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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Brasília / DF
6ª EXPOEPI | Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças | Anais
Anais
MOSTRA NACIONAL DE EXPERIÊNCIAS
BEM-SUCEDIDAS EM EPIDEMIOLOGIA,
PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOEAS
6 EXPOEPI
www.saude.gov.br/svs
www.saude.gov.br/bvs
disque saúde: 0800.61.1997
ª
9 7 8 8 5 3 3 4 1 3 4 2 9
ISBN 978-85-334-1342-9
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Anais
6 EXPOEPI
Mostra Nacional de Experiências
Bem-Sucedidas em Epidemiologia,
Prevenção e Controle de Doenças
ª
ads:
Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde
Brasília, DF
15 a 17 de novembro de 2006
Anais
Série D. Reuniões e Conferências
Brasília, DF • 2007
6 EXPOEPI
Mostra Nacional de Experiências
Bem-Sucedidas em Epidemiologia,
Prevenção e Controle de Doenças
ª
© 2007. Ministério da Saúde.
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e
que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde
do Ministério da Saúde: http://www.saude.gov.br/bvs
Série D. Reuniões e Conferências
Tiragem: 1ª edição – 2007 – 10.000 exemplares
Elaboração, edição e distribuição
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Organização: Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviço
Produção: Núcleo de Comunicação e Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviço
Endereço
Esplanada dos Ministérios, Bloco G
Edifício Sede, sobreloja
CEP: 70.058-900, Brasília, DF
E-mail: [email protected].br
Endereço eletrônico: www.saude.gov.br/svs
Produção editorial dos Anais – SVS/MS
Organização: Maria Regina Fernandes de Oliveira
Copidesque/revisão: Ermenegyldo Munhoz Junior
Projeto gráfico: Fabiano Camilo, Sabrina Lopes
Diagramação: Edite Damásio da Silva
Capa: Sabrina Lopes
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
6ª Expoepi: mostra nacional de experiências bem-sucedidas em epidemiologia, prevenção e controle de doenças:
anais / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2007.
136 p. – (Série D. Reuniões e Conferências)
ISBN
978-85-334-1342-9
1. Vigilância epidemiológica. 2. Vigilância em saúde pública. 3. Planejamento em saúde. 4. Doenças transmissíveis
I. Título. II. Série.
NLM W 82
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2007/0561
Títulos para indexação
Em inglês: 6
th
Expoepi: National Exhibition of Successful Experiences in Diseases Epidemiology, Prevention
and Control: annals
Em espanhol: 6.ª Expoepi: Muestra Nacional de Experiencias Bien Sucedidas en Epidemiología, Prevención
y Control de Enfermedades: anales
6ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas
em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
Presidente da 6ª Expoepi
Fabiano Geraldo Pimenta Júnior – SVS/MS
Coordenação da Comissão Organizadora
Eunice de Lima – SVS/MS
Coordenadora da Comissão Científica
Maria Regina Fernandes de Oliveira – SVS/MS
Comissão Organizadora
André Falcão do Rego Barros – Nucom/SVS
Carlos Estênio Brasilino – Nucom/SVS
Carolina Oliviera Gontijo – Nucom/SVS
Cristiane Vasconcelos – Ascom/MS
Eunice de Lima – Nucom/SVS
Fabiano Camilo e Silva – Nucom/SVS
João Batista Geovanini da Silva – Ascom/MS
Jussara Batista Valadares – UGP/SVS
rcia Santa Cruz Pordeus – UGP/SVS
Maria Regina Fernandes de Oliveira – CGDEP/SVS
Monica Pereira – UGP/SVS
Otavio Flud Giacomo – Nucom/SVS
Rochelle Patricia Ferraz de Souza – Nucom/SVS
Sabrina Gonçalves Lopes Silva – Nucom/SVS
Sérgio Luiz Ferreira Vianna – UGP/SVS
Tatiana Marques Portela – Nucom/SVS
iago Alves de Freitas – Nucom/SVS
Comisão Científica
Adauto Martins Soares Filho – SVS/MS
Adriana Miranda de Castro – SVS/MS
Aide Campagna – SVS/MS
Alessandro Ricardo Caruso da Cunha – SVS/MS
Ana Freitas Ribeiro – SES/SP
Ana Maria de Brito – FCM/UPE
Ana Maria Johnson de Assis – SVS/MS
Ana Nilce Silveira Maia Elkhoury – SVS/MS
Anamaria Testa Tambellini – SVS/MS
Antônio Silva Lima Neto – Unifor/CE
Carla Magda A. S. Domingues – SVS/MS
Carmen Lucia Muricy – SVS/MS
Cibele Medeiros Brito Leite – SVS/MS
Cristiane Scolari Gosch – SVS/MS
Cristiane Vieira de Assis Pujol Luz – SVS/MS
Dácio de Lira Rabello Neto – SVS/MS
Daniela Loiola – SCTIES/MS
Denise de Freitas Tavares da Silva – SVS/MS
Eduardo Hage Carmo – SVS/MS
Elizabeth David dos Santos – SVS/MS
Elza Ferreira Noronha – UNB
Elza Helena Krawiec – SVS/MS
Fabiano Geraldo Pimenta Júnior – SVS/MS
Fernanda Nogueira – SVS/MS
Fernando Barros Ribeiro – SVS/MS
Flávia Helena Maia Costa – SVS/MS
Flávio Pereira Nunes – SVS/MS
George Santiago Dimech – SVS/MS
Gerson Fernando Mendes Pereira – SVS/MS
Haroldo Sérgio da Silva Bezerra – SVS/MS
Ima Aparecida Braga – SVS/MS
Inês Dourado – ISC/UFBA
Isaias da Silva Pereira – SVS/MS
Ivenise Leal Braga – SVS/MS
José Lázaro de Brito Ladislau – SVS/MS
José Ueleres Braga – UERJ
Joseney Santos – SVS/MS
Júlia Aparecida Devide Nogueira – SVS/MS
Leidijany Costa Paz – SVS/MS
Lenildo de Moura – SVS/MS
Luciana Monteiro Vasconcelos Sardinha – SVS/MS
Luciana Teodoro de Rezende Lara – SVS/MS
Luciane Zappelini Daufenbach – SVS/MS
Luiza de Marilac Barbosa – SVS/MS
Magda Levantezi – SVS/MS
Marcelo Yoshito Wada – SVS/MS
Maria Amélia de Souza Mascena Veras – Sta. Casa / São Paulo
Maria da Paz Luna Pereira – SVS/MS
Maria de Fátima Costa Lopes – SVS/MS
Maria Helena P. de Mello Jorge – FSP/USP
Marta Helena Paiva Dantas – SVS/MS
Marta Maria Alves da Silva – SVS/MS
Mauro da Rosa Elkhoury – SVS/MS
Miguel Aiub Hijjar – C.R. Prof. Hélio Fraga/SVS/MS
Rejane Maria de Souza Alves – SVS/MS
Rosa Castália França Ribeiro Soares – SVS/MS
Roseane do Socorro Tavares Ursulino Calmon – SVS/MS
Rosely Cerqueira de Oliveira – SVS/MS
Sérgio Saraiva Nazareno dos Anjos – SVS/MS
Sinaida Teixeira Martins – SVS/MS
Tatiana Marques Portela – SVS/MS
Valter Chaves Costa – SVS/MS
Vera Lúcia Gattas – SVS/MS
Wildo Navegantes Araújo – SVS/MS
Comissão de Apoio
Alexandre Araújo – Ascom/MS
Aline Menezes Barroso – CGVAM/SVS
Ana Lúcia Sacramento – GAB/SVS
Antonio Jorge Ribeiro Paes Júnior – CGPNEH/SVS
Bárbara da Silveira Lima – CGPNEH/SVS
Cecília Alves Silva – CGPLO/SVS
Carlos Frederico Lobo – Nucom/SVS
Cláudia de Almeida Gomes – Cerimonial/MS
Cláudia Sousa – Ascom/MS
Cleberson Santos de Jesus – CGPNI/SVS
Cristiane Martins de Souza – Cerimonial/MS
Diogenes Silva – UGP/SVS
Eisenhower Bonm Pereira – Ascom/MS
Eliana Pereira dos Santos – GAB/SVS
Everton Araújo Fontinele – CGPNI/SVS
Fernanda de Oliveira Costa – Cievs/SVS
Giselle Freitas Mendonça – Unesco
Graciete Oliveira – GTDER/SVS
Hilnette de Carvalho Vieira – UGP/SVS
Irio Elicker – UGP/SVS
Ivonete da Silva Nascimento – Nucom/SVS
Jaqueline Moreira da Silva – Nucom/SVS
João de Souza Lima – CGDT/SVS
José Walber da Silva Rodrigues – Cerimonial/MS
José Nilton Neris Gomes – PNHV/SVS
Líbia Cristina Xavier Santos – UGP/SVS
Lidyane Rodrigues de Brito – CGDEP/SVS
Lorena de Sousa Carvalho – Unesco
Luciana Penna – UGP/SVS
Luciano Silva – UGP/SVS
Luiz Fernandes Junior – UGP/SVS
Luiz Paulo de Oliveira Pereira – CGPNCD
Marcelo Souza El-corab Moreira – Covev/SVS
Maria Elisa Bittencourt – PNUD
Maria Rebeca Otero Gomes – Unesco
Maria Glessimar Fonseca Soares – Gab/SVS
Maristela Marques Baioni – PNUD
Marlucia Fonseca – Nucom/SVS
Marylene Rocha – Ascom/MS
Miguel Marques Alves – Interline Turismo
Mônica Geovanini da Silva – Cerimonial/MS
Morgana Viott – Cerimonial/MS
Nathaly Siqueira – Interline Turismo
Norma Consuelo de Souza Côrtes – GAB/SVS
Ricardo Guedes – UGP/SVS
Rozzevelt Ramos Bonm – Covev/SVS
Samuel Alves de Moura – Interline Turismo
Samuel Gonçalves Souza – Nucom/SVS
Sandra Berezowski – UGP/SVS
Silvana di Maio Andrade Santiago – CGPNI/SVS
Sônia Maia – Interline Turismo
Tatiana Silva – UGP/SVS
Ubirajara Rodrigues – Ascom/SVS
Vanessa Cardozo – Diges/SVS
Vinícius Nunes – Ascom/MS
Zilene Feitosa – UGP/SVS
Sumário
Apresentação 15
Resumos
1 Vigilância em Saúde Ambiental
Comunicação oral
Acidente com produtos perigosos, contaminação ambiental e vigilância
em saúde 21
Radiações eletromagnéticas (REM): a prática da vigilância em saúde
ambiental sobre as Estações de Rádio Base (ERB) 22
Utilização do geoprocessamento como ferramenta para a Avaliação do Plano
de Amostragem da Qualidade da Água para Consumo Humano em Natal-RN 23
Poster
Utilização do programa Epi Info no mapeamento de poços rasos 25
Intersetorialidade: uma história a ser construída 26
Vigilância em saúde ambiental: a experiência de Porto Alegre 27
2 Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis
Comunicação oral
Integração da rede pública e privada como proposta de organização do
diagnóstico sorológico para leishmaniose visceral canina em Minas Gerais 31
Avanços na vigilância e controle da lariose linfática em Maceió-AL:
perspectiva de eliminação 33
Estratégia de controle da febre maculosa brasileira em área endêmica
da zona rural de Mogi das Cruzes-SP 35
Poster
Poxvirose no Espírito Santo – a estratégia da vigilância epidemiológica 36
Atualização do número de casos de leishmaniose visceral em Palmas, Tocantins 37
Avaliação dos indicadores do programa de prolaxia e controle da raiva
no Estado do Amazonas – 1996 a 2005 38
3 Vigilância, Prevenção e Controle de DST/Aids
Comunicação oral
Controle da sílis em gestante e recém-nascido através do Sistema
de Vigilância Materno-Infantil (Sisvimi) em Santos-SP 41
Prevenção entre populações mais vulneráveis ao HIV/aids: estratégias
para a redução da vulnerabilidade entre prossionais do sexo, usuários
de drogas e homens que fazem sexo com homens em Marília-SP 43
Avanços na vigilância epidemiológica da sílis congênita no DF:
rumo à eliminação 44
Poster
Busca ativa dos casos de sílis congênita no Município de Manaus 45
Estratégias na redução da transmissão vertical do HIV 46
Projeto HSH (homens que fazem sexo com homens): uma ação
de promoção à saúde na cidade de Santo André 47
4 Vigilância, Prevenção e Controle de Tuberculose
Comunicação oral
O desao do controle da tuberculose no sistema prisional do Estado
de São Paulo, espaços conquistados e a conquistar 51
EMBUsca da tuberculose, uma experiência vivida e o desao
do Município na manutenção e implementação dos indicadores
da saúde no controle da doença 52
O controle da tuberculose em uma área de vulnerabilidade social:
a experiência na favela da Rocinha, Cidade do Rio de Janeiro 54
Poster
Ação de impacto no controle da tuberculose no pólo indígena
do Município de Amambaí-MS 55
Contribuição da cultura para o diagnóstico da tuberculose na
população indígena Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul 57
Impacto da concessão da cesta básica ao portador de tuberculose
e sobre o abandono do tratamento em Barbalha-CE, Brasil 58
5 Aperfeiçoamento dos Sistemas de Informação
e Análise de Situação de Saúde
Comunicação oral
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): Sinasc como
fonte identicadora da subnoticação dos óbitos ocorridos durante
a gravidez/parto/aborto, puerpério precoce e puerpério tardio 61
O potencial dos sistemas de informação em saúde para aprimorar
indicadores da PPI-VS: discutindo possibilidades na vigilância
epidemiológica de doenças exantemáticas em PE, 2005 62
Aprimoramento dos dados de mortalidade por causas externas
tendo a imprensa como fonte de dados 64
Poster
Criação de um grupo de codicadores para solucionar dúvidas de
codicação e aplicação de regras para seleção de causa básica de morte
em Minas Gerais através da Internet 65
A experiência do Município do Recife para identicação de falhas
assistenciais e fatores de evitabilidade das mortes maternas 66
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): Sinan como fonte
identicadora da co-infecção TB/HIV nos casos de óbito em Porto Alegre 67
Sistema de Informações sobre Mortalidade: melhorando a qualidade
das informações 68
6 Vigilância, Prevenção e Controle de Dengue
Comunicação oral
O papel da vigilância epidemiológica na detecção de epidemias de dengue 71
Implementações na operacionalização de campo e participação
comunitária no controle da dengue 72
Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti – LIRAa – como
ferramenta norteadora das medidas de controle da dengue no
Município de Cacoal, Rondônia 73
Poster
Projeto “Carroceiros no Controle à Dengue 74
7 Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças
Imunopreveníveis e Hepatites Virais
Comunicação oral
Métodos e técnicas para melhoria da gestão do serviço de imunização
em Santa Luzia-MG 77
Sianti-Rábica – criação de um arquivo para sistematizar as informações
da campanha anti-rábica –, uma ferramenta para o planejamento,
organização e avaliação no Município de Campinas-SP 79
A experiência do Município de Rio Grande-RS na organização do uxo
de atenção às hepatites B e C 80
Poster
Estudo dos efeitos da vacina contra rubéola sobre o produto da gestação
de mulheres vacinadas durante campanha realizada no Estado de São
Paulo em 2001 81
Descentralização dapia da DNV para UBS: proposta de intervenção
para aumento de cobertura vacinal de rotina no Município de Caxias do Sul 82
Experiência inédita no controle das hepatites B e C no Centro
de Ressocialização Feminina de São José do Rio Preto-SP, através de
parceria entre a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária
de São Paulo e ONG (Gada) 83
8 Vigilância, Prevenção e Controle de Hanseníase e Malária
Comunicação oral
Estratégia de atualização do banco de dados do programa de hanseníase
no Estado de Pernambuco, em 2005 87
Hanseníase: integrando saúde, escola e comunidade no programa
de atenção primária à saúde 88
Avaliação e monitoramento do tratamento de malária segundo
comportamento alimentar 89
Poster
Estratégias adotadas no Município de Monção para a vigilância
e controle da malária 90
Descentralização em prevenção de incapacidades e assessoria 92
Organização da atenção básica para atendimento da hanseníase
no Município de Alto Alegre do Pinda 93
Reexo da descentralização das ações de epidemiologia e a redução
de casos de malária no Estado do Tocantins 94
9 Vigilância Epidemiológica Hospitalar
Comunicação oral
Investigação e controle dos acidentes e violências, um desao para
os serviços de vigilância epidemiológica 99
Alô Vigilância”: instrumento de captação de agravos de noticação
em vigilância epidemiológica hospitalar 100
Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) como fonte
complementar para o Sistema de Informação de Agravos de Noticação
(Sinan), no Núcleo de Epidemiologia do Hospital Universitário Oswaldo
Cruz: uma estratégia para melhorar a cobertura do Sinan 102
Poster
Implantação do Registro Hospitalar de Câncer pelo Serviço de
Epidemiologia do Hospital de Clínicas da UFPR: relato de experiência 104
Integração dos Núcleos de Epidemiologia Hospitalar da rede privada
de saúde ao sistema de vigilância epidemiológica: a experiência do Recife 105
Implantação de um Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) em
um hospital universitário do interior do Brasil: diculdades e sucessos 106
10 Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças
e Agravos Não Transmissíveis
Comunicação oral
A implantação do Sistema de Vigilância da Violência em Porto Alegre 109
Gestão em rede: viabilizando a vigilância dos maus-tratos contra
crianças e adolescentes 111
Estratégia para controle da hipertensão arterial sistêmica no Município
de Luzerna, Santa Catarina 112
Poster
Prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis através
de grupos de saúde 113
A mortalidade por causas externas em Porto Alegre, RS, 1996-2004 115
Diagnóstico situacional da morbimortalidade das causas externas
no Município de São Bernardo do Campo – limites e possibilidades.
Resultados preliminares 117
11 Investigações de Surtos Conduzidas pelo Gestor Federal –
Prêmio Adolfo Lutz e Vital Brazil
Surto de Rickettsiose do grupo da febre maculosa, Rio de Janeiro, Brasil, 2005 121
Surto de rotavírus e fatores de risco para óbito – Rio Branco, Acre, Brasil, 2005 123
Surto de toxoplasmose associada ao consumo de “copa, Santa Vitória
do Palmar, Rio Grande do Sul, maio-junho de 2005 125
Surto de diarréia em aldeias indígenas da etnia Kulina, Ipixuna,
Amazonas, setembro de 2005 127
12 Investigações de Surtos Conduzidas por Estados
e Municípios – Prêmio Carlos Chagas
Doença meningocócica: investigação de surto na comunidade Sucupira,
Distrito Administrativo do Grajaú, Município de São Paulo, 2006 131
Surto de rubéola em adultos devido a vírus importado, Rio Grande
do Sul, Brasil, 2005-2006 133
Leishmaniose tegumentar americana (LTA): relato de surto em
Balneário Camboriú e Itapema, Santa Catarina, 2005 135
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
15
Apresentação
A 6
a
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Preven-
ção e Controle de Doenças – EXPOEPI, realizada em Brasília, Distrito Federal, no
ano de 2006, reuniu cerca de 1.400 participantes entre prossionais da área. Os
temas dessa edição foram: Vigilância em Saúde Ambiental; Vigilância, Preven-
ção e Controle de Doenças Transmissíveis; Vigilância, Prevenção e Controle de
DST/aids; Vigilância, Prevenção e Controle de Tuberculose; Aperfeiçoamento dos
Sistemas de Informação e Análise de Situação de Saúde; Vigilância, Prevenção e
Controle de Dengue; Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças Imunopreve-
níveis e Hepatites Virais; Vigilância, Prevenção e Controle de Hanseníase e Ma-
lária; Vigilância Epidemiológica Hospitalar; e Vigilância, Prevenção e Controle
de Doenças e Agravos Não Transmissíveis. Foram selecionados 30 trabalhos para
apresentação oral e 30 pôsteres. De acordo com a tradição do evento, a seleção das
melhores experiências em cada tema aconteceu por votação, da qual participou
a totalidade dos presentes à sessão de apresentação dos trabalhos. As instituições
responsáveis pela execução das dez melhores experiências receberam um prêmio
de incentivo, no valor de 30 mil reais, por intermédio do Teto Financeiro da Vi-
gilância em Saúde.
Entre os trabalhos apresentados, destacaram-se, segundo o júri popular: “Inte-
gração da rede pública e privada como proposta de organização do diagnóstico
sorológico para leishmaniose visceral canina em Minas Gerais, apresentado pela
Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais; “Estratégia para controle da hi-
pertensão arterial sistêmica no Município de Luzerna, Santa Catarina, pela Se-
cretaria Municipal de Saúde local; “Prevenção entre populações mais vulneráveis
ao HIV/aids: estratégias para a redução da vulnerabilidade entre prossionais do
sexo, usuários de drogas e homens que fazem sexo com homens em Marília-SP”,
pela Secretaria Municipal de Saúde local; “Implementações na operacionalização
de campo e participação comunitária no controle da dengue, pela Secretaria Mu-
nicipal de Saúde de Araçatuba, Estado de São Paulo (SP); Sianti-Rábica criação
de um arquivo para sistematizar as informações da campanha anti-rábica –, uma
ferramenta para o planejamento, organização e avaliação no Município de Cam-
pinas-SP”, pela Secretaria Municipal de Saúde local; Acidente com produtos peri-
gosos, contaminação ambiental e vigilância em saúde, pela Secretaria Municipal
de Saúde de Triunfo, Estado do Rio Grande do Sul; O controle da tuberculose em
uma área de vulnerabilidade social: a experiência na favela da Rocinha, Cidade
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
16
do Rio de Janeiro, pela Secretaria Municipal de Saúde local; “Investigação e con-
trole dos acidentes e violências, um desao para os serviços de vigilância epide-
miológica, no âmbito do tema Vigilância Epidemiológica Hospitalar, apresentado
pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Instituto Dr. José Frota, da Secretaria
Municipal de Saúde de Fortaleza, Estado do Ceará; e O potencial dos sistemas
de informação em saúde para aprimorar indicadores da PPI/VS: discutindo pos-
sibilidades na vigilância epidemiológica de doenças exantemáticas em PE, 2005”
e “Estratégia de atualização do banco de dados do programa de hanseníase no
Estado de Pernambuco, em 2005”, ambos desenvolvidos pela Secretaria de Estado
da Saúde de Pernambuco.
A 6
a
EXPOEPI também ofereceu seu espaço à apresentação, seleção e premia-
ção das melhores investigações de surtos: o Prêmio Carlos Chagas, para a melhor
investigação conduzida por uma Secretaria de Estado ou Municipal de Saúde; e
o Prêmio Adolfo Lutz & Vital Brazil, para a melhor investigação conduzida por
técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A apre-
sentação, avaliação e seleção dessas investigações, realizada por uma comissão
designada e por um júri popular, aconteceu em duas mesas redondas, como parte
da programação cientíca do evento. O Prêmio Carlos Chagas foi concedido à
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, pelo trabalho “Doença meningocó-
cica: investigação de surto na comunidade Sucupira, Distrito Administrativo do
Grajaú, Município de São Paulo, 2006”. A investigação do Surto de Rickettsiose
do grupo da febre maculosa, Rio de Janeiro, Brasil, 2005” recebeu o Prêmio Adol-
fo Lutz & Vital Brazil.
Esta publicação reúne os relatos de experiências e investigações de surtos apre-
sentados e, no sentido mais amplo, os resultados da 6
a
EXPOEPI para os pros-
sionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).
A EXPOEPI, uma conquista do conjunto da Vigilância em Saúde do País, pos-
sibilita a troca de experiências entre os prossionais de todas as esferas de gestão
do sistema. Ela não apenas serve de motivação como também conrma o uso
crescente e efetivo da epidemiologia aplicada nos serviços de saúde, com o conse-
qüente aprimoramento da vigilância, prevenção e controle de doenças pelo SUS.
Fabiano Geraldo Pimenta Jr.
Secretário de Vigilância em Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Resumos
Vigilância em
Saúde Ambiental
1
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
21
COMUNICAÇÃO ORAL
Acidente com produtos perigosos,
contaminação ambiental e vigilância em saúde
Prefeitura Municipal de Triunfo, Secretaria Municipal de Saúde
Leandro Lopes Silva
Apoio da equipe do Centro Estadual de Vigilância em Saúde – Rosanne Heidrich
A Vigilância Ambiental em Saúde do Município de Triunfo, Estado do Rio
Grande do Sul, desde 2002, realiza o monitoramento das conseqüências de um
acidente com produtos perigosos ocorrido em uma localidade situada às margens
da BR 386 rodovia com intenso uxo de cargas químicas –, em que um cami-
nhão carregando diversos produtos tombou em frente a uma residência, conta-
minando um açude, uma lavoura e, inclusive, a água de um poço que abastecia a
família. Análises químicas da água de poços do entorno do acidente, promovidas
pela Vigilância Ambiental em Saúde, acompanham a dispersão da pluma de con-
taminação. Utilizam-se os parâmetros cromo, fenol e alumínio estabelecidos
pelo órgão ambiental estadual buscando, também, implementar o levantamen-
to epidemiológico dos grupos populacionais expostos, visando, acima de tudo, à
proteção da saúde da população. Desde 2005, a Vigilância Ambiental do Municí-
pio conta com a parceria do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), por
intermédio do Núcleo de Eventos Ambientais Adversos à Saúde (NEAAS). Esse
monitoramento revelou, no nal do ano de 2005, que a contaminação se espalhara
para outras áreas, o que requereu a suspensão da utilização dos poços freáticos
atingidos. Encontra-se em fase de estudo um projeto de implantação de rede de
abastecimento coletivo de água, a partir de um poço do entorno, o qual, compro-
vou-se, não se encontra contaminado; manteve-se o monitoramento da qualidade
da água desse poço no período operacional da rede, como também foi realizado
um estudo geológico da região atingida. Acidentes com produtos perigosos são
uma constante nas rodovias brasileiras, sendo de suma importância a atuação do
setor Saúde no transcurso das medidas mitigadoras do sinistro e, principalmente,
no acompanhamento do pós-acidente, para avaliar as conseqüências decorrentes
da exposição a produtos químicos perigosos.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
22
COMUNICAÇÃO ORAL
Radiações eletromagnéticas (REM):
a prática da vigilância em saúde ambiental
sobre as Estações de Rádio Base (ERB)
Prefeitura de Porto Alegre, Secretaria Municipal da Saúde,
Coordenadoria-Geral em Vigilância de Saúde
Geila Radünz Vieira e Marla Fernanda Kuhn
Com o aparecimento das Estações de Rádio Base (ERB) em Porto Alegre, Es-
tado do Rio Grande do Sul, houve a necessidade de os técnicos em saúde apri-
morarem o conhecimento dos efeitos das radiações eletromagnéticas na saúde da
população e planejarem ações capazes de minimizar seu impacto no ambiente.
A partir de 1990, realizou-se pesquisa bibliográca sobre o tema que, além de
qualicar o conhecimento técnico, possibilitou sensibilizar o órgão legislador e
o poder executivo sobre os riscos de exposição da população caso não houvesse
intervenção do poder público na regulamentação de critérios. A ação junto aos
órgãos governamentais, coordenada por uma representante da Secretaria Munici-
pal da Saúde com conhecimento técnico e especialização em saúde ocupacional,
também solicitou a participação do Ministério Público, partindo do pressuposto
de que saúde é um direito do cidadão. A mobilização garantiu assento da Vigilân-
cia em Saúde no Grupo de Trabalho que elaborou as várias legislações municipais,
assim como do Conselho Municipal para Desenvolvimento Urbano e Ambiental
(CMDUA); além de representação permanente e atuante na Comissão Municipal
de Meio Ambiente (Comam) e na Câmara Técnica para o licenciamento das ERB,
participando de todas as instâncias de licenciamento, assim como do controle,
avaliação e scalização. A ação da Vigilância em Saúde do Município legitimou
presença em todas as etapas dos processos de licenciamento das ERB e ans, ga-
rantindo o princípio da precaução e a promoção da saúde da população de Por-
to Alegre. Conseqüentemente, consolidou e divulgou a importância da temática
Saúde e Ambiente e contribuiu para melhorar a saúde e a qualidade de vida da
população de Porto Alegre, além de promover o exercício de cidadania.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
23
COMUNICAÇÃO ORAL
Utilização do geoprocessamento
como ferramenta para a Avaliação do Plano
de Amostragem da Qualidade da Água para
Consumo Humano em Natal-RN
Prefeitura do Natal, Secretaria Municipal de Saúde,
Departamento de Vigilância à Saúde, Setor de Vigilância Ambiental
Jeane B. de Oliveira, Maria Cristiana da S. Souto, Priscilla Maria Freire Cruz,
Tárcio Fúlvio C. Lopes, Denise C. S. de Oliveira, João Rafael L. Guimarães
e Tânia Maria B. da Silva
O Município do Natal, Estado do Rio Grande do Norte, por intermédio do Se-
tor de Vigilância Ambiental, realiza, semanalmente, o monitoramento da rede de
abastecimento de água, que consiste na análise dos parâmetros físico-químicos e
bacteriológicos. A síntese dos dados brutos produzidos para se obter uma estima-
tiva e sua inter-relação com dados epidemiológicos é essencial para a avaliação de
risco. O presente trabalho visa fornecer subsídios para a avaliação da qualidade
da água do Município e do risco de doenças de veiculação hídrica, mediante ma-
peamento das informações. Os mapas foram elaborados utilizando-se o programa
ArcView 3.2, referenciando os dados dos meses de outubro a dezembro de 2005.
Os parâmetros de monitoramento analisados foram: cloro residual livre; turbidez;
coliformes totais; e termotolerantes. A implantação do plano de amostragem da
vigilância da qualidade da água para consumo humano em Natal contemplou 80
pontos de monitoramento, distribuídos nos quatro Distritos Sanitários do Mu-
nicípio. Os mapas do percentual de amostras de cloro fora dos padrões e da pre-
sença de coliformes totais demonstraram maior deciência na qualidade da água
nos Distritos Oeste e Norte, respectivamente. Em relação à incidência de doenças
diarréicas, predominância no Distrito Oeste. Assim, avalia-se que a área de
maior risco relacionado à qualidade da água para consumo humano se refere ao
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
24
Distrito Oeste. Esses parâmetros servirão de indicadores das ações mitigadoras
e corretivas para melhorar a água e direcionar medidas efetivas de intervenção
sobre as causas de prejuízo de sua qualidade.
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25
POSTER
Utilização do programa Epi Info
no mapeamento de poços rasos
Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Saúde,
Setor de Vigilância e Controle do Meio Ambiente
Ivanilda Mendes, Cláudio Luiz Castagna, Edilson G. Soave,
Paulo C. Anicézio, Matias Antônio V. Souza, Emerson G. Pereira,
Patrick Silva dos Santos, Fábio Roberto da Cruz e Júlio Cezar R. dos Santos
No Município de Campinas, Estado de São Paulo, 98,34% de seus habitantes vi-
vem em áreas urbanas – 98% das quais abastecidas com água tratada, proveniente
do sistema público de abastecimento. Em razão da expansão urbana desordenada,
o Município possui, ainda, glebas rurais, inseridas no perímetro urbano, onde se
utiliza água de poço raso para consumo humano. Essa situação pode representar
um risco à saúde, considerando que poços rasos são mais susceptíveis a conta-
minação. Este trabalho de mapeamento teve por objetivo constituir um banco de
dados, junto com o diagnóstico do risco de consumo dessa água. Inicialmente,
elaborou-se um banco de dados em Epi Info, versão Windows 2.0, com elabora-
ção de formulários para coleta de dados, como: identicação do local; unidade
de saúde de referência; características sanitárias do poço; características ambien-
tais; informações sobre a utilização da água; e população abastecida. Os poços
foram localizados geogracamente, pelo Global Positioning System (GPS). Após
a pesquisa, os dados foram inseridos no programa Epi Info, possibilitando análi-
ses dos resultados. As informações obtidas oferecem subsídios para investigações
epidemiológicas em ocorrências de doenças de veiculação hídrica atendidas nas
unidades de saúde, além de possibilitar o monitoramento da água consumida.
Vericou-se, principalmente, a necessidade de orientação para a construção de
fossas de acordo com as normas técnicas e o processo de desinfecção da água, com
o objetivo de minimizar riscos à saúde decorrentes de contaminação bacteriológi-
ca. Por ser de domínio público, o Epi Info tem demonstrado ser um instrumento
importante nas ações de vigilância da água, recomendado no apoio aos progra-
mas de saúde ambiental.
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POSTER
Intersetorialidade:
uma história a ser construída
Prefeitura do Recife, Secretaria de Saúde, Programa de Saúde Ambiental
Alexsandra Patrícia de Carvalho Serrano, Maria de Fátima Araújo de Oliveira,
José Carlos Cazumbá, Tereza Maciel Lyra, Adeílza Ferraz, Aura Gonzalez Serna,
João Alves do Nascimento Júnior, Fabiana Camarão de Albuquerque e Silva
e Sinara Batista Silva
O Plano Plurianual 2002-2005, denominado “Recife, Cidade Saudável, esta-
beleceu diretriz que orienta as estratégias do Executivo Municipal. Em 2002, foi
implantado o Programa de Saúde Ambiental (PSA) da Prefeitura do Recife, Es-
tado de Pernambuco, no esforço de promover a saúde e a vigilância ambiental,
norteado nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), considerando os as-
pectos territoriais e os riscos ambientais biológicos e não biológicos. Recife possui
áreas planas e de morros ocupadas sem o devido respeito às regulamentações e
critérios urbano-habitacionais, gerando situações de risco ambiental, agravos e
doenças, em que 21% de área é saneada; e onde, há mais de 20 anos, a população
convive com racionamento de água e constante intermitência em seu abasteci-
mento. Visando otimizar recursos, o PSA incentivou e estruturou o Fórum de
Ações Integradas, inicialmente constituído por representações técnicas das Se-
cretárias Municipais de Saúde, Serviços Públicos e Saneamento. Essa articulação
do rum, implantado em julho de 2003, favorece a interface e otimização dos
diversos recursos, ações, ademais de agilizar os procedimentos técnicos. Para o
rum, apresenta-se o desao de interferir na condução da política pública de
gestão, planejando ações de curto, médio e longo prazos. Quanto à participação
da população, esta ainda é um dos maiores desaos. Hoje, o rum avalia obje-
tivos, metodologia e composição, apostando em uma transformação da cultura
da organização das práticas administrativas e nas mudanças necessárias para a
produção e divisão do trabalho entre as instituições.
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27
POSTER
Vigilância em saúde ambiental:
a experiência de Porto Alegre
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenadoria-Geral de Vigilância de Saúde
Marla Fernanda Kuhn, Ana Rosária Sant’Anna, Maria Elaine Esmério,
Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts, Carla Vargas, Fátima Garbini, Guaracy Vianna,
José dos Santos, José Sangiovanni, Maria Angélica Weber, Liane Fetzer, Maristela Tosca,
Maria Cristina Piovesa, Mitiyo Araújo, Silvana Marzulo e Geila Radünz Vieira
A temática ambiental constitui um dos principais pilares da vigilância em saú-
de, em razão de sua abrangência socioambiental no processo saúde-doença. As
variáveis oriundas desse universo possibilitam construir indicadores que identi-
cam grupos populacionais em situação de vulnerabilidade. Assim, é possível esta-
belecer ações de promoção da saúde e prevenção das doenças. Nessa perspectiva,
a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) estruturou as ações de
Vigilância em Saúde Ambiental (VSA), com o intuito de unicar atividades que
se faziam presentes no trabalho diário das equipes. Em 2004, houve a implantação
da Vigilância de Saúde Ambiental de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul.
A formação de um grupo de trabalho (GTVSA) constituído de representantes das
equipes da CGVS foi a estratégia utilizada em proposta pautada no princípio da
transversalidade, ao invés da formação de equipe especíca. Os componentes do
GT desenvolvem suas atividades junto a suas equipes, atuando como multiplica-
dores, promovendo a sensibilização dentro dos pressupostos da saúde ambiental,
gerenciando as ações de vigilância por meio de avaliações das vulnerabilidades e
de indicadores de saúde. Essa proposta, intimamente vinculada à percepção do
trabalho interdisciplinar integrado e articulado entre as equipes, compreende que
a questão ambiental está presente em todas as ações de vigilância. A interlocução
entre os diversos setores da Prefeitura Municipal nas ações de vigilância em saúde
revelou a importância da intersetorialidade para a realização dessas atividades,
segundo o princípio da integralidade em saúde, bem como a participação da po-
pulação na co-responsabilidade socioambiental.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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28
Vigilância,
Prevenção e Controle de
Doenças Transmissíveis
2
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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31
COMUNICAÇÃO ORAL
Integração da rede pública e privada como
proposta de organização do diagnóstico
sorológico para leishmaniose visceral canina
em Minas Gerais
Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado da Saúde;
Fundação Ezequiel Dias, Laboratório Central de Saúde Pública
Simone Marrocos Resende, Eliana Furtado Moreira e Idikó de Miranda Pinto
A vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Ge-
rais (SES/MG) conrmou 2.018 casos humanos de leishmaniose visceral (LV) no
período de 2000 a 2005. Em 2004, foram 679 casos, 69 óbitos e o maior número
de pacientes com LV grave entre os Estados brasileiros. Para controle da LV, pre-
conizam-se ações de vigilância epidemiológica; eutanásia dos cães soropositivos;
e medidas entomológicas especícas. Na execução dessas ações, o diagnóstico la-
boratorial da LV canina (LVC) congurava grande viés. A rede particular utilizava
kit de teste imunoenzimático (ELISA) registrado no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (MAPA), porém não validado pelo Ministério da Saú-
de e sua Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). A rede pública utilizava
kit produzido na unidade de Biomanguinhos, da Fundação Instituto Oswaldo
Cruz, Ministério da Saúde: ELISA, como teste para triagem; e reação de imu-
nouorescência indireta (RIF), como teste conrmatório. Faltava padronização
do diagnóstico entre os laboratórios, o que gerava divergências de resultados,
principalmente em função da especicidade e sensibilidade de cada kit. A SES/
MG e a Fundação Ezequiel Dias, esta por intermédio do Laboratório Central de
Saúde Pública (Lacen/MG-Funed), promoveram reuniões de representantes da
SVS/MS, MAPA, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte-MG, Univer-
sidade Federal de Minas Gerais, Conselho Regional de Medicina Veterinária de
Minas Gerais (CRMV/MG) e laboratórios privados, com o propósito de organizar
e integrar a rede. O Lacen/MG-Funed implantou supervisões semestrais, capa-
citações, ajustes de condutas, padronização de técnicas e controle de qualidade
mensal em percentual de amostras. Tais ações resultaram na padronização das
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Anais da 6ª EXPOEPIResumos
32
requisições, emissões de resultados, implantação da RIF na rede privada e publi-
cação da Resolução N
o
324 pelo CRMV/MG. O controle de qualidade apurou 90%
de concordância entre resultados de RIF processados nos laboratórios públicos
e privados, no período de 2005 a abril de 2006. Observou-se redução nas recla-
mações envolvendo consumidores e prossionais, implantação de critérios para
habilitação de laboratórios particulares, inibição da prestação de serviço com kits
sem registro no MAPA e conhecimento da prevalência de LVC na rede particular.
A organização do diagnóstico sorológico para LVC induziu conabilidade, mini-
mizou interferências sobre ações da vigilância e deverá viabilizar maior efetivida-
de no controle da doença.
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33
COMUNICAÇÃO ORAL
Avanços na vigilância e controle
da filariose linfática em Maceió-AL:
perspectiva de eliminação
Prefeitura Municipal de Maceió, Secretaria Municipal de Saúde,
Departamento de Defesa à Saúde
Herbert Charles Silva Barros, Edgard Ferreira Barbosa Filho,
Eliana Maria Maurício da Rocha, Gilberto Fontes, Ana Rachel
Vasconcelos de Lima, Anderson Brandão Leite
O Programa de Eliminação da Filariose linfática (PEFL) de Maceió, Estado de
Alagoas, tem como atividades: controle da transmissão, com inquéritos hemoscó-
picos, tratamento seletivo dos microlarêmicos, monitoramento vetorial e ações
de vigilância epidemiológica; controle da morbidade; e ações de educação em saú-
de e mobilização social. Desde 1999, a população da área endêmica vem sendo
cadastrada casa a casa, por quarteirão, e examinada. As técnicas de diagnóstico
empregadas são: gota espessa de sangue (na população geral); ltração de sangue
em membrana (nos parasitados); e pesquisa de antígenos, por meio de imunocro-
matograa rápida (ICT card test) [amostra de crianças, segundo recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS)]. Para avaliação da morbidade, utiliza-se
questionário e avaliações clínicas. Os dados são analisados pelo programa Epi
Info. De 1999 a 2005, foram examinados 76.290 indivíduos. Destes, 189 (0,25%)
eram microlarêmicos. Entre os 33.949 homens examinados, encontrou-se 141
(0,41%) parasitados; entre as 42.341 mulheres avaliadas, 48 (0,11%) estavam com
o parasita (p<0,0001), com odds ratio (OR) igual a 3,67 (IC
95%
: 2,62-5,17). A média
de idade entre os parasitados foi de 27,3±10,8 anos entre casos masculinos e de
22,5±16,1 anos entre os femininos (p<0,05). Ao longo dos anos, verica-se uma
queda signicativa nas prevalências: 0,74% (1999); 0,54% (2000); 0,49% (2001);
0,10% (2002); 0,08% (2003); e 0,06% (2004). O ano de 2005 foi o primeiro, desde
a implantação do PEFL, em que nenhum microlarêmico foi diagnosticado, entre
8.937 examinados. Comparando-se as prevalências entre 1995 e 1996 (2,5%) e en-
tre 2004 e 2005 (0,02%), verica-se que, cerca de dez anos, a chance de estar pa-
rasitado era 101 vezes maior do que atualmente (OR:101,29; IC
95%
:36,43-319,22).
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34
Dos 189 microlarêmicos, 168 eram autóctones; os demais, provenientes de re-
giões indenes e moradores na área endêmica há mais de 14 anos (18 parasitados)
ou oriundos de Recife, capital do Estado de Pernambuco, Município cuja área é
endêmica para lariose (três casos). Também tem sido observada uma redução
da microlaremia, que, de 580,0±786 microlárias/ml de sangue em 1995, foi re-
duzida para 81,73±139 microlárias/ml de sangue em 2004. De 3.000 crianças de
6-10 anos examinadas pelo ICT, dez (0,33%) eram antígeno-positivas, posterior-
mente conrmadas pelo teste imunoenzimático (ELISA). O resultado não exclui
a possibilidade de transmissão na área; porém, o valor está próximo daquele que a
OMS considera na classicação de área livre de transmissão (0,1%). No inquéri-
to de morbidade, de 50.775 indivíduos cadastrados, 162 relataram queixa clínica;
destes, 126 tiveram avaliação clínica e apenas 42 (0,08%) apresentavam sinais de
morbidade, 26 com linfedema (graus I a IV), 15 com hidrocele (leve: 73%) e so-
mente um com associação de linfedema (grau II) e hidrocele (leve). Como tais
manifestações são de fase crônica, não se pode armar, com certeza, se são de
etiologia larial. Os dados indicam que a eliminação da transmissão da lariose
em Maceió poderá ser alcançada em curto prazo. A drástica diminuição da pre-
valência e da carga parasitária e o reduzido número de casos de provável etiologia
larial devem-se ao trabalho efetuado nas ações interinstitucionais contínuas, co-
ordenado pela Secretaria Municipal de Saúde. Ainda que Maceió seja declarada
livre da lariose linfática, as ações de vigilância permanecerão, pois a cidade ca
próxima da Região Metropolitana de Recife, que, todavia, constitui um foco de
transmissão ativa da doença.
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35
COMUNICAÇÃO ORAL
Estratégia de controle da febre maculosa
brasileira em área endêmica da
zona rural de Mogi das Cruzes-SP
Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, Secretaria Municipal de Saúde,
Departamento de Vigilância em Saúde
Daniel de Freitas Souza Campos, Sylvia Maria Abrantes Gomes,
Jefferson Renan de Araújo Leite, Eliete Domingues dos Anjos,
Osvaldo de Souza Lima Júnior, Doreli S. T. dos Santos, Andréia Naomi Kuno,
iuliana Érika Yoshida, Adriano Pinter e Marcelo Bahia Labruna
Desde o ano de 1998, Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, registra casos de
febre maculosa brasileira em uma área rural denominada Distrito de Taiaçupe-
ba, com letalidade de 54%. Um programa municipal de controle da doença foi
elaborado, incluindo ações de vigilância sindrômica, divulgação de informações
e controle de carrapatos do gênero Amblyomma em cães e eqüinos da localidade –
utilizando-se coleiras carrapaticidas nos primeiros e produtos de aplicação pour-
on nos últimos –, além da realização de um inquérito sorológico em cães, para
classicação do entorno da localidade de Taiaçupeba quanto ao risco de trans-
missão. Como resultado, observou-se um aumento no número de casos suspeitos
noticados, acompanhado de queda na letalidade da doença. Confeccionou-se
um impresso com orientações, elaborado e distribuído com intensa participação
da comunidade. A taxa de parasitismo nos cães foi reduzida de 12,5% para 5,9% e
0,4%, nas avaliações seguintes, de forma semelhante ao que se observou nos eqüi-
nos. O inquérito sorológico nos cães revelou 10% de animais positivos e permitiu
o mapeamento da área segundo esse critério indicativo da circulação do agente
causador da doença, identicando-se as populações sob maior risco. Conclui-se
que as medidas adotadas foram efetivas e complementares na redução dos óbitos
pela doença, com perspectiva futura de diminuição também da incidência.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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36
POSTER
Poxvirose no Espírito Santo – a estratégia
da vigilância epidemiológica
Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado da Saúde
Gilton Luiz Almada, Dirlei Molinari Donatele,
Augusto Marchon Zago e Felipe Ceotto Freitas Lima
As poxviroses são doenças reconhecidas, rotineiramente, pelo nome de “varí-
ola. Acometem homem e animais, principalmente ordenhadores e familiares, no
contato direto com o animal ou pessoa doente. Em 2005, começou-se a noticar
casos no norte do Estado do Espírito Santo. Havia uma grande demanda pelos
Municípios para que a Secretaria de Estado da Saúde organizasse a vigilância da
doença. Foram feitas reuniões com técnicos das vigilâncias municipais para de-
nição das ações. Em razão da inexistência de dados sistematizados dos casos,
elaborou-se uma Ficha de Investigação Individual (FII), baseada em informações
epidemiológicas obtidas na literatura e nos inquéritos realizados nos Municípios
do sul do Estado. Além dessa cha, construiu-se uma cha de noticação para
casos em animais e humanos. A FII para casos humanos foi adaptada ao padrão
do Sistema de Informação de Agravos de Noticação (Sinan), sob co-gestão da
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) e do Departamento de Informáti-
ca do SUS (Datasus/MS), do Ministério da Saúde. Elaborou-se uma nota técnica
com informações básicas relativas à doença. Como se tratava de uma zoonose,
a Secretaria de Estado da Agricultura, por seu Departamento de Defesa Animal
(Idaf/Seag), foi envolvida no processo, assim como as cooperativas de laticínios,
pois, além das questões de aspecto sanitário, havia prejuízo econômico. Acontece-
ram diversos treinamentos de técnicos. Foram feitas 49 noticações de casos hu-
manos em 2006, referentes a quatro Municípios. Além dos casos humanos, foram
noticados 89 casos em animais. A integração da Secretaria de Estado da Agri-
cultura com as cooperativas leiteiras vem se armando como um ponto muito
importante, que possibilita a noticação, prevenção e controle ecazes, com custo
de implantação muito barato.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
37
POSTER
Atualização do número de casos de
leishmaniose visceral em Palmas, Tocantins
Governo do Estado de Tocantins, Secretaria de Estado da Saúde,
Diretoria de Vigilância em Saúde, Coordenação de Vigilância Epidemiológica
Mary Ruth Batista Glória, Carina Graser,
Luciano de Medeiros Toledo e Paulo Chagastelles Sabroza
O estudo da leishmaniose visceral (LV) reveste-se de importância na medida em
que são registradas altas taxas de incidência e de letalidade e ampla distribuição ter-
ritorial. Em Palmas, a LV encontra-se disseminada, com concentração de casos no
espaço urbano vivenciando uma situação de intensa transmissão. A real preocupação
com esse problema de saúde evidenciou-se quando da ocorrência de uma grave epi-
demia em 2003. O desenvolvimento deste trabalho ocorreu a partir da necessidade de
resgatar dados não sistematizados, de modo a permitir uma atualização do número
de casos e estabelecer um histórico sobre a doença no Município. Levantaram-se
informações em nível de Secretaria de Estado da Saúde (SES/TO) –, da Fundação
Nacional de Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, do SIM, do La-
cen/TO, do Hemocentro/TO, do Hospital de Referência Dona Regina e do Hospital
Comunitário de Palmas. Consideraram-se casos conrmados registrados no período
de 1990 a 2004. Do total de casos do Sinan/SES/TO (n=481), 240 (49,9%) tinham
conrmação para LV e 241 (50,1%) ainda estavam com a classicação nal em bran-
co/ignorado. Com o levantamento de dados, concluíram-se 148 casos (61,4%), 75
(31,1%) conrmados e 73 (30,3%) descartados. Permaneceram sem conclusão 93
(38,6%) casos. Após a consolidação dos dados, 437 casos foram conrmados, sendo
o primeiro datado de 1990, ano de implantação da capital do Estado, sugerindo que
a doença ocorria de forma esporádica e focalizada, e se expandiu em decorrência das
migrações intra e interestaduais, modicações ambientais provocadas pela constru-
ção da cidade, saída do homem do campo para a cidade com a perspectiva de empre-
gos e incremento populacional local resultante da crescente urbanização, razões a que
se somam deciências na estrutura de saneamento básico do Município.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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38
POSTER
Avaliação dos indicadores do programa
de profilaxia e controle da raiva no
Estado do Amazonas – 1996 a 2005
Governo do Estado do Amazonas, Secretaria de Estado da Saúde,
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas
Ana Cristina R. de Campos e Normélio Raimundo Reinehr
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, por intermédio de sua Ge-
rência de Zoonoses, realizou um estudo descritivo, utilizando os indicadores de
avaliação da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, para de-
monstrar os incrementos positivos obtidos no controle e prolaxia da raiva hu-
mana e canina pelo Estado do Amazonas, no período de 1996 a 2005. O estudo
epidemiológico foi dividido em duas partes: vigilância da raiva humana, utilizan-
do-se um indicador de resultado e dois de processo; e vigilância da raiva canina,
utilizando-se quatro indicadores de resultados. Na vigilância da raiva humana,
com a intensicação das supervisões anuais aos Municípios, capacitações e pro-
dução de material educativo, obteve-se um decréscimo da taxa de abandono de
tratamento, inicialmente de 26,5%, para níveis mais próximos de zero; e um au-
mento de 54% a 100% nos Municípios com prossionais capacitados em trata-
mento prolático anti-rábico humano e que dispuseram da vacina humana. Para
o enfrentamento da raiva canina, foram realizadas duas campanhas de vacinação/
ano em áreas de risco, além de controle do foco. A intensicação da vigilância e
a valorização das atividades das Secretarias Municipais de Saúde no cumprimen-
to das metas pré-estabelecidas foram responsáveis por um incremento de 14,5 a
91,9% de Municípios com cobertura vacinal igual ou acima de 80%; 4,8 a 87,1%
de Municípios mantiveram boas coberturas vacinais por dois anos consecutivos;
e 1,6 a 62,9% de Municípios realizaram vigilância da raiva canina com envio de
amostras para a vigilância laboratorial. A negatividade dos casos de raiva canina
foi alcançada a partir de 2003.
Vigilância,
Prevenção e
Controle de DST/Aids
3
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
41
COMUNICAÇÃO ORAL
Controle da sífilis em gestante e recém-nascido
através do Sistema de Vigilância Materno-Infantil
(Sisvimi) em Santos-SP
Prefeitura Municipal de Santos, Secretaria Municipal de Saúde,
Seção de Vigilância Epidemiológica, Coordenação das Vigilâncias,
Departamento de Programas
Roseine Fortes Patella, Sarah Jane Barbosa dos Santos,
Maria Ângela Bellegarde Fernandes, Regina Célia da Luz Bernardino,
Rita de Cássia Santos Monteiro, Maria da Conceição Santos Moraes,
Vera Aparecida Andrade e Nádia Aparecida dos Santos Imakawa
Desde 2005, o Sistema de Vigilância Materno-Infantil (Sisvimi) da Secretaria
Municipal de Saúde de Santos, Estado de São Paulo, organiza, a partir da experi-
ência do Programa do Recém-Nascido de Risco (PRNR), da noticação compul-
sória da gestante com sílis e da realização obrigatória da triagem neonatal – tes-
te do pezinho–, um uxo de vigilância que compreende desde o pré-natal até o
primeiro ano de vida. Partiu-se da vigilância das doenças de transmissão vertical
para a vigilância da assistência à gestante, como é feito para o recém-nasci-
do/lactente. Fazendo cumprir protocolos, enquanto se integram informações dos
programas aos quais “pertencem” a gestante e o bebê, o Sisvimi vem construindo
o papel articulador da vigilância, para intervir no coeciente de mortalidade in-
fantil. A gestante é incluída por critérios biológicos (internação) e psicossociais
ou por noticação compulsória. contra-referência e cartão de tratamento ane-
xado à carteira da gestante. A supervisão otimiza o registro das informações. O
recém-nascido é incluído até seis meses/um ano de vida, garantindo o fechamen-
to do caso/puerpério/planejamento familiar. As planilhas semanais da triagem
neonatal, ordenadas pelo número da Declaração de Nascido Vivo, informam, ou-
trossim, o risco materno-infantil. Como primeiros resultados, temos o aumento
da cobertura na triagem neonatal (97%), com noticação das alterações/inclusão
no PRNR. A vigilância do protocolo da sílis em gestante levou à discussão da
qualidade das consultas oferecidas no pré-natal e ao aumento das noticações.
Por meio do Sisprenatal, aplicativo desenvolvido pelo Departamento de Infor-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
42
mática do Sistema Único de Saúde (Datasus), do Ministério da Saúde, a avaliação
realizada – abandono, ausência de puerpério – sugeriu vinculação ao serviço pela
valorização da mulher e não apenas da mãe. A discussão mensal sobre óbitos in-
fantis indicou falhas assistenciais e sua provável evitabilidade por medidas socioe-
ducativas voltadas à mãe/familiares. Os autores deste estudo almejam, integrando
saberes e organizando “fazeres, alcançar não metas especícas mas garantir
qualidade de vida às gestantes e bebês de Santos-SP.
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43
COMUNICAÇÃO ORAL
Prevenção entre populações mais vulneráveis
ao HIV/aids: estratégias para a redução da
vulnerabilidade entre profissionais do sexo,
usuários de drogas e homens que fazem sexo
com homens em Marília-SP
Prefeitura Municipal de Marília, Secretaria Municipal de Saúde
Helena R. G. Q. Schwitzky, Cássia A. B. Mazine,
Maria Amélia B. Gonçalves e Júlio Cezar Zorzetto
A análise do perl epidemiológico do Município de Marília, Estado de São
Paulo, realizada pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde em 2001, detectou a
necessidade de implantação de ações especícas para grupos mais vulneráveis, es-
pecicamente prossionais do sexo, usuários de drogas injetáveis (UDI) e homens
que fazem sexo com homens (HSH). Naquele ano, foi contratada uma equipe de
seis agentes de saúde para realizar atividades de prevenção entre prossionais do
sexo, nas ruas de Marília, no período noturno, encaminhando-os aos serviços de
saúde. A partir de agosto de 2002, a equipe foi ampliada: foram contratados dois
agentes, para iniciar os trabalhos com HSH, e outros três agentes, para realizar re-
dução de danos entre UDI. Atualmente, compõem a equipe: uma supervisora de
campo; um motorista; dois agentes para UD/UDI; três agentes para HSH; e quatro
agentes para prossionais do sexo. Em 2005, foram atendidas 1.112 prossionais
do sexo, 584 HSH e 492 UD/UDI; e distribuídos 70.580 preservativos masculi-
nos, 568 preservativos femininos, 514 kits de redução de danos e 603 tubos de gel
lubricante. A equipe encaminhou 178 pessoas aos serviços de saúde de Marília.
O Programa de Redução de Riscos é uma estratégia de inclusão, pelo SUS, dos
indivíduos mais vulneráveis, porque proporciona a essa população oportunidades
de acesso a informações e insumos de prevenção, facilita a apropriação do espaço
da unidade de saúde pelas pessoas atendidas e sensibiliza os prossionais desses
serviços para o melhor acolhimento daqueles mais vulneráveis.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
44
COMUNICAÇÃO ORAL
Avanços na vigilância epidemiológica
da sífilis congênita no DF: rumo à eliminação
Governo do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saúde,
Secretaria de Vigilância à Saúde, Diretoria de Vigilância Epidemiológica,
Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis,
Núcleos de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis e de Aids
Maria Liz Cunha de Oliveira, Cândida Rodrigues Silva, Disney Antezana
e Luiz Augusto Copati Souza
No Distrito Federal, vericou-se um aumento no número de noticações de
sílis congênita (SC) durante os últimos quatro anos. O número de casos notica-
dos em 2002 foi de 96 – incidência de 2,1/1000 nascidos vivos –; em 2005, foram
noticados 143 casos – incidência de 3,2. Essa situação levou a Diretoria de Vigi-
lância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/
DF) a idealizar e realizar um conjunto de ações com o objetivo de alcançar a meta
proposta pelo Ministério da Saúde, de um caso de SC por 1000 nascidos vivos.
Entre as ações realizadas, destacam-se: as de vigilância epidemiológica do agravo
levantamento e mapeamento da incidência de SC no DF; investigação de caso
suspeito; monitoramento do VDRL do “casal grávido”; e campanhas anuais entre
a população, com realização do exame VDRL – e as de capacitação, educação em
saúde e mobilidade social – implantação do ComiCentral de Ações de Controle
da Sílis Congênita no DF; implantação de 15 Comitês Regionais; capacitação de
recursos humanos em todo o DF; utilização dos meios de comunicação (sítio ele-
trônico da SES/DF, rádios comunitárias, jornal, televisão e outros) como comple-
mento às ações educativas sobre sílis; e articulação, divulgação e sensibilização
sobre a doença, com o apoio de organizações da sociedade civil. Os resultados
apontam a necessidade de garantir o acesso da população ao conhecimento sobre
a transmissão sexual e vertical do agente infeccioso da sílis e outras DST, para
aumentar a captação precoce de gestantes e, principalmente, de seus parceiros, e
diminuir a incidência de sílis congênita no Distrito Federal.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
45
POSTER
Busca ativa dos casos de sífilis congênita
no Município de Manaus
Prefeitura Municipal de Manaus, Secretaria Municipal de Saúde
Norma Iracema Santiago de Aquino
A Vigilância Sanitária do Município de Manaus, Estado do Amazonas, iniciou
os trabalhos de busca ativa de sílis congênita (infecção surgida pela dissemina-
ção hematogênica do Treponema pallidum, transmitido do hospedeiro materno
para o concepto) em abril de 2005, usando como fonte principal as informações
do Sistema de Informação de Agravos de Noticação (Sinan), do Ministério da
Saúde. O principal instrumento utilizado foi a cha de investigação epidemioló-
gica; o passo seguinte, a identicação das unidades de saúde noticadoras, que
enviam as chas, por fax, para as unidades de vigilância epidemiológica. Esta-
beleceram-se prioridades, entre as quais: elaboração de folder; elaboração de u-
xogramas das chas de investigação e noticação; capacitação dos prossionais;
reuniões com gerentes de unidades de saúde e das maternidades; e distribuição de
materiais com orientações, informações e procedimentos sobre o assunto. A par-
tir daí, iniciou-se o processo de investigação propriamente dito. Para cada caso,
realizou-se visita domiciliar com o propósito de complementar os dados epide-
miológicos, clínicos e laboratoriais, bem como coletar material biológico, prestar
esclarecimentos sobre a doença e sua terapia, encaminhar o paciente para acom-
panhamentos neurológico, oalmológico, audiológico e radiológico. Na rede hos-
pitalar e ambulatorial, realizou-se busca ativa nos prontuários da mãe e da criança
visando complementar os dados pertinentes aos antecedentes epidemiológicos.
Dos 270 casos noticados de 2000 a 2005, 253 nasceram vivos, quatro natimortos,
cinco foram a óbito e houve oito abortos. Os indicadores apontam um problema
de grande magnitude, para o qual se faz necessário implantar ações direcionadas
à eliminação da doença.
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46
POSTER
Estratégias na redução da
transmissão vertical do HIV
Prefeitura Municipal de Guaíba, Secretaria Municipal de Saúde,
Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids
Ângela F. Rosso, Paula B. D’Elia, Lieidi F. Peixoto,
Noeli Boeira e Elaine Guaraldi
O Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids (SAE) da Secretaria Mu-
nicipal de Saúde de Guaíba, Estado do Rio Grande do Sul, empenhado em con-
tribuir para a redução da transmissão vertical do HIV, realizou, em 2004, uma
pesquisa (n=1541) com o objetivo de identicar o problema da idade gestacio-
nal avançada na entrega dos resultados do exame anti-HIV (média=30 semanas),
em que 0,5% são soropositivos. O estudo desencadeou algumas ações: compra
de exame conrmatório com liberação do resultado em até 15 dias; busca ativa
das gestantes reagentes; estreitamento das relações entre o SAE e as equipes de
pré-natal; confecção e distribuição de materiais educativos; e captação precoce
das gestantes. No prazo de um ano, os autores mediram a repercussão das ações
implantadas. Durante um período de seis meses, foi aplicado um questionário
anônimo (n=446) em todas as consultas de aconselhamento pós-teste para HIV.
Os dados serviram à análise, pelo aplicativo Epi Info 2002, que mostrou os se-
guintes resultados: as gestantes reagentes foram 1,6% das atendidas pelo serviço,
apresentando idade gestacional de 24 semanas, ou seja, seis semanas a menos do
que os dados anteriores. Para a redução da transmissão vertical do HIV, é im-
portante que a terapia anti-retroviral se inicie, preferencialmente, na 14
a
semana
gestacional. Embora não tenham respeitado a idade gestacional recomendada, as
ações desenvolvidas podem, ainda, ter ajudado no diagnóstico mais precoce da
infecção. Esse resultado é motivador para a equipe, que continuará sua busca res-
peitando o período ideal recomendado pelo Ministério da Saúde. Dessa forma, os
autores entendem que se garante o direito à saúde da mulher e de seu concepto,
com a redução da transmissão vertical, promovendo e protegendo a saúde de am-
bos conforme preconiza a legislação que criou o Sistema Único de Saúde, SUS (Lei
n
o
8.080 – Art 2
o
inciso 1
o
).
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
47
POSTER
Projeto HSH (homens que fazem sexo
com homens): uma ação de promoção
à saúde na cidade de Santo André
Prefeitura de Santo André, Secretaria da Saúde,
Coordenação Municipal de DST/Aids
Deivison Mendes Faustino e Glória Ferreira
O Programa Municipal de DST/Aids e seu Núcleo de Prevenção e Unidade de
Redução de Danos, em parceria com a organização não governamental (ONG)
Saúde e Cidadania, realiza atividades dirigidas a várias populações vulneráveis, in-
cluindo “michês” (homens prossionais do sexo) e “travestis” (transexuais pros-
sionais do sexo) que fazem programa” no centro da cidade. Os autores do estudo
vericaram que os homens que fazem sexo com homens (HSH) não prossionais
do sexo necessitam ser abordados, principalmente os mais jovens. Estudos publi-
cados pelo Ministério da Saúde no “Guia de prevenção das DST/Aids e cidadania
para homossexuais (2002), como também por Godim e Kerr-Pontes [Homo/
bissexualidade masculina: um estudo sobre práticas sexuais desprotegidas em
Fortaleza (2000)], destacam a homofobia como grande fator de vulnerabilidade
à DST/Aids entre homossexuais masculinos. Ao mesmo tempo, Barreira [Novos
desaos da prevenção da epidemia pelo HIV/Aids junto aos homens que fazem
sexo com homens (2002)] observa uma tendência de crescimento nos casos de
infecção pelo HIV entre indivíduos com menos de 24 anos de idade, no período
de 1996 a 2000. O projeto aqui relatado contempla, entre suas atividades: incenti-
vo a práticas sexuais mais seguras em alguns parques e salas de cinema da cidade;
ações de sensibilização dos serviços de saúde, entre outras esferas do poder públi-
co; estabelecimento de parceria com organizações da sociedade civil, como com
a ONG Associação Brotar pela Cidadania (ABCDS); e levantamento qualitativo,
junto aos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), sobre a freqüência de
HSH nesses serviços, por intermédio das chas de coleta de dados.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
48
Vigilância,
Prevenção e
Controle de Tuberculose
4
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
51
COMUNICAÇÃO ORAL
O desafio do controle da tuberculose no
sistema prisional do Estado de São Paulo,
espaços conquistados e a conquistar
Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde,
Centro de Vigilância Epidemiológica, Divisão de Controle da Tuberculose
Vera M. N. Galesi, Laedi A. R. Santos, Cláudia V. Montero
e Maria Josefa Rujula Penon
O Estado de São Paulo, a partir de uma proposta de trabalho conjunto entre
as Secretarias de Estado da Saúde e da Administração Penitenciária, vem priori-
zando o controle da tuberculose no sistema prisional desde 1996. Não há muros
que detenham a progressão da doença e sua transmissão, de forma que, se essa
epidemia não for controlada no sistema prisional, não o será na sociedade geral.
A atual população prisional do Estado é de cerca de 140.000 detentos, distribuídos
em 144 unidades prisionais. O número de casos de tuberculose no sistema tem
aumentado (431 em 2000; 1.020 em 2005), provavelmente em função da melhora
do sistema de informação e da busca ativa de casos. A taxa estimada para o siste-
ma prisional, embora conceitualmente não tão correta, foi de 708 casos por
100.000 habitantes em 2005, enquanto, no conjunto da população, foi de 43 casos
por 100.000 habitantes no mesmo ano. A busca de casos mostrou, em 2005, um
incremento de 72%, em comparação com esse percentual em 2003. As taxas de
cura dos casos novos passaram de 55,2% em 2000 para 71,1 em 2004, o abando-
no do tratamento caiu de 18,8% em 2000 para 7,1 em 2004; e as transferências,
de 16,8 para 10,8, indicando importante melhora nos resultados de tratamento.
Os principais indicadores que medem as ações de controle no sistema prisional
demonstram conquistas no período avaliado; porém, indicam a necessidade de
manutenção do trabalho integrado entre as instituições, bem como da tuberculo-
se como item da agenda de prioridades da Saúde Pública.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
52
COMUNICAÇÃO ORAL
EMBUsca da tuberculose, uma experiência
vivida e o desafio do Município na manutenção
e implementação dos indicadores da saúde
no controle da doença
Prefeitura da Estância Turística de Embu,
Secretaria Municipal de Saúde, Vigilância em Saúde
Leonardo Marcolan, Jorge Harada, Isabel Cristina
Pagliarini Fuentes, Laura Covello, Marcelo Dell’Aquila Gonçalves,
Mônica Aparecida Lopes Sousa e Joseane Gomes Machado
O Município de Embu, Estado de São Paulo, com população aproximada de
245.857 habitantes, elegeu, no nal de 2000, entre seus temas prioritários, a ques-
tão da tuberculose. Os dados epidemiológicos do programa de controle local esta-
vam muito aquém das metas: mortalidade=3,3%; cura=69,4%; abandono=14,0%;
e mudança de diagnóstico=11%. Àquela época, a assistência prestada aos pacien-
tes era centralizada em apenas cinco médicos e quatro unidades de saúde. Diante
de tal situação, tornou-se necessária a implantação das seguintes medidas: treina-
mentos maciços para médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares de enfermagem,
pessoal administrativo, agentes comunitários e pessoas responsáveis pela limpeza;
descentralização de 100% (diagnóstico e tratamento) do programa; implantação
do tratamento supervisionado, a partir de 2001; implantação da busca ativa de
sintomáticos respiratórios, atingindo 73% da meta esperada para o ano de 2005;
e equacionamento de materiais e medicamentos. Essas medidas tiveram impacto
importante no Município, modicando as taxas de cura, de 69,4% (2000) para
92,0% (2005), de abandono, de 14,0% (2000) para 2,5% (2005), de mortalidade,
de 3,3% (2000) para 2,7% (2005); e a busca ativa de sintomáticos respiratórios, de
0 (2000) para 73% (2005). Como conseqüência, o Município tem sido premiado,
seguidamente, em nível estadual, desde 2001; e alçou à qualidade de Município de
Referência Estadual e Nacional como Pólo de Treinamento. Por esse motivo, a Vi-
gilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde tem recebido visitas freqüen-
tes de técnicos de outros Municípios e Estados; e de organismos internacionais,
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
53
como a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde,
STOP TB e LA UNION. Os resultados alcançados devem-se, principalmente, à
participação dos prossionais, investimento no ser humano, trabalho em equipe e
integração dos níveis de gestão municipal, estadual e nacional.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
54
COMUNICAÇÃO ORAL
O controle da tuberculose em uma área
de vulnerabilidade social: a experiência na
favela da Rocinha, Cidade do Rio de Janeiro
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Saúde
Elizabeth Cristina Coelho Soares, Zilma Catarina Fonseca,
Jussara Santos da Silva, Gehovânia Rosa Neves, Márcia Cristina
Cid de Araújo, Betina Durovni, Raquel Blake Vilela Piller,
Denise Bastos Arduíni, Maria Helena Carvalho e Solange Cesar Cavalcante
O controle da tuberculose (TB) permanece um desao para os países pobres,
particularmente nas áreas de aglomerações dos grandes centros urbanos. A
favela da Rocinha apresenta uma população de 62.000 habitantes e alta densi-
dade demográca. Em 2002, registrou 365 casos de TB (taxa de incidência de
618/100.000), com percentual de cura de 71% e de abandono de 20%. Nesse ce-
nário, em junho de 2003, o Programa de Controle da Tuberculose implantou a
estratégia de tratamento supervisionado (DOTS) na comunidade. O primeiro
passo foi o estabelecimento de parceria com o Programa de Saúde da Comunida-
de, a Universidade Johns Hopkins e a Mitra Arquiepiscopal. Foi criado um posto
avançado de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) na sede da pa-
róquia da comunidade. Foram selecionados 40 ACS, mediante concurso realiza-
do entre moradores. Após quatro semanas de treinamento, eles foram contrata-
dos para atuar no controle da TB. Realizou-se o mapeamento da área, seguido da
articulação de uma rede social de apoio local aos pacientes no próprio local. A
promoção de atividades educativas consistiu da realização de palestras e criação
de peças de teatro para apresentação em escolas da favela. De junho de 2003 a
junho de 2006, 813 pacientes com TB foram matriculados. O encerramento dos
594 casos matriculados nos dois primeiros anos mostrou percentual de cura de
90% e de abandono de 4,2%. A taxa de incidência decresceu 31% em três anos.
A implantação de DOTS com o trabalho dos ACS mostrou ser uma excelente
estratégia no controle da TB nessa comunidade.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
55
POSTER
Ação de impacto no controle
da tuberculose no pólo indígena
do Município de Amambaí-MS
Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde,
Coordenação Regional de Mato Grosso do Sul
Roselene Lopes de Oliveira Figueiredo,
Jorge Meireles Amarante e Eunice Atsuko Totumi Cunha
Mato Grosso do Sul é um dos Estados considerados prioritários pelo Minis-
tério da Saúde para implementação do controle da tuberculose, onde as comu-
nidades indígenas contribuem com a maior parte dos casos da doença. Essas co-
munidades apresentavam, em 2004, uma incidência de tuberculose, em todas as
suas formas, de 527,8 por 100.00 habitantes. O objetivo deste trabalho foi o de
avaliar a ação emergencial no controle da doença. Foram capacitados os recursos
humanos das aldeias e os coordenadores do Programa de Controle da Tuberculo-
se (PCT) do Município da Amambaí-MS, além da equipe técnica do laboratório
local. Realizou-se análise retrospectiva de dois anos de casos registrados. A busca
de sintomático respiratório foi realizada pela equipe médica local; e os exames
radiográcos, mediante utilização de equipamento portátil cedido pelo Estado de
Roraima, trazido e manuseado por técnico especializado. Foram examinados 45
indígenas; destes, 35 realizaram Rx, baciloscopia e teste tuberculínico. Os escarros
foram coletados e encaminhados ao laboratório do Município; a baciloscopia, en-
carregada à equipe do Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso do
Sul (Lacen/MS). Posteriormente, realizou-se exame de cultura que diagnosticou
um caso de cultura positiva com baciloscopia negativa. Examinaram-se todos os
contatos registrados entre outubro de 2002 e outubro de 2004 e avaliaram-se os
contatos de casos pulmonares positivos registrados entre outubro de 2003 e outu-
bro de 2004; destes, 17 foram submetidos a quimioprolaxia (17,4% dos contatos
examinados). Houve um incremento acentuado nos serviços de baciloscopia e
cultura (70%), em relação ao ano de 2004. No ano de 2005, mediante exame de
cultura de escarro com baciloscopia negativa, foram diagnosticados 26 casos no-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
56
vos da doença. O Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul, em-
bora contasse com um programa basicamente estruturado desde o ano de 2001,
diagnosticou casos de tuberculose ainda desconhecidos pelo sistema de saúde, o
que signica, para estes autores, que o PCT deve prestar uma atenção especial à
população indígena da região.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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57
POSTER
Contribuição da cultura para o diagnóstico
da tuberculose na população indígena
Guarani-Kaiowá de Mato Grosso do Sul
Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado da Saúde,
Fundação de Serviços de Saúde, Laboratório Central de Saúde Pública/MS
Eunice Atsuko Totumi Cunha, Rosália Maia, Ana Paula de Almeida,
Cassiano Rodrigues, Aleuyr Oliveira Lima, Helena Yoshie M. Dias, Marli Marques,
Roselene Lopes de Oliveira Figueiredo e Michael Robert Honer
A população indígena Guarani-Kaioem Mato Grosso do Sul está distribu-
ída em 15 Municípios do Estado. Na baciloscopia, para se observar um ou mais
bacilos por 100 campos observados (resultado positivo), a amostra deve ter, pelo
menos, 5000 bacilos/ml. A cultura pode fazer o número total de casos identi-
cados elevar-se de 20 a 30%. Neste estudo os pacientes eram de várias aldeias
que utilizaram os serviços do Hospital e Maternidade Porta da Esperança (HPE),
referência para diagnóstico da tuberculose em populações indígenas. O isolamen-
to de micobactérias foi feito pelo método do swab, com semeadura em meio de
cultura Ogawa-Kudoh (Organização Mundial da Saúde, 1998). Todas as bacilos-
copias foram feitas no HPE e submetidas ao controle de qualidade do Labora-
tório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen/MS). Os testes de
sensibilidade foram realizados utilizando-se o método das proporções. Analisa-
ram-se 3.472 amostras, sendo 207 (5,79%) baciloscopia positivas; com o exame
de cultura, houve um aumento para 296 (8,79%) amostras positivas. O exame de
cultura, entretanto, contribuiu com 117 (39,52%) casos de baciloscopia negativa
com cultura positiva, identicando o paciente antes dele se tornar bacilífero. Os
autores recomendam o método de Ogawa-Kudoh por ser fácil, barato e viável em
laboratório de média complexidade. A técnica é largamente utilizada nas regio-
nais de São Paulo, em todo o Estado do Espírito Santo e no Rio Grande do Sul.
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58
POSTER
Impacto da concessão da cesta básica ao
portador de tuberculose e sobre o abandono
do tratamento em Barbalha-CE, Brasil
Prefeitura Municipal de Barbalha, Secretaria Municipal de Saúde
Ana Maria Barreto de Araújo Couto, Marinila Calderaro
Munguba Macedo e Alberto Malta Junior
A tuberculose (TB) é um problema de Saúde Pública em todo o mundo. No
Brasil, seu tratamento é gratuito em todas as unidades do Sistema Único de Saúde
(SUS). Apesar disso, o gerenciamento dos pacientes tem sido difícil, com mui-
tos casos de abandono descritos na literatura. Em Barbalha, Estado do Ceará, o
Programa Municipal de Controle da Tuberculose monitorou o comportamento
de abandono de tratamento por pacientes entre 1989 e 2004. Percebeu-se uma
relação entre abandono e carência alimentar. Esta pesquisa foi descritiva, retros-
pectiva e exploratória, com abordagem quantitativa. Para a coleta de dados, foram
utilizados instrumentos de noticação que possuem dados dos portadores de TB.
Do total de 326 portadores inscritos pelo Programa Nacional de Controle da Tu-
berculose/Ministério da Saúde no Centro de Saúde Dr. Leão Sampaio, no período
de 1989-2004, o maior percentual obteve alta por cura 276 portadores (84,5%)
–, enquanto a taxa de abandono cou em torno de 7% (n=23). O perl dos pa-
cientes revelou que 80% pertenciam à zona urbana, 61% eram do sexo masculino,
34,8% se encontravam na faixa etária de 31-40 anos, 60,9% ganhavam entre 1⁄2 e
1 salário mínimo e, aproximadamente, 38% eram consumidores de álcool e 39%
eram fumantes. Também observadas, a taxa de desemprego cou em torno de
34% e a de analfabetismo em 12%. Apesar da taxa de abandono estar abaixo do
preconizado pelo Ministério da Saúde, os autores acreditam ser preciso alertar os
prossionais e a própria comunidade sobre as conclusões deste estudo, para que
se evite o abandono do tratamento e suas conseqüências.
Aperfeiçoamento
dos Sistemas de
Informação e Análise
de Situação de Saúde
5
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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61
COMUNICAÇÃO ORAL
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM):
Sinasc como fonte identificadora da subnotificação
dos óbitos ocorridos durante a gravidez/parto/aborto,
puerpério precoce e puerpério tardio
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde, Vigilância de Eventos Vitais,
Doenças e Agravos Não Transmissíveis; Sistema de Informações sobre
Mortalidade/Porto Alegre
Patrícia Conzatti Vieira, Rita Dalla Jobim, Ana Rosário Sant´Anna
e Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts
As informações dos campos 43 e 44 da declaração de óbito (DO), principal-
mente as relativas à categoria Puerpério tardio, freqüentemente, não são encon-
tradas no prontuário e, por vezes, são desconhecidas do médico atestante. Em
2005, o Sistema de Informações sobre Mortalidade de Porto Alegre (SIM/POA),
Estado do Rio Grande do Sul, introduziu, para todos os óbitos de mulheres em
idade fértil, a pesquisa no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc)
como forma de recuperar as informações nesses campos da DO, coletando a in-
formação da ocorrência de nascidos vivos até um ano antes da data do óbito;
e para todos os óbitos a partir de 2004, a pesquisa no Sistema de Informações
Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), coletando informação sobre
as internações anteriores ao óbito. No caso de informações conitantes entre DO,
Sinasc e SIH/SUS, é realizada pesquisa em prontuário ou entrevista com o médico
assistente. Essa estratégia de trabalho resultou no aumento da detecção de óbitos
no puerpério tardio. Observou-se, em 2004, queda dos óbitos nas categorias Gra-
videz/Parto/Aborto e Puerpério precoce (até 42 dias após o parto). Na categoria
Puerpério tardio (43 dias até um ano após o parto), entretanto, observa-se um
aumento de 75% no ano de 2005, em relação ao ano anterior, possivelmente rela-
cionado à pesquisa realizada no Sinasc.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
62
COMUNICAÇÃO ORAL
O potencial dos sistemas de informação em saúde
para aprimorar indicadores da PPI-VS: discutindo
possibilidades na vigilância epidemiológica de
doenças exantemáticas em PE, 2005
Governo de Pernambuco, Secretaria de Saúde,
Gerência-Geral de Vigilância em Saúde
Gabriela Ferraz Murakami, Fabianni Meneses, Alba Lidiane Cezário
de Barros, Shirlanne Evangelina de Oliveira, Zuleide Dantas Wanderley,
Maria José Couto e Patrícia Ismael de Carvalho
As ações de vigilância epidemiológica no Estado de Pernambuco têm permi-
tido manter a interrupção da circulação do vírus do sarampo desde 1999 e redu-
ção acentuada da incidência de rubéola e síndrome da rubéola congênita (SRC).
Apesar desses avanços, Pernambuco ainda enfrenta desaos como o de manter a
noticação oportuna de doenças em fase de erradicação/eliminação e encerrar,
oportunamente, casos suspeitos, considerando a extensão territorial do Estado e
a realização dos exames laboratoriais na capital. Diante disso, este trabalho teve o
propósito de reduzir a subnoticação e melhorar o encerramento oportuno e a in-
vestigação laboratorial dos casos de sarampo, rubéola e SRC em Pernambuco, em
2005. Trata-se de estudo descritivo operacional, desenvolvido a partir do relacio-
namento das bases de dados do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/PE)
e do Sistema de Informação de Agravos de Noticação (Sinan/PE) para as doenças
exantemáticas. Procurou-se identicar casos suspeitos de sarampo, rubéola e SRC
não noticados em 2005, para caracterização dos Municípios que apresentaram
maior subnoticação; e para vericação de possibilidades de aprimoramento dos
indicadores da Programação Pactuada Integrada da Vigilância em Saúde (PPI-
VS). Foram realizadas reuniões com as vigilâncias epidemiológicas estadual,
regionais e o Lacen/PE, com o objetivo de discutir estratégias de aprimoramento
desses indicadores. Os principais resultados apontam para redução da subnoti-
cação e conseqüente acréscimo do percentual de investigação laboratorial em
2005 [89,51% (Sinan/PE)], quando comparado com o percentual correspondente
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
63
ao ano anterior [83,9% (Sinan/PE)]. Foram denidas padronizações de uxo de
envio de resultado laboratorial, desenhados e elaborados cartazes e cursos de ca-
pacitação abrangendo, também, outras doenças de noticação compulsória, para
auxiliar o encerramento oportuno. Esses resultados indicam a potencialidade do
caráter complementar dos sistemas de informações em saúde, principalmente na
integração das áreas de vigilância, rede diagnóstica e assistência à saúde.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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64
COMUNICAÇÃO ORAL
Aprimoramento dos dados de
mortalidade por causas externas tendo
a imprensa como fonte de dados
Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Saúde,
Centro de Informações em Saúde, Departamento de Dados Vitais
Ângela Maria Cascão e Antônio Pery de Mello Flores
O presente estudo buscou a imprensa como fonte alternativa de esclarecimento
da causa básica (CB) da morte, para óbitos por causas não naturais. A CB é deni-
da pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Doença ou lesão que iniciou
a cadeia de acontecimentos patológicos que conduziram diretamente à morte, ou as
circunstâncias do acidente ou violência que produziram a lesão fatal. Diariamente,
os jornais são lidos e as notícias sobre acidentes e violências recortadas. Esses
recortes geram uma cha de investigação que é digitada (Epi Info 2000). Parea-
dos os óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) com os infor-
mados pela imprensa, se a CB está declarada no SIM de forma incorreta, a cha
de informações da imprensa é encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde do
Município de origem do óbito, para correção no SIM. Desde o segundo semestre
de 2003, o Departamento de Dados Vitais utiliza a leitura de jornais como uma
das formas de investigação dos óbitos por causas externas (CE). O homicídio é o
tipo de CE com maior percentual de recuperação (65,2% em 2005). Esse método
permite identicar óbitos por “intervenção legal”, impossíveis de serem conheci-
dos pela declaração de óbito (DO). A dedignidade é vericada pelo percentual
de concordância entre a DO e a imprensa, que, em 2004, foi de 55,8%; em 2005, foi
de 35,3%. Os eventos sem morte conhecidos pela imprensa são monitorados; caso
ocorra óbito, a CE será recuperada. Os resultados obtidos demonstram que a im-
prensa é válida como fonte adicional para o aprimoramento do SIM; é necessário,
entretanto, buscar outras fontes de complementação dos dados de mortalidade
por CE.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
65
POSTER
Criação de um grupo de codificadores para
solucionar dúvidas de codificação e aplicação
de regras para seleção de causa básica de morte
em Minas Gerais através da Internet
Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde
Salete Maria Novais Diniz, Soteres Maciel de Macedo e Marques,
Valéria de Melo Rodrigues e Oliveira, Dária Aparecida de Oliveira Araújo,
Divane Leite Matos, Eliane de Freitas Drumond e Lenice Harumi Ishitani
As maiores diculdades enfrentadas pela Gerência Estadual do Sistema de In-
formações sobre Mortalidade (SIM) no Estado de Minas Gerais são a xação dos
codicadores de causa básica de morte nos Municípios e Gerências Regionais de
Saúde, além da qualicação continuada dos codicadores capacitados. Em 16 de
junho de 2005, a Superintendência de Epidemiologia da Secretaria de Estado de
Saúde criou o Grupo de Estudos de Codicação e Seleção de Causa Básica de Mor-
te de Minas Gerais com os objetivos de: formar uma rede de discussão entre os co-
dicadores; facilitar o acesso a codicadores mais experientes, quando surgissem
dúvidas na codicação e aplicação de regras de seleção de causa básica de morte;
e mapear as regiões, de acordo com as vidas apresentadas, e avaliar aquelas com
demanda para treinamento de codicadores de causa básica de morte. As dúvidas
são encaminhadas, via e-mail, para: causabasica@saude.mg.gov.br. O grupo se re-
úne periodicamente, analisa, codica e seleciona a causa básica, orienta a consulta
à Classicação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde-Décima Revisão (CID-10) ou a outro material pertinente e esclarece dú-
vidas. As respostas baseiam-se nas normas do Centro Brasileiro de Classicação
de Doenças, publicadas em boletins e na CID-10. A adoção dessa estratégia, haja
vista as dimensões do Estado e o reduzido quadro de codicadores capacitados,
tem se mostrado adequada no acompanhamento dos codicadores treinados e na
solução de suas vidas. Espera-se, assim, reduzir os erros e melhorar a qualidade
da codicação e seleção de causas básicas de morte em Minas Gerais.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
66
POSTER
A experiência do Município do Recife para
identificação de falhas assistenciais e fatores
de evitabilidade das mortes maternas
Prefeitura do Recife, Secretaria de Saúde, Diretoria de Vigilância à Saúde
Juliana M. B. da Silva Costa, Conceição Maria de Oliveira,
Maria José B. Guimarães, Sony Maria dos Santos, Waléria S. Mafra,
Régia Leite, Sérgio P. Costa e Tereza Maciel Lyra
A complexa determinação da mortalidade materna desaa a adoção de políticas
de intervenção. O objetivo do trabalho foi o de descrever as estratégias utilizadas
pela Secretaria de Saúde do Recife, Estado de Pernambuco, para detecção e carac-
terização dos óbitos maternos, por meio da vigilância dos óbitos de mulheres em
idade fértil e da articulação com o Comitê Municipal de Estudos da Mortalidade
Materna (CMEMM). Por intermédio da vigilância, investiga-se 100% dos óbitos
de mulheres de 10 a 49 anos, com disponibilidade dos dados ao CMEMM, proces-
samento, análise e divulgação das informações. O CMEMM conta com um grupo
técnico para discutir e concluir os óbitos investigados. Entre 2001 e 2005, dos 76
óbitos maternos em residentes no Recife, 31,6% estavam subinformados nas decla-
rações de óbito. Destacam-se: razão de mortalidade materna de 64,5/100.00 nasci-
dos vivos; faixa etária de 20-29 anos (31,6%); com companheiro (68,3%); cor negra
(76,3%); renda<3 salários mínimos (56,6%); anos de estudo<3 (21,1%); sem plano
de saúde (84,2%); exercendo atividades do lar (52,6%); sem pré-natal (18,4%); e
óbitos no puerpério (72,4%) e em hospitais com maternidade (75,0%). Predomina-
ram causas obstétricas diretas (55,3%), destacando-se a hipertensão (42,9%). Entre
as causas indiretas, sobressai a aids (20,6%). Identicaram-se falhas no pré-natal
(69,7%), no acesso à assistência hospitalar obstétrica (37,5%) e na atenção ao puer-
pério (55,0%). Detectaram-se evidências de evitabilidade em 84,0% dos óbitos, por
melhoria no pré-natal (62,0%), na atenção ao puerpério (58,9%), no acesso à assis-
tência hospitalar (33,8%) e por medidas educativas (71,8%). As estratégias adotadas
têm contribuído para o conhecimento dos níveis da mortalidade materna, suas cau-
sas e fatores de risco, essenciais para o planejamento de intervenções.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
67
POSTER
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM):
Sinan como fonte identificadora da co-infecção
TB/HIV nos casos de óbito em Porto Alegre
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde, Vigilância de Eventos Vitais,
Doenças e Agravos Não Transmissíveis; Sistema de Informações
sobre Mortalidade/Porto Alegre
Rita Dalla Jobim, Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts,
Maria Regina Varnieri Brito e Eugênio Pedroso Lisboa
A equipe do Sistema de Informações sobre Mortalidade de Porto Alegre (SIM/
POA), Estado do Rio Grande do Sul, na rotina do processo de trabalho de quali-
cação de dados, vem pesquisando todas as declarações de óbito (DO) constantes
dos bancos de dados do Sistema de Informação de Agravos de Noticação (Si-
nan), desde 2004; e do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de
Saúde (SIH/SUS), desde 2005. Essa estratégia mostrou-se eciente na qualicação
da causa básica e das causas associadas ao óbito, como na identicação da co-in-
fecção tuberculose (TB)/HIV na mortalidade pela síndrome da imunodeciência
adquirida (aids). Entre os anos de 2001 e 2005, observa-se um crescente aumento
da detecção de óbitos por aids com co-infecção com TB; porém, em 2004, esse
aumento foi 80% superior à detecção de 2003, provavelmente associado às inves-
tigações das DO no Sinan. No mesmo período, o coeciente de mortalidade por
aids apresenta crescimento, enquanto os coecientes de mortalidade e de seqüela
por TB mantêm-se estáveis. A curva dos coecientes de mortalidade por aids com
co-infecção por TB apresenta intensa elevação no ano de 2004. A co-infecção por
tuberculose é considerada o principal marcador de risco para óbito em pacien-
tes HIV-positivos. Ao detectar a co-infecção TB/HIV nos óbitos por aids, o SIM
oferece aos programas de prevenção e controle de aids e TB a oportunidade de,
no estudo individual desses óbitos, reetir sobre as causas da subnoticação e da
não-aderência ao tratamento.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
68
POSTER
Sistema de Informações sobre Mortalidade:
melhorando a qualidade das informações
Prefeitura Municipal de Uberlândia, Secretaria Municipal de Saúde,
Diretoria de Planejamento e Informação em Saúde, Gerência de Informação
e Divulgação em Saúde
Cláudia Rodrigues Pereira Roque, Hermínia Mendonça Pereira Resende,
Mizant Couto de Andrade e Rúbia Pereira Barra
Em Uberlândia, Estado de Minas Gerais, os registros do Sistema de Informa-
ções sobre Mortalidade (SIM) têm apresentado problemas na qualidade na infor-
mação das causas de óbitos maternos e por causas externas. No sentido de me-
lhorar essa qualidade, adotaram-se as seguintes medidas: inquéritos domiciliares
e com médicos, sobre mortes de mulheres em idade reprodutiva (10 a 49 anos);
investigação, no Instituto Médico Legal (IML), dos óbitos por causas externas e
(investigação parcial) de óbitos por causas mal denidas. Em 2004 e 2005, a inves-
tigação de 364 óbitos de mulheres em idade fértil (100%) resultou na alteração da
causa básica em 55 dos casos (15,1%). Os óbitos maternos em 2004 foram iden-
ticados após investigação, o mesmo ocorrendo com um dos três óbitos de 2005.
Em 2005, investigaram-se 308 óbitos por causas externas (IML e prontuários);
desse total, 219 casos foram esclarecidos sobre a causa básica (71,1%) e apenas
sete (2,2%) caram sem esclarecimento sobre a causa do traumatismo. Foram in-
vestigados 32 óbitos mal declarados, os quais migraram, principalmente, para os
capítulos I-Doenças infectoparasitárias (nove casos) e II-Neoplasias (nove casos).
As fontes de investigação foram: prontuários; Hospital do Câncer; ambulatório de
DST/Aids; Sistema de Informação de Agravos de Noticação (Sinan); e o Serviço
de Vericação de Óbito (SVO). Após o término de cada investigação, é realizada
a alteração correspondente no SIM. A investigação desses óbitos tem produzido
uma signicativa melhora na qualidade dos dados, fundamental para a produção
de estatísticas de mortalidade e construção dos principais indicadores de saúde.
Vigilância,
Prevenção e
Controle de Dengue
6
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
71
COMUNICAÇÃO ORAL
O papel da vigilância epidemiológica
na detecção de epidemias de dengue
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Saúde,
Subsecretaria de Ações e Serviços
Cecília Carmen de Araújo Nicolai, Meri Baran, Márcia Pereira Fontes,
Viviane Tostes e Glauce Regina Sobral Lopes
Controlar a ocorrência de dengue tem sido um dos maiores desaos na área da
Saúde Pública. A despeito dos investimentos realizados, pouco sucesso tem-se al-
cançado e as epidemias são cada vez mais freqüentes. Diante dos fatos, o sistema
de vigilância epidemiológica (VE) tem aprimorado técnicas de detecção e controle
do processo epidêmico baseadas na integração de trabalho, rapidez em processa-
mento, análise de dados, comunicação e intervenção. Tanto a Gerência da Vigilân-
cia Epidemiológica como os Serviços de Epidemiologia (SEp) no nível local devem
comunicar os casos novos de dengue à Coordenação de Controle de Vetores. To-
dos devem concentrar os trabalhos nas áreas geográcas indicadas de acordo com
o acompanhamento sistemático dos dados processados no Sistema de Informação
de Agravos de Noticação (Sinan); e analisá-los diariamente, combinando o uso
de técnicas de estatística e geoanálise de maneira a possibilitar a obtenção de um
máximo de sensibilidade na detecção de anormalidades. No ano de 2005, foram
detectadas duas anormalidades: na semana epidemiológica (SE) 25, na zona sul da
cidade; e na SE 48, na zona oeste. Embora essas anormalidades não tenham provo-
cado uma explosão de casos no resto do Município, elevaram o número de casos em
mais de 1000% em relação ao ano anterior. O controle da dengue continua a ser um
desao e a experiência da vigilância epidemiológica no Município do Rio de Janeiro
tem demonstrado a importância da utilização, pelas equipes, de recursos múltiplos
para detecção precoce de anomalias, como ferramentas estatísticas e geoanalíticas
associadas à capacitação de técnicos em VE, a ser valorizada tanto quanto a da área
de assistência médica.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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72
COMUNICAÇÃO ORAL
Implementações na operacionalização
de campo e participação comunitária
no controle da dengue
Prefeitura Municipal de Araçatuba, Secretaria Municipal de Saúde
Ana Cláudia Gomes da Rocha, Gislene Marcelino
e Maria Francisca da Costa
Desde 1986, a dengue é doença de noticação compulsória em razão da ocor-
rência de epidemias em vários Estados do Brasil. O primeiro registro de transmis-
são da doença no Município de Araçatuba, Estado de São Paulo, foi conrmado
em 1987. A dengue apresenta nítida variação sazonal, com maiores incidências
nos meses de março e abril; nos últimos anos, em Araçatuba, estendeu-se até os
meses de maio, junho e julho. Frente à proliferação do mosquito Aedes aegypti
que vem se mantendo –, para que se obtenha êxito na prevenção da transmissão
da doença e/ou sua interrupção, faz-se necessária a sustentação de ações de for-
ma contínua e sistemática nas áreas de operacionalização de campo, controle do
vetor e educação em saúde. A criação de equipes especiais para a abrangência de
diferentes frentes de trabalho, desde a visita domiciliar de rotina até aquelas ativi-
dades desenvolvidas por grupos e categorias organizados no Município, permitiu
o alcance dos seguintes resultados: queda signicativa do número dos casos de
dengue em dois anos de execução do projeto e, posteriormente, apesar da grande
expansão da doença em regiões limítrofes a Araçatuba – registrou-se um total de
casos menor que no ano de 2003, caracterizado pela ocorrência da maior epide-
mia acontecida no Município –; maior mobilização da comunidade, responsável
por mudanças drásticas nas formas de criadouro do Aedes aegypti encontradas;
demanda espontânea dos suspeitos de dengue ao serviço de saúde de forma mais
pontual; e queda signicativa da densidade larvária do A. aegypti durante a exe-
cução do projeto.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
73
COMUNICAÇÃO ORAL
Levantamento de Índice Rápido do Aedes
aegypti – LIRAa – como ferramenta norteadora
das medidas de controle da dengue no Município
de Cacoal, Rondônia
Prefeitura Municipal de Cacoal, Secretaria Municipal de Saúde,
Vigilância Epidemiológica, Endemias
Ivani Claudete Gromann, Isabel de Lima Velasco e Flaviano Melo de Oliveira
A Coordenação do Programa Municipal de Controle da Dengue de Cacoal, Es-
tado de Rondônia, desenvolve diversas atividades no controle da dengue. A reali-
zação do Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti – LIRAa – faz-se neces-
sária para o fornecimento, em curto espaço de tempo, de informações relacionadas
a persistência e criadouros especiais do mosquito Aedes aegypti. O LIRAa utiliza
como critérios a observação da densidade populacional e o número de imóveis,
considerando como unidade primária de amostragem o quarteirão. Para a realiza-
ção do levantamento, os bairros do Município de Cacoal foram divididos em dois
estratos. Os resultados foram distintos para cada um deles, evidenciando a hetero-
geneidade dos criadouros. Assim, foi necessário desenvolver ações diferenciadas
conforme os problemas identicados em cada estrato. No estrato 1, onde o lixo foi
identicado como o problema predominante, a população recebeu orientações para
seu acondicionamento adequado; como resultado da articulação do Programa com
o serviço municipal de limpeza urbana, priorizou-se a coleta sistemática. No estrato
2, onde o principal problema foi associado aos depósitos de acondicionamento de
água (caixas d´água) no nível do solo, está sendo desenvolvido, em parceria com o
setor de saneamento e a comunidade, um projeto de vedação e elevação dessas cai-
xas à altura de um metro do solo. Houve uma redução de 85,5% nos casos de den-
gue clássica, sem surgimento de novos casos com manifestações neurológicas; 33
casos foram noticados no mesmo período do ano anterior. A utilização do LIRAa
permitiu um menor quantitativo de agentes, menor tempo de realização – compa-
rado com o método tradicional –,
focalização das ações de controle em microáreas
de maior risco e informação com antecipação suciente para adoção de medidas
de mobilização da comunidade e da administração municipal.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
74
POSTER
Projeto “Carroceiros no Controle à Dengue”
Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto,
Secretaria Municipal de Saúde e Higiene
Marisa Bernardi Cesarino, Amena Alcântara Ferraz,
Valdir Ferreira e Eduardo Sérgio Marques Lázzaro
A avaliação do Programa de Controle à Dengue do Município de São José do
Rio Preto, Estado de São Paulo, mostrou que a coleta de criadouros em áreas ver-
des, praças, margens de córregos, terrenos baldios e lixões era fator condicionante
da ação dos agentes comunitários de saúde (ACS) como educadores, porque di-
cultava sua motivação quando comprometia sua apresentação pessoal, ao suge-
rir uma imagem de catadores de lixo, obstáculo para sua comunicação com a
comunidade e acesso às residências. Diante do exposto, realizou-se a inclusão de
carroceiros, no controle à dengue, para coleta de criadouros potenciais, acondi-
cionamento em sacos plásticos e disponibilização para a coleta convencional de
resíduos sólidos ou em pontos de entulho. Assim, ampliou-se o número de pontos
de entulho em ação intersetorial com o programa ambiental do Município. Par-
ticiparam do projeto 50 carroceiros, capacitados no ambiente de trabalho e orga-
nizados em associação, distribuídos no território de forma integrada ao trabalho
dos ACS e supervisores. A experiência possibilitou: fortalecimento do papel dos
ACS como educadores, ampliando sua receptividade, acesso às residências e valo-
rização de seu trabalho; inclusão social dos carroceiros, como “empoderamento
e reorganização destes em sistema de cooperativa; e melhoria da auto-estima e
identidade prossional de ambos os atores sociais, facilitando o processo de au-
toconstrução do sujeito: ao transformar o mundo pelo trabalho, os trabalhadores
transformam-se a si mesmos.
Vigilância, Prevenção
e Controle de Doenças
Imunopreveníveis e
Hepatites Virais
7
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
77
COMUNICAÇÃO ORAL
Métodos e técnicas para melhoria da gestão
do serviço de imunização em Santa Luzia-MG
Prefeitura Municipal de Santa Luzia,
Secretaria Municipal de Saúde, Diretoria de Epidemiologia
Evandro Freitas Bouzada, Tatianne Perdigão Carvalho
e Paulo César Soares
A Diretoria de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Luzia,
Estado de Minas Gerais, é responsável pelas ações de imunização no Município
(rotinas e campanhas). As etapas de transporte, armazenagem central, distribui-
ção às 24 unidades de saúde da família e supervisão da execução dos serviços na
ponta são de responsabilidade da Diretoria de Epidemiologia, em sua rotina de
serviços. Buscando inovações e melhorias constantes no serviço de imunização
oferecido à população, a Diretoria iniciou, ao nal de 2004, a implantação de mé-
todos e técnicas de gestão baseados em critérios de excelência, procurando garan-
tir o cumprimento das normas técnicas prescritas no “Manual de Procedimentos
para Vacinação” do Ministério da Saúde. Em uma primeira avaliação, pela técnica
de análise de desempenho, não se constatou qualquer regularidade no arquiva-
mento das informações nas salas de vacina (arquivo rotativo). Observaram-se,
também, muitas falhas no controle de qualidade dos imunobiológicos (controle
de temperatura das geladeiras, preparação de caixas de trabalho, perda de imuno-
biológicos, etc.), inexistência de padronização dos processos de trabalho (limpeza
de material de trabalho, geladeira e ambiente, etc.), despreparo dos prossionais
quanto ao cumprimento das normas técnicas (falta de treinamento) e inexistência
de avaliações entre os atores envolvidos. Como conseqüência do não-acompanha-
mento metodológico em toda a estrutura do serviço, os resultados da cobertura
vacinal em campanhas e rotinas eram irregulares. Após avaliação de todo o pro-
cesso, foi feito um alinhamento estratégico, levando-se em conta os processos de
apoio, os processos nalísticos e os usuários (clientes). O conjunto de atividades
compõe-se do chamado Ciclo do PDCA [Plan (planejar); Do (executar); Check
(controlar); e Action (ação corretiva)], ciclos constantes de controle e aprendiza-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
78
do que aplicados ao planejamento, buscam alcançar melhoria dos processos de
imunização. Apesar do custo operacional muito baixo, a adoção dessa estratégia
de gestão permitiu que a equipe assumisse melhor domínio sobre todas as etapas
do processo, obtendo avaliações precisas, melhor controle, ações corretivas em
tempo e resultados satisfatórios.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
79
COMUNICAÇÃO ORAL
Sianti-Rábica – criação de um arquivo para
sistematizar as informações da campanha
anti-rábica animal –, uma ferramenta para
o planejamento, organização e avaliação
no Município de Campinas-SP
Prefeitura Municipal de Campinas, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenadoria Distrital de Vigilância à Saúde – Leste
Luiz Henrique Martinelli Ramos
O Sianti-Rábica contitui-se de uma planilha eletrônica que utiliza a tabela di-
nâmica; na planilha, são inseridos os dados considerando, como unidade básica
de informação, o posto de vacinação. Os dados pertinentes são inseridos e/ou
calculados e, por meio da tabela dinâmica, extraem-se relatórios e grácos diver-
sos, em vários níveis de agregação, seja de planejamento, logística, resultados ou
divulgação da campanha. No arquivo, são inseridas outras informações apropria-
das e auxiliares. As informações ra/reticadas, em qualquer nível de organização,
são processadas e transmitidas de forma rápida e segura, impressa ou digital. O
arquivo permite a criação de indicadores e outros instrumentos de análise de ges-
tão e/ou epidemiologia, além da elaboração da série histórica de vacinação (anos
anteriores). Dessa forma, obtém-se: padronização, organização, sistematização e
digitalização das informações; rapidez, agilidade e versatilidade na organização,
planejamento, logística, avaliação e análise dos resultados; relatórios de cobertura
e/ou produção vacinal, intercorrências, material e pessoas envolvidas na campa-
nha; relatórios para divulgação à imprensa; liberdade para inserção de novos re-
gistros e atributos; e agregação, combinação e elaboração de novos indicadores.
O uso do sistema, que requer conhecimento intermediário de planilha eletrônica,
é possível em todo território nacional, adaptado às campanhas de vacinação hu-
mana e/ou combinado com programas de geoprocessamento (SIG), tabulação de
dados (Tabwin) e análises conjuntas com dados da Fundação Instituto Brasileiro
de Geograa e Estatística (IBGE).
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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80
COMUNICAÇÃO ORAL
A experiência do Município de Rio Grande-RS na
organização do fluxo de atenção às hepatites B e C
Prefeitura Municipal de Rio Grande,
Secretaria Municipal da Saúde
Maria da Graça Insaurriaga Jundi e Günther Honscha
A partir da iniciativa do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle
das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, no lançamento da campanha para
realização de testes sorológicos dos marcadores de hepatites B e C, dentro das
diretrizes de aconselhamento pré e pós-teste, o Município de Rio Grande, Estado
do Rio Grande do Sul, estruturou-se com a nalidade de atender sua popula-
ção. A Coordenação Municipal de DST/Aids promoveu a integração das equipes
dos diversos serviços para a formação de uma rede de atendimento. O Centro de
Testagem e Aconselhamento (CTA) tornou-se a porta de entrada do paciente na
rede, realizando os aconselhamentos pré e pós-teste. O Laboratório Municipal de
Análises Clínicas (Lamac) encarregou-se da realização de todas as rotinas labo-
ratoriais. O Ambulatório Municipal de DST/Aids, por sua vez, encarregou-se do
acompanhamento clínico dos pacientes, encaminhando-os à vigilância epidemio-
lógica para noticação e investigação dos casos. Quando necessário, os pacientes
são encaminhados ao serviço de referência em hepatologia do Hospital Univer-
sitário (HU). Para ampliar as ações e facilitar o acesso e acompanhamento desses
pacientes, o Programa Saúde da Família trabalha integrado à Rede Municipal de
Atenção às Hepatites B e C. Esse trabalho é resultado de parceria das três esferas
governamentais, com o objetivo de ampliar o diagnóstico das hepatites B e C. A
crescente procura pelo serviço resulta em aumento do número de casos noti-
cados no Município. A imediata resposta à campanha cou demonstrada pela
reestruturação e integração dos serviços e melhora da qualidade de vida dos pa-
cientes, além da promoção de um atendimento humanizado e otimizado a partir
de um diagnóstico precoce.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
81
POSTER
Estudo dos efeitos da vacina contra rubéola sobre o
produto da gestação de mulheres vacinadas durante
campanha realizada no Estado de São Paulo em 2001
Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde,
Coordenadoria de Controle de Doenças,
Centro de Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac”
Helena Keico Sato, Andréia T. Sanajotta, Flávia Helena Ciccone, Maria Inês C. Gonçalves,
Maria Inês Miguel, Cláudia Montero, Walkyria Hercília Carneiro, Ana Sardinha Afonso,
Márcia Theobaldo, Sueli Pires Curti, Cláudio Sérgio Pannuti, Vanda A. U. F. Souza,
Geraldo Duarte, Joelma Andrade, Helaine Milanez, Mônica Aparecida Pessoto, Maria
Célia Cervi, Edson Koji Suzuki, Clélia Maria S. S. Aranda, José Cássio de Moraes, Gabriel
W. Oselka e grupo de trabalho para investigação das gestantes vacinadas contra rubéola
O objetivo deste estudo é estimar o risco de infecção congênita pelo vírus da
vacina contra rubéola, a ocorrência de aborto, baixo peso (BP) e prematurida-
de nas gestantes suscetíveis e imunes à doença. Trata-se de um estudo de coorte
prospectivo em mulheres vacinadas, durante uma campanha de vacinação. Rea-
lizaram-se testes de ELISA e teste de gravidez. Foram noticadas 6.473 gestantes
vacinadas e coletadas amostras de sangue em 5.580 (86,2%); destas, 811 (14,5%)
eram suscetíveis no momento da vacinação e 2135 (38,3%) eram imunes. Foram
identicados 27 recém-nascidos (RN) com sorologia reagente para rubéola (IgM);
a taxa de infecção congênita pelo vírus vacinal foi de 4,7% (27/580). Nenhum RN
apresentou malformações compatíveis com síndrome de rubéola congênita. Em
relação à ocorrência de aborto, prematuridade e BP, não se observou diferença
signicante, estatisticamente, entre ambos os grupos. Comparando-se as taxas de
BP e de prematuridade entre os RN infectados (22,2% e 25,9%, respectivamente)
e os RN não infectados (5,2% e 8,3%; p<0,01), observou-se uma taxa elevada entre
os infectados. Os resultados sugerem que a recomendação de não vacinar gestan-
tes para rubéola ainda deve ser mantida.
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Anais da 6ª EXPOEPIResumos
82
POSTER
Descentralização da cópia da DNV para UBS:
proposta de intervenção para aumento de cobertura
vacinal de rotina no Município de Caxias do Sul
Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, Secretaria da Saúde,
Divisão de Vigilância à Saúde, Serviço de Vigilância Epidemiológica
Salete Dachery e Jefferson Netto
A Divisão de Vigilância à Saúde do Município de Caxias do Sul, Estado do Rio
Grande do Sul, por intermédio do Serviço de Vigilância Epidemiológica, realiza,
entre outras, ações na área de imunobiológicos. Para tanto, efetua a distribuição
de vacinas, o monitoramento da rede de frio e o cálculo da cobertura vacinal. En-
tre 2001 e 2004, a cobertura vacinal em crianças menores de um ano permaneceu
abaixo de 95%. Em 2004, elaborou-se uma estratégia de intervenção utilizando a
Declaração de Nascido Vivo (DNV) emitida nas maternidades, considerando o
percentual de 99% de partos hospitalares no Município. Uma cópia do documen-
to é enviada, mensalmente, para a unidade básica de saúde (UBS) de abrangência
da residência do recém-nascido. O projeto proporciona às equipes o conhecimen-
to de 100% dos nascidos vivos na área de abrangência de cada UBS, possibilitando
a criação de estratégias de busca ativa das crianças que não efetuarem vínculo com
sala de vacina no primeiro mês de vida, bem como a identicação e correção dos
endereços declarados indevidamente, nas maternidades. A DNV é uma ferramen-
ta que, além de garantir a informação do estado de saúde da criança, fomenta e
subsidia o planejamento de ações locais de ampliação da cobertura vacinal. Em
2004, com a implantação do projeto, vericou-se um acréscimo de 18,8% na co-
bertura vacinal; em 2005, esse aumento foi de 10,6%. Entre 2003 e 2005, o aumen-
to médio vericado chegou a 29,3%. O projeto mostrou-se ecaz na ampliação da
cobertura vacinal em Caxias do Sul.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
83
POSTER
Experiência inédita no controle das hepatites
B e C no Centro de Ressocialização Feminina
de São José do Rio Preto-SP, através de parceria
entre a Secretaria de Estado da Administração
Penitenciária de São Paulo e ONG (Gada)
Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto,
Secretaria Municipal de Saúde e Higiene,
Programa Municipal de Hepatites Virais;
Grupo de Amparo ao Doente de Aids;
Governo do Estado de São Paulo,
Secretaria de Estado da Administração Penitenciária,
Centro de Ressocialização Feminina de São José do Rio Preto
Margarida Georgina Bassi, Júlio César Figueiredo Caetano,
Carla Wanessa Polli, Ana Maria de Araújo Lois, Ana Paula Parra
Zancheta Martins e Fátima Grisi Kuyumjian
Mediante convênio entre a Secretaria de Estado da Administração Penitenciá-
ria e o Grupo de Amparo ao Doente de Aids (Gada), (Diário Ocial do Estado de
São Paulo 061/2004, de 21 de agosto de 2004), sobre assistência à saúde, jurídica,
social e psicológica da população do Centro de Ressocialização Feminina (CRF)
de São José do Rio Preto, constituiu-se uma equipe multiprossional que realiza
controle de doenças na admissão das reeducandas. O estudo analisou a situação
sorológica para hepatites B e C, bem como a vacinação para hepatite B nas reedu-
candas em admissão, visando aos cuidados precoces dos casos detectados, à busca
de comunicantes e sua orientação quanto à prevenção de infecção. O estudo foi
realizado em todas as mulheres admitidas no CRF em 2005, totalizando 170 mu-
lheres, provenientes de diversas regiões do Estado de São Paulo. A faixa etária va-
riou entre 18 e 55 anos, com maior concentração entre 20 e 24 anos. Na admissão,
avaliou-se o histórico de doenças anteriores, situações de risco e situação vacinal;
e foram realizadas sorologias, vacinação e complementação de vacinas. Neste es-
tudo, não se detectou presença do vírus B, embora 17 mulheres apresentassem
sorologias indicando contato prévio. Entre essas mulheres, cinco foram reagentes
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
84
para hepatite C, logo encaminhadas para referência de tratamento; dessas cin-
co, duas apresentaram sorologia positiva para HIV e uma para sílis. O trabalho
comprovou-se ecaz. Com a integração do serviço de saúde e do penitenciário,
os casos detectados foram encaminhados para acompanhamento/tratamento, re-
alizou-se busca de comunicantes, noticação e investigação dos casos, vacinação
para hepatite B, orientação sobre perfurocortantes – com implantação de esterili-
zação dos materiais de uso compartilhado – e educação para prevenção.
Vigilância,
Prevenção e Controle de
Hanseníase e Malária
8
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
87
COMUNICAÇÃO ORAL
Estratégia de atualização do banco
de dados do programa de hanseníase
no Estado de Pernambuco, em 2005
Governo de Pernambuco, Secretaria Estadual de Saúde
Rejane Pereira de Almeida, Margarida Cristiana Napoleão Rocha,
Andréa Torres Ferreira, Ana Wylma Pinto Saraiva, Ivaneide Izídio de Morais,
Cecília Maria Machado da Silva, Odete Correia Magalhães, Patrícia Ismael
Carvalho e Lúcia Maria de Brito Tiago
A hanseníase permanece como problema de Saúde Pública em Pernambuco,
ocupando o 10
o
lugar em coeciente de prevalência no País. O registro ativo (RA)
do Estado oscilou de 12.038 casos em 2000 para 10.578 em 2004, sendo 68% de
abandono. O Sistema de Informação (SI) fornece dados para nortear as ações
necessárias ao cumprimento da meta de eliminação do agravo. Os indicadores
devem reetir a realidade epidemiológica da área e ser pautados em números re-
ais, originados de um sistema atualizado e monitorado. Para tanto, este trabalho
objetivou atualizar o SI e reduzir o registro ativo dos casos de hanseníase em Per-
nambuco. Utilizaram-se relatórios emitidos pelo aplicativo HANSWIN, nas esfe-
ras estadual, regional e municipal, com posterior análise comparativa entre eles.
Unidades de saúde foram visitadas para resgate das informações em prontuários e
encerramento do caso na esfera competente, com envolvimento de gestores, coor-
denadores do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase em Pernambuco
e equipes de saúde. Na análise dos relatórios pelo HansWin, identicaram-se di-
vergências signicativas entre eles, resultantes do processo de descentralização do
SI para as Regionais e Municípios. A busca ativa da informação e o encerramento
dos casos reduziram o RA de 10.578, em 2004, para 5.801 em 2005 (-45,2%), o
abandono de 68,1% para 36,2% e o abandono na coorte de 31,2% para 13,5%; a
cura na coorte aumentou de 55,2% para 72,8%. Os resultados demonstraram a
importância da atualização do banco de dados e do monitoramento dos indica-
dores, ações imprescindíveis para um banco consistente e atualizado, que reita a
realidade epidemiológica e subsidie o planejamento das ações do Programa Na-
cional de Eliminação da Hanseníase no Estado de Pernambuco.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
88
COMUNICAÇÃO ORAL
Hanseníase: integrando saúde, escola
e comunidade no programa de atenção
primária à saúde
Prefeitura Municipal de Vila Velha, Secretaria Municipal de Saúde,
Vigilância Epidemiológica
Gilsa Aparecida Pimenta Rodrigues, Maria Célia
Dalvi Brunelli Sales e Marizete Altoé Puppin
Trata-se de um projeto de extensão universitária de educação em saúde que tem
como parceiros o Centro Universitário de Vila Velha e a organização não governa-
mental (ONG) Netherlands Leprosy Relief (NLR). O projeto foi desenvolvido nas
escolas de ensino fundamental e médio da rede pública. Vila Velha, Estado do Espí-
rito Santo, é dividida em cinco regiões administrativas e conta com uma população
de 396.324 habitantes. Em 2003, a 5
a
Região foi eleita para realização do projeto por
ser de grande extensão territorial e incluir uma área de invasão e população em con-
dições socioeconômicas desfavoráveis. Ademais, trata-se de uma região hiperendê-
mica em hanseníase, com 9,8 casos/10.000 habitantes. No conjunto do Município,
esse coeciente é de 4,63 casos/10.000 hab. O trabalho objetiva divulgar os sinais e
sintomas, promover tratamento e cura e auxiliar no diagnóstico precoce da doença
e outras dermatoses, além de inserir o acadêmico de enfermagem em atividades
extra-escolares. Para tanto, empregou-se a seguinte metodologia: treinamento dos
acadêmicos e planejamento das atividades; treinamento do corpo docente; aplica-
ção de testes com o público-alvo; exibição de lme e teatro de fantoches; distribui-
ção de material informativo; exposição dialogada com álbum seriado; exame físico;
produção de trabalhos em sala de aula; e concurso intersalas. No período de 2003
a 2005, 178 professores foram treinados, houve 15.492 participações em atividades
educativas e realizaram-se 9.164 exames físicos 1.144 detecções de problemas de
pele –, a partir dos quais foram diagnosticados 17 casos de hanseníase entre os
escolares. Indiretamente, estes autores diagnosticaram quatro casos por demanda
espontânea (familiares) e três mediante exame de contato. Os resultados alcançados
demonstram que o projeto vem apresentando um impacto positivo, auxiliando na
descoberta precoce de casos novos.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
89
COMUNICAÇÃO ORAL
Avaliação e monitoramento do tratamento
de malária segundo comportamento alimentar
Prefeitura Municipal de Palmas,
Secretaria Municipal de Saúde,
Centro de Controle de Zoonoses
Éldi Vendrame Parise
O Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de Pal-
mas, Estado do Tocantins, pelo seu Setor de Malária, realiza, entre outras, ações
de monitoramento dos pacientes de malária segundo comportamento alimentar
durante e após o tratamento, procurando detectar as possíveis causas das recaídas.
Todos os pacientes de malária são acompanhados até a cura denitiva; nos casos
de reincidência, investiga-se a dosagem dos medicamentos ingeridos, se houve
vômitos, uso de álcool ou exagero na ingestão de comidas fortes e gordurosas,
divergência quanto à escie parasitária de uma infecção para outra e se o pacien-
te retornou para área de transmissão. No período estudado, foram conrmados
304 casos de malária: 207 (68,09%) tiveram a interrupção denitiva da doença e
97 (31,91%) apresentaram reinfecção; destes, 17,52% tiveram recaída, apesar de
o tratamento ter sido correto, 18,59% zeram tratamento incorreto com doses
inferiores de medicamentos; ou vomitaram depois de ingeri-los –, 41,24% exage-
raram com comidas fortes e gordurosas e/ou ingeriram bebida alcoólica durante
ou logo após o tratamento, 9,28% foram tratados para uma espécie de plasmódio
e, depois, recaíram frente a outra espécie e 12,37% retornaram para a área de
transmissão. A maioria das recaídas observou-se em pacientes que ingeriram be-
bidas alcoólicas e/ou exageraram com comidas fortes e gordurosas; em seguida,
aparecem os que zeram tratamento incorreto (doses inferiores de medicamentos
ou vômito após sua ingestão). Os achados demonstram que, além de tratamento
adequado e especíco, o paciente necessita de alguns cuidados no comportamen-
to alimentar, pois os mecanismos que desencadeiam a reativação dos hipnozoítos,
na presença de certas substâncias ingeridas, ainda não foram esclarecidos.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
90
POSTER
Estratégias adotadas no Município de Monção
para a vigilância e controle da malária
Prefeitura Municipal de Monção, Secretaria Municipal de Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica
Maria José Curvelo, Ricardo Soares de Almeida e Alfredo Reis
A Secretaria Municipal de Saúde de Monção, Estado do Maranhão, por seu De-
partamento de Vigilância Epidemiológica, realiza, entre outras ações, a vigilância
e o controle da malária. O Município possui área territorial de 1.415 km
2
e é com-
posto por 223 localidades, 12 na zona urbana e 211 na zona rural. Está inserido na
Amazônia legal, de clima quente e úmido, e apresenta uma rica bacia hidrográca
composta por dez grandes lagos, dois rios perenes, lagoas e pântanos, o que lhe
confere uma paisagem exuberante mas lhe proporciona um alto grau de recepti-
vidade às doenças transmitidas por vetores, principalmente a malária. Sua popu-
lação atual, estimada em 26.546 habitantes [Fonte: Fundação Instituto Brasileiro
de Geograa e Estatística (IBGE)] tem como principais atividades econômicas a
lavoura e a pesca, obrigando seus cidadãos a recorrerem a habitações rústicas e
temporárias e, assim, aumentarem, expressivamente, sua exposição aos vetores.
A incidência de malária foi signicativa nos anos de 1998 (655 casos) e de 1999
(2.740 casos); sua ascensão no ano 2000 levou ao registro de 5.709 novos casos.
Em 2001, diante desse quadro, a nova administração do Município intensicou
o plano de combate à doença, que contemplava a contratação e treinamento de
agentes de endemias; a aquisição de materiais, veículos, insumos e equipamentos;
assim como, a descentralização das ações de saúde e inserção da malária como
item das principais ações da atenção básica. O Município foi dividido em seis áre-
as estratégicas, onde se instalaram postos de saúde com laborario equipado para
realizar, diariamente, exames de malária e, dessa forma, diminuir o tempo entre a
coleta do material e seu diagnóstico. A Secretaria Municipal de Saúde montou um
esquema terapêutico supervisionado, que resultou em uma queda de 90% nas re-
caídas e recrudescências. Foi intensicada busca ativa pelos agentes de endemias
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
91
e agentes comunitários de saúde (ACS) e realizadas borrifações intradomiciliares
e espaciais como ações complementares. Ao mesmo tempo, foram desenvolvidas
ações de educação em saúde nas comunidades. Gradativamente, os índices de ca-
sos de malária declinaram, diminuindo, consideravelmente as las nas unidades
de saúde e as internações decorrentes; resgatou-se a credibilidade dos serviços
entre a população. Atualmente, existe uma vigilância permanente não só para bai-
xar os índices como também – e principalmente – para manter a sustentabilidade
alcançada, resultado que se deve à organização dos serviços de saúde e à vontade
política de seus gestores locais.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
92
POSTER
Descentralização em prevenção
de incapacidades e assessoria
Prefeitura de Araguaína, Secretaria Municipal de Saúde
Luciene Maria de Carvalho e Iane Sousa Veloso Ribeiro
A prevenção de incapacidades físicas (PIF) ainda representa, para o Brasil, um
compromisso a ser assumido por todos os prossionais que atuam no diagnósti-
co e acompanhamento dos casos de hanseníase. A descentralização das ações de
controle da doença no Município de Araguaína, Estado do Tocantins, iniciou-se
em 2003. Antes, o Município contava com apenas uma unidade de noticação,
o Hospital de Doenças Tropicais, que centralizava o diagnóstico, tratamento e
prevenção de incapacidades. A partir de 2005, com a capacitação de 56 prossio-
nais de nível superior da atenção básica [Programa de Agentes Comunitários de
Saúde (PACS)/Programa Saúde da Família (PSF)], realizada pela Divisão de Vigi-
lância Epidemiológica e pela Assessoria Técnica em Prevenção de Incapacidades
nas unidades básicas de saúde, intensicaram-se as ações descentralizadoras, com
ênfase em PIF. A necessidade de monitoramento da função neural tornou impres-
cindível a descentralização dessas ações, cujo principal objetivo era o de prevenir
incapacidades mediante o diagnóstico e o acompanhamento mensal das altas e
intercorrências, evitando a evolução e instalação de deformidades. Propunha-se o
acompanhamento mensal de todos os casos, identicação de alteração neural nos
casos novos, em tratamento e em fase pós-alta, e segurança da integridade física e
emocional dos pacientes. Alcançou-se um percentual de 99,9% de pacientes ava-
liados no diagnóstico e na alta. Os resultados alcançados evidenciam, para estes
autores, a necessidade de buscar medidas que proporcionem aos prossionais a
solução das diculdades encontradas durante o acompanhamento dos casos diag-
nosticados. Na avaliação da PIF, tendo por referência os registros do ano de 2003,
nota-se um aumento signicativo em 2005, tanto no diagnóstico quanto na alta,
demonstrando que os objetivos propostos pela descentralização na prevenção de
incapacidades decorrentes da hanseníase na localidade foram atingidos.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
93
POSTER
Organização da atenção básica para
atendimento da hanseníase no
Município de Alto Alegre do Pindaré
Prefeitura Municipal de Alto Alegre do Pindaré,
Secretaria Municipal de Saúde, Coordenação de Combate à Hanseníase
Elissandra Eugênia Neres de Carvalho e Gean César de Albuquerque
A Secretaria Municipal de Saúde de Alto Alegre do Pindaré, Estado do Mara-
nhão, por meio de sua Coordenação de Combate à Hanseníase e colaboradores,
analisou a assistência do programa do sistema de informação ao atendimento
dos pacientes e, a partir dessa análise, elaborou uma proposta para prevenir,
identicar e oferecer um tratamento de qualidade aos portadores de hanseníase
do Município. A proposta do projeto consistiu em quatro momentos fundamen-
tais: adequação do sistema de informação à realidade dos pacientes existentes,
mediante busca dos casos informados no sistema para atualização dos dados;
qualicação dos prossionais de saúde e da Educação, para busca de casos no-
vos; identicação dos portadores de hanseníase, etapa que aconteceu nas escolas
onde os professores orientavam e encaminhavam seus discentes à unidade de
saúde, para conrmação do diagnóstico e nas residências por meio do tra-
balho dos agentes comunitários de saúde (ACS); e, por último, treinamento de
prossionais para o tratamento e prevenção de incapacidades, o que possibilitou
uma signicativa melhoria na assistência prestada aos pacientes em Alto Alegre
do Pindaré. Os resultados foram bastante satisfatórios. Diagnosticaram-se 19 pal-
cibacilares e 12 multibacilares entre os 1.598 participantes do projeto, além de
outras doenças, simultaneamente acompanhadas.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
94
POSTER
Reflexo da descentralização das ações
de epidemiologia e a redução de casos
de malária no Estado do Tocantins
Governo do Estado do Tocantins, Secretaria de Estado da Saúde
Neusa Aparecida Ferreira Alves Bernardes,
Marco Aurélio de Oliveira Martins e Whisllay Maciel Bastos
Com o propósito de avaliar, de forma quantitativa e qualitativa, a redução de
casos de malária ocorrida no Estado do Tocantins, no período de 1999 a 2005,
foram realizados levantamentos de dados epidemiológicos utilizando informa-
ções do sistema de Informação sobre Malária [Sismal (1999 a 2002)]; do Sistema
de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária [Sivep-Malária (2003 a
2005)], pesquisa bibliográca e entrevistas com os responsáveis pelos programas
de Agentes Comunitários de Saúde e Saúde da Família (PACS/PSF) e pelo de-
partamento de recursos humanos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) do
Ministério da Saúde. O Tocantins, atualmente, apresenta a menor taxa de trans-
missão de malária entre os Estados da Amazônia Legal, com declínio persistente
de casos autóctones desde o início do processo de descentralização das ações de
epidemiologia (1999) até o ano de 2005. O Estado conta com 139 Municípios,
todos eles certicados para desenvolver ações de vigilância em saúde e com equi-
pes de saúde da família constituídas. Nesse processo de descentralização, vários
Municípios não dispuseram de prossionais capacitados no manejo da doença e
seu tratamento. A Secretaria de Estado da Saúde estruturou-se para oferecer essa
capacitação aos agentes de controle de endemias, permanentemente, nos Centros
de Controle de Zoonoses (CCZ). Médicos e enfermeiros também são objeto de
capacitação permanente visando ao fortalecimento da vigilância e, conseqüen-
temente, à detecção precoce dos casos, com o objetivo de reduzir internações e
óbitos. Em 1999, registraram-se 2.031 casos, 62,19% autóctones, enquanto 59
Municípios encontravam-se classicados como de baixo risco de transmissão;
em 2005, esses Municípios eram apenas 45. Para o mesmo período, dos cinco
Municípios inicialmente classicados como de médio risco, permanece apenas
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
95
um nessa categoria. Estratégias como a instituição do cartão do paciente com
orientação para retorno em datas agendadas – ou a busca ativa para os casos fal-
tosos têm garantido a elevada adesão dos pacientes e a realização das lâminas de
vericação de cura (lVC).
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
96
Vigilância
Epidemiológica
Hospitalar
9
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
99
COMUNICAÇÃO ORAL
Investigação e controle dos acidentes
e violências, um desafio para os serviços
de vigilância epidemiológica
Instituto Dr. José Frota, Núcleo Hospitalar de Epidemiologia
Luciene Miranda de Andrade
Os acidentes e violências são responsáveis por signicativa procura dos servi-
ços de emergência, acometendo, principalmente, uma população jovem e produ-
tiva. Diante dessa situação e por atuarem no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia
(Nuhepi) do Instituto Dr. José Frota, os autores deste trabalho sentiram a necessi-
dade de ampliar essas ações, entre elas a implantação da vigilância epidemiológica
dos acidentes e violências. Seu objetivo inicial foi relatar o trabalho da vigilância
epidemiológica no atendimento às vítimas de acidentes e violências em um hos-
pital de emergência no Estado do Ceará; por este dispor de uma pequena equipe
para a realização dessa atividade, selecionou-se 15 acadêmicos de enfermagem
para estágio voluntário de um ano. Construiu-se uma cha de investigação epi-
demiológica direcionada aos acidentes e violências, iniciada em 2002, que, a cada
ano, sofre reavaliações e modicações. O Nuhepi notica mensalmente, em mé-
dia, 250 vítimas de acidentes e violências. Periodicamente, as chas são analisadas
para a descrição dos pers epidemiológicos de nossos clientes e realização de es-
tudos que possam traduzir sua realidade. São utilizados testes estatísticos, levando
em consideração o erro amostral de 5% e o nível de conança de 95%. Os estudos
e pers são divulgados à imprensa escrita e falada e apresentados em eventos.
Além disso, estes autores participam de campanhas para redução da morbimor-
talidade de acidentes de trânsito e desarmamentos; nalmente, eles enfatizam a
importância dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia e Serviços de Vigilância
Epidemiológica interagirem com outras instituições ou serviços, em busca de re-
sultados mais efetivos na redução dos acidentes e violências.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
100
COMUNICAÇÃO ORAL
Alô Vigilância”: instrumento de captação
de agravos de notificação em vigilância
epidemiológica hospitalar
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu,
Hospital das Clínicas, Núcleo de Vigilância Epidemiológica
Karina Pavão Patrício, Marcos Venícios da Fonseca Costa,
Edna Maria de Souza Carvalho e Nadia Maria Alves Fattori
E-mail: pavã[email protected]
O Subsistema de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar foi regula-
mentado pelo Ministério da Saúde em novembro de 2004. A iniciativa é de im-
portância fundamental, porque vários casos de doenças de noticação compulsó-
ria são atendidos e diagnosticados em hospitais. A subnoticação nesses locais é
grande, entretanto, sendo necessário o aprimoramento na captação de casos e a
conscientização dos prossionais envolvidos. O Núcleo de Vigilância Epidemio-
lógica (NVE) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu
(HC)/Universidade Estadual Paulista, situado nesse Município do Estado de São
Paulo, implantou o Alô Vigilância(novembro de 2004), instrumento de noti-
cação rápida destinado a todos os prossionais de saúde que atuam dentro do
HC, nos diferentes serviços de atendimento. Os objetivos deste estudo foram: ava-
liar a implantação e o impacto desse novo instrumento no HC de Botucatu e se
ele pode auxiliar, efetivamente, nas noticações em âmbito hospitalar; e avaliar
a capacidade do Alô Vigilânciapara captar casos novos, casos noticados,
descartados ou em investigação, além do local noticador. A análise das chas do
Alô Vigilânciano período de novembro de 2004 a março de 2006 identicou 368
noticações: 90 (24,46%) casos noticados; 154 (41,85%) casos novos detecta-
dos e noticados após o Alô Vigilância”; 93 (25,27%) descartados; 13 (3,53%) em
investigação; e 18 (4,90%) que haviam sido entregues em branco (doença sem a
identicação do paciente, ou nome do paciente sem a doença identicada). Os lo-
cais que mais noticaram foram os ambulatórios (47,14%), seguidos pela triagem
(31,14%), pronto-socorro (19,71%) e enfermarias (2%). O instrumento abarcou
os atributos da simplicidade, utilidade, exibilidade e aceitabilidade, além de atin-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
101
gir locais com maior subnoticação – ambulatórios e triagem. O Alô Vigilância
também mostrou ser uma forma de relembrar os prossionais, permanentemente,
sobre as doenças de noticação, sensibilizando-os. Apesar disso, é necessário um
trabalho contínuo com aqueles que atuam dentro de hospitais, para que se cons-
cientizem da importância da noticação.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
102
COMUNICAÇÃO ORAL
Sistema de Informações Hospitalares do SUS
(SIH/SUS) como fonte complementar para
o Sistema de Informação de Agravos de
Notificação (Sinan), no Núcleo de Epidemiologia
do Hospital Universitário Oswaldo Cruz: uma
estratégia para melhorar a cobertura do Sinan
Governo de Pernambuco, Universidade de Pernambuco,
Hospital Universitário Oswaldo Cruz
Ana Paula Regazzi Magalhães, Fábio Delgado Lessa
e Patrícia Ismael de Carvalho
Os primeiros sistemas de informação em saúde surgiram na década de 70. A
falta de comunicação entre eles é um importante problema para os gestores de saú-
de. Este estudo teve por objetivo avaliar o Sistema de Informações Hospitalares do
Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) como fonte complementar para noticação de
doenças de noticação compulsória (DNC) no Sistema de Informação de Agravos
de Noticação (Sinan), pelo Núcleo de Epidemiologia do Hospital Universitário
Oswaldo Cruz, no Recife, Estado de Pernambuco, em 2003. Realizou-se um estu-
do transversal em que se buscou a compatibilização dos bancos de dados do Sinan
e do SIH/SUS. Promoveu-se a “limpezado banco do Sinan, referente aos casos
agudos internados, e a seleção das DNC no arquivo BDAIH010.dbf do SIH/SUS.
Os dois bancos foram relacionados mediante a concordância de, pelo menos, três
variáveis comuns, possibilitando a linkage entre eles. Identicaram-se 325 casos
no Sinan (dos quais 107 não se encontravam no SIH/SUS) e 236 no SIH/SUS
(dos quais 18 não estavam no Sinan); vericou-se uma subnoticação de 5,3%
no banco Sinan em relação ao SIH/SUS (casos de coqueluche e leptospirose). A
razão SIH/SUS/Sinan mostrou maiores diferenças no sexo masculino, na faixa
etária >50 anos e para o agravo tétano. A taxa de concordância geral cou acima
de 96% e o índice de Kappa apresentou ótima concordância. O valor preditivo
positivo, em torno de 92%, e a sensibilidade de 67%, provavelmente, devem-se ao
propósito contábil-nanceiro e à codicação de algumas doenças no SIH/SUS. É
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
103
fundamental a apropriação dos bancos da autorização de internação hospitalar
do SUS (AIH-SUS) como fonte complementar ao Sinan, recomendando-se sua
disponibilidade aos núcleos de epidemiologia hospitalar para que a linkage entre
os bancos SIH/SUS e Sinan se incorpore à rotina dos serviços.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
104
POSTER
Implantação do Registro Hospitalar de Câncer
pelo Serviço de Epidemiologia do Hospital
de Clínicas da UFPR: relato de experiência
Universidade Federal do Paraná, Hospital de Clínicas
Rosa Helena Silva Souza, Suzana Dal-Ri Moreira e Mônica K. Fernandes
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, Esta-
do do Paraná, credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro de Alta Com-
plexidade em Oncologia (Cacon I) em 1999, oferece diagnóstico e tratamento
oncológico a seus usuários. Visando coletar dados dos casos de neoplasia malig-
na, o Serviço de Epidemiologia Hospitalar (SEpiH), implantado em 2003, criou o
Registro Hospitalar de Câncer (RHC) em 2004, capacitando duas técnicas junto
ao Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde. Optou-se, então, pelo
registro dos casos diagnosticados a partir de 2003. Para a investigação e coleta de
dados, utilizam-se as seguintes fontes: relatório do Sistema de Informações Hos-
pitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS); laudos de anatomia patológica;
resumos de alta; declarações de óbito (DO); e laudos de necropsia. Os dados se
referem à identicação, data de diagnóstico, clínica de atendimento, topograa
e morfologia dos tumores, faixa etária, sexo, procedência, fontes de diagnóstico,
estadiamento e evolução da doença. Foram consultados 11.623 laudos de anato-
mia patológica e captados 1.318 com câncer; um caso pelos laudos de necropsia e
três casos pelas DO. O relatório fornecido pelo SIH/SUS evidenciava 2.669 casos.
Após investigação, foram registrados 979 casos de neoplasia maligna: 77 em me-
nores de 15 anos e 902 em adultos. A implantação do RHC possibilitou conhe-
cer o perl de atendimento oncológico da instituição. Os casos registrados serão
seguidos anualmente, para identicação do estado da doença se em remissão,
recidiva ou evolução a óbito – e obtenção de uma curva de sobrevida após cinco
anos de seguimento.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
105
POSTER
Integração dos Núcleos de Epidemiologia
Hospitalar da rede privada de saúde ao
sistema de vigilância epidemiológica:
a experiência do Recife
Prefeitura do Recife, Secretaria de Saúde
Odaléia Araújo Neres Ferreira, Ana Antunes Fonseca Lima,
Denise Santos Correia de Oliveira, Adeílza Gomes Ferraz,
Teresa Maciel Lyra e Maria José Bezerra Guimarães
A integração dos Núcleos de Epidemiologia (Nepi) da rede privada de saúde
ao sistema de vigilância epidemiológica (VE) constitui importante desao, espe-
cialmente no contexto de emergência de doenças e agravos de repercussão global.
No Recife, Estado de Pernambuco, esse processo remete à criação e instituciona-
lização dos Nepi em Pernambuco e às experiências de Nepi na rede municipal,
na década de 90. Ainda nessa década, as equipes de vigilância iniciaram a busca
ativa em alguns hospitais privados, resultando na incorporação das ações de VE
por intermédio dos Nepi formados pelas equipes das Comissões de Controle de
Infecção Hospitalar (CCIH). Esse processo de integração VE-Nepi privados teve
como marco a epidemia de dengue e o surto de meningite pelo Echovirus 30 nas
escolas privadas do Recife em 2002. Para o enfrentamento desses problemas, fo-
ram criadas diversas estratégias, entre as quais se destacam a realização de reuni-
ões sistemáticas e a participação dos prossionais de nível superior e médio dos
Nepi nos cursos básicos de VE. Atualmente, o sistema de VE municipal integra 24
Nepi privados e apresenta, como principais resultados: aumento e maior agilidade
na noticação; participação na investigação de doenças de noticação compul-
sória; articulação com o laboratório do hospital, para coleta de amostra clínica;
cumprimento das normalizações da Secretaria de Saúde do Município quanto à
noticação imediata; e adoção dos uxogramas de atendimento de dengue e lep-
tospirose. A experiência de articulação dos Núcleos de Epidemiologia, por meio
das estratégias adotadas, demonstra que o investimento na criação e consolida-
ção dessas estruturas em âmbito hospitalar favorece o desenvolvimento das ações
de epidemiologia.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
106
POSTER
Implantação de um Núcleo Hospitalar de
Epidemiologia (NHE) em um hospital universitário
do interior do Brasil: dificuldades e sucessos
Universidade Federal de Uberlândia, Hospital de Clínicas de Uberlândia
Hermínia M. P. Resende, Vera Tannus e Lindioneza A. Ribeiro
O Ministério da Saúde, por intermédio da Portaria GM/MS 2.529, de 23 de
novembro de 2004, instituiu o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
em Âmbito Hospitalar e criou a Rede Nacional de Hospitais de Referência. O
Hospital das Clínicas de Uberlândia (HCU), situado no Município de Uberlân-
dia, Estado de Minas Gerais, enquadra-se no nível III da referida portaria. Este
trabalho teve por objetivo avaliar as diculdades, sucessos e impacto da implan-
tação do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) em um hospital público e
universitário. O NHE ocupa duas salas, efetua visitas diárias às enfermarias de
moléstias infecciosas, pediatria, maternidade e alojamento conjunto, unidades de
terapia intensiva (UTI), berçário, laboratórios, farmácia e pronto-socorro. O NHE
funciona como apoio ao ensino da vigilância epidemiológica para os alunos de
medicina, e como locus de estágio aos de enfermagem. De abril de 2005 a março
de 2006, o NHE noticou 1.492 casos de DNC, 78 de violência contra criança/
adolescente e 65 de violência contra mulher. Foram 1.039 casos de dengue, so-
bretudo de janeiro a março (921 casos), com 318 sorologias (83% de resultados
positivos). O NHE realizou outras atividades com a Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar, Gerências de Risco e de Processos. A digitação do Sistema
de Informação de Agravos de Noticação (Sinan) poderá ser feita no NHE após
capacitação de recursos humanos (RH). O Município, antes da implantação desse
serviço, recebia, em média, 120 casos/ano do HCU. Os aspectos positivos são o
aumento das noticações e a melhoria da investigação, permitindo fechamento
clínico/sorológico das doenças de noticação compulsória. As diculdades en-
contradas são referentes à ampliação e capacitação de RH. A constituição dos Nú-
cleos Hospitalares de Epidemiologia representou grande avanço para a vigilância
epidemiológica em todas as três esferas de governo.
Vigilância,
Prevenção e Controle
de Doenças e Agravos
Não Transmissíveis
10
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
109
COMUNICAÇÃO ORAL
A implantação do Sistema de Vigilância
da Violência em Porto Alegre
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde, Vigilância de Eventos Vitais,
Doenças e Agravos Não Transmissíveis
Gehysa Guimarães Alves, Karla L. Livi
e Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts
O objetivo deste trabalho é descrever o processo de implantação do Sistema de
Vigilância da Violência em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, em 2005,
sob coordenação da equipe da Vigilância de Eventos Vitais, Doenças e Agravos
Não Transmissíveis, da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde da Secre-
taria Municipal de Sáude. O Sistema realizou a testagem da cha de noticação
compulsória municipal entre os meses de dezembro de 2005 e março de 2006.
No nal de março, realizou-se uma avaliação do processo e passou-se a discutir a
cha proposta pelo Ministério da Saúde. Atualmente, a cha municipal está sendo
utilizada em 15 serviços de saúde (hospitais, unidades básicas e especializadas);
durante os meses de agosto e setembro de 2006, ter-se-á testado a cha nacional
em um hospital, para escolha do instrumento de noticação denitivo a ser im-
plantado, progressivamente, em todos os hospitais, serviços de emergência, pron-
tos-atendimentos e serviços básicos de saúde. As noticações são informadas ao
Centro de Referência às Vítimas de Violência da Secretaria Municipal de Direitos
Humanos (CRVV/SMDHSU), para posterior encaminhamento dos casos à rede
de proteção. São priorizados os casos de crianças, adolescentes e idosos, enca-
minhados aos serviços básicos de saúde de referência das famílias para acompa-
nhamento e monitoramento. A discussão sobre violência como problema de saú-
de e a necessidade de enfrentamento da questão pelas equipes foi desencadeada
com a realização de um seminário municipal. Tem-se investido na implantação
da noticação dos casos de violência atendidos pelos serviços, capacitação dos
trabalhadores para a vigilância da violência, qualicação das equipes em relação
ao Sistema e identicação da rede de proteção existente na cidade. O Sistema
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
110
de Vigilância da Violência em Porto Alegre permitirá conhecer suas formas de
expressão, monitorar os casos e subsidiar políticas públicas de enfrentamento
desse evento.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
111
COMUNICAÇÃO ORAL
Gestão em rede: viabilizando a vigilância dos
maus-tratos contra crianças e adolescentes
Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretaria Municipal da Saúde,
Centro de Epidemiologia, Coordenação de Diagnóstico em Saúde
Vera Lídia Alves Oliveira, Maria Tereza Gonçalves,
Simone Cortiano de Andrade e Rossana Aronson
E-mail: lí[email protected].gov.br
A violência doméstica é responsável por milhares de crianças/adolescentes viti-
mados no Brasil, impondo uma abordagem integrada para seu enfrentamento. A
Rede de Proteção à Criança/Adolescente em Situação de Risco para a Violência,
de Curitiba, Estado do Paraná (2002), estruturada com a participação dos setores
envolvidos no atendimento a esse grupo etário, objetiva contribuir para a redução
da violência doméstica e produzir informações que permitam o conhecimento do
problema e a construção de propostas para seu enfrentamento. A Rede se encon-
tra estruturada em uma Coordenação Municipal, nove Coordenações Regionais
e 91 Redes Locais compostas pelos serviços de educação, saúde e ação social. A
noticação da violência representa uma ferramenta para o acompanhamento dos
casos e vigilância desse evento. Congura-se como noticadores um total de 672
serviços. Em 2004, foram 2.219 noticações; em 2005, 2.733. Observou-se a redu-
ção das noticações nos meses de férias escolares. Excluindo o SOS-Criança, os
demais serviços realizaram 75% das noticações, aproximadamente. Se na violên-
cia sexual, predominaram vítimas do sexo feminino, nos demais tipos de violên-
cia, houve distribuição equilibrada entre os sexos. Crianças de 5 a 9 anos foram as
mais atingidas; e os pais, seus maiores agressores. A negligência foi o abuso mais
prevalente e praticado, predominantemente pela mãe, seguida da violência física e
sexual pelo padrasto como principal agressor. Em 60% dos abusos físicos, consta-
tou-se algum sinal ou sintoma. O hematoma foi a lesão mais freqüente e a cabeça a
região mais atingida. A vigilância dos maus-tratos possibilitou conhecer o padrão
de ocorrência desse agravo, passo essencial para o fortalecimento de uma política
de enfrentamento da questão.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
112
COMUNICAÇÃO ORAL
Estratégia para controle da hipertensão arterial
sistêmica no Município de Luzerna, Santa Catarina
Prefeitura Municipal de Luzerna,
Secretaria Municipal de Saúde e Bem-Estar Social
Alessandra Daros Nunes, Daniela Debastiani,
Erlo Lutz e João Rogério Nunes Filho
O adequado controle dos níveis da pressão arterial é uma medida fundamen-
tal no âmbito das políticas públicas de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde
e Bem-Estar Social (SMS) de Luzerna, Estado de Santa Catarina, vem desen-
volvendo ações no sentido de otimizar o diagnóstico e tratamento dos hiper-
tensos. O Município possui uma população de 5.727 habitantes, 100% coberta
por duas equipes de Programa Saúde da Família (PSF). Entre suas atribuições,
essas equipes atuam na comunidade orientando os indivíduos saudáveis sobre a
necessidade de medidas periódicas da pressão arterial; e entre os hipertensos, de
medidas de controle como o uso correto da medicação, comparecimento a ativi-
dades educativas, dieta, atividade física e controle de outros fatores de risco car-
diovascular. Atividades educativas são realizadas em pequenos grupos constituí-
dos nas comunidades, periodicamente. Os prossionais organizam e monitoram
grupos de atividade física contínua. As consultas são por livre demanda; e a lista
de medicações, revista e ampliada permanentemente. Como resultado, o número
diagnosticado de hipertensos subiu de 72 para 705 indivíduos em oito anos, com
um percentual de controle dos níveis pressóricos de aproximados 70%. Os auto-
res observam que a estratégia adotada pela SMS e PSF no Município de Luzerna
levou a um signicativo incremento no número de hipertensos diagnosticado,
bem como possibilitou o controle dos níveis pressóricos em um percentual acima
do encontrado na literatura.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
113
POSTER
Prevenção e controle de doenças crônicas
não transmissíveis através de grupos de saúde
Prefeitura Municipal de Ibirubá, Secretaria da Saúde
Joice Marques, Luciana Agnes e Justina Carvalho
E-mail: [email protected].br
Ibirubá, no Estado do Rio Grande do Sul, tem 18.633 habitantes [Fonte: Funda-
ção Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística (IBGE), Censo 2000]. Segundo
dados do aplicativo NIS 2003, a principal causa de mortalidade no Município
são as doenças do aparelho circulatório, com 42,19% do total de óbitos. Ocorre-
ram 40 internações por acidente vascular cerebral (AVC) foram 40 em 2003 e 13
em 2005 [Fonte: Ministério da Saúde Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (Datasus)]. Os Grupos de Hipertensos e de Diabéticos existem
nove anos. Há doze Grupos de Saúde (urbano e rural) em Ibirubá, que desde
2004, receberam essa denominação por incluir portadores de outras patologias.
O objetivo dos autores do estudo foi o de melhorar a qualidade de vida, priori-
zando a prevenção e o controle da hipertensão e do diabetes. A coordenação dos
Grupos de Saúde está a cargo dos agentes comunitários de saúde (ACS), técnicos
de enfermagem, enfermeira e farmacêutica. A partir de 2005, uma psicopedago-
ga foi incluída no grupo para desenvolver palestras e dinâmicas motivacionais,
que ajudassem a resgatar a auto-estima dos pacientes. Os Grupos de Saúde con-
tam, em média, com 60 participantes que se reúnem mensalmente, nos salões
das respectivas comunidades, onde são proferidas palestras por prossionais da
rede e convidados; divulgadas atividades e campanhas; aferida a pressão arterial;
realizada coleta de material para exames de glicose (principalmente para diabéti-
cos), colesterol e triglicérides, além da entrega de medicamentos mediante receita
atualizada. Cada integrante do Grupo de Saúde possui uma carteira para regis-
tro desses procedimentos. A participação dos munícipes é estimulada pelos ACS
em visitas domiciliares, por mensagens de rádio e por intermédio dos próprios
participantes. A motivação dos autores para prosseguir com esse trabalho é sua
integração efetiva à comunidade na realização de um trabalho de prevenção – in-
cluindo a prevenção de complicações de saúde, diagnóstico precoce e incentivo
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
114
à manutenção do tratamento. Almejam também ampliar os grupos, o sistema de
registro e dar continuidade ao trabalho da psicopedagoga e ao trabalho preventi-
vo, em benefício dos cidadãos de Ibirubá.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
115
POSTER
A mortalidade por causas externas
em Porto Alegre, RS, 1996-2004
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde
Ana Rosário Sant’Anna, Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts,
Rita Dalla Jobim, Patrícia Conzatti Vieira, Eugênio Pedroso Lisboa
e Maria Regina Varnieri Brito
É fundamental que a mortalidade por causas externas (CE) seja analisada no
contexto global da sociedade, identicando os processos que contribuem para
sua ocorrência e a necessidade da adequação das ações de saúde a essa realidade,
utilizando conhecimento epidemiológico na organização e planejamento dos
serviços de emergências de forma integrada aos serviços de atenção primária.
O presente estudo busca avaliar as tendências dos eventos especícos dos óbitos
por CE segundo sexo e faixa etária, em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do
Sul, nos anos de 1996 a 2004. Os dados foram coletados do Sistema de Infor-
mações sobre Mortalidade (SIM), para construir uma série histórica dos óbitos
por CE [Classicação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Rela-
cionados à Saúde-Décima Revisão (CID-10), V01 a Y98] referentes ao período
de 1996 a 2004. Foram identicados 7.443 casos, analisados segundo o sexo, a
faixa etária e a CID-10. Os coecientes foram calculados segundo a população
estimada pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Data-
sus), Ministério da Saúde, para cada 100.000 habitantes. A1996, os acidentes
de transportes (AT) eram a primeira causa de óbito entre as CE (22,97/100.000
hab), seguidos pelos homicídios (22,19/100.000 hab) e suicídios (17,15/100.000
hab). A partir de 1997, os homicídios passaram a ocupar a primeira posição,
após um aumento de 122,4% entre os anos de 1996 e 2004, principalmente no
sexo masculino e na faixa etária de 15 a 29 anos. Os AT e os suicídios tiveram
uma queda de 29 e 61,1% dos óbitos, respectivamente, nesse período; para essas
categorias, a maior prevalência de óbitos apresenta-se, também, no sexo mascu-
lino, na faixa etária de 60 anos e mais. A caracterização epidemiológica possi-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
116
bilita identicar quem são as vítimas, subsidiando o planejamento de ações em
saúde para grupos mais vulneráveis, com o objetivo de incidir em suas causas e
não apenas em suas conseqüências.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
117
POSTER
Diagnóstico situacional da morbimortalidade
das causas externas no Município de São Bernardo
do Campo – limites e possibilidades.
Resultados preliminares
Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo, Secretaria de Saúde
Cândida Rosa Alves Kirschbaum, Tânia de Moura Guerschman,
Jorge Siguemassa Higa, Inidi Maria Lisot e Vera Lúcia Bolzan
Em 2000, o Município de São Bernardo do Campo, localizado na área Metro-
politana da Grande São Paulo, ocupou o 21° lugar no País em óbitos por causas
externas. Em 2005, com 788.560 habitantes [Fonte: Fundação Instituto Brasileiro
de Geograa e Estatística (IBGE)]; entre 2.525 óbitos registrados, 12,20% foram
identicados pelo capítulo 20 da Classicação Estatística Internacional de Doen-
ças e Problemas Relacionados à Saúde-Décima Revisão (CID-10). No Município,
grupos multidisciplinares desenvolvem projetos para redução da morbidade por
violência sexual, maus-tratos às crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Os ob-
jetivos do projeto eram conhecer a ocorrência da morbimortalidade por causas
externas (violências e acidentes) e realizar interfaces com os programas existen-
tes mediante implantação de políticas intersetoriais para redução das situações
de risco. A realização do projeto envolveu três fases distintas: 1) diagnóstico da
situação e capacitação do núcleo de informação centralizado; adaptação da -
cha de noticação do Ministério da Saúde para violências e acidentes; criação de
programa de dados; e implementação da noticação nos serviços de urgência,
mediante publicação de Resolução assinada pelo Secretário de Saúde; 2) implan-
tação da noticação e melhora da qualidade da informação, a partir da realização
de seminários; e 3) envolvimento de segmentos que atuam na área de redução da
violência e promoção da cidadania. Avaliaram-se 1.202 chas, entre abril e maio
de 2006: 67,70% (814) delas referiam-se a acidentes e 16,10% (194) a violências.
Das violências noticadas (total de 194), 53,60% (104) ocorreram envolvendo ho-
mens e 71,10% (138) foram de agressão física/espancamento. No sexo feminino,
agressão física/espancamento ocorreu na proporção de 82,22% (74), caracteriza-
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
118
da pela violência doméstica em 76,70% dos casos, especialmente na faixa etária
dos 15 aos 49 anos (80%) e na residência (83,30%). Houve um caso de violên-
cia sexual (1,36%) contra mulher de 30-39 anos de idade, na residência. No sexo
masculino, agressão física/espancamento provocou 64,42% dos casos, ferimento
com instrumento cortante correspondeu a 13,01% e ferimento por arma de fogo
a 10,71%; a violência sexual foi referida em 1,19% dos casos. Quedas (42,26%),
acidentes de transporte (25,43%) e outros acidentes (32,30%) em homens foram,
proporcionalmente, mais signicativos nas faixas etárias de um a quatro (20,80%)
e de 15 a 49 (43,96%). Os acidentes de transporte envolveram homens em 74,40%
dos casos: com motocicletas (41,79%); como pedestres/atropelamentos (21,89%);
com bicicletas (17,91%); e como ocupantes de veículos (16,42%). Comprovou-se
a importância dos acidentes de transporte e quedas acidentais, principalmente no
sexo masculino; e da freqüente ocorrência de agressão física/espancamento con-
tra mulheres, em sua própria residência. O projeto, em fase inicial, já permite de-
tectar possibilidades de intervenção para redução dos riscos e danos desse agravo,
mediante mobilização, integração e desenvolvimento de propostas de atividades
preventivas futuras, que envolvam setores multidisciplinares.
Investigações de
Surtos Conduzidas pelo
Gestor Federal –
Prêmio Adolfo Lutz
e Vital Brazil
11
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
121
SURTO
Surto de Rickettsiose do grupo da febre
maculosa, Rio de Janeiro, Brasil, 2005
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
do Sistema Único de Saúde;
Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro-RJ;
Prefeitura de Petrópolis, Secretaria Municipal de Saúde,
Coordenação de Epidemiologia e Coordenação de Vigilância Sanitária;
Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Saúde,
Coordenação de Vigilância Epidemiológica;
Centers for Disease Control and Prevention, Coordinating Office for Global Health,
Division of Epidemiology and Surveillance Capacity Development, Atlanta, USA
Sílvia Silva Oliveira, Leonardo Victor de Knegt, Elisabete Cavalcanti Wildberger,
Eduardo de Lucena Gonçalves, Paulo Roberto de A. Barbosa, Aluízio Ribeiro Neto,
Elba Reina S. Lemos, Gilberto Salles Gazeta, Wildo N. Araújo e Douglas L. Hatch
No Brasil, a febre maculosa brasileira (FMB) é a principal Rickettsiose trans-
mitida pela picada de carrapato. Em outubro de 2005, o Ministério da Saude foi
informado sobre a ocorrência de três casos suspeitos de FMB no Estado do Rio de
Janeiro, todos com história de hospedagem em Pousada “Xde Petrópolis, Mu-
nicípio localizado na região serrana do Estado. Conduziu-se uma investigação
epidemiológica com o objetivo de identicar a etiologia da doença e fatores de
risco para o adoecimento, além de propor medidas de prevenção e controle. Rea-
lizou-se estudo descritivo e de caso-controle não pareado (1:2). Deniu-se como
caso provável de Rickettsiose do grupo da febre maculosa (RGFM), residente ou
visitante de Petrópolis que, entre 25 de agosto e 30 de novembro de 2005, apresen-
tou títulos de IgM anti-RGFM >1:64 pelo método de imunouorescência indireta
(IFI). Os controles foram residentes ou visitantes de Petrópolis que apresentaram
sorologia não reagente para RGFM. Foram identicados 33 casos prováveis de
RGFM, com média de idade de 28 anos de idade (intervalo: 2-65). Treze casos
(39%) foram sintomáticos e apresentaram as seguintes principais manifestações
clínicas: febre (92%); astenia (77%); mialgia (69%); cefaléia (69%); e useas e/
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
122
ou vômitos (69%). A letalidade foi de 6% (2/33). O período médio de incubação
(n=8), intervalo entre a possível exposição e o início de sintomas, foi de seis dias
(intervalo: 3-8). Exposições associadas ao incremento na chance de adoecimento
incluíram: freqüentar a Pousada “X(OR=4; intervalo de conança IC
95%
:1,3-16,6;
p<0,05) e utilizar a trilha da pousada X” (OR=10; IC
95%
:1,7-76,5; p<0,05). Este foi
o primeiro surto de RGFM identicado em Petrópolis. A infecção, provavelmen-
te, esteve associada à picada de carrapato em área de mata. A população foi orien-
tada sobre os riscos de exposição a carrapatos e medidas de prevenção e controle
para FMB. Foi realizada sensibilização da rede assistencial quanto à identicação
de casos suspeitos de FMB e introdução precoce de antibioticoterapia especíca,
com o objetivo de reduzir a mortalidade.
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123
SURTO
Surto de rotavírus e fatores de risco
para óbito – Rio Branco, Acre, Brasil, 2005
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
do Sistema Único de Saúde, Coordenação Geral de Laboratório de Saúde Pública;
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Instituto Evandro Chagas, Belém-PA;
Secretaria de Estado de Saúde do Acre;
Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco/AC;
Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro-RJ;
Centers for Disease Control and Prevention, Coordinating Office for Global Health,
Division of Epidemiology and Surveillance Capacity Development, Atlanta, USA
Alessandra A. Siqueira, Ana C. F. S. Santelli, Luiz R. Alencar Jr., Marta H. Dantas,
Cristiane P. N. Dimech, Deise. A. Santos, Marize. B. F. Lucena, Eliane A. Costa,
Mônica A. Morais, Jesuíta. A. Silva, José P. G. Leite, Alexandre C. Linhares,
Marly R. A. Costa, Wildo N. Araújo e Douglas L. Hatch
O rotavírus é a causa principal de morbidade e mortalidade das gastroenterites
virais em crianças menores de cinco anos. Foi investigado um surto de diarréia
no Município de Rio Branco, Estado do Acre, ocorrido em 2005, durante uma
extensa seca com interrupções freqüentes das fontes de abastecimento de água
municipal. Os objetivos da investigação foram: (I) determinar a extensão do pro-
blema; (II) conrmar a etiologia; (III) identicar fatores de risco possíveis para o
óbito; e (IV) adotar medidas de controle e prevenção em tempo oportuno. Con-
duziu-se um estudo de caso-controle pareado por idade (1:4). Para denição de
caso, considerou-se óbito de criança por desidratação, choque hipovolêmico ou
septicemia que apresentasse diarréia (denida como a ocorrência 3 evacuações
líquidas ou semilíquidas no período de 24 horas) e/ou febre e vômito, compara-
dos com os controles: crianças nas residências mais próximas dos casos-pacientes,
que tiveram diarréia e/ou febre e vômito no período do surto. Entrevistaram-se os
pais e promoveu-se o levantamento dos prontuários médicos. Realizou-se a coleta
de amostras de fezes para a cultura de enteropatogenos bacterianos, e por vírus,
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
124
utilizando-se o método sorológico de testagem por ELISA, PAGE e genotipagem
por RT-PCR. Foram noticadas 12.145 pessoas com diarréia no período de maio
a outubro de 2005; oito crianças menores de dois anos foram a óbito (taxa de mor-
talidade=0,1%). A incidência cumulativa em crianças menores de cinco anos foi
de 21% (7.757) durante o período. Na análise univariada, a chance de exposição
à água de beber armazenada em balde foi 11 vezes maior entre os casos, quan-
do comparada à dos controles (OR=11,2; intervalo de conança IC
95%
:1,02-551,3;
p=0,03). O rotavírus do grupo A foi identicado em 38% (127) das amostras clí-
nicas, caracterizadas como 68% (87) G9P8 e 20% (26) G2P4. Concluiu-se pela
ocorrência de um surto de diarréia por rotavirus. A mortalidade foi baixa, pro-
vavelmente em razão da adoção das medidas de controle e prevenção em tempo
oportuno, com distribuição e orientação sobre a importância dos sais de reidra-
tação oral (SRO), hipoclorito de sódio e práticas higiênicas. Os óbitos associados
com os recipientes de água podem ser decorrentes da armazenagem em condições
impróprias ou da contaminação da água para beber. O Brasil introduziu a vacina
oral de rotavírus humano (VORH) no calendário básico de vacinação de crianças
de 2006, ano seguinte à ocorrência do surto investigado.
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125
SURTO
Surto de toxoplasmose associada ao
consumo de “copa”, Santa Vitória do Palmar,
Rio Grande do Sul, maio-junho de 2005
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
do Sistema Único de Saúde;
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria de Estado da Saúde,
Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Divisão de Vigilância Epidemiológica;
Universidade Estadual de Campinas,
Instituto de Biologia Departamento de Parasitologia Laboratório de Protozoologia;
Centers for Disease Control and Prevention, Coordinating Office for Global Health,
Division of Epidemiology and Surveillance Capacity Development, Atlanta, USA
Marco A. B. Almeida, Luiz R. de Alencar Jr., Greice M. I. do Carmo,
Márcio H. de O. Garcia, Aline K. V. Reis, Alethéa F. Sperb, Denise M. S. Figueiredo,
Regina M. B. Franco, Nilson Branco, Wildo N. Araújo e Douglas L. Hatch
E-mail: marco.almeida@saúde.gov.br
No sul do Brasil, a prevalência da toxoplasmose, uma doença parasitária causa-
da pelo protozoário Toxoplasma gondii, é alta (70%); sua epidemiologia, entretan-
to, é pouco conhecida. Em julho de 2005, após detecção de casos de toxoplasmose
em membros de uma mesma família de Santa Vitória do Palmar, cidade de 35.000
habitantes do extremo sul do Rio Grande do Sul, uma investigação foi conduzida
para conrmar a existência do surto, determinar possíveis fatores de risco para
adoecimento e recomendar medidas de prevenção e controle. Conduziu-se um
estudo de coorte retrospectiva envolvendo 24 pessoas, para o qual foi denido,
como caso de toxoplasmose: membro ou visitante da família que, entre maio e ju-
nho de 2005, apresentou sorologia reativa para IgM antitoxoplasma e não reativo
para IgG por MAC ELISA. Mediante entrevistas, foram obtidas informações sobre
clínica e possíveis exposições. Amostras de alimento suspeito de causar a doença
(embutido de carne suína: “copa”) e leite materno foram examinadas microscopi-
camente, testadas por bioensaio em camundongo e, em seguida, por imunouo-
rescência indireta. Como não havia sobras da copaconsumida, foram testadas
amostras da mesma marca comercial e data de fabricação compatível com aquela.
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
126
Taxas de ataque, risco relativo e intervalo de conança (IC) de 95% foram calcu-
lados. Um valor de p<0,05 foi considerado signicativo, estatisticamente. Nove
pessoas entre 24 (37%) apresentaram infecção recente por toxoplasmose, com
mediana de idade de 24 anos (2 meses-54 anos). Os sintomas incluíram mialgia
(100%), febre (89%) e cefaléia e mal-estar (86%). Consumir copa” comercial foi a
única exposição associada com adoecimento (RR=7,0; IC
95%
:1,2-43; p=0,004). O
resultado da análise do alimento apontou a presença de Sarcocystis, protozoário
pertencente ao mesmo lo do Toxoplasma (Apicomplexa); porém, foi negativo
para Toxoplasma gondii. Uma criança com alimentação exclusiva por leite ma-
terno (dois meses de idade) apresentou toxoplasmose; no leite da mãe (também
doente), foram detectadas formas sugestivas de taquizoítos de Toxoplasma gondii,
embora o resultado do bioensaio realizado com essa amostra de leite fosse nega-
tivo. A partir deste estudo, foi possível concluir que ocorreu um surto de toxo-
plasmose – com 100% de sintomáticos – devido ao consumo de copa” e que sua
transmissão a uma criança pode ter ocorrido pelo leite materno. A presença de
Sarcocystis em amostras do alimento é indicativa de falhas no processo produtivo.
Recomendou-se o acompanhamento dos pacientes até que se denissem e fossem
treinadas referências médicas locais. Há necessidade da realização de novos estu-
dos, para esclarecer o real papel dos gêneros Sarcocystis e Toxoplasma nos padrões
de morbimortalidade humana.
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127
SURTO
Surto de diarréia em aldeias indígenas
da etnia Kulina, Ipixuna, Amazonas,
setembro de 2005
Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços
do Sistema Único de Saúde, Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública;
Fundação Nacional de Saúde, Departamento de Saude Indigena;
Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro-RJ;
Instituto Evandro Chagas, Belém-PA;
Governo do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saude;
Centers for Disease Control and Prevention, Coordinating Office for Global Health,
Division of Epidemiology and Surveillance Capacity Development, Atlanta, USA
Eduardo M. Macário, Sílvia S. Oliveira, Roberto Dusi, Elizabeth David, Carmen Muricy,
Douglas L Hatch, Maria G. Serafim e Isabel Hernandes
As doenças diarréicas agudas (DDA) são uma das maiores causas de morbi-
mortalidade nos países em desenvolvimento. No Brasil, em 2004, foram noti-
cados 2.395.485 casos de diarréia com 156 óbitos. Entre a população indígena,
embora seja uma doença de grande importância, a ocorrência de casos de DDA
ainda é pouco documentada. Em setembro de 2005, a Secretaria de Vigilância em
Saúde do Ministério da Saúde foi informada sobre a existência de casos graves
de DDA e óbitos em crianças das aldeias indígenas da etnia Kulina, no Municí-
pio de Ipixuna, Estado do Amazonas. No mesmo período, um surto de rotavírus
ocorria em Municípios próximos das aldeias. Conduziu-se uma investigação em
seis aldeias indígenas com o objetivo de conrmar a existência de um surto de
diarréia, identicar a etiologia, modo de transmissão e fatores de risco. Para tan-
to, realizou-se um estudo de coorte retrospectivo nas seis aldeias indígenas em
que doente foi denido como o residente que, entre 1° de agosto de 2005 e 30 de
setembro de 2005, apresentou ao menos três evacuações em um período de 24
horas, com duração máxima de duas semanas. Foram coletadas amostras de fezes
para identicação de bactérias (coprocultura), parasitas (EPF método de Ho-
mann) e vírus (aglutinação em látex para rotavírus). Os dados foram analisados
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Anais da 6ª EXPOEPIResumos
128
pelo programa Epi Info 6.04d; e a medida de associação foi o risco relativo, com
nível de signicância p<0,05. Foram entrevistadas 55,4% (412/743) das pessoas
das aldeias indígenas. A taxa de ataque foi de 20,9% (86/412), variando de 14,3%
a 34,1% nas diferentes aldeias. A taxa de letalidade foi de 5,8% (5/86) e os óbitos
só ocorreram em crianças com um ano ou menos de idade. A idade mediana dos
doentes foi de quatro anos, variando de três meses a 74 anos, e a faixa etária de
maior risco foi a menor de cinco anos (RR=3,01; IC
95%
: 2,10-4,33; p<0,001). Os
principais sintomas dos doentes foram: dor abdominal (68,6%); febre (51,2%);
náuseas (43,0%); e astenia (35,0%). Os fatores de risco para ter DDA foram beber
água diretamente do rio (RR=1,56; IC
95%
: 1,03-2,34; p=0,04) e de ltro coletivo
(RR=1,95; IC
95%
: 1,17-3,26; p=0,04), quando comparado com o mesmo fator de
risco para as pessoas que utilizavam água de poço artesiano. Foram coletadas 20
amostras laboratoriais e identicou-se o rotavírus em 5% (1/20) delas. Podemos
concluir que ocorreu um surto de diarréia com óbitos em aldeias indígenas do Es-
tado do Amazonas. O provável agente etiológico do surto foi o rotavírus, haja vis-
ta ele ter sido isolado em amostra de um paciente enquanto, no mesmo período,
observava-se surto de grande magnitude nos Municípios vizinhos. Recomenda-se
a implantação de monitoramento das DDA nas aldeias indígenas para detectar os
surtos precocemente, realizar tratamento adequado e evitar óbitos.
Investigações de
Surtos Conduzidas
pelos Estados e Municípios
– Prêmio Carlos Chagas
12
Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
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131
SURTO
Doença meningocócica: investigação de surto
na comunidade Sucupira, Distrito Administrativo
do Grajaú, Município de São Paulo, 2006
Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde,
Centro de Vigilância Epidemiológica Professor Alexandre Vranjac,
Coordenadoria de Controle de Doenças;
Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo,
Supervisão de Vigilância em Saúde e Centro de Controle de Doenças
Flávia Helena Ciccone, Ângela Carvalho Freitas, Eliana Suzuki, Alessandra Guedes Pellini,
Pedro Vilaça, Telma M. Pinto Carvalhanas, Isabel Cristina Silva,
Maria de Fátima Silva Martins e Raquel M. Borelli Paradella
A relevância da doença meningocócica (DM) atribui-se a seu potencial epidê-
mico e elevada letalidade (10-30%). O Distrito Administrativo (DA) do Grajaú,
Município do Estado de São Paulo, conrmou 17 casos em 2006, com coeciente
de incidência de 4,4/100.000 habitantes, letalidade de 35,3% e identicação do
meningococo C. A comunidade Sucupira, localizada nesse DA, apresentou três
casos de DM em curto espaço de tempo. O objetivo da investigação foi caracte-
rizar e conrmar a ocorrência de surto de DM na comunidade. Realizou-se um
estudo descritivo, para o qual se utilizaram fontes secundárias e entrevistas com
familiares dos casos. Estes foram conrmados por critério laboratorial, necropsia
ou clínica, entre 30 de junho e 7 de julho de 2006. A denição de surto de DM uti-
lizada foi: ocorrência de três ou mais casos conrmados, em um período menor
ou igual a três meses, residentes na mesma área geográca e com taxa de ataque
igual ou maior do que dez casos em 100.000 habitantes. Um surto foi conrmado
na comunidade Sucupira, com a ocorrência de três casos: dois meninos (nove me-
ses; e dois anos de idade) e uma adolescente, previamente hígidos e não vacinados.
Todos os casos foram hospitalizados, e ocorreram dois óbitos. O meningococo C
foi identicado em um caso. A taxa de ataque foi de 190,1/100.000 habitantes e a
letalidade de 67%; nos menores de 20 anos, a incidência foi de 440/100.000 habi-
tantes. Essa investigação permitiu conrmar um surto comunitário de DM e seu
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Anais da 6ª EXPOEPIResumos
132
controle foi realizado mediante quimioprolaxia e vacinação de menores de 20
anos contra o meningococo C. Recomendou-se a realização de treinamentos para
manejo clínico, ademais de reforço das ações de prevenção e controle.
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133
SURTO
Surto de rubéola em adultos devido
a vírus importado, Rio Grande do Sul,
Brasil, 2005-2006
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria de Estado da Saúde,
Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Divisão de Vigilância Epidemiológica;
Prefeitura Municipal de Passo Fundo, Secretaria Municipal da Saúde,
Divisão de Vigilância em Saúde, Seção de Vigilância Epidemiológica
Ivone A. Menegolla, Marilina A. Bercini e Mara Dill Migott
No Estado do Rio Grande do Sul, a vigilância integrada de sarampo/rubéola
foi implantada em 1997, concomitantemente ao programa de aplicação da vacina
tríplice viral (VTV). Desde o ano 2000, não há casos conrmados de sarampo e a
incidência de rubéola já alcançou níveis de eliminação. As coberturas vacinais de
rotina e as das campanhas têm sido superiores a 95%, exceto para mulheres em
idade fértil (85%). Este trabalho constitui relato de um surto de rubéola em em-
presas exportadoras da 6
a
Coordenadoria Regional de Saúde do Estado (CRS/RS),
cuja investigação também envolveu técnicos das áreas de Saúde do Trabalhador,
Saúde da Mulher, Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e Sistema de
Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), além dos Laboratórios de Saúde Pú-
blica dos três níveis de gestão. De 30 de setembro de 2005 a 9 de março de 2006,
foram noticados 199 casos suspeitos de sarampo/rubéola, entre descartados e
conrmados por critério laboratorial ou vínculo epidemiológico: 50 foram con-
rmados como rubéola e 13 como parvovirose. De 11 espécimes coletados, cinco
tiveram o genótipo da rubéola 1D isolado em secreção nasofaríngea. Houve pre-
domínio de casos de rubéola entre homens de 20 e 39 anos, seguidos de mulheres
entre 20 a 29 anos de idade; 13% desses casos receberam uma dose de vacina
tríplice viral e 28% tinham IgG não reagente para sarampo. Uma gestante com
rubéola (IG=18 semanas) e 54 gestantes-contato foram detectadas. Para contro-
lar o surto, foram aplicadas 47.284 doses de VTV em ações de bloqueio vacinal.
A hipótese de importação foi reforçada pela informação de que uma comitiva
comercial chinesa, oriunda de país onde circula o genótipo isolado, havia visi-
tado as empresas da região no nal de setembro de 2005. A ocorrência do surto
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Anais da 6ª EXPOEPIResumos
134
investigado alerta para o risco de importação de rubéola e sarampo por essa via,
a suscetibilidade de trabalhadores e a necessidade de ampliação do diagnóstico
laboratorial. Observou-se, também, a necessidade de estabelecer parcerias com
serviços voltados às áreas de Medicina do Trabalho e Saúde do Trabalhador, para
denir estratégias de vigilância e vacinação.
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SURTO
Leishmaniose tegumentar americana (LTA):
relato de surto em Balneário Camboriú e Itapema,
Santa Catarina, 2005
Governo do Estado de Santa Catarina,
Secretaria de Estado da Saúde,
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Sílvia Helena Tormen, Juliana Chedid Nogared Rossi,
Luciana Amorim e Maria Ernestina Makowiecky
No Estado de Santa Catarina, registro de casos autóctones de leishmaniose
tegumentar americana (LTA) desde 1987. A partir de 2005, um aumento signi-
cativo no número de casos foi registrado na região da foz do Rio Itajaí-Açu, o
que a torna uma recente área endêmica para LTA. Foi realizada análise descritiva
dos casos conrmados entre julho e dezembro de 2005, nos Municípios de Bal-
neário Camboriú, Camboriú e Itapema. Os dados foram analisados pelo software
Epi Info 2002. Desenvolveu-se estudo epidemiológico, investigação laboratorial
e coleta de vetores por armadilhas luminosas e coleta manual. A investigação do
surto registrou 50 casos da doença, sendo a semana 42 a que contabilizou maior
número. A maior taxa de detecção de casos foi em Itapema: 46,4 por 100.000 ha-
bitantes. A faixa etária mais atingida foi a de 31 a 40 anos (24%); a faixa etária de 1
a 10 anos representou 18%. Setenta e quatro por cento dos casos residiam em área
urbana. Em Balneário Camboriú, um dos focos localizou-se em uma ocupação
irregular, em área de preservação ambiental. Houve predominância de Nyssomyia
neivai (80%), cuja presença foi mais freqüente e abundante no peridomicilio. Em
menor abundância, coletou-se P. fischeri e M. migonei. Chama atenção o percen-
tual de casos na população infantil, o que sugere a transmissão peri ou intrado-
miciliar em área urbana. possibilidade de o N. neivai ser o vetor da doença.
Medidas de controle foram recomendadas aos responsáveis pela organização de
serviços locais de saúde, para o atendimento dos casos, coleta de vetores e orien-
tação da população.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Brasília / DF
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Anais
MOSTRA NACIONAL DE EXPERIÊNCIAS
BEM-SUCEDIDAS EM EPIDEMIOLOGIA,
PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOEAS
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disque saúde: 0800.61.1997
ª