estabelece que os professores devem ser formados, preferencialmente em cursos
Normais Superiores, uma modalidade que ainda não existia nas faculdades e
universidades brasileiras. Este decreto vem ao encontro do cumprimento do artigo
62 da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), que diz que
preferencialmente serão admitidos, a partir de 2007, professores com nível
superior para atuar no magistério da Educação Infantil e nas quatro primeiras
séries do ensino fundamental. Isto significa que, pelo menos nas grandes
metrópoles, o magistério de nível médio está acabando.
A Psicomotricidade é uma ciência relativamente nova, que, por ter o homem
em movimento como objeto de seu estudo, engloba várias outras áreas:
educacionais, pedagógicas e de saúde. Envolve-se com o desenvolvimento global
e harmônico do individuo desde o nascimento. Portanto, é a ligação entre o
psiquismo e a motricidade. Há várias definições acerca do que seja a
Psicomotricidade e seu estudo é bastante recente. O termo evoluiu, seguindo uma
trajetória teórica e depois prática, até chegar a um meio-termo entre essas duas. A
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade tem a seguinte definição: “uma ciência
que tem como objetivo o estudo do homem por meio do seu corpo em movimento,
nas relações com seu mundo interno e externo”. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PSICOMOTRICIDADE)
O desenvolvimento psicomotor acontece num processo conjunto de todos
os aspectos (motor, intelectual, emocional e expressivo), dividindo-se em duas
fases:
• primeira infância (0 a 3 anos)
• segunda infância (3 a 7 anos)
• completando-se maturacionalmente por volta dos 8 anos de idade.
Le Boulch (1995, p.221), observa que “75% do desenvolvimento psicomotor
ocorre na fase pré-escolar e o bom desenvolvimento desta área facilitará o
processo de aprendizagem futura”.
Portanto, é muito importante que o professor da Educação Infantil tenha
conhecimento de que a criança atua no mundo por meio de seus movimentos, e
que as experiências precoces são de grande importância, pois criam a base para
o individuo desenvolver sua independência e autonomia corporal e sua maturidade
sócio-emocional, já que, ao experimentar diferentes situações, a criança sempre
se encontra em relação com o outro ou com o espaço ou com o objeto, trocando
conteúdos entre seu “eu” e o outro.
Entende-se aqui por desenvolvimento humano aquele integrado do
crescimento, da maturação, das experiências pelas quais o individuo passa e a
adaptação deste corpo ao ambiente, respeitando-se a individualidade de cada
pessoa, sua herança única, bem como as condições ambientais nas quais este
indivíduo está inserido. Isto inclui os aspectos físico ou motor, afetivo-social ou
relacional e cognitivo.
Segundo vários autores citados a seguir, o movimento facilita os outros
desenvolvimentos (cognitivo, afetivo, social e relacional), e alguns autores
fundamentam o comportamento humano de acordo com três vertentes: a motora
que nos situa sobre a evolução motora no movimento, tendo Harrow (1993)
desenvolvido uma taxionomia do domínio psicomotor, dividindo os níveis em