uma morte que pode acontecer a qualquer momento, minha ou de alguém,
até da equipe. (Entrevistada 3)
A segunda entrevistada aponta-nos a questão da dificuldade em relação a como
trabalhar a autonomia e a liberdade num Programa nos moldes do Provita e sobre esse assunto
avalia que não se tinha o interesse em assumir essa discussão, com a justificativa da falta de
tempo e o receio demasiado quanto ao monitoramento e à segurança dos protegidos.
Presente, o Código sempre esteve, difícil era você conciliar tudo isso. É
aquela questão: liberdade comprometida com autonomia e emancipação,
como é que você trabalha essa autonomia, essa emancipação numa situação
de proteção e de total insegurança? Tem toda a retaguarda que o Programa
deveria ter, eu acho que hoje se consegue trabalhar um pouco mais nessa
perspectiva, mas no início, isso era muito superficial, essa conversa era
muito iniciante. (Entrevistada 2)
No final do tempo em que eu estive lá, tínhamos mais essa preocupação, eu
sinto que essa preocupação era mais em nível nacional, não era uma coisa
do Programa de São Paulo. Existia todo um debate que foi colocado em
nível nacional para todos os programas para pensar um pouco isso, essa
coisa do limite, de invasão, e que São Paulo, em termos de equipe, tinha
um pouco essa preocupação, mas era um pouco superficial. (Entrevistada 2)
Para o Serviço Social, acho que isso foi sempre um dilema, uma coisa que
as assistentes sociais se preocupavam sim, mas eu sinto que se tinha muito
medo de que acontecesse alguma coisa com alguma testemunha por falta de
monitoramento, justamente por estar tentando viabilizar o programa por
esta perspectiva. Tinha-se muito medo de perder o controle porque abriria
muita brecha para o próprio beneficiário ter mais liberdade. Mas sempre
achei que havia um excesso muito grande e que era difícil tratar isso na
equipe. (Entrevistada 2)
Existia um pouco de falta de clareza, mas muita resistência, um certo receio
de cair num erro e também um certo receio de protagonizar um pouco isso,
porque: Ah, mas em nenhum outro programa é feito assim, o
monitoramento não indica ou indica que a gente faça desse jeito, então, uma
coisa muito de seguir a questão dos procedimentos que sempre foram feitos
e que se sair daquilo seria um erro, um equívoco, e poderia acarretar um
problema maior depois para as pessoas responderem, para as instâncias
responderem. (Entrevistada 2)
Havia muito esse medo e que, na verdade, até poderia ser um risco, mas eu
acho que se tivessem realmente as retaguardas garantidas, o risco
diminuiria. Teríamos condições de ter um trabalho mais vinculado aos
princípios éticos da profissão, e conseguir fazer com que essa autonomia
ocorresse. (Entrevistada 2)
Eu me lembro que antes de eu sair teve um caso, que foi meio modelo, que
conseguimos trabalhar legal esse processo. Mas mesmo assim, tiveram
alguns excessos de invasão. Era um adolescente, então, namoradas, relações
em escola, como monitorar sem que isso seja uma invasão, sem que se pode