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UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU – FURB
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ANALISE DO SUCESSO E FRACASSO ORGANIZACIONAL A PARTIR DA
ECOLOGIA ORGANIZACIONAL: ESTUDO REALIZADO JUNTO AS MPMEs DO
SETOR TÊXTIL DE JARAGUÁ DO SUL
CLAUDIO LUIS CAMPREGHER
BLUMENAU
2007
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CLAUDIO LUIS CAMPREGHER
ANALISE DO SUCESSO E FRACASSO ORGANIZACIONAL A PARTIR DA
ECOLOGIA ORGANIZACIONAL: ESTUDO REALIZADO JUNTO AS MPMEs DO
SETOR TÊXTIL DE JARAGUÁ DO SUL
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Administração –
PPGAd do Centro de Ciências Sociais
Aplicadas da Universidade Regional de
Blumenau, como requisito para
obtenção de grau de mestre em
administração.
Profª. Denise Del Pra Netto Machado, Dra.- Orientadora
BLUMENAU
2007
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ANALISE DO SUCESSO E FRACASSO ORGANIZACIONAL A PARTIR DA
ECOLOGIA ORGANIZACIONAL: ESTUDO REALIZADO JUNTO AS MPMEs DO
SETOR TÊXTIL DE JARAGUÁ DO SUL
Por
CLAUDIO LUIS CAMPREGHER
Dissertação apresentada à Universidade
Regional de Blumenau, Programa de Pós-
Graduação em Administração - PPGAd, para
obtenção do grau de Mestre em
Administração, aprovada pela banca
examinadora formada por:
_______________________________________________________
Presidente: Profa. Denise Del Prá Netto Machado, Dra. – Orientadora, FURB
_______________________________________________________
Membro: Profa. Ilse Maria Beuren, Dra., FURB
________________________________________________________
Membro: Prof. Adalberto Americo Fischmann, Dr., USP
____________________________________________________
Coord. PPGAd: Profa. Denise Del Prá Netto Machado, Dra.
Blumenau, 11 de junho de 2007
Dedico este trabalho à minha esposa, meu
amor, que sempre esteve ao meu lado em
todos os momentos deste estudo,
apoiando-me incondicionalmente.
v
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus e à intercessora Nossa Senhora, por tornarem
possível mais esta etapa na minha vida.
Especialmente, à minha esposa, por toda sua paciência comigo durante os dois anos de
mestrado, sendo que, inúmeras vezes, não pude estar presente na convivência familiar em
virtude do tempo necessário para este estudo.
Aos meus pais, que foram os primeiros orientadores, fundamentais para a construção
da minha vida.
A todos os amigos, em especial à grande amiga Regina Triviño, pelo apoio e incentivo
no desenvolvimento deste trabalho e, ao amigo, Alire Bertoldi pela importante colaboração
para este estudo.
Agradeço ao Diretor Sr. Udo Wagner, ao Gerente Comercial Sr. Antonio Carlos
Barbosa e a todos os colegas que comigo trabalham na empresa Avenida Gráfica e Editora,
pelo apoio e compreensão, nas diversas vezes em que precisei ausentar-me.
Agradeço à minha orientadora e, acima de tudo, grande amiga Dra. Denise, pela
indispensável participação no desenvolvimento deste trabalho e, principalmente, pela
paciência em orientar-me nesta busca pelo conhecimento.
De modo especial, agradeço ao Dr. Adalberto A. Fischmann, um dos precursores da
teoria da ecologia organizacional no Brasil, pelas suas palavras de conhecimento e apoio que
foram fundamentais para o desenvolvimento desta dissertação.
Agradeço, de modo muito especial, às organizações que me receberam e contribuíram
para que este trabalho pudesse ser realizado.
A todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste
trabalho.
vi
“O caminho está aberto a todos, e se uns
vencem e alcançam o que almejam, não é
porque sejam predestinados, senão porque
forçaram os obstáculos com arrojo e
tenacidade.”
Coelho Neto
vii
RESUMO
A atual conjuntura econômica caracterizada pela dinâmica de surgimento e
desaparecimento de determinados segmentos empresariais, tem provocado a busca por
teorias que possam explicar tais fenômenos. Os estudos organizacionais partem
principalmente da perspectiva da análise institucional e da estratégia para explicar o
relacionamento das empresas e seu entorno ambiental, justificando o fracasso e o
sucesso a partir desta perspectiva. Na presente pesquisa, o ambiente foi tratado como
um fator determinante e o modelo de ecologia populacional, proposto por Betton e Dess
(1985), serviu como base paradigmática de suporte para a avaliação de sucesso e
fracasso de MPMEs. O trabalho faz uma revisão dos conceitos de ecologia
organizacional focando, principalmente, os processos demográficos, ecológicos e
ambientais, relacionando estes com inércia estrutural, espécies organizacionais e
seleção ambiental. Da revisão teórica apresentada, sugere-se uma proposta de modelo
aplicado em MPMEs do setor têxtil de Jaraguá do Sul, SC. A metodologia que
caracteriza o presente estudo é do tipo levantamento com corte transversal no período
compreendido entre os anos de 2000 e 2005. A abordagem foi qualitativa e quantitativa,
tendo como amostra as empresas abertas e fechadas neste mesmo período. Os resultados
apontam o processo demográfico relacionado com as variáveis: inércia, espécie e
seleção como principal fator de incentivo para a abertura das organizações, devido
primordialmente ao tamanho e idade das organizações pertencentes à população
estudada. No que tange ao fracasso das organizações, o processo ambiental relacionado
com as três variáveis: inércia, espécie e seleção caracterizou a falta de adaptação das
MPMEs às forças ambientais. Para as ativas, a inércia relacionada ao processo
demográfico e ecológico, identifica a agilidade das MPMEs em responder as mudanças
ambientais. Estes resultados sugerem que a capacidade de resposta ao ambiente das
MPMEs, podem manter ou não as empresas em uma mesma população.
PALAVRAS-CHAVE: Ecologia Organizacional. Ecologia Populacional. MPMEs.
viii
ABSTRACT
In nowadays economical conjuncture, characterized by the appearance and dying
dynamics of some business areas, has led a search for theories that could explain such
phenomena. The organizational studies come, mainly, from the perspective of the
institutional analyses and from the strategy to explain the relationship of the companies
in its environment, justifying the fail and the success from this perspective. In the
present research, it was aimed to identify, between 2000 and 2005, the main factors that
influenced in the opening/closing (birth and death) of small and medium clothing
companies in Jaragua do Sul. Here, the environment was treated as a determinant factor
and the Populational Ecology Model, proposed by Beton and Dess (1985), served as
uphold basis paradigm to evaluate the success and failure of this studied companies. The
article makes a brief review of the concepts of organizational ecology focusing, mainly,
the demographic process, ecological process and environmental process, relating them
with, structural inertia, organizational species and environmental selection. From this
review, a model proposal applied in the selected companies is suggested. The
methodology, which characterizes the present study, is the setting up with transversal
cut within 2000 and 2005. The approach was qualitative and quantitative with a sample
of opened and closed companies in this same period. The data lead to the demographic
process related with the diversifiers: inertia, species and selection as main incentive’s
factor to the opening of the organizations, due, mainly, to the size and age of the studied
organizations. Related to failure and continuity of the organizations, inertia, under the
influence of demographic process, was characterized as the principal cause of closing,
together with the organizational success. These results suggest that the failure’s causes
of some are the keys that maintain the success of some others in a same population.
KEY-WORDS: Organizational Ecology, Populational Ecology, Micro and Medium
Companies.
ix
LISTA DOS QUADROS
Quadro 1 - Classificação das MPMEs segundo o número de empregados .................... 47
Quadro 2 - Levantamento das características de diferenciação das Grandes e Pequenas
Empresas......................................................................................................................... 49
Quadro 3 – Modelos e Processos.................................................................................... 56
Quadro 4 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das
Empresas Existentes....................................................................................................... 73
Quadro 5 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Existentes........................................................................................................................ 74
Quadro 6 – Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Existentes........................................................................................................................ 75
Quadro 7 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das
Empresas Extintas .......................................................................................................... 84
Quadro 8 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Extintas........................................................................................................................... 85
Quadro 9 – Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Extintas........................................................................................................................... 86
Quadro 10 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das
Empresas Ativas X extintas............................................................................................ 87
Quadro 11 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Ativa X Extintas ............................................................................................................. 88
Quadro 12 - Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas
Ativas X Extintas............................................................................................................ 89
x
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS............................................................................................................V
RESUMO...............................................................................................................................VII
ABSTRACT ........................................................................................................................ VIII
LISTA DOS QUADROS....................................................................................................... IX
SUMÁRIO................................................................................................................................X
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................12
1.2 DELIMITAÇÃO DA PROBLEMÁTICA......................................................................13
1.3 QUESTÕES DE PESQUISA...........................................................................................14
1.4 PRESSUPOSTO DA PESQUISA ...................................................................................15
1.5 OBJETIVOS.....................................................................................................................15
1.5.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................................15
1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................................................15
1.6 JUSTIFICATIVA TEÓRICA E PRATICA .................................................................16
1.7 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..............................................................................17
2 REVISÃO DA LITERATURA ..........................................................................................19
2.1 ECOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES ...........................................................................23
2.2 PRINCIPAIS ABORDAGENS ECOLÓGICAS PARA SUCESSO E FRACASSO
ORGANIZACIONAL............................................................................................................27
2.2.1 PROCESSOS DEMOGRÁFICOS.........................................................................................27
2.2.2 PROCESSO ECOLÓGICO .................................................................................................29
2.2.3 PROCESSOS AMBIENTAIS ..............................................................................................35
2.3 MODELO DE ECOLOGIA DA POPULAÇÃO ORGANIZACIONAL SEGUNDO
BETTON E DESS (1985).......................................................................................................39
2.3.1 INÉRCIA ESTRUTURAL ..................................................................................................41
2.3.2 ESPÉCIES ORGANIZACIONAIS........................................................................................44
2.3.3 SELEÇÃO AMBIENTAL...................................................................................................45
2.4 CONCEITO DAS MPMES..............................................................................................47
2.5 A MPME NA ECOLOGIA POPULACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES..................50
3 METODOLOGIA................................................................................................................57
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA...............................................................................58
xi
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..........................................................................................62
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ...............................................................64
4.1 EMPRESAS EXISTENTES............................................................................................64
4.1.1 PROCESSO DEMOGRÁFICO X INÉRCIA ............................................................................64
4.1.2 PROCESSO DEMOGRÁFICO X ESPÉCIE.............................................................................66
4.1.3 PROCESSO DEMOGRÁFICO X SELEÇÃO...........................................................................66
4.1.4 PROCESSO ECOLÓGICO X INÉRCIA:................................................................................67
4.1.5 PROCESSO ECOLÓGICO X ESPÉCIES................................................................................68
4.1.6 PROCESSO ECOLÓGICO X SELEÇÃO................................................................................68
4.1.7 PROCESSO AMBIENTAL X INÉRCIA.................................................................................69
4.1.8 PROCESSO AMBIENTAL X ESPÉCIE.................................................................................71
4.1.9 PROCESSO AMBIENTAL X SELEÇÃO ...............................................................................71
4.2 EMPRESAS EXTINTAS.................................................................................................76
4.2.1 PROCESSO DEMOGRÁFICO X INÉRCIA ............................................................................76
4.2.2 PROCESSO DEMOGRÁFICO X ESPÉCIE.............................................................................77
4.2.3 PROCESSO DEMOGRÁFICO X SELEÇÃO...........................................................................77
4.2.4 PROCESSO ECOLÓGICO X INÉRCIA .................................................................................78
4.2.5 PROCESSO ECOLÓGICO X ESPÉCIES................................................................................79
4.2.6 PROCESSO ECOLÓGICO X SELEÇÃO................................................................................80
4.2.7 PROCESSO AMBIENTAL X INÉRCIA.................................................................................81
4.2.8 PROCESSO AMBIENTAL X ESPÉCIE.................................................................................82
4.2.9 PROCESSO AMBIENTAL X SELEÇÃO ...............................................................................82
5 CONCLUSÃO......................................................................................................................90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................94
APÊNDICES.........................................................................................................................102
APÊNDICE 1 - CARTA DE APRESENTAÇÃO ÀS EMPRESAS.................................102
APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS EXISTENTES........103
APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS EXTINTAS.............119
12
1 INTRODUÇÃO
A conjuntura econômica é caracterizada por um cenário complexo e turbulento
que incentiva a elaboração de diversas teorias que descrevem a relação entre organização e
ambiente (CUNHA, 1993). As organizações passaram da observação dos aspectos internos
para os aspectos externos, planejando suas estratégias de acordo com o ambiente
(LAWRENCE; LORSCH, 1967).
O ambiente onde estão inseridas as organizações é, em grande parte, um fator
determinante de transformação para as mesmas. A capacidade de adaptação, por parte das
organizações, neste ambiente em que vivem, as torna competitivas. As estratégias de atuação
podem ser fatores de adequação. As condições de absorção e aplicação das informações e
inovações, oriundas do ambiente em que estejam inseridas, podem ser determinantes na
sobrevivência das organizações.
O sistema aberto deve ser a forma administrativa para uma organização ser efetiva
(WALTON, 1993). Desta forma, é necessário que a estratégia desta empresa seja pró-ativa e
não reativa, pois é necessário responder antecipadamente aos fatores ambientais, como por
exemplo, as inovações industriais, mudanças e estruturais e competidores com iniciativas.
Este aspecto da agilidade é uma bússola que irá orientar as organizações a se adequarem ao
ambiente.
Conforme Coelho (2000), este ambiente dinâmico e, ao mesmo tempo, tão
problemático, aparenta ter angariado importantes ascendentes a respeito da generalidade dos
fatores de contextos, tecnologia, idade, tamanho entre outros aspectos organizacionais.
A pressão do ambiente sobre as organizações intensifica uma competição onde as
empresas, de forma geral, se voltam para uma visão de maior flexibilidade. Surgem,
usualmente, novas formas organizacionais vivenciadas formando, consequentemente, novas
populações organizacionais.
Neste evidenciado contexto, o presente trabalho possui como principal tema: O Estudo
dos Fatores de Sucesso e Fracasso das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) do
setor Têxtil de Jaraguá do Sul – Santa Catarina na abordagem do Modelo da Ecologia
13
Populacional da Organizações, observando três questões centrais abordadas por Betton e Dess
neste modelo (1985).
A definição de sucesso de uma empresa não é absoluto e, sim, relativo, pois está
atrelado a uma situação competitiva. Quando ocorre o momento em que essa situação se
encerra, o sucesso poderá ser algo do passado. Esta desproporcionalidade é acentuada por
Zaccarelli (2000, p.10) ao enfatizar que: A concepção de sucesso é sempre dinâmica, está
ligada a um processo, ao contrário de algo conquistado e acabado e, portanto, estático.
O mesmo autor, ainda, considera que o sucesso é mais importante para a empresa do
que obter lucros, porque uma empresa pode apresentar lucro, embora esteja no inicio de uma
crise, por falta de competitividade ou, mesmo que o lucro seja zero, a empresa pode estar em
crescimento e alicerçando o seu poder competitivo para o futuro.
Em suas várias definições, fracasso é colocado como o oposto ao de sucesso, isto é: o
insucesso que, segundo Ferreira (2000), significa o mau resultado, falta de bom êxito, falta de
eficácia.
Portanto, é importante entender as situações de sucesso e fracasso baseadas em novas
teorias que possam trazer possíveis fundamentações para esta situação de vulnerabilidade que
as empresas vivem, neste caso, o ambiente como principal agente influenciador, abordado
pela teoria da ecologia populacional das organizações.
1.2 DELIMITAÇÃO DA PROBLEMÁTICA
Nesta perspectiva de adequação às oscilações, algumas abordagens podem ser dadas
ao fenômeno. Uma delas, tratada no presente trabalho, considera os fatores que influenciaram
na criação, fechamento e continuidade das MPEs têxteis de acordo com o modelo de ecologia
populacional de Betton e Dess (1985).
Dentro do modelo de ecologia populacional, Betton e Dess (1985) evidenciam três
questões importantes, a serem observadas no estudo, que podem influenciar na aplicação dos
modelos ecológicos populacionais: a inércia estrutural, as espécies organizacionais e a seleção
14
ambiental.
Estes autores apresentam uma discussão dos modelos de ecologia das populações,
ambas como teoria das organizações e como fundação de preparos empíricos, neste caso,
devendo ser submetido à análise critica, através do estudo das três questões citadas
anteriormente. Sendo assim, a questão norteadora da presente pesquisa é:
Quais os principais fatores que exerceram influência na fundação e
falência/fechamento (no nascimento e morte) das MPMEs do setor têxtil de Jaraguá do Sul,
sob a ótica da teoria do modelo da ecologia populacional proposto por Betton e Dess (1985)?
1.3 QUESTÕES DE PESQUISA
Segue as questões de pesquisa que norteiam o presente estudo:
a) Qual o número de MPMEs têxteis criadas e ativas no período de 2000 a 2005 no
município de Jaraguá do Sul/SC e, quais os fatores que exerceram influência na
criação destas MPMEs - tendo por base o modelo de ecologia populacional proposto
por Betton e Dess (1985)?
b) Qual o número de MPMEs têxteis que fecharam no período de 2000 a 2005 no
município de Jaraguá do Sul/SC e, quais os fatores que exerceram influência no
fechamento destas empresas - tendo por base o modelo de ecologia populacional
proposto por Betton e Dess (1985)?
c) Quais os fatores comuns entre as MPMEs têxteis de Jaraguá do Sul, ativas e extintas,
que contribuíram para a permanência e/ou fechamento no mercado, no período de
2000 a 2005 tendo por base o modelo de ecologia populacional proposto por Betton e
Dess (1985)?
15
1.4 PRESSUPOSTO DA PESQUISA
A presente pesquisa partiu da premissa de que existem fatores ambientais que podem
determinar o nascimento/fundação e a morte/falência de organizações. Neste sentido, estes
fatores ambientais podem ser direcionadores da sobrevivência ou fracasso das organizações.
1.5 OBJETIVOS
Os objetivos que direcionarão o presente estudo são:
1.5.1 Objetivo Geral
Identificar, no período de 2000 a 2005, os principais fatores que exerceram influência
na fundação e falência/fechamento (no nascimento e morte) das MPMEs do setor têxtil de
Jaraguá do Sul, sob a ótica da teoria do modelo da ecologia populacional proposto por Betton
e Dess (1985).
1.5.2 Objetivos Específicos
Buscando atender ao objetivo geral, esta pesquisa apresenta os seguintes objetivos
específicos:
a) Identificar o número de MPMEs têxteis criadas no período de 2000 a 2005 no
município de Jaraguá do Sul/SC e identificar os fatores que exerceram influência na
criação destas empresas - tendo por base ao modelo de ecologia populacional proposto
por Betton e Dess (1985);
16
b) Identificar o número de MPMEs têxteis que fecharam no período de 2000 a 2005 no
município de Jaraguá do Sul/SC e identificar os fatores que exerceram influência no
fechamento destas empresas - tendo por base o modelo de ecologia populacional
proposto por Betton e Dess (1985);
c) Identificar os fatores que contribuíram para a permanência no mercado das MPMEs
têxteis do Município de Jaraguá do Sul/SC no período de 2000 a 2005 - tendo por base
o modelo de ecologia populacional proposto por Betton e Dess (1985).
1.6 JUSTIFICATIVA TEÓRICA E PRATICA
A presente pesquisa possui relevância na sua tentativa de contribuir para o
entendimento da relação entre criação, surgimento e morte/desaparecimento de organizações.
As investigações sobre os assuntos relacionados ao sucesso e fracasso das
organizações, normalmente, levam em consideração aspectos internos à organização, e não o
impacto do ambiente externo sobre a mesma.
Sendo assim, esta pesquisa visa contribuir para o aperfeiçoamento teórico da área, ao
enfocar o ambiente externo como um direcionador importante da vida organizacional. Neste
direcionamento, o ambiente pode aumentar as chances de vida ou servir como um acelerador
para o desaparecimento de determinada organização ou grupo de organizações.
Em termos práticos, espera-se que o presente estudo possa oferecer subsídios para a
atuação dos dirigentes e das organizações, no momento da identificação de uma ameaça ou
oportunidade advinda do ambiente externo à organização.
Desta forma, a teoria da ecologia populacional das organizações poderá obter a
atenção da academia, dos empresários, principalmente locais; isto é, a região diagnosticada e,
conseqüentemente, a sociedade por ser justamente dependente do sucesso das MPMEs
brasileiras.
Este estudo está relacionado ao grupo de pesquisa do comportamento e teoria das
organizações como base para gestão organizacional, liderado pela Dra Denise Del Pra Netto
17
Machado. O mesmo grupo está vinculado ao diretório de pesquisa de empreendedorismo,
inovação e competitividade das organizações do (pelo mestrado) Programa de Pós-Graduação
em administração da Universidade Regional de Blumenau – FURB.
1.7 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho se divide em seções, além da introdução e considerações finais. A
primeira seção busca caracterizar o ambiente externo e as relações das organizações com o
mesmo. A caracterização está embasada na perspectiva que parte da biologia, tendo como
suporte a ecologia organizacional. Esta abordagem introduz a segunda seção que fundamenta
os aspectos referentes à ecologia das organizações por meio de seus processos demográficos,
ecológicos e ambientais. Estes processos incorporam os conceitos de dependência da idade,
tamanho das organizações; dinâmica de amplitude do nicho, dependência da densidade,
interdependência da comunidade e inércia organizacional, com os aspectos referentes à
tecnologia e à teoria institucional. A terceira seção descreve o modelo de Betton e Dess
(1985) e as variáveis de suporte ao estudo da ecologia populacional das organizações, inércia
estrutural, espécie organizacional e seleção. A quarta seção apresenta o foco das MPMEs na
ecologia populacional. A quinta seção propõe um modelo para análise das MPMEs tendo
como base os pressupostos da ecologia populacional e as variáveis de inércia, espécie e
seleção, concluindo com a perspectiva de apresentação de caminhos e recomendações para
uma agenda de pesquisa com base no modelo proposto. A sexta seção descreve,
detalhadamente, os métodos e técnicas de pesquisa utilizados para a concretização dos
objetivos desta pesquisa. Na sétima seção encontram-se os principais resultados obtidos com a
pesquisa de campo realizada nas MPMEs têxteis de Jaraguá do Sul, onde a teoria da ecologia
18
organizacional e o modelo de Betton e Dess (1985), conforme apresentado na seção cinco,
foram aplicados em empresas abertas e fechadas no corte de tempo deste estudo.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
A evolução organizacional surgiu através dos estudos da economia na década de 1950
que se baseava nos princípios da evolução biológica, destacando o processo de seleção natural
que o ambiente impunha às empresas, bem como, a relevância da adaptação organizacional
como garantia da sobrevivência (VALLE, 2002).
Ainda Boulding (1958), já descrevia a possibilidade de se observar a problemática da
política econômica, sob a perspectiva biológica. A sociedade dos seres vivos utilizou-se da
contribuição da ecologia, condicionando aspectos relacionados aos problemas ambientais, às
empresas (ZACCARELLI; FISCHMANN e LEME, 1980).
Este modelo, denominado darwiniano da evolução, incorporado à moderna síntese
biológica, vem proporcionando uma estrutura útil para o estudo dos conceitos em diversas
disciplinas; incluindo línguas, antropologia e economia. A importância das mudanças
ambientais dos modelos ecológicos também tem proporcionado uma analogia entre o processo
natural de seleção como aspecto determinante nas organizações (BETTON e DESS, 1985).
Os ecólogos descrevem “indivíduo”, nos conceitos relacionados à ecologia de
empresas, por força de expressão, pois, o maior interesse, está sempre na espécie. Na biologia,
termos como “espécies” são utilizados para denotar as diferentes categorias. Isto significa que
o estudo da ecologia organizacional não está em uma única organização, mas, sim, nos grupos
organizacionais que formam uma espécie, tipos organizacionais (ZACCARELLI;
FISCHMANN e LEME, 1980, pg. 17).
Ainda tratando as diversas teorias das organizações, duas metáforas marcantes foram
abordadas por Morgan (1996), sendo elas: a da máquina e a do organismo vivo. Na teoria
mecanicista (da máquina) não se leva em consideração a influência do ambiente na
organização, tratando as empresas como sistemas fechados que podem ser estruturados de
acordo com as definições claramente estabelecidas. Neste aspecto, percebe-se a dificuldade,
na adaptação, aos fatores de mudanças ambientais, pois, nesta perspectiva, o foco é o
ambiente interno, o ganho de mercado baseado na eficiência (MORGAN, 1996).
20
Na metáfora organicista, as organizações são abordadas como sistemas abertos que
interagem com seu ambiente mutativo, objetivando o relacionamento com o ambiente externo
(MORGAN, 1996).
Hall (1984) analisa o ambiente em termos do conteúdo do ambiente (condições
tecnológicas, legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas e culturais). E de fatores
(estabilidade e turbulência), relacionando tais condições e fatores como elementos
provocadores de pressão sobre as organizações. As organizações, vistas como população de
um sistema maior, relacionam-se com todos esses elementos em maior ou menor grau. As
pressões ambientais podem conter características de qualquer um dos elementos acima, bem
como de todos eles ao mesmo tempo.
Com as ocorrências de transformações, nas ultimas décadas do século XX, novas
dinâmicas surgiram entre o ambiente e as organizações. Neste cenário, estabeleceu-se a
instabilidade como um processo constante nos sistemas sociais. As variáveis tecnológicas,
políticas, econômicas, sociais e culturais, existentes no ambiente externo às organizações,
pressionaram as mudanças organizacionais.
A visualização dessas turbulências ambientais oportuniza a inovação e a criatividade,
caracterizando a hipótese de que as organizações podem estar processando uma mudança
contínua como resposta ao condicionamento ambiental (CUNHA, 1993). Desta forma Hall
(1984), complementa que o ambiente mantém influência sobre as organizações,
principalmente quando analisado sob os fatores de estabilidade e turbulência.
As mudanças ambientais são compostas por duas dimensões a serem destacadas: o
grau de estabilidade e o grau de complexidade das mesmas. O grau de estabilidade se dá pela
relação que há entre a velocidade e a sua previsibilidade de mudanças. O nível de
complexidade é caracterizado pela quantidade de elementos diferentes e relevantes que fazem
parte do ambiente (BOWDICHT e BUONO, 1997).
As empresas buscam a sobrevivência neste cenário competitivo. Diante deste fato,
ocorre um processo seletivo favorecendo o surgimento de algumas organizações e forçando o
desaparecimento de outras. Esta dinâmica é permeada pelo princípio da adaptabilidade, que
proporciona às organizações a rapidez na resposta às demandas das mudanças ambientais. As
respostas rápidas proporcionarão a vitalidade de suas atividades (BAUM, 1999). Para
21
complementar, Donaldson (1995), argumenta que as organizações sobreviventes são aquelas
que se adéquam e controlam as constantes mudanças ocorridas no processo evolutivo.
Stoner e Freman (1992) corroboram com estes argumentos, afirmando que as
organizações sobreviventes são aquelas que dependem de sua habilidade para capacitar a
adaptação frente às mudanças que ocorrem ao seu redor. Complementando, Wood Jr. (1995),
observa que é necessário diagnosticar essas adequações e determinar o direcionamento de
ações, como objetivo de mudança ou de intervenção organizacional.
Os reflexos das restrições que o ambiente impõe às organizações são, em sua maioria,
características importantes, sendo que a sobrevivência por longo tempo de uma empresa
denota, pelo menos, uma capacidade de adaptação parcial diante das condições relevantes de
seu meio (BAUM, 1999).
Neste estado dialógico, entre a organização e ambiente, as organizações necessitam
reavaliar seus processos de forma ininterrupta, detectando as ações corretas e aquelas que
resultaram em desvios para o seu desenvolvimento. Resumidamente, o processo de mudança
constante, que provoca a necessidade de adaptabilidade das organizações, é uma
aprendizagem empírica sofrida pelas mesmas. (CUNHA, 1993).
Grande parte das mudanças organizacionais evidencia respostas dadas às pressões
econômicas, demográficas, sociais e políticas, ocasionando a dúvida: Quais fatores são
responsáveis pelas mudanças e processos de adaptação? (BOEKER, 1991). Determinar quais
são os fatores responsáveis pelas mudanças, deve ser uma prática reflexiva para as
organizações, onde a estratégia necessária, para leitura do ambiente e conseqüentemente de
sua resposta adaptativa, deve ser consistente, através de ferramentas atualizadas e otimizadas
(BOEKER, 1991).
O ambiente geral, representado pelo surgimento de uma nova tecnologia, ou legal,
representado por regulamentações ou por desregulamentações de um setor, força as empresas
a buscarem novos mercados ou produtos. Nestas perspectivas, as empresas necessitam buscar
estratégias que estejam em conformidade ao ambiente que lhe é apresentado (PORTER,
1997).
Segundo Donaldson (1995), as organizações sobreviventes são aquelas que criam a
capacidade de se adaptar, rapidamente, ao processo de mudança no ambiente. Nessa dinâmica
22
ambiental, as organizações necessitam de agilidade na obtenção de respostas e, ao mesmo
tempo, necessitam ser flexíveis frente às mudanças ocorridas.
Nesse aspecto, o estudo de Betton e Dess (1985) propõe um Modelo de Ecologia
Populacional, para estudos organizacionais, como a principal perspectiva sociológica no
estudo das organizações. Os modelos de ecologia das populações se dirigem em explicações,
potencialmente fortes, para caracterizar os processos de seleção que ocorrem em
organizações.
Questionamentos surgem sobre como e por que as populações organizacionais
evoluem ou se desenvolvem, observando o nascimento, mortalidade e evolução fazendo uma
analogia com a seleção natural.
A ecologia organizacional passa a investigar o processo de seleção impactando nas
populações organizacionais que, sob condições ambientais específicas, são colocados
paralelamente a modelos de modificações que são encontrados em populações biotípicas
(SINGH e LUMSDEN, 1990 apud JAVALGI; TODD e SCHERER, 2004). Durante os anos
80, as pesquisas foram conduzidas, por teoristas organizacionais, visando desenvolver e
ampliar a aplicação dos modelos de ecologia populacional na evolução das empresas
(BETTON e DESS, 1985; McKELVEY e ALDRICH, 1983; WHOLEY et al, 1992;
ZAMMUTO, 1988 apud JAVALGI; TODD e SCHERER, 2004).
Com o objetivo de obter maiores conhecimentos da sobrevivência, no que tange o
sucesso e insucesso das organizações, procura-se, a seguir, revisar conceitos que estejam
relacionados à aplicação destes modelos de ecologia da população para estudos
organizacionais conforme proposta de Betton e Dess (1985).
Em uma primeira etapa, conceitos relacionados ao ambiente organizacional serão
abordados. A seguir, será apresentada a abordagem da ecologia populacional nas
organizações. Posteriormente, as principais abordagens ecológicas, referentes à fundação e
fracasso organizacional serão evidenciadas - sob a ótica de vários autores da ecologia
organizacional. Seguindo este processo, focar-se-á a abordagem feita por Betton e Dess
referente às questões que devem ser consideradas nos modelos de ecologia da população para
estudos organizacionais e, por fim, serão fundamentados os conceitos das MPMEs, bem como
sua inserção no cenário da ecologia populacional das organizações.
23
2.1 ECOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES
Para a ecologia organizacional, a terminologia “populações pode ser entendida como
sendo todas as organizações em uma fronteira particular, ou seja, o agrupamento de todas em
um espaço determinado para uma atividade específica. Dessa forma, seu objetivo se distancia
das unidades organizacionais individuais, buscando tratar a população de organizações
(HANNAN e FREEMAN, 1977).
Para entender o significado da ecologia das organizações, Hannan e Freeman (1977),
verificam que a ecologia organizacional tem como principal objetivo enfocar a perspectiva
sociológica no âmbito das organizações, procurando questionar o como e o porquê as
populações organizacionais evoluem ou se desenvolvem. Diante das turbulências ambientais,
as organizações se voltam para uma perspectiva de maior rapidez e flexibilidade nas respostas
ao meio e às mudanças, investindo em processos que exijam flexibilidade e inovação
(BAUM, 1999).
Os ecólogos organizacionais focalizam os índices de fundação e fracasso, criação e
morte de organizações nas populações organizacionais. População é entendida como um
conjunto de organizações engajadas em atividades similares de utilização de recursos.
Destaca-se que a formação das populações é resultado de um processo que isola ou segrega
um tipo de organização de outras, incluindo incompatibilidades tecnológicas e ações
institucionais (BETTON e DESS, 1985).
Este modelo tem influências da ecologia e tornou-se uma ciência polimórfica
abrangendo aspectos relacionados aos fenômenos naturais e sociais. O ambientalismo está
diretamente relacionado às interações entre biosfera, tecnosfera e sociosfera (BETTON e
DESS, 1985).
Tomando por base os estudos de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, (2000, p.211)
verifica-se que a escola ambiental, na qual os autores tratam a ecologia das populações, surgiu
da chamada “Teoria da Contingência” cuja preocupação, quando de sua formulação em 1970,
era demonstrar que a estrutura de uma organização e o seu funcionamento são dependentes da
interface com o ambiente externo.
24
Conforme Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, (2000), o termo “contingentes” é trazido
porque procurou compreender e explicar o modo como as empresas funcionavam em
diferentes condições sendo que, estas, variam de acordo com o ambiente ou contexto que a
empresa escolheu como seu domínio de operação. Verificou-se que essas condições são
ditadas de fora da empresa, de seu próprio ambiente. Esta Teoria é aplicada na expectativa da
incerteza, uma vez que o sistema organizacional contém mais variáveis do que se poderia
compreender de uma só vez estando, algumas delas, sujeitas a influências externas e internas
que não se conseguem prever, compreender ou controlar.
A abordagem contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas organizações e
nem mesmo na teoria administrativa, sendo que tudo é relativo, tudo depende. Assim, procura
explicar que existe uma relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas
administrativas apropriadas para o alcance eficaz dos objetivos da organização.
É possível observar que a abordagem contingencial procura explicar que existe uma
relação funcional entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas, que são
apropriadas para que se alcancem os objetivos da organização. As variáveis ambientais são
variáveis independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dentro de uma
relação funcional. Não existe uma causalidade direta entre essas variáveis independentes e
dependentes, visto que, o ambiente não causa a ocorrência de técnicas administrativas
(MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000).
Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000) ainda esclarecem, a respeito do ambiente no
âmbito da Teoria da Contingência, que, quando uma empresa escolhe o seu produto ou
serviço, e, quando escolhe o mercado onde pretende colocá-los, ela está definindo o seu
ambiente de tarefa. É, neste ambiente, que uma organização estabelece seu domínio ou
procura estabelecê-lo. O domínio depende das relações de poder ou dependência de uma
organização quanto às suas entradas ou saídas.
Uma organização tem poder sobre seu ambiente de tarefa quando suas decisões afetam
as decisões dos fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. Uma organização tem
dependência em relação ao seu ambiente de tarefa quando suas decisões dependem das
decisões tomadas pelos seus fornecedores de entradas ou consumidores de saídas. As
organizações procuram, então, aumentar seu poder e reduzir sua dependência quanto ao seu
ambiente de tarefa e estabelecer seu domínio.
25
A problemática das organizações, atualmente, está diante da incerteza do seu
posicionamento, este é o grande desafio atual da Administração, pois, além da incerteza
apresentada no ambiente, são necessárias percepções e interpretações por parte das
organizações frente ao contexto ambiental percebido. O principal objeto do determinismo
ambiental, segundo Boeker (1991), é tratar a população de organizações com ênfase nos
fatores ambientais que selecionam suas características que melhor respondem ao ambiente.
A este respeito, Cunha (1999) destaca que a ecologia organizacional passa da posição
de determinismo ambiental para a de aceitação dos efeitos interativos entre a organização e o
ambiente externo. E acrescenta a necessidade de distinguir a unidade de estudo da Ecologia,
que é a interação da população, enquanto o mecanismo de evolução disciplina o uso de cada
unidade que compõe a população.
Nessa abordagem de grupos sociais, o enfoque é dado aos fatores ambientais que
selecionam as características organizacionais que melhor respondem ao ambiente, não abrindo
espaço para a ação dos atores organizacionais. Verifica-se que, de acordo com as dificuldades
existentes, as organizações têm que responder rapidamente às alterações do ambiente isto
porque, existem pressões de inércia estrutural de origem interna e externa que levam a
conceitualização da mudança e a variabilidade organizacional como resultantes de processos
competitivos. Ao enfatizar a seleção natural e, ao negar às organizações um potencial de
adaptação razoável, postulam, todavia, um determinismo ambiental (ASTLEY e VAN DE
VEN, 1983; PERROW, 1986).
A perspectiva da ecologia das populações enfatiza a capacidade adaptativa das
organizações. O argumento principal da ecologia das populações é que o ambiente seleciona
tipos de organizações que se adaptam às características ambientais. O nível de análise, nessa
perspectiva, envolve um conjunto de organizações e não organizações individuais. As
explicações dos ecólogos organizacionais buscam esclarecer como as condições políticas,
econômicas e sociais afetam a diversidade de organizações e como justificam sua composição
mutante ao longo do tempo. (BETTON e DESS, 1985).
Entende-se, aqui, que a ecologia das populações é um estudo das populações
organizacionais na qual é feita uma análise transorganizacional, sendo que os grupos de
empresas estão vulneráveis as mesmas oportunidades e ameaças ambientais, não sendo vistos
26
mais como empresas individuais. Esta teoria é pouco estudada nos estudos organizacionais,
pois a ênfase geralmente está nas organizações individuais e não nos grupos organizacionais.
A ecologia organizacional, também denominada de ecologia populacional das
organizações, é um modelo que trata da evolução das organizações na Teoria Organizacional.
É possível subdividir a teoria da ecologia populacional das organizações em diversos
modelos de estudo conforme Baum (1999): modelos de estudos demográficos, ecológicos e
ambientais. Nestes modelos de estudo da ecologia populacional das organizações Betton e
Dess (1985), destacam três questões importantes a serem observadas nestes modelos: a inércia
estrutural, as espécies organizacionais e a seleção ambiental.
Utilizou-se o modelo da ecologia populacional das organizações - pouco estudado na
literatura brasileira dentro da Teoria das Organizações - por focar as populações de empresas
e não empresas individuais. Este estudo é capaz de colaborar com as estratégias
organizacionais, sensibilizando os teóricos organizacionais e administradores profissionais
para as relações de causa-efeito: aparentemente bastante indiretas ou inexistentes entre
comunidades organizacionais amplas.
A vantagem em estudar o modelo de ecologia populacional das organizações está em
tratar as empresas como populações, isto é, um item coletivo e não individual. Considerando o
cenário econômico enfrentado pelos países em desenvolvimento, neste caso o Brasil, é
importante rever os conceitos relacionados à gestão de organizações como empresas que
vivem em um ambiente altamente competitivo, consumindo os mesmos recursos onde, a
qualquer momento, podem se exaurir no ambiente em que estão inseridas. Em conseqüência
desse processo, algumas são extintas e outras preservadas.
É possível apontar outra vantagem que está em buscar compreender a influência do
ambiente nas empresas; mesmo que haja bons gestores nas empresas, as organizações estarão
constantemente vulneráveis. Estar atento aos fatores de natureza ecológica, não perceptíveis
pela ¨experiência¨, ¨racionalidade¨ e, menos ainda, por ¨pesquisas de mercado¨, que
potencialmente influenciam as oportunidades de sobrevivência, sucesso e fracasso das
organizações.
A desvantagem enfrentada no estudo dessa teoria está, primeiramente, em não se
encontrar, nas ultimas décadas, muitas pesquisas e debates que utilizem a ecologia
27
populacional como fator de explicação na literatura brasileira. Segundo Caldas e Cunha
(2005, p.67.), ¨O lado negativo é que no Brasil a critica ao simplismo contingencialista ainda
não se fez ouvir, e, com isso, nosso campo- de ampla maioria de inspiração contingencial –
ainda persiste em diversas limitações dessa teoria que desde o inicio dos anos 1980 têm
sofrido resistência e aperfeiçoamento em outros países¨.
2.2 PRINCIPAIS ABORDAGENS ECOLÓGICAS PARA SUCESSO E FRACASSO
ORGANIZACIONAL
Baum (1999) destaca que o estudo da ecologia sobre o sucesso e fracasso
organizacional direciona três aspectos importantes a serem destacados: o primeiro diz respeito
aos processos demográficos com a dependência de idade e tamanho organizacional; o
segundo, diz respeito aos processos ecológicos através das dinâmicas de amplitude do nicho,
dinâmicas de população, dependência da densidade e interdependência da comunidade; e o
terceiro aspecto descreve os processos ambientais por meio dos processos institucionais e
tecnológicos.
2.2.1 Processos Demográficos
Nos processos demográficos, há uma análise na qual se verifica as características das
empresas nos índices de fracasso em populações. Parte-se do principio, que a população esteja
atribuída à fundação de empresas, pois existem a partir do momento de sua criação, sendo
complexo pela pluralidade que há entre os processos a serem considerados, tanto no âmbito
organizacional quanto populacional. (BAUM, 1999).
Conforme Stinchcombe (1965), dentro do aspecto do efeito da idade organizacional a
respeito do fracasso, as empresas mais jovens adquirem uma propensão maior às taxas de
fracasso em relação às empresas mais velhas, denominado: suscetibilidade das novatas. Neste
aspecto, a hipótese das organizações mais jovens estarem vulneráveis se dá pelo fato da
28
necessidade destas de aprenderem novos papéis, atuantes como atores sociais, fomentando
respostas rápidas às rotinas organizacionais apresentadas. Neste aspecto, as novas
organizações vivenciam a falta de apoio, influência e relacionamento estável para com
importantes agentes externos e que possam garantir sua legitimidade.
Desta forma, Hannan e Freeman (1984), descrevem que as pressões seletivas
beneficiam as organizações que transpareçam confiança e justificação, pois, assim, as
empresas serão exigidas a ter um alto grau de reprodutividade e inércia estrutural, que
aumentarão na medida em que a idade organizacional avançar.
Segundo Freeman; Carroll; Hannan (1983), no que tange a dependência da idade, as
empresas passam pela suscetibilidade das novatas onde, a taxa de fracasso, reduz,
proporcionalmente, com o aumento da idade. Isto ocorre em virtude do bom relacionamento
adquirido por estas empresas com o ambiente externo, através das adaptações internas que
estas fizeram para se adequarem ao meio. Esta adaptação ocorreu em virtude da alta
reprodutividade destas empresas.
Após esta previsibilidade das novatas, Bruderl e Schusller, (1990); Fichman e
Levinthal (1991) descrevem que as empresas passam pelo processo de suscetibilidade da
adolescência, onde o inicio da idade organizacional proporciona o aumento da taxa de
fracasso, alcançando picos à medida que se esgotam os recursos. Passando esta fase, há uma
tendência de declínio da probabilidade ao fracasso, em função do aumento contínuo da idade,
como conseqüência das organizações sobreviventes, comprovando a capacidade de adquirir,
no ambiente complexo, os recursos que garantam sua continuidade.
Por fim, no processo da idade organizacional, vivenciada a suscetibilidade da
adolescência, os autores Baum (1989); Ranger-Moore (1991) e Barron et al. (1994),
evidenciam a suscetibilidade da obsolescência. Nesta fase, as taxas de fracasso organizacional
aumentam, cronologicamente, para as empresas mais velhas, pois, devido às estratégias
iniciais de adaptabilidade com ambiente, tornarem-se obsoletas frente à realidade apresentada
pelos fatores externos.
Segundo Stinchcombe (1965), as organizações, com maior período de vida, refletem o
ambiente onde foram fundadas sendo que, se mudanças no cenário acontecerem, haverá
alterações nos ajustes entre os indivíduos (organizações) e seu ambiente, ocasionando
oportunidades para que novas empresas se insiram e, ao mesmo tempo, desestabilizem o
29
posicionamento das espécies já estabelecidas (grupos organizacionais). Desta forma, as
adversidades, neste cenário turbulento, provocam uma diminuição no alinhamento entre os
indivíduos e o seu ambiente, comprometendo as empresas, com mais idade, a apresentarem
propensão ao fracasso (HANNAN E FREEMAN, 1984).
Outro aspecto importante, dentro dos processos demográficos, está na dependência do
tamanho organizacional sendo, neste caso, conceituado pela suscetibilidade das pequenas
empresas, evidenciado pelo fato de que as grandes organizações exercem um protecionismo
frente às forças ambientais. Isto ocorre pela confiabilidade aliada à experiência destas grandes
organizações sendo, conseqüentemente, menos vulneráveis aos índices de falência. Apesar da
condição dos estudos da suscetibilidade das novatas ser oriunda de organizações com
tamanhos não identificados, os prognósticos das pequenas empresas denota uma diminuição
nos índices de fracasso à medida que as empresas crescem de tamanho (FREEMAN ET AL.,
1983).
Ainda segundo Baum (1999), independente de não haver a certeza da importância da
idade e tamanho nos índices de sucesso e fracasso das organizações, a abordagem da
suscetibilidade das novatas, da adolescência e da obsolescência, bem como o tamanho
organizacional, poderão ser considerados como processos complementares ao invés de
competitivos em estudos futuros.
Desta forma, é importante diagnosticar, nos estudos de sucesso e fracasso das
organizações, os aspectos relacionados à idade organizacional e ao tamanho, pois ambas as
questões estão interligadas. Por exemplo, no Brasil, país em desenvolvimento, as MPMEs
respondem por 99,5% das empresas existentes conforme o senso do SEBRAE (2002), sendo
as MPMEs as espécies de população de empresas mais estudas - justamente por sua
suscetibilidade de ser pequena e onde a grande parte apresenta insucesso nos negócios ainda
quando novatas segundo Baum (1999).
2.2.2 Processo Ecológico
No processo ecológico, há quatro aspectos a serem abordados: a dinâmica de
amplitude do nicho (FREEMAN e HANNAN, 1983 e 1987; CARROLL, 1985), dinâmica da
30
população (CARROLL e DELACROIX, 1982; DELACROIX e CARROLL, 1983;
DELACROIX et al., 1989), dependência da densidade (HANNAN e FREEMAN, 1987, 1988
e 1989; Hannan e Carroll, 1992), e interdependência da comunidade (HANNAN e
FREEMAN, 1987 e 1988; BARNETT, 1990; BRITTAIN, 1994).
Na primeira abordagem dos processos ecológicos, Hannan e Freeman (1977) utilizam
a teoria do tamanho de nicho para estruturar uma forma diferenciada, capacitando a
sobrevivência das organizações especialistas e generalistas.
Na dinâmica de amplitude de nicho, Freeman e Hannan (1983; 1987) e Carroll (1985)
descrevem, através da teoria dos nichos, que as empresas especialistas operam com recursos
específicos, e são beneficiadas por serem focadas, isto é, concentradas e refinadas em suas
estratégias. Já as generalistas são empresas que trabalham de uma forma mais tolerante suas
estratégias, em virtude de sua diversificação e, como conseqüência, tornam-se mais
adaptáveis ao ambiente, portanto, não refinados em sua estratégia, mais abrangentes. Ambas
são baseadas na teoria da posição do ajuste (LEVINS, 1968), relacionadas ao estudo das
espécies genéticas em diferentes ambientes, onde ele estabelece os ambientes de granulação
grossa (pouca variação temporal-espacial) como sendo estáveis, com ambientes com
granulação fina (muitas variáveis tanto no espaço quanto no tempo), instáveis.
Segundo Freeman e Hannan (p.1119, 1983),
¨Grão, refere-se ao grau de mistura de diferentes tipos de pontos na distribuição
temporal e espacial. A distribuição espacial é composta por diversos quadrados
pequenos, sendo que quando bem misturados alguns encontram grandes caminhos
de um único tipo de quadrado, essa distribuição denomina-se grão fino. Ao
contrario, se houver grandes grupos de quadrados homogêneos, a distribuição é tida
como grão grosso. ¨
Para compreender melhor a analogia com a teoria da posição do ajuste, Freeman e
Hannan (1983) destacam dois itens relevantes nas especialistas e generalistas: na primeira, a
variabilidade caracterizada pela longevidade do tempo em torno de sua média flutuante; a
segunda refere-se à granulosidade, pertinente às desigualdades, na desconformidade das
variações, através de inúmeras ou poucas variações periódicas nas quais são tidas como
refinadas (descrita pelos autores como grão fino) e outras maiores que são as não refinadas
(descrita pelos autores como grão grosso).
31
Portanto, as especialistas dominam as generalistas nos ambientes refinados,
independente da incerteza quanto ao ambiente onde estejam inseridas, como conseqüência da
capacidade de suportar com maior habilidade as variações ambientais. Por outro lado, as
generalistas tornam-se incapacitadas em responder rapidamente o suficiente a este cenário
flutuante (BAUM, 1999).
Neste conceito das condições especificas de ambientes, conforme suas granulações, a
teoria da posição de ajuste desafia a teoria da contingência que descreve que, em ambientes
incertos, as generalistas, de granulação grossa, são favorecidas constantemente por distribuir
seus riscos (LAWRENCE e LORSCH, 1967; PFEFFER e SALANCIK, 1978; THOMPSON,
1967).
Conforme Carroll (1985) há uma proposta relacionada à economia de escala para
qualificar a capacidade da sobrevivência das empresas especialistas e generalistas, chamada
de: particionamento de recursos. Nesta teoria o autor relata o contraste com a teoria de ajuste,
onde a competitividade, entre organizações generalistas, busca o centro de mercado livre,
liberando recursos periféricos que poderão ser usados por empresas menores, especializadas
de uma população. Pode-se evidenciar que as pequenas organizações especialistas terão
acesso a mais recursos se tiverem engajadas com as grandes empresas.
Apesar da distinção entre especialistas e generalistas, praticadas nas pesquisas
ecológicas como um fator de destaque nas estratégias organizacionais, não se pratica, dentro
de estudos recentes da dinâmica dos nichos de populações, a teoria de extensão de nicho onde,
conseqüentemente, nivela-se o tratamento da variação ambiental, espacial e temporal (BAUM
e SINGH, 1994b e 1994c; CARROLL e WADE, 1991; HAVEMAN, 1994; LOMI, 1995).
Conforme Baum (1999), nos diversos estudos de fracassos dentro das populações
organizacionais, é importante fazer algumas analogias. No estudo referente ao fracasso dos
restaurantes da Califórnia e das empresas de semicondutores (HANNAN e FREEMAN, 1983
e 1989), não há convergência no conceito de que a magnitude média da variação ambiental é
maior do que as tolerâncias organizacionais nos ambientes refinados. As generalistas
geralmente são superadas pelas especialistas, independente da complexidade ambiental, não
distinguindo a diferença entre a teoria de nicho e a teoria da contingência.
Outro aspecto abordado é a dinâmica da população que relaciona os índices de
fundações e fracassos anteriores com recursos disponíveis, como fator influente para o
32
surgimento de novas empresas (DELACROIX e CARROLL, 1983). Através das fundações
anteriores há a sinalização de um cenário de oportunidades que estimula o nascimento de
novas empresas e, conseqüentemente, ocorre uma disputa por recursos disponíveis a serem
utilizados, inibindo novas fundações, havendo, no entanto, um crescimento das fundações
anteriores com diferenciações organizacionais, trazendo uma provável redução nas taxas de
fracasso (BAUM, 1999).
Haverá uma liberação de recursos, nos fracassos anteriores, em virtude das mortes
prematuras, sendo, estes, fatores estimulantes para fundações, porém, com a evidência de um
ambiente turbulento, inapropriado para novas fundações. Outro aspecto, dentro desta variável
(fracassos anteriores), está na diminuição das taxas de fracassos, devido à disponibilidade de
recursos pelas mortes prematuras (CARROLL e DELACROIX, 1982).
Segundo os autores Carroll e Hannan (1989a) existem três possibilidades para que
ocorra o crescimento ou declínio das populações organizacionais: a) a abordagem dos
recursos onde as populações organizacionais procuram explorar os mesmos e, desta forma,
crescem rapidamente; se o recurso é abundante a organização evolui, no entanto, se o recurso
acaba seu declínio ocorre visto que, a imigração das organizações passa a existir; b) diz
respeito às formas organizacionais que incorporam tecnologias sociais específicas e materiais,
Stinchcombe (1965) destaca que as populações mais velhas perdem a competitividade, pois,
com as novas tecnologias que emergem, esta competitividade das populações mais idosas
declina; c) refere-se à característica do crescimento populacional das organizações que tem
por base a trajetória refletida na operação do processo oposto ao da legitimação e competição.
Isto significa que na baixa densidade, o crescimento em número principalmente legitima uma
população e a forma organizacional que esta utiliza. Mas quando a densidade está em alta, à
interdependência entre seus membros se torna competitiva. Pois, há uma disputa pelos
recursos a serem compartilhados bem como a escassez destes.
Tendo por base os estudos realizados por Carroll e Hannan verifica-se que, os efeitos
da densidade baseada nos índices levantados, enfatizam o processo de fundação que é
tipicamente densidade dependente, enquanto o comportamento está de acordo com o modelo
de legitimação e competição. Já com relação à mortalidade, verificou-se que processos de
legitimação têm prevalecido nos processos de competição, afetando a mortalidade sobre a
maior parte dos períodos estudados (CARROLL e HANNAN, 1989a).
33
Traz-se, também, o modelo da teoria da dependência da densidade que trata o número
de organizações dentro de uma população. Na ecologia das organizações, este modelo é
utilizado para explicar a forma da trajetória de crescimento das organizações até seu pico
(HANNAN e CARROLL, 1992). É importante ressaltar nenhuma dominação por parte de
uma organização ou pequenos grupos organizacionais (BAUM, 1999). Cada organização
numa população é considerada como agente de contribuição e vivência igualmente a
competição (BAUM, 1999).
Ainda no modelo de dependência da densidade, existem dois fatores a serem
observados: o atraso da densidade (CARROLL e HANNAN, 1989a) e a dependência da
massa da densidade (BARNETT e AMBURGEY, 1990). Ambos buscam justificar o declínio
posterior nos números e o aumento da concentração das populações (BAUM, 1999).
No atraso de densidade, é considerada densidade contemporânea da população quando
estão em foco determinados períodos históricos particulares das organizações. As taxas de
sobrevivência das organizações são vulneráveis aos índices de densidade da população
justamente no período de sua criação (CARROLL e HANNAN, 1989a). Isto significa que as
fundações de organizações em ambientes de alta densidade populacional tendem a ter taxas
mais altas de fracasso constantemente, pois, conforme visto anteriormente, há uma
suscetibilidade à escassez de recursos impedindo as organizações de se moverem rapidamente
em seus processos produtivos (BAUM, 1999).
O aspecto da densidade da massa caracteriza as organizações maiores como geradoras
de competição mais forte em relação as suas rivais menores, devido o acesso aos recursos,
poder de mercado e economias de escala (BAUM, 1999). Os efeitos da massa da população
estão relacionados à soma dos tamanhos de todas as organizações na população, isto é, o
tamanho da densidade medida pelo tamanho das organizações (BARNETT e AMBURGEY,
1990). Sendo as grandes organizações mais fortes competidoras, após o controle da densidade
populacional no ambiente, há uma competitividade através do aumento da massa populacional
(BARNETT e AMBURGEY, 1990). Sendo assim, há uma tendência para a diminuição da
taxa de fundação das maiores e, por outro lado aumento da taxa de fracasso das organizações
menores.
34
As grandes organizações têm um importante papel na ecologia organizacional, não por
serem afetadas individualmente pelas pressões de seleção, mas por possuírem forte influência
desproporcional na dinâmica da população (BARNETT e AMBURGEY, 1990).
Porém, na teoria de grupos estratégicos (CAVES e PORTER, 1977), sugerem que as
inferências válidas para uma população organizacional, a respeito do seu poder de mercado,
não podem ser praticadas mediante uma caracterização de grupos estratégicos evidenciados
pela competição. Isto porque, as barreiras de mobilidade protegem, de forma distinta, os
grupos estratégicos inseridos nestas populações (BAUM, 1999).
Outro aspecto nos processos ecológicos trata a interdependência da comunidade
(HANNAN e FREEMAN, 1987 e 1988; BARNETT 1990; BRITTAIN, 1994). Neste aspecto,
os estudos objetivam focar as relações entre populações organizacionais, através da
mensuração dos efeitos da densidade, obtendo populações competitivas (mutualistas) que,
tanto sufocam quanto estimulam as taxas de fundação entre as espécies, bem como aumentam
ou diminuem as taxas de fracasso de cada população.
Pesquisas realizadas por Barnett e Carroll (1987) destacaram a evidência de
competição e mutualismo entre companhias autônomas e, verificando os aspectos que
levaram ao seu estudo, procuraram analisar as organizações vizinhas com o objetivo de
verificar se teriam o mesmo tipo de interdependência na forma organizacional e, organizações
com localização separadas, fundadas para competirem entre si.
Conforme Barnett e Carroll (1987), as Organizações podem ter fortes conexões com
alguns elementos do ambiente onde estão inseridas e, ainda, estarem sujeitas às condições
exógenas de outros aspectos do meio ambiente. Observa-se que grandes organizações, as que
dominam o mercado, criam, em sua maioria, ligações com outras que também são
consideradas de destaque no meio. Este fato ocorre com o objetivo de reduzir pressões
existentes, criando a interdependência, de acordo com a concepção ecológica populacional.
Hannan e Freeman (1988) afirmam que, na teoria ecológica das organizações, as
mesmas são elaboradas para serem interdependentes entre si, afetando o destino umas das
outras. A interdependência tem sido estudada na perspectiva da variedade de resultados; tal
variedade reflete o resultado proveniente do crescimento, do tamanho e declínio
organizacional, além dos problemas que envolvem as fundações e falências. Esta dinâmica
representa o resultado da interdependência.
35
Neste ponto, torna-se importante explicar as diferenças entre mutualismo e
comensalismo. Comensalismo é entendido como interdependência positiva onde se adquiri
vantagens necessárias sem prejudicar quem as fornece, tendo por base a similaridade
suplementar podendo, muitas vezes, ser o resultado de quando as organizações similares
trabalham juntas em ação (BAUM, 1999). O mutualismo, situação na qual cada parte
contribui para um todo havendo troca, é um importante fator dentro da ecologia das
organizações, pois cria comunidades organizacionais que são sistemas de trabalho, onde está
presente a unidade e propriedade das próprias empresas (BAUM, 1999).
Segundo Carroll & Swaminthan (1989), existem algumas similaridades importantes
entre os conceitos de estratégia e da ecologia: generalistas (ecologia das organizações) e
extensão da diversificação (estratégia de empresas), especialistas (ecologia das organizações)
e estratégia de foco (estratégia de empresas).
A ecologia é multidisciplinar, porque integra conhecimentos, abrindo caminho para
soluções inovadoras, baseadas nas evidências de que diferentes subsistemas se comunicam e
sobrevivem através de cadeias misteriosas de interdependências que, uma vez rompidas,
produzem resultados inesperados.
2.2.3 Processos Ambientais
Os teoristas organizacionais descrevem a importância do papel do ambiente na
determinação da sobrevivência das organizações (BETTON e DESS, 1985). As modificações
nas organizações ocorrem como um resultado do ambiente; a falta de resposta às mudanças
ambientais (inércia organizacional) é um contribuinte potencial para a falta de habilidade de
uma empresa adaptar-se e até sobreviver (JAVALGI; TODD e SCHERER, 2004).
Baum (1999) descreve que a teoria da ecologia organizacional está fundamentada
populacionalmente, sendo que é importante inserir, nestes estudos, a teoria institucional, pois
trata esta das variáveis ambientais como, por exemplo, política governamental, sanções e etc.
Um segundo aspecto abordado é a teoria do ciclo tecnológico. A convergência entre as duas
teorias (institucional e tecnológica) é importante, pois caracteriza a capacidade estratégica das
organizações, comprometendo o grau de competitividade de cada população.
36
O processo institucional está em três variáveis-chave: a desordem política (CARROLL
e DELACROIX, 1982; DELACROIX e CARROLL, 1983; CARROLL e HUO, 1986), as
regulamentações governamentais (TUCKER et al., 1990a; BAUM e OLIVER, 1992;
BARNETT e CARROLL, 1993) e as ligações institucionais (SING et al., 1986; BAUM e
OLIVER, 1991). A desordem política é um agente influenciador nas taxas de fundação e
fracasso das empresas, pois desfragmentam as relações existentes entre organizações e
recursos, alterando alinhamentos sociais e liberando recursos para que novas organizações
possam utilizar (BAUM, 1999).
As regulamentações governamentais correspondem às práticas de políticas
governamentais que podem ser destacadas de quatro maneiras: as barreiras para a entrada
(HANNAN e FREEMAN, 1989; KELLY e AMBURGEY, 1991); recursos e restrições
(SINGH et al., 1991; BAUM e OLIVER, 1992; WHOLEY et al., 1992; BARNETT e
CARROLL, 1993; AMBURGEY et al., 1994; FREEMAN e LOMI, 1994); monitoramento,
certificação e autorização de apoio (TUCKER et al., 1990a; SINGH et al., 1991; BAUM e
OLIVER, 1991; 1992); e, natureza da competição (TUCKER et al., 1990a; SINGH et al.,
1991; BARNETT e CARROL, 1993).
As conexões institucionais são importantes fatores a serem abordados nas pesquisas de
ecologia organizacional. Sob a ótica da teoria institucional, as organizações tornam seu índice
de sobrevivência maior se optarem pela legitimidade, socialização com a aprovação dos
indivíduos da população institucional na qual estejam inseridas (DIMAGGIO e POWELL,
1983, MEYER e ROWAN, 1977).
Teóricos institucionais descrevem que as organizações podem ter maiores
oportunidades nos índices de sobrevivência, se obtiverem a legitimidade, suporte social e
aprovação dos atores no ambiente institucional na qual estejam inseridas (BAUM, 1999).
Essa prática da legitimidade externa eleva o status da organização na comunidade,
tornando um meio facilitador para a captação de recursos, trazendo oportunidades de
interatividade com instituições importantes do Estado e com organizações que operam nas
mesmas condições – aspectos estes importantes influenciadores para o sucesso da
sobrevivência (BARNETT E CARROL, 1993).
Estudos existentes indicam que importantes laços de desenvolvimento com
instituições do Estado da comunidade e outras organizações do mesmo campo institucional,
37
obtiveram aumento significativo nas chances de sobrevivência das organizações (SINGH ET
AL; BAUM E OLIVER, 1991).
Para ilustrar, Uzzi (1993) descreveu que as oportunidades de sobrevivência das
empresas produtoras de roupas em Nova Iorque aumentaram na medida em que o índice de
interconexão social e comercial aumentou. O autor enfatiza, nesta oportunidade, que as
ligações das organizações, com contextos institucionais maiores, poderão alterar as relações
causais básicas evidenciadas nas propostas da ecologia organizacional, fomentando sugestões
quanto à necessidade de estudos adicionais sobre as relações institucionais (BAUM, 1999).
Conforme Cohen e Levinthal, 1990; Tushman e Anderson, 1986, a inovação
tecnológica pode influenciar, profundamente, as populações organizacionais, sendo esta a
principal questão da ruptura dos mercados, desestabilizando o grau de recursos, subestimando
o conhecimento organizacional e, conseqüentemente, alterando todo o processo de
competição. Atrelado a este conceito, novas organizações são fundadas para substituir as
ultrapassadas tecnologicamente, criando oportunidades para novas formas competitivas.
Segundo Dosi, 1984; Tushman e Anderson, 1986, os ciclos de tecnologia se
desenvolvem ao longo do tempo através da descontinuidade tecnológica, onde, as tecnologias
novas, totalmente superiores, eliminam as ultrapassadas, melhorando, conseqüentemente, o
desempenho organizacional.
De acordo com Baum (1999), nas descontinuidades tecnológicas existem competições
geradas pelas organizações que buscam mudar as desatualizadas, podendo ser do tipo
incremento na competência, na qual se elabora uma nova tecnologia a partir da existente, ou,
destruição da competência, onde se eliminam, totalmente, as técnicas requeridas para
administrar as obsoletas já existentes. Após este processo, surge a grande incerteza, devido ao
período de fermentação, onde há uma competição dominada por diversas variáveis de novas e
vigentes tecnologias.
Após o fermento tecnológico, o modelo ou design dominante emerge, correspondendo
às características de um modelo único predominante em uma classe de empresas
estabelecidas, criando vantagem competitiva junto às empresas de destaque, ocasionando
índices de fracasso junto às empresas que não controlam a tecnologia dominante através de
barreiras a entrada de novas empresas, tendo um declínio nas taxas de estabilização e números
organizacionais (BAUM, 1999).
38
No aspecto dos processos tecnológicos, ocorre o questionamento: como os ciclos
tecnológicos influenciam os padrões de fundação e fracasso das organizações? Embora exista
uma conexão promissora entre os ciclos tecnológicos e as dinâmicas populacionais, é
importante destacar três aspectos neste processo analógico.
O primeiro relaciona que, embora exista uma diferença entre a taxa de fracasso das
organizações estabelecidas e as novatas, os estudos dos efeitos tecnológicos sobre os índices
de fracassos organizacionais não diferem com exatidão dos grupos de organizações fundados
anteriormente e posteriormente das descontinuidades tecnológicas ou do design dominante
(BAUM et al., 1995; SUÁREZ e UTTERBACK, 1992).
O segundo evidencia que os estudos raramente consideram medidas específicas de
tecnologia das organizações observando, neste aspecto, três caminhos principais;
primeiramente o padrão de interdependência entre as empresas que utilizam diferentes
tecnologias no período de fermentação que pode ser examinado, onde o processo de
destruição criativa é adaptado especificamente para um caminho mais refinado (BARNETT,
1990). O próximo caminho está relacionado às implicações na inovação desempenhada
especificamente da empresa, bem como as condições que determinaram como e quando a
inovação poderá ser modelada diretamente (BARNETT, 1990; MITCHELL, 1991). O ultimo
aspecto, relacionado aos índices tecnológicos, está no uso do designs de tecnologia pré e pós-
descontinuidade ou pré ou pós-dominância por padrões de interdependência organizacional,
ocasionando a superação da competição das tecnologias para serem modeladas diretamente
(BAUM et al., 1995).
O terceiro aspecto, relacionado aos ciclos tecnológicos a serem observados, está na
pesquisa que identifica como as mudanças tecnológicas influenciaram os processos
ecológicos. Todavia, um maior número de pesquisa faz-se necessário para examinar como as
mudanças tecnológicas podem influenciar nas dinâmicas ecológicas (WADE, 1995).
Neste processo ambiental é importante ressaltar os aspectos destacados para o estudo
do sucesso e fracasso das organizações dentro das populações organizacionais: o processo
institucional - através da influência do governo com desordens políticas e regulamentações
governamentais, que podem influenciar no sucesso e fracasso das MPMEs brasileiras, por
exemplo, com poucas linhas de crédito, alta carga tributária, etc.; a legitimidade - como
importante fator para a sobrevivência das MPMEs, pois, desta forma, as populações de
39
empresas criarão confiança no mercado; por fim, o importante aspecto na teoria das
organizações, o ciclo tecnológico como fator de sucesso se monitoradas as novas
competências para manter ativas as empresas, ou o insucesso, devido aos recursos iniciais
estarem obsoletos com a realidade exigida pelo presente ambiente.
2.3 MODELO DE ECOLOGIA DA POPULAÇÃO ORGANIZACIONAL SEGUNDO
BETTON E DESS (1985)
Pesquisadores multidisciplinares, incluindo a área administrativa, confiam no modelo
ecológico para entender e prever as dinâmicas competitivas dentro do setor comercial e, o
modelo de ecologia populacional oferece uma abordagem teórica útil (JAVALGI; TODD e
SCHERER, 2004) especialmente quando analisa a taxonomia das organizações (BETTON e
DESS, 1985 apud JAVALGI; TODD e SCHERER, 2004).
Há um grande interesse por parte dos teoristas organizacionais sobre os modelos de
ecologia populacional para explicar a utilização dos processos ecológicos (BETTON e DESS,
1985). Uma nova direção renova a esperança destes teóricos com respeito às reformulações
de pesquisas organizacionais contemporâneas (MC KELVEY e ALDRICH, 1983; BURNS,
1980).
Porém, Pinder e Bourgeois (1982) advertem que o uso destes modelos poderá
dificultar o conhecimento ao invés de torná-los mais claros, pois as similaridades superficiais
poderão seduzir os estudos, distanciando-o das dissimilaridades enganadoras e, como
conseqüência, haverá forte influência nos resultados.
Apesar das variações de modelos de seleção e retenção terem sido aplicadas em
diversas áreas, neste caso específico a economia organizacional, muitas destas aplicações têm
encontrado um sucesso limitado, originando problemas conceptuais (BETTON e DESS,
1985). Alguns autores como Miller e Mintzberg (1984); Vale (1980), refere-se à
sobrevivência das organizações às forças darwinianas, onde o sucesso organizacional está
atrelado à sobrevivência mais cabível além do trabalho e das leis naturais.
40
Conforme Aldrich (1979); Van de Ven (1979); McKelvey e Aldrich (1983), alguns
aspectos relacionados à seleção natural das organizações devem ser observados, como a
taxonomia (ramo da biologia que se ocupa da classificação dos organismos em grupo - de
acordo com sua estrutura e origem), e a classificação nas quais estão implícitas a seleção
natural, bem como entender por que diferentes tipos organizacionais se destacam, pois
permanecem de forma heterogênea, analisando se estas características poderão ser
consideradas importantes para a sobrevivência das espécies.
A estrutura adotada para estas explicações por McKelvey e Aldrich (1983, p.108)
corresponde:
1. Classificação: a identificação e a tarefa das formas organizacionais de classes
formalmente reconhecidas;
2. Taxonomia: desenvolvimento de diferentes teorias;
3. Evolução: explicação de qual forma evolui.
Conforme McKelvey e Aldrich (1983), a abordagem da seleção natural é utilizada
devido ao modelo biológico ser um importante conceito nas teorias já identificadas, porém
estes autores fazem um alerta de que a perspectiva pode, as vezes, não ser apropriada para o
entendimento. Se a perspectiva é cabível ou não ao entendimento destas analogias é uma
questão importante e não apenas utilitária (BETTON e DESS, 1985).
Neste conceito, Van de Ven e Aldrich (1979), salientam que as analogias são úteis. Se
há um motivo para acreditar que o fenômeno analisado é suficientemente comum para ser
explicado por uma ou outra forma, pois, caso contrário, poderá ocorrer o que Mayr (1982,
p.627) descreve como “formulação inapropriada”.
A avaliação dos trabalhos empíricos, que utilizam os modelos de ecologia
populacional para explicar os processos de seleção operante nas organizações, releva três
problemas que interferem na aplicação deste modelo: o papel da inércia estrutural na
adaptação imposta, a classificação das espécies organizacionais, e a importância do meio
ambiente na determinação da sobrevivência organizacional (BETTON e DESS, 1985).
Conforme Betton e Dess (1985), na ecologia das populações existem modelos que
providenciam fortes explicações para os estudos de sucesso, fracasso e continuidade das
organizações, sendo que, estas explicações, seguem a forte proposta de analogia com a
41
seleção natural. Neste sentido, estes autores propõem três questões centrais na ecologia das
populações: o modelo da inércia estrutural no que tange a adaptação, a classificação das
espécies das organizações e a saliência do meio ambiente na sobrevivência organizacional.
2.3.1 Inércia Estrutural
A tese primária que suporta a ecologia populacional é aquela em que, uma vez que
uma organização nasce esta é submetida a pressões inerciais que resultam em mudanças que
são parte do processo demográfico de nascimento e morte organizacional (JAVALGI; TODD
e SCHERER, 2004). A inércia é responsável pela não adaptabilidade frente às novas seleções
ou formas organizacionais modificadas (BETTON e DESS, 1985).
Com relação à inércia estrutural, Hannan e Freeman (1977; 1984) desenvolveram uma
teoria na qual defendem que, freqüentemente, as organizações têm dificuldades de mudar sua
estratégia e estrutura, visando acompanhar as demandas do ambiente, sendo que, em sua
maioria, as inovações ocorrem no início da história das organizações e populações. Hannan e
Freeman (1984, p. 150) destacam que:
O fato é que os indivíduos podem claramente influenciar o futuro das organizações.
Sob as condições de incerteza, contudo, existem severas restrições às habilidades
dos indivíduos para conceber e programar corretamente mudanças que aumentem
as chances de sobrevivência e sucesso organizacional diante da competição.
Segundo Hannan e Freeman (1977), os modelos de relações entre organização e
ambiente são uma alternativa para a perspectiva de adaptação dominante. Os autores
descrevem as fortes pressões de inércia nas estruturas, sugerindo que modelos dependentes de
competição e seleção sejam aplicados às populações organizacionais e, ainda, apesar da
grande variedade das percepções ecológicas, estarem todas incluídas na seleção; Astley e Van
de Ven (1983) enfatizam que as questões, que se referem à adaptação versus seleção, são
assuntos centrais na teoria organizacional (BETTON e DESS, 1985).
Hannan e Freeman (1977) identificam os fatores limitadores da adaptabilidade
organizacional e da inércia estrutural. Essas pressões inertes são visualizadas por virem ambas
42
dos arranjos da estrutura interna e do ambiente externo. Os fatores internos são: a inserção das
empresas, política de administrações interna, a institucionalização dinâmica através das
normas. Os fatores externos estão relacionados às barreiras de entradas e saídas que delimitam
e marcam a racionalidade limitada e a legitimidade social.
Complementando, Miller e Friesen (1980) descrevem, no aspecto das mudanças
organizacionais, que a tendência para manter o direcionamento, com ênfase nas ações
anteriores dentro do comportamento atual, ocasiona o momentum persuasivo, o qual trará
lentidão ao processo adaptativo em relação ao meio ambiente.
A maioria dos componentes teóricos dos modelos de ecologia populacional no estudo
das organizações enfatiza o papel do meio ambiente na determinação da sobrevivência das
organizações. A seleção de formas organizacionais novas, ou modificadas, ocorre como um
resultado de restrições ambientais e, a inércia, é proposta como uma explicação para a falta de
modificação adaptativa (BETTON E DESS, 1985).
Segundo Miller e Friesen (1980), as dificuldades adaptativas causadas por se evitar as
incertezas e a fragmentação da união política e seus objetivos, protegem as organizações da
necessidade de adaptação. Esta é a problemática importante da inércia estrutural que é
utilizada para explicar porque os processos de seleção são mais importantes do que a
adaptação na sobrevivência das organizações.
Desta forma, Sôo, Oliga e Puxty (1980) caracterizam esse processo (seleção) como
sendo um no qual as organizações, que se encaixam no critério ambiental, são ¨positivamente
selecionadas¨ e, então, sobrevivem mas algumas outras se modificam para se encaixar ou
falham.
Os estudos de Hannan e Freeman (1983) objetivam um suporte empírico para a
superioridade natural da seleção sobre a adaptação como um modelo da evolução
organizacional. O estudo descreve a sobrevivência das organizações determinadas pelas
variações ambientais em restaurantes de 18 cidades da Califórnia. Os autores explicam o
comportamento e a dinâmica de vida organizacional, caracterizando que pequenas
organizações possuem estruturas simples (sem planejamento, equipamento, pessoal
especializado), bem como o seu fluxo de informação interna de gerenciamento também é
pouco complexo. Estas empresas possuem poucas políticas de restrição de recursos e
43
procedimentos operacionais padrão, sendo as restrições externas nesta população ainda mais
remotas (BETTON e DESS, 1985).
De acordo com Betton e Dess (1985), é possível perceber que a inércia é um fenômeno
amplamente associado às estruturas de departamentos complexos de grandes organizações.
Este é um paradoxo central na teoria das populações.
Nos estudos de Astley e Van de Ven (1983), admite-se que, no modelo de seleção
natural, as pequenas organizações (empresas com estrutura menor) operam melhor em
ambientes com recursos dispersos do que as organizações grandes e bem conectadas
politicamente, que operam em ambientes com recursos concentrados.
Da mesma forma Aldrich (1979), admite que a inércia estrutural presumida esteja
relacionada diretamente com o tamanho da organização onde, quanto maior o tamanho da
empresa maior a inércia estrutural, bem como o controle da organização sobre o ambiente.
Entretanto, Freeman e Hannan (1983) descrevem que amplas empresas apresentam fronteiras
que as tornam vulneráveis candidatas para uma análise ecológica simples; boas candidatas,
por outro lado, necessitam uma consideração de inércia estrutural que não pode ser
teoricamente defendida (BETTON e DESS, 1985).
A influência política e econômica nas populações e as dinâmicas de nascimento
populacional foram utilizadas por Delacroix e Carroll (1983) para testar esses modelos em
organizações de jornais da Argentina e Irlanda. Os resultados destes estudos comprovaram
que as pequenas organizações deveriam ser mais adaptáveis às mudanças ambientais, devido a
sua falta de inércia, em comparação as grandes organizações, porém o que fora percebido é
que tais organizações (as pequenas) têm altos índices de mortalidade, contrastando com as
empresas de maior porte que possuem considerável inércia capaz de isolar elas mesmas do
que os efeitos ambientais. Em contraste, as grandes organizações com uma considerável
inércia parecem ter a capacidade de se isolar melhor do que os efeitos ambientais (BETTON e
DESS, 1985).
Há duas hipóteses para clarear esta aparente dicotomia: a primeira hipótese é a de que
a inércia estrutural aumenta de forma monótona com a idade, pois a confiança e
responsabilidade requerem que as estruturas organizacionais sejam altamente reprodutíveis,
sendo que esta reprodutibilidade aumenta monotonamente com a idade. A segunda hipótese
descreve o fato de que as taxas de mortes organizacionais diminuem com a idade (teorema
44
também descrito como Responsabilidade da Novata), pois a reprodutibilidade de uma
estrutura aumenta de forma monótona com a idade, sendo que a seleção dentro das
populações de organizações, em sociedades modernas, favorece organizações cujas estruturas
têm alta inércia (HANNAN E FREMANN, 1984).
2.3.2 Espécies Organizacionais
A segunda maior problemática está nas forças do modelo de ecologia populacional a
qual enfatiza as populações dentro de espécies como uma importante unidade da análise. O
assunto “espécies” não é simplesmente uma questão de taxonomia, mas envolve uma
explicação da evolução das formas e mecanismos que são levadas em consideração no
isolamento ecológico das populações e determinam um diferencial na sua sobrevivência
(BETTON e DESS, 1985).
Conforme Betton e Dess (1985), na literatura, há uma revisão sugerindo alguns
problemas básicos na tentativa de operacionalizar o conceito de espécies organizacionais.
Hannan e Freeman (1977), caracterizam uma força organizacional (espécie) em termos de um
¨projeto¨ característico que soletra a maneira como a espécie transforma as entradas em
saídas. Eles afirmam que as formas podem ser identificadas e as populações definidas para
pesquisa utilizando diferenças qualitativas na estrutura formal e ordem normativa¨
(HANNAN e FREEMAN, 1977, p.935).
Ainda para Betton e Dess (1985), os modelos de ecologia populacional buscam levar
em consideração indivíduos, populações e espécies e, este aspecto, é preliminar ao modelo
ecológico, definindo sua unidade de análise em termos de (a) estrutura formal, (b) modelos de
atividades e (c) ordem normativa e população das organizações como: “todas organizações
dentro de uma fronteira particular que tem uma forma comum¨ (HANNAN e FREEMAN,
1977, P.935).
Ulrich (1981, p.02) aponta forma como: ¨uma entidade legalmente definida, com uma
população de empresas com competências, estruturas e estratégias similares. Enquanto que
McKelvey (1978, p.1431) traz espécie como: “forma de organização que existe por gerações
de organizações individuais que são membros de uma espécie. Essas colocações ilustram a
45
dificuldade encontrada na tentativa de se desenhar uma analogia entre espécies biológicas e
espécies organizacionais (BETTON e DESS, 1985).
Conforme Betton e Dess (1985, p.735): pontuam que
¨Membros de espécies biológicas são geneticamente relacionadas... A diferença
entre eles é baseada na não similaridade genética, mas na diferença morfológica; e
é o processo de ordem homóloga e não análogo que é de principal importância na
explicação de processos nos quais os teoristas populacionais estão interessados.¨
Essa discussão traz um importante problema teórico: as organizações podem ser
agrupadas de acordo com outros critérios, mas, ao invés disso, os assuntos da genética
aparecem e a inconsistência destes modelos emerge. Se as populações de uma espécie estão
sendo consideradas, então, a competição por recursos estaria em uma base intra-espécies. No
entanto, Freeman e Hannan (1983) sugerem que as populações habitam diferentes nichos,
sugerida pela teoria do nicho biológico, onde a experiência de um nicho é parcialmente
função de taxas reprodutivas, estratégias adaptativas e diferenciais nas taxas de mortalidade
(BETTON e DESS, 1985).
2.3.3 Seleção Ambiental
Um problema final, dentro dos modelos de ecologia populacional das organizações,
está na especificação de características ambientais e seus impactos na sobrevivência
organizacional. Os modelos de ecologia populacional assumem que o ambiente determina a
distribuição e a forma das organizações através da seleção (BETTON e DESS, 1985).
Uma questão interessante é que estes modelos populacionais de ecologia
organizacional procuram considerar efeito da mortalidade das populações no meio ambiente,
onde uma população pode simplesmente ser um resultado acidental, incompetência ou escolha
racional. Neste caso, é necessário fazer uma distinção entre as causas de mortalidade: aquelas
que o indivíduo tem controle, e aquelas sobre os quais não há controle. A escolha, bem como
a seleção, poderá propiciar a saída de uma empresa do meio ambiente (BETTON e DESS,
1985).
46
Conforme Betton e Dess (1985) o tipo de organização não foi adequadamente
especificado nas pesquisas empíricas recentes, utilizando a perspectiva populacional e, essa
falta de especificação, limita a aplicabilidade dos modelos propostos. Além disso, essa
aparente fraqueza tem implicação até onde a especificação ambiental é levada em
consideração. Complementando com Hannan e Freeman (1977), a abordagem ecológica
sugere um foco comum com respeito à variação ambiental (BETTON e DESS, 1985).
Esses três pontos de discussão dos modelos de ecologia populacional abordados
resultam da aplicação da seleção lógica dos estudos das organizações e são todos
independentes e vitais na lógica dos modelos que estão sendo propostos. Teoristas
populacionais têm focado sua atenção no ambiente como grande determinante da
sobrevivência organizacional (BETTON e DESS, 1985).
Duas explicações alternativas podem estar implícitas na tentativa desta analogia de
seleção natural: primeiro, a sobrevivência ou não sobrevivência de indivíduos dentro da
população, como um fator de pouco interesse, podendo não caracterizar nada sobre a evolução
ou fatores menores tal qual o sucesso reprodutivo de espelhar o genótipo (características
genéticas do individuo) a serem considerados, significando que os modelos de ecologia das
populações estão direcionados na seleção enquanto que pesquisas das variáveis não são
estudadas (BETTON e DESS, 1985).
A segunda importante explicação é a dominação da economia (Americana) por
grandes corporações na qual o modelo de seleção funciona melhor para as pequenas
organizações. Porém, ocorre um problema em relação a este conceito, pois, pela lógica da
seleção, a inércia é caracterizada principalmente nas maiores empresas, sendo assim, mais
afetadas pela seleção ambiental, fato este contraditório na literatura empírica, pois os maiores
índices de mortalidade são constatados nas pequenas organizações (BETTON e DESS, 1985).
Para acrescentar nesta análise critica do modelo de ecologia populacional, Perrow
(1979) descreve que as grandes organizações não são adaptadas, necessariamente, ao meio
ambiente, mas sim elas que criam um novo ambiente. A idéia da seleção natural das
organizações oportuniza importantes promessas para o desenvolvimento de um modelo
teórico das organizações, mas, também, emergem algumas dificuldades conceituais a serem
analisadas em estudos futuros importantes e perspectivas inovativas das organizações.
47
2.4 CONCEITO DAS MPMEs
Existe uma grande diversidade nas características inerentes às MPMEs, sendo
complexa a definição precisa do que elas são apesar de existirem parâmetros quantitativos e
qualitativos para tanto. Conforme a heterogeneidade destas empresas através da variação de
acordo com o setor de atuação na economia, é que os autores Gatto; Ferraro (1993) descrevem
que as definições e tipologias disponibilizadas na literatura possuem uma variabilidade
conforme as características atribuídas por cada país no contexto histórico e institucional.
A característica da MPMEs de uma forma quantitativa pode ser utilizada por um
critério de classificação das empresas, por exemplo, por número de empregados ou por
faturamento. Para ilustrar este conceito, o (SEBRAE 2006) utiliza um critério baseado em
número de empregados, para definir quantitativamente o tamanho de uma empresa conforme
segue abaixo:
Quadro 1 - Classificação das MPMEs segundo o número de empregados
Porte Indústria Comércio e Serviços
Microempresa
Até 19 pessoas ocupadas Até nove pessoas ocupadas
Pequena empresa
De 20 a 99 pessoas ocupadas De dez a 49 pessoas ocupadas
Média Empresa
De 100 a 499 pessoas ocupadas De 50 a 99 pessoas ocupadas
Grande Empresa
Acima de 500 pessoas ocupadas Acima de 100 pessoas ocupadas
Fonte: Sebrae/IBGE (2000).
Segundo Ramiro e Carvalho (2002), as MPMEs representam 99,3% do total de
estabelecimentos comerciais e industriais do Brasil. Mas, no conjunto, empregam apenas 8,5
milhões de um total de 23,7 milhões de trabalhadores registrados na iniciativa privada e em
estatais.
Os aspectos quantitativos usados na definição das MPMEs são úteis, principalmente
no Brasil, onde existe uma disseminação da sua utilização, sendo em boa parte para a
realização de estudos.
Conforme Dieste (1997), os critérios quantitativos, qualitativos ou a combinação de
ambos são utilizados da seguinte forma:
48
Quantitativo: é de ordem econômica e/ou contábil e determina o porte da empresa
através de indicadores como: número de funcionários, valor de faturamento, valor de
imobilizados, patrimônio líquido, lucro, etc.
Qualitativo: como sendo de ordem gerencial e social e apesar de ser mais complexo,
apresenta uma visão mais real do porte da organização. Os indicadores neste caso são:
dificuldade na obtenção financeira, participação e domínio do mercado em termos de
concorrências, produtos comercializados, nível tecnológico, organização e administração, etc.
O ideal seria a combinação de ambos os aspectos por levar em consideração fatores
econômicos, características sociais e políticas da empresa, e do ambiente empresarial onde a
mesma atua. Não será, porém, o critério utilizado por este estudo em razão das grandes
dificuldades na obtenção dos dados e informações necessárias para a devida classificação,
bem como a ênfase do estudo estar direcionada ao ambiente como protagonista principal
frente às populações organizacionais.
Kassai (1997, p.02), descreve que os aspectos de natureza quantitativa se destacam
pelas seguintes vantagens:
a) Permitem a determinação do porte da empresa;
b) são mais fáceis de serem coletados;
c) permitem o emprego de medidas de tendência no tempo;
d) possibilitam análises comparativas;
e) são de uso corrente nos setores institucionais públicos e privados
A maioria dos países utiliza o critério do número de empregados para a classificação
do porte das empresas, sendo justificado pela utilização deste critério como o (sendo) mais
acessível à informação, facilmente revelada e controlada pela maioria das empresas em seu
aspecto quantitativo (FILION, 1991).
Segundo SEBRAE a definição de pequena e média empresa é ampla e diversificada:
varia de região, de estado ou de município; depende de seu porte econômico-financeiro;
depende do ramo de atividade e da forma jurídica de constituição da mesma. Entretanto, para
levantamento de dados estatísticos, o órgão utiliza o critério de número de funcionários
combinado com o setor em que a empresa atua.
49
A legislação brasileira, através da Lei n.9317 de 5/12/96 (SEBRAE, 2006), prevê a
classificação, de acordo com a receita anual da empresa da seguinte forma:
a) micro e pequena empresa – receita bruta anual até R$120.000,00;
b) pequena Empresa - receita bruta anual acima de R$120.000,00 até R$
720.000,00;
c) média e Grande Empresa - receita bruta anual acima de R$720.000,00.
Conforme Kassai (1997, p.05), pode-se sintetizar as características das MPMEs
através de uma analogia com as grandes organizações:
Quadro 2 - Levantamento das características de diferenciação das Grandes e Pequenas
Empresas
Característica Grandes Empresas Pequenas Empresas
Adaptabilidade Pequena Grande
Administração Profissional Pessoal ou Familiar
Capacidade de interpretar e utilizar
políticas e dispositivos legais
Grande Pequena
Capacidade de Utilizar
Especialistas
Grande Pequena
Capacitação Profissional Especializada Não-especializada
Capital Dissolvido Concentrado
Concentração de Recursos Capital Trabalho
Decisão Descentralizada Centralizada
Estrutura Organizada Informal
Flexibilidade Pequena Grande
Forma Jurídica Sociedade Anônima Limitada
Ganhos de escala Grandes Empresas Pequenos
Idade Média Alta Pequena
Níveis Hierárquicos Muitos Poucos
Número de Funcionários Grande Pequeno
Número de Produtos Grande Pequeno (Único)
Recursos Financeiros Abundantes Escassos
Sistemas de Informação
Complexos, formalizados e
informatizados
Simples, informais e manuais
(mecanizados)
Utilização de Tecnologia Alta Baixa (artesanal)
Fonte: Kassai, 1997, p.05
50
Segundo Chér (1996) as empresas são classificadas em três tipos através de uma
apresentação bastante original sendo elas: as empresas bebê, pigméias e as anãs.
As empresas bebê são as que iniciam suas atividades no mercado, podendo ou não se
adaptar, crescer e atingir a maturidade. Isto significa que uma empresa recém-criada é bebê,
pois acaba de ser criada, mas, durante o seu desenvolvimento, deverá adquirir vantagem
comparativa de mercado para se adaptarem ao seu meio e estarem aptas para enfrentar a
concorrência (CHÉR, 1996).
Na segunda classificação de empresas estão as pigméias, sendo de pequeno porte e
terem essa função de pequenas, estas organizações são destacadas pela permanência no
mercado através do equilíbrio e capacidade de enfrentar as adversidades. Geralmente possuem
estruturas enxutas, buscando os almejados objetivos centrais da organização. São exemplos de
empresas pigméias os escritórios de consultoria, auditoria e advocacia (CHÉR, 1996).
Outro critério caracterizado é o que tange as empresas anãs, que correspondem às
organizações incapacitadas para enfrentar as adversidades mercadológicas bem como de
serem capazes de permanecer no mesmo ambiente por muito tempo. Nestas espécies houve
destacadas distorções de sua criação, ou ao longo de seu desenvolvimento, tendo como
conseqüência ineficiência e forte propensão a desaparecerem do ambiente (CHÉR, 1996).
Desta forma é importante observar a definição de MPMEs sob os aspectos do número
de funcionários, faturamento e para complementar através de uma metáfora praticada por
Chér (1996), características de atuações mercadológicas frente às variações ambientais.
2.5 A MPME NA ECOLOGIA POPULACIONAL DAS ORGANIZAÇÕES
Colocou-se anteriormente que, uma vez fundadas, as organizações tornam-se sujeitos
de forte pressão da inércia estrutural e, alterações nas populações organizacionais, ocorrem
devido a processos demográficos de nascimentos e mortalidades dessas empresas (HANNAN
e FREEMAN, 1989).
51
A ecologia organizacional foca seus estudos na diversidade da organização e, suas
questões, são investigadas em como as condições sociais influenciam: (a) a taxa de criação de
novas formas organizacionais; e (b) a taxa de mortalidade das formas organizacionais. A
ênfase está na dinâmica evolucionária do processo que influência a diversidade organizacional
investigando o papel do processo de seleção nesta. (SINGH e LUMSDSEN, 1990)
Delacroix & Carroll (1983) constataram que, comparada com a extensa literatura sobre
a mortalidade das empresas, há poucos estudos sobre as fundações organizacionais na
literatura ecológica e, sugerem que isso pode ocorrer devido às peculiaridades conceituais e
metodológicas do estudo das fundações. A partir, então, do principio da falta de priorização
da fundação, a população ou ambiente precisa, por si só, ser tratado como o nível de analise a
ser levado em consideração, fazendo com que os pesquisadores prefiram colocar seu foco na
criação de uma entidade operadora que requer inputs (entradas) e promove outputs (saídas)
(DELACROIX e CARROLL 1983).
Na verdade, a maioria da recente literatura sobre a fundação organizacional está
concentrada em explicações que levam em consideração a dependência de densidade e
dinâmica populacional. Singh & Lumsden (1990) acreditam que (este modelo que) densidade
e população devem ser argumentadas de forma conjunta. Os efeitos da dinâmica populacional
de uma organização estão relacionados às suas taxas de densidade e modificações das mesmas
taxas (SINGH e LUMSDEN,1990).
Quanto à mortalidade organizacional, os ecologistas abordam alguns tópicos que os
auxiliam a estudar a mortalidade: a) o encaixe da organização no grupo teórico; b) o
endividamento e responsabilidade do novo empreendimento; c) a teoria da separação de
recursos; d) o endividamento e responsabilidade das pequenas organizações; e) as condições
de fundação; e, f) a dependência na densidade e dinâmica populacional (SINGH e
LUMSDEN 1990).
Stinchcombe (1965) argumentou a propensão de novas e jovens organizações
apresentarem altas ou maiores taxas de falha/mortalidade e colocou que isso ocorre por
diversas razões, algumas internas e outras externas a ela. Organizações jovens e seus
indivíduos têm que aprender novos papéis sociais e, um tempo e esforço significativos, devem
ser levados para expandir e, ao mesmo tempo, coordenar esse papéis; e simultaneamente
entrarem em contato com outros atores sociais, clientes e meio (STINCHCOMBE, 1965).
52
Hannan e Freeman (1977,1984) complementam o estudo do endividamento e
responsabilidade da nova organização, argumentando que as formas organizacionais, na
sociedade moderna, apresentam altos níveis de confiança e obrigações que requerem da
mesma uma estrutura que possa ser reproduzida. Devido aos processos de aprendizado
interno, coordenação e socialização dentro da organização e à legitimação externa associada
ao desenvolvimento de redes de trocas, a reprodutibilidade da estrutura de uma organização
aumenta com sua idade. Tais autores também afirmam que a maior reprodutibilidade de uma
estrutura também leva a uma maior inércia, entretanto, as organizações vão se tornando,
progressivamente, inertes com o passar dos anos e, desde que o processo de seleção favoreça
organizações inertes, as taxas de mortalidade organizacional diminuem com a idade, com a
responsabilidade da novata.
Faz-se, aqui, outra referência que se endereça ao tamanho organizacional que pode,
sistematicamente, influenciar as taxas de mortalidade (SINGH e LUMSDEN, 1990). Em sua
discussão de seleção e inércia nas populações organizacionais, Hannan & Freeman sugerem
que o nível de inércia estrutural aumenta com o tamanho (1984). Ainda de acordo com esses
autores, desde que os processos de seleção, na sociedade moderna, são favoráveis às
organizações com maior inércia estrutural, maiores organizações devem apresentar menores
taxas de mortalidade e, esta propensão, de menores empresas apresentarem maior
mortalidade, é conhecida como endividamento e responsabilidade das pequenas organizações
(ALDRICH e AUSTER, 1986; FREEMAN et al, 1983).
Aldrich & Auster (1986) sugerem algumas das razões do endividamento e
responsabilidade das pequenas: menores organizações têm varias desvantagens, pois
apresentam maiores dificuldades em levantar capital; as taxas de leis criam incentivos para
que os donos de pequenas empresas vendam para maiores organizações, cujos fundos de
empreendimento de empréstimo têm taxas reduzidas. Outro ponto de desvantagem esta no
fato de que: competir com grandes organizações, deixa as pequenas em desvantagem, a partir
do momento que estas não podem oferecer estabilidade de longo prazo e mercados laborais
internos.
A maioria das novas organizações tende a ser pequenas (SINGH e LUMSDEN, 1990),
portanto, torna-se interessante a colocação e discussão da alta taxa de mortalidade das novatas
e das pequenas.
53
Conforme Kao (1989), a estratégia mais adequada para as MPMEs está na constante
busca da compatibilização de sua estrutura com as características do meio-ambiente, neste
caso especialmente na exploração de nichos de mercado. Neste aspecto, Freeman e Hannan
(1977; 1983) usam a teoria do tamanho dos nichos para formular modelos que geram
capacidades de sobrevivência diferenciadas, sendo as especialistas e generalistas conforme
abordado nos processos ecológicos deste estudo. As populações, com grandes nichos, são
descritas como generalistas, enquanto que as que possuem áreas mais limitadas são tidas
como especialistas.
O conceito de nicho ensaia um papel central na ecologia moderna das organizações,
pois expressa a maneira de como o crescimento do índice populacional depende dos recursos
e das ações de outras populações. O tamanho do nicho é conceituado como a capacidade de
tolerância das populações organizacionais frente às mudanças de níveis de recursos, sua
habilidade para resistir aos concorrentes, e sua resposta para outros fatores que inibem seu
crescimento. Uma população, que tem grande capacidade de suportar as pressões ambientais
pode, conseqüentemente, reproduzir-se em diversas circunstâncias nas quais são denominadas
como grandes nichos (FREEMAN e HANNAN, 1983).
Conforme Julien (1998), as MPMEs não possuem as mesmas capacidades de utilizar
recursos para operar alterações no meio-ambiente de forma a torná-lo mais adequado a
satisfação de suas necessidades em relação as grandes empresas. Baum (1999) complementa
que as grandes organizações e mais velhas tem propensão para as mudanças por serem mais
experientes neste processo de mutação constante aplicado pelo ambiente.
Julien (1998) admite que a flexibilidade seja a base natural das estratégias das
MPMEs, sendo um modo mais orgânico para se estruturar e reestruturar do que o mecânico e
hierarquizado, sendo este ultimo o principal nas grandes empresas. Mediante os diversos
fatores, o principal está justamente no caráter orgânico porque cria a capacidade de adaptação
do trabalho por parte destas empresas.
Carroll (1985) descreve um modelo alternativo para a dinâmica de extensão de nicho
para fundamentar a capacidade diferenciada das especialistas e generalistas onde as MPMEs,
conforme abordado dentro dos processos ecológicos deste estudo, resultam no
particionamento de recursos, na exploração de recursos sem competir diretamente com as
grandes organizações. Isto ocorre em ambientes de economia de escala, onde as empresas
54
maiores na competição das generalistas por mercados livres liberam recursos periféricos, que
serão utilizados por membros menores e mais especializados, neste caso, as MPMEs.
Para ilustrar, podem-se evidenciar, hoje no Brasil, as populações de empresas de
micro, pequeno e médio porte que fazem parte da terceirização, como fornecedores de
determinados itens da produção de escala para as grandes companhias. Desta forma, Baum
(1999) afirma que a crescente concentração de mercados habilita o crescimento dos índices de
fracasso das grandes organizações identificadas por generalistas, enquanto que as pequenas
organizações evidenciadas como especialistas, tem sua taxa de fracasso reduzida.
Os autores Marchesnay (1991); Wyer e Mason (1998) descrevem que devido a
complexidade e a dinâmica do ambiente onde estão inseridas as MPMEs, os proprietários
dirigentes destas organizações desenvolvem através da experiência adquirida neste cenário,
um processo estratégico continuo importante para a evolução de suas empresas. Porém, D
Amboise, (1997); Silvestre e Goujet (1996); Wyer (1997); Wyer e Mason (1998) observam
que, os proprietários dirigentes encontram uma grande dificuldade para compreender o meio
ambiente onde suas empresas onde estão inseridas devido a complexidade existente.
Por outro lado, autores da estratégia das MPMEs como Miles e Snow (1978),
descrevem que para a competitividade destas empresas terem sucesso, as MPMEs devem
buscar desenvolver padrões de comportamentos estratégicos relativamente estáveis
objetivando um bom alinhamento com as condições impostas pelo ambiente percebidas pela
sua administração.
Conforme descrito no modelo de ecologia populacional nos estudos organizacionais
propostos por Betton e Dess (1985), a aplicação do modelo de ecologia populacional das
organizações, se dá profundamente nas MPMEs conforme evidenciados pelos diversos autores
tratados neste estudo. Sendo a flexibilidade uma resposta destas empresas ao ambiente, no
caso das MPMEs por serem de uma estrutura simples, são mais flexíveis do que as grandes,
isto é precisam responder rapidamente ao ambiente.
A espécie, como segunda questão central abordada por Betton e Dess (1985), é
fundamental por estar qualificando o tipo de população estudada, relacionando principalmente
os aspectos do tamanho e das suas formas estruturas como fatores importantes para análise
nestes estudos da ecologia das populações organizacionais, onde, é necessário ter claro as
características destas organizações, porque cada espécie tem capacidades diferentes de
55
responderem as forças ambientais segundo Betton e Dess (1985). Portanto, as populações de
MPMEs serão o foco deste estudo.
A terceira questão central, abordada por Betton e Dess (1985), está relacionada à
questão da seleção ambiental como fator determinante na sobrevivência das empresas, pois,
conforme descrito na teoria do modelo de ecologia da população organizacional, a falta de
especificação das características ambientais e seus impactos, bem como o tipo de organização
em pesquisas empíricas anteriores, limitaram a aplicabilidade do modelo de ecologia
populacional. Neste estudo, as organizações pesquisadas foram especificadas, sendo de micro,
pequeno e médio porte (MPMEs) numa mesma população, buscando verificar averiguar como
o ambiente selecionou esta população de empresas.
No quadro 3 estão apresentados as características básicas que nortearam a elaboração
do questionário (anexo 1), relacionando as três questões centrais de Betton e Dess (1985) com
três processos de abordagens ecológicos que influenciam a fundação e fracasso das
organizações, evidenciados por diversos autores (Baum,1999).
56
Quadro 3 – Modelos e Processos
Modelos de Betton
e Dess
Processos de
Baum
Inércia:
Capacidade de
resposta
Espécies:
Tamanho e forma estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Processo Demográfico:
Analisa os efeitos das
características
organizacionais sobre as
taxas de fracasso nas
populações de empresas
através da dependência da
idade e tamanho das
organizações.
-Tempo do negócio;
-Tipo de atividade;
- Motivo do negocio;
- Organização da
empresa no início, na
atualidade ou no fim
do negócio;
-Treinamento de
pessoal;
-Tomada de decisão;
-Reação da empresa
perante o mercado.
- Auxílio no inicio do
negócio;
- Faz parte de alguma rede
ou associação que podem
dar apoio.
- Perfil do mercado quando
fundada;
- Perfil do mercado quando
fechada;
- Segmento em expansão
ou declínio;
- O ambiente externo
favoreceu ao sucesso;
- o ambiente externo
favoreceu ao insucesso.
Processo Ecológico:
Está relacionado as
dinâmicas de amplitude de
nichos (especialistas e
generalistas), dinâmica da
população (índice de
fundação e fracasso),
dependência de
densidade(número de
organizações dentro de uma
população) e
interdependência da
comunidade (mutualismo e
comensalismo) nos estudos
das populações
organizacionais.
- Capacidade de
responder com
agilidade para
enfrentar as empresas
especialistas no que
tange produtos,
matéria-prima, mão-
de-obra e
equipamentos;
- Capacidade de
responder com
agilidade para
enfrentar as empresas
generalistas no que
tange produtos,
matéria-prima, mão-
de-obra e
equipamentos.
- Empresa de terceirização;
- Empresa produto próprio;
- Especialista na atuação de
mercado;
- Generalista na atuação de
mercado.
-Fatores estimulantes para
abertura, manutenção na
atualidade e encerramento
das atividades;
- Relacionamento com o
ambiente (clientes,
fornecedores e
concorrentes);
- percepção das forças
vindas do ambiente.
Processo Ambiental:
Está relacionado a
convergência dos processos
institucionais e
tecnológicos como modelos
capazes de influenciar a
dinâmica das populações
organizacionais.
- capacidade de
utilizar a estrutura do
governo para captação
de recursos;
- Capacidade de
utilizar as Inovações
tecnológicas;
- Investimento em
tecnologia;
- Equipe capacitada
para inovação
tecnológica;
- Imagem da empresa
diante do mercado.
- Empresa associada as
Instituições do governo;
- Empresa com vínculos
institucionais com outras
empresas;
- Conexão com outras
populações de empresas.
- Competitividade externa
quanto a tecnologia, mão-
de-obra, matéria-prima e
clientes na abertura,
atualmente e fechamento
das atividades;
- Influência da Política
Nacional na empresa;
- Dificuldades externas;
- Influência da tecnologia
no posicionamento.
Fonte: Elaborado pelo autor
57
3 METODOLOGIA
A base metodológica que orientou o presente estudo teve como objetivo principal, em
um primeiro momento a análise da realidade que interfere no nascimento e na morte de
organizações, tendo como base o modelo de análise da ecologia organizacional de Betton e
Dess (1985). Para esta análise, se objetivou identificar, no período de 2000 a 2005, os
principais fatores externos que exerceram influência na fundação, falência/fechamento (no
nascimento e morte) ou continuidade das MPMEs do segmento têxtil de Jaraguá do Sul na
perspectiva de seus fundadores, sob a ótica da teoria do modelo da ecologia populacional
proposto por Betton e Dess (1985).
No aspecto da abordagem do problema, a pesquisa é quantitativa e qualitativa, pois
conforme Silveira (2004), estes dois métodos podem ser utilizados simultaneamente, sendo
que a pesquisa quantitativa pode ser complementada com uma visão dinâmica da realidade
através da pesquisa qualitativa. O método quantitativo é direcionado para os aspectos mais
gerais, objetivando elaborar leis sobre as classes inteiras de fenômenos, enquanto que o
método qualitativo está direcionado em responder as questões mais especificas, em contextos
mais determinantes (SILVEIRA, 2004).
Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa foi exploratória e descritiva. A pesquisa
exploratória proporciona maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito
(GIL, 1991). Isto envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
vivenciaram os problemas práticos, bem como análise de estudos que estimulem a
compreensão. Descritiva, pois visa descrever as características de determinada população,
fenômeno, ou estabelecimento de relação entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas, como questionário e observação sistemática, assumindo em geral a forma de
levantamento (GIL, 1991).
58
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O delineamento da pesquisa, conforme Oppenheim (1993) especifica como será
extraída a amostra, quais subgrupos estarão incluídos, analogias a serem feitas, se existirá
necessidade de grupos de controle, que variáveis poderão ser mensuradas (quando e em quais
intervalos) e como estarão relacionadas estas medidas com os eventos externos. Resumindo,
Roesch (1999, p.126) afirma que “o delineamento da pesquisa determina então quem vai ser
pesquisado e quais questões serão levantadas”.
Para Hair Jr. et al. (2005, p.79) “Tanto a teoria quanto a prática são inseparáveis, pois
as empresas esperam utilizar a teoria para melhor explicar e prever o que acontece
efetivamente na prática”. Desta forma, para se chegar aos fatores ambientais, foi necessário,
em um primeiro momento, delimitar a teoria da ecologia populacional proposta pelo modelo
de Betton e Dess (1985) retirando daí os principais elementos que fundamentam esta teoria. A
relação foi feita pela interação entre as questões centrais de Betton e Dess 1985, (inércia
estrutural, espécie e seleção) e os processos que podem afetar a fundação e fracasso
(demográfico, ecológico e ambiental) das organizações, relacionados da seguinte forma:
a) Processo demográfico e as questões centrais de Betton e Dess
A relação entre o processo demográfico e a inércia estrutural foi avaliada por meio de
11 questões do questionário estruturado. O objetivo foi de averiguar a capacidade estrutural
das MPMEs quanto às oscilações ambientais diante das forças externas. Esta capacidade de
resposta foi relacionada com a dependência da idade, por serem empresas com menos de seis
anos e com tamanho definido entre micro, pequeno e médio porte.
A segunda variável de Betton e Dess (1985), espécie, foi relacionado com o processo
demográfico por meio de duas questões. Por serem empresas novatas, incorrem no chamado
processo de suscetibilidade das novatas (Baum, 1999), decorrente de seu tamanho e de sua
estrutura. Se por um lado são mais ágeis, por outro são mais suscetíveis as oscilações,
influenciando no desenvolvimento das populações organizacionais. Neste aspecto, se
observou se estas empresas tiveram auxilio no inicio do negócio, se fizeram parte de redes ou
associações organizacionais.
59
O processo demográfico e a seleção foram avaliados por meio de sete questões que
objetivaram os aspectos da influência do ambiente na idade, e no tamanho organizacional, ou
seja, a capacidade de absorver e transformar as informações vindas do ambiente externo como
a aceitação dos seus produtos pelo mercado e a velocidade de mudança do segmento.
b) Processo ecológico e as três questões de Betton e Dess
A relação entre o processo ecológico e a inércia estrutural, foi obtida por meio de sete
questões que objetivaram verificar se as MPMEs responderam às oscilações pela adoção de
uma estrutura especialista ou generalista quando avaliada a dinâmica da amplitude de nicho, a
dependência da densidade e a interdependência da comunidade.
A relação entre o processo ecológico e a espécie, foi buscada por meio de três
questões. Foi observado o tipo de população da empresa, quanto ao seu tamanho e à sua
forma estrutural, relacionando-os com modelos de atividades e mecanismos de atuação no
mercado, podendo ser especialistas ou generalistas, dependendo da forma como opera por
meio de seus produtos ou serviços, e se utilizam os conceitos de terceirização ou não.
A relação entre o processo ecológico e seleção, enfatizou a observação e descrição dos
aspectos que estimularam a abertura, manutenção e/ou encerramento das atividades das
MPMEs. Esta relação procurou verificar o relacionamento das empresas com o ambiente
formado pelos clientes, fornecedores e concorrentes, por meio de cinco questões.
c) Processo ambiental e as três questões de Betton e Dess
A relação entre o processo ambiental e a inércia objetivou, por meio de sete questões,
apresentar os processos institucionais (como a desordem política, regulamentações
governamentais, ligações institucionais) e os processos tecnológicos (como fatores influentes
e selecionadores nas estruturas das MPMEs). O foco foi a verificação da capacidade que as
MPMEs tiveram em saber como utilizar a estrutura do governo, as inovações tecnológicas, as
capacitações dos RH, etc. para enfrentamento das oscilações. Averiguou-se a existência de
investimento em tecnologia, em equipes capacitadas, bem como a imagem da empresa perante
o mercado.
O processo ambiental,e a sua relação com a questão da espécie, procurou verificar os
aspectos institucionais e tecnológicos sobre a população de empresas, no que tange ao
tamanho e a forma estrutural. Isto aconteceu por meio da verificação se a população estava
60
vinculada a instituições governamentais, a outras populações de empresas, a grupos
empresarias, sendo estas comparações importantes para a identificação da espécie
populacional frente às forças políticas e empresariais que formam o ambiente. O questionário,
para avaliação destas variáveis, continha duas questões.
A relação entre o processo ambiental e a seleção, procurou diagnosticar se estas
empresas são competitivas quanto a tecnologia, a mão-de-obra, a matéria-prima e a clientes na
abertura, continuidade e fechamento das atividades. Procurou identificar, também, a
influência da política nacional, as dificuldades externas e a influência da tecnologia no
posicionamento destas organizações, por meio de oito questões.
Após a determinação do modelo teórico que poderia ser considerado característico de
um ambiente externo que afeta as organizações em determinados momentos de seu ciclo de
vida, foi necessário verificar se os elementos que constituíram o mesmo existiam no ambiente
real. Para tanto, a pesquisa foi dividida em duas etapas designadas como: etapa de
levantamento e etapa de averiguação. O delineamento de pesquisa com abordagem qualitativa
e quantitativa possuiu um corte longitudinal do ano de 2000 a 2005. Pois, segundo Hair Jr. et
al. (2005), nos estudos longitudinais ao invés de se descrever os dados em um único ponto no
tempo, os eventos são relacionados e analisados ao longo do tempo.
Na etapa de levantamento foram verificados, junto a Secretaria da Fazenda da
Prefeitura Municipal de Jaraguá do Sul, através do protocolo 19902/2006, bem como através
do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Jaraguá do Sul, os dados necessários para
identificar o número de empresas nascidas/fundadas e mortas/falidas no período de 2000 a
2005.
Esta etapa foi dividida em dois momentos bem definidos:
9 caracterização das 92 organizações que surgiram, no período de 2000 a 2005, e ainda
estão na ativa, sendo que somente 11 empresas responderam ao questionário,
9 caracterização das 11 organizações que surgiram e na seqüência desapareceram no mesmo
período, sendo que apenas quatro empresas responderam ao questionário.
Esta etapa foi caracterizada como de levantamento de dados secundários, tendo como
objeto de coleta de dados os relatórios fornecidos pela Secretaria Municipal da Fazenda da
Prefeitura Municipal de Jaraguá do Sul, sendo sua análise qualitativa.
61
De posse dos dados obtidos na fase de levantamento, seguiu-se para a etapa de
averiguação. O objetivo foi definir, conforme o modelo proposto, quais os fatores que
influenciaram o surgimento ou desaparecimento de tais organizações.
Na etapa de averiguação foi utilizado um questionário elaborado pelo pesquisador. O
questionário foi composto por 50 questões para as MPMEs ativas (Apêndice 1) e 50 questões
para as MPMEs extintas (Apêndice 2). Nestas questões buscou-se relacionar as três
abordagens ecológicas para fundação e fracasso das organizações (processo demográfico,
processo ecológico e processo ambiental) com as três questões centrais (inércia, espécie e
seleção), que foram observadas no modelo de ecologia populacional das organizações,
propostos por Betton e Dess (1985).
A construção do questionário foi baseada na lógica:
a) Inércia estrutural: foi observado o relacionamento da inércia com os processos
demográficos, ecológicos e ambientais;
b) Espécie organizacional: foi observado o relacionamento da espécie organizacional
com os processos demográficos, ecológicos e ambientais;
c) Seleção ambiental: foi observado o relacionamento da seleção ambiental com os
processos demográficos, ecológicos e ambientais.
O objetivo dos questionários foi de fomentar possíveis respostas para as questões
levantadas pelas correntes teóricas da ecologia organizacional quanto aos fatores de sucesso e
fracasso das organizações. Foram elaboradas diferentes questões para as populações
organizacionais sobreviventes e extintas conforme apêndices 1 e 2.
As deficiências da pesquisa originaram da pouca literatura existente, no Brasil, no que
diz respeito a ecologia populacional da organizações e o baixo índice de respostas,
principalmente das empresas ativas, ao questionário proposto.
62
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Segundo Siveira et al. (2004, p.111), população é entendida como um “conjunto de
elementos que possui as características desejáveis para o estudo e a amostra é uma parte
escolhida da população”. A população caracteriza-se por todas as empresas do ramo têxtil do
Brasil que nasceram e morreram no período de 2000 a 2005 e a amostragem foi realizada na
cidade de Jaraguá do Sul-SC.
O setor têxtil brasileiro obteve faturamento da ordem de US$ 26,5 bilhões em 2005. O
Brasil é um dos poucos países, em desenvolvimento, que possuem todas as etapas de
produção bem desenvolvidas. Ainda concentrada regionalmente, a produção é bastante
fragmentada em número de empresas. As de grande porte respondem por, apenas, 16% da
produção e as pequenas e médias ficam com 66%. As microempresas respondem pelos
demais 8%. A cadeia gera 1,6 milhão de empregos. A maior parte deles, 71%, é gerada nas
empresas de pequeno porte. As microempresas respondem por 8% dos postos e as de grande
porte detêm os demais 21%. Em 2004, havia 3.847 empresas no setor têxtil e 16.531 atuando
especificamente na confecção. O segmento de confecção é o que reúne o maior número de
empresas. A maior parte da produção nacional está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, que
juntas reúnem 86% do total (em
http://setorial.valor.com.br/)
A amostra coletada foi do tipo intencional, pois houve a intenção de pesquisar, na
população de empresas, aquelas que estejam mais vulneráveis às ações do ambiente externo.
Ela foi estratificada enquanto pertencente ao ramo têxtil, e às MPMEs. Este estrato foi
escolhido devido a sua suscetibilidade (Freeman et al., 1983).
Antes da aplicação do questionário, o pesquisador fez pré-testes com quatro MPMEs
têxteis para verificar eventuais dificuldades no preenchimento das respostas. Silveira (2004,
pg.115) afirma que os mesmos ¨... devem ser testados em pequeno grupo, com as mesmas
características da população a ser investigada, antes de serem aplicados definitivamente.”
Para o levantamento junto as 103 empresas foi contratada uma empresa de call center
para a aproximação do primeiro contato, sendo os pesquisadores desta empresa treinados e
monitorados pelo pesquisador. O treinamento objetivou a padronização na abordagem, o
monitoramento e acompanhamento passo a passo do encaminhamento da pesquisa. Esta
empresa fez, no espaço de 15 dias, quatro contatos por empresa, desde o envio até a
63
solicitação das respostas. Na maioria dos casos o pesquisador foi pessoalmente a empresa,
pois no momento da abordagem feita pelo call center isto foi solicitado pela mesma.
O índice de retorno dos questionários foi de 36,3% de respostas para as MPMEs
extintas e de apenas 12% de respostas para as MPMEs ativas. Nas ativas, houve uma grande
dificuldade por parte dos proprietários dirigentes ou responsáveis pelas empresas, de
entenderem que o estudo se tratava de um trabalho acadêmico de um tema relacionado à
sobrevivência das empresas. Mesmo sendo exaustivamente explicado, os respondentes não se
sentiam confortáveis em participar da amostra. Este fato pode ser destacado como a principal
dificuldade encontrada pelo pesquisador.
Nas MPMEs extintas, apesar da dificuldade de encontrar os responsáveis pela
empresa, a receptividade foi maior. A percepção do pesquisador foi de que os mesmos
queriam expressar as dificuldades que vivenciaram no ambiente e, como forma de desabafo,
cooperaram prontamente com a pesquisa. Nestes casos, o pesquisador esteve pessoalmente em
contato com 90% dos ex-proprietários das empresas extintas.
64
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 EMPRESAS EXISTENTES
O número de MPMEs do setor têxtil do município de Jaraguá do Sul – SC fundadas no
período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005 e que ainda permanecem ativas é de 92
empresas, sendo que, destas, apenas 12% responderam à pesquisa.
Buscou-se relacionar os três processos de Baum (1999) sobre as abordagens
ecológicas para fundação e fracasso organizacional com as três questões centrais nos modelos
de ecologia populacional nos estudos organizacionais descritos por Betton e Dess (1985).
4.1.1 Processo demográfico x inércia
A relação entre o processo demográfico e inércia estão nos aspectos relacionados ao
tamanho e idade da população de empresas relacionadas com a agilidade que estas
organizações têm em responder as forças ambientais.
Na caracterização das empresas existentes, constatou-se uma idade média de quatro
anos, sendo que do total destas empresas, 70% fabricam marca própria e 30% fabricam para
outras marcas. Quando questionados sobre os motivos que as mantém em funcionamento os
respondentes salientam: persistência dos sócios, custo competitivo, trabalho em equipe,
conquista de novos mercados, capacidade de mudar para poder melhorar procedimentos, seja
em nível comercial ou de produção, lucratividade e responsabilidade social.
Quanto a forma de como era organizada em seu início, 50% tinha uma pessoa que
respondia pela empresa como um todo (parte da produção, financeira e gestão de pessoas),
sendo que, este cargo, não tinha um nome especifico; 33% era uma pessoa que auxiliava o
proprietário da empresa, possuindo um cargo de gerente ou supervisor, 17%, tinha uma ou
mais pessoas que auxiliavam o responsável pela fábrica - denominados de encarregados.
65
Na estrutura atual destas empresas, 33% têm uma pessoa que responde pela empresa
(produção, financeiro e gestão de pessoas), sendo o cargo denominado de diretor para 25%, os
outros 75% não possuem denominação para o cargo. No percentual de 25% das empresas, há
uma pessoa que auxilia o proprietário ou dirigente que responde pela empresa, denominado o
cargo de supervisor em 33% dos casos e em 67% não há um nome especifico para o cargo. Já
42% das empresas possuem em sua atual estrutura, uma ou mais pessoas que auxiliam o
responsável, sendo 60% denominado supervisor, 20% chefe e 20% encarregado.
Na ocasião da abertura da empresa, 26% contrataram pessoas qualificadas, treinadas
para todos os cargos e níveis da empresa; 37% contrataram pessoas qualificadas e treinadas
para área operacional (área de produção); 26% contrataram pessoas sem qualificação, sendo
qualificadas e treinadas dentro da própria empresa e 11% contrataram parentes e amigos que
foram treinados no decorrer do tempo dentro da própria fábrica.
Em relação à viabilidade de treinamento para a reciclagem das chefias, 55%
viabilizam parcialmente, 33% não viabilizam e 12% viabilizam constantemente. Os
respondentes que prestam algum tipo de treinamento destacam as seguintes formas: através de
cursos esporádicos, livros e revistas especializadas, palestras e consultoria relacionada ao
perfil da função.
A reciclagem da área administrativa está sendo viabilizada em 22% das empresas,
33% não estão treinando e 45% parcialmente. Quanto ao treinamento da área fabril, 33%
viabilizam, 44% não viabilizam, 23% viabilizam parcialmente, através de parcerias com
fornecedores.
Quanto às tomadas de decisões estratégicas, tais como vender para novos clientes,
mudar de produto, mudar de matéria prima ou novas parcerias, 65% das empresas pesquisadas
informaram que as mesmas são tomadas pelo dono da empresa, 25% pelas chefias da fábrica e
10% por todos os funcionários. Na questão que trata da instabilidade de mercado que poderá
ocasionar a diminuição das vendas, as empresas informaram que 15% param a produção; 40%
mudam os modelos dos produtos; 15% demitem empregados e diminuem a produção; 30%
procuram novos clientes/mercados.
66
4.1.2 Processo demográfico x espécie
A relação entre o processo demográfico e espécie está nos aspectos da idade e
tamanho da população organizacional com o porte e as formas estruturais desta população.
Quando da fundação da empresa, 40% procuraram um escritório de contabilidade para
auxílio nos aspectos legais e 10% para a organização; 20% contrataram pessoas que estavam
trabalhando em outras empresas que tinham experiência no ramo; 10% procuraram o Sebrae;
10% procuraram outras pessoas que tinham experiência na área; 5% procuraram outras
empresas que auxiliaram em todos os aspectos; 5% visitaram outras empresas observando-as
e copiando a forma de organizar e administrar a produção (benchmarking).
4.1.3 Processo demográfico x seleção
No processo demográfico e seleção estão presentes os aspectos que relacionam a
influência do ambiente na população de empresas de acordo com a idade e tamanho destas
organizações.
Ao abrir a empresa, 70% não sabiam quantas empresas existiam no ramo que
escolheram; 30% descreveram que existia muita procura pelo produto no ramo escolhido.
Atualmente, 60% assinalaram que existe muita procura pelo produto no ramo escolhido; 20%
não sabem a quantidade de empresas existentes no ramo; 10% afirmam que existem até 20
empresas que atuam no mesmo ramo e 10% que existem poucas empresas atuantes no mesmo
ramo.
Quando questionados sobre a escolha pela fabricação do tipo específico de produto,
100% responderam que fizeram sua própria pesquisa. Na abertura da empresa, 90%
afirmaram que observou o mercado optando por produzir um produto bastante procurado e,
10%, fizeram pesquisas com profissionais da área em outras regiões.
Os produtos quando fabricados e depois vendidos, refletiram os seguintes resultados
nas empresas entrevistadas: 30% os clientes procuram a empresa; 30% têm vários
67
representantes que administram as vendas; 40% possuem vendedores treinados para vendas.
Quanto aos produtos vendidos antes de serem fabricados, isto é, por pedidos, os resultados
foram os seguintes: 45% os clientes procuram a empresa; 45% têm vendedores treinados;
10% têm representantes que administram as vendas.
Na questão sobre o motivo da continuação de seus negócios, os resultados foram os
seguintes: 40% alegam o bom numero de clientes em carteira; 25% que os clientes
começaram a preferir os produtos da empresa ao invés da concorrência (aumento de vendas);
15% alegam o lucro, para continuarem; 10% se espelham em outras fábricas do mesmo
segmento, por terem êxito no negócio; 10% porque poucas MPMEs produzem o mesmo tipo
de produto.
4.1.4 Processo ecológico x inércia:
No processo ecológico e a inércia, buscou-se descrever como a população de empresas
responde com agilidade as empresas especialistas e generalistas.
A primeira questão objetivou detectar a percepção sobre o produto ou serviço que a
empresa oferece, tendo o seguinte resultado: 35% informaram que seus produtos mudam
freqüentemente; 20% que possui produtos diferenciados dos concorrentes da região; 15%
fabricam produtos para atender um grande mercado; 15% muitos modelos de produtos (pouca
quantidade e grande variedade); 15% poucos modelos de produtos (pouca variedade e grande
quantidade).
Em relação a continuidade da produção: 35% procuram mudar constantemente; 24%
fazem pesquisa de mercado para mudar o produto; 18% utilizam informações de pessoas
especializadas em moda para fazer mudança no produto; 11,5% fazem pesquisas com outras
empresas para mudar o produto e 11,5% freqüentam feiras para verificar tendências.
Quanto à matéria prima, 26,3% procuram utilizar sempre a mesma matéria prima; 21%
acreditam ser de fácil compra; 21% acham cara; 15,7% vêem como abundante; 16% têm
testado constantemente com matérias primas diferentes para verificar o resultado.
68
Na variável mão de obra, 42,3% informaram que possuem funcionários treinados;
21% a julgam escassa; 15,7% que é cara; 10,5% que é abundante; 10,5% não treinada.
Nos equipamentos para 36,9% são caros; 26,3% são de fáceis de comprar; 15,8% são
abundantes; 10,5% são difíceis de comprar; 10,5% procuram comprar equipamentos de
empresas que estão sendo fechadas.
4.1.5 Processo ecológico x espécies
A relação processo ecológico e espécie é caracterizada pela especificação da
população de empresas quanto ao seu tamanho e forma estrutural, sendo especialista ou
generalista em sua atuação no ambiente.
Em relação às empresas, 58,3% produzem mais de um tipo de produto; 25% prestam
um único tipo de serviço (por exemplo: somente corte, somente costura, somente tingimento,
etc.) e 16,7% presta mais de um tipo de serviço (por exemplo: corte, costura, tingimento).
Quanto à utilização da matéria prima, 90% operam com matéria prima bruta e 10%
recebem de outra empresa já um produto semimanufaturado.
Na questão do mercado em que atuam, 70% fornecem serviço/produto para os clientes
finais (atacado ou varejo); 30% fornecem serviço/produto para três ou mais grandes empresas.
4.1.6 Processo ecológico x seleção
A característica principal do relacionamento processo ecológico e seleção está nos
fatores estimulantes para abertura, manutenção e fechamento, sofridas pela população de
empresas de acordo com suas características, especialistas ou generalistas.
Nos fatores que estimularam a abertura da empresa, destacou-se que 44% das
empresas observaram o sucesso no de outras empresas no mesmo segmento em que
69
pretendiam atuar; 25% foram fatores oriundos da demissão em uma grande empresa e,
conseqüentemente, constituiu-se uma empresa própria; 20% assinalaram que uma grande
empresa fez uma proposta para ser fornecedor/prestador de serviços; 11% foi uma decisão
tomada em família que originou negócio.
Em relação às atividades atuais, 27,8% destacaram a existência de forte concorrência
nacional; 22,2% destacaram a rentabilidade serem inferiores em relação ao inicio do
empreendimento; 16,7% assinalaram a existência de forte concorrência estadual; 11,1% a
existência de forte concorrência local; 11,1% forte concorrência internacional; 11,1%
evidenciaram ser a rentabilidade superior ao início do negócio.
Quanto ao número de concorrentes, 21,4% descreveram que havia muitas empresas na
região no inicio do negócio; 21,4% manifestaram não ter nenhuma noção do número de
concorrentes que existam; 14,3% assinalaram que no início do negócio existiam poucas
empresas na região; 14,3% que existem muitas empresas no estado e 14,3% que existem no
país; 7,2% assinalaram que existem poucas empresas no mundo e 7,1% assinalaram que
existem muitas empresas no mundo.
Em relação às parcerias com fornecedores, 55,6% possuem parceria com mais de duas
empresas, 11,1% nunca tiveram parceria com outras empresas; 11,1% tinham parceria com
uma única empresa e rompeu; 11,1% têm uma parceria e afirmam existir colaboração de
ambas as partes; 11,1% têm parcerias com duas ou mais empresas e acreditam que a parceria
é lucrativa para os negócios.
Nas parcerias com clientes, 62,5% possui parcerias com mais de duas empresas;
12,5% nunca tiveram parceria com outras empresas; 12,5% têm parceria com uma única
empresa; 12,5% têm parceria com duas ou mais empresas e acreditam que está sendo um bom
exercício para ambas.
4.1.7 Processo ambiental x inércia
A característica principal do relacionamento processo ambiental e inércia está na
agilidade das empresas buscarem utilizar os recursos do governo e as inovações tecnológicas.
70
Em relação a influencia do governo na criação da empresa 87,5% assinalaram que não
houve influência na abertura da mesma; 12,5% descreveram que obtiveram financiamento
após os dois anos de vida da mesma.
Em relação à influência negativa do governo na continuidade do negócio, destacou-se:
27,8% manifestaram que não há incentivo de isenção de impostos após dois anos de
existência da empresa; 22,2% apontaram que não há linhas de financiamento no primeiro ano
da empresa; 16,7% que não há incentivo de isenção de impostos no primeiro ano de existência
da empresa; 16,7% que não há influência do governo na abertura da empresa; 11,1% que não
há abertura de linhas de financiamento após dois anos de empresa e 5,5% apontaram outros,
sendo a alta carga tributária praticada pelo governo.
A interferência do governo nos produtos e serviços das empresas, as MPMEs
destacaram: 57,1% apontaram que o governo tem incentivado a entrada de produtos ou
serviços importados; 28,6% que o governo tem aumentado os impostos, como conseqüência
os custos das empresas; 14,3% que têm aumentado o salário mínimo beneficiando o aumento
de consumo.
A influência do governo no aspecto da mão de obra ficou da seguinte forma: 80%
vêem que o governo não tem incentivado as empresas a manterem seus funcionários
estudando; 10% acreditam que o governo tem incentivado programas de educação
especializada, tendo oportunidade de capacitar a equipe da empresa; 10% afirmou que têm
reduzido os impostos para as empresas que tenham funcionários estudando.
Em relação à imagem da empresa no primeiro ano de negócio era: para 38,9%
pagadoras de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores; 33,3% pagavam
rigorosamente em dia seus impostos ao governo; 27,8% tinham pontualidade no prazo de
entrega com qualidade dos produtos/serviços aos clientes.
Em relação à imagem atual da empresa: 45,5% pagadoras de suas contas
rigorosamente em dia aos sues fornecedores; 36,3% pagam rigorosamente em dia os impostos
ao governo, 18,2% pontuais no prazo de entrega com qualidade dos produtos ou serviços aos
clientes.
Quanto ao aspecto da tecnologia, 37,1% no início do negócio não tinha tecnologia de
ponta, 25,1% atualmente não possui tecnologia de ponta; 15,4% no início do negócio
71
possuíam tecnologia de ponta; 22,4% chegaram a ter tecnologia de ponta em um determinado
momento, mas atualmente está sendo superada pelo surgimento de novas tecnologias.
4.1.8 Processo ambiental x espécie
A característica do processo ambiental e espécie está na especificação da população de
empresas fazerem parcerias ou serem vinculadas ao governo, a outras instituições ou a outras
populações de empresas.
Em relação à identidade da empresa, 60% responderam nenhuma das alternativas
expostas, 30% outros, sendo denominadas empresa de terceirização e 10% fornecedoras de
produtos para o governo. Na pesquisa em relação à observação dos fatores externos para a
organização da empresa, 31,2% das mesmas organizam como acreditam que devem ser, isto é,
pela experiência; 18,7% observam como as outras empresas se organizam e procuram fazer o
mesmo; 18,7% observam como os concorrentes se organizam e procuram fazer o mesmo;
18,7% observam o que existe em livros de administração e procuram praticar o que a teoria
descreve e 12,7% consultam pessoas especialistas em organizações e colocam em prática o
que elas dizem.
4.1.9 Processo ambiental x seleção
A característica do processo ambiental e seleção está na influência da política e
tecnologia na população de empresas, sejam elas públicas, privadas, com tecnologia avançada
ou não.
Em relação às outras empresas quando da abertura da mesma, a pesquisa constatou
que as respondentes acreditavam que: 28,5% possuíam tecnologia mais adiantada que a sua;
28,5% contratavam mão-de-obra menos qualificada e pagavam menos; 28,5% tinham bons
clientes e não diziam como tinham conseguido; 14,5% compravam matéria prima de
qualidade e dividiam as informações.
72
Na atualidade, as respondentes acreditam que nas outras empresas: 40% têm bons
clientes e não dizem como conseguiram; 25% possuem tecnologia mais adiantada; 20%
contratam mão-de-obra menos qualificada, pagando menos; 15% afirmam proceder de uma
forma, mas acabam fazendo de outra (por exemplo, dizem que pagam mais pela matéria-
prima, sendo que pagam menos).
Em relação à política nacional predominante na época da abertura, constatou-se que:
44,4% assinalaram que havia pacotes econômicos que prejudicaram a abertura da empresa;
22,2% que havia pacotes econômicos que beneficiaram somente as grandes empresas,
prejudicando a abertura da sua empresa; 22,2% não tinham conhecimento deste assunto;
11,1% havia muitos casos de corrupção na política municipal, estadual ou nacional que
auxiliou na abertura da empresa. Ainda nesta questão, 75% manifestaram que a política
nacional afetou as outras empresas e 25% acharam que não afetou. Dentre os motivos que
acreditam ter influenciado as demais organizações na época da abertura, estava a influência da
política na economia; a abertura para entrada dos produtos chineses frente ao alto custo Brasil
(carga tributária).
Em relação à política nacional predominante na atualidade, constatou-se na pesquisa
que: 50% apontaram que há pacotes econômicos que beneficiam principalmente as MPMEs;
50% não têm conhecimento do assunto.
Quando há alterações na política econômica, 58,4% das empresas pesquisadas
responderam que procuram obter junto aos órgãos e associações de classe, informações que
possam lhes auxiliar perante as mudanças; 25% responderam que esperam primeiramente as
medidas econômicas do governo para depois agir; 16,6% agem antes das medidas
econômicas.
Na questão das principais dificuldades externas enfrentadas pelas empresas, a pesquisa
apontou que: 42,1% assinalaram a alta taxa de juros praticados pela economia brasileira;
31,6% a alta carga de impostos cobrados pelo governo, 26,3% pela falta de capital de giro
para compra de equipamentos, matéria-prima e contratação de mão-de-obra qualificada.
Em relação à tecnologia (máquinas e equipamentos) a maior dificuldade das empresas
foi: 41,8% a falta de recursos financeiros para investir; 58,2% falta de incentivos por parte do
governo ao acesso de novas tecnologias para as MPMEs.
73
Para as empresas pesquisadas, a tecnologia corresponde: 50% de ganho no mercado
após o primeiro ano de vida por estar acompanhando as tendências do mercado; 40% acredita
que a tecnologia é fator para a continuidade do negócio e 10% apontaram que no inicio do
negócio a tecnologia fez crescer e estabelecer o mercado.
Nos quadros seguintes (quadro 4 até o quadro 6) se pode observar a descrição dos
dados quantitativos apresentados até o momento. Esta descrição representa um resumo da
relação existente entre os processos da ecologia populacional e as variáveis de Betton e Dess
(1985) nas empresas existentes.
Quadro 4 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Existentes
Processo Demográfico
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Empresas do tamanho de
micro, pequeno e médio
porte.
Quanto a idade são
destacadas como
novatas, por serem
fundadas no período de
estudo (2000 à 2005) e,
estarem passando pelos
processos de
suscetibilidade das
novatas, com domínio
dos papéis, rotinas e
relacionamento com os
agentes externos.
- Estrutura profissional;
- Pessoas treinadas na área
administrativa e
operacional;
- Treinamento constante
para todos;
- Estrutura enxuta;
- Estrutura dinâmica para
as tomadas de decisões;
- Capacidade de resposta
rápida as pressões do
ambiente externo;
- Domínio dos papéis e
rotinas;
- Bom relacionamento da
estrutura interna com o
ambiente externo.
- Devido a maioria ser do
tamanho de micro e
pequeno porte, com uma
estrutura vulnerável, estas
empresas buscaram um
relacionamento com
entidades não envolvidas
diretamente na população a
qual pertenciam, neste caso
em escritório de
contabilidade;
- Individualistas como
conseqüência, pois poucas
empresas buscaram auxilio
em outras organizações da
mesma população.
- Pouco conhecimento e,
interação no início do
negócio entre a
população de empresas;
- Atualmente são poucas
empresas que conhecem
a população e interagem;
- Desconhecimento do
número de concorrentes;
- Em relação a escolha
do produto, devido a
recursos próprios iniciais
(típico das novatas) a
pesquisa feita no
ambiente é própria;
- Seleção do ambiente
junto a estas empresas no
que tange a agilidade da
estrutura comercial,
procura pelos clientes;
- Bom relacionamento
com o ambiente externo
é o principal fator da
continuidade do negócio.
Fonte: Dados da pesquisa
74
Quadro 5 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Existentes
Processo Ecológico
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Está relacionado às
dinâmicas de amplitude
de nicho (especialistas e
generalistas), dinâmica
da população (índice de
fundação e fracasso),
dependência de
densidade (número de
organizações dentro de
uma população) e, a
interdependência da
comunidade
(mutualismo e
comensalismo) nos
estudos das populações
organizacionais.
- Capacidade de responder
com agilidade a demanda
por produtos que mudam
constantemente, se
destacando frente aos
concorrentes regionais;
- Capacidade de produção
constante frente a demanda
por produtos diferenciados,
portanto com estrutura
generalista;
- Quanto a matéria-prima,
a maior incidência está na
utilização das mesmas
fontes de recurso, porém
estas empresas tem
conhecimento que há
novas fontes de recursos;
- Em relação a mão-de-
obra, o maior índice está na
qualificação de seus
profissionais;
- Quanto aos
equipamentos, em sua
maioria constatou-se o alto
custo para adquiri-los,
porém seguido da
facilidade em comprá-los,
reflexo do bom
relacionamento com o
ambiente fornecedor destes
equipamentos.
- A maioria das empresas
produz mais de um tipo de
produto, portanto são
generalistas em suas
saídas;
- A maioria opera com
matéria-prima bruta, isto é,
beneficiam todo o produto,
portanto são especialistas
em sua entrada;
- O maior índice de espécie
destas empresas
pesquisadas são
organizações não
terceirizadas, pois
produzem diretamente para
os clientes finais (atacado e
varejo).
- Boa relação com outras
empresas através dos
seguintes fatores
estimulantes para
abertura do negócio:
sucesso das empresas do
mesmo segmento que
pretendiam atuar,
demissão de uma grande
empresa e proposta de
uma grande empresa
para ser fornecedor;
- Na atual conjuntura, os
índices mais destacados
foram a existência da
forte concorrência
nacional e a baixa
rentabilidade em relação
ao início do negócio,
fruto da seleção
ambiental para
determinada população
de empresas;
- Quanto a concorrência,
houve alta densidade no
início do negócio, sendo
desconhecido pelas
empresas novatas;
- Em relação a
comunidade, estas
empresas são mais
comensalistas(ajuda
mútua) do que
mutualistas(competição)
, pois possuem parcerias
com mais de duas
empresas, refletindo
desta forma o bom
relacionamento com os
demais membros da
população.
Fonte: Dados da pesquisa
75
Quadro 6 – Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas Existentes.
Processo Ambiental:
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Está relacionado a
convergência dos
processos institucionais e
tecnológicos como
modelos capazes de
influenciar a dinâmica
das populações
organizacionais.
- A maioria das empresas
não utiliza a estrutura do
governo para captação de
recursos, pois em relação a
toda sua estrutura, o
governo tem aumentado os
custos;
- A capacidade de resposta
quanto a sua imagem para
o ambiente foi e continua
sendo positiva;
- O governo não tem
incentivado estas empresas
a investirem na
qualificação de sua equipe;
- Grande parte das
empresas não tem utilizado
as inovações tecnológicas
para captação de recursos.
- A maioria das empresas
pesquisadas não presta ou
não fornece nenhum
serviço ou produto para o
governo, reflexo da
instabilidade política
gerando insegurança para
estas empresas;
- não houve incidência de
empresas que fazem parte
de uma rede ou
cooperativa, sendo que
poucas apontaram ser
terceirizadas para outras
empresas, demonstrando
desta forma a baixa ligação
com outras instituições;
- Em relação a sua
formação estrutural, a
maioria destas empresas
busca em outras
organizações da população
referências para sua
especificação estrutural.
- Em relação às outras
empresas tanto na
abertura do negócio
como na atualidade, são
empresas mais
competitivas, por
estarem mais tempo na
população;
- Para a maioria das
empresas pesquisadas, a
política nacional
influenciou
negativamente toda
população de empresas
tanto na abertura quanto
na atualidade;
- Em relação às
alterações da política na
vida das organizações, a
maioria procura se
antecipar através de
possíveis órgãos e
associações de classe;
- A maioria das empresas
aponta a política
econômica como a maior
causa das dificuldades
externas;
- O ambiente tem
selecionado as empresas
que acompanham a
evolução tecnológica.
Fonte: Dados da pesquisa
76
4.2 EMPRESAS EXTINTAS
O número de MPMEs extintas em Jaraguá do Sul - SC, somente do setor têxtil, no
período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005, foi de 11 empresas, sendo que destas, 36%
responderam a pesquisa. Buscou-se relacionar os três processos de Baum (1999) sobre as
abordagens ecológicas para fundação e fracasso organizacional com as três questões centrais
nos modelos de ecologia populacional nos estudos organizacionais descritos por Betton e
Dess (1985).
4.2.1 Processo demográfico x inércia
A relação entre o processo demográfico e inércia está nos aspectos relacionados ao
tamanho e idade desta população de empresas com a agilidade que estas tiveram em
responder as forças ambientais.
Na caracterização das empresas extintas, constatou-se uma idade média de 2 anos,
sendo que do total destas empresas, 25% fabricavam marca própria e 75% fabricavam para
outras marcas. Quando questionados sobre os motivos que as levaram ao encerramento das
atividades os respondentes salientaram: desequilíbrio financeiro; falta de funcionários
especializados; equipamentos obsoletos; burocracia excessiva prejudicando o acesso a
créditos financeiros para as empresas; alta carga tributária e encerramento das atividades do
cliente.
Quanto a forma de como eram organizadas em seu início, 80% tinham uma pessoa que
respondia pela empresa como um todo (parte da produção, financeira e de pessoas), sendo
que, este cargo, não tinha um nome especifico e esta pessoa não era o dono da empresa; 20%
tinham uma ou mais pessoas que auxiliavam o responsável pela fábrica - denominados de
encarregados.
Na ocasião da abertura da empresa, 40% contrataram pessoas sem qualificação, sendo
qualificadas e treinadas dentro da própria empresa; 40% contrataram parentes e amigos e
77
treinaram dentro da fabrica; 20% contrataram pessoas qualificadas e treinadas para área
operacional da fábrica (área de produção).
Em relação à viabilidade de treinamento para a reciclagem das chefias, 50%
viabilizam parcialmente, 50% não viabilizam. A reciclagem da área administrativa foi feita
para 75% das empresas, sendo que os 25% restantes fizeram parcialmente. Quanto ao
treinamento da área fabril, 75% não tiveram e os 25% restantes fizeram.
Quanto às tomadas de decisões estratégicas, tais como vender para novos clientes,
mudar de produto, mudar de matéria prima ou novas parcerias, 100% das empresas
pesquisadas informaram que as mesmas foram tomadas pelo dono da empresa.
Na questão que trata da instabilidade de mercado que ocasionava a diminuição das
vendas, as empresas informaram que 40% paravam a produção; 40% procuravam novos
clientes/mercados e 20% demitiam empregados e diminuíam a produção.
4.2.2 Processo demográfico x espécie
A relação entre o processo demográfico e espécie está nos aspectos da idade e
tamanho da população organizacional com o porte e as formas estruturais desta população.
Quando da fundação da empresa, 30% procuraram um escritório de contabilidade para
auxílio nos aspectos legais e 20% para a organização da empresa; 20% contrataram pessoas
que estavam trabalhando em outras empresas e tinham experiência no setor; 20% assinalaram
outros, sendo leituras e pesquisas isoladas; 10% visitaram outras empresas e verificaram como
era feito, copiando a forma de organizar e administrar a produção.
4.2.3 Processo demográfico x seleção
No processo demográfico e seleção estão relacionados a influência do ambiente na
população de empresas de acordo com a idade e tamanho destas organizações.
78
Ao abrirem a empresa, 75% não sabiam quantas empresas existiam no ramo que
escolheram; 25% assinalaram que existia pouca empresa no ramo que fora escolhido. Ao
encerrar as atividades, 100% das empresas não sabiam a quantidade de empresas que existiam
no ramo que escolheram.
Estas empresas ficaram sabendo que o seu produto era muito procurado da seguinte
forma: 66,7% fora através da observação do mercado da região por meio de pesquisas
próprias; 33,3% perguntaram para outras empresas antes de iniciar o negócio. Ao abrir a
empresa, o produto não estava sendo procurado, mas, da mesma forma, foi aberta - esta
informação fora obtida através: 50% por observação do mercado da região com pesquisas
próprias e 50% através de questionamentos feitos em outras empresas antes de iniciar o
negócio.
Os produtos fabricados antes e depois vendidos refletiram os seguintes resultados nas
empresas entrevistadas: 60% os clientes procuravam a empresa para comprar o que já estava
pronto; 20% tinham representantes que administravam as vendas e 20% tinham vendedores
treinados para vendas diretamente no balcão.
Quando os produtos eram vendidos antes de serem fabricados, isto é, por pedidos, os
resultados foram os seguintes: 50% dos clientes procuravam a empresa; 25% tinham
vendedores treinados para vendas; 25% tinham representantes que administravam as vendas.
Na questão sobre o porquê a fabrica encerrou as atividades, os resultados foram os
seguintes: 20% foram falta de capital de giro; 20% a fabrica não deu mais lucros; 20%
afirmaram terem surgido muitas MPMEs produzindo o mesmo produto; 30% destacaram que
os clientes começaram a preferir produtos da concorrência (queda das vendas); 10%
destacaram que o principal cliente teve falência.
4.2.4 Processo ecológico x inércia
No processo ecológico e a inércia, buscou-se relacionar como a população de
empresas responde com agilidade ao enfrentamento às empresas especialistas e generalistas
originadas do ambiente.
79
Questionadas sobre o que produziam, o resultado foi o seguinte: 30% produziam
produtos que mudavam freqüentemente; 25% produtos muito semelhantes aos produzidos por
outras empresas da região; 25% poucos modelos de produtos (pouca variedade e grande
quantidade); 10% produtos para atender um grande mercado e 10% muitos modelos de
produtos (pouca quantidade e grande variedade).
Em relação aos produtos produzidos, 60% preferiam fazer o mesmo modelo por muito
tempo; 20% fazia pesquisa de mercado para mudar o produto; 10% freqüentavam feiras para
verificar tendências; 10% procuravam mudar constantemente. Quanto a matéria prima, 42,8%
achavam que era de fácil compra; 42,8% que era abundante e 14,4% procuravam utilizar
sempre a mesma matéria-prima.
Na variável mão de obra, 33,2% informaram que não eram treinadas; 16,7% julgaram
ser escassa; 16,7% que eram abundantes, 16,7% que eram treinadas e 16,7% que contratavam
e depois treinavam os empregados. Nos equipamentos 40% assinalaram que eram caros; 20%
eram de difícil compra; 25% eram escassos e 15% destacaram ser de fácil compra.
4.2.5 Processo ecológico x espécies
A relação entre o processo ecológico e a espécie é caracterizada pela categorização da
população de empresas quanto ao seu tamanho e forma estrutural, sendo especialistas ou
generalistas em sua atuação no ambiente.
Em relação à atuação produtiva das empresas, 60% produziam mais de um tipo de
produto; 20% prestavam um único tipo de serviço(por exemplo: somente corte, somente
costura, somente tingimento, etc.) e 20% prestavam mais de um tipo de serviço (por exemplo:
corte, costura, tingimento).
Quanto à utilização da matéria prima, 50% operavam com matéria prima bruta; 50%
recebiam de outras empresas o produto semimanufaturado.
Na questão do mercado em que atuavam, 40% fornecia serviço/ produto somente para
uma pequena empresa; 30% forneciam serviço/produto para três ou mais grandes empresas;
80
20% forneciam serviço/produto para os clientes finais (atacado ou varejo); 10% forneciam
serviço/produto para três ou mais pequenas empresas.
4.2.6 Processo ecológico x seleção
A principal relação entre o processo ecológico e a seleção, está nos fatores ou não para
abertura, manutenção e fechamento de empresas, de acordo com suas características,
especialistas ou generalistas.
Nos fatores que estimularam a abertura da empresa, 50% destacaram que a família
resolveu se juntar e montar uma empresa; 33,3% afirmaram que outras empresas estavam
tendo sucesso no mesmo segmento em que pretendiam atuar; 16,7% que perderam o emprego
em uma grande empresa, estimulando a abertura de sua própria empresa.
Quando a empresa encerrou as atividades, 49,9% destacaram que a rentabilidade era
inferior em relação ao início do empreendimento; 16,7% a existência de forte concorrência
estadual; 16,7% a existência de forte concorrência local; 16,7% a existência da concorrência
internacional.
Quanto ao numero de concorrentes, 60% manifestaram que não tinham nenhuma
noção do número de concorrentes que existam; 20% acreditavam que havia poucas empresas
na região no inicio do negócio; 20% assinalaram que no início do negócio existiam muitas
empresas na região.
Em relação as parcerias com fornecedores, 50% possuíam parceria com mais de duas
empresas, 25% nunca teve parceria com outras empresas; 25% teve parceria com uma única
empresa e rompeu não justificando o porque. Nas parcerias com clientes, 50% nunca tiveram
parcerias com outras empresas; 25% tiveram parceria com uma única empresa; 25% tiveram
parceria com mais de duas empresas.
81
4.2.7 Processo ambiental x inércia
A principal relação entre processo ambiental e inércia está na agilidade das empresas
em utilizar os recursos do governo e inovações tecnológicas para enfrentarem as oscilações do
ambiente.
Em relação à influência do governo na criação das empresas, 75% assinalaram que não
houve auxílio na abertura da empresa; 25% descreveram que houve linhas de financiamento
após os dois anos de empresa.
Em relação à influência do governo no encerramento da empresa, 50% manifestaram
que o governo não abriu financiamento no primeiro ano de vida da empresa, esse motivo
levou ao encerramento das atividades; 30% não houve isenção de impostos por parte do
governo no primeiro ano de existência da empresa, levando ao fechamento; 20% que não
houve influência do governo no fechamento da empresa.
Em relação da influência do governo sobre os produtos e serviços, 44,5% apontaram
incentivo à entrada de produtos ou serviços importados por parte do governo; 33,3% que o
governo aumentou os impostos, como conseqüência os custos das empresas; 11,1% que
aumentou o salário mínimo beneficiando o aumento de consumo e 11,1% aumentou o salário
mínimo aumentando os custos da empresa.
A influência do governo sobre a variável mão de obra ficou da seguinte forma: 75%
destacaram que não houve incentivo a geração de novos empregos para as empresas que
abrissem mais vagas; 25% não tiveram incentivo por parte do governo para que as empresas
mantivessem seus funcionários estudando.
Em relação à imagem da empresa no ambiente no primeiro ano de atividade, 40%
eram pontuais no prazo de entrega com qualidade dos produtos ou serviços aos clientes; 30%
eram pagadoras de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores; 20% pagavam
com certo atraso os impostos ao governo e 10% pagavam rigorosamente em dia os impostos
ao governo.
A imagem da empresa no último ano de atividade era: 30% inadimplente, não
pagadora dos impostos ao governo; 20% pagadoras de suas contas com alguns dias de atraso;
82
20% pontualidade no prazo de entrega com qualidade dos produtos ou serviços aos clientes;
10% pagadora de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores; 10% pagadora
somente dos principais fornecedores, os demais renegociava prazos maiores e 10% entregava
com certo atraso os produtos ou serviços dos clientes.
No que tange a variável da tecnologia, 28,6% das empresas chegaram a ter em
determinado momento tecnologia de ponta, mas depois foram superadas pelo surgimento de
novas tecnologias; 28,5% das empresas nunca tiveram tecnologia de ponta; 14,3%
manifestaram que no inicio do negócio a empresa tinha tecnologia de ponta; 14,3% que não
tinha tecnologia de ponta no inicio; 14,3% que não tinha tecnologia de ponta ao fechar suas
atividades.
4.2.8 Processo ambiental x espécie
A relação entre o processo ambiental e espécie está na vinculação entre a empresa e
outros agentes do ambiente como governo, outras empresas ou populações de empresas.
Na relação com o governo, outras instituições ou outras empresas, 75% responderam
não ter nenhum tipo de vinculação; 25% responderam outros, porém, não justificaram quais
tipos de vinculação. Em relação aos aspectos organizacionais, 50% das empresas se
organizavam como acreditavam que deveria ser, isto é, pela própria experiência; 25%
observavam como seus concorrentes se organizavam e procuravam fazer o mesmo; 12,5%
observavam como outras empresas se organizavam e procurava fazer o mesmo; 12,5%
observavam o que existia nos livros de administração e procuravam praticar o que a teoria
descrevia.
4.2.9 Processo ambiental x seleção
A relação existente entre processo ambiental e seleção es na influência do ambiente
como a política e a tecnologia sobre a população de empresas.
83
Na questão sobre o relacionamento com as outras empresas quando de sua abertura a
pesquisa constatou que: 37,5% dos respondentes acreditavam que as outras empresas tinham
bons clientes e não falavam como conseguiam; 12,5% das outras empresas contratavam mão-
de-obra já treinada e pagavam melhor; 12,5% das outras empresas compravam matéria prima
de maior qualidade e não diziam quem era o fornecedor; 12,5% possuíam tecnologia superior
a sua; 12,5% diziam que faziam algo e acabavam fazendo outra coisa e 12,5% tinham bons
clientes e dividiam as vendas com a sua empresa.
Quando encerrou a empresa, os respondentes acreditavam que: 50% possuíam
tecnologia mais adiantada; 25% tinham bons clientes e dividiam as vendas; 25% contratavam
mão-de-obra já treinada e pagavam melhor. Em relação a política nacional predominante na
época da abertura, constatou-se que: 75% não tinham conhecimento deste assunto; 25%
assinalaram que havia pacotes econômicos que prejudicaram a abertura da empresa.
Em relação a política nacional predominante no fechamento da empresa, se constatou
na pesquisa que: 33,3% apontaram que havia muitos casos de corrupção na política nacional,
estadual ou regional que ajudou no enceramento da empresa; 33,3% havia pacotes
econômicos que beneficiaram somente as grandes empresas e prejudicaram as MPMEs;
16,7% destacaram que houve pacotes econômicos que prejudicaram o fechamento da
empresa; 16.7% não tinham conhecimento do assunto. Em relação ao que percebiam sobre as
outras empresas, apenas 25% responderam que existiu influência da política nacional nestas
empresas, justificando que as linhas de crédito que deveriam ser para atualização das MPMEs,
eram liberadas somente para as grandes empresas.
Quando havia alterações na política econômica, 75% das MPMEs extintas
responderam que ignoravam tais alterações e 25% responderam que esperavam primeiramente
as medidas econômicas do governo para depois agir.
Na questão das principais dificuldades externas enfrentadas pelas empresas extintas, a
pesquisa apontou que: 36,4% assinalaram a falta de capital de giro para compra de
equipamentos, matéria-prima e contratação de mão-de-obra qualificada; 27,3% apontaram a
alta taxa de juros praticadas pela economia brasileira; 27,3% a alta carga de impostos cobrada
pelo governo e 9% a rapidez que o mercado mudava os negócios, sem terem tempo suficiente
de acompanhar as mudanças. Nesta mesma questão, em relação as outras empresas, 50% das
84
empresas entrevistadas opinaram que houve a mesma situação paras as outras empresas,
devido a linha de crédito ser liberada somente para as grandes empresas.
Em relação a tecnologia(máquinas e equipamentos) a maior dificuldade das empresas
foram: 42,8% a falta de recursos financeiros para investir; 28,6% sucateamento rápido dos
equipamentos que existiam na empresa em virtude da inovação tecnológica; 14,3% falta de
incentivos por parte do governo ao acesso de novas tecnologias; 14,3% pouco interesse em
relação as novas tecnologias. Para estas empresas, 75% afirmaram que a tecnologia não teve
um papel preponderante para a continuidade do negócio e 25% afirmou que no início a
mesma fez a empresa crescer e se estabelecer no mercado.
Nos quadros seguintes (quadro 7 até o quadro 9) se pode observar a descrição dos
dados quantitativos apresentados até o momento. Esta descrição representa um resumo da
relação existente entre os processos da ecologia populacional e as variáveis de Betton e Dess
(1985) nas empresas extintas.
Quadro 7 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Extintas
Processo Demográfico:
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Empresas do mesmo
tamanho de micro, pequeno
e médio porte.
Quanto a idade são
destacadas como novatas,
por serem fundadas no
período de estudo e estarem
passando pelos processos de
suscetibilidade das novatas,
com domínio dos papéis,
rotinas e relacionamento
com os agentes externos.
- Estrutura familiar;
- Pessoas treinadas em sua
maioria para área
administrativa;
- Pouco treinamento
constante para todos;
- Capacidade letárgica em
responder com agilidade as
pressões do ambiente;
- Pouco domínio dos papéis
e rotinas;
- Baixo relacionamento com
ambiente externo;
- Tecnologia ultrapassada,
sendo uma influência
negativa na estrutura;
- Dependência de um único
cliente;
- Todos os fatores acima
citados nesta coluna são os
resultados de uma estrutura
deficiente;
- Estrutura centralizadora
para as tomadas de decisões,
sem estar relacionado as
questões do ambiente
externo.
- Devido a maioria serem de
micro e pequeno porte, com
uma estrutura vulnerável,
estas empresas buscaram um
relacionamento com
entidades não envolvidas
diretamente na população a
qual pertenciam, neste caso,
o escritório de
contabilidade;
- Individualistas como
conseqüência, pois poucas
empresas buscaram auxilio
em outras organizações da
mesma população.
- A maioria das empresas
pesquisadas desconhece o
mercado quando abriram
e quando fecharam,
demonstrando não
estarem atentas aos
aspectos possíveis vindos
do ambiente;
- No início utilizaram
recursos próprios (típico
das novatas) através de
pesquisas próprias
aplicadas no ambiente,
porém com o tempo estes
recursos foram se
exaurindo;
- O ambiente começou a
selecionar outras
empresas com estruturas
e comportamentos
diferentes, sendo assim,
começaram a ser
eliminadas, por não
estarem em conformidade
com o ambiente seletivo.
Fonte: Dados da pesquisa
85
Quadro 8 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Extintas
Processo Ecológico:
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Seleção:
Influência do ambiente.
Está relacionado as
dinâmicas de amplitude de
nichos (especialista ou
generalista), dinâmica da
população(índice de
fundação e fracasso),
dependência de
densidade(número de
organizações dentro de
uma população) e
interdependência da
comunidade (mutualismo
e comensalismo) nos
estudos das populações
organizacionais.
- Falta de agilidade nas
respostas frente aos
produtos que mudavam
freqüentemente;
- Baixa capacidade de
responder as empresas
generalistas, atendendo
somente a um tipo de
produto;
- Em relação a matéria
prima, devido aos
recursos iniciais, tinham
fácil acesso, utilizando
sempre as mesmas fontes
de recurso que em certo
momento se exauriram;
-Pouca capacidade de
resposta frente a variável
mão-de-obra, sendo a
maioria desqualificada em
relação as exigências do
ambiente;
- Em relação a tecnologia
caracterizou-se uma
população de empresas
com pouca capacidade,
pois por serem novatas e
de tamanho micro e
pequeno porte em sua
maioria, não tinham
condições estruturais de
acompanhar o
desenvolvimento
tecnológico existente no
ambiente.
- A maioria das MPMEs
extintas eram fabricantes
de mais de um tipo de
produto, portanto
generalista em sua
estratégia de atuação no
ambiente;
- Esta população de
empresas estava dividida
em empresas que
dependiam de outras
empresas para sobreviver
e a outra metade não
dependentes, isto em
relação a matéria prima,
demonstrando um
equilíbrio entre espécie de
empresa dependente e
interdependente na
comunidade;
- A maior espécie destas
empresas verificadas, foi a
espécie de empresa
terceirizada, pois
produziam para atender
outras empresas na linha
de suprimentos na
comunidade onde estavam
inseridas.
- O maior índice dos
fatores que estimularam a
abertura da empresa foi a
decisão familiar em abrir
o negócio, seguido do
sucesso das empresas do
mesmo segmento que
pretendiam atuar, bem
como da demissão de uma
grande empresa;
- Em relação ao período
de fechamento, o
ambiente estava altamente
seletivo, através da forte
concorrência;
- Alta densidade da
população, sendo
desconhecida pela
população;
- Metade das empresas
foram mutualistas
(competitivas) e metade
foram comensalistas
(parceiras), no que tange a
fornecedores e clientes,
ocorrendo desta forma
uma ruptura na população
na qual o ambiente não
selecionara.
Fonte: Dados da pesquisa
86
Quadro 9 – Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas Extintas
Processo Ambiental:
Inércia:
Capacidade de resposta
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural
Seleção:
Influência do ambiente
Está relacionado a
convergência dos processos
institucionais como
desordem política,
regulamentações
governamentais, ligações
institucionais, e os processos
tecnológicos como modelos
capazes de influenciar a
dinâmica das populações
organizacionais através do
ciclo tecnológico.
- A maioria das empresas
revela que não houve
influência do governo na
abertura do negócio;
- Não houve incentivo do
governo junto a estrutura
destas empresas;
- Entrada de novos produtos
ou serviços importados;
- Alta carga tributária,
engessando o custo da
estrutura das empresas;
- Não houve incentivo por
parte do governo no que
tange a qualificação da mão-
de-obra;
- No primeiro ano de vida
destas empresas, a imagem
de sua estrutura era positiva,
ao encerrar a imagem estava
debilitada no ambiente;
- Em relação a tecnologia, no
início eram atualizadas, ao
encerrar as atividades, o ciclo
tecnológico era superior ao
que tinha na empresa,
portanto obsoletas.
- A maioria das empresas
pesquisadas não presta ou
não fornece nenhum serviço
ou produto para o governo;
- não houve incidência de
empresas que faziam parte de
uma rede ou cooperativa;
- Terceirizadas, a maioria
destas empresas prestavam
serviços ou forneciam
produtos para outras
empresas dentro da
população.
- O relacionamento com as
empresas em relação a
tecnologia, mão-de-obra,
matéria-prima e clientes foi
baixo;
- Ao encerrar as atividades,
metade dos entrevistados
caracterizaram que as outras
empresas tinham tecnologia
mais avançada, a outra
metade dividiu-se em mão-
de-obra qualificada e bem
remunerada e bons clientes
que já dividiam as vendas
com sua empresa;
- em relação a política
nacional na época da
abertura, bem como no
fechamento, houve
influência positiva somente
para as grandes empresas;
- Principais dificuldades
externas: a falta de capital de
giro, alta carga tributária e
juros elevados praticados
pela economia brasileira;
- Em relação a tecnologia as
maiores dificuldades foram a
falta de recursos para investir
e o sucateamento rápido dos
equipamentos existentes
nestas empresas;
- Para a maioria destas
empresas a tecnologia foi
indiferente para a
continuidade do negócio.
Fonte: Dados da pesquisa
Na seqüência se feito por meio dos quadros (10, 11 e 12), a comparação entre a
percepção das empresas existentes e das fechadas, relacionando os três processos de fundação
e fracasso descritos por Baum (1999) com as três questões centrais abordadas por Betton e
Dess (1985) no modelo de ecologia da população de organizações.
87
Quadro 10 – Resultado do Processo Demográfico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Ativas X
extintas
Processo Demográfico
Inércia:
Capacidade de resposta
Ativas x Extintas
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Ativas x Extintas
Seleção:
Influência do ambiente.
Ativas x Extintas
Empresas do tamanho de
micro, pequeno e médio
porte.
Quanto a idade são
destacadas como novatas,
por serem fundadas no
período de estudo e
estarem passando pelos
processos de
suscetibilidade das
novatas, com domínio dos
papéis, rotinas e
relacionamento com os
agentes externos.
- Nas ativas a estrutura é
comercial, nas extintas era
familiar;
- O treinamento das
pessoas nas extintas era
em sua maioria para área
administrativa, na ativa
para área administrativa é
operacional;
- Nas extintas se
identificou pouco
treinamento constante
para todas áreas, nas
ativas para todas as áreas;
- Em relação ao tamanho
e idade percebido entre as
duas amostras estudadas,
ambas possuem empresas
do mesmo porte, porém
constatou-se que nas
extintas o período
máximo de vida chegou à
dois anos, enquanto que
nas ativas 5 anos
superando-os;
- a estrutura de ambas é
enxuta, porém as ativas
responderam rapidamente
as forças do ambiente,
enquanto as extintas
lentamente;
- em relação as tomadas
de decisões as ativas são
descentralizadas e ligadas
aos fatores externos,
sendo que as extintas
eram centralizadas e
desconsideravam de certa
forma os fatores externos
em sua estrutura.
- Ambas amostras de
empresas, são individuais,
isto é, não fizeram parte
de nenhuma rede,
cooperativa que pudesse
auxiliar em sua estratégia;
- Devido a maioria ser do
tamanho de micro e
pequeno porte, com uma
estrutura vulnerável, estas
empresas buscaram um
relacionamento com
entidades não envolvidas
diretamente na população
a qual pertenciam, neste
caso, o escritório de
contabilidade;
- Individualistas como
conseqüência, pois poucas
empresas buscaram
auxilio em outras
organizações da mesma
população;
- Em relação ao tipo de
atividade, a maioria das
MPMEs ativas são
fabricantes de marcas
próprias, isto é,
responsáveis por todo
processo e
comercialização no
mercado, enquanto nas
MPMEs extintas a
caracterização foi a
terceirização, prestadoras
de serviços, dependente
de terceiros.
. Tanto as empresas ativas
como as extintas,
desconheciam o mercado;
- Para as ativas
atualmente há muita
procura pelo produto no
ramo escolhido, enquanto
que as extintas souberam
somente no seu
encerramento quantos
concorrentes existiam no
ramo que haviam
escolhido na população;
- as ativas conseguiram
dar continuidade ao
negócio porque o
ambiente selecionou
estruturas flexíveis
capazes de captar as
tendências exigidas,
enquanto que as extintas
não conseguiram
administrar seus recursos
e rotinas, que
gradativamente se
exauriram.
Fonte: Dados da pesquisa
88
Quadro 11 – Resultado do Processo Ecológico X Modelo de Beton e Dess das Empresas Ativa X Extintas
Processo Ecológico
Inércia:
Capacidade de resposta
Ativas x Extintas
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Ativas x Extintas
Seleção:
Influência do ambiente.
Ativas x Extintas
Está relacionado as
dinâmicas de amplitude de
nichos (especialista ou
generalista), dinâmica da
população(índice de
fundação e fracasso),
dependência de
densidade(número de
organização dentro de
uma população) e
interdependência da
comunidade (mutualismo
e comensalismo) nos
estudos das populações
organizacionais.
- A estrutura que
capacitou a resposta nas
empresas ativas foi a
dinâmica generalista,
enquanto que a extinta, foi
a dinâmica especialista;
- Em relação a matéria
prima, ambas utilizaram a
mesma fonte de recursos
iniciais;
- Em relação a mão-de-
obra, as extintas são
desqualificadas, sendo que
as ativas qualificadas;
- Quanto a tecnologia, em
ambas fora constatado alto
custo para adquiri-lo,
porém nas ativas houve a
percepção da facilidade
em comprar, reflexo do
bom relacionamento da
estrutura com o ambiente,
ao passo que as extintas,
por serem na média mais
novas, tiveram dificuldade
de compras, reflexo da
vulnerabilidade das
pequenas organizações em
termos de recursos
financeiros frente as
inovações tecnológicas
constantes.
- quanto a estrutura
operacional, ambas eram
fabricantes de mais de um
tipo de serviço ou
produto, portanto,
generalistas em sua
produção;
- As ativas são
generalistas em suas
entradas, sendo que as
extintas são especialistas
em sua entrada;
- quanto a espécie
relacionada a saída dos
produtos ou serviços, as
ativas foram não
terceirizadas, enquanto
que as extintas foram
terceirizadas.
-A diferença em iniciar o
negócio para as MPMEs
ativas e extintas, está que
para as ativas o ambiente
foi a fonte de inspiração,
enquanto que para as
extintas fora a decisão
própria o fator decisivo
para iniciar o
empreendimento;
- As extintas foram
mutualistas, porque o
fechamento ocorreu em
função de fatores como
falta de um bom
relacionamento com o
ambiente, determinante
pela seleção;
- As ativas foram
comensalista, pois
passaram pela seleção do
ambiente porque
buscaram melhorar a
interação com outras
populações, por exemplo,
diversificando seus
fornecedores e clientes.
Fonte: Dados da pesquisa
89
Quadro 12 - Resultado do Processo Ambiental X Modelo de Beton e Dess das Empresas Ativas X Extintas
Processo Ambiental
Inércia:
Capacidade de resposta
Ativas x Extintas
Espécies:
Tamanho e forma
estrutural.
Ativas x Extintas
Seleção:
Influência do ambiente.
Ativas x Extintas
Está relacionado a
convergência dos
processos institucionais
como desordem política,
regulamentações
governamentais, ligações
institucionais, e os
processos tecnológicos
como modelos capazes de
influenciar a dinâmica das
populações
organizacionais através do
ciclo tecnológico.
- A maioria das empresas
não utiliza a estrutura do
governo para captação de
recursos, pois em relação
a toda estrutura, o
governo tem aumentado
os custos;
- Em relação a imagem
das empresas ativas,
verificou-se positiva
frente ao ambiente,
enquanto que das extintas
em quanto estavam em
atividades até seu
encerramento foi
negativa;
- Em relação a estrutura
da empresa, ambas
assinalaram que não há
incentivos por parte do
governo;
- Quanto a tecnologia,
ambas empresas
acompanharam
timidamente o ciclo
tecnológico, porém nas
extintas;
- Acompanhamento mais
tímido.
- Em ambas empresas,
não houve presença de
organizações que
prestassem ou
fornecessem serviço ou
produto para o governo,
reflexo da instabilidade
política que gerou
insegurança para estas
empresas;
- não houve incidência de
empresas que fizeram
parte de uma rede ou
cooperativa,
demonstrando desta forma
a baixa ligação
institucional;
- Na população de
empresas ativas foram
selecionadas mais os
fatores, do ambiente do
que as extintas ao iniciar o
negócio, caracterizando
uma estrutura que o
ambiente selecionara;
- A tecnologia, mão-de-
obra qualificada, bons
clientes foram fatores
determinantes para a
sobrevivência das ativas e
morte das extintas;
- a política nacional foi
um dos fatores
influenciadores nas
empresas pesquisadas,
sendo que as ativas foram
selecionadas pelo
ambiente político devido a
sua capacidade de
legitimidade conquistada,
ao passo que as extintas
foram eliminadas devido a
sua falta de legitimidade
junto ao ambiente;
- quanto as principais
dificuldades encontradas
foi que as existentes
souberam se antecipar as
oscilações oriundas do
ambiente, desta forma sua
capacidade de gestão fora
selecionada pelo ambiente
fazendo com que
permanecessem ativas no
mercado;
- fato também repetido na
tecnologia, onde as
empresas ativas
souberam adaptar-se
através dos aspectos de
reciclagem tecnológica
competitiva.
Fonte: Dados da pesquisa
90
5 CONCLUSÃO
Com base na revisão bibliográfica e nos dados obtidos e analisados a partir das três
questões centrais abordadas por Betton e Dess (1985) no modelo de ecologia populacional das
organizações, verificou-se os principais fatores externos que exerceram influência na
fundação e falência/fechamento (no nascimento e morte) das MPMEs do segmento têxtil de
Jaraguá do Sul.
Para verificar as três questões centrais no modelo de ecologia da população de
empresas (inércia estrutural, espécie e seleção), foi utilizado, como fator de relação com o
modelo de ecologia populacional, os três processos para fundação e fracasso organizacional
descritos por Baum (1999), sendo eles: processo demográfico (idade e tamanho), processo
ecológico (dinâmica de amplitude de nicho, dinâmica da população, dependência da
densidade e interdependência da comunidade) e processo ambiental (processo institucional e
tecnológico).
Identificou-se que: o modelo de ecologia populacional ocorreu em algumas variáveis
identificadas nas organizações. O número de empresas criadas no período de janeiro de 2000
a dezembro de 2005, na população têxtil, de micro, pequeno e médio porte, foi de 103
empresas no total sendo, este número, a soma das ativas e extintas.
Os principais fatores que exerceram influência na criação das empresas, segundo as
três questões centrais do modelo utilizado, evidenciadas nos três processos de Baum (1999)
foram: processo demográfico e inércia estrutural, pois, no início da atividade, as empresas
tiveram a capacidade de responder, com agilidade, às forças ambientais; processo
demográfico e espécie, pois esta estrutura flexível é predominante na população de micro,
pequeno e médio porte, por ser caracterizada pela forma e tamanho da população estudada;
processo demográfico e seleção, pois o ambiente selecionou estruturas enxutas; e processo
ambiental e inércia, ambas iniciaram com uma estrutura tecnológica competitiva, fato este
percebido como característico do setor têxtil para se iniciar um empreendimento.
91
Outro processo identificado para o nascimento destas empresas, foi o processo
ecológico e a espécie organizacional. Estas empresas surgiram à partir da disponibilidade de
recursos no ambiente, sendo que, algumas, exploraram uma estreita faixa de recursos,
favorecidas, então, em ambientes concentrados e refinados, sendo especificadas como
especialistas. Outras, no entanto, suportaram, com maior facilidade, as mudanças ambientais,
favorecidas em grande variabilidade e não em ambientes refinados, sendo especificadas como
generalistas.
Ainda no processo ecológico, ocorre a relação com a seleção (influência do ambiente),
onde a diferença na criação destas empresas foi a de que, para as ativas, a abertura do negócio
veio da observação do ambiente externo, enquanto que, para as extintas, foi decisão própria,
isto é, à partir da observação do ambiente interno.
O número de MPMEs têxteis que encerram as atividades, entre o período de janeiro de
2000 a dezembro de 2005, foi de quatro empresas, sendo que, todas estas, foram criadas no
mesmo momento. Os principais fatores que exerceram influência no encerramento das
atividades destas organizações, sob a ótica do modelo de ecologia populacional, foram:
processo demográfico e inércia, pois estas empresas responderam letargicamente às oscilações
do ambiente, sua estrutura desconsiderou os aspectos externos, típicos de empresas com
tomada de decisão centralizadora, característica de uma estrutura com foco familiar.
Conseqüentemente, ocorreu, nesta situação, um segundo processo, denominado processo
demográfico seleção, percebido pela falta da estrutura flexível, ágil, na qual o ambiente
selecionou como elemento determinante.
A falta desta agilidade estrutural ocasionou a percepção de uma dinâmica de nicho,
percebida como uma estrutura especialista, isto é, exploraram somente uma determinada área
de recursos e, na medida em que estes recursos se exauriram, estas empresas foram fechadas,
identificando, desta forma, o processo ecológico e inércia. Ainda nos fatores que ocasionaram
o fechamento das empresas, identificaram-se o mutualismo, percebido pela competição
existente entre as empresas extintas pesquisadas, pela falta de um bom relacionamento com o
ambiente, denotando, desta forma, o processo ecológico e seleção.
Verificando os fatores percebidos para o fechamento das empresas, o processo
ambiental foi fortemente caracterizado através das três questões de Betton e Dess (1985): a
inércia, pela dificuldade em responder, através da própria estrutura, às oscilações política
92
econômicas como, por exemplo, a legitimação (imagem da empresa) e tecnologia. A segunda
questão do modelo, relacionada com o fator ambiental, foi a espécie, onde percebeu-se que
ambas empresas são da mesma população, inexistindo ligação institucional, isto é, não foi
percebido nenhuma empresa que pertencesse à uma rede, cluster, associações e menos ainda
ao governo, etc.. A terceira questão foi a seleção como o fator determinante para o insucesso
destas empresas extintas, representados pela não sinergia destas organizações com a desordem
política, regulamentações governamentais, ligações institucionais e ciclos tecnológicos.
O número de MPMEs que permaneceram ativas até o momento da finalização deste
estudo, e que responderam à pesquisa, foi de 11 empresas. Os principais fatores identificados
para a permanência destas empresas, no ambiente, foram: processo demográfico e inércia: por
serem de estrutura enxuta e conseguirem responder, com agilidade, às oscilações do ambiente,
criando um bom relacionamento com o mesmo. Desta forma, percebeu-se uma estrutura com
foco profissional, com treinamento parcial para todas as áreas destas empresas, objetivando
fazer o que o mercado solicita. Outro fator contribuinte, identificado para permanência, foi o
processo ecológico e inércia, onde a capacidade de resposta ao ambiente foi generalista, mais
flexível às intempéries. Percebeu-se, também, o processo ecológico e seleção, nas empresas
ativas comensalistas, isto é, as que competem juntas, de uma forma construtiva para
continuidade das espécies na população.
O cenário dos anos de 2000 a 2005 foram caracterizados por oportunidades e desafios
às MPMEs brasileiras. A entrada de produtos importados no mercado nacional forçou as
mpmes do setor têxtil a reavaliar constantemente suas estruturas a fim de competirem com o
mercado externo. Neste período a economia foi palco de conquistas e frustrações.
Entre as conquistas encontram-se a reversão da trajetória de alta da inflação e o
excepcional desempenho das exportações, este um fato marcante do ano. Do lado das
frustrações, a maior está na estagnação da economia e a persistência de queda do rendimento
real das famílias e de elevado desemprego. A expansão da demanda externa não foi suficiente
para compensar a forte retração da demanda doméstica e, infelizmente, a economia não
cresceu principalmente no ano de 2003. Porém, em 2004 foi um ano de boas notícias e, no
balanço geral, positivo para a economia brasileira e para a indústria em especial.
Depois de três anos de desempenho frustrante, com crescimento médio de 1,5%, a
economia brasileira voltou a registrar expansão em 2004. Enfim, em 2005, o ano foi marcado
pela redução do crescimento e a perda de participação relativa do Brasil na economia
mundial. O desempenho da economia, sob impacto de um processo mais longo que o
93
esperado de elevação dos juros reais, ficou muito aquém do que se previa no começo de 2005.
Contrastando com o sentimento de otimismo que vigorava no início do ano, já que estava sob
o impacto do crescimento do PIB de 5% em 2004, deparou-se com o encerramento de 2005
com uma tímida expansão, cerca de 2,5%, metade da taxa do ano anterior.
Dada a competitiva global no setor têxtil, frente às oscilações ambientais presentes nas
MPMEs do setor têxtil de Jaraguá do Sul, e, pela pouca bibliografia - principalmente no
Brasil - que procura aplicar a teoria do modelo de ecologia populacional das empresas
criadas/nascidas e fechadas/falidas em um espaço de tempo delimitado, somada à discussão
gerada pelo presente estudo realizado; traz-se, aqui, a necessidade e sugestão de futuros
estudos complementares com aplicação e provável consolidação de tal teoria na justificativa
da criação, manutenção ou morte de populações de empresa em dados setores e determinados
períodos de tempo. Convém salientar que os estudos não podem ser generalizados, pois
devemos considerar o ramo empresarial escolhido, o período de tempo tratado e,
principalmente, o número de empresas respondentes ao questionário investigativo, o que
justifica a necessidade de abundante pesquisa científica.
94
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<http://setorial.valor.com.br/ > Acessado em 11 de agosto de 2007.
102
APÊNDICES
APÊNDICE 1 - CARTA DE APRESENTAÇÃO ÀS EMPRESAS
Prezado(a) Senhor(a):
Estou aplicando este questionário para obter dados para a dissertação de mestrado que
estou desenvolvendo como parte do Programa de Mestrado em Administração da
Universidade Regional de Blumenau – FURB.
Esse questionário deverá mostrar a sua percepção sobre cada uma das questões, e você
poderá preenchê-lo com a ajuda de outras pessoas que fizeram parte da sua empresa, se você
não souber todas as respostas, ou se preferir ter mais certeza delas.
Grande parte das questões deve ser respondida colocando um “X” na alternativa que
melhor se adequar ao seu julgamento; em outros você deverá simplesmente assinalar um “sim”
ou “não” para determinado caso, ou ainda, você poderá assinalar mais de uma questão que se
identifica ou identificou com a sua realidade. Existem questões que se referem a outras
empresas, se você tiver alguma percepção do que aconteceu ou acontece, pedimos a sua ajuda
na colocação de sua percepção.
Não existem respostas certas ou erradas. Estamos fazendo somente um levantamento.
Se você desejar, poderá receber o retorno com os resultados da pesquisa e poderá ver
como toda a indústria têxtil da região de Jaraguá do Sul se situa no que se refere ao ambiente
no qual ela está ou esteve inserida. Estes resultados poderão lhe auxiliar no desenvolvimento
de estratégias ou novos comportamentos a serem adotados por sua empresa.
Saliento mais uma vez que os dados aqui colhidos serão somados aos de outros grupos
respondentes e nenhum indivíduo ou empresa serão identificados em qualquer momento.
Desde já agradeço sua cooperação,
Cláudio Luis Campregher
Mestrando em administração - FURB
103
APÊNDICE 2 - QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS EXISTENTES
Processo demográfico x Inércia
1. Ano de fundação da empresa:
2. A empresa fabrica:
( ) Marca própria; ( ) Fabricava para outras marcas.
3. Motivo que tem levado a empresa a continuar de portas abertas:
..................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
4. Como a empresa era organizada no seu início? (Estrutura inicial da empresa:)
( ) Tinha uma pessoa que respondia pela empresa como um todo (parte de produção,
financeira e de pessoas) e que estava sempre na empresa ou em reuniões representando a
empresa (pode ser o dono ou alguém que era de confiança do dono) – Qual o cargo?
( ) Presidente; ( ) Diretor; ( ) Superintendente; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
( ) Tinha uma pessoa que ajudava o dono ou aquele que respondia pela empresa. Esta pessoa
tocava a fábrica e cuidava da produção (pode ser um parente do dono ou alguém que era de
muita confiança) – Qual o cargo? ( ) Diretor; ( ) Gerente; ( ) Encarregado; ( ) Supervisor;
( ) Chefe; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
( ) Tinha uma ou mais pessoas que ajudava o responsável pela fábrica. Quantas pessoas
eram? _______ - Qual o nome do cargo que ocupava(m)? ( ) Supervisor; ( ) Chefe; ( )
Encarregado.
5. Como a empresa está organizada? (Estrutura atual da empresa:)
( ) Tinha uma pessoa que respondia pela empresa como um todo (parte de produção,
financeira e de pessoas) e que estava sempre na empresa ou em reuniões representando a
empresa (pode ser o dono ou alguém que era de confiança do dono) – Qual o cargo?
( ) Presidente; ( ) Diretor; ( ) Superintendente; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
( ) Tinha uma pessoa que ajudava o dono ou aquele que respondia pela empresa. Esta pessoa
tocava a fábrica e cuidava da produção (pode ser um parente do dono ou alguém que era de
muita confiança) – Qual o cargo? ( ) Diretor; ( ) Gerente; ( ) Encarregado; ( ) Supervisor;
( ) Chefe; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
104
( ) Tinha uma ou mais pessoas que ajudava o responsável pela fábrica. Quantas pessoas
eram? _______ - Qual o nome do cargo que ocupava(m)? ( ) Supervisor; ( ) Chefe; ( )
Encarregado.
6. Quando da abertura da empresa:
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para todos os cargos e níveis da empresa;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para os cargos de chefia da fábrica;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para os cargos de chefia na área administrativa
da empresa;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para a área operacional da fábrica (área de
produção);
( ) Contratamos pessoas sem qualificação e qualificamos/treinamos dentro da própria fábrica;
( ) Contratamos parentes e amigos e treinamos todos na fábrica.
7. A empresa está constantemente viabilizando treinamento para que todas as chefias
se reciclem:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?.........................................................................
...................................................................................................................................................
8. A empresa está constantemente viabilizando treinamento para que a área
administrativa se recicle:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?..................................................................
...................................................................................................................................................
9. A empresa está constantemente viabilizando treinamento para a área fabril se
recicle:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?..................................................................
...................................................................................................................................................
105
10. As decisões mais importantes da empresa (Decisões estratégicas como, por exemplo:
vender para novos clientes; mudar de modelo de produto; mudar a matéria prima;
fazer parceria com fornecedor; fazer parceria com cliente) são tomadas por:
( ) Dono; ( ) Presidente; ( ) Diretor; ( ) Gerente; ( ) Chefias da fábrica;
( ) Chefias da área Administrativa; ( ) Todas as chefias; ( ) Todos os empregados;
( ) Pessoas da família que trabalhavam na empresa;
( ) Pessoas da família que não trabalhavam na empresa, mas que tinham conhecimento do
ramo.
11. Quando o mercado fica instável e as vendas diminuem, a empresa geralmente reage
da seguinte forma:
( ) Para a produção; ( ) Muda os modelos dos produtos; ( ) Muda a matéria prima – cor ou
tipo; ( ) Demite empregados e contrata outros com salário menor;
( ) Só demite empregados e diminui a produção; ( ) Aumenta a contratação de
representantes/vendedores; ( ) Procura novos clientes/mercados; ( ) Para a produção e dá
treinamento aos empregados.
Processo demográfico x Espécie
12. Quando da fundação de sua empresa obtiveram auxílio de:
( ) Procuramos entrar em contato com o SEBRAE;
( ) Procuramos entrar em contato com cooperativas que poderiam nos auxiliar;
( ) Procuramos contratar uma consultoria que atende outras empresas da região;
( ) Procuramos um advogado para nos ajudar nos aspectos legais;
( ) Procuramos um escritório de contabilidade para nos ajudar nos aspectos legais;
( ) Procuramos um escritório de contabilidade para nos ajudar nos aspectos de organização da
empresa;
( ) Procuramos outras empresas que nos ajudaram em todos os aspectos;
( ) Contratamos pessoas que estavam desempregadas, mas tinham experiência no ramo;
( ) Contratamos pessoas que estavam trabalhando em outras empresas e tinham experiência
no ramo;
106
( ) Começamos a participar das reuniões da Associação Industrial e Comercial da região;
( ) Visitamos outras empresas e vimos como era feito, copiamos a forma de organizar e
administrar a produção.
( ) Outros. Quais?...............................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
13. Das alternativas assinaladas acima, a que mais nos tem auxiliado é:
...........................................................................................................................................
Por que e quanto tempo durado?..........................................................................................
...........................................................................................................................................
Processo demográfico x Seleção
14. Quando abrimos a empresa:
( ) Existiam até dez empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Existiam até 20 empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Não existiam empresas no ramo que escolhemos;
( ) Existiam poucas empresas no ramo que escolhemos;
( ) Não sabemos a quantidade de empresas que existiam no ramo que escolhemos;
( ) Era o ramo mais rentável da região;
( ) Existia muita procura pelo produto no ramo que escolhemos;
15. Atualmente na empresa:
( ) Existem até dez empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Existem até 20 empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Não existem empresas no ramo que escolhemos;
( ) Existem poucas empresas no ramo que escolhemos;
107
( ) Não sabemos a quantidade de empresas que existem no ramo que escolhemos;
( ) É o ramo mais rentável da região;
( ) Existe muita procura pelo produto no ramo que escolhemos;
16. O produto que escolhemos fabricar é muito procurado. Temos esta informação por:
( ) Perguntamos nas outras empresas antes de abrir a fábrica;
( ) O SEBRAE tem nos informado;
( ) Temos feito pesquisas com profissionais da área em outras regiões;
( ) Observamos o mercado de nossa região por meio de pesquisa que nós mesmos efetuamos;
( ) Observamos o mercado de outras regiões por meio de encomenda de pesquisa feita por
consultores;
17. O produto que escolhemos fabricar não estava sendo procurado quando abrimos a
fábrica, mas decidimos produzi-lo mesmo assim. Obtivemos esta informação por:
( ) Perguntamos nas outras empresas antes de abrir a fábrica;
( ) O SEBRAE nos informou;
( ) Fizemos uma pesquisa com profissionais da área em outras regiões;
( ) Observamos o mercado de nossa região por meio de pesquisa que nós mesmos efetuamos;
( ) Observamos o mercado de outras regiões por meio de encomenda de pesquisa feita por
consultores;
18. Os produtos são fabricados e depois vendidos;
( ) Os clientes procuravam nossa empresa – vinham até a empresa;
( ) Tínhamos vários representantes que cuidavam das vendas;
( ) Tínhamos vendedores treinados para vendas;
19. Vendidos antes de serem fabricados (por pedido);
( ) Os clientes procuravam nossa empresa – vinham até a empresa;
( ) Tínhamos vários representantes que cuidavam das vendas;
108
( ) Tínhamos vendedores treinados para vendas;
20. A fábrica continua porque:
( ) Os clientes começaram a preferir nossos produtos ao invés da concorrência (aumento de
vendas);
( ) A matéria-prima ficou mais barata, reduzindo assim o preço dos produtos;
( ) Os impostos diminuíram;
( ) Grande oferta de mão-de-obra;
( ) A fábrica tem dado bons lucros, então resolvemos continuar;
( ) Bom relacionamento na família que administra a empresa;
( ) Bom capital de giro;
( ) Outras fábricas iguais tendo êxito no mesmo segmento que a nossa empresa;
( ) Poucas pequenas fábricas produzindo o mesmo tipo de produto;
( ) Parceria com grande fábrica que produz o mesmo produto;
( ) Bom número de clientes na carteira.
Processo Ecológico x Inércia
21. Sua empresa produz:
( ) Produtos diferenciados das concorrentes da região;
( ) Produtos que mudam freqüentemente;
( ) Produtos para atender um grande mercado;
( ) Muitos modelos de produtos (pouca quantidade e grande variedade);
( ) Poucos modelos de produtos (pouca variedade e grande quantidade);
( ) Produtos muito semelhantes aos produzidos pelas outras empresas da região.
22. Sobre os produtos produzidos, sua empresa:
( ) Procura mudar constantemente;
109
( ) Prefere ficar com um mesmo modelo por muito tempo;
( ) Faz pesquisas com outras empresas para mudar o produto;
( ) Faz pesquisa de mercado para mudar o produto;
( ) Freqüenta feiras para verificar as tendências da moda;
( ) Utiliza informações de pessoas especializadas em moda para fazer mudança no produto;
23. A matéria prima:
( ) É de fácil compra; ( ) É barata; ( ) É abundante;
( ) É difícil de comprar; ( ) É cara; ( ) É escassa;
( ) Procura utilizar sempre a mesma matéria prima;
( ) Temos feito testes sempre com matérias primas diferentes para ver o resultado
24. A mão-de-obra:
( ) É treinada; ( ) É barata; ( ) É abundante;
( ) Não é treinada; ( ) É cara; ( ) É escassa;
( ) Treinamos constantemente os empregados;
( ) Contratamos e depois treinamos os empregados.
25. Os equipamentos:
( ) São fáceis de compra; ( ) São baratos; ( ) São abundantes;
( ) São difíceis de comprar; ( ) São caros; ( ) São escassos;
( ) Procuramos comprar equipamentos de empresas que estão fechando;
( ) Procuramos comprar equipamentos de última geração, que estão sendo lançados.
Processo Ecológico x Espécies
26. Sua empresa:
( ) presta um único tipo de serviço (por exemplo: somente corte, somente costura, somente
tingimento, etc);
110
( ) presta mais de um tipo de serviço( por exemplo: corte, costura, tingimento) –
Quais?.......................................................................................................................;
( ) produz um único tipo de produto;
( ) produz mais de um tipo de produto;
27. Quanto a matéria prima que sua empresa utiliza:
( ) Trabalha com matéria prima em seu aspecto bruto (por exemplo: recebia tecido e
costurava; recebia o fio e tecia; etc);
( ) Recebe de outra empresa já um produto semi-manufaturado (por exemplo: recebia um
peça de roupa e agregava um detalhe; recebia a peça completa e fazia os acabamentos,
etc)
28. Quanto ao mercado que atende:
( ) fornece serviço/produto somente para uma grande empresa;
( ) Fornece serviço/produto para três ou mais grandes empresas;
( ) Fornece serviço/produto somente para uma pequena empresa;
( ) Fornece serviço/produto para três ou mais pequenas empresas;
( ) Fornece serviço/produto para os clientes finais (atacado ou varejo)
Processo Ecológico x Seleção
29. Os seguintes fatores estimularam a abertura de sua empresa:
( ) Empresas estavam tendo sucesso no mesmo segmento em que pretendia atuar;
( ) Apareceu a oportunidade de comprar uma empresa já estabelecida, sendo que foram
mantidas as mesmas características de produção da empresa comprada;
( ) Apareceu a oportunidade de comprar uma empresa já estabelecida, sendo que foram
alteradas as características de produção da empresa comprada;
( ) Uma grande empresa fez uma proposta para que Você abrisse sua empresa para
fornecer/prestar serviço a ela;
( ) Você perdeu o emprego em uma empresa grande e resolveu montar sua própria empresa;
111
( ) A família resolveu se juntar e montar uma empresa.
30. A empresa em suas atividades atualmente:
( ) existe forte concorrência local;
( ) existe forte concorrência estadual;
( ) existe forte concorrência nacional;
( ) existe forte concorrência internacional;
( ) a rentabilidade é inferior em relação ao inicio do negócio;
( ) a rentabilidade é superior ao inicio do negócio;
31. Em relação ao número de concorrentes:
( ) No início do negócio existiam poucas empresas na região;
( ) Existem poucas empresas no estado;
( ) Existem poucas empresas no País;
( )Existem poucas empresas no mundo;
( ) No início existiam muitas empresas na região;
( ) Existem muitas empresas no estado;
( ) Existem muitas empresas no País;
( ) Existem muitas empresas no mundo;
( ) Não tenho noção do número de concorrentes que existam.
32. Em relação a parcerias com fornecedores:
( ) Sua empresa nunca teve pareceria com outras empresas;
( ) Sua empresa tem parceria com uma única empresa;
( ) Sua empresa tem parceria com mais de duas empresas;
( ) Sua empresa tem parceria com uma única empresa e rompeu, Por
quê?_________________________
112
( ) Sua empresa tinha parceria com mais de duas empresas e rompeu, Por
quê?__________________
( ) Sua empresa tem parceria com uma única empresa e não rompeu, Por
quê?___________________________________________________
( )Sua empresa tem parceria com duas ou mais empresas e não rompeu, Por quê?
_____________________________________________
33. Com relação a parcerias com clientes:
( ) Sua empresa nunca teve pareceria com outras empresas;
( ) Sua empresa tem parceria com uma única empresa;
( ) Sua empresa tem parceria com mais de duas empresas;
( ) Sua empresa tinha parceria com uma única empresa e rompeu, Por
quê?_________________________
( ) Sua empresa tinha parceria com mais de duas empresas e rompeu, Por
quê?__________________
( ) Sua empresa tem parceria com uma única empresa e não rompeu, Por
quê?___________________________________________________
( )Sua empresa tem parceria com duas ou mais empresas e não rompeu, Por quê?
_____________________________________________
Processo Ambiental x Inércia
34. O governo influenciou na criação da empresa quando:
( ) Houve abertura de linhas de financiamento no primeiro ano da empresa;
( ) Houve abertura de linhas de financiamento após os dois anos de empresa;
( ) Houve incentivo de isenção de impostos no primeiro ano de existência da empresa;
( ) Houve incentivo de isenção de impostos após dois anos de existência da empresa;
( ) Não houve influência do governo na abertura da empresa
( ) Outros, Qual?:_____________________________________________________
113
35. O governo tem influenciado negativamente na continuidade da empresa quando:
( ) Não há abertura de linhas de financiamento no primeiro ano da a empresa;
( ) Não há abertura de linhas de financiamento após os dois anos de empresa;
( ) Não há incentivo de isenção de impostos no primeiro ano de existência da empresa;
( ) Não há incentivo de isenção de impostos após dois anos de existência da empresa;
( ) Não há influência do governo no fechamento da empresa
( ) Outros, Qual?:_____________________________________________________
36. Em relação aos produtos ou serviços da empresa, o governo:
( ) Tem incentivado a entrada de produtos/serviços importados ;
( ) Tem Bloqueado a entrada de produtos/serviços importados;
( ) Tem aumentado o salário mínimo beneficiando o aumento do consumo;
( ) Tem mantido (congelado) o salário mínimo ocasionando baixo consumo;
( ) Tem aumentado o salário mínimo aumentando os custos da empresa;
( ) Tem aumentado os impostos aumentando os custos da empresa.
37. Em relação a mão de obra, o governo:
( ) Tem crado programas de educação especializada, tendo oportunidade de capacitar a equipe
da empresa;
( ) Tem reduzido os impostos para as empresas que tenham funcionários estudando;
( ) não tem incentivado as empresas para que mantenham seus funcionários estudando;
38. No primeiro ano de negócio a imagem da minha empresa no mercado era:
( ) Pagadora de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores;
( ) Pagadora de suas contas com alguns dias de atraso;
( ) Pagadora somente dos principais fornecedores, os demais renegociava prazos maiores;
( ) pontualidade no prazo de entrega com qualidade dos produtos/serviços aos clientes;
( ) entregava com certo atraso os produtos/serviços dos clientes;
114
( ) Pagava rigorosamente em dia os impostos ao governo;
( ) Pagava com certo atraso os impostos ao governo;
( ) Inadimplente (não pagadora dos impostos) ao governo
39. Atualmente a imagem da minha empresa no mercado é:
( ) Pagadora de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores;
( ) Pagadora de suas contas com alguns dias de atraso;
( ) Pagadora somente dos principais fornecedores, os demais renegocia prazos maiores;
( ) pontual no prazo de entrega com qualidade dos produtos/serviços aos clientes;
( ) entrega com certo atraso os produtos/serviços dos clientes;
( ) Paga rigorosamente em dia os impostos ao governo;
( ) Paga com certo atraso os impostos ao governo;
( ) Inadimplente (não pagadora dos impostos) ao governo
40. Em relação a tecnologia
( ) No inicio do negócio a empresa tinha tecnologia de ponta;
( ) No inicio do negócio a empresa não tinha tecnologia de ponta;
( ) Atualmente a empresa tem tecnologia de ponta;
( ) Atualmente a empresa não tem tecnologia de ponta;
( ) Chegou a ter em determinado momento tecnologia de ponta, mas atualmente está sendo
superada pelo surgimento de novas tecnologias;
( ) A empresa nunca teve tecnologia de ponta;
Processo Ambiental x Espécies
41. Sua empresa é:
( ) prestadora de serviços para o governo;
( ) fornecedora de produtos para o governo;
( ) Fornecedora para uma empresa que vendia para o governo;
115
( ) Faz parte de uma rede de empresas;
( ) Filial de uma grande empresa;
( ) Franquia de uma grande empresa;
( ) Faz parte de uma cooperativa;
( ) Nenhuma das alternativas acima;
( ) Outros. Qual?______________________________________
42. Sua empresa geralmente:
( ) Observa como outras empresas se organizam e procura fazer igual;
( ) Observa como seus concorrentes se organizam e procura fazer igual:
( ) Observam o que existe em livros de administração e procura fazer o que a teoria diz;
( ) Consulta pessoas especialistas em organização e coloca em prática o que elas dizem;
( ) Organiza como acha que deve ser, pela experiência.
Processo Ambiental x Seleção
43. Quando abrimos a empresa, as outras empresas:
( ) Possuíam tecnologia mais adiantada que a nossa;
( ) Possuíam tecnologia mais atrasada que a nossa;
( ) Contratavam mão-de-obra já treinada e pagavam melhor;
( ) Contratavam mão-de-obra menos qualificada e pagavam menos;
( ) Diziam para nós que faziam uma coisa mas faziam outra (por exemplo: pagavam menos
ou mais do que diziam; falavam que uma máquina era boa ou ruim para não comprarmos;
etc);
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade e não diziam quem era o fornecedor;
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade mas dividiam conosco as informações;
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e não nos informavam
sobre isto;
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e dividiam conosco as
informações;
116
( ) Tinham bons clientes e não nos falavam como conseguiam;
( ) Tinham bons clientes e dividiam conosco as vendas.
44. Atualmente
as outras empresas:
( ) Possuem tecnologia mais adiantada que a nossa;
( ) Possuem tecnologia mais atrasada que a nossa;
( ) Contratam mão-de-obra já treinada e pagam melhor;
( ) Contratam mão-de-obra menos qualificada e pagam menos;
( ) Dizem para nós que fazem uma coisa mas fazem outra (por exemplo: pagam menos ou
mais do que dizem; falam que uma máquina é boa ou ruim para não comprarmos; etc);
( ) Compram matéria-prima de mais qualidade e não dizem quem é o fornecedor;
( ) Compram matéria-prima de mais qualidade mas dividem conosco as informações;
( ) Compram matéria-prima de baixa qualidade, ganham no custo e não nos informam sobre
isto;
( ) Compram matéria-prima de baixa qualidade, ganham no custo e dividem conosco as
informações;
( ) Tem bons clientes e não nos falam como conseguiam;
( ) Tem bons clientes e dividem conosco as vendas.
45. Em relação a política nacional predominante na época da abertura:
( ) Havia muitos casos de corrupção na política municipal, estadual ou nacional que auxiliou
na abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram a abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que prejudicaram a abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram somente as grandes empresas e que
prejudicaram a abertura de nossa empresa.
( ) Não tínhamos conhecimento deste assunto.
Você acha que o mesmo afetou as outras empresas? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?..................
.......................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................
117
46. Em relação a política nacional predominante na atualidade:
( ) Há poucos casos de corrupção na política municipal, estadual ou nacional que nos tem
ajudado na continuidade de nossa empresa;
( ) Há pacotes econômicos que beneficiam a continuidade da nossa empresa;
( ) Há pacotes econômicos que ajudaram a continuidade da nossa empresa (agilidade e
renegociações de dividas com o governo);
( ) Há pacotes econômicos que beneficiaram principalmente as pequenas empresas;
( ) Não temos conhecimento deste assunto.
Você acha que o mesmo tem afetado as outras empresas?( ) Sim;( ) Não; Por
que?..................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
47. Quando há alterações na política econômica:
( ) Esperamos primeiramente as medidas econômicas do governo para depois agirmos;
( ) Agimos antes das medidas econômicas;
( ) Ignoramos tais alterações;
( ) Procuramos saber junto aos órgãos e associações de classe informações que possam nos
posicionar melhor mediante as alterações,
Você acha que as outras empresas agem da mesma forma? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?......
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
48. As principais dificuldades externas enfrentadas pela empresa são:
( ) Alta de taxa de juros praticadas pela economia brasileira;
( ) alta carga de impostos cobradas pelo governo;
( ) Falta de capital de giro para compra de equipamentos, matéria prima e contratação de mão
de obra qualificada;
( ) Rapidez com que o mercado muda os negócios, sem termos tempo suficiente de
acompanhar as mudanças;
Você acha que o mesmo afetou as outras empresas? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?..................
118
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
49. Em relação a tecnologia (máquinas e equipamentos), a maior dificuldade de nossa
empresa é:
( ) Falta de recursos financeiros para investir;
( ) Falta de acesso ao conhecimento de novas tecnologias;
( ) Sucateamento rápido dos equipamentos que existem na empresa em virtude da inovação
tecnológica;
( ) Falta de incentivo por parte do governo ao acesso de novas tecnologias;
( ) Pouco interesse sobre novas tecnologias;
Você acha que as outras empresas enfrentam as mesmas dificuldades? ( ) Sim; ( ) Não; Por
que?..............................................................................................................................
50. A tecnologia (máquinas e equipamentos) para nossa empresa:
( ) No início fez crescermos e estabelecermos no mercado;
( ) Tem sido indiferente para a continuidade do negócio;
( ) Temos perdido mercado após o primeiro ano de vida pelas novidades (inovações)
ocorridas rapidamente no mercado;
( ) Temos ganhado mercado após o primeiro ano de vida por acompanharmos as tendências
do mercado;
( ) Não tem sido suficiente para darmos continuidade ao nosso negócio.
Por quê?:______________________________________________________________
119
APÊNDICE 3 - QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS EMPRESAS EXTINTAS
Processo Demográfico x Inércia
1. Ano de fundação da empresa:
2.Ano de fechamento da empresa:
3.A empresa fabricava:
( ) Marca própria; ( ) Fabricava para outras marcas.
4.Motivo que levou a empresa a fechar suas portas:
..................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
5.Como a empresa era organizada no seu início? (Estrutura inicial da empresa:)
( ) Tinha uma pessoa que respondia pela empresa como um todo (parte de produção,
financeira e de pessoas) e que estava sempre na empresa ou em reuniões representando a
empresa (pode ser o dono ou alguém que era de confiança do dono) – Qual o cargo?
( ) Presidente; ( ) Diretor; ( ) Superintendente; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
( ) Tinha uma pessoa que ajudava o dono ou aquele que respondia pela empresa. Esta pessoa
tocava a fábrica e cuidava da produção (pode ser um parente do dono ou alguém que era de
muita confiança) – Qual o cargo? ( ) Diretor; ( ) Gerente; ( ) Encarregado; ( ) Supervisor;
( ) Chefe; ( ) O cargo não tinha um nome específico.
( ) Tinha uma ou mais pessoas que ajudava o responsável pela fábrica. Quantas pessoas
eram? _______ - Qual o nome do cargo que ocupava(m)? ( ) Supervisor; ( ) Chefe; ( )
Encarregado.
6.Quando da abertura da empresa:
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para todos os cargos e níveis da empresa;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para os cargos de chefia da fábrica;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para os cargos de chefia na área administrativa
da empresa;
( ) Contratamos pessoas qualificadas/treinadas para a área operacional da fábrica (área de
produção);
( ) Contratamos pessoas sem qualificação e qualificamos/treinamos dentro da própria fábrica;
( ) Contratamos parentes e amigos e treinamos todos na fábrica.
120
7.No período em que a empresa estava em atividade constantemente viabilizamos
treinamento para que todas as chefias se reciclassem:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?.........................................................................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
8.No período em que a empresa estava em atividade, constantemente viabilizamos
treinamento para que a área administrativa se reciclasse:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?..................................................................
.......................................................................................................................................................
...................................................................................................................................
9.No período em que a empresa estava em atividade, constantemente viabilizamos
treinamento para a área fabril se reciclasse:
( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente. Como?..................................................................
.......................................................................................................................................................
...................................................................................................................................
10. As decisões mais importantes da empresa (Decisões estratégicas como, por
exemplo: vender para novos clientes; mudar de modelo de produto; mudar a
matéria prima; fazer parceria com fornecedor; fazer parceria com cliente) eram
tomadas por:
( ) Dono; ( ) Presidente; ( ) Diretor; ( ) Gerente; ( ) Chefias da fábrica;
( ) Chefias da área Administrativa; ( ) Todas as chefias; ( ) Todos os empregados;
( ) Pessoas da família que trabalhavam na empresa;
( ) Pessoas da família que não trabalhavam na empresa, mas que tinham conhecimento do
ramo.
11. Quando o mercado ficava instável e as vendas diminuíam, a empresa geralmente
reagia da seguinte forma:
( ) Parava a produção; ( ) Mudava os modelos dos produtos; ( ) Mudava a matéria prima –
cor ou tipo; ( ) Demitia empregados e contratava outros com salário menor;
( ) Só demitia empregados e diminuía a produção; ( ) Aumentava a contratação de
representantes/vendedores; ( ) Procurava novos clientes/mercados; ( ) Parava a produção e
dava treinamento aos empregados.
121
Processo Demográfico x Espécie
12. Quando da fundação de sua empresa obtiveram auxílio de:
( ) Procuramos entrar em contato com o SEBRAE;
( ) Procuramos entrar em contato com cooperativas que poderiam nos auxiliar;
( ) Procuramos contratar uma consultoria que atende outras empresas da região;
( ) Procuramos um advogado para nos ajudar nos aspectos legais;
( ) Procuramos um escritório de contabilidade para nos ajudar nos aspectos legais;
( ) Procuramos um escritório de contabilidade para nos ajudar nos aspectos de organização da
empresa;
( ) Procuramos outras empresas que nos ajudaram em todos os aspectos;
( ) Contratamos pessoas que estavam desempregadas, mas tinham experiência no ramo;
( ) Contratamos pessoas que estavam trabalhando em outras empresas e tinham experiência
no ramo;
( ) Começamos a participar das reuniões da Associação Industrial e Comercial da região;
( ) Visitamos outras empresas e vimos como era feito, copiamos a forma de organizar e
administrar a produção.
( ) Outros. Quais?...............................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
13. Das alternativas assinaladas acima, a que mais nos auxiliou foi:
...........................................................................................................................................
Por que e quanto tempo durou?..........................................................................................
...........................................................................................................................................
............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
Processo Demográfico x Seleção
14. Quando abrimos a empresa:
( ) Existiam até dez empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
122
( ) Existiam até 20 empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Não existiam empresas no ramo que escolhemos;
( ) Existiam poucas empresas no ramo que escolhemos;
( ) Não sabemos a quantidade de empresas que existiam no ramo que escolhemos;
( ) Era o ramo mais rentável da região;
( ) Existia muita procura pelo produto no ramo que escolhemos;
15. Quando fechamos a empresa:
( ) Existiam até dez empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Existiam até 20 empresas que atuavam no ramo que escolhemos;
( ) Não existiam empresas no ramo que escolhemos;
( ) Existiam poucas empresas no ramo que escolhemos;
( ) Não sabemos a quantidade de empresas que existiam no ramo que escolhemos;
( ) Era o ramo mais rentável da região;
( ) Existia muita procura pelo produto no ramo que escolhemos;
16. O produto que escolhemos fabricar era muito procurado. Tivemos esta informação
por:
( ) Perguntamos nas outras empresas antes de abrir a fábrica;
( ) O SEBRAE nos informou;
( ) Fizemos uma pesquisa com profissionais da área em outras regiões;
( ) Observamos o mercado de nossa região por meio de pesquisa que nós mesmos efetuamos;
( ) Observamos o mercado de outras regiões por meio de encomenda de pesquisa feita por
consultores;
17. O produto que escolhemos fabricar não estava sendo procurado quando abrimos a
fábrica, mas decidimos produzi-lo mesmo assim. Obtivemos esta informação por:
( ) Perguntamos nas outras empresas antes de abrir a fábrica;
( ) O SEBRAE nos informou;
( ) Fizemos uma pesquisa com profissionais da área em outras regiões;
( ) Observamos o mercado de nossa região por meio de pesquisa que nós mesmos efetuamos;
123
( ) Observamos o mercado de outras regiões por meio de encomenda de pesquisa feita por
consultores;
18. Os produtos eram fabricados e depois vendidos;
( ) Os clientes procuravam nossa empresa – vinham até a empresa;
( ) Tínhamos vários representantes que cuidavam das vendas;
( ) Tínhamos vendedores treinados para vendas;
19. Vendidos antes de serem fabricados (por pedido);
( ) Os clientes procuravam nossa empresa – vinham até a empresa;
( ) Tínhamos vários representantes que cuidavam das vendas;
( ) Tínhamos vendedores treinados para vendas;
20. A fábrica fechou porque:
( ) Os clientes começaram a preferir os produtos da concorrência (queda de vendas);
( ) A matéria-prima ficou muito cara em relação ao preço dos produtos;
( ) Os impostos ficaram muito altos;
( ) Mão-de-obra escassa;
( ) A fábrica deixou de dar lucro, então os proprietários resolveram fechar;
( ) Brigas na família;
( ) Falta de capital de giro;
( ) Várias fábricas iguais fecharam;
( ) Abriram muitas pequenas fábricas produzindo o mesmo tipo de produto;
( ) Abriu uma grande fábrica que produzia o mesmo produto;
( ) Nosso principal cliente faliu.
Processo Ecológico x Inércia
21. Sua empresa produzia:
( ) Produtos diferenciados das concorrentes da região;
( ) Produtos que mudavam freqüentemente;
( ) Produtos para atender um grande mercado;
( ) Muitos modelos de produtos (pouca quantidade e grande variedade);
124
( ) Poucos modelos de produtos (pouca variedade e grande quantidade);
( ) Produtos muito semelhantes aos produzidos pelas outras empresas da região.
22. Sobre os produtos produzidos, sua empresa:
( ) Procurava mudar constantemente;
( ) Preferia ficar com um mesmo modelo por muito tempo;
( ) Fazia pesquisas com outras empresas para mudar o produto;
( ) Fazia pesquisa de mercado para mudar o produto;
( ) Freqüentava feiras para verificar as tendências da moda;
( ) Utilizava informações de pessoas especializadas em moda para fazer mudança no produto;
23. A matéria prima:
( ) Era de fácil compra; ( ) Era barata; ( ) Era abundante;
( ) Era difícil de comprar; ( ) Era cara; ( ) Era escassa;
( ) Procurávamos utilizar sempre a mesma matéria prima;
( ) Fazíamos testes sempre com matérias primas diferentes para ver o resultado.
24. A mão-de-obra:
( ) Era treinada; ( ) Era barata; ( ) Era abundante;
( ) Não era treinada; ( ) Era cara; ( ) Era escassa;
( ) Treinávamos constantemente os empregados;
( ) Contratávamos e depois treinávamos os empregados.
25. Os equipamentos:
( ) Eram de fácil compra; ( ) Eram baratos; ( ) Eram abundantes;
( ) Eram difíceis de comprar; ( ) Eram caros; ( ) Eram escassos;
( ) Procurávamos comprar equipamentos de empresas que estavam fechando;
( ) Procurávamos comprar equipamentos de última geração, que estavam sendo lançados.
Processo ecológico x espécies
26. Sua empresa:
125
( ) prestava um único tipo de serviço (por exemplo: somente corte, somente costura, somente
tingimento, etc);
( ) prestava mais de um tipo de serviço( por exemplo: corte, costura, tingimento) –
Quais?.......................................................................................................................;
( ) produzia um único tipo de produto;
( ) produzia mais de um tipo de produto;
27. Quanto a matéria prima que sua empresa utilizava:
( ) Trabalhava com matéria prima em seu aspecto bruto (por exemplo: recebia tecido e
costurava; recebia o fio e tecia; etc);
( ) Recebia de outra empresa já um produto semi-manufaturado (por exemplo: recebia um
peça de roupa e agregava um detalhe; recebia a peça completa e fazia os acabamentos,
etc)
28. Quanto ao mercado que atendia:
( ) fornecia serviço/produto somente para uma grande empresa;
( ) Fornecia serviço/produto para três ou mais grandes empresas;
( ) Fornecia serviço/produto somente para uma pequena empresa;
( ) Fornecia serviço/produto para três ou mais pequenas empresas;
( ) Fornecia serviço/produto para os clientes finais (atacado ou varejo)
Processo Ecológico x seleção
29. Os seguintes fatores estimularam a abertura de sua empresa:
( ) Empresas estavam tendo sucesso no mesmo segmento em que pretendia atuar;
( ) Apareceu a oportunidade de comprar uma empresa já estabelecida, sendo que foram
mantidas as mesmas características de produção da empresa comprada;
( ) Apareceu a oportunidade de comprar uma empresa já estabelecida, sendo que foram
alteradas as características de produção da empresa comprada;
( ) Uma grande empresa fez uma proposta para que Você abrisse sua empresa para
fornecer/prestar serviço a ela;
( ) Você perdeu o emprego em uma empresa grande e resolveu montar sua própria empresa;
( ) A família resolveu se juntar e montar uma empresa.
30. Quando a empresa encerrou as atividades:
( ) existia forte concorrência local;
126
( ) existia forte concorrência estadual;
( ) existia forte concorrência nacional;
( ) existia forte concorrência internacional;
( ) a rentabilidade era inferior em relação ao inicio do negócio;
( ) a rentabilidade era superior ao inicio do negócio;
31. Em relação ao número de concorrentes:
( ) No início do negócio existiam poucas empresas na região;
( ) Existiam poucas empresas no estado;
( ) existiam poucas empresas no País;
( ) Existiam poucas empresas no mundo;
( ) No início existiam muitas empresas na região;
( ) Existiam muitas empresas no estado;
( ) Existiam muitas empresas no País;
( ) Existiam muitas empresas no mundo;
( ) Não tinha noção do número de concorrentes que existiam.
32. Em relação a parcerias com fornecedores:
( ) Sua empresa nunca teve pareceria com outras empresas;
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa;
( ) Sua empresa teve parceria com mais de duas empresas;
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa e rompeu, Por
quê?_________________________
( ) Sua empresa teve parceria com mais de duas empresas e rompeu, Por
quê?__________________
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa e não rompeu quando ainda estava em
atividade Por quê?___________________________________________________
( )Sua empresa teve parceria com duas ou mais empresas e não rompeu quando ainda estava
em atividade, Por quê? _____________________________________________
33. Com relação a parcerias com clientes:
( ) Sua empresa nunca teve pareceria com outras empresas;
127
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa;
( ) Sua empresa teve parceria com mais de duas empresas;
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa e rompeu, Por
quê?_________________________
( ) Sua empresa teve parceria com mais de duas empresas e rompeu, Por
quê?__________________
( ) Sua empresa teve parceria com uma única empresa e não rompeu quando ainda estava em
atividade Por quê?___________________________________________________
( )Sua empresa teve parceria com duas ou mais empresas e não rompeu quando ainda estava
em atividade, Por quê? _____________________________________________
Processo Ambiental x Inércia
34. O governo influenciou na criação da empresa quando:
( ) Houve abertura de linhas de financiamento no primeiro ano da empresa;
( ) Houve abertura de linhas de financiamento após os dois anos de empresa;
( ) Houve incentivo de isenção de impostos no primeiro ano de existência da empresa;
( ) Houve incentivo de isenção de impostos após dois anos de existência da empresa;
( ) Não houve influência do governo na abertura da empresa
( ) Outros, Qual?:_____________________________________________________
35. O governo influenciou no fechamento da empresa quando:
( ) Não houve abertura de linhas de financiamento no primeiro ano da a empresa;
( ) Não houve abertura de linhas de financiamento após os dois anos de empresa;
( ) Não houve incentivo de isenção de impostos no primeiro ano de existência da empresa;
( ) Não houve incentivo de isenção de impostos após dois anos de existência da empresa;
( ) Não houve influência do governo no fechamento da empresa
( ) Outros, Qual?:_____________________________________________________
36. Em relação aos produtos ou serviços da extinta empresa, o governo:
( ) Incentivou a entrada de produtos(tecidos, tintas, etc...)/serviços (produtos feitos fora do
Brasil) importados ;
( ) Bloqueou a entrada de produtos (tecidos, tintas, etc...)/serviços (produtos feitos fora do
Brasil) importados;
128
( ) Aumentou o salário mínimo beneficiando o aumento do consumo;
( ) Manteve (congelou) o salário mínimo ocasionando baixo consumo;
( ) Aumentou o salário mínimo aumentando os custos da empresa;
( ) Aumentou os impostos aumentando os custos da empresa.
37. Em relação a mão de obra, o governo:
( ) criou programas de educação especializada, tendo oportunidade de capacitar a equipe da
empresa;
( ) reduziu os impostos para as empresas que tivessem funcionários estudando;
( ) não incentivou as empresas para que mantivessem os funcionários estudando;
( ) Incentivou a criação de novos empregos através da redução dos impostos para as empresas
que abrissem mais vagas;
( ) Não houve incentivo de novos empregos para as empresas que abrissem mais vagas
38. No primeiro ano de negócio a imagem da minha empresa no mercado era:
( ) Pagadora de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores;
( ) Pagadora de suas contas com alguns dias de atraso;
( ) Pagadora somente dos principais fornecedores, os demais renegociava prazos maiores;
( ) pontualidade no prazo de entrega com qualidade dos produtos/serviços aos clientes;
( ) entregava com certo atraso os produtos/serviços dos clientes;
( ) Pagava rigorosamente em dia os impostos ao governo;
( ) Pagava com certo atraso os impostos ao governo;
( ) Inadimplente (não pagadora dos impostos) ao governo
39. No último ano de negócio a imagem da minha empresa no mercado era:
( ) Pagadora de suas contas rigorosamente em dia aos seus fornecedores;
( ) Pagadora de suas contas com alguns dias de atraso;
( ) Pagadora somente dos principais fornecedores, os demais renegociava prazos maiores;
( ) pontualidade no prazo de entrega com qualidade dos produtos/serviços aos clientes;
( ) entregava com certo atraso os produtos/serviços dos clientes;
( ) Pagava rigorosamente em dia os impostos ao governo;
129
( ) Pagava com certo atraso os impostos ao governo;
( ) Inadimplente (não pagadora dos impostos) ao governo
40. Em relação a tecnologia
( ) No inicio do negócio a empresa tinha tecnologia de ponta;
( ) No inicio do negócio a empresa não tinha tecnologia de ponta;
( ) Ao fechar o negócio a empresa tinha tecnologia de ponta;
( ) Ao fechar o negócio a empresa não tinha ainda tecnologia de ponta;
( ) A empresa chegou a ter em determinado momento tecnologia de ponta, mas depois foi
superada pelo surgimento de novas tecnologias;
( ) A empresa nunca teve tecnologia de ponta;
Processo Ambiental x Espécies
41. Sua empresa era:
( ) prestadora de serviços para o governo;
( ) fornecedora de produtos para o governo;
( ) Fornecedora para uma empresa que vendia para o governo;
( ) Fazia parte de uma rede de empresas;
( ) Filial de uma grande empresa;
( ) Franquia de uma grande empresa;
( ) Fazia parte de uma cooperativa;
( ) Nenhuma das alternativas acima;
( ) Outros. Qual?______________________________________
42. Sua empresa geralmente:
( ) Observava como outras empresas se organizavam e procuravam fazer igual;
( ) Observava como seus concorrentes se organizavam e procuravam fazer igual:
( ) Observavam o que existia em livros de administração e procuravam fazer o que a teoria
dizia;
( ) Consultavam pessoas especialistas em organização e colocavam em prática o que elas
diziam;
130
( ) Organizavam como achavam que devia ser, pela experiência.
Processo Ambiental x Seleção
43. Quando abrimos a empresa, as outras empresas:
( ) Possuíam tecnologia mais adiantada que a nossa;
( ) Possuíam tecnologia mais atrasada que a nossa;
( ) Contratavam mão-de-obra já treinada e pagavam melhor;
( ) Contratavam mão-de-obra menos qualificada e pagavam menos;
( ) Diziam para nós que faziam uma coisa mas faziam outra (por exemplo: pagavam menos
ou mais do que diziam; falavam que uma máquina era boa ou ruim para não comprarmos;
etc);
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade e não diziam quem era o fornecedor;
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade mas dividiam conosco as informações;
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e não nos informavam
sobre isto;
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e dividiam conosco as
informações;
( ) Tinham bons clientes e não nos falavam como conseguiam;
( ) Tinham bons clientes e dividiam conosco as vendas.
44. Quando fechamos a empresa, as outras empresas:
( ) Possuíam tecnologia mais adiantada que a nossa;
( ) Possuíam tecnologia mais atrasada que a nossa;
( ) Contratavam mão-de-obra já treinada e pagavam melhor;
( ) Contratavam mão-de-obra menos qualificada e pagavam menos;
( ) Diziam para nós que faziam uma coisa mas faziam outra (por exemplo: pagavam menos
ou mais do que diziam; falavam que uma máquina era boa ou ruim para não comprarmos;
etc);
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade e não diziam quem era o fornecedor;
( ) Compravam matéria-prima de mais qualidade mas dividiam conosco as informações;
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e não nos informavam
sobre isto;
131
( ) Compravam matéria-prima de baixa qualidade, ganhavam no custo e dividiam conosco as
informações;
( ) Tinham bons clientes e não nos falavam como conseguiam;
( ) Tinham bons clientes e dividiam conosco as vendas.
45. Em relação a política nacional predominante na época da abertura:
( ) Havia muitos casos de corrupção na política municipal, estadual ou nacional que auxiliou
na abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram a abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que prejudicaram a abertura de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram somente as grandes empresas e que
prejudicaram a abertura de nossa empresa.
( ) Não tínhamos conhecimento deste assunto.
Você acha que o mesmo afetou as outras empresas? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?..................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
46. Em relação a política nacional predominante quando a empresa fechou:
( ) Havia muitos casos de corrupção na política municipal, estadual ou nacional que ajudou
no fechamento de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram no fechamento de nossa empresa;
( ) Havia pacotes econômicos que prejudicaram o fechamento de nossa empresa (demorou e
gastamos mais para fechar a empresa);
( ) Havia pacotes econômicos que beneficiaram somente as grandes empresas e prejudicaram
o fechamento de nossa empresa;
( ) Não tínhamos conhecimento deste assunto.
Você acha que o mesmo afetou as outras empresas? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?..................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
47. Quando havia alterações na política econômica:
( ) Esperávamos primeiramente as medidas econômicas do governo para depois agirmos;
( ) Agíamos antes das medidas econômicas;
( ) Ignorávamos tais alterações;
132
( ) Procurávamos saber junto aos órgãos e associações de classe informações que
pudéssemos nos posicionar melhor mediante as alterações,
Você acha que as outras empresas agiam da mesma forma? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?......
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
48. As principais dificuldades externas enfrentadas pela empresa eram:
( ) Alta de taxa de juros praticadas pela economia brasileira;
( ) alta carga de impostos cobradas pelo governo;
( ) Falta de capital de giro para compra de equipamentos, matéria prima e contratação de mão
de obra qualificada;
( ) Rapidez com que o mercado mudava os negócios, sem termos tempo suficiente de
acompanhar as mudanças;
Você acha que o mesmo afetou as outras empresas? ( ) Sim; ( ) Não; Por que?..................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
49. Em relação a tecnologia (máquinas e equipamentos), a maior dificuldade de nossa
empresa era:
( ) Falta de recursos financeiros para investir;
( ) Falta de acesso ao conhecimento de novas tecnologias;
( ) Sucateamento rápido dos equipamentos que existiam na empresa em virtude da inovação
tecnológica;
( ) Falta de incentivo por parte do governo ao acesso de novas tecnologias;
( ) Pouco interesse sobre novas tecnologias;
Você acha que as outras empresas enfrentaram as mesmas dificuldades? ( ) Sim; ( ) Não;
Por que?..............................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................
50. A tecnologia (máquinas e equipamentos) para nossa empresa:
( ) No início fez crescermos e estabelecermos no mercado;
( ) Foi indiferente para a continuidade do negócio;
( ) Fez perdemos mercado após o primeiro ano de vida pelas novidades (inovações) ocorridas
rapidamente no mercado;
133
( ) Ganhamos mercado após o primeiro ano de vida por acompanharmos as tendências do
mercado;
( ) Não foi suficiente para darmos continuidade ao negócio. Por quê?:_________________
______________________________________________________________________
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