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condições que facilitam o atracamento dos navios, em virtude da sua profundidade, da
calmaria de suas águas e da proteção que a elevação da atual Rua Duque de Caxias fornece
contra o vento minuano; econômicas, ”A passagem de gado para consumo da florescente
aglomeração urbana”
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; e, finalmente, a que considero a maior vantagem de todas, a
proteção, oferecida pelo estreitamento da península, contra avanço da frota naval inimiga.
Deste modo, a primeira importante medida do novo governador foi transferir a capital
para o novo ponto, tendo em vista o posicionamento estratégico do mesmo. Walter Spalding
ressalta que José Marcelino de Figueiredo, não mediu esforços para alcançar este objetivo:
“Homem de grande visão, tendo notícias do
Porto dos Casais, foi imediato visitá-lo e, desde esse
momento não mais descansou em seu propósito de
levar a sede do governo do Continente.E, nesse
sentido, se dirigiu sem perda de tempo ao Vice- Rei
Conde de Azambuja.Como sempre, em casos tais,
houve relutância,(...).Entretanto, chamado ao Rio de
Janeiro em 1771, aproveitou a oportunidade de
tratar pessoalmente do assunto, conseguindo, afinal,
sem grande demora, em vista da sua linguagem
persuasiva, a autorização de Conde Vice – Rei. De
imediato escreveu a seu substituto interino Ten. Cel.
Antônio da Veiga para tratar da urbanização do
porto dos Casais, autorizando o Engenheiro
Cap.Alexandre José Montanha, a fazer os traçados
principais e de levantar, com as dignidades precisas,
a Igreja, o Palácio e a casa da Real Fazenda no
lugar mais apropriado e melhor vista.”
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Gerava-se, desta maneira, a nova capital da Capitania, conforme previsão Régia de 26
de março de 1772, desmembrando a região portuária de Viamão, e criando a nova freguesia,
denominada de São Francisco dos Casais – Anexo 7 –, que no ano seguinte passou a receber
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MACEDO, Francisco Riopardense de. Origem ... Op. cit., p. 49
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SPALDING, Walter. Op. cit., p. 51-2.