conseguir expor os erros dos evangélicos e que ele poderia até se tornar uma TJ. Ao
mesmo tempo, vi uma oportunidade de pesquisar mais a Bíblia e minha religião e
finalmente sanar as dúvidas que tinha em meu subconsciente. Mas esse rapaz acabou
plantando mais dúvidas em mim.
Ele pesquisou sobre as TJs na internet e começou a me fazer perguntas difíceis de
responder. Cada vez que conversávamos ficava mais claro o quanto a teologia das TJs é
complicada e baseada em idéias humanas. Ele então sugeriu que eu começasse a orar e
pedir por orientação do Espírito Santo. Isso foi um passo muito grande pra mim, já que
significava que eu realmente duvidava da veracidade da Organização. No inicio me
sentia tão culpada que iniciava as minhas orações pedindo perdão a Jeová por estar
duvidando da organização Dele, mas que precisava ter paz pra continuar lá dentro.
Pedia pra ele me mostrar a verdade.
Comecei a ler o Novo Testamento, orando constantemete. O Espírito Santo abriu
completamente os meus olhos. Era como se eu estivesse lendo algo totalmente novo. A
verdade saltava de cada verso que eu lía. Finalmente tomei coragem e comecei a entrar
em web -sites "apóstatas". Sites que expunham os erros da Organização. Tudo ficou tão
claro!!! Frequentar as reuniões se tornou quase que uma tortura. Em julho de 2001
revelei para minha família que queria me desligar das TJs.
A hostilidade por parte da minha mãe e minha irmã foi a maior dificuldade encontrada.
Ouvi da boca da minha mãe que ela preferia me ver morta a me ver "abandonar a
Organização". Fui hostilizada e ridicularizada em minha própria casa. Minha mãe e
minha irmã ficaram meses sem falar comigo. Tentava ficar fora de casa o máximo
possível. Os finais de semana eram os piores dias.
Depois vieram as visitas de anciãos. Eu não queria mais nenhum contato com a
organização, mas aceitei conversar com um deles, só para agradar a minha mãe. Ele não
me convenceu de nada e a situação em casa continuou a mesma.
Os primeiros meses foram muito difíceis. Me senti muito sozinha, sem ter alguém
próximo que entendesse o que eu estava sentindo ou pelo que eu estava passando. Só
quem já viveu a experiência de sair da organização é que pode entender quão difícil é o
processo. No começo tive uma certa reserva em frequentar qualquer igreja
representante de um grupo religioso organizado.
Perdi totalmente a confiança em homens. Queria somente manter uma relação pessoal
com Deus, ler a minha Bíblia e compartilhar com as pessoas mais próximas a mim a
transformação que estava ocorrendo em minha vida. Nada mais de igreja liderada por
homens!! Mas com o tempo (aproximadamente um ano e meio) senti a necessidade de
me associar com pessoas que amassem a Deus e que, como eu, estivessem buscando
fazer a vontade d'Ele. Comecei então a frequentar diferentes igrejas evangélicas, mas
não consegui me envolver socialmente em nenhuma delas. As igrejas que tentei
frequentar eram todas muito grandes e não sabia como fazer amizades em um ambiente
assim, visto que as congregações TJs são geralmente muito pequenas. Mas encontrei
uma igreja que me ofereceu o que eu estava realmente procurando. Uma igreja onde o
pastor não pregava como se soubesse as respostas para todas as perguntas , ou como se
fosse o detentor de todas as verdades. O pastor, e os membros em geral, falavam e
agiam com humildade. Mas mesmo tempo, os sermões eram profundos, tinham
substância e eram ancorados na Palavra. Isso era o que eu estava precisando naquele