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Preencheram os critérios de inclusão no estudo 97 pares de OTH, sendo que 12
foram excluídos. Foram estudados, portanto, 85 pares de OTH. 48 (57,1%) desses doadores
eram do gênero masculino. A média de idade na ocasião do óbito foi de 55,3 anos, com
desvio padrão de 24,18 (4 a 94 anos). O grupo foi muito heterogêneo quanto à causa
mortis, sendo que as mais prevalentes foram: neoplasia (29,41%), cardiopatia isquêmica
(4,71%), meningite (4,71%), complicações pós transplante de órgão (4,71%), embolia
pulmonar (3,53%), encefalopatia (3,53%), lúpus eritematoso sistêmico (2,35%),
diverticulite (2,35%). Considerando-se imunossuprimidos aqueles com SIDA, leucemia,
transplantados e submetidos à quimioterapia por algum motivo, 19 (22,4%) doadores
enquadraram-se nessa categoria.
Do total da amostra, 85,9 % não tinham história ou indícios histopatológicos de
cirurgia prévia na orelha mais comprometida. Três (3,53%) tinham sido submetidos à
timpanotomia com colocação de tubo de ventilação, um (1,18%) à timpanoplastia e oito
(9,41%) à timpanomastoidectomia ou mastoidectomia radical.
ALTERAÇÕES NA ORELHA MAIS COMPROMETIDA
A orelha mais comprometida foi a esquerda em 44 pares de OTH (51,8%).
Colesteatoma foi observado nessa orelha em 19 casos (22,4%), sendo que todos os demais
apresentavam otite média crônica não colesteatomatosa (OMCNC).
Otite média crônica colesteatomatosa
Dos colesteatomas, dois eram congênitos (10,53%) e oito adquiridos (42,11%),
sendo seis primários e dois secundários, e os demais indeterminados (47,36%). Quanto à
via de formação, seis eram mesotimpânicos posteriores (31,58%), dois epitimpânicos
posteriores (10,53%) e os demais indeterminados (57,89%). Quanto à extensão dos
colesteatomas, um (5,23%) era intratimpânico, três (15,79%) estavam restritos a uma