e o pacote de locações que é o pagamento
antecipado para a compra de créditos.
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o
consumidor?
Sim. A primeira vez que o cliente ganha esse desconto em função das locações do mês anterior já passa a controlar
quantas locações está fazendo no mês atual para ganhar mais desconto no próximo mês. De repente se está faltando
três, quatro filmes para completar a quantidade de locações para o desconto, o cliente já loca estes filmes de uma só
vez para garantir o desconto no mês seguinte. Os clientes que entram nesse ritmo, mantêm a regularidade nas
locações. Agora a gente tem também o pacote que o cliente paga uma quantia x por mês e pode ficar em casa sempre
com três filmes, ele pode locar três filmes por dia ou simplesmente ficar com três filmes durante um mês inteiro. Claro
que ele paga mais barato, mas para a gente é bom porque é um valor antecipado que a gente recebe.
Em termos de resultado, qual o impacto das promoções que visam fidelizar o cliente?
O impacto dos clientes é sempre bem positivo, a gente procura sempre colocar promoções novas para chamar a
atenção. A promoção do desconto progressivo não faz com que o cliente passe a locar mais, ele mantém uma
regularidade para não perder o desconto. Alguns clientes passam a locar um pouco mais para atingir o desconto, aí
sim aumenta um pouco o volume de locações. A gente tem também a promoção do pagamento antecipado que ganha
uma locação de brinde, aí com essa eu acho que teve um aumento de uns 30% na locação.
Vocês aplicam alguma ação de pós-venda?
Não, mas quando ele devolve o filme a gente sempre pergunta se gostou.
E quando o cliente diz que não gostou do filme?
Bom, aí a gente fica mais atento para não indicar mais aquele tipo de filme para aquela pessoa.
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os clientes a optarem por continuar locando
na sua videolocadora?
(x ) Capacitação dos funcionários para o atendimento.
( ) O preço.
( ) As melhores promoções e pacotes para todos os clientes.
( ) A quantidade e a variedade do acervo de filmes.
( ) A localização.
( ) O estacionamento.
( ) A existência de um programa sólido de atração de novos clientes.
( ) O relacionamento construído entre empresa e cliente.
( ) A disponibilização de um serviço melhor que as concorrentes.
( ) Porque o espaço é bem organizado e é fácil de encontrar os títulos desejados.
( ) Outro. Qual?.............................................................................................................
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( x) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( x ) Oferecimento de brindes.
( ) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( x) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( x ) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
( ) Outra (s). Qual (is)?
( ) Nenhuma das ações acima mencionadas é implementada pela videolocadora.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( X)Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( )Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
( x ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: Eu acho que ótimo, pelo menos ninguém reclama.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( x ) Ótimos.
( ) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes?
Sim. Todo mês se olha a quantidade de clientes que visitou a loja, quantas locações saíram, em média para cada
cliente. Isso possibilita que que a gente faça projeções até mesmo para as compras de filmes.
O Banco de Dados dos clientes é utilizado para a definição de ações promocionais?
Não.
A videolocadora utiliza técnicas de segmentação de clientes?
Não entendi.
A videolocadora costuma agrupar os clientes conforme o comportamento de compra para direcionar as
promoções para as necessidades específicas dos grupos?
Não, não, isso a gente não faz.
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
A gente se comunica por telefone, em casos de reserva, e por email para passar as sugestões do mês.
Vocês costumam se comunicar com o cliente depois de ele ter utilizado o serviço, realizar ações de pós-
venda?
Não de forma direta, a gente até manda, como eu te falei, mensagem por email informando os filmes que chegaram de
lançamento, mas isso vai não necessariamente para quem veio locar, vai para todo mundo que quer receber.
Como funciona a reserva de vocês?
O cliente liga ou vem aqui e reserva o filme para um determinado dia que ele queira assistir.
Vocês dão prioridade na reserva para os clientes mais antigo?
Nós fazemos reserva por telefone e essa reserva é por ordem de chegada, não interessando se o cliente é antigo ou
novo.
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Diretamente com a gente. Com os proprietários ou com os funcionários. Resolvemos o problema na hora, dentro do
possível.
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos
clientes?
Sim, mas têm casos e casos. Quando eles têm dúvida, me ligam.
Você costuma elogiar o funcionário que realiza tarefas que trazem bons resultados para a empresa?
Quase sempre.
Você acredita que a videolocadora estimula os funcionários a oferecerem um tratamento diferenciado para os
clientes mais freqüentes?
Não, mas com os clientes mais freqüentes o próprio funcionário acaba criando uma amizade.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
( ) Muito satisfeitos.
( X ) Satisfeitos.
( ) Razoavelmente satisfeitos.
( ) Insatisfeitos.
( ) Muito insatisfeitos.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Sim. Quando a gente faz uma promoção diferente, eles elogiam e quando alguma coisa não vai bem, dão uns
toquezinhos. A proximidade é bem boa.
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Cliente fiel é aquele que está sempre locando, não importando se loca também em outras videolocadoras.
Na videolocadora existe alguma iniciativa ou programa para fidelização dos atuais clientes?
Sim, os esquemas dos pacotes e dos descontos por locações feitas no mês anterior.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher
informações sobre as relações empresa-cliente?
Já, faz três anos, mas até hoje a gente não analisou os resultados.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
É muito importante nutrir uma boa relação com o cliente e com os outros donos de locadora. Já tentamos formar um
núcleo, uma cooperativa, mas não deu certo.
O que você entende por marketing de relacionamento?
Bem é a divulgação em jornais e pela televisão. Há algum tempo colocamos propaganda na RBS e foi muito bem
recebida. Não teve muito retorno em termos de locação, mas tornou a locadora bem conhecida.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
Sem dúvida é muito importante porque os funcionários são a cara da locadora.
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
Sim. Se o funcionário está satisfeito, tudo melhora, o humor é outro.
Relacionamento Empresa e Fornecedores.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x ) Próximo.
( ) Distante?
Comentário: A gente tem liberdade de falar. Tem uma lista do que a gente precisa comprar, mas as recomendações
são levadas em conta.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
Sim. A reclamação foi feita no mesmo dia para o fornecedor e o distribuidor resolveu o problema no mesmo dia
também.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando comprar ou não um título?
Sim.
Qual o peso da recomendação do fornecedor?
Quando o representante diz que a gente precisa ter um filme que não estava na nossa programação para comprar,
levamos em consideração, mas compramos apenas uma cópia para cada locadora.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x)Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
( x ) Negativo.
( ) Positivo.
Comentário: Não tem concorrência e acumulam o faturamento para apenas um dia, o que complica o pagamento.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
( ) Negativas.
( x ) Positivas.
Comentário: A gente tem livre acesso.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( ) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
( x ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: A gente compra de quem dá, não é bom comprar tudo de um lugar só.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( x) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
Comentário: Alguns sabem muito, outros sabem menos, mas no geral é bom.
Videolocadora 3
Gestor da Videolocadora 3
Data: 16/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
O filme de acervo a locação é R$2,50 e a locação do filme lançamento é de R$4,50.
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
O aumento que a gente sofre pelas empresas e pela quantidade de cópias que a gente oferece, conforme a gente
compra mais ou menos a gente começa a reajustar o preço, conforme há necessidade.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
Hoje uns 4.600.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Além de mim, são mais três.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
1998.
Sempre foi sua? Você não comprou de outra pessoa?
Eu comprei, ela já funcionava só que ela nunca foi para frente. Passou por quatro ou cinco pessoas antes de vir para a
minha mão. Funcionava mais na geral, aqui é próprio.
Antes de você comprar a videolocadora, foi realizada alguma pesquisa de mercado para verificar a viabilidade
do negócio?
Não, até porque eu já conhecia a locadora.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual?
Sim, teve por causa dos DVDs né, antigamente era o VHS, hoje em dia o DVD abriu margem para muita pirataria, uma
coisa muito fácil. Qualquer um que tenha um computador e um conhecimento básico consegue piratear.
Você acha que o DVD é mais fácil de piratear do que era antigamente a fita?
Antigamente ninguém ia comprar dois vídeos. Hoje em dia qualquer um que tenha um computador em casa, bota um
gravador de DVD que seja R$200,00 aí, um programa qualquer copia.
O que você acha dessas novas mídias que estão para entrar?
Se não se diferenciar, ou eu vou fazer Blue Eye ou HD-DVD, ou vai ser tudo Blue Eye ou tudo HD-DVD, vai ficar um
mercado repartido. Porque é assim ó, tem empresas que vão te oferecer um aparelho que toca os dois, só que vai ser
um valor bem mais alto. Para o público brasileiro, pelo menos o nosso público, pra pagar aí R$1.000,00 ninguém
pagava, hoje a R$100,00 todo mundo está botando em casa. Só que um aparelho desse aí agora vai chegar por uns
R$2.500,00. Vai ser quanto tempo para engrenar de novo a coisa, vai demorar muito.
Como é a estrutura organizacional da locadora?
Eu que organizo tudo, os empregados geralmente são para atender. Quem gosta de cuidar do negócio sou eu.
Como as áreas de Marketing e de Vendas estão estruturadas na videolocadora?
Eu que lido com tudo, elas estão concentradas em mim.
Como são definidas as políticas de vendas da videolocadora?
Geralmente eu direciono porque geralmente eu estou olhando mais o que que vai, o que não vai. Eu tento pegar mais
informações antes que o filme chegue para depois a gente começar a trabalhar a locação encima deles. Tipo, tem
filmes que a gente compra bem mais do que outros que tem um público mais restrito. Geralmente eu compro mais
aquele, eu ponho mais aquele e informo a eles como é que a gente vai trabalhar encima.
É somente você que elabora as promoções e reajusta preço?
Geralmente é, porque os funcionários não têm o controle de pagamento.
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos
clientes?
Sim, porque no próprio programa tem a autorização para que ele faça ou não faça isso. Tipo, se eu não der autorização
para ele, se eu cancelar a senha dele, ele não dá desconto para ninguém. Tem um nível de trabalho, quando tu vai
pegar o caixa para trabalhar, tu bota a tua senha, então dentro da tua senha tu tens um limite: ó eu posso fazer isso, eu
não posso fazer aquilo.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a
extensão de prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas,
entre outras, para os funcionários da loja?
A gente faz reuniões. Geralmente no final da noite a gente conversa, ó está ocorrendo isso, está ocorrendo aquilo, nós
temos que trabalhar mais nisso ou naquilo. Temos que trabalhar encima desse padrão esse mês, aí a gente conversa.
São conversas informais.
Todos os funcionários chegam a trabalhar juntos em algum dia ou período?
Sim, nas segundas-feiras.
A locadora realiza ações mais voltadas para a atração ou para a manutenção dos clientes?
Eu acho que para os dois.
A videolocadora tem alguma política voltada à retenção, manutenção, de clientes?
Sim. Retenção pelo fato assim, tem cliente, como todo bom brasileiro, que gosta de pagar depois, então gente começa
e fala “não todo dia cinco eu pago” , aí chega dia cinco do próximo mês, o cara não paga. Aí fala “amanhã eu vou
pagar”, daí chega para dia dez, dia quinze o cara não aparece. A gente tem o esquema de deixar no débito, mas só
para cliente responsável, que paga na data combinada para acertar.
Retenção, eu falo no sentido de manter o cliente locando aqui.
Eu tenho um pacote de 30, de 50 e de 70 créditos. Tu fazendo um desses pacotes, tu tens desconto no preço da
locação, mas paga adiantado. Para quem loca mais, geralmente quer lançamento, então fica mais barato. A gente
também deixa no débito, aí o cliente vira mensalista. Outra coisa é a promoção de quarta-feira que a locação é metade
do preço.
Quais são os impactos, em termos de resultado, das ações promocionais que a videolocadora implementa para
fidelizar o cliente?
Dá bastante resultado, tipo assim, quando num dia normal eu loco 60 e 70, já na quarta-feira eu chego a locar 150. Já
com relação ao pacote está um pouco devagar porque o pessoal está sem dinheiro. Eu não percebo aumentar as
locações daqueles que compram pacote, mas eles continuam locando com a mesma freqüência. Para os que deixam
no débito, eu vejo que eles percebem a vantagem, mas eu tenho que ficar controlando para ninguém atrasar o
pagamento. De uma forma geral, eu tenho um aumento de 30% nas locações quando eu faço uma promoção de
desconto no preço.
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o
consumidor?
Sim, porque as promoções são focadas, tem terminal de consulta, tem site na Internet. Se ele (o cliente) chegou
cansado em casa e quer saber se o filme já chegou é só acessar.
Vocês realizam alguma ação de pós-venda?
Não, até porque a gente não vende nada, a gente só loca filme.
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os clientes a optarem por continuar locando
na sua videolocadora?
( x ) Capacitação dos funcionários para o atendimento.
( ) O preço.
( ) As melhores promoções e pacotes para todos os clientes.
( ) A quantidade e a variedade do acervo de filmes.
( ) A localização.
( ) O estacionamento.
( ) A existência de um programa sólido de atração de novos clientes.
( ) O relacionamento construído entre empresa e cliente.
( ) A disponibilização de um serviço melhor que as concorrentes.
( ) Porque o espaço é bem organizado e é fácil de encontrar os títulos desejados.
( ) Outro. Qual?
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( x ) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( ) Oferecimento de brindes.
( ) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( ) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( ) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
( ) Outra (s). Qual (is)?
( ) Nenhuma das ações acima mencionadas é implementada pela videolocadora.
Como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
( ) Ótimo.
( x) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: Está entre bom e ótimo para os clientes que locam com mais freqüência,já para aqueles que vem só às
vezes deve ser regular. As pessoas que locam somente às vezes não têm a cultura de assistir a filmes, por isso não
percebem o atendimento.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
( x) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
Comentário: Eu acho que tem momentos que a gente poderia oferecer mais.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes?
É o programa armazena tudo.
Vocês costumam utilizar isso para elaborar as promoções?
Não. O cliente loca, loca drama, mas chega um dia ele quer locar outro gênero e o computador vai dar a informação
fria, são só os números, por isso a gente não usa essa fonte. É mais um trabalho humano, a gente investiga se o
cliente já viu outros filmes e procura sugerir um filme que seja condizente com a necessidade do cliente no dia.
A videolocadora utiliza técnicas de segmentação de clientes?
Não, todo cliente, desde que seja uma pessoa honesta, vai ter o mesmo tratamento.
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
Por email. Toda a semana, quem estiver disposto, vai uma mala direta com os lançamentos que estão chegando. Som
volante e patrocínio em eventos do bairro.
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Reclama direto para mim, principalmente se é atraso de entrega. Geralmente a pessoa quando reclama é porque errou
antes. Tem que respeitar os prazos de entrega.
Você costuma elogiar o funcionário que realiza tarefas que trazem bons resultados para a empresa?
Quase sempre. Às vezes passa o momento e tu esquece, mas quase sempre eu elogio quando eles fazem alguma
coisa.
Você acredita que a videolocadora estimula os funcionários a oferecerem um tratamento diferenciado para os
clientes mais freqüentes?
Sim, porque é como se tu tivesse um filho, se tu começa a mostrar uma coisa para ele, ele segue. Eu mostro que o que
interessa não é empurrar um filme, mas atende àquilo que o cliente quer ver.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
Satisfeitos.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Poucos, porque poucos dão opinião. Hoje em dia o público, pela escassez do dinheiro, sugerir somente a redução de
preço.
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Isso é um ponto forte porque se tu podes contar com um número x de clientes, então tu podes estar oferecendo mais
filmes, mais conforto, porque tudo tem custo.
Na videolocadora existe alguma iniciativa ou programa para fidelização dos atuais clientes?
Sim, o pacote de créditos que dá desconto no preço.
Mas esse pacote serve para qualquer cliente? Todos podem fazer?
Sim, mas geralmente aqueles que locam pouco não se interessam. A gente vende mais pacotes para os clientes que
locam mais.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher
informações sobre as relações empresa-cliente?
Sim, há dois anos atrás.
E o resultado rendeu algum tipo de ação?
Sim, a gente viu que mais ou menos 70% do nosso público estavam satisfeitos com o serviço da locadora e os que
estavam insatisfeitos reclamaram principalmente da organização dos filmes. Um filme lançamento de ação que
chegava, a gente organizava na prateleira do gênero Ação, mas o cliente preferia que os lançamentos estivessem
todos eles juntos e não separados, conforme o gênero. Então a gente começou a organizar do jeito que os clientes
queriam.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
É importante o relacionamento com o cliente porque cria um vínculo com o cliente, traz fidelização. Tem muita gente
que passa aqui só para conversar, às vezes nem loca, se sente em casa.
O que você entende por marketing de relacionamento?
É uma propaganda que vai deixar o meu cliente mais à vontade. Fazer com que o cliente se sinta á vontade, fazer com
que ele se sinta em casa.
Você acredita que a videolocadora efetua ações voltadas ao marketing de relacionamento junto a seus clientes
externos?
Sim. Tem clientes que criam um vínculo, que juntam a parte profissional deles com o nosso serviço. Por exemplo, se
ele faz um trabalho e tem espaço para a gente divulgar a locadora, ele cede o espaço e eu faço o mesmo aqui.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
Muito importante porque tu oferecendo um produto bom, que todo esteja satisfeito, cria um vínculo duradouro.
Vocês oferecem algum tipo de capacitação para os seus funcionários?
Tu falas sobre curso fora, né? Isso daí não, a gente só treina aqui dentro mesmo, um aprende com o outro.
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
Sim, sem dúvida, uma coisa puxa a outra.
Relacionamento Empresa e Fornecedores
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
(x) Próximo.
( ) Distante.
Comentário: Porque a gente cultiva ao longo dos anos. Tem representante que está conosco desde que a gente
fundou, então conhece a empresa desde o começo, desde quando tinha dificuldades até hoje que está tudo mais
calmo.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
( x ) Não.
( ) Sim. Qual foi o procedimento da locadora e do fornecedor?
Comentário: O único problema que aconteceu uma vez só, foi quando veio o filme Jogos Mortais, foi um problema na
matriz, foi um problema eletrônico. Foi um lote que alguns aparelhos não liam, aí a gente acionou o representante e ele
resolveu tudo em uma semana.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a comprar ou não um título?
( ) Não.
( x ) Sim. Qual o peso da recomendação do fornecedor?
Comentário: Isso para alguns, até porque a gente já tem uma pré-lista, mais ou menos 60% do que agente pretende
comprar a gente acompanha por revista, por essas coisas.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x)Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
( ) Negativo.
( x) Positivo.
Comentário: Tem positivo e negativo. O positivo é que se tu vai atender um de cada um, tu ia ter que perder bem mais
tempo para planejar a compra. Tipo, se tu estás fazendo com eles ali, tu sabe que vai faltar só três ou quatro que tu
não vai atender naquele mesmo dia, tu tem um controle maior. Para mim que trabalho a oito anos com eles já sei que é
uma empresa sólida, tranqüila.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( x ) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
( ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: Como eu te falei, a gente já trabalha há bastante tempo junto, então tem confiança e dá para controlar
mais.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
( ) Negativas.
( x ) Positivas.
Comentário: Do que eu conheço, são positivas.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( ) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
Comentário: Quando é o representante de uma produtora só, ele tem porque ele tem mais tempo para ver. Agora
quando é o representante de diversas produtoras, eles não tem como ver tudo
Videolocadora 4
Gestora da Videolocadora 4
Data: 22/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
O filme de acervo custa 3.00 reais e o lançamento 48 horas custa 3.50 e o lançamento 24 horas custa 4.90
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
A gente aumenta ou diminui conforme há necessidade, principalmente se as concorrentes aumentam também o preço
ou fazem uma promoção que dure muito tempo.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
Mais ou menos 2.500. Não tem como te dizer exatamente porque a gente perdeu o controle. Como a gente revende os
filmes lançamento que são duplos e não atualizamos no computador, a gente acaba perdendo um pouco o controle
disso. Hoje no nosso sistema indica que temos mais de 2.700 filmes, mas devemos ter no total uns 2.500.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Temos 2 funcionários, sem contar comigo.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
Em 04 de Janeiro de 2004. Essa locadora era da minha irmã, eu comprei dela em outubro do ano passado. Antes eu já
trabalhava com ela, mas era só funcionária.
Antes de você comprar a videolocadora, foi realizada alguma pesquisa de mercado para avaliar a viabilidade
do empreendimento?
Não, quando eu comprei não, mas a minha irmã quando montou a locadora fez uma pesquisa pela faculdade dela.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual?
Sim, sem dúvida. A primeira coisa foi que os clientes passaram a valorizar mais o preço e não o serviço que a gente
oferece. A gente vê uma debandada geral quando uma outra locadora abaixa o preço. Muita gente loca aqui porque
temos um ótimo atendimento, mas quando outra locadora abaixa o preço por causa de uma promoção, até mesmo os
clientes que consideramos fiéis, acabam locando na outra que tem promoção. Outra coisa que ainda está mudando é
forma como se negocia com os representantes de filmes, com as distribuidoras. Antes, eu me lembro da época que a
minha irmã começou, a locadora tinha mais força, agora ficou tudo muito parelho e as distribuidoras estão cobrando
muito caro pelos filmes. Para que tu tenhas uma idéia, um filme lançamento que a gente compra custa em média
R$120,00. Imagina quantas locações eu vou precisar fazer desse filme para que esse filme tenha rentabilidade?! Além
disso tudo, ainda tem a mudança do DVD para o Blue-Ray ou para o HD-DVD. A gente tem que ficar atento.
Como é a estrutura organizacional da locadora?
É simples, temos dois funcionários e eu fico todos os dias na locadora para resolver qualquer questão.
Tem algum funcionário ou setor responsável pelas ações Marketing e de Vendas da videolocadora?
Sim, sou em que gerencio tudo. Eu elaboro as promoções, os temas das promoções, também defino que tipo de cliente
pode ter desconto, que tipo de cliente pode deixar no débito, para quem a gente deve oferecer o pacote de locações,
essas coisas.
A videolocadora realiza Planejamento Estratégico?
Não, não tem nada formal. Eu sei que é importante, mas a gente ainda não teve tempo para sentar e elaborar.
Essas decisões são tomadas baseadas em que?
Eu converso muito com os clientes e com os funcionários. A gente não faz reunião, mas conversa durante o
expediente. Algumas promoções que a gente já fez foram idéias dos funcionários, e deram muito certo. A gente
também manteve algumas coisas que a minha irmã fazia, como a comemoração do aniversário da locadora no início
do ano. A gente chama os dez clientes que mais locaram o ano todo, faz uma festinha aqui na locadora mesmo, e
damos brindes para esses clientes. Dá tão certo que a gente até pegou essa idéia como inspiração e fizemos a
promoção do melhor cliente do mês. O cliente que locar mais em um mês, ganha um pacote de cinco locações para o
mês seguinte e tem a sua foto estampada em nosso mural.
Você falou em deixar no débito e na promoção do pacote, explique o que são estas duas modalidades.
No débito é uma coisa meio complicada, a gente já teve muito prejuízo, por isso só alguns clientes estão autorizados a
fazer isso hoje. Isso acontece quando o cliente prefere locar durante todo um mês e pagar só quando recebe o salário.
A gente restringiu bastante isso porque o pessoal já vinha com uma cultura de deixar muita coisa no débito e pagar só
depois de três, quatro meses. A minha irmã antigamente deixava, por isso a gente teve que mudar um pouco, senão a
gente fica sem capital de giro para trabalhar. Só os clientes fiéis e lucrativos é que tem esse privilégio. O esquema dos
pacotes é uma diminuição do preço da locação quando o cliente compra o pacote. Por exemplo, a gente tem o pacote
com 80 créditos, que custa oitenta reais. Cada vez que o cliente loca um filme lançamento paga R$4,90. Já, se ele tiver
pacote, é descontado somente 4 créditos do seu pacote, o que equivale a um desconto de R$0,90 no preço do filme
lançamento. Tem outra coisa que eu não comentei, mas agora para ter mais liquidez a gente está fazendo uma
promoção segunda-feira. Todo o cliente que locar um filme e pagar adiantado paga só R$1,99 a locação, tanto faz se
for acervo ou lançamento. A gente já viu que aumenta bastante o caixa de segunda e é bom porque os filmes ficavam
parados nesse dia. Para nós não é vantagem o filme dormir na locadora.
Em termos de resultado, qual é o retorno das ações que visam fidelizar o cliente?
O que a gente vê é que o cliente que faz o pacote não aumenta o número de locações, mas passa a locar somente
aqui, o que já é uma grande vantagem. Além de tudo é um cliente potencial para falar bem da locadora. Nesse sentido
a gente observa que muitos clientes novos vêm recomendados pelos clientes que já são considerados fiéis. Quando o
desconto é no preço da locação também tem retorno porque a gente precisa de dinheiro no caixa e, embora empate
porque mais gente loca mais, mas por menos, a maioria paga e não deixa no débito. Eu diria que de uma maneira geral
as locações aumentaram uns 20% com as promoções.
Como são definidas as políticas de compra de filmes da videolocadora?
Essas decisões são tomadas estritamente por mim. Eu consulto as informações que o sistema da VEXXA fornece e
vejo que tipo de filme é mais rentável, aí compro os títulos que se encaixam no perfil que o meu público gosta.
Você chega a consultar o que os seus clientes mais freqüentes locam?
Não, eu vejo o que loca mais no geral porque eu preciso que as locações aconteçam, não importando se quem locou é
um cliente melhor ou pior.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a
extensão de prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas,
entre outras, para os funcionários da loja?
Eu mesma repasso para os outros funcionários. A gente conversa e eles tiram as dúvidas direto comigo. Até porque
aqui é uma locadora pequena e não teria nexo eu passar essas informações de outra maneira, é mais prático assim.
Você acredita que a sua videolocadora realiza mais ações voltadas para a conquista de novos clientes ou para
a manutenção dos atuais?
A gente procura fazer tanto para a conquista, quanto para fidelização dos clientes, mas sem dúvida mais para a
fidelização. A nossa quantidade de novos cadastros por mês está se mantendo estável, comparando com o ano
passado. O que a gente está observando é que o cliente regular está locando mais, então é sinal de que o trabalho
está sendo bem feito.
Vocês realizam alguma ação de pós-venda?
Sim, às vezes a gente liga para os clientes que são bons e que já a um tempo não aparecem.
E para aqueles que continuam a alugar filmes?
Não, aí não, a gente fala com eles na locadora mesmo.
A videolocadora tem alguma política voltada à retenção, manutenção, de clientes?
Sim, eu oriento meus funcionários a dispensarem um tratamento diferente para os clientes que locam mais e,
principalmente, para os clientes que locam mais e, que a gente sabe, só locam aqui. O prazo de entrega de filme é
diferente. Por exemplo, os lançamentos que são 24 horas, dependendo do dia da semana, podem ser entregues em 48
horas. A gente sempre oferece uma locação de acervo de brinde quando este tipo de cliente entrega um filme no
domingo. Isso porque domingo não precisa entregar filme nenhum. A gente reserva filme e dá prioridade. Ainda têm os
prêmios para o que loca mais por mês e o aviso por telefone ou pelo messenger, quando o cliente pede, da chegada
de um filme lançamento.
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o
consumidor?
Sim. Eu acredito que sim porque eles comentam como o nosso atendimento é bom.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( X)Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( )Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( X) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( X) Oferecimento de brindes.
( X) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( X) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( X) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
(X) Outra (s). Qual (is)?
Como eu já te comentei, a gente tem também a festinha de aniversário da locadora que a gente chama os dez
melhores clientes do ano; a gente tem sorteio de pizza, de mouse ótico e de pacote de 5 locações para os clientes que
locam sexta e sábado. A gente tem sorteio de uma semana grátis de academia na quarta-feira. A gente têm os pacotes
promocionais de cada feriado.
Essas promoções de feriado só os clientes freqüentes podem utilizar?
Não, todo mundo. Qualquer cliente pode aproveitar essas promoções.
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os cliente a optarem pela sua videolocadora?
( )O oferecimento do menor preço.
( X)O fato da locadora diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )A localização adequada.
( )O fato da locadora buscar construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )O fato da locadora procurar atrair novos clientes.
( )O oferecimento das melhores promoções para todos os clientes.
( )A disponibilização de um acervo de filmes com maior variedade e quantidade que se sobressai em relação às
concorrentes.
( )A disposição e a organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Na sua opinião, como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
( X) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
(X ) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
Se você acredita que os clientes caracterizam seus pacotes e promoções como bons, de que maneira você
acredita que pode melhorá-los?
A única coisa que a gente ainda não fez esse ano foi diminuir o preço. É isso que todo mundo pede, mas como é que a
gente vai fazer isso e oferecer um bom serviço? As coisas envolvem custo e isso o cliente não entende.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes?
Não. A gente usa o sistema para ver a relação de clientes que estão devendo e o quanto de filmes é interessante
comprar para o mês seguinte.
A videolocadora utiliza técnicas de segmentação de clientes?
Como assim?
A videolocadora tem grupos de clientes que trata de uma maneira diferente e que tem ações direcionadas às
necessidades destes grupos?
Sim, sem dúvida. A gente sabe quem loca mais aqui, quem só loca aqui e não nas outras. Para esses clientes a gente
oferece vantagens diferentes, até porque eles estão aqui direto. Inclusive, quando eles ficam algum tempo sem vir, a
gente liga para convidar para assistir algum filme legal que tenha chegado para dizer que a gente está com saudade.
Para resgatar esse cliente bom mesmo. Mas também vou te dizer, têm aqueles que a gente faz questão que não loque
mais aqui. Quem fica devendo muito tempo e a gente tem que implorar para vir pagar, é um favor que loque aqui só
quando tiver dinheiro na hora. Já teve casos da gente bloquear o cadastro do cliente porque fica devendo e acha ruim
ainda da gente cobrar.
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
Antigamente, na época da minha irmã, a gente mandava de quinze em quinze dias um email com os lançamentos que
chegaram, mas hoje a gente se comunica mais por telefone e pelo MSN.
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Ele pode reclamar diretamente para mim porque eu estou todas as noites da locadora. Eu procuro resolver
tudo na hora, no momento da reclamação. Apesar da gente ter pouca reclamação porque o atendimento é
muito bom.
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos
clientes?
Não. Eu prefiro que eu resolva os problemas, até porque não quero me indispor com funcionário, nem com cliente, por
isso o que eu resolvo está resolvido e pronto. Por exemplo, não adianta me ligar para cadastrar um cliente que mora
num bairro distante, não pode e elas já sabem.
Quais critérios devem ser observados para que um cliente se cadastre?
Primeiro tem que trazer documento de identidade, CPF e comprovante de residência. Esse comprovante de residência
tem que ser daqui do bairro ou dos bairros ao redor porque a gente não cadastra quem é de fora. Por que que alguém
da cidade viria locar aqui? Geralmente a gente loca na locadora mais próxima. Claro que às vezes têm aqueles que
trabalham perto, aí é outra história.
A videolocadora oferece capacitação ou treinamento para os funcionários?
Sim, a gente treina todo mundo que entra. Eles trabalham com outro funcionário durante uma semana antes de ficarem
sozinhos atendendo.
Você costuma elogiar o funcionário que realiza tarefas que trazem bons resultados para a empresa?
Quase sempre. Não digo sempre porque às vezes escapa alguma vez que a gente está distraída, mas acho que quase
sempre elogio, até porque elas estão sempre me ajudando.
Você acredita que a videolocadora estimula os funcionários a oferecerem um tratamento diferenciado para os
clientes mais freqüentes?
Sim, como eu te falei, os clientes que locam mais aqui são mais conhecidos da gente e acabam se beneficiando com
diversas vantagens.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
( ) Muito satisfeitos.
( X ) Satisfeitos.
( ) Razoavelmente satisfeitos.
( ) Insatisfeitos.
( ) Muito insatisfeitos.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Com certeza, todos os clientes tem total abertura para dar sugestões e também para criticar o que acham que está
errado. Falta mesmo é uma caixa de sugestões porque muita gente pode se sentir um pouco tímida para falar.
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Significa conhecer o gosto dos clientes, tratá-los bem e,com isso, eles darem o retorno esperado para a locadora. Todo
cliente que loca e depois volta e não loca em mais nenhuma locadora faz a propagando da locadora para seus amigos.
Acaba trazendo outros clientes que depois também podem vir a ser tornar fieis e com isso a gente forma uma cadeia
de cliente fieis e rentáveis para a locadora. Fidelidade é ser rentável e também locar só na minha locadora.
Na videolocadora existe alguma iniciativa ou programa para fidelização dos atuais clientes?
Sim, as ações que eu já te comentei como a reserva com prioridade, o prazo de entrega estendido, os brindes de
locação, o reconhecimento por ser um cliente rentável. Tudo isso contribui para que o cliente prefira locar na nossa
locadora. Não existe, fora isso, um programa específico para fidelização, mas eu acho que essas iniciativas já dão
bons resultados. Antes da minha irmã me vender a locadora, tinha um planejamento para colocar um programa de
fidelização. Eu acho que até o final desse ano a gente já vai começar a colocar em prática.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher
informações sobre as relações empresa-cliente?
Sim, na época da minha irmã, ela fez uma pesquisa de satisfação que foi inclusive o assunto do TCC dela. Nessa
época eu ainda não era funcionária, mas fiquei sabendo depois quando ela me passou os resultados.
Frente ao resultado da pesquisa, ocorreu alguma modificação na videolocadora?
Sim, uma das coisas vistas é que o cliente sugeriu um novo horário para domingo e foi alterado. Outra coisa importante
é que o cliente valorizava mais a quantidade de filmes que a locadora tinha, por isso, na época, minha irmã comprou
mais filmes para o acervo.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
Eu acho que o relacionamento com o cliente é o mais importante porque sem o cliente a gente não sobrevive. Esse
relacionamento não é fácil no mercado de locadoras porque o que o cliente sempre quer é desconto no preço, por isso
oferecer um bom serviço vira supérfluo.
O que você entende por marketing de relacionamento?
Olha eu fiz uma fase só de Administração de Empresas. Eu até me lembro que já estudei, mas não consigo lembrar da
definição. Vou dizer o que é para mim. Eu acho que é tu conseguir captar o que o cliente quer e oferecer justamente
aquilo. Eu sei que conquistar um clietne novo é sete vezes mais caro do que manter um cliente, por isso acho que
também tem a ver com a manutenção do cliente.
Você acredita que a videolocadora efetua ações voltadas ao marketing de relacionamento junto a seus clientes
externos?
Sim, dentro disso que eu te falei que entendo sim.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
(X ) Muito importante.
( ) Importante.
( ) Indiferente.
( ) Pouco relevante.
( ) Totalmente dispensável.
Justifique:
O atendimento é o que faz o cliente voltar ou não, por isso se tu não tiveres um bom atendimento, tu não
tens um bom movimento.
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
Sim, porque quando o funcionário está satisfeito com o seu trabalho, ele acaba passando essa satisfação ao cliente e
com isso o ambiente da locadora se torna agradável e propício para se aproximar mais dos clientes.
A respeito do relacionamento da empresa com os fornecedores de filmes:
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( X) Próximo.
( ) Distante?
Justifique: Porque sempre que a gente precisa das coisas pode entrar em contato direto com eles (os representantes
de filmes). O único problema é com as distribuidoras de filmes, se a gente atrasa uma fatura três, quatro dias, eles já
não mandam mais os filmes. Eles (as distribuidoras de filmes) não vêem o nosso histórico, tratam uma locadora que
existe há dois, três anos, como qualquer outra locadora que existe há um mês.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
Não.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a comprar ou não um título?
Sim, mas mas depende muito, varia muito de representante para representante, o peso da opinião de alguns é
significativo para efetuar a compra porém a opinião de outros não faz a mínima diferença para efetuar a compra.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( )Ótimo
( ) Bom
( x) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
Negativo. Eu acredito que tendo concorrência o serviço sempre pode ser melhorado em qualquer aspecto insatisfeito
por nós consumidores.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( x) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
( ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: Como eu não tenho muita experiência, prefiro comprar de quem a minha irmã já comprava.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
Eu acho que minha relação com eles é regular. Tive um problema com eles por eles não levarem em consideração
todo o histórico de compras que a locadora já fez.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( X ) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
É difícil de falar deles em conjunto, seria mais fácil avaliar individualmente. Alguns são ótimos, sabem tudo, também
porque têm poucos filmes nas suas pastas. Outros são regulares porque trabalham com muitas pastas de filmes e não
têm tempo de se interar de tudo.
Videolocadora 5
Gestor da Videolocadora 5
Data: 22/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
O filme acervo custa R$ 3.00 reais e o lançamento R$ 4,00. E nós temos uma categoria que é o super
lançamento que é R$ 4,90.
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
Quando o filme que a gente adquire aumenta, a gente tem que fazer um reajuste no preço para o cliente final. A gente
também dá uma olhada no preço das outras locadoras. Está sempre dando uma olhadinha pra ficar não no mínimo,
mas no médio.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
Mais ou menos uns 1.600.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Eu e mais três. A minha esposa que gerencia comigo e meus dois filhos que atendem.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
Ela já existe desde 1999, mas a gente adquiriu ela em outubro de 2005.
Quando você pensou em comprar a videolocadora, você realizou antes uma pesquisa de mercado para
verificar a viabilidade do negócio?
Para te falar a verdade, não.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual?
Bom, a gente observa várias coisas. Por exemplo, aqui na redondeza tinha várias locadoras, fora a nossa. Duas
fecharam, então a quantidade de clientes que migraram para cá foi bastante grande. Então à medida que uma fecha a
quantidade de clientes vai aumentando.
Como é a estrutura organizacional da locadora?
Eu e a minha esposa dividimos as tarefas gerenciais. Eu compro os filmes acervos e ela compra os filmes
lançamentos.
Tem algum funcionário ou setor responsável pelas ações Marketing e de Vendas da videolocadora?
Em termos de brindes e decisões promocionais, a gente sempre discute, eu, ela e os filhos. \por exemplo, no Natal a
gente sorteou brindes para os clientes, no dia das mães a gente deu uma rosa para as mães. Isso sempre produz
algum agrado para os clientes.
A videolocadora realiza Planejamento Estratégico?
Sim, nós fazemos um planejamento de onde a locadora precisa chegar até o final do ano, o quanto de lucro ela precisa
ter. Assim, cada um sabe da sua responsabilidade.
Como é feito esse planejamento?
Bom, a gente se reúne em casa e vê o quanto a locadora precisa locar. Cada um daí sabe quantas locações precisa
fazer.
Como são definidas as políticas de compra de filmes da videolocadora?
Geralmente só eu e a minha esposa definimos essas coisas porque o meu filho mais moço não trabalha nunca sozinho
porque ele é menor de idade, só trabalha junto com a minha esposa. Já o mais velho, que acabou de fazer 18, trabalha
sozinho em alguns períodos, mas como ele não conhece muito os clientes, eu prefiro que ele deixe esses assunto para
eu ou minha mulher resolver.
Como são repassadas as políticas da área comercial, tais como o nível de maleabilidade para lidar com a
extensão de prazos de entrega, a orientação para a criação de valor para o cliente, as promoções direcionadas,
entre outras, para os funcionários da loja?
Eu repasso para eles por conversa aqui na locadora mesmo ou em casa. A gente não marca reunião. Quando está
todo mundo junto, a gente conversa.
Você acredita que a sua videolocadora realiza mais ações voltadas para a conquista de novos clientes ou para
a manutenção dos atuais?
A gente tanto busca conquistar novos clientes, quanto manter os que a gente já tem. Atualmente eu diria até que é
mais para manter porque a gente já trabalhou bastante na atração de novos clientes com panfletos. Agora a gente tem
programas de fidelização.
Comente, por favor, o que são esses programas de fidelização e como eles funcionam.
O nome da promoção é Promoção Fidelidade para ti ter uma idéia, então a cada dez filmes que o cliente loca, ele tem
direito a um filme acervo de brinde, independente de tempo ou tipo de filme que ele loca, pode ser lançamento ou
acervo. Sempre contabiliza as locações realmente realizadas e não as que saíram como brinde. A gente tem também
outras promoções para dar mais movimento para dias que são mais fracos, por exemplo, terças e quintas todos os
filmes têm R$ 1,00 de desconto. Têm algumas promoções que não fomos nós que criamos, que a gente copiou das
outras locadoras, por exemplo o pacote de vídeo-ticket.
Na sua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas pela videolocadora para fidelizar o
consumidor?
Alguns, nem todos percebem. A gente fica sabendo que o cara está locando em outro lugar, ou até mesmo às vezes
eles comentam. Alguns a gente percebe que eles percebem o que a gente faz.
Em termos de resultado, qual o impacto das promoções voltadas à fidelização de clientes?
A promoção de terças e quintas chegou a alavancar o dobro de locações. O que a gente nota é que o cliente gosta
muito de promoções, não importa muito qual seja.
Os pacotes aumentaram principalmente as locações de acervo, uma média de 30%.
Na sua opinião, o que é fidelidade?
Eu acho que fidelidade é quando o cliente loca só aqui, se não tem o filme que ele quer ele loca outro ou ainda não
loca nenhum, nem aqui e nem em outra.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( )Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( x )Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( X) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( X) Oferecimento de brindes.
( ) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( ) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( X) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
(X) Outra (s). Qual (is)?
Mesmo quando o cliente pede uma sugestão de filme, às vezes a gente já sabe o gosto do cliente, mas a gente
pergunta que tipo de filme ele quer assistir naquele dia.
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os cliente a optarem pela sua videolocadora?
( )O oferecimento do menor preço.
( X)O fato da locadora diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )A localização adequada.
( )O fato da locadora buscar construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )O fato da locadora procurar atrair novos clientes.
( )O oferecimento das melhores promoções para todos os clientes.
( )A disponibilização de um acervo de filmes com maior variedade e quantidade que se sobressai em relação às
concorrentes.
( )A disposição e a organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
A videolocadora costuma entrar em contato com o cliente fora a visita do mesmo na empresa?
Não, está nos planos desde que a gente pegou, mas até agora a gente não começou a mandar email, nem telefonar
para os clientes.
Vocês fazem algum tipo de ação de pós-venda?
Não, desde o início a gente planeja fazer, mas ainda não fazemos.
Como o cliente classifica o atendimento prestado na sua videolocadora?
( ) Ótimo.
(x ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
(X ) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
Isso porque a gente nunca consegue contentar todo mundo, mas se eu fosse tentar fazer isso iria para a falência.
A videolocadora utiliza técnicas de segmentação de clientes?
Não, não fizemos isso. A gente só diferencia os clientes que têm registro no SPC. Esses têm que pagar à vista, não
podem deixar no débito.
Existe esquema de reserva?
Sim, pode reservar durante a semana um filme para assistir no sábado.
A reserva tem alguma prioridade o cliente mais freqüente?
A prioridade é a da ordem de chegada. Para quem reservou antes vai o filme.
Na ocorrência de insatisfação por parte de um cliente, como ele pode manifestar sua reclamação?
Ele reclama para o funcionário que está na hora. O cliente sabe que ele pode reclamar diretamente. À
pessoa que está disponível para atender ele reporta o problema, não obrigatoriamente o funcionário vai
resolver, mas vai encaminhar para quem pode.
Os funcionários da videolocadora têm a autonomia necessária para resolver eventuais problemas dos
clientes?
Eles têm autonomia. Eu não coloco qualquer tipo de trava no programa, mas eles mesmo não se sentem à vontade
porque não conhecem bem os clientes.
A videolocadora estimula os funcionários a tratarem o cliente mais freqüente de uma maneira diferente?
Não, a gente orienta eles que devem tratar todo mundo da mesma maneira.
A videolocadora oferece capacitação ou treinamento para os funcionários?
Não, fora não. Claro que eles tiveram que aprender tudo aqui com a gente, mas a gente nunca pagou nenhum curso
espcífico.
Qual o grau de satisfação dos seus atuais funcionários em relação à função que exercem na videolocadora?
( ) Muito satisfeitos.
( X ) Satisfeitos.
( ) Razoavelmente satisfeitos.
( ) Insatisfeitos.
( ) Muito insatisfeitos.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Acredito que sim. A gente nunca fez nada em contrário para impedir esse tipo de atitude.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus funcionários e clientes para colher
informações sobre as relações empresa-cliente?
Não, nunca foi feito nada nesse sentido.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
O relacionamento com o cliente é muito importante. Nós somos um prestador de serviço, se o cliente chega aqui e é
mal atendido, não é dado bola, ele vai procurar outra locadora. Tudo é uma questão de atendimento versus benefício.
Também não adianta ter o melhor atendimento e o preço ser lá encima. È um conjunto de coisas.
O que você entende por marketing de relacionamento?
Quando um cliente abre um cadastro, por exemplo, a gente mostra para ele esse nosso painel, onde mostra o horário
de funcionamento, as promoções e as regras para locação. A gente mostra como os filmes estão organizados dentro
da locadora e isso de uma certa forma é um marketing para nós, é uma forma inicial para começar o nosso
relacionamento. Eu percebo que quando a gente mostra esse quadro aqui, os clientes novos chegam e lêem o que
está escrito aqui.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
(X ) Muito importante.
( ) Importante.
( ) Indiferente.
( ) Pouco relevante.
( ) Totalmente dispensável.
Justifique: Porque o empregado tem que passar que a videolocadora está satisfeita com a vinda do cliente, que preza
que esse cliente retorne.
Você acredita que há relação entre a satisfação do funcionário e a satisfação do cliente?
Sim, sem dúvida. Um funcionário de cara feia espanta os clientes e um sorriso sincero muitas vezes pode cativar até
mesmo aquele cliente que não loca só aqui.
A respeito do relacionamento da empresa com os fornecedores de filmes:
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( X) Próximo.
( ) Distante?
Justifique: Sempre que a gente tem alguma dificuldade eles são bem solícitos.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
Não.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a compra ou não de um título?
Considero claro. A gente olha o trailer do filme com ele e discute sobre o filme.
Nestes casos, já aconteceu alguma vez de você comprar o filme e não ser o que você imaginava?
Já, o vendedor indicou o filme que realmente não prestava. Eu só não me lembro se a minha esposa deu o feedback
para o representante.
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x)Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
Eu acho positivo porque facilita a compra. Nós somos atendidos por dois representantes da Empesa X, mas eu já pedi
para que só um venha vender tudo, é mais prático e economiza o nosso tempo. Até mesmo o nosso planejamento
financeiro para compra de filmes ficaria mais fácil.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( x ) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
( ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: É mais fácil e rápido.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
De um modo geral é positivo, mas tem alguns pontos a melhorar como qualquer empresa. Por exemplo, o prazo de
entrega. A previsão de entrega às vezes é para um dia e só vem depois de muito tempo.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( X ) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
Eles conhecem bem, têm um bom conhecimento. Inclusive tem um que quando viu o filme dá uma resumida para a
gente saber bem a história.
Videolocadora 6
Gestor da Videolocadora 6
Data: 27/06/2007.
Qual o preço da locação do filme acervo e do filme lançamento?
O acervo é R$3,00 e o lançamento mais caro é R$ 4,50.
Qual(is) critério(s) é (são) observado(s) para que haja um reajuste no preço dos filmes?
O critério que eu utilizo é o seguinte o custo do filme em si, o custo fixo da loja e uma margem de lucro que eu
considere razoável dentro do faturamento geral. Em média, eu tenho aumentado uma vez por ano, uma vez a cada
quatorze meses. Eu também levo em conta o mercado em volta de mim, eu não posso banalizar, embora aqui na
região o meu é o mais caro. O meu custa R$4,00, os outros R$ 3,00, R$ 3,90.
Quantos títulos há no acervo de filmes da videolocadora?
Umas 2.800 cópias.
Quantos funcionários trabalham na videolocadora?
Eu não tenho funcionário, só eu que trabalho na loja.
Quando esta locadora iniciou suas atividades?
Dia 10 de agosto de 2002.
Antes de você montar a videolocadora, você fez alguma pesquisa de mercado para verificar a viabilidade do
negócio?
Não, não fiz nada formal, só dei uma olhada no mercado em volta.
Na sua avaliação, ocorreu algum tipo de transformação no mercado de videolocação entre a época da
fundação da locadora e o momento atual?
O mais significativo foi a migração do VHS para o DVD. E quando eu comprei essa loja tinha só 30, 40 filmes em DVD.
Hoje, o acervo que ela tem hoje tinha na época em VHS. Essa transição foi até mais rápida do que eu esperava.
A videolocadora realiza Planejamento Estratégico?
Não, eu não faço nada disso porque sou eu que estou aqui todo dia e eu já sei o quanto preciso locar para dar lucro.
Eu analiso da seguinte forma: eu elaboro uma promoção e boto ela em teste. Deixo ela em teste durante um mês
porque na verdade uma promoção não tem retorno imediato, precisa primeiro as pessoas se habituarem. Se
compensar ela fica, se não compensar eu tiro. A mais efetiva foi a promoção que eu fiz na terça-feira a R$ 1,99. Essa
promoção de terça-feira aconteceu porque eu recebia mais ou menos cento e vinte filmes de devolução do final de
semana, então eu passei a incentivar os clientes a levarem filme nesse dia. O engraçado é que isso foi idéia de um
cliente que viu numa locadora do centro e me falou para fazer. Outra coisa que eu faço é não deixar filme no
superlançamento com mais de sessenta dias porque daí ele já tem que virar lançamento 48 horas porque não é tão
novo, entende? Aí dependendo do cliente e se ele leva mais de um filme eu posso aumentar o prazo para locação. Só
sou rígido na entrega do superlançamento, esse eu não posso aumentar o prazo porque eu ainda estou pagando.
Você acredita que a locadora realiza ações voltadas para atração de novos clientes ou para a retenção?
Eu trabalho mais tentando fidelizar mais os clientes. Tentar manter eles mais aqui e não deixar que eles escolham
outra locadora. Agora eu tenho uma promoçãozinha que está tendo uma boa repercussão que é locar cinco acervos,
ficar cinco dias com o filme e pagar na retirada só R$ 10,00. São esses filmes que só ficam ocupando espaço e que
não fazem falta na loja.
Quais clientes podem usar essa promoção?
Todos, todos os clientes.
Quais são as ações que fidelizam o cliente?
Eu acho que uma coisa que ajuda é o negócio do bônus. Por exemplo, pegou lançamento, me devolve amanhã até às
três da tarde ganha cinco pontos, até as quatro ganha quatro pontos, até as cinco ganha três pontos. Então, quanto
mais cedo ele trouxer o filme, mais pontos ele ganha. Melhor para mim, melhor para ele. Quando atingir 25 pontos ele
ganha uma locação grátis. Pode ser uma locação de qualquer filme da locadora, menos da categoria de
superlançamento.
Qual foi o impacto destas promoções em termos de resultado?
De uma forma geral eu acho que ajudou mais às pessoas buscarem locar mais aqui, mas em termos de resultado
financeiro, não aumentou o número de locações. Eu percebo sim que eu consegui manter o cliente mais aqui.
Na tua opinião, o cliente consegue perceber as ações realizadas para fidelizar o cliente?
Eu não sei se eu tenho essa percepção assim claramente. Eu acho que não. Eu acho que eles acabam se fidelizando
até sem perceber que é a questão do bônus. Eu tenho também aqueles clientes que locam só na terça-feira, que
aparecem aqui só na terça-feira.
Você realiza alguma ação de pós-venda?
Não tem tempo para fazer isso, mas eu acho interessante.
De acordo com a sua percepção, qual o principal objetivo desta videolocadora em relação a seus clientes?
( )Oferecer o menor preço.
( )Diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )Localizar-se adequadamente para ser acessível a um maior público.
( X)Construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )Atrair novos clientes.
( )Ter as melhores promoções para todos os clientes.
( )Oferecer o acervo de filmes com maior variedade e quantidade para sobressair-se em relação às concorrentes.
( )Ter uma disposição e uma organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Eu acho até que é um conjunto dessas coisas, mas o principal é a construção de um relacionamento entre a empresa e
o cliente. Tem gente que chega aqui só para conversar, tem outros que entram só para contar as mazelas, tem muita
gente que é meio carente de atenção, tu viras até psicólogo. A locação é uma coisa que
Indique as ações realizadas por esta videolocadora que beneficiam os clientes mais freqüentes:
( X) Oferecimento de promoções e/ou descontos em preço.
( X) Oferecimento de brindes.
Brindes também eu ofereço para os clientes novos.
( X) Pacote progressivo de vantagens de prazo de entrega.
( X) Atendimento personalizado na sugestão de títulos de lançamento.
( X) Identificação de gostos e preferências de gêneros de filmes.
( ) Disponibilização de comunicação direcionada às necessidades destes clientes.
(X) Outra (s). Qual (is)?
De acordo com a sua percepção, qual o principal motivo que leva os clientes a optarem pela sua
videolocadora?
( )O oferecimento do menor preço.
( X)O fato da locadora diferenciar-se pelo serviço/atendimento.
( )A localização adequada.
( )O fato da locadora buscar construir um relacionamento sólido com seus atuais clientes.
( )O fato da locadora procurar atrair novos clientes.
( )O oferecimento das melhores promoções para todos os clientes.
( )A disponibilização de um acervo de filmes com maior variedade e quantidade que se sobressai em relação às
concorrentes.
( )A disposição e a organização adequada dos filmes para facilitar a consulta dos títulos pelos clientes.
( )Outro. Qual?
Eu procuro sempre atender o cliente muito bem e eu acho que pelo menos a maioria deles vêm aqui pelo atendimento.
O que você acha do termo fidelização de clientes? O que ele significa para a videolocadora?
Eu acho que cliente fiel é aquele que vem primeiro aqui, não que ele loque só aqui, mas que venha primeiro aqui para
ver se encontra o filme que quer assistir. Isso porque dificilmente alguém é cliente de uma locadora só porque tem filme
que eu tenho aqui e a outra não tem lá e vice-versa.
Na sua opinião, como o cliente classifica o atendimento oferecido na videolocadora?
Bom.
Como o cliente classifica as promoções e pacotes oferecidos pela videolocadora?
( ) Ótimos.
(X ) Bons.
( ) Regulares.
( ) Ruins.
( ) Péssimos.
A videolocadora tem um Sistema de Informações sobre seus clientes. Você costuma utilizar esse sistema para
segmentar os clientes?
Não, eu uso mais para ver que tipo de filme eu devo comprar, que tipo de filme está saindo mais. Claro, que às vezes
eu também consulto para ver os clientes que deixaram de locar.
Você costuma entrar em contato com os clientes que deixaram de locar?
Até penso em fazer isso, mas não tive tempo ainda.
A videolocadora costuma se comunicar com o cliente de que maneira?
Por telefone quando reserva filme e por carta quando eu preciso fazer cobrança.
Qual é o teu critério de reserva?
Reserva distante eu só faço para cliente freqüente. Para clientes novos eu não costumo reservar.
Quais critérios devem ser observados para que um cliente se cadastre?
Eu peço os documentos de identidade, o CPF e um comprovante de residência.
Na sua opinião, os clientes se sentem à vontade para sugerir melhorias ou criticar o serviço prestado pela
videolocadora?
Olha eu dou abertura para isso, mas não quer dizer que todo mundo se sinta à vontade. Eu acho que sim, tanto
algumas coisas que eu fiz aqui foi em função de sugestões de clientes. Por exemplo, quando eu comprei, a loja não era
organizada por gênero como é hoje, mas os clientes pediram para mudar e eu mudei, todo mundo gostou mais assim.
Já foi feita alguma pesquisa por iniciativa da videolocadora junto a seus clientes para colher informações
sobre as relações empresa-cliente?
Não de maneira formal, mas eu sempre pergunto o que o cliente está achando.
Atualmente fala-se muito em relacionamento com clientes, com o mercado. Qual é sua opinião sobre isto?
Eu acho que é fundamental o relacionamento que a empresa estabelece com o cliente. Por exemplo, eu tenho cliente
que tem restaurante, então sempre que eu tenho que comer aqui perto eu vou ali. É uma troca, né?!
O que você entende por marketing de relacionamento?
Eu acho que é aquela atitude, aquela postura de ser mais do que o prestador de serviço ou o fornecedor de bem para o
teu cliente, tu tens que ser mais. Principalmente porque a gente cria um vínculo porque o cliente está sempre aqui, vem
toda semana, cria uma intimidade. Tudo o que diz respeito a relações humanas pode ser usado comercialmente.
Qual peso você atribui ao atendimento dos atendentes para que se consolide um relacionamento duradouro
entre a videolocadora e os clientes externos?
Muito importante, é fundamental. Tu aprende que tu não pode enganar o cliente porque à noite ele vai chegar em casa
e vai ficar pensando se fez o certo, se ele achar que tu não fosse honesto, tu perde o cliente. Se tu diz, cara o filme é
bom, o que que tu gosta de ver? Se tu der a a dica de um filme que agrade, tu estás feito.
A respeito do relacionamento da empresa com os fornecedores de filmes:
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( X) Próximo.
( ) Distante
Com o representante aquele que vem aqui na loja. Até eu tive um pequeno atrito essa semana com a minha empresa
fornecedora de filme porque eu tento ser correto, mas tem uma mulher lá dentro com uns pontos de vista que eu acho
inadmissível.
Você alguma vez já teve que acionar algum fornecedor de filme para resolver o problema de algum cliente
insatisfeito?
Já. O representante resolveu prontamente. Trocou o filme rapidinho.
Você considera os argumentos do representante quando está avaliando a comprar ou não um título?
Considero assim, considero, mas coloco em primeiro plano a minha percepção. Isso porque a função do vendedor
externo é vender, eu já fui vendedor. Por isso eu sempre falo, cara tu pode até me vender um filme rui, uma, duas, três
vezes, mas na quarta vez eu não vou compra e não vou mais acreditar, entende?
Como você classifica o relacionamento da locadora com os representantes de filmes?
( x)Ótimo
( ) Bom
( ) Regular
( ) Ruim
( ) Péssimo
Como você avalia o fato da WMix deter grande parte das concessões das pastas de filmes?
Isso é péssimo. Não tem concorrência, eles fazem o que querem contigo. Esse problema que eu tive agora foi com
isso. Eu queria renegociar uns títulos e eles não quiseram nem conversar, então não vêem tudo que eu já comprei,
tudo que eu já paguei. Só vêem o lado deles.
Em relação a compra de filmes, você prioriza :
( ) Ter distribuidoras parceiras e restringir a compra a estas parceiras.
(x ) Comprar de um maior número possível de representantes.
Comentário: Eu compro de todos que representam pastas diferentes, prefiro comprar de todo mundo, não acho legal
ficar na mão só de um.
Como você classifica as relações entre a WMIx e as locadoras?
É positiva, eu entendo que ela está lá para defender o lado da distribuidora, mas existe uma coisa que é histórico de
cliente e isso ela não leva em conta. Mas tudo bem, no mais é positivo.
Como você avalia o conhecimento disponibilizado pelos fornecedores de filmes em relação ao mercado e em
relação aos filmes?
( ) Muito adequado.
( x) Adequado.
( ) Indiferente.
( ) Inadequado.
( ) Muito inadequado.
De um modo geral sim, o que eu reclamo é que a gente deveria ter mais acesso a esses filmes antes de comprar.
Entrevista:
Fornecedor 1
Como você avalia o relacionamento das videolocadoras com você, que é um fornecedor de filmes?
( x ) Próximo.
( ) Distante.
Comentário: É um relacionamento próximo porque é uma exigência do próprio mercado, porque é baseado na
confiança. Por que isso? Porque todo mês nós temos produtos novos e nós representamos, temos maioria das
informações, então tem que haver essa relação de confiança para que realmente o cliente compre o que é mais próprio
para a sua loja, para o seu perfil de clientes. Nós trabalhamos como até assessores, já que temos as informações e a
cada um mês um novo pacote.
Na sua opinião os gestores das videolocadoras priorizam:
( ) A negociação com diversos fornecedores.
( x) A parceria com alguns profissionais-chaves.
Comentário: Isso até pela questão da manutenção da confiança e isso vem se fortalecendo a cada visita, a cada ano.
E em contrapartida até pela estrutura desses profissionais-chaves.
A questão primordial nas negociações com os gestores das videolocadoras é:
( ) Preço.
(x ) Qualidade no serviço.
( ) Outra. Qual?
Comentário: Em primeiro plano a qualidade do serviço e, no meu caso, na minha relação fornecedor, é que nós
concentramos um maior número de pastas como representação. Como estaria comprando direto da distribuidora, em
contrapartida teríamos já um melhor preço e um material mais bem elaborado dos produtos.
Como você classifica o relacionamento entre você, fornecedor de filmes, e o gestor das videolocadoras?
(x ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: Claro que a gente tem que ouvir os dois lados, mas eu acredito que é ótimo porque na verdade eu
priorizo do outro lado um ser humano antes de ser um parceiro profissional. Um ser humano que almeja, que tem
sonhos, e eu tenho uma parcela de responsabilidade por manter o negócio dele aberto até preservando o meu próprio
negócio.
Alguma vez já teve que resolver algum problema de uma videolocadora em função da insatisfação de um cliente desta
locadora?
( x) Não.
( ) Sim. Qual foi o procedimento adotado?
Comentário: Não, em doze anos nunca.
Quais critérios você utiliza para recomendar a compra do título e da quantidade de cópias por uma determinada
locadora?
( x) Os objetivos de venda determinados pela WMix.
( x ) O porte da videolocadora.
( ) As preferências do público da videolocadora.
( ) O preço da cópia.
( x) O projeto de mídia do filme.
( ) Outro(s). Qual (is)?
Comentário: É um conjunto de coisas, os critérios somados. Primeiro claro levo em consideração o apelo comercial do
filme, se ele foi para cinema, assim como o elenco e a distribuidora que está ligada à produção do filme. Claro que as
metas pesam também, mas como é um produto comercial a gente não tem muita preocupação em buscar esses
resultados. Agora a quantidade depende muito do porte da locadora, do giro. Hoje todas as locadoras trabalham com
planilha, então têm um percentual comprometido para as compras, então a gente tem que ser seletivo junto ao cliente
porque as escolhas dele é que determinarão o seu destino como loja.
Acredita que com o seu trabalho consiga estabelecer uma comunicação também com o cliente do cliente?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Nós damos base para o cliente passar as informações para o seu cliente. Muitas vezes existe um produto
que não tem um apelo comercial tão grande e nós, conhecendo o produto, nós passamos ao cliente e ele vai trabalhar
o seu cliente.
De acordo com a sua percepção, o fato da WMix deter a concessão de grande parte das pastas há alguma influência
na negociação com as locadoras?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Porque de uma certa forma o cliente se sente até refém, mas um refém pelo lado positivo porque já
conhece o trabalho da empresa que já está a praticamente 20 anos no mercado. Durante todo esse tempo montou uma
estrutura que passa confiança porque já passou por muitos momentos de crise do mercado, mas sempre honrou seus
compromissos. É aquela coisa, o monopólio não cai bem, mas é aceito porque tem qualidade, confiança, respaldo.
Melhor do que estar nas mãos de uma empresa em que o representante uma hora aparece outra não aparece. Os
próprios canais de telefone, email, o site, isso tudo beneficia a proximidade entre a Empresa X e o cliente.
Quando uma videolocadora realiza uma compra errada e tem prejuízo em virtude da recomendação do fornecedor de
filmes, qual a política de tratamento em relação ao cliente insatisfeito defendida pela WMIx?
( x ) Nada, pois a compra dos filmes é responsabilidade exclusiva da videolocadora.
( ) Procura meios de auxiliar o cliente a minimizar os prejuízos. Como?
Comentário: Na verdade a WMix não se envolve diretamente. Isso é a cargo de responsabilidade do representante,
cada representante trabalha como se fosse diretamente para sua empresa porque é um autônomo que representa
outra empresa. Geralmente é o próprio representante que abraça a causa. Pega uma ou duas cópias do filme que o
cliente comprou demais e tenta revender para minimizar o prejuízo do cliente, até mesmo para preservar esse cliente.
O bom senso em todos os casos cai muito bem.
Na sua percepção, as locadoras assumem mais o papel de:
( x ) Parceiras ativas da WMix.
( ) Receptoras passivas de materiais.
Comentário: Inclusive nós estamos com uma ação bastante forte para combater a pirataria, a informalidade. Reuniões
em CDL, até declaração do presidente da empresa diz que os gerentes trabalham mais contra a pirataria do que dentro
de suas funções. Tudo com o objetivo de melhorar o segmento.
Os gestores das locadoras oferecem as informações necessárias para que o fornecedor de filmes consiga adequar o
pedido de filmes à realidade da videolocadora?
( ) Sim.
( x ) Não.
Comentário: Ele não fornece, nós é que ao longo do tempo vamos conhecendo o perfil e passamos a recomendar de
acordo com o que necessita o público daquela loja. Falta um preparo do gestor da locadora para passar o perfil do seu
cliente, por isso muitas compras erradas são feitas.
Entrevista:
Fornecedor 2
Como você avalia o relacionamento das videolocadoras com você, que é um fornecedor de filmes?
( x ) Próximo.
( ) Distante.
Comentário: Pelo menos eu procuro estar sempre bem próximo ao cliente, procurando sempre ajudar na solução dos
problemas da videolocadora. O que eu puder fazer de imediato eu faço.
Na sua opinião os gestores das videolocadoras priorizam:
( x ) A negociação com diversos fornecedores.
( ) A parceria com alguns profissionais-chaves.
Comentário: Olha, a vontade deles é que a gente tivesse um número maior de fornecedores, mas a nossa situação
hoje no estado implica aí de um grande distribuidor conter a concessão de várias pastas e poucos profissionais direto.
Eles estão meio sem opção, mas a vontade deles é ter o relacionamento com um maior número de profissionais.
A questão primordial nas negociações com os gestores das videolocadoras é:
( ) Preço.
( ) Qualidade no serviço.
( x ) Outra. Qual?
Comentário: Além do preço, qualidade no serviço, não dá para separar estas duas coisas.
Como você classifica o relacionamento entre você, fornecedor de filmes, e o gestor das videolocadoras?
(x ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: Isso pela recepção do próprio cliente, me atende muito bem. Eu procuro sempre satisfazer tudo em que
ele necessita, então eu sempre sou bem lembrado, bem recomendado, bem recebido.
Alguma vez já teve que resolver algum problema de uma videolocadora em função da insatisfação de um
cliente desta locadora?
( x) Não.
( ) Sim. Qual foi o procedimento adotado?
Comentário: Não, justamente porque eu procuro sempre orientar a melhor opção para o dono da locadora. Procuro
sempre conhecer o perfil do cliente dele para evitar vender um filme que não vai locar ou qualquer outra coisa neste
sentido.
Quais critérios você utiliza para recomendar a compra do título e da quantidade de cópias por uma
determinada locadora?
( x) Os objetivos de venda determinados pela Distribuidora.
( x ) O porte da videolocadora.
( x ) As preferências do público da videolocadora.
( ) O preço da cópia.
( ) O projeto de mídia do filme.
( ) Outro(s). Qual (is)?
Comentário: Se ele tem que comprar, não interessa o preço do filme, ele vai ter que ter. Eu procuro sempre adequar o
perfil do filme ao perfil do público da locadora.
Acredita que com o seu trabalho consiga estabelecer uma comunicação também com o cliente do cliente?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Eu estou sempre tentando conhecer o cliente que está ali locando. Muitas vezes chega o cliente e ele
acaba entrando na negociação ali, a gente pergunta o que ele já viu, que tipo de filme gosta de assistir.
De acordo com a sua percepção, o fato da WMix deter a concessão de grande parte das pastas há alguma
influência na negociação com as locadoras?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Eles (os gestores das videolocadoras) me dizem que sim, e muito. Porque eles (a WMix) acabam
forçando que ás vezes não é interessante para a locadora em função da venda casada, eles acabam pressionando um
pouco a videolocadora.
Quando uma videolocadora realiza uma compra errada e tem prejuízo em virtude da recomendação do
fornecedor de filmes, qual a política de tratamento em relação ao cliente insatisfeito defendida pela
distribuidora?
( ) Nada, pois a compra dos filmes é responsabilidade exclusiva da videolocadora.
( x ) Procura meios de auxiliar o cliente a minimizar os prejuízos. Como?
Comentário: Eu sempre procuro meios de auxiliar. Já aconteceu casos do cara comprar o produto, vamos dizer assim,
o filme não era tudo aquilo que se esperava, até eu estava enganado assim com o filme. Eu procurei fazer um acerto
para bonificar ele (o cliente) numa próxima compra ou revender para outras locadoras.
Na sua percepção, as locadoras assumem mais o papel de:
( x ) Parceiras ativas da distribuidora.
( ) Receptoras passivas de materiais.
Comentário: O produto que eu vendo é de uma multinacional, é um produto necessário dentro da locadora, são filmes
que estão sempre na mídia. Eles (os clientes) procuram sempre comprar direto comigo também privilegiando um pouco
o material diferenciado que a gente oferece.
Os gestores das locadoras oferecem as informações necessárias para que o fornecedor de filmes consiga
adequar o pedido de filmes à realidade da videolocadora?
( x ) Sim.
( ) Não.
Comentário: Pelo percentual de clientes que eu atendo, eu digo que 90% sim. Como eu estou sempre procurando
descobrir o cliente dele e isso desperta nele o conhecimento, ele tem que saber o que o cliente gosta. O que gera
renda para ele ali, o que está gerando lucro.
Entrevista:
Fornecedor 3
Como você avalia o relacionamento das videolocadoras com você, que é um fornecedor de filmes?
( ) Próximo.
( ) Distante.
Comentário: Com algumas locadoras é muito próximo, talvez não chegue a 15%. É uma coisa de química, a gente
não consegue ter afinidade com todo mundo.
Na sua opinião os gestores das videolocadoras priorizam:
( ) A negociação com diversos fornecedores.
( ) A parceria com alguns profissionais-chaves.
Comentário: É um pouco de cada, não é integralmente nem uma coisa, nem outra. Claro que alguns fornecedores
tem, por questão de relacionamento até de ordem pessoal, tem uma penetração em termos de volume de vendas
acima de outros representantes que não tem essa confiabilidade, essa relação que passa maior segurança.
A questão primordial nas negociações com os gestores das videolocadoras é:
( ) Preço.
( ) Qualidade no serviço.
( x )Outra. Qual?
Comentário: A qualidade do produto é a primeira coisa observada, desde de ator, diretor, resultado de cinema mundial
ou brasileiro, depois entra o preço. No meu caso, primeiro qualidade no serviço e depois preço.
Como você classifica o relacionamento entre você, fornecedor de filmes, e o gestor das videolocadoras?
(x ) Ótimo.
( ) Bom.
( ) Regular.
( ) Ruim.
( ) Péssimo.
Comentário: Porque existe uma confiabilidade entre o cliente e a minha pessoa e, de uma certa forma, uma
confiabilidade também da minha pessoa em relação ao cliente.
Alguma vez já teve que resolver algum problema de uma videolocadora em função da insatisfação de um
cliente desta locadora?
( ) Não.
( x ) Sim. Qual foi o procedimento adotado?
Comentário: O filme veio trocado. Eu resolvi o problema, mas tivemos que passar por todo um trâmite dentro da minha
empresa porque quebrou a rotina do que é feito no cotidiano.
Quais critérios você utiliza para recomendar a compra do título e da quantidade de cópias por uma
determinada locadora?
( x) Os objetivos de venda determinados pela Distribuidora.
( x ) O porte da videolocadora.
( x ) As preferências do público da videolocadora.
( ) O preço da cópia.
( x ) O projeto de mídia do filme.
( ) Outro(s). Qual (is)?
Comentário: Também pela sensibilidade das compras anteriores do meu cliente que demonstra ter um público
segmentado para um determinado gênero.
Acredita que com o seu trabalho consiga estabelecer uma comunicação também com o cliente do cliente?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Acabei de fazer uma demonstração do filme “Seu Chico”, deixei nas locadoras uma revistinha que divulga
o filme, então eu estou me comunicando com o cliente do cliente.
De acordo com a sua percepção, o fato da WMix deter a concessão de grande parte das pastas há alguma
influência na negociação com as locadoras?
( ) Não.
( x ) Sim.
Comentário: Porque na verdade das vinte pastas que existem no mercado, ela possui doze pastas, fora as que ela
atua como revenda. Aí tem um problema crucial, ou seja, quase todas as empresas no mercado brasileiro têm pedido
mínimo, a WMIx não, tem critério de revenda, por isso tem um poder fantástico.
Quando uma videolocadora realiza uma compra errada e tem prejuízo em virtude da recomendação do
fornecedor de filmes, qual a política de tratamento em relação ao cliente insatisfeito defendida pela
distribuidora?
( x ) Nada, pois a compra dos filmes é responsabilidade exclusiva da videolocadora.
( ) Procura meios de auxiliar o cliente a minimizar os prejuízos. Como?
Comentário: Não existe troca no nosso mercado por causa de uma coisa, todos os filmes comprados lá fora, são
comprados quando sai o nome do roteirista, o nome de dois, três atores que pesam no filme, e tu compra o filme no
papel. Passados seis meses a um ano, o filme está pronto e é um risco. Claro que tu tens que arriscar às vezes, se é
uma locadora nova tu tens que ver se vai sair filmes Belas Artes, até para saber qual é a clientela que ele tem no seu
dia a dia. É obvio que tu tens como evitar certas coisas em função da quantidade de tempo que a gente trabalha nesse
mercado.
Na sua percepção, as locadoras assumem mais o papel de:
( ) Parceiras ativas da distribuidora.
( ) Receptoras passivas de materiais.
Comentário: Não tem como escolher um ou outro, é um pouco de cada. São parceiras em vários momentos, outras
elas são passivas.
Os gestores das locadoras oferecem as informações necessárias para que o fornecedor de filmes consiga
adequar o pedido de filmes à realidade da videolocadora?
( ) Sim.
( x ) Não.
Comentário: Sem dúvida não, poucos donos de locadora conhecem as preferências de seu público.
APÊNDICE H - TABELAS
VIDEOLOCADORA 1
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
51 76,1%
12 17,9%
2 3,0%
2 3,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 1: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
2 3,0%
1 1,5%
8 11,9%
12 17,9%
29 43,3%
15 22,4%
67 100%
Tabela 2: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano e meio
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
4 6,0%
2 3,0%
9 13,4%
52 77,6%
67 100%
Tabela 3: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
64 95,5%
3 4,5%
67 100%
Tabela 4: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
42 62,7%
25 37,3%
67 100%
Tabela 5: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
51 76,1%
13 19,4%
3 4,5%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 6: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
67 100%
0 0,0%
67 100%
Tabela 7: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 1
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
0 0 0
0 3 3
1 5 6
2 4 6
2 12 14
9 12 21
5 12 17
19 48 67
Tabela 8: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
0 0,0%
0 0,0%
0 0,0%
4 6,0%
3 4,5%
4 6,0%
6 9,0%
26 38,8%
24 35,8%
67 100%
Tabela 9: Renda Individual – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
0 0,0%
1 1,5%
0 0,0%
0 0,0%
2 3,0%
8 11,9%
5 7,5%
32 47,8%
19 28,4%
67 100%
Tabela 10: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 1.
Fonte: Dados primários, 2007.
VIDEOLOCADORA 2
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
45 67,2%
14 20,9%
7 10,4%
1 1,5%
0 0,0%
67 100%
Tabela 11: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
1 1,5%
5 7,5%
18 26,9%
19 28,4%
10 14,9%
14 20,9%
67 100%
Tabela 12: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano e mei
o
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
10 14,9%
13 19,4%
6 9,0%
38 56,7%
67 100%
Tabela 13: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
64 95,5%
3 4,5%
67 100%
Tabela 14: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
48 71,6%
19 28,4%
67 100%
Tabela 15: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
57 85,1%
10 14,9%
0 0,0%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 16: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 17: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 2
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
8 3 11
3 10 13
3 4 7
1 12 13
4 7 11
3 5 8
2 2 4
24 43 67
Tabela 18: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
9 13,4%
6 9,0%
4 6,0%
15 22,4%
12 17,9%
9 13,4%
5 7,5%
3 4,5%
4 6,0%
67 100%
Tabela 19: Renda Individual – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
13 19,4%
5 7,5%
3 4,5%
3 4,5%
8 11,9%
15 22,4%
7 10,4%
6 9,0%
7 10,4%
67 100%
Tabela 20: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
VIDEOLOCADORA 3
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
42 62,7%
16 23,9%
8 11,9%
1 1,5%
0 0,0%
67 100%
Tabela 21: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
0 0,0%
1 1,5%
16 23,9%
18 26,9%
12 17,9%
20 29,9%
67 100%
Tabela 22: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano e me
i
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
3 4,5%
7 10,4%
10 14,9%
47 70,1%
67 100%
Tabela 23: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
64 95,5%
3 4,5%
67 100%
Tabela 24: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
48 71,6%
19 28,4%
67 100%
Tabela 25: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
57 85,1%
10 14,9%
0 0,0%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 26: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 27: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 3
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
1 0 1
5 9 14
5 16 21
4 5 9
2 5 7
3 4 7
1 7 8
21 46 67
Tabela 28: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 2.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
4 6,0%
4 6,0%
1 1,5%
24 35,8%
16 23,9%
4 6,0%
3 4,5%
4 6,0%
7 10,4%
67 100%
Tabela 29: Renda Individual – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
2 3,0%
2 3,0%
3 4,5%
2 3,0%
18 26,9%
27 40,3%
4 6,0%
6 9,0%
3 4,5%
67 100%
Tabela 30: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 3.
Fonte: Dados primários, 2007.
VIDEOLOCADORA 4
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
38 56,7%
21 31,3%
6 9,0%
2 3,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 31: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
1 1,5%
3 4,5%
16 23,9%
24 35,8%
14 20,9%
9 13,4%
67 100%
Tabela 32: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano e mei
o
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
8 11,9%
7 10,4%
8 11,9%
44 65,7%
67 100%
Tabela 33: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
61 91,0%
6 9,0%
67 100%
Tabela 34: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
48 71,6%
19 28,4%
67 100%
Tabela 35: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
57 85,1%
8 11,9%
2 3,0%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 36: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
67 100%
0 0,0%
67 100%
Tabela 37: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 4
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
1 3 4
6 2 8
9 3 12
5 5 10
9 8 17
1 6 7
6 3 9
37 30 67
Tabela 38: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
8 11,9%
3 4,5%
1 1,5%
12 17,9%
11 16,4%
5 7,5%
5 7,5%
2 3,0%
20 29,9%
67 100%
Tabela 39: Renda Individual – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
2 3,0%
1 1,5%
2 3,0%
1 1,5%
4 6,0%
14 20,9%
13 19,4%
16 23,9%
14 20,9%
67 100%
Tabela 40: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 4.
Fonte: Dados primários, 2007.
VIDEOLOCADORA 5
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
54 80,6%
5 7,5%
2 3,0%
6 9,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 41: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
3 4,5%
2 3,0%
8 11,9%
17 25,4%
20 29,9%
17 25,4%
67 100%
Tabela 42: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano
e
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
7 10,4%
3 4,5%
16 23,9%
41 61,2%
67 100%
Tabela 43: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 44: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
31 46,3%
36 53,7%
67 100%
Tabela 45: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
48 71,6%
18 26,9%
1 1,5%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 46: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 47: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 5
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
0 0 0
6 8 14
4 2 6
2 3 5
1 6 7
4 13 17
3 15 18
20 47 67
Tabela 48: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
2 3,0%
3 4,5%
2 3,0%
7 10,4%
9 13,4%
5 7,5%
11 16,4%
17 25,4%
11 16,4%
67 100%
Tabela 49: Renda Individual – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
0 0,0%
1 1,5%
2 3,0%
3 4,5%
5 7,5%
19 28,4%
9 13,4%
18 26,9%
10 14,9%
67 100%
Tabela 50: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 5.
Fonte: Dados primários, 2007.
VIDEOLOCADORA 6
Em quantas locadoras
Somente nesta
Em duas
Em três
Em quatro
Em mais de quatro
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
43 64,2%
12 17,9%
10 14,9%
2 3,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 51: Quantidade de videolocadoras
em que loca – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Quantos filmes
Menos de um filme
Só um filme
De dois a quatro filmes
De cinco a sete filmes
De oito a dez filmes
Mais de dez filmes
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
2 3,0%
10 14,9%
15 22,4%
16 23,9%
11 16,4%
13 19,4%
67 100%
Tabela 52: Quantos filmes loca por mês – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Tempo
Menos de seis meses
De seis meses a um ano
De um ano e um dia a um ano e m
e
Mais de um ano e meio
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
7 10,4%
8 11,9%
14 20,9%
38 56,7%
67 100%
Tabela 53: Há quanto tempo é cliente – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Valorização da fidelidade
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 54: Valorização da fidelidade por parte da
empresa – Clientes Empresa 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Ações para clientes fiéis
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
55 82,1%
12 17,9%
67 100%
Tabela 55: Ações para clientes fiéis – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Atendimento dos funcionários
Ótimo
Bom
Regular
Ruim
Péssimo
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
59 88,1%
7 10,4%
1 1,5%
0 0,0%
0 0,0%
67 100%
Tabela 56: Atendimento dos funcionários – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Recomendação
Sim
Não
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
66 98,5%
1 1,5%
67 100%
Tabela 57: Recomenda a videolocadora – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
PERFIL DOS CLIENTES EXTERNOS DA AMOSTRA DA VIDEOLOCADORA 6
Sexo
Idade
De 10 a 14 anos
De 15 a 20 anos
De 21 a 25 anos
De 26 a 30 anos
De 31 a 35 anos
De 36 a 40 anos
41 anos ou mais
TOTAL
Femi
nino
Masc
ulino
TOTAL
2 1 3
4 6 10
4 6 10
7 12 19
5 6 11
0 4 4
2 8 10
24 43 67
Tabela 58: Sexo versus idade – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Renda individual Mensal
Não tenho renda
Recebo mesada
Menos de R$380,00
De R$380,00 a R$760,00
De R$761,00 a R$1.140,00
De R$1.141,00 a R$1.520
De R$1.521,00 a R$1.900,00
De R$1.901,00 a R$2.280,00
Mais de R$2.280,00
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
5 7,5%
2 3,0%
2 3,0%
9 13,4%
12 17,9%
12 17,9%
10 14,9%
3 4,5%
12 17,9%
67 100%
Tabela 59: Renda Individual – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
Grau de instrução
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Primeiro grau incompleto
Primeiro grau completo
Segundo grau incompleto
Segundo grau completo
Terceiro grau incompleto
Terceiro grau completo
Pós-graduação ou mais
TOTAL OBS.
Qt. cit. Freq.
6 9,0%
2 3,0%
3 4,5%
1 1,5%
7 10,4%
21 31,3%
3 4,5%
14 20,9%
10 14,9%
67 100%
Tabela 60: Grau de instrução – Clientes Videolocadora 6.
Fonte: Dados primários, 2007.
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