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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E
DAS PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS DO LEITE
DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA SUBMETIDAS A
DIFERENTES NÍVEIS DE ALHO NA ALIMENTAÇÃO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Péricles Boechat Massariol
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E
DAS PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS DO LEITE
DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA SUBMETIDAS A
DIFERENTES NÍVEIS DE ALHO NA ALIMENTAÇÃO
por
Péricles Boechat Masariol
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia, área de Produção Animal/Bovinocultura de Leite,
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Clair Jorge Olivo
Santa Maria, RS, Brasil
2008
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Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova a Dissertação de Mestrado
ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E DAS
PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS DO LEITE DE VACAS DA
RAÇA HOLANDESA SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE
ALHO NA ALIMENTAÇÃO
elaborada por
Péricles Boechat Massariol
como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Zootecnia
COMISÃO EXAMINADORA
Clair Jorge Olivo, Dr.
(Presidente/Orientador)
Carlos Octavio Cordovés Céspedes, Dr.
(Irfa- Química e Biotecnologia Industrial)
Júlio Viegas, Dr.
(Universidade Federal de Santa Maria)
Santa Maria, 14 de fevereiro de 2008.
AGRADECIMENTOS
A minha mãe, irmão e namorada, Maria Emilia, Alojzij e Isa que sempre estiveram comigo
durante minha caminhada, assim como meu Padrinho e tia Marlene.
Ao Sr. José, Sra. Sofia, Mauricio, Marcelo, Nice e família Fornalski, por todos os bons
momentos que compartilhamos.
Ao professor Clair Jorge Olivo, exemplo de garra e determinação, que muito me ensinou e
esteve ao meu lado durante todas as dificuldades deste trabalho.
Aos professores e professoras: Luiz Alfredo, Lenir Cardoso, Marcos Zanini, Patrícia Freitas,
Fernanda Vogel Flores, Neila Richards, Cleber Cassol Pires e Julio Viégas, por todo apoio à
busca de alternativas mais sustentáveis.
A Carlos Alberto Agnolin, Giovana Camillo, Gilmar Roberto Meinerz, Magnos Ziech e Diego
Barcelos Galvani por toda ajuda na realização e interpretação do experimento.
Aos amigos Thiago Nascimento e Diego Barcelos : Parceria Forte!
A toda equipe do Tambo que tornou possível a experimentação, a Sra. Olirta e a toda turma de
mestrado principalmente Júlia, Volnei, Rui, Gláucia, Felipe e Lú.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Porcentagem de ectoparasitas em relação à contagem prévia à aplicação dos
produtos nos diferentes grupos constituídos por alho picado e misturado ao concentrado
a 100g (Alho100) e 200g vaca
-1
dia
-1
(Alho200), amitraz a 0,025% (Amitraz) e no
controle negativo (Controle). Santa Maria, RS, 2007. ..............................................................21
Tabela 2 - Percentual de eficácia dos tratamentos constituídos por alho picado e
misturado ao concentrado a 100g (Alho100) e 200g vaca
-1
dia
-1
(Alho200) e por amitraz
a 0,025% (Amitraz). Santa Maria, RS, 2007.............................................................................23
Tabela 3 - Comparação de médias das variáveis zootécnicas, análise sensorial do leite
cru e do queijo tipo Minas-Frescal após a aplicação dos produtos nos diferentes grupos
constituídos por alho picado e misturado ao concentrado a 100g (A100) e 200g animal
-1
dia
-1
(A200) por três dias, amitraz a 0,025% (Amitraz) e no grupo controle negativo.
Santa Maria, RS, 2007...............................................................................................................24
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E DAS
PROPRIEDAES ORGANOLÉPTICAS DO LEITE DE VACAS DA RAÇA
HOLANDESA SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE ALHO NA
ALIMENTAÇÃO
AUTOR: PÉRICLES BOECHAT MASSARIOL
ORIENTADOR: CLAIR JORGE OLIVO
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 14 de fevereiro de 2008.
Dezesseis vacas de raça Holandesa em lactação foram utilizadas para avaliar o efeito
da administração de alho na alimentação sobre a alteração da carga de carrapato, mosca-dos-
chifres, mosca dos estábulos e mosca doméstica. Os tratamentos foram constituídos por alho a
100g (A100) e 200g vaca
-1
(A200), por três dias, o amitraz a 0,025% (Am) e pelo grupo
controle negativo. Para avaliação foram contadas as fêmeas ingurgitadas de carrapato com
comprimento superior a 4 mm e as moscas antes da aplicação e no 1
o
, 2
o
, 3
o
, 4
o
, 5
o
, 6
o
, 7
o
e
14
o
dia após a aplicação de cada tratamento. No 1
o
, 2
o
e 3
o
dia pós-tratamento foram coletadas
amostras de leite para avaliação das propriedades organolépticas do leite cru e do queijo
Minas-Frescal. A eficácia dos tratamentos foi de: 27,34; 12,31; e 97,05% para (A100), (A200)
e (Am), respectivamente. O antiparasitário comercial (Am) foi o mais eficaz no controle de
carrapatos. O alho apresentou baixa eficácia no controle do carrapato e ineficácia no controle
das moscas. Nestes tratamentos, não foi detectado odor ou sabor de alho no leite e no queijo.
Palavras-chave: Allium sativum, amitraz, Boophilus microplus, Haematobia irritans,
Musca domestica, Stomoxys calcitrans.
ABSTRACT
Dissertation of Mastership
Program of Post-Graduation in Zootecnia
Universidade Federal de Santa Maria
ALTERATION OF THE ECTOPARASITES LOAD AND FLAVOR
PROPRIETIES IN THE MILK OF HOLTEIN COWS UNDER INTAKE
OF DIFFERENT LEVELS OF GARLIC IN ALIMENTATION
AUTHOR: PÉRICLES BOECHAT MASSARIOL
ADVISER: CLAIR JORGE OLIVO
Date and defense’s Place: Santa Maria, February 14
th
of 2007.
Sixteen lactating Holstein cows were used to evaluate the effect of suply of garlic in
the feed on the alteration of load of tick, horn fly and stably fly and domestic fly. The
treatments were garlic at 100g (A100) and 200g cow
-1
(A200) for three days, Amitraz at
0.025% (Am) and negative control group. Engorged ticks were evaluated with lengh superior
to 4.0 mm and flys before and at 1
st
, 2
nd
, 3
rd
, 4
th
, 5
th
, 6
th
, 7
th
, and 14
th
day after treatment. In the
1
st
, 2
nd
, 3
rd
days after treatments, milk samples were taken for flavor evaluation on raw milk
and soft cheese Minas-Frescal. The efficacy of treatments were 27.34; 12.31; e 97.05% for
(A100), (A200) e (Am), respectively. Commercial ectoparasiticide was more efficacious in
the control of ticks. Garlic show low efficacy on control tick and inefficacious in control of
flies. In these treatments, no residual garlic flavor or taste was detected on milk and cheese.
Key words: Allium sativum, amitraz, Boophilus microplus, Haematobia irritans,
Musca domestica, Stomoxys calcitrans.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................
04
RESUMO................................................................................................................................
05
ABSTRACT............................................................................................................................ 06
CAPÍTULO 1
1.1 Considerações gerais........................................................................................................
08
1.2 Estudo Bibliográfico......................................................................................................... 09
1.2.1 Composição e propriedades químicas do alho.............................................................. 09
1.2.2 Atividade biológica do alho.......................................................................................... 10
1.2.2.1 Ação antiparasitária do alho....................................................................................... 11
1.2.3 Propriedades organolépticas do alho............................................................................. 12
1.3 Referências Bibliográficas............................................................................................... 13
CAPÍTULO 2
ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E DAS PROPRIEDADES
ORGANOLÉPTICAS DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA
SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE ALHO NA ALIMENTAÇÃO.....................
15
2.1 Introdução......................................................................................................................... 16
2.2 Material e Métodos........................................................................................................... 17
2.3 Resultados e Discussão.................................................................................................... 20
2.4 Conclusões........................................................................................................................ 25
2.5 Referências Bibliográficas............................................................................................... 26
CAPÍTULO 1
1.1 Considerações gerais
O interesse da humanidade por plantas com fins medicinais vem de longa data.
Referências sobre a utilização de fitoterápicos foram encontradas na Mesopotâmia, em
inscrições feitas em cerâmica, datadas de 2600 AC (GURIB-FAKIM, 2006).
A sociedade moderna continua utilizando produtos naturais com fins terapêuticos e
sua procura tem sido crescente, respaldada pela confiança das pessoas em medicamentos
produzidos com plantas (GURIB-FAKIM, 2006). Esse interesse impulsiona os avanços
científicos, que enfoca o isolamento de substâncias e a ação farmacológica de plantas
medicinais, e pode ser constatado pelo aumento do número de revistas especializadas e das
publicações nesta área (FILHO & YUNES, 1998). A importância destes estudos é
compreensível, considerando que, atualmente, mais de 50% dos fármacos utilizados no
mundo, são constituídos por produtos naturais e derivados (GURIB-FAKIM, 2006). Ressalta-
se que as pesquisas são desenvolvidas tanto para obter informações sobre as plantas já usadas,
quanto para identificar novos componentes ativos (FENNEL et al., 2004).
Nesse contexto, destaca-se a natureza complexa desses estudos, pois as plantas
medicinais possuem uma composição variada de componentes que podem agir individual ou
conjuntamente. Uma planta, por exemplo, pode conter substâncias que estimulam a
digestão, combatem dores e processos inflamatórios. Seus compostos fenólicos podem ter
ação antibacteriana, antifúngica, antioxidante, diurética, antitóxica e os alcalóides podem
melhorar a sensação de bem-estar do indivíduo (GURIB-FAKIM, 2006).
Dentre os fitoterápicos mais utilizados pelo homem, destacam-se as plantas do gênero
Allium, havendo referências de seu uso cientificamente, em 1858, por Pasteur, que estudou a
ação antibiótica do alho (BLOCK et al., 1993). Outras ações biológicas do alho, como a
antimicótica (ANKRI & MIRELMAN, 1999) e a antiparasitária (ALVARENGA et al., 2004;
BATATINHA et al., 2004) têm sido referenciadas. As pesquisas sobre os efeitos do alho em
animais domésticos são mais escassas e, por vezes, com resultados contraditórios.
Recomendações baseadas no conhecimento popular para o uso do alho em animais
têm sido observadas em diversas regiões do planeta. Há, no entanto, escassez de comprovação
9
cientifica da ação antiparasitaria do alho “in vivoe de estudos sobre possíveis influências nas
características organolépticas do leite dos animais tratados com esse fitoterápico.
1.2 Estudo bibliográfico
1.2.1 Composição e propriedades químicas do alho
O alho (Allium sativum L.) pertence à família Liliaceae (GURIB-FAKIM, 2006) e é
originário do sudeste da Sibéria cuja distribuição pela Europa ocorreu, provavelmente, através
das cruzadas. O gênero Allium compreende mais de 600 espécies (BLOCK et al.,1993).
A parte normalmente usada na alimentação e para fins medicinais é o bulbo maduro
formado por 6 a 15 bulbilhos, que contém proteínas, ácidos graxos, carboidratos, vitaminas A,
B1, B2, C e adenosina (REUTER 1990; LAWSON, 1993 apud KOROLKOVAS &
BURCKHALTER, 1982). Análises efetuadas com resíduos do beneficiamento do alho
demonstraram (com base na matéria seca) teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro,
fibra em detergente acido de 25,02; 21,4; 20%, respectivamente. Para fibra bruta, extrato
etéreo, cinzas, cálcio e fósforo, os valores médios foram de 13,00; 0,88; 8,50; 0,93 e 0,44%,
respectivamente (ALVARENGA et al., 2004).
No alho, o teor de aliina varia de 0,76 ± 0,40% com base na matéria natural (BLOCK
et al., 1993). A formação da alicina ocorre quando o substrato aliina entra em contato com a
enzima alinase. Esta enzima é liberada dos vacúolos após situações de dano tecidual na planta
(por invasão de microorganismos, mastigação, trituração ou corte dos bulbilhos), formando
compostos citotóxicos e odoríferos como a alicina, que devido a sua característica química de
alta instabilidade, se decompõe rapidamente em outras moléculas como o sulfito de dialila,
dissulfito de dialila, trisssulfito de dialila, ditiinas e ajoeno (AMAGASE et al., 2001).
Outras substâncias não sulfuradas são obtidas do alho, como a garlicina, obtida sob a
forma sólida, de cor amarelada e praticamente insolúvel em água (distinguindo-se da alicina
que é liquida e contém enxofre), apresentando também atividade biológica (MCDOWELL
1974; HE et al., 2003 apud ALVARENGA et al., 2004).
Entretanto, de acordo com o tipo de processamento do alho, pode ocorrer seleção dos
constituintes em diferentes quantidades. Por exemplo, HOSHINO et al., (2001), quantificou
no alho cru desidratado 23,3; 11,3 mg/g e 162 µg/g de aliina, alicina e S-allylcysteina
enquanto no alho fervido continha somente 6,6; menos de 0,2 mg/g e 67 µg/g,
respectivamente.
10
Considerando-se a possibilidade e facilidade da utilização do alho (bulbo) para
nutrição e saúde animais, deve-se observar a variabilidade de seus componentes devido às
condições de produção e genética e de processamento das plantas.
1.2.2 Atividade biológica do alho
A ação antibacteriana do alho foi investigada em 1858 por Pasteur (BLOCK et al.,
1993). Vários preparados têm mostrado um amplo espectro contra bactérias Gram-negativas e
Gram-positivas incluindo os gêneros Escherichia, Staphylococcus, Streptococcus, Kleibsiela e
Proteus (ANKRI & MIRELMAN, 1999).
O alho também possui efeito antimicótico. Extratos de alho concentrado combateram
fungos do gênero Cryptococcus e acredita-se que a ação da alicina contra os microorganismos
seja através da alteração da função de determinadas enzimas (ANKRI & MIRELMAN, 1999).
A combinação de alicina, probióticos e frutoligossacarídeos pode ser uma alternativa
viável na substituição de alguns antibióticos, sem reduzir o desempenho animal (DONOVAN
et al., 2002).
SHASHIKANT et al., (1985), administrando extrato de alho contendo 8 µM de alicina
em ratos observaram redução de 50 a 60% da microflora intestinal após 4 h da administração
ressaltando que as bactérias aeróbias são mais susceptíveis ao extrato do que as anaeróbias.
Embora vários estudos comprovem a eficácia da alicina in vitro, AMAGASE et al.
(2001), questionam a ação da alicina in vivo devido à alta instabilidade química desta
molécula. Assim, como a alicina se transforma rapidamente, outras moléculas poderiam estar
envolvidas nos efeitos atribuídos ao alho.
Em diversas pesquisas foram observadas as ações biológicas dos outros componentes
do alho. URBINA et al., (1993) contribuíram, a partir de experimentos com o Tripanossoma
cruzi, para a elucidação da forma como o ajoeno (uma molécula derivada da alicina) é capaz
de impedir a multiplicação deste parasita, a partir de alterações fosfolipídicas na célula.
Outros efeitos favoráveis são estudados mundialmente e atribuídos à ingestão de alho,
como a diminuição de riscos de doenças cardíacas, estimulação do sistema imunológico,
desintoxicação, e aumento da resistência ao estresse (AMAGASE et al., 2001).
Contudo, efeitos indesejáveis e adversos são apontados após ingestão de alho em
diferentes espécies animais. KASUGA et al., (2001) sugeriram que produtos diferentes a base
de alho possuem propriedades farmacológicas distintas, após comparar os efeitos do suco de
11
alho cru, de alho aquecido, de alho desidratado e extrato de alho envelhecido em
experimentação com animais. Em várias pesquisas os efeitos adversos também variaram
conforme o tipo de preparação e extração, reforçando essa suposição.
Um estudo conduzido com cães, por exemplo, revelou danos às mucosas estomacais,
após colocação direta de alho no estômago, tais como erosões após contato com alho cru em
e apenas vermelhidão após colocação do alho fervido em (HOSHINO et al., 2001). Em
ratos, o suco de alho in natura (0,5 ml) causou danos severos à mucosa epitelial, sendo
possível à observação de úlceras e sangramentos 24h após a ingestão (AMAGASE et al.,
2001). Existem relatos de que pessoas alérgicas ao alho podem desenvolver dermatites após
contato ou ingestão de alho. (KOROLKOVAS & BURCKHALTER, 1982).
1.2.2.1 Ação antiparasitária do alho
Muitos povos da antiguidade atribuíam funções antiparasitárias ao alho e, mais
recentemente, Albert Schweizer prescrevia alho in natura triturado para o tratamento de
pessoas com desinteria ou parasitose intestinal (ANKRI & MIRELMAN, 1999). Atualmente
muitas pesquisas têm sido realizadas com variadas preparações de alho, espécies animais e
parasitas. A ação da alicina tem sido comprovada in vitro em parasitas comuns do intestino de
seres humanos como Entamoeba histolytica e Giardia lamblia (ANKRI & MIRELMAN,
1999).
Em estudo conduzido com frangos de corte no qual usou-se suco de alho fresco a 10%
no concentrado, por três dias consecutivos, foi verificada baixa ação anti-helmíntica, sendo de
6,7% a eliminação fecal de Heterakis gallinarum para o alho e 24,7% para o medicamento
padrão a base de mebendasol (FERNANDES et al., 2004). Também em caprinos, usando-se
1g de suco de alho/kg de peso vivo no decorrer de oito dias, constatou-se que houve controle
parcial de nematóides gastrointestinais (BATATINHA et al., 2004).
Pesquisas realizadas com bovinos leiteiros no decorrer de 98 dias, ALVARENGA et
al. (2004), utilizando resíduo do beneficiamento do alho na alimentação dos animais, em
quantidades de 0, 3, 6 e 9g/animal/dia, além do controle positivo, constituído por carrapaticida
comercial, demonstraram que somente o tratamento de maior quantidade de alho por
animal/dia (9g/animal/dia) foi similar ao produto químico entre os 56° e 70° dias de
experimentação. Já em estudos efetuados na Embrapa Gado de Corte, visando avaliar a
eficácia do alho em adicionado ao sal mineral, à razão de 2%, concluíram que as
populações de carrapato e da mosca-dos-chifres não diminuíram em aproximadamente quatro
12
meses de experimentação, enquanto a contagem de ovos por grama de fezes de parasitas
gastrintestinais bovinos reduziu 47,3% (BIANCHIN et al., 1999). Posteriormente,
BIANCHIN & CATTO, (2004) utilizaram doses de alho desidratado, aproximadamente 20 e
12 vezes mais elevadas em dois grupos de seis bezerras da raça Nelore com infecções mistas
naturais de nematódeos gastrintestinais que foram tratadas durante 74 dias, com 20 e
10g/animal/dia de alho desidratado (o equivalente a 166 e 100mg/kg de peso vivo/dia)
adicionado à ração, verificando redução média nos tratamentos com alho em relação ao grupo
controle, de 23,62 e 50,02%, respectivamente.
Considerando que uma quantidade maior de alho desidratado não resultou em melhor
controle dos helmintos, talvez uma outra forma de preparação, contendo alho, pudesse
diminuir ainda mais estes parasitas que KASUGA et al., (2001) sugeriram que diferentes
preparados à base de alho possuem distintas propriedades farmacológicas. Contudo,
dependendo da forma de preparação, pode-se inadvertidamente anular o efeito antiparasitário
do alho. A interferência da temperatura nas propriedades medicinais do alho, por exemplo, é
sugerida por SUTTON & HAIK, (1999) como causa de insucesso no controle dos parasitas
em experimento utilizando alho fervido administrado em burros parasitados por nematóides.
1.2.3 Propriedades organolépticas do alho
O alho utilizado como alimento ou com fins medicinais, pode transferir propriedades
organolépticas peculiares, notadamente o sabor e o odor. Ressalta-se que o mesmo processo
de degradação que ocorre no ambiente natural (como mecanismo de defesa) ou quando o
bulbo é cortado ou esmagado, formando alicina, especialmente, verifica-se também no
organismo, motivo pelo qual o ar expirado apresenta odor característico após a ingestão do
alho (KOROLKOVAS & BURCKHALTER, 1982).
A presença do alho ou cebola em áreas de pastejo também se constitui em problema
sério devido a forte e rápida transferência de odor ao leite. O odor e o sabor são detectados
minutos após o consumo de alimentos (GLAZIER, 1960).
Normalmente, os efeitos organolépticos residuais dos alimentos no leite cru de
bovinos são detectados mais intensamente entre uma e duas horas após o consumo da dieta.
Como prevenção, recomenda-se a administração dos alimentos entre quatro e cinco horas da
ordenha (GLAZIER, 1960), minimizando-se, assim, a contaminação do leite com odor e sabor
característicos dos produtos ofertados.
13
1.3 Referências bibliográficas
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CAPÍTULO 2
ALTERAÇÃO DA CARGA DE ECTOPARASITAS E DAS PROPRIEDADES
ORGANOLÉPTICAS DO LEITE DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA
SUBMETIDAS A DIFERENTES NÍVEIS DE ALHO NA ALIMENTAÇÃO
16
2.1 Introdução
O parasitismo é um dos fatores que causa diminuição da eficiência produtiva dos
animais (BIANCHIN et al., 1999), implicando em grandes perdas econômicas. Os prejuízos
causados por parasitas externos em rebanhos bovinos no Brasil, superam a cifra de dois
bilhões de dólares ao ano, atribuídos ao carrapato e as demais parasitoses, especialmente
mosca-dos-chifres, berne, miíases e mosca dos estábulos (GRISI et al., 2002).
Para o controle convencional de parasitas, tanto de animais quanto de plantas,
normalmente são utilizados substancias tóxicas, responsáveis por taxas consideráveis de
intoxicações e óbitos da população humana, especialmente de trabalhadores rurais (FARIA et
al., 2007). Somado a esta problemática, tem-se ainda a contaminação por produtos
antiparasitários no leite e na carne disponíveis para alimentação humana, além da
contaminação ambiental direta (MOLENTO et al., 2004). Agregam-se ainda problemas com o
desenvolvimento da resistência aos produtos químicos utilizados (FURLONG, 2004),
especialmente em rebanhos de bovinos leiteiros (OLIVEIRA & AZEVEDO, 2002). A
indústria, por sua vez, tem hesitado em investir na pesquisa de novos produtos químicos,
considerando os custos envolvidos que são maiores em relação aos sintéticos em décadas
passadas (JONSSON, 2006).
Neste contexto, em diferentes regiões do mundo, têm-se buscado alternativas visando
diminuir o uso de substâncias tóxicas, havendo destaque para os produtos fitoterápicos. Sua
utilização pode reduzir os impactos ambientais e econômicos causados pelo uso de produtos
sintéticos convencionais, ressaltando-se que o desenvolvimento da resistência de artrópodes
aos fitoterápicos (compostos por associações de vários princípios ativos) é um processo lento
(ROEL, 2002).
Agrega-se ainda a expansão da agricultura orgânica, implicando necessariamente, em
se ter alternativas mais eficientes no controle de parasitas, considerando-se que esta estratégia
de produção não permite o uso de pesticidas. Também o uso de fitoterápicos em sistemas
agrícolas convencionais poderia fazer parte da estratégia de controle das parasitoses, que
VIEIRA & CAVALCANTE, (1999) ressaltam que a rotação adequada de grupos de
antiparasitários pode estender a vida útil dos produtos químicos.
Os agricultores de maneira geral têm facilidade de acesso e de obtenção dos
fitoterápicos, além destes, normalmente, não deixarem resíduos na alimentação e
apresentarem baixo custo de produção (ROEL, 2002). No entanto, além de existirem poucas
pesquisas sobre o uso de fitoterápicos no controle de parasitas de bovinos, as diferenças,
17
quanto às características de ambiente e forma de cultivo, colheita e conservação dos produtos,
podem implicar na oscilação dos resultados (HEIMERDINGER et al., 2006).
Dentre os fitoterápicos, destaca-se o alho, que além do uso generalizado como
condimento, são atribuídas a ele qualidades terapêuticas. O alho é rico em substâncias
organossulfuradas e dentre estas destacam-se a alicina (ANKRI & MIRELMAN, 1999) e o
ajoeno (URBINA et al., 1993), principais responsáveis pelos efeitos antiparasitários. Devido a
sua composição química, no entanto, as plantas e subprodutos do gênero Allium podem
transferir substâncias típicas do sabor do alho para o leite, interferindo nas propriedades
organolépticas dos produtos lácteos (GLAZIER, 1960).
Seu uso como ectoparasiticida, embora indicado pelo conhecimento popular,
cientificamente, tem sido pouco estudado. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os
efeitos do alho administrado à alimentação, no controle de ectoparasitas de bovinos e nas
características organolépticas do leite e do queijo.
2.2 Material e Métodos
O experimento foi realizado no Laboratório de Bovinocultura de Leite (Departamento
de Zootecnia, UFSM), de dezembro de 2006 a janeiro de 2007.
Foram constituídos quatro grupos, com quatro animais cada um. Dois grupos
receberam alho, sendo um com 100g e outro com 200g vaca
-1
dia
-1
, por três dias consecutivos.
Nos demais, um grupo foi tratado com amitraz a 0,025% (controle positivo) e outro foi
constituído pelos animais testemunha que nada receberam (controle negativo).
Como unidades experimentais foram usadas 16 vacas da raça Holandesa (preto e
branco). Os animais possuíam cerca de 520kg de peso vivo e produção de leite entre 17 e
18kg de leite por dia, sendo manejadas em conjunto e naturalmente infestadas por carrapatos.
As vacas foram submetidas diariamente a duas ordenhas e, entre elas, manejadas em áreas
constituídas por pastagens tropicais, recebendo como complemento alimentar 3kg de
concentrado dia
-1
, contendo de 18% de proteína bruta, aproximadamente.
Como parâmetro de controle do carrapato considerou-se os ínstares com tamanho
superior a 4 mm de comprimento. Os animais deveriam apresentar no nimo 10 teleóginas
(Boophilus microplus) no lado direito do corpo como critério para participar do experimento.
Também foram contadas as mosca-dos-chifres (Haematobia irritans), mosca doméstica e
mosca dos estábulos (Musca Domestica e Stomoxys calcitrans). A contagem da mosca
doméstica e da mosca dos estábulos foi realizada em conjunto e em todo o corpo, portanto
18
sem distinção do número de indivíduos de cada espécie. Os animais sorteados para o grupo
controle positivo foram banhados individualmente com quatro litros da solução, usando-se um
pulverizador costal. Nos tratamentos constituídos por alho, os bulbilhos destinados a cada
animal foram grosseiramente cortados, agregando-se 50g de açúcar mascavo, diluído em água
aquecida, e misturados ao concentrado, fornecido após a ordenha da tarde. Essa forma de
administração e as quantidades foram baseadas nos estudos conduzidos por BIANCHIN et al.
(1999), ALVARENGA et al. (2004) e por testes pré-experimentais efetuados com animais do
rebanho do Laboratório de Bovinocultura de Leite (DZ-UFSM). Dentre as formas de
administração testadas optou-se pelo uso do produto in natura, sendo grosseiramente
desintegrado (três a quatro partes por bulbilho), favorecendo a ingestão do produto com o
concentrado. Diferentemente das pesquisas conduzidas com alho que fornecem pequenas
quantidades por tempo prolongado, optou-se por usar quantidades elevadas em curto período,
visando observar efeitos (dessa forma de administração) sobre os ectoparasitas e,
especialmente, sobre as propriedades organolépticas do leite.
Após a aplicação dos tratamentos, foram efetuadas contagens diárias dos ectoparasitas
em cada vaca, até o 7
o
e no 14
º
dia. Os números foram transformados em valores percentuais
da contagem de cada animal, considerando o dia prévio ao inicio dos tratamentos como 100%,
e estes foram transformados em médias para os quatro grupos (controle negativo e
tratamentos) e em logaritmo na base 10.
Para a análise das características sensoriais do leite, as amostras do 2°, e dias,
após a aplicação dos tratamentos, foram avaliadas no laboratório pertencente ao
Departamento de Ciência e Tecnologia dos Alimentos (UFSM). Para o produto químico
respeitou-se o período de carência indicado pelo fabricante, usando-se as amostras do e
dias. Para análise da cor, utilizou-se o teste de escala hedônica não estruturado de 9 cm entre
as âncoras, atribuindo-se posteriormente valores relativos entre “muito claro (estranho)”,
“normal (bom)” e “muito forte”. Assim, por exemplo, após degustar uma amostra de queijo,
caso o avaliador a considere com sabor indiferente, realizará uma marcação de caneta no meio
do traço entre as palavras “Desgostei muito” a “gostei muito”. Esta marcação se aproximaria
tanto mais de uma das extremidades quanto tivesse desgostado ou gostado do sabor. Para a
avaliação do odor utilizou-se a escala hedônica de mesmo tamanho, com valores entre “muito
fraco”, “bom” e “muito forte (estranho)” (DUTCOSKY, 1996). As avaliações foram feitas por
cinco provadores experientes.
Para análise sensorial do queijo (tipo Minas-Frescal), quanto a cor, aroma, sabor e
textura, também se utilizou de escalas hedônicas de 9cm entre âncoras variando do “desgostei
19
muito” até “gostei muito”. Para o atributo sabor residual, as âncoras utilizadas foram
“muitíssimo fraco”, “normal”, e “muitíssimo forte”. Para a aparência global foram atribuídas
notas de 1 (ruim) a 9 (muito bom) (LAWLESS & HEYMANN, 1998). As análises do queijo
foram feitas por doze provadores.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com quatro
tratamentos e quatro repetições (vacas). Os dados foram submetidos à análise de variância, ao
nível de 5% de significância. Para a comparação de médias usou-se o teste de Duncan. As
análises estatísticas foram conduzidas com auxílio do programa estatístico SAS versão 6.12
(1997). O modelo estatístico referente a análise das variáveis estudadas foi representado por:
Yijk = µ + Ti + Rj (Ti) + Pk + (TP)ik + εijK,
Nele, Yijk representa as variáveis dependentes; µ é a média de todas as observações;
Ti corresponde ao efeito dos tratamentos; Rj(Ti) é o efeito da j-ésima repetição dentro do i-
ésimo tratamento (erro a); Pk é o efeito do K-ésimo período; (TP)ik representa a interação
entre os tratamentos e períodos; εijK corresponde ao erro experimental residual (erro b).
Adicionalmente, utilizou-se, para o cálculo da porcentagem de eficácia diária, para
cada grupo de animais tratados, a seguinte fórmula:
% de Eficácia= (1-(AxB)/(CxD))x100
Nela, “A” é a média da contagem de teleóginas de um grupo tratado em um
determinado dia do experimento após a administração dos produtos; “B” é a média da
contagem de teleóginas do grupo controle no dia prévio ao inicio da administração dos
produtos; “C” é a média da contagem das teleóginas do grupo tratado no dia prévio ao inicio
da administração e “D” refere-se à média da contagem do grupo controle no dia determinado.
20
2.3 Resultados e Discussão
Os valores da análise laboratorial do alho utilizado no experimento, quanto aos teores
de matéria seca e proteína bruta, foram de 33,2 e 19,16%, respectivamente. Análises químicas
do alho feitas por ALVARENGA et al. (2004) revelaram valores similares ao produto usado
no presente trabalho quanto a proteína bruta, entre 19,97 e 20 %.
Os valores da análise química do alho utilizado no experimento, com base em 100%
da matéria seca, para proteína bruta, fibra bruta; extrato etéreo e cinzas foram de 19,16; 7,23;
0,66 e 4,94, respectivamente. Os resultados referentes ao efeito do alho no controle de
ectoparasitas encontram-se na Tabela 1. Para o controle de carrapatos, observou-se que houve
diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos, tanto entre os dias de avaliação quanto
entre as médias.
No grupo de animais do controle negativo, verificou-se um aumento da infestação,
principalmente do ao 14° dia que até o dia os animais apresentavam em média 21
teleóginas aproximadamente, e no 14° dia havia 34 teleóginas. Este aumento não ocorreu nos
animais que receberam tratamento com alho ou amitraz. Para o grupo de animais que
receberam o tratamento (A200), as vacas apresentavam em média 30 teleóginas, até o 14° dia.
para o tratamento (A100), ocorreu diminuição da contagem de 35 para 26 teleóginas, até o
dia, mantendo este número uma semana depois. Por último, no grupo de animais que
recebeu o amitraz, foram contadas duas teleóginas, no primeiro dia, posteriormente por alguns
dias não se encontrou teleóginas e entre o e o 1dia, houve aumento do número de
teleóginas contadas. Como observaram HEIMERDINGER et al. (2006), esta redução e
aumento sucessivo se devem possivelmente a menor ação do amitraz nas formas inferiores do
carrapato.
21
Tabela 1 - Porcentagem de ectoparasitas em relação à contagem prévia à aplicação dos
produtos nos diferentes grupos constituídos por alho picado e misturado ao
concentrado a 100g (Alho100) e 200g vaca
-1
dia
-1
(Alho200), amitraz a 0,025%
(Amitraz) e no controle negativo (Controle). Santa Maria, RS, 2007.
Dias pós-tratamento
Grupos
14º
Médias
Carrapatos (%)
Alho100
92,5
a
98,4
a
110,6
a
110,5
a
94,5
a
93,5
a
112,3
a
123,2
ab
100,5
b
Alho200
88,7
a
95,1
a
102,7
a
70,4
a
53,6
a
90,5
a
84,9
a
109,2
ab
90,9
b
Amitraz
16,8
b
6,7
b
0,5
b
0,0
b
0,0
b
0,8
b
0,0
b
22,2
b
5,9
c
Controle
140,8
a
107,5
a
197,4
a
158,6
a
170,3
a
347,1
a
129,6
a
238,1
a
186,2
a
CV (%) 21,74 15,63 19,68 15,34 15,60 37,55 13,66 21,68 21,32
Mosca-dos-chifres (%)
Alho100
47,2 169,4 97,1
a
189,8 79,3 158,1 282,8 132,3 144,53
Alho200
85,4 95,3 98,7
a
65,3 81,8 79,8 96,5 110,8 89,25
Amitraz
92,4 119,0 24,2
b
97,2 89,2 71,6 133,6 102,2 91,21
Controle
99,1 85,2 94,0
a
95,5 130,7 120,7 227,3 73,1 115,72
CV (%) 34,52 45,65 24,41 31,74 31,28 28,18 25,84 16,57 30,44
Mosca-dos-estábulos (+) mosca doméstica (%)
Alho100 78,6 42,4
b
42,4 38,2 18,7
b
54,1 27,6 121,0 50,9
c
Alho200 161,5 213,1
a
83,1 91,0 98,4
ab
85,3 87,8 165,2 123,2
a
Amitraz 68,5 31,9
b
43,1 55,0 88,4
a
40,8 129,8 52,6 63,7
bc
Controle 116,6 88,2
ab
59,5 118,6 75,7
ab
67,8 57,5 118,7 87,8
ab
CV (%) 16,80 19,9 60,7 17,2 20,2 12,9 20,2 13,8 23,4
Médias com letras distintas, na coluna, indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste de Duncan;
CV = Coeficiente de variação.
22
Para os tratamentos constituídos por diferentes níveis de alho, não houve diferença
significativa (P> 0,05) entre eles nos dias de avaliação entre as médias (Tabela 1).
A análise estatística realizada revela o efeito (P<0,05) intermediário do fitoterápico
administrado aos animais, situando os percentuais de contagem de teleóginas dos animais que
receberam alho, entre os tratamentos constituídos pelo produto químico e o controle negativo.
A percentagem de eficácia confirma este resultado, que os tratamentos com alho foram
mais eficazes que o grupo controle, e menos eficazes que o amitraz. Estudos conduzidos com
alho no controle do carrapato, além de escassos, demonstram resultados conflitantes.
BIANCHIN et al. (1999), avaliando o uso de alho em a 2% no sal mineral para bovinos
mestiços (8mg kg
-1
de peso vivo dia
-1
), não observaram efeito do produto no controle de
carrapatos. no trabalho conduzido por ALVARENGA et al. (2004), com resíduo de
beneficiamento de alho (bulbos impróprios para o consumo “in natura”) em bovinos leiteiros
mestiços, usando níveis de 0, 3, 6, e 9g animal
-1
dia
-1
, comparado com um produto comercial
(doramectin), aplicado mensalmente, houve redução da carga de carrapatos, com similaridade
de controle até o 56
o
dia para os níveis com 3 e 6g e além do 70
o
dia para o nível de 9g em
relação ao ectoparasiticida comercial.
ALVARENGA et al. (2004), ressaltam a falta de estudos sobre o efeito dos
componentes do alho em ectoparasitas. Em pesquisa efetuada com extrato de alho
envelhecido, verificou-se que houve um forte aumento na atuação de células e componentes
imunológicos (interleucina 2, interleucina 12 e fator de necrose tumoral alfa) de ratos (KYO
et al., 2001). Esses efeitos poderiam melhorar a ação do sistema imunológico dos bovinos. A
ação do sistema imune pode interferir na fixação das larvas de carrapato, dificultando a
adesão e impedindo o desenvolvimento delas na pele (ANDREOTTI, 2004).
Os resultados obtidos na presente pesquisa, referentes à eficácia dos produtos (Tabela
2) confirmam a ação do alho sobre carrapatos, embora não se encaixem em recomendações
que consideram um produto efetivo no controle desse parasita, superior a 90%, havendo
assim, necessidade da realização de novos estudos na tentativa de encontrar a dose e dosagem
de alho que após ser administrado aos bovinos possibilite controlar o parasita e não cause
efeitos indesejáveis nos bovinos, já que em cães após administração de alho cru em
ocorreram erosões nas mucosas estomacais (HOSHINO et al., 2001).
23
Tabela 2 - Percentual de eficácia dos tratamentos constituídos por alho picado e misturado ao
concentrado a 100g (Alho100) e 200g vaca
-1
dia
-1
(Alho200) e por amitraz a
0,025% (Amitraz). Santa Maria, RS, 2007.
Dias
Grupo
14º
Médias
Eficácia em Porcentagem - Carrapatos (%)
A100
2,83
12,10
22,24
29,37
53,77
40,84
17,82
39,76
27,34
A200
13,21
13,02
18,18
-7,72
18,59
39,44
-20,45
24,22
12,31
Amitraz
90,17
93,86
99,06
100,00
100,00
99,22
100,00
94,13
97,05
Com relação ao controle de moscas, a eficácia foi negativa para todos os produtos
testados. Observa-se, que para a mosca-dos-chifres, os valores médios de infestação foram
próximos ao valor médio de pré-tratamento, de 25 moscas vaca
-1
. Além da ineficácia dos
produtos, verificou-se que houve grande variabilidade dos dados. Este resultado era esperado,
considerando-se que o vel de infestação da mosca-dos-chifres é influenciado por fatores
como coloração da pelagem e susceptibilidade individual. A combinação destes e de outros
fatores faz com que cada animal apresente maior ou menor infestação por esses dípteros
(BIANCHIN & ALVES, 2002). Também BIANCHIN et al. (1999), avaliando o uso do alho
em pó no sal mineralizado não verificaram efeito no controle da mosca-dos-chifres.
MARTINS et al. (2002) alertaram para o problema da expansão da resistência da H.
irritans aos produtos químicos e relataram que a eficácia da doramectina injetável, em estudo
feito em Eldorado do Sul, RS, foi inferior a 50 % no primeiro dia após o tratamento, e nos
dias 4, 7, 10, 14, 21, 28 e 35 pós-tratamento variou de 50,7 a 84,4 %, enquanto na Argentina
(Rafaela, Santa Fé) a eficácia foi de 97,3 % no primeiro dia e de 63,3 a 95,9 nos outros dias
observados.
Para a mosca-dos-estábulos e para a mosca doméstica, o grupo de animais que recebeu
o tratamento com 100g de alho vaca
-1
dia
-1
apresentou a menor porcentagem de moscas, sendo
semelhante (P>0,05%) ao grupo de animais que recebeu amitraz. Contudo, o grupo de
animais que recebeu 200g de alho vaca
-1
dia
-1
, foi semelhante ao grupo de animais do controle
negativo (CN). Portanto, devido a esta disparidade dos resultados dos tratamentos com alho,
acredita-se que as diferenças encontradas (P<0,05%) nos valores médios para mosca-dos-
24
estábulos e para a mosca doméstica são atribuídas, possivelmente, às variações individuais
dos animais.
Quanto à análise sensorial do leite, não foram detectadas diferenças nas características
avaliadas de cor e sabor (Tabela 3). Para o queijo, os atributos avaliados apresentaram
diferenças (P<0,05) entre as variáveis, provavelmente atribuídas à variabilidade entre animais
e ao consumo de silagem, que em algum grau interfere nas características organolépticas do
leite.
Tabela 3 - Comparação de médias das variáveis zootécnicas, análise sensorial do leite cru e do
queijo tipo Minas-Frescal após a aplicação dos produtos nos diferentes grupos
constituídos por alho picado e misturado ao concentrado a 100g (A100) e 200g
animal
-1
dia
-1
(A200) por três dias, amitraz a 0,025% (Amitraz) e no grupo controle
negativo. SantaMaria, RS, 2007.
Análise das variáveis zootécnicas
Grupos
leite
(Kg vaca
-1
dia
-1
)
Peso
(Kg vaca
-1
)
Idade
(anos)
Estágio de lactação
(meses)
A100 15,20 498,50
ab
6,00 5,50
A200 14,55 548,75
ab
5,00 7,75
Amitraz 11,90 451,75
b
4,25 6,25
Controle 17,8 592,25
a
7,50 6,50
CV (%) 35,5 11,79 36,51 41,54
Análise sensorial do leite cru
1
Grupos
Cor Odor
A100 4,45 4,58
b
A200 4,62 4,93
ab
Am 4,53 4,83
ab
CN 4,53 5,18
a
CV (%) 8,09 16,48
Análise sensorial do queijo
1
Grupos
Aparência
Aroma Cor Sabor
Sabor
residual
Textura
A100 7,37
bc
5,59
c
8,32
a
4,82
d
4,83
a
6,09
b
A200 7,93
a
7,53
b
8,28
a
7,03
b
4,45
ab
7,72
a
Am 7,72
ab
8,35
a
8,56
a
7,84
a
3,20
c
7,51
a
CN 7, 17
c
5,90
c
7,68
b
6,21
c
3,95
b
5,90
b
CV (%) 11,22 20,21 13,14 21,63 32,31 22,55
Médias com letras distintas, na coluna, indicam diferença significativa (P<0,05) pelo teste de Duncan.
1
Dados médios referentes às analises dos observadores efetuadas no 1°, 2° e 3° dias após a aplicação dos
tratamentos.
CV= coeficiente de variação.
O coeficiente de variação da variável sabor residual, maior que o coeficiente das
demais variáveis, deve-se, provavelmente, ao caráter relativo de sua avaliação (DUTCOSKY,
1996). Ressalta-se que, tanto no leite, quanto no queijo, não foram detectadas características
25
de odor e sabor assemelhados aos do alho, em contraposição à grande quantidade ingerida
pelos animais em pouco tempo. Acredita-se que estes resultados são devidos ao manejo
alimentar utilizado, no qual o alho foi fornecido após a ordenha. Considerando-se o intervalo
mínimo entre ordenhas de 10h, houve a metabolização dos óleos voláteis, característicos ao
sabor e odor do alho. Este odor, segundo GLAZIER, (1960) poderia ser sentido no ar
expirado ou no leite entre uma e duas horas após o consumo de alho das vacas.
2.4 Conclusões
Os tratamentos constituídos por diferentes níveis de alho apresentam baixa
porcentagem de eficácia no controle do carrapato. O amitraz foi efetivo no controle do
carrapato.
Tanto os fitoterápicos quanto o produto químico não apresentaram efeito no controle
da mosca-dos-chifres, da mosca dos estábulos e da mosca doméstica.
Os produtos utilizados não influenciaram nas propriedades organolépticas do leite e
do queijo tipo Minas- Frescal.
26
2.5 Referências Bibliográficas
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