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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
ANÁLISE AMBIENTAL INTEGRADA DO COMPONENTE SOLO COMO
SUBSÍDIO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO TENENTE AMARAL EM JACIARA – MATO
GROSSO - BRASIL
Vanderley Severino dos Santos
São Carlos-SP
2007
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ANÁLISE AMBIENTAL INTEGRADA DO COMPONENTE SOLO COMO
SUBSÍDIO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO TENENTE AMARAL EM JACIARA – MATO
GROSSO - BRASIL
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E RECURSOS NATURAIS
ANÁLISE AMBIENTAL INTEGRADA DO COMPONENTE SOLO COMO
SUBSÍDIO PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO TENENTE AMARAL EM JACIARA – MATO
GROSSO - BRASIL
Vanderley Severino dos Santos
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Ecologia e Recursos Naturais do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade
Federal de São Carlos como parte dos requisitos
para a obtenção do Título de Doutor em Ciências
(Área de Concentração: Ecologia e Recursos
Naturais).
Orientador: Professor Doutor Reinaldo Lorandi.
São Carlos-SP
2007
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da
Biblioteca Comunitária/UFSCar
S237aa
Santos, Vanderley Severino dos.
Análise ambiental integrada do componente solo como
subsídio para avaliação da sustentabilidade da Bacia
Hidrográfica do Rio Tenente Amaral em Jaciara – Mato
Grosso - Brasil / Vanderley Severino dos Santos. -- São
Carlos : UFSCar, 2007.
191 f.
Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos,
2007.
1. Zoneamento ambiental. 2. Análise e planejamento
ambiental. 3. Sustentabilidade ambiental. 4.
Geoprocessamento. 5. Solos – erosão. 6. Bacias
hidrográficas. I. Título.
CDD: 574.5262 (20
a
)
Vanderley Severino dos Santos
Análise ambiental integrada do componente solo como subsídio para avaliação da
sustentabilidade da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral em Jaciara - Mato
Grosso - Brasil
Tese apresentada à Universidade Federal de São Carlos, como parte dos
requisitos para obtenção do título de Doutor em Ciências.
Aprovada em 06 de julho de 2007
BANCA EXAMINADORA
Presidente
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(Orientador)
Examinador
Prof. 1/1":Jos1 Salati.él Roftrigtles
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\Prof.'u'r,: lápdio Jorge Cançado
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Exami nador
3° Examinador
Examinador
\
)
Para Rosana, Jéssika, Danielle e Geovanna com AMOR.
AGRADECIMENTOS
Obrigado a todos aqueles que contribuíram para a realização deste trabalho.
Agradeço de modo especial ao meu orientador Prof. Dr. Reinaldo Lorandi pela orientação e pelas
contribuições valorosas a esta pesquisa bem como pela confiança, pela compreensão e pela
confortável hospedagem em São Carlos.
Obrigado, Marco Antonio Albano Moreira, pela preciosa contribuição e pelo companheirismo em
minhas estadas em São Carlos.
Obrigado, Wilson Conciani, pelo incentivo e pela valiosa colaboração quando do ingresso no
PPGERN.
Obrigado, Osvaldo José de Oliveira, pelo incentivo e ajuda nos levantamentos de campo.
Obrigado, Patrícia Motta, pela disposição em colaborar com a viabilização deste trabalho.
Obrigado, Rosana Maria da Silva pela leitura e sugestões ao trabalho.
Agradeço ao Prof. Rupert Carlos de Toledo Pereira, Vice Diretor do CEFETMT, pela valiosa
ajuda.
Ao prof. Vangil P. Silva (in memorian), não poderia deixar de expressar meus agradecimentos,
ainda que póstumos.
A todos os colegas, professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e
Recursos Naturais, pela colaboração.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivos aplicar e comparar cinco diferentes metodologias de análise
ambiental e produzir cartas temáticas que: caracterizem o meio físico, avaliem a suscetibilidade e
o potencial à erosão laminar, determinem a fragilidade ambiental potencial e emergente, avaliem
a vulnerabilidade à erosão, estimem as perdas médias de solo e a produção de sedimentos e assim
avaliar a sustentabilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral em Jaciara,
Mato-Grosso, Brasil. Para o presente estudo utilizou-se técnicas de geoprocessamento e dados
cartográficos sobre os solos, a geologia, a geomormologia, o clima, a vegetação e o uso do solo
da Bacia, convertidos para o formato digital. Os resultados demonstraram que a área estudada
apresenta elevado percentual de atividades humanas (84%) predominando o cultivo de cana-de-
açúcar. Destacou-se na região o predomínio de solos do tipo LATOSSOLOS e NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS em relevo suave provenientes dos sedimentos inconsolidados areno-
argilosos da Formação Cochoeirinha que se apresenta com maior área de ocorrência no local.
Com a aplicação das metodologias para o estudo da área verificou-se que aproximadamente 55 %
delas apresentam ‘médio a alto potencial’ à erosão laminar; condições naturais de instabilidade
‘forte a muito forte’; equilíbrio na ocorrência de processos de morfogênese e de pedogênese;
perdas médias de solos entre ‘altas e muito altas’ e, em relação à produção de sedimentos,
verificou-se que a produção estimada é mais acentuada nos locais onde o uso do solo é intensivo,
podendo atingir até 0,433 t.ha
1
.
Palavras-Chave: Planejamento Ambiental, Análise Ambiental, Geoprocessamento,
Suscetibilidade à Erosão, Potencial à Erosão, Vulnerabilidade Ambiental, Fragilidade Ambiental,
USLE, MUSLE.
ABSTRACT
This work has as objective to to apply and compare five different methodologies of
environmental analysis and to produce maps thematic that: they characterize the environment,
they evaluate the susceptibility and the potential to the laminate erosion, they to determine
potential the environmental fragility
and emergent, they evaluate the vulnerability to the erosion,
esteem the average losses of soil and the production of sediments and thus they evaluate the
environmental sustainable of the Water-Basin of the River Tenente Amaral in Jaciara, Mato-
Grosso, Brazil. For the present study one uses of techniques of Geoprocessing and cartographic
data soil, geology, the geomorphology, the climate, the vegetation and the use of the soil of the
region of the Basin, converting them for the digital format. The results demonstrated that the
studied area presents high percentage of human activities (84%) predominating the sugarcane
cultivation. The soil predominance of type LATOSSOLOS and NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS in soft relief was distinguished in the region proceeding from the clay-
sand layer unconsolidated sediments of the Cochoeirinha Formation that if presents with bigger
area of occurrence in the place. With the application of the methodologies for the study of the
area it was verified that approximately 55% of it present average the ‘high potential' to the
laminate erosion; natural conditions of strong instability `the very strong one'; balance in the
occurrence of processes of morphogenese and pedogenese; average losses of high soil had been
classified enter `and very high' e, in relation to the production of sediments, was verified that the
esteem production more is accented in the places where the use of the soil is intensive, being able
to reach up to 0,433 t.ha¹.
KeyWords: Environmental Planning, environmental analysis, Geoprocessing, Susceptibility to
the Erosion, Potential to the Erosion, environmental Fragility, environmental Vulnerability,
USLE, MUSLE.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO 2
FIGURA 2.1.
Localização da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM)
no município de Jaciara, Mato Grosso – Brasil, com perímetro
sobreposto na imagem do Satélite CBERS 2........................................
32
FIGURA 2.2.
Domínios climáticos do Brasil e principais subtipos............................ 34
FIGURA 2.3.
Médias mensais de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura do
ar (°C)....................................................................................................
35
FIGURA 2.4.
Fluxo de preparação dos dados para caracterização da área e produção
das cartas utilizadas na aplicação das metodologias de análise
ambiental na BHTAM...........................................................................
36
CAPÍTULO 3
FIGURA 3.1.
Níveis de compartimentação geomorfológica....................................... 46
FIGURA 3.2.
Carta de Solos da BHTAM, conforme SIBCS-EMBRAPA
(1999)....................................................................................................
49
FIGURA 3.3.
Cultivo de cana-de-açucar em NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
(A) e LATOSSOLOS (B); área com pastagens (C) e com cultivo de
soja ao lado da estrada (D).....................................................................
51
FIGURA 3.4.
Carta Geológica da BHTAM ................................................................ 56
FIGURA 3.5.
Afloramento de rocha da Formação Furnas .......................................... 57
FIGURA 3.6.
Extrato do balanço hídrico climatológico mensal da BHTAM.............. 63
FIGURA 3.7.
Voçorocas em área próxima a cabeceira do Córrego Brilhante, em
local de ocorrência de NEOSSOLOS QUARTZAR ÊNICO.................
69
FIGURA 3.8.
Erosão em sulcos provocada pelo escoamento superficial nas estradas
que cortam os talhões em áreas cobertas por
PLINTOSSOLOS.....................................................................................
70
FIGURA 3.9.
Carta de vegetação e uso atual dos solos da BHTAM........................... 73
FIGURA 3.10.
Remanescente de Floresta Estacional Semidecidual (A) e Savana
Arborizada - Cerrado strictu sensu (B)...................................................
75
CAPÍTULO 4
FIGURA 4.1.
Esquema metodológico para definição das classes de suscetibilidade
à
erosão laminar e potencial a erosão laminar.......................................... 84
FIGURA 4.2.
Carta de classes de erodibilidade relativa dos solos da BHTAM........... 93
FIGURA 4.3.
Recuperação de uma área de solo arenoso degradada po
r
voçoroca................................................................................................. 95
FIGURA 4.4.
Carta preliminar de suscetibilidade à erosão laminar da
bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral............................................. 96
FIGURA 4.5.
Carta final de suscetibilidade a erosão laminar da BHTAM................. 98
FIGURA 4.6.
Carta de classes de uso e ocupação do solo........................................... 99
FIGURA 4.7.
Carta de potencial à erosão laminar da Bacia Hidrográfica do Rio
Tenente Amaral.....................................................................................
100
CAPÍTULO 5
FIGURA 5.1.
Roteiro com as indicações dos cruzamentos para obtenção das cartas
de Fragilidade Ambiental Potencial e Emergente.................................
111
FIGURA 5.2.
Carta de fragilidade ambiental em relação ao índice de dissecação do
relevo na BHTAM.................................................................................
113
FIGURA 5.3.
Modelo de Elevação do Terreno, com a divisão das áreas
de dissecação Muito Fraca (A) e Fraca (B)........................................... 114
FIGURA 5.4.
Carta de Fragilidade dos Solos frente ào escoamento superficial das
Águas pluviais......................................................................................
116
FIGURA 5.5.
Carta de Fragilidade Ambiental Potencial da BHTAM resultante dos
cruzamentos sucessivos entre as cartas reprresentativas dos fatores
índice de dissecação do relevo, solos e erosividade.............................
118
FIGURA 5.6.
Grau de Proteção proporcionado aos solos pela vegetação e
formas de uso......................................................................................... 119
FIGURA 5.7.
Carta de Fragilidade Ambiental Emergente.......................................... 122
FIGURA 5.8.
Fragilidade Ambiental nas Unidades ecodinâmicas de instabilidade
Emergente (UEIE).................................................................................
123
FIGURA 5.9.
Fragilidade Ambiental nas Unidades ecodinâmicas de instabilidade
Potencial (UEIP)....................................................................................
125
CAPÍTULO 6
FIGURA 6.1.
Modelos numéricos, para os temas Geologia, Geomorfologia,
Pedologia, Vegetação e Uso do solo e clima, com os valores médios de
vulnerabilidade ponderados em função do percentual de participação
no interior de cada UTB e modelo numérico final obtido pela média
dos valores de vulnerabilidade de cada tema no interior das
UTBs......................................................................................................
134
FIGURA 6.2.
Cores e intervalos de vulnerabilidade/estabilidade usados na definição
das classes de vulnerabilidade à erosão.................................................
135
FIGURA 6.3.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Dimensão Interfluvial
Média.....................................................................................................
137
FIGURA 6.4.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Amplitude Altimétrica do
Relevo....................................................................................................
139
FIGURA 6.5.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Declividade................................ 140
FIGURA 6.6.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Geomorfologia.......................... 141
FIGURA 6.7.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Geologia.................................... 143
FIGURA 6.8.
Carta de Vulnerabilidade para o tema Solos.......................................... 144
FIGURA 6.9.
Vulnerabilidade para o Tema Vegetação e Uso do solo........................ 145
FIGURA 6.10.
Carta de Vulnerabilidade à perda de solos da BHTAM........................ 146
CAPÍTULO 7
FIGURA 7.1.
Valores médios mensais de erosividade em MJ.mm.ha
-1
.h
-1
. ano
-1
na
BHTAM.................................................................................................
161
FIGURA 7.2.
Carta de erodibilidade (fator K) na BHTAM........................................ 162
FIGURA 7.3.
Carta do fator LS na BHTAM............................................................... 163
FIGURA 7.4.
Carta do Fator CP da BHTAM.............................................................. 166
FIGURA 7.5.
Estimativa de perdas médias de solos em t/ha.ano na BHTAM............ 167
FIGURA 7.6.
Carta potencial natural de erosão........................................................... 168
FIGURA 7.7.
Carta da produção de sedimentos da BHTAM. .................................... 170
ANEXOS
ANEXO A1
Modelo Digital de Elevação do Terreno (DEM) com perímetro e
drenos principais da bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral
Sobrepostos............................................................................................
179
ANEXO A2
Carta de classes de declividades em porcentagem da BHTAM............ 179
ANEXO A3
Carta de potencial de escoamento superficial dos solos da BHTAM................................... 180
ANEXO A4
Carta de classes de comprimento de rampas da BHTAM..................... 180
ANEXO A5
Carta de classes de erosividade das chuvas da BHTAM...................... 181
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 3
TABELA 3.1.
Matriz dos índices de dissecação do relevo para escala 1:50.000........ 47
TABELA 3.2.
Área total em km² e percentual (%) de participação das
diferentes classes de solos na BHTAM.................................................
52
TABELA 3.3.
Área total em km² e em percentual (%) de ocupação por unidade
geológica na BHTAM............................................................................
58
TABELA 3.4.
Balanço Hídrico Climatológico segundo método de Thornthwaite &
Mather (1955) para BHTAM.................................................................
61
TABELA 3.5.
Resumo esquemático do ordenamento geomorfológico n
a
BHTAM................................................................................................. 67
TABELA 3.6.
Área ocupada em km² e em percentual (%) por forma de uso na
BHTAM.................................................................................................
74
CAPÍTULO 4
TABELA 4.1.
Classes de erodibilidade relativa das unidades pedológicas................... 85
TABELA 4.2.
Critério de definição das classes de suscetibilidade à erosão lamina
r
por meio da relação erodibilidade X declividade...................................
86
TABELA 4.3.
Matriz de decisão adotada na definição das classes de potencial
atual à erosão laminar............................................................................ 88
TABELA 4.4.
Classes de solos e porcentagens de Areia, Silte e Argila em
diferentes profundidades (em cm) do perfil nos pontos de coletas
de amostras para análise física e química..............................................
90
TABELA 4.5.
Área ocupada em quilômetro quadrado (km²) e porcentagem (%) de
participação por classe nas cartas de declividade, erodibilidade,
suscetibilidade preliminar, erosividade, comprimento de rampas,
suscetibilidade a erosão laminar, classes de uso e potencial a erosão
laminar na BHTAM..............................................................................
92
CAPÍTULO 5
TABELA 5.1.
Matriz dos índices de dissecação do relevo........................................... 108
TABELA 5.2.
Fragilidade das classes de solos............................................................. 109
TABELA 5.3.
Grau de proteção dos tipos de cobertura vegetal................................... 110
TABELA 5.4.
Matriz de decisão para definição das classes de fragilidade
ambiental................................................................................................
112
TABELA 5.5.
Área ocupada em km² e percentual em relação à classe de fragilidade
do índice de dissecação do relevo, classe de fragilidade dos solos,
Classe de fragilidade da erosividade das chuvas e Classe de
Fragilidade Ambiental Potencial...........................................................
115
TABELA 5.6.
Área ocupada em km² e percentual por classe referente ao grau de
proteção oferecido pela cobertura vegetal e por classe de fragilidade
ambiental emergente..............................................................................
120
TABELA 5.7.
Área em km² e percentual ocupada por classe de fragilidadeambiental
nas UEIE e classe de fragilidade ambiental nas
UEIP......................................................................................................
124
CAPÍTULO 6
TABELA 6.1.
Área ocupada em km² e participação em porcentagem (%) por classe
de vulnerabilidade dos temas dimensão interfluvial média, amplitude
altimétrica e declividade.......................................................................
138
TABELA 6.2.
Área ocupada em km² e participação em porcentagem(%) por classe de
vulnerabilidade dos tem as Geomorfologia, Geologia, Solos e
Vegetação e Uso do solo........................................................................
142
TABELA 6.3.
Área ocupada em km² e participação em porcentagem (%) por
classe de vulnerabilidade a erosão......................................................... 147
CAPÍTULO 7
TABELA 7.1.
Fator erodibilidade (K) dos solos da bacia hidrográfica da
BHTAM.................................................................................................
156
TABELA 7.2.
Valores referentes a integração do fatores C e P da EUPS.................... 158
TABELA 7.3.
Resumo estatístico aplicados aos fatores da EUPS............................... 161
TABELA 7.4.
Área em km² e em porcentagem de ocupação por classe dos fatores
erosividade das chuvas (R), erodibilidade dos solos (K), comprimento
das encostas e declividade ou fator topográfico (LS), potencial natural
de erosão; uso, manejo e práticas conservacionistas (CP) e perdas de
solos (A) na BHTAM............................................................................
164
TABELA 7. 5.
Resumo estatístico com os valores mínimo, máximo, médio e desvio
padrão para produção de sedimentos em toneladas por hectares (t.ha¹),
escoamento superficial (mm), vazão de pico (m³/s) e valor CN da baci
a
hidrográfica do rio Tenente Amaral......................................................
170
ANEXOS
ANEXO B1
Escala de valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) à
denudação das rochas mais comuns....................................................... 183
ANEXO B2
Escala de valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E)
para a intensidade de dissecacão do relevo............................................ 184
ANEXO B3
Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) para a
amplitude altimétrica............................................................................. 184
ANEXO B4
Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) para a
declividade das encostas........................................................................ 184
ANEXO B5
Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) dos solos. 185
ANEXO B6
Escala de erosividade da chuva e valores de vulnerabilidade
/
estabilidade (V/E) à perda de solo........................................................... 186
ANEXO B7
Escala de vulnerabilidade / estabilidade para as diferentes formações
vegetais e uso antrópico encontrados na BHTAM.................................
186
ANEXO C1
Grupos de solos segundo o potencial de escoamento superficial............ 188
ANEXO C2
Valores CN para as condições I, II e III de umidade antecedente.......... 188
ANEXO C3
Curvas-número (CN) representando escoamento superficial para as
condições de solo, cobertura vegetal e umidade abaixo apresentadas
(condições de umidade II e Ia = 0,2 S)..................................................
189
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - Introdução Geral......................................................................................... 14
1.1 - Análise Ambiental – Contexto, Espaço e Técnicas................................. 14
1.2 - Gestão Ambiental – Contexto e Sistemas................................................ 20
1.3 - Sustentabilidade Ambiental...................................................................... 23
1.4 - Objetivos.................................................................................................... 24
1.4.1 - Objetivo Geral................................................................................... 24
1.4.2 - Objetivos Específicos........................................................................ 25
1.5 - Estrutura do Trabalho.............................................................................. 26
1.6 – Referências................................................................................................. 27
CAPÍTULO 2 - Material e Métodos...................................................................................... 31
2.1 - Área de Estudo......................................................................................... 31
2.2 - Materiais.................................................................................................. 33
2.3 - Procedimentos Metodológicos................................................................. 37
2.4 - Referências................................................................................................ 39
CAPÍTULO 3 - Caracterização Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral -
Jaciara, MT - Brasil - Informação Básica Para o
Geoplanejamento........................................................................................
42
3.1 - Introdução................................................................................................ 42
3.2 - Metodologia............................................................................................. 44
3.3 - Resultados e Discussão............................................................................ 47
3.3.1 - Caracterização Pedológica.................................................................. 48
3.3.2 - Caracterização Geológica................................................................... 55
3.3.3 - Caracterização Climática.................................................................... 60
3.3.4 - Caracterização Geomorfológica.......................................................... 65
3.3.5 - Caracterização da Vegetação e do Uso do Solo.................................. 71
3.4 - Conclusões............................................................................................... 76
3.5 - Referências................................................................................................. 77
CAPÍTULO 4 - Suscetibilidade e Potencial à Erosão na Microbacia do Rio Tenente
Amaral - Jaciara, Mato Grosso, Brasil........................................................ 82
4.1 - Introdução................................................................................................. 82
4.2 - Metodologia.............................................................................................. 84
4.3 - Resultados e Discussão............................................................................. 89
4.4 - Conclusões................................................................................................ 101
4.5 - Referências .............................................................................................. 102
CAPÍTULO 5 - Análise Empírica da Fragilidade Ambiental Aplicada às Unidades
Ecodinâmicas da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral em
Jaciara - MT – Brasil................................................................................... 105
5.1 - Introdução................................................................................................. 105
5.2 - Metodologia.............................................................................................. 107
5.3 - Resultados e Discussões........................................................................... 112
5.4 - Conclusões................................................................................................ 125
5.5 - Referências............................................................................................... 126
CAPÍTULO 6 - Carta de Vulnerabilidade à Erosão da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente
Amaral em Jaciara, MT - Brasil..................................................................
129
6.1 - Introdução................................................................................................. 129
6.2 - Metodologia.............................................................................................. 131
6.3 - Resultados e Discussões........................................................................... 135
6.4 - Conclusão.................................................................................................. 147
6.5 - Referencias .............................................................................................. 148
CAPÍTULO 7 - Análise e Espacialização das Perdas Médias de Solo por Erosão Hídrica
Laminar e de Aporte de Sedimentos na Bacia Hidrográfica do Rio Tenente
Amaral em Jaciara - Mato Grosso, Brasil..................................................
151
7.1 - Introdução................................................................................................ 151
7.2 - Metodologia.............................................................................................. 153
7.3 - Resultados e Discussão............................................................................. 160
7.4 - Conclusões................................................................................................ 171
7.5 - Referências .............................................................................................. 171
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 175
ANEXOS................................................................................................................................ 177
ANEXO A............................................................................................................................. 178
ANEXO B.............................................................................................................................. 182
ANEXO C............................................................................................................................. 187
ANEXO D............................................................................................................................. 190
14
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO GERAL
1.1 - ANÁLISE AMBIENTAL – CONTEXTO, ESPAÇO E TÉCNICAS.
O aumento das atividades antrópicas tem provocado profundas alterações na
litosfera, hidrosfera e atmosfera do planeta. Essas mudanças se manifestam na forma de graves
impactos ao meio ambiente. Os problemas de degradação ambiental tornaram-se freqüentes com
o desenvolvimento industrial e com a urbanização. A sociedade capitalista moderna é
caracterizada especialmente por ser voltada à produção e ao acúmulo constante de riquezas. Neste
modelo de sociedade, onde o objetivo é crescer a qualquer custo, o incentivo ao consumo aparece
em todos os lugares do mundo e em seus diferentes meios de comunicação.
O crescimento da produção econômica mundial estimula o modo de vida
caracterizado pelo consumo excessivo, próprio da sociedade moderna, urbana e industrial, que
polui a atmosfera com 5,8 bilhões de toneladas/ano de carbono na forma de gás carbônico
proveniente da queima de combustíveis fósseis e mais 2,8 bilhões de toneladas/ano provocado
pelo desmatamento das florestas tropicais (HELENE, 2002).
Por muito tempo o meio ambiente sofre com a ação humana, que retira da
natureza, sem controle ou planejamento, os recursos de que se utiliza para suprir as indústrias que
abastecem os mercados mundiais com energia e produtos elaborados e assim satisfazerem as
necessidades das “sociedades de consumo”. Paradoxalmente, setores desta mesma sociedade,
inclusive a comunidade científica, têm exigido cada vez mais das empresas e dos governos
esforços no sentido de que a produção e o crescimento econômico sejam compatibilizados com
condições ambientais que permitam a manutenção e a continuidade da vida no planeta.
Segundo La Rovere (2001), a tomada de consciência da sociedade por esta
compatibilização exige a implantação de padrões de qualidade ambiental e que preocupações
ambientais sejam incorporadas aos programas de governos através de ações preventivas,
corretivas e ou alternativas inseridas no modelo de desenvolvimento adotado. Porém, Lanna
(1995) já havia destacado que a falta de definição dos papéis e a desarticulação entre os agentes
15
sociais, nas diferentes esferas administrativas, envolvidas no processo de gestão das atividades de
produção que utilizam os recursos naturais geram deficiências que também conduzem a
problemas ambientais.
A implantação sistematizada de processos de Gestão Ambiental tem sido uma das
respostas das empresas, privadas e públicas, às pressões da sociedade. Esses processos muitas
vezes visam promover a conscientização dos diversos atores sociais das comunidades envolvidas,
a fim de incentivar a adoção de práticas de produção compatíveis com a proteção do meio
ambiente. No âmbito interno das corporações têm se adotado, entre outras, as normas da
International Organization for Standardization (ISO14000) que estabelecem diretrizes para a área
de gestão ambiental, ou as chamadas ‘tecnologias limpas’ que são novos processos industriais ou
alterações dos existentes que buscam reduzir os impactos ambientais e, principalmente, o
consumo de energia e matérias-primas utilizadas na produção.
A Gestão Ambiental, segundo Lavorato (2004) é um conjunto de regras de ações e
procedimentos que vão desde a escolha das melhores técnicas de produção até o cumprimento da
legislação e a alocação correta de recursos humanos e financeiros para ordenar as atividades
humanas, a fim de que tragam menos impactos ao meio e assim preservem a integridade dos
meios abiótico, biótico e social. Souza (2000) acrescenta que na legislação, na política ambiental
com seus diversos instrumentos e na participação popular a gestão ambiental encontra suas
ferramentas de ação.
Para que a gestão ambiental seja aplicada de maneira eficiente, faz-se necessário a
caracterização ambiental do local e da(s) atividade(s) ali desenvolvida(s); em seguida, realiza-se a
análise ambiental. Tais estudos permitem o planejamento das atividades e de medidas mitigadoras
bem como a proposição, instalação e operação de uma rede de monitoramento.
A caracterização ambiental é um procedimento da gestão ambiental, na qual são
estabelecidas as aptidões, as potencialidades, as fragilidades, a vulnerabilidade e as
suscetibilidades naturais dos fatores ambientais (físico, biótico e antrópico), ou seja, é elaborado
um diagnóstico da realidade local e realizada uma projeção de tendências.
Para Ab’Saber (1994), a caracterização ambiental é relevante para a previsão de
impactos ambientais, pois apresenta informações sobre uma determinada região e o delineamento
da área de influência afetada ou a ser, direta ou indiretamente, pelos empreendimentos ali
desenvolvidos. Entretanto Souza (2000) ressalva que apenas a caracterização ambiental é
insuficiente, porém é necessária, pois contribui com informações sistematizadas, para que as
16
ações de gestão possam surtir efeitos e, assim, possam colaborar de fato com a adequação do
desenvolvimento econômico - em que se inclui a apropriação dos recursos ambientais necessários
à boa qualidade do ambiente e da vida.
Em um sistema de gestão, a análise ambiental vem após a caracterização do local e
das atividades e visa analisar a viabilidade ambiental dos empreendimentos. Durante a análise, os
fatores ambientais são contemplados frente às prováveis pressões ou impactos provenientes das
etapas da atividade em questão, desde o projeto até mesmo a sua possível desativação, para que o
seu funcionamento esteja de acordo com as premissas da sustentabilidade (SOUZA, 2000).
A análise ambiental é entendida como uma avaliação minuciosa e precisa de um
sistema ambiental obtida com uso de critérios quantitativos e/ou qualitativos sobre as
características de seus elementos componentes bem como dos processos e interações que ocorrem
no local, visando compreender sua gênese e determinar suas peculiaridades.
Esta etapa do
planejamento necessita de inúmeros dados ambientais que se constituem no elemento primário
para a análise ambiental. Conforme destaca Paese (1997), o conhecimento ou análise do ambiente
em questão deve anteceder quaisquer planos ou alternativas propostas para uma área.
Para Rocha (2002), a análise ambiental parte da investigação de processos naturais,
visando estabelecer relações com processos e estruturas sociais. Ela tem por objetivo diagnosticar
e prognosticar riscos e potencialidades ambientais em relação à sociedade. O potencial de
informações que podem ser abstraídas dessa análise torna-se cada vez mais uma prática
imprescindível para os estudos dessa natureza, tendo em vista a necessidade de monitoramento de
áreas que estão sujeitas as constantes intervenções humanas.
A análise das condições ambientais permite conhecer um ambiente de uma forma
diretamente voltada para a utilização racional dos recursos físicos, bióticos e sócio-econômicos
nele disponíveis. A análise ambiental serve então como subsídio ao Zoneamento Sócio -
Econômico - Ambiental, ao planejamento e também à gestão ambiental (SPÖRL, 2001).
A caracterização dos ambientes naturais e a identificação de suas potencialidades e
vulnerabilidades ajudam na definição das diretrizes e ações a serem implantadas. Ross (1995)
ressalta que as análises ambientais dão excelentes suportes técnico-científicos para elaboração de
zoneamentos ambientais e sócio-econômicos, esses por sua vez auxiliam o planejamento
estratégico em qualquer nível de gerenciamento ou de governo e em qualquer território político-
administrativo, inclusive em bacias hidrográficas.
17
Para o uso racional dos recursos naturais em bacias hidrográficas é necessário o
conhecimento prévio de suas características sócio-ambientais. Segundo Ranzini et al. (2004), as
microbacias são ideais para a avaliação dos impactos causados pela ação antrópica e para a
caracterização do seu meio físico. Estes procedimentos visam reconhecer as áreas críticas e com
potencial de uso, e assim orientam a adoção de manejos que permitem a conservação da água.
Para Lanna (1995), o manejo correto de microbacias hidrográficas protege a água, o solo e
demais recursos ambientais essenciais à sustentabilidade das atividades econômicas, permitindo o
controle da degradação ambiental desde a montante até a jusante da microbacia e desta forma
promove a eqüidade social na utilização dos recursos naturais.
A bacia hidrográfica é uma área, que pode apresentar diferentes formas e
tamanhos, no seu interior a água escoa dos divisores, parte mais alta da bacia, em direção à seção
de controle ou exutório. Nas bacias hidrográficas a água drena para um único ponto de saída,
todos os corpos d’água dentro da mesma bacia escoam para o exutório, portanto, conforme
destaca Saito (2001) no interior da bacia todos os componentes encontram-se naturalmente
interligados pela conformação dada pelo relevo, que transporta elementos desde os divisores de
água até as partes mais baixas da bacia.
São várias as características que conferem à bacia hidrográfica o status de unidade
ideal para o planejamento integrado do manejo dos recursos naturais. Assad e Sano (1993)
destacam que a bacia hidrográfica é a unidade geográfica dinâmica que contribui com o
escoamento a um ponto comum, a jusante do rio e a indicam como unidade básica para o
planejamento e execução de programas de gestão dos recursos hídricos. Para Machado (2002), as
bacias hidrográficas são unidades físicas caracterizadas como uma área de terra drenada por um
determinado curso d’água e limitada, perifericamente, pelo chamado divisor de águas.
Sendo assim, entende-se que a bacia hidrográfica é a unidade básica ideal para a
análise ambiental, pois permite conhecer e avaliar seus múltiplos componentes e os processos e
interações que ocorrem no seu interior. A visão sistêmica e integrada do ambiente fica
subentendida na adoção da bacia hidrográfica como unidade fundamental de análise.
Para Moraes (2003) a bacia hidrográfica traz consigo o conceito de integração
ambiental, sendo que seu uso e sua aplicação para estudos que tratem de problemas ambientais
são considerados de fundamental importância, pois a mesma contém informações físicas,
biológicas e sócio-econômicas inter-relacionadas.
18
Entretanto, existe também o entendimento que a bacia hidrográfica não é a unidade
mais adequada para estudos que envolvem análises sócio-econômicas e de fenômenos ambientais
voltados para flora e fauna, pois a dinâmica de populações e comunidades, nesses casos, vai além
dos limites da bacia hidrográfica conforme destacam Saito (2001) e Pires; Santos; Del Prette
(2002).
Apesar desta inadequação Resende et al. (1997) ressaltam que as pequenas bacias
de drenagem constituem-se em uma unidade natural básica, e isto, permite o detalhamento
progressivo dos seus elementos em estudo sem ocorrer a perda do sentido de conjunto e que a
interdependência dos atributos bióticos e abióticos no interior da bacia sugere localizar
naturalmente as possíveis soluções para os problemas de conservação dos recursos naturais no
interior desta. Embora haja discordâncias, para estes autores, a bacia de drenagem deve
corresponder à unidade fundamental de aplicação dos trabalhos voltados para a conservação dos
componentes do meio ambiente.
Para a análise ambiental dessa unidade de planejamento, a bacia hidrográfica é
fundamental a adoção de procedimentos de análise ambiental com apoio do geoprocessamento,
principalmente os Sistemas de Informações Geográficas e o Sensoriamento Remoto. Estas
técnicas oferecem rapidez na obtenção dos resultados que ajudam na tomada de decisões para o
planejamento ambiental e ao gerenciamento dos recursos bem como para a apresentação de
soluções de problemas de erosão dos solos, desmatamento, uso adequado dos recursos hídricos e
outros aspectos ambientais.
As definições para este conjunto de tecnologias denominado de geoprocessamento
ainda são bastante discutidas e divergentes; opta-se neste trabalho pela conceituação dada a seguir
por considerar-se que ela denota amplamente os aspectos técnicos e humanos envolvidos em sua
utilização, sendo assim o geoprocessamento é definido como:
Uma tecnologia transdisciplinar, que, através da axiomática da localização e do processamento de
dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos, programas, processos, entidades, dados,
metodologias e pessoas para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a
mapas digitais georreferenciados (ROCHA 2002, p. 210).
As atividades em geoprocessamento que envolvem representações fidedignas de
dados do mundo real e executadas em sistemas computacionais apropriados são chamadas de
Sistemas de Informações Geográficas (SIG). Segundo Assad e Sano (1993), a utilização de um
SIG permite o zoneamento de áreas de maneira mais eficiente do que os métodos tradicionais que
são mais onerosos e de difícil manipulação. Para Silva, J. (1992), o uso dos Sistemas Geográficos
19
de Informação permite ganhar conhecimento sobre as relações entre fenômenos ambientais,
estimando áreas de risco, potenciais ambientais e definindo zoneamentos. Segundo Silva, A.
(2003), os SIGs compõem o universo das geotecnologias e neles ocorrem a convergência de
campos tecnológicos e disciplinas tradicionais e são comumente aceitos como tecnologia que
dispõe do ferramental necessário para realizar análises com dados espaciais e, oferece, ao ser
implementada, alternativas para o entendimento da ocupação e utilização do meio físico.
Segundo Rosa (2005), reportando ao geoprocessamento, cita que este conjunto de
geotecnologias, inclusive os SIGs, compostas por soluções em hardware, software e peopleware,
juntos constituem poderosas ferramentas para tomada de decisões que podem ser usadas para
coleta, processamento, análise e oferta de informações espacialmente georreferenciadas.
Conforme Turner e Carpenter (1998), citados por Valente e Vetorazzi (2005) o sensoriamento
remoto e a análise espacial em conjunto com os sistemas de informações geográficas (SIGs) são
técnicas essenciais em Ecologia da Paisagem, pois, podem caracterizar, no tempo e
espacialmente, o uso e a cobertura do solo, para posterior aplicação dos índices de análise
espacial.
De acordo com Valente e Vetorazzi (2002), na prática de Ecologia da Paisagem,
preliminarmente, faz-se uma caracterização da paisagem e, o geoprocessamento, representado
pelo sensoriamento remoto e pelo sistema de informações geográficas, vêm assumindo papel
estratégico nesse ramo da ciência. Esses mesmos autores destacam ainda que o sucesso da
aplicabilidade do sensoriamento remoto deve-se principalmente a multiespectrabilidade, da visão
sinóptica e a repetitividade, que permitem uma melhor caracterização dos atributos de uma
paisagem. Além disso, os sistemas de informações geográficas têm-se destacado pela sua
capacidade de interação e análise dos diferentes planos de informações que caracterizam
paisagens.
Enfim, o tratamento da questão ambiental no Brasil e no Mundo vem assumindo
grande importância. Instituições de pesquisa e sociedade em geral têm se envolvido diretamente
com o problema, e assim, conforme considerações de Pereira (2004) têm surgido com grande
relevância a necessidade de metodologias que forneçam subsídios para o planejamento e tomada
de decisões mais precisas, adequadas e ágeis, porém, com visão mais efetiva quanto à
incorporação do componente ambiental, no processo de gestão.
20
1.2 – GESTÃO AMBIENTAL – CONTEXTO E SISTEMAS
As dificuldades demonstradas pelo Estado para fiscalizar e fazer cumprir a
legislação ambiental e conter a corrupção nos órgãos ambientais, tanto na esfera federal como na
estadual e a resistência de empresários e gestores em cumprir estas leis têm contribuído para o
aumento da degradação ambiental. Uma das maneiras de reverter este quadro de degradação seria
desde que haja “vontade política”, pela identificação dos usos transgressivos e imputação de
responsabilidades aos transgressores da legislação.
Neste sentido, Moraes e Lorandi (2004) relatam que o desrespeito à legislação
ambiental brasileira, bem como a ausência de leis específicas para a proteção do Cerrado torna
inevitável a degradação dos recursos naturais nas áreas de abrangência desse bioma. Desta forma,
estes autores em estudos voltados para a análise da efetividade da legislação ambiental brasileira
no processo de ocupação de bacias hidrográficas, no caso a bacia do Rio Bonito (SP), propõem a
utilização da ‘carta de legislação ambiental’, acreditado que seu uso como ferramenta de apoio a
gestão ambiental pode direcionar as atividades antrópicas e assim garantir a integridade das áreas
legalmente protegidas. Além disso, os referidos autores ressaltam que a confrontação desta carta
com a ‘carta de uso do solo’ indica as áreas aonde a degradação dos recursos naturais é mais
acentuada.
Embora ocorra desrespeito às leis, ações de proteção ao meio ambiente
constituem-se em preocupação para alguns segmentos específicos da sociedade, empresas,
governos e opinião pública. O nível de degradação ambiental verificado nos últimos anos trouxe
para as organizações a necessidade de planejar ações que visem harmonizar suas atividades com a
manutenção do equilíbrio ambiental. Segundo Franco (2001), a busca das empresas de várias
partes do mundo por soluções para o enquadramento nos padrões de conservação ambiental
deram origem aos chamados ‘selos verdes’, uma das primeiras iniciativas realizadas no início dos
anos 70 com a aplicação de princípios de gerenciamento ambiental condizentes com o
‘desenvolvimento sustentável’.
Com o objetivo de viabilizar elementos de um sistema da gestão ambiental (SGA)
eficiente e capaz de auxiliar as organizações a atingir metas ambientais e econômicas, foi
proposta, durante a ECO-92, por diferentes organizações internacionais dos variados ramos de
atividades, a normalização dos processos produtivos em relação à variável ambiental. Assim, em
21
1996, após sucessivos debates foi criada a Série ISO 14000 da Organização Internacional para
Padronização (International Standardization Organization - ISO) composta por diferentes
Normas Ambientais. A série 14000 é um marco nesse contexto: produção X ambiente, pois tem
no Planejamento um de seus requisitos para desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental.
A NBR ISO 14000 é uma norma adotada pela ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas), que vem sendo utilizada por organizações para o gerenciamento de suas
atividades de modo a antecipar e prevenir situações que possam causar problemas ambientais e
danos, acidentes ou doenças ocupacionais. Atualmente a NBR ISO 14000:1996, encontra-se em
processo de transição para a NBR ISO 14001:2004.
A NBR ISO 14001:2004 estabelece as normas referentes a um sistema da gestão
ambiental para o desenvolvimento e implantação de políticas e objetivos com base na legislação e
em preceitos ambientais para as corporações, aplicada aos aspectos ambientais que a empresa
identifica como sob seu controle e/ou sob sua influência. Qualquer sistema da gestão ambiental
pode incorporar os itens desta Norma.
Segundo Coltro (2005), as empresas que implantam o sistema de gestão ambiental
ISO14001 o fazem no âmbito de um SGA (Sistema de Gerenciamento Ambiental). A adoção
desse sistema permite que a organização processualmente possa gerenciar seu desempenho
ambiental baseada na norma e cuja implantação passa por cinco fases: Política ambiental da
empresa; Planejamento; Instalação e operação do Plano de Gestão Ambiental; Avaliação e
medição do desempenho ambiental da empresa e Análise crítica.
O primeiro princípio, Política ambiental, apresentado na NBR Série IS0 14001, é
avaliado por Nicolella (2004) como a declaração da organização, expondo suas intenções e
princípios em relação ao seu desempenho ambiental global, que vislumbra uma estrutura para a
ação e definição de seus objetivos e metas ambientais. Estabelece, dessa forma, um senso geral de
orientação e os princípios de ação para a organização.
Para cumprir sua Política Ambiental, o segundo princípio contido na Série ISO
14001 recomenda que seja elaborado pela organização um Plano de Ação/Planejamento para que
a empresa viabilize seus objetivos e metas estabelecidas; o cronograma de implantação; os
recursos necessários; as atribuições e responsabilidades. Este plano deve estar integrado ao plano
estratégico da empresa e deve contemplar os seguintes tópicos: aspectos ambientais; requisitos
legais e outros requisitos; objetivos e metas; e programas de gestão ambiental.
22
No terceiro princípio, é recomendada para a efetiva implantação da Série ISO
14001 que a empresa defina e documente as funções, responsabilidades e autoridades para que
assim: garanta os recursos necessários às ações; promova e integre os elementos do SGA; defina
as responsabilidades; promova a conscientização e motivação dos empregados; haja a realização
de treinamentos; proceda a comunicação interna entre vários níveis e funções da organização;
sejam realizadas comunicações pertinentes com as partes interessadas externas, assegure que os
requisitos do SGA sejam estabelecidos, implementados e mantidos e, por fim, sejam feitos os
relatos à alta administração sobre o desempenho do sistema de gestão ambiental, a fim de
subsidiar a análise crítica e servir de base para o aprimoramento do SGA.
No quarto princípio da norma, pede-se que sejam criadas as condições de se
averiguar se a empresa está operando de acordo com o programa de gestão ambiental previamente
definido, identificando aspectos não desejáveis e mitigando quaisquer impactos negativos, além
de tratar das medidas preventivas. A Verificação e Ação Corretiva são etapas orientadas por
quatro características básicas do processo de gestão ambiental: Monitoramento e Medição, Não-
conformidades e Ações Corretivas e Preventivas, Registros e, Auditoria do SGA (NICOLELLA,
2004).
Segundo Richard Júnior (2006), no quinto princípio da norma deve-se analisar
criticamente o sistema de gestão ambiental, para assegurar sua conveniência, adequação e eficácia
contínuas; abordar a eventual necessidade de alterações na política, objetivos e outros elementos
do sistema de gestão ambiental, de conformidade com os resultados das auditorias, da mudança
das circunstâncias e do comprometimento com a melhoria contínua.
Outra opção que vem sendo adotada por várias empresas visando promover a
redução dos impactos ambientais é a adoção de novos sistemas de produção denominados de
Tecnologias limpas. Esta se caracteriza pela aplicação continuada de estratégias, que tragam
benefícios ambientais, à saúde ocupacional e econômicos. Estas estratégias devem ser integradas
aos processos de produção e aos produtos, visando aumentar a eficiência no uso de matérias-
primas, água e energia, por meio da não geração, minimização ou reciclagem dos resíduos e
emissões geradas durante o processo produtivo.
Uma tecnologia é considerada limpa à medida que esta atenda a quesitos que
tragam conjuntamente benefícios sociais, econômicos e ambientais. Conforme foi proposto pela
Agenda 21 (1992) em seu capítulo 34, as tecnologias limpas devem atender aos seguintes
objetivos:
23
(a) Ajudar a garantir o acesso, em particular dos países em desenvolvimento, à informação científica
e tecnológica, inclusive à informação sobre as tecnologias mais modernas; (b) Promover, facilitar e
financiar, quando apropriado, o acesso e a transferência de tecnologias ambientalmente saudáveis,
assim como do conhecimento técnico-científico correspondente, em particular para os países em
desenvolvimento, em condições favoráveis, inclusive em condições concessórias e preferenciais,
mutuamente combinadas, levando em consideração a necessidade de proteger os direitos de
propriedade intelectual, assim como as necessidades especiais dos países em desenvolvimento para
a implementação da Agenda 21; (c) Facilitar a manutenção e a promoção de tecnologias autóctones
ambientalmente saudáveis que possam ter sido negligenciadas ou deslocadas, em especial nos países
em desenvolvimento, prestando particular atenção às necessidades prioritárias desses países e
considerando os papéis complementares do homem e da mulher; (d) Apoiar a fortalecimento
institucional e técnica endógena, em particular nos países em desenvolvimento, de modo que estes
possam avaliar, adotar, gerenciar e aplicar tecnologias ambientalmente saudáveis. Isto pode ser
conseguido, inter alia, por meio de: (i) Desenvolvimento dos recursos humanos; (ii) Fortalecimento
da capacidade institucional de pesquisa e desenvolvimento e implementação de programas; (iii)
Avaliações setoriais integradas das necessidades tecnológicas, em conformidade com os planos,
objetivos e prioridades dos países, tal como previstos na implementação da Agenda 21 no plano
nacional; (e) Promover parcerias tecnológicas de longa duração entre os proprietários de tecnologias
ambientalmente saudáveis e possíveis usuários (AGENDA 21 cap. 34).
De acordo com SENAI-RS (2003), a implantação de um Programa de Produção
mais Limpa traz para as empresas benefícios ambientais e econômicos que resultam na eficiência
global do processo produtivo, através de: eliminação dos desperdícios; minimização ou
eliminação de matérias-primas e outros insumos impactantes para o meio ambiente; redução dos
resíduos e emissões; redução dos custos de gerenciamento dos resíduos; minimização dos
passivos ambientais; incremento na saúde e segurança no trabalho. E ainda contribui para
melhorar a imagem da empresa; aumentar a produtividade; promover a conscientização ambiental
dos funcionários; reduzir gastos com multas e outras penalidades.
1.3 – SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Sustentabilidade Ambiental pode ser entendido como a capacidade do planeta
Terra em sustentar, manter a vida e continuar existindo como um sistema formado por elementos
que se inter-relacionam e atuam como unidades que se complementam e se apresentam em
condição de interdependência.
24
Segundo Bunce et al. (1993) o conceito de sustentabilidade é fundamental quando
avaliamos sistemas que compõem o planeta, entretanto, o conceito de sustentabilidade para ter
sentido carece de um campo referencial no qual ele utilizado.
Então, pode se definir como ‘ambiente sustentável’ aquele onde a base física e a
capacidade suporte dos ecossistemas foram melhoradas ou conservadas, sendo assim, a
sustentabilidade ambiental existe quando se tem estabilidade nos ecossistemas. Santos (2004)
destaca que havendo diversidade de espécies, teias alimentares complexas e fluxo de energia e
nutrientes entre organismos e entre esses e o ambiente ocorrerá a manutenção da produção de
biomassa e da estrutura de qualquer ecossistema por longo período de tempo e assim haverá
estabilidade.
Peña (1995) por sua vez destaca que para que haja sustentabilidade o ambiente
deve manter com o passar dos tempos as características essenciais dos elementos componentes e
as interações ali processadas de forma indefinida.
A sustentabilidade ambiental de um sistema ou de um ou mais de seus
componentes é avaliada por meio de indicadores ambientais que representam a situação estudada
em um dado momento. Entre esses indicadores encontram-se as perdas de solos (t/ha.ano), o
desmatamento (ha/ano), o estado nutricional do solo entre outros.
1.4 – OBJETIVOS
1.4.1 - Objetivo Geral
O objetivo principal deste estudo é aplicar diferentes metodologias de análise
ambiental para o diagnóstico e prognóstico dos riscos e potencialidades ambientais do
componente solo frente a fatores naturais e intervenção antrópica na alta Bacia Hidrográfica do
Rio Tenente Amaral (BHTAM) em Jaciara – MT, Brasil, utilizando recursos do
geoprocessamento.
25
1.4.2 - Objetivos Específicos
Gerar informações espaciais sobre o meio físico e a dinâmica do uso dos solos;
caracterizar; analisar e fornecer dados georreferenciados espacialmente para apoiar o
planejamento ambiental, bem como fornecer indicadores para avaliar se o uso atual dos solos na
alta bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral em Jaciara – MT é ecologicamente sustentável.
Contribuir com informações que levem ao entendimento dos processos erosivos e à
identificação dos riscos ambientais e, assim, subsidiar o planejamento territorial e a escolha de
práticas agrícolas mais adequadas para a área estudada.
Produzir cartas temáticas demonstrando a suscetibilidade e o potencial à erosão
laminar na alta Bacia do Rio Tenente Amaral em Jaciara – MT.
Determinar, cartografar e analisar a fragilidade ambiental nas unidades
ecodinâmicas de instabilidades emergente e potencial da alta bacia hidrográfica do rio Tenente
Amaral em Jaciara - Mato Grosso, Brasil com a aplicação da metodologia denominada: análise
empírica da fragilidade dos ambientes naturais, utilizando informações e dados de relevo, solos,
uso atual, vegetação e erosividade das chuvas.
Estimar as perdas médias de solo por erosão laminar e mapear os fatores da EUPS
na alta bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral, em Jaciara - Mato Grosso, Brasil, bem como, o
aporte de sedimentos com a aplicação da Equação Universal de Perda de Solos Modificada
(MUSLE).
Gerar para o local da pesquisa uma carta de vulnerabilidade às perdas de solos com
o auxílio dos produtos de sensoriamento remoto e informações cartográficas sobre os temas:
geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso do solo e clima.
Comparar e analisar os resultados e avaliar as limitações e as vantagens dos
diferentes métodos de análise ambiental e técnicas usadas no presente estudo.
26
1.5 - ESTRUTURA DO TRABALHO
Esta tese traz em seu primeiro capítulo uma abordagem geral sobre a questão
ambiental, buscando contextualizar a análise ambiental e justificar a sua utilidade para aplicação
nos Sistemas de Gestão Ambiental.
Busca demonstrar também que a bacia hidrográfica constitui-se local ideal para a
realização de estudos voltados para conservação do meio ambiente e propõe o uso do
geoprocessamento como ferramenta que facilita a manipulação de dados espaciais e permite a
análise ambiental integrada por meio da construção de cenários.
Apresenta, de forma introdutória, como sugestão, alternativas que auxiliam na
fiscalização dos usos transgressivos à legislação (carta de legislação ambiental) e na implantação
de um sistema de gestão ambiental (a Norma ISO 14001 e as chamadas Tecnologias Limpas que
visam promover produtos com qualidade ambiental superior a outros da mesma categoria por
meio de certificados, podendo ser aplicadas tanto por indústrias como por propriedades rurais). O
tema sustentabilidade ambiental é também discutido neste primeiro capítulo.
No segundo capítulo, caracteriza-se sucintamente a área de estudo, lista-se os
principais materiais e equipamentos utilizados para a consecução da pesquisa e aborda-se de
forma resumida as metodologias de análise ambiental.
Já no capítulo 3, busca-se realizar uma caracterização dos principais componentes
do meio físico e das formas de uso antrópico encontradas na alta bacia hidrográfica do rio
Tenente Amaral (BHTAM), local da pesquisa.
Os capítulos seguintes mostram e discutem os resultados da aplicação das
diferentes metodologias de análise ambiental escolhidas para compor o estudo.
Ao final são feitas algumas considerações relativas às comparações entre as cartas
obtidas com a aplicação das metodologias de análise ambiental.
27
1.6 - REFERÊNCIAS
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31
CAPÍTULO 2 - MATERIAL E MÉTODOS
2.1 - ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo está situada na região do divisor de águas entre as bacias do
Paraná e Araguaia/Tocantins, abrange as sub-bacias dos Córregos Amaral e Brilhante,
formadores do Rio Tenente Amaral, afluente do Rio São Lourenço, que deságua no rio Cuiabá, o
qual pertence à bacia do Paraguai/Paraná. Está localizada no município de Jaciara, na região
Centro-Sul do Estado de Mato Grosso, Brasil, entre as coordenadas geográficas: 15,8°S a 16,0°S
e 55,05°S a 55,35°W, apresenta área de aproximadamente 339,56 km
2
(Figura 2.1).
A área está inserida na bacia do Paraná, entre as cotas altimétricas 400 a 810m. As
rochas que compõem o substrato dessa região estão representadas principalmente pelas
Formações Furnas, Cachoeirinha e Ponta Grossa (GONÇALVES E SCHINEIDER, 1970). Nessa
região são encontrados relevos característicos dos compartimentos superior e intermediário da
Unidade Geomorfológica Planalto dos Guimarães (ROSS e SANTOS, 1982).
O tipo climático da região é tropical quente e semi-úmido/subúmido, com média
superior a 18° C em todos os meses. Conforme critérios de classificação climática propostos por
Wilhelm Köeppen, o clima do local é do tipo Aw, denominado de clima tropical chuvoso de
savana (BARROS et al., 1982). Vargas e Hungria (1997) denominam-o de clima tropical
estacional.
De acordo com classificação proposta por Mendonça e Danni-Oliveira (2007), o
clima do local está inserido em área de domínio de clima tropical úmido-seco ou tropical do
Brasil Central com quatro a cinco meses de seca (4a), influenciado pelas massas de ar equatorial
continental (MEC), massa de ar polar atlântica (MPA) e massa de ar tropical atlântica (MTA),
conforme indicado na Figura 2.2. Considerando a tipologia climática proposta por Thornthwaite,
Vasconcelos (1998), enquadra-o no tipo B
4
rA`a`, clima úmido com pequena ou nenhuma
deficiência de água, megatérmico.
32
-70-65-60-55-50-45-40-35
-30
0
5
-5
-25
-20
-15
-10
-16.15
-15.8
-15.75
-15.7
-15.65
-16.1
-16.05
-16
-15.95
-15.9
-15.85
680000
685000
690000
695000
700000
705000
8235000
8240000
8245000
-55.
3
-55.2
-55.2 -55.1
-55.1 -55.0
-5
5
-54.9
8250000
Figura 2.1 – Localização da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM) no município de Jaciara, Mato
Grosso – Brasil, com perímetro sobreposto na imagem do Satélite CBERS 2.
33
A cobertura pedológica na região é composta predominantemente por solos dos
tipos Latossolos, Areias Quartzosas, Plintossolos e solos Gleis; enquanto a vegetação do local é
constituída por formações Savânicas dos tipos Arborizada; Florestada; Parque e Gramineo-
Lenhosa e formações Florestais do tipo Estacional Semidecidual; Hidrófila e de Galeria
(VASCONCELOS, 1999).
2.2 – MATERIAIS
Para a realização do presente trabalho foi necessário recorrer aos documentos
cartográficos: Carta Topográfica de São Vicente folha SD-21-Z-D-IV-4, com eqüidistância entre
curvas de nível de 40m, editadas em 1978 pela Divisão de Serviço Cartográfico do Exército
(DSG); aos mapas pedológico, morfopedológico, de drenagem, de planimetria e de vegetação e
de uso do solo publicados na escala 1:50.000 por Vasconcelos et al. (1999). Esses mapas foram
convertidos do formato Microstation Design Files (DGN) para Drawing Interchange Format
(DXF) e posteriormente importadas nos formatos vector e raster do software de Sistemas de
Informações Geográficas (SIG) IDRISI
®
. O Mapa Geológico do Centro Leste de Mato Grosso,
publicado em Gonçalves e Schineider (1970), também foi utilizado após digitalização e adaptação
para escala 1:50.000.
Foram utilizadas para a confecção da carta de vegetação e uso do solo, imagens de
sensoriamento remoto orbital: CBERS2, Sensor CCD, órbita 165, ponto 118, data de passagem
12/02/2006 e 22/06/2006, bandas 2,3 e 4 e imagens TM Landsat 7, bandas 2,5 e 7 do mosaico
GEOCOVER (2000), América do Sul, para obtenção de pontos de controle usados no
georreferenciamento das demais imagens.
As cotas altimétricas usadas para gerar o modelo digital de elevação do terreno
(DEM) foram obtidas do projeto SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). Os dados da
dos
por um consórc
missão topográfica denominada SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) foram produzi
io reunindo as agências espaciais: National Aeronautics and Space Administration
(NASA), National Imagery and Mapping Agency (NIMA), Agência Espacial Alemã (DLR) e
Agência Espacial Italiana (ASI). A missão espacial foi realizada no período de 11 a 22 de
2 – Domínios climáticos do Brasil e principais subtipos (Fonte: Mendonça e Danni-Oliveira 2007).
Conforme Crepani e Medeiros (2004) os dados SRTM para uso científico e
avaliação estão disponíveis gratuitamente a partir de http://seamless.usgs.gov em grades de
uméricos do Terreno (MNT) com resolução de 90 metros. Entretanto, essas
ações altimétricas devem ser melhoradas conforme fluxo de tratamento dos dados SRTM
Valeriano (2004). Este tratamento é realizado efetuando primeiramente a conversão
Figura 2.
Modelos N
inform
descrito em
para o sistema cartográfico adotado no projeto e pela correção de falhas por meio de informações
fevereiro de 2000 a bordo da nave Endeavour e teve como objetivo gerar um Modelo Digital de
Elevação (MDE) da superfície terrestre por meio de interferometria.
34
35
de altitudes medidas no local e/ou obtidas em cartas topográficas; posteriormente deve ser feito o
refinamento da grade retangular de MNT, e assim é obtida uma nova grade por meio da redução
do espaçamento entre os pontos da grade original por interpolação. O valor da cota Z da nova
grade é estimado através de interpolador bicúbico ou bilinear, ao final deste tratamento obtém
dos dados, originalmente com resolução do grid de 90m, novos dados refinados para a resolução
desejada, neste caso de 30m e se necessário também podem ser convertidos em formato de
arquivo XYZ (ASCII), onde X é a latitude, Y é a longitude e Z a altitude. O modelo digital de
elevação do terreno (DEM) serve de base para produção de outras cartas utilizadas na obten
de informações úteis para a caracterização da bacia, entre essas cito: as cartas de declividades
de comprimento de rampas.
Os dados de temperatura do ar e precipitações pluviais foram obtidos junto à
estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), localizada no Centro
Federal de Educação Tecnológica de Cuiabá, situado próximo da área deste estudo. Tamb
foram utilizados dados fornecidos pelo setor de produção agropecuária da Usina Pantanal (Grupo
Nahun) em sua unidade instalada na BHTAM. As médias mensais calculadas a partir desses
dados compõem o gráfico apresentado na Figura 2.3.
-se
ção
e a
ém
0
50
100
150
200
250
300
350
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
19.5
20
20.5
21
21.5
22
22.5
23
23.5
24
24.5
25
Precipitações
Temperatura
Figura 2.3 - Médias mensais de precipitação pluviométrica (mm) e temperatura do ar (°C).
Na Figura 2.4 é apresentado o fluxo de obtenção das cartas a partir de informações
cartográficas e dados levantados em campo e na literatura. Esses materiais foram usados
caracterização da área e na aplicação das diferentes metodologias de análise ambiental.
na
36
Figura 2 dos pa das cartas utilizadas na aplicação das gias de análise ambiental na BHTAM. metodolora caracterização da área e produção.4 - Fluxo de preparação dos da
37
0, GLOBAL MAPPER
®
7.0, CARTALINX
®
e os aplicativos de
edição de texto
nfeccionadas na escala 1:50.000 e
estão georrefe
liar os níveis de degradação ambiental causada
pelas atividades antrópicas provocaram o surgimento de diversas metodologias de análise
ambiental. Diferentes m
etodologias
constituem-se
O processamento dos dados foram realizados num microcomputador com
processador AMD-Athlon, 3200 Hz, HD 80 Gb, 512 Mb de memória RAM. Os softwares
IDRISI
®
15.0, SURFER
®
8.
s e planilha eletrônica da MICROSOFT
®
foram utilizados tanto para a confecção
das cartas como para gerar informações quantitativas em forma de gráficos, relatórios e tabelas
extraídas dessas cartas. Por meio de análise visual e comparações das cartas, dos relatórios e das
tabelas foi possível caracterizar a área estudada.
Todas as cartas do presente estudo foram co
renciadas segundo os parâmetros do Sistema de Referência Geocêntrico para as
Américas (SIRGAS 2000) e apresentam resolução espacial de 30m.
2.3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A necessidade de estudos para ava
etodologias de análise ambiental são utilizadas em estudos que buscam a
compreensão das alterações provocadas nos elementos naturais que desencadeiam impactos
ambientais. Tais metodologias podem apresentar características quantitativas e/ou qualitativas e
são direcionadas para a identificação de incongruências no uso do solo, riscos e potencialidades
ambientais e servem também para subsidiar atividades voltadas para o planejamento e gestão dos
recursos naturais.
Neste estudo foram aplicadas metodologias de concepção empirista, que permitem
estimar a Suscetibilidade e Potencial à Erosão Laminar; a Vulnerabilidade às Perdas de Solos, a
Fragilidade Ambiental Potencial e Emergente, as perdas de solos por meio da Equação Universal
de Perdas de Solos e também o aporte de sedimentos com a utilização da Equação Universal de
Perdas de Solos Modificada. Os resultados obtidos com a aplicação dessas m
em indicadores de alteração da qualidade ambiental de uma determinada área.
O roteiro metodológico usado para a determinação da Suscetibilidade e do
Potencial Erosivo, quando aplicado mesmo em áreas que apresentem intensa atividade antrópica,
38
é voltada especificamente
para a prevenç
sada na elaboração
da primeira fas
ntais que permitem diferenciá-las de
suas vizinhas.
UTBs)
previamente es
ilita
planejar a readequação das formas de uso quando for necessário.
metodologia, criada para a Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes,
proposta por Ross (1994, 2001 e 2004) também tem suas bases fundamentadas no conceito de
preconizada por Tricart (1977). Apóia-se no princípio de que a natureza
apresenta funcionalidade intrínseca entre os componentes físicos e bióticos. Na sua aplicação é
possível espacializar, caracterizar e quantificar as áreas de fragilidade ambiental.
é de grande utilidade na avaliação dos fatores naturais influentes no desenvolvimento dos
processos erosivos. Esta carta, conforme destaca Ridente Jr. (2000),
ão da erosão.
Segundo Salomão (1999) e Salomão e Iwasa (1995), a susceptibilidade e o
potencial à erosão podem ser determinados com base no cruzamento sucessivo de informações
qualitativas sobre a erodibilidade relativa dos solos, declividade dos terrenos, erosividade das
chuvas, comprimento das encostas e classes de uso e ocupação dos solos. A avaliação dos
resultados permite planejar adequadamente o uso do solo.
Outra metodologia de análise ambiental bastante utilizada foi desenvolvida por
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE , para ser u
e do Zoneamento Ecológico-Econômico dos Estados Amazônicos (CREPANI et
al., 2001). Esta metodologia permite uma análise sistêmica do ambiente e baseia-se no conceito
de Ecodinâmica de Tricart (1977) e tem nas imagens de satélites como a sua âncora para a
definição das chamadas unidades ambientais ou unidades territoriais básicas (UTBs). As UTBs
são definidas como áreas que apresentam atributos ambie
Esta metodologia facilita a divisão de qualquer região em classes com maior ou
menor vulnerabilidade aos processos erosivos.
Assim, a partir da análise ponderada dos temas Geomorfologia, Geologia,
Pedologia, Clima e cobertura atual dos solos obtêm-se a ‘Carta de vulnerabilidade à erosão ou
vulnerabilidade a perdas de solos’ no interior de cada uma das unidades ambientais (
tabelecidas a partir de interpretação das imagens (CREPANI et al., 2001). Esta
carta oferece subsídios para avaliar o ambiente frente às atividades antrópicas e assim possib
A
Unidades Ecodinâmicas
A Análise da Fragilidade ambiental dos Ambientes é realizada a partir do
entendimento da relação entre relevo, solo, clima e uso da terra. Estes componentes analisados e
inter-relacionados geram um produto analítico-sintético, denominado ‘Carta de Fragilidade
39
iversal de Perdas de Solos (EUPS) é uma metodologia
onsagrada no meio cientifico e bastante difundida, baseia-se na aplicação de uma fórmula
os Estados Unidos em 1954, no “National Runoff and
oil Data Center” do Agricultural Research Service, na Universidade de Pardue. Desde então,
Segundo Araújo Júnior (1997), para implantar sistemas auto-sustentáveis é
tificação do aporte de sedimentos.
A Equação Universal de Perdas de Solos Modificada (MEUPS), proposta por
huvosos isolados. A diferença em relação a EUPS está na substituição do fator erosividade (R)
cheia.
A comparação das cartas obtidas com a aplicação das metodologias descritas
oto) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
ão José dos Campos: INPE, 1997. Disponível em: <http://mtc-m12.sid.inpe.br/rep-/sid.inpe.br>
: 27 maio 2006.
Ambiental’, que segundo seu propositor, retrata a situação ambiental da área de estudo e também
permite reavaliar as ações e propor novas formas de o uso do solo.
Já, a Equação Un
c
empírica composta pelos fatores: erosividade das chuvas (R); erodibilidade dos solos (K);
comprimento de rampa (L); declividade (S); uso e manejo (C) e práticas conservacionistas (P). A
UPS foi desenvolvida por pesquisadores nE
S
este modelo de estimativa de perdas de solo por erosão hídrica foi largamente utilizado. Após
anos de aplicação o modelo foi revisado por Wischmeier & Smith (1978).
importante conhecer as características do solo e dentre elas a sua estabilidade. O modelo EUPS,
que é um estimador das perdas de solos, pode dar estas informações para o planejamento e o
manejo de microbacias hidrográficas. Porém, este modelo necessita de relações empíricas
adicionais para a quan
Williams (1975), é uma variação do modelo EUPS que prevê o aporte de sedimentos para eventos
c
por fatores que contemplam os processos hidrológicos que ocorrem no solo no interior da bacia,
tais como: volume de escoamento superficial e vazão de pico do hidrograma de
anteriormente foi efetuada pelo cruzamento matricial ou superposição entre as mesmas.
.4 - REFERÊNCIAS
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42
3.1 - INTROD
Os problemas ambientais que estão sendo freqüentemente denunciados são
comumente considerados conseqüências da lógi
mem,
porém, à medida que as relações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas foram se tornando
mundiais, eles se intensificaram
ões sobre os recursos naturais (florestas,
solos, água, etc.). A intensidade e extensão em que é realizada a exploração econômica dos
recursos naturais podem
tividade que ocupa maiores espaços é
praticada em quase todos os biomas da terra. A agricultura, a pecuária e a exploração florestal
juntas, são responsáveis pela alteração de m
descontrolado de máquinas e de insumos industriais na produção. O processo de ocupação de
CAPÍTULO 3 - CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO TENENTE AMARAL – JACIARA, MT – BRASIL - INFORMAÇÃO BÁSICA PARA
O GEOPLANEJAMENTO
UÇÃO
ca capitalista de produção e da forma de
organização social, cuja intervenção sobre a natureza foi demasiadamente realizada sem
preocupação ecológica e sem respeito ao equilíbrio do meio ambiente.
Os impactos sobre o meio ambiente ocorrem desde o aparecimento do ho
e, é consenso científico, que tendem a se agravar, caso a adoção
de novos paradigmas de produção e consumo não seja repensada e estimulada.
O consumo exagerado e contínuo de bens e serviços da sociedade globalizada,
principalmente aquelas dos países industrializados, exerce uma crescente demanda por alguns
bens, cuja produção para atendê-las requer intervenç
comprometer o equilíbrio dos ecossistemas, alterando regimes
hidrológicos e climáticos, empobrecendo solos, diminuindo a capacidade de absorção de CO
2
pelas florestas etc. (ACSELRAD, 1995).
A agricultura moderna é, sem dúvida, entre as atividades econômicas uma das
maiores causadoras de impactos aos solos. É também a a
ais de um terço da superfície terrestre (ROSA, 2001).
No Estado de Mato Grosso, a expansão da fronteira agrícola provocou a retirada da
vegetação original das terras. A incorporação dessas terras ao processo produtivo foi realizada
num ritmo acima das reais demanda do mercado por produtos agropecuários e com o emprego
43
e consciência ecológica na maioria da população,
inclusive prop
ma resposta da sociedade na forma de ações organizadas tanto em
nível local com
da capacidade de suporte dos
cossistemas (FRANCO, 2001). Segundo Botelho (1999), o planejamento ambiental leva em
onsideração fatores físicos-naturais e sócio econômicos para avaliação das possibilidades de uso
do território e/ou dos recursos naturais mesmo que ocorra, conforme os objetivos e metodologias
se em um determinado fator.
planejamento ambiental utiliza variadas informações disponíveis sobre a área de
estudo, bem como as tecnologias de ponta que possam facilitar a obtenção do seu meio principal
de comunicaçã
Mato Grosso ocorreu sem o planejamento adequado e trouxe como conseqüências degradação dos
solos, disseminação de pragas e doenças, poluição do ar, da água e do solo. Tais conseqüências
são visivelmente agravadas pela ausência d
rietários rurais e pelo descaso das autoridades que fica demonstrado na falta de
infra-estrutura nas cidades e pelo frágil sistema de assistência técnica dada à agricultura.
A intensificação da atividade antrópica sobre o meio ambiente, tanto em Mato
Grosso como em outras regiões do planeta, ao longo das três últimas décadas, constitui-se em
séria preocupação e, a luta pela conservação, recuperação e preservação do meio ambiente neste
contexto, ganharam fortes aliados em todo mundo.
A questão ambiental apresenta-se como um questionamento e provoca uma nova
postura de setores da sociedade contra a racionalidade econômica dominante. Diante de novos
paradigmas suscitados a partir de constatações ambientais preocupantes para a existência da
humanidade no Planeta, torna-se evidente a necessidade de incentivar atitudes que venham
minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos sobre o ambiente.
Assim, os impactos causados pela apropriação humana sobre os recursos naturais
requerem, com urgência, u
o regional e mundial. Considerando esta necessidade Medina (1993) destaca o
planejamento ambiental como um processo de atividade intelectual e contínua que serve para
guiar um sistema, desde uma situação inicial atual apresentada, até uma situação desejada
possível de caracterizar com certo grau de precisão.
O planejamento ambiental surgiu nos anos 80 como uma modalidade de
planejamento orientada para as intervenções humanas dentro
e
c
de cada projeto, certa ênfa
O
o e de projeto que é o desenho ambiental (FRANCO, 2001) ou cenário ambiental.
O desenvolvimento e aplicação de ferramentas adequadas à gestão ambiental têm sido objeto de
estudos e pesquisas, principalmente, com a aplicação das geotecnologias, inclusive os Sistemas
44
de Informação
a de geoplanejamento (VEIGA e SILVA, 2004).
a e os
resultados pod
encontradas em Prado (2000).
Geográfica (SIGs) e o Sensoriamento Remoto que se encontram num estágio
avançado de desenvolvimento, permitindo grande acessibilidade de recursos, com investimentos
relativamente baixos (JACINTHO, 2003).
As novas tecnologias de informação e tratamento de dados espaciais de
representação do espaço geográfico, quando usadas sem se deter apenas aos seus aspectos
quantitativos, operam sobre bases de dados digitais georreferenciadas para gerar informação
ambiental como apoio integrado à decisão. De certa forma, criam um vínculo entre planejamento
ambiental, geografia e geoprocessamento e, assim, configura uma modalidade de planejamento
denominad
O geoplanejamento subsidia a gestão de um território calcado em informações
georreferenciadas espacialmente utilizando o conjunto de métodos e técnicas de
geoprocessamento como ferramenta investigativa, de análise, de integração de informação e de
apoio integrado à tomada de decisão, vindo de encontro às modernas perspectivas de
planejamento aberto onde a participação dos diversos interessados pode ser ponderad
em ser reavaliados e reproduzíveis durante todo o andamento da investigação
(VEIGA e SILVA, 2004).
Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo gerar informações espaciais
sobre o meio físico (solo, clima, vegetação e relevo) e a dinâmica do uso do solo, caracterizar,
analisar e fornecer dados georreferenciados espacialmente. Informações que poderão contribuir e
apoiar o planejamento ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM),
localizada na região do município de Jaciara, no estado de Mato Grosso, Brasil. Contribuem
também na avaliação da sustentabilidade ambiental da bacia.
3.2 – METODOLOGIA
A caracterização pedológica foi feita pela interpretação dos relatórios de análise
físico-química e conversão do mapa de solos do local, publicados em Vasconcelos (1999), para o
atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SIBCS (EMBRAPA, 1999) conforme
orientações
45
Propõe-se caracterizar o clima local por meio do balanço hídrico climatológico
ar para o local: a
disponibilidade
a e 140 mm para solos de textura
argilosa.
estruturais) correspondem às
macroestru ras, exempl do fo s)
correspond m aos com e rtim c
d tur onado erente topogr exemplo Planalto e
Chapada dos Guimarães. O 3° Taxon (Unidades Morfológicas) apresentam o mesm cto
fis à rugosidade topográfica ou dissecação do relevo emplos: padrões em
colinas, padrões em morros; padrões em serras. O 4° Tax (Tipos de rmas de Relevo) são
subdivisões das unidades m sentam pectos fisionômicos e genéticos
ligei nciados; e plos: formas tabulares, fo s convexa rmas aguçadas. O 5°
Taxon (Tipos de Vertentes) representa os tipos de vertentes contidas em a das formas de
rele xpressand gênese e id ais recentes; exemplos: setores de vertentes
convexos, retilíneos, côncavos e planos. O 6° Taxon (Formas e Processos Atuais) são
presentadas pelas formas decorrentes dos processos geomórficos atuais, tendo origem natural
plos: sulcos, ravinas, voçorocas e cicatrizes de deslizamento.
étricas: índice de sinuosidade, densidade de drenagem,
idrográfica e padrão de drenagem da BHTAM foram verificadas conforme critérios
de análises de bacias hidrográficas expostos por Christofoletti (1980) e Silva; Schulz; Camargo et
l. (2003).
normal usando o método de Thornthwaite e Mather (1955) e, desta forma, estim
hídrica (ARM), as deficiências (DEF), os excedentes (EXC), a evapotranspiração
potencial (ETp) e a evapotranspiração real (ETr), usando como base dados de temperatura média
do ar (T), precipitações (P), coordenadas geográficas do local e da capacidade de água disponível
(CAD) dada em milímetro de água por metro de solo. A CAD foi estimada considerando valores
médios para diferentes texturas dos solos conforme citam Alfonsi et al., (1990) sendo: 50 mm
para solos de textura arenosa; 90 mm para solos de textura médi
A caracterização geomorfológica foi elaborada conforme método proposto por
Ross (1992) e apresentado na Figura 3.1, também com a utilização de medidas obtidas no campo,
na carta topográfica, nas imagens de sensoriamento remoto e na descrição geomorfológica da
região feita por Vasconcelos (1998) e Ross e Santos (1982). Para obter os índices de dissecação
do relevo considerou-se a matriz adaptada por Spörl (2001) apresentada na Tabela 3.1.
Conforme a Figura 3.1, o 1° Taxon (Unidades Morfo
tu o: Bacia Para á. O 2° T xon (Unida es Morn a d esculturai
e partimentos subcompa entos do relevo perten entes a uma
ete estrurminada morfo a e posici s em dif s níveis áficos:
o aspe
ion to ômico quan ; ex
on Fo
orfológicas que apre as
ramente difere xem rma s, fo
cada um
vo, geralmente e o ade m
re
ou antrópica; exem
As características morfom
densidade h
a
46
Figura – 3.1 – Níveis de compartimentação geomorfológica - adaptado de Ross (1992).
A carta de vegetação uso e ocupação das terras foi elaborada por intermédio de
classificação supervisionada, usando classificador de probabilidade máxima (EASTMAN, 1998),
a partir das imagens CBERS2 órbita-ponto 165-118 de 12/02/2006 e 22/06/2006 compostas em
R2G4B3 e de levantamentos de campo com o objetivo de identificar e reconhecer os alvos
classificados na imagem e também com informações do inventário florestal e mapa de vegetação
e uso atual do solo realizado por Vasconcelos et al. (1999).
47
encial de
escoamento fo
A geologia da área foi caracterizada com base no relatório técnico e no mapa
geológico da região; materiais elaborados por Gonçalves e Schneider (1970). O pot
i definido conforme SCS-USDA, que estabelece as categorias A, B, C e D em
função da textura apresentada e profundidade do solo. Instruções para a determinação do
potencial de escoamento dos solos podem ser encontradas em Prusk et al. (2004). A carta de
comprimento de rampas foi elaborada c metodologia apresentada em Rocha et al. (1997).
Tabela 3.1 – Matriz dos índices de dissecação do relevo para escala 1:50.000.
DIMENSÃO INTERFLUVIAL MÉDIA
MUITO
GRANDE
GRANDE
MÉDIA
ENTALHAMENTO
MÉDIO DOS
VALES
(1)
> 900m
(2)
750 a
900m
(3)
600 a
750m
PEQUENA
(4)
450 a
600m
MUITO
PEQUENA
(5)
300 a
450m
Muito Fraco (1)
(< de 40m)
11
12
13
14
15
Fraco (2)
(40 a 80m)
21
22
23
24
25
Médio (3)
(80 a 160m)
31
32
33
34
35
Forte (4)
(160 a 240m)
41
42
43
44
45
Muito Forte (5)
(> de 240m)
51
52
53
54
55
Fonte: Spörl (2001).
3.3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
As características dos componentes do meio físico que se propõe apresentar e
área correspondente à alta bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral, desde as nascentes
dos córregos A ral e B
discutir neste trabalho são: solos; geologia; clima; geomorfologia e vegetação e o uso atual do
solo da
ma rilhante até o ponto onde ocorre a confluência desses dois canais.
Os materiais cartográficos compostos pelo modelo digital de elevação do terreno
(DEM) com a drenagem e perímetro sobrepostos e, as cartas de declividades, do potencial de
escoamento, do comprimento de rampas e de erosividade das chuvas, encontram-se nos
ANEXOS A1, A2, A3, A4 e A5, respectivamente. Foram utilizadas com a finalidade de
48
ntificá-los como solos com aptidão de regular
(limitações moderadas) à restrita (limitações fortes) para lavouras com manejo de baixo nível
tecnológico e de aptidão
TOSSOLOS VERMELHOS Distróficos
(LVd); LATOSSOLOS VERMELHO – AMARELOS Distróficos (LVAd); LATOSSOLOS
AMARELOS Distróficos (LAd); PLINTOSS
w+LVd e LAd+LVAd (Figura 3.2).
ja
e pastagens como constam nas Figuras 3.3A, 3.3B, 3.3C e 3.3D.
fornecerem dados e informações que possibilitassem caracterizar a área de estudo bem como
subsidiassem as discussões encontradas neste trabalho.
3.3.1 – Caracterização Pedológica
O ambiente natural da região dos Cerrados é marcado por solos que apresentam
baixa fertilidade natural, podendo a primeira vista, segundo o sistema de avaliação da aptidão
agrícola das terras (RAMALHO e BECK, 1995) ide
boa (sem limitações) para lavouras nos níveis de manejo médio a
desenvolvido.
Na carta de solos da bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral, obtida por meio da
conversão do antigo sistema de classificação de Camargo (1987), para o novo Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos - SIBCS (EMBRAPA, 1999), verifica-se que na área ocorrem solos do
tipo: LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos (LVw); LA
OLOS ARGILÚVICOS Distróficos (FTd);
PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Concrecionários Distróficos (FFcd); GLEISSOLOS HÁPLICOS
Tb Distróficos (GXbd); NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Hidromórficos (RQg);
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos (RQo); ORGANOSSOLOS FÓLICOS Fíbricos
(OOm) e algumas associações RQo+FFcd; LVAd+GXbd; LVAd+Plíntico; FTd+GXbd;
FFcd+AFLORAMENTO ROCHOSO (AR); LV
Da Carta de solos obteve-se por meio de operações no SIG IDRISI®, a área e o
percentual de ocupação de cada unidade taxonômica de solos (Tabela 3.2). Constatou-se a
existência de dezessete diferentes classes de solos, incluindo as associações, que se encontram
bem distribuídas no interior da BHTAM. Da área total da microbacia em aproximadamente 60%
ocorrem solos da classe LATOSSOLOS que, como os NEOSSOLOS QUARTZARÊNICO e
demais solos, são intensamente explorados, principalmente com cultivos de cana-de-açúcar, so
49
Figura 3.2 - Carta de Solos da BHTAM, conforme SIBCS – EMBRAPA (1999) - adaptado de Vasconce .
(1999)
1. Os LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos (LVw) ocupam apenas 1%
da área da BHTAM em 3,4 km² (Tabela 3.2). Estes solos são encontrados em locais com altitudes
variando em torno de 618 m a 675 m, predomínio de rampas com mais de 1.000 m, declividade
média de 2,4%, erodibilidade fraca, elevado potencial de escoamento. Aparecem com mais
los et al
50
freqüência na m es
ntido leste-oeste nos compartimentos
intermediários s verte
relacionados
textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado a plano distribuídos ocu
k equivalente a 19,6 área total la 3.2
4. OSSOLOS AMARELOS Distróficos (LAd) são encontrados no
setor sul da BHTAM (Figura 3.2), em altitudes entr 3 m, sobre ram com ma e
1.000 m, declives em média de 2,9%, erodibilidade moderado a elevado potencial de
escoamento e correspond os Latosso ermelho Amarelos distróficos orizon
moderado, textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado. Ocupam 3,1% da área em 10,5
km² (Tabela 3.2).
marge querda do Córrego Brilhante pouco antes da confluência deste com o
Córrego denominado Olho d’água (Figura 3.2). Esta classe corresponde, na classificação anterior
aos Latossolo Vermelho Escuro distrófico, com horizonte “A” moderado, textura argilosa a muito
argilosa, fase cerrado, relevo plano a suave ondulado.
2. LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos (LVd) está presente nos
locais com altitude entre 534 m a 857 m, predomínio de rampas maiores que 1.000 m, declividade
média 2,6%, erodibilidade fraca e elevado potencial de escoamento. Estão situados em áreas nas
bordas norte e sul da bacia e numa ampla faixa no se
da ntes localizadas entre os drenos principais da bacia (Figura 3.2).
Correspondem aos antigos Latossolo Vermelho Escuro distrófico, com horizonte A moderado,
textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado a plano, estão distribuídos por 71,6 km²
equivalendo a 21% da área da bacia (Tabela 3.2).
3. LATOSSOLOS VERMELHO – AMARELOS Distróficos (LVAd)
mostrado na Figura 3.2, são encontrados nos setores intermediários das vertentes, em áreas com
variação altimétrica entre 473 m a 832 m, erodibilidade fraca, rampas longas acima de 1.000 m,
declividade média em torno de 3,4%, potencial de escoamento elevado e estão cor
aos Latossolos Vermelho Amarelos distróficos com horizonte “A” moderado, textura argilosa e
pela bacia pando 66,6
m² o % da (Tabe ).
LAT
e 494 m a 69 pas is d
fraca, de
em a los V com h te “A
5. PLINTOSSOLOS ARGILÚVICOS Distróficos (FTd) apresenta apenas
uma pequena mancha próxima das cabeceiras do Córrego Amaral (Figura 3.2), em altitudes que
variam de 754 m a 772 m, classe de média erodibilidade, declividade em torno de 4,7%, em
rampas de extensão média, forte potencial de escoamento. Correspondem na antiga classificação
aos solos denominado Plintossolo distrófico com horizonte “A” moderado, textura argilosa, fase
campo de murundum, relevo plano. Ocupam apenas 0,2 km² ou 0,1% da bacia (Tabela 3.2).
51
A
C
ARTZARÊNICOS (A) e LATOSSOL
B
a 3.3 – S QU OS o
ja ao la
D
(B); área com pastagens (C) e com cultiv Cultivo de cana-de-açucar em NEOSSOLO
do da estrada (D). (Fotos do autor).
Figur
de so
52
na classe
Plintossolo Co ionár
ente como Areia
Quartzosa Hid
6. PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Concrecionários Distróficos (FFcd) são
encontrados no setor nordeste da bacia, conforme indica a Figura 3.2, em altitudes que variam
entre 486 m a 586 m. Apresentam erodibilidade média, estão situados predominantemente sobre
rampas que podem chegar até a 500 m, apresentam potencial de escoamento de médio a baixo,
declividade média próximo de 6%. Na antiga classificação eram enquadrados
ncrec io álico, com horizonte A” moderado, textura média muito cascalhenta,
fase cerrado e cerradão, relevo ondulado. Na BHTAM esse tipo de solo ocupa uma área de 7,2
km², correspondendo a 2,1% da área total (Tabela 3.2).
7. GLEISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos (GXbd) distribuem-se na
BHTAM numa estreita faixa que acompanha o leito dos drenos principais da bacia (Figura 3.2).
Apresenta erodibilidade muito forte, declividade média em torno de 6% encontrados,
preferencialmente, sobre rampas de até 500 m em altitudes que oscilam de 457 m a 708 m e
potencial de escoamento de médio a baixo. Eram classificados anteriorm
romórfica álica, com horizonte “A” moderado associado a solo Glei Pouco Húmico
álico, horizonte “A” moderado, textura média. Ambos campo úmido e mata ciliar, relevo suave
ondulado. Esta classe de solo ocupa 10,5 km² o equivalente a 3,1% (Tabela 3.2).
Tabela 3.2 – Área total em km² e em percentual (%) de participação das diferentes classes de solos na BHTAM.
Classe de solo
Área total
(km²)
Área total
(%)
Classe de solo
Área total
(km²)
Área total
(%)
LVw 3,4 1,0 Oom 0,3 0,1
LVd 71,6 21,0 RQo+FFcd 3,8 1,1
LVAd 66,6 19,6 LVAd+GXbd 3,0 0,9
LAd 10,5 3,1 LVAd Plíntico 0,8 0,2
FTd 0,2
0,1 FTd+GXbd 2,3 0,6
FFcd 7,2 2,1 FFcd+AR 2,6 0,7
GXbd
RQg 4,3
10,5 3,1 LVw+LVd 30,5 9,0
1,2 LAd+LVAd 21,5 6,3
RQo 99,7 29,3
Total 339,5 100,0
8. NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Hidromóficos (RQg) ocupa uma
estreita faixa em torno da cabeceira do Córrego Brilhante e no entorno das nascentes até o médio
curso do Córrego Amaral (Figura 3.2). São solos de erodibilidade muito forte, encontram-se em
áreas de declividade média de aproximadamente 5,4%, altitudes que variam de 577 m a 782 m e,
na maioria dos casos, é encontrado sobre rampas de até 500 m. Apresentam moderado a baixo
potencial de escoamento, pertenciam na classificação anterior aos solos denominados de Areia
Quartzosa álica, com horizonte ”A” moderado, fase cerrado, relevo suave ondulado a plano. Na
53
res a 1.000 m, declividade média de 4%, apresentam baixo potencial de escoamento,
ocupam 99,7 k m 29,
nado de
lei Pouco Húmico distrófico, A moderado, textura argilosa, fase mata ciliar + Solo Orgânico
lico, fase mata de Brejo, ambos em relevo plano.
RQo+FFcd: NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos
com PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Concrecionários Distróficos ocupam uma estreita faixa na
margem direita córrego Brilhante em seu médio curso (Figura 3.2). Apresenta de moderado a
baixo potencial de escoamento, encontram-se em altitudes que variam de 526 m a 707 m,
predominam s
textura média muito cascalhenta, fase cerrado, relevo
ondulado. Esta
declividade média em torno de 5,1%, elevado potencial de escoamento, correspondem na
Bacia ocupam apenas 4,3 km², o equivalente a 1,2% da área total (Tabela 3.2). Os Neossolos
Quartzarênicos Hidromórficos apresentam limitação pela textura grosseira e baixa fertilidade.
9. NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS Órticos (RQo) encontram-se
distribuídos por toda BHTAM em amplas faixas que envolvem os drenos principais da bacia e
que vão desde as cabeceiras até a confluência destes (Figura 3.2). São solos de erodibilidade
muito forte, em altitudes entre 444 m a 839 m. Predominam nos locais com rampas com medidas
superio
m² e 3% da bacia (Tabela 3.2). Na classificação anterior eram denominados
de Areia Quartzosa álica, com horizonte “A” moderado, fase cerrado, relevo suave ondulado a
plano, são solos altamente susceptíveis à erosão.
10. ORGANOSSOLOS FÓLICOS Fíbricos (OOm) apresentam elevados
teores de matéria orgânica, são encontrado apenas nas proximidades da nascente do Córrego
Amaral (Figura 3.2), com declividade média em torno de 5,6%, têm presença destacada sobre
rampas com comprimentos inferiores a 200 m, erodibilidade muito fraca, altitude variando de 769
m a 789 m, baixo potencial de escoamento. Ocupa apenas 0,3 km², o equivalente a
aproximadamente 0,1% da área total (Tabela 3.2). Na classificação anterior era denomi
G
á
11. Associação
obre rampas de 200 m a 500 m de comprimento, declives médios em torno de
5,1%, erodibilidade muito forte. Na classificação antiga recebia a denominação Areia Quartzosa
álica, com horizonte “A” moderado, fase cerrado, relevo suave ondulado a plano + Plintossolo
Concrecionário álico, A moderado,
classe de solos ocupa na bacia 1,1% em 3,8 km² (Tabela 3.2).
12. Associação LVAd + GXbd: LATOSSOLOS VERMELHO -
AMARELOS Distróficos com GLEISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos, presente apenas na
região das nascentes do Córrego Amaral (Figura 3.2), aparecem mais sobre rampas com medidas
inferiores a 200 m, apresentam erodibilidade fraca, altitudes variando de 718 m a 824 m,
54
tura argilosa, fase mata ciliar, relevo plano + Latossolo Vermelho Amarelo
distrófico plíntico, A moderado, textura argilosa ata ciliar, relevo suave ondulado + Glei
o, esta categoria de
solos ocupa ap
oderado, textura argilosa + Plintossolo distrófico, A moderado,
textura argilosa, ambos fa
Distróficos EISSOLOS HÁPLICOS Tb Distróficos, ocorrência também
restrita entre às nascentes Córreg
total da BH
825 m, dis sobre rampas com extensão variada, declividade média de 3,5%, médio a
alto potencial de escoam
argilosa + bos fase
campo de murundum e relevo plano.
Distróficos associados a AFLORAMENTO ROCHOSO, ocorrem nas margens esquerda e direita
do Córrego Bri
antiga ao tipo Plintossolo Concrecionário álico, A
moderado, textura média muito cascalhenta, fase cerrado, relevo forte ondulado + Afloramento
rochoso de arenito da Formação Furnas, relevo montanhoso.
16. LVw + LVd: LATOSSOLOS VERMELHOS Ácricos com
LATOSSOLOS VERMELHOS Distróficos, ocorre no setor oeste da bacia, Figura 3.2, numa
classificação anterior aos solos denominados de Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, A
moderado, tex
, fase m
Pouco Húmico, A moderado, textura argilosa, fase mata ciliar, relevo plan
enas 3,0 km² equivalendo a 0,9% da área total da bacia (Tabela 3.2).
13. LVAd Plíntico; LATOSSOLOS VERMELHO AMARELO Distróficos,
sua ocorrência limita-se a pequenas manchas situadas entre as nascentes do Córrego Amaral
(Figura 3.2), ocupam na bacia apenas 0,8 km² ou 0,2% de toda área (Tabela 3.2). Apresentam
erodibilidade fraca, altitude variando de 745 m a 817 m, distribuem-se igualmente sobre rampas
com extensões diferenciadas, tem elevado potencial de escoamento, declividade média de 4,7%,
correspondem na classificação anterior aos solos classificados como Latossolo Vermelho
Amarelo distrófico plíntico, A m
se cerrado e relevo plano.
14. FTd + GXbd; PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Concrecionários
associados com GL
do o Amaral, Figura 3.2, numa área de apenas 2,3 km² (0,6%) do
TAM (Tabela 3.2). Apresentam fraca erodibilidade, altitudes que variam de 740 m a
tribuem-se
ento, correspondem ao Plintossolo distrófico, A moderado, textura
Glei Pouco Húmico distrófico plíntico, A moderado, textura argilosa, am
15. FFcd + (AR): PLINTOSSOLOS PÉTRICOS Concrecionários
lhante pouco antes da confluência com o Córrego Amaral (Figura 3.2). Ocupa 2,6
km² o equivalente a 0,7% (Tabela 3.2). Apresenta altitude entre 420 m a 535 m, aparecem com
mais freqüência sobre rampas que apresentam comprimento de até 500 m, declividade média de
9%, porém há locais que atingi 20%, apresenta fraca erodibilidade, médio a alto potencial de
escoamento, corresponde na classificação
55
ampla área no topo da vertente entre os drenos principais, em rampas longas, acima de 1.000 m,
ocupa 30,5 km² equivalendo a 9% da área (Tabela 3.2). As altitudes variam de 677 m a 823 m,
declividade média de 2,7%, erodibilidade fraca, elevado potencial de escoamento, na
classificação anterior correspondiam aos Latossolo Vermelho Escuro distrófico, A moderado,
textura argilosa a muito argilosa, fase cerrado, relevo plano a suave ondulado (LEd1) e Latossolo
Vermelho Escuro distrófico, A moderado, textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado a
plano.
17. LVAd + LAd: LATOSSOLOS VERMELHO – AMARELOS
Distróficos associado com LATOSSOLOS AMARELOS Distróficos , ocorrem numa faixa no
setor norte da bacia que inicia além da cabeceira do Córrego Brilhante e se estende até o setor
leste da bacia (Figura 3.2), ocupa 21,5 km² ou 6,3% da área total (Tabela 3.2). A declividade
média é de 3,5%, estão em sua maioria, sobrepostos a rampas com comprimentos superiores a
1.000 m, a altitudes varia entre 553m a 849m, erodibilidade fraca, potencial de escoamento
elevado, eram classificados no antigo sistema como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, A
moderado, textura argilosa, fase cerrado, relevo suave ondulado a plano + Latossolo Vermelho
Amarelo distrófico, A moderado, textura média, fase cerrado, relevo suave ondulado.
.3.2 – Caract
ento
de rocha da F
3 erização Geológica
A Carta Geológica da área de estudo foi adaptada de Gonçalves e Schneider (1970)
que verificaram a ocorrência de três unidades geológicas na Região Centro Leste de Mato Grosso:
Formação Cachoeirinha, Formação Furnas e Formação Ponta Grossa, as quais aparecem com
destaque na BHTAM (Figura 3.4).
A Formação Furnas aparece no fundo dos vales numa estreita faixa ao longo dos
principais canais de drenagem. Em áreas mais inclinadas o seu limite litológico ocorre justamente
na transição de relevo inclinado para um relevo mais plano, A Figura 3.5 refere-se ao afloram
ormação Furnas, encontrado no setor leste da BHTAM, nas proximidades do
Córrego Brilhante a poucos quilômetros antes da curva que este faz e segue em direção ao
56
Córrego Amaral. Esta feição ocupa 87,36 km² o equivalente a 25,73% da área total da bacia
(Tabela 3.3).
Figura 3.4 –
s pertence ao Grupo Paraná, é aceita como uma Unidade basal
da borda noroe
mada por sedimentos essencialmente arenosos de
cor avermelhad
Carta Geológica da BHTAM - (Adaptado de Gonçalves e Schneider, 1970).
A Formação Furna
ste da Bacia do Paraná (BARROS et al. 1982). Segundo Gonçalves e Schneider
(1970), possui características semelhantes em toda Região Centro Leste de Mato Grosso, região
onde está inserida a BHTAM. Esta unidade é for
a e esbranquiçada com níveis de conglomerados e siltitos argilosos, destacando-se
bancos com estratificação cruzada. Sua litologia apresenta-se parcialmente silicificadas em alguns
locais, conforme descreve Gonçalves e Schneider (1970) e Barros et al., (1982) está constituída
de:
conglomerado basal, delgado, de cor avermelhada,
esbranquiçada, com seixos angulares de quartzo de até 10 cm de diâmetro e matriz
arenítica grosseira;
57
canalada e friável e;
(GONÇALVES E SCHNEIDER, 1970).
arenito amarelado, médio a grosseiro, grãos subangulures,
pouco argiloso, friável, com níveis conglomeráticos intercalados, estratificação plano-
paralela;
arenito amarelado, fino-médio, bem classificado, grãos
subangulares, pouco argiloso estratificação cruzada a
siltito amarelado, avermelhado, fino-médio, bem classificado,
grãos angulares a subangulares, pouco argiloso, estratificação plano-paralela, friável.
Regionalmente a formação Furnas distribui-se numa faixa N-S que se estende
desde a Chapada dos Guimarães até o extremo sul da área (altura do paralelo 16) ao longo das
bordas norte e noroeste da Bacia do Paraná. A leste aflora na região de Barra do Garças e General
Carneiro e volta a ocorrer nas regiões denominadas Arco de Torixoréu e Domo de Araguainha
Figura 3.5 – Afloramento de rocha da Formação Furnas (Foto do Autor).
58
como transicional por muitos e como
abrupto por ou
la 3.3). Esta Formação
aparece apenas
De acordo com Lacerda Filho (2004), citando Assine (1996), a Formação Furnas é
rica em icnofósseis nas fácies arenosas, sua idade ordoviciana inferior é balizada pela Formação
Ponta Grossa (.Ordoviciano Inferior a Superior).
Em relação à estratigrafia, Gonçalves e Schneider (1970) descrevem que a
Formação Furnas em seu contato inferior é discordante com o embasamento cristalino e o contato
superior com a Formação Ponta Grossa, tem sido descrito
tros. Esses autores ainda verificaram que na região de Mutum e Jaciara e, também,
na região de Barra do Garças o contato é aparentemente transicional passando progressivamente
dos arenitos típicos da formação Furnas para arenitos mais finos da formação Ponta Grossa e que,
no extremo sudoeste, onde está localizada a BHTAM, o contato é relativamente abrupto.
A Formação Ponta Grossa (Grupo Paraná) ocupa apenas 0,9 km² ou o equivalente
a 0,26% da área total da bacia hidrográfica do Alto Tenente Amaral (Tabe
em duas pequenas manchas situadas no extremo leste da Bacia, numa região com
presença de relevos mais movimentados (Figura 3.4).
Tabela 3.3 – Área total em km² e em percentual (%) de ocupação por unidade geológica na BHTAM.
Formação
Área total
(Km²)
Área total
(%)
Ponta Grossa (Dpg) 0,90 0,26
Furnas (D1f) 87,36 25,73
Cachoeirinha (ENch) 251,30 74,01
Total 339,56 100,00
Sobre a ocorrência da Formação Ponta Grossa no Centro Leste de Mato Grosso,
Gonçalves e Schneider (1970) descrevem que esta apresenta sedimentos clásticos finos de cor
original cinza e cinza esverdeada e quando em superfície encontra-se muito alterados por intensa
laterização que
o, argiloso, por vezes arenoso, muito micáceo,
friável, finamente estratificado e;
forma, muitas vezes, espessa capa laterítica e que ocorre constantemente em seu
topo banco de 3 a 4 metros, constituídos de esferulitos ferruginosos de origem epigenética. Os
mesmos autores discorrem que litologicamente esta formação constitui-se de:
folhelhos cinza, cinza esverdeado, micromicáceo, físsil, localmente síltico;
siltito cinza, cinza esverdead
59
arenito cinza esverdeado, esbranquiçado, amarelado, fino-muito fino, bem
c c ão are ang s, ar o e n
e ic iáv
u cer ho (2 esta ação foi m a eg C
Sul, Leste e Nordeste do Estado, é tam on da ad p e r
cont fo ro o e scóp
de o p çalv ch 19 ue m o ro á
uma an ácies de folh silt squ s, i arm la a ,
com intercalação de arenitos finos para folhelhos a s,
a m flu c . Os autores destacaram mbé e
desde Chapada dos Guimarães até o extrem l da área que pesquisaram (paralelo 16), numa
rogressivame
mação predomina na BHTAM
cobrindo 251,3 km
s e Schneider
(1970) propuseram
lassifi ado, gr s angul s e sub ulare muito gilos , micác o, fi amente
stratif ado, fr el.
Seg ndo La da Fil 004), form apead nas R iões entro-
bém c sidera de id e Devoniana or apr senta
eúdo ssilífe (macr micro ico).
Foi stacad or Gon es e S neider ( 70) q na for ação P nta G ssa h
mud ça de f elhos e itos mo eado rregul ente minados e ac mados
cinz escuro laminados, depositados em
mbiente se in ência de orrentes ta m qu esta formação ocorre
o su
faixa que se alarga e ora se estreita por condições estruturais. Em São Vicente (Granito São
Vicente) esta formação aparece truncada pelos sedimentos da formação Botucatu e diminui
p nte sua espessura e desaparece a noroeste de Chapada dos Guimarães.
A Formação Cachoeirinha é de idade Terciária (Neogeno), (BRAUN, 1971, citado
por LACERDA FILHO, 2004), idade admitida pelo fato da existência de depósitos aluvionares
geneticamente associados ao ciclo Sul-Americano. Esta for
² bem distribuídos por todos os seus setores, exceto nos fundos dos vales
(Figura 3.4), ocupa 74,01% de toda área da bacia (Tabela 3.3).
A Formação Cachoeirinha foi anteriormente identificada e caracterizada por
Oliveira e Muhlmann (1965) citados por Lacerda Filho (2004), em um local situado a leste de São
Vicente, Mato Grosso, e a denominarão de Unidade “C”; posteriormente Gonçalve
a esta unidade a denominação de Formação Cachoeirinha, nome de uma
localidade situada a cerca de 30 km ao norte da cidade de Poxoréu nas proximidades da BR-41,
local onde foi encontrado material areno-argiloso inconsolidado, característico desta formação,
argilitos cinza com estratificação incipiente e arenitos com níveis de conglomerados.
A litologia da formação Cachoeirinha é composta de sedimentos inconsolidados,
areno-argilosos, de cor vermelha, parcialmente laterizados. Localmente pode ocorrer arenito
amarelado, médio grosseiro, argiloso, estratificação espessa sugerida por níveis de conglomerado
e argilito cinza esverdeado com grãos de areia esparsos e estratificação incipiente (GONÇALVES
e SCHNEIDER, 1970).
60
níveis topográficos mais elevados formando
extensos chapa
ações subjacentes, incluindo
as rochas do embasamento cristalino.
A caracterização climática será efetuada a partir da análise das variáveis
componentes do balanço hídrico clim
áticas (VIANELLO e ALVES, 1991) e na definição da aptidão agrícola de uma
região (MOTA
corrência de chuvas durante o verão. Vargas e Hungria, (1997) também definem o
clima regional como clima tropical estacional (Aw). Por sua vez, Nimer (1989) caracteriza-o
A distribuição das precipitações pluviométricas na BHTAM revela que o regime
de chuvas é tipicamente tropical. Do ponto de vista sazonal as chuvas ocorrem principalmente no
De acordo com Gonçalves e Schneider (1970), a Formação Cachoeirinha apresenta
espessuras em geral de 20 metros, ocorre nos
dões no Norte, Oeste, Sudeste e na porção central da área que pesquisaram. Ela
tem sua origem nos sedimentos inconsolidados e detritos areno-argilosos preservados numa
superfície de aplainamento de vastas proporções esculpida em clima semi-árido durante uma fase
estável do Terciário; constitui-se assencialmente de sedimentos inconsolidados, areno-argilosos,
vermelhos que se depositaram discordantemente sobre todas as form
3.3.3 – Caracterização Climática
atológico (Tabela 3.4) e do seu extrato (Figura 3.6), uma
vez que o balanço hídrico se constitui num instrumento utilizado para a caracterização, avaliação
e comparação do regime hídrico de uma região, sendo indispensável na caracterização das
condições clim
et al., 1970 e CAMARGO et al., 1974).
A Bacia do rio Tenente Amaral de acordo com a classificação de W. Köeppen
enquadra-se no tipo climático Aw (Clima de savana), tipo predominante da região. Durante o mês
mais frio, em julho, a temperatura média nas imediações da BHTAM é de 21,3 °C, superior aos
18 °C, e a precipitação pluvial anual é de 2017,2mm, maior que a evapotranspiração potencial
anual que é de 1162,1mm. Esses valores conferem ao local a condição de clima tropical chuvoso,
designado pela letra A, conforme a referida classificação (Tabela 3.4).
A letra w é designada em razão da distribuição sazonal da precipitação, no caso da
BHTAM pela o
como clima tropical, quente e subúmido com uma estação chuvosa e outra seca (Aw).
61
verão e reduze
osto.
Tabela 3.4 - Bala
m durante o inverno. De maneira geral, verifica-se que há dois períodos distintos
na área, um chuvoso que vai de setembro a abril e outro seco, de maio a agosto. As precipitações
anuais atingem a casa dos 2.000mm. De maio até agosto reduzem sensivelmente, caracterizando
esse período como o mais seco. Anteriormente Nimer (1989), também verificou que para a região
onde está inserida a BHTAM a duração do período seco estende-se de maio até ag
Segundo Vasconcelos (1998), considerando a tipologia climática proposta por
Thornthwaite & Mather (1957), o local enquadra-se no tipo B
4
rA`a`, clima úmido com pequena
ou nenhuma deficiência de água, megatérmico. Conforme BRASIL (1997), o clima B
4
rA`a` é
encontrado em áreas de altitudes superiores a 600m sendo este o clima mais úmido de toda região
do Alto Pantanal com índice hídrico de 80 a 100 mm, pouca deficiência de água no inverno e
evapotranspiração anual superior a 1140mm.
nço Hídrico Climatológico segundo método de Thornthwaite & Mather (1955) para BHTAM.
T P ETP P-ETP NEG ARM ALT ETR DEF EXC
Meses
°C
mm mm mm AC mm mm mm mm mm
Jan 23,8 306,4 109,0 197,4 0,0 92,0 0,0 109,0 0,0 197,4
Fev 23,8 287,0 100,0 187,1 0,0 92,0 0,0 100,0 0,0 187,1
Mar 23,7 297,7 106,2 191,5 0,0 92,0 0,0 106,2 0,0 191,5
Abr 23,4 173,0 95,4 77,7 0,0 92,0 0,0 95,4 0,0 77,7
Mai 22,1 54,7 80,9 -26,2 -26,2 69,2 -22,8 77,5 3,4 0,0
Jun 21,6 12,0 71,4 -59,4 -85,6 36,3 -32,9 45,0 26,5 0,0
Jul 21,3 14,4 70,6 -56,2 -141
,8 19,7 -16,6 31,0 39,6 0,0
Ago 23,1 22,2 90,4 -68,1 -210,0 9,4 -10,3 32,6 57,8 0,0
Set 24,0 93,8 100,9 -7,1 -217,1 8,7 -0,7 94,5 6,4 0,0
Out 24,4 211,0 113,4 97,6 0,0 92,0 83,3 113,4 0,0 14,3
Nov 24,1 240,1 109,9 130,2 0,0 92,0 0,0 109,9 0,0 130,2
Dez 23,9 304,3 113,6 190,7 0,0 92,0 0,0 113,6 0,0 190,7
TOTAL
2017,2 1162,1 855,1 0,0 1028,4 133,7 988,8
MÉDIA
23,2 97 ± 83 86 11 82
Fonte: Dados de temperatura (T) e precipitações (P) fornecidos pelo setor de produção agrícola da Usina Pantanal e
Instituto Nacional de Meteorologia, 9° Distrito – MT. (NEG AC = negativo acumulado; ALT = alteração; DEF=
déficit hídrico; EXC= excedente hídrico), ETP=evapotranspiração potencial, ETr=evapotranspiração real.
As maiores precipitações ocorrem entre os meses de dezembro e março com
valores próximo de 300 mm mensais. As menores precipitações ocorrem de maio a setembro com
valores inferiores a 100 mm mensais, sendo que os meses de junho, julho e agosto são bastante
secos com precipitação mensal inferior a 25mm (Tabela 3.4).
62
io a setembro) e de 1 ºC durante a estação chuvosa (outubro a
abril). No mês mais frio, em julho, a temperatura média cai para 21,3
º
C; outubro é o mês mais
quente com temperatura média de 24,4 °C (Tabela 3.4). Esse resultado aproxima-se aos valores
creve a possibilidade das temperaturas, em outubro,
atingirem a mé ia de 26 C a 28 C nessa região em função da posição do sol e pela redução na
freqüência de dias com chuvas. O trimestre mais frio corresponde aos meses de maio, junho e
julho. Os meses mais quentes são entre setembro a novembro com elevados índices térmicos. Em
termos médios
tação pluvial. Na BHTAM sua distribuição de
outubro até janeiro apresenta variação de apenas 4,5mm: nos meses de outubro e dezembro a Etp
apresenta os va
enor, esta situação fica evidente nos meses de junho
e julho, quando as precipitações e as temperaturas decrescem acentuadamente e a Etp reduz a
valores próxim
energia solar para proporcionar a evapotranspiração, entretanto reduz sensivelmente, na estação
seca.
Os totais mensais não se distribuem uniformemente durante o período chuvoso,
ocorrendo meses com maior quantidade de chuvas, geralmente durante o verão. A estação
chuvosa inicia-se em meados de setembro e estende-se até abril, acumulando somente nesse
período aproximadamente 1.900 mm (Tabela 3.4). Dezembro, janeiro, fevereiro e março é o
período mais chuvoso na região, podendo chover em média 50% do total anual.
O local apresenta comportamento típico de regiões de baixa latitude, elevadas
temperaturas e pouca variação anual. A amplitude térmica anual aproxima de 3,1 ºC, sendo que
nos meses secos é de 2,4 ºC (ma
apresentados por Nimer (1989), que des
º º
d
, a temperatura, num contexto anual, é de 25° C limitada por valores médios
extremos de temperatura entre 20° C a 32° C.
A evapotranspiração potencial (Etp) é um elemento climatológico fundamental.
Corresponde ao processo inverso ao da precipi
lores mais elevados, na casa dos 113 mm; na época chuvosa a Etp acumulada é de
aproximadamente 850 mm e na época seca 300 mm (Tabela 3.4).
A variabilidade sazonal nas taxas de evapotranspiração está associada ao ciclo
anual das precipitações. A sua distribuição anual é semelhante à distribuição das precipitações e
também das temperaturas apresentando-se mais elevada nos meses em que se verifica maiores
volumes de precipitações e temperaturas mais altas. Nas épocas em que as temperaturas e o
volume de chuvas são mais baixos a Etp é m
os a 70 mm (Tabela 3.4).
Seguindo uma tendência regional, observa-se que a Etp atinge valores máximos
durante o período chuvoso, geralmente de setembro a abril, quando há maior quantidade de
63
tecnologia agrícola aplicada, das propriedades físicas do solo e da
demanda evap
vapotranspiração real (Tabela 3.4).
No período que vai de outubro a abril a demanda atmosférica é plenamente atendida, pois nesses
meses, a distribu
A evapotranspiração real (Etr) é dependente da cultura praticada, do estágio de
desenvolvimento da cultura, da
orativa. A distribuição dos totais mensais de evapotranspiração real representa a
quantidade de água efetivamente utilizada pela plantas. Em outubro, novembro, dezembro e
janeiro praticamente não há diferenças na distribuição da Etr, variando de 109 mm a 113,6 mm.
Também é nesse período que ocorrem as maiores taxas de e
ição sazonal da evapotranspiração real é igual a distribuição sazonal da
evapotranspiração potencial. Nesse mesmo período é também semelhante com a variação das
temperaturas.
250
150
200
-100
-50
0
50
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
mm
100
DEF(-1)
EXC
de maio até o mês de setembro a Etr reduz gradativamente, tornando-se
menor que a Et
de chuvas e da redução da quantidade de água armazenada no solo (Tabela 3.4).
Figura 3.6 – Extrato do balanço hídrico climatológico mensal da BHTAM. (DEF= deficiência hídrica. EXC=
excedente hídrico).
A partir
p, em função da menor quantidade de água disponível no solo. Em setembro com
o retorno das chuvas a Etr apresenta um incremento, entretanto, ainda é insuficiente para igualar-
se a Etp. Em junho, julho e agosto a Etr reduz a taxas inferiores a 50 mm, em virtude da escassez
64
a. Todo o processo de perda de água do solo
ocorre em fun
rnam inferiores à Etp, conseqüentemente, a água
armazenada no solo apresenta reduções. Nesse mês a redução do armazenamento é significativa,
mas ainda há água no solo em quantidade suficiente (superior a 70% da CAD) para o atendimento
das necessidades hídricas das plantas (Tabela 3.4). Praticamente de junho até outubro, quando o
armazenamento apresenta valores inferiores aos 70% da CAD, a necessidade hídrica das plantas
deixa de ser atendida, tornando-se então necessário recorrer ao uso de irrigação para execução das
atividades agrícolas. Somente no mês de outubro, após o retorno das chuvas, o armazenamento de
água no solo começa a aumentar e iguala-se a CAD.
O déficit hídrico (DEF) é obtido pela diferença entre a Etp e a Etr. Sempre que a
Etr for menor que a Etp existirá déficit hídrico, que ocorre em conseqüência da falta de chuvas e
da redução do armazenamento de água no solo. Na BHTAM a estação de deficiência de água
dura aproximadamente cinco meses. Ocorre de maio até setembro, porém em maio é de apenas
3,4mm; em junho e julho, período caracterizado pela retirada da água do solo, há um aumento
gradativo; em agosto a taxa de deficiência hídrica atinge o valor de 57,8mm (Tabela 3.4). Em
setembro, com o retorno das chuvas, o déficit hídrico diminui para 6,4mm. Durante a estação seca
o déficit acumulado é de 133,7 mm e em outubro, quando as precipitações tornam-se mais
elevadas, não há mais deficiência hídrica.
De certa forma esses resultados estão de acordo com Nimer e Brandão (1989) que
afirmam que o período de deficiências hídricas no cerrado, região onde se insere a BHTAM, dura
entre cinco a sete meses.
Quando o solo atinge um nível máximo de estocagem de água qualquer nova
entrada de água no sistema constitui-se em excedentes hídricos (EXC). O período de excedentes
hídricos na bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral inicia em outubro e estende-se até abril
quando reduz em razão do declínio das chuvas (Figura 3.6). Em outubro é de apenas 14,3 mm e
nesse mês toda chuva que cai contribui para a reposição de água no solo; de dezembro até março
o excedente hídrico mensal é superior a 190mm e nesse período é gerado aproximadamente
O conteúdo de água no solo constitui-se num dos principais fatores dos processos
de transferência no sistema solo-planta-atmosfer
ção da quantidade de água armazenada nele. A distribuição mensal da água
armazenada no solo de outubro a abril não apresenta diferenças. Durante esses meses, a água
disponível às culturas atinge o seu valor máximo de 92 mm, ou seja, o armazenamento nesse
período é igual à capacidade de água disponível ou CAD (Tabela 3.4).
Em maio as precipitações se to
65
988 ídricos, caracterizando-o maiores excedentes ou
período das águas (Tabela 3.4).
3.4 – Caracteriz Geomorfológica
efetuadas nas cartas por pecíficos do software
Idrisi® aferiram al da bacia é de 339 etro alcança 75,5 km; o
com o é de 30,6 km e do córrego Brilhante 26,8 km; todos os
seg m e o compri a bacia m do em nha reta é
de 23,4 K
do t drenos
verif - o ística
tamb observada por Ross (2003) para os can
uo d ap em apresenta cana drão subdendrítico e vales
r . e de 437 m, a densidade dos rios é 0,06 rios por Km², enquanto a
s d d baixa (0,45 entemente, nesta bacia
r á s águas das chuv oricamente traz menores
o e erosão.
Confo m e Strahler (1952), cita letti (1980), a
rarquia fluvial dos cursos a classificam os dois principais drenos desta bacia com e
ordem e na junção desses canais originam um canal de quarta ordem. O padrão de
na bacia é subdendrítico com vales em “V“ abertos ou nos, padrão tí
olvido sobre rochas de sistência uniforme, ou em estrut e entares horizontais
OFOLETTI, 1980).
Neste estudo o relevo foi classi com base nos principais fatores de sua
ese, sendo considerado como relevo denudacional (D) em superfícies de aplanam
da e em superfícies de dissecação estrut os quais foram detalhados quanto ao n l
grau de dissecação (Ta 3.5).
,8mm de excedentes h como o período de
ação
Medições
meio de comandos es
que a área tot
córrego Amar
nais somam 15
,56
ment
Km² e seu perím
o maior d
prim
ment
ento d
os dos ca
al
3,8 k
odelo Digital de
is canais apresen
edi
Terreno (ANEXO A1) con
preferencial de NE para SW
ais de drenagem dessa região. O índice de
li
endo os
, caracter
m.
No M
se que os do
Elevação
tam direçãica
ém
sin
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terc
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(CH
gên
pe
tax
si
tos
ida
ogr
ade
O d
e
fica a
onta que a drenag
ível altimétrico é
drenagem é muito
xa de infiltração da
is m
Km/
as é
uito retos, pa
Km²), conseqü
grande, o que te
sn
e
ta
s d
rme o étodo d
d´águ
do por Christofo
o d
pico
ento
íve
eira
nagem
env
mesm
uras s
o
dim
pla
re
RIST
ficado
dip
on
lana
ômico, a gênese e o
ural,
bela
66
Em um terceiro compartimento a BHTAM apresenta um sistema de superfície de
aplanamento
ente (Tabela 3.1). As declividades
são baixas, infe
OS, nas imediações dos drenos PLINTOSSOLOS e
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS.
O conjunto de formas é sustentado principalmente por rochas das Formações Ponta
Grossa, Furnas e sedimentos do Terciário. Os estudos geomorfológicos, além dos aspectos
relativos à morfodinâmica do relevo, objetivam também definir a compartimentação das suas
unidades, identificando, classificando e caracterizando os diferentes padrões de formas nelas
encontradas.
A BHTAM está inserida em duas grandes unidades do relevo: Bacia do Paraná
que é a Unidade Morfoestrutural ou primeiro compartimento do relevo, que por sua vez abriga o
segundo compartimento, nomeado de Chapada e Planalto dos Guimarães, que corresponde à
Unidade Morfoescultural ou ao subcompartimento do relevo regional.
com suave dissecação o qual apresenta maior extensão na bacia. Este
subcompartimento ocupa as porções norte, central, sul e sudoeste da bacia; apresenta topos
planos a tabulares, vertentes longas e retilíneas e em alguns locais são levemente convexas. O
padrão de forma dominante nesses compartimentos das porções norte, central, sul e sudoeste da
bacia, é o que indica interflúvios com dimensão acima de 900 m e entalhe dos vales fluviais
inferiores a 40m e entre 40m a 80m (Dt11 e Dt21) respectivam
riores a 6%, porém nas proximidades dos drenos pode chegar a 12% (Tabela 3.5).
Ainda no terceiro compartimento do relevo, encontra-se na BHTAM o sistema de superfícies de
dissecação estrutural com fraco aprofundamento das incisões (Dc11) inferior a 40m (Tabela 3.1).
Este ocorre em manchas isoladas na porção oeste da bacia, ocupando as cotas topográficas de 400
a 600 m, na margem esquerda do Córrego Brilhante quando este se curva em direção ao córrego
Amaral (Tabela 3.5).
A BHTAM apresenta interflúvios amplos com índices de dissecação Dc11, Dt11 e
Dt21. Essas formas apresentam dimensão interfluvial acima de 900 m com entalhe dos vales
fluviais abaixo de 80 m. Trata-se de superfície amplas com topos convexos a planos. As vertentes
são compostas por segmentos retilíneos e convexos, são simétricas e contínuas. O padrão de
drenagem neste setor também é subdendrítico.
A mineralogia dos solos com maior incidência na BHTAM é basicamente
formada por um material argilo-arenoso a argiloso e também por sedimentos arenosos e siltitos
arenosos inconsolidados, proporcionaram o desenvolvimento de solos espessos no local com
predominância para os LATOSSOL
T
T
abela 3.5 – Resumo esquemático do ordenamento geomorfológico na BHTAM.
DOMÍNIO
MORFOES-
RUTURAL
UNIDADE
MORFOES-
CULTURAL
SISTEMAS DE
RELEVO
MODELADO MORFOMÉTRIA MORFOGRAFIA
GEOLOGIA/LI-
TOLOGIA
FORMAÇÕES
SUPERFICIAIS
PEDOLOGIA
DINÂMICA
SUPERFICIAL
Padrões em
Colinas
(DENUDAÇÃO)
‘D’
(MODELADO
DE APLANA-
MENTO)
Formas Tabulares
em topos planos e
levemente
convexizados
Altitudes de 500 a
820m
Declividades < 6%
Índice de dissecação é
Dt11 dimensão
interfluvial >900m e
entalhe dos vales menor
de 40m e Dt21 o que
indica dimensão
interflúvial >900m e
entalhe dos vales entre
40 a 80m.
Topos planos e vertentes
longas, Superfície > 1km
subnivelada retas e
ligeiramente convexas,
que formam rampas
extensas.
Segmentos de topos
tabulares, levemente
convexizados. Formas
ligeiramente convexas
nos seguimentos
inferiores e
intermediários das
vertentes
Vales amplos e erosivos
com canais de terceira
ordem. Baixa densidade
de drenagem (0,5
km/km).
Formação
Cachoeirinha e
Furnas no fundo dos
vales.
Sedimentos argilisos
inconsolidados –
arenitos finos e
médios e siltitos –
sedimentos arenosos
e siltito arenosos
inconsolidados
Regolito areno-
argiloso argiloso,
Material
pedogenizado/co-
bertura detrítica
indiferenciada com
laterita pisolítica.
Areias Quartzosas,
Latossolos
Vermelho-
Amarelos
Distróficos,
Latossolos
Vermelho Escuros
Distróficos e
Gleissolos
Haplicos
Processos erosivos
de baixa intensidade
e freqüência.
Escoamento difuso,
Voçorocas e ravinas
localizadas
Assoreamento de
pequenos canais.
Bacia do
Paraná
Planalto e
Chapada dos
Guimarães
Padrões em Formas
Colinosas e de
Morros
(DISSECAÇÃO)
‘D’
(MODELADO
DE
DISSECAÇÃO)
Formas Colinosas
com topos
convexos e
Patamares
escalonados
Altitudes 400 - 600
Declividades 8% a 20%
Índices, Dc11. Essa
forma apresenta
dimensão interfluvial
média acima de 900m
com fraco entalhamento
dos canais fluviais < 30
m em média.
Superfície de colinas
com topos convexos a
planos com rupturas
positivas sutis nas
passagens para as
vertentes. Estas, são
compostas por segmentos
retilíneos e convexos, são
simétricas e contínuas.
Formas em patamares
escalonados
condicionado por
falhamento de direção N-
S.
Topos tabulares e
convexos. Baixa
densidade de drenagem
(0,5 km/km).
Formações Furnas e
Ponta Grossa,/
Arenitos finos e
médios – siltitos,
arenitos finos e
folhelhos.
A cobertura
superficial para essas
formas indicam
manto de alteração
profundo, de
constituição arenosa a
areno-argilosa em
função da rápida
desagregação das
rochas do substrato.
Areias Quartzosas
e Plintosolos
Concrecionários e
Latossolos
Vermelho
Amarelos
Processos erosivos
ocorrem
restritamente, mais
em função da franca
constituição dos
materiais
superficiais,
prevalece a erosão
laminar.
onte: Vasconcelos (1998) e Ross e Santos (1982).
67
F
68
Nos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS nota-se a ocorrência de diferentes
da Figura 3.7. Nos LATOSSOLOS
percebem-se algumas erosões em ravinas nas áreas com intensa atividade antrópica, mesmo
naqueles locais mais elevados e de materiais superficiais com constituição argilosa. Os processos
erosivos em sulcos com possibilidades de evolução para voçorocas ocorrem principalmente nas
áreas de maio
reqüência nas proximidades das cabeceiras dos
córregos, locais onde os materiais superficiais são constituídos por sedimentos arenosos e siltitos
arenosos inco esses processos erosivos
resultaram mu ado e do mau uso do solo do que pela
natureza dos m e
HTAM processos erosivos
com baixa intensidade e freqüência, devido ao predomínio de escoamento difuso e taxa de
infiltração alta. En ição arenosa dos materiais
superficiais e ais podem levar à ocorrência de
processos eros o for
realizado adotando-se p
na maioria da bacia oferecem
condições topográficas ideais para a utilização de máquinas na produção agrícola. Se por um lado
essa característ ro lado
ela trás consig o redução da capacidade produtiva dos solos pela
diminuição da s impactos ambientais.
sa dos materiais que
compõem esses sistemas na bacia, combinado ao manejo inadequado do solo pode carrear
grandes quantidades de sedim ento dos cursos d´águas
que correm em
processos erosivos, inclusive erosão em forma de voçorocas nas proximidades da cabeceira do
Córrego Brilhante conforme consta nas ilustrações
r declividade e nas estradas projetadas de forma inadequadas que cortam os
talhões, que em geral são mal cuidadas, sem as lombadas e outras obras que permitam a
contenção do escoamento superficial e principalmente aquelas situadas em locais com solos da
classe PLINTOSSOLOS (Figura 3.8).
A presença desses processos erosivos, sejam eles difusos, em sulcos ou voçorocas,
têm sua ocorrência com mais intensidade e f
nsolidados e declives mais acentuados. Entretanto,
ito mais em razão do manejo inadequ
at riais que deram origem aos solos da bacia.
Pela dinâmica superficial são mais esperados para a B
tretanto a extensão das rampas, a constitu
o elevado potencial erosivo das chuvas loc
ivos e assoreamentos de canais, principalmente, quando o uso do solo nã
ráticas conservacionistas de caráter mecânico, edáfico ou vegetativas.
Os sistemas e as formas de relevo encontradas
ica permite obter mais rendimentos na atividade agrícola, entretanto por out
o com o passar do temp
fertilidade, além de sério
Além da topografia predominante a constituição areno
entos e, assim, contribuir para o assoream
direção ao Pantanal.
69
Figura 3.7 – Voçorocas em área próxima a cabeceira do Córrego Brilhante, em local de ocorrência de NEOSSOLOS
QUARTZAR ÊNICOS (Fonte: Google Earth).
70
Figura
cobert
3.8 - Ero provocada pelo escoamento al nas adas que cortam em
as por PLINTOSSOLOS (Fotos do Autor).
são em sulcos superfici estr os talhões áreas
71
– Caracterização da vegetação e do uso do solo
A Bacia Hidrográfica do Tenente Amaral encontra-se em área de domínio do
, porém estão representados no local remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual.
racterísticas favoráveis a exploração agropec a a maior parte das form
s naturais foram retiradas e deram lugar a uma baixa diversidade de cultivos agríco
O Inventário Florestal da Vegetação Natural b mo o mapa de vegetação
etuados por Vasconcelos et al., (1999) classificou ou as seguintes tipologias de
ão remanescentes na BHTAM:
rmações Savânicas (Cerrado):
stada / Cerradão (Sf);
Savana Arborizada / Cerrado stricto sensu (As);
Savana Parque com ilhas de Savana Florestada (SpSf);
Formações Florestadas
Floresta Estacional Semidecidual com floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Fse)
Floresta Hidrófila (Fh)
Vegetação Secundária:
Floresta Estacional Semidecidual secundária(VsFse);
Savana Florestada secundária (VsSf);
Savana Arborizada secundária (VsSa);
Savana Gramíneo-Lenhosa secundária (VsSg);
Savana Parque secundária (VsSp)
3.5
Cerrado
Em razão das ca uári ações
vegetai las.
em co e uso
atual ef e delimit
vegetaç
Fo
Savana Flore
Savana gramíneo-Lenhosa /Campo úmido (Sg);
Savana gramíneo-Lenhosa com Buritis (Sgv);
Savana Parque /Campo murunduns (Sp);
Savana Parque com ilhas de floresta estacional Semidecidual (SpFse);
72
Reflorestamento
Eucalipto
Entre várias espécies arbustivas e arbóreas típicas do cerrado são encontrados na
Bacia: o pequi (Caryocar brasiliensse Camb.), a lixeira (Curatella americana L.), a paineira
(Eriotheca gracilipes (Schum.) Robyns), o cumbaru (Dipteryx alata Vogel), o ipê (Tabebuia
ochracea (Cham.) Standl), o angelim (Vatairea macrocarpa Duck), Angico branco (Acácia
paniculata Wild.), etc..
Identificar as formas de uso da terra é fundamental para o planejamento das
atividades em microbacias. O uso do solo de forma inadequado é um fator agravante da
degradação ambiental e provocador de desequilíbrios ecológicos. A Carta de vegetação e uso
atual dos solos é imprescindível em todo projeto de levantamento e monitoramento ambiental,
pois fornece informações que permitem planejar ações para a gestão correta dos recursos naturais.
Acompanhar as mudanças do uso do solo tem grande importância no entendimento das alterações
de aspectos sócio-econômicos e ambientais de determinadas áreas.
A ‘Carta de vegetação e uso atual dos solos’ permite verificar a distribuição
espacial dos diferentes usos encontrados na BHTAM. O plantio da cana-de-açucar, cultivos
anuais e pastagens apresentam ampla maioria em relação às demais formas de usos verificadas no
local (Figura 3.9).
Na BHTAM, as atividades antrópicas mostram-se bastante acentuadas, apenas
16,51% encontra-se ocupada com vegetação natural, sendo que dessas 2,59% são áreas com
vegetações secundárias e 4,85% com floresta estacional semidecidual e floresta hidrófila (Fse e
Fh) e o restante com as diferentes fisionomias de cerrado (Tabela 3.6).
As formações naturais estão distribuídas principalmente em locais de declividade
mais acentuadas, ao longo das margens dos córregos ou em forma de fragmentos florestais sem
conectividade, o que vem comprometendo e colocando em risco a sobrevivência das poucas
espécies da fauna que restaram (Figura 3.10). A fragmentação florestal produz efeitos nocivos à
biodiversidade devido às alterações bióticas e abióticas nas comunidades e ecossistemas
(BENEDETTI e ZANI FILHO, 1993) e interfere na qualidade e quantidade dos habitats, no
movimento das espécies e no seu tamanho populacional (PIRES; PIRES; SANTOS, 2004).
73
Figura 3.9 – Carta de vegetação e uso atual dos solos da BHTAM - Adaptado de Vasconcelos et al. (1999).
74
de uso trazem consigo efeitos
danosos ao am
taxas de infiltração de água no solo;
eutrofização dos corpos d’água; perda de nutrientes e liberação de CO2 para atmosfera pelas
queimadas.
A retirada da cobertura vegetal natural para a implantação de cultivos agrícolas
tem gerado graves impactos ambientais e colocado em risco a sustentabilidade ecológica da
BHTAM. Além de conseqüências sociais a alteração nas formas
biente, entre esses: destruição de habitats naturais; diminuição da biodiversidade;
destruição da fauna nativa; proliferação de pragas e doênças; contaminação do solo, da água, dos
alimentos e dos animais por agrotóxicos; assoreamento de corpos d’água; perda da camada fértil
do solo e alteração da paisagem por erosão; diminuição das
Tabela 3.6 – Área ocupada em km² e em percentual (%) por forma de uso na BHTAM.
Uso Atual
Área Ocupada
(km²)
Área ocupada
(%)
Fse 16,16 4,76
Fh 0,31 0,09
Sf
As 11,33
1,83 0,54
0,66
SpFse
0,2 0,06
2,46
sSg 0,11 0,03
0,04
ana 109,12 32,13
0,08
0,11 0,03
oçorocas 0,14 0,05
109,18 32,16
astagens 64,16 18,90
4,11 1,21
3,34
Sg 5,45 1,6
Sgv
Sp 2,25
4,58 1,35
SpSf 1,25 0,37
VsFse 0,23 0,06
Corpos d’água
VsSa 8,35
V
VsSp 0,15
C
Coco 0,26
Usina
V
Cultivos anuais
P
Reflorestamento (Eucalipto) 0,28 0,08
Total 339,56 100,00
Por questões de manejo e técni
ca agrícola utilizada muitas vezes as áreas com
ulturas anuais e cultura de cana expõem o solo a ação das águas das chuvas durante o período de
ando essas
reas a menor propensão aos processos erosivos que as demais formas de uso antrópico verificada
na bacia.
c
seu preparo para o plantio. As pastagens por sua vez, quando aplicado o manejo adequado,
cobrem o solo durante todo ano, e assim, reduzem a velocidade das enxurradas, lev
á
75
F
(B
igura 3.10 – Remanescente de Floresta Estacional Semidecidual (A) e Savana Arborizada - Cerrado stricto sensu
) (Fotos do Autor).
76
s nativas ocupam
,08%, totalizando 0,42 km². A área das instalações da Usina de cana compreende 0,11 km² ou
o de máquinas agrícolas,
nquanto a pecuária é desenvolvida nos locais mais inclinados nas proximidades das fontes de
Percebe-se que a cada ano as áreas usadas com culturas anuais e pastagens vêm
r que sejam efetuados estudos complentares.
NCLUSÕES
A BHTAM apresenta padrão de drenagem subdendrítico densidade de drenagem
pida.
Os solos classificados como LATOSSOLOS em relevo suave são os que
Os resultados mostrados no balanço hídrico da BHTAM, servem para caracterizar
finitiva, é necessário ampliar a série histórica dos dados de chuvas e
mperatura.
mperatura 23,2 °C.
As voçorocas existentes são encontradas, principalmente nas cabeceiras dos
órregos ocupam 0,05% e a área de reflorestamento com Eucalipto e espéciec
0
apenas 0,03% da BHTAM.
As áreas com cultivos anuais encontram-se distribuídas, principalmente, sobre os
LATOSSOLOS em locais mais planos o que permite o uso intensiv
e
água e das formações vegetais naturais das áreas de proteção permanente (APP) propiciando a
ocupação irregular dessas áreas de forma gradativa ao longo do tempo, tornando-se quase que
imperceptível aos olhos dos órgãos ambientais.
cedendo espaço para o cultivo da cana-de-açucar, porém avaliação quantitativa dessa mudança
reque
3.4 - CO
muito baixa (0,5 km/km²) indicando que a infiltração das águas das chuvas é rá
predominam na BHTAM em aproximadamente 60% da área total, enquanto os NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS ocupam aproximadamente 30% da área, portanto, são as áreas que devem
possuir maiores cuidados na utilização da terra e planejamento conservacionista.
o clima local e confirmam a classificação do clima regional como do tipo Aw, porém, para que
esta confirmação seja de
te
A média anual das chuvas atinge 2017 mm, da evapotranspiração 1162 mm e da
te
77
inam no local cobrindo 74% da área da
acia são materiais mais sujeitos a
erosão que originam voçorocas.
om topos convexos e Patamares escalonados. Predomina áreas com declives plano e suave (<
atural e, apresenta elevado percentual de uso antrópico, 83,49 % da sua área encontram-se
e de espécies de cultivos reduz a
uantidade de inimigos naturais e pode colocar em risco a sustentabilidade ecológica da BHTAM.
o local para promover maior controle dos processos erosivos e desta forma reduzir a degradação
O uso das ferramentas de Sensoriamento Remoto e SIG mostraram-se apropriados
CSELRAD, H. Externalidade ambiental e sociedade capitalista. In: Cavalcanti, C. (Org,)
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Os sedimentos inconsolidados areno-argilosos, de baixa coesão entre as partículas,
e origem Terciária da formação Cachoeirinha predomd
b
O relevo da área apresenta modelado de aplanamento em formas tabulares em
topos planos e levemente convexizados e modelado de dissecação em formas colinosas amplas
c
5%) exigindo práticas simples de conservação dos solos.
Na BHTAM, apenas 16,51% da área total apresenta-se ocupada com vegetação
n
exploradas com culturas anuais, cana, pastagens e outras formas de uso; essa grande quantidade
de áreas destinadas a exploração agrícola com baixa diversidad
q
É necessário a implementação de programas que visem a readequação das estradas
n
ambiental na BHTAM.
para esse trabalho, produzindo mapas e informações necessários à compreensão de fenômenos
sócio-ambientais na BHTAM.
.5 - REFERÊNCIAS
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82
CAPÍTULO 4
4.1 - INTRODUÇÃO
A erosão é um processo natur s nutrientes de um
determinado sistema. A erosão é continuamente realizada pela natureza por meio da força dos
ventos e do movimento da águas. Entretanto, q nas,
retira do ambiente os elementos essenciais ção. Os
nutrientes percorrem caminhos cí icos e são c res produtores
antes que se percam nos sed a atmo de água
subterrâneos. Quaisquer mudanças nos ciclos ssistemas.
A erosão é um processo natura , deslocamento e deposição de
partículas de solos; é causada ente p ento (Schafer et al., 2001).
Ocorre em eas de ocupação agrícola, porém, m vegetação natural
não estão livres da erosão. A erosão hídrica é bardi Neto (2005)
como a mais séria causa do depauperamento a
solos que ocorre com mais freqüência.
A erosão que ocorre naturalmente é parte da evolução do relevo do planeta, porém
a sobre o atural p processos
eio
ento geológico, os fatores climáticos, a topografia
e a cobertura d
que a erosão é a principal maneira de degradação das terras cultiváveis.
- SUSCETIBILIDADE E POTENCIAL À EROSÃO NA MICROBACIA DO
RIO TENENTE AMARAL - JACIARA, MATO GROSSO, BRASIL.
al que interfere nos ciclos do
uando ela é acelerada pelas atividades huma
ao seu processo normal de realimenta
cl onstantemente reutilizados pelos se
imentos, n sfera, nas águas corrente ou nos lençóis
podem causar desequilíbrios nos eco
l de desagregação
principalm ela ação da água e do v
ár as áreas urbanas e aquelas co
considerada por Bertoni e Lom
celerado dos solos e como a forma de perdas de
intervenção humana meio n romove alterações que intensificam os
erosivos. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (2005) e Salomão (1999) as características do m
físico que mais interferem, tornando os solos menos ou mais suscetíveis à erosão, são: as
propriedades intrínsecas dos solos, o embasam
o terreno.
Entre as diferentes formas de erosão, a hídrica é a de maior ocorrência é também
responsável pela degradação de grande parte dos solos no Mundo. Machado e Vettorazzi (2003)
afirmam
O problema da erosão dos solos no Brasil é proveniente de uma combinação de
fatores tanto sócio-econômicos quanto físicos. A erodibilidade dos solos, a declividade, as formas
83
das
chuvas numa á
e A; diminuição
O intenso uso agrícola desagrega a estrutura do solo, fragiliza-o e torna-o mais
suscetível à dade pecuária o trâ
sua impermeabiliz ão e a ação das águas d uvas que escorrem nesses locais prom a
formação de sulcos que intensificam a erosã
o Grosso a ocupação de novas ár Cerrado a expa a
pecuária, dos cultivos da soja, da cana e do al ão, está lev à ocupaç solos ar os
sem considerar a sua aptidão natural. Em ger es solos apresentam lim entre as quais,
elevada acidez, baixa fertilidade e suscetib erosão
tensidade das a à e e a e
ios de planejamento, utilizando práticas de uso e
parcelamento d
caracterizam o cos,
uma série de te s de prevenção e combate à erosão que auxiliam na mitigação de impactos
ambientais cau
do relevo, a erosividade das chuvas, a cobertura vegetal, o manejo adotado e as práticas
conservacionistas utilizadas determinam e condicionam os processos de erosão pela água
rea específica.
Nos últimos anos, as regiões atingidas por erosão vêm aumentando e a principal
causa da erosão e das perdas de solos férteis é a utilização de forma inadequada dos solos
(BERTONI E LOMBARDI NETO, 2005). Os agricultores em geral utilizam técnicas e manejos
que alteram as suas propriedades. Essas modificações aceleram os processos erosivos, causam a
perda da fertilidade dos solos e o assoreamento dos corpos d’água, trazendo como conseqüências:
redução da capacidade produtiva dos solos, principalmente pela perda do horizont
no potencial hidráulico e queda na disponibilidade de água para o abastecimento da população.
erosão. Na ativi nsito contínuo do gado compacta o solo e facilita a
as ch ovem
o.
Em Mat eas de para nsão d
god ando ão de enos
al, ess it s,açõe
ilidade à .
A elevada in chuvas aliad existência d solos frágeis o tipo d
manejo adotado intensificam os processos de erosão hídrica no Estado. Vasconcelos (1998)
destaca que a ocupação desordenada e sem critér
o solo inadequados e ineficientes, produzem cenários de degradação observáveis
na paisagem geográfica de Mato Grosso.
Nesse contexto está inserida a bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral, com
solos em sua maioria de textura arenosa, intensa atividade agrícola com baixa diversidade de
cultivos e alguns processos erosivos difusos e em forma de voçorocas.
Na intenção de compreender e solucionar os problemas de erosão e perda da
fertilidade dos solos, assoreamento e poluição dos cursos d'água, têm-se realizado pesquisas que
s aspectos técni econômicos e ambientais que propiciaram o surgimento de
cnologia
sados pela ação antrópica, porém, esses resultados ainda não são suficientes.
84
réscimos de dados técnico-científicos
que levem ao e identificação dos riscos ambientais, busca-
se neste trabalho, com o uso de técnicas de geoprocessamento, produzir cartas temáticas que
caracterizam o m
ais adequadas
para a área estudada.
4.2 - METOD
Segundo essa metodologia, conforme mostra a Figura 4.1, por meio da integração
e análise de fa
atual do solo obtém-se a carta
de potencial à
Assim, visando contribuir com estudos e ac
ntendimento dos processos erosivos e a
eio físico, estimam a suscetibilidade e o potencial à erosão laminar em parte da
bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM) em Jaciara – MT. Essas cartas poderão
servir de subsídio ao planejam itorial e à escolha de práticas agrícolas mento terr
OLOGIA
Segundo Veneziani et al. (1998), existem vários critérios que podem ser usados
para a definição do potencial erosivo de uma região. Neste trabalho opta-se por determinar a
suscetibilidade e o potencial à erosão laminar na BHTAM, seguindo o roteiro metodológico
apresentado por Salomão (1999).
tores determinantes (erodibilidade e declividade) e de fatores complementares
(erosividade e comprimento das encostas), pode-se determinar e mapear a suscetibilidade à
erosão laminar das áreas ocupadas com fins agrícolas. Com o cruzamento matricial da carta de
suscetibilidade à erosão com a carta de classes de uso e ocupação
erosão laminar.
Figura 4.1 – E
erosão laminar - F
squema metodológico para definição das classes de suscetibilidade à erosão laminar e potencial a
onte: Salomão (1999).
85
E
GLEISSOLOS
A confecção da carta de erodibilidade, usada neste trabalho, foi efetuada por meio
de operação de reclassificação do mapa pedológico, associando as classes de solos NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS; PLINTOSSOLOS; LATOSSOLOS; ORGANOSSOLOS
às classes de erodibilidade Muito Forte; Moderada; Fraca e Muito Fraca, as quais
consideram os respectivos índices relativos de erodibilidade de cada solo, conforme e indicado na
Tabela 4.1.
A carta de declividades foi elaborada a partir do DEM (ANEXO A1). Os
intervalos de declives adotados foram de 0 a 6%, 6 a 12%, 12 a 20% e acima de 20%.
Tabela 4.1 - Classes de erodibilidade relativa das unidades pedológicas.
Classes de
Erodibilidade
Índices relativos de
Erodibilidade
Unidades Pedológicas*
1
(MUITO FORTE)
10,0 a 8,1
Cambissolos,
Solos Litólicos,
Podzólicos abruptos, textura arenosa/m
Areias Quartzosas.
édia.
CHERNOSSOLOS,
ARGISS OS abruptos textura aren a
média/
NEOSS QUAR NICOS.
CAMBISSOLOS,
NEOSSOLOS LITÓLICOS,
ESPODOSSOLOS,
OL de os
argilosa e
O OS
L TZ ÊAR
2
(FORTE)
8,0 a 6,1
Podzólicos não abruptos, textura
média/ a e textur ia.
ARGIS S não ab de textura
média/argilosa, e de textura média.
ar osgil a d mé
SOLO ruptos
3
(MODERADA)
6,0 a 4,1
Podzólicos de textura argilosa.
ARGIS S,
PLANO
S OOL
SSOLOS,
PLINTOSSOLOS**
4
(FRACA)
4,0 a 2,1
Terra Roxa estruturada
LATOSSOLOS de textura média
LATOSSOLOS de textura argilosa
NITOSSOLOS
Latossolo de textura média
Latossolo de textura argilosa
5
(MUITO FR
Solos Hidromórficos em relevo plano
GLEISSOLOS e
ACA)
2,1 a 0
ORGANOSSOLOS em relevo plano
Fonte: Salomão (1999) e Fonseca Neto, Salomão e Castro Júnior (2002).
* As unidades pedológicas descritas em letras maiúsculas referem-se à nomenclatura dada pela classificação da
EMBRAPA (1999) e em letras minúsculas referem-se à Classificação de Camargo (1987).
** Classificação dada com base em BRASIL (1997).
86
nominadas nos Sistemas
de Informação
e cinco novas classes de
suscetibilidade
eio desse procedimento foi possível identificar e corrigir inconsistências
nessas cartas
Para elaborar a carta preliminar de suscetibilidade à erosão laminar, as cartas de
declividade e erodibilidade foram integradas por meio de operações, de
Geográficas (SIGs), de superposição e reclassificação de planos de informação
(PIs).
De acordo com Salomão (1999), das diferentes possibilidades de relacionamentos
entre quatro classes de declive e cinco classes de erodibilidade obtêm-s
à erosão: Extremamente Suscetível (ES); Muito Suscetível (MS); Moderadamente
Suscetível (MDS); Pouco Suscetível (PS) e Pouco a Não Suscetível (PNS) (Tabela 4.2).
Para a confecção da carta final de suscetibilidade à erosão laminar, foram feitos
diversos levantamentos de campo (verificação da textura do solo, da inclinação e comprimento
das rampas, etc.), para comparar se os resultados das cartas eram realmente compatíveis com a
realidade do local. Por m
. Posteriormente, foi realizada a superposição da carta preliminar de suscetibilidade à
erosão com as cartas de erosividade e de comprimento de rampas para, assim, delimitar
definitivamente a área de abrangência das classes de suscetibilidade à erosão.
TABELA 4.2 - Critério de definição das classes de suscetibilidade à erosão laminar por meio da relação erodibilidade
X declividade.
Declividade (%)
Erodibilidade
(adimensional)
I
>20
II
12 a 20
III
6 a 12
IV
< 6
1
(Muito Forte)
I
(ES)
I
(ES)
II
(MS)
II
(MS)
2
(Forte)
I
(ES)
II
(MS)
II
(MS)
II
(MS)
xiste Não existe Não existe
V
(PNS)
3
(Moderada)
II
(MS)
III
(MDS)
III
(MDS)
IV
(PS)
4
(Fraca)
III
(MDS)
IV
(PS)
IV
(PS)
V
(PNS)
5
(Muito Fraca)
Não e
ES= extremamente suscetível; MS = muito suscetível; MDS = moderadamente suscetível; PS = pouco suscetível;
PNS = pouco a não suscetível. (Fonte: Salomão, 1999)
.
O comprimento de rampa (L) para a BHTAM obteve-se a aplicação da
do des Rocha et. al. (1997). Ess todologia requer qu jam a s
açõ u cart âng d çã s r
e de d ivi e em (a) na e da ça de itu
com
e se
ampas e
meto
DEM inform
logia crita
es q
em
e co
a me
ulo
extr
m re
ída
lação ao
do
mpo uma a do e orienta o da
nort , dados ecl dad média graus s rampas dados diferen alt de em
87
metr da r a terio ssas rm ões foram a na 4
Segu p ore a dolo a a carta fina pre nta os pol onos com a ram as
seus respectivos valores de pixel repr ndo os p e s de ra
L H n (4.1)
onde:
L = com i t de r (m)
DH = diferença de altitude na ramp )
a ngu m i pa (graus)
A ac d chuva sar ero em m rea sem ção - e ivi d
foi d da un eto 05 e
espacializados usando método de m nim cu atu
R = 67,355 (r/P .
Onde:
R = Erosividade
r = Precipitação média mensal (mm
P ec édia anual (mm).
Os ado de iais ce r fecção da carta de
foram bti o eteorológica do Institu a onal de Me oro ogia
. T fo u o t eto
tanal (Grupo Nahun), em sua unidade localizada na área
os em ca amp (DH). Pos rmente e info plicadas equ ão .1.
ndo os pro osit s d meto gi l a se íg s p e
esenta com rim nto mpas.
= D /se a
pr men o ampa
a (m
= a lo éd a da ram
cap ida e da de cau são u a á prote ros da e -
etermina seg do a equação 4.2 proposta por Bertoni e Lombardi N (20 ) os
resultados foram í a rv ra.
0,85
) (4 2)
da chuva;
);
=Pr ipit ão m
d s precipitações pluv ne ssá ios para a con
erosi
(INMET), instalada próximo do local da pesquisa
vidade o dos junt à estação m to N
sad
ci te l
am m ram s dados ob idos no s r
de produção agropecuária da Usina Pan
estudada. A partir desses dados, calculou-se a precipitação total anual e as médias mensais para o
local.
A carta de vegetação, uso e ocupação das terras foi elaborada por intermédio de
classificação supervisionada, usando classificador de probabilidade máxima a partir das imagens
CBERS 2 órbita-ponto 165-118 de 12/02/2006 e 22/06/2006, compostas em R2G4B3 e de
levantamentos de campo para identificar e reconhecer os alvos.
A partir da reclassificação da carta de vegetação, uso e ocupação das terras, as
categorias de uso foram reagrupadas originando, assim, a carta de classes de uso e ocupação atual
das terras.
88
grupadas na Classe II; as
áreas com p
inar com a carta de classes de uso e
ocupação atu
Potencial à erosão.
As áreas ond
Todas as cart
Nessa reclassificação é considerado o porte da cobertura vegetal e a intensidade da
ação antrópica no manejo da terra, conforme descrito em Salomão (1999), ou seja, as áreas
ocupadas com culturas anuais, tais como, soja, milho e milheto são agrupadas na Classe I; as
áreas cultivadas com culturas perenes, cana-de-açúcar e pastagens são a
asto sujo e campo cerrado são agrupadas na Classe III; as áreas reflorestadas e
florestas são agrupadas na Classe IV e as áreas de várzeas e espelhos d’água são agrupadas na
Classe V.
A carta de potencial à erosão laminar é obtida pelo cruzamento matricial ou
superposição da carta de suscetibilidade à erosão lam
al das terras, na nova carta as classes ficam definidas conforme a Tabela 4.3.
O potencial à erosão é definido, conforme a compatibilidade de uso do solo e a
suscetibilidade à erosão, em três classes: Alto Potencial (AP), Médio Potencial (MP) e Baixo
Potencial (BP). As áreas onde o uso é incompatível são classificadas de Alto
e o uso é incompatível, porém controlável com práticas conservacionistas, são
classificadas de Médio Potencial e, as áreas onde o uso é compatível, com a suscetibilidade à
erosão, recebem a classificação de Baixo Potencial à erosão.
Os procedimentos para medir distâncias, calcular áreas, converter, superpor,
reclassificar, cruzar, sobrepor, importar e gerar as cartas foram processados no SIG IDRISI
®
.
as apresentam resolução espacial de 30m e foram georreferenciados aos parâmetros
do Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul - SIRGAS 2000.
Tabela 4.3 - Matriz de decisão adotada na definição das classes de potencial atual à erosão laminar.
Classes de uso e ocupação atual das terras
Suscetibilidade à
Erosão
Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5
ES I
(AP)
I
(AP)
I
(AP)
II
(MP)
--
MS I II II III --
(AP) (MP) (MP) (BP)
MDS II
(MP)
II
(MP)
II
(M
III --
P) (BP)
PS II
(MP)
III
(BP) (B
III
)(BP
III
P)
--
P
)
III
(BP)
III
(BP)
III
(BP)
NS III
(BP
III
(BP)
Onde: AP = alto potencial; MP = médio P = baixo potencial. ES= extremamente suscetível; MS
suscetível; MDS = moderadamente su PS = pouco suscetível; PNS = pouco a ível.
Salomão, 1999).
potencia
scetível;
l; B = muito
(Fonte:
não suscet
89
4.3 - RESULTA OS E DISCU
Paro o entendimento dos processos erosivos o conhecimento das propriedades dos
solos é de grande importância, conjunto e de o grau de
sus ão O 2002). Entre es ried
textura, que representa a combinação dos teores de areia, silte e argila, é a qu ter
maior ou m o desenc processos erosivos.
eia, argila dos solos da BHTAM foram obtidos pela a
laboratorial de amostras retiradas aonde foram feitas as avaliação
de classificação e encontram-se na sta tabela verifica-se o predom sol
ele e baixa relação silte/argila.
Essa relação indica o estágio de evolução dos solos e, neste caso, revela alto grau
de intemperização; enquanto a tex sentada pela maioria dos solos da BHTAM,
pode-se con principalment os,
à baixa c nção d taxa de infiltração de água no solo e,
conseqüentemente, ocorrem elevadas perdas por percolação nos solos que apresent
característica textural.
gital de terreno ou DEM representa a dis ão es
das altitudes na bacia e entorno sendo gerado usando as cotas altimétricas obtidas do projeto
SRTM. Pelo DEM verifica-se que, no interior da bacia, a altitude decresce ap e
850m p do oe ste e apresenta variação topográf
abruptos (ANEX A1). Os ponto elevados do terreno, no setor oeste- co
as linhas que separam as bacias do Paraguai/Paraná e do Araguaia/Tocantins.
em banco de dados que possibilitam a obtenção de várias informações importantes e também
facilitam a visualização de aspectos naturais como rede de drenagem, vertentes, divisores de
águas e identificação de bacias hidrográficas.
D SSÃO
estas propriedades atuam em finem
cetibilidade d s solos à eroso (LORANDI e CANÇAD sas prop ades, a
e pode in ferir em
enor escala n adeamento dos
Os teores de ar silte e nálise
nos locais dos perfis, para fins
Tabela 4.4. Ne ínio de os com
vado teor de a eia (textura arr nosa) e de
tura arenosa, apre
stituir em um fator lim
apacidade de rete
itante para o uso da irrigação e em sulc devido
e água que gera uma alta
am esta
O modelo di elevação do tribuiç pacial
roximadam nte de
ara 3 senti30m no ste-sude ica sem contrastes
O s mais noroeste, mpõem
A rede hidrográfica, sobreposta ao DEM, composta pelo Córrego Amaral, ao sul, e
pelo Córrego Brilhante, ao norte, tem suas nascentes no setor oeste da bacia e no extremo
sudoeste convergem formando o Rio Tenente Amaral.
Campos et al. (1997) afirmam que os Modelos Digitais de Elevação constituem-se
90
Tabela 4.4 - Classes de solos e porcentagens de Areia, Silte e Argila em diferentes profundidades (em cm) do perfil
nos pontos de coletas de amostras para análise física.
Classes
Profundidade
Areia
Silte
Argila
Classes
Profundidade
Areia
Silte
Argila
Classes
Profundidade
Areia
Silte
Argila
0-15 41 8 51 0-15 38 9 53 0-15 32 8 60
15-36 36 5 59 15-90 33 10 57 15-90 30 7 63
36-74 34 5 61 90-180 37 6 57 90-180 27 6 67
74-125 33 6 61 - - - - - - - -
(LVw)
125-195 36 3 61
(LVd)
- - - -
(LVd)
- - - -
0-20 49 7 44 0-20 74 4 22 0-10 63 8 29
20-75 39 10 51 20-36 72 4 24 10-75 63 6 31
75-180 41 7 52 36-72 66 2 32 75-180 66 7 27
- - - - 72-116 66 4 30 - - - -
(LVd)
- - - -
(LVd)
116-200 68 2 30
(LVd)
- - - -
0-20 60 6 34 0-18 72 5 23 0-15 67 6 27
20-35 59 5 36 - - - - - - - -
35-55 54 6 40 40-120 70 5 25 - - - -
55-95 49 4 47 120-180 62 5 27 - - - -
95-165 50 4 46 - - - - 115-110 62 6 32
(LVAd)
165-220 47 4 49
(LAd)
- - - -
(LVAd)
110-180 60 7 33
0-20 73 6 21 0-20 73 8 19 0-12 76 8 16
20-65 66 7 27 20-60 76 5 19 12-27 70 6 24
27-54 60 6 34
54-80 54 6 40
-
(FTd)
65-180 66 7 27 60-180 73 6 21
- - - - - - - -
(LVAd)
(LAd)
- - - - - - - 80-125 53 7 40
0-25 69 10 21 0-12 77 6 17 0-15 86 3 11
25-40 73 8 19 12-25 77 5 18 15-50 76 7 17
- - - - 25-50 70 10 20 50-120 76 3 21
(FFcd)
- - - -
(GXbd)
50-85
68 9 23
(GXbd)
- - - -
- -
- - 0-19 90 2 8 0-20 87 3 10
15-30 95 1 4 19-43 86 4 10 20-50 87 3 10
30-42
97 1 2 43-102 84 2 14 50-110 82 4 14
42-80 96 2 2 102-145 86 2 12 110-180 85 3 12
(RQg)
(RQo)
145-200 86 2 12
(RQo)
- - - -
0-18 86 3 11 0-15 86 3 11 - - - -
18-65 83 3 14 15-60 86 3 11 - - - -
(RQo)
65-170 83 3 14
(RQo)
60-180 83 3 14
(OOm)
140-160 72 26 2
Fonte: Adaptado Vasconcelos et al., (1999).
Os hífens indicam ausência do resultado da análise.
Simbologia adotada para as classes de solo conforme o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SIBCS
(EMBRAPA, 199
LATOSSOLO V
9), LATOSSOLO VERMELHO Distrófico (LVd); LATOSSOLO VERMELHO Ácrico (LVw);
ERMELHO AMARELO Distrófico (LVAd); LATOSSOLO AMARELO Distrófico (LAd);
NEOSSOLO QUARTZARÊNICOS Hidromórficos (RQg); NEOSSOLO QUARTZARÊNICOS Órticos (RQo);
ORGANOSSOLOS FÓLICO Fíbricos (OOm); PLINTOSSOLO ARGILÚVICO Distrófico (FTd); PLINTOSSOLO
PÉTRICO Concrecionário (FFcd) e GLEISSOLOS HÁPLICOS Distrófico (GXbd).
91
ade dos solos à erosão (ANEXO
A2). A declivid
N
nor custo e também favorece o uso da mecanização
(BERTOLDO
superfície da bacia. Considerando apenas a declividade, são locais ideais para o plantio de
culturas anuais, desde q
declividades acima de 20%, apresentam relevos montanhosos a escarpado, ocupam
menos de 0,08km
2
ou 0,02%, servindo para áreas de preservação permanentes ou de reserva legal.
No planejamento das atividades agrícolas, a erodibilidade é muitas vezes
considerada a variável mais importante. O risco potencial dos solos à erosão está representado na
Carta de Erodibilidade que foi obtida por meio de reclassificação que reagrupou os solos com
características de erodibilidade semelhantes em uma mesma classe (Figura 4.2).
A carta de declividades derivada do DEM foi elaborada em intervalos de classes que
consideram valores que indicam a intensidade de susceptibilid
ade é importante para quantificar as perdas de solo e determinar as taxas de erosão
e é uma das principais variáveis que condicionam os processos erosivos. Deste modo, as
informações contidas na carta de declividade são fundamentais no planejamento adequado das
atividades agrícolas.
a BHTAM 313,75 km
2
ou 92,40 % da área observam-se declives entre 0 a 6%,
relevo plano a suave ondulado. Nestes locais o fluxo superficial das águas das chuvas contém
menor energia e oferecem pouca restrição ao uso e ocupação, sendo mais adequados para culturas
anuais com adoção de práticas simples de conservação (Tabela 4.5).
O predomínio de relevo do tipo plano a suave ondulado apresenta condições de
suporte para agricultura com me
et al. 2005), porém, a mecanização pode provocar alterações nos atributos dos
solos, entre esses: textura, teor de matéria orgânica, estrutura e permeabilidade, tornando os solos
mais predispostos à erosão (KOBIYAMA et al. 2001).
As áreas de relevo ondulado também podem ser manejadas com uso de máquinas
agrícolas, apresentam declives entre 6 a 12%, ocupando 24,20 km
2
, correspondente a 7,13% da
ue com a utilização de práticas conservacionistas.
Áreas com declives entre 12 e 20% ocupam apenas 1,53 km
2
ou 0,45% da BHTAM.
São locais de relevo forte ondulado e o uso mais indicado é para o cultivo de espécies que
proporcionam boa proteção ao solo e práticas intensivas de controle a erosão (Tabela 4.5). As
áreas com
92
Tabela 4.5 - Área ocupada em quilômetro quadrado (km²) e porcentagem (%) de participação por classe nas cartas de
declividade, erodibilidade, suscetibilidade preliminar, erosividade, comprimento de rampas, suscetibilidade a erosão
laminar, classes de uso e potencial a erosão laminar na BHTAM.
Classes Área (km²) Área (%)
> 20% 0,08 0,02
12 a 20% 1,53 0,45
6 a 12% 24,20 7,13
< 6% 313,75 92,40
Declividade (%)
Total 339,56 100,00
Muito Forte 118,57 34,92
Moderada 12,36 3,64
Fraca 208,29 61,34
Muito Fraca 0,34 0,10
Erodibilidade
Total 339,56 100,00
Extremamente Suscetível 0,77 0,23
Muito Suscetível 117,87 34,71
Moderadamente Suscetível 4,31 1,27
Pouco Suscetível 12,43 3,66
Pouco a Não Suscetível 204,18 60,13
scetibilidade preliminar
Total 339,56 100,00
Su
Forte 268,60 79,10
Média a Forte 70,96 20,90
Erosividade
MJ.mm.ha-¹.h-¹.ano-¹)
Total 339,56 100,00
(
> 1000m 191,86 56,50
500 a 1000m 44,84 13,21
200 a 500m 62,24 18,33
< 200m 40,62 11,96
primento de rampa (m)
Total 339,56 100,00
Com
Extremamente suscetível 51,97 15,30
Muito suscetível 47,16 13,89
Moderadamente suscetível 162,25 47,78
Pouco suscetível 58,78 17,31
Pouco a não suscetível 19,40 5,72
sse de Suscetibilidade a
erosão Laminar
Total 339,56 100,00
Cla
Classe I 74,79 22,02
Classe II 149,43 44,01
Classe III 90,73 26,72
Classe IV 24,61 7,25
Classe de Uso
Total 339,56 100,00
Alto 52,71 15,52
Médio 133,85 39,42
Baixo 153,00 45,06
Potencial à erosão
Laminar
Total 339,56 100,00
93
Na Bacia Hidrográfica do Tenente Amaral, as classes de erodibilidade Muito Forte,
Moderada e Fraca apresentam percentuais de ocorrência de 34,92%, 3,64% e 61,34%,
respectivamente (Tabela 4.5). A classe Muito Fraca, com menos de 1%, ocorre apenas próximo
das nascentes do Córrego Amaral e está associada aos ORGANOSSOLOS e GLEISSOLOS, que
nas condições do local, não apresentam limitações relevantes quanto à suscetibilidade à erosão.
Figura 4.2 - Carta de classes de erodibilidade relativa dos solos da BHTAM.
e
orte. A classe
ituadas numa ampla faixa que acompanha os drenos principais da
Não foi verificada a ocorrência de solos enquadrados na classe de erodibilidad
F Fraca ocupa 208,29 km
2
e aparece associada aos LATOSSOLOS de textura
argilosa a muito argilosa. Já a classe Moderada, com 12,36 km
2
da área, está associada aos
LATOSSOLOS de textura média a argilosa, considerados como solos de reduzida suscetibilidade
à erosão (Tabela 4.5).
Na classe Moderada encontram-se também os PLINTOSSOLOS que, segundo
Guerra e Botelho (2003), apresentam algumas limitações de uso por serem suscetíveis à erosão. A
classe Muito Forte ocupa 118,57 km
2
, está associada as Areias Quartzosas (NEOSSOLOS
QUARTZARENICOS) e estão s
94
bacia. Venturim
egradada por voçoroca, em recuperação por meio de represamento da
água e plantio
De acordo com a Tabela 4.5, há um ligeiro predomínio das classes de
suscetibilidade
As áreas classificadas como Muito Suscetível ocupam 117,87 km ou 34,71%.
Ocorrem princ
Na Tabela 4.5 visualiza-se que as classes de Extrema e Moderada suscetibilidade
limitam-se, res
e Bahia (1998) relatam que estes solos apresentam boa permeabilidade, porém
não têm coesão entre as partículas, que os tornam de grande suscetibilidade à erosão (Tabela 4.5).
As áreas cujos solos apresentam maior erodibilidade localizam-se nas
proximidades das cabeceiras dos drenos principais da bacia, estes solos foram classificados como
NEOSSOLOS QUARTZARENICOS, as ilustrações da Figura 4.3 mostram uma área com
ocorrência de solo arenoso d
de espécies nativas e eucalipto.
O cruzamento da ‘carta de erodibilidade’ com a ‘carta de declividade’ resultou na
‘carta preliminar de suscetibilidade à erosão laminar’. Esta última permite avaliar de modo
preliminar e qualitativo a suscetibilidade dos solos à erosão laminar, pois, reflete as
características naturais dos solos da bacia aos processos erosivos (Figura 4.4).
à erosão Pouco Suscetível e Pouco a Não suscetível. São áreas que não
apresentam problemas especiais de conservação, podendo ser exploradas com diversos tipos de
culturas agrícolas. Estão distribuídas por aproximadamente 3,66% ou 12,43 km
2
da bacia sobre
terrenos que apresentam declives inferiores a 6% e em LATOSSOLOS que, em geral, apresentam
reduzida suscetibilidade à erosão.
2
ipalmente em terrenos cobertos por NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS e são
mais indicadas para silvicultura (Tabela 4.5). Este resultado está de acordo com as conclusões de
Guerra e Botelho (2003) que descrevem as Areias Quartzosas como solos que oferecem grandes
riscos de erosão principalmente se estiverem desprovidos de cobertura vegetal.
pectivamente, a 0,77 km
2
e 4,31 km
2
. A ocorrência dessas classes associa-se aos
declives acima de 20%, no caso da classe de Extrema Suscetibilidade, portanto são mais
indicadas para áreas de preservação. Entre 12 a 20% de declividade, no caso da classe de
Moderada Suscetibilidade, verifica-se que são áreas mais apropriadas para pastagens e cultivos
perenes.
95
Figura 4.3 – Área de solo arenoso degradada por voçoroca em utor e Reinaldo Lorandi). recuperação. (Fotos do a
96
Após levantamentos de campo para verificar e corrigir inconsistências na ‘carta de
preliminar de suscetibilidade à erosão laminar’, procedeu-se à confecção da ‘carta final de
suscetibilidade à erosão laminar’. Esta foi realizada pela sobreposição da ‘carta preliminar com as
cartas de erosividade’ e depois com a ‘carta de comprimento de rampas’. A sobreposição permitiu
avaliar a influência da erosividade e do comprimento de rampas sobre a suscetibilidade dos solos
aos processos erosivos.
Figura 4.4 - Carta preliminar de suscetibilidade à erosão laminar da bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral.
(ANEXO A4).
44,84 km² ou 13,21% da área.
Em relação ao comprimento das encostas verifica-se o predomínio de rampas com
medidas superiores a 1000 metros distribuídas de forma homogênea pela bacia, exceto na
extremidade leste, onde o relevo é mais dissecado em relação à distância entre os canais de
drenagem
Conforme a Tabela 4.5, as rampas maiores distribuem-se por 191,86 km
2
ou 56,50
% da BHTAM. Aquelas com medidas inferiores a 200 m ocupam apenas 40,62 km
2
ou 11,96 %.
As rampas de 200 a 500 m ocupam 62,24 km
2
ou 18,33% e, aquelas de 500 a 1000m ocupam
97
s não devem ser negligenciadas no planejamento das
atividades agrícolas. Valente et al. (2001) e Bertoni e Lombardi Neto (2005) citam que rampas
ato ao
volume e ao
e superposição ou cruzamento matricial da
‘carta prelimin
al
de suscetibilidade à erosão’ destaca-se a ocorrência da classe de suscetibilidade Pouco a Não
Suscetível em locais de declividade e erodibilidade menos acentuadas (Figura 4.5).
de menor suscetibilidade à erosão ocupa 19,40 km² ou 5,72%. São áreas
que podem ser exploradas com qualquer cultura (Tabela 4.5). A classe Pouco Suscetível ocorre
em 58,78 km² ou 17,31% e essas áreas podem ser exploradas com pastagens, culturas perenes e
eventualmente com cultivos anuais, desde que, usando práticas de controle de erosão
(SALOMÃO,
s de solos mais suscetíveis à erosão, juntas, ocupam 29,19% em 99,13 km²
e, no momento são exploradas com pastagens, cultivos de soja e cana. Essas áreas apresentam
solos com teor
muito
suscetíveis a e
Os resultados mostram o risco que esse fator (comprimento de rampas) oferece e
demonstram que tais medidas/proporçõe
muito longas exercem forte influência sobre a erosão laminar dos solos, atribuindo tal f
aumento na velocidade do escoamento superficial das águas em áreas que
apresentam essa condição.
No interior da bacia a variabilidade espacial da erosividade leva a ocorrência de
apenas duas classes. O poder erosivo das chuvas é classificado em Médio a Forte e Forte
(ANEXO A5). Morais et al. (1991) em duas localidades, distantes da área do presente estudo por
aproximadamente 300 km, constataram erosividade forte. Porém, a Tabela 4.5 verifica-se que a
classe Forte abrange cerca de 268,60 km², enquanto, a classe Média Forte distribui-se por apenas
70,96 km², em valores percentuais ocupam respectivamente 79,10 % e 20,90 %.
Após o relacionamento, por meio d
ar’ com as ‘cartas de erosividade’ e a ‘carta de comprimento de rampas’ obteve-se
a ‘carta final de suscetibilidade a erosão laminar’. A carta obtida apresenta subsídios para indicar
medidas preventivas para reduzir os impactos causados pela ocupação antrópica. Na ‘carta fin
A classe
1999).
As área
es de areia relativamente altos e conforme indicado por Salomão (1999), são mais
apropriados para preservação ou reflorestamento no caso dos locais de extrema suscetibilidade e
exclusivamente para reflorestamento e pastagens, com ressalvas, no caso dos locais
rosão. Bastos et al. (2003), em estudos realizados na bacia hidrográfica do Rio
Tubarão em Santa Catarina, condicionam a existência das classes de Alta Suscetibilidade há
ocorrência de solos arenosos no local.
98
doeste sobre
solos argilosos
Conforme os dados da Tabela 4.5, as áreas de moderada suscetibilidade à erosão
predominam no local e ocupam 47,78% da BHTAM e estão concentradas na parte su
a muito argiloso numa área equivalente a 162,25 km² e são mais indicadas para
pastagens e culturas perenes, porém, verifica-se que o uso é intensivo com cultivo de soja e cana.
Figura 4.5 – Carta final de suscetibilidade a erosão laminar da BHTAM.
Na ‘carta de classes de uso e ocupação das terras’ observa-se o predomínio de
ulturas de baixo e médio porte as quais exigem intensa a moderada atividade antrópica e
e II (soja, algodão, cana, pastagens e cultivos perenes) e, juntas, ocupam mais de 66,03% da
No local, as coberturas vegetais que propiciam maior proteção são pertencentes a
classe III (pasto sujo e campo cerrado). Estas representam formas de ocupação de reduzida
atividade antrópica, ocupam 26,72% das terras, o equivalente a 90,73 km² (Tabela 4.5) As
c
propiciam menor proteção contra a erosão (Figura 4.6). São cultivos pertencentes à classe de uso
I
área, distribuindo-se por 224,22 km² (Tabela 4.5). Nessas áreas também foi verificado que em
determinados períodos do ano os solos ficam expostos aos agentes erosivos, facilitando o
transporte dos sedimentos até os cursos d’água.
99
coberturas vegetais da classe de uso IV (reflorestamento, capoeirão e florestas) apresentam menor
ocorrência, 7,25% e ocupam 24,61 km². Não foi computada as áreas pertencentes à classe V, caso
e várzeas e espelhos d`água de potencial erosivo considerado nulo. d
Figura 4.6 - Carta de classes de uso e ocupação do solo.
o. Esta carta foi obtida pela superposição ou cruzamento
atricial entre a ‘carta de suscetibilidade à erosão laminar’ e a ‘carta de classes de uso e
As informações contidas nessa carta permitem afirmar a existência de áreas de
A ‘carta de potencial à erosão laminar’ reflete a influência das atividades
antrópicas e mostra a compatibilidade e incompatibilidade das formas de uso do solo com a
suscetibilidade dos solos à erosã
m
ocupação atual das terras’. Sua análise possibilita planejar adequadamente as atividades,
considerando as limitações do solo, evitando assim a erosão (Figura 4.7).
Alto Potencial à erosão no local, situação que indica uso incompatível com a suscetibilidade dos
solos à erosão. Porém, também verifica-se que estas áreas ocorrem em menor proporção que as
demais.
100
Predomina na Bacia áreas com Baixo Potencial à erosão laminar, coincidindo em
l e impedem a
ção erosiva do escoamento das águas.
parte, pelo mesmo motivo, com os resultados verificados por Lorandi et al. (2001) em estudos
realizados na Bacia do Monjolinho em São Carlos, SP, que creditaram tal constatação ao grande
spaço ocupado por pastagens, as quais garantem a manutenção da cobertura vegetae
a
Figura 4.7 - Carta de potencial à erosão laminar da Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral.
es e apresentam Alto
otencial à erosão. 39,42% são áreas de Médio Potencial onde o uso é incompatível, porém,
egetativa e, entre essas práticas, observa-se no local a adoção do sistema de plantio direto e
lantio em nível (Tabela 4.5). O resultado obtido na ‘carta de potencial à erosão’ descrito acima
confirma o resultado verificado na ‘carta de suscetibilidade à erosão’. Bastos et al. (2003)
atribuem a existência das áreas de alto potencial em decorrência da existência de terrenos que
apresentam alta suscetibilidade à erosão laminar.
Na Tabela 4.5 é possível verificar que aproximadamente 15,52% da área da
HTAM são áreas onde o uso do solo é incompatível com suas aptidõB
P
controlável desde que com a utilização de práticas agrícolas de caráter mecânico, edáfico ou
v
p
101
, 133,85 km
2
e 52,71 km
2
do total da Bacia.
M.
inar, juntas, ocupam 54,94 % da
BHTAM. Este resultado indica a existência no local de terrenos com incompatibilidade nas
formas de uso
’água. Este quadro de degradação do solo e da água verificados na BHTAM poderá
se agravar enquanto a ocupação agrícola não respeitar a capacidade de uso das terras, não for
adotado prátic
Conforme consta na Tabela 4.5, as áreas de Baixo Potencial, onde o uso do solo é
compatível com a suscetibilidade à erosão, ocupam 45,06%. As áreas de Baixo, Médio e Alto
Potencial ocupam, respectivamente, 153,00 km
2
4.4 – CONCLUSÕES
A metodologia utilizada neste trabalho pode ser executada no SIG IDRISI
®
e
possibilita caracterizar, determinar, diagnosticar e mapear a suscetibilidade e o potencial à erosão
laminar na BHTAM.
As informações contidas nas cartas produzidas no presente estudo, complementam
e auxiliam no planejamento físico e conservacionista do solo desta região assim como são úteis
na determinação de ações que visem à mitigação dos impactos ambientais na BHTA
Aproximadamente 23% dos solos da BHTAM são considerados não suscetíveis e
de pouca suscetibilidade à erosão, 47% apresentam moderada suscetibilidade a erosão e 30% são
suscetíveis à erosão; neste último caso é necessária a adoção de manejos que oferecem máxima
proteção aos solos.
A classe Baixo Potencial à erosão ocupa 45, 06% da área total da bacia, indicando
que estas áreas apresentam uso compatível em relação à suscetibilidade à erosão.
As classes Alto e Médio Potencial à erosão lam
do solo com a sua suscetibilidade à erosão e a continuidade dessa condição pode
comprometer a sustentabilidade ambiental desses locais.
A retirada da cobertura vegetal em parte da BHTAM expõem os solos aos agentes
erosivos facilitando o surgimento de processos erosivos e o transporte de sedimentos até os leitos
dos cursos d
as conservacionistas e não priorizar ações preventivas e corretivas.
102
BASTOS, C.
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VENTURIM; R.P.; BAHIA; V.G.; Considerações sobre os principais solos de Minas Gerais e sua
susceptibilidade à erosão. Inf
105
CAPÍTULO 5
trajetória humana ao longo dos ano exploração desordenada do
território vem ento dos recursos naturais e comprometendo a
sustentabi de do pla ento
econ sado mas e a
conservação desses rec ômico
compatibilizado com o
A posiçã ileira, ao longo dos anos, atuando como
importadora de tecnologias e capitais e exportadora de produtos primários geraram inúmeros
problem ais e am ntre os países a
partir da consolidação ncias a acentuação das
desigualdades existent
desiqualdade estimulo centuada e sem
planejam adequado nários marcantes de
degradação ambiental n ira.
Em Mato roblemas ambientais vêm aumentando. As causas principais
são a i ento do mercado
externo, como, a pecuár odão. Essas atividades juntamente com o
cultivo da cana para pr stecimento do mercado interno,
quais: alta suscetibilidade dos solos à erosão; elevada intensidade das chuvas e pela possibilidade
- ANÁLISE EMPÍRICA DA FRAGILIDADE AMBIENTAL APLICADA ÀS
UNIDADES ECODINÂMICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TENENTE
AMARAL EM JACIARA – MT – BRASIL
5.1 – INTRODUÇÃO
A
provocando o esgotam
s de ocupação e
lida neta. No modelo capitalista de produção, a busca pelo desenvolvim
ômico tem cau a depredação dos recursos naturais, comprometendo os ecossiste
ursos. Torna-se então necessário promover o crescimento econ
desenvolvimento humano e com a conservação ambiental.
o assumida pela economia bras
as soci bientais. A interdependência econômica estabelecida e
do capitalismo teve como uma de suas conseqüê
es entre países pobres e ricos. Nos países subdesenvolvidos esta
u a apropriação e a exploração cada vez mais a
ento dos recursos naturais, gerando ao longo dos anos ce
a paisagem brasile
Grosso, os p
expansão das ativ dades econômicas que visam principalmente o atendim
ia e os cultivos da soja e do alg
odução de açúcar e álcool, para o aba
provocam a ocupação de grandes áreas causando impactos com graves conseqüências para o
ambiente.
Nesse contexto aparece a bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM) em
Jaciara-MT, escolhida para este estudo, pelo fato de possuir uma série de limitações entre as
106
de
Mato Grosso.
os recursos naturais com as
fragilidades ap
ação antrópica na bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral.
Assim, conhecer as fragilidades e potencialidades apresentadas pelos diferentes
ambientes, neste es lar, é de extrema importância ao planejamento
Ambiental. Es conservação e recuperação ambiental,
desenvolvimen mo atividades interdependentes.
suscetibilidade do meio ambiente a
anto mais frágil o am te encontrará para se
às c ntrópica
ou a catástrofes natur
As int o o
atendimento das nece ser
mais devastadoras na biente apresente maior grau de fragilidade e este é
dependen
Segun s ambientes
naturais devem ser av al e, para
isso, ele desenvolveu dos
ambientes naturais, baseando-se nos conceitos de unidades ecodinâmicas estáveis e instáveis
ricart
a a concretização desta metodologia, Ross (1994; 2001) definiu primeiramente
as unidades ec
stáveis ou de
instabilidade e
da adoção de técnicas de manejo de forma incorreta no local. Portanto, a BHTAM constitue-se
numa amostra representativa dos fenômenos atuais que ocorrem nas diferentes áreas do Estado
Tais observações da área levaram a considerar como extremamente necessário
adotar estratégias que compatibilizem as potencialidades d
resentadas pelos sistemas ambientais para minimizar os impactos causados pela
tudo desta área em particu
te último deve considerar as ações de
to tecnológico, econômico e social co
Entende-se por fragilidade ambiental a
qualquer dano. Qu biente, maior dificuldade es
recompor e voltar ondições que apresentava anteriormente a uma suposta alteração a
ais.
ervenções cada dia mais intensas nos sistemas ambientais, visand
ssidades de sobrevivência humana e de acumulação capitalista, podem
medida em que o am
certamente te das características do meio físico no qual se origina o ambiente.
do Ross (1994; 2001), as fragilidades e potencialidades do
aliadas quando se pretende aplicá-las ao planejamento ambient
uma metodologia denominada de análise empírica da fragilidade
propostos por T (1977).
Par
odinâmicas estáveis ou de instabilidade potencial como aquelas áreas poupadas
pela ação humana, portanto, mantidas ou próximas do seu estado natural, ou seja, em equilíbrio
dinâmico, porém há uma instabilidade potencial contida nelas frente à possibilidade da
intervenção humana. Em segundo lugar definiu as unidades ecodinâmicas in
mergente como aquelas áreas intensamente modificadas pela ação antrópica.
107
s clinográfica (para escalas grandes) de dissecação do relevo (para
escalas médias
fragilidade dos ambientes naturais utilizando o
Sistema de Informações Geográficas Idrisi® e informações de relevo, solos, uso atual, vegetação
e erosividade das chuvas.
5.2 – METODOLOGIA
A metodologia para a análise da fragilidade ambiental na BHTAM é aquela
proposta por R
Para cada tema é necessário gerar uma carta dos atributos do meio físico e
correlacioná-lo
fluviais usados para confecção da carta de dissecação do relevo, que constitui no primeiro
produto cartográfico exigido pela metodologia, foram extraídos do Mapa Morfopedológico da
Desta forma, Ross (1994; 2001) atribuiu critérios para identificar as características
do meio físico dentro das unidades ecodinâmicas estáveis e instáveis em diferentes graus de
fragilidade: muito fraca; fraca; média; forte e muito forte.
Os componentes necessários para a análise empírica da fragilidade são as
informações técnicas e cartográficas sobre o relevo, o solo, o clima e o uso da terra bem como da
cobertura vegetal natural. A carta de fragilidade ambiental é um produto da integração,
principalmente, das carta
e pequenas), de solos, informações pluviométricas e do grau de proteção que o
solo recebe em função do uso da terra e da cobertura vegetal natural entre outros.
O presente estudo tem como objetivo determinar cartografar e analisar a
fragilidade ambiental nas unidades ecodinâmicas de instabilidade emergente e potencial da bacia
hidrográfica do rio Tenente Amaral em Jaciara Mato Grosso - Brasil - com a aplicação da
metodologia denominada análise empírica da
oss (1992; 1994; 2001; 2004), sendo que para a sua aplicação são necessários
estudos básicos obtidos por meio de levantamentos de campo, do relevo, do sub-solo, do solo, do
uso da terra e do clima a partir dos quais geram-se produtos cartográficos e relatórios técnicos
referentes a esses temas.
s com as classes de fragilidade ambiental: Muito Fraca (1), Fraca (2), Média (3),
Forte (4) e Muito Forte (5).
Os valores médios da amplitude interfluvial e do entalhamento médios dos vales
108
projeto SRTM.
relevo, as
imagens de r padrões as de dissecação e,
dos padrões para intensidade de aprofundamento da drenagem, conforme consta em Brasil
(1982).
as da amplitude interfluvial média e do entalhamento médio dos canais,
possibilitaram r as classes d BHTAM em relação aos índices
de dissecação publicados p a 5.1.
uerido
pela metodologia, compilada de Vasconcelos et. al. (1999), foi convertida para o formato digital e
cada unida com a sua respectiva classe de fragilidade, abrangendo
categorias des
abela 5.1 – Matriz dos índices de dissecação do relevo.
DIMENSÃO INTERFLUVIAL MÉDIA
bacia do Rio Tenente Amaral, publicado em Vasconcelos (1998) e ou medidos nas imagens do
satélite CBERS 2 e de radar, do
Também foram utilizadas, na determinação do grau de dissecação do
adar com indicação dos para ordem de grandeza das form
As medid
determina e fragilidade do relevo da
do relevo or Spörl (2001) e constam da Tabel
O ‘mapa pedológico’ na escala 1:50.000, segundo produto cartográfico req
de de solo foi correlacionada
de muito fraca a muito forte, conforme agrupamento estabelecido por Ross (1994;
2001; 2004), em função da respectiva erodibilidade dos solos frente a ação do escoamento das
águas pluviais (Tabela 5.2).
T
MUITO
GRANDE GR
ENTALHAMENTO
MÉDIO DOS
VALES
(1)
> 900m
ANDE
(2)
750 A
900m
MÉDIA
(3)
600 A
750m
PEQUENA
(4)
450 A
600m
MUITO
PEQUENA
(5)
300 A
450m
Muito Fra
(1)
co
(< de 40m)
11
12
13
14
15
Fraco
(2)
(40 a 80m)
21
22
23
24
25
Médio
(3)
31
(80 a 160
32
33
34
35
m)
Forte
(4)
41
42
43
(160 a 240m)
44
45
Muito Fo
(> de 240m)
rte
(5)
51
52
53
54
55
Fonte : Spörl (2001)
109
e a metodologia. Foi elaborada por intermédio de classificação
supervisionada, usando classificador de probabi áxima (EASTMAN, 1998) a partir das
G4B3 e
de levantamen
Classes d
Fragilidade
A ‘carta de vegetação, uso e ocupação das terras’ constitui-se no terceiro produto
cartográfico, conforme estabelec
lidade m
imagens CBERS 2 órbita-ponto 165-118 de 12/02/2006 e 22/06/2006 compostas em R2
tos de campo para identificar e reconhecer os alvos. A partir desta carta por meio
de operações de reclassificação foi produzida a carta, contendo o grau de proteção dos solos,
conforme a ordem de capacidade de proteção fornecida pela cobertura vegetal mostrados na
Tabela 5.3, estas classes foram indicadas em Ross (1994; 2001; 2004).
Tabela 5.2 - Fragilidade das classes de solos.
e Tipos de solos
1
Muito Baixa
Latossolo roxo,
Latossolo vermelho escuro e vermelho amarelo Textura argilosa.
LATOSSOLOS VERMELHOS
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO
S Textura argilosa
2
Baixa
Latossolo amarelo e vermelho amarelo textura média/argilosa.
LATOSSOLOS VERMELHOS
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS textura média/argilosa
Latossolo vermelho amarelo,
Terra roxa,
Terra bruna,
3
Média
Podzólico vermelho amarelo textura média argilosa e
Plintossolos.
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS,
ARGISSOLOS, NITOSSOLOS, ALISSOLOS textura média argilosa
PLINTOSSOLOS*
4
Alta
Podzólico vermelho amarelo textura média arenosa,
Cambissolos.
LUVISSOLOS, ARGISSOLOS, NIT
OSSOLOS,
CAMBISSOLOS
NEOSSOLOS LITÓLICOS,
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
5
Muito Alta
Podzólicos com cascalho,
Litólicos e
Areias Quartzozas.
ARGISSOLOS, LUVISSOLOS, ALISSOLOS,
Fonte: ROSS, 1994, 2001 e 2004. (As unidades pedológicas descritas em letras maiúsculas referem-se a
nomenclatura dada pela classificação da EMBRAPA (1999) e em letras minúsculas referem-se a Classificação de
Camargo (1987).
* Classificação obtida em BRASIL (1997).
A ‘carta de vegetação, uso e ocupação das terras’ também foi reclassificada para
gerar a ‘carta com a Unidade Ecodinâmica de Instabilidade Emergente’ (UEIE) que corresponde
110
às áreas com atividades antrópicas e a ‘carta com a Unidade Ecodinâmica de Instabilidade
Potencial’ (UEIP) que corresponde às áreas aonde a cobertura vegetal natural foi mantida.
A partir dos dados médios mensais e média anual de precipitações pluviais
observados na BHTAM foi confeccionada a ‘carta de erosividade’, com a aplicação da equação
(5.1) conforme indicado em Bertoni e Lombardi Neto (2005).
R = 67,355 (r/P
0,85
) (5.1)
Onde:
R = Erosividade da chuva;
r = Precipitação média mensal (mm);
P =Precipitação média anual (mm).
Tabela 5.3 - Grau de proteção dos tipos de cobertura vegetal.
Graus de Proteção Tipos de Cobertura Vegetal
1 – Muito Baixo Áreas desmatadas e queimadas recentemente, solo exposto por
arado/gradeação, solo exposto ao longo de caminhos e estradas,
terraplanagens, culturas de ciclo curto sem práticas conservacionistas.
2 – Baixo Culturas de ciclo longo de baixa densidade (café, pimenta do reino,
laranja) com solo exposto entre ruas, culturas de ciclo curto (arroz,
trigo feijão, soja, milho, algodão) com cultivo em curvas de
nível/terraceamento.
3 – Médio Cultivo de ciclo longo em curvas de nível/ terraceamento como café,
laranja com forrageiras entre ruas, pastagem com baixo pisoteio,
silvicultura de eucaliptos com sub-bosque de nativas.
4 – Alto Formações arbustivas naturais com estrato herbáceo denso,
formações arbustivas densas (mata secundária, cerrado d
capoeira densa). Mata homogênea de pinus densa, pastagens
enso,
cacau.
cultivadas com baixo pisoteio de gado, cultivo de ciclo longo como
5 – Muito Alto
Florestas/matas naturais, florestas cultivadas com biodiversidade de
espécies.
Fonte: Ross (1994).
o das cartas de fragilidade do índice de dissecação do relevo, dos
solos, do grau de proteção dado pelos tipos de cobertura vegetal e a de erosividade das chuvas, foi
efetua tre as
cartas g l
zamento da carta resultante do primeiro
cruzamento (dissecação do relevo x solos) com a ‘carta de erosivida tando
Após a conclusã
do primeiramente, usando o comando CROSSTAB no SIG IDRISI
®
, o cruzamento, en
de fragilidade do índice de dissecação relevo e a de fra ilidade dos so os.
Posteriormente, realizou-se o cru
de’, resul em uma nova
111
denominada de ‘Carta de Fragilidad cial’, e por último efetuou-se o cruzam a com
a carta referente ao grau de prote tura vegetal e as eve-se rta de
Fragilidade Ambiental Emergente da BHTAM’. Após cada cruzam tre dua as foi
efetuada uma operação de reclassific o o comando RECLASS, estabelec im, as
classes de fragilidade em cada uma oteiro representa igura stra a
seqüência dos para a ão das cartas de Fragilid bienta cial e
Emergente da BHTAM.
as izada tendo como
por Ross (1994; 2004), na qual cada categoria de fragilidade é ident um valor numérico
que varia de 1 a
e Poten ento dest
ção da cober sim obt a ‘Ca
ento en s cart
ação usand endo ass
das cartas. O r do na F 5.1 mo
cruzamentos obtenç ade Am l Poten
A cação d reclassifi cartas foi real base a classificação proposta
ifica por
5, sendo o valor 1 atribuído às categorias de ‘Fragilidade Muito Fraca’, o valor 2
para classe ‘Fragilidade Fraca’, o valor 3 para a classe de ‘Fragilidade Média’, o valor 4 para
classe de ‘Fragilidade Forte’ e o valor 5 para classes de ‘Fragilidade Muito Forte’ de
conformidade com a indicação na Tabela 5.4.
Figura 5.1 – Roteiro com as indicações dos cruzamentos para obtenção das cartas de Fragilidade Ambiental Potencial
e Emergente.
ociação entre
classes ‘Muito
carta com as un
e Ecodinâmica de Instabilidade Emergente
Dessa forma, no cruzamento entre duas cartas: onde coincidem a ass
Fraca’ (1x1) resulta na nova carta, uma área também classificada como ‘Muito
Fraca’ (1); onde coincide classe de ‘Fragilidade Forte’ (4) com classe de fragilidade ‘Fraca’ (2)
resulta num polígono classificado como ‘Forte’ e, da associação entre classes de fragilidade
‘Muito Forte’ (5x5) resulta na nova carta uma área reclassificada como ‘Muito Forte’ (5).
A partir das cartas de fragilidade ambiental potencial, fragilidade emergente e a
idades de instabilidade emergente e de instabilidade potencial, usando também os
comandos CROSSTAB e RECLASS, foram geradas duas novas cartas, a primeira, identificando
as classes de fragilidade ambiental dentro da Unidad
112
(UEIE) e a seg
Relacionamento entre as cartas
unda, identificando as classes de fragilidade dentro da Unidade Ecodinâmica de
Instabilidade Potencial (UEIP).
Tabela 5.4 – Matriz de decisão para definição das classes de fragilidade
ambiental.
Classes de fragilidade
M
uito Fraca (1) 1x1
Fraca (2)
2x1, 2x2, 1x2
Média (3)
3x1, 3x2, 3x3, 2x3, 1x3
Forte (4)
4x1, 4x2, 4x3, 4x4, 3x4, 2x4, 1x4
M
uito Forte (5) 5x1, 5x2, 5x3, 5x4, 5x5, 4x5, 3x5, 2x5, 1x5
Fonte: Ross, 1994 e 2004.
Todas as cartas foram produzidas no formato raster IDRISI
®
. A mensuração dos
valores de cada atributo mapeado, tais como área, distâncias, média, valores mínimos e máximos,
amplitudes, etc., também foram efetuadas em operações específicas com este software.
5.3 -
RESULTADOS E DISCUSSÕES
para o índice
de dissecação d
Nas áreas onde a fragilidade em relação ao índice de dissecação do relevo é Fraca,
as altitudes são
Para a consecução do presente estudo em função da escala adotada, a fragilidade
ambiental foi determinada tendo como referência a ‘carta de classes de fragilidade
o relevo’ cujos valores são reflexos da densidade de drenagem, do grau de entalhe
dos vales e da dimensão interfluvial média. Para escalas maiores que 1: 50.000 a opção seria por
meio da carta de declividades.
Na ‘carta de fragilidade do índice de dissecação do relevo’ apurou-se a ocorrência
de duas classes de fragilidade: Muito Fraca e Fraca (Figura 5.2).
entre 545m a 857m, nesses locais as vertentes são longas; o entalhamento médio
113
dos vales é entre 40m a 80m; a dimensão interfluvial média é ampla, acima de 4.000 m e a
declividade média é de 3,5 %.
Figura 5.2 - Carta de Fragilidade Ambiental em relação ao índice de dissecação do relevo na BHTAM.
Valores altos na dimensão interfluvial significam um relevo pouco dissecado onde
os solos são mais resistentes aos processos erosivos, entretanto os valores médios de
cordo com a metodologia adotada em locais onde coincide classe de fragilidade Muito Fraca (1)
para um atributo com
ses locais, portanto, presume-se que estas sejam mais estáveis aos
processos de perdas de solos. Entretanto, verifica-se a existência de rampas muito longas e
atividade antrópica in
em relação ao índice de dissecação foi classificada como Muito Fraca, os interflúvios nesses
aprofundamento dos canais fluviais conferem a esses locais níveis de fragilidade Fraca. De
a
classe Fraca (2) para outro atributo a área recebe a classificação Fraca (2).
As constatações descritas anteriormente indicam a predominância de superfícies
ligeiramente planas nes
tensa inclusive com mecanização agrícola.
No caso da extremidade nordeste, leste e sul da bacia, na Figura 5.2, a fragilidade
114
locais apresentam dimensões médias que variam entre 1000m a 2200m (Fragilidade Muito Fraca)
e os entalhes médios dos vales são em torno de 30 metros (Fragilidade Muito Fraca).
em topos tabulares (Dt11), e nas áreas situadas no
extremo leste o
Nos locais de fragilidade Muito Fraca, assinalado no modelo de elevação do
terreno, Figura 5.3, pela letra ‘A’, foi verificado, nas áreas situadas ao sul formas de relevo em
colinas ligeiramente convexas (Dc11) e
bservou-se o predomínio de topos convexos (Dc11). As altitudes, nessas áreas,
variam entre 332 m a 774 m e declividade média de 3,9 %.
Nos locais de fragilidade Fraca, situados no norte, no centro e no oeste da bacia,
assinalados com a letra ‘B’ na Figura 5.3 verificou-se o predomínio de relevos em formas com
topos tabulares (Dt21), porém ocorrem formas com topos levemente convexizados (Dc21).
Figura 5.3 – Modelo de Elevação do Terreno, com a divisão das áreas de dissecação Muito Fraca (A) e Fraca (B).
A quantificação das áreas ocupadas por classe indicou o predomínio na BHTAM
de relevos com dissecação ‘Fraca’, com 65,94% ou 223,93 km
2
da área total da Bacia. Nesses
locais há maiores possibilidades de escoamento superficial, a erosão trabalha mais intensamente
115
ade ‘Muito Fraca‘ para o índice de dissecação do relevo.
vidade das chuvas e
em relação às outras áreas (Tabela 5.5). Apenas 34,06% ou 115,63 km² da área total da bacia
apresentam fragilid
Na execução da ‘carta de fragilidade dos solos’ são consideradas suas
características físicas e químicas expressas em termos de erodibilidade, bem como, o seu
comportamento frente ao escoamento superficial das águas das chuvas. Nessa carta observa-se
um ligeiro equilíbrio na distribuição de áreas com classes de solos com fragilidade ‘Muito Fraca’
e ‘Muito Forte’ (Figura 5.4).
Tabela 5.5 - Área ocupada em km² e percentual em relação à classe de fragilidade do índice de
dissecação do relevo, classe de fragilidade dos solos, classe de fragilidade da erosi
classe de Fragilidade Ambiental Potencial.
Classes de Fragilidade Área (km²) Área (%)
M 3uito Fraca 115,63 4,06
Fraca 223,93 65,94
Índice d dissecação
do relevo
Total 339,56 100,00
e
Muito Fraca 154 45,56 ,69
Fraca 53,13 15,64
Média 10,57 3,12
M 121, 35,68
Solos
Total 339,56 100,00
. Forte 17
Média a Forte 7 20,90,96 0
Forte 268,60 79,10
Total 339,56 100,00
Erosividade
M 4 12,83 édia 3,56
Forte 174,83 51,49
Muito Forte 121,17 35,68
Fragilidade ambiental
l Potencia
Total 339,56 100,00
É possível observar também na ‘carta de fragilidade dos solos’ que próximo às
nascentes do Tenente Amaral e na extremidade leste da bacia a ocorrência de pequenas áreas
consideradas de fragilidade ‘Média’. Em relação a classe de fragilidade ‘Fraca’ verifica-se que
esta aparece contornando os solos considerados de fr
agilidade ‘Muito Forte’ e também, entre
esses e aos solo
spondendo a
53,13 km
2
da á
s de fragilidade Muito Fraca.
A classe de fragilidade dos solos ‘Muito Fraca’ ocupa na bacia uma área de 154,69
km², o equivalente a 45,56%. A classe de fragilidade ‘Fraca’ ocupa 15,64%, corre
rea total da bacia, são solos classificados como LATOSSOLOS VERMELHO
AMARELO com textura média a argilosa que apresentam em geral média a boa aptidão agrícola
e são pouco erodíveis (Tabela 5.5).
116
de Fragilidade dos Solos frente ao escoamento superficial das águas pluviais.
As áreas com solos de fragilidade classificadas como ‘Média’ ocupam 3,12% ou
10,57 km
Figura 5.4 – Carta
apresentam limitações relevantes em relação à suscetibilidade à erosão (GUERRA e BOTELHO,
2003), porém,
icados
como de fragilidade ‘Muito Forte’ ocupam aproximadamente 35,68% da área total, distribuídos
ao longo dos dois canais e ocupando 121,17 km².
Estes locais que apresentam fragilidade ‘Muito Forte’ estão praticamente sobre os
locais cujos solos foram classificados como Áreas Quartzosas, ou pelo atual Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos (SIBCS) como NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS. Estes solos não
apresentam coesão entre as partículas, o que os torna de grande suscetibilidade a erosão
(VENTURIM e BAHIA, 1998).
2
. Estas áreas estão associadas aos solos denominados PLINTOSSOLOS que
são de baixa fertilidade natural, apresentam elevada acidez e toxicidade por
alumínio, que, em muitos casos, tornam esses solos inaptos ou com aptidão restrita aos cultivos.
Não se observou a ocorrência de solos de fragilidade ‘Forte’, já solos classif
117
Nos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS, conforme destacado por Vasconcelos et
al. (1999), a capacidade de troca de cátions (CTC) e a retenção de umidade são muito baixas e
dependentes da matéria orgânica. Esses solos são de elevada erodibilidade (SALOMÃO, 1999) e
requerem cuidados especiais no seu preparo visando à conservação da matéria orgânica que é
facilmente perdida em manejos inadequados durante o cultivo.
A distribuição e a intensidade das chuvas ao longo do ano são fatores decisivos no
processo de intemperismo das rochas e solos, por este motivo são fundamentais para a análise da
fragilidade ambiental (SPÖRL, 2001). O conhecimento sobre a distribuição do fenômeno
intensidade pluviométrica auxilia na determinação da fragilidade, na escolha e adoção de práticas
de conservação de solos mais adequadas, que são fundamentais para manutenção das boas
condições do ambiente e para a agricultura. A erosividade das chuvas, ou seja, a capacidade desta
em provocar desprendimento e transporte de solo, teve a sua representação cartográfica utilizada
para avaliar a influência do clima sobre o ambiente no presente estudo e encontra-se no ANEXO
A5.
No interior da bacia verifica-se que 268,6 km² ou 79,1% da área apresenta
erosividade Forte (7.537 a 9.810 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
) e apenas 20,9% ou 70.96 km² apresentam
valores de erosividade entre 4.905 a 7.537 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
, valores que colocam este setor,
édia a Forte (Tabela 5.5).
el,
pois há, confo
extremo leste, da BHTAM na classe de erosividade M
A fragilidade potencial é a fragilidade apresentada considerando-se apenas os
componentes naturais solos, relevo e chuvas. A ‘carta de fragilidade potencial’ é obtida cruzando
primeiramente a ‘carta de fragilidade dos índices de dissecação do relevo’ com a ‘carta de
fragilidade dos solos’ e posteriormente a carta resultante é cruzada com a ‘carta de erosividade
das chuvas’, originando um produto cartográfico denominado ‘Carta de Fragilidade Potencial’
(Figura 5.5).
A análise integrada dos elementos naturais da área, conforme os conceitos
elaborados por Tricart (1977), indicam que, quanto ao equilíbrio dinâmico, o meio natural na
BHTAM pode ser classificado como uma unidade de forte instabilidade a fortemente instáv
rme Tabela 5.5, o predomínio de áreas de fragilidade ‘Forte’ (51,49%) e de
fragilidade ‘Muito Forte’ (35,68%) em 174,83 km² e 121,17 km² respectivamente; marcados
principalmente pela influência da erosividade, no caso da classe Forte e, pelos tipos de solos, no
caso da classe ‘Muito Forte’ (Figura 5.5).
118
Figura 5.5 - Carta de Fragilidade ncial da BHTAM result zamen sivos entre as
cartas representativas dos fatore ão do relevo, solos ade.
As áreas de M agilidade potencial estão r ao setor l bacia, onde
os solos em oria apr va resistência à eros osividade r e o índice
de dissecação é mais suave pa apenas 43,56 km² que corresponde a 12,83 % da
área total (Tabela 5.5).
idera que a área
apresenta restr
Ambiental Pote ante dos cru tos suces
s índice de dissecaç e erosivid
édia fr estritas este da
sua mai esentam relati ão, a er é meno
, esta classe ocu
Os resultados da pesquisa, mostrados na Figura 5.5 revelam a ocorrência de
classes de fragilidade potencial Média, Forte e Muito Forte, indicando que sob o ponto de vista da
fragilidade potencial a área apresenta sérias restrições quanto ao tipo de uso a ser dado em função
da elevada suscetibilidade dos solos do local aos processos erosivos; sendo, portanto, necessário o
planejamento que levem em conta estes índices de fragilidade e a aptidão das terras do local.
Pachechenik (2004) encontrou para a bacia do Rio das Pedras em Guarapuava -
PR, fragilidade potencial ambiental “Média a Forte” e por esse motivo cons
ições para o uso do solo.
119
ínio da classe de fragilidade potencial Média. Spörl e Ross (2004)
afirmam que a
etal remanescente e o tipo de uso dado aos solos e revela as relações
sócio-econômi
de eucaliptos com
sub-bosque de nativas (Figura 5.6). Essas áreas classificadas com grau de proteção médio
distribuem-se por aproximadamente 207,36 km², equivalendo a 61,07% da área total da bacia
(Tabela 5.6).
Spörl e Ross (2004) aplicando a mesma metodologia encontraram, para uma área
localizada na divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, quatro graus diferenciados de
fragilidade com predom
determinação da fragilidade pode ajudar o processo de tomada de decisões,
subsidiando a gestão territorial de forma planejada e sustentável, evitando problemas gerados pela
ocupação desordenada.
Na carta com o grau de proteção dado pela cobertura vegetal ao solo, a qual
expressa a cobertura veg
cas dentro da BHTAM, verifica-se o predomínio de formas de uso que conferem
média proteção aos solos do local, tais como, usos representados por cultivos em curvas de
nível/terraceamento com cana e pastagens com baixo pisoteio e silvicultura
Figura 5.6 - Grau de Proteção proporcionado aos solos pela vegetação e formas de uso.
120
as/matas naturais, florestas cultivadas com biodiversidade, formações
arbustivas naturais com estrato herbáceo denso, formações arbustivas densas (mata secundária,
Cerrado denso, capoeira densa) e pastagens cultivadas sem pisoteio excessivo do gado são as
formas de uso que melhor protegem os solos contra a ação dos processos erosivos,
proporcionand ã
Entretanto, como conseqüência da intensa antropização que ocorre nesta bacia
verifica-se a existência de vegetação natural e de outras formas de uso que dão mais proteção aos
solos apenas à
abela 5.6). Estes remanescentes de
vegetação natu
o
na Figura 5.6.
e por classe de fragilidade ambiental emergente.
Classe de Fragilidade Área (km²) Área (%)
As florest
o grau de proteç o alto a muito alto aos locais onde são mantidas.
s margens dos córregos ou então em forma de pequenos fragmentos florestais
dispersos pela bacia (Figura 5.6). Estas feições ocupam ao todo, uma área correspondente a
16,86% ou 57,25 km² de toda área da bacia hidrográfica (T
ral, aparentemente, são quantitativamente inferiores à área mínima exigida pela
legislação.
Os cultivos de ciclo longo, de fraca densidade com possibilidade de solo exposto
entre ruas como o coco e as culturas de ciclo curto (arroz, trigo feijão, soja, milho, milheto, sorgo
e algodão) mesmo quando cultivados com práticas conservacionistas: curvas de nível e
terraceamento, são considerados cultivos que oferecem ‘Baixo Grau’ de proteção aos solos. Essas
formas de uso estão bem distribuídas espacialmente por toda área, conforme pode ser verificad
De acordo com o indicado na Tabela 5.6, as coberturas que oferecem baixa
proteção aos solos ocupam 74,56 km² ou 21,96% da área da BHTAM.
Tabela 5.6 - Área ocupada em km² e percentual por classe referente ao grau de proteção oferecido pela cobertura
vegetal
Muito Alto 24,62 7,26
Alto 32,63 9,60
Médio 207,36 61,07
Baixo 74,56 21,96
relação à
vegetal
Muito Baixo 0,39 0,11
Total 339,56 100,00
Grau de proteção em
cobertura
Média 39,01 11,50
Forte 179,34 52,81 Fragilidade ambiental emergente
Muito Forte 121,21 35,69
Total 339,56 100,00
Em função da metodologia utilizada na elaboração da carta de vegetação, uso e
ocupação dos solos; da resolução e data da imagem e da escala adotada no presente estudo, não
121
onservacionistas, portanto não foram consideradas.
eriormente por Vasconcelos et al. (1999).
Após a integração/cruzamento das informações contida na ‘carta de fragilidade
ráfico denominado por Ross (2004) de ‘Carta de
ragilidade do Relevo’, convencionalmente citado na literatura como ‘Carta de Fragilidade
A ‘carta de fragilidade ambiental emergente’ permite identificar os diferentes
situação ambiental dentro das Unidades
codinâmicas e por isso constitui-se num importante instrumento que auxilia na análise do
Conforme indica os dados da Tabela 5.6, a classe de fragilidade ambiental ‘Forte’
ntos inconsolidados areno-argilosos da Formação Cachoeirinha (Lacerda Filho, 2004), em
reas cobertas principalmente por LATOSSOLOS VERMELHO ESCUROS de textura argilosa
entos intermediários das
ertentes em declives inferiores a 6% (Figura 5.7).
rrência restrita ao setor leste da bacia da BHTAM em decorrência principalmente da
rosividade de menor intensidade e do uso ser mais freqüente na forma de pastagens. Esta classe
As áreas onde há o predomínio dos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS,
dimentos arenosos e síltico arenosos inconsolidados, também da formação Cachoeirinha e
foram detectadas áreas desmatadas e queimadas recentemente, solo exposto, caminhos e estradas,
terraplanagens e áreas de empréstimo, culturas de ciclo curto sem adoção de práticas
c
Consta na Tabela 5.6 uma pequena área de 0,39 km² que aparece classificada com
grau de proteção ‘Muito Baixo’, ocupando apenas 0,11% da BHTAM, que referem-se às
voçorocas encontradas e mapeadas ant
ambiental potencial’ e a ‘carta com o grau de proteção por tipo de cobertura vegetal e uso
antrópico’ obteve-se um produto cartog
F
Ambiental Emergente’.
padrões de fragilidade na BHTAM que variou de ‘Média Fragilidade’ até ‘Muito Forte’ (Figura
5.7). A carta de fragilidade traz um diagnóstico da
E
ambiente e fornece subsídios para a indicação de ações que visem melhorias nos padrões de uso
agrícola e na adoção de formas de manejo menos impactantes ao meio.
apresenta um ligeiro predomínio em relação às demais classes, ocupa 179,34 km², equivalendo a
52,81% da área total da BHTAM, distribuindo-se principalmente em locais com a presença de
dimese
á
sobre relevos em topos, nos segmentos superiores das vertentes e também em áreas cobertas por
LATOSSOLOS VERMELHO AMARELOS argilosos, nos segm
v
As áreas detectadas como de classe de fragilidade ambiental emergente Média têm
sua oco
e
de fragilidade está distribuída por 11,50% da área ocupando 39,01 km² da Bacia (Tabela 5.6).
se
122
de fragilidade
uito Forte e ocupam 35,69% ou 121,21 km² da bacia.
formas convexas nos segmentos inferiores das vertentes foram determinadas como
M
Figura 5.7 – Carta de Fragilidade Ambiental Emergente.
entos naturais e indica que as formas de uso do
lo na BHTAM encontram-se compatíveis com a fragilidade e aptidão natural do local. Porém,
l de ser dada, conforme Ross (1994), por formações arbustivas naturais com estrato
erbáceo denso, formações arbustivas densas (mata secundária, Cerrado denso, capoeira densa),
ata homogênea de pinus densa, pastagens cultivadas com baixo pisoteio de gado, cultivo de
iclo longo como cacau e florestas/matas naturais, florestas cultivadas com biodiversidade.
A carta de fragilidade ambiental revela os desequilíbrios nos componentes do meio
físico provocados pela intervenção humana no ambiente. A carta de fragilidade ambiental nas
nidades ecodinâmicas de instabilidade Emergente (UEIE) retrata a condição atual em que se
A semelhança apresentada entre as cartas de fragilidade potencial e emergente
confirma a instabilidade apresentada pelos elem
so
este resultado não se constitui em um indicador de que a bacia está protegida da erosão, pois a
fragilidade apresentada pelos elementos naturais requer alto grau de cobertura, a qual só é
possíve
h
m
c
U
123
ncontra o ambiente na BHTAM face aos desmatamentos e práticas econômicas diversas que
zeram a instabilidade nessas áreas emergir e colocá-las em risco (Figura 5.8). Nessa
representação cartográfica as áreas com cobertura vegetal natural não são incluídas nas classes de
agilidade.
e
fi
fr
Figura 5.8 – Fragilidade Ambiental nas Unidades ecodinâmicas de instabilidade Emergente (UEIE).
As classes de fragilidade ambiental em áreas de instabilidade emergente ficaram
assim distribuí
l marcada principalmente pelas diferenças na distribuição
espacial da ero
das no interior da BHTAM: as áreas de fragilidade Média ocupam apenas 11,35%
da área total da UEIE, o equivalente a 32,04 km² e encontra-se dispersa pelo setor leste da bacia
(Tabela 5.7); a ‘classe de fragilidade Forte’ ocupa 59,98% ou 169,33 km² da área da bacia e está
distribuída pelos segmentos intermediários a superiores das vertentes e predomina na bacia. Esta
classe tem sua ocorrência no loca
sividade.
124
Tabela 5.7 - Área em km² e percentual ocupada por classe de fragilidade ambiental nas
UEIE e classe de fragilidade ambiental nas UEIP.
Classes de Fragilidade
Área (km²)
Área (%)
Média 32,04 11,35
Forte 169,33 59,98
UEIE
Muito Forte 80,95 28,67
Total na UEIE 282,32 83,14
Média 6,97 12,16
Forte 10,01 17,49
Muito Forte
UEIP
Total na UE
40,26 70,35
IP 57,24 16,86
Total na BHTAM 339,56 100,00
As áreas classificadas com fragilidade ‘Muito Forte’, também dentro das UEIE,
distribuem-se espacialmente pela bacia numa ampla faixa margeando as áreas de fragilidade
potencial (UEIP) e os cursos d´águas existentes no local (Figura 5.8). Ocorrem principalmente
sobre solos arenosos (NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS) em áreas que apresentam
declividade média pouco superior a 6%, em alguns locais, podendo atingir 20% e, com formas de
relevo ligeiram
ina a classe de fragilidade ‘Muito Forte’ (Figura 5.9). Os
componentes do meio físico: solos e relevo, nessa unidade, conferem a ela um caráter de extrema
fragilidade am
indo uma área de 57,24 km², 16,86% da
BHTAM (Tabela 5.7).
ente convexos, nos segmentos inferiores das vertentes. A classe de fragilidade
‘Muito Forte’ ocupa 80,95 km² (28,67%) da área total da bacia (Tabela 5.7).
Nas áreas onde a instabilidade pode emergir a qualquer momento (UEIP),
bastando para isso que ocorra a intervenção humana sobre o meio natural por intermédio das
atividades econômicas, predom
biental.
As áreas consideradas como de instabilidade potencial, onde as condições
ambientais foram mantidas, ou aproximam-se do seu estado natural que ainda encontra-se em
equilíbrio dinâmico ficaram restritas aos trechos que acompanham os cursos d´água ou em forma
de fragmentos florestais dispersos pela bacia, cobr
Em 40,26 km² da UEIP ocorre a classe de fragilidade ambiental ‘Muito Forte’, que
corresponde a 70,35% da área. As classes de fragilidade ‘Média’ e ‘Forte’ cobrem,
respectivamente, 12,16% e 17,49% em 6,97 km² e 10,01 km². (Tabela 5.7).
125
Figura 5.9 – Fragilidade Ambiental nas Unidades ecodinâmicas de instabilidade Potencial (UEIP)
5.4 - CONCL
eficiente na determinação da fragilidade ambiental da
BHTAM.
am que 87,17% da área de
estudo encontram-se naturalmente em condições de instabilidade ‘Forte’ a ‘Muito Forte’ e 88,5%
USÕES:
O SIG IDRISI
®
proporciona uma variedade de recursos de análise espacial,
mostrando-se como uma ferramenta
As cartas produzidas no presente estudo trazem informações do ambiente natural e
da ação humana no local, possibilitando, assim, uma análise integrada da área para auxiliar em
decisões que visem corrigir os desequilíbrios ambientais.
Os resultados da carta da fragilidade potencial demonstr
126
da área total da bacia apresenta classe de fragilidade emergente de Forte a Muito Forte; resultado
omo forte indício de que a sustentabilidade ambiental na BHTAM está
ameaçada. Sendo então necessário a adoção de medidas preventivas para garantir o equilíbrio
ambiental. Prevenir significa definir uma política de caráter sustentável para o uso dos recursos
do solo e da água, preservando-os de modo a mantê-los renováveis para as futuras gerações.
rior das Unidades Ecodinâmicas de Instabilidade Potencial e Emergente as
classes de fra
do Meio Ambi
CAMARGO, M,N.; KLAMT, E. & KAUFFMAN. J.H. Classificação de solos usada em
levantamentos
que pode ser considerado c
Os resultados mostram também que a metodologia de análise empírica da
fragilidade é bastante restritiva e impõe limitações severas ao uso para atividades econômicas na
BHTAM, porém, permite avaliar de forma integrada os componentes naturais e antrópicos no
local.
No inte
gilidade ‘Muito Forte’ e ‘Forte’ predominam e ocupam 70,35% e 59,98%
respectivamente.
5.5 - REFERÊNCIAS
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Grosso, Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEMA – PRODEAGRO – BIRD – Cuiabá-MT.
1999.
129
As trocas de energia e matéria que ocorrem na natureza se processam por meio de
relações em equilíbrio dinâmico, entretanto, esse equilíbrio é freqüentemente quebrado pelas
intervenções humanas, causando desequilíbrios temporários ou até mesmo permanentes
(TRICART, 1977 citado por ROSS, 2004).
Os impactos que as atividades antrópicas causam ao meio ambiente, geralmente,
resultam em algum tipo de resíduo ou em alteração na paisagem. Entende-se por impacto
ambiental qualquer alteração no meio ou em algum dos seus componentes que levam à quebra do
equilíbrio dinâmico. Essa alteração é provocada por determinada ação ou atividade antrópica ou,
ainda, por alguma forma natural.
O planejamento ambiental busca o uso sustentável dos recursos naturais para
minimizar ou eliminar os impactos ambientais causados pela ação humana. Porém, para
apresentar resultados positivos, quem planeja deve recorrer a métodos e técnicas adequados além
de considerar as potencialidades e vulnerabilidades do ambiente.
o planejamento da ocupação e do uso racional dos solos, visando
ais exatidão e precisão a fim de minimizar os danos causados ao meio ambiente, vem sendo
roposta a utilização das chamadas geotecnologias, prioritariamente, sensoriamento remoto
a de posicionamento global.
As geotecnologias, quando bem empregadas, ajudam a identificar as
ulnerabilidades e potencialidades do ambiente e também permitem a realização de análises
complexas para o zoneam
CAPÍTULO 6 - CARTA DE VULNERABILIDADE À EROSÃO DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO TENENTE AMARAL EM JACIARA, MT - BRASIL
6.1 – INTRODUÇÃO
Recentemente, n
m
p
orbital, sistemas de informações geográficas e o sistem
v
ento de áreas visando à ocupação ordenada, o uso racional e o
monitoramento das ações antrópicas.
Becker e Egler (1996) entendem Zoneamento Ecológico Econômico como um dos
instrumentos usados para a racionalização da ocupação dos espaços e de redirecionamento de
atividades. Sua utilização subsidia estratégias e ações para a elaboração e execução de planos
130
as e conservacionistas e, o controle ou a restrição de usos e das
formas de a
idade
às modificaçõe
ção ecodinâmica Tricart (1977), analisando o ambiente
sob a ótica da t
, há um equilíbrio entre as interferências morfogenéticas
e pedogenéticas.
regionais em busca do desenvolvimento sustentável e tem como finalidade dotar o Governo com
informações técnicas para a espacialização das políticas públicas visando a ordenação do
Território.
Para Ross (2001), Zoneamento Ecológico Econômico é visto como um
instrumento técnico e político direcionado ao ordenamento do espaço geográfico. Sua função é
apontar as diretrizes técnicas de planejamento voltadas para a promoção e redirecionamento de
atividades econômicas, produtiv
propriação do território que representam potencialidades e entraves ao
desenvolvimento sustentável.
Buscando soluções para subsidiar o zoneamento das atividades antrópicas, Crepani
et al. (2001), com base na análise morfodinâmica (ecodinâmica) proposta por Tricart (1977) e
com ênfase no uso de geotecnologias, principalmente, o sensoriamento remoto e os sistemas de
informações geográficas, apresentaram uma metodologia para elaborar mapas de vulnerabil
s ambientais, que acarretam ou aceleram as perdas de solo, cujas causas sejam
tanto naturais quanto pelo uso e ocupação da terra.
Na formulação da concep
eoria dos sistemas, definiu que os diferentes ambientes, quando se encontram em
equilíbrio dinâmico são estáveis e, quando em estado de desequilíbrio são instáveis. Sendo assim,
esse autor descreve que são encontrados na natureza meios estáveis nos quais predominam
processos de pedogênese, meios fortemente instáveis onde os processos morfogenéticos superam
os pedogenéticos e, meios intergrades, que são caracterizados pela transição dos ambientes
instáveis para os meios instáveis, ou seja
Na natureza esta concepção ecológica se processa nos ambientes vulneráveis ou de
instabilidade pelo predomínio dos processos erosivos que alteram as formas de relevo ou em
ambientes estáveis onde a formação dos solos por processos de Latossolização, Podzolização,
Calcificação, Salinização, Gleização, etc. prevalecem.
O conhecimento da vulnerabilidade ambiental é fundamental para prever o
comportamento futuro dos sistemas naturais diante do processo de ocupação e adensamento da
atividade social (BECKER; EGLER, 1996). Para a conservação dos recursos naturais,
131
principalmente água e solo, é necessário o conhecimento do processo de erosão e a identificação
ue esses componentes têm com os demais elementos do meio ambiente, a fim de que
se possa classificar sua capacidade de sustentação frente à ação humana.
o da terra, que aceleram as perdas de solos. Segundo Palmeira (2004), a
vulnerabilidade à perda de solo das unidades de paisagem está ligada à perda do equilíbrio da
Diante do contexto apresentado, pretende-se neste trabalho gerar uma ‘carta de
vulnerabilidad à perdas de ra a bacia hidrográfica do rio Tenen al em ,
Ma o oto, map os tem
análises no SIG IDRISI
®
e, disponibilizar uma ferramenta de apoio à toma
decisões para planejament tal da área objeto deste estudo.
6.2 - METODOLOGIA
por compilação, em levantamentos em campo, em cartas topográficas e em
imagens de satélite.
dos locais críticos quanto às perdas de solos.
A Carta de Vulnerabilidade é resultado da integração dos temas geologia, solos,
relevo, vegetação/uso do solo e clima. Na aplicação da metodologia é necessário identificar a
vulnerabilidade de cada um desses temas.
Segundo Meirelles et al. (1999), os valores de vulnerabilidade para os
componentes da paisagem foram definidos a partir das suas características genéticas e da
interação q
A vulnerabilidade às perdas de solo é um indicativo do quanto os solos de uma
determinada área estão sujeitos aos processos erosivos. O termo vulnerabilidade apresenta uma
conotação relativa e, neste caso, refere-se às modificações ambientais ocorridas naturalmente e
pelo uso e a ocupaçã
dinâmica natural do meio ambiente.
e solos’ pa te Amar Jaciara
to Gros o auxíliso, com dos produtos de sensoriamento rem eament áticos e
desta forma, da de
o o ambien
A metodologia empregada visa elaborar cartas de vulnerabilidade à erosão,
utilizando informações bibliográficas e cartográficas sobre os temas solos, geologia,
geomorfologia, clima, vegetação e uso do solo. Sua aplicação requer num primeiro momento a
delimitação das UTBs e a confecção de documentos cartográficos sobre esses temas, os quais
foram obtidos
132
os polígonos de intervenção antrópica. Segundo Crepani et al.
As ‘cartas temáticas de solos e geologia’ da área estudada foram obtidas pela
adaptação de t
obter informações
sobre dimensão interfluvial, amplitude altimétrica e declividade do local.
Para obtenção da carta, dimensão interfluvial média (D) foi necessário subdividir a
bacia em subbacias a partir do modelo digital do terreno (DEM) usando o comando
WATERSHED do IDRISI
®
e em seguida estas subdivisões foram sobrepostas à imagem de
satélite e assim obteve-se, por meio de medições a carta com a média da distância entre os
interflúvios no interior de cada sub-bacia.
Para a carta amplitude altimétrica (A) foi necessário extrair do DEM as altitudes
máximas e mínimas no interior de cada UTB e, pela operação de subtração entre as cartas com a
altitude máxima e a altitude mínima, gerou-se a carta de amplitude altimétrica do relevo no
interior da unidade territorial básica.
A carta de declividade em graus (D) também foi gerada do DEM, por meio de
comandos específicos no software IDRISI
®
.
As cartas de solos, geologia, dimensão interfluvial, amplitude altimétrica e
declividade, clima, vegetação e uso foram convertidos em modelos numéricos do terreno
atribuindo-se valores associados à vulnerabilidade de cada feição encontrada nas respectivas
cartas.
A delimitação das UTBs foram feitas usando como base o mapa morfopedológico
da área confeccionado por Vasconcelos (1998), dele foi elaborada uma carta contendo as
Unidades de paisagem natural e a partir da interpretação das imagens de satélites do local
elaborou-se uma outra carta com
(1996a e 2001) são considerados nesta interpretação os padrões fotográficos identificados pela
variação dos matizes de cores, e pela textura do relevo e drenagem. Da combinação destas duas
cartas, obteve-se uma terceira onde ficaram estabelecidos os polígonos representando as unidades
territoriais básicas (UTBs).
rabalhos efetuados por Vasconcelos (1999) e Gonçalves e Schneider (1970),
respectivamente. A ‘carta de vegetação e uso do solo’ foi produzida por meio de classificação
supervisionada usando imagens CBERS e dados de uso do solo levantados no campo. A ‘carta de
intensidade pluviométrica’, que representa o tema clima, foi confeccionada por meio da divisão
do valor da pluviosidade média anual (mm) pela duração do período de chuvas (meses) do local.
Na elaboração da carta do tema geomorfologia é necessário
133
Segundo Crepani et. al. (2001), a classificação do grau de vulnerabilidade é
estabelecida com base nos processos de morfogênese e pedogênese; a vulnerabilidade é expressa
pela atribuição de valores que vão de 1,0 a 3,0, totalizando 21 valores que podem ser atribuídos a
cada unidade de paisagem, conforme seu comportamento frente a esses processos.
Os menores valores indicam estabilidade com predomínio da pedogênese e os
maiores, indicam instabilidade com predomínio da morfogênese. Nos ANEXOS B1, B2, B3, B4,
B5 e B6 estão contidas as tabelas com os valores de estabilidade e instabilidade (Vulnerabilidade)
dos elementos naturais e antrópicos referente aos temas Geologia, Geomorfologia (dimensão
interfluvial média, amplitude altimétrica e declividade em porcentagem), Pedologia, Clima e
Vegetação e Uso antrópico.
Em seguida, gerou-se novas cartas, através de uma operação zonal entre a carta de
unidades territoriais básicas (UTBs) com os modelos numéricos do terreno resultante de cada
carta temática obtidas anteriormente (CÂMARA E MEDEIROS 1996).
Nesta etapa foram produzidos novos modelos numéricos com as contribuições de
cada componente do meio físico homogeneizada dentro de cada uma das UTBs. Esta definição é
dada por meio de média ponderada, pois desta forma, se forem encontrados no interior de uma
UTB mais de uma mancha em qualquer um dos temas deve-se calcular primeiramente o
ercentual de ocupação de cada feição na UTB, e assim, obtém-se a média dos valores de
vulnera
altimétrica e declividade com a aplicação da equação 6.1.
= Vulnerabilidade atribuída ao Grau de Dissecação (Dimensão interfluvial).
A = Vulnerabilidade atribuída à Amplitude Altimétrica.
D = Vulnerabilidade atribuída à Declividade.
p
bilidade considerando o peso em relação ao percentual de ocorrência de cada feição
(Figura 6.1).
A carta com os valores numéricos de vulnerabilidade para o tema geomorfologia
(R) foi obtida pela integração dos modelos numéricos de dimensão interfluvial média, amplitude
R = (G +A +D)/3 (6.1)
onde:
R = Vulnerabilidade para o tema Geomorfologia.
G
134
ra
6.1). Nesta fas
(6.2)
a Geologia
R
O passo seguinte foi realizar uma operação com a finalidade de extrair a média
entre os modelos numéricos (geologia, geomorfologia, solos, vegetação e uso do solo) e desta
forma integra-se a contribuição de cada componente do meio físico nas diferentes UTBs (Figu
e de construção de dados é necessária a aplicação da equação 6.2, resultando,
assim, em um único modelo numérico, contendo os valores de vulnerabilidade existentes no
intervalo de 1,0 a 3,0 dentro de cada uma das Unidades Territoriais Básicas:
V = (G +R +S +VgU+C)/5
onde:
V = Vulnerabilidade
G = vulnerabilidade para o tem
= vulnerabilidade para o tema Geomorfologia
S = vulnerabilidade para o tema Solos
Vg U = vulnerabilidade para o tema Vegetação e Uso do Solo
C = vulnerabilidade para o tema Clima
Figura 6.1 – Modelos numéricos, para os temas Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Vegetação e Uso do solo e
clima, com os valores médios de vulnerabilidade ponderados em função do percentual de participação no interior de
cada UTB e modelo numérico final obtido pela média dos valores de vulnerabilidade de cada tema no interior das
UTBs. Modificado de Souza (1998).
135
Na etapa final da produção da ‘carta temática de vulnerabilidade à erosão’
procedeu-se o fatiamento da carta resultante da etapa anterior que integrou todos os temas com a
aplicação da equação 6.2 e resultou em um único modelo numérico com valores de
vulnerabilidade. Para o fatiamento foram adotandos os intervalos numéricos, as classes de
vulnerabilidade e as cores mostradas na Figura 6.2, resultando assim na ‘Carta temática de
vulnerabilidade a erosão’. Os modelos numéricos dos temas geologia, geomorfologia, solos,
vegetação e uso do solo também foram fatiados conforme intervalos mostrados na Figura 6.2,
gerando uma carta temática de vulnerabilidade para cada um desses temas.
Figura 6.2 – Core
erosão (Fonte: Crepani et al. 1996a).
u a de p
intervenção antrópica, os quais foram integrados à carta contendo os limites das unidades de
paisagem natu l, originando a carta contendo 1.169 unidade riais b
s e intervalos de vulnerabilidade/estabilidade usados na definição das classes de vulnerabilidade à
6.3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
A interpretação das imagens CBERS permiti limitação dos olígonos de
ra uma nov s territo ásicas
136
(UTBs). Uma unidade territorial básica é uma entidade geográfica que contém atributos
ambien diferen smo tempo em ssui vín
dinâmicos que a articulam a uma complexa rede integrada por outras unidades territoriais
e Egler (1996) afirmam que a icas são as cél mentares de
informaçã para o zon lógico-econômico.
este trabalho, p nta de custos, optou-se pela utilização das imagens do
sistema CBERS 2 como âncora para a delim ica e pela
adaptação do ‘mapa morfopedológico’, publicado em Vasconcelos (1998), para representar as
unidades de paisagem natural.
‘carta de vuln grau de dissecação horizo relevo pela
drenagem tid ensão interfluvial medidos nas
imagens ou em cartas topográficas. Essa carta é necessária para estabelece res da
e vulnerabilidade com relação ao a geomorfologia. Para realizar esta a bacia foi
dividida em s
pela drenagem, verifica-se o
predomínio de
solo (GOMES 2000). Em
contrapartida,
Na Tabela 6.1, a área ocupada tanto em km² como em percentual indica que
252,05 km² ou
facilidade, implicando em menor capacidade erosiva.
D tâncias interfluviais altas significam menor densidade de rios por quilômetro quadrado, o que
tretanto, outro problema pode ocorrer,
tais que permitem ciá-la de suas vizinhas, ao me que po culos
. Becker
s unidades territoriais bás ulas ele
o e análise eamento eco
N or ser ise
itação dos polígonos de ação antróp
A erabilidade do ntal do
’ Figura 6.3, foi ob a pela média dos valores de dim
r os valo escala
d tem operação,
eis subbacias e no interior de cada uma delas foi estabelecida a amplitude
interfluvial que estabelece a dissecação horizontal do relevo pelos canais de drenagem.
Em relação ao parâmetro dissecação do relevo
áreas estáveis aos processos erosivos localizadas, principalmente, nos topos e
setores intermediários das vertentes.
Os valores de dimensão interfluvial mais altos indicam um relevo mais plano, que
é mais estável ou menos vulnerável aos processos de perda de
um valor pequeno desse mesmo parâmetro indica a existência de menor porosidade
e permeabilidade dos solos que dificulta a infiltração das águas e gera escoamento superficial e
assim modela o relevo que se torna mais dissecado onde as perdas de solos são facilitadas, caso
do extremo leste da bacia (Figura 6.3).
74,23 % da bacia apresentam grau de vulnerabilidade Estável para a dissecação
horizontal do relevo pelos canais de drenagem. Estes números correspondem aos locais com
dimensão interfluvial média mais extensa e são áreas com solos e rocha mais permeáveis, onde as
águas das chuvas infiltram com mais
is
significa uma presença de rede de drenagem fraca. En
137
nessas áreas há maior disponibilidade de água para lixiviação e dissolução de certos minerais,
caso do fósforo (P), bem como para formações de lençóis superficiais ou profundos.
Figura 6.3 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Dimensão Interfluvial Média.
As áreas com grau de vulnerabilidade ‘Moderadamente Estável e Medianamente
Estável/Vulnerável’ cobrem, respectivamente, 0,92 % ou 3,10 km² e 21,89 % ou 74,34 km² da
área total da bacia. As áreas onde as dimensões interfluviais são menores estão classificadas
como Vulneráveis, ocupam 10,07 km² (2,96%) apresentam um número maior de canais de
drenagem, conseqüentemente, maior disponibilidade de energia potencial para o escoamento
superficial, o que gera uma maior capacidade erosiva ou de promover a morfogênese (Crepani et
al. 2001).
Os dados de amplitude altimétrica ou amplitude relativa do relevo são também
necessários para o estabelecimento do grau de vulnerabilidade em relação ao tema
geomorfologia. Este grau foi calculado pela diferença entre as cotas máxima e mínima
ncontradas no interior de cada UTB, realizado a partir dos dados altimétricos do modelo digital
do terreno (DEM).
e
138
Tabela 6.1 - Área
(km²) Área (%)
ocupada em km² e área em porcentagem (%) por classe de vulnerabilidade dos temas dimensão
interfluvial média, amplitude altimétrica e declividade.
Tema Grau de Vulnerabilidade Área
Estável 252,05 74,23
Moderadamente Estável 3,10 0,92
Medianam
Vulneráve
Dimensão interflúvial
média
ente Estável Vulnerável 74,34 21,89
l 10,07 2,96
Total 339,56 100,00
Estável 31,82 9,37
Moderadamente Estável 46,40 13,67
Medianamente Estável Vulnerável 129,56 38,15
Moderadamente Vulnerável 131,78 38,81
Amplitude altimétrica
Total
339,56 100,00
Estável 164,63 48,49
Moderadamente Estável 169,63 49,95
Medianamente Estável Vulnerável 5,30 1,56
idade
Total 339,56 100,00
Decliv
A ‘carta de amplitude altimétrica’, Figura 6.4, representa a diferença entre os
pontos mais altos e mais baixos na bacia e, de certa forma, representa o aprofundamento da
drenagem que promove a dissecação vertical do relevo. Nesta carta verifica-se que na área
predominam graus intermediários a elevado de vulnerabilidade e são poucas as áreas de
estabilidade.
Na Tabela 6.1 observa-se que as classes de vulnerabilidade Medianamente Estável
/Vulnerável e
maiores são as possibilidades de erosão, pois é maior a energia cinética aplicada às vertentes e,
e material, principalmente se
associada a ele
Moderadamente Vulnerável juntas ocupam 76,96 % ou 261,34 km² da bacia e,
também juntas, as classes de vulnerabilidade ‘Moderadamente Estável’ a ‘Estável’ ocupam
apenas 23,04 % ou 78,22 km².
A amplitude do relevo está relacionada ao encaixamento dos vales. Quanto maior a amplitude,
conseqüentemente, maior é a capacidade de deslocamento d
vadas declividades e dissecação (CHRISTOFOLETTI, 1974 e CREPANI et al.
1996a).
A carta de vulnerabilidade para o tema declividade (Figura 6.5) foi confeccionada
a partir do modelo digital do terreno. Nela estão demonstrados o amplo predomínio de áreas
estáveis em relação a declividade. A declividade representa a inclinação do relevo em relação ao
horizonte; é uma variável importante para avaliar o risco de erosão, à adequação de áreas para a
139
agricultura e para avaliar a possibilidade de uso de mecanização. Quanto maior o valor da
porcentagem, maior o ângulo de inclinação do terreno.
Figura 6.4 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Amplitude Altimétrica do Relevo.
Conforme consta na Tabela 6.1, em 98,44 % ou em 334,26 km² da área total da
adamente Estável’ a ‘Estável’.
São graus de d
da junção desses dois córregos.
bacia predomina (agrupados) grau de vulnerabilidade de ‘Moder
eclividade com baixa capacidade de transformar a energia potencial das águas que
escoam em energia cinética, que é responsável por imprimir maior velocidade nos movimentos de
água e ampliar a capacidade de transporte responsável pela erosão que modela o relevo.
Nos locais de declive mais acentuado, a classe ‘Medianamente Estável / Vulnerável’ cobre
apenas 1,56 % da bacia. O equivalente a 5,30 km² de sua área total. Estas áreas têm suas
ocorrências em pequenas manchas nas imediações dos córregos Amaral e Brilhante,
principalmente nas proximidades
140
Figura 6.5 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Declividade
.
.
dade ‘Moderadamente Estável’ e ‘Estável’. Nos locais estáveis, espera-se que ocorram
relevos ‘planos’ a ‘suavemente ondulados’ em formas de topos planos e tabulares levemente
convexizados e, nos ‘Moderadam
edianamente Estável / Vulnerável’ ocorrem relevos
ondulados dissecados em colinas. A classe Moderadamente Vulnerável está restrita a alguns
pontos próximos ao leito dos rios com
eomorfologia. Nesta tabela verifica-se que as classes
A ‘carta de vulnerabilidade para o tema Geomorfologia’, Figura 6.6, foi obtida
pela aplicação da equação 6.2 aos modelos numéricos referentes a vulnerabilidade dos temas
relativos a morfometria, dimensão interfluvial média, amplitude altimétrica e declividade
A observação desta carta permite verificar o predomínio de classe de
vulnerabili
ente Estável’ ocorrem formas ligeiramente convexas.
Nas áreas com grau ‘M
relevos fortemente ondulados em forma de patamares
escalonados e em topos tabulares e convexos
Na Tabela 6.2, estão os dados referentes à área em km² e percentual ocupado por
grau de vulnerabilidade para o tema g
141
‘Estável’ e ‘Moderadamente Estável’ ocupam juntas 95,76 % ou 325,16 km². A classe
‘Medianamente Estável / Vulnerável’ ocupa 4,05 % em 13,75 km². A classe Moderadamente
Vulnerável ocupa uma área inferior a 1 km² e em percentual também é inferior à 1%.
Figura 6.6 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Geomorfologia.
A carta de unidades geológicas da região foi obtido através de adaptação do mapa
eológico de Gonçalves e Schneider (1970). Segundo Crepani et al. (2001), a Geologia participa
redomínio de áreas com elevado grau de vulnerabilidade (Classe Vulnerável). A litologia desses
g
da análise e definição morfodinâmica com as informações relativas a intensidade da ligação entre
os minerais ou partículas que as constituem, ou seja, o grau/intensidade de coesão das rochas.
Em relação à Geologia na Figura 6.7, pode-se verificar que há um amplo
p
locais é composta de sedimentos inconsolidados areno-argilosos da Formação Cachoeirinha.
Estes são materiais que apresentam baixa coesão entre suas partículas e são muito susceptíveis ao
transporte, pois é a coesão entre partículas que favorece ou dificulta a destruição e o modelado do
relevo (Glipitogênese).
142
bela 6.2 - Área ocupada em km² e participação em porcentagem(%) por classe de vulnerabilidade dos tem as
Ta
Geomorfologia, Geologia, Solos e Vegetação e Uso do solo.
idade Área (km²) Área (%) Tema Grau de Vulnerabil
Estável 239,43 70,51
Mod_Estável 85,73 25,25
Med_Estável_/ Vulnerável 13,75 4,05
Mod_Vulnerável 0,65 0,19
Geomorfologia
Total 339,56 100,00
Med_Estável_Vulnerável 0,07 0,02
Mod_Vulnerável 55,76 16,42
Vulnerável 283,73 83,56
Geologia
Total 339,56 100,00
Estável 156,87 46,20
Mod_Estável 57,51 16,93
Med_Estável_Vulnerável 18,72 5,51
Solos
Mod_Vulnerável 37,27 10,98
Vulnerável 69,19 20,38
Total 339,56 100,00
Mod_Estável 23,58 6,95
Med_Estável_Vulnerável 1,13 0,33
Mod_Vulnerável 32,97 9,71
Vegetação e Uso do solo
Vulnerável 281,88 83,01
Total 339,56 100,00
As áreas de Moderada Vulnerabilidade em relação à geologia têm ocorrência ao
ongo dos canais fluviais e apresentam material geológico de baixa coesão, constituído por
l
onglomerado basal, arenitos e siltitos.
Áreas com vulnerabilidade ‘Medianamente Estável / Vulnerável’ têm sua
duas classes ocorrem nos locais correspondentes às
ormações Furnas e à Formação Ponta Grossa, respectivamente.
o ‘Vulneráveis’. Em termos de percentuais cada classe ocupa respectivamente 0,02 %, 16,42 %
A ‘carta de vulnerabilidade dos solos’ Figura 6.8, mostra a ocorrência de todas as
c
ocorrência limitada a uma pequena mancha situada na divisa da bacia a leste da confluência dos
córregos Amaral e Brilhante. Estas
F
A Tabela 6.2 apresenta as informações relativas à distribuição espacial da escala de
vulnerabilidade do tema geologia sobre a área de estudo e nela verifica-se que 0,07 km² são áreas
‘Medianamente Estável / Vulnerável’, 55,76 km² são ‘Moderadamente Vulnerável’ e 283,73 km²
e 83,56%.
classes de vulnerabilidade para este tema na BHTAM, entretanto, percebe-se que há o predomínio
143
e áreas de estabilidade onde prevalecem processos de pedogênese representados pelas classes d
‘Estável’ e ‘Moderadamente Estável’.
Figura 6.7 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Geologia
As áreas identificadas com ‘Moderada Vulnerabilidade’ a ‘Vulnerável’ ocorrem
uma faixa ao longo do leito dos drenos principais da bacia, são áreas de ocorrência de
EOSSOLOS QUARTZARÊNICOS. Segundo Crepani et al. (1996b) a característica principal
As classes de ‘Vulnerabilidade Estável’ e ‘Moderadamente Estável’ representam
solos m duros e bem desenvolvidos como constam na Tabela 6.2, juntas ocupam 63,13 % ou
214,38 km² do total da bacia. Por toda esta área verifica-se que predominam os LATOSSOLOS,
enquanto as classes ‘Vulnerável’, ‘Moderadamente Vulnerável’, composta por solos jovens,
20,38% e 10,98 %. Em relação à área coberta em km² por essas classes,
erifica-se que as mesmas ocorrem em 69,19 km² e 37,27 km², respectivamente.
n
N
para avaliar a vulnerabilidade dos solos é o seu grau de desenvolvimento ou maturidade, produto
direto do balanço morfogênese/pedogênese.
a
cobrem respectivamente
v
144
As áreas identificadas com escala de vulnerabilidade Medianamente Estável /
Vulnerável distribuem-se por 5,51 % ou 18,72 km² da área total da bacia.
Figura 6.8 - Carta de Vulnerabilidade para o tema Solos.
A intensa da atividade antrópica realizada na BHTAM fica comprovada na carta de
vulnerabilidade referente ao tema vegetação e uso do solo (Figura 6.9).
Na confecção desta carta o principal parâmetro para a avaliação da vulnerabilidade
é a densidade d
explorados pelos cultivos agrícolas ou pela pecuária com a utilização de espécies vegetais que
oferecem pouc
a cobertura vegetal que proporciona diferentes níveis de proteção em função da
quantidade e qualidade da fitomassa.
As áreas classificadas como ‘Vulneráveis’ são aquelas onde os solos são
a proteção aos solos frente à ação das águas fluviais se comparadas a proteção
proporcionada pela vegetação natural.
145
Conforme constam na Tabela 6.2, as áreas Vulneráveis atualmente usadas,
principalmente por cultivos de soja, cana, algodão e pastagens, ocupam 83,01 % no interior da
bacia, totalizando 281,88 km².
As áreas onde a cobertura vegetal natural foi mantida estão restritas às margens
dos córregos Amaral e Brilhante. São formações vegetais compostas por Floresta Estacional
Semidecidual ou diferentes fisionomias de Cerrado.
As áreas classificadas de ‘Medianamente Estável / Vulnerável’ e ‘Moderadamente
Estável’ correspondem aos locais onde predomina vegetação do tipo Floresta.
Naquelas áreas com grau ‘Moderadamente Vulnerável’, a vegetação predominante
corresponde a alguma variação de Cerrado ou Savana. Em termos quantitativos as áreas
classificadas nesta classe de vulnerabilidade ocupam 32,97 km² ou 9,71% da BHTAM, enquanto
os locais com escala de vulnerabilidade ‘Medianamente Estável / Vulnerável’ e ‘Moderadamente
Estável’ cobrem 1,13 km² ou 0,33% e 23,58 km² ou 6,95%, respectivamente (Tabela 6.2).
Figura 6.9 - Vulnerabilidade para o Tema Vegetação e Uso do solo.
146
tensidade pluviométrica apresentou apenas uma classe ‘Medianamente
Estável / Vuln
de solos ou à erosão’, Figura 6.10, observa-
se que a cla
Em razão do método usado, das dimensões da área de estudo e do comportamento
das chuvas do local, a in
erável’. O valor de intensidade pluviométrica calculado corresponde a 250
mm.mês¹, com grau de vulnerabilidade de 1,8. A adoção de tal metodologia e fatores/dados
justifica-se no fato de se esperar que a erosividade provocada pelas chuvas seja diretamente
dependente do fator intensidade pluviométrica e, que, quanto mais elevado são estes valores,
maiores são as perdas de solos esperadas.
Na ‘carta de vulnerabilidade às perdas
sse ‘Moderadamente Estável’ tem pouca abrangência na bacia, a classe
‘Medianamente Estável Vulnerável’ apresenta amplo domínio territorial sobre a bacia. Esta classe
representa valores de vulnerabilidade entre 1,8 a 2,2.
Figura 6.10 – C M.
orrência e abrangência dos fenômenos de
vulnerabilidade às perdas de solo estão mais associadas às várias formas de uso antrópico. Já nas
áreas de’ Moderada Vulnerabilidade’ pode ser que ocorra em função da associação entre uso
arta de Vulnerabilidade à perda de solos da BHTA
A análise desta carta leva a crer que a oc
147
antrópico e a f ou mais componentes do meio físico. As
pequenas manc dade’ estão distribuídas de forma
esparsas pela bacia e somadas entre si ocupam 2,16 km² ou 0,63 % da área total da BHTAM,
conforme consta na Tabela 6.3.
lnerabilidade’
distribui-se em 17,90 % da área em 60,77 km² da bacia hidrográfica e a classe de maior
porcentagem a 81,47 %.
Tabela 6.3 - Área ocupada em km² e participação em porcentagem (%) por classe d
e Vuln
Áre
ragilidade natural apresentada por um
has que representam áreas de ‘Moderada Estabili
Os dados da Tabela 6.3 confirmam que a ‘classe Moderada Vu
ocorrência - ‘Medianamente Estável / Vulnerável’ - ocupa 276,63 km², o equivalente em
e vulnerabilidade a
a (%)
erosão.
Grau d erbilidade Área (km²)
Mod_Estável 2,16 0,63
Med_Estável_Vu
Mod_Vulnerável 60,77
Total 339,56
lnerável 276,63 81,47
17,90
100,00
6.4 – CONCLUSÃO
ia, pedologia, vegetação,
uso antrópico do SIG IDRISI
®
determinar o
grau de vulner .
os.
A integração dos componentes geomorfologia, geolog
e intensidade pluviométrica permitiram por meio
abilidade à erosão dos solos da BHTAM
Predomina na BHTAM áreas com o grau de vulnerabilidade ‘Medianamente
Estável / Vulnerável’ e ocupam 81,47% da área total da bacia, este resultado se constitui num
indicativo de equilíbrio da ocorrência entre os processos de morfogênese e pedogênese.
63,13% dos solos da bacia são Estáveis e Moderadamente Estáveis aos processos
erosiv
148
nuado pela ocorrência de
Latossolos e p nas uma vez que esses são mais
estáveis frente aos processos erosivos.
Em maior parte da bacia predominam, para os temas geologia e uso antrópico,
áreas fortemente in
o altas declividades, solo vulneráveis,
sem cobertura grícolas adequadas, os processos erosivos podem
evoluir para a
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CAMARGO,
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CREPANI, E
idiar o Zoneamento Ecologico-
Economico e capacitar os tecnic
(INPE-6145-P
O grau de vulnerabilidade na BHTAM é parcialmente ate
elas formas de relevo em topos planos e coli
stáveis diante dos processos erosivos.
Nas áreas onde as condições naturais, com
vegetal e ausência de práticas a
formação de voçorocas.
6.5 – REFERÊNCIAS
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Grosso, Fundação Estadual de Meio Ambiente – FEMA – PRODEAGR
1999.
151
C ERDAS MÉDIAS DE SOLO
PO AR E DE APORTE DE SEDIMENTOS NA BACIA
HI ENENTE AMARAL EM JACIARA – MATO GROSSO,
BR
7.1 – INTRODUÇÃO
storil adotado nas frentes de ocupação de novas
áre a, estas prática m e
vêm ao meio ambiente, principalmente, à perda da
biodiversidade e à erosão dos solos em vastas áreas cobertas pela vegetação de Cerrado.
a inadequada. Conforme Galdino; Marques; Soriano (2003) a erosão é
um processo natural que ocorre mesmo nos ecossistemas em equilíbrio, porém a atividade
humana aumen
ento dos processos erosivos
com destaque para as características do solo, o embasamento geológico, o clima, a topografia, a
cobertura vege
ente a exploração intensiva dos solos das áreas situadas nas bordas do
Pantanal apres erosão laminar, provocando a queda
da fertilidade poluição e assoreamento dos
cursos d’água e conseqüentemente a diminuição da renda das populações que sobrevivem das
atividades dese
APÍTULO 7 - ANÁLISE E ESPACIALIZAÇÃO DAS P
R EROSÃO HÍDRICA LAMIN
DROGRÁFICA DO RIO T
ASIL.
O sistema de produção agrosilvopa
as agrícolas provocou a retirada da cobertura vegetal e a queimad s causara
causando ainda danos irreversíveis
A transformação de grandes áreas de Cerrado em áreas cultiváveis causou
consideráveis problemas de erosão na região Centro-Oeste do Brasil. Voçorocas e erosão laminar
nas plantações de soja e pastagens, bem como, a deposição dos rejeitos da mineração de
diamantes levaram a um aumento da carga sólida nos córregos e rios (WANTZEN, 1997).
Em Mato Grosso, nos últimos anos, as regiões atingidas por erosão vêm
aumentando. As principais causas da erosão e das perdas de solos férteis têm sido a exploração e
o uso deste solo de form
ta a incidência e intensidade, acelerando a erosão.
Diversos fatores atuam conjuntamente no desencadeam
tal e as atividades humanas.
Atualm
entam elevadas taxas de perdas de solos por
desses solos, diminuição do rendimento agrícola,
nvolvidas no meio rural.
152
antanal, o assoreamento causou a inundação de uma vasta área localizada na
planície do seu as ao e ssistem r
considerada como o mais grave impacto ambiental e socioeconômico ocorrido no Pantanal.
A bacia hidrográfica do Rio Tenente Amaral (BHTAM), escolhida para este
estudo, está situada no setor norte do Pantanal nicípio de Jaciara-MT.
Possui solos c de limitações, entre as quais, alta
suscetibilidade
ídrica laminar nesta bacia e produz uma carga
elevada de sedim
As camadas superficiais do solo retiradas pela água das chuvas que escoam podem
ser quantificadas aplicando a Equação Universal de Perdas de Solos (EUPS) e podem ser
espacializadas com o uso de um sistema de informação geográfica (SIG). Os dados daí obtidos
permitem identificar as áreas críticas onde ocorrem erosão e as áreas que podem vir a apresentar
perdas de solo ade deste processo.
as de Solos), proposta por Wischmeier e
Smith (1978),
minar. Mesmo
que a EUPS apresente limitações científicas, em função de sua relativa simplicidade, esse modelo
tem sido largam ente no caso do Brasil, onde a base de dados e
informações cartográficas é normalmente escassa (SILVA et al., 2003). Desta forma a aplicação
da EUPS pode enor e maior suscetibilidade à erosão e à
compreensão dos m as e efeitos.
pelos fatores: erosividade das chuvas
(R); erodibilidade dos solos (K); comprimento de rampa (L); declividade (S); uso e manejo (C) e
práticas conse
Segundo Galdino e Pellegrin. (2003), na bacia do Rio Taquari, um dos principais
formadores do P
baixo curso e esta inundação trouxe conseqüênci co a que a faz se
mato-grossense, no mu
lassificados como arenosos com uma série
a erosão.
A existência desses tipos de solos e a elevada intensidade das chuvas e o manejo
incorreto intensificam os processos de erosão h
entos que são transportados em direção aos principais rios do pantanal.
s e, desta forma, intervir para evitar a continuid
A EUPS (Equação Universal de Perd
trata-se de um modelo paramétrico e, segundo Bueno e Stein (2004), é
mundialmente usada na predição da média anual de perdas de solos por erosão la
ente utilizado, principalm
auxiliar na identificação de áreas com m
ecanismos erosivos, bem como, suas caus
A EUPS é uma fórmula empírica composta
rvacionistas (P). Na sua aplicação são considerados fatores naturais e antrópicos,
porém, a EUPS pode ser aplicada considerando apenas os fatores naturais, ou seja, erosividade,
erodibilidade, comprimento de rampas e declividade, permitindo desta forma obter para o local o
seu Potencial Natural à Erosão (PNE).
153
Portanto a EUPS é utilizada como modelo para estimar as perdas de solo, tanto
humana e fornecer informações para o planejamento e
manejo de microbacias hidrográficas. Porém, verificou-se que este modelo necessita para a
eterminação do aporte de sedimentos de fórmulas complementares para estimar valores de solos
perdidos por erosão e a contribuição de uma determinada área na carga de sedimentos da rede de
drenagem.
A EUPS foi concebida para a predição da média anual de perdas de solos causada
por erosão lam
A MEUPS ou MUSLE (Modified Universal Soil Loss Equation) utiliza os mesmos
fatores da EUP
ados raramente medidos, dificultando portanto a sua aplicação em
estudos, sendo necessário muitas vezes estima-los.
il,
utilizando-se de um sistema de informação geográfica (SIG).
7.2 – METODOLOGIA
niversal de
Perdas de Solo
naturais como aquelas causadas pela ação
o
d
inar. Como ela não serve para estimar as perdas ocorridas em um determinado
evento pluviométrico, Willians (1975), apresentou a Equação Universal de Perdas de Solos
Modificada (MEUPS). Esta pode prever o aporte de sedimentos em Bacias Hidrográficas em um
dado evento de chuva.
S, com exceção do fator R (erosividade da chuva) que deve ser substituído por
fatores hidrológicos representativos da bacia (SILVA et al. 2003). Os tais fatores hidrológicos
usados que substituem o fator ‘erosividade’ são: o volume de escoamento superficial e vazão de
pico. Estes constituem-se em d
O presente estudo objetiva estimar e mapear os fatores da EUPS e MUSLE, o
potencial natural de erosão, as perdas médias de solo por erosão laminar e estimar o aporte de
sedimentos na bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral, em Jaciara Mato Grosso, Bras
As perdas médias de solo foram determinadas aplicando a Equação U
s (EUPS) e os seus termos foram obtidos conforme seqüência do Quadro 7.1.
A EUPS é mundialmente reconhecida para estudo da erosão laminar,
correspondendo à equação 7.1 desenvolvida por Wischmeier e Smith (1978):
154
O potencial natural de erosão (PNE) é, conforme Marcomin (2002), dado pela
equação 7.2. O
Topografia
Sensoriamento Remoto
A = R K L S C P (7.1)
Onde:
A = perdas de solo por unidade de área (t.ha
-1
.ano
-1
);
R = erosividade da chuva (MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
);
K = erodibilidade do solo (t.ha.MJ
-1
.mm
-1
);
L =comprimento de rampa (metros);
S = declividade (%);
C = uso e manejo (adimensional) e;
P = práticas conservacionistas (adimensional).
PNE seriam as perdas de solos que casualmente poderiam ocorrer em áreas
teoricamente intactas quanto à ação humana e desprovida de cobertura vegetal:
Quadro 7.1 - Seqüência de obtenção dos dados para aplicação da EUPS. (Adaptado de Araújo, 2006).
Clima Solos
Calculos,
Pesquisas e
Interpolações
Calculos,
Pesquisas
Declividade e
Comprimento de Rampas
Processamento,
Interpretações, pesquisa
Bibliográfica e
Levantamentos de Campo
Erosividade
(Fator R)
Erodibilidade
(Fator K)
Fator Topgráfico (LS) Mapa de Uso do solo
Potencial Natuaral a Erosão
Fator CP
Estimativas de Perdas Médias de Solos
PNE=RKLS (7.2)
onde:
PNE = potencial natural de erosão (t.ha¹.ano¹)
R = fator erosividade da chuva (MJ.mm.ha¹. h¹.ano¹)
K = fator erodibilidade do solo (t. h .MJ¹. mm¹)
155
LS = fator topográfico (adimensional).
O modelo MEUPS é aplicável a eventos isolados de precipitação e fornece valores
de aporte de sedimentos que variam em função dos fatores: precipitação, volume de escoamento
gerado e pelo tempo de pico e pelos fatores da EUPS, menos erosividade. Conforme Machado
(2002), o aporte de sedimentos (Y) após um evento de chuva pode ser determinado pela equação
7.3:
Y= 11,8 (Q q
p
área)
0,56
K LS C P (7.3)
Onde:
Y = Produção de sedimentos após evento chuvoso (t);
Q = volume de escoamento superficial (mm);
q
p
= vazão de pico do escoamento (m³/s);
área = área unidade de resposta hidrológica, corresponde a área de cada subbacia
ou talhão (hectares);
K LS C P = fatores da EUPS.
te SIG, foram construídos no IDRISI
®
s
Planos de Informações (PIs) referentes aos documentos cartográficos: cartas de solo, vegetação e
uso, altimetria e precipitações. Dos dados destes documentos gerou-se os PIs dos fatores da EUPS
e da MEUPS. Posteriormente foram multiplicados, obtendo assim as perdas médias de solo e de
produção de sedimentos em cada pixel. No entanto, para uma apresentação mais didática, neste
trabalho os resultados em alguns planos de informação foram reclassificados conforme critérios
adotados pela
A erosividade, o qual representa a capacidade da chuva de causar erosão em uma
área sem proteção, foi determinada segundo a equação 7.4, apresentada em Bertoni e Lombardi
Neto (2005), os resultados, por sua vez, foram espacializados na BHTAM usando método de
mínima curva
R = 67,355 (r/P
) (7.4)
da chuva;
Para a realização do trabalho em ambien o
FAO, PNUMA e UNESCO (1981) citado por BRASIL (1997).
tura no software Surfer® e posteriormente importado para o formato raster do
Idrisi®. Para apresentação este PI foi fatiado em duas classes que correspondem, segundo Silva et
al. (2003), nas categorias de erosividade ‘média a forte’ e ‘erosividade forte’ (ANEXO A5):
0,85
R = Índice de erosividade
156
dos SRTM foi obtido o Modelo
Tabela 7.1 Fator erodibili s solos da bacia hidrog M.
Fonte: Brasil (1997). (As pedológicas descritas em letras -se a
nomenclatura dada pela classificação da EMBRAPA (1999) e em letras referem-se a
Classificação de Camargo (
primen ) e declividade (S) são ob eparadamente
pa i o o chamado fator t ico (LS), con
equação 7.5, publicada por Berton ardi Neto (2005):
LS = 0,00984
1’18
(7.5)
n mica K
/(MJ mm)
r = Precipitação média mensal (mm);
P =Precipitação média anual (mm).
A erodibilidade (K) foi gerado a partir da carta de solos. Para tal, associou-se às
classes de solos Areias Quartzosas; Plintossolos; Latossolos e Gleis com o valor correspondente a
sua taxa de erodibilidade, conforme indicado na Tabela 7.1.
A partir das curvas altimétricas extraídas dos da
Digital de Elevação do Terreno ou DEM (ANEXO A1) e, deste obteve-se a declividade da
BHTAM em graus e a declividade em porcentagem (ANEXO A 2).
dade (K) do ráfica da BHTA
U
idade Taxonô
(t.h
Areia Quartzosa álica
NEOSS LOS QUAR ICOS Órticos
0,047
O TZARÊN
Areia Quartzosa distró
AR ICOS Órticos
0,047
fica
NEOSSOLOS QU TZARÊN
Areia Quartzosa Hidro álica
NEOSS LOS QUAR ÊNICOS Hidromórficos
0,045
mófica
O TZAR
Glei Pouco Húmico distrófico
GLEISSOLOS HÁPLICOS Distróficos
0,015
Glei Pouco Húmico eu
GLEISSOLOS HÁPLICOS Eutrófi
trófico
cos
0,010
Solos Orgânicos distró
ORGANOSSOLOS FÓLICOS Fíbricos
0,010
ficos
Latossolo Vermelho-Escuro álico
LATOSSOLOS VERM
0,013
ELHOS
Latossolo Vermelho-Escuro distrófico
L ERM cricos
0,013
ATOSSOLOS V ELHOS Á
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico
LATOSSOLOS VERM AMARELOS Distróficos
0,020
ELHO-
Plintossolo álico
PLINTOSSOLOS
0,030
Plintossolo distrófico
istrófico
0,030
PLINTOSSOLOS ARGILÚVICO D
unidades maiúsculas referem
minúsculas
1987).
O com to de rampa (L tidos s , mas
ra aplicação a EUPS são d ntegrados, compond opográf forme
i e Lomb
L
0’63
D
157
dologia a carta final apresentará os polígonos com as rampas e
seus respectivos valores de pixel repr
lo é necessário alterar a ‘carta de vegetação, uso e
ocupação das t
-0,2 S
a
)² / (P+0,8 S
a
) (7.7)
tação.
onde:
LS = fator topográfico (adimensional);
L = comprimento da rampa (m);
D = declividade (%).
O comprimento de rampa (L) para a BHTAM obteve-se com a aplicação da
metodologia descrita em Rocha et. al. (1997). Essa metodologia requer que sejam extraídas do
DEM informações que comporá uma carta do ângulo de orientação das rampas em relação ao
norte, dados de declividade média em graus (a) nas rampas e dados da diferença de altitude em
metros em cada rampa (DH). Posteriormente essas informações foram aplicadas na equação 7.6.
Segundo os propositores da meto
esentando os comprimentos de rampas.
L = DH/sen a (7.6)
onde:
L = comprimento de rampa (m)
DH = diferença de altitude na rampa (m)
a = angulo média da rampa (graus)
Os fatores C e P também podem ser combinados para aplicação da EUPS,
constituindo o PI denominado CP. Para obtê-
erras’ e para isso recorreu-se a tabela 7.2 do fator CP.
Para a determinação do volume de escoamento superficial (Q), informação
necessária para estimar a produção de sedimentos, foi usado o método da Curva Número do Soil
Conservation Service – SCS. (USDA – SCS, 1972). Este é obtido pela aplicação da equação 7.7:
Q = (P
Onde:
Q = volume unitário de escoamento superficial (mm);
P = precipitação do evento (mm)
S
a
= fator de abstração, é a diferença potencial máxima entre a precipitação e o
escoamento, a partir do início da precipi
158
A precipitação (P) do evento adotada foi de 28 mm, escolhido pela análise da série
histórica de precipitações onde foi constatado como o valor que mais se repetiu ao longo dos
anos.
Para se obter o valor de S
a
em mm foi utilizada a equação 7.8 (USDA – SCS,
1972):
S
a
= (25400 / CN) – 254 (7.8)
Onde:
CN = curva número
Tabela 7.2 – Valores referentes a integração do fatores C e P da EUPS.
Tipo de Uso e Cobertura Vegetal
Fator CP
Áreas de queimada de cana
Culturas anuais (Soja, Algodão, Milho, Sorgo e Milheto) e Cana-de-açucar
Pastagens
Floresta aluvial, Floresta Estacional e Floresta remanescente
Contato floresta estacional / savana
Floresta secundária
Solo exposto e Voçorocas
Mata ciliar
Reflorestamento
Savana arborizada com floresta de galeria
Savana flo
Savana parque com floresta de galeria
0,60000
0,25000
0,10000
0,00004
0,00010
0,00010
1,00000
0,00010
0,00010
0,00070
0,00070
0,01000
0,00500
Savana arborizada (cerrado)
restada (cerradão)
Savana gramíneo-lenhosa (campos úmidos)
Savana gramíneo-lenhosa (campos em afloramentos rochosos)
Savana parque
0,00030
0,05000
0,05000
Fonte: BRASIL
mento superficial. No
ANEXO C, en
(1997).
Na ‘carta de vegetação e uso do solo’ a cada polígono referente a um determinado
uso é dado um novo valor que corresponda ao valor CN daquele polígono. A curva número ou
valor CN varia entre 0 a 100 e é estimada de acordo com o tipo de uso e manejo, permeabilidade
e umidade do solo. Quanto maior for o valor CN, maior será o escoa
contram-se as tabelas indicativas do: potencial de escoamento dos solos (ANEXO
C1), umidade antecedente (ANEXO C2) e Valor CN (ANEXO C3). Tais informações são
necessárias para obtenção do valor CN e, assim, determinar o fator de abstração (S
a
) usado para
calcular o escoamento.
159
0,0021 Q x A/Tp (7.9)
(7.10)
diferença potencial máxima entre a precipitação e o
escoamento, a
(7.11)
Tc - tempo de concentração (horas).
O tempo de concentração (Tc) foi estimado pelo método de Kirpich, conforme
indicado por Bertoni & Lombardi Neto (2005) e apresentado na equação 7.12:
Tc = 0,02 L
0,77
S
-0,385
(7.12)
A vazão de pico (qp) indica a força erosiva das chuvas intensas. Esta informação
também é usada no cálculo da perda de sedimentos e pode ser estimado através do Método
Racional Modificado dado na equação 7.9 (USDA – SCS, 1972):
qp =
onde:
qp = vazão de pico do escoamento (m³/s);
Q = é o volume de escoamento superficial (mm)
A = é área da bacia hidrográfica (ha);
Tp = é o tempo de pico do hidrograma (horas).
O tempo de pico (Tp) conforme indica Araújo Júnior (2003) é estimado pela
equação (7.10):
T
p
= D/2 + {(L / 3,28)
0,8
[(S
a
+L)
0,7
]} / 1900 y
onde:
D = tempo de duração da precipitação excedente (hora)
L = comprimento longitudinal da bacia (m)
y = declividade média da bacia (%)
S
a
= fator de abstração, é a
partir do início da precipitação.
A duração da precipitação, segundo Araújo Júnior (2003) é calculada pela equação
7.11.
D = 0,133 x Tc
onde:
D - tempo da precipitação excedente (horas);
160
onde:
Tc - tempo de concentração (minutos);
L – comprimento máximo do fluxo (metros);
S - declividade média (m por m).
Usando o SIG IDRISI (Eastman, 1997), os fatores da EUPS foram analisados por
meio de regressão linear, regressão múltipla e estatística descritiva. A correlação e associação
entre esses fatores com as perdas médias de solo foram verificadas por meio dos coeficientes de
correlação linear (r) e de determinação (r²).
7.4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Por meio dos planos de informação (PIs) referentes aos fatores R, K, LS e CP da
EUPS é possível visualizar como esses fatores estão distribuídos espacialmente no interior da
A análise visual do PI erosividade (ANEXO A5) e Tabela 7.3 permitem verificar
que a capacida
sas localidades situadas em áreas de Cerrado no centro-oeste do
Brasil, entre esses Moraes et al. (1991) que determinaram a erosividade das chuvas para duas
localidades em
BHTAM.
de das chuvas em causar erosão na BHTAM é muito elevada apresentando valores
entre 4.905 e 7.357 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
(classe de erosividade média a forte) no leste e, valores
de 7.357 a 9.810 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
(classe de erosividade forte), no setor central e oeste da
bacia.
A análise estatística da distribuição espacial do fator R revelou que a erosividade
média na BHTAM é de aproximadamente 8055,74 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
, o coeficiente de
variação (CV) é de 10,22 %, indicando uma baixa variabilidade espacial do fator erosividade no
interior da bacia (Tabela 7.3).
Os valores obtidos para a BHTAM são confirmados se comparados com valores de
erosividade calculados para diver
Cáceres-MT, encontrando valores próximos de 8.493 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
.
161
Tabela 7.3 - Resumo estatístico aplicados aos fatores da EUPS.
Fatores r
2*
r** Média Desvio padrão
CV***
(%)
R (MJ.mm.
-1 -1 -1
ha .h .ano ) 0,08 0,28 8055,745 823,869 10,22
K (t.ha.h/ha.MJ.mm) 0,08 0,28 0,026 0,016 61,53
LS (adimensional) 0,38 0,62 3,329 2,718 81,64
CP (adimensional) 0,14 0,38 0,183 0,099 54,09
RKLSCP 0,71 0,84 ----------------- ------------------- -------------
A (t/ha.a) 1 1 122,742 170,166 138,63
Coeficiente de determinação. ** Coeficiente de correlação. *** Coeficiente de variação.
m o preparo do solo e/ou com os cultivos em estágios
que proporcionam baixa proteção em função da reduzida biomassa que possuem. O potencial
erosivo durante os m
Nos dados de erosividade mensais pode-se observar a existência de dois períodos
bem definidos, um de baixa erosividade e outro de elevada erosividade (Figura 7.1). O período
crítico de maior erosividade está situado entre outubro a abril, superando a casa de 500
MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
, sendo que de outubro a dezembro há maior expectativa de ocorrência de
erosão, pois, durante esses meses, a maior parte dos solos encontram-se com pouca ou sem
nenhuma cobertura, período que coincide co
eses de dezembro, janeiro, fevereiro e março é superior a 1.500 MJ.mm.ha
-
1
.h
-1
.ano
-1
, de maio a setembro, é praticamente nulo por não conter energia suficiente para
desencadear os processos erosivos apresentando valores inferiores a 500 MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
.
0
jan fev mar abr mai
200
400
600
800
1000
Erosividad
1200
1600
jun jul ago set out nov dez
e
1400
1800
Meses
Figura 7 ensais de dade m.h
-1 -1
no
-1
na .
.1 - os m Valores médi erosivi em MJ.m a .h .a BHTAM
162
a BHTAM s de ad e 7.3 m.ha
-1
.h
-
1
.ano
-1
, ocupando aproximadamente 268,76 km
2
ou 79,15%, enquanto 20,86% ou 70,80 km
2
apresentam erosividade entre 4.905 até 7.357 MJ.mm.ha .h
-1
.ano (Tabela 7.4).
Para o PI erodibilidade ou fator K, que se refere aos índices que expressam a
apacidade de resistência dos solos à erosão, quando expostos sob mesmas condições, verificou-
se que esses variam de 0,013 t.ha.h/ha.MJ.mm a 0,047 t.ha.h/ha.MJ.mm. Também verifica-se no
PI do Fator K que os solos de m
al dos diferentes tipos de solos da
BHTAM, pois, os índices de erodi
cia é de aproximadamente 0,026 t.ha.h/ha.MJ.mm e seu o
coeficiente de variação é alto, 61,53 %. Este resultado indica que a distribuição espacial deste
fator pela bacia
Predominam n valore erosivid e acima d 57 MJ.m
-1 -1
c
aior erodibilidade encontram-se mais próximos dos drenos
principais da bacia (Figura 7.2).
Os resultados observados na carta de erodibilidade expressam e confirmam a
relação direta existente entre este fator e a distribuição espaci
bilidade constituem-se numa característica própria de cada tipo
de solo. A erodibilidade média na ba
é heterogênea (Tabela 7.3).
Figura 7.2 – Carta de erodibilidade (fator K) na BHTAM.
163
/ha.MJ.mm, ocupam 130,96 km
2
ou 38,56% da área, os de
rodibilidade média ocupam apenas 49,87 km
2
ou 14,69% e os de menor erodibilidade, abaixo de
O fator LS é muito importante na determinação das perdas de solo. Representa o
O fator topográfico (LS) é um dos mais importantes da EUPS, pois influi na
Dos solos que ocorrem na BHTAM os que apresentam erodibilidade, considerada
lta, acima de 0,030 t.ha.ha
e
0,030 t.ha.h/ha.MJ.mm, ocupam 158,76 km
2
ou 46,75 % da área total da bacia (Tabela 7.4).
potencial topográfico em causar erosão, ou seja, é a contribuição da declividade e do
comprimento das vertentes no potencial à erosão hídrica laminar. Em relação ao fator topográfico
ocorre um equilíbrio na distribuição das áreas dos diferentes valores de LS (Figura 7.3).
velocidade da água escoada e é considerado como o fator natural que mais interfere na variação
das taxas de erosão numa área. Sua obtenção foi o que ofereceu maiores dificuldades, devido à
complexidade da metodologia exigindo enorme quantidade de dados.
Figura 7.3 – Carta do fator LS na BHTAM.
164
ea total da bacia. Valores entre 2 a 6 do fator LS ocupam 140,91 km
2
ou 41,49 % da
rea. Os valores altos (6 a 10) ocupam 27,05 km
2
ou 7,96 % e aquelas áreas com valores de LS
solos nos locais em que
enha ocorrer valores mais altos para este fator na BHTAM.
ade das chuvas (R),
tencial natural de
osão; uso, manejo e práticas conservacionistas (CP) e perdas de solos (A) na BHTAM.
As áreas que apresentam fator LS nulos e baixos (0 a 2) ocupam 160,40 km
2
ou
7,25% da ár4
á
muito alto (acima de 10) distribuem-se por 11,20 km² ou 3,30 % da área da BHTAM (Tabela
7.4). Deve-se atentar que quanto maior for valor do LS apresentado maior será a energia potencial
o relevo e, conseqüentemente, maior a contribuição para as perdas ded
v
Tabela 7.4 - Área em km² e em porcentagem de ocupação por classe dos fatores erosivid
odibilidade dos solos (K), comprimento das encostas e declividade ou fator topográfico (LS), po
er
er
Classes Área (km²) Área (%)
4.905 a 7.357 70,80 20,86
7.357 a 9.810 268,76 79,15
Fator R
(MJ.mm.ha
-1
.h
-1
.ano
-1
)
Total 339,56 100,00
< 0,015 158,76 46,75
de 0,015 a 0,030 49,87 14,69
Fator K
(t.ha.h/ha.MJ.mm)
> 0,030 130,93 38,56
Total 339,56 100,00
0 a 2 160,40 47,25
2 a 4 90,61 26,68
4 a 6 50,30 14,81
6 a 8 19,30 5,68
Fator LS (adimensional)
8 a 10 7,75 2,28
> 10 11,20 3,30
Total 339,56 100,00
< 600 (t.ha-¹.ano-¹) 219,11 64,53
600 a 1200 50,68 14,92
PNE
> 1200 69,77 20,55
(t.ha-¹.ano-¹)
Total 339,56 100,00
0,00004 a 0,0007 24,61 7,25
0,0007 a 0,055 32,62 9,61
0,055 a 0,12 58,10 17,11
Fator CP (admensional )
Total 339,56 100,00
0,12 a 1 224,23 66,03
Baixa (< 10) 66,33 19,53
Moderada (10-50)
75,53 22,24
Alta (50-200) 129,45 38,12
Perdas de solos (t/ha.a)
Total 339,56 100,00
Muito Alta (>200) 68,25 20,11
165
Dos fatores naturais da EUPS, o LS é o que apresentou maior correlação com as
spacial de 81,64 %, conforme consta na Tabela 7.3.
sses valores referem-se a cultivos e práticas de conservação que não oferecem proteção
sujeita a sofrer
onsideráveis perdas de solos.
BHTAM, já as áreas que contam com melhor proteção proporcionada pela cobertura vegetal, CP
abaixo de 0,01, composta por formações vegetais do tipo savana e florestas, têm presença restrita
às proximidades das margens dos córregos Amaral e Brilhante.
Os valores de CP variaram de 0,00004 até 1, sendo que os menores valores estão
relacionados com as áreas onde se espera menores perdas de solos, as quais são de maior ou
menor intensidade, em função da cultura, manejo e das práticas de conservação de solos adotadas.
Os valores mais altos de CP indicam expectativa de perdas de solos mais elevadas refletindo usos
com cultivos que oferecem menor proteção.
O fator CP apresentou um alto coeficiente de variação, 54,09 % (Tabela 7.3). Esse
resultado reflete a elevada variabilidade deste fator e indica a existência de áreas cujos usos,
manejos e práticas conservacionistas adotadas proporcionam aos solos desde baixa até alta
proteção. Este fator apresentou uma fraca correlação com a variação das perdas de solos na
BHTAM (r = 0,38).
Os resultados dos fatores uso, manejo e práticas de conservação no PI do fator CP
representam a interferência antrópica na BHTAM, cuja utilização principal é com cana e culturas
anuais em nível (soja e algodão) e pecuária (de corte e leiteira). Essas áreas distribuem-se por
282,10 km² ou 83,14 % da área total da bacia (Tabela 7.4), sendo que tais atividades não
oferecem boa proteção aos solos contra erosão, conseqüentemente, são esperadas maiores perdas
de solos para esses locais (Figura 7.4).
variações das perdas de solos, Silva (2004), constatou entre todos uma maior influência do fator
topográfico nas perdas de solos na bacia do rio Paracatu em Minas Gerais, Goiás e Distrito
Federal. Na BHTAM constatou-se que este fator apresenta um alto coeficiente de variação
e
Em relação aos fatores ‘uso e manejo’ (C) e ‘práticas conservacionistas’ (P),
integrados no PI e denominados CP, há o predomínio de áreas com CP entre 0,12 a 1 (Figura 7.4).
E
adequada aos solos em todo ciclo da cultura e, considerando que os fotores C e P representam os
cuidados adotados para evitar a erosão, deduz-se que a BHTAM está
c
As áreas com valores de CP mais altos (acima de 0,12) ocorrem na maior parte da
166
Figura 7.4 - Carta do Fator CP da BHTAM
Em relação às perdas de solos, ou fator A da USLE, verifica-se que há o
predomínio de áreas com perdas entre 50 a 200 t/ha.a e que encontram-se bem distribuídas no
interior da bac
pastagens.
ia (Figura 7.5).
Essas áreas, que apresentam perdas de solos altas, ocorrem principalmente em
locais de plantio de cana e ocupam 129,45 km
2
ou 38,12 % da área total da bacia (Tabela 7.4). As
áreas com perdas de solos muito altas, superior a 200 t/ha.a, também encontram se bem
distribuídas na bacia e ocupam 68,25 km² da área ou 20,11 % e estão associadas, principalmente,
aos locais de uso com culturas anuais e
Perdas de solos moderadas entre 10 a 50 t/ha.a ocorrem somente em 22,24 % ou
em 75,53 km² da área da BHTAM e estão associadas a diversas formas de uso. Já as áreas que
apresentaram baixa perda, inferior a 10 t/ha.a, são aquelas onde a cobertura vegetal natural foi
mantida e ocupam 19,53 % ou 66,33 km
2
da área da bacia.
167
A comparação entre a ‘carta de perdas de solos’ com as cartas contendo os fatores
da EUPS mostraram que as áreas com maiores perdas coincidem com os locais onde os fatores
CP e LS são maiores. Isto indica que existe maior influência desses dois fatores nas perdas de
solos na BHTAM.
ue apenas
aproximadame
Por meio do coeficiente de determinação (r
2
) verificou-se que os fatores LS e CP
apresentaram melhor associação com as perdas de solos e, desta forma, explica-se que 38% e
14% respectivamente das variações dessas perdas são devidas a variação desses dois fatores
(Tabela 7.3). Os coeficientes dos fatores R e K explicam, por sua vez, q
nte 8 % das perdas de solo ocorrem em função da variação desses fatores.
O resultado da aplicação da regressão múltipla revelou efeitos significativos dos
fatores R, K, LS e CP evidenciando que as perdas de solos causadas por esses fatores apresentam
diferenças entre si.
Figura 7.5 - Estimativa de perdas médias de solos em t/ha.ano na BHTAM.
168
O elevado valor de r (0,84) indica a influência dos fatores da EUPS nas perdas de
solo na bacia, também indica que há uma forte correlação positiva entre esses fatores e as perdas
de solos (Tabela 7.3). Isto significa que à medida que aumenta um desses fatores as perdas de
solos tendem a aumentar. O coeficiente de determinação ou r² nos indica que aproximadamente
71 % das variações nas perdas de solos são devidas às variações nos fatores erosividade,
erodibilidade, topográfico, uso e manejo.
O potencial natural de erosão (PNE) representa as perdas de solos que por ventura
seriam causadas apenas pelos fatores da EUPS que representam o meio abiótico, ou seja,
corresponde às estimativas de perdas em áreas teoricamente destituídas de cobertura vegetal e
sem considerar a intervenção antrópica (FUJIHARA, 2002 e MARCOMIN, 2002).
As perdas de solos causadas pelos fatores naturais são apresentadas na Figura 7.6
e, por meio do resultado apresentado, pode-se verificar a influência dos fatores naturais no
desencadeamento dos processos erosivos no local, principalmente, erodibilidade dos solos.
Figura 7.6 - Carta potencial natural de erosão.
169
As áreas com estimativas de perdas de solos inferior de 600 t.ha¹.ano¹ apresentam
ampla maioria em relação as demais e reflete o padrão de distribuição apresentado pelo fator K,
ou seja, nas áreas onde o fator K é maior, o PNE é maior e, naquelas onde o fator K é menor, o
mesmo é demonstrado com o potencial natural a erosão.
A Tabela 7.4 contém as distribuição em km² e porcentagem das áreas de
abrangência entre as classes de potencial natural à erosão (PNE) estabelecidas 20,55% são áreas
com maiores potenciais naturais à erosão. Acima de 1200 t.ha¹.ano¹; 14,92% apresentam
potencial natural a erosão entre 600 a 1200 t.ha¹.ano¹ e 64,53% correspondem aos locais onde se
espera as menores perdas (> 600 (t.ha-¹.ano-¹) causadas pelos fatores R, K e LS da EUPS. Estes
percentuais de distribuição das classes de PNE correspondem respectivamente a 69,77 km², 50,68
km² e 219,11 km².
A aplicação da Equação Universal de Perda dos Solos Modificada (MEUPS)
estimou para o local o volume de escoamento superficial, a vazão de pico e a produção de
sedimentos na BHTAM. Na Figura 7.7 está apresentado a distribuição da estimativa da produção
de sedimentos na BHTAM para um evento de chuva de 28mm.
Por meio dela deduz-se que predominam áreas com taxas de produção de
sedimentos superiores a 0,01218 t.ha¹. Estas áreas com maior produção de sedimentos estão
situadas nas partes mais altas da bacia, são locais explorados intensamente com cultivos anuais,
principalmente cana-de-açúcar e soja.
Machado (2002) verificou esta mesma tendência para a microbacia do Ribeirão
Marins e atribuiu tal fato ao uso intensivo e ao relevo ondulado da área que pesquisou. Pode-se
deduzir, também, por meio da observação da carta de produção de sedimentos, que as áreas com
menores produções de sedimentos são aquelas situadas na parte inferior das vertentes, próximas
aos córregos e em locais onde a cobertura vegetal natural foi mantida.Tal informação corrobora
com o resultado de Araújo Júnior (1998) que atribui o aumento no aporte de sedimentos à
intensificação no uso e ocupação do solo.
A Tabela 7.5 apresenta um resumo estatístico com valores: mínimo, máximo,
médio e desvio padrão da produção de sedimentos, do valor CN (Curve Number), da vazão de
pico e do escoamento superficial. Tais estatísticas estão representadas, respectivamente, em
toneladas e tonelada por hectare, em m³/s e mm. Esses valores são indispensáveis para obtenção
da estimativa de aporte de sedimentos na bacia em estudo.
170
Figura 7.7 - Carta da produção de sedimentos da BHTAM.
Os resultados da Tabela 7.5 mostram que há no local áreas com produção de
sedimentos desde nulas até 0,433 t.ha¹, entretanto, ressalvamos que a MUSLE apresenta
tendência em superestimar os valores da produção de sedimentos, conforme explica Branco
(1998) que obteve resultados superestimados na aplicação da MUSLE para nove diferentes
eventos de chuva. No entanto, estes resultados mesmo com tal tendência constituem em dados
que permitem reavaliar o uso do solo e assim redirecionar as atividades na bacia.
Tabela 7. 5 – Resumo estatístico com os valores mínimo, máximo, médio e desvio padrão para produção
de sedimentos em toneladas por hectares (t.ha¹), escoamento superficial (mm), vazão de pico (m³/s) e valor
CN da bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral.
Minímo Máximo Média Desvio padrão
Produção de
Sedimentos (t.ha¹)
0,0 0,433 0,028 0,047
Escoamento
(mm)
0,003 24,271 5,807 5,917
Vazão de Pico
(m³/s)
0,002 32,242 10,859 13,663
Valor CN
25 94 72 18,955
171
7.6 – CONCLUSÕES
Por meio do SIG IDRISI foi possível obter os fatores da EUPS e MEUPS e
estimar as perdas médias de solo e o aporte de sedimentos na área de estudo;
A BHTAM apresenta perdas de solos consideradas altas, 122,74 t/ha.ano e
produção de sedimentos desde valores nulos até 0,433 t.ha¹;
Aproximadamente 58 % da área da bacia apresentam perdas médias de solos
consideradas altas e muito altas;
O fator topográfico (LS) é, entre todos os fatores da EUPS, o que melhor explica
as variações nas perdas de solo na BHTAM;
O potencial natural à erosão na bacia reflete o padrão de distribuição apresentado
pelo fator erodibilidade dos solos.
A estimativa de erosão mostra 19,53% da área total da bacia possuem valores de
perda de solo de 10 t.ha
P
-1
P
anoP
-1
P
valor inferior a tolerância de perda máxima de solo.
7.7 – REFERÊNCIAS
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175
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comparação dos resultados verificados nas cartas correspondentes às
metodologias de análise ambiental foi realizada utilizando-se de verificação sistemática e
cruzamento matricial entre os produtos cartográficos finais de cada metodologia produzidos e
apresentados neste trabalho.
Os resultados desses cruzamentos e observações são apresentados no ANEXO D e
revelaram coincidências, porém, muito mais discrepâncias espaciais e quantitativas entre esses
produtos cartográficos.
De acordo com as comparações realizadas verificou-se que o maior percentual de
áreas com coincidências espaciais entre classes similares acorreu no resultado do cruzamento
matricial entre a ‘Carta de Vulnerabilidade à Erosão’ e a ‘Carta de Perdas Médias de Solos’
(USLE). A maior parte da Bacia nessas duas cartas ficou situada em classes que indicam níveis
intermediários de restrição com algumas incompatibilidades no uso, no entanto, a adoção de
práticas conservacionistas simples podem combater as perdas de solos nesses locais.
Os resultados dos cruzamentos entre as cartas de ‘Fragilidade Ambiental’ e de
‘Perdas Médias de Solo’ (USLE), bem como, entre a ‘Carta de Potencial à Erosão’e a ‘Carta de
Perdas Médias de Solo’ (USLE) e, entre as cartas de ‘Potencial à Erosão’ e ‘Vulnerabilidade à
Erosão’ revelaram percentuais médios de coincidência espacial bastante próximos entre si.
Nesses cruzamentos os percentuais de coincidências apresentados variaram entre 37% a 44,5%.
No resultado das comparações entre as Cartas de ‘Fragilidade Ambiental’ e de
‘Vulnerabilidade à Erosão’ verificou-se acentuada discrepância espacial. Há que se ressaltar que
essas metodologias de análise ambiental foram formuladas com base nos mesmos princípios, o da
Ecodinâmica, cabendo portanto maior aprofundamento de estudos neste campo. Além disso, a
metodologia do INPE difere por usar na confecção da carta de ´Vulnerabilidade à Erosão`
informações sobre a geologia da área.
Entre as cartas de ‘Potencial à Erosão’ e ‘Fragilidade Ambiental’ também
verificou-se a ocorrência de elevada disparidade espacial. Essa diferença ocorreu pelo fato de
que a primeira metodologia classificou as áreas pelo predomínio de médio e baixo potencial à
erosão, enquanto a segunda, pelo predomínio de áreas de fragilidade forte a muito forte.
As comparações entre as metodologias para obtenção da ‘Fragilidade Ambiental’ e
das ‘Perdas médias de solos’ (USLE) revelaram a existência de maior quantidade de áreas com
176
severas restrições ao uso do solo bem como que o solo está sendo usado atualmente de forma
incompatível com a sua aptidão natural em algumas áreas. Esse resultado indica que nessas áreas
da BHTAM ocorrem fatores adversos ao uso e que podem gerar maiores problemas ambientais
caso o manejo utilizado não seja devidamente adequado a sua aptidão.
De outro lado, a aplicação da metodologia que determina o ‘potencial à erosão
laminar’ bem como a que estima as ‘perdas médias de solos’ (USLE) são as que apresentaram
em seus resultados maiores quantidades de áreas sem restrições ao uso agrícola, ou seja, áreas que
apresentam baixo potencial à erosão e baixas perdas de solos frente ao uso atual.
Portanto, considerando a semelhança entre os materiais cartográficos utilizados
para a aplicação dessas metodologias e os objetivos que elas buscam atingir, esperava-se mais
coincidências espaciais e quantitativas entre os dados observados nas cartas comparadas.
Entretanto, sabe-se que todas elas coincidem no uso de informações sobre solos, cobertura
vegetal e precipitações pluviais, porém com ênfase diferenciada, priviligiando ou não um desses
aspectos, ou com a implementação de outras variáveis na aplicação.
Apesar das discrepâncias observadas, a aplicação das metodologias de análise
ambiental e as técnicas de geoprocessamento possibilitaram o diagnóstico das características
ambientais e do uso do solo da Alta Bacia Hidrográfica do Rio Tenente Amaral e assim contribuir
com informações cartográficas e descrições relevantes para o planejamento de uso sustentável da
área estudada.
De forma geral, as informações e descrições cartográficas obtidas levam à
conclusão de que a BHTAM, inclusive por situar-se em área de cabeceiras de vale, deve ser
identificada como área naturalmente suscetível a desequilíbrios ambientais, principalmente
processos erosivos de grande intensidade, por isso é necessário promover a recuperação da mata
ciliar e das nascentes dos córregos Amaral e Brilhante, além dos limites previstos em lei, e adotar
sistemas de plantio com o mínimo de revolvimento dos solos e que promovam boa cobertura e
alta produção de biomassa.
177
ANEXOS
178
ANEXO A
179
ANEXO A1 - Modelo Digital de Elevação do Terreno (DEM) com perímetro e drenos principais
da bacia hidrográfica do rio Tenente Amaral sobrepostos.
ANEXO A2 – Carta de classes de declividades em porcentagem da BHTAM.
180
ANEXO A3 - Carta de potencial de escoamento superficial dos solos da BHTAM.
ANEXO A4 - Carta de classes de comprimento de rampas da BHTAM.
181
ANEXO A5 - Carta de classes de erosividade das chuvas da BHTAM.
182
ANEXO B
183
ANEXO B1 - Escala de valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) à denudação das rochas mais comuns.
Minerais/Rochas V/E Minerais/Rochas V/E Minerais/Rochas V/E
Quartzitos ou
metaquartzitos
1,0
Milonitos, Quartzo
muscovita, Biotita,
Clorita xisto
1,7
Arenitos quartzosos ou
ortoquartzitos
2,4
Riólito, Granito,
Dacito
1,1
Piroxenito,
Anfibolito
Kimberlito, Dunito
1,8
Conglomerados,
Subgrauvacas
2,5
Granodiorito,
Quartzo Diorito,
Granulitos
1,2
Hornblenda,
Tremolita, Actinolita
xisto
1,9
Grauvacas, Arcózios
2,6
Migmatitos, Gnaisses
1,3
Estaurolita xisto,
Xistos_granatíferos
2,0
Siltitos, Argilitos
2,7
Fonólito, Nefelina
Sienito, Traquito,
Sienito
1,4
Filito, Metassiltito
2,1
Folhelhos
2,8
Andesito, Diorito,
Basalto
1,5
Ardósia, Metargilito
2,2
Calcários, Dolomitos,
Margas, Evaporitos
2,9
Anortosito, Gabro,
Peridotito
1,6
Mármores
2,3
Sedimentos
Inconsolidados:
Aluviões, Colúvios etc.
3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
184
ANEXO B2 – Escala de valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) para a intensidade de dissecacão do relevo.
Amplitude do
interflúvio
(m)
V/E
Amplitude do
Interflúvio
(m)
V/E
Amplitude do
interflúvio
(m)
V/E
>5000 1,0 3250 - 3500 1,7 1500 - 1750 2,4
4750 - 5000 1,1 3000 - 3250 1,8 1250 - 1500 2,5
4500 - 4750 1,2 2750 - 3000 1,9 1000 - 1250 2,6
4250 - 4500 1,3 2500 - 2750 2,0 750 - 1000 2,7
4000 - 4250 1,4 2250 - 2500 2,1 500 - 750 2,8
3750 - 4000 1,5 2000 - 2250 2,2 250 - 500 2,9
3500 - 3750 1,6 1750 - 2000 2,3 <250 3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
ANEXO B3 - Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) para a amplitude altimétrica.
AMPLITUDE
ALTIMÉTRICA
(m)
V/E
AMPLITUDE
ALTIMÉTRICA
(m)
V/E
AMPLITUDE
ALTIMÉTRICA
(m)
V/E
<20 1,0 77 - 84,5 1,7 141,5 - 151 2,4
20 - 29,5 1,1 84,5 - 94 1,8 151 - 160,5 2,5
29,5 - 39 1,2 94 - 103,5 1,9 160,5 - 170 2,6
39 - 48,5 1,3 103,5 - 113 2,0 170 - 179,5 2,7
48,5 - 58 1,4 113 - 122,5 2,1 179,5 - 189 2,8
58 - 67,5 1,5 122,5 - 132 2,2 189 - 200 2,9
67,5 - 77 1,6 132 - 141,5 2,3 >200 3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
ANEXO B 4 - Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) para a declividade das encostas.
DECLIVIDADE
(%)
(V/E) DECLIVIDADE
(%)
(V/E) DECLIVIDADE
(%)
(V/E)
<3,5 1,0 17,4 - 19,8 1,7 34,6 - 37,2 2,4
3,5 - 5,8 1,1 19,8 - 22,2 1,8 37,2 - 39,8 2,5
5,8 - 8,2 1,2 22,2 - 24,5 1,9 39,8 - 42,4 2,6
8,2 - 10,3 1,3 24,5 - 27,2 2,0 42,4 - 45,3 2,7
10,3 - 12,9 1,4 27,2 - 29,6 2,1 45,3 - 48,1 2,8
12,9 - 15,1 1,5 29,6 - 32,1 2,2 48,1 - 50 2,9
15,1 - 17,4 1,6 32,1 - 34,6 2,3 >50 3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
185
ANEXO B5 - Valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) dos solos. Modificada de Crepani et al. (2001)
incluindo a correlação com a nova nomenclatura de solos de Embrapa (1999) baseada em Prado (2001).
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
(Camargo et al., 1987)
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
(EMBRAPA, 1999)
(V/E)
Latossolos Amarelos
Latossolos Vermelho-Amarelos
Latossolos Vermelho-Escuros
Latossolos Roxos
Latossolos Brunos
Latossolos Húmicos
Latossolos Húmicos Brunos
LATOSSOLOS AMARELOS
LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS
LATOSSOLOS VERMELHOS
LATOSSOLOS VERMELHOS
LATOSSOLOS BRUNOS
LATOSSOLOS (...) HÚMICOS
LATOSSOLOS BRUNO (...) HÚMICOS
1,0
Podzólicos Amarelos
Podzólicos Vermelho-Amarelos
Podzólicos Vermelho-Escuros
Terras Roxas Estruturadas
Brunos Não-Cálcicos
Brunizéns
Brunizéns Avermelhados
Rendzinas
Planossolos
Solos Hidromórficos (abrúpticos)
Podzóis
ARGISSOLOS
ARGISSOLOS LUVISSOLOS ALISSOLOS
NITOSSOLOS
ARGISSOLOS LUVISSOLOS ALISSOLOS
NITOSSOLOS
ARGISSOLOS NITOSSOLOS
LUVISSOLOS
CHERNOSSOLOS
CHERNOSSOLOS
CHERNOSSOLOS
PLANOSSOLOS
PLANOSSOLOS
ESPODOSSOLOS
2,0
Cambissolos
CAMBISSOLOS 2,5
Solos Litólicos
Solos Aluviais
Regossolos
Areias Quartzosas
Vertissolos
Solos Orgânicos
Solos Hidromórficos (não
abrúpticos)
Glei Húmico
Glei Pouco Húmico
Plintossolo
Laterita Hidromórfica
Solos Concrecionários
Lateríticos
Afloramento Rochoso
NEOSSOLOS LITÓLICOS
NEOSSOLOS FLÚVICOS
NEOSSOLOS REGOLÍTICOS
NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS
VERTISSOLOS
ORGANOSSOLOS
GLEISSOLOS
GLEISSOLOS
GLEISSOLOS
PLINTOSSOLOS
PLINTOSSOLOS
PLINTOSSOLOS
AFLORAMENTO ROCHOSO
3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
186
ANEXO B6 - Escala de erosividade da chuva e valores de vulnerabilidade / estabilidade (V/E) à perda de solo.
Intensidade
Pluviométrica
(V/E)
Intensidade
Pluviométrica
(V/E)
Intensidade
Pluviométrica
(V/E)
<50 1,0 200 - 225 1,7 375 - 400 2,4
50 - 75 1,1 225 - 250 1,8 400 - 425 2,5
75 - 100 1,2 250 - 275 1,9 425 - 450 2,6
100 - 125 1,3 275 - 300 2,0 450 - 475 2,7
125 - 150 1,4 300 - 325 2,1 475 - 500 2,8
150 - 175 1,5 325 - 350 2,2 500 - 525 2,9
175 - 200 1,6 350 - 375 2,3 >525 3,0
Fonte: Crepani et al. (2001).
ANEXO B7 – Escala de vulnerabilidade / estabilidade para as diferentes formações vegetais e uso antrópico
encontrados na BHTAM (Crepani et al. 2001).
Savana Florestada / Cerradão (Sf); 1,7
Savana Arborizada / Cerrado stricto sensu (As); 2,1
Savana gramíneo-Lenhosa /Campo úmido (Sg); Savana
gramíneo-Lenhosa com Buritis (Sgv);
2,7
Savana Parque /Campo murunduns (Sp); 2,5
Savana Parque com ilhas de floresta estacional Semidecidual
(SpFse)
2,0
Savana (Cerrado):
Savana Parque com ilhas de Savana Florestada (SpSf) 2,1
Formações Florestadas
Floresta Estacional Semidecidual (F)
Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Fa)
Floresta Hidrófila (Fh)
1,6
Floresta Estacional Semidecidual secundária (VsFse); 1,6
Savana Florestada secundária (VsSf); 1,7
Savana Arborizada secundária (VsSa); 2,1
Savana Gramíneo-Lenhosa secundária (VsSg); 2,7
Vegetação Secundária
Savana Parque secundária (VsSp) 2,5
Culturas anuais; Culturas Perenes; e Reflorestamento 3,0
Uso Antrópico
Pastagens 2,8
187
ANEXO C
188
ANEXO C1 - Grupos de solo segundo o potencial de escoamento superficial.
GRUPO CARACTERÍSTICAS
A
Baixo potencial de escoamento. Solos que possuem altas taxas de infiltração
ainda em condições completamente úmidas. Neste grupo se classificam os
solos arenosos e muito bem drenados.
B
Solos que tem taxas de infiltração moderadas quando úmidos. Compreendem
principalmente solos profundos e moderadamente profundos, drenagem boa e
moderada. Textura de moderadamente fina a moderadamente grossa. São
solos que possuem taxas moderadas de transmissão de água.
C
Solos que tem infiltração lenta quando completamente úmidos e consistem
principalmente de solos com uma camada que impede o movimento
descendente da água, ou que possuem texturas finas a moderadamente fina.
Estes solos têm uma lenta transmissividade de água.
D
Alto potencial de escoamento. Solos com uma baixa taxa de infiltração
quando completamente molhados. Consistem principalmente de solos
argilosos com um alto potencial de expansão, solos com um lençol freático
alto e permanente. Solos com fragipan (barreira) ou camada argilosa
superficial, e solos muito superficiais sobre uma camada impermeável. Estes
solos tem taxa de transmissão de água muito baixa.
ANEXO C2 - Valores CN para as condições I, II e III de umidade antecedente.
CONDIÇÃO I
solos secos – as chuvas nos últimos 5 dias não ultrapassam 13 mm.
CONDIÇÃO II
situação média na época das cheias – as chuvas nos últimos 5 dias
totalizaram entre 13 e 53 mm.
CONDIÇÃO III
solo úmido (próximo da saturação) – as chuvas nos últimos 5 dias
foram superiores a 53 mm e as condições meteorológicas forma
desfavoráveis a altas taxas de evaporação.
189
ANEXO C3 - Curvas-número (CN) representando escoamento superficial para as condições de solo, cobertura
vegetal e umidade abaixo apresentadas (condições de umidade II e Ia = 0,2 S).
GRUPOS DE
SOLO
A B C D
COBERTURA USO
DA TERRA
CURVA
TRATAMENTO
OU
PRÁTICA
CONDIÇÃO *
HIDROLÓGICA
NÚMERO DA
CURVA
Fileiras retas Ruim 72 81 88 91
Fileiras retas Boa 67 78 85 89
Fileiras em contorno Ruim 70 79 84 88
Fileiras em contorno Boa 65 75 82 86
Anterior + terraças Ruim 66 74 80 82
Cultura em
fileiras(milho, algodão,
tomate, etc.)
Anterior + terraças Boa 62 71 78 81
Fileiras retas Ruim 65 76 84 88
Fileiras retas Boa 63 75 83 87
Fileiras em contorno Ruim 63 74 82 85
Fileiras em contorno Boa 61 73 81 84
Anterior + terraças Ruim 61 72 79 82
Anterior + terraças Boa 59 70 78 81
Culturas em fileiras
estreitas. (trigo, arroz)
Fileiras retas Ruim 66 77 85 89
Fileiras retas Boa 58 72 81 85
Fileiras em contorno Ruim 64 75 83 85
Fileiras em contorno Boa 55 69 78 83
Anterior + terraças Ruim 63 73 80 83
Leguminosas em fileiras
estreitas ou forrageiras
em rotação (também
hortaliças)
Anterior + terraças Boa 51 67 76 80
Ruim 68 79 86 89
Regular 49 69 79 84
Boa 39 61 74 80
Fileiras em contorno Ruim 47 67 81 88
Fileiras em contorno Regular 25 59 75 83
Pastagens (pastoreio)
Fileiras em contorno Boa 06 35 70 79
Boa 30 58 71 78
Ruim 45 66 77 83
Regular 36 60 73 79
Pastagens (feno)
Floresta
Ou Bosque
Boa 25 55 70 77
* Boa - Cobertura em mais de 75% da área
Regular - entre 50 e 75%
Ruim - menor de 50% da área
Ia = água inicial retida (plantas, empoçamento e água que se infiltra antes do início do escoamento
superficial).
190
ANEXO D
191
ANEXO D – Análise comparativa dos resultados do cruzamento matricial entre as cartas de Vulnerabilidade à Erosão, Perdas de Solos, Fragilidade Ambiental Emergente e de Potencial à Erosão.
VULNERABILIDADE EUPS/USLE FRAGILIDADE EMERGENTE POTENCIAL À EROSÃO
VULNERABILI-
DADE
EUPS/USLE
O maior percentual de áreas com coincidências
espaciais entre classes similares acorreu no
cruzamento matricial entre a ‘Carta de
Vulnerabilidade à Erosão’ e a ‘Carta de Perdas
Médias de Solos’ (USLE). Em 211,52km² (63%)
ocorreram coincidências e em 127,18km² (37%)
verificou-se discrepâncias. Aproximadamente 85%
da área classificada como Moderadamente Estável
Vulnerável é coincidente com áreas consideradas na
USLE como locais de Moderadas a Altas Perdas de
Solos (61%).
FRAGILIDADE
EMERGENTE
Entre as cartas de Vulnerabilidade à Erosão e
Fragilidade Ambiental Emergente ocorreram
coincidências espacias em 37,39km² (11,1%),
enquanto em 302,18km² (88,9%) não ocorreram.
Apesar dessas cartas serem fundamentadas nos
mesmos pincípios, foram as que menos apresentaram
coincidências espaciais. A maior coincidência
apresentada foi entre a classe ‘Média Fragilidade’
com a classe ‘Medianamente Estável Vulnerável’
com 32,8km² e a maior divergência encontrada foi
entre a classe ‘Medianamente Estável Vulnerável’
com a classe de ‘Fragilidade Forte’.
Entre as cartas de ‘Fragilidade Ambiental Emergente’ e
‘Perdas de Solos’ ocorreram coincidências espacias em
150,3km² (44,5%). Em 188,4km² (55,5%) ocorreram
discrepâncias espaciais entre essas cartas. A
coincidência com mais destaque ocorreu entre a classe
de ‘Fragilidade Forte’ com a classe de ‘Altas Perdas de
Solos’ correspondendo a perdas entre 50 a 200 t/ha.ano.
Essas cartas apresentaram a existência de maior
quantidade de áreas com severas restrições ao uso do
solo na BHTAM ou seja o uso do solo está, no
momento, sendo usado em maior área de forma
incompatível com a sua aptidão natural.
POTENCIAL À
EROSÃO
A comparação entre as cartas ‘Potencial à Erosão’ e
‘Vulnerabilidade à Erosão’ demonstrou que em
134,08 km² (39,5%) ocorreram coincidências
espaciais, enquanto em 205,49km² (60,5%) não
houve coincidências. A maior coincidência espacial
foi entre as classes ‘Medianamente
Estável_Vulnerável’ com a ‘Médio Potencial à
Erosão’ (108,2km²). Esses locais estão atualmente
explorados com culturas anuais e pastagens,
constutuindo-se em áreas com usos de solo não
compatíveis sujeitos a processos erosivos, porém
controláveis.
As cartas de ‘Potencial à Erosão’ e ‘Perdas de Solos’
apresentaram coincidências espaciais em 138,38km²
(40,8%) e, em 200,32km² (59,2%) os resultados foram
divergentes. Tanto as áreas coincidentes como as
divergentes apresentaram-se distribuídas por toda a
Bacia. O resultado mais expressivo foi entre a
localização de classes ‘Baixo Potencial à Erosão’ em
áreas definidas como de ‘Altas Perdas de Solos’. A
primeira indica uso do solo compatível, enquanto a
outra indica a necessidade de readequação do uso
desses solos. Essas cartas foram as que apresentaram
em seus resultados maiores quantidades de áreas sem
restrições ao uso agrícola.
Na comparação entre as cartas de ‘Potencial à Erosão’ e
‘Fragilidade Ambiental Emergente’ verificou-se que
64,36 km² (19%) da área da Bacia apresentaram
coincidências espaciais. Em 275,22km² (81%) da área
os resultados são divergentes. Essa diferença pode ser
explicada pelo predomínio de áreas de Médio e Baixo
potencial à erosão na primeira carta e pelo predomínio
de áreas de fragilidade Forte a Muito Forte conforme a
segunda carta. As coincidências ocorrem
principalmente nas classes indicadas em ambas as
cartas nos locais de maiores restrições ao uso, ou seja,
nas classes ‘Alto Potencial à Erosão’ e ‘Fragilidade
Ambiental Muito Forte’ (52,71km²) onde os solos são
classificados em NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS.
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