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SEMÂNTICA COGNITIVA APLICADA:
A RADIALIDADE DA CATEGORIA RELIGIÃO
NOS DISCURSOS DOS IMIGRANTES ITALIANOS
(DE 1875 À DÉCADA DE 1950)
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SUMÁRIO
Introdução/ 7
1 O homem e suas relações com a religião/ 14
2 Semântica Cognitiva: a Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados/ 60
2.1 Modelos Cognitivos de Esquemas de Imagens/ 65
2.2 Modelos Cognitivos Proposicionais/ 68
2.3 Modelos Cognitivos Metonímicos/ 72
2.4 Modelos Cognitivos Metafóricos/ 75
2.5 Teoria Prototípica/ 81
2.6 Sistema da Metáfora Moral/ 83
2.7 Polissemia/ 92
2.8 Modelos Culturais/ 98
3 A radialidade da categoria RELIGIÃO pela Teoria dos Modelos Cognitivos
Idealizados/ 102
3.1 Metodologia/ 103
3.1.1 Pesquisa qualitativa/ 103
3.2 Formação do corpus/ 110
3.2.1 Tratamento dado às categorias de fontes/ 111
3.2.1.1 Sistema de notações/ 113
3.2.2 Contextualização das fontes documentais/ 113
3.2.2.1 Fontes pertencentes à categoria 1/ 114
3.2.2.2 Fontes pertencentes à categoria 2/ 118
3.2.2.3 Fontes pertencentes à categoria 3/ 120
3.2.2.4 Fontes pertencentes à categoria 4/ 121
3.2.2.5 Entrevistas pertencentes à categoria 5/ 123
3.3 Tratamento dado aos segmentos discursivos/ 124
3.4 A hipótese da estrutura radial/ 126
3.4.1 Estrutura radial hipotética da categoria RELIGIÃO/ 127
3.4.2 Leitura analítica da estrutura radial hipotética da categoria conceitual
RELIGIÃO/ 128
3.4.3 Análise dos segmentos discursivos: TMCI e conexões teóricas
relevantes/ 132
3.5 Considerações gerais/ 244
Conclusão/ 254
Referências/ 264
Anexos/ 269
;
INTRODUÇÃO
No princípio criou Deus o céu e a terra. A terra, porém estava vazia e nua; e as
trevas cobriam a face do abismo; e o espírito de Deus era levado por cima das
águas. Disse Deus: Faça-se a luz. E fez-se a luz. E viu Deus que a luz era boa; e
dividiu a luz das trevas. E chamou à luz dia, e às trevas noite e da tarde e da
manhã se fez o dia primeiro (Gênesis 1: 1-5).
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1 O HOMEM E SUAS RELAÇÕES COM A RELIGIÃO
“Os símbolos religiosos mudam incessantemente, mas o princípio subjacente, a
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ficavam paralisados a vida inteira por medo da morte.
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jamais tremerá. Teu trono está firme desde a origem, e desde sempre tu existes.MG)")#
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colocará os primeiros frutos diante de Javé seu Deus e diante de Javé seu Deus se prostará.M
GB0;J81HDLPor fim, Davi disse para a assembléia: ‘Bendigam todos a Javé, o
Deus de vocês!’ E toda a assembléia bendisse a Javé, Deus dos seus antepassados. E,
prostrando-se, prestaram homenagem a Javé e ao rei.MGB#09J01H*
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2.3 MODELOS COGNITIVOS METONÍMICOS
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2.4 MODELOS COGNITIVOS METAFÓRICOS
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2.5 TEORIA PROTOTÍPICA
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2.6 SISTEMA DA METÁFORA MORAL
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“Mesmo os filhos, nascidos no Brasil, partilhavam da angústia paterna – como algo
herdado com o sangue – e quando o sacerdote, o religioso, o missionário estivesse
em seu meio, eles se sentiam tranqüilos e felizes* Z***[ Deus parecia mais próximo e
bem mais benigno. Z***[”*G"#892E#*;;6;2H*
(".a"+)SJ
“Z***[ O sacerdote gozava da mais alta consideração e suas palavras tinham, em
geral, a persuasão da lei* Z***[*”G.#892E#*8E2H*
># =# # +
&#,',>#
,".a"+)S*&(J
“Z***[ Além do mais, a fé simples e ingênua colocava o colono diante do sinal
litúrgico como algo assim convencionado pelo próprio Deus e, por isso, intocável e
imutável*”G"#892E#*E2H*
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2.7 POLISSEMIA
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3 A RADIALIDADE DA CATEGORIA RELIGIÃO PELA TEORIA DOS MODELOS
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3.2 FORMAÇÃO DO CORPUS
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3.2.1 TRATAMENTO DADO ÀS CATEGORIAS DE FONTES
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CATEGORIA 1
LIVROS DE HISTÓRIA SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Arlindo Battistel 22
Dom José Barea 10
Ernesto Brandalise 4
Luis Antonio De Boni 4
Olívio Manfroi 7
Carlos Zagonel 18
Bernardin D’Apremont 4
CATEGORIA 2
LIVROS SOBRE HISTÓRIAS DE FAMÍLIA/MEMÓRIAS
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Julio Lorenzoni 14
Luis Antonio De Boni 3
CATEGORIA 3
RECORTES DE PESQUISA HISTORIOGRÁFICA E SOCIOLÓGICA COM ENTREVISTAS
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Thales de Azevedo 31
CATEGORIA 4
PESQUISA ANTROPOLÓGICA – UM ESTUDO DE CASO
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Arlindo Battistel v.1 10
Arlindo Battistel v.2 9
Arlindo Battistel v.3 2
CATEGORIA 5
ENTREVISTAS
ENTREVISTADOS
Padre Leomar Brustolin
Mário Gardelin
Frei Rovílio Costa
Diagrama 1 - Categorias de fontes documentais
3.2.1.1 SISTEMA DE NOTAÇÕES
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3.2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DAS FONTES DOCUMENTAIS
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Estatística de Caxias do Sul – 195Q!,
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culturais G892EH, &' ,# <'
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3.2.2.3 FONTES PERTENCENTES À CATEGORIA 3
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3.2.2.5 ENTREVISTAS PERTENCENTES À CATEGORIA 5
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3.3 TRATAMENTO DADO AOS SEGMENTOS DISCURSIVOS
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3.4 A HIPÓTESE DA ESTRUTURA RADIAL
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3.4.1 ESTRUTURA RADIAL HIPOTÉTICA DA CATEGORIA RELIGIÃO
802
3.4.2 LEITURA ANALÍTICA DA ESTRUTURA RADIAL HIPOTÉTICA DA
CATEGORIA CONCEITUAL RELIGIÃO
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ExemploJ Chegado ao seu novo destino, longe do convívio humano, o primeiro colono que chegou, tinha
apenas o bom Deus que paternalmente por ele velasse em meio a tantos perigos, e o defendesse do assalto do
animal selvagem e do extermínio das enfermidades. Exausto pelo trabalho do dia, reunia à noite a sua
familiazinha ao redor da parca mesa, recitava as suas brev orações e se recolhia e adormecia com a
consciência tranqüila, cheia de fé na Providência Divina*GQ#899E#*8K68EHZ!,[* >
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ExemploJ À primeira vista aparece com clareza o imenso trabalho a ser feito em termos de purificação do
sentimento religioso, proclamando mais a figura de Deus como Pai do que a imagem de Deus como Juiz.
Importa, também, reencontrar o espírito da intensa solidariedade cristã e a participação leiga no exercício da
religião. São duas dimensões importantes para a renovação da Igreja nas comunidades de etnia italiana
GQ)"#89:0#*K9HZ!,[*
;E
ExemploJ Agora as capelas de madeira estão sendo gradativamente substituídas por outras de alvenaria. Deus
tanto os protegeu e abençoou que eles desejam mostrar-se reconhecidos, erguendo templos mais dignos à
Majestade infinitaGQ#899E#*8EHZ!,[*
;;
ExemploJEm primeiro lugar, eu não achei certo que os padres tirassem a batina, parece-me que são menos
respeitados, porque a batina representava um soldado com sua farda. Um soldado, quando está sem farda,
ninguém lhe faz caso, nem parece um soldado, mas se tem a farda, é mais respeitado. E o padre também me
parece que era mais respeitado. Depois que tirou a batina, parece que o povo perdeu um pouco do respeito pelo
padre. Mas acredito que o padre acompanha um pouco o resto do povo. Parece-me que o povo vai perdendo a fé
e segue outras religiões e parece que os padres também seguem o povo, há os que são muito bons e há os que
não fazem corretamente sua obrigação. Porém, em outros tempos, também conheci padres que não obedeciam as
ordens do bispo. Quando se ia à missa, mostravam-se um pouco soberbos, respondiam mal ao povo, se alguém
ficava mais atrás, em lugar de dizer venha para frente, diziam: “Que fazem vocês lá embaixo? Estão ali para fazer
o quê? Se é para ficar lá, por que não vão para fora?” Assim o povo fica envergonhado e, em vez de ir mais à
missa, diz: “Olha que esse padre, na igreja, é brabo, eu nem mais vou”. Eu acho que o padre deveria sempre
andar com humildade, com bom jeito para com o povo, porque se fala contra o povo, ele se revolta mais ainda
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ExemploJ Apesar de terem que enfrentar enormes dificuldades, jamais se esqueceram da casa de Deus.
Construíram igrejas paroquiais e um grande número de capelas menores, onde se reúnem aos domingos para
rezar em comum, já que, devido às grandes distâncias, não podem dirigir-se à igreja paroquialG.-)#
8922#*0FHZ!,[*
;:
ExemploJE a este teu amigo, buscas com confiança de família, nos contrastes com teu próximo, nas injustiças
que te causam. E por isso tu olhaste sempre como teu inimigo o inimigo do teu sacerdote. E por isso nunca te
deixaste iludir pelos que, comodamente instalados nas cidades ou nos centros construídos com teu suor, te
apresentavam uma doutrina diferente daquela que te ensinava o sacerdote, que veio desde o começo condividir
contigo a mesma vida cheia de dificuldades, de dores e de sacrifícios. E por isso tu sempre refugaste, com toda a
força da tua alma crente de vêneto-lombardo, toda manobra intencionada a roubar-te o tesouro mais precioso
trazido da Itália: a Religião católica, apostólica e romana.GQ#899E#*8KHZ!,[*
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ExemploJ A religião dos imigrantes italianos e de seus descendentes no RS era, necessariamente e
essencialmente, ritualista. Isso não exclui a prática das virtudes cristãs que, como veremos, eram parte integrante
da organização comunitária das capelas. Mas o conteúdo principal de sua religião consistia na realização e na
participação das liturgias e dos ritos. A realização era o sinal único da existência da religião e a participação era
o único critério de distinção entre a pessoa de fé e o incréduloG.#892E#*8:EH*
21
Exemplo: A religião dos imigrantes italianos e de seus descendentes no RS era, necessariamente e
essencialmente, ritualista. Isso não exclui a prática das virtudes cristãs que, como veremos, eram parte integrante
da organização comunitária das capelas. Mas o conteúdo principal de sua religião consistia na realização e na
participação das liturgias e dos ritos. A realização era o sinal único da existência da religião e a participação era
o único critério de distinção entre a pessoa de fé e o incrédulo G.#892E#*8:EH*
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Senhor, Deus dos exércitos, até quando estarás irado, sem ouvir a oração do
teu servo? (Salmos, 79,5)
3.4.3 ANÁLISE DOS SEGMENTOS DISCURSIVOS: TMCI E CONEXÕES TEÓRICAS
RELEVANTES
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O corpus é constituído de 138 segmentos conforme anexo I, mas apenas alguns foram selecionados pela sua
relevância, considerando que os demais apresentariam análises similares, o que, por um lado, reforça os
achados da pesquisa e, por outro, tornam-se redundantes.
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AMOSTRA
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(1b) “[...] o padre gozava de particular estima. Era tratado como representante de Deus. A
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(1c) “O povo era profundamente devoto [...] ao trabalhar na tecelagem de fios de seda,
rezavam o terço e várias outras orações durante o trabalho. Voltando para casa, à noite,
rezavam outro terço em família.”
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(2a) “A oração faz parte do programa familiar e pessoal dos imigrantes italianos e de seus
descendentes.”
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(3a) “Manuel Rigatti rezava todas as manhãs o Creio, os Atos de Fé, Esperança e Caridade...
[...] rezava enquanto tratava os animais [...].”
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(4a) “Josefa Bodini Aresi acordava as crianças, pedia para que se ajoelhassem diante de
Santo Antonio e de Nossa Senhora e rezavam [...] Essa oração era rezada ao pé da cama
[...]”
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(5a) “Nos primórdios da imigração, todas as famílias rezavam o Terço, à noite. Era rezado da
mesma forma em todas as famílias.”
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(5b) “As devoções mais comuns eram as seguintes: um Pai Nosso, uma Ave-Maria e um
Glória ao Pai, ao padroeiro da capela. Uma oração às almas do purgatório. Oração à Nossa
Senhora, a Santo Antônio e, no fim, o Bendito Seja Deus. Várias intenções eram
intercaladas, tais como: Oração a São Paulo, para pedir a proteção contra picadas de cobras;
a Santa Bárbara, para pedir a proteção contra as intempéries; oração pelas vocações, a São
Brás, a Santo Antão Abade, a Santa Ana...”
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(6a) “Acreditavam piamente na ressurreição da alma logo após a morte corporal, no
Purgatório, no Céu, no Inferno. Tinham grande devoção às almas [...].”
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(6b) “[...] consciência viva da Comunhão dos Santos.”
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(7a) “[...] os capitéis, construídos por esta ou aquela família para pagar uma promessa,
agradecer alguma graça ou para pedir proteção; [...]”
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(7b) “Nos capitéis se faziam as novenas, tríduos, rezava-se o Terço semanalmente, fazia-se a
festa do padroeiro.”
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(7c) “A chegada da capelinha ocasionava um encontro de oração entre duas famílias. Há
orações apropriadas à visita de capelinhas, mas a mais constante é a reza do Terço.”
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(8a) “[...] o maior documento da religiosidade e fé dos imigrantes italianos são as capelas.”
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(8b) “[as capelas] Além de expressarem a fé, atestam sempre o início de comunidades. Os
colonos ao se instalarem em suas terras imediatamente providenciavam um lugar para rezar
em comum.”
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(9a) “[...] a fé viva, profunda e inabalável dos imigrantes [...]”
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(9b) “[...] os imigrantes e descendentes [...]Construíram igrejas grandes e bonitas por achar
que assim melhor louvariam a Deus . Era uma homenagem a Deus construir-lhe uma casa
digna. Enfim, foi por causa da sua fé viva que construíram tantas igrejas.”
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(10a) “O sino era tocado não só para avisar ao povo que alguém tinha morrido, mas porque
se acreditava que o sino, por ser bento, como que abria as portas do céu ou, então,
prenunciava, ‘avisava a Deus’, que uma alma estava subindo ao céu.”
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(11a) “[A Festa de Corpus Christi] Realizava -se onde houvesse sacerdotes. Essa devoção é
cultivada de maneira especial em Flores da Cunha e Garibaldi, onde as procissões são
soleníssimas e ricas de símbolos e sinais.”
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(12a) “[...] sua mãe sabia ‘todas as orações italianas’ e o catecismo de cor. À noite, enquanto
ordenhava as vacas, chamava as crianças ao seu redor e, enquanto tirava leite, ensinava o
catecismo. Se as crianças acertassem as respostas, ganhavam leite quente para beber.”
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(13a) “Todos aprendiam as verdades da fé e as orações [...]”
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(13b) “A oração [...] era valorizada pela quantidade. Quanto mais se repetiam as orações,
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(14a)“Catequese e vida eram uma coisa só. No catecismo estava a verdade, por isto devia ser
aprendida e praticada.”
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(14b) “Quem fosse fiel iria para o céu. O pecador iria para o inferno eternamente# onde
havia fogo e demônios com chifres, rabo, forcados, torturando os condenados.”
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(14c) “Quer dizer, eles têm certeza que uma vez cumpridos os deveres cristãos, eles irão para
o céu.”
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(15a) “Ângela M. Battistel assistiu a vários agonizantes e ela afirma ter visto morrer
‘santamente’, isto é, com paz e serenidade, a várias pessoas. Essas, diz ela, eram todas
pessoas de muita oração e fé profunda.”
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(15b) “A morte era encarada com mais naturalidade, não tinha a dramaticidade que tem no
dia de hoje, isso se devia à fé profunda na Ressurreição.”
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(15c) “Uma vez que eles tinham feito o bem e cumprido seus deveres, estavam salvos.”
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(16a) “A Capela foi uma família cujo pai era Deus, a mãe a Virgem Maria e os Padres
Leigos eram os irmãos mais velhossempre disponíveis à comunidade por convicção própria e
decisão pessoal.”
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(16b) “[Os Padres Leigos] [...] apontavam com vigor e esperança para Deus.”
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(16c) “E apesar dos primeiros anos de penúria, perdidos na solidão da mata, os imigrantes
não esqueceram do seu Criador.”
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(17a) “Uma vez que eles [imigrantes e descendentes] tivessem terra e saúde, só lhes restava a
preocupação com a vida eterna.”
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(18a) “A fé do italiano é tal de transportar montanhas.”
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(#&8FJ0JLAinda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento dos
mistérios, e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar
montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada*M*
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(19a) “Tu compreendes que, depois de ter feito do trabalho e da virtude o objetivo de tua vida,
toda a tua aspiração, longe das farras do vício e da corrupção, o Senhor te envia este
sacerdote para que caminhes à felicidade suprema?”
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(20a) “E a este teu amigo [o sacerdote], buscas com confiança de famílianos contrastes com
teu próximo, nas injustiças que te causam. E por isso tu olhaste sempre como teu inimigo o
inimigo do teu sacerdote.”
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(20b) “E por isso tu sempre refugaste, com toda a força da tua alma crente de vêneto-
lombardo, toda manobra intencionada a roubar-te o tesouro mais precioso trazido da Itália: a
Religião católica, apostólica e romana.”
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(21a) “[...] o primeiro colono que chegou, tinha apenas o bom Deus que paternalmente por
ele velasse em meio a tantos perigos, e o defendesse [...]”
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(21b) “[...] recitava as suas breves orações e se recolhia e adormecia com a consciência
tranqüila.”
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(21c) “[o imigrante adormecia com a consciência tranqüila] cheia de fé na Providência
Divina.”
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(22a) “Hoje, ó fiéis cristãos, recebestes uma mãe na paróquia e um pai no pároco.”
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(23a) “[os imigrantes] privados de toda assistência religiosa, rogaram a um sacerdote seu
compatriota que aceitasse condividir com eles as privações da nova vida [...]”
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(23b) “manter viva no coração aquela fé”
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(24a) “Edificou-nos o espírito de fé e de piedade deste bom povo, bem como o respeito e a boa
ordem seja na igreja sejas nas procissões.”
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(25a) “Dei-lhe todos os confortos da santa religião.”
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(26a) “Entregai esse negócio a Deus que é Juiz dos vivos e dos mortos e não lhe faltarão
meios para humilhar o soberbo e levantar o humilde.”
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(27a) “A religião atuou como elo de união entre eles [imigrantes italianos] [...]”
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(27b) “[...] a fé católica forneceu-lhes os subsídios indispensáveis para reiniciar, individual e
coletivamente a existência.”
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(28a) “Num ambiente em que o único sistema de referência é o sagrado, em que normas e
valores profanos legitimam-se pelas normas e valores religiosos [...]”
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(29a) “O já citado relatório de Frei Bernardino D’Apremont, bem como os escritos de padres
e religiosos de outras congregações, são unânimes em acentuar a fé simples dos colonos e a
alegria com que recebiam o padre [...]”
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(29b) “[...] uma vida religiosa marcada pela freqüência aos sacramentos.”
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(30a) “[...] a participação maciça dos fiéis nas cerimônias da vida religiosa, a freqüência aos
sacramentos e a internalização de um código de ética católica faziam recordar os períodos
áureos da Igreja medieval.”
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(30b) “[...] os valores religiosos e sua expressão normativa tendem a tornar-se valores
sociais, ou melhor, estes se legitimam através dos valores e normas sagrados.”
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(30c) “[...] a severa vigilância exercida pelo confessionário”
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(31a) “[...] a religião, longe de ser um «ópio do povo», foi um fator de integração [...].”
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(32a) “A participação das celebrações litúrgicas, nos domingos e dias de festa, era uma
obrigação moral, pois só o praticante era considerado pessoa de fé, digno da estima e
aceitação dos demais.”
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(32b) “O sacerdote gozava da mais alta consideração e suas palavras tinham, em geral, a
persuasão da lei.”
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(33a) “O terço foi, realmente, o breviário e, muitas vezes, a missa dos imigrantes italianos e
de seus descendentes.”
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(34a) “os colonos italianos construíam, eles mesmos, suas igrejas e multiplicaram, em todas
as partes e direções, esses símbolos de sua fé e de sua identidade cultural.”
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(35a)“o conteúdo principal de sua religião [dos imigrantes italianos] consistia na realização
e na participação das liturgias e dos ritos. A realização era o sinal único da existência da
religião e a participação era o único critério de distinção entre a pessoa de fé e o incrédulo.”
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(36a) “A Religião Católica foi, sem dúvida, a força que permitiu aos imigrantes italianos se
integrarem ao novo ambiente [...]”
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(36b) “Foi em torno da religião e da expressão de seus sentimentos religiosos que eles
encontraram a própria identidade cultural, único meio capaz de evitar o desajustamento
social.”
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(37a) “recordavam-se das últimas recomendações do vigário, dobravam o joelho e o espírito
prostrando-se diante da Madona de sua devoção e rezavam e cantavam para animar-se a si
mesmos e superar o medo pavoroso.”
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(37b) “A solidão aplastante da floresta virgem, no lote onde eram abandonados, os teria
esmagado não tivessemuma alma de criança que os fazia encontrar forças e coragem nas
contas do rosário rezado em família.”
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(38a) “a religião surgiu como sustentáculo humano do imigrante.”
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(38b) “a religião tornou-se o refúgio salvífico e a fonte de energias para a luta.”
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(38c) “O imigrante venceu por causa da fé que trazia dentro de si e que herdara de sua
família tradicional e praticante.”
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(39a) “Rezava apelando para todas as suas devoções [...]”
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(39b) “[...] mas o rosário junto aos italianos foi uma constante inquebrável. Foi o breviário
do cristão, a oração para todas as necessidades.”
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(39c) “somente Deus podia consolá-los e aliviar-lhes os sofrimentos”.
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!5*[MG*K9H*[C1, CZ, S4]
8:E
(40a) “O homem reza nos momentos em que mais sente sua vocação ao infinito, mas é o
mistério que lhe desperta a consciência de sua limitação e fraqueza.”
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(40b) “A oração é uma tentativa de contactar com quem pode fazê-lo transcender sua
limitação. Quando o mistério da natureza com sua violência e prepotência tranqüila de
gigante o esmaga, o homem não reza. Apavora-se. Mas quando o homem, atento, percebe sua
ligação íntima e pessoal com Deus, ele recobra coragem e reza.”
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5*MG*K9H*[C1, CZ, S5]
(41a) “[o italiano] contactava com Deus através de suas devoções herdadas do passado e
sugadas com o leite materno.”
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(41b) “[Pela fé o imigrante] Tornou-se corajoso. Tornou-se, inclusive, símbolo de coragem e
de trabalho pela epopéia que realizou.”
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3*[MG*EKH*[C1, CZ, S7]
(42a) “os imigrantes procuravam organizar o culto dominical recordando, o quanto possível,
o culto celebrado na longínqua igreja natal. A missa, as bênçãos, as devoções, as
cerimônias... tudo de acordo com o tempo litúrgico. Reuniam-se em torno de alguma imagem
ou quadro, eventualmente trazido da Itália [...]”
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(42b) “procuravam os livros de devoção que, normalmente, acompanhavam a família como
uma herança preciosa.”
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8:9
(43a) “a fé simples e ingênua colocava o colono diante do sinal litúrgico como algo assim
convencionado pelo próprio Deus e, por isso, intocável e imutável.”
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!*[MG*E:H*[C1, CZ, S10]
(44a) “[os sinais] exprimiram a necessidade que o homem sentia de Deus e da comunicação
mediatizada em sinais sagrados.”
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(45a) “A mãe sempre representou o elo principal da tradição religiosa [...]”
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(45b) “A devoção era algo que se herdava com o nome.”
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(46a) “Quando a apreciação popular afirmasse que “fulana não presta para esposa de
sicrano porque nem mesmo sabe as orações”, então sua cotação era baixíssima.”
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da Metáfora Moral<!,566*# '
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890
(47a) “A mãe italiana [...] foi a grande educadora anônima da colônia: à noite, cansada,
antes de concluir os últimos serviços da casa, tomava os filhinhos menores e os adormecia
ninando em seu seio e, ao mesmo tempo, fazia os Z filhos] maiores recitarem as orações
familiares e as principais verdades da Fé.”
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(48a) “A catequese consistia em decorar fórmulas do catecismo, aprender as orações
principais do devocionário [...].”
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(49a) “Todos os relatórios referentes à vida religiosa são unânimes em exaltar a fome de
Deus.”
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(49b) “O povo italiano vencia longas distâncias para se confessar, comungar ouvir a Palavra
de Deus”
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(50a) “A fome de Deus não se estancou com o atendimento mais regular, Manteve-se num
crescimento constante”.
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(51a) “O sacerdote era para o imigrante um personagem muito importante, quase o
integrador de sua personalidade e da identidade social e religiosa.”
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(51b) “[...] partilhavam da angústia paterna – como algo herdado com o sangue – e quando o
sacerdote, o religioso, o missionário estivesse em seu meio, ele se sentiam tranqüilos e felizes
As dificuldades eram enfrentadas com mais coragem e otimismo, Deus parecia mais próximo
e bem mais benigno. Certamente o sentiam mais acessível pois o podiam receber através do
culto ministrado pelo sacerdote.”
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(52a) “[...] é preciso saber que as populações coloniais são sequiosas de tudo o que se refere à
religião: sacramentos, pregações... e que até ao presente foram privadas dos socorros da
presença permanente do sacerdote.”
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(52b) “No início da colonização, eram poucos os ministros de Deus. [...]”
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(52c) “As populações sofriam enormemente pela privação dos socorros espirituais; [...]M
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(52d) “Escolhiam o mais douto do lugar (precisava que soubesse ler) para exercer as
funções de ‘padre’ da capela, conforme sua expressão. Assim as funções se realizavam
regularmente: procissões, bênção das velas, bênção dos ramos, missa cantada.M
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(53a) “[O Bispo] Explicou depois as prerrogativas sacerdotais e os limites dos poderes dos
‘padres leigos’.”
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(54a)[...] embora a grande variedade com que a materna previsão da Igreja enriqueceu as
últimas edições do Ritual Romano, seguidamente devemos usar de grande subtileza para
encontrar um título que se enquadre à intenção solicitada.
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(55a) “Se não têm idéia exata sobre a eficácia das bênçãos, em princípio, ao menos nesta
matéria [os colonos], são dirigidos pelo espírito de fé.”
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(56a)“Em seguida foi celebrada a Santa Missa [...] padre Marcelino deu a explicação do
Evangelho da melhor maneira que lhe foi possível, recomendando-nos bondade, resignação e
o amor a Deus, para podermos superar os grandes sacrifícios a que nós seríamos sujeitos
[...]”
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(57a)LZ***[a única religião que conservavam aqueles bons colonos, era a do coração.”
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(58a) “Não havia igrejas nem padres e, por isto, nenhuma cerimônia religiosa que
mantivesse vivo e ardente aquele sentimento religioso que tínhamos trazido de nossa Pátria*M
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(59a) “as boas mães procuravam educar seus filhos no santo amor e temor a Deus
esforçando-se para lhes dar todos os ensinamentos de que necessitavam, a fim de levar uma
vida cristã.”
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(60a) “O nosso colono não podia conformar-se com esse estado de coisas: ter que morrer sem
ter um padre perto que lhe desse os confortos da religião, a extrema-unção, etc.”
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(61a) “o sentimento religioso, adormecido nos corações daqueles bons agricultores, reviveu
como por encanto, levando-lhes conforto, força e resignação para suportar as duras
vicissitudes da vida”
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(62a) “puderam assistir novamente ao santo sacrifício da missa e reavivar seus sentimentos
religiosos, jamais apagados em seus corações*M
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(63a) “[pinhões] que só a Divina Providência dadivosamente lhes enviara naquele ano em
profusão para evitar sua morte por inanição.”
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(64a) “se for possível, mandem rezar uma missa a Nossa Senhora das Graças, pois que a
Raquel e eu tivemos muita sorte na travessia.”
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(65a) “Em Caxias toda a gente faz questão da assistência do padre aos seus doentes e
moribundos, bem como da encomendação.”
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(66a) “Na diocese há uma devoção oficial, antiga, a Nossa Srª de Caravaggio; romaria anual
reúne 70.000 a 80.000 pessoas no santuário. São 60-70 padres confessando ou 1 dando
comunhão por ocasião da festa em maio; muita gente faz romaria a pé e lá faz a páscoa.”
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(67a) “Mandam celebrar missas para pedir boa colheita, para chover; fazem romarias e
procissões para pedir chuvas”
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(68a) “Os padres visitam as casas anualmente para benzê-las. O Vigário vai às casas para
conversar, visitar.”
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(69a)“O clero tem um forte domínio sobre os colonos”
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(70a)“Um colono, recentemente, vendo o seu parreiral, em plena produção, derrubado por
um temporal, enlouqueceu. Outro há mais tempo, em idêntica circunstância, saiu com o
crucificado pela colônia mostrando-lhe o prejuízo que sofrera.”
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(71a) “A benção das lavouras – quando não se faz, os colonos ficam brabos, porque dizem
que sem isso não têm boas safras. Faz-se em cada um dos dias das Rogações (segunda, terça
e quartas-feiras antes da Ascensão).Em cada dia se faz a benção numa direção, caminhando
uns 2 quilômetros.
1º Reúnem-se os colonos na igreja e começa-se a rezar a Ladainha de Todos os
Santos;
2º Sai-se em procissão rezando a mesma ladainha; o padre dá a bênção;
3º Voltam todos à igreja para ouvir a missa.”
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(72a) “Em Conceição, como em outros pontos da colônia, há um cruzeiro na frente da igreja
com os dizeres ‘Salva a tua alma’.”
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#$!89*MGF8FH*[C3, TA, S25]
(73a) “Imigrantes excessivamente religiosos não dispensam de modo algum o padre e a
Igreja. ‘Quem conhece, sobretudo por observação própria, as colônias do Império sabem
perfeitamente que o padre é o mais poderoso elemento de ordem, moralidade e estabilidade
para os colonos’.”
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(74a) “A religiosidade do colono italiano tinha seu sustentáculo na recitação do rosário [...]”
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[C3, TA, S29]
(75a) “Católicos pelo batismo e pela tradição de família; maioria ignora as verdades
necessárias à salvação.”
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(76a) “Duas manifestações constantes da cultura primitiva do imigrante italiano: a
dedicação ao trabalho e o cultivo da vida cristã.”
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(76b) “As primeiras confrontações do imigrante com a terra e com seu novo núcleo
comunitário tiveram como base as contas do rosário.”
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(76c)“[...] no município de Veranópolis, ainda existe uma árvore, que há 95 anos, abrigava,
em sua sombra, a primeira leva de imigrantes da localidade da capela Nossa Senhora de
Caravágio, ajoelhados no chão, rezando o terço e cantando as ladainhas de Nossa Senhora,
lá onde, mais tarde, lhe erigiram uma capela.”
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(76d) “O grande valor da experiência religiosa do italiano foi o de ser uma experiência
religiosa de grupo. Há muitos indicadores da oração comum ou de grupo: oração em família,
reunião de oração aos domingos, à tarde; por ocasião de velórios, nas promessas e novenas,
nas procissões.[...] Talvez a necessidade de construir lugares religiosos de encontros
despertou no italiano a necessidade e o desenvolvimento da oração comum.”
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(76e) “Entre as formas de oração individual destaca-se o sinal da cruz ao passar diante de
igrejas, cemitérios, capitéis e a reza de três ave-marias a Nossa Senhora, à noite, antes de
deitar, para pedir a sua proteção e uma boa morte.”
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(77a) “O conceito de Deus é o de uma autoridade suprema, que dá prêmios e castigos
imediatos e infalíveis.”
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(77b) “Deus não é um pai que tem filhos, mas um Senhor que tem súditos e servos. À
autoridade paterna e materna, na família, atribuía-se a função de Deus. Por isso, os pais
sentiam-se imbuídos do poder de perdoar ou de condenar, de abençoar ou de amaldiçoar.”
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(77c) “Deus é o dono da natureza, que a manipula em favor ou contra o homem. As secas, as
enchentes e as tempestades eram, muitas vezes, vistas como castigo contra a blasfêmia ou a
pouca freqüência aos atos religiosos.”
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(78a) “A autoridade religiosa do sacerdote era parecida com a autoridade e o poder de Deus,
com capacidade de abençoar e de condenar. [...] Ao ministro religioso era atribuído o poder
de condenar ou de salvar, próprio de Deus. [...] Era o pensar e a decisão do padre que
determinava a moralidade da ação.”
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(78b) “O ministro, através das aplicações dos ritos sacramentais, representava a certeza da
salvação.”
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(78c) “Se alguém falecesse sem assistência religiosa, causaria grande preocupação aos
familiares.”
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(79a) “À primeira vista aparece com clareza o imenso trabalho a ser feito em termos de
purificação do sentimento religioso, proclamando mais a figura de Deus como Pai do que a
imagem de Deus como Juiz”
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(80a) “A existência de um clero bastante impositivo e dominador fez com que se criasse uma
tradição religiosa subjacente. [...]Este lugar é amaldiçoado pelo Padre, por isto não poderá
progredir”
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(80b) “E a morte das pessoas que provocaram a maldição, sempre era considerada castigo de
Deus, especialmente se nos últimos dias tivessem sofrido muito ou tivessem falecido sem os
confortos da religião.”
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(81a) “A tempestade, o trovão, o raio, o fogo que, às vezes, devastava matas e plantações,
eram considerados como a força de Deus vingador.”
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(81b) “Só uma devoção a um santo muito poderoso poderia realizar o milagre de salvar a
vida em tais calamidades. Além dos santos, generalizou-se a devoção às almas do Purgatório,
porque, sendo elas os futuros habitantes do céu e tendo experimentado o terror das secas, das
pestes, das carestias, das tempestades, intercediam junto de Deus com absoluta certeza de
atendimento.”
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009
(82a) LAo encerramento das procissões, por ocasião da benção dos doentes, embora a
profunda fé de transportar montanhas, fé e resignação à vontade de Deus, a grande
preocupação era a de ser atingido pela água benta que o sacerdote lançava sobre o povo
nessas circunstâncias. Nessa mesma linha de sentimento religioso, estava a grande
preocupação da benção da casa, anualmente, pelo sacerdote, que simbolizava a visita do
próprio Deus.”
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“A religião de ontem e de hoje [Subtítulo]
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AB, v.1, S8]
Tradução
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(83a) “eu não achei certo que os padres tirassem a batina, parece-me que são menos
respeitados, porque a batina representava um soldado com sua farda. Um soldado, quando
está sem farda, ninguém lhe faz caso, nem parece um soldado, mas se tem a farda, é mais
respeitado. E o padre também me parece que era mais respeitado.”
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(84a) “Todos aprendemos bem o catecismo. Examinaram-nos para a primeira comunhão,
faziam-nos a pergunta e nós respondíamos. Eu sei de cor. Diziam: “Sois vós cristãos?” –
Sim, eu sou cristão pela graça de Deus.”
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(84b) “Ser cristão significa, ser batizado, crer e professar a doutrina de Jesus Cristo...”
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(85a) “A fé profunda na indissolubilidade do matrimônio como instituição divina, levava-os a
buscar forças espirituais para se suportarem mutuamente”
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(86a)“Os padres apelavam às famílias que acolhessem com alegria todos os filhos, porque
eles são “uma benção” de Deus.”
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v.1, S3]
(87a)“O ritual do casamento religioso era em latim, por isto não era compreendido. A única
participação dos noivos era o sim.”
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(88a) “Construíram igrejas espaçosas e bonitas por acharem que assim melhor louvariam a
Deus. Era uma homenagem a Deus construir-lhe uma casa digna.”
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v.2, S5]
(89a) “O toque do sino não era só para avisar a morte de alguém, mas porque se acreditava
que o toque do sino bento, como que abria as portas do céu e “avisava a Deus” que uma alma
estava subindo ao céu. [...] O sino é tocado, também, para espantar temporais. É o caso da
0F2
capela Nossa Senhora da Saúde, em Nova Prata, onde ao se aproximar um temporal, tocam o
sino e logo o temporal “se quebra” ou desaparece.”
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(90a) “Era uma das festas mais importantes e da qual ninguém podia faltar. Realizava-se
onde houvesse sacerdotes para levar o Santíssimo em procissão e constituía-se uma
proclamação da fé na presença eucarística de Jesus.”
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(90b) “as procissões são soleníssimas e ricas de símbolos e sinais*M
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(91a) “O cemitério, provisório ou definitivo, passou a ser, o primeiro sinal material do
espírito religioso dos imigrantes.A cruz, as flores, o cercado para a proteção dos túmulos, as
visitas constantes, o lugar de destaque em que situaram os cemitérios, tornou-se o primeiro
lugar de culto e de expressão religiosa dos imigrantes.”
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(92a) “O terço foi sem dúvida o maior sinal da religiosidade do imigrante italiano. A reza do
terço constituiu-se um elo de união familiar e das comunidades [...]”
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v.3, S2]
(93a) “Nos quartos de dormir sempre há um ou vários quadros de santos, diante dos quais as
pessoas fazem orações, pela manhã e à noite. Quando as mães ensinavam às crianças a
rezar, apontam para os santos, ajoelham ao pé da cama e rezam voltados aos santos.”
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‘Religião é força’ [MODELO CINESTÉSICO]
‘Religião é amor’ [MODELO EMOCIONAL-ESPIRITUAL]
‘Religião é um tesouro’ [MODELO MATERIALISTA]
‘Religião é alimento’ [MODELO FISIOLÓGICO]
‘Religião é luz’ [MODELO ESPIRITUAL]
‘Religião é família’[MODELO SOCIAL]
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in Itália. Quá in San Marco nó, cada mese vegneva el prete dir la messa, sino se ndava
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SulJ ,' &6 * +!J
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Grande do Sul. +!J)!)"Q#(
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3!+#89:1*
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Meaning and mental representations*J'N+#89::**8896
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3!Y3!3*OgIJQQI#8999*
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.#&'*A colonização italiana no Rio Grande do Sul: ?B#
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Concepts and conceptual developmentJ!,!5*
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ANEXOS
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ANEXO A - CORPUS
CATEGORIA 1
LIVROS DE HISTÓRIA SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA que focalizam a questão da
RELIGIÃO
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Arlindo Battistel 22
Dom José Barea 10
Ernesto Brandalise 4
Luis Antonio De Boni 4
Olívio Manfroi 7
Carlos Zagonel 18
Bernardin D’Apremont 4
CATEGORIA 2
LIVROS SOBRE HISTÓRIAS DE FAMÍLIA/MEMÓRIAS
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Julio Lorenzoni 14
Luis Antonio De Boni 3
CATEGORIA 3
RECORTES DE PESQUISA HISTORIOGRÁFICA E SOCIOLÓGICA COM ENTREVISTAS
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Thales de Azevedo 31
CATEGORIA 4
PESQUISA ANTROPOLÓGICA – UM ESTUDO DE CASO
AUTOR QUANTIDADE FRAGMENTOS
Arlindo Battistel v.1 10
Arlindo Battistel v.2 9
Arlindo Battistel v.3 2
Diagrama 1 – Categorias de fontes documentais
CATEGORIA 1 – LIVROS DE HISTÓRIA SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA que
focalizam a questão da RELIGIÃO
(1)
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AMOSTRA
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CATEGORIA 2 – LIVROS SOBRE HISTÓRIAS DE FAMÍLIA/MEMÓRIAS
(1)
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Paulo Rossato
Paulo Rossato nasceu a 22 de outubro de 1854 em Valdagno província de Vicenza filho de
Sperandio Rossato e Maria Crosara. Foi casado com Raquel Massignani e emigrou para o
Brasil em 22 de novembro de 1883, aportou no Rio de Janeiro em 15 de dezembro do mesmo
ano, desembarcou em Porto Alegre no dia 25 de dezembro de 1883, chegando a Caxias do Sul,
então Campo dos Bugres, no ano novo de 1884.
Diz o autor do livro:
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Trecho da carta que Paulo Rossato escreve para seus pais, na Itália, em 27 de dezembro de 1883.
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Carlin Fabris
Carlin Fabris nasceu em 25-07-1889 e faleceu em 28-05-1975 quando ainda estava sendo
preparada a edição de seu texto. Seu trabalho documenta o período de 1884 a 1941 e encerra
dizendo: “E por minha parte pode contar que como Cristo disse ao seo dicipulo na travesia do
Lago de Tiberiade Egun Dormiun Cor meun Anima Mea Vigilant. Amen.” (p.89) Esta frase,
segundo nota do autor, não existe no Evangelho, e o latim corre por conta do autor. Sua
tradução: Eu durmo, mas meu coração e minha alma vigiam.
Em Istoria de Conceição, Carlin Fabris escreve em um caderno a história da Paróquia
da Conceição e inicia assim: “Um pouco de Istoria de Conceição escrita pelo lápis de um
inalfabeto e inculto Filio deste turão natal, que não faço o nome por ter vergonha do que
escrevo, mas acin é que aconteceo nesta Istoria” (p. 74).
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CATEGORIA 3 – RECORTES DE PESQUISA HISTORIOGRÁFICA E
SOCIOLÓGICA COM ENTREVISTAS
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Champéry Foubourg Montmélian G*FF9H*
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CATEGORIA 4 – PESQUISA ANTROPOLÓGICA – UM ESTUDO DE CASO
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Tradução
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Nota: ‘P’ refere-se à fala de Pietro e ‘L’ refere-se à fala de Lúcia.
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LU>Q8911*X" Q55
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Tradução
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F11
(2)
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AB, v.2, S6]
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*LDe quá poco tempo la me tocará a mí”. !
3!$3'5*“Giôvani ghin more tánti, ma i véci i more túti”.U'
#'3*7''
*&$&
*r!*Q'$!5,'
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F10
(3)
Q)"#D)#'&*Assim vivem os italianos:'
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AMOSTRA
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Foto 1178.L3$'$#
,5?#3@*_
'@5##<3>
5'MG*8K:FH* [C4, AB, v.3, S2]
F1F
ANEXO B
ENTREVISTAS
CATEGORIA 5
ENTREVISTAS
ENTREVISTADOS
Padre Leomar Brustolin
Mário Gardelin
Frei Rovílio Costa
(1)
F1K
Entrevista com Padre Leomar Brustolin. Caxias do Sul, 31 de março de 2006.
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CarinaJQuais eram, a partir de suas pesquisas, as concepções de religião/religiosidade
que os colonos traziam da Itália? Havia diferenças em função de interferências de correntes
católicas na Itália?
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italiano tinha uma relação mais estreita com a fé, em si mesma, com o padre ou com a Igreja?
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CarinaJA relação do colono com a fé católica é inconteste, mas teria como distinguir
se se tratava de uma relação de amor ou temor a Deus? Em algum momento é possível
identificar isso?
Padre LeomarJ3>*5
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CarinaJExiste alguma diferença entre a relação de temor e amor a Deus? Afinal, o que
se deve entender por temor a Deus em diferentes correntes católicas ou cristãs de um modo
geral?
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CarinaJHaveria alguma relação entre o grau de alfabetização que possuíam ou não e a
religiosidade?
Padre LeomarJ3=$S
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(2)
Entrevista realizada com Mário Gardelin. Caxias do Sul, 31 de outubro de 2005.
F81
Carina: O imigrante tinha uma relação mais estreita com a fé em si mesma ou com a
igreja?
Mário GardelinJ * ***# >#
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CarinaJA relação do colono com a fé católica é inconteste, mas teria como distinguir
se se tratava de uma relação de amor ou temor a Deus? Em algum momento é possível
identificar isso?
Mário GardelinJ+!#=##
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F88
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coisa está ligada à outra?
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F80
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CarinaJO senhor acredita que para essas pessoas (colonos italianos) ser religioso, ser
católico independia da crença no clero?
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,7Jporco pio*_ ,7>',#*
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>*#> ,73#>,#> ,7*
Q,7>*
(3)
F8F
Entrevista com Frei Rovílio Costa. Porto Alegre, 13 de janeiro de 2006.
CarinaJQuais eram, a partir de suas pesquisas, as concepções de religião/religiosidade
que os colonos traziam da Itália? Havia diferenças em função de interferências de correntes
católicas na Itália?
Frei RovíloJ=5 '3?
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CarinaJ No Brasil, especificamente na região Sul e Nordeste do estado, o imigrante
italiano tinha uma relação mais estreita com a fé, em si mesma, com o padre ou com a Igreja?
Frei RovíloJ,#>#
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,> =# # # .5 -# '7
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CarinaJE na falta dos padres, inclusive, tenho lido a respeito dos padres leigos não é?
Mas daí só para rezar o terço, para organizar...
Frei RovíloJ!,!###
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Profundis# Miserere#5#3#* '
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F08
CarinaJA relação do colono com a fé católica é inconteste, mas teria como distinguir
se se tratava de uma relação de amor ou temor a Deus? Em algum momento é possível
identificar isso? Existe diferença nessa relação de temor e amor Deus? O que se deve entender
por temor a Deus? A gente acaba não entendo bem quando se ama e quando se teme a Deus.
Frei RovíloJ##!#!,'7#,
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### <'
'3#(#un can coto#53unc, hanc, hoc#
5un can coto#35#'his, haec, hider, do hic, heac,
hidero #,53* sorela#
#3'*
&##'3'3
# 3 B# 3 # ,5
F0K
# '= ' &* + (# >
"!3##Q>S=892E#
!*3(,5>,33*=,
*#'7! >##
*5# '#'*_
>5']#,&#
'B#?#'( '
!==?*
3#(JG'A presença italiana no Brasil/'#
8991*EK1H/Vado in leto, con l’angelo perfeto, con ángelo de Dio, San Francesco e San
Matio, San Luca e San Gioani e la Madona m’acompágni. In leto io andró, ma da levare mi
non só, Vu Signor che saví, tre frássie me darí, Confession, comunion l’ólio Santo. In nome del
Padre, Figlioli e Spírito Santo Amémv
<'?,55#'
#''#vado in leto, com l’ángelo
perfeto#><!#<#'#
> *< #=> # 7
!'*&'7 **
$ # # #
*,##W=)+#.!)&
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F0E
3'=3<#3 #3'*
'3'cavassale#3>#3#3
#<!<****#,53#
)'#=*
5+#,5,#,3,#*
JG'Q'#899;*EF2HAve Maria Santa, Gli angeli la
canta, Il Signore l’adora, Benedetta quell’anima che passa sú quell’órav,
,##''#*&
3'=#3#****+!
,53#*#,J')#
<#)3# 3*3
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