INTRODUÇÃO
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) caracteriza-se pela presença de
obstrução ao fluxo aéreo, não totalmente reversível, sendo essa limitação geralmente
progressiva (American Thoracic Society - ATS, 1995). Ocorre um aumento da resistência ao
fluxo expiratório, irregularidade na distribuição ventilatória e destruição alveolar, levando a
distúrbios de ventilação (TARANTINO e SOBREIRO, 1997).
A taxa de mortalidade em conseqüência da DPOC tem aumentado nas últimas duas
décadas, e muitos fatores de risco que podem contribuir para essa mortalidade tem sido
identificados, como, por exemplo, tempo de tabagismo, hipertensão pulmonar, diminuição do
estado funcional e outras comorbidades associadas (HERSH et al, 2004).
Pacientes com DPOC apresentam graus variados de dispnéia e deterioração na
capacidade de realizar exercícios físicos, em associação com a função cardiovascular e
pulmonar prejudicada (RAMIREZ-SARMIENTO et al, 2002; PLANKEEL, MCMULLEN e
MACINTYRE, 2005). Esses fatores interferem de maneira significativa nas atividades de vida
diária dos pacientes (PITTA et al, 2005). A fraqueza de musculatura periférica e respiratória,
presente em indivíduos com DPOC, representa fator adicional na intolerância aos esforços
físicos e na dispnéia, bem como na qualidade de vida desses pacientes (RAMIREZ-
SARMIENTO et al, 2002; WEINER et al, 2004).
A DPOC é a patologia de maior ímpeto para o desenvolvimento de programas de
reabilitação pulmonar (PRP), que tem por objetivo aliviar os sintomas e otimizar a função,
restaurando ao paciente o nível mais alto possível de independência funcional, através de
exercícios de condicionamento físico e fortalecimento muscular (ATS, 1999; WADELL,
HENRIKSSON-LARSÉN e LUNDGREN, 2001; ATS, 2001).
A participação no PRP oferece numerosos resultados positivos para pacientes com
DPOC, entre eles a melhora da tolerância ao exercício físico (RIES et al, 1995; MIYAHARA
et al, 2000), redução da demanda ventilatória em esforço submáximo, melhora da eficiência
do trabalho (CARTER et al, 1988), diminuição da dispnéia (GUELL et al, 2000), melhora nas
atividades de vida diária e diminuição dos períodos de internação hospitalar (CARTER et al,
1988; TROOSTERS, GOSSELINK e DECRAMER, 2000). Esses benefícios são bem
demonstrados na literatura quando se fala em PRP envolvendo treinamento físico com
exercícios de condicionamento e fortalecimento de musculatura periférica.
Como a fraqueza muscular respiratória, apresentada por esses pacientes, pode estar
relacionada com a redução da tolerância aos esforços físicos, aumento da dispnéia e piora na