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[...] o acesso à informação leva a sua disponibilização de acordo com as
necessidades do usuário; essa disponibilização poderá fortalecer os ideais
da democracia; a acessibilidade da informação passa pela sua organização
e gerência; é fundamental a consciência de que a complexidade da
informação, proveniente de múltiplas fontes, é fator preponderante para os
processos de tomadas de decisão e finalmente, o domínio e o
gerenciamento da informação estão cada vez mais ligados aos desafios das
novas tecnologias (MORAES; BELLUZZO, 2004, p. 78).
Para Vidotti (2001, p. 40) a hipermídia possibilita diferentes maneiras de
individualizar a aprendizagem, que permite a presença da interatividade e do realismo
apresentado por meio do uso de sons, imagens, textos e gráficos. Com isso, o ambiente
hipermídia “possibilitaria encontrar inúmeras formas paralelas de aquisição de conhecimento
para uma aprendizagem dinâmica e criativa, pela determinação da própria seqüência de
recuperação de informações.”
Afirmam Sant’Ana e Santos (2004) que o contexto do receptor é fundamental
para a assimilação do conhecimento que está sendo acessado. Da mesma forma, Moraes e
Belluzzo (2004, p. 79) pontuam que “a informação se transforma em conhecimento quando
o seu conteúdo é assimilado pelo indivíduo, sendo incorporado ao rol de experiências que
fazem parte de sua memória e é utilizado para a busca de solução de problema, criação de
idéias e tomada de decisões.”
Para Lévy (1998, p. 105) a linguagem humana apareceu de forma simultânea
sob diversas formas (oral, gestual, musical, icônica, plástica), sendo que:
[...] cada expressão singular ativando esta ou aquela zona de um continuum
semiótico, repercutindo de uma língua a outra, de um sentido a outro,
seguindo os rizomas da significação, atingindo tanto mais as potências do
espírito por atravessar os corpos e os afetos. Os sistemas de dominação
que se fundaram sobre a escrita isolaram a língua, tornaram-na dona de um
território semiótico doravante cortado, parcelado, julgado segundo as
exigências de um logos soberano. Ora, o surgimento das hipermídias
desenha em pontilhado um possível interessante (entre outros que o são
menos): o de uma volta ao que havia antes do caminho aberto pela escrita,
aquém do logocentrismo triunfante, em direção à reabertura de um plano
semiótico desterritorializado, mas uma volta rica de todas as potências do
texto, um retorno armado de instrumentos desconhecidos no paleolítico,
suscetíveis de dar vida aos signos. Em vez de se encerrar na oposição fácil
entre o texto razoável e a imagem fascinante, não melhor tentar explorar as
possibilidades mais ricas, mais sutis, mais refinadas de pensamento e de
expressão abertas pelos mundos virtuais, pelas simulações multimodais,
pelos suportes de escrita dinâmica?
Em “O que é virtual?”, Lévy (1996) atribui a língua uma valoração na expressão
de questões, narrativas de histórias como intensificação da existência dos seres humanos.
O autor destaca que os signos possibilitam ao ser humano se desligar parcialmente da
experiência corrente e recordar, evocar, imaginar, jogar e simular. Destaca, ainda, que