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Após o trabalho de Mankiw, Romer e Weil, vários estudos consideraram observações
de anos médios de escolaridade da PEA, porém os resultados, mais uma vez, não foram
encorajadores. Para citar alguns exemplos, temos os trabalhos de Benhabib e Spiegel (1994) e
Prichett (1996) que não obtiveram coeficientes positivos e significativos para o capital
humano em regressões como em (5).
Bosworth e Collins (2003) apresentam uma resenha sobre o assunto e concluem ser
muito difícil obter valores significativos para educação em regressões do tipo (5) para o
período 1960-2000, pois a tendência é superestimar o coeficiente para o capital físico. Quando
se impõe que a participação do capital na renda seja de 0,35%, a variação do capital humano
passa a ser significativa, mas extremamente elevada, o que levanta suspeitas quanto ao
resultado.
Diante dessas dificuldades, a partir do final da década de 90, alguns autores deixaram
de lado dados quantitativos relativos à educação (ex.: número de matrículas, escolaridade
média da PEA, etc...) e passaram a avaliar aspectos qualitativos desta. Neste sentido, passou-
se a estudar fatores como gasto total por aluno (Hanushek [1997a], Gundlach et al. [2001] e
Gundlach e Wöβmann [2001]), relação professor-aluno (Krueger [1999] e Hoxby [2000]),
qualidade do material escolar e escolaridade média dos professores (Wöβmann [2003]).
Porém, esses trabalhos em geral não relacionam de forma explícita tais variáveis qualitativas
com o crescimento do produto, mas sim com o desempenho escolar, sendo este último
relacionado ao crescimento econômico.
Hanushek e Kimko (2000) consideram como indicador de qualidade o desempenho
dos alunos em testes internacionais em matemática e ciências. O principal resultado é que a
variável de qualidade em uma regressão padrão de crescimento, com dados de seção
transversal de paises, é positiva e significativa. Ao regredir a taxa de crescimento do produto
per capita, entre 1960 e 1990, contra a renda inicial e os anos médios de escolaridade da PEA,
a inclusão da variável de qualidade da educação eleva muito a capacidade explicativa da
regressão, sendo o
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elevado de 0,3 para 0,7.
Outra promissora linha de pesquisa avalia os impactos da distribuição dos recursos
entre os diferentes níveis educacionais, mostrando que os governos podem elevar a eficiência
do sistema educacional sem alterarem o gasto agregado. Judson (1998), por exemplo, constrói
um modelo simples para avaliar, para um dado orçamento público direcionado à educação,
qual é a alocação ótima deste orçamento entre os níveis primário, secundário e superior. A
partir de uma versão calibrada do modelo e empregando dados da UNESCO de gasto por
aluno por nível educacional e de taxa de matrícula, Judson constrói um indicador do grau de