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maio somente estariam no pleno gozo de suas funções no Congresso Estadual
depois do trigésimo dia de que falava a lei nº 1.008, ou seja, dia 2 de junho. E que
até lá era o antigo Congresso Estadual quem tinha autoridade legal para o exercício
do Reconhecimento de Poderes dos eleitos.
Assim, logo depois do dia 3, os deputados oposicionistas constituíram uma Junta
Apuradora, escrutinaram os votos atribuídos aos novos deputados estaduais, que na
seqüência foram dados como eleitos e diplomados para, em seguida, procederem ao
Reconhecimento dos próprios poderes e instalarem extraordinariamente o
Congresso Estadual no dia 13 de maio, a fim de promover o reconhecimento da
eleição da chapa Pinheiro Júnior e Alexandre Calmon.
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A facção monteirista, por
sua vez, esperou o dia 13 para convocar o antigo Congresso Estadual eleito em
1913 e que teve o mandato prorrogado até 2 de junho, e de tal modo encaminhou os
trabalhos para proclamação do Reconhecimento de Poderes de Bernardino Monteiro
e seu vice.
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Pesou em favor de Bernardino Monteiro a transmissão solene do cargo,
a entrega do palácio e de todo manejo administrativo e militar pelo presidente
Marcondes de Souza, na manhã do dia 23 de maio do mesmo ano.
No entanto, no mesmo dia, também em Vitória, a oposição realizou um ato solene
em honra dos seus eleitos e se deslocou no dia seguinte para Colatina, transferindo
para lá a sede do governo estadual. Para Colatina também seguiram os deputados
estaduais oposicionistas e, naquela vila, da mesma maneira, instalaram a sede do
Congresso Estadual. Pinheiro Júnior logo se afastou do governo, partindo para o Rio
de Janeiro a fim de acompanhar, na capital da República, o pedido de intervenção
federal formulado pela oposição. Assumiu o governo o vice, coronel Alexandre
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No dia 13 de maio, assinado pelos deputados estaduais ditos da nova legislatura, Joaquim
Guimarães, Flávio Coutinho e Mário Aguirre, membros da Mesa do Congresso Legislativo do
Espírito Santo, seguiu para a presidência do Senado Federal o telegrama informando do
reconhecimento dos poderes do presidente e vice-presidente eleitos, Pinheiro Júnior e Alexandre
Calmon. Num outro telegrama, os deputados federais Paulo Mello e Deoclécio Borges relatam que
o ato de reconhecimento foi aprovado por unanimidade dos 17 deputados estaduais presentes:
Joaquim Guimarães, Flávio Coutinho Pessoa, Mário Aguirre, Joaquim Lyrio, Luiz Américo, Arthur
Velloso, Pena Lima, Celso Calmon, Sacramento Vieira Machado, Idelfonso Miranda, Rocha
Tavares, Ducla Aguiar, José Espínola, Paula Moraes, Arthur Coutinho, Aldano Paiva, Araújo Silva e
Serafim Tibúrcio.
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A facção monteirista, também no dia 13, envia telegrama ao Senado, dando ciência do
reconhecimento da eleição de Bernardino e Athayde, assinado pelos deputados Geraldo Vianna
(presidente), Virgilio Silva, João de Deus, Schwab Filho, Ubaldo Ramalhete, Barros Júnior,
Henrique Laranja, Porfírio Furtado, Bernardes Sobrinho, José Maire, Marcílio Lacerda, Nestor
Gomes, Etienne Dessaune, César Machado, Francisco Rocha, Felinto Martins, José Cupertino,
Antonio Honório, Manoel Monjardim, Cyrilino Simões e Sebastião Gama.