Bebedouro, sendo encaminhados então para o orfanato" (Ibidem,
ano X, n.55, 29.10.1910; n.56, 5.11.1910; n.(?), 29.4.1911).
Numa visita ao orfanato, em fevereiro de 1908, veio a saber
Stamato que, apesar da resistência das freiras para entregar a me-
nina, o Padre Capelli, reitor substituto, autorizou sua saída da uni-
dade de Vila Prudente, com a "suposta mãe" Maria Luiza ou Itália
Fonte, que disse ser de Monte Alto, no dia 28 de junho de 1908,
deixando Sócrates para trás.
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Insatisfeito com a resposta, Domingos Stamato recorreu ao
aparato judicial,
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sendo apontado como paradeiro de Idalina a
Vila de Monte Alto em Jaboticabal, onde residiria Arthur Nobre
de Godoy, suposto pai de Idalina, por ter sido um dos amantes da
mãe das crianças. Depois, indicaram uma fazenda em São João de
Ariranha, de propriedade de Vicente Delfin, desconhecido na lo-
calidade, para apossar-se do dote dado a ela por Antônio Chrisós-
tomo, de Bebedouro, que afirmou "nunca ter visto Idalina", além
de ser desprovido de bens. Enfim, as duas tentativas foram frustra-
das; entretanto, "O arremate que as autoridades deram, afinal, à
questão foi condenar
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(mas para inglês ver) as duas pessoas a quem
imputaram a responsabilidade: o padre, que disse ter entregue a
menina à pretensa mãe, e o suposto pai, como mandatário (mas
fantástico)". Sendo pronunciada para o processo, a 20 de junho de
8 Consideramos que a data da saída de Idalina seja 28 de junho de 1907 e não
1908, visto que, em fevereiro de 1908, Stamato já não a encontrou no Orfa-
nato, e a viu pela última vez na Semana Santa de 1907, março (A Lanterna,
ano X, n.55, 29.10.1910; n.56, 5.11.1910).
"Pelo decreto n.1598, de 30 de abril de 1908, era criada uma 'Creche-Asilo'
junto à Hospedaria de imigrantes da Capital" (Beiguelman, 1977, p.96).
9 Parte do depoimento de Stamato a Pinheiro e Prado: "... a minha primeira
denúncia verbal foi apresentada no mês de agosto de 1907 e o inquérito judi-
ciário foi iniciado somente no mês de fevereiro do ano seguinte..." (A Lanter-
na, ano X, n.79, 24.3.1911).
10 "Os autos foram ao foro criminal e, no dia 22 de junho de 1908, o Dr. Silvio
de Campos, 3
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promotor público, apresentava denúncia contra Arthur Nobre
de Godoy, padre Giovanni Capelli e Maria Luiza ou Itália Fonte. Concluindo,
o sumário de culpa o meritíssimo juiz criminal pronunciou apenas a fantástica
Maria Luiza ou Itália Fonte. E assim terminou o complicado caso" (Ibidem,
ano X, n.56, 5.11.1910).
"Afirmam hoje uns que a menina foi retirada em junho de 1907; amanhã
outros aparecem assegurando que Idalina foi entregue em junho de 1908"
(Ibidem, ano X, n.57, 12.11.1910).