RESUMO
A depressão é considerada um distúrbio afetivo que afeta grande parte da população e,
em geral, a maioria dos casos é diagnosticado como leve ou moderado. Os
medicamentos antidepressivos utilizados para o tratamento dessa doença além de
aliviarem os sintomas depressivos também provocam uma grande quantidade de
efeitos adversos, os quais são responsáveis pela descontinuidade do tratamento pelo
paciente, sem orientação médica. Dentre esses efeitos adversos, a disfunção sexual
está como um dos principais efeitos. São descritas alterações da função sexual, tanto
masculina quanto feminina, para todas as classes de antidepressivos. Dessa forma, a
população na tentativa de evitar esses efeitos procura tratamentos alternativos como a
utilização de plantas medicinais. O Hypericum perforatum L. é uma planta que vem
sendo utilizada para o tratamento de casos de depressão, principalmente, leve a
moderada. Entretanto, apesar de se relatar que esta planta provoca poucos efeitos
adversos, principalmente sexuais, não existem estudos relacionando função sexual e
Hypericum perforatum L. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade reprodutiva
do Hypericum perforatum L em ratos machos Wistar sexualmente experientes. Para
tanto, estes animais foram tratados com diferentes doses de Hypericum perforatum L
(15, 150 e 300 mg/kg); uma dose de paroxetina (10 mg/kg), um antidepressivo
conhecido por provocar disfunção sexual e salina, por 90 dias no volume de 5 ml/kg.
Após este período de tratamento, os animais foram filmados para a avaliação do
comportamento sexual e, em seguida, sacrificados para a análise de outros parâmetros
reprodutivos. Estes parâmetros incluem: massa dos órgãos (fígado, rins, adrenais,
encéfalo, testículos, epidídimos, vesícula seminal e próstata), variação do ganho de
massa corporal, níveis hormonais de testosterona em períodos diferentes do tratamento
e avaliação da produção espemática. Os dados de comportamento sexual
demonstraram que nas doses utilizadas, o extrato de Hypericum perforatum L. não
alterou os parâmetros comportamentais avaliados em ratos Wistar sexualmente
experientes. Além disso, a paroxetina também não alterou esses parâmetros de
maneira estatisticamente significativa, apesar de ter aumentado a latência de
ejaculação e o número de penetrações até a ejaculação dos animais. Em relação às
outras variáveis analisadas, o extrato Hypericum perforatum L e a paroxetina não
demonstraram toxicidade referente a massa dos órgãos nem a massa corporal, assim
como para a avaliação espemática e dosagem hormonal. Assim, podemos concluir que,
neste experimento, utilizando ratos Wistar sexualmente experientes, o extrato de
Hypericum perforatum L. e a paroxetina não alteraram a função sexual desses animais.
Palavras-chave: Hypericum perforatum L. Antidepressivos. Paroxetina. Disfunção
sexual. Ratos Wistar. Comportamento sexual.