Secretaria de Vigilância em Saúde/MS
Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças
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COMUNICAÇÃO ORAL
Avanços na vigilância e controle
da filariose linfática em Maceió-AL:
perspectiva de eliminação
Prefeitura Municipal de Maceió, Secretaria Municipal de Saúde,
Departamento de Defesa à Saúde
Herbert Charles Silva Barros, Edgard Ferreira Barbosa Filho,
Eliana Maria Maurício da Rocha, Gilberto Fontes, Ana Rachel
Vasconcelos de Lima, Anderson Brandão Leite
O Programa de Eliminação da Filariose linfática (PEFL) de Maceió, Estado de
Alagoas, tem como atividades: controle da transmissão, com inquéritos hemoscó-
picos, tratamento seletivo dos microlarêmicos, monitoramento vetorial e ações
de vigilância epidemiológica; controle da morbidade; e ações de educação em saú-
de e mobilização social. Desde 1999, a população da área endêmica vem sendo
cadastrada casa a casa, por quarteirão, e examinada. As técnicas de diagnóstico
empregadas são: gota espessa de sangue (na população geral); ltração de sangue
em membrana (nos parasitados); e pesquisa de antígenos, por meio de imunocro-
matograa rápida (ICT card test) [amostra de crianças, segundo recomendação da
Organização Mundial da Saúde (OMS)]. Para avaliação da morbidade, utiliza-se
questionário e avaliações clínicas. Os dados são analisados pelo programa Epi
Info. De 1999 a 2005, foram examinados 76.290 indivíduos. Destes, 189 (0,25%)
eram microlarêmicos. Entre os 33.949 homens examinados, encontrou-se 141
(0,41%) parasitados; entre as 42.341 mulheres avaliadas, 48 (0,11%) estavam com
o parasita (p<0,0001), com odds ratio (OR) igual a 3,67 (IC
95%
: 2,62-5,17). A média
de idade entre os parasitados foi de 27,3±10,8 anos entre casos masculinos e de
22,5±16,1 anos entre os femininos (p<0,05). Ao longo dos anos, verica-se uma
queda signicativa nas prevalências: 0,74% (1999); 0,54% (2000); 0,49% (2001);
0,10% (2002); 0,08% (2003); e 0,06% (2004). O ano de 2005 foi o primeiro, desde
a implantação do PEFL, em que nenhum microlarêmico foi diagnosticado, entre
8.937 examinados. Comparando-se as prevalências entre 1995 e 1996 (2,5%) e en-
tre 2004 e 2005 (0,02%), verica-se que, há cerca de dez anos, a chance de estar pa-
rasitado era 101 vezes maior do que atualmente (OR:101,29; IC
95%
:36,43-319,22).