plantas lenhosas. Dos quatro padrões de crescimento não-usual ocorrentes em Bignoniaceae, o
gênero Tynanthus se enquadra no tipo onde há quatro estrias de floema, formando ângulo reto
entre si e cruzando a massa de xilema secundário, como uma cruz-de-Malta (Solereder, 1908;
Metcalfe & Chalk, 1957; Boureau & Troisième, 1957).
Muitos metabólitos secundários são comumente encontrados nas Bignoniaceae, como
glicosídeo iridóide e alcalóide iridóide, naftoquinonas e antraquinonas, complexos ésteres e
glicosídeos de o-difenólico, taninos, flavonóides, antocianinas e carotenóides (Gentry, 1980).
As naftoquinonas constituem o grupo mais freqüente, do qual se destaca o metabólito
lapachol, com atividade citostática, bacteriostática, fungistática, cercaricida, tripanosomicida e
antitérmica (Oliveira et al., 1990). Muitos representantes das Bignoniaceae são considerados
tradicionalmente como plantas medicinais, como algumas espécies do gênero Tynanthus,
como T. fasciculatus, T. elegans, T. cognatus e T. schumanianus, que despertam interesse por
apresentar propriedades terapêuticas diversas (Amorim et al., 1994; Muñoz et al., 2000;
Bourdy et al., 2000; Fonseca et al., 2003).
T. fasciculatus é uma das espécies utilizadas popularmente, conhecido como cipó-
cravo, cipó-cruz e clavo-huasca. O cheiro semelhante ao do cravo-da-Índia (Syzygium
aromaticum), associado ao hábito lianescente e ao aspecto de cruz-de-Malta do lenho em
seção transversal, justificam os nomes comuns da espécie. A espécie é utilizada como tônico
estomacal, carminativo, aromático, contra má digestão, afrodisíaco e tônico restaurador (Ming
et al., 1997; Botsaris & Machado, 1999; Mendes & Carlini, 2007); é rico em óleo essencial,
glicosídeos, alcalóides (tinantina) e taninos (Botsaris & Machado, 1999). Há diferentes
referências sobre a parte da planta utilizada, mas a maioria indica a casca do caule como
droga vegetal (Farmacopéia Brasileira, 1959; Ming et al., 1997; Mendes & Carlini, 2007). De
modo geral, em grande número de espécies consideradas medicinais, as cascas são as partes
da planta mais utilizadas depois das folhas, principalmente em áreas de mata (Ming et al.,
1997), onde o tronco é mais acessível que a copa. Desse modo, o estudo da casca torna-se
2